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“antioxidante pra cabelo?”

Ela estourou nas redes sociais tocando forró na bateria. E não foi por acaso. Giana, além de ser boa no que faz, é uma excelente estrategista. Encontrou no ineditismo das suas postagens uma fórmula de sucesso. Nascida em Ponta Grossa, interior do Paraná, a estudante de Direito começou a se interessar por música assistindo High School Musical , musical da Disney com Zac Efron e Vanessa Hudgens, que fez muito sucesso entre as crianças na primeira década dos anos 2000. Suas primeiras apresentações foram na igreja, local onde ela gosta de tocar até hoje. Descoberta por celebridades como Gusttavo Lima, Gustavo Mioto, Júlio Cocielo e Tata Estaniecki, chegou a ser repostada por Neymar, citada no BBB e tocou seis instrumentos ao mesmo tempo no programa do Celso Portiolli. Não é à toa que participou do Festival Internacional de Cannes, na França, a convite do TikTok para representar o Brasil e falar sobre criatividade no #TikTokShortFilm.

De Ponta Grossa para o mundo. Você estourou na internet com um vídeo tocando bateria. Conta um pouco do seu início?

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Meu primeiro vídeo que viralizou foi tocando Barões da Pisadinha. Um vídeo tocando forró na bateria. Não foi sem querer, eu pensei, meio que calculei isso, porque eu queria bombar na internet. Eu tinha cinco mil seguidores no Instagram e estava fazendo vídeos só cantando, estilo voz e violão. Pensei: “preciso bombar na internet, mas não sei o que fazer”. Em outubro de 2020, no auge da pandemia, abri o TOP 50 do Spotify e a primeira música era Recairei , do Barões da Pisadinha. Eu não sabia tocar na bateria, mas chamei o Ricardo, meu professor de bateria, e falei: “quero tocar forró na bateria”. Detalhe que ele é professor de rock (risos). Foi aula online. Foi tenso, mas foi. Eu aprendi, fui treinando, até que postei nos stories do Instagram e deu um compartilhamento um pouco mais alto do que eu estava acostumada. Pensei: “epa, temos aí um potencial”. Foi aí que decidi postar em outra rede. Criei o meu TikTok, tinha apenas 70 seguidores, postei, saí para jantar e deixei meu celular em casa. Quando voltei, meu celular tremia de tanta notificação, um milhão de visualizações em um dia, depois dois milhões, depois três milhões. O pessoal pediu mais e eu postei mais um vídeo tocando bateria, mesmo esquema, Barões da Pisadinha de novo. Aí eu pensei: “o povo vai começar a pensar que eu sou baterista”. Então, comecei a postar outros vídeos cantando e tocando violão, teclado e piano para o pessoal entender que eu era uma can - tora. O povo comprou a ideia. Depois, comecei a postar vídeo de humor, gostaram também. Comecei a postar vídeo com a minha família, gostaram. E hoje estamos aqui.

Qual é o poder da bateria? É um instrumento muito importante?

Com certeza. Em um show, a bateria chama atenção, é o instrumento mais alto em questão de barulho. No meu caso, eu sei o que aconteceu: uma menina tocando forró na bateria. O povo clica para ver, eles não acreditam. Fiquei muito feliz depois de ver mais vídeos de meninas na “batera”. Eu incentivo super as mulheres a reagirem.

Depois que esse primeiro vídeo bombou, você pensou: “E agora?”

Com certeza. Eu pensei: “eu toco mais instrumentos, tenho que mostrar isso para a galera”. Eu não sou baterista. Inclusive, me convidaram para ser baterista de um DVD de um cantor sertanejo muito famoso (risos). Fazia um mês que eu tinha bombado. Eu pensei: “eu não posso aceitar esse convite”, porque se eu aceitasse, iriam atrelar a minha imagem à de baterista. Por mais incrível que seja ter mais gente me conhecendo, essa não é a imagem que eu quero, eu quero ser reconhecida como cantora.

Você começou a compor depois disso?

Na verdade, eu já compunha antes, mas tinha muita vergonha. Acho que só perdi a vergonha quando mostrei uma composição minha para o meu produtor e ele falou: “Cara, o que é isso? Tá incrível, pode gravar amanhã se você quiser”. Eu escrevi em inglês ainda. Foi aí que comecei a pensar na possibilidade de realmente ser bom o que eu fazia. Mostrei para o pessoal de casa e falaram: “filha, tá maravilhoso”. Minha mãe não entendeu nada do inglês, mas falou que estava incrível (risos).

Como você começou na música? Ninguém na minha casa é músico. Não tem isso. Quem me descobriu cantando, quem descobriu o meu “dom”, foi a minha professora de violão. Ela percebeu que eu era afinadinha. Tinha uns dez, 11 anos. Ela chamou a minha mãe e eu cantei toda envergonhadinha. Aí minha mãe falou para a professora: “eu não aguento mais a Giana, ela não para de batucar nos eletrodomésticos lá de casa”. Aí minha professora sugeriu comprar um cajón para mim. Compraram e eu aprendi a tocar. Fui aprendendo os instrumentos sozinha, foi ali que perceberam que eu tinha uma ligação com a música. Na minha casa, tem violão em todo cômodo. Não é desorgani-

“Na minha casa, tem violão em todo cômodo. Não é desorganização, é para caso venha uma inspiração, eu tenho o violão ali perto!” zação, é para caso venha uma inspiração, eu tenho o violão ali perto!

Qual é o seu instrumento musical preferido?

Bateria. Não tem coisa melhor para aliviar o estresse.

Uma música sua apareceu no BBB . Como foi isso?

Eu estava em uma festa e começaram a me ligar para me contar que minha música estava no Big Brother Brasil. Foi uma regravação da música Beggin’, um cover que fiz com o Dubdogz. Fizemos uma versão eletrônica da música e viralizou. Isso foi responsável por eu fazer shows muito loucos de música eletrônica. Eu conheci o Arthur (ex-BBB) no boteco do Gusttavo Lima. O Arthur estava no backstage, conversou comigo e falou que gostava da minha música. Aí quando tocou no Big Brother, ele falou de mim.

O Gustavo Mioto também foi importante na sua carreira. Como foi isso? Ele foi uma das primeiras pessoas que me deu oportunidade “de graça”. Foi em agosto de 2021, eu estava em casa com COVID e ele me mandou uma DM perguntando se eu estaria em São Paulo na semana seguinte. Eu respondi “sim”, logo eu que nunca ia para São Paulo (risos). Ele queria me convidar para o lançamento do disco dele. Trocamos as informações do evento e ele perguntou se eu não queria tocar com ele lá.

Claro que aceitei. Cheguei no lugar, não conhecia ninguém e ninguém me conhecia. Liguei para a minha mãe em desespero. Eu achei uma fotógrafa, perguntei o nome dela e falei: “pelo amor de Deus, conversa comigo”. E ela super me ajudou. Mas, no final, foi ótimo. Esse convite do Gustavo mudou tudo. Outras pessoas que me ajudaram foram o Júlio Cocielo e a Tata Estaniecki. Faço questão de falar. São pessoas que enxergaram potencial em mim. Tenho muito carinho por eles. Inclusive, teve um dia que eu estava jogando Fortnite com o meu irmão em casa e começaram a me ligar desesperadamente: o Neymar tinha me repostado no Instagram dele. Começou a multiplicar o meu número de seguidores. Esse dia foi uma doideira. Também me convidei (risos) para ir no programa do Celso Portiolli, participei do Passa ou Repassa e o assessor dele falou: “queremos que você faça o que você fez nesse vídeo aqui”. O vídeo era eu tocando seis instrumentos. Era ao vivo. Eu falei: “legal” e fui. Foi divertido. O Celso fez um apelo para eu ganhar 100 mil seguidores e deu certo.

Quais são os seus próximos projetos e sonhos?

Eu tenho muita música para lançar, muitas composições meio guardadas. Quero fazer muitos shows. Mas, principalmente, quero gravar meu primeiro DVD ao vivo em Ponta Grossa.

“Outras pessoas que me ajudaram foram o Júlio Cocielo e a Tata Estaniecki. Faço questão de falar. São pessoas que enxergaram potencial em mim”

Paulo Miklos quase dispensa apresentações: lenda do rock nacional, apresentador, ator de cinema, teatro e televisão, integrou por 34 anos uma das bandas mais importantes do cenário musical brasileiro. Nascido em São Paulo, em 1959, conheceu seus parceiros musicais na escola, chegou a cursar um ano de Música na USP, mas ainda muito jovem saiu com o Titãs para rodar o Brasil e nunca mais parou. Com o grupo, já abriu show para o David Bowie e cantou para dois milhões de pessoas na areia de Copacabana antes dos Rolling Stones subirem ao palco num dos maiores shows que se tem notícias no mundo. Em 2016, saiu da banda e seguiu em carreira solo. Estreou no cinema em 2001, convidado por Beto Brant, como protagonista do filme O Invasor, onde contracenou com o rapper Sabotage, assassinado em 2003, a quem presta uma homenagem no seu último disco Do Amor Não Vai Sobrar Ninguém. Nesta entrevista, Paulo Miklos relembra um pouco da sua trajetória e fala sobre novos projetos.

Você completou 40 anos de carreira. Que balanço você faz dessa trajetória? Vejo como uma grande aventura, um grande privilégio que a música e a dramaturgia têm me dado. Na dramaturgia já estou faz mais de 20 anos. Já fiz tudo: novelas, séries, filmes, teatro.

Você imaginava, na infância, que faria tudo o que você faz?

Tinha muita ansiedade quando era garoto, de que eu precisava encontrar um caminho para colocar essa inquietação que eu sentia. Sempre amei música, tocava um piano que meu pai alugou lá em casa.

Seu pai era legal, alugou um piano para você tocar.

O problema é que eu passava todas as tardes martelando o piano e inventando música. Minhas músicas começaram a ir bem e as notas da escola começaram a ir mal. Meu pai falou: “chega, você tem que prestar atenção nos estudos, fazer as lições e estudar”. Tinha 14, 15 anos, por aí. Minha avó ficou com pena e me deu uma flauta transversal. E eu descobri que eu podia botar a flauta debaixo do braço e tocar em qualquer outro lugar. Com essa flauta, prestei o vestibular para Música na USP. Entrei e comecei a universidade.

Como é a universidade de Música?

Se não me engano, são quatro anos. Fiz o primeiro ano só, porque descobri que o curso era voltado para música erudita e, por mais que desejasse conhecer mais sobre música, eu era da música popular. Tocava de ouvido, tinha muita curiosidade de aprender. Então fiz aulas de piano, de violão e de flauta. Aprendi um pouco de tudo. Isso foi muito legal porque depois, quando eu formei o Titãs, acabei tocando diversos instrumentos. Como não fiquei oficialmente o baixista, nem oficialmente o guitarrista, uma posição fixa, ficava brincando. Na verdade, sempre fui cantor, sempre gostei de ser intérprete. Ser intérprete me levou para a dramaturgia.

“Na verdade, sempre fui cantor, sempre gostei de ser intérprete. Ser intérprete me levou para a dramaturgia”

Depois que saiu da faculdade, você foi fazer o quê?

Aí já tinha a banda, O Titãs, já estava começando a fazer shows. A gente se conheceu na escola. Eu estudava na mesma classe que o Arnaldo Antunes. O Sérgio Brito estudava um ano na minha frente. O Branco Mello e o Marcelo Fromer, um ano atrás.

O Serginho Groisman também?

Ele era contratado da escola para fazer o grêmio. Era um grêmio cultural. Ele promovia os shows, que é uma coisa que ele faz até hoje, recebe os artistas. Essa foi a grande escola para mim, porque assisti, no pátio, Os Novos Baianos, Alceu Valença, Gilberto Gil… Todos na minha escola!

Como surgiu a ideia do Titãs?

Nós nos aproximamos porque já estávamos compondo músicas próprias e ouvíamos as músicas uns dos outros. Um belo dia teve um show em que a gente resolveu tocar algumas dessas músicas e fazer um ensaio para preparar isso. Foi aí que surgiu o Titãs. Tinha essa coisa da enciclopédia: os titãs da ciência, os titãs da literatura, os titãs disso e daquilo. E a gente brincou: “então somos os Titãs do ieiê”. Chegava alguém e anunciava: “agora, com vocês, os Titãs do ieiê!”

Qual foi a primeira música?

Sonífera Ilha foi a primeira música. Ela levou a gente para o Brasil todo. Começamos a viajar o Brasil e viajamos durante 40 anos.

Você tem uma ideia de quantos shows chegaram a fazer?

Não tenho ideia. Fiquei com os Titãs por 34 anos e já estou há sete em carreira solo.

Lancei agora o meu segundo disco depois de sair da banda. O primeiro, A Gente Mora no Agora, é cheio de parcerias bacanas: Emicida, Erasmo Carlos, Guilherme Arantes, Céu, uma galera bem diversificada. Foi uma festa! Durante a pandemia, sem encontrar com ninguém, compus tudo sozinho, letras e músicas do disco novo Do

Amor Não Vai Sobrar Ninguém.

Então a pandemia foi rica no sentido de composições?

Foi super-rica porque, de repente, a gente ficou nessa situação claustrofóbica do isolamento. E, numa certa altura, eu compus a primeira música, sentado na sala. As crianças fazendo aula remota, cachorro, gato e galinha… Aquela incerteza toda e eu, no meio dessa maluquice, comecei a compor. Foi como se abrisse uma janela, como se entrasse ar puro, luz. Foi uma sensação muito boa, de libertação. Quando me dei conta, já tinha mais de 20 músicas e falei: “acho que tenho um disco aqui”. Apresentei para o meu produtor e ele falou: “vamos gravar esse disco remotamente, vamos convidar os músicos, cada um gravando na sua casa”. Eu, da minha casa, gravei e mandei para ele a voz e o violão. Isso foi para o baterista, para o baixista, para o tecladista, para o guitarrista, cada um foi colocando as suas coisas. A gente foi trocando no WhatsApp. Se você ouve o disco, não diz que a gente nunca se encontrou. Eles são tão talentosos, temos uma cumplicidade tão grande, que ficou maravilhoso.

Fica mais fácil fazer música depois de muito tempo trabalhando com isso ou as dificuldades ainda são as mesmas? Depende muito do momento, da situação. Essas canções feitas durante a pandemia, numa situação muito opressiva, são muito leves. Elas são o oposto daquilo que a gente estava passando. Estávamos já enxergando um mundo diferente, um mundo com muito afeto, com empatia, com amor. As músicas são românticas e era o avesso daquilo que estávamos vivendo. Era como um escape, como se tivéssemos nos colocado já num lugar adiante.

De onde veio a ideia do nome do disco?

É o título de uma das músicas. Nessa canção, falo dos riscos de, numa relação, você se desfazer das suas características. As pessoas se atraem justamente porque têm dife- renças, e se atraem por essa personalidade muito própria que cada um tem. Mas, na medida que vai ficando junto, a gente se descaracteriza e deixa de lado uma série de coisas. Por isso o nome Do Amor Não Vai Sobrar Ninguém. Outra leitura possível é que ninguém vai passar ileso pela vida sem o amor, então do amor não vai sobrar ninguém. Quando escolhi batizar o trabalho com esse título, pensei: “vai ser uma barra ficar explicando”. No entanto, essa é a graça. Você cria e dá uma chacoalhada, faz as pessoas pensarem.

E a música Ao teu lado, como surgiu?

O que aconteceu foi que eu me casei em novembro de 2019. Fiz uma celebração com os amigos mais íntimos e saímos de viagem. Fomos a um festival de cinema no Egito e, depois, fomos para a Grécia e Itália. Foi uma daquelas viagens marcantes, de muita arte e muita história. Voltamos e veio a pandemia. Foi como se a lua de mel tivesse sido estendida. Se tirasse o fato da gente estar tão inseguro, com notícias tão ruins e com tantas mortes, ficar em casa, na convivência com a família e compondo, foi muito rico. Então atravessei esse período com uma certa saúde mental.

Como você enxerga o cenário musical atual? O que você acha que ainda falta? Acompanho aquilo que posso, também não sou a pessoa mais informada, mas acho muito rico. Tem o Johnny Hooker, tem a Liniker, que é fantástica e é atriz também. A gente fez Manhãs de Setembro juntos.

Você se descobriu ator sozinho ou alguém te descobriu?

Foi o Beto Brant. Ele já tinha dois filmes e me convidou para fazer O Invasor. Falei que não sabia fazer, nunca tinha feito. O filme era sério, não dava para brincar. Ele insistiu, eu fiz e foi maravilhoso. Quando assisti o filme pronto, fiquei em choque. Só tinha feito a minha parte, sabia da história, mas não tinha assistido inteiro. Quando acabou, no Festival de Brasília, me dei conta, caiu a ficha de tudo o que a gente tinha feito. Foi uma paixão instantânea, comecei a fazer mais e mais. Os convites foram chegando.

Teatro você não tinha feito ainda?

O teatro foi o que eu fiz por último. Fiz uma peça Chet Baker - Apenas um Sopro. Fiz o papel do Chet Baker, uma peça que tinha muita música, mas eu não tocava nenhum instrumento. Foi uma experiência linda, a gente andou pelo Brasil todo.

Queria que você falasse sobre a continuação de Estômago. Estômago está na Netflix, o filme foi um fenômeno, é muito especial. Junta gastronomia com crime, é bem interessante e tem um elenco incrível. No Estômago 1, faço uma participação especial. O Marcos Jorge, que é o diretor, me convidou e falou que queria fazer uma homenagem ao meu personagem de O Invasor, que é bandido. 20 anos depois, no Estômago 2, meu personagem é muito maior.

Além da continuação de Estômago, do seu novo disco, que outros projetos você tem em vista?

Tem uma série de filmes que foram lançados recentemente: Jesus Kid, do Aly Muritiba; O Clube dos Anjos, do Angelo Defanti e O Homem Cordial, com o qual ganhei um Kikito em 2019, que não foi lançado em função da pandemia. É um filme muito legal, o Iberê me convidou para fazer um personagem que é um rockeiro dos anos 1980.

O que te irrita?

Acho bastante irritante o fato das pessoas não gostarem de política. É com política que a gente transforma a realidade. A negação disso me deixa bastante irritado, porque é espaço para acontecer o que está acontecendo hoje. A gente anda bem perdido, bem fora do rumo, a gente tem que acreditar no diálogo, na democracia, para avançar em uma sociedade mais justa e melhor.

“A gente anda bem perdido, bem fora do rumo, a gente tem que acreditar no diálogo, na democracia, para avançar em uma sociedade mais justa e melhor”

Rogério Oliveira de Oliveira herdou do avô materno, Zé Flausino, o nome artístico. Aos 20 anos, formado em Ciências da Computação, deixou Alfenas, cidade no sul de Minas Gerais, decidido a tentar a vida de artista na capital Belo Horizonte. Foi trabalhar em uma agência de publicidade e, por um "tijolinho de jornal" conheceu, em 1993, os parceiros de vida e trabalho que o acompanham até hoje: o baixista PJ, o baterista Paulinho Fonseca, o guitarrista Marco Túlio Lara e o tecladista Márcio Buzelin, que procuravam um vocalista para a banda. Rogério foi escolhido, entre quase 20 candidatos, para ocupar o posto. O vozeirão e o carisma impressionaram, e ele entrou para a formação da J. Quest, inicialmente inspirada na black music norte-americana. A banda mudou seu nome para Jota Quest ainda na década de 1990, por sugestão de Tim Maia: “Ah, Jota Quest é bem melhor do que J. Quest”, disse o soulman à época para Flausino. Hoje, o grupo celebra 25 anos de carreira com uma turnê por todo o país, a JOTA 25 – De Volta ao Novo. Rogério, com 51 anos, segue seu ciclo trabalhando em seu estúdio, o Minério de Ferro, vive em uma casa em meio à natureza, perto da esposa, Ludmila, dos filhos Nina e Miguel, e de seus pets: as cachorras Rita Lee, Ivete Sangalo e Florzinha, o gato Cazuza e o galo Emílio Santiago. “Um galo lindo, negro, que canta looooongo”, conta. Torcedor fanático de outro galo, o time de futebol Atlético Mi- neiro, o artista aposta na alegria para “fazer virar” outros lances: empresta sua voz para o cinema, empreende em um novo negócio artístico (uma galeria de arte em Belo Horizonte), e compartilha suas experiências em palestras motivacionais no melhor estilo “E se quiser saber pra onde eu vou/ Pra onde tenha sol, é pra lá que eu vou”.

Quem olha para o seu sucesso agora, não imagina como foi o percurso até aqui. Como foi?

Meu avô por parte de mãe cantava e nasci com a música dentro de casa. Lembro das serestas noite adentro, na sua casa na roça. Meus irmãos [Wilson Sideral e Flávio Landau] também cantam, além de serem compositores e instrumentistas. Comecei a cantar cedo, ainda adolescente, em Alfenas. Me formei em Ciências da Computação e, aos 20 anos, fui para Belo Horizonte. Estava rolando uma efervescência musical muito grande em BH, com o Skank, o Pato Fu… Minha prima trabalhava em uma agência de publicidade e me convidou para fazer um estágio. Fui para ficar 15 dias e nunca mais voltei. Trabalhei no departamento de mídia em agências e, depois, como freelancer. Nesse período soube que a banda procurava um vocalista. O processo foi longo, quase um ano. Eu fazia dois turnos e aproveitava que ia vender os anúncios publicitários para levar uma amostra do som nas redações e nas rádios, para divulgar os shows que a gente fazia nos bares da cidade. A banda tinha um empresário fictício que atendia o telefone e negociava o que aparecia. A gente ensaiava em uma pastelaria em Belo Horizonte.

Corta para 25 anos depois. Qual é o segredo? Por que a música que vocês fazem não envelhece?

Não tem uma cartilha. A gente tem que fazer o que está sentindo! Um exemplo: para escolher as músicas desta turnê de 25 anos, a gente resolveu colocar 25 hits como base do repertório. Quase 95% dessas músicas foram feitas de forma muito natural, não foram programadas. Às vezes, vem a música e depois a letra, outras foram compostas e ninguém dava nada por elas, mas todas são músicas feitas com muita verdade e de forma muito sincera por todo o grupo. Tem um exemplo, que é Dias melhores, que a gente lançou em uma época que estava rolando muito rock nas rádios e ninguém dava muita coisa por ela, até que a gente fez um clipe na raça e a música decolou. Fácil é outra. A letra diz: “Fácil, extremamente fácil/ Pra você, e eu e todo mundo cantar junto”. É tão bom ver todo mundo feliz e cantando junto. Que força que tem uma canção cantada a muitas vozes! A música tem uma potência que é própria dela e isso nem sempre é planejado.

Essa positividade nas letras, você também tem levado para palestras motivacionais… Eu estava em uma academia e chegou um cara com a ideia. Ele ficou na minha cola, disse que tinha uma empresa que fazia palestras e queria muito me ter nesse time. Eu disse: "não tenho tempo para isso não, quase não tenho tempo de ir ao banheiro!” E ele ficou insistindo até eu aceitar. Ele me ajudou a contar essa história, de como eu desenvolvo e gerencio a carreira, como supero as dificuldades, sempre procurando me reinventar. Na real, eu conto parte dos perrengues que passamos até agora com o Jota. Por exemplo, no começo da nossa carreira, a gente tinha feito um disco, o segundo estourou e veio a pressão para o terceiro, que é o Oxigênio . A gente ficou gigante, viramos celebridades, só que passamos a "tomar porrada" de tudo quanto é lado da imprensa. Não tinha internet e o cancelamento era provocado, o que os jornais não diziam que era legal, não era. A gente começou a incomodar porque estávamos em tudo o que era programa de TV, mas não sabíamos o que era o sucesso e isso mexeu muito com todo mundo. Estouramos primeiro no sul do país e aí chegamos no Rio, depois em São Paulo. Naquela época a gente ainda usava aquelas perucas black power , isso em 1998. Depois mudamos tudo, as roupas

"É tão bom ver todo mundo feliz e cantando junto. Que força que tem uma canção cantada a muitas vozes" inclusive, e investimos em outras facetas: nos tornamos uma banda pop, festiva, e que também faz canções. Explodimos!

A gente fazia três, quatro shows por semana, ganhou dinheiro e fama, mas não conseguia andar na rua. A gente aprende muito com os erros. E supera. Além da música, soube que tem um projeto artístico novo pintando aí. Pode contar sobre isso?

É uma galeria de arte, a Galeria Cobo. O nome vem de cobogó (aqueles tijolinhos feitos de cerâmica ou cimento, furados).

Fica em um espaço cultural muito bacana que está rolando em Belo Horizonte, o Mercado Novo. Na verdade é um mercado bem antigo, dos anos 1950, que foi criado à época para concorrer com o Mercado Central e acabou não dando muito certo. Com o passar dos anos, ele vem sendo tomado pela galera mais jovem, transformando-se em uma ocupação cultural bem interessante, com artes e gastronomia. O estilista Ronaldo Fraga levou seu ateliê para lá. Eu e meu amigo, o artista plástico Marcus Paschoalin, piramos e resolvemos montar um negócio: uma galeria de arte para fomentar a cena e o lugar, que lembra o antigo Mercado Mundo Mix, em São Paulo, só que com muita "mineirice"! Estreamos com a exposição do Jotapê, um cara bem querido daqui, bastante conhecido da nova geração de artistas contemporâneos, além de fotografias do Wanderley Nunes, cabeleireiro famoso que também tem um trabalho fotográfico incrível, e obras do Marcus Paschoalin, meu parceiro nessa empreitada.

Além das artes visuais, você também tem feito participações no cinema, certo?

Eu gosto muito da experiência de não aparecer, só mostrar a voz. Já participei de trilhas para filmes da Disney, como O Planeta do Tesouro, Homem Aranha 2 e de Viva - A Vida é uma festa, Neste último também fiz a dublagem de um dos personagens. Fiz também, como eu mesmo, Muita calma nessa hora I e Muita calma nessa hora II (Globo Filmes) e estamos participando da trilha de um projeto novo, um filme da Giovanna Antonelli, baseado em um livro de Cris Souza Fontês, chamado Apaixonada aos 40, que é uma comédia romântica.

Vi no seu Instagram uma postagem com a frase: “Descarte seus desperdícios”. Quais são os seus?

O tempo! Principalmente em redes sociais. É extremamente tóxico! Acaba comigo, com a minha paz. Durante a pandemia, minha mulher escondia meu telefone e só me entregava lá pelas 10 horas da manhã, depois que eu tivesse feito minha caminhada. Porque a pessoa acorda às 7 horas e até às 9 não faz nada, só fica ali passando o que aparece na tela. Não quero mais isso, não! Fui morar na montanha durante a pandemia e adoro! Respiro um ar melhor, vivo em um lugar calmo e cheio de verde. Me recarrego e volto ao palco em paz e feliz.

"Não quero mais isso, não! Fui morar na montanha durante a pandemia e adoro! Respiro um ar melhor, vivo em um lugar calmo e cheio de verde"

Vitor Kley Ganhou O Cora O Do P Blico Com Baladas Rom Nticas Que Fazem Todo Mundo Cantar E Dan Ar

Um dos grandes nomes da música pop brasileira atual, Vitor Kley nasceu em Porto Alegre e passou parte da infância em Novo Hamburgo. Mas foi em Balneário Camboriú (SC) que descobriu suas maiores paixões: a música e o surfe. Cantor e compositor, escreveu sua primeira música aos dez anos de idade. Descoberto e apadrinhado por Armandinho no começo da carreira, lançou seu primeiro álbum, Eclipse Solar, em 2009. Em 2015, foi contratado pela gravadora Midas Music, de Rick Bonadio, produtor de artistas como Charlie Brown Jr, Mamonas Assassinas, Titãs e NX Zero. A fama veio em 2018 com O Sol, que virou hit do verão naquele ano. Seu som atravessou o Atlântico e conquistou também Portugal, país onde ele viveu por um tempo com a atriz Carolina Loureiro. Em 2021, Vitor foi indicado ao Grammy Latino na categoria de Melhor Álbum Pop Contemporâneo em Língua Portuguesa e, na última edição do Rock in Rio, subiu ao palco com Di Ferrero, da extinta banda NX Zero, de quem o músico é fã desde a infância.

A última vez que você esteve aqui foi em 2019. O que mudou desde então na sua vida? Acho que muitas coisas mudaram, principalmente na minha parte mental. Eu conheci um outro Vitor na pandemia – acho que todo mundo conheceu uma outra pessoa. O que mudou mesmo foi o meu interior.

Onde você passou a pandemia?

Eu fui para Balneário Camboriú e fiquei na casa dos meus pais. Achei que seria bom todo mundo se cuidar junto e foi a melhor escolha que eu fiz. Acabei conhecendo outros pais. Vivi momentos com o meu pai que eu não vivia há anos. Antes da pandemia, meu pai teve uma crise de depressão. E é muito louco, parece que a gente sarou o negócio junto, ele está estabilizado. É engraçado esses contrastes da vida. Tem coisas horríveis que trazem algumas coisas positivas.

Mudou sua forma de enxergar a música? Mudou. Eu me senti mais confiante, mais seguro e mais agradecido. Eu era agradecido antes da pandemia, só que não tinha uma visão tão clara do que eu realmente queria fazer, que é simplesmente fazer um som, fazer as “paradas” que meu coração sente. Acho que eu tinha uma preocupação maior com o mercado, uma coisa muito de comparação. Eu senti que isso, ao menos para mim, não é válido. Meus valores são outros. Então, agora que voltamos a fazer shows, estamos tocando nossas músicas autorais. Antes a gente tocava algumas releituras para agradar o público que não nos conhecia.

Você tocou no Rock in Rio com o Di Ferrero. Como aconteceu essa junção? É uma coisa engraçada, eu acredito que o universo vê tudo que a gente está fazendo aqui, vê quem insiste por muito tempo. Acho que essa conexão musical, de eu ser moleque e gostar do som do NX, e de todo o carinho que eu tinha, foi colocando ele no meu caminho. Eu vim para São Paulo e a primeira vez que entrei no estúdio, ele passou por mim na recepção. Só que estava falando no telefone, estava com pressa. Eu olhei e falei: “mano, o Di Ferrero”. Logo depois as coisas aconteceram com a música O Sol. Fui fazer um programa de televisão e quem estava lá? O Di Ferrero. Acho que foi nesse dia que a gente sentiu que era muito parecido na maneira de ver a vida. Ele me falava dos pais deles, eu falava dos meus. Mais para a frente a gente foi brincando de: “escuta essa música aqui, o que você acha disso?”. Manda uma composição, vem e vai. As coisas foram surgindo. Ele me chamou para fazer parte de um projeto, que é o Di boa sessions. Até que nossa amizade foi concretizada em Intensamente, um dos singles que ele lançou recentemente. Foi uma música bem especial.

Vocês vão fazer uma turnê juntos? Essa pergunta de milhões. Todo mundo pergunta. A princípio seria só para o Rock in Rio, mas quando a gente terminou o ensaio todo mundo se olhou e falou: “cara, vocês vão ter que viajar com isso aí juntos”.

Como é sua vida em Balneário Camboriú? Quando estou lá sigo a rotina que sempre tive. Eu pego a rua da minha mãe, dobro a esquina, chego no mar, vou surfar e tento não mudar isso, porque é uma coisa que sempre me fez muito bem. Recebo muito carinho da galera de lá e o que eu acho mais incrível, mais foda, são as crianças. A galera que surfa, os meninos me vendo na água, o brilho no olhar. Os molequinhos falam: “‘caraca’, tu era daqui, como é agora estar na televisão?” Eu falo: “cor- ram atrás dos sonhos de vocês, vocês querem ser surfistas profissionais, querem ser cantor? Vai que dá! Nós somos do mesmo lugar, estamos juntos”. Isso é o mais legal. Sempre que eu saio na rua tem alguém para dar um abraço, para elogiar, para dizer as músicas que gosta. É muito bonito receber essa energia.

O que te inspira?

Os “rolês” que eu dou, os relacionamentos que eu tenho. Tanto os bons quanto os ruins. Tem aquela história de que quando o cara está mal é que vem as músicas boas. E vem mesmo, vem umas “pedradas”. O cara quer falar, botar para fora quando escreve.

Quando criou sua música O Sol, qual era a inspiração?

A natureza mesmo, o sol. Sou um cara muito ligado ao mar, nessa época eu estava muito puto porque as “paradas” não rolavam. Estava com um sentimento guardado de: “caralho, estou tentando há muito tempo, ‘velho’”.

Por estarem no sul, não no eixo São Paulo-Rio?

Eu já estava aqui. Não sei explicar o que acontecia. Eu ia nos lugares, mostrava as músicas, não rolava. Às vezes até tocava um tempinho na rádio, mas ninguém curtia tanto. Então voltei para casa.

Quando foi a virada?

Quando eu escrevi O Sol, em 2016. Escrevi a música em Balneário, na Praia Central. No final de 2017 a gente lançou a música e o “bagulho” começou a ficar “louco”.

“Tem aquela história de que quando o cara está mal é que vem as músicas boas. E vem mesmo, vem umas ‘pedradas’”

Quando você sentiu que realmente a música pegou?

Foi no carnaval de 2018 que a “parada” explodiu de um jeito que nunca vi. Tomara que eu veja outras vezes na vida. Lembro que fui surfar um dia de manhã e tinha uma menina escutando na areia da praia. Entrei no mar, alguém falou da música. Saí para almoçar e tinha um cara tocando no barzinho, no violão. Saí a noite com meus parceiros para dar um “rolê” e tava tocando o remix da música. Eu falei: “a parada estourou muito”. Já me mandaram vídeo do carnaval, um bloco de rua, todo mundo cantando: “ô, sol...”

Além desse momento, teve algum outro inesquecível na sua carreira?

O momento mais inesquecível foi quando conheci uma menina chamada Ana Luiza, uma criança de cinco anos, que estava fazendo um tratamento de câncer. Eu conheci em um show. Foi uma “parada” “animal”, não sei se vou viver uma coisa tão bonita quanto foi viver com a Ana do nosso lado. A nossa música ajudava ela nos tratamentos, que são pesadíssimos. A Aninha acabou virando “estrelinha” e eu pude me despedir dela. Depois dali nossa vida virou uma chave diferente. Os valores mudaram. Começamos a fazer som para a Ana e para todas as outras milhares de pessoas que a gente nem conhece. A Ana é muito presente pra gente, mesmo não estando aqui em matéria.

Qual é seu maior sonho?

Meu maior sonho é poder mudar a vida das pessoas

Parceria dos sonhos?

“Bah”, tem tantas. Talvez o John Mayer.

Como foi receber o convite da Sandy?

Foi tipo: “peguei a listinha de ‘zerar a vida!’” Foi bizarro. Ela é superquerida. Aquela família é um exemplo de simplicidade, humildade, de manter o pé no chão.

Quais são suas referências na música?

Eu cresci escutando Super Trap, que é uma doideira, meio psicodélica. Tem muitos arranjos vocais, todos são músicos fenomenais, tocam piano, guitarra, instrumentos de sopro. É algo que me enriquece muito musicalmente. Sai do óbvio. Eu gosto demais de Natiruts, é uma banda nacional que eu acho incrível. Oasis, que é mais barulheira, curto para caramba. Tem um cara que é “nada a ver”, o Ole Børud, um norueguês que eu acho que é mais do ramo do gospel, ninguém conhece muito. Ele tem a música Backyard Party, que é uma aula de “sonzera”. Os outros vocês já sabem: Mayer, Ed Sheeran, Bruno Mars. Também caminho um pouco pela MPB, gosto de ouvir Caetano, Djavan, Lenine. Acho foda. E rock, adoro a energia. No meio disso tudo, dessa mistura, acaba saindo o meu som.

Após os shows de Portugal, em 2019, você tem conquistado ainda mais fãs em territórios internacionais. Você pretende fazer turnê em outros países agora? Essa tour em Portugal foi insana, foi um negócio incrível, chocante. A gente quer que o ano que vem seja o nosso ano de ouro, quer ir pela primeira vez para os Estados Unidos, quer chegar em mais territórios. Eu estou querendo começar a fazer aulas de espanhol. Já falo um pouco do inglês, mas quero fazer mais aulas para aperfeiçoar. Enquanto estão deixando a gente sonhar, a gente vai sonhando, vamos abrindo os caminhos!

“Meu maior sonho é poder mudar a vida das pessoas”

Kanye West encarnando Cristo, ostentando uma coroa de espinhos. Leonardo DiCaprio deitado em uma banca de frutas, com bananas na mão. Eminem, nu, com cara de menino travesso, segurando o que parece ser uma dinamite prestes a detonar. A ícone trans Amanda Lepore como Marilyn Monroe no famoso quadro de Andy Warhol. Se imagens como essas existem na moda, na publicidade e na arte contemporânea é porque o trabalho do fotógrafo David LaChapelle distinguiuse inabalavelmente nos últimos 30 anos, moldando a chamada “era das celebridades” e criando um estilo de retratos que a revista Vice recentemente descreveu como uma “celebração surrealista” e uma “sátira atrevida”. O norte-americano de 59 anos é considerado um dos mais marcantes cronistas da cultura pop, e sua assinatura é uma estética de cores explosivas, com um nível de detalhe que parece preciso demais para ser real, além de características lúdicas e religiosas. São fotos que contam histórias inteiras, em cenas improváveis com personagens e elementos interagindo em paisagens inusitadas. É o “familiar que se torna estranho”, como a crítica também costuma pontuar sobre LaChapelle. Passando por capas de álbuns, ensaios de revistas e direção de videoclipes, clicando modelos, artistas e até políticos, o fotógrafo registrou praticamente todo mundo que simbolizou o glamour e a fama das últimas décadas. David Bowie, Madonna, Britney Spears, Angelina Jolie, Gisele Bündchen e Hillary Clinton são alguns nomes, mas a lista é bem longa. “Sempre me interesso pelas pessoas que compõem nosso mundo, as figuras célebres da época em que vivemos”, diz LaChapelle. “Eles dizem muito sobre a natureza do tempo em que estamos.”

Reflexões sobre a fama e o consumismo aparecem nas imagens de Amanda Lepore, como a Marilyn Monroe de Andy Warhol (2003), e de Leonardo DiCaprio, entitulada Unspoiled (1996)

“Como artista, você pode escolher o que criar, e eu sempre quis fazer fotos que usassem beleza e tocassem as pessoas, as comovessem e as inspirassem” -David LaChapelle

Ao lado, Would-Be Martyr e, no alto, 72 Virgins, de 2008, são exemplos das claras referências religiosas do fotógrafo

Profano e sagrado

Desde os anos 1990 consagrado como astro da fotografia, LaChapelle foi revelado muito jovem, aos 17 anos, por Andy Warhol. O mestre da pop art conheceu o talentoso adolescente, que havia fugido de casa, no estado de Connecticut, para o East Village nova-iorquino, durante uma noitada no lendário Studio 54, e lhe indicou para um emprego na Interview Magazine.

Suas fotos na seção de entrevistas da revista chamaram a atenção e logo ele se viu criando capas editoriais e campanhas publicitárias. “Foi fazendo esses trabalhos que aprendi a me comunicar e a ter clareza em uma imagem, não apenas adicionar mais confusão ao mundo”, comentou o fotógrafo. Seguindo os passos de seu mentor, ele construiu uma carreira artística obcecado com o encontro entre o consumismo e a fama.

Antes disso, porém, seus primeiros trabalhos refletiam o impacto da incerteza existencial de viver o auge da crise da AIDS na década de 1980, e retratavam integrantes da comunidade gay nova-iorquina como santos, mártires e anjos. “Quando comecei, muitos amigos estavam morrendo e eu pensei que ia morrer também. Queria um propósito para estar vivo. Não se tratava de dinheiro ou de deixar um legado. Tratava-se de fazer belas imagens para o mundo. Então usei todo o dinheiro que tinha no banco e mandei fazer essas asas desenhadas. Eu queria fotografar o espírito dos anjos e me aproximei muito de Deus.” LaChapelle queria trazer luz para aquele momento sombrio. “Como artista, você pode escolher o que criar, e eu sempre quis fazer fotos que usassem beleza e tocassem as pessoas, as comovessem e as inspirassem.”

Ao lado, Lady Gaga e Kanye West posaram juntos para LaChapelle em 2009

Em 2006, o fotógrafo fez a série Deluge, inspirada na estética renascentista

A veia provocativa de LaChapelle aparece em Milk Maidens (1996) e Havaianas, campanha da marca brasileira lançada em 2012, nos EUA

Ali aflorava também sua veia provocativa. Uma das mais conhecidas polêmicas de LaChapelle foi a série Jesus is my Homeboy, de 2003, em que reproduziu seis cenas bíblicas em ambientes suburbanos e com anônimos de diferentes grupos étnicos interpretando Cristo, Maria e os apóstolos, entre outros personagens. “No mundo da arte ou no mundo da moda, é quase um choque se falar de Deus ou de Jesus”, afirmou.

De Nova York ao Havaí

A documentação sobre a epidemia de AIDS, assim como a influência dos temas espirituais em suas criações – mais comerciais ou não – ao longo da carreira, são alguns dos destaques da maior exposição de LaChapelle já realizada nos Estados Unidos e sua primeira individual em um museu de Nova York. Em cartaz até janeiro de 2023, Make Believe, ocupa o Fotografiska New York com 150 trabalhos produzidos entre 1984 e 2022, alguns nunca exibidos. Estar em Nova York, apesar de algo frequente em sua rotina, agora significa um retorno às origens para LaChapelle. Há 12 anos, ele se estabeleceu em uma fazenda na ilha de Maui, no Havaí, e tem vivido mais distante do cosmopolitismo e da indústria da mídia e da fama que definiu sua carreira. Embora as fotos de celebridades que se tornaram obras de arte sejam o centro da atual retrospectiva, os temas fundamentais na trajetória de LaChapelle, como religião, meio ambiente, identidade de gênero e imagem corporal, são contemplados com ênfase na mostra. Make

Na série The Kingdom Come (2009), um sósia de Michael Jackson encarna um mártir, em uma homenagem póstuma ao cantor

Believe apresenta ainda algumas de suas produções mais recentes, que exploram novamente o divino, porém, das paisagens havaianas. “Eu troquei um tipo de selva por outro quando me mudei [de Nova York] para o Havaí”, diz LaChapelle. “Sempre encontrei paz na floresta, sempre encontrei direção lá. Há Deus na natureza.” Uma dessas novas séries mostra as luzes de um posto de gasolina se destacando em meio ao verde selvagem de Maui.

Ele conta que se divertiu muito com os trabalhos para revistas e marcas ao longo dos anos, mas que mudou sua visão sobre o consumo e a felicidade. “Eu amo glamour, moda e beleza – isso está com as civilizações desde sempre, mas eu precisava me afastar. Tenho feito fotos por outros motivos, além do comercial.”

Isso se reflete na maneira como lida com as redes sociais: “são apenas mais uma maneira de estar ocupado sem realmente fazer nada”, diz. Após resistir ao Instagram por um bom tempo – paradoxalmente, o principal canal de exibição das celebridades nos dias de hoje – LaChapelle se convenceu quando viu a possibilidade de estabelecer um relacionamento mais próximo com seu público. “Eu não queria que minhas fotos fossem tão pequenas. Eu não quero ver coisas aleatórias. Preferiria que as pessoas se esforçassem para folhear um livro ou ir a uma exposição.”

LaChapelle instiga seus fãs a ser tão cuidadosos com o olhar quanto ele é com suas lentes.

Identidade de gênero e imagem corporal sempre permearam o trabalho do artista, como em 1 Samuel 18:1 (2021) e no registro do rapper Tupac (1996)

Não se sabe ao certo quando aconteceu o primeiro festival de música do mundo. As origens desses eventos remontam à Grécia Antiga e envolviam competições esportivas, teatrais e, claro, musicais. Os grandes festivais modernos, no entanto, têm seu ponto de partida e inspiração em um evento muito específico – e mítico, por assim dizer: Woodstock. Ele não foi o primeiro festival da era contemporânea, nem mesmo o maior, mas é, com certeza, o mais famoso. Uma fazenda na cidade de Bethel, no estado americano de Nova York, recebeu mais de 400 mil pessoas em agosto de 1969 para três dias de paz e música, como anunciado em panfletos e cartazes. O evento, que inicialmente disponibilizou ingressos para venda, acabou se tornando gratuito, já que não havia grades ou funcionários o suficiente na equipe para controlar a entrada de pessoas. Jimi Hendrix, Janis Joplin, The Who, Santana e Creedence Clearwater Revival foram alguns nomes que subiram ao palco de Woodstock e comandaram multidões, no que é considerado um marco do movimento de contracultura da década de 1960, fenômeno antiestablishment que defendia direitos civis, libertação sexual, fim das guerras (em especial a Guerra do Vietnã), da segregação racial, da supremacia branca e das diferentes interpretações do “sonho americano”.

Com o passar dos anos, o espírito comunitário de Woodstock deu lugar aos festivais de música com modelos de negócios que conhecemos hoje. Na última década, principalmente, os eventos ganharam investimentos graúdos, ativações de marcas, múltiplos palcos, diferentes gêneros musicais reunidos e cada vez mais popularidade, impactando economias locais em centenas de milhões de dólares e com ingressos que se esgotam em questão de minutos. Na lista a seguir, detalhamos seis dos principais festivais de música pelo mundo para curtir sem pedir licença. Todos a bordo!

Glastonbury

O evento começou em 1970 com apenas 1.500 pessoas em uma fazenda em Pilton, Somerset, no sudoeste da Inglaterra. Os ingressos custavam 1 libra e davam direito a leite de graça na fazenda. No ano seguinte, com o nome de Glastonbury Fair, o evento recebeu 12 mil pessoas, não cobrou ingressos e contou com David Bowie no line-up. Foi em 1981 que o festival passou a se chamar, de fato, Glastonbury Festival, e ter edições anuais.

A enorme área que o festival ocupa é cercada de simbolismo, mitologia e tradições milenares. Acredita-se que o Rei Arthur esteja enterrado ali, e também que seja o local onde as linhas de ley, supostos alinhamentos geográficos e históricos desvendados pelo arqueólogo Alfred Watkins, convergem.

Misticismo à parte, o fato é que Glastonbury é um dos mais populares festivais de música e recebe centenas de milhares de visitantes em suas edições, que em sua maioria acampam na grande área que permeia a Worthy Farm. Já se apresentaram por lá artistas como The Cure, Elvis Costello, Oasis, Radiohead, Coldplay, Paul McCartney, Beyoncé, U2, Adele e The Rolling Stones, para citar alguns.

Inspiração para outros que vieram em seguida, o Glastonbury se consolidou como um evento que preserva a cultura de comunidades, e não há chuva ou lama que possam atrapalhar a festa

Festival Internacional de Jazz de Montreal

Detentor do recorde de maior festival de jazz do mundo, o Montreal International Jazz Festival, no Canadá, acontece anualmente desde 1980 e reúne cerca de 3 mil artistas de mais de 30 países, mais de 650 concertos em 20 palcos (incluindo 450 apresentações gratuitas ao ar livre), recebendo mais de 2 milhões de visitantes por ano.

Caminhando para sua 43ª edição em 2023, o festival já recebeu nomes como Ray Charles, Miles Davis, B.B. King, Chet Baker, Gilberto Gil, Caetano Veloso, João Gilberto, Tony Bennett, Leonard Cohen, Ella Fitzgerald, Stevie Wonder, Herbie Hancock, Aretha Franklin, Nina Simone… Está bom ou quer mais?

Com mais de 40 anos de história, o Montreal Jazz Fest fez de um encontro casual de fãs de jazz um festival que recebeu as maiores lendas da música internacional

Rock in Rio

O ano era 1985 e o Brasil passava por grandes transformações. Após mais de 20 anos sob o regime da ditadura militar, o país dava seus primeiros passos rumo à democracia. Foi nesse cenário que nasceu o Rock in Rio e, pela primeira vez, um país da América do Sul sediava um evento musical daquela magnitude. Foi histórico: dez dias de festival tomaram a Cidade do Rock, no Rio de Janeiro, e mais de 1,3 milhãs de pessoas se reuniram para ver Queen, Rod Stewart, AC/DC, Iron Maiden, James Taylor, alguns desses até então inéditos no Brasil, além de artistas nacionais como Gilberto Gil, Ney Matogrosso, Barão Vermelho, Rita Lee, e muitos outros.

A edição seguinte, em 1991, aconteceu no Maracanã e foi igualmente histórica, com shows de Prince, Guns N’ Roses, George Michael e A-ha. O festival passou por um hiato de dez anos e voltou à Cidade do Rock em 2001, onde introduziu nomes além do rock, como N’Sync, Britney Spears e a Orquestra Sinfônica Brasileira. O Rock in Rio só voltou a acontecer no Brasil novamente em 2011, quando passou a ter edições a cada dois anos no país.

A expansão internacional veio em 2004, com o Rock in Rio Lisboa, em Portugal. A “terrinha” já recebeu mais de oito edições, com algumas acontecendo simultaneamente em Madrid, na Espanha. Até Las Vegas já teve seu próprio Rock in Rio, em 2015. Segundo a organização do festival, mais de 12 milhões de pessoas já passaram pelas plateias nas 22 edições de Rock in Rio.

Lollapalooza

Tudo começou como uma turnê de despedida da banda Jane’s Addiction. Seu vocalista, Perry Farrell, idealizou a turnê como um grande festival itinerante que cruzou Estados Unidos e Canadá no verão de 1991. O line-up incluía artistas de rock alternativo, como Siouxsie and the Banshees; música industrial, como Nine Inch Nails; e até rap, com performances de Ice-T. Em 2005, após anos acontecendo em várias cidades nos Estados Unidos, o Lollapalooza fincou raízes no Grant Park, em Chicago, atraindo 65 mil pessoas em um calor de 40 graus para ver bandas como The Killers, Billy Idol, Arcade Fire e The Black Keys. Foi em Chicago que o Lollapalooza se estabeleceu como um festival de destino único, cresceu e tornou-se famoso mundialmente.

O début internacional veio em 2011, com a primeira edição em Santiago, no Chile. No ano seguinte, a estreia no Brasil, no Jockey Club de São Paulo. Foi só em sua terceira edição no país, em 2014, que o festival passou a acontecer no Autódromo de Interlagos, onde segue até hoje. Argentina, Alemanha, Suécia e França também recebem edições anuais, tornando o Lollapalooza um sucesso global. Em julho deste ano, a organização do festival anunciou a primeira edição no continente asiático para janeiro de 2023, em Mumbai, na Índia.

Coachella

Um dos mais populares festivais de música no mundo, o Coachella é um verdadeiro fenômeno de apresentações e público, e tornou-se esse gigante muito por conta do buzz gerado nas redes sociais e em veículos de notícias que cobrem extensivamente suas edições, das performances às tendências de moda e comportamento criadas ali.

A primeira edição do Coachella Valley Music and Arts Festival aconteceu em 1999 em Indio, cidade no meio do deserto na Califórnia. Em 2001, após um ano sem festival, o Coachella passou a acontecer anualmente no mesmo local, sempre na primavera do hemisfério norte. Björk, Amy Winehouse, Dr. Dre e Snoop Dogg (que fizeram uma apresentação histórica em 2012 ao cantar juntos com um holograma do rapper Tupac, morto em 1996), Red Hot Chili Peppers, Jay-Z, Kanye West, Blur, OutKast, Drake, Lady Gaga, Kendrick Lamar, The Weeknd, Eminem, Ariana Grande, Beyoncé e a brasileira Anitta são alguns dos nomes que já performaram no palco principal do Coachella.

O Coachella é um dos maiores exemplos de como as mídias sociais podem transformar a cobertura de shows e alavancar um festival de música a um evento de influência global

Tomorrowland

A pequena cidade de Boom, na Bélgica, tem cerca de 18 mil habitantes. Desde 2005, no entanto, uma vez ao ano, no verão, recebe centenas de milhares de pessoas – foram 600 mil na última edição, em 2022 – para o Tomorrowland, festival de música eletrônica que figura entre os maiores e mais importantes do mundo.

Os gigantescos palcos que variam suas formas de acordo com o tema do festival – que também pauta as belas fantasias usadas pelos visitantes – abrigam os maiores DJ’s e produtores musicais da atualidade, como Armin Van Buuren, David Guetta, Swedish House Mafia, Avicii (que ganhou uma série de tributos no festival após sua morte, em 2018), Tiësto, Hardwell, Skrillex, Steve Aoki, Fatboy Slim, Axwell Λ Ingrosso, Martin Garrix, Dimitri Vegas & Like Mike e outros importantes nomes do EDM (electronic dance music).

A meca da música eletrônica reunida em uma pequena cidade na Bélgica. Adicione à fórmula enormes e coloridas esculturas e figuras mágicas espalhadas por todo o lugar e dance sem parar!

Por Renata Zanoni Fotos Miro 5 min

Quando Leandro Milan e Paula Giannaccari se conheceram, não imaginavam que seus destinos iriam se cruzar mais de uma vez. Leandro (33) era professor do curso de Gastronomia do Senac São Paulo e Paula (33), na época, morava em Minas Gerais e veio fazer um curso de 40 dias de gastronomia. Foi ali que se conheceram e começou uma conexão para os negócios. Conversa vai, panela vem, os dois viram interesses em comum para criar uma empresa que atendesse de forma personalizada diferentes necessidades da clientela quando o assunto é gastronomia. Voltando um pouco no tempo, Leandro e Paula tiveram diferentes experiências no mercado. Ele é hoteleiro e cozinheiro formado pelos Hotéis Senac de Águas de São Pedro e de Campos do Jordão, foi subgerente de A&B no Clube Monte Líbano gerenciando sete restaurantes e docente do Senac. Por sua vez, ela é formada em Administração Hoteleira pela Anhembi Morumbi e pós-graduada pelo Mackenzie em Gerenciamento de Processos, fez especialização em produção de massas frescas e panificação na Itália, atuou durante cinco anos no grupo St. Marche e foi responsável pela implantação do Eataly Brasil coordenando a produção de cinco restaurantes. O primeiro encontro foi como aluna e professor, mas depois veio a ideia do negócio e lançaram o Lá na Cozinha. Vem saber mais!

Como resolveram se unir e montar o Lá na Cozinha?

Na verdade, montamos o nosso espaço em outubro de 2019 e logo em seguida veio a pandemia. Com isso, o setor alimentício teve que se reestruturar, ou melhor, tivemos que recalcular nossa rota. Naquele momento tivemos que parar com o Lá na Cozinha e fomos em busca de um negócio para delivery , algo que tinha muita procura naquele momento. Encontramos um espaço no bairro do Belém, na zona norte de São Paulo, e montamos o Lá na Pizzaria, que depois passou a se chamar Zarotti. Montamos uma pizzaria e rotisserie apenas para entrega. Tínhamos pizzas todos os dias, além de massas frescas e costela assada no barbecue. Foi uma experiência diferente, mas conseguimos uma clientela fiel e ficamos com o ponto por dois anos. Até percebermos que era o momento de voltarmos ao nosso antigo sonho e colocarmos toda a nossa energia no Lá na Cozinha novamente.

Qual o conceito do Lá na Cozinha? O Lá na Cozinha é um produto exclusivo para um público mais seleto, que quer ter um cardápio refinado e personalizado. Oferecemos tanto o serviço de catering para um evento corporativo, elaboramos menus para festas particulares, ou ainda temos os pratos da linha ToGo para aqueles que desejam receber os amigos em casa e ter pratos saborosos e refinados para servir aos seus convidados. Já fizemos eventos, por exemplo, para a empresa T4F Musicais e para o Acer do Brasil. Poderíamos definir o LNC como gastronomia de qualidade com preço justo.

Qual o diferencial da empresa? Resolvemos abrir um coworking de cozinha com aluguel do espaço por hora, dia ou semana e, com isso, ajudarmos quem está começando no mercado, os empreendedores. Algo mais moderno e arrojado. Esse foi o nosso grande intuito, pois tudo era muito caro para quem estava começando. Fundamos oficial - mente em 2019 e, desde então, fizemos mudanças e adaptações para nos ajustarmos e mostrarmos ao que viemos ao mercado, que é disputado, mas tem espaço para todos que querem trabalhar de forma séria e com amor.

Quais serviços oferecem atualmente?

Nós conseguimos oferecer uma experiência completa, com personalização de cardápio.

Hoje, temos três frentes de atuação: área de eventos, treinamentos e consultorias. Além disso, oferecemos o serviço de banqueteria ToGo, desenvolvemos produtos para Food Service, elaboramos cardápios e temos a locação da cozinha. Nossa cozinha é toda equipada e tem sido escolhida tanto por grupos de amigos que querem se reunir para cozinharem juntos como para experiências corporativas, aulas particulares, gravações e produções culinárias.

Quais os pratos mais marcantes e saborosos que o Lá na Cozinha tem?

(L) Eu acho que nossos carros-chefes são a costela barbecue e o nosso pudim.

(P) O Brie folhado com castanhas e mel é outra de nossas especialidades. Além do rosbife, que é bem caseiro e nada de ultraprocessamento ou de química, muito saboroso.

Qual a culinária predileta?

(L) Eu gosto de trabalhar com produtos na brasa e barbecue . Não dispenso alho nos meus preparos.

(P) Quando penso em culinária predileta, lembro de minhas origens familiares e do meu tempo morando na Itália, então, não nego que minha eterna preferência é pela culinária italiana. Por isso, uma bela pimenta do reino é um item indispensável na minha cozinha.

Quais chefs vocês admiram?

(L) Eu admiro os chefs Alex Atala e o Laurent Suaudeau.

(P) Eu gosto muito também do chef Laurent Suaudeau e da chef Renata Vanzetto.

Com quem gostariam de dividir a cozinha ou restaurante que desejam conhecer?

(L) Eu gostaria de ter a oportunidade de trabalhar com o chef argentino Francis Mallmann (ele é especialista em culinária argentina e patagônica, com uso de diferentes técnicas de churrasco patagônico).

(P) Eu sonho em conhecer a La Bastide de Moustiers, na região da Provence, na França.

“Fizemos mudanças e adaptações para nos ajustarmos e mostrarmos ao que viemos ao mercado, que é disputado, mas tem espaço para todos que querem trabalhar de forma séria e com amor”

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