MundoTRI Triathlon Magazine - Set2011 - nº 12 - Ironman 70.3 Brasil

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Nº 12 - set. 2011

MONSTRO DO PEDAL Como Adriano Sacchetto venceu o 70.3 Brasil VOANDO NA CORRIDA A consagração de Susana Festner

ULTRAMAN “Parseca” é vice no Canadá

DOPING Fique alerta com as substâncias proibidas MundoTRI.com [set. 2011]

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HORA DA VERDADE: A largada do Ironman 70.3 Brasil

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ambiente de criação

O tecido faz a diferença

Faltam poucos segundos para o início. Você pensa no esforço para superar mais um desafio, nas escolhas que fez até chegar onde está: os treinos intensos, a alimentação balanceada e o equipamento ideal. Agora nada mais pode atrapalhar sua concentração e performance. E o tecido da sua roupa faz toda a diferença neste momento decisivo.

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Fernanda Keller - Triatleta - Participou por 23 anos consecutivos do Campeonato Mundial de Ironman - Hawaii, terminou 6 vezes entre os 3 melhores atletas e outras 14 vezes entre as 10 melhores atletas. - 2 vezes campeã Ironman Brasil Angra. - 5 vezes campeã do Ironman Brasil Floripa. - Hexacampeã do Troféu Brasil de Triathlon.

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Começa o desafio. Agora é com você.

santaconstancia.com.br


MundoTRI magazine

Editorial Muito interessante ver novos talentos se destacando no esporte. As vitórias de Adriano Sacchetto e Susana Festner no Ironman 70.3 Brasil mostram que a paixão pelo esporte e o apoio da família, são capazes de gerar grandes atletas. Infelizmente, não temos um programa nacional para descobrimento e aperfeiçoamento de novos talentos. O surgimento de atletas como Sacchetto e Festner dependem, essencialmente, da disposição das famílias em apoiarem e investirem no talento desses novos atletas. No caso de Susana, funcionária pública, um emprego estável a permite viver, mesmo que parcialmente, como atleta. E por falar em Ironman 70.3 Brasil, ficou claro a todos que a prova não pode permanecer como está. Quando um ou dois atletas estão no vácuo ilegal, a responsabilidade pelo fato é exclusivamente dos atletas. Mas, quando, praticamente, todo mundo está andando na roda, é sinal que há algo de errado com a prova. No caso de Penha, uma confluência de fatores que tornam a prova quase uma disputa do Tour de France. Como perguntou um amigo: Para quê tanto aparato aero para andar no pelotão? Optamos por não abordar a questão do vácuo nesta Revista, e sim deixar a discussão em nosso portal, assim, todos podem participar. Vale a pena conferir no MundoTRI.com.br o artigo “Como acabar com o vácuo no Ironman 70.3 Brasil”, no qual apresentamos algumas sugestões e ideias, que foram amplamente discutidas por nossos leitores. Aqui na Revista, trouxemos o lado bom da aprova, as incríveis vitórias de Adriano e Susana. Aproveite.

PUBLISHER Wagner Araújo wagner@mundotri.com.br

COLABORADORES Alexandre Giglioli Ana Lídia Borba Arthur Ferraz Camila Nassif Ciro Violin Felipe “PIPO” Campagnolla Lucas Helal Priscilla Dutra Roberto Lemos Rita Oliveira Vinícius Santana Wagner Araújo Yana Glaser REVISÃO Rita Oliveira FOTOS Adriano Ramos Bruna Bueno Delly Carr/ITU Janos Schmidt/ITU Wagner Araújo COMERCIAL midia@mundotri.com.br

ATENDIMENTO AO LEITOR faleconosco@mundotri.com.br

www.mundotri.com.br

Wagner Araújo - Triatleta, fundador e publisher do MundoTRI

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App MundoTRI para iPad, iPhone e iTouch

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28 32 Entrevista: Thaty Porto ”Eu sempre pratiquei diversos esportes. Comecei a nadar desde os seis anos de idade. ”

Ironman 70.3 Brasil

agosto 2011

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COPA CENTRO-OESTE DE TRIATHLON O calor de Palmas/TO levou os triatletas ao limite

SAÚDE Doping: fique atento com os suplementos do momento

IRONMAN 70.3 BRASIL Pedal e corrida, diferentes estratégias para as vitórias de Adriano Sacchetto e Susana Festner

10 REVIEW Lançamentos para

72 80 90

2012

CIÊNCIA DO TRIATHLON Método de treinamento intervalado

ULTRAMAN CANADÁ Roberto Parseghian conquista o vice-campeonato

IRONMAN DO HAVAÍ Analisando o percurso da bike e da corrida em Kona

16 NUTRIÇÃO Conhecendo os carboidratos - parte 3

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ÍNDICE

Edição Digital nº 12 - Ironman 70.3 Brasil. Ano 2. Setembro de 2011 Disponível na web e na Apple App Store para Ipad/Iphone/Itouch

CAPA: Adriano Sacchetto, vencedor do Ironman 70.3 Brasil 2011 - Foto: Wagner Araújo

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REVIEW

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NÚMEROS

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ALEXANDRE GIGLIOLI

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NUTRIÇÃO

23 32 39 45

Lançamentos para 2012

Ironman 70.3 Brasil

Como é fazer um Ironman sem treinar muito

Conhecendo e entendendo os carboidratos: parte 3

COPA CENTRO-OESTE O calor de Palmas/TO levou os triatletas ao limite

ANA LÍDIA BORBA

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CIÊNCIA DO TRIATHLON

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ULTRAMAN

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RACE REPORT

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XTERRA COSTA VERDE

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IRONMAN DO HAVAÍ

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PAN-AMERICANO DE SPRINT

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PSICOLOGIA DO ESPORTE

Os benefícios dos treinos de bike indoor

O método de treinamento intervalado

Roberto Parseghian conquista o vice-campeonato no Canadá

Ivan Albano é 5º no Ironman Louisville

Moletta foi o grande campeão

ENTREVISTA Thaty Porto fala de sua carreira

SAÚDE Insuficiência aórtica: cuidados que podem salvar a sua vida

IRONMAN 70.3 BRASIL A vitória de Adriano Sacchetto e Susana Festner

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TOP AMADORES EM PENHA

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PERFIL

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HEINRICH WAGNER

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Uma análise do percurso na Grande Ilha: bike e corrida

Diogo Sclebin e Pâmella Oliveira levaram o título

Uma análise do Diário até Kona

Ciça Carvalho e Rafael Brandão

Quem são Adriano Sacchetto e Susana Festner

A história do cego sul-africano que competiu no 70.3 Brasil

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PODE FALTAR NA GELA101 NÃO DEIRA Com Fred Monteiro

102 CIRO VIOLIN

Todo Ironman é Triatleta?

Os artigos dos colunistas são de responsabilidade dos mesmos e não refletem necessariamente a opinião da MundoTRI. Proibida a reprodução de qualquer conteúdo sem autorização. Muitas das atividades citadas e mostradas na Revista envolvem riscos. Não tente realizá-las se não estiver capacitado e com o equipamento correto.


Cartas para a redação

faleconosco@mundotri.com.br

“Equipe Mundo TRI, Sempre acompanho o dia a dia dos atletas, é ótimo! Acabamos ficando amiga deles por Facebook, eles contribuem com dicas, é perfeito! Parabéns pela iniciativa. Hoje de manhã encontrei um cara na estrada com a mesma camisa que eu (estávamos usando a camisa de ciclismo que vocês fizeram no Ironman Brasil). Falamos exatamente sobre isso, sobre o incentivo que nos dá ler dias tão complicados como os nossos e ver o quão guerreiros são essas pessoas comuns que partem em busca de suas vagas.” Elizabeth Marques Cossa - São José dos Campos/SP

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REVIEW Lançamentos Aqua Sphere A principal marca de equipamentos de natação para o Triathlon apresentou no 70.3 Brasil sua nova linha de produtos para 2012, inclusive roupas de treino e competição. O MundoTRI, é claro, estava lá para conferir tudo.

Kayenne Jr., uma versão menor do aclamado óculos de treinos e competição.

Aqua Sphere Hydraulics.

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REVIEW

Trainig suit feminino.

Novo Speedsuit, de acordo com as regras do Ironman do Havaí.

Porta Medalhas personalizado Você pode personalizar o seu Porta Medalhas, assim como fizemos na redação do MundoTRI. Vale a pena confeir: www.portamedalhas.com.br

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Números do Ironman 70.3 Brasil 662 Triatletas completaram a prova.

90 mulheres completaram os 113km de disputa, apenas 13,6% do total.

7:41:57 foi o tempo da última atleta a cruzar a linha, Telma Cristina Costa da categoria 45-49 anos. Ela chegou com a mesma alegria da primeira que cruzou a linha, Susana Festner.

21’45” como os 1.900m passam rápido quando Chicão Ferreira está nadando - pace de 1:08/100m.

1h14’07”

Foto: Wagner Araújo Foto: Wagner Araújo

levou Santiago Ascenço para correr os 21km da última etapa da prova, ritmo de 3’30”/km.

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41,9km/h média de Adriano Sacchetto, melhor pedal do dia e campeão da prova.

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15,23 km/h foi a velocidade de Susana Festner na corrida, pace de 3:56/km.

4h48’07” tempo de Maria Cecília Carvalho, a Ciça, melhor amadora brasileira e 9ª geral.

38,9km/h foi a maior média entre as mulheres no pedal, da atleta catarinense Mariana Borges.

4h00’56” cravou o melhor amador, Rafael Brandão, o 8º geral.

196 atletas terminaram a prova abaixo das 5 horas, 29,6% do total, sendo apenas 16 mulheres.

Foto: Adriano Ramos

9 número de vagas para o Mundial de Las Vegas em 2012 distribuídas na categoria M35-39, a mais beneficiada.

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Foto: Wagner Araújo

Coluna do Alexandre Giglioli Um relato do Ironman Louisville, de todos que corri, o que menos treinei

Muitas coisas acontecendo ao mesmo tempo, a assessoria crescendo e isso é muito bom! Reuniões e mais reuniões, um grande número de atletas próximos e outros à distância, mas que confiam em meu trabalho e experiência. Juntamente com minha equipe de professores, não podemos, de maneira alguma, deixar de atender qualquer solicitação ou e-mail, pois o mais importante é a nossa dedicação ao atleta. Tenho algo muito precioso e que me deixa cheio de orgulho que é a minha família, esposa e três meninos maravilhosos, que querem e necessitam, cada vez mais, de um pai presente. Aos sábados, nossos treinos são mais importantes, por isso, fica muito difícil fazer meus treinos pessoais no final de semana. Assim, todos são realizados de 2ª a 6ª, deixando minha agenda mais complicada ainda. Mas, alguém já treinou à tarde e em pleno inverno? Alguém já sentiu a secura

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e poluição de São Paulo à tarde? Foi difícil, mas saíram alguns treinos. Viajamos na terça-feira à noite e chegamos em Louisville na quarta-feira à tarde. O Hotel Downtown fica bem próximo à área de transição, e, após pegar o kit e deixar as bikes para montagem, aluguei um par de pernas, digo, um par de rodas. Ficamos sabendo que a água do rio estava quente e, provavelmente, não poderíamos usar wetsuit. Apesar de nadar muito bem, acabei não treinando muito. Fizemos uma corrida de 50 minutos sob um calor de 30º C. Estava muito quente e seco. No dia da prova, a temperatura máxima prevista é de 30 a 32º C. Acordamos bem cedo. A largada da prova era em fila indiana, ou seja, sai um atleta atrás do outro em 2 piers. Quando abriu a transição, estávamos lá, mas mesmo assim, fomos os 200º colocados na fila, acho que mais ou menos isso e ainda eram


treinar muito

Ironman sem

Como é fazer um

5:30hs. Ficamos deitados no chão conversando e tomando café esperando chegar 7hs, mas o dia demorou a clarear e a largada atrasou de 10 a 15 minutos. Conseguimos cair na água depois de 3min alto e o começo é sempre muito atrapalhado. Imagine que quem não nada bem, estava no começo da fila! Apesar disso, a água estava muito boa e percurso bem sinalizado com muitos caiaques. Um momento importante que aconteceu antes da largada e que me chamou a atenção, foi quando cantaram o hino americano. Todos em SILÊNCIO. Nós, brasileiros, temos muito que aprender com eles. Estavam todos de frente para o local onde o hino estava sendo executado e muitos estavam com a mão no peito. Mesmo as muitas criançinhas que estavam acompanhando seus familiares, pararam de brincar e ficaram quietinhas, sabendo o que estava acontecendo! Isso sim que é cidadania! Bom, voltando para a prova, o percurso era maravilhoso! Passava por fazendas, condomínios e subúrbios, mas muito duro para quem só tem a possibilidade de treinar na USP. Era um sobe e desce sem parar, muitas motos fiscalizando o vácuo, que não vi acontecer em momento algum. Após algumas muitas milhas, chegaram meus enjôos e para quem me conhece, sabe que este é um grande desafio. Mas, desta vez, tive a capacidade de analisá-los de uma outra forma: Ironman agora, só como coach! O que me dá mais prazer é acompanhar meus atletas nas provas. Não tenho mais a capacidade de lidar com enjoos até o dia seguinte da prova, mesmo sem tê-la completado, isso não é mais pra mim. Porém, tirando este lado obscuro da prova, tive o prazer de saber que o Ivan Albano foi 5º colocado entre os profissionais com 9h21min e meu aluno completou seu primeiro grande desafio em 11h58min. É lógico que depois de sair da prova, no início da maratona, fui para o hotel, descansei um pouco e fui esperá-lo na chegada. Fica aqui o registro que a maior parte da maratona é no centro da cidade, ou seja, pouco vento. Um inferno de Dante... Para quem desejar se inscrever para 2012, fica uma dica: Condicione-se muito bem e venha preparado para o calor e umidade alta. O que compensa é ser esse um dos percursos mais bonitos que eu já vi, na natação e no pedal. Bons treinos. MT Alexandre Giglioli, é um dos treinadores de Triathlon mais experientes do país e Diretor Técnico A. GIGLIOLI ASSESSORIA ESPORTIVA www.agiglioli.com.br

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Ç NUTRICÃO

Conhecendo e entendendo os carboidratos: parte 3 POR YANA GLASER

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Continuando a série CONHECENDO OS CARBOIDRATOS, agora está na hora de falar sobre o Índice Glicêmico dos alimentos, a glicemia e os hormônios envolvidos durante o exercício físico e exemplos de alimentação pré, durante e após o treino. Apesar de todos os tipos de carboidratos serem absorvidos e metabolizados na forma de glicose, eles podem induzir respostas fisiológicas diferentes. Essa resposta, chamada de ÍNDICE GLICÊMICO (IG), representa a capacidade particular que cada alimento possui de aumentar a glicemia (o açúcar no sangue) e o tempo que o carboidrato vai ser digerido e absorvido para estar disponível na circulação sanguínea. Com a classificação do Índice Glicêmico podemos saber a qualidade dos carboidratos.

ALTO MODERADO BAIXO

Alimentos de alto IG que fornecem uma rápida absorção dos carboidratos, ocasionando um rápido aumento na glicose sanguínea, em geral são os carboidratos simples. Alimentos de baixo e médio IG que fornecem uma liberação lenta e gradual de glicose na corrente sanguínea, em geral são os carboidratos complexos (estrutura química maior). Estudos têm demonstrado que a ingestão de alimentos de baixo IG resulta em uma maior saciedade e menor ingestão alimentar do que os carboidratos de alto IG. Além da qualidade dos carboidratos, outro fator que pode afetar a resposta glicêmica é a quantidade variável de carboidratos ingeridos, a CARGA GLICÊMICA, que é igual a: CHO(gr) X IG / 100:

ÍNDICE GLICÊMICO >70 56 a 59 < 55

Após uma refeição, o nível de glicose no sangue se eleva imediatamente, então a insulina (hormônio responsável por diminuir o açúcar no sangue) é ativada para facilitar o transporte de glicose para as células. Porém, quando a reserva de glicogênio é alcançada, a glicose é convertida em gordura e armazenada como triglicerídeo. A insulina é o hormônio responsável por diminuir a quantidade de açúcar no sangue e o glucagon é o hormônio responsável por aumentar a quantidade de açúcar no sangue. Eles são considerados hormônios glicorreguladores, onde a função principal é a manutenção da glicemia. Quando os níveis sanguíneos de alguns aminoácidos forem elevados, principalmente os BCAA’s, também ocorre um aumento considerável na liberação de insulina. A insulina pode

CARGA GLICÊMICA >20 11 a 19 <10

auxiliar tanto no ganho de massa magra, devido à ótima captação de nutrientes, quanto no aumento de gordura corporal. Durante exercícios extenuantes e prolongados, uma série de eventos acontecem, e hormônios são ativados: - Diminuição na glicemia e aumento na concentração de epinefrina; -Aumento na concentração do cortisol; -Aumento na concentração do glucagon; -Aumento na concentração do GH (hormônio do crescimento); - Diminuição da insulina.

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ç - tabela de IG nutricão Alimentos com I.G. Baixo Até 55 IG Cenoura crua 16 Soja 18 Aspargos 20 Brócolis 20 Couve de Bruchellas 20 Couve-flor 20 Pepino 20 Salsão 20 Berinjela 20 Cogumelo 20 Tomate 20 Abobrinha 20 Espinafre 20 Couve 20 Alface 20 Iogurte light 20 Amendoim 21 Cereja 22 Feijão de soja 23 Feijão preto 30 Damasco seco 31 Cereja 32 Frutose 32 Iogurte desnatado 33 Leite integral 39 Pão de mel 43 Leite de Soja 43 Batata Doce 44 Damasco seco 44 Arroz integral 50 Espaghetti integral 50 Maçã 52 Pêra 54

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Alimentos com I.G. Moderado De 56 a 69 IG Ameixa 56 Pão sírio 57 Damasco 57 Suco de maçã 58 All Bran 60 Laranja 62 Yakult (leite fermentado) 64 Macarrão 64 Passas 64 Uva 66 Abacaxi 66 Pão de Centeio Light 68 Arroz parboilizado 68 Biscoito de água 69

Alimentos com I.G.
Alto 70 ou mais Pão de forma Purê de batata Cream cracker Pão branco de trigo Suco de laranja Kiwi Abóbora Pão preto Aveia Gatorade Pão sem glúten Pipoca Manga Arroz branco Banana Chocolate Sorvete Pizza de queijo Sacarose Mingau de aveia Bolos Beterraba Pudim de leite condensado Pão francês Croissant Milho Mamão papaia Melancia Mel Maltose (Maltodextrina) Batata frita Tapioca Batata cozida Dextrose c/ sabor

IG 70 70 71 71 74 75 75 76 78 78 79 79 80 81 83 84 84 87 87 87 87 88 93 95 96 98 100 103 104 105 107 115 121 138


Alimentação pré-teino Em geral, quando é feita 1 hora antes do treino, o ideal é consumir alimentos de baixo índice glicêmico. Seja cuidadoso com alimentos ricos em açúcar e com Alto Índice Glicêmico. Não é interessante ter um pico de glicemia momentos antes do exercício, pois pode causar a HIPOGLICEMIA DE REBOTE, oferecendo um impacto negativo para o desempenho de endurance. A sensação de fraqueza irá aparecer durante o treino. Exemplo de Refeição 1 hora ANTES do treino: - Água de coco; - Iogurte de soja; - Granola sem açúcar; -1 porção de fruta ** obs: é um exemplo qualitativo, a quantidade pode variar de acordo com peso, idade, sexo, objetivo e treino. Consulte um profissional da área.

CURIOSIDADE: O conceito Índice Glicêmico foi elaborado pelo Dr. David J. Jenkins e colegas, na Universidade de Toronto em 1981.

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ç nutricão Alimentação durante o treino É a hora de consumir carboidratos de médio e alto IG, pois no momento do exercício os hormônios presentes (cortisol e glucagon) inibem a ação da insulina e a absorção da glicose ocorre independente da insulina. Durante exercícios prolongados a ingestão de carboidratos vai retardar o aparecimento da fadiga. A principal causa da fadiga é a queda dos níveis de glicemia durante o exercício, então o importante é manter o nível de glicemia constante. Cabe ressaltar que suplementos de carboidratos na forma líquida são esvaziados mais rapidamente a partir do estômago e mais facilmente digeridos do que aqueles na forma sólida. Exemplo de alimentos para serem utilizados DURANTE o treino: - Maltodextrina (3 colheres de sopa diluídas em 500ml); -Gél de carboidrato; -Banana; -Bala de goma. ** obs: é um exemplo qualitativo, a quantidade pode variar de acordo com peso, idade, sexo, objetivo e treino. Consulte um profissional da área.

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Alimentação pós-treino O ideal é consumir alimentos de alto Índice Glicêmico, para inibir a ação do Cortisol e do Glucagon, ativar a ação da insulina e repor os estoques de carboidratos presentes no fígado e nos músculos. A restauração dos estoques de glicogênio pode demorar mais quando o exercício causa lesão e/ou dores musculares. A quantidade e a estratégia usada depende do tipo do exercício, da intensidade e da duração, além do intervalo entre as sessões de treinos ou competições. Em geral, a melhor quantidade de carboidratos é de aproximadamente 1 a

1,5g de carboidrato/kg de peso corporal, imediatamente após o exercício. Exemplo de refeição até 30 minutos após o treino: - Pão branco; - Queijo Cottage; - Blanquet de Peru; - Vitamina de frutas: leite desnatado e fruta adoçado com mel. ** obs: é um exemplo qualitativo, a quantidade pode variar de acordo com peso, idade, sexo, objetivo e treino. Consulte um profissional da área. MundoTRI.com [set. 2011]

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Yana Glaser é Nutricionista e triatleta há 10 anos.

Referências utilizadas pela autora: *1-EFEITO DO INDICE GLICEMICO NA SACIEDADE E PESO CORPORAL . REV NUTR. CAMPINAS, 20(2): 197202 MAR/ABR 2007 *2- Efeitos do consumo prévio de carboidratos sobre a resposta glicêmica e desempenho. Rev Bras Med Esporte vol.12 no.4 Niterói July/Aug. 2006 *3-Gatorade Sports Science Institute, SSE 42, ALTOS E BAIXOS DAS DIETAS A BASE DE CARBOIDRATOS , JAN/FEV/MAR 2005 *3- Gatorade Sports Science Institute, SSE 50, NUTRIÇAO PARA PROMOVER A RECUPERACAO POS EXERCICIO, ABR/ MAIO/ JUN 2007 *4- Gatorade Sports Science Institute , SSE 31: Carboidratos, hormonios e performance em exercicios de resistencia. J. Mark Davis Adrienne S.Brown *5- Impacto do índice glicêmico no controle glicêmico em diabetes mellitus Rev Bras Nutr Clin 2008;23(2):135-40 *6-Goodyear LJ, Kahn BB. Exercise, glucose transport, and insulin sensitivity. Annu Rev Med 1998;49:23561. *7-Kirwan JP, Campbell DC, Campbell WW, Scheiber J, Evans WJ. Effect of moderate and high glycemic index meals on metabolism and exercise performance. Metabolism 2001;50:849-55. *8- Coutinho VF, Mendes RR, Rogero MM. Bioquimica e matabolismo dos carboidratos. In: Mura JDP, Chemin SMSS, editoras. Tratado de alimentacao , nutricao & dietoterapia . 1 ed. Sao Paulo, 2007.p. 21-53

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COPA CENTROOESTE DE TRIATHLON Santiago Ascenรงo e Thaty Porto venceram no Tocantins

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Foto: Wagner Araújo

Palmas/TO foi o palco da 5ª Edição da Copa Centro-Oeste de Triathlon, um dos ventos mais importantes do esporte na região. Os vencedores, Santiago Ascenço e Thaty Porto, repetiram os títulos de 2010. A prova reuniu mais de 120 atletas, incluindo as categoria individual e revezamento, que caíram nas águas do Lago da Usina Hidrelétrica Luís Eduardo Magalhães - Lajeado às 15:30, debaixo de muito sol e com os termômetros marcando 35ºC. Na natação, como esperado, o primeiro a sair da água foi Chicão Ferreira, seguido do amador e nadador Gustavo Rodrigues Borges. Santiago Ascenço mostrou que o training camp em Boulder teve resultado, terminando os 750m de natação apenas 38 segundos atrás de Chicão. Caio Cardozo, jovem atleta de Brasília, veio logo depois.

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A primeira mulher a sair da água foi Tuanny Viegas, 15 segundos após Santiago, com Thaty Porto 18 segundos depois. A baiana Gabrielle Neri e Diana Martincowski saíram juntas, 30 segundos após Thaty e com a missão de alcançar as líderes no pedal. Os 20km de ciclismo começaram em um ritmo alucinante por Santiago Ascenço, que, logo na primeira das 3 voltas, já estava na liderança. Enquanto isso, Chicão lutava para se adaptar ao horário da prova: “Não consegui me sentir bem após o almoço, o que dificultou a contração do abdômen e a geração de força.” Ao mesmo tempo, Santiago destruía os pedais, cravando o 27min 56seg nos 40km (incluindo a T2), média de 43km/h no sol escaldante de Palmas. Entre as mulheres, Thaty Porto logo se juntou a Tuanny Viegas e as duas ditaram o ritmo do pedal, abrindo a cada volta de Diana e Gabrielle. Ao final do ciclismo, as líderes tinham mais de 1’30” sobre as perseguidoras.


“Senti-me bem e estou confiante que esse resultado possa se refletir nas próximas provas.”

Na corrida, Chicão tentava tirar a diferença para Santiago, que seguiu administrando sua vantagem. Mesmo com a melhor corrida do dia nos 5km (18’12” – 3’38”/km), o mineiro não conseguiu alcançar o goiano e campeão de todas as edições a prova, Santiago Ascenço, que fechou em 18’31” os 5km e a prova em 57’36”. Chicão foi o segundo, com 58’03”, seguido de Caio Cardozo (1h06’28“), Luciano Freitas (1h08’24”) e Gustavo Borges (1h09’29”). Thaty Porto abriu de Tuanny logo no início da corrida e no fim da primeira volta das duas de 2,5 km já estava com a vitória assegurada. Thaty, que participou de todas as edições da prova, tornou-se bicampeã com 1h09’08”, o 5º tempo geral. A disputa pelo lugar teve uma forte dose de emoção. Gabi Neri estava impossível na corrida e , pouco a pouco, foi tirando a diferença para Tuanny Viegas. Com pouco menos de 500 metros para o fim, a distância entre as duas era de menos de 10 segundos. Tuanny usou as forças que ainda lhe restavam para apertar o passo e garantir o segundo lugar por apenas 9 segundos. Gabi, com a melhor corrida do dia (22’34”), terminou na 3ª colocação. Diana Martincowski sentiu o calor e acabou em 4ª, seguida de Cláusia Resende Souza.

A realização do evento, além de atrair novos atletas, faz com que todos se envolvam na preservação da excelente qualidade da água do lago. Trata-se de um exemplo a ser seguido em outras localidades de como o setor privado e a comunidade podem se unir para promover o esporte, em especial o Triathlon. MT

Foto: Jon Tunnell Foto: Wagner Araújo

Sempre desafiadora, a prova foi mais uma oportunidade para dezenas de atletas se iniciarem no esporte. A empresa responsável pela construção e geração da UHE Luís Eduardo Magalhães, a Investo – do Grupo EDP no Brasil - realiza o Circuito Cultural e Esportivo Investco 2011. A Copa Centro-Oeste se insere nesse Projeto, que visa garantir e afirmar a sustentabilidade da Usina. O Triathlon é uma modalidade esportiva com grande poder de aproximar os atletas do reservatório da Usina e do meio ambiente. Diariamente, dezenas de atletas treinam natação nas águas do lago, corrida na orla das praias criadas com a formação do lago e ciclismo na ponte que liga Palmas a Paraíso.

Santiago Ascenço

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Foto: Wagner Araújo

Copa Centro-Oeste

Resultados Copa Centro Oeste de Triathlon Palmas/TO - 13 de agosto de 2011 750m de natação/20km de ciclismo/21km de corrida

FEMININO 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11

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Atleta

Cat.

Natação

Bike

Corrida

Total

THATY PORTO TUANNY VIEGAS DE OLIVEIRA GABRIELLE COELHO NERE DIANA MARTINCOWSKY CLAUDIA RESENDE ALVES DE SOUZA SONAIRA GABRIELA DOS SANTOS MARCIA REGINA DOS SANTOS ANNA CHRISTINNA AIRES VITORINO DANIELA TOSIN WELMA REZENDE FUSO DE ASSIS GISELLE DA SILVA BRAZ

F2024 F2024 F2024 F2529 F3539 F.MIL F.MIL F3034 F.MTB F4044 F3034

11:39.5 11:21.5 12:10.5 12:10.2 17:03.5 14:58.3 17:01.4 18:39.5 19:12.2 17:21.0 18:36.2

34:21.0 34:35.0 35:25.5 35:26.2 39:35.7 38:20.8 42:12.8 44:42.7 47:10.2 47:21.2 44:50.3

23:07.9 24:05.0 22:34.5 24:05.8 25:08.1 29:52.4 25:24.3 33:31.4 32:14.0 34:51.4 46:16.0

1:09:08.4 1:10:01.5 1:10:10.5 1:11:42.2 1:21:47.3 1:23:11.5 1:24:38.5 1:36:53.6 1:38:36.4 1:39:33.6 1:49:42.5

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Cat.

Natação

Bike

Corrida

Total

SANTIAGO ALVES ASCENCO LUIZ FRANCISCO FERREIRA CAIO CARDOZO GOMES FERREIRA LUCIANO MOURA DE FREITAS GUSTAVO RODRIGUES BORGES WANDER DE MELO PRAXEDES FERNANDO SANTOS DE SOUZA MARCOS CORREIA DE OLIVEIRA GILVAN MIRANDA CARDOSO JEOVANE URCINO DE SANTANA ALFREDO FONTINELE DE SOUSA NELMAN ALVES LIMA WALQUIMAR DO NASCIMENTO GEAN SOARES ALMEIDA RICARDO FIORIS HAIDAR GERSCHLER PAULINO SOUZA FRANSERGIO T.S QUIRINO GIOVANNI MANTINNI SANDOVAL IVAN SILVA SANTOS MARCO TULIO PEREIRA DE SOUZA SERGIO VIANA DA SILVA WALTER OHOFUGI JUNIOR FREDERICO ROCHA FERRO TIAGO LISBOA RAMOS DANILO CURADO REGINALDO MAIA JR (GUERREIRO) MARCILIO BARBOSA MENDES ANTONIO SANTANA SALES RUBENS POMPEU ROLF COSTA VIDAL FREDERICO TAVARES SILVA FERNANDO REINYER PEREIRA OSINEI FREIRE FARIAS IURI FRANK OLIVEIRA LATORRACA FERNANDO DE S. T. SILVA RENILSON BARBOSA DOS SANTOS JOEL LUIZ PARIZI NUNES BRAULIO LOUCA CURCINO EDUARDO CARNEIRO FERREIRA VINICIUS ANDRADE REGO ALEX BARROS FLAVIO DIAS SANTIAGO RAFAEL FELIPE RIBEIRO DE SOUZA GIL VICENTE MAROT GIUFLAVIO GIUSEPE FERRAZ LOURENCO DA COSTA BECHARA

M3034 M2529 M1619 M3034 M2529 M.MIL M3539 M3034 M3539 M.MTB M4044 M.MTB M3034 M3539 M3034 M3539 M3034 M4549 M.MIL M3539 M3539 M4549 M3034 M.MTB M.MTB M4549 M.MIL M3539 M4549 M2024 M3034 M3539 M.MIL M.MTB M2529 M3539 M5054 M3034 M4549 M3539 M3539 M4044 M2529 M4044 M3539 M.MTB

11:08.5 10:30.1 11:41.3 13:06.4 10:43.2 15:04.1 15:42.1 12:31.2 16:39.5 16:43.2 16:00.2 16:25.4 16:49.2 15:16.0 15:26.1 13:00.0 12:13.3 16:47.3 12:55.3 14:40.5 17:23.1 15:55.2 13:05.0 14:42.0 17:01.2 17:09.3 17:57.3 18:54.0 14:49.4 20:02.3 15:26.3 17:10.2 20:07.5 17:53.6 16:10.0 25:06.3 16:22.4 17:48.2 17:00.2 16:53.1 17:09.6 25:43.1 19:18.3 21:58.2 24:32.3 15:15.2

27:56.9 29:20.3 31:30.1 33:33.6 35:32.3 32:22.9 33:17.2 36:06.2 36:46.8 36:51.9 33:06.1 32:41.9 33:56.0 33:56.2 34:47.4 33:56.4 36:41.2 34:34.1 38:38.8 34:22.0 33:57.0 35:40.8 38:44.3 39:21.0 37:47.1 40:08.9 41:56.2 38:57.4 37:24.2 40:22.7 42:45.2

18:31.0 18:12.9 23:16.6 21:44.2 23:13.6 23:21.0 24:04.1 24:55.8 20:33.0 20:28.0 25:16.1 25:18.8 23:43.3 25:18.3 25:46.5 29:23.8 27:52.8 25:29.1 25:57.4 28:39.1 26:40.3 26:56.0 28:14.9 26:12.5 26:16.8 26:17.8 24:54.0 27:07.6 33:11.5 25:03.1 27:38.7 1:15.9 25:52.8 29:34.2 29:49.0 23:07.1 33:02.3 31:30.3 29:40.4 31:32.4 33:06.0 28:11.0 33:36.2 46:08.7 40:06.0 49:09.8

57:36.4 58:03.3 1:06:28.0 1:08:24.2 1:09:29.1 1:10:48.0 1:13:03.4 1:13:33.2 1:13:59.3 1:14:03.1 1:14:22.4 1:14:26.1 1:14:28.5 1:14:30.5 1:16:00.0 1:16:20.2 1:16:47.3 1:16:50:5 1:17:31.5 1:17:41.6 1:18:00.4 1:18:32.0 1:20:04.2 1:20:15.5 1:21:05.1 1:23:36.0 1:24:47.5 1:24:59.0 1:25:25.1 1:25:28.1 1:25:50.2 1:25:54.5 1:26:05.0 1:27:28.5 1:27:39.1 1:27:50.5 1:28:29.3 1:29:10.3 1:29:28.4 1:29:30.6 1:31:18.4 1:32:00.3 1:38:50.5 1:53:46.2 1:55:49.6 1:59:18.2

40:04.7 40:00.7 41:40.1 39:37.1 39:04.6 39:51.8 42:47.8 41:05.1 41:02.8 38:06.2 45:56.0 45:39.3 51:11.3 54:53.2

MASCULINO

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46

Atleta

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REVEZAMENTO Pos. Atleta

Cat.

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23

M.REVEZA M.REVEZA M.REVEZA M.REVEZA X.REVEZA M.REVEZA M.REVEZA X.REVEZA X.REVEZA X.REVEZA X.REVEZA M.REVEZA M.REVEZA M.REVEZA X.REVEZA X.REVEZA M.REVEZA F.REVEZA M.REVEZA X.REVEZA X.REVEZA X.REVEZA F.REVEZA

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GUSTAVO / EDILSON / ALDESIR MANOEL / JANUARIO / JULIO CESAR PLACIDO / DARCISIO / GUILHERME OSMAR / ANTONIO JR / MAURO ISABELA / VICENTE / KENNEDY DEIVISON / DANIEL / ADRIANO MAURICIO / ANTONIO GOMES / YGOR SILVIO / MARCELO / MARIA JOSE FABION / DEUSIVANIA / LETICIA MARLON / DYESO / EVANILDA TELMA / BRAULIO / PEDRO CRISTIANO / ADELINO / ALAN IVAN / LEANDRO / ROBERTO ELIEZIO / LEONARDO / RONIELE GUILHERME / FERNANDA / EMERSON NICHOLAS / GLAUCIA / JORGE LUIZ AURELIO / FLORINDO / LUIZ FABRICIA / DANIELA / FERNANDA DAVI / JANES / FAVIO MASSIMO / KEILIANE / PAULO LUDMILA / SERGIO / BRUNA LEONARDO / ADRIANA / MARCIA MARINA / CLARA / ALESSANDRA

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Natação 13:51.0 14:54.4 17:31.3 20:32.1 19:48.5 15:39.5 19:11.3 16:59.5 16:17.3 18:43.0 21:14.3 17:06.0 15:27.4 17:26.5 13:42.5 19:38.3 16:17.3 19:59.6 17:42.5 20:59.0 28:07.1

Bike

Corrida

1:02:53.1 32:54.5 18:23.6 32:13.9 29:29.1 40:20.9 22:49.2 39:13.2 23:25.9 46:33.0 17:45.7 38:54.6 31:06.0 40:50.8 26:16.3 43:03.8 28:52.8 42:14.0 30:36.0 44:55.5 26:50.9 41:33.8 28:47.1 48:01.0 27:25.0 48:03.9 32:54.2 50:50.5 28:53.0 1:07:20.1 33:20.3 1:46:55.3 47:25.0 39:57.9 1:05:17.8 26:20.9 51:55.9 37:56.6 1:04:43.8 31:46.1 1:57:24.4 51:35.0 39:11.9

Total 1:02:53.1 1:05:09.1 1:16:37.4 1:20:41.4 1:23:11.2 1:24:07.2 1:25:40.1 1:26:18.4 1:28:56.1 1:29:07.3 1:30:29.4 1:31:35.2 1:32:32.0 1:36:25.5 1:37:10.0 1:40:40:4 1:46:55.3 1:47:01.2 1:47:56.0 1:49:52.1 1:54:12.4 1:57:24:4 1:58:54.0


Gabrielle Neri

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Largada

Chicão Ferreira

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Thaty Porto

Caio Cardozo

Tuanny Viegas abaixo


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ENTREVISTA


Thaty Porto

Entre a vida de atleta e a necessidade de sobreviver, uma das triatletas mais promissoras da nova geração. Por Wagner Araújo

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S

Sempre calma e comedida, Thaty Porto é uma das triatletas da nova geração com mais talento. Como outros, ela enfrenta o dilema de se dedicar ao esporte ou prosseguir na vida profissional. Aproveitando sua vitória na Copa Centro-Oeste de Triathlon, nosso editor, Wagner Araújo, conversou com Thaty sobre sua ótima fase em 2011 e o que está por vir.

dança climática causou-me um resfriado, mas não poderia deixar de participar dessa prova, pois ela já é certa em meu calendário anual. Quais são seus planos para finalizar o ano de 2011? Thaty Porto: Minha próxima prova será o Panamericano de Sprint, em Vila Velha. Depois, o Campeonato Brasiliense, onde busco o tricampeonato. Farei uma etapa do Campeonato Brasileiro em Vitória, depois Copa Brasil, SESC e algumas outras provas. Até fechar o ano, ainda farei vários treinos para alcançar bons resultados.

Como você descreveria a prova em Palmas? Thaty Porto: Calor absurdo! O clima estava muito quente e seco, mas acho que sofri menos que as outras atletas porque já conhecia o percurso e sabia o que esperar pela frente. Apesar das adversidades, deu tudo certo. Consegui encaixar uma boa natação, revezar no pedal com a Tuanny e na corrida, eu arrisquei tudo. Graças a Deus, consegui ganhar a prova e me tornar bicampeã!

Thaty, conte-nos um pouco como foi o seu início no Triathlon? Thaty Porto: Eu sempre pratiquei diversos esportes. Comecei a nadar desde os seis anos de idade. Durante o período do colégio, fiz basquete e handebol. Minha professora de natação era triatleta e me inscreveu em uma travessia onde fui muito bem. Depois fiz um aquathlon e a partir daí, decidi fazer Triathlon. Fiz minha primeira prova de Triathlon em junho de 2003 e ganhei a minha categoria, tudo bem que só tinha eu, mas fiquei feliz porque a partir daí, descobri que era isso mesmo que eu queria para minha vida.

Você estava de férias na Europa e voltou a uma semana. Durante esse período, você conseguiu treinar ou aproveitou para descansar?

“Ainda que você tenha treinado e se dedicado ao máximo, há variáveis que fogem ao seu controle, mas isso é o esporte e não é todo dia em que tudo sai perfeito.” 34

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Thaty Porto: Durante as férias, fiz alguns treinos de corrida entre 30 min e 40 min Consegui um lugar para nadar e fiz alguns tirinhos de 50 m e 100 m, só para não enferrujar muito. A mu-


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“Aos que estão iniciando, diria para encararem o esporte como esporte mesmo, como um hobby. Que o Triathlon seja algo saudável em sua vida. Não torne a prática desse esporte um motivo de discórdia na família.”

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Thaty Porto: Os melhores momentos são essas provas que fazemos com dificuldade, enfrentamos tempo ruim, condições extremas e ainda assim, terminamos muito bem. E os piores momentos ficam por conta das provas onde existem tantas adversidades que infelizmente você não consegue fazer o que estava previsto. Ainda que você tenha treinado e se dedicado ao máximo, há variáveis que fogem ao seu controle, mas isso é o esporte e não é todo dia em que tudo sai perfeito. Você tem alguma outra ocupação profissional além do esporte? Thaty Porto: No momento, estou estudando para concurso, pois lá em Brasília não tem outro caminho. Ou você trabalha muito e ganha pouco ou você passa em um concurso e vive bem. Com o apoio da minha família, me dedico aos estudos e foco no Triathlon, por isso estou em uma fase tão boa. Quem são seus ídolos dentro do Triathlon? Thaty Porto: Aglaé Menezes, Mariana Ohata, Leandro Macedo e Alexandre Manzan são ícones do Triathlon, os quais eu admiro bastante, tanto pela história que têm no esporte, quanto pelas pessoas que são. Esses heróis fizeram muito pelo Triathlon e morar na mesma cidade que eles é realmente muito gratificante. Você se concentra mais em provas curtas, olímpicas e short. Alguma pretensão de algum dia passar para as provas longas como o Ironman? Thaty Porto: Eu já fiz um meio Ironman em 2007, mas sofri tanto que eu lembro até hoje. Fazer provas longas não é a minha pretensão no momento. Eu estou muito focada em olímpico e short e está dando certo. Em time que está ganhando a gente não costuma mexer muito. Thaty, você é de Brasília, mas passou um tempo em Campinas treinando com o pessoal da RM. Qual a sua avaliação sobre esse período?

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Quais foram os seus melhores e piores momentos da carreira até hoje?


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Thaty Porto: Eu era amadora e como tinha bons resultados em provas, resolvi ir para a elite. Porém, não conseguia encaixar bons treinos e consequentemente não me saia bem nas provas. Com o apoio da minha família, fui para Campinas em busca de uma estrutura voltada para o treinamento de elite e isso foi fundamental, pois mudou a minha visão do esporte. Com o passar do tempo, a saudade de casa foi apertando e nos períodos em que eu passava em Brasília, eu vi que já conseguia treinar melhor por aqui. Com o apoio da Companhia Athlética, conseguia cumprir minha planilha, encaixar bons treinos e isso me trouxe de volta para casa. Essa experiência em Campinas me ajudou a ver como é o Triathlon. Deixei grandes amigos por lá, mas aqui é mais tranquilo para mim, pois estou perto de minha família.

sua vida. Não torne a prática desse esporte um motivo de discórdia na família, pois o Triathlon necessita do atleta e do apoio da família desse atleta. Envolva nesse projeto sua família e seus amigos e isso lhe trará realização.

O que você diria para os atletas que estão iniciando no Triathlon?

Thaty Porto: Especialmente à Rosana Merino, minha técnica, que me deu muita força e é um exemplo para todo mundo. Realmente eu não tenho palavras para descrevê-la. MT

Thaty Porto: Aos que estão iniciando, diria para encararem o esporte como esporte mesmo, como um hobby. Que o Triathlon seja algo saudável em

E o que seria a sua vida sem o Triathlon? Thaty Porto: Nada! Quando estou de férias do Triathlon eu tenho que arranjar alguma coisa para fazer. Em um desses períodos de férias, inventei de andar de patins, mas não deu muito certo e fiquei com os pés completamente machucados. Quando não estou treinando, eu não durmo direito e não me alimento corretamente. O Triathlon faz parte da minha vida. Algum agradecimento especial?

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SAÚDE

Como a incansável busca pelo melhor desempenho a qualquer preço pode lhe prejudicar

Substâncias proibidas Por Priscilla Dias Dutra

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Hoje em dia, praticar esporte se tornou mais do que um hábito saudável, passando a ser algo necessário e praticado por todos que buscam uma boa saúde, melhora dos níveis de colesterol, triglicerídeos, glicemia, bem estar e qualidade de vida. Seja caminhada, corrida, natação, musculação ou pedal recreativo, hoje, as pessoas parecem ter mais consciência, sendo notórios nos parques, academias e clubes que estão cada vez mais lotados. Por outro lado, há aquelas pessoas que já ultrapassaram o nível do simples bem estar e hoje buscam uma melhora, não só da saúde, mas da performance, dos resultados e da quebra de recordes. Chamamos essas pessoas de atletas e estes se dividem em duas categorias, os atletas amadores e os atletas profissionais. A diferença entre amadores e profissionais é pouca, pois ambos têm compromissos com os treinos, fazem uma alimentação diferenciada, usam acessórios e equipamentos caros e têm uma rotina dura onde os compromissos sempre giram em torno dos treinos e seus horários. Porém, os atletas profissionais, além de tudo isso, têm a cobrança dos patrocinadores, dos colaboradores, dos treinadores, da mídia e de si mesmos. Muitas vezes, apenas os treinos combinado com alimentação, suplementação e uma boa noite de sono, não são suficientes para alcançar melhores resultados e o atleta acaba se frustrando. Na vontade de superar tudo isso e obter o melhor de si, o atleta parte para o outro lado indo atrás de substâncias que prometem melhoras e resultados incomuns. Por diversas vezes, essas promessas vão além da capacidade do ser humano. Essas substâncias são popularmente chamadas de proibidas ou de doping e infelizmente têm se tornado cada vez mais comuns entre os grandes atletas. O doping pode ser definido como a utilização de substância sintética ou natural (em quantidade anormal) que melhora de maneira artificial e desonesta o desempenho, causando também prejuízo à saúde.

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Há estimativas de que 60 a 80% dos atletas de nível mundial utilizem algum meio de dopagem em períodos de treinamento ou durante a competição. O uso ilícito de substâncias - medicamentos e hormônios - como artifício para ganhar competições esportivas é muito antigo. Já nos Jogos Olímpicos da Grécia, cerca de três séculos antes de Cristo, havia uma regulamentação para evitar que os competidores tivessem o baço arrancado. Acreditava-se que com o esforço físico dos maratonistas, esse órgão poderia endurecer e prejudicar o resultado. Ao longo dos anos, esse tipo de artimanha tem se sofisticado. Ao mesmo tempo em que as substâncias e os fármacos (medicamentos) são aprimorados para passarem despercebidos nos exames de urina e de sangue feitos nos atletas, os próprios métodos de detecção também se sofisticam. Há diferentes meios de dopagem, sendo mais comuns os hormônios sintéticos e os fármacos. O tipo de competição e a exigência dos músculos definem o hormônio ou fármaco a ser utilizado. Em competições de força e velocidade, normalmente, são utilizados os esteróides anabólicos androgênicos, durante o treinamento, para aumentar a massa muscular. Em competições como atletismo, natação e esportes coletivos, são utilizados anfetamínicos para aumentar o estado de alerta e diminuir o tempo de reação. Em competições de luta, são utilizados diuréticos para perda do peso excessivo. Em competições de corrida e ciclismo de longa duração, é utilizado o hormônio eritropoetina (EPO) que aumenta o número de hemácias (células vermelhas) transportadoras de oxigênio no sangue. As mulheres, por exemplo, também produzem hormônios masculinos, porém, em pequenas quantidades. Quando elas usam esteróides para aumentar a força muscular, os exames detectam

a quantidade de hormônio artificial no corpo, porque a excreção na urina é diferente da natural. O que complica para determinar se um atleta usou ou não doping, é que muitos trocam a urina a ser examinada por a de outra pessoa, sem resquícios dos medicamentos ou drogas. Por isso, os comitês esportivos internacionais agora também pedem DNA da urina, quando necessário. Para o doping não deixar traços, muitos atletas deixam de usar as drogas no período de competição, mas já foram “beneficiados” por seus efeitos. Agora alguns campeonatos começam a realizar os testes ainda no período de treinamento para evitar esses atos. Como o doping é mais comum em competições importantes, geralmente internacionais, os envolvidos são esportistas de muita experiência. Dificilmente um atleta desse nível profissional não sabe que as substâncias são ilícitas, especialmente porque a maioria delas é injetável e é preciso a concordância do atleta para a aplicação. Por isso, não se pode culpar somente os treinadores. A dificuldade em combater o doping se dá também porque, praticamente, todas as substâncias utilizadas são de uso médico, vendidas com receitas controladas. Um paciente com câncer, por exemplo, usa hormônios para recuperar a força muscular. Isso significa que por trás do doping, há sempre alguém que está descumprindo a lei e vendendo esses medicamentos sem o controle médico devido. Recentemente, vimos casos de atletas que foram pegos no doping devido ao uso de EPO, Furosemida e Clembuterol. No caso do EPO ou Eritropoietina, ele é um hormônio secretado pelo rim que estimula a medula óssea a elevar a produção de hemoglobina ou células vermelhas do sangue. O principal benefício do treinamento em altitude é aumentar a produção natural de EPO, o que eleva a quantidade de hemoglobina no sangue. O

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“O que acho mais interessante no Cross Triathlon é o contato com o ambiente natural. Outro fator é a técnica que é envolvida, o que torna a prova bem mais emocionante e desafiadora. Não conta só o condicionamento, tem que saber dominar a bike na terra, se não, vai pro chão! O que me fez trocar o asfalto pela terra foi exatamente o fato de ter um novo desafio para me motivar. Faço triathlon há 21 anos e estava bem desmotivado com a cena do triathlon tradicional, com toda a politicagem e mesmice. O que espero sinceramente é que o Xterra continue sendo desafiador e independente de federações e confederações, para eu não ter que arranjar “outro desafio!”

Alexandre Manzan

“Há duas formas ilegais de elevar a capacidade de transporte de oxigênio no sangue de um atleta. Uma é o doping sanguíneo, a qual era a melhor tecnologia disponível nos anos 70 e boa parte da década de 80. A maneira moderna de aumentar ilegalmente a capacidade de transporte de oxigênio do sangue é injetar a versão sintética de EPO.”

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oxigênio é transportado no sangue ligado à hemoglobina, portanto uma elevação de EPO ocasiona o aumento na capacidade de transporte de oxigênio pelo sangue. Mais oxigênio no sangue significa mais oxigênio alcançando os músculos para a produção de energia aeróbica, o que melhora a performance de ciclistas, corredores de longa distância e outros atletas de resistência. Há duas formas ilegais de elevar a capacidade de transporte de oxigênio no sangue de um atleta. Uma é o doping sanguíneo, a qual era a melhor tecnologia disponível nos anos 70 e boa parte da década de 80. Doping sanguíneo envolve remover e estocar um litro do próprio sangue, esperar algumas semanas até que o corpo tenha restaurado a quantidade de células vermelhas do sangue, e então reinjetar as células vermelhas estocadas. Doping sanguíneo requer a redução da qualidade do treinamento depois que o sangue for tirado, e é um procedimento bastante complicado.

ataque apoplético e falência congestiva do coração. Sabemos que o esporte significa testar os limites, mas infelizmente, no caso de EPO, o llimite sendo testado é o quão alta a quantidade de células vermelhas no sangue do atleta pode aumentar antes que o fluxo sanguíneo seja interrompido, levando à morte. Hematócrito é a proporção do sangue que é feita de células vermelhas sanguíneas. Os níveis normais de hematócrito são de aproximadamente 40 a 50% em homens, e 37 a 47% em mulheres. O EPO pode elevar o hematócrito bem acima desta faixa. À medida que o atleta fica desidratado durante o treinamento ou competição, o volume sanguíneo é reduzido, ocasionando elevação do hematócrito e a resistência do sangue para fluir. Durante uma maratona, o hematócrito de um corredor não dopado pode aumentar de 45 a 55%. Não há um valor determinado no qual o hematócrito torna-se perigoso, porém o risco aumenta geometricamente em níveis de hematócrito acima de 55%. Se um maratonista dopado com EPO começar a competição com 52%, seu hematócrito pode subir acima de 60% durante a maratona.

Cuidado com os sumidouros!

A maneira moderna de aumentar ilegalmente a capacidade de transporte de oxigênio do sangue é injetar a versão sintética de EPO. Esse hormônio é produzido sinteticamente para tratar pacientes com mau funcionamento dos rins, câncer e AIDS. Pelos últimos 10 anos, uma parte da produção de EPO fez seu caminho para as mãos de atletas. Porém, junto com a melhora na performance em decorrência de EPO, vem uma série alarmante de mortes controversas entre ciclistas. Entre 1987, quando o EPO ficou disponível na Europa, e 1990, dezoito ciclistas belgas e holandeses morreram abruptamente, levantando suspeitas que os usuários ingenuamente não sabiam que estavam brincado com fogo.

O mesmo efeito que melhora a performance de resistência, também põe em risco a saúde do usuário. Ao elevar a densidade do sangue, o EPO aumenta o risco de coagulação sanguínea, o que pode bloquear os vasos sanguíneos causando infarto ou ataque cardíaco. O uso de EPO também causa hipertensão e pode ocasionar

O desenvolvimento de um teste válido e confiável para detectar o EPO sintético foi a maior prioridade do Comitê Olímpico Internacional antes da Olimpíada de Sidney 2000. O desenvolvimento do teste demorou vários anos devido à dificuldade de produzir um anticorpo que pudesse distinguir o EPO sintético do hormônio produzido naturalmente, e porque a meia-vida do EPO sintético no sangue é de apenas 6 a 8 horas. O teste de EPO agora é válido e seguro, e vem sendo cada vez mais usado no esporte internacional. Não há dúvida de que a injeção de EPO sintético pode melhorar a performance de corredores de longa distância e outros atletas de resistência. Considerando o uso disseminado entre ciclistas, seríamos ingênuos ao pensar que o abuso da utilização de doping por EPO também não seja MundoTRI.com [set. 2011]

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prevalente em nosso esporte. Já a Furosemida é um fármaco cuja principal função é a remoção do edema causado por problemas cardíacos, hepáticos ou renais. A medicação em si não é uma forma de doping, porém por ter efeito como diurético de alça, ela aumenta, de forma intensa, a excreção de urina e sódio pelo o organismo, contribuindo dessa forma em eliminar ou mascarar o uso de uma substância dopante. Devido ao seu uso cada vez mais comum entre atletas, atualmente a Furosemida passou a constituir doping à luz dos regulamentos. Além disso, ela atua como uma forma de perder peso (à custa do volume de água) em desportos que são praticados por categoria de peso, permitindo inscrever o atleta num escalão de peso inferior. O Clembuterol é um fármaco ß - adrenérgico fundamentalmente estimulador dos receptores ß2 (relaxante da musculatura lisa), mas também com alguma capacidade de estimular os receptores ß1 (efeitos cardíacos) e ß3 (lipólise), quando administrado em altas doses. O Clembuterol é utilizado clinicamente como broncodilatador no tratamento de asma e bronquite crônica, e mais recentemente usado também nos esportes. Al-

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guns estudos demonstram que a administração moderada de Clembuterol pode induzir o ganho de massa muscular, além de um possível efeito anti-catabólico. Para que o Clembuterol tenha um efeito lipolítico, parece ser necessária uma dose maior desta droga, sendo a probabilidade de se ocorrer efeito colateral ainda maior. O efeito lipolítico do Clembuterol parece decorrer da quebra de triglicérides na forma de ácidos graxos livres, aumento da glicogenólise hepática e muscular e também aumento da secreção de glucagon (hormônio contra-regulatório à insulina). Os efeitos anabólicos ou anti-catabólicos do Clembuterol parecem ser mais limitados quando comparados com alguns esteróides anabólicos utilizados para fins de ganho de massa muscular, porém a resposta desta droga depende muito da afinidade de seus receptores no organismo. Os efeitos colaterais são nervosismo, tremores de extremidades, enxaqueca, insônia, aumento da pressão sanguínea, náuseas, vômito, infarto agudo do miocárdio, acidente vascular cerebral, taquicardia, dores no peito, taquipnéia, vertigens, ansiedade, tonturas, febre, entre outros dependendo da dose de administração da dro-


ga. Bem, enquanto escrevia esse artigo, fui surpreendida com a nova campanha da CBTRI, a qual lançou uma pulseira alusiva para uma campanha antidoping. A atitude parecer ser legal, com um bom propósito, mas eles poderiam investir esse dinheiro em programas mais agressivos e estratégicos, mostrando o verdadeiro lado do doping, divulgando as substâncias de uso mais comuns, de fácil acesso, suas consequências, efeitos no corpo, enfim, poderia fazer uma palestra de 10 minutos sobre isso nos simpósios das provas, entregarem no kit do atleta algum guia ou folheto advertindo sobre o doping e claro, deveria fazer com muito mais frequência os testes antidoping. Contudo, quanto ao doping no Triathlon, a Confederação Brasileira de Triathlon (CBTRI), tem feito um excelente trabalho junto ao médico Eduardo Henrique de Rose. Ele é o presidente da Comissão Médica da Organização Desportiva Pan-Americana (ODEPA), responsável pela coordenação das operações antidoping por parte da Comissão Médica do Comitê Olímpico Internacional (COI) e integrante do Conselho da Agência Mundial Antidoping (WADA). Além disso, a área de controle de doping do COB publica regularmente uma cartilha com dados e orientações a atletas e a toda Comunidade Olímpica sobre o uso de medicamentos no esporte. Quem quiser acessar e saber mais pode encontrar tudo no: http://www.cbtri.org.br/antidopping.asp

Foto: Wagner Araújo

Resumindo, as drogas e substâncias produzidas no mercado são muitas e com características variadas, sendo a dosagem, na maioria das vezes, o fator determinante para ser considerado doping ou não. Todos os atletas que fazem uso de alguma medicação controlada para determinada doença, devem ficar muito atentos às quantidades e ver sempre a necessidade de

um relatório médico explicando os motivos da medicação e dosagem. Devemos sempre lembrar que o esporte está aliado à melhora da saúde, qualidade de vida e bem estar. Não devemos jamais esquecer este princípio! Tudo na vida exige sacrifícios e se você quer melhorar seu desempenho, então faça por onde, se dedique mais, busque formas saudáveis e naturais de alcançar o seu objetivo. Priorize a longevidade no esporte que você gosta e que você escolheu para você. Tenha sempre o lazer associado ao prazer. Fazer algo que prejudique sua saúde para obter melhores resultados não vale a pena e pode te custar muito caro! Por isso, seja inteligente, crítico e saiba aceitar e conhecer os seus limites. O seu corpo e saúde agradecem. MT MundoTRI.com [set. 2011]

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Ironman 70.3 Brasil

CAPA

Fotos por Wagner AraĂşjo MundoTRI.com [set. 2011]

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Ironman 70.3 Brasil Pedal e corrida, diferentes estratégias para as vitórias de Adriano Sacchetto e Susana Festner Ali, escondidos no meio dos favoritos, dois atletas viriam a brilhar no dia frio e nublado de Penha/SC. Muitos disseram que foi surpresa, mas quem conhece Adriano Sacchetto e Susana Festner há mais tempo, sabe que são dois dos mais promissores da nova safra de triatletas brasileiros. Cada um ao seu estilo. Adriano, um ótimo nadador, um exímio ciclista consistente. Susana trabalhou a natação (que era sua deficiência) para se tornar competitiva, possibilitando que sua corrida arrasadora brilhe nas provas.

A prova masculina Ezequiel Morales, Santiago Ascenço, Reinaldo Colucci, Guilherme Manocchio, Chicão Ferreira, Adriano Sacchetto, Fred Monteiro, Guto

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Antunes, Raul Furtado, Antônio Manssur, Felipe Guedes, Edson Ferreira e Felipe Manente. Esse foi, provavelmente, o startlist mais forte da elite brasileira em 2011. Com tantos nomes de alto calibre, a disputa prometia ser emocionante do início ao fim. Com suas braçadas calmas e ritmadas, Chicão Ferreira foi, mais uma vez, o primeiro a emergir dos 1.900m de natação, seguido do atleta amador, Rafael Brandão. Com 21min45seg, Chicão chegou à primeira transição com 35 segundos de vantagem sobre Colucci, 58 segundos sobre Sacchetto e dois minutos sobre o grupo formado por Guilherme Manocchio, Santiago Ascenço e Ezequiel Morales. Um erro na transição de Chicão fez Adriano Sacchetto e Reinaldo Colucci se aproximarem


Ironman 70.3 Brasil

Brandão veio logo atrás de Chicão

logo no início do pedal. Os três, então, formaram o grupo que ditaria o ritmo intenso no pedal na TransBeto, rodovia que liga a BR 101 ao Parque Beto Carrero, local que acolhe a prova. Logo no início, Adriano Sacchetto foi quem comandou os líderes, visando abrir, ao máximo, do grande grupo que vinha atrás. Ele, Colucci e Chicão sabiam que sair para correr junto com os grandes corredores Santiago Ascenço e Ezequiel Morales comprometeria suas chances de vitória. A única alternativa, então, era deixar o martelo cair na bike. Atrás dos líderes, um grupo enorme se firmou. Estavam juntos Ezequiel Morales, Santiago Ascenço, Guilherme Manocchio, Felipe Guedes, Antônio Manssur e Fred Monteiro. Mais do que fazer força, os atletas tiveram que pensar no complicado xadrez de uma prova longa. Será que forçar no pedal para tirar a diferença em relação aos líderes prejudicaria muito a corrida? Enquanto ninguém do grupo dos perseguidores tomava a frente para apertar o ritmo, Adriano Sacchetto fez uma manobra decisiva, a pouco menos de 13 km para o fim da etapa de ciclismo. “Chegando a um retorno, acabamos sendo atrapalhados por um pelotão de amadores. Fui o primeiro a sair da confusão. Quando olhei para atrás e vi que o Chicão e o Colucci não estavam mais comigo, decidi que essa era a hora de atacar”, disse Adriano Sacchetto. Em um movimento espetacular, o atleta abriu quase 1min30seg sobre Chicão e Colucci. Ao chegar na segunda transição, dentro do Parque Beto carreiro, Sacchetto tinha 4 minutos de vantagem sobre Ezequiel Morales e Santiago Ascenço, os eventuais melhores corredores do dia. Em 2010, Ezequiel Morales conseguiu tirar 3min30seg sobre Igor Amorelli. Todos que assistiam a prova ou acompanhavam a transmissão on-line do MundoTRI Live se perguntavam: Será que a história vai se repetir? Quando o líder começou a correr as dúvidas foram desaparecendo. Com uma corrida forte

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Ironman 70.3 Brasil

O pedal garantiu a vitória a Sacchetto

e consistente, Sacchetto não deixou Chicão e Colucci se aproximarem no início dos 21 km e, tampouco, deu espaço para que Santiago Ascenço e Ezequiel Morales pudessem lhe tirar a vitória. Com 3:49:52, e uma corrida consistente para 1:16:02, o jovem Adriano Sacchetto conquistou seu primeiro de Ironman 70.3. “Eu não acreditei até entrar no funil de chegada, na verdade, fiz o meu melhor hoje e tentei me concentrar somente na minha prova, em chegar no limite do meu potencial”, declarou o mineiro de apenas 24 anos.

rer juntos, os dois atletas foram lado a lado, passada a passada, até metade dos 21 km de corrida, quando Santiago apertou o passo para tentar buscar a vitória. Após alcançar Chicão, Santiago alcançou Colucci, cravando a melhor corrida do dia com 1:14:07, e cruzando a linha em 3:51:59.

Colucci conseguiu segurar Ezequiel Morales, terminando em terceiro lugar com 3:52:18, deixando o argentino radicado no Brasil em quarto (3:52:41). Fechando o pódio veio o melhor brasileiro no Ironman Brasil 2011, GuiAs emoções da prova não pararam por aí. San- lherme Manocchio, que se tornou pai recentetiago Ascenço e Ezequiel Morales protago- mente (3:55:01). nizaram uma grande disputa. Saindo para cor-

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Ironman 70.3 Brasil

Mesmo com as melhores corridas do dia, Santiago Ascenรงo (esq.) e Ezequiel Morales (dir.) nรฃo conseguiram tirar a diferenรงa que Sacchetto construiu no pedal.

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Ironman 70.3 Brasil

A penalização de Vanessa Gianinni mudou sua estratégia de prova

A prova feminina Se a prova dos homens foi decidida nos 90 km de bike, a prova feminina foi decida nos 21 km de corrida. Com várias especialistas em provas de meio Ironman (Susana Festner, Maria Soledad Omar, Vanessa Gianinni, Mariana Borges, Ariane Monticeli, Alessandra Carvalho e Bruna Mahn), a prova prometia ter uma disputa também muito apertada. Não foi diferente do esperado o que aconteceu. A primeira a sair das águas a 16°C do mar de Penha foi a campeã de 2010, Vanessa Gianinni, seguida da esposa de Ezequiel Morales, Maria Soledad Omar, que veio dez segundos atrás. Alessandra Carvalho e Mariana Borges vieram 2min40seg depois, com Susana Festner um pouco atrás. Ariane Monticeli e Mariana Martins formaram o último grupo da elite feminina a sair da água.

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Já na primeira volta, um grupo se formou com Soledad, Vanessa e Mariana Borges. Susana Festner e a sul-africana Claire Horner vinham 1 minutos atrás. Ariane, após sofrer uma penalização por vácuo, vinha sozinha na sexta colocação, sabendo que teria que cumprir mais 5 minutos de penalização na T2. O mesmo aconteceu com Vanessa Gianinni e Mariana Borges, o que permitiu que Soledad Omar fosse a primeira a sair para correr. A argentina tinha 1 minuto de vantagem sobre Horner e 2min30seg sobre Mariana, Festner e Gianinni, que vinham juntas. Susana e Vanessa apertavam o ritmo, ao mesmo tempo em que Claire alcançava Soledad. Na metade dos 21 km, Susana apertou o ritmo e conseguiu deixar Vanessa, partindo em busca das líderes em um ritmo alucinante. A gaúcha residente no Distrito Federal fez uma meia maratona espetacular e, a menos de 2 km para o final, alcançou Horner, que tentou reagir, mas não conseguiu acompa-


Ironman 70.3 Brasil

Soledad liderou metade da corrida

Ariane Monticeli

nhar a “Fastner” Susana, a nova campeã do Ironman 70.3 Brasil. 1:23:14 foi o que a vencedora levou para percorrer os 21 km de Penha, fechando a prova em 4:18:35. “Treinei muita a natação, pois sabia que era o que precisava para brigar pela vitória em provas importantes”, declarou Susana. “Hoje consegui sair de forma que a natação não atrapalhasse o restante da minha prova. Saí para correr já pensando em uma corrida forte. Foi bom ter feito a primeira volta com a Vanessa, assim nós duas puxamos e não deixamos cair o ritmo”, declarou a campeã que se emocionou ao ver a torcida gritando seu nome nos metros finais da prova. Em segundo lugar, veio Claire Horner (4:19:00), seguida de Soledad Omar (4:20:27), Vanessa Gianinni (4:22:21) e Mariana Borges (4:33:35). Assim como na prova masculina, as mulheres fizeram uma disputa muito equilibrada, com as quatro primeiras colocadas em um intervalo de apenas 3 minutos.MT MundoTRI.com [set. 2011]

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Ironman 70.3 Brasil Susana Festner (esq.) e Vanessa Gianinni (dir.) tambĂŠm correram lado a lado por mais de 10km.

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Bola Dentro EXAME ANTI-DOPING PARA OS TRÊS PRIMEIROS COLOCADOS NO FEMININO E NO MASCULINO

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Ironman 70.3 Brasil

Bola Fora A FISCALIZAÇÃO DO VÁCUO DEIXOU A DESEJAR, VÁRIOS PELOTÕES SE FORMARAM E A PROVA PERDEU SUAS CARACTERÍSTICAS. UMA SUGESTÃO? A LARGADA POR ONDAS.

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Pos. Atleta Masculino 1 Adriano Sacchetto 2 Santiago Ascenço 3 Reinaldo Colucci 4 Ezequiel Morales 5 Guilherme Manocchio 6 Kent Horner 7 Chicão Ferreira 8 Rafael Brandão 9 Frederico Monteiro 10 Antonio Manssur

Pos. Atleta Feminino 1 Susana Festner 2 Claire Horner 3 Maria Soledad Omar 4 Vanessa Gianinni 5 Mariana Borges 6 Ariane Monticeli 8 Federica Luvizio 7 Barbara Frish 9 Maria Cecília Carvalho 10 Alessandra Carvalho

País

Cat.

Natação

T1

Bike

T2

Corrida

Total

BRA BRA BRA ARG BRA RSA BRA BRA BRA BRA

ME ME ME ME ME ME ME M3034 ME ME

00:22:43 00:24:04 00:22:20 00:24:00 00:23:45 00:22:47 00:21:45 00:21:50 00:22:56 00:22:50

01:02 01:29 01:33 01:47 01:39 01:34 01:56 01:48 01:32 01:36

02:08:51 02:11:17 02:10:15 02:10:56 02:11:23 02:12:31 02:10:33 02:13:12 02:12:26 02:14:51

01:13 01:01 01:23 01:26 01:30 01:15 01:18 01:42 01:07 01:24

01:16:02 01:14:07 01:16:46 01:14:31 01:16:43 01:21:25 01:25:11 01:22:14 01:24:06 01:23:18

3:49:52.3 3:51:59.6 3:52:18.1 3:52:41.8 3:55:01.6 3:59:35.7 4:00:44.9 4:00:56.6 4:02:08.7 4:04:00.7

País

Cat.

Natação

T1

Bike

T2

Corrida

Total

BRA RSA ARG BRA BRA BRA URU ARG BRA BRA

FE FE FE FE FE FE FE 30-34 18-24 FE

00:28:20 00:27:51 00:25:03 *.* 00:27:43 00:28:55 00:31:59 00:31:45 00:31:59 00:27:40

01:48 01:51 01:49 *.* 01:15 01:40 02:40 01:58 02:14 01:29

02:23:25 02:21:42 02:23:28 02:21:00 02:18:41 02:28:55 02:27:57 02:28:50 02:26:59 02:38:05

01:22 01:38 01:40 06:57 06:36 06:20 01:23 02:23 01:35 01:43

01:23:39 01:25:56 01:28:05 01:27:39 01:39:18 01:30:28 01:33:53 01:37:33 01:45:18 01:43:48

4:18:35.7 4:19:00.2 4:20:07.3 4:22:21.7 4:33:35.0 4:36:20.6 4:37:53.8 4:42:30.5 4:48:07.8 4:52:47.4

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Resultados - Ironman 70.3 Brasil Penha/SC - 27 de agosto de 2011 1,9km natação / 90km bike / 21km corrida

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58 Alessandra Carvalho Claire Horner

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Manssur

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Chic達o Ferreira

Colucci agora vai em busca de uma mdalha no Pan

Manocchio de bike nova

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TOP AMADORA CIÇA CARVALHO: 4:48:07 - Colocação: 9ª geral

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RAFAEL BRANDテグ: 4:00:56 - Colocaテァテ」o: 8ツコ geral

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TOP AMADOR

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Ironman 70.3 Brasil 62

Com vocês, os campões Adriano Sacchetto

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Sempre nadei, dos 8 aos 12 anos fazia futebol, depois vôlei e natação, coisas do colégio. Com 14 anos, comecei a andar de moutain bike pelo bairro. Depois comprei uma bike legal e logo comecei a participar de algumas provas. Na Júnior, sempre ficava em 10º ou 11º. Como a premiação costumava ser até o 10º, essa foi minha primeira motivação para treinar mais. Aos 15 anos, comecei a correr, quando conheci o ex-triatleta Bruno Khouri, meu 1º técnico de verdade. No dia 12 de maio de 2003, recebi minha 1ª planilha. Assim, dos 18 aos 19 anos treinei com o Bruno, que era, basicamente, sair para pedalar e suportar a sua roda o tempo inteiro (risos). Aprendi a pedalar assim. Depois, comecei a treinar com um técnico de natação, o Wenceslau, e a minha base na água saiu daí. Em 2007, conheci o Lauter Nogueira, que é meu treinador até hoje, e que me fez melhorar muito a corrida. Cada um dos técnicos teve seu papel na minha formação como atleta.

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COMEÇO NO ESPORTE

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METAS PARA 2012 Dar o meu máximo novamente nas provas restantes no ano: Troféu Brasil, SESC Triathlon, 5150 Galveston (Texas) e Ironman 70.3 Miami.

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Com a medalha olímpica no peito. Rio 2016, esse é o meu sonho maior!

Ironman 70.3 Brasil

COMO SE VÊ DAQUI 5 ANOS?

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Com vocês, os campões Susana Festner

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Fiz minha primeira prova de aquathlon no final de 2005, no Guaíba Country Clube em Eldorado do Sul, cidade vizinha a Porto Alegre, motivada por um cartaz na saída da aula que praticamente me apresentou à modalidade. Na época estava no meio do curso de Direito e havia começado a nadar para manter a saúde e corria de vez em quando sem orientação, mas sentia falta das competições do tempo de atletismo no colégio.

Ironman 70.3 Brasil

COMEÇO NO ESPORTE

Animada por aquele ambiente, fui conhecendo pessoas ligadas ao esporte, fazendo amizades e, em seguida, comecei a treinar com técnico e metas. Voltei a fazer treinos na pista, iniciei nas corridas de rua de 10 km e vi que precisava disso como parte da minha vida! Nadava e corria em dias alternados durante a semana. Comecei a pedalar aos poucos, quando sobrava algum tempo. Fiz alguns duathlons - meu primeiro foi com uma mountain bike emprestada - e, no segundo semestre de 2006, fiz minha primeira prova de Triathlon completa, que foi um Triathlon de velocidade, com três baterias, no formato do fast triathlon. Dei continuidade aos treinamentos e provas. Em 2007 me formei, consegui encaixar uma rotina melhor de treinos e, no final do ano,por conta de um concurso público, vim morar em Brasília, onde encontrei um ambiente muito legal para evoluir.

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OBJETIVOS PARA 2012 Pretendo me dedicar a algumas provas do circuito de 70.3 para evoluir na distância e tentar largar em Las Vegas em 2012. No 70.3 Brasil já somei alguns importantes primeiros pontos, mas já percebi que não será nada fácil quase todas as provas estão com um nível muito forte. Em 2011 farei ainda algumas provas em distância olímpica e short no Brasil e o Long Distance de Pirassununga.

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Ironman 70.3 Brasil

COMO SE VÊ DAQUI 5 ANOS? Espero estar em condições de continuar crescendo competitivamente como atleta e também dentro do esporte em tudo o que ele proporciona além da performance - o dia-a-dia dos treinamentos, as lições e as amizades. E espero ter condições de focar um pouco mais da minha vida nisso.

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Ironman 70.3 Brasil

Heinrich Wagner: enxergando muito além do trivial A história do cego sul-africano que competiu no 70.3 Brasil Se um Triathlon no formato de meio Ironman já parece absurdo para muitos, imagine se você fosse um deficiente visual. O sul-africano Heinrich Wagner é cego de nascença, mas seu lema pessoal já o levou a lugares onde muitos sequer ousaram chegar: “É melhor ser cego e ter uma boa visão do mundo, do que poder enxergar e não ver nada além daquilo

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que está à sua frente.” Wagner, por não conseguir enxergar, acaba não se intimidando diante dos grandes desafios e das dificuldades. Em seu currículo está o recorde de velocidade de um piloto de automóvel cego, acima de 269km/h! Isso mesmo, ele guiou, sozinho, um carro a 269km/h


No esporte, ele coleciona maratonas desde 1988, além de ter participado da seleção de Cricket para cegos de seu país. Em 2011, com apoio da empresa Pragma, ele e seu guia, Gerrie Olivier, completaram a prova mais difícil de mountain bike do mundo: o Cape Epic, competição de mais de 700 km e 14 mil metros de elevação. No Triathlon, os dois já haviam participado do Ironman 70.3 South Africa, onde registraram o tempo de 6:27:12, sendo 54min de natação, 3h10min de bike e 2h04min de corrida. Segundo Wagner, que conversou com o MundoTRI no 70.3, “o problema era que

meu guia não sabia nadar, então, às vezes, eu tinha que puxá-lo (risos).” Mais uma vez com o apoio da Pragma, a dupla veio competir no Ironman 70.3 Brasil. “O clima das pessoas aqui é fantástico, lembra muito minha terra natal”, disse Heinrich, que também tem uma empresa bem-sucedida de palestras e programas motivacionais.

Ironman 70.3 Brasil

no deserto. Além disso, Heinrich atravessou o Oceano Atlântico em um veleiro, acompanhado de uma tripulação inusitada: um surdo e um mudo.

O tempo dos dois em Penha? 5:37:46, quase 1 hora a menos do que a prova na África do Sul. “Treinamos muito e essa melhora é decorrente de nossa capacidade de acreditar que podemos melhorar, sempre”, disse Olivier, que se prepara para encarar um Ironman ao lado de Wagner mais para frente. Ainda veremos essa dupla fazendo história também no Havaí, pode apostar. MT

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Os benefícios dos treinos de bike indoor Por Ana Lídia Borba

No último artigo, abordei a mudança de ambientes na corrida, sugerindo a experimentação dos treinos em trilhas. Desta vez, no mesmo tema, mas em direção oposta, discuto aqui os benefícios dos treinos de ciclismo em ambientes controlados - especificamente, indoor. A maioria dos triatletas torce o nariz só de ouvir a palavra “rolo” e os ciclistas acham que este é um acessório para uso exclusivo em aquecimento de provas - e olhe lá! No entanto, se os treinos indoor podem ser (mas não necessariamente são) monótonos, eles também apresentam várias vantagens em relação aos treinos na rua que fazem com que sejam cada vez mais utilizados ao longo de toda a temporada pelos atletas de ponta. A primeira delas é que o atleta pode treinar o ano todo, a qualquer hora, independentemente das condições climáticas ou de iluminação natural. No atual período de chuvas no sul do Brasil, por exemplo, treinar no rolo ou spinning tem se mostrado a única forma de manter a regularidade e a segurança nos treinos, assim como acontece em épocas de frio muito intenso.

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Os treinos no rolo também economizam tempo, já que o atleta não tem que organizar vestuário, capacete, câmaras de ar e, no caso da maioria dos moradores de grandes centros urbanos, carregar a bike no carro e dirigir até o local do treino. Basta vestir uma bermuda, encher as caramanholas e começar a pedalar! Além disso, não existe o risco (ao menos em tese) de furar um pneu e, se faltar água ou comida, basta dar um pulinho na cozinha. Claro que há algumas dificuldades, a começar pela disposição de trocar o spinning pelo rolo. Embora as aulas na academia sejam uma excelente oportunidade de socialização, assim como os treinos coletivos outdoor, as bicicletas de spinning não permitem muitos ajustes da posição e as aulas são, na maioria das vezes, sessões curtas e com trabalho prioritariamente anaeróbico - que nem sempre é o objetivo do dia. A falta de ventilação também exige alguns cuidados e alguns atletas relatam não atingir no rolo


Foto: Wagner Araújo

Os benefícios dos treinos de bike indoor

as mesmas potências alcançadas na rua, porém isto é uma questão de adaptação às condições, escolha do material e ajuste dos parâmetros. Para garantir a eficiência dos treinos indoor, o atleta deve começar escolhendo o equipamento correto. Há vários tipos de rolos no mercado com preços que variam em alguns milhares de reais; vale a pena despender algum tempo escolhendo um bom equipamento, com uma relação custo x benefício que se adeque às suas necessidades. O rolo magnético básico, sem ajuste de carga, é normalmente o mais barato e resolve bem a questão dos treinos esporádicos em dias de mau tempo, além de ser uma opção razoável para atletas que treinam tendo como referência a frequência cardíaca ou a potência medida no cubo ou pedivela da bicicleta. As marcas mais conhecidas são: CycleOps, Blackburn, Elite e Tranz-X, mas há inúmeras opções deste tipo de equipamento. Para quem tem preguiça de colocar a bicicleta no rolo ou faz contas do desgaste de pneus nos rolos magnéticos, já existe uma excelente opção da LeMond Fitness, o Revolution. A resistência do rolo é eólica, ou seja: quanto mais força o atleta faz, mais o ventilador acoplado ao sistema gira e, consequentemente, maior a resistência gerada. Este “rolo” é um dos mais fiéis à sensação de pedalar na rua, em função da inércia gerada pelo ventilador, que ainda minimiza a perda de potência entre os ambientes. Também tem um computador (opcional) que mostra e transfere para o PC informações de velocidade, potência e frequência cardíaca. Já os modelos mais caros têm também a função de controle da carga, em watts. Assim, é possível programar um treino ou percurso com antecedência e deixar que o rolo te obrigue a cumpriMundoTRI.com [set. 2011]

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Os benefícios dos treinos de bike indoor

lo. Alguns modelos também têm percursos das principais provas do mundo já cadastrados, sendo possível treinar nesses percursos com recursos de vídeo e calibragens de vento, rugosidade do asfalto e simulação de vácuo de outros ciclistas. Os modelos mais conhecidos são: Computrainer, CycleOps Power Beam, Elite e Kinetic, sendo que este tem, inclusive, um sistema de ajuste da altura da roda para simulação das subidas. Uma vez escolhido o rolo, é hora de criar o ambiente adequado para os treinos. A bicicleta deve ficar em um local com o máximo de ventilação possível, sendo recomendável ainda o uso de pelo menos um ventilador em frente ou ao lado da mesma. Alguns atletas gostam de colocar o rolo em frente à TV, outros preferem apenas ouvir música - pensar no que mais te motiva durante os treinos, com antecedência, é fundamental. Pode ser utilizado um banco ou mesinha ao lado da bicicleta para as garrafinhas, comidas, toalha e controle da TV. Também pode ser usada uma toalha ou pano de chão sob a bicicleta para minimizar a inundação do piso pelo suor, e o uso constante de uma toalha de rosto ajuda a diminuir a quantidade de suor (corrosivo) que escorre sobre a bike.

Foto: Wagner Araújo

Atenção à ventilação e à hidratação! No rolo, a falta de vento impede a evaporação do suor, provocando o aumento da temperatura corporal e, consequentemente, da frequência cardíaca e da percepção de esforço. Por isso, é fundamental o uso de ventilador e o aumento da frequência de hidratação, que deve ser superior à comumente realizada na rua.

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O último componente para assegurar o aproveitamento dos treinos indoor é a escolha adequada dos exercícios. Alguns técnicos fazem MundoTRI.com [set. 2011]

boas adaptações dos treinos na rua para o rolo, outros criam sessões específicas para este fim. De qualquer forma, é interessante aproveitar a oportunidade para realizar exercícios de técnica e educativos, além de trabalhos como pedalar com cadências acima e abaixo da zona de conforto. Treinos intervalados criam a sensação de passarem mais rápido que os treinos de rodagem. Esses intervalos não necessariamente precisam ser fortes, podendo se adequar a qualquer tipo de trabalho através de variações de cadência, por exemplo. Séries de ritmo de prova também são excelentes para execução em ambiente controlado, uma vez que é mais fácil manter uma menor variação da potência e frequência cardíaca em função da inexistência de variações no relevo, de vento, etc. Então, que tal deixar o preconceito de lado e experimentar o que os profissionais do mundo todo estão fazendo para melhorar a qualidade e condições de seus treinos? Escolha a música mais motivadora do seu MP3 player (Eye of the Tiger funcionava bem para o Rocky Balboa), cole algumas metas nas paredes. Foco, motivação... E bons treinos! MT


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CIÊNCIA DO TRIATHLON O método de treinamento intervalado

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Foto: Delly Carr/ITU

Por Prof. Roberto Lemos e Lucas Helal


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Em 1952, nas Olimpíadas de Helsinque, um corredor tcheco conseguiu roubar a cena ao vencer os 5.000m, 10.000m e a maratona daqueles jogos. Depois do feito, o desempenho de Emil Zatopek foi rodeado de investigações e das grandes potências desportivas tentando descobrir o que o fizera obter tanto sucesso. Este ciclo olímpico serviu como marco temporal na ciência do Treinamento Desportivo para evidenciar o uso do método intervalado de treinamento, e até então, algo novo e desconhecido. O treinamento intervalado se caracteriza pelo fracionamento de uma determinada distância em repetições menores com intervalos de recuperação. Existe, provavelmente, um grande mal entendido em relação a este tipo de treino, que é a diferença entre treino intervalado e treino intenso. Isso acontece porque o método intervalado é o mais utilizado para programar treinos intensos, mas isto não se torna uma condição necessária do treinamento intervalado. Por exemplo, com caminhantes que ainda não conseguem correr durante muito tempo continuamente, ao serem instruídos para correrem em ritmo fraco durante alguns minutos e depois caminharem mais alguns minutos, estão sendo submetidos a um treino intervalado, e que não é intenso. Existem modalidades, inclusive, em que o treinamento todo é praticamente intervalado, independente da intensidade do treinamento, como na natação. Tanto que para aquecimento, zona aeróbica, limiar, VO2 máx e força são utilizados intervalos com mais frequência do que distâncias contínuas. A intenção desta primeira parte do artigo é falar um pouco da fisiologia do esforço e como o treinamento intervalado trará as adaptações planejadas. Para isso, é necessário o esclarecimento de alguns conceitos da fisiologia, tais como intensidade e duração do esforço, recuperação das reservas de energia e característica que deseja ser melhorada. Ao se programar uma sessão de treinamento, deve ser levada em consideração, em primeiro momento, a que tipo de valência se direciona aquela sessão. Um treino pode ser direcionado à melhoria da sua resistência aeróbica básica, à

sua resistência aeróbica específica, sua força, sua potência, seu limiar anaeróbico, dentre outras. E, para isto, o treinador precisa saber quanto de carga é suficiente para causar as adaptações que se pretende para cada tipo de valência. A maioria dos autores caracteriza a carga de treinamento como a interação entre volume e intensidade do esforço que é capaz de trazer mudanças psicofísicas no organismo do atleta. Por exemplo, para que se melhore o limiar anaeróbico, são necessários esforços que giram em torno dos 90% a 105% do seu limiar ou entre 88 a 92% da sua Frequência Cardíaca (FC). Sabe-se também, que 30 minutos são considerados uma duração adequada para a maioria dos atletas. Entretanto, um ponto crucial, que diz respeito à bioenergética, é a fonte utilizada nesta intensidade do esforço e quanto tempo o organismo leva para recuperar-se, ainda que parcialmente. Nesta intensidade do esforço, o metabolismo ainda é aeróbico, mas é exatamente uma linha tênue entre o metabolismo aeróbico e o anaeróbico, portanto, há presença de oxigênio nas reações que produzem energia. O tipo de fonte energética utilizada prioritariamente é o carboidrato. Com estes dados, o treinador já sabe quanto vai durar sua sessão e em que intensidade ele quer que aconteça, só precisa agora decidir se utilizará o método contínuo ou o método intervalado para melhorar o seu limiar anaeróbico, já que os dois podem ser utilizados para este tipo de valência. Em sessões orientadas para a melhoria do condicionamento aeróbico, o treinamento intervalado também pode ser utilizado, o que pode ser muito útil para triatletas de provas longas, como meio Ironman ou o Ironman. É muito comum serem utilizadas repetições com durações superiores a 4 minutos e com tempo acumulado superior aos 30 minutos, numa intensidade do esforço inferior à 90% da sua FC. Existem maratonistas e triatletas que, perto de suas provas-alvo, não abrem mão de uma série com repetições de 5 ou até mesmo 10km, que dêem uma boa noção do ritmo que se pode executar no dia da prova. Hoje, a maioria dos estudos mostra que o treinamento intervalado é mais eficaz do que o treiMundoTRI.com [set. 2011]

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Foto: Delly Carr/ITU

“Hoje, a maioria dos estudos mostra que o treinamento intervalado é mais eficaz do que o treinamento contínuo quando se trata de intensidades superiores a 75% do seu VO2máx (ou 85% da sua FC). ” namento contínuo quando se trata de intensidades superiores a 75% do seu VO2máx (ou 85% da sua FC). Isto se deve, em parte, por o fracionamento da distância possibilitar que se atinja uma intensidade superior do que continuamente, e, normalmente, acontece de forma cumulativa. Outra situação interessante é que o treinamento intervalado causa uma boa ativação neuromuscular, devido ao arranque necessário a cada repetição.

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Existem situações particulares, devido à fisiologia, onde o treinamento intervalado é praticado de maneira soberana, que é para o treinamento anaeróbico e de velocidade. Isto não é uma simples preferência dos treinadores ou dos atletas, e sim uma limitação fisiológica por conta de como o seu metabolismo funciona. Como já foi explicado em um de nossos artigos, o metabolismo anaeróbico, que pode ser com ou sem produção de lactato, é ativado em situações de alta demanda energética e em curto espaço de tempo, por volta de até 2min30seg. Portanto, repetições com durações dentro dessa faixa de tempo, executadas em alta intensidade e com um intervalo que seja suficiente para recuperação das reservas musculares, são extremamente utilizadas para melhoria da condição anaeróbica. Muitos triatletas acham que treinar nessa intensidade é desnecessário, já que a prova de Triathlon é aeróbica. Seja na natação, ciclismo ou corrida, trabalhar nesse nível de intensidade pode trazer muitos ganhos, principalmente no que diz respeito à economia e técnica de movimento, inclusive para os atletas de provas de Ironman. Para atletas de provas curtas e com vácuo, dá a condição para momentos bem específicos da prova. Mas, existe um ponto-chave que determina o alcance da sessão realizada: “Devo realizar as repetições sempre o mais forte que o intervalo me permitir?” Depende! A menos que o objetivo do treinamento seja melhorar a sua potência neuromuscular, realizar repetições all-out nem sempre alcançam a zona de treinamento desejada, ainda que o intervalo permita que sejam realizadas naquela intensidade. Isto acontece porque as adaptações fisiológicas não ocorrem necessariamente nas intensidades mais fortes possíveis. A performance, em si, é composta por vários alicerces que são trabalhados em momentos delicadamente programados em sua periodização e que são atingidos com zonas de treinamento cuidadosamente ajustadas. Um erro muito comum ao se trabalhar o


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limiar anaeróbico é realizar as séries muito acima do ritmo que se deseja manter, o que passa a tornar o treino descaracterizado. Nas literaturas que tratam sobre treinamento e potência, já é abordado, com frequência, como um medidor de potência pode te dar uma boa noção de quantas repetições você deve fazer e que intensidade você deve manter para que o objetivo seja atingido. Vamos usar o exemplo de uma série hipotética para VO2 máximo. Fisiologicamente, o VO2 máx é modificado, em geral, após 8min de sobrecarga na intensidade necessária. Esta intensidade, normalmente, varia de 105 a 115% do seu Limiar Anaeróbico. Supondo que o nosso editor, Wagner Araújo, realizou um contra-relógio de 30min para determinar seu limiar anaeróbico e encontrou que sua potência de limiar é de 250 watts; este é o ponto de partida para idealizarmos uma sessão orientada para o VO2 máx. Sendo assim, Wagner deve sustentar uma potência entre 262 e 288 watts a cada repetição. Considerando que, o seu treinador deseja que ele se mantenha durante 15min em VO2 máx, serão utilizadas 5 repetições de 3min nesta intensidade com recuperação de 2min. Mas, nas duas primeiras repetições, o Wagner conseguiu atingir 300 watts, e nas 3 repetições seguintes, manteve uma potência de 240 watts por conta do esforço realizado previamente, com percepção do esforço igual ou até mesmo superior. Será que este treino realmente melhorou o seu VO2 máx? Ou, em outra situação, o seu treinador idealizou 24min de VO2máx e o Wagner realizou 8 repetições de 3min, sendo que conseguiu manter-se na zona pretendida nas primeiras 5, e nas 3 seguintes a potência não chegou a 250 watts. Será que o Wagner realizou um treino eficiente nas duas situações? A análise dos dados num software específico pode responder estas perguntas, achar o ponto ótimo e identificar a energia gasta desnecessariamente que pode prejudicar a realização do treinamento. Em outras palavras, é muito comum gastarmos apenas calorias numa sessão de treinamento, quando não estamos realmente nos dirigindo ao objetivo que realmente se pretendia. São estes pequenos ajustes que tornam uma sessão de treinamento otimizada e eficaz. Por fim, o treinamento intervalado é, principalmente,

uma arma poderosa nos períodos de aquisição e competitivo. Mas, é oportuno ressaltar que, pode sim ser utilizado no período de base, desde que seja orientado para a intensidade correta e na carga correta. Cabe apenas ao treinador conhecer e optar por quais métodos utilizar ao visar a melhoria de determinada característica do atleta, e o treinamento intervalado pode se encaixar na maioria deles. No próximo artigo, falaremos um pouco mais sobre a parte metodológica na periodização e de situações particulares no treinamento intervalado, além da melhoria da técnica e economia de corrida. MT _______________

Roberto Lemos, treinador e proprietário da Ironmind Assessoria Esportiva em Florianópolis-SC, triatleta, e Mestre em Ciências do Movimento Humano-UDESC. Lucas Helal é triatleta, estudante do último ano do curso de Bacharelado em Educação Física e membro-pesquisador do Núcleo de Pesquisa em Gestão do Esporte-NUPEGE, com ênfase nas áreas de Fisiologia e Bioquímica do Exercício e MundoTRI.com [set. 2011]

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Roberto Parseghian, o Parseca, conquista o vice-campeonato no Ultraman Canadรก Fotos: arquivo pessoal do atleta

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O triatleta brasileiro Roberto Parseghian, o Parseca, conquistou o vice-campeoanto do Ultraman Canadá, prova duríssima, que envolve 3 dias de competição, num total de 515 km. No primeiro dia, sábado (30/07), os competidores nadaram 10 km e pedalaram 145.3 km. O brasileiro já começou a prova bem, encerrando o dia em segundo lugar, com 2h59min58seg na natação e 5h02min28seg na bike, totalizando 8h02min26seg de prova. O domingo foi o dia mais difícil para o brasileiro. Como ele mesmo explicou: “Com absoluta certeza, foi o dia mais duro da minha vida. Fechei os 275.8 km em 10h20min, com o vento na cara a prova inteira e 3000 metros de altimetria. Cheguei na 9ª colocação e fiquei na 5ª posição geral”. Faltava ainda a dupla maratona (84 km), que aconteceu no terceiro e último dia de prova. Com impressionantes 8h15min44seg (ritmo de 5:54/ km), Roberto não deu chance a seus adversários, fechando a prova na segunda colocação, atrás apenas do americano John bergen, vencedor do enorme desafio. “Os três dias foram incríveis! A prova tem um nível excepcional de altimetria. Nos três dias, subimos mais de 6 mil metros. Hoje consegui buscar os que estavam à minha frente na corrida”, disse Roberto logo após cruzar a linha. “Na largada estava 4 graus, tive que sair com cobertor nas costas. Já a chegada foi com 28 graus de temperatura.” O brasileiro também garantiu a vaga para o mundial de Ultraman, no Havaí. De volta ao Brasil, Parseca conversou com nosso editor, Wagner Araújo sobre o caminho até se tornar um Ultraman.

Parseca, conte-nos um pouco sobre sua história no Triathlon. Muitos acreditam que é necessário décadas de treino até se chegar a um Ultraman, especialmente no nível de desempenho que você atingiu. Parseca: Sem sombra de dúvida, a experiência

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em uma prova de Ultraman ou qualquer outra deste nível se ganha com muitos anos de treino. É uma base que o atleta vem formando em seu corpo e mente que não se conquista em pouco tempo . Comecei minha vida esportiva no atletismo. Fui jogador de Pólo Aquático e treinava 6 vezes por semana desde meus 8 anos. Parei de jogar Pólo aos 18 anos, quando co-mecei a correr por prazer e nada mais. Comecei com provinhas de 5 e 10 km até virar um maratonista rompendo a barreira sub 3 horas. Logo, os treinadores começaram a me levar para fazer somente a corrida, nos revezamento de Tria-thlon, no começo dos anos 2000 e assim ganhávamos muitas provas. Fui picado pelo bichinho do Triathlon e em 2005 já fui o primeiro colocado no Long Distance, na minha categoria. Agora, eu já começava a entender o que era o Ironman. Chegava a fazer 10 meio Ironman por ano e um a dois Ironmans até colocar em minha cabeça que o Ultraman poderia ser possível. Então, me arrisquei e fiz tornar-se possível. Como foram seus treinos? Pode revelar como era uma semana típica de treinamento nas três modalidades? Parseca: Meus treinos para o Ultraman eram de 20 a 25 km de água, 600 km de pedal e 120 km de corrida por semana. Porém, encaixei uma travessia de 8500 metros em Ubatuba, corri a maratona de São Paulo e o Ironman Brasil, 50 dias antes da largada do Ultraman. Realmente de matar! Acredito que o fato de viver em São Paulo tenha dificultado ainda mais a missão, certo? Parseca: Correto. Em São Paulo, não se treina outdoor, meus longos de ciclismo são na Carvalho Pinto, rio Santos e Romeiros. Nado no monte Líbano e corro onde for possível. Adoro correr! Sou acostumado a correr de madrugada pela cidade, parece que enquanto todos dormem, eu avanço. E não dispenso meu rolo de ciclismo para girar as pernas nos dias de semana. Se existe algo que incomoda os triatletas em treinos longos, é a logística de alimenta-


Parseca: Estava com sono e com vontade de chorar como em todas as provas. Choro por dentro. Não sei o que acontece, mas o sentimento aflora. Se alguém falar comigo, choro como uma criança na linha de largada. E na linha de chegada? Parseca: As quatro chegadas foram incríveis (a da natação, a do 1º dia de ciclismo, a do 2º dia de ciclismo e a do 3ª dia de corrida) lembro-me dos metros finais de todas. Mas claro, a especial foi a Ultramaratona em que faltando 500 metros para ser o vice-campeão, me recordo de pedir para minha tripulação gritando: saca a bandeira. A essa altura, eu já estava chorando. Foi demais! Houve algum momento em que pensou em desistir? Alguma grande dificuldade? Parseca: No segundo dia dos 275 km de ciclismo, ventava muito e não conseguia impor ritmo no pedal porque o percurso era montanhoso e nas descidas o vento contrário atrapalhava minha media horária. Para variar, no km 220 chorei, mas nunca passou pela minha cabeça parar e desistir. Nunca! Você vai competir no Mundial de Ultraman no ano que vem. O que fará nesse meio tempo? (Tenho a impressão de que as outras provas devem estar ficando “sem graça” para você...)

ção e equipamentos para se realizar os mesmos. Como você lidou com isso nos treinos e na prova? Parseca: Sempre tive minha alimentação na ponta do lápis. Todos que me conhecem sabem disto. Não treino para comer, como muitos fazem e sigo 100% a cartilha do meu nutricionista, o Tubarão. Nunca vi ninguém morrer de fome treinando, o que temos que saber é consumir sal e carboidratos nas horas corretas para não perdermos rendimento. Outra coisa muito importante é nunca sentir fome ou sede, seguir sempre cada hora de treino com a alimentação programada, tendo fome ou não. Falando um pouco da prova, o que sentiu na linha de largada? MundoTRI.com [set. 2011]

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“Sempre tive minha alimentação na ponta do lápis. Todos que me conhecem sabem disto. Não treino para comer, como muitos fazem e sigo 100% a cartilha do meu nutricionista, o Tubarão.”

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Parseca: Sim. Vou para o Hawaii fazer o Ultraman. Porém, ainda este ano, em novembro, vou para o México fazer o Ironman de Cozumel e no ano que vem, o extreme de Norseman, na Noruega que é considerada a mais dura prova nas distâncias do Ironman, porém incomparável. Fui convidado a fazer outra prova no Hawaii, mas acho que terei que pensar muito porque ela é complicada. Qual a importância do equipamento que você usou na prova, já que nessa distância, segundos por quilômetro se transformam em horas? Parseca: O equipamento deve fazer você se sentir bem, mas a logística é bem diferente de um Ironman, pois tive que organizar tudo em dobro. Caso tivesse um problema mecânico, teria sempre a solução imediata. Durante a corrida, no carro, eu tinha três pares de tênis, meias e ainda levava um oxigenador muscular caso travasse. Como foi sua logística de recuperação e sono entre os dias de prova? Parseca: Em três dias, eu tive, praticamente, uma única noite de sono e ainda foi bem picada, um período de três a quatro horas por noite. Procurava ir o mais rápido possível para o hotel pós a prova para tentar recuperar a musculatura através do repouso total. Por mais que eu descansasse, o sono sempre vinha na hora de levantar para a largada. A adrenalina não me deixava em paz. (risos) De todas as provas que já fez, essa foi a melhor? Parseca: Sem dúvida, essa foi a que me deu maior alegria na linha de chegada. Minha mulher foi nota 100 na alimentação e na paciência por estar casada com um Ultraman.

Parseca: Claro! Gostaria de agradecer a muitos: Aos meus treinadores Ricardo Borges na natação, Marcelo Butenas no volume geral do triathlon e Elias Tavares na corrida. Ao meu nutricionista, Reinaldo Bassit (Tubarão). Aos meus amigos que tiveram um peso muito forte, pois me mandavam mensagem todo o tempo em que estive no Canadá. Um fato curioso: Eu estava a 15 minutos da largada da Ultramaratona quando recebi um torpedo que dizia: “manda news Parseca !!!!“ respondi: “estou a 10 minutos da largada da corrida” e a resposta veio imediatamente: “corra com nossos corações.” Isso levei em minha cabeça durante a corrida toda .

Se pudesse mudar alguma coisa na preparação ou na competição, o que mudaria?

Por fim, o que diria para os leitores que um dia sonham em completar uma prova tão difícil como o Ultraman?

Parseca: Nada. Somente agora eu sei que posso apertar um pouco mais meu ritmo, pois já percebi até onde meu corpo aguentará.

Parseca: Eu diria a todos para fazerem o que realmente queiram. Façam para si e não para os outros, pois somente assim dará certo. MT

Claro que você contou com o apoio de muitos para chegar até o pódio no Canadá. A quem você gostaria de agradecer de forma especial? MundoTRI.com [set. 2011]

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Ivan Albano é quinto no Ironman Louisville “Essa é a terceira vez que faço o Ironman Louisville. Tinha me esquecido de como é dura essa prova! A natação aconteceu no Ohio River. Tive uma largada tranquila e logo me encontrava no segundo grupo da natação, onde fiquei até o final. Parti para os 180km de bike me sentindo bem. O percurso do ciclismo é super duro, com sobe e desce quase o tempo inteiro.

Foto: Wagner Araújo

Na corrida, o calor foi infernal, estava correndo bem e ganhei algumas posições. No entanto, nos últimos 16 km já não tinha mais energia e força para buscar mais posições, assim completei o Ironman Louisville na quinta colocação. Resumindo meu dia, fiquei muito feliz com meu resultado e por ter completado o vigésimo quarto Ironman de minha carreira. Eu e minha técnica, Rosana Merino, abraçamos esse desafio e acreditamos que seria possível, já que eu treinei menos de um mês para estar alinhado na largada. Gostaria de agradecer em especial a Deus por me dar saúde, minha esposa e filho, todos meus patrocinadores e apoiadores, os profissionais que trabalham comigo e em especial à Pragma Brasil, por ter me ajudado correr em busca do meu sonho. Forte abraço a todos e encontro vocês no Brasil.” MT MundoTRI.com [set. 2011]

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XTERRA COSTA VERDE Foto: Dhani Borges

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O XTERRA Costa Verde presenciou um das grandes disputas do ano, protagonizada pelo brasileiro Felipe Moletta e o sul-africano Lieuwe Boonstra. Ombro a ombro, pedalada a pedalada e passo a passo, os dois lutaram até o fim de suas forças pelo vitória, que ficou com o brasileiro, por pouco mais de um minuto. Rodrigo Alfim foi o 3º colocado. No feminino, a americana Emma Garrard venceu a competição, em Mangaratiba/RJ, uma das provas mais bonitas do circuito brasileiro e mundial. Em segundo lugar chegou a brasileira Manuela Vilaseca. Completando o pódio, ficaram Rodrigo Alfim e a grande Luzia Bello.

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Foto: Wagner Araújo

Série Especial: Ironman do Havaí

Ironman do Havaí: uma análise do percurso na Grande Ilha parte 2 e 3 - bike e corrida

por Vinícius Santana

Dando sequência à nossa série de artigos sobre análise técnica do percurso no Ironman do Havaí, vamos elaborar sobre o ciclismo na prova, características do percurso e treinos que o atleta deve fazer em sua preparação.

Ciclismo Uma vez fora da transição, os primeiros quilômetros do ciclismo acontecem ainda dentro da cidade de Kona. É um trecho lento, pois conta com vários retornos, curvas fechadas e a famosa subida da “Palani Road”. De uma maneira geral, nossas instruções são sempre a mesma para todo início de ciclismo no Ironman, independente da prova, faça os primeiros quinze a vinte minutos muito leves e sem ingerir nenhuma caloria, apenas um pouco de água se der vontade! Nesta parte da prova, você não quer desviar o fluxo sanguíneo para

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seu estomago para processar as calorias e alimentos, pois os batimentos estão muito alto, os capilares nos braços estão abertos e nas pernas fechados, portanto o coração é forçado a trabalhar mais forte para mandar sangue até as pernas. Uma vez na estrada “Queen K”, é hora de colocar sua estratégia de prova, ritmo e alimentação em ação. A grande maioria dos atletas está competindo contra si mesmos, portanto ignore o que outros atletas estão fazendo ao seu redor e se concentre em sua prova, é muito fácil se empolgar demais neste trecho da prova, afinal é o Ironman do Havaí! A altimetria do percurso é o que descrevemos de “rolling hills” ou em uma tradução prática, um percurso ondulado. Alguns atletas usam as subidas, na primeira metade do percurso, para


Foto: Wagner Araújo

pedalarem em pé, aproveitando que, geralmente, o vento, nesta parte, é a favor. Assim, eles alongam as costas e mudam um pouco a musculatura trabalhada.

Série Especial: Ironman do Havaí

A única escalada é ao chegar no retorno do meio da prova, que acontece da cidade de Haví. É uma subida longa, mas não tão íngreme. Aproveite para se alimentar bem neste ponto, pois o special needs fica bem no retorno, e na descida pode haver ventos laterais fortíssimos, o que exige duas mãos no clipe e impossibilita a ingestão de gel ou utilização das caramanholas. Falando em special needs, vários atletas relatam, anualmente, que o special needs de Kona não é confiável, portanto não deixe por lá nada que seja fundamental para sua prova, somente extras que o ajudarão em caso de uma emergência. Na volta, o percurso é o mesmo da ida, porém, nos quilômetros finais, é esperado um vento contra fortíssimo, e você quer estar preparado para ele, tanto mentalmente quanto por ter feito treinos que simulem esta condição. Treinos de ciclismo específico para o Ironman do Havaí, ou outras provas com perfil similar:

Treino 1) Longo em percurso ondulado com escalada

**Incluir na metade do treino 2 escaladas de 15-20min: • 1ª em cadência de prova

Treino 2) Longo em percurso plano (caso não tenha acesso à subidas)

**Incluir na metade do treino série para simular ondulações da prova e estímulo cardíaco. • Ex: 1 hora sendo (5min moderado/5min forte/5min fácil) ** Incluir série de contra-relógio em marcha pesada, na hora final

** Hora final moderado a forte em marcha pesada (cadencia sub 50rpm)

• Ex: 3x(10-15min c/ 5min descanso)

Foto: Wagner Araújo

• 2ª em marcha pesada

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Série Especial: Ironman do Havaí Corrida Os primeiros 10 quilômetros são na Avenida Alii Drive, dentro da cidade de Kona e com imenso número de torcedores o tempo inteiro. É exatamente nisso que mora o perigo, pois a combinação da adrenalina da prova com os torcedores pode lhe fazer correr mais rápido do que você deveria. A saída da cidade acontece mais uma vez na subida da Avenida Palani, onde os torcedores também ficam incentivando os atletas. A subida tem uma inclinação e distância moderada, então não se empolgue demais, caso contrário demorará a se recuperar. Uma vez na Avenida Queen K, o percurso é novamente ondulado, o que exige concentração e experiência para não apertar demais, mas ao mesmo tempo manter um ritmo sólido e constante. É esse perfil que mais visamos quando fazemos treinos específicos para Kona na corrida, e os dois treinos ao final do artigo são exemplos de como trabalhar esses detalhes. Outro ponto alto da prova é a entrada do famoso “Energy Lab” que carrega uma reputação por ser “o inferno na Terra”, o que, sinceramente, em minha opinião, é um marketing exagerado dos organizadores. A primeira metade é uma leve descida e conta, até mesmo, com um vento no rosto. No retorno do Energy Lab, você tem o special needs da corrida, que sempre é uma ajuda e alívio durante a prova. Uma observação em relação aos aid stations é o fácil acesso a gel. A frequência deles, também é uma boa ajuda, pois estão distribuídos a cada 1,5 ou 2km, portanto alguns atletas optam por saírem para correr com o mínimo de suplementos possível. Eu, pessoalmente, sugiro sempre competir com suplementos os quais esteja acostumado a treinar. Saindo do energy Lab de volta a Queen K, novamente por ondulações, e finalmente quando você chega à descida da Palani e acha que esta perto do final, pois pode até mesmo ouvir sons do local da chegada, o percurso é desviado para a esquerda, na Avenida Kuakini, onde você ainda corre por algumas centenas de metros que não acabam mais! Finalmente entra na Alii Drive, onde são outros

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400m até a chegada. Curta o momento! Hawaii Ironman finisher!

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Treinos específicos para a corrida do Ironman Havaí: Treino 1) Corrida Longa

Incluir: 1 hora fácil a moderado com subidas fortes e concentrando na sequência da subida (para não deixar os passos desacelerarem) 1h moderado acelerando nas descidas (passos rápidos sem carga aeróbica extra) A idéia do treino é:

2ª Hora: Educativo com foco em técnica de passadas em pernas fadigadas (specific). Ritmo consistente em subidas e planos, mas acelere nas descidas, não exigirá maior carga aeróbica e sim coordenação e força, recrutando novas fibras para serem trabalhadas.

Foto: Wagner Araújo

1ª Hora: O objetivo é aprender a descansar e relaxar correndo mesmo em ritmo de prova. Aperte nas subidas e concentre nos planos que vêm em seguido. Descidas fáceis, segurando.

faça o retorno ainda forte, desça soltando e repita por 1h, ex: 8x [2min forte subindo - 4min moderado plano 2min soltando descida] MT

Treino 2) Série de subidas na esteira

Série especifica Kona. Aprenda a relaxar após as subidas (Palani, Energy Lab, Kueen K, etc), esteira é mais interessante, mas se for dar muito trabalho, alterne com a rua. Série principal (mantenha a velocidade fixa): 3x [3min a elevação 4% - 5min a 0% (plano) 2min a 6% - 5min 0% (plano) - 1min a 8% - 5min 0% (plano)] Opção na rua: Ache uma subida de aproximadamente 2min que é seguida de um plano de 2min. Suba forte, mantenha um ritmo sólido no plano,

Vinícius Santana é técnico da Ironguides, empresa que oferece soluções esportivas para atletas e praticantes de atividade física de todos os níveis, com treinamento online ou presencial, planilhas espefícas por eventos, training camps, curso para treinadores, programas de incentivo a promoção da saúde em empresas, e produtos para a saúde e o bemestar que propiciam um estilo de vida saudável aos atletas. www.ironguides.net/br

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O Mundo não precisa de mais papel, mas você precisa de mais informação. No PC, no iPad, no iPhone, no iPod Touch, no Android, no smartphone, enfim, onde você estiver.

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Foto: Delly Carr/ITU

Diogo Sclebin e P창mella Oliveira vencem Panamericano de Sprint

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O mineiro Diogo Sclebin e a capixaba Pâmella Oliveira venceram o Campeonato Pan-americano de Sprint Triathlon em Vila Velha, no Espírito Santo. A disputa envolveu 750m de natação, 20km de ciclismo e 5km de corrida, tudo feito em um ritmo alucinante. Na prova masculina, um grande grupo se formou após a natação, com os principais nomes da prova juntos, como Sclebin, Fabio Carvalho, Mauro Cavanha, Igor Amorelli, Marcus Vinícius Fernandes, Wesley Matos e o argentino Luciano Farias. Apesar das tentativas de ataque, o grupo chegou para correr junto. Com os pés no chão, Fabio Carvalho logo se desgarrou dos demais competidores, iniciando uma emocionante disputa. Com pouco mais de 1 km, Fabio estava na frente e tudo indicava sua vitória. Mais atrás, Diogo vinha ganhando posições e, com 2 km, encostou em Fabio. A partir daí, os dois correram juntos mais 2 km, e os ataques começaram a 1 km do final. Como de costume, Sclebin correu muito forte as centenas de metros finais da prova, fechando a prova com 53min50seg, apenas 10 segundos à frente de Fabio Carvalho. Em terceiro lugar ficou Marcus Vinícius Fernandes, com 54min16seg. “A prova foi curta e assim não permitida nenhum erro, qualquer vacilo em um contorno de bóia ou um capacete que demora a se afivelar, podem custar a vitória. O atleta tem que ser completo e não apenas nas 3 modalidades, mas nas trocas também. Para vencer esse tipo de prova, erros não são aceitáveis, pois não há oportunidade de recuperação”, declarou Sclebin. O vice-campeão Fabio Carvalho declarou: “Foi um resultado muito importante para minha busca olímpica.” Entre as mulheres, Pâmella Oliveira liderou de ponta a ponta para conquistar o tricampeonato da competição. Com uma natação espetacular e um pedal consistente, Pâmella conseguiu segurar as adversárias na corrida. “Fiz muita força, só parei quando cruzei a linha de chegada”, declarou a vencedora. Pâmella complementou: “É uma prova muito rápida, não se pode dar mole hora alguma. Fiz o que pude para abrir ao máximo na

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natação e na bike, pois sabia que, na corrida a Flavinha (Fernandes) viria com tudo.” A atleta agora segue para a WCS em Yokohama, Japão, no dia 19 de setembro. Na prova da sub-23, os campeões foram Wesley Matos e Estéfanie Bender. Na Júnior, Iuri Vinuto e Luísa Batista foram os campeões, todos eles brasileiros. Resultados – Elite Feminino 1. Pâmella Oliveira (BRA) 1:00:55 2. Flávia Fernandes (BRA) 1:02:09 3. Carolina Galvão (BRA) 1:03:08 4. Fernanda Garcia (BRA) 1:03:44 5. Maira Vargas (COL) 1:04:06 Masculino 1. Diogo Sclebin (BRA) 53:50 2. Fabio Carvalho (BRA) 54:00 3. Marcus Fernandes (BRA) 54:16 4. Jorge Arias (COL) 54:37 5. Mauro Cavanha (BRA) 54:47


Foto: / ITU Foto:Richard WagnerLam Araújo

“O vácuo parece tornar essa modalidade pouco importante e decisiva no Triathlon com vácuo para alguns, mas é o contrário! A necessidade de se ter um bom condicionamento na bike para se manter no 1º pelotão, e o desejo de outros em escapar e abrir vantagem para a corrida, torna a competição bastante envolvente tanto para o publico quanto para o praticante. A cada volta, a tentativa de escapada no primeiro pelotão, levantava a torcida. Possivelmente, essa distância dará ao Triathlon mais uma disputa nos Jogos Olímpicos.” – Diogo Sclebin

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Foto: Wagner Araújo

Psicologia do Esporte: uma análise do Diário até Kona O psicólogo do esporte, Arthur Ferraz, comenta os relatos da seção “Diário até Kona” do portal MundoTRI.com.br, onde 4 atletas contam seus treinamentos até o Mundial de Ironman, no Havaí, no próximo dia 8 de outubro.

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Uma coisa interessante quando trabalhamos com relatos e com pessoas é que não podemos nos prender a modelos prontos. Embora as teorias nos orientem e didaticamente tenhamos um processo para nos guiar no tempo, são os relatos que vão surgindo que nos indicam qual o melhor caminho a se tomar. No texto anterior, que publiquei no portal MundoTRI, falei sobre a importância do atleta se conhecer antes de determinar seus objetivos e criar expectativas em relação ao desempenho. Imaginava agora falar sobre os objetivos propriamente ditos, como eles se estruturam, como podemos organizá-los para nos motivar, nos trazer confiança e manter a ansiedade sob controle. Mas nestes últimos relatos do Topan, da Ana e do Rafael notei um tema em comum muito importante para todos os atletas e fundamental para a conquista de objetivos tão altos como o Ironman do Havaí. A confiança. A confiança, saindo um pouco das definições clássicas, é a certeza que carregamos conosco, de que somos capazes de alcançar aquele objetivo ao qual nos propomos. Quanto mais preparados nos sentimos para dar conta de algum desafio, maior será esta nossa confiança. Muitas vezes, a confiança é considerada uma coisa inata, característica do atleta. Ou o atleta é confiante ou não é confiante. Ou ele nunca duvida de si mesmo ou nunca vai confiar em si mesmo. Esses são termos comuns que ouvimos muitas vezes. O que não é considerado é que esta confiança tem uma base e é construída diariamente e reforçada nas ações do dia-a-dia de cada atleta. Em relação ao tempo, podemos dizer que a confiança tem uma base no passado, isto é, tudo o que o atleta já fez ou já foi, suas experiências de sucesso e fracasso, formam um autoconceito que será forte ou fraco de acordo com a avaliação pessoal de cada um. É comum vermos no diário, referências ao histórico de cada atleta. No caso do Topan e do Rafael sua grande experiência na natação lhes dá uma grande confiança nesta etapa. Provavelmente suas dúvi-

das serão muito mais em relação à sua capacidade de abrir tempo em relação ao outros atletas, ou se haverá outro atleta forte para disputar a natação do que se vão conseguir terminar os 3800 metros, se vão ficar presos no tumulto da bóia, ou se vão apanhar muito. Outros exemplos desta base são os outros Ironmans completados, as outras experiências no Havaí, o quanto já foram capazes de correr em uma maratona, a comparação da preparação deste ano com a de outros anos, enfim, tudo o que já foi alcançado se torna base ou referência para o desenvolvimento da confiança. Esta confiança então é reforçada no presente, no dia-a-dia, nos treinos e nos desafios superados. É muito interessante ver nos relatos esta confiança sendo construída através dos treinos. Para uns, isso vem com uma longa e dura série de natação, como os 100 x 100, para outros com uma prova de maratona, um contra relógio de bike, um longão de 250 km ou muitas vezes com o cumprimento de 100% dos treinos da planilha. A cada desafio superado, a sensação do dever cumprido, a satisfação e o prazer da superação se tornam acréscimos na confiança. Como um muro que sobe, trabalhamos tijolo por tijolo, reforçando as fundações e buscando não apenas a altura (objetivos) mas a solidez (confiança). E é isso que o Ironman traz a seus participantes, é isso a que os atletas se referem quando dizem que não o fazem por prazer, mas pela dor. Por mais difícil que seja cada treino, o fato de se sentir capaz de realizá-lo, de ser capaz de suportar a dor e o cansaço e no final ver a confiança e a autoestima nas alturas é a recompensa que todos procuram. É a certeza de que estamos no caminho certo. E este caminho certo é a relação da confiança com o futuro. Quanto mais capazes de dar conta de um desafio futuro nos sentimos, maior será nossa confiança, menor a ansiedade e o medo e maior também a motivação no processo. Quanto mais sólida for a confiança do atleta, maiores as metas e objetivos que ele irá determinar. Mas se muitas vezes é óbvio o fortalecimento da confiança através da realização dos treinos, a compreensão deste processo é necessária para que MundoTRI.com [set. 2011]

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possamos evitar sua face negativa. Isto acontece quando, ao contrário do que esperamos, não é possível completar um treino, ou quando o atleta se depara com uma semana de cansaço, um dia de desânimo ou uma lesão. Estas coisas fazem parte da realidade do treinamento, da exigência dos esportes de endurance, e da própria adaptação do corpo de cada atleta. E podemos até dizer que estes atletas que são mais dedicados, que raramente perdem um treino, ou deixam de cumpri-lo na intensidade desejada são os que mais direito teriam de ter um dia de dificuldade. E como qualquer treinador diria, este treino não afeta a performance final. Mas a confiança muitas vezes é frágil e o destreinamento nesta área pode ocorrer de forma muito mais rápida do que o destreinamento físico, caso o atleta não esteja preparado para estes momentos, e pode ser muito mais nocivo. Isto porque, muitas vezes, o atleta, mesmo o amador, se torna muito identificado com sua atividade. O esporte o define e a qualidade de seus esforços influenciam diretamente em seu autoconceito. Por isso vemos os atletas relatando o mau humor depois de um treino ruim, seja pelo cansaço ou falta de condições ou de tempo. Em casos mais graves o atleta começa a duvidar de si mesmo, não apenas nos treinos mas no resto de suas atividades e aí enfrentamos o perigo da depressão e do medo.

Arthur Marcondes Ferraz Silva Psicólogo - Especialista em Psicologia do Esporte Psicólogo das seleções brasileiras de Nado Sincronizado e Cross Country e Biathlon de Inverno Triatleta do Esporte Clube Pinheiros, campeão mundial de aquathlon em 2008, fez seu primeiro Ironman em Florianópolis 2011

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Foto: Wagner Araújo

Mas, é exatamente por estes motivos, que os diários se tornam tão importantes, não apenas para quem os lê, mas talvez ainda mais para quem os escreve. Este registro de todo o processo se torna uma ferramenta extremamente valiosa no desenvolvimento de uma confiança sólida e efetiva. Através deste processo conseguimos não apenas um efeito comparativo do antes e depois do treino, mas nos tornamos capazes de visualizar o processo completo e como cada pequeno esforço os têm tornado atletas e pessoas melhores.MT


Fred Monteiro

Foto: Wagner Araújo

Não pode faltar na minha geladeira

“Na minha geladeira, não pode faltar frutas, iogurte, queijo, requeijao e, claro, aquela boa Coca-Cola para quando volto dos treinos de corrida e bike! (risos)”

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Coluna do Ciro Violin Como aqui posso dar minha opinião, é isso que vou fazer: Para mim, apesar do Ironman ter nascido como um esporte chamado Triathlon, hoje eu considero que Ironman é um tipo de esporte e Triathlon é outro tipo. Porém, como os dois têm as mesmas disciplinas, ainda podemos chamar de “Triatletas” os que praticam os dois esportes. Não me lembro onde vi um comentário que questionava: “Um Ironman (pessoa) é realmente um triatleta? Boa questão! Com certeza as opiniões ficarão bem diversificadas. Para mim, não necessariamente, um Ironman (a pessoa que completa um Ironman) é um triatleta. Fiquem bravos, esperneiem, gritem, mas essa é minha opinião! Por quê? Porque nosso esporte está banalizado. Nosso esporte virou moda. Nosso esporte está na terrível tendência do “TER” e não só “SER”. Um Triatleta de verdade passa por fases. E isso foi muito bem exemplificado no blog do Max (da Kona Bikes) quando ele compara essas fases com as faixas do Caratê, branca, verde, marrom e preta. O natural de um triatleta seria ele subir a “escada” aos poucos, e não pegar o elevador, como temos visto. As escolhas e as decisões são de cada um.

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Ninguém manda em ninguém, e você pode e deve fazer o que bem entender. Apenas quero dar minha opinião de que tudo nessa vida precisa ser feito em seu tempo. Tudo deve ser feito com equilíbrio e cadência, para manter o gráfico da vida numa subida constante e não em picos e declínios variando para cima e para baixo te fazendo uma pessoa desorganizada, doente, crua e oca. Vou dar um exemplo no nosso esporte, mas isso deve ser levado para toda a vida. Fazer Triathlon ou Ironman, é apenas um detalhe. Podemos ver as reações de uma pessoa, observando como ela se comporta no seu esporte. E é isso que tenho visto por aí... Pessoas querendo “TER” antes de “SER”. Uma pessoa está com sobre peso e começa a correr. Depois de 2 meses de “treinos” e vários tênis de 700 reais, ela se aventura em provas de 10 km. Faz duas ou três, e por influência dos amigos na pizzaria de domingo à noite, começa a nadar na academia. Como ela já nadava quando era adolescente, isso faz com que tenha facilidade. Em mais 3 meses e alguma evolução, ela é incentivada pelos amigos a comprar sua primeira bike em uma loja. Paga 20 mil Reais no equipamento e nos acessórios, e vai para o primeiro short no Troféu Brasil. Faz mais duas provas nos 4 meses seguintes, e novamente incentivado pelos amigos e ou “técnico”, se inscreve para o Ironman Floripa. Esta pessoa pulou fases. Qualquer um é capaz de correr um Ironman. Se formos pensar bem, não é difícil. Basta ter pequenos conhecimentos de natação, ciclismo e corrida e


você pode nadar para 1h45min, pedalar para 8h, trotar os primeiros 15 km da maratona, andar até o km 25, trotar até o km 30, andar até o 35, trotar e andar até o 40, correr até o km 42 e terminará o Ironman em 15h30min ou 16h no máximo.

Foto: Wagner Araújo

Todo Ironman é Triatleta?

Sim é possível! E isso com certeza, vai tornar você um Ironman. Parabéns! Mas, infelizmente não vai lhe fazer um Triatleta de princípios. Como disse, minha opinião é que um Triatleta, com “T” maiúsculo, começa aos poucos e sobe a “escada” degrau por degrau. Você conhece algum piloto de corridas que já entrou direto na Formula 1? Todos eles começaram no kart e depois passaram pelas categorias, subindo aos poucos e ganhando experiência, até chegar à categoria principal.

Agora, é claro que existem atletas que são exceções, e mesmo que com pouco tempo de Triathlon, já encaram um Ironman, se dão bem e continuam evoluindo. Temos exemplos como o do Luis Topan, ou o Samuel Araújo que, com pouco tempo na estrada, já fizeram um Ironman muito bem, e ainda vão fazer muitos outros. Eles são exemplos de quem agarrou o esporte pra valer e não apenas quiseram entrar na moda. Eles tornaram o Ironman um segundo emprego, treinando pra valer nas horas vagas e deixando as 24h do dia lotadas. Existem muitos outros exemplos, e não me venha com essa ladainha de que eles têm mais tempo que você. Na verdade, eles são mais organizados que você. Apenas isso. São nesses tipos de pessoas que devemos nos espelhar.

Minha dica, é para que você torne o esporte, seja o Triathlon ou Ironman, uma constante, com princípios, coerência, conceitos e principalmente amor. Enxergue o Ironman como uma escada alta, e que para chegar lá, é preciso ter paciência. A escolha é sua. Apenas penso que seria melhor se você optasse pelo consenso comum, e seguisse as fases. MT Foto: Wagner Araújo

Com o Ironman é o mesmo conceito.

Ciro Violin - www.ciroviolin.com.br

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Próxima edição: IRONMAN DO HAVAÍ

Foto: Wagner Araújo

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Foto: André Souza


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