em revista 30Abril.01Maio.02Maio.2010
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editorial As Memórias da História de 2010 ficam definitivamente marcadas pelo êxito total de «Revisitar D. Manuel I – 500 anos do Foral Novo», tendo contado com a presença de cerca de 60 mil visitantes. E porque não assumir a surpresa com que testemunhámos tamanha adesão por parte dos próprios torrejanos? Uma festa que logo na primeira edição é assumida pela população como sua, por certo tocou no mais íntimo do seu imaginário e do seu sentimento de pertença: a Praça 5 de Outubro e o castelo. E não deixa de ser assinalável a surpresa com que muitos torrejanos se referiram às obras recentemente levadas a cabo nesses dois espaços da cidade, porque as desconheciam. Uma praça e um castelo renovados foram, pois, o cenário propício ao sucesso de uma iniciativa que partiu da intenção de apoiar e reforçar a dinâmica do Centro Histórico e sua actividade empresarial, criando o necessário suporte imaterial ao esforço de regeneração dessa área da cidade. Um modelo de evento a repetir para o ano, com outra temática, é certo, mas com o mesmo empenho na divulgação da história e do património de Torres Novas, para o qual espero poder contar com uma participação ainda mais abrangente dos torrejanos, orgulhosos da sua memória e da sua identidade. António Manuel Oliveira Rodrigues Presidente da Câmara Municipal de Torres Novas
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Há 820 anos, Torres Novas tornava-se formalmente um concelho através da carta de foral concedida por D. Sancho I, a 1 de Outubro de 1190. Ficavam assim regulamentados os direitos e os deveres da povoação e dos habitantes de Torres Novas, era atestada a sua autonomia municipal. Já no século xii muitos concelhos tinham o seu foral, o que significava diferentes normas (incluindo pesos e medidas) para cada uma dessas povoações do reino. É no reinado de D. Manuel I (1495-1521) que se inicia o processo de reformas do sistema jurídico-administrativo geral. O foral novo de Torres Novas, datado de 1 de Maio de 1510, insere-se neste plano manuelino de criação de novos instrumentos governativos uniformizadores. O foral novo de Torres Novas é um documento decorado com iluminuras, com encadernação em couro e ferragens, características que o colocam na categoria principal dos forais emanados entre 1500 e 1520, referentes às várias províncias portuguesas. Os forais eram feitos em três cópias autênticas sendo uma para a Câmara, outra para o senhorio da vila e uma outra para os arquivos da Torre do Tombo. A antiguidade deste diploma e a sua importância na regulamentação da vida quotidiana da vila durante séculos conferem-lhe o estatuto de documento-monumento, símbolo da história de Torres Novas. Pelo seu valor patrimonial, o foral manuelino de Torres Novas faz parte do espólio do Museu Municipal Carlos Reis (Torres Novas). A edição fac-símile foi publicada pelo Município no dia 1 de Maio, disponibilizando-se assim o conteúdo integral do documento, uma memória viva de Torres Novas quinhentista.
objectivos Fomentar a memória colectiva de acontecimentos de relevo na história de Torres Novas é um dos grandes propósitos de um conjunto de eventos que se pretendem realizar no âmbito das «Memórias da História», e cujo primeiro marco foi a iniciativa «Revisitar D. Manuel I – 500 anos do Foral Novo». Durante os dias 30 de Abril, 1 e 2 de Maio, recriaram-se alguns aspectos da vida quotidiana do século xvi, tendo como principal pretexto a entrega do foral novo à vila, concedido por D. Manuel I a 1 de Maio de 1510. O castelo e a sua área envolvente transformaram-se num quadro vivo, conseguido pelo rigor do enquadramento histórico, pela participação da comunidade e pelas estruturas artísticas locais. Surgido no âmbito da Regeneração Urbana, este projecto procurou também dinamizar o concelho e, muito em particular, o centro histórico, tirando partido da localização central do castelo.
A iniciativa, promovida pela Câmara Municipal de Torres Novas e organizada pelo Teatro Virgínia, contou com o envolvimento dos parceiros da candidatura conjunta à Regeneração Urbana – as paróquias da cidade, o CRIT, a ACIS, o IPT, a ARPE, o Choral Phydellius, o Cine-Clube e a Santa Casa da Misericórdia. A comunidade escolar do concelho, bem como diversas associações, participaram e contribuiram para o sucesso do evento. «Revisitar D. Manuel I» promoveu o sentimento de pertença e o orgulho cívico da comunidade local, o espírito de cidadania, a imaginação criativa, a partir da compreensão e do conhecimento da importância histórica do território e do envolvimento na preparação e implementação do evento. Através da valorização do seu património, material e imaterial, reforça-se o potencial do concelho enquanto destino turístico e cultural.
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castelo
Fortaleza árabe do século xii, o castelo de Torres Novas foi conquistado aos mouros por D. Afonso Henriques, por volta de 1148. Contudo, passado algum tempo, voltou a ser tomado pelos muçulmanos e definitivamente reconquistado por D. Sancho I, em 1190, constituindo-se símbolo da importância política de Torres Novas na época medieval. Circundado por uma muralha de onze torres e pela casa do alcaide (século xiv), o castelo possui, no interior do recinto amuralhado, um aprazível e bem cuidado jardim. Os inúmeros ataques inimigos provocaram a destruição desta antiga fortaleza e da sua cerca. O terramoto de 1755 causou graves danos no castelo. Sofreu diversas obras de reconstrução, das quais sobressaem as de D. Sancho I, as de D. Fernando (em 1374) e as obras dgemn, por ocasião das comemorações dos centenários da Independência e da Restauração, em 1940. O cemitério municipal foi instalado no castelo em 1835, onde permaneceu até 1935, mas em Abril de 1839 o recinto foi cedido à Câmara Municipal por carta de lei. Contudo, as muralhas da cerca passaram para a posse da Câmara apenas em 1923, por despacho do Ministro da Guerra. Na alcaidaria funcionou, até 1961, a cadeia comarcã de Torres Novas. O castelo de Torres Novas foi classificado Monumento Nacional em 16 de Junho de 1910. O castelo, a sua envolvente e a alcaidaria foram alvo de profundas obras de recuperação em 2009, durante as quais foram colocados a descoberto vestígios da muralha fernandina, localizados no exacto local indicado por Artur Gonçalves (investigador de história local), nos anos 30, a partir das suas pesquisas históricas. Foi também efectuado um percurso pedonal à volta do castelo, com áreas de lazer como o jardim árabe. Estas obras, que contaram com apoios comunitários, permitiram devolver o castelo aos torrejanos, deixando de ser o local solitário que se tinha tornado nos últimos anos.
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praça 5 de Outubro
A Praça 5 de Outubro situa-se no coração da cidade onde, ao longo dos tempos, decorreram os acontecimentos mais marcantes: desfiles e procissões, cortejos cívicos e de beneficência, espectáculos e concertos de bandas, recepções e manifestações, feiras e mercados, tendo também sido palco privilegiado das Festas da Cidade. A sua actual designação foi atribuída por deliberações camarárias de 13 de Outubro de 1910 e 6 de Fevereiro de 1974, em memória da Revolução de 5 de Outubro de 1910, que pôs fim à monarquia e implementou o regime republicano em Portugal. Contudo, há o registo de vários topónimos anteriores, como Praça D. Manuel II; Praça do Comércio; Praça dos Paços do Concelho ou Praça Nova (por oposição com a Praça Velha, hoje Largo Coronel António Maria Baptista, mais conhecido por Largo da Botica). Em 2009, no ano do seu centenário, a Praça 5 de Outubro foi alvo de profundas obras de remodelação, no âmbito do programa de Regeneração Urbana. As infra-estruturas de águas, esgotos e telecomunicações foram reconstruídas e a calçada do tabuleiro central e das vias adjacentes foi totalmente substituída, respeitando o desenho e o pavimento originais. Foram também instalados novos sanitários públicos e as esplanadas e respectivo mobiliário foram uniformizados. Esta obra de requalificação urbanística da Praça 5 de Outubro permitiu devolver este espaço nobre do concelho aos cidadãos, dando-lhe vida e dinâmica, nomeadamente através da realização dos mais diversos eventos, desde espectáculos, feiras ou exposições.
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artistas
thorsen, o tosta mista Portugal/Alemanha Thorsten Grutjen, mais conhecido como Tosta Mista o Malabarista, semeou gargalhadas durante os três dias. Com diversas actuações no espaço da feira, deliciou públicos de todas as idades, concentrando pequenas multidões para ver os seus truques e malabarismos. Seguindo a sua receita – 1 dose de comédia, 1 litro de sangue frio, meia dúzia de objectos quotidianos, 1 colher de excentricidade – Thorsten conferiu uma vertente cómica inigualável a esta iniciativa em Torres Novas.
aux couleurs du moyen age França
al-ibi França Composto por quatro elementos trajados a rigor, este grupo é uma adaptação viva do canto e da tradição oral secular. Inspirados nos manuscritos dos trovadores occitanos (a língua occitana é uma língua românica falada no sul da França), trouxeram uma musicalidade diferente e encantadora que cativou todo o público da feira.
Unidos pela paixão comum por um longo período da história − a Idade Média − um pequeno grupo de «irredutíveis» decidiu «ressuscitar» esta época através da música. Nascidos num castelo, numa colina francesa, imersos na sua atmosfera mágica, interpretam música sagrada e profana de vários séculos, acompanhados por instrumentos da época.
ten_art e grupo de teatro meia via Portugal Larápios, assassinos, mendigos, bruxas, meretrizes, moribundos e ralé... Estas são algumas das personagens que pudemos encontrar no Postigo da Traição, interpretadas em parceria pelo Ten_art e pelo Grupo de Teatro Meia Via. Ten_art é um grupo informal de teatro e animação, que reúne artistas na área do teatro, dança, música e pedagogia. Têm uma programação variada de actividades sócioculturais, com uma intervenção directa junto da comunidade. O Teatro Meia Via − Associação Cultural de Torres Novas foi fundado em 19 de Abril de 2001, mas a actividade teatral na aldeia da Meia Via já contava cem anos, com maior regularidade desde os anos 80. A sua actividade centra-se sobretudo na produção própria de espectáculos e leituras encenadas, na formação de actores e na divulgação e apresentação de espectáculos, privilegiando o concelho de Torres Novas e as suas associações.
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sbandieratori Itália
strella do dia Portugal O som das gaitas de foles e dos tambores ecoou com ritmo e força, protagonizado pelos Strella do Dia, com actuações na Praça 5 de Outubro, no castelo e zona envolvente e nos cortejos. Nascidos na alvorada do presente milénio, o seu nome tem origem numa das medievais Cantigas de Santa Maria, tornando-se num grupo especializado na interpretação inovadora da música alta.
s. a. marionetas Portugal De Alcobaça veio este grupo de marionetistas, que montou a sua tenda em pleno jardim do castelo. Criado em 1993 e profissional desde 1997, o S. A. Marionetas trouxe a Torres Novas o espectáculo «Theatrum Puparum», que conta a história de D. Pedro e D. Inês, com recurso a cerca de 20 marionetas de vara.
Com os movimentos sincronizados das bandeiras e ao som de trompetes e tambores, este grupo italiano foi uma constante durante toda a feira quinhentista. As suas actuações começaram mesmo alguns dias antes, como forma de promoção da iniciativa nos concelhos vizinhos, cativando potenciais visitantes. O vermelho e o azul das bandeiras, atiradas ao ar com rigor e arte, tendo o castelo ou a Praça 5 de Outubro como pano fundo, criaram uma das imagens mais emblemáticas deste evento.
aguillas de valporquero Espanha A exposição de aves de rapina e a demonstração de voos deslumbrou o público da feira, com a oportunidade rara de ver de perto animais como o bufo real ou a águia pesqueira. Com este tipo de espectáculo apresentado em Torres Novas, os Aguillas de Valporquero deram a conhecer a morfologia e o comportamento natural de cada espécie. Os voos rasantes de águias ou abutres, em pleno castelo ou no centro da Praça 5 de Outubro, juntaram multidões de curiosos.
espada lusitana Portugal
minearte Portugal É um museu itinerante que se instalou no terreiro de Santa Maria, dando a conhecer culturas distintas, com enfoque nos cristãos, judeus e muçulmanos. A arte da iluminura foi outra das áreas abordadas neste espaço.
Este grupo de praticantes de esgrima histórica e artística marcou presença no interior do castelo, com a sua Praça de Armas, mas também nos diversos cortejos que fizeram parte do programa da feira quinhentista. Dedicado a reconstituições históricas, desde a antiguidade clássica até aos nossos dias, os Espada Lusitana recriam o ambiente civil e militar inerente a cada época. Também em Torres Novas mostraram ao público o quotidiano dos homens de armas e dos civis (nobres, cavaleiros, lanceiros, besteiros) com todo o rigor histórico, tanto no equipamento como no comportamento.
teatro e marionetas de mandrágora
concentus allavarium Portugal Este grupo de música antiga do Coral S. Pedro de Aradas interpreta autores ibéricos, com réplicas de instrumentos e indumentária da época. Marcaram presença no evento «Revisitar D. Manuel I», encantando os visitantes e transportando-os, através da sua música e da imagem, para o século xvi.
Portugal Os dromedários foram alvo de grande interesse por parte dos visitantes. Participando em todos os cortejos e com a sua tenda montada junto ao castelo, a comitiva de Alcaide Fernandes, com os seus trajes árabes e as bailarinas exóticas cativaram a atenção de miúdos e graúdos.
legend especialistas
Portugal Esta companhia ocupou um dos grandes palcos da feira − a Praça 5 de Outubro − na noite de domingo, 2 de Maio, com a apresentação do «Auto da Barca do Inferno», de Gil Vicente. Sediada em Gondomar, a Teatro e Marionetas de Mandrágora iniciou a sua actividade em 2002, procurando sempre a união de uma linguagem simbólica que conjuga o tradicional e o contemporâneo. Com recurso à marioneta, esta companhia explora a cultura, a crença, a lenda, aliando-se à urbe, à velocidade da aldeia global.
alcaide fernandes
Espanha
curinga Portugal Personagens espalhafatosas, com chapéus bizarros, picardias musicais, jogos rítmicos, malabarismos e magia foram a imagem de marca deste grupo, numa verdadeira mistura músico-cómica. Os Curinga contribuíram para três dias de entretenimento, com os mais variados estilos musicais, animando todos os tipos de público.
Com cerca de 20 anos de existência, este grupo «assentou arraiais» nas traseiras da Câmara Municipal de Torres Novas, com um acampamento instalado para «garantir a segurança à chegada de D. Manuel I». Com uma boa disposição e simpatia merecedoras de destaque, os Legend Especialistas fizeram demonstrações, participaram nos cortejos e viveram o verdadeiro quotidiano militar.
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lugares
lugar do petiz passeio dos espĂritos
curral
bodegas
mouraria
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praça d’armas terreiro de santa maria postigo da traição praça dos mercadores
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momentos Os três dias da feira quinhentista ficaram marcados por vários momentos de teatralização nos quais, com o rigor histórico possível, se procurou conferir ao centro histórico um ambiente próximo ao vivido durante o século xvi. Todas estas recriações trouxeram uma extraordinária alegria, dinâmica e vivacidade a toda a iniciativa, com a encenação do que poderia ter sido a entrega do foral, um baile da época, a visita do rei ou um jantar real.
29 de abril quinta-feira 14
Revisitar D. Manuel I
3 momentos na sala de aula Março | Museu, Teatro, Biblioteca
Uma parceria inédita entre o museu, o teatro e a biblioteca municipais resultou num projecto que constitui uma referência cultural de como levar a História às
escolas do concelho. Esta iniciativa realizou-se ao longo do mês de Março, junto de alunos do 1.º ciclo de Lapas, Assentis e Lamarosa. O Museu Municipal Carlos Reis abordou a temática da vida económica e social, através da oficina «Mercado de Iluminuras», na qual as crianças foram convidadas a escrever e desenhar, inspiradas pelas iluminuras da época. O Teatro Virgínia visitou as escolas sob o tema da história da cultura e mentalidades, realizando uma oficina de gestos
e retratos. Num percurso pelo mundo de príncipes e princesas do início do séc. xvi, o quotidiano, os comportamentos ou as regras foram abordados numa oficina para experimentar e confrontar a expressão do corpo de hoje e de outrora. A música quinhentista, numa oficina de escritos e cantos, foi abordada pela Biblioteca Municipal Gustavo Pinto Lopes. Esta iniciativa levou a música de Quinhentos aos alunos de hoje, com o apoio do músico Carlos Guerreiro, revivendo um tempo em que a música estava sempre presente.
po de D. Manuel I, João Paulo Oliveira e Costa afirmou que em Lisboa «ver-se-ia o mundo», em resultado das viagens de Vasco da Gama e de Nuno Álvares Cabral. «Há impactos que chegam. Muitas pessoas já tinham visto elefantes, escravos negros, provado especiarias», afirmou. Contudo, em Torres Novas, essa realidade seria ainda muito ténue. Apesar de tudo, pode considerar-se que a vila torrejana estava «perto» da corte, uma vez que D. Manuel I teve muitas passagens pelo actual distrito de Santarém, com permanências em Abrantes, Tomar e Almeirim. Por seu lado, Pedro Canais vai um pouco mais além sobre o que seria o dia-a-dia em Torres Novas: «Por essa altura, Lisboa já devia ter tido uma grande transformação após a primeira viagem à Índia, tornando-se muito cosmopolita. E aqui em Torres Novas alguém já teria ouvido falar dessas viagens». «O número de capelas e de igrejas era infinitamente
maior do que é hoje, e o tempo regia-se pelo sol. O único dia livre era Domingo, no qual se ia à missa e se tirava algum partido da vida indo, por exemplo, a um baile», descreveu Pedro Canais, lamentando a falta de fontes locais sobre esta temática, sendo Artur Gonçalves a melhor referência existente. «A vida de Torres Novas dividir-se-ia entre duas praças: a velha (actual Largo da Botica) e a nova (Praça do Pelourinho), onde os homens iam de manhã “tomar patrão”», concluiu o escritor. No final, Pedro Canais deixou uma ideia das vantagens que podemos retirar dos tempos anteriores ao nosso: «A História, tal como a literatura, serve para nos ensinar a viver. E ensinar a viver é olhar para o passado, para cada coisa como um fenómeno isolado, e tirarmos as nossas próprias ilações, contribuindo para que a nossa existência seja mais rica e mais dinâmica».
Conferência Vida no tempo de D. Manuel I «A História serve para nos ensinar a viver» 21h30 | auditório da BMGPL
O programa da Feira Quinhentista começou no dia 29 de Abril, com a Conferência «Vida no tempo de D. Manuel I». Dois autores, Pedro Canais (A lenda de Martim Regos) e João Paulo Oliveira e Costa (O império dos pardais), permitiram uma viagem no tempo, revelando-nos os costumes e as aspirações de Quinhentos. Nos seus livros, estes dois escritores referem jogos de intriga, secretismo, paixões, numa escrita sempre alicerçada na História de culturas e meandros políticos que fizeram um império. João Paulo Oliveira e Costa descreve a escrita ficcional como o fascínio da liberdade absoluta, mas a escrita científica, nomeadamente no que se refere a biografias de figuras históricas, desperta outras sensações. «Acho que conheci, de facto, D. Manuel I porque o estudei durante dois anos e meio. Não me apaixono pelas personagens dos meus livros mas gera-se uma empatia muito forte. Parece que os conhecemos na realidade. E o final da biografia é traumático», afirmou. Sobre a vida em Torres Novas no tem-
30 de abril sexta-feira
Ronda do pregão Cortejo de mercadores 21h00 | Praça 5 de Outubro
Desde o século xiii que Torres Novas tinha uma grande feira, institucionalizada pelo rei D. Afonso III, reconhecida em toda a região. A Ronda do Pregão constitui-se como a abertura oficial das festividades, procurando recriar a chegada simbólica dos mercadores que, neste dia como outrora, vieram um pouco de todo o lado. Legumes, artesanato, doçaria, animais, entre outros, fizeram parte da oferta, numa feira «aberta» pelo alcaide, perante a população da vila. Os mercadores chegaram à vila lançando os seus pregões, trazendo sacos e cestos com alguns dos seus produtos, mostrando-os ao público e convidando os visitantes a comprar. Também os mercadores árabes fizeram parte do cortejo, instalando-se depois na mouraria. Dançarinas, músicos, malabaristas ou soldados, todos chegaram para a festa do fim-de-semana.
Concerto de órgão de tubos 21h30 | Igreja de Santiago Sendo as Paróquias de Torres Novas e o Choral Phydellius parceiros da candidatura concelhia à Regeneração Urbana, a sua participação no «Revisitar D. Manuel I» foi visível em diversos momentos. Um deles foi o concerto de órgão de tubos, realizado na Igreja de Santiago. A organista foi Rute Martins, professora do conservatório de música do Choral Phydellius, que deu a todos os presentes a oportunidade rara de ouvir o imponente instrumento musical, datado de 1798, recentemente alvo de uma profunda recuperação. O órgão, único na cidade, é composto por 750 tubos.
Apresentação do livro Torres Novas no tempo de D. Manuel I 10h20 | Escola EB 2,3 Manuel de Figueiredo 11h15 | Escola EB 2,3/Sec. Artur Gonçalves 14h30 | Escola EB 2,3 António Chora Barroso
Torres Novas no tempo de D. Manuel I é um livro juvenil que faz parte de um conjunto de publicações comemorativas dos 500 anos do foral manuelino de Torres Novas. Com textos de Margarida Moleiro e ilustrações de Hélder Dias, a publicação faz um «passeio» pela vila torrejana desde a sua fundação, em 1190, até aos inícios do século xvi. O quotidiano da vila de Torres Novas, da Idade Média ao tempo de D. Manuel I, é contado aos mais novos através de apontamentos sobre a sociedade medieval, as cartas de foral, as cortes, as feiras, a agricultura, os artesãos, a geografia e a paisagem torrejana (a importância do rio Almonda e a configuração da vila quinhentista). Neste livro, há tempo ainda para conhecer D. Manuel I e o seu reinado – os descobrimentos, as reformas e o estilo manuelino – e para descobrir a carta de foral concedida por este rei à vila de Torres Novas, a 1 de Maio de 1510. Esta edição municipal foi lançada no dia 30 de Abril, nas escolas E.B. 2/3 Artur Gonçalves, António Chora Barroso e Manuel de Figueiredo, e entregue a todos os alunos dos 5.º e 6.º anos. A apresentação do livro esteve a cargo do Presidente da Câmara Municipal de Torres Novas, António Rodrigues, que destacou a importância de os mais novos conhecerem a história local, para assim desenvolverem o seu sentimento de pertença e a sua memória colectiva.
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Cortejo de pormenores quinhentistas 15h30 | Praça 5 de Outubro A participação voluntária da comunidade torrejana na feira quinhentista teve o seu expoente máximo ao início da tarde de sábado, dia 1 de Maio. Vestidos à época, dezenas de crianças e de idosos integraram este cortejo, naquele que foi o culminar de semanas e semanas de trabalho para que todos pudessem ser verdadeiras figuras do século xvi. Bobos, malabaristas, músicos, militares e nobres juntaram-se aos avós e netos de instituições como a ARPE, o Centro de Bem-Estar Social da Zona Alta ou a Santa Casa da Misericórdia.
1 de maio sábado 16
Lançamento do fac-símile do foral manuelino de Torres Novas 19h00 | Alcaidaria do castelo
Após destacar a importância do evento «Revisitar D. Manuel I», o Presidente da Câmara Municipal de Torres Novas, António Rodrigues, iniciou a cerimónia de lançamento da edição fac-símile do foral manuelino local, no dia 1 de Maio, na alcaidaria do castelo. A apresentação esteve a cargo do Professor Doutor António Manuel Hespanha, que destacou a importância dos forais enquanto «lei da terra», num contexto político, social e jurídico muito diferente do que conhecemos hoje. Defendendo que toda a história dos forais novos se traduz no reforço e fortalecimento do poder local, criando uma «república de concelhos», segundo designação de Alexandre Herculano, António Hespanha afirmou que estes documentos abordavam as questões mais importantes de cada terra. «Quando se fazem estas celebrações é muito importante para percebermos como a história trouxe diferenças: amava-se, odiava-se e ordenava-se de outra maneira. Esta é a prova de que o modo como hoje vemos as coisas é provisório, o que nos dá uma certa humildade e nos educa para a tolerância», afirmou o historiador. Para concluir, António Hespanha referiu: «Este Foral mostra-nos como esta terra era diferente, e como vai ser dife-
rente. Tudo foi possível no passado, e tudo poderá ser possível no futuro». Esta edição fac-símile do foral manuelino de Torres Novas contém também a transcrição paleográfica do diploma. O foral novo de Torres Novas, datado de 1 de Maio de 1510, insere-se no processo de reformas do sistema jurídico-administrativo de D. Manuel I (1495-1521) que visava a criação de novos instrumentos governativos uniformizadores. Os forais eram feitos em três cópias autênticas sendo uma para a Câmara, outra para o senhorio da vila e uma outra para os arquivos da Torre do Tombo. O foral novo de Torres Novas editado pelo Município é a cópia autêntica do exemplar da Câmara Municipal. É um documento decorado com iluminuras, com encadernação em couro e ferragens, características que o colocam na categoria principal dos forais emanados entre 1500 e 1520, referentes às várias províncias portuguesas. A antiguidade deste diploma e a sua importância na regulamentação da vida quotidiana da vila durante séculos conferem-lhe o estatuto de documento-monumento, símbolo da história de Torres Novas. Pelo seu valor patrimonial, o foral manuelino de Torres Novas faz parte do espólio do Museu Municipal Carlos Reis (Torres Novas).
Pavana galharda Baile renascentista 23h00 | Praça 5 de Outubro
Arautos d’el Rei Entrega do foral novo 18h00 | Praça 5 de Outubro As manifestações reais desta época eram imponentes, com o objectivo de surpreender e «pasmar» o público, nomeadamente através de animais exóticos, trazidos de outros continentes. Nesta recriação, o cortejo foi liderado pela guarda de honra, seguida do cavaleiro que transportava o pendão real. Fernão de Pina, emissário do rei, trouxe consigo o foral manuelino, e foi ladeado pelo alcaide D. João de Almeida. Acompanharam-nos pessoas de Torres Novas pertencentes à corte. Chegados à Praça 5 de Outubro, subiram ao castelo e, junto ao terreiro de Santa Maria, deu-se a entrega formal do documento, por entre vivas ao rei.
A Praça 5 de Outubro encheu-se na noite de sábado para ver dançar. O baile renascentista procurou recriar mais um momento comum do século xvi, através de uma manifestação cultural da nobreza. Cerca de 40 voluntários ensaiaram durante quatro semanas, encenados por Maurizio Padovan. Este músico, professor e investigador italiano, tem dedicado a sua carreira ao estudo da dança. Entre os demais desempenhos, foi docente de História da dança e da música para dança, na Universidade de Musicologia de Pavia, participou em numerosos convénios, deu cursos de dança renascentista, ministrou seminários de música e dança em escolas e instituições didácticas. O nome do baile – Pavana Galharda – deve-se a duas populares danças do século xvi. A pavana é uma dança de corte, provavelmente de origem italiana, em compasso binário ou quaternário, andamento lento e majestoso, comedido e solene, geralmente seguida pela galharda. A galharda, por sua vez, é uma dança de movimento animado e carácter alegre, cheia de vivacidade.
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2 de maio domingo
Missa campal 12h00 | Interior do castelo O interior do castelo encheu-se para a realização de uma missa campal, celebrada pelo padre Carlos Ramos. Tendo as muralhas como pano de fundo, a cerimónia religiosa contou com a participação do Choral Phydellius.
Alvíssaras d’el Rei 18h30 | Praça 5 de Outubro E se o rei D. Manuel I viesse a Torres Novas? A verdade é que, historicamente, não há registo que tal tenha acontecido. Contudo, uma vez que a família real teve diversas estadias em localidades próximas, como Tomar e Almeirim, porque não teatralizar uma paragem do rei para pernoitar nesta vila? D. Manuel I chegou, na tarde de domingo, com a pompa e a imponência próprias de um acontecimento como este, acompanhado de elementos da nobreza e do clero. Juntamente com D. Jorge de Lencastre, seu primo e recém-donatário de Torres Novas, o rei e o restante cortejo entraram na praça, sendo recebidos e ovacionados pela população com o «Viva o rei!». Mulheres atiraram pétalas de flores para o caminho que o rei iria percorrer e outras, com o copo e jarro alusivos à feira, ofereceram-lhe de beber. Na extremidade da Praça, o cortejo parou para ouvir as boas-vindas do alcaide D. João de Almeida, seguindo depois pela Rua de Gil Paes, onde desmontaram e seguiram para a alcaidaria do castelo.
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actividades permanentes
Visitas ao foral e à exposição Turres Museu Municipal Carlos Reis Tirando partido da sua localização central, o Museu Municipal Carlos Reis abriu as portas em horário alargado para dar a conhecer um dos três exemplares do foral manuelino, originalmente existentes. Adicionalmente, os visitantes puderam descobrir a exposição Turres, dedicada à história de Torres Novas e seu concelho. Através de peças tipologicamente variadas, este núcleo expositivo ilustra o percurso histórico vivido pelas sucessivas gerações que ocuparam este espaço territorial, desde a Alta Idade Média até aos inícios do século xx.
Encerramento 23h00 | Entrada do castelo
Manjar real 20h30 | Alcaidaria do castelo Torres Novas dá um repasto em honra do rei. Os nobres «convidados» trajaram-se a rigor para a faustosa refeição, durante a qual não faltaram momentos de animação com os bobos, bailarinas, malabaristas. Nem faltou o «provador» oficial, uma tentativa de envenenamento do rei e até uma invasão indesejada das meretrizes do Postigo da Traição.
A estátua de D. Sancho I e as muralhas do castelo foram o grande palco do momento que encerrou os três dias da feira quinhentista. A música da época ecoava por entre a multidão, aliando-se aos malabarismos dos artistas, iluminados pelos cuspidores de fogo, antecedendo o ponto alto da noite. Bruxas e mendigos cercaram-se de chamas. E, na escuridão envolvente, o lançamento de fogo chinês surgiu com luz e imponência, deslumbrando todos os presentes e fechando com chave de ouro a iniciativa que assinalou os 500 anos do foral manuelino de Torres Novas.
Visitas guiadas à igreja da Misericórdia Este fim-de-semana permitiu a muitos visitantes uma oportunidade soberana de conhecer a igreja da Misericórdia de Torres Novas, geralmente encerrada, excepto para momentos de culto. Considerado um dos monumentos mais ricos da cidade torrejana, a igreja remonta ao século xvi, com trabalhos de embelezamento e de decoração que se estenderam pelos dois séculos seguintes. Esta igreja foi classificada como Imóvel de Interesse Público a 3 de Janeiro de 1986.
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2 de maio
mercadores domingo A recriação «A recriação histórica foi das melhores que temos visto por esse país fora, só comparável com outras feiras de referência (poucas) que se realizam. Enquanto exercíamos a nossa actividade, histórica foi das tivemos ensejo de irmos falando com as pessoas que procuravam os nossos produtos, sobre o momento que estavam a viver e ouvimos os maiores encómios à melhores que questionando-as realização desta iniciativa, enquanto expressavam o seu orgulho pelo facto de a sua cidade se ter numa comemoração digna e grandiosa de tão importante feito da sua história. temos visto por abalançado O mesmo sentimento ouvimos da boca dos inúmeros visitantes que se deslocaram a Torres Novas. esse país fora» A Sabores Medievais também sente a honra de ter sido convidada para participar. O nosso currículo saiu mais enriquecido e tenham a certeza que teremos todo o prazer de, por esse país fora e na Galiza, aonde feiramos, apontar Torres Novas como exemplo de dignificação da sua rica e linda história. É com gente desta gesta e deste jaez que se engrandece uma cidade, uma região e um país. Parabéns a todos e bem-hajam» Sabores Medievais José Andrade, Júlio Jorge e Miguel Onésimo, Crepes, beijos d’amor, jesuítas, sangria, licores Santo Tirso
de responder ao convite, gostei da ideia de poder contribuir para um evento histórico. Os ambientes «Além A época a retratar foi fácil de acompanhar uma vez que trabalho com aço e cobre. recriados ficaram Os ambientes recriados ficaram fantásticos, tendo estado reunidas as condições para um completo e atractivo.» fantásticos» espectáculo Cristina Alcântara
opinião
Adornos femininos com base histórica Loures
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Superou sem dúvida alguma as nossas expectativas»
Pontos mais positivos: o local escolhido e toda a sua envolvência»
«Superou sem dúvida alguma as nossas expectativas. Dou os parabéns a todos os envolvidos pois para uma primeira edição fizeram melhor que muitas com 3 ou 4 anos de experiência. Devem continuar a primar por ter artesãos e produtos da época, valorizando assim o vosso trabalho.» Natutrab Maria João e Sérgio Silva, Biojóias e armas de madeira Porto
«Faço um balanço muito positivo do evento, em todos os aspectos, e pelo facto de não haver interferências e interesses exteriores na organização deste evento. Pontos mais positivos: o local escolhido e toda a sua envolvência, a boa receptividade, o sentido de entreajuda entre os participantes.» Maria de Lurdes Matos Tearas, trabalhos com flores secas, instrumentos musicais Santa Maria da Feira
Apesar de ser o primeiro ano que se realiza, tem características muito boas»
«Quis experimentar e conhecer uma feira diferente e realizada pela primeira vez, visto que trabalho neste tipo de eventos. Apesar de ser o primeiro ano que se realiza, tem características muito boas, como a decoração e os espectáculos.» Francisco Vives Munoz Tâmara e turron de Alicante Villena
longo do ano participamos em eventos temáticos em Portugal e Espanha e tivemos Parabéns «Ao conhecimento do mesmo através de colegas. Como é a primeira edição, os primeiros passos e contem sempre são um pouco difíceis, mas pela forma como começaram, não tenho dúvidas algumas que dentro de muito pouco tempo este evento estará entre as três melhores produções nacionais. connosco» Pontos mais positivos: a envolvência da terra, a simpatia, a competência da organização, toda a produção. Enfim... parabéns e contem sempre connosco.» Lusibérica Juvenal Domingos Martins Bijuteria banhada a prata
Para o primeiro ano «Pela experiência que tenho em participações devo dizer que para o primeiro ano está à altura das grandes feiras de Portugal. Se tiver continuação, de certeza que fica no top 10.» está à altura das grandes Cláudio Pascoal Batista Animais em madeira feiras de Portugal» Parceiros de São João – Torres Novas Superou «O meu historial de participação em outras feiras, bem como a minha curiosidade nesta primeira edição da feira numa cidade bonita como Torres Novas, levaram-me a estar presente. todas as minhas Faço um balanço muito positivo do evento, que superou todas as minhas expectativas. Pontos positivos: o rigor da recriação histórica, a animação e o pessoal responsável pelo evento.» expectativas» mais Tenda «exótico» Maria Luísa Gomes da Silva Mercador de vestuário e bijutaria Santa Maria da Feira
A atracção e o «Participei pelo convite do Gabinete de Turismo da Câmara Municipal e pelo gosto em participar nas actividades de promoção da cidade e do concelho. O balanço é muito positivo e motivacontentamento dor. Caso haja continuidade, é uma forma de atrair pessoas e de dinamizar o centro da cidade. mais positivos: o tipo de evento, o espaço ocupado, a atracção e o contentamento que que trouxe Pontos trouxe aos torrejanos» da Tradição aos torrejanos» Segredos Natália Neves Filipe Licores regionais Torres Novas
Espero que se repita e «O balanço que faço é o melhor. Espero que se repita e que me seja permitida a participação. Os pontos mais positivos foram a localização e a animação, não esquecendo a excelente, simpática e que me seja permitida a prestável organização. Parabéns e obrigado pela oportunidade que me deram.» Gomes de Faria participação» Fernando Instrumentos musicais, espanta-espíritos, estatuetas 21
2 de maio
visitantes domingo
Ficamos cá Philippe, Gui e Giselle são três franceses, da província de Gard, que visitaram a Feira Quinhetista. Viajam em duas auto-caravanas e, no regresso de Marrocos, resolveram percorrer parte do país, até amanhã, começando no Algarve. Chegados a Ourém, depararam-se com os folhetos-programa do evento. planos, que previam passagens por Tomar e Abrantes, em direcção a Marvão, foram rapidapara assistirmos Os mente alterados. Ao invés, viajaram até Torres Novas no sábado de manhã, dia 1 de Maio. ao baile e aos O balanço não podia ser mais positivo. Elogiaram o espaço, sobretudo a beleza do castelo, e a riqueza da feira, considerando-a uma das mais completas que já viram, pela abundância de cortejos» figurantes, de artesãos e de ofícios. A melhor prova do agrado destes visitantes internacionais é o facto de, após a visita à feira, terem aguardado pelo cortejo e ficado para o baile quinhentista, não hesitando em afirmar que ficariam para o dia seguinte. Philippe, Gui e Giselle Gard (França)
Nunca assisti em Torres Novas a nada igual»
Sentada nos degraus, junto à estátua de D. Sancho I, apresenta-se com imponência e autoridade: «Maria Perpétua Fonseca Vieira, nascida e criada em Torres Novas». Elogia o espaço, a festa, a animação, sem poupar qualidades: «Estou a achar lindíssimo, nunca assisti em Torres Novas a nada igual». Por isso mesmo, deixa uma sugestão: «Acho que se devia fazer mais vezes, com maior regularidade, e não deixar passar 400 ou 500 anos para se fazer uma coisa destas novamente». Maria Perpétua Fonseca Vieira Torres Novas
Cruz Silva é torrejana, emigrada em Paris. Visitou a Feira na companhia do marido, É com um orgulho Isabel de nacionalidade francesa. «Adorei esta festa. Acho isto lindíssimo. O meu marido é francês imenso que vejo a e ele também está a adorar. É com um orgulho imenso que vejo a cidade como está, toda engalanada», afirmou Isabel Cruz. Do que mais gostou foi da Praça 5 de Outubro, cidade como está» que ainda não tinha visitado depois da recuperação. Isabel Cruz Silva torrejana emigrada em Paris
opinião
Estão de parabéns porque Torres Novas antigamente era uma parvalheira»
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António Ramos, torrejano e morador no centro da cidade, não tinha adjectivos para qualificar o evento. «Gostei muito. Está realmente impecável. É a primeira vez que assisto a um evento desta natureza – não fui a Óbidos nem a outras regiões que organizam este tipo de iniciativas – mas este está magnífico», afirmou. Quanto à área da sua preferência, não conseguiu destacar uma: «Gostei de tudo. Está tudo muito bom. E o dia está maravilhoso, muito agradável, o que ajuda imenso.» Para António Ramos, eventos como este, para além de revitalizarem o centro histórico, são muito importantes para a divulgação da cidade. «Estão ali até vendedores espanhóis. Curiosamente, ouvi-os a falar e um mencionava que na sexta-feira à noite tinha tido tanto movimento que não conseguiu dar “vazão” às pessoas». Mas os elogios não se ficaram por aqui: «O Sr. Presidente está de parabéns pela dinâmica que deu a esta cidade. É uma pena e uma injustiça que este tenha de ser o seu último mandato. A Câmara Municipal tem feito um óptimo trabalho. Antigamente não se passava aqui nada. Era uma parvalheira», concluiu António Ramos. António Ramos Torres Novas
Brites é do concelho de Torres Novas, mais especificamente de Alcorochel. Está mais Joaquim Considera o evento «maravilhoso e espectacular», defende a sua continuidade e periodicidade. engraçada, mais Em comparação com outros eventos semelhantes noutras localidades, Joaquim Brites não tem dúvidas: «Esta feira está melhor, e é também a opinião geral que tenho ouvido. Está mais tradicional engraçada, mais tradicional e mais “apurada”». Quanto à projecção e divulgação da cidade advém deste projecto, afirma: «Está a trazer muita gente à cidade, nota-se muito. e mais apurada» que E ontem à noite [sábado] foi algo excepcional. É muito importante para que as pessoas conheçam Torres Novas». Joaquim Brites, Alcorochel
Sheila e Alexis falam um português «açucarado». São do Brasil e moram em Casal Bonito, agradável, Luciana, Sentista, concelho de Torres Novas. No sábado visitaram a feira pela segunda vez, após uma interessante e muito primeira «ronda» no dia 30 de Abril. «Bonito», «agradável», «interessante» e «muito bem organizado» são os adjectivos que utilizam para definir o que viram. Com um balanço bem organizado» extremamente positivo, a feira é ainda aproveitada para algumas compras de artesanato: «Uns brincos, umas pulseiras... coisas de mulher!», afirmou Sheila. Luciana, Sheila e Alexis Casal Sentista (imigrantes do Brasil a residir em Torres Novas)
Antónia Neves mora em Torres Novas há mais de 30 anos e viu os seus familiares Está muito Maria participarem em diversas actividades da feira. Um dos netos foi «requisitado» no espectáculo original e muito do Bobo Thorsten e o filho foi um dos participantes do baile quinhentista, espectáculo que deslumbrou Maria Antónia. «Foi lindo, maravilhoso», afirmou, não poupando elogios à feira: completa» «Está muito original e muito completa». No final, concluiu: «Está tudo muito bem feito, não há palavras para descrever o trabalho que o Sr. Presidente, e meu amigo, António Rodrigues, tem feito. Honra lhe seja feita.» Maria Antónia Neves Torres Novas
foi uma iniciativa para as pessoas, para o público, para a cidade e para a sua população. Está 5 estrelas! Esta Mas foi também uma festa especialmente dirigida às famílias. Muito bonito Joel, Cecília e Tatiana Ruivo vieram de Sintra e souberam do evento através da RFM. Visitam Torres Novas ocasionalmente mas este evento surpreendeu-os amplamente pela positiva. mesmo» «Está um espectáculo», sublinham quase em coro. E, quando questionados sobre o que gostaram mais, a pequena Tatiana responde com prontidão: «Das lutas!» A Praça 5 de Outubro e o castelo não podiam constituir um melhor cenário. «Está 5 estrelas! Muito bonito mesmo», concluiu Joel Ruivo. Joel, Cecília e Tatiana Ruivo Sintra
Galego é de Torres Novas e visitou a feira com a família. Não poupa elogios a um evento Não estava à Nuno que superou as suas expectativas: «Está espectacular. Não estava à espera de algo desta espera de algo dimensão mas está muito bom; muito melhor do que podia imaginar». Considera que está excelente, até por toda a sua envolvência, e que deverá ser uma experiência a repetir. desta dimensão» Mas deixa uma sugestão: «O principal problema é o tempo. A feira devia ser mais longa, durar mais dias.» Nuno Galego Torres Novas
Freitas acompanhou todo o evento de muito perto, sobretudo em virtude do envolvimento do Superou a nível Rita Cine-Clube de Torres Novas, a quem coube a cobertura videográfica desta iniciativa. Considera de público; não que o evento ultrapassou as suas expectativas: «Tínhamos todas as condições para fazer isto ao nível de exposição. Mas superou a nível de público; não pensei que as pessoas aderissem tanto.» pensei que as Contudo, até pelas visitas que já fez a iniciativas semelhantes, tinha a noção que este tipo de atrai muita gente, mas a qualidade desta feira foi um factor determinante. «Está ao pessoas evento nível das outras, até mesmo das que se fazem há muitos anos», afirmou Rita Freitas. Quanto área da sua preferência, é peremptória: «O interior do castelo. Essa zona está muito bem aderissem tanto» àorganizada e o castelo é muito bonito. O facto de muitas das acções não se passarem lá não prejudica porque o espaço é mesmo lindíssimo.» Rita Freitas destacou ainda a importância das parcerias, internas e externas. «Envolver as pessoas da terra só dá visibilidade cá dentro. Para fora é preciso angariar outro tipo de parceiros. Mas a cooperação com o Cine-Clube, o Teatro Meia Via, e até mesmo com os grupos de saltimbancos que andam por aí, por si só já faz com que mais pessoas venham e se envolvam.» Rita Freitas Torres Novas
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comerciantes 2 de maio centro domingo histórico Estes eventos «Estes eventos são muito importantes para dinamizar esta zona e uma mais-valia para dar a conhecer a cidade e os espaços comerciais. Pena não se fazer mais eventos durante o ano. são muito A cidade só ganhava, fazendo com que Torres Novas desse que falar!» importantes» Hugo Antunes, Blue Moon Club
evento foi uma mais-valia para o centro histórico e muito bom para a projecção da cidade, Cheguei a «Este que precisa de ser mais conhecida e visitada. E neste evento foi isso mesmo que aconteceu. atender pessoas de Cheguei a atender pessoas de Trás-os-Montes! O meu balanço é muito positivo e aconselho a repetição destas iniciativas.» Trás-os-Montes!» Maria Graziela Abreu, Lãs & Arte
opinião
O investimento «Este evento foi muito importante para o comércio do centro histórico pelo acréscimo de vendas e pela divulgação dos serviços que cada um presta, para o presente e para o futuro. O balanço é feito é muito positivo e o investimento feito, a meu ver, é recuperável. Estão de parabéns!» recuperável» Artur Fernandes, Hotel dos Cavaleiros
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dos meus conhecimentos, o evento foi magnífico e a realização da feira na zona histórica Para fazer valer «Dentro foi, sem dúvida, a melhor opção. É preciso caminhar em frente porque todos somos poucos para a nossa terra fazer valer a nossa terra e a nossa cultura.» Lucília Nunes, Ourivesaria Inácio e a nossa cultura»
evento foi excelente e superou todas as minhas expectativas. É de repetir. Superou também Nunca assisti «O em termos de vendas, sobretudo devido aos artigos para crianças. Espero que se faça mais vezes e em Torres Novas penso que iniciativas como a Feira dos Frutos Secos e as Festas da Cidade deviam ser feitas nesta mesma zona, para a dinamizar. Todo o circuito da feira é lindíssimo e não ouvi ninguém a dizer a nada igual» mal. Todos os comentários que ouvi foram muito positivos.» Helena Torres, Papelaria Central
olhares
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olhares 26
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16 617 peças de loiça para o evento
7000
copos vendidos
1000 tábuas
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500
notícias na imprensa local
fardos de palha
80
3000
referências ao evento na internet
metros de pano utilizados para a decoração
2000
exemplares do livro Foral de D. Manuel I | 1510 | Torres Novas
40
participantes no baile renascentista
30
números
250
participantes no cortejo de pormenores quinhentistas
2000
4
referências na televisão
exemplares do livro Torres Novas no tempo de D. Manuel I
25
pessoas na organização
80
pessoas na concretização
18
companhias
14
referências ao evento na imprensa regional
230
150
dias de preparação
100 artesãos
fatos da época disponibilizados para o evento
130 artistas
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destaques na rádio
6
notícias na imprensa nacional
60 000 visitantes
(número estimado)
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ficha técnica | evento
Organização Direcção João Aidos Programação José Pina Conteúdos Carlos Carreira Contratos/pagamentos/facturação Margarida Alcobia Marketing, comunicação e imprensa/coordenação vídeo/fotografia Sandra Alexandre Design/coordenação vídeo/fotografia Cátia Canhão
Produção Animação e recriações históricas Hugo Santos e Tiago Faustino Acolhimento Telma Martinho
Ficha técnica Em revista – «Revisitar D. Manuel I» Ano 2010 Propriedade Câmara Municipal de Torres Novas Direcção António Manuel Oliveira Rodrigues – Presidente da Câmara Municipal de Torres Novas
Edição Município de Torres Novas Textos Liliana Oliveira – Gabinete de Comunicação e Imagem | CMTN
Texto contextualização histórica Margarida Moleiro – Gabinete de Estudos e Planeamento Editorial | CMTN Revisão de textos Ana Marques, Margarida Moleiro – Gabinete de Estudos e Planeamento Editorial | CMTN
Fotografia Álvaro Mendes, Liliana Oliveira, Sofia Ferreira – Gabinete de Comunicação e Imagem | CMTN Grafismo Sofia Ferreira – Gabinete de Comunicação e Imagem | CMTN Tiragem 5000 exemplares Impressão A Persistente ©Município de Torres Novas, 2010
Coordenação voluntariado Hugo Santos Coordenação logística Carlos Ferreira Mercadores Maria Valente Figurinos/aluguer de fatos Assunção Gomes | Ana Cunha Actividades lúdicas/oficinas Rita Castro | Rita Cunha Jogos tradicionais/piscinas municipais André Sousa Turismo/postos de informação António Ferreira Coordenação técnica do espaço Carlos Roseiro Coordenação técnica dos espectáculos João Vidal e Rui Sousa | técnica Sonoplasta Miguel Clara Luminotécnico João Raimundo Electricidade José Carlos Lopes Cunha Montagem de estruturas e equipamentos de apoio Agostinho das Neves Anastácio Protecção civil/segurança do recinto Francisco Paiva Coordenação do trânsito António José Mendes Faria Coordenação da limpeza e higiene do espaço José Manuel Bläser Rodrigues Manutenção dos jardins e regulação dos sistemas de rega Elsa Marques Som ambiente Miguel Espadeiro Encenação da entrega do foral António Morais Coreógrafo do baile renascentista Maurizio Padovan