Os Livros que Ficaram - guia da exposição

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exposição de literatura e ilustração infantil

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• literatura e ilustração infantil • de 1 outubro 2015 a 5 janeiro 2016

Quando os desenhos eram ilustrações Década de 60 - Quando o livro infantil começa a circular pelo país Década de 70 - Quando a literatura preparou abril Década de 80 – Quando as crianças de 80 podem ser ou não os leitores do século XXI Década de 50 -

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A Biblioteca Municipal Gustavo Pinto Lopes consagra uma mostra de livros de literatura infantil editados em Portugal, nas décadas de 50, 60, 70 e 80, apresentando em exposição uma panóplia de livros infantis que foram marco, nomeadamente no panorama literário português, assinalando o percurso profissional dos escritores e ilustradores da época. Muitos dos livros expostos faziam parte do acervo documental das antigas escolas primárias das freguesias do concelho. Atualmente, fazem parte do acervo documental da Rede de Bibliotecas de Torres Novas (consultar catálogo: http://rbtn.torresnovas.pt). No átrio da Biblioteca estão expostos livros de autores e ilustradores da época como Maria Cecília Correia, Sophia de Mello Breyner Andresen, José de Lemos, Matilde Rosa Araújo, Sidónio Muralha, Alice Gomes, Sarah Affonso, Ricardo Alberty, Bió, Tossan, entre outros. Também no átrio, a exposição patenteia reproduções de algumas das ilustrações mais representativas das décadas assinaladas. No âmbito da exposição é editado este guia, que inclui reproduções de ilustrações de alguns livros em exposição, bem como um breviário de informações sobre o panorama da literatura infantil nestas décadas.

“É preciso atender ao facto de já estarem nascidos aqueles que poderão vir a ser os leitores adultos dos anos 2000; eles andam por aí tendo – ou não tendo! – os primeiros contactos com os livros; o amor ou desamor que esteja a nascer fará deles leitores ou não-leitores do século XXI.” ROCHA, Natércia. Breve história da literatura para crianças em Portugal. Lisboa, Instituto de Cultura e Língua Portuguesa, 1984. p. 122

Escola Industrial e Comercial de Torres Novas – visita dos alunos à Biblioteca Municipal de Torres Novas, com o Diretor Dr. Alberto Borges dos Santos: 1960-1961 (AMTN Cota 643)

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Biblioteca Municipal: visita dos alunos da Escola Industrial e Comercial de Torres Novas com o seu professor Dr. Alberto Borges dos Santos: década de 60 (AMTN Cota 1280)

Biblioteca Municipal – sala de leitura no edifício do Largo dos Combatentes: década de 60 (AMTN cota 1277)

Escola Industrial e Comercial de Torres Novas – visita dos alunos à Biblioteca Municipal de Torres Novas: 1960-1961 (AMTN Cota 644)

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••Década de •• Quando os desenhos eram ilustrações Dos anos 40 aos anos 60, devido a algumas circunstâncias, a literatura portuguesa começa a ser engrandecida por uma longa bibliografia de escritores de literatura infantil em Portugal. Nos anos 50, causas como o aumento do tempo de escolaridade a fixar-se nos 4 anos, em 1956, e o crescimento de autores que escrevem para um público infantil, conferem ao mercado livreiro uma crescente produção editorial, com uma profícua proliferação de livros de autores nacionais. Sophia de Mello Breyner Andresen publica em 1958, A fada Oriana e A menina do mar e, em 1959, A noite de natal. As suas obras são assinaladas pelo maravilhoso que mobiliza o enredo. As personagens movem-se entre o real e o irreal e a sua escrita é profundamente rebuscada, com uma musicalidade intrínseca, nos relatos que faz das pessoas e das coisas. Matilde Rosa Araújo inicia-se na escrita infantil nos idos anos 40, e em 1957 publica O Livro de Tila, um conjunto de poesias, assinaladas por um olhar atento, sensível ao real e ao quotidiano, sem omitir nem forçar a presença da alegria, da dor, do sorriso malicioso, da angústia, características que irão permanecer ao longo dos trabalhos que vem a editar nos anos vindouros. Esther de Lemos inicia-se na escrita na década de 40, mas publica nos anos 50 duas obras que marcam indiscutivelmente a sua presença na literatura infantil: A menina de porcelana e o general de ferro (1957) e A Borboleta sem asas (1958). A sua escrita é determinada por um estilo bastante sóbrio, mas não desprovido de graça. Em 1949, a obra O faísca conta a sua história, de Ilse Losa, e Um fidalgo de pernas curtas, em 1958, fazem com que esta escritora tome logo lugar de destaque na prateleira das publicações infantis, que com um grande espírito crítico fixa o olhar nas situações, analisando-as e retratando-as, tal e qual, como são no que têm de alegria ou sofrimento.

Ilustração de Bió, pseudónimo de Isabel Maria Vaz Raposo ANDRESEN, Sophia de Mello Breyner. A fada Oriana. Lisboa: Edições Ática, 1964. p. 89.

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Ricardo Alberty publica, em 1957, A galinha verde e exibe o seu cunho na literatura infantil com um forte estilo humorístico. Com formação tanto na área das letras como na área das artes, este autor estabelece parcerias com artistas conhecidos para ilustrar as suas obras. A esta primeira edição segue-se uma vasta obra, desde contos a traduções. A vida mágica de uma sementinha, editado em 1956, marca indubitavelmente a literatura de Alves Redol para o público infanto-juvenil, assumindo um caráter próprio marcado pelo humor e vivacidade. Irene Lisboa, pedagoga por formação, propõe-se cumprir as ideias pedagógicas desenvolvidas nos seus trabalhos teóricos. As suas obras caracterizam-se por um estilo transparente, de observadora atenta ao que a rodeia: Uma mão cheia de nada e outra coisa nenhuma (1955) e Queres ouvir? Eu conto (1958) reúne um conjunto de histórias para maiores e mais pequenos se entenderem. Histórias da minha rua marca a presença incontestável de Maria Cecília Correia no universo da literatura infantil. Deixou um conjunto de livros inspirados no real, no quotidiano, cujas histórias têm como tema o mundo da criança, a beleza, o sonho e a magia. Em 1956, por ocasião das comemorações do primeiro centenário do Caminho-de-ferro em Portugal, Adolfo Simöes Müller publica a notável obra A viagem maravilhosa do comboio e um ano mais tarde, em 1957, publica a obra Historiazinha de Portugal. No final da década Maria Isabel Mendonça Soares, aproxima-se do mundo das crianças com obras como O marujinho que perdeu o norte, intentando que as suas escritas desenvolvessem nos seus leitores capacidades criativas, nomeadamente ao nível da imaginação, autonomia e espontaneidade. Estas intenções relacionam-se com a sua atuação enquanto pedagoga, conferencista, adaptadora e ensaísta. José de Lemos, autor e ilustrador de uma coletânea de histórias absurdas mas delicadas que, em 1947, contrastava com as madrastas vingativas, princesas casadoiras e príncipes palermas que pululavam nos livros da Editora Majora. O sábio que sabia tudo, publicado ainda no final da década anterior, Histórias de bonecos (1947) e O compadre Simplório tem os pés tortos (1959) são hoje raridade alfarrabista, não só pelo texto, mas também pelo traço que imprimia às suas ilustrações, recorrendo a um plano frontal, sem sombras nem perspetiva complementando as suas cómicas personagens com os adereços indispensáveis ao enredo, tudo recortado no branco do papel. Ainda em 1950, com desenhos de Júlio Pomar, Sidónio Muralha publica o seu primeiro livro de poemas para crianças: Bichos, Bichinhos e Bicharocos, iniciando assim a sua escrita para o público infantil, que se destacará nos anos vindouros de 70. Outra escritora que merece destaque é Patrícia Joyce, que trabalha com José de Lemos, dupla que publica, em 1958, História de um bago de uva. O universo da literatura infantil nesta década é enriquecido e reforçado com autores que em virtude da sua formação complementam o seu percurso com obras notáveis para o público infantil, a par de autores que consolidam as suas bibliografias e de novos nomes que vão surgindo no panorama. Contudo, todas estas obras que se iam conhecendo e lendo tornam-se hoje obras raras e sobejamente legitimadas como património cultural imóvel, também pela qualidade dos desenhos que ilustravam os textos. Artistas que com os seus trabalhos acrescentavam valor aos textos e contribuíam para o entendimento de palavras que não estavam explícitas, condicionando, pelo menos em parte, a sua leitura. Nomes como Maria Keil, Sarah Affonso, José de Lemos, Júlio Resende, Bió, entre outros, conferem-lhes esta notoriedade. Estes artistas utilizavam o livro infantil como um espaço de experimentação plástica visual, de forma a levar junto do público mais jovem, a possibilidade de criarem um “museu imaginário” na falta do contacto real com as obras artísticas. Apenas falta referenciar que a circulação das Bibliotecas Itinerantes da Fundação Calouste Gulbenkian, que iniciam o seu percurso pelas diversas povoações do país em 1958, faz com que estes autores e os seus livros cheguem mais perto dos potenciais leitores e lhes devolvam a condição de serem lidos, permitindo às crianças alfabetizadas singrar na explosão escolar dos anos 60, recebendo uma recompensa pelo esforço da aprendizagem de ser leitor.

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••Década de •• Quando o livro infantil começa a circular pelo país Em 1956, o tempo de escolaridade volta aos 4 anos obrigatórios, também para as raparigas, e em 1964 passa para os 6 anos. Posteriormente, em 1968 dá-se início ao funcionamento do ciclo preparatório e ensino secundário. Todas estas transformações no sistema de ensino têm relação direta com os movimentos que se começam a sentir no mercado livreiro: mais crianças vão à escola durante mais tempo, mais material de leitura começa a ser consumido e mais importância é dada à leitura extra-escolar. A par destas transformações, outras condições são também de extrema importância no incremento da produção editorial: reconhecimento dado à leitura infanto-juvenil, por escritores e educadores, início da circulação das Bibliotecas Itinerantes da Fundação Gulbenkian e crescimento económico, devido à entrada de dinheiro por parte dos imigrantes. Cria-se assim um ambiente claramente modificado que permite aproximar paulatinamente o livro do leitor. Assim sendo, os anos 60 são marcados por escritores, que já tinham iniciado o seu percurso na literatura infantil, e que se aperfeiçoam, confirmando a sua presença com mais obras para este público. Outros surgem, marcando indubitavelmente este decénio e confirmando a sua presença nos tempos que se seguem. De facto, todos estes autores inserem-se num contexto em que Portugal, durante esta década, vive algumas transformações a nível cultural, sentidas também no domínio das produções literárias para a infância. Assim sendo, a produção literária, no que toca ao conteúdo das obras literárias infantis é marcada por duas tendências. Assiste-se, por um lado, ao seguimento de temas estruturantes do Estado Novo, como a resignação, a obediência e o nacionalismo, mas por outro lado, o humor e a crítica ganham espaço e assiste-se ao aparecimento de novos temas como questões sociais e novos modelos de conduta. Maria Cecília Correia sempre atenta ao quotidiano, continua a sua escrita publicando Histórias de pretos e brancos, em 1960, com belíssimas ilustrações de Maria Keil.

Ilustração de Maria Keil CORREIA, Maria Cecília. Histórias de pretos e de brancos. Lisboa: Edições Ática, 1947. p 22.

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Aquilino Ribeiro na 1ª edição de O livro de Marianinha, em 1967, compila as suas lengalengas e toadilhas em prosa rimada, também acompanhadas pelas ilustrações de Maria Keil. Sophia de Mello Breyner Andresen continua o seu trajeto literário com O cavaleiro da Dinamarca, publicado pela primeira vez, em 1964, O rapaz de bronze, em 1966 e A floresta, em 1968. A musicalidade das palavras escritas por Alves Redol nos livros, A flor vai pescar num bote e A flor vai ver o mar, no ano de 1968, fantasiadas pelas ilustrações de Leonor Praça, assinalam brilhantemente o binómio texto/ ilustração, que vem crescendo nas décadas seguintes. A ilustradora, que se inicia nesta atividade nestes anos idos é também autora da obra Tucha e Bicó, publicada em 1969. Nesta obra, as ilustrações, também de sua autoria, têm a função de orientar a interpretação do leitor, num texto muito breve em que as ilustrações ajudam a preencher alguns espaços por si deixados em branco. Alice Gomes salienta a sua produção infantil, por estes anos, com Teatro para crianças, obra original apresentada em 1967. Para lá da sua escrita infantil, destaca-se com uma vasta obra como pedagoga, demonstrando uma contínua atividade de divulgadora de literatura infantil com diversos estudos sobre a criança, de modo a que estas não percam o gosto e a necessidade de ler. Matilde Rosa Araújo e Maria Alberta Menéres vinculam-se, definitivamente, ao leitor infantil com obras como O palhaço verde e Figuras figuronas. As inúmeras reedições das suas obras, nas décadas seguintes, comprovam a sua agilidade na escrita infantil, a junção do cómico com o dramático, na escrita de Matilde, e a vivacidade do humor na escrita de Maria Alberta. Maria Lúcia Namorado, uma escritora que vai ficar conhecida por uma preocupação constante com a intervenção social, a educação da mulher e da mãe, o bem-estar das crianças, inicia a sua escrita para um público infantil nesta década com os livros História do pintainho amarelo e História dum bago de milho. É nos anos 70 que irá destacar as suas ideias sobre os problemas de leitura na literatura para crianças. Porém, em 1963 aparece a 1ª edição de A Menina gotinha de Água, numa vertente mais didática e social, pelas mãos do escritor, sobretudo poeta, Papiniano Carlos, com excelentes ilustrações de João Câmara Leme. Obra que demonstrava que sementes de trigo e gotas de água são fundamentais no combate à fome e na melhoria das condições de vida da população. Esther de Lemos continua a sua participação na vida literária do país, fazendo jus a uma variada coletânea de trabalhos literários, com a edição de A rainha de Babilónia, em 1962, marcada pelas belíssimas ilustrações de Maria Keil. À semelhança da década passada, mas com mais veemência, surgiam cada vez mais artistas a interessaremse pela ilustração infantil, resultando parcerias cada vez mais consistentes e maduras entre autores e ilustradores, adquirindo a ilustração um cunho mais estético e mais harmonioso com o texto escrito. No entanto, a ilustração nesta década é marcada também pela coexistência de influências. Por um lado, continuam as obras com ilustrações produzidas no âmbito do regime, por outro, começam a sofrer efeitos de movimentos que giram à volta do Pop Art e Optical Art, valorizados com o aperfeiçoamento da tecnologia que permitia a impressão a quatro cores e a reprodução igual à realidade fotográfica. Assim, a par de Maria Keil, que já vinha marcando a literatura infantil com as suas belíssimas ilustrações, outros artistas continuavam a assinalar a sua presença nesta década, surgindo frequentemente, nos livros para crianças. Tais como, Leonor Praça, José de Lemos, Tossan, Bió, João da Câmara Leme, entre outros, acrescentam ao texto as suas magníficas ilustrações. Por estes anos, não assistimos somente ao incremento da produção editorial de literatura infantil, assistese também ao aparecimento de iniciativas à volta do livro infantil, como exposições, estudos e atividades ligadas aos livros para crianças. Por uma única vez, neste decénio é atribuído o prémio de literatura infantil a Isabel Maria Vaz Raposo (Bió) pelas suas obras O menino gordo, A formiga, O sábio e a borboleta e História da menina feia, das quais é autora e simultaneamente ilustradora. Algumas das edições das obras mencionadas neste decénio foram feitas por intermédio do Serviço de Escolha para as Bibliotecas das Escolas Primárias.

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••Década de •• Quando a literatura preparou abril Continua nesta década a difusão da produção do livro infantil, resultado do trabalho que se vinha fazendo no final dos anos 60. No entanto, esta produção é claramente insuficiente para sobressair com notoriedade, a par do que se fazia no estrangeiro. Em Portugal, a existência da censura de livros, não permitia que os escritores tratassem de temas transversais à sociedade atual, como a fome, a guerra, o racismo, a poluição, tal como já eram aflorados na literatura infantil estrangeira. Só a abolição da censura põe fim a estes entraves. É com o final do Estado Novo, que se dá início à promoção de cursos e colóquios dedicados à literatura para crianças, cuja organização estava a cargo da Direção Geral do Ensino Básico. Esta mesma direção começa anualmente a adquirir livros para crianças e a distribuí-los por todas as escolas do Ensino Primário, ao mesmo tempo que procede à distribuição de fichas críticas sobre os livros adquiridos e à organização de cursos para professores responsáveis pelas Bibliotecas Escolares. A nova sensibilidade sobre a importância do livro infantil é consolidada pela opinião cada vez mais recorrente nos autores de que os livros existem para educar, formar, ao mesmo tempo que servem para as crianças sonharem, brincarem e crescerem. São vários os autores que corroboram esta ideia, como Leonel Neves que afirmava numa crónica publicada no jornal A Capital, em 1979, que um livro bem escrito e ilustrado é como um dos primeiros degraus de acesso à arte e cultura, sem as quais nenhuma criança poderá vir a realizar-se completamente como adulto. Assim, formam-se novas coleções com uma nova geração de escritores a surgir no campo editorial do setor infantil, que se impõem desde os primeiros anos desta década. Autores com textos de literatura infantil que surgem no decorrer das suas atividades literárias já encetadas, destacam-se por estes anos: Luísa Dacosta, António Torrado, Maria Alberta Menéres, Luísa Ducla Soares, Manuel António Pina, entre outros. Todos estes acontecimentos marcam uma evolução no campo editorial do setor infantil, a par da presença mais constante de escritores que tinham iniciado o seu percurso na década anterior: Ilse Losa, Sidónio Muralha, Alice Gomes e Matilde Rosa Araújo.

Ilustração de Mário Neves GOMES; Alice. Bichinho poeta. Lisboa: ed. do autor, 1970. p. 34.

Ilustração de Tossan NEVES, Leonel. O elefante e a pulga. Lisboa: Livros Horizonte, 1977. p. 21.

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Matilde Rosa Araújo pública por estes dias a coleção Pássaro livre, com os títulos, O gato dourado, As botas do meu pai, O cavaleiro sem espada, textos valorizados pelas ilustrações minimalistas e repletas de sensualidade de Maria Keil, que também participa nesta colecção como autora e ilustradora do livro, O pau-de-fileira. Sidónio Muralha traz à literatura infantil temas que estavam erradicados até então, como a poluição, o racismo ou acontecimentos políticos como o 25 de abril. Valéria e a vida, Todas as crianças da terra e Voa, pássaro, voa fazem parte da coleção Pássaro livre e são ilustrados por artistas que vão consolidando o seu trabalho nesta área, como Júlio Pomar e Fernando Lemos. Ilse Losa continua a sua produção literária portuguesa com o livro Beatriz e o plátano, abordando a relação entre o urbanismo e a natureza e a defesa do ambiente, temas cada vez mais marcantes na literatura infantil, durante as décadas futuras. Alice Gomes tendo já uma obra diversificada, marcada pela sua formação de pedagoga continua a incutir nos seus textos princípios que dignificam o futuro das crianças, tentando cativá-las para a leitura com textos marcados por um estilo dialogante e comunicativo. Exemplo disso são Contos risonhos, Giroflé giroflá e a versão teatralizada da lenda do flautista de Hamlim Os ratos e o trovador. Com o livro de poemas, Bichinho poeta destaca-se em virtude de ser alvo de várias atividades ligadas às crianças. As décadas de 80 e 90 são assinaladas pelas inúmeras reedições das obras de António Torrado, publicadas pela primeira vez nos anos 70. Obras como Veado florido, Joaninha à janela, A escada e o caracol ou O jardim zoológico em casa atestam a sua posição na produção literária infantil ao longo dos anos 70, caracterizada por um estilo profundamente poético, rico e ponderado. A obra Um + um = dois amigos marca neste período a obra literária infantil de Maria Alberta Menéres, distinguida basicamente por um cunho poético, mas que aos poucos vem consolidando a sua obra, durante esta década, no que respeita à prosa e ao teatro. Dele disseram, Mário Viegas e Raul Solnado, que poderia ter sido o homem do humor da segunda metade do século XX. É assim, que António Fernando dos Santos, Tossan, é relembrado pela sua obra humorística que deixou no papel, tornando-o um notável ilustrador. Tinha notória predileção por alguma bicharada, como por elefantes e leões, personagens habitués das duas dezenas de livros que ilustrou para crianças e que engrandeceram as obras do escritor Leonel Neves, que se estreia nesta década. Obras deste escritor, como O elefante e a pulga ou Bichos de trazer por casa e Histórias do Zé Palão, oferecem às crianças histórias de cariz cómico, que vão ao encontro da natureza e que o colocam prontamente em lugar de destaque pela sua veia humorística. Outro ilustrador de destaque, José Manuel Mendes, Zé Manel, ilustrou O Soldado João da escritora Luísa Ducla Soares, que vai avolumando a sua obra por estes anos. Texto que assinala a cruel separação de milhares de jovens das suas aldeias e famílias, pela cruenta Guerra Colonial, é alvo de uma primeira publicação em 1971, mas a zelosa mão da censura riscou a azul todo o texto. Luísa publica-o em livro no ano seguinte, o primeiro de seis, na coleção Cor Infantil da editora Estúdios Cor, orientada por José Saramago, em pequenos álbuns de 20 páginas, de raras capas cartonadas com arestas cortadas. Do mundo da música, chega-nos pela mão de Sérgio Godinho A caixa, que se revela um verdadeiro contador de histórias nonsense. Afastando-se destas histórias nonsense chega-nos do excelente poeta Papiniano Carlos, O cavalo das sete cores, publicado em 1977. Madalena Gomes publica alguns textos para crianças, assumindo destaque O crocodilo e o passarinho, não só por ser uma história sobre a aceitação das diferenças, mas também por ser engradecido pelas ilustrações da artista Sara Affonso. Os temas coloniais e exóticos continuam a ser objeto de referência na literatura infantil. Juntam-se a escritores que nas décadas anteriores já escreveram sobre este assunto, nomes como Tomás Ribas e Manuel Ferreira com livros, deste último, A pulseirinha de ouro e O sandinó e o Corá.

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OsLivros queFicaram Maria Isabel Mendonça Soares e Maria Cecília Correia continuam o seu percurso literário iniciado nos anos 50. Enquanto M. Isabel Soares marca nesta década o género literário teatro com obras como Algodão e al-godinho e Uma gralha entre pavões, M. Cecília continua com o seu olhar factual em obras como Histórias do ribeiro e o Coelho Nicolau. A pintora Leonor Praça, na década anterior, já tinha assumido um compromisso com a estética literária na literatura infantil com obras como A flor vai pescar num bote, de Alves Redol. Assinala este decénio com as soberbas ilustrações do livro de Isabel da Nóbrega Rama, o elefante azul, que de uma forma imaginativa, recria todas as personagens e situações, enchendo as palavras e as histórias de imagens. Leonor Praça, além de ilustrar é também nome de coleção (coleção Leonor Praça), que ainda em 1969 assina o primeiro número, como autora e ilustradora, de Tucha e Bicó, reeditado em 1977. Outros escritores vão animando a produção editorial nacional de livros para o público infantil. À panóplia de escritores referidos, juntam-se nomes como Manuel Granjeiro Crespo, com Uma árvore cheia de vazio, António Quadros, com Pedro e o mágico e Carlos Pinhão com Bichos de Abril. Nesta década, após o 25 de abril, as edições têm cada vez mais qualidade e assume-se definitivamente que o livro infantil é um produto da inter-relação dialogal do texto verbal com o texto visual. Daí que as ilustrações continuam a trazer assinaturas de mérito: Maria Keil, Leonor Praça, Júlio Gil, Tossan e outros tantos. A par desta situação que provoca literalmente um exponencial crescimento da edição para crianças, o livro infantil adquire um novo estatuto com especial destaque para importância que desempenha na formação dos seus leitores. Coleções como os Livros da grande roda que são parte integrante de um projeto sob a direção de Maria Lúcia Namorado tinham como função divulgar um conjunto de obras originais portuguesas graduadas que correspondem às necessidades e interesses das crianças, ao mesmo tempo que se legitimava a conceder pistas de leitura às mães e educadores. Aventuras do Janoca e do Janeca, da própria autora, A bola amarela, poemas de Raquel Delgado com ilustrações de Cila, O verão é o tempo grande, O outono é o tempo a envelhecer, O inverno é o tempo já velho de Maria Isabel Anjo com ilustrações brilhantes assinadas por Maria Keil, fazem parte desta colecção. Esta década encerra acontecimentos importantes nesta área: prémio de literatura infantil e juvenil da Secretaria de Estado da Informação e Turismo, entregue em 1971, ao texto de Maria Manuela Couto Viana, O mundo dos meninos verdes e à ilustração de Leonor Praça em Rama o elefante azul, de Isabel da Nóbrega. Em 1972, o texto premiado é de Adolfo Simões Müller, com A primeira volta ao mundo e a ilustração de Mariana Pardal do texto de Alice Gomes, História de uma menina. O prémio da Associação Portuguesa de Escritores é atribuído em 1979 ao texto da pintora Ivone Balette, O país do dinheirinho e o país do dinheirão. É também neste ano que a Unesco o declara como Ano Internacional da Criança, antecipando acontecimentos que vão surgir na década seguinte como Prémios da Fundação Calouste Gulbenkian dedicados ao livro infantil, assim como colóquios e encontros consagrados a este fenómeno, cada vez mais presente, a relação criança/livro.

Ilustração de Leonor Praça NÓBREGA; Isabel da. Rama, o elefante azul. Lisboa: Plátano Editora S. A., 1978. p. 9.

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Ilustração de Tossan NEVES, Leonel. João careca mestre detective. Lisboa: Livros Horizonte, 1984. p. 7.

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••Década de •• Quando as crianças de 80 podem ser, ou não, os leitores do século XXI Com a década de 80 assiste-se, definitivamente, ao reconhecimento da importância do livro infantil, bem como, do papel preponderante dos seus autores e ilustradores. É por essa razão, que começam a surgir cada vez mais prémios atribuídos aos textos e ilustrações, mais atividades de apoio à expansão da leitura no meio infantil, como sessões com autores e ilustradores e encontros promovidos pela Fundação Gulbenkian e pela Direção Geral do Ensino. É também por estes anos que se dá início um trabalho bastante valioso, a apresentação de programas sobre livros para crianças pela Radiotelevisão e Radiodifusão Portuguesa. Assim, como aconteceu nas décadas anteriores, assiste-se também por estes anos, à edição de obras de um conjunto de novos escritores que marcam a sua presença, além de outros já consagrados com os seus textos literários nas décadas anteriores. As abordagens que vão sendo tomadas por estes escritores, ao longo deste decénio, sublinham a presença de um apurado sentido de humor e de nonsense. Em 1983, Fernando Camacho publica uma coletânea de poemas Palavras de cristal, levando as crianças e os jovens ao encontro com a função da poesia e do poeta. Novos autores como Carlos Correia e Alice Vieira, destacam-se pela regularidade que começam a escrever para o público infantil. Carlos Correia com A locomotiva e O pião de Nicas, procura nos brinquedos antigos uma ligação fantástica à sua escrita e aos anos 80. Alice Vieira, além de escrever inúmeras obras para o público infantil, começa a animar o público pré-adolescente, com bastante mestria, iniciando duas séries com romances como Rosa, minha rosa e Chocolate à chuva. Versando outros géneros mas específicos, Alice Vieira envereda por terras de Portugal, escrevendo uma série com livros dedicados à história de Portugal. Em A espada do Rei Afonso e Este Rei que eu escolhi, são apresentados dois momentos importantes da história de Portugal. Álvaro Magalhães inicia o seu percurso literário, com obras para crianças, nos anos 80. A sua primeira obra Histórias com muitas letras, editada em 1982, antecede um conjunto de publicações infantis que perduram até hoje, através de inúmeras edições novas e reedições das suas primeiras obras: Uma flauta chamada ternura e Um menino chamado menino, ambas publicada em 1983. Por estes anos, Histórias quase fantásticas, Histórias do arco-íris e Os instrumentos do maestro afinadinho, destacam já o papel de José Jorge Letria na literatura para crianças. O grande continente azul e Uma viagem no verde são duas obras deste autor premiadas nesta década, pela Secretaria de Estado do Ambiente, por serem obras com preocupações ecológicas e apoiadas por uma escrita comedida. Outros autores principiantes da década de 80, como Alexandra Cóias e José Vultos Sequeira distinguemse com as publicações como O dragão Teobaldo e A lição das coisas, por este último, publicação dedicada ao mundo do trabalho, tema bastante arredado dos livros infantis. Juntam-se a estes nomes Fernando Bento Gomes com História da nuvem que não queria chover, publicada em 1983 e Maria Rosa Colaço, que se vem a destacar pelos seus programas televisivos para crianças, deixa-nos publicadas obras para a infância, como Gaivota, Maria tonta como eu e A criança e a vida. As obras de Leonel Neves já se vinham a destacar na década anterior, não só pela qualidade dos seus textos, marcadamente humorísticos, mas sobretudo pela prolífica parceria que durante os anos de setenta e oitenta manteve com o artista Tóssan, na qualidade de ilustrador dos seus livros. Assim, nesta década de 80, Leonel Neves publica João Careca mestre detective, em 1984, e, em 1985, O mistério do quarto bem fechado, personagens enigmáticas caricaturadas pelas belíssimas ilustrações de Tossan. Neste início de década, outros nomes como António Mota, Luísa Ducla Soares, António Torrado e Maria Alberta Menéres têm um período de intensa atividade literária. Obra de António Mota, como As andanças

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do senhor fortes, reeditadas em 2013, pela 11º vez, e inseridas, atualmente, no Plano Nacional de Leitura, teve a sua primeira edição nos anos idos de 1982. O mesmo acontece com Luísa Ducla Soares, com obras que editadas nestes anos, pela primeira vez, são alvo de inúmeras edições em pleno século XXI: Poemas da mentira… e da verdade, O dragão, Histórias de bichos, entre outros títulos. Esta autora regista nestes anos uma intensa atividade literária, marcada por um espírito crítico e por uma exploração de uma enorme diversidade de temas abordados. António Torrado surge por estes anos com peças teatrais como O adorável homem das neves, entre outros contos como Os meus amigos, O manequim e o rouxinol e Mercador de coisa nenhuma, histórias que se distinguem pela escrita poética do escritor, observador sensível de grandezas e fraquezas humanas. Maria Alberta Menéres prossegue a sua escrita para a infância com obras como O ouriço espreitou três vezes, O trintão centenário e A água que bebemos, em banda desenhada. À semelhança destes escritores, outros continuam a sua obra literária infantil, como Ilse Losa, com o Expositor e Ana-ana ou “uma coisa nunca vista”; Manuel António Pina, com Os dois ladrões e Sidónio Muralha, com O rouxinol e a sua namorada. Neste período, há também a destacar outros nomes, já consagrados com vasta obra literária, mas que se aproximam do público infantil: Alexandre Cabral, com A quinta do meu avô, Carlos Pinhão com A onda grande é boa, O senhor-que-não-sabia-contar-histórias e Era uma vez um coelho, Eduardo Olímpio, com O gato Tarzan e O comboio do Estoril e A. Cunha Lopes com Aventuras do Zé Pinheiro. Outros nomes, sobejamente conhecidos por todos nós, como Agustina Bessa Luís, António Gedeão e António Alçada Baptista, têm nesta década, algumas obras infantis editadas. Agustina, em 1983, com A memória do giz, António Gedeão com História breve da lua e Alçada Baptista com Uma vida melhor, história indecente para os meninos lerem às escondidas. Embora na década de 1970, José Barata Moura tivesse ficado conhecido como cantor de intervenção e popularizado como cantor infantil, autor de músicas célebres como Joana come a papa, Olha a bola Manel e o Fungágá da Bicharada, é por estes anos 80 que escreve alguns contos infantis, como O capitão tão balão e O coelho barafunda, que mais tarde veem a ser musicalizados e integrados na sua obra infantil (livros e CD), recentemente editada. Assim como nas outras décadas, a ilustração regista nestes anos também a participação de artistas que faziam acompanhar com as suas ilustrações os textos de escritores já conhecidos e outros que emergem nesta década. Nomes de artistas plásticos, como Francisco Relógio, Jorge Martins, António Modesto, João Botelho, Teresa Dias Coelho e Manuela Bacelar ilustram livros de Alice Vieira, Carlos Correia, Maria Alberta Menéres, Manuel António Pina, Ilse Losa, entre outros. O género literatura infantil, por se constituir como objeto de leitura híbrido, composto por elementos verbais e ilustrados, ganha dimensão nestes anos, pela quantidade de prémios atribuídos a ambos os elementos primordiais na formação leitora, como prémios atribuídos pela Fundação Calouste Gulbenkian, ao melhor texto e à melhor ilustração, prémios que premeiam obras com objetivos ecológicos, pela Secretaria do Estado do Ambiente, concursos comemorativos do Ano Internacional da Criança, pelas mãos da Editorial Caminho e distinções atribuídas pela IBBY (International Board on Books for Young People) à qualidade de algumas ilustrações. Esta década é definitivamente o salto qualitativo e quantitativo do mercado do livro infantil: mais livros, mais autores, mais atenção dedicada à relação crianças/livros, mais prémios literários atribuídos, tudo em prol da formação leitora daqueles que podem vir a ser os leitores adultos dos anos 2000. Nota: todas as informações apresentadas foram recolhidas das seguintes referências bibliográficas: ROCHA, Natércia - Breve história da literatura para crianças em Portugal. Lisboa : Instituto de Cultura e Língua Portuguesa , 1984. , 163 p. ; 20 cm. Exemplar existente na Biblioteca Municipal Gustavo Pinto Lopes com a Cota ROC 82(03) 23967 e disponível para empréstimo. SILVA, Susana M. Sousa Lopes (2011). A ilustração portuguesa para a infância no século XX e movimentos artísticos: influências mútuas, convergências estéticas (Tese de Doutoramento). Disponível em: repositorium.sdum.uminho.pt/bitstream/1822/19682/1/teseFINAL.pdf LEMOS, José de. Almanaque Silva. Consultado em agosto 28, 2015 em: https://almanaquesilva.wordpress.com

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OsLivros queFicaram

••Livros em exposição •• Alguns dos livros expostos são primeiras edições. Sempre que a data de edição não é a primeira, esta apresenta-se entre parênteses (ex: 1ª edição 1956). Importa referir que é bastante frequente a reedição de algumas destas obras, mesmo as editadas há mais de vinte anos. Atualmente, são obras incluídas no Plano Nacional de Leitura, sob a responsabilidade do Ministério da Educação em articulação com o Ministério da Cultura.

Década de 50: expositor 1

Autor: Sophia de Mello Breyner Andresen a) A fada Oriana, edição de 1964 (1ª edição 1958) Ilustrações de Bió b) A noite de natal, edição de 1959 - 1ª edição autografada. Ilustrações de Maria Keil c) A menina do mar, edição de 1958 - 1ª edição autografada. Ilustrações de Sarah Affonso expositor 2

a) Autor: Sidónio Muralha / Ilustrador: Júlio Pomar Bichos, bichinhos e bicharocos, 2 ª edição de 1977 (1ª edição 1950) b)Autor: Esther de Lemos / Ilustrador: Quito A borboleta sem asas, edição de 1974 (1ª edição 1958) c) Autor: Matilde Rosa Araújo / Ilustrador: Maria Keil O livro de Tila, edição de 1957 – 1ª edição d) Autor: Ricardo Alberty / Ilustrador: Júlio Gil A galinha verde, edição de 1959 – 1ª edição de 1957 e) Autor: Irene Lisboa / Ilustrador: Figueiredo Sobral Queres ouvir? Eu conto, edição de 1958 – 1ª edição expositor 3

a) Autor: Maria Isabel Mendonça Soares / Ilustrador: Bió O marujinho que perdeu o norte, 2ª edição 1976. (Desconhece-se o ano da primeira edição) b) Autor: Alves Redol / Ilustrador: Soares Rocha A vida mágica da sementinha: uma breve história do trigo, edição de 1986 (1ª edição 1956) c) Autor: Patrícia Joyce / Ilustrador: José de Lemos História de um bago de uva, 3ª edição de 1961 (1ª edição 1958) d) Autor: Maria Cecília Correia / Ilustrador: Maria Keil Histórias da minha rua, edição de [195?] - 1ª edição

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expositor 4

Autor: Adolfo Simões Müller a) Historiazinha de Portugal, edição de 1957- 1ª edição. Ilustrações de Emmérico Nunes b) A viagem maravilhosa de comboio, edição de 1956 - 1ª edição. Ilustrações de Fernando Bento expositor 5

Autor e ilustrador: José de Lemos a) O sábio que sabia tudo e outras histórias, edição de 1945 - 1ª edição b) Histórias e bonecos, edição de 1947 – 1ª edição c) O compadre simplório tem os pés tortos e outras histórias, edição de 1959 – 1ª edição

Década de 60: expositor 1

a) Autor: Aquilino Ribeiro / Ilustrador: Maria Keil O livro de Marianinha, 2ª edição de 1993 (1ª edição 1967) b) Autor: Alice Gomes / Ilustrador: João Câmara Leme Teatro para crianças, edição de 1967 - 1ª edição c) Autor: Sophia de Mello Breyner Andresen / Ilustrador: Fernando de Azevedo O rapaz de bronze, edição de 1966- 1ª edição d) Autor: Maria Cecília Correia / Ilustrador: Maria Keil Histórias de pretos e de brancos, edição de 1960 - 1ª edição expositor 2

a) Autor: Alves Redol / Ilustrador: Leonor Praça A flor vai pescar num bote, edição de 1968 - 1ª edição b) Autor e ilustrador: Isabel Maria Vaz Raposo (Bió) A formiga, edição de [196-?] - 1ª edição c) Autor e ilustrador: Leonor Praça Tucha e Bicó, edição de 1969 – 1ª edição d) Autor: Papiniano Carlos / Ilustração: João da Câmara Leme A menina gotinha de água, 4 ª edição de 1977 (1ª edição 1963) expositor 3

a) Autor: Matilde Rosa Araújo / Ilustrador: Maria Keil O palhaço verde, 3ª edição de 1976 (1ª edição 1962) b) Autor: Esther de Lemos/ Ilustrador: Maria Keil A rainha de Babilónia, edição de 1962 - 1ª edição

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OsLivros queFicaram

Década de 70: expositor 1

Autor: Matilde Rosa Araújo / Ilustrador: Maria Keil a) As botas do meu pai, edição de 1977 - 1ª edição b) O gato dourado, edição de 1977 - 1ª edição Autor: Sidónio Muralha c) Todas as crianças da terra, edição de 1978 - 1ª edição. Ilustrações de Fernando Lemos d) A Valéria e a vida, edição de 1976 - 1ª edição. Ilustrações de Soares Rocha e) Autor e Ilustrador: Maria Keil O pau-de-fileira, 2 ª edição de 1977 (1ª edição 1976) f) Autor: Ilse Losa / Ilustrador: Lisa Couwenberg Beatriz e o plátano, edição de 1977 – (1ª edição 1976) g) Autor: António Torrado / Ilustrador: Eduardo Perestrelo O jardim zoológico em casa, edição de 1975 – 1ª edição expositor 2

Autor: Alice Gomes a) Os ratos e o trovador, edição de 1973 - 1ª edição. Ilustrações de Júlio b) Giroflé giroflá, 2 ª edição de 1972 (1ª edição 1970). Ilustrações de Fernando Calhau c) Autor: Leonel Neves / Ilustrador: Tossan Bichos de trazer por casa, edição de 1978 - 1ª edição d) Autor: Alice Gomes / Ilustrador: Mário Neves Bichinho poeta, edição de 1970 - 1ª edição Autor: Leonel Neves / Ilustrador: Tossan e) Histórias do Zé Palão, 2ª edição de 1979 (1ª edição 1979) f) O elefante e a pulga, 2ª edição de 1977 (1ª edição 1976) expositor 3

a) Autor: Luísa Ducla Soares / Ilustrador: Luís Correia O Dr. Lauro e o Dinossauro, edição de 1973 – 1ª edição b) Autor: Ivone Balette / Ilustrador: Victor Palha O país do dinheirinho e o país do dinheirão, edição de 1979 – 1ª edição c) Autor: Luísa Ducla Soares / Ilustrador: Zé Manuel O soldado João, edição de 1973 - 1ª edição d) Autor: Sérgio Godinho / Ilustrador: Carlos Corujo «Zingaro» A caixa, 2 ª edição de 1983 (1ª edição 1978)

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expositor 4

a) Autor: Matilde Rosa Araújo / Ilustrador: Maria Keil O cantar da Tila, edição de 1973 - 1ª edição b) Autor: Maria Isabel Mendonça Soares / Ilustrador: Zagalé Uma gralha entre os pavões, edição de 1973 - 1ª edição Autor: Maria Isabel César Anjo / Ilustrador: Maria Keil c) O verão é o tempo grande, edição de 1971 - 1ª edição d) O outono é o tempo a envelhecer, edição de 1971 – 1ª edição e) Autor: Maria Alberta Menéres / Ilustrador: Dorindo Carvalho Um + um = dois amigos, edição de 1976 - 1ª edição f) Autor: Maria Lúcia Namorado / Ilustrador: Alice Jorge Aventuras do Janoca e do Janeca, edição de 1971 - 1ª edição g) Autor: Raquel Delgado / Ilustrador: Cila A bola amarela, edição de 1971 - 1ª edição expositor 5

a) Autor: Manuel Ferreira / Ilustrador: Raimundo Rodrigues O sandinó e o corá, edição de 1974 - 1ª edição b) Autor: Papiniano Carlos / Ilustradores: Rodrigo Cabral, Isabel Cabral e Fernando Oliveira O cavalo das sete cores e o navio, edição de 1977 - 1ª edição c) Autor: Isabel da Nóbrega / Ilustrador: Leonor Praça Rama, o elefante azul, 3ª edição de 1978 – (1ª edição 1970) d) Autor: Maria Cecília Correia / Ilustrador: Maria Keil Histórias da minha casa, edição de 1976 – 1ª edição 1970 e) Autor: Maria Cecilia Correia / Fotografias: António Cabral Castilho Histórias do ribeiro, 2 ª edição de 1977 (1ª edição 1974) f) Autor: Madalena Gomes / Ilustrador: Sarah Affonso O crocodilo e o passarinho, edição de 1974 - 1ª edição g) Autor: Manuel Crespo / Ilustrador: António Ferraz Uma árvore cheia de vazio, edição de 1977 - 1ª edição

Ilustração de Tossan NEVES, Leonel. Histórias do Zé Palão. Lisboa: Livros Horizonte, 1979. p. 23.

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OsLivros queFicaram

Década de 80: expositor 1

a) Autor: Carlos Correia / Ilustrador: Francisco Relógio A locomotiva tchaaf, edição de 1980 - 1ª edição b) Autor: Fernando Camacho Palavras de cristal, edição de 1983 - 1ª edição Autor: José Jorge Letria c) Uma viagem no verde, edição de 1987 - 1ª edição. Ilustrações de Henrique Cayatte d) Os instrumentos do maestro afinadinho, edição de 1984– 1ª edição. Ilustrações de Teresa Dias Coelho e) Autor: Carlos Correia / Ilustrador: Francisco Relógio O pião das nicas, edição de 1983 – 1ª edição Autor: Álvaro Magalhães f) Uma história com muitas letras, edição de 1982 - 1ª edição. Ilustrações de Paula Amaral g) Uma flauta chamada ternura, edição de 1983 – 1ª edição. Ilustração de Manuela Bacelar h) Autor: Agustina Bessa-Luís/ Ilustrador: Teresa Dias Coelho A memória de giz, edição de 1983 – 1ª edição expositor 2

a) Autor: Leonel Neves / Ilustrador: Tossan O mistério do quarto bem fechado, edição de 1985 – 1ª edição b) Autor: Carlos Pinhão / Ilustrador: Ana Duarte de Almeida O senhor-que-não-sabia-contar-histórias, edição de 1984 – 1ª edição c) Autor: José Barata Moura/ Ilustrador: Carlos Leitão O capitão tão balão, edição de 1980 – 1ª edição d) Autor: Leonel Neves / Ilustrador: Tossan João careca, edição de 1984 - 1ª edição e) Autor: Sidónio Muralha / Ilustrador: Fernando Lemos O rouxinol e a sua namorada, edição de 1983 – 1ª edição f) Autor: Carlos Pinhão / Ilustrador: Paula Amaral A onda grande e boa, edição de 1981 – 1ª edição expositor 3

a) Autor: Ilse Losa / Ilustrador: António Modesto O expositor, edição de 1982 – 1ª edição b) Autor: Maria Alberta Menéres / Ilustrador: António Modesto O ouriço-cacheiro espreitou 3 vezes, 6º edição de 1998 – (1ª edição 1982) c) Autor: Luísa Ducla Soares / Ilustrador: Rui Aguiar Três histórias do futuro, edição de 1982 – 1ª edição d) Autor: Maria Rosa Colaço / Ilustrador: Jorge Gonçalves Gaivota, edição de 1989 – 1ª edição

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e) Autor: Ilse Losa / Ilustrador: Manuela Bacelar Ana-ana ou “uma coisa”, edição de 1986 – 1ª edição f) Autor: Manuel António Pina / Ilustrador: João Botelho Os dois ladrões, edição de 1983 – 1ª edição g) Autor: Luísa Ducla Soares / Ilustrador: Paula Amaral O dragão, edição de 1982 – 1ª edição

Ilustração de Paula Amaral SOARES, Luísa Ducla. O dragão. Lisboa: Livros Horizonte, 1982. p. 181.

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OsLivros queFicaram

••ficha técnica •• direção e produção: Biblioteca Municipal Gustavo Pinto Lopes, Torres Novas

conceção da exposição: Alexandra Rodrigues, Helena Duarte Ferreira e Margarida Teodora Trindade

pesquisa de documentos e textos: Helena Duarte Ferreira

cenografia: Alexandra Rodrigues

design gráfico: Cláudia Barroso (Comunicação, Audiovisuais e Imagem - CMTN)

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OsLivros

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