ficha técnica | evento Organização Direcção e conteúdos Carlos Carreira Coordenação administrativa e financeira Margarida Alcobia Coordenação geral Isabel Reis
Consultoria (programação, encenação e ambientação) MagicEvents: José Pina, Rui Sousa, Paulo Leite e Tiago Faustino
Produção e logística Coordenação Carlos Ferreira Produção Hugo Santos Acolhimento Telma Martinho Baile renascentista Maurizio Padovan Mercadores e postos de informação António Ferreira Bodegas Carlos Ferreira Jogos tradicionais André Sousa e João Guia Guarda-roupa Ana Cunha e Cláudia Hortêncio Serviço educativo Rita Castro Voluntariado André Sousa e Rita Castro Protecção civil e plano de segurança Francisco Paiva Segurança do recinto Carlos Roseiro Coordenação do trânsito António Faria Limpeza e higiene do espaço José Blaser Jardins e regulação dos sistemas de rega Elsa Marques Som ambiente Miguel Espadeiro
Técnica Coordenação técnica Carlos Roseiro Apoio técnico João Vidal Técnico de som Miguel Clara Luminotécnico João Raimundo Estruturas e equipamentos de apoio Sérgio Rosa
Actividades paralelas Biblioteca Luís Dias Museu Elvira Teixeira
Comunicação Comunicação e imprensa Sandra Alexandre Design Cátia Canhão Arte Alexandra Sirgado
Fotografia e vídeo CMTN Álvaro Mendes e Liliana Oliveira CEPTON - IPT | Regeneração Urbana (coordenação Júlio Silva)
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Ficha técnica Em revista – «A chegada do rei menor» Ano 2011 Propriedade Câmara Municipal de Torres Novas Direcção António Manuel Oliveira Rodrigues – Presidente da Câmara Municipal de Torres Novas Edição Município de Torres Novas Textos Liliana Oliveira – Comunicação e Imagem | CMTN Texto de contextualização histórica Carlos Carreira – Gabinete de Apoio à Presidência | CMTN Revisão de textos Ana Marques, Margarida Moleiro – Gabinete de Estudos e Planeamento Editorial | CMTN Fotografia Álvaro Mendes, Liliana Oliveira – Comunicação e Imagem | CMTN Júlio Silva – CEPTON - IPT | Regeneração Urbana Torres Novas Grafismo Sofia Ferreira – Comunicação e Imagem | CMTN Tiragem 3000 exemplares Impressão Gráfica Almondina ©Município de Torres Novas, 2011
índice editorial contextualização histórica palcos artistas lugares a feira actividades paralelas opinião números
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A chegada do rei menor . Memórias da História 2011 . Em revista
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editorial Depois da experiência vivida em 2010, com a realização da feira quinhentista sob o tema «Revisitar D. Manuel I», foi com a maior expectativa que se preparou mais uma edição das «Memórias da História». Nunca antes um evento cultural concentrara tanto público em Torres Novas, pelo que a responsabilidade em corresponder às expectativas e melhorar os resultados atingidos no ano passado era evidente. «A chegada do rei menor» foi, pois, um grande desafio para a consolidação e desenvolvimento deste modelo de feira. O evento cresceu, em espaço, animação, serviços, logística e afluência. Com mais de cem mil visitantes contabilizados e o agrado generalizado de visitantes e feirantes, a feira medieval de Torres Novas começa a surgir no panorama nacional como uma referência no roteiro anual das grandes feiras de época que se realizam no país. Cumpre-se, portanto, um dos principais objectivos da organização: a criação de um evento âncora que promova o concelho a nível nacional, com a sua história e cultura, o seu comércio e artesanato, o seu património histórico e natural. Não menos importante será recordar que este é um evento financiado por fundos comunitários, no âmbito do QREN e da «Regeneração Urbana do Centro Histórico de Torres Novas», sendo estas duas primeiras edições comparticipadas a 85%, cabendo apenas ao município os restantes 15%. E não é demais assinalar que esta componente, obrigatória em sede de candidatura, a par das obras a efectuar no centro, tem um propósito particularmente incisivo no que toca à promoção e revitalização do nosso comércio tradicional. Num tempo em que a economia se ressente de forma alarmante, é um esforço precioso este de trazer às nossas ruas milhares de visitantes, de dentro e de fora do concelho, que possam vir também a ser consumidores do comércio local. Por fim, destaca-se ainda o forte e crescente envolvimento da comunidade na organização e na vivência desta feira. O voluntariado individual atingiu cerca de 150 participações, para além de todas as colectividades, estabelecimentos de ensino e instituições diversas do concelho que, de uma forma ou de outra, tomaram o seu lugar na festa. A eles, pois, o nosso obrigado e o desejo de que continuem a assumir, efectivamente, este evento como seu. Reconfigurar as «Memórias da História», aproximando os torrejanos da sua cidade e do seu passado foi, sem dúvida, uma aposta ganha. Uma aposta para manter e para fazer crescer. António Manuel Oliveira Rodrigues Presidente da Câmara Municipal de Torres Novas
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contextualização histórica Em Setembro de 1438 morria el-Rei D. Duar- te, não resistindo a um surto de peste que atingiu a própria corte e que grassava pelo reino. À data da sua morte, D. Duarte deixava o príncipe herdeiro, D. Afonso, com apenas 6 anos de idade. Foi, por isso, último desejo do monarca moribundo, deixado em testamento, que até à maioridade do jovem rei fosse a rainha, D. Leonor de Aragão, a regente de Portugal, para além de tutora dos infantes. Estas disposições apanharam de surpresa uma boa parte do reino, que via no infante D. Pedro, duque de Coimbra e irmão do rei falecido, o regente natural esperado pela generalidade da população, que lhe reconhecia o saber e a capacidade para assumir o cargo. Ao invés, o regente seria assim uma mulher, encarada como estrangeira, e, ainda por cima, próxima dos interesses do reino de Aragão (que então se encontrava em conflito com Castela, factor que poderia provocar a intervenção de Portugal no conflito). Para além disto, a nomeação do regente era uma competência das cortes, pelo que logo se constituiu um grupo que declarou inválido o testamento de D. Duarte, exigindo a realização de cortes para a nomeação do duque de Coimbra. Por seu lado, a generalidade da nobreza exigia o cumprimento integral do testamento, que lhe seria mais favorável. É que a alternativa mais provável a essa opção seria a atribuição da regência ao infante D. Pedro que, sendo uma figura poderosa e querida pelo povo, possuía um espírito centraliza-
dor que, à partida, condicionaria a influência da nobreza nos desígnios do reino. Constituía-se, assim, o grupo defensor da rainha, cujo principal mobilizador seria o poderoso D. Afonso, conde de Barcelos, o meio-irmão dos infantes. Foi, contudo, nesse momento, que a rainha revalidou o desejo demonstrado pelo marido em casar o príncipe com a filha do infante D. Pedro, como forma de procurar uma aproximação entre as duas forças. A proposta foi feita ao infante, que, tendo-a acolhido com muito agrado, remeteu para mais tarde esse trato, face à pouca idade do pequeno rei e ao período de luto que se vivia então. A prioridade era, para o infante, a rea lização de cortes, com vista ao juramento ao novo rei e a uma tomada de decisão sobre a questão da regência. Contudo, a diligência da rainha não deixou de provocar reacções. D. Afonso, o conde de Barcelos, tinha também a intenção de casar a sua neta, D. Beatriz, com D. Afonso V. A notícia do trato veio apenas aumentar ainda mais o espírito de desconfiança e ódio para com o seu meio-irmão, D. Pedro. Após a realização das exéquias por D. Duar- te, na Batalha, em fins de Outubro de 1438, o séquito partiu para Torres Novas, onde se encontrava já a 1 de Novembro. A vila encheu-se então de gente. Estas cortes eram particularmente decisivas e, tendo em conta o forte conflito que se anunciava e os interesses em disputa, ninguém quis deixar de estar presente. Chegavam em grande número: os nobres, os prelados, os alcaides-mores,
mais os procuradores do povo. A população avolumava-se pelas ruas da vila, num burburinho convicto, de revolta e partidarismo. Na vila encontravam-se já também os nobres partidários da rainha D. Leonor. Para planear a estratégia a seguir no dia seguinte contra o infante D. Pedro e as suas aspirações, juntaram-se num dos templos da vila: D. Afonso, conde de Barcelos; D. Vasco Fernandes Coutinho, marechal do reino e futuro conde de Marialva; D. Pedro de Noronha, Arcebispo de Lisboa e seu irmão, D. Sancho de Noronha; e D. Nuno Góis, prior do Crato. No dia 10 de Novembro abrem as cortes. Elas servirão para que os procuradores dos estados reconheçam o novo rei e lhe jurem obediência solene, para além de clarificar a questão política da regência durante a menoridade do jovem rei. Terão decorrido numa praça que existiria junto da igreja de Santiago, onde se encontrava montado o espaço:
Aí se armou um teatro bem armado e concertado, onde se sentou El-rei em lugar alto e decente, e logo mais abaixo os três infantes, D. Pedro, D. Henrique, e D. Afonso (Conde de Barcelos) e os filhos deste, os Condes de Ourém e de Arraiolos, e de aí para baixo todos os mais senhores, fidalgos e prelados, e os procuradores das cidades e vilas do reino em seus lugares conforme a precedência de cada um. O Infante D. Pedro, crónica de Gaspar Dias de Landim, I-34 1.
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palcos A feira cresceu. Aproveitando um espaço privilegiado e repleto de história, o largo do Salvador juntou-se, nesta edição, à praça 5 de Outubro e ao castelo como palcos principais do evento. A circulação dos visitantes saiu nitidamente favorecida com este alargamento estratégico, colocando a igreja de Salvador em claro e merecido destaque e permitindo uma maior visibilidade ao Museu Municipal Carlos Reis. Por todo o centro histórico se respirou intensamente o espírito da feira, materializado nas ruas enfeitadas, nas montras preparadas a rigor e nos trajes elaborados propositadamente para os dias do evento que os lojistas fizeram questão de usar. As ruas Alexandre Herculano e Miguel Bombarda, a que se juntou também o largo da Botica, importantes artérias comerciais de Torres Novas, foram, assim, parte integrante do espaço da feira. Os cortejos, com percursos variados e descentralizados, permitiram também que a vida e a dinâmica da feira começasse logo na rua Miguel de Arnide ou no largo José Lopes dos Santos (junto ao Teatro Virgínia).
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artistas
Les Oies e Cheep
Thorsten, o tosta mista
França
Portugal/Alemanha Thorsten Grutjen, mais conhecido como Tosta Mista, o Malabarista, trouxe a Torres Novas o personagem de bobo da corte. Com as suas extraordinárias capacidades de manipulador de objectos e números cómicos, animou as multidões que se reuniram em seu redor ao longo dos quatro dias da feira.
Al’ibi França Do advérbio que, em latim, significa outro lugar, os Al’Ibi estiveram novamente em Torres Novas para apresentar o seu repertório baseado nos manuscritos dos trovadores occitanos e em reminiscências balcânicas, numa amplitude geográfica que vai do Magreb ao norte da Europa.
Ten_art e Grupo de Teatro Meia Via
Espadas de Santo André Portugal
Portugal No Postigo da Traição os personagens causavam um misto de emoções. Divertidos e bem-dispostos mas por vezes sombrios e assustadores, os actores foram incansáveis na construção de um cenário que foi, à semelhança do ano anterior, dos mais procurados de toda a feira.
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A disciplina, a ordem e o rigor foram marcas deixadas por este pastor medieval que, com a ajuda de um cão sempre atento e obediente, conseguiu «educar» 15 ovelhas e 50 gansos, proporcionando um espectáculo ímpar e original apreciado por todos e que causou a surpresa de muitos.
Strella do Dia Portugal Formado em 2000, o nome do grupo tem origem numa Cantiga de Santa Maria com o mesmo nome (Santa Maria, Strella do Dia). Enquanto grupo especializado em música alta medieval, com as gaitas de foles e os instrumentos de percussão a assumirem um especial destaque, o seu repertório baseia-se em documentação musical com séculos de história.
Este é um grupo de recriações históricas que funciona também como escola de esgrima medieval, pertencendo ao Fórum Ambiente e Cidadania de Mosteiró (Santa Maria da Feira). Com os seus elementos trajados a rigor, deu um contributo decisivo para um «regresso ao passado» mais fiel e verdadeiro em Torres Novas.
Minearte
Aguillas de Valporquero
Alcaide Fernandes
Portugal
Portugal
Instalado no terreiro de Santa Maria, este museu itinerante de arte e cultura medievais apresentou a exposição «As três culturas», abordando áreas como a destilação de óleo, a alquimia ou o recurso a utensílios rurais.
O mercador, com a sua caravana, com pajens e bailarinas, falcões e dromedários foi, mais uma vez, uma das grandes atracções da feira torrejana.
Espanha
Espada Lusitana
Águias, falcões, bufos reais e abutres foram apenas algumas das espécies que Las Aguillas de Valporquero trouxeram novamente a Torres Novas. Este grupo apresentou diversos espectáculos com aves de rapina em voo livre nos quais o público teve oportunidade de observar muito de perto todas as suas aves. A participação nos desfiles e a exposição de aves no interior do castelo não passaram despercebidas.
Portugal Este grupo de praticantes de esgrima histórica e artística, dedicado ao estudo da parte civil e militar de diferentes épocas históricas, contribuiu de forma inigualável para a recriação do ambiente medieval da feira.
Tempus Fugit Curinga
França Uma família, em pleno acampamento no interior do castelo, recriou o quotidiano medieval através da confecção de alimentação com um exemplar recurso aos utensílios da época.
Saltarellus Portugal Cor, movimento, malabarismo, luz e fogo foram componentes que não faltaram nas actuações dos Saltarellus, um grupo de animação e de artes de rua nascido em 2002 e composto por cerca de vinte jovens.
Portugal
Teatro e Marionetas de Mandrágora
Inspirado em personagens medievais, este grupo voltou a animar o coração da cidade de Torres Novas. Composto por quatro elementos, os Curinga representaram o jogral, o trovador, o menestrel e o bobo, numa mistura músico-cómica muito particular.
Portugal Criada em 2002 e sedeada na cidade de Espinho, esta companhia trouxe a Torres Novas a peça Entre lugares, apresentada no interior do castelo. A peça, fazendo alusão a episódios bíblicos, critica de forma burlesca mas cómica a busca pela salvação da alma.
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lugares
passeio dos espĂritos
bodegas lugar do petiz
curral
mouraria
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praça dos mercadores
postigo da traição
praça d’armas
terreiro de santa maria
taberna touro bravo
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a feira
A Chegada do Rei Menor 05 . 06 . 07 . 08 de Maio de 2011
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5 de maio . quinta-feira 21h00
Ronda do pregão Cortejo de mercadores Rua Miguel Bombarda/Praça 5 de Outubro O cortejo que marcou o início da feira percorreu a rua Miguel Bombarda, desde o seu extremo sul, até ao largo da Botica, onde uma considerável multidão aguardava a sua passagem. A música animou participantes e espectadores e a arte de dominar o fogo «iluminou» a caravana. Chegado à praça 5 de Outubro, o cortejo foi recebido pelo alcaide da vila que, do alto da rua Gil Pais, deu as boas-vindas, perante o olhar atento do público.
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6 de maio . sexta-feira 16h00 Os mais pequenos trajaram-se à época, inspirados nas figuras dos painéis de São Vicente, para fazerem parte da feira e participarem no desfile da tarde de sexta-feira. Desde o largo do Teatro Virgínia, 300 participantes percorreram a rua Alexandre Herculano até à praça 5 de Outubro, subindo depois ao castelo.
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Cortejo de pormenores medievais desfile das escolas Rua Miguel Bombarda/Praça 5 de Outubro
21h30
A chegada dos 3 estados Largo José Lopes dos Santos/Praça 5 de Outubro Clero, nobreza e povo não querem ficar de fora da discussão que vai ter lugar na vila nos dias seguintes. Na sexta-feira à noite, os três estados chegaram em cortejo, partindo do largo do Teatro Virgínia até à praça 5 de Outubro, onde receberam as boas-vindas do alcaide.
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7 de maio . sábado
16h00
Cortejo de pormenores medievais desfile de famílias e amigos
Largo José Lopes dos Santos/Praça 5 de Outubro Sábado é notoriamente o dia das famílias. Nesse sentido, também o cortejo da tarde foi ao encontro dessa característica do público, convidando toda a comunidade torrejana a aderir e a participar, elaborando os seus próprios trajes.
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18h00
Chegada do rei menor Rua Miguel Arnide/Castelo Um dos momentos mais aguardados da feira aconteceu na tarde de sábado. O rei chega finalmente à vila, acompanhado pela rainha D. Leonor de Aragão, os infantes D. Henrique e D. Pedro, bem como por D. Afonso, conde de Barcelos. Descendo a rua Miguel de Arnide, junto à igreja de Santiago, passam pela multidão que os saúda ao longo de todo o percurso até à praça 5 de Outubro, subindo depois ao castelo.
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7 de maio . sábado 20h00
Manjar real Alcaidaria do castelo O repasto em honra de D. Afonso V teve lugar na alcaidaria do castelo e contou com 75 participantes. A refeição, servida em utensílios da época, incluiu pão caseiro, azeitonas, presunto, queijo de cabra, chouriço e alheira como entradas. Canja de perdiz, coelho com feijão branco e couve e javali com favas foram os pratos que se seguiram. Para sobremesa, iguarias como doce de amêndoa, broas de mel, taças de fruta da época e frutos secos fizeram as delícias de todos os presentes. Pelo meio, actuações diversas animaram o manjar e ajudaram a recriar o ambiente medieval do repasto.
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23h00
Baile na corte Praça 5 de Outubro
A praça 5 de Outubro encheu para ver as danças nobres e mouriscas. Um mês inteiro de exigentes ensaios teve o seu culminar na noite de sábado, perante milhares de pessoas, que não quiseram perder esta recriação onde até o rei demonstrou os seus dotes.
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8 de maio . domingo 18h00
Juramentos a el-rei Praça 5 de Outubro As decisões que resultaram da reunião das cortes estavam tomadas e é chegada a hora de as comunicar às partes envolvidas. Mas torna-se imperativo o juramento de fidelidade a el-rei. A praça 5 de Outubro foi o palco da homenagem, que contou com a presença de nobres, membros do clero e de uma forte representação militar.
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23h00
Grande cortejo de despedida Paços do concelho/Igreja de Sant’iago A tristeza pelo encerramento de um evento que, durante quatro dias, encheu de vida o centro histórico da cidade, foi «abafada» pela euforia que caracterizou este cortejo. Fazendo um percurso inverso aos outros momentos de recriação histórica, a caravana partiu da rua General António de Vasconcelos Correia, junto aos paços do concelho, descendo para a praça pela rua Gil Pais. Daí dirigiram-se para a rua Miguel de Arnide, simbolizando a partida da vila. Depois ocorreu um dos momentos mais entusiasmantes de todo o evento, com o regresso dos diversos grupos de animação ao tabuleiro da praça 5 de Outubro para, em conjunto, tocarem músicas da época enquanto os diversos figurantes dançavam e faziam uma autêntica festa, abrilhantada pelas artes de rua dos Saltarellus.
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actividades permanentes
Visitas guiadas à igreja da Misericórdia Tirando partido da sua localização central, a igreja da Misericórdia abriu portas durante a feira medieval e foram promovidas visitas guiadas ao emblemático monumento, classificado como Imóvel de Interesse Público a 3 de Janeiro de 1986.
29 de Abril . sexta-feira
Conferência da Fontinha: percursos pelo conhecimento
Os Painéis de S. Vicente, de Nuno Gonçalves 21h30 | Sala polivalente da BMGPL
Oficina
Elmos, utensílios e artefactos medievos Museu Municipal Carlos Reis Especialmente dedicada aos mais novos, o Museu Municipal Carlos Reis promoveu no seu átrio uma oficina sobre artefactos medievais na qual convidava as crianças a elaborarem o seu próprio elmo em papel, através da técnica do origami, que posteriormente podiam decorar a gosto. Participaram cento e quinze crianças ao longo dos quatro dias.
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Partindo da curta-metragem de Manoel de Oliveira, a Conferência da Fontinha teve como orador Vítor Serrão, professor catedrático da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa que se dedica às áreas da História da Arte (com incidência no estudo integrado da pintura portuguesa dos séculos xvi, xvii e xviii), da Teoria da Arte, da Iconografia e da Iconologia, e da Gestão do Património. Sendo os Painéis de São Vicente de Fora uma obra que, pelas questões que levanta, continua a ser alvo de paixões, teses e especulações, o ambiente de polémica rodeia-a porque a grande preocupação foi sempre «a questão iconográfica – quem está representado – e não o rigor e o vocabulário artístico tão desenvolvido na obra», destacou Vítor Serrão. Considerados pelo orador «a maior e mais notável galeria de retratos antes de 1500», os seis painéis quatrocentistas foram descobertos em 1882, esquecidos num corredor do mosteiro de São Vicente de Fora, tendo sido restaurados por Luciano Freire em 1910. Contudo, permanecem por responder quatro questões importantes relacionadas com os painéis: Quem está representado? Qual o evento político-militar específico e o sentido veneratório-gratulatório a que se refere? Quem encomendou a obra? Como se entende a maturidade estética da peça no contex-
to artístico nacional, sem antecedentes na geração anterior e sem continuidade no tempo de D. João II? Apesar das dúvidas desde sempre levantadas em torno dos painéis, diversos estudos desenvolvidos ao longo dos anos permitiram alcançar respostas decisivas. O santo duplamente venerado ao centro do políptico é S. Vicente, diácono-patrono da cidade, do reino e das conquistas de África. Em seu redor reúne a corte, fidalgos, ordens religiosas, gente de oficias e administração, pescadores, mercadores e um trabalhador braçal. As tábuas foram pintadas por volta de 1460-70 por Nuno Gonçalves, «elogiado por fontes antigas como uma das Águias, que exerceu a actividade de pintor régio desde 1450, tendo pintado (1471) o retábulo da capela do paço de Sintra, sendo agraciado pelo infante D. Pedro da Catalunha com um cavalo, estante em Barcelona, e que faleceu em Lisboa pouco antes de 1492», destacou Vítor Serrão. A obra integrava a decoração do altar de São Vicente na sé-catedral de Lisboa. Ao longo de cerca de uma hora, Vítor Serrão fez um status quaestionis sobre aquela que é considerada uma obra-prima da pintura europeia no reinado de D. Afonso V mas também um enigma do panorama artístico português.
De 27 a 29 de Abril
Em busca da nossa história
Escritos à margem
O rei menor: uma história de governação
Do manuscrito ao ciberescrito Oficina de escrita | BMGPL
Oficina | BMGPL e escolas Este projecto lúdico-pedagógico de animação da leitura foi apresentado a 70 alunos do 1.º ciclo das escolas de Vale da Serra, de Liteiros e do Centro Escolar de Assentis e Chancelaria. Apresentando duas personagens criadas para o efeito – Portugal e a Aia – as sessões de 45 minutos decorreram em contexto de sala de aula, com carácter facultativo. Os objectivos passaram pela consolidação de conhecimentos e pelo despertar de curiosidades em relação a factos históricos. A actividade consistiu na leitura encenada de uma história baseada em factos reais e retirada de várias obras, escrita pelas técnicas do Serviço de Animação e Extensão Cultural, procurando uma reflexão sobre a época e a exploração dos temas através da multimédia e de imagens de livros.
Cerca de 30 alunos do 11.º ano tiveram a oportunidade de conhecer melhor a importância e as funções da escrita. A sessão começou com uma contextualização das cortes de 1438 para depois se passar ao trabalho com escrita pictográfica em placas de argila. Ao longo de cerca de uma hora e meia os participantes puderam conhecer diferentes tipos de suporte de escrita e o seu aspecto físico, desde formatos mais antigos até às mais recentes tecnologias. Posteriormente, no arquivo municipal, os alunos aprenderam sobre as formas de conservação de suportes de papel.
actividades paralelas
De 26 a 29 de Abril e de 3 a 6 de Maio
29 de Abril . sexta-feira
Curta-metragem 4 de Maio . quarta-feira
Documentário
Painéis de São Vicente de Fora, visão poética
D. Afonso V, o africano
21h00 | BMGPL
10h00 e 15h00 | BMGPL
A curta-metragem, de 16 minutos, foi realizada por Manoel de Oliveira a convite da Fundação de Serralves, no âmbito das comemorações dos 20 anos da fundação e dos 10 anos do Museu de Arte Contemporânea. Constitui uma reflexão pessoal do realizador sobre os Painéis de São Vicente de Fora, pintura atribuída a Nuno Gonçalves, pintor régio de D. Afonso V. Foi filmada no Museu Nacional de Arte Antiga, em Lisboa, reunindo os actores que representam as figuras retratadas nos painéis, observando as pinturas e procurando interpretá-las.
Alunos dos 2.º e 3.º ciclos puderam assistir a um documentário que faz a biografia de D. Afonso V, com os acontecimentos mais marcantes do seu reinado. Com cerca de 80 minutos de duração, este filme faz parte da colecção «Reis de Portugal», com coordenação científica de Joaquim Veríssimo Serrão, que apresenta a biografia dos 35 reis que governaram Portugal, desde a sua fundação até ao derrube da monarquia em 1910.
A chegada do rei menor . Memórias da História 2011 . Em revista
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actividades permanentes
3 de Maio. terça-feira
Conferência da Fontinha: percursos pelo conhecimento
D. Afonso V: uma história de governação 21h30 | Sala polivalente da BMGPL
exposição
Expressões de arte e culto em Torres Novas
séculos XIV, XV e XVI
5 de Maio a 4 de Setembro | MMCR O Museu Municipal Carlos Reis apresentou, no âmbito do evento «Memórias da História» e do programa de acção da regeneração urbana do centro histórico, uma mostra de peças de arte sacra – pintura e escultura – provenientes de vários altares de templos do concelho, em resultado do empenho e colaboração de diversas pessoas e instituições envolvidas na cedência temporária das peças em exposição. A iniciativa, em parceria com a Santa Casa da Misericórdia de Torres Novas e com as paróquias de Torres Novas, foi alvo de grande interesse, tendo registado mais de mil visitantes entre os dias 5 e 8 de Maio.
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O conferencista convidado foi Saul António Gomes, professor associado da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, docente de Paleografia e Diplomática, Codicologia, Sigilografia e História da Idade Média. Autor do livro D. Afonso V, o Africano, publicado em 2006, Saul António Gomes justificou a escolha de Torres Novas para a realização das cortes de 1438: «Era uma vila acastelada, próspera, com componentes comerciais e industriais muito significativas para a época. Torres Novas surge como uma vila com suficiente garantia de segurança para permitir que se diluíssem o conflito e a tensão entre os dois partidos gerados sobre a sucessão de D. Duarte.» Sobre a personalidade de D. Afonso V, o professor descreveu-o como «muito religioso, com uma elevada noção de honra e de respeito e apreço pelos valores da cavalaria». O seu carácter enquanto protector das artes e das
letras levaram-no mesmo a ser o primeiro rei a criar uma biblioteca pública e a patrocinar a obra-prima da arte portuguesa do século xv – os Painéis de S. Vicente. Quanto à ligação a Torres Novas, é uma terra de boa memória para D. Afonso V. «O rei gostava muito de caçar. Veio várias vezes a Torres Novas, sobretudo no fim da vida, passando várias semanas nesta região para espairecer através da caça», afirmou Saul António Gomes. Para além das cortes em Novembro de 1438, D. Afonso V terá estado em Torres Novas em Julho de 1448, Janeiro de 1456, Novembro de 1461 e nos meses de Fevereiro, Abril e Maio de 1481, ano da sua morte. Para concluir, o orador fez um balanço do reinado de D. Afonso V: «Apesar das contradições, acabou por reinar durante meio século em que Portugal se expandiu para África e para as ilhas atlânticas, contribuindo para que fosse um país rico e respeitável»
4 de Maio . quarta-feira
Conferência multimédia
A dança do século XV: história, fontes e arte figurativa 21h30 | Auditório BMGPL
Maurizio Padovan, músico, professor e um dos mais notáveis historiadores de dança a nível internacional, foi o orador da conferência que fez uma viagem pela importância da dança no século xv. Analisando o período entre a morte de D. Duarte (1438) e a de D. Afonso V (1481), Maurizio Padovan afirmou que foi nesta época que surgiram os primeiros professores de dança e foram escritos os primeiros livros e tratados sobre o tema, desenvolvendo-se os bailes na corte. «Tudo isto nasce em Itália. Também a dança precisa de análise científica, de tratados. O primeiro nasce no estado de Ferrara, no norte de Itália, da autoria de Do-
menico da Piacenza, professor de dança na corte de Lionello d’Este, por volta de 1450», afirmou o historiador. Os tratados continham sempre uma parte teórica, sobre a importância da dança, e uma parte prática, com as coreografias para os nobres. Do repertório do baile do século xv faziam parte a bassadanza, uma dança mono rítmica, e o ballo, género italiano que se traduz numa composição musical com vários ritmos. Há uma valorização do homem como elemento de grande importância na dança do século xv, passando esta a ser feita sobretudo com dois ou três elementos.
8 de Maio . domingo
Missa campal 12h00 | Interior do castelo Pelo segundo ano, a celebração da eucaristia mudou de cenário, tendo as torres do castelo como paredes. Tirando partido do dia solarengo, a missa do meio-dia decorreu ao ar livre, sendo presidida pelo padre Aníbal Vieira e contando com a participação do Choral Phydellius, que entoou os cânticos religiosos.
A chegada do rei menor . Memórias da História 2011 . Em revista
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opinião mercadores Miguel Pereira e Carlos Casimiro,
Sobral de Monte Agraço, cerveja artesanal tradicional «Uma agradável surpresa. Bem organizado, variedade de expositores, variedade de animação e muito positiva a adesão das pessoas, em número e em participação.»
Carlos Moreira,
Santa Maria da Feira, fogaças | pão de carnes fumadas | sangria | limonada «Uma decoração consistente, animação a condizer, o povo de Torres Novas e arredores aderiu. Continuem que vão no bom caminho.»
Belmiro Santos,
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Sabores medievais,
Flamma,
Maria Otília Ferreira,
«Apesar de ser o segundo ano do evento, Torres Novas é já uma referência a nível nacional, não só pela publicidade feita mas também pela mensagem da maioria dos participantes. Parabéns.»
«O balanço é positivo e somos da opinião de que deve continuar. O desfile e a animação (sobretudo o pastor de gansos e carneiros, músicos e cavaleiros) têm presenças e detalhes que distinguem este evento de outros em que já participámos.»
«Foi espectacular. Como principiante deste evento gostei imenso de participar e dialogar com o público. Nestes dias consegui levar Torres Novas a todas as pessoas que vieram visitar a nossa cidade, com o famoso bolo de figo.»
Santo Tirso, crepes carpe diem
Maria Matos,
Santa Maria da Feira, artesanato em madeira «Com boas condições para que venha a ser das feiras medievais de referência.»
Irene Lopes,
Leça da Palmeira, pedras semi-preciosas naturais, em bijutaria e metais «Bom a todos os níveis e em especial a afluência de público, embora o nível de vendas tenha tido uma redução de mais de 50%, facto que reflecte a situação do país.»
Gondomar, couros (bijutaria, calçado)
Graça Vasconcellos,
«Gostámos do lugar atribuído na praça, o que significa que valorizaram o meu trabalho de artesão. As animações foram muito boas! Gostámos do feedback do público, que reconheceu o valor do artesanato, que hoje em dia é cada vez mais escasso.»
«Penso que a cidade estava muito bem decorada. As pessoas colaboraram todas para que tudo corresse pelo melhor. As vendas correram bem, dentro da conjuntura.»
Tomar, compotas | doces | conservas
Faro, fabrico de poções artesanais
Cristina Alcântara, Loures, adornos reais «Um evento com uma excelente projecção e com muita afluência de público. Espaços valorizados com animação e recriação bem conseguidos. Um trabalho que deve continuar e tornar-se mais rigoroso para obter cada vez mais qualidade.»
Natália Filipe, Torres Novas, licores artesanais
«Balanço muito positivo, uma vez que a projecção mediática também foi maior. É o evento certo para o sítio, uma vez que, aproveitando o património natural e construído existente, promove de forma lúdica a localidade, o centro histórico e revive-se a história. O contentamento dos torrejanos é notório.»
Torres Novas, bolos regionais de Torres Novas e salgados
Helena Inácio, Torres Novas, doçaria regional
«Uma feira bem organizada, bastante publicitada e com muita afluência de visitantes.»
Mohamed Motamid Ftouh,
Loures, artesanato árabe/marroquino «Trata-se de um certame que, em virtude do nível, da data, da localidade, dos visitantes, da organização e dos expositores está a impor a sua personalidade e reputação a nível nacional. Já faz parte da agenda de muitos expositores. Está a dar sinais para ocupar o seu lugar (muito em breve) no pelotão da frente entre as outras feiras mais antigas. Desejo êxito e continuação com estes passos firmes e bem assentes.»
«É o reviver de uma época que transporta vivacidade, alegria e vida a Torres Novas»
comerciantes do centro histórico
Marisa Figueiredo, Smart Kids
«Congratulo os promotores da feira, sobretudo pelo público presente» Cátia Morais, Novo Espaço
«Enquanto cidadã, profissional e proprietária de uma loja na cidade congratulo, sem qualquer dúvida, os promotores da feira, sobretudo pelo público presente nas ruas e que acaba por intervir de forma positiva nas vendas realizadas no comércio local. No entanto, ao nível do trânsito dentro da cidade e respectivo estacionamento, notou-se uma grande falta de organização, dificultando o acesso dos proprietários e trabalhadores do comércio local.»
«As vendas foram muito superiores às do ano passado» Vera Morgado, Pimpampum
«Foi um evento muito bom para a cidade, muito giro e com muita afluência. É uma iniciativa de extrema importância para o centro histórico e o facto de os cortejos passarem por aqui trouxe muita gente ao nosso comércio. As vendas foram muito superiores às do ano passado e a satisfação dos visitantes era notória nos comentários que faziam. As lojas e as ruas estavam bem enfeitadas e os comerciantes vestiram-se a preceito, o que também ajudou a criar um ambiente muito especial.»
«Iniciativas como a feira medieval de Torres Novas têm um papel muito importante na dinamização do centro histórico da cidade nas suas diversas vertentes. É o reviver de uma época que transporta vivacidade, alegria e vida a Torres Novas. Toda a população, incluindo os comerciantes, embrenhou-se no espírito medieval e os dias foram vividos com uma enorme intensidade. Para a Smart Kids em concreto, a visibilidade que obteve perante o público foi o principal contributo da festa. O facto de estar situada no “centro” do evento permitiu que mais pessoas conhecessem a loja e promovam a sua divulgação, essencial na fase de início de vida de qualquer espaço comercial. A Smart Kids apoia e agradece a iniciativa do município de Torres Novas e espera que o sucesso até agora alcançado se mantenha por longos anos!»
«Foi um evento extraordinário, que deu uma excelente projecção à cidade» Fátima Borralho, sapataria Borralhos
«Esta feira vale por cem festas da cidade. Tivemos clientes dos mais variados concelhos, como Cartaxo, Ourém, Chamusca ou Abrantes, num movimento só comparável ao Natal. O melhor dia, em termos de vendas, foi o domingo, mas acabámos por estar abertos num horário mais alargado durante os quatro dias porque as ruas estavam cheias de gente. Pena é que alguns comerciantes não tenham aderido e que tenha havido uma lacuna ao nível do estacionamento. Penso também que a cidade não conseguiu dar resposta ao nível da restauração e estou algo receosa em relação à possibilidade de pagamento de entradas na próxima edição. Em todo o caso, foi um evento extraordinário, que deu uma excelente projecção à cidade e com uma afluência que só comparo, aqui perto de nós, à feira da Golegã. A cidade estava linda e a organização está de parabéns pela boa gestão de recursos e pela preocupação na contenção de gastos.»
A chegada do rei menor . Memórias da História 2011 . Em revista
29
opinião visitantes «Fiquei verdadeiramente fascinada e espero voltar para o ano» Maria da Conceição Trigueiro, 47 anos, Lisboa
«Vim de Lisboa para ver a feira medieval e adorei, pela grandiosidade do espaço e pela autenticidade da época medieval recriada. Fiquei verdadeiramente fascinada e espero voltar para o ano. Achei que se respirava a época e que estava tudo pensado ao pormenor. Vou divulgar a todos os meus amigos e conhecidos esta boa sensação com que fiquei.»
«Foi como se viajássemos no tempo» Marisa Nunes e Sérgio Oliveira, Matosinhos
«Tivemos conhecimento da feira através de amigos que são daqui e aproveitámos para passar cá o fim-de-semana. Através do realismo do evento fomos transportados para um modo de viver e para uma sociedade totalmente diferente da que conhecemos e a que estamos habituados. Durante os três dias em que estivemos em Torres Novas foi como se viajássemos no tempo e fossemos, efectivamente, pessoas que viveram naquela época.»
30
«Era impossível ficar indiferente ao ambiente contagiante e entusiástico»
«Gostámos muito de ver as pessoas vestidas como antigamente»
Bruno Pereira, 28 anos, Torres Novas
Rita e Rosário Andrade, 8 e 9 anos, Azeitão
«Uma experiência única, ver e “viver” numa cidade medieval. Mergulhar no nosso passado e encontrar parte daquilo que fomos. Sempre rodeado de figurantes, era impossível ficar indiferente ao ambiente contagiante e entusiástico. A repetir!»
«Nós viemos cá passar o fim-de-semana só para ver a feira medieval em Torres Novas. Gostámos muito de ver as pessoas vestidas como antigamente, dos cavalos e dos camelos. Visitámos o castelo pela primeira vez e quando lá entrámos fez-nos lembrar o filme Crónicas de Nárnia.»
«Dias de história, cultura, gente encantadora e feliz» Fernando Zagalo, 63 anos, Lisboa
«Gostei tanto da primeira edição que este ano voltei cá. Logo no primeiro dia. E fui surpreendido... uma vez mais. Alegria a rodos, muita cor e animação capazes de me fazerem sentir a intensidade do passado glorioso do nosso país. As danças, os cortejos, a alegria, os comediantes e actores, o povo, as tendas de alimentação, as de produtos à época, as diversões, os animais… tudo, mas mesmo tudo foi articulado de forma fantástica. E o castelo… Ah! Lindo! Dias de história, cultura, gente encantadora e feliz, tempo para reviver um povo cheio de história, momentos de diversão, de religiosidade... de vontade de continuar. Projecção de um passado de que nos orgulhamos, num futuro que queremos igualmente histórico, é disto que trata a feira medieval. Parabéns e muito obrigado a todos os que se empenharam nesta realização. Por favor continuem... Até “p’ró” ano!»
«É de salientar o envolvimento dos torrejanos» Graça Gomes, 28 anos, Trancoso
«Uma visita ainda que rápida pela feira medieval deste ano deixou-nos a impressão de que está ainda melhor do que no ano anterior. É com entusiasmo que se vai notando uma ou outra novidade, uma ou outra surpresa e, graças à diversificada oferta de entretenimento, entre as habituais barraquinhas com produtos tradicionais, encontrámos este ano ainda mais animação nas ruas do centro histórico, o que nos proporcionou momentos de grande satisfação. É ainda de salientar o notório envolvimento dos torrejanos na decoração dos espaços comerciais e recriação do ambiente da época medieval, pelo que foi com muito agrado que este ano visitámos a feira medieval. Espero que seja um projecto com continuidade.»
«É uma óptima forma de conseguir juntar diferentes gerações de uma família» Leandro Lima, 24 anos, Tomar
«Acho que a organização do evento está de parabéns pois conseguiu, mais uma vez, trazer um dinamismo à cidade que poucos municípios das redondezas conseguem. O êxito da feira é facilmente constatado pela imensa afluência de visitantes à mesma. É uma boa actividade que contrasta com as habituais festas da cidade e concertos populares e que tem a particularidade de ser culturalmente mais envolvente e enriquecedora. O facto de as pessoas não só visitarem a feira mas poderem efectivamente fazer parte dela ajuda a uma melhor compreensão da nossa maior riqueza – a História. Penso que também é uma óptima forma de conseguir juntar as diferentes gerações de uma família com a finalidade da partilha de conhecimento dos mais velhos com os mais novos. Na minha opinião, os pontos mais negativos foram a dificuldade no estacionamento na cidade e a aparência da feira em si ser praticamente a mesma do ano passado. Algumas coreo grafias eram iguais ao ano passado. O mesmo acontece com a indumentária dos figurantes. Obviamente isto não é uma crítica, pois críticas só por parte daqueles que fazem melhor. É somente um reparo.»
100 000 visitantes
(número estimado)
8
meses de preparação
90
números
119
referências na imprensa, rádio e internet
pessoas na organização
650 fardos de palha
125
mercadores
300
fatos da época
300
participantes no cortejo de pormenores medievais
28
88 artistas
150
voluntários
75
participantes no baile
participantes no manjar real
6
directos na televisão A chegada do rei menor . Memórias da História 2011 . Em revista
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