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ESPECIAL
“SINTA-SE EM CASA” SABUGAL 5 VILAS MEDIEVAIS
PORQUE SEMPRE ESTIVEMOS CONVICTOS DE QUE JUNTOS VOLTARÍAMOS A SURPREENDER OS SENTIDOS, É COM ENTUSIASMO QUE O MUNICÍPIO DO SABUGAL APRESENTA O PROJETO ‘5 VILAS MEDIEVAIS’, NA CERTEZA DE QUE O TÃO AGUARDADO REENCONTRO TEM PARA SI AINDA MAIS E MELHORES MOTIVOS QUE PROMETEM SURPREENDER OS SEUS SENTIDOS… Desde a Idade Média até ao século XIX, o território do atual concelho do Sabugal estava repartido por Cinco Vilas, cada uma encabeçando o seu concelho: Alfaiates, Sabugal, Sortelha, Vila do Touro e Vilar Maior. Com maior ou menor grau de conservação, existem em cada uma vestígios da sua importância passada, quer em termos de arquitetura militar, religiosa ou civil, quer em símbolos do poder político-judicial local. Através deste projeto, estas Cinco Vilas Medievais tornaram-se ainda mais atrativas, com sinalética mais apelativa, nomeadamente com a colocação de totens, produção de novos folhetos, entre outros suportes comunicacionais… No site do Município, em: www.cm-sabugal.pt, está disponível toda a informação referente ao ‘5 Vilas Medievais’. Importa, ainda, referir que este projeto ficará concluído após beneficiação do acesso ao Castelo de Vila do Touro e colocação de estrutura exterior fixa para material arqueológico no Museu Vivo de Vilar Maior, trabalhos a concluir
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em breve.
Visite o concelho do Sabugal. Esperamos por si! ‘SABUGAL SURPREENDA OS SENTIDOS’
HISTÓRIA BREVE A origem da povoação não é conhecida com segurança. Encontraram-se vestígios proto-históricos, mas o seu nome deve ser de origem árabe (possivelmente do termo Al-haet – muro, parede ou cerca). Fez parte do reino leonês até finais do século XIII. Entre 1209 e 1226, foi elevada a vila e recebeu foral do rei de Leão. Com a conquista da região, por D. Dinis, e a assinatura do Tratado de Alcanizes, em 1297, passou a fazer parte do reino português. Com a fronteira mais distante, a importância militar desta vila foi-se reduzindo. Apesar disso, as guerras da Restauração voltaram a trazer a destruição a Alfaiates. O seu capitão, Brás Garcia de Mascarenhas, desempenhou um papel fundamental na defesa desta região e nas obras de remodelação da Praça-forte, dando–lhe a configuração atual. Durante as invasões francesas, em 1811, o castelo desempenhou um papel importante na defesa da zona fronteiriça. PARA UMA VISITA Alfaiates ocupa um promontório relativamente plano, que foi totalmente muralhado. O crescimento da povoação levou ao progressivo desaparecimento das muralhas existentes, pela reutilização da pedra na construção, ou mesmo pela integração de parte delas em paredes de casas, pelo que hoje são pouco visíveis. Subsiste o castelo, com as suas duas torres e dupla cintura de muralhas quadradas. Prevê-se, para breve, a instalação de um miradouro no topo da torre de menagem, o que proporcionará amplo panorama sobre as terras envolventes. No largo fronteiro à entrada do castelo, dotado ainda dos tradicionais alpendres para realização do mercado, encontra-se o busto de Brás Garcia de Mascarenhas, chefe militar que garantiu a defesa da zona durante a restauração. A rua Direita atravessa a aldeia, passando pelo Solar dos Camejos, pelas traseiras da igreja matriz e conduzindo à Praça Rainha Santa Isabel, onde se encontra a igreja da Misericórdia (românica), o pelourinho e a antiga casa da Câmara. Nas proximidades (estrada para Aldeia da Ponte), localiza-se a igreja de Sacaparte, antigo centro de peregrinação de importância regional, com alguma talha dourada e um importante fresco na parede por trás do altar-mor. Junto ao recinto, estão as ruínas do antigo convento.
HISTÓRIA BREVE A cidade do Sabugal terá tido ocupação humana muito remota. No entanto, apenas na Idade Média começamos a encontrar referências precisas a estas terras, com a Reconquista cristã. Fazendo parte do Reino de Leão, em finais do século XII, D. Afonso IX de Leão fundou a vila do Sabugal e deu-lhe foral. D. Dinis, pelo Tratado de Alcanizes, de 1297, ficou com as terras da margem direita do Côa e, para assegurar a defesa do Sabugal, mandou reforçar o castelo, com uma imponente torre de menagem, de planta pentagonal regular. Igualmente, confirmou o foral anterior e a feira franca existente. No reinado de D. Manuel, o castelo sofreu obras de beneficiação, atestadas pelo escudo ladeado pelas esferas armilares aqui presente e na única porta da muralha leonesa que sobreviveu até hoje. Durante as invasões francesas, foi nas proximidades da cidade – Gravato – que se deu a última batalha em território nacional.
PARA UMA VISITA A sede do concelho, que resultou da sucessiva incorporação dos restantes quatro, na segunda metade do século XIX, tem como ex-libris o seu castelo. Partindo de uma primeira edificação leonesa, foi reforçado por D. Dinis, que o dotou com a peculiar torre de menagem pentagonal. Ainda subsiste uma parte da muralha leonesa que rodeava a vila medieval, com diversas casas que exibem ainda as suas caraterísticas tradicionais. Fora da zona histórica, merecem visitas atentas o edifício da Câmara Municipal, Solar dos Britos, Museu do Sabugal, com uma réplica do antigo pelourinho no largo fronteiro, além de duas igrejas: a matriz, dedicada a São João, e a da Misericórdia. Nesta, podemos observar uma pedra inserida na sua parede lateral com a medida medieval do côvado. O Largo da Fonte é o ponto central da cidade, e nele se destaca a Fonte que lhe dá o nome, datada de 1904 e ostentando o antigo brasão municipal. O rio Côa contorna o Sabugal e tem as suas margens arranjadas de modo a criar uma praia fluvial e um percurso pedestre que a liga à zona de lazer entre as duas pontes da urbe. Próximo do castelo, a ponte atual é a que existia no tempo do rei D. Dinis, embora alvo de sucessivas reconstruções.
HISTÓRIA BREVE Em 1228, D. Sancho concedeu foral a Sortelha e mandou edificar o castelo, integrando as fortificações que, de ambos os lados do rio Côa, protegiam a fronteira por aquele definida. Com o afastamento da fronteira, seguiram-se longos anos de decadência, resultante da perda de importância militar. Com D. Manuel, voltou a Vila a beneficiar das atenções reais, recebendo novo foral, em 1510, tentando incentivar o seu repovoamento e desenvolvimento económico, e fazendo obras de beneficiação do castelo, como o atesta o brasão real ladeado pelas esferas armilares sobre a porta de entrada. Outros vestígios desse período são o pelourinho e algumas casas com elementos arquitetónicos caraterísticos. A distância em relação à fronteira e a pobreza da zona fizeram com que fosse perdendo importância, até ser extinto o concelho, em 1855, sendo integrado no do Sabugal. PARA UMA VISITA Pelo facto de pertencer à rede das Aldeias Históricas de Portugal, é sobejamente conhecida, atraindo milhares de visitantes por ano. As obras realizadas em finais dos anos noventa devolveram-lhe o seu cunho ancestral, com muitas das caraterísticas de uma vila de inícios do século XVI. As suas muralhas mantêm-se de pé, fruto de algumas reconstruções, rodeando edifícios de antiguidade garantida. Numa zona elevada, o castelo, com a sua torre de menagem, uma varanda com matacães sobre a entrada e uma cisterna no interior. Ao percorrer as ruas íngremes da vila, vamos deparando com casas dos séculos XV e XVI, algumas delas com elementos de estilo manuelino. Junto à entrada do castelo, o centro político da antiga vila apresenta o pelourinho, a antiga casa da Câmara e prisão. Muito próximo, encontra-se a igreja matriz, de 1573. Saindo da vila pela Porta Nova, encontram-se gravadas na muralha duas medidas-padrão medievais. Aqui, pode-se visitar o antigo hospital da Misericórdia e a igreja de Santa Rita, rodeada de sepulturas escavadas na rocha, além de apreciar o grandioso panorama sobre a Cova da Beira, com a Serra da Estrela por fundo. Próximo da porta falsa e da torre do facho, está ainda a cabeça da velha.
HISTÓRIA BREVE A antiga presença humana na zona é atestada pelos vestígios proto-históricos encontrados no interior do atual castelo. No início do século XIII, o rio Côa marcava a fronteira entre Portugal e Leão, pelo que houve uma preocupação com a sua defesa. Em 1220, Pedro Alvites, Mestre da Ordem do Templo, concedeu carta de foral à Vila do Touro. Entre as obrigações da população, encontrava-se a de construir o castelo. Subsistem apenas dois panos de muralha, aproveitando o relevo entre barrocos, sem vestígios de torres. Provavelmente, a construção ficou inacabada. Segundo as Inquirições de 1290, terá sido destruído pelo concelho da Guarda, preocupado com a ameaça que poderia representar para a manutenção do seu ascendente na zona. Em 1319, a Vila do Touro, com a extinção da Ordem do Tempo, passou para a Ordem de Cristo, tendo visto o seu foral renovado, por D. Manuel, em 1510.
PARA UMA VISITA Pertenceu, a partir do século XIII, à ordem do Templo e à sua continuadora Ordem de Cristo. O castelo, que começou a ser edificado naquela época, permanece inacabado,
com uma única porta de entrada e dois panos de muralha que se adaptam ao relevo do terreno. No interior, diversos tabuleiros de jogo gravados em afloramentos rochosos testemunham uma forma de ocupação de tempos livres pelos seus construtores ou guarnição militar. Da sua zona mais elevada, avista-se amplo panorama, com as principais elevações da região bem nítidas: São Cornélio, Cabeço das Fráguas, Guarda, Jarmelo, Caria Talaia, Sabugal Velho, etc. Num breve trajeto com partida do pelourinho, as ruas Direita e de Pedro Alvito apresentam diversas janelas manuelinas (séc. XVI) ou dos séculos seguintes. No final deste arruamento, encontra-se a capela de Nossa Senhora do Mercado, interessante capela com alpendre. Junto ao caminho que desce a partir desta, encontramos um tabuleiro de jogo gravado num afloramento rochoso. A poucos metros, está a porta de entrada do castelo. Existe ainda na zona a oeste da estrada, uma curiosa casa do barroco, construída envolvendo um grande penedo granítico. Para além da igreja matriz, duas outras capelas merecem uma visita: a de São Sebastião e a de São Gens, numa zona elevada fronteira à vila. Aqui, para além da capela, podemos encontrar antigas eiras bem como as cruzes do antigo Calvário.
HISTÓRIA BREVE Os limites do termo de Vilar Maior conhecem-se por uma carta do rei Afonso IX, de Leão, datada de 1227. Fez parte deste reino até à sua integração definitiva em Portugal, com a conquista por D. Dinis e assinatura do Tratado de Alcanizes, em 1297. A sua muralha será de meados do século XI / início do século XII, tendo sido envolvida, em 1280, por uma segunda cintura, para maior proteção dos habitantes. Em 27 de novembro de 1296, D. Dinis concedeu-lhe carta de foral e acrescentou ao castelo a torre de menagem. Ao longo dos séculos, vários reis se interessaram pelo estado da fortificação, tendo recebido intervenções no tempo de D. Fernando, D. João I e D. Manuel I. Este renovou o foral da vila, em 1 de junho de 1510, época de que datará o pelourinho, que podemos encontrar num largo na zona baixa de Vilar Maior. PARA UMA VISITA A vila fez parte do Reino de Leão até à sua conquista por D. Dinis. Com a integração no território nacional, em 1297, o monarca reforçou o castelo com a torre de menagem adossada. No seu interior, existiram edifícios até ao século XVII, recentemente escavados. No exterior, ainda se podem encontrar alguns vestígios de uma barbacã, que ajudava a proteger a muralha. Ao caminhar em direção às primeiras casas, encontram-se as ruínas da igreja medieval de Santa Maria do Castelo e, mais abaixo, a igreja matriz, para onde foi levada a antiga pia batismal de Santa Maria do Castelo. As casas da zona mais alta tiveram a proteção de uma segunda muralha, hoje desaparecida, à exceção de um pequeno troço junto ao Museu de Vilar Maior. Este ocupa um edifício onde funcionou, até à extinção do concelho no século XIX, a Câmara Municipal, tribunal e prisão. Num afloramento rochoso a sul do museu, existe um painel com gravuras provavelmente da Idade do Bronze Médio (há 3500 – 4000 anos). Com o tempo, a aldeia foi-se espraiando pela zona mais plana, na base da elevação. Aqui, encontramos dois solares no Largo das Portas, podendo um deles datar do século XV; o pelourinho; a igreja da Misericórdia e uma ponte medieval sobre o rio Cesarão.