300 Anos de Maçonaria

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ANOS DE MAÇONARIA SÍMBOLOS E RITOS 1717 - 2017



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símbOlOs E rItOs 1717 - 2017

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FICHA TÉCNICA EXPOSIÇÃO 300 Anos de Maçonaria | Símbolos e Ritos, 1717 - 2017 PROPRIEDADE E EDIÇÃO Município da Figueira da Foz ORGANIZAÇÃO Câmara Municipal da Figueira da Foz | Divisão de Cultura COORDENAÇÃO Margarida Perrolas | Anabela Bento CURADORIA José Santos Silva TEXTOS E ADAPTAÇÃO Anabela Bento | José Santos Silva APOIO TÉCNICO Ana Duque | José Santos Silva | Maria José Gomes Rosa Bela Silvano | Rosário Fadigas | Virgínia Espadinha FOTOGRAFIA Mauro Correia Arquivo Fotográfico Municipal da Figueira da Foz Museu Municipal Santos Rocha DESIGN GRÁFICO Eduardo Oliveira DIVULGAÇÃO Natércia Simões IMPRESSÃO Tipografia Cruz & Cardoso TIRAGEM 500 ex. agosto 2017 DEPÓSITO LEGAL ISBN 978-989-8903-23-5

© Museu Municipal Santos Rocha | © Autores [Imagem e Texto]


índice 05 / Mensagem do Presidente da Câmara Municipal da Figueira da Foz 07 / 300 anos | Fernando Lima 09 / 300 anos de Maçonaria | Manuel Pinto dos Santos 13 / 300 anos de Maçonaria | José Carlos Garrucho (Ou a Elevação e Afirmação dos Direitos Humanos)

21 / 300 anos de Maçonaria + Símbolos e Ritos 1717-2017 23 / O que é a Maçonaria? 27 / Obreiros & Oficinas Figueira da Foz 41 / Associações & Ação Filantrópica Figueira da Foz 49 / Objetos 69 / Documentos 87 / Glossário 97 / Exposição 113 / Bibliografia


INSÍGNIA Século XX Museu Municipal Santos Rocha MMSR O1-E-027


É

com satisfação que o Município da Figueira da Foz, através do seu Museu Municipal, disponibiliza a exposição “300 anos de Maçonaria, símbolos e ritos – 1717/2017”. Na celebração da efeméride dos 300 anos da Maçonaria, importa assinalar que o trajeto histórico desta organização deixou marcas que, tanto hoje, como no futuro, permanecerão inacabadas, mas que ficam marcadas pela constante preocupação com o progresso e com o aperfeiçoamento da humanidade. O Município não poderia ficar indiferente a esta efeméride. A rica história da cidade está, para sempre, ligada a homens que, através da sua profunda intervenção política e profissional, exerceram uma intensa influência cívica e cultural, transformando assim o paradigma social e político de cada época. A Figueira da Foz, terra generosa e potenciadora de práticas de afirmação e defesa da liberdade e dos valores republicanos, foi palco de muitas participações de uma elite intelectual, simultaneamente conhecidos na condição de maçons, numa complexa fusão entre as circunstâncias políticas da época, o sonho e o progresso da humanidade. É exemplo desta intervenção o contributo de Manuel Fernandes Tomás no âmbito da Revolução Liberal de 24 de agosto 1820, sendo o âmago intelectual e dinâmico da mesma, defendendo a elaboração de uma Constituição que permitisse uma cidadania participada com base nos direitos e deveres para com a sociedade. São também exemplo, a obra e vida, do professor universitário Joaquim de Carvalho, do professor e naturalista Goltz de Carvalho, do advogado e arqueólogo António dos Santos Rocha, também patrono do Museu Municipal da Figueira da Foz e de Gentil da Silva Ribeiro, operário e dirigente republicano que dedicou uma forte ligação ao associativismo e à imprensa local. Numa dimensão social,

recreativa, mas também educativa em simbiose com o associativismo, o Grupo Caras Direitas regista na sua história uma intervenção relevante para o desiderato da cidadania ativa e progressista. Estes são apenas alguns exemplos, entre muitos outros, que por economia de prosa não podem ser aqui identificados, mas importa exaltar o papel ativo da Figueira da Foz e dos Figueirenses, muitos deles reconhecidos como maçons, na transformação e capacitação de uma sociedade árida e pouco ativa, através do ideário liberal e republicano e da continuidade na aposta do ensino, investigação e associativismo, que compulsados, inculcaram, nesta cidade, uma marca de evolução e progresso. Enfatizo o reconhecimento generalizado pelo acervo, imaterial e material, que os ditos “homens livres e de bons costumes” deixaram na arquitetura de uma sociedade mais justa e na propalação de valores humanistas, tantos deles vertidos constitucionalmente, e com reflexo nas melhores práticas da defesa do interesse público. Mas como os desafios permanentes da mudança exigem o melhor de todos, provando assim, que a obra da sociedade está sempre inacabada, faço votos, para que a mestria e preservação dos valores de justiça e equidade, sejam uma constante no paradigma do progresso humanista e que de uma forma corajosa, como é exemplo esta exposição, todos nos envolvamos na construção de um mundo melhor.

O Presidente da Câmara Municipal da Figueira da Foz

Dr. João Ataíde


FAIXA E JÓIA DE MESTRE Rito Francês. Século XX MMSR 01-E-015


300 anos

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Maçonaria universal especulativa festejou no passado dia 24 de junho de 2017 o aniversário do seu nascimento, por referência à reunião que quatro Lojas inglesas terão tido nesse dia em Londres, fundando uma Grande Loja. Independentemente da veracidade histórica do facto ou da existência anterior em diversas Lojas operativas de membros que já as descaracterizavam como tal, aquela data tem um significado simbólico para uma Ordem que, pesem embora as vicissitudes posteriores da história e expansão, permanece hoje como um facto social incontornável, portador em si de valores e princípios que muito contribuíram, através das ações de múltiplos Maçons, para significativos progressos civilizacionais, alguns dos quais hoje postos em causa ou em regressão. A busca do conhecimento e da verdade pela razão dominadora das paixões tristes, o humanismo em todas as suas dimensões, a liberdade de consciência e de pensamento, a tolerância, a igualdade em todos os aspectos individuais e como justiça social, tão bem traduzida nos direitos humanos e na dignidade de todos, a fraternidade que fortalece os laços e tempera os excessos, a solidariedade, foram e são hoje, para um Maçon, mais atuais que nunca, cultivados por uma filosofia da iniciação de escolha do seu caminho e métodos próprios, traduzidos em ritos e rituais próprios de mulheres e homens livres. Métodos para melhor conhecer-se e reconhecer-se a si próprio, conhecer e reconhecer o outro, olhar e atuar no mundo para o tornar mais justo.

Vivemos num mundo marcado profundamente pela ansiedade, a incerteza, por uma impressão geral sombria, de fenómenos extremos ambientais, prenúncios de uma sustentabilidade do planeta controversa, de um atentado terrorista a outro atentado, do reerguer de fronteiras e muros, de nacionalismos marcados por tiranias disfarçadas e populismos ameaçadores das liberdades, de guerras onde o barbarismo campeia de novo sob formas sofisticadas, intolerâncias religiosas e sociais, angústia pela manutenção e dignidade do trabalho, da reforma, pelas desigualdades em todos os domínios, pela tirania mediática e tantas vezes manipuladora, por egoísmos vividos dia a dia por acontecimentos que retiram serenidade ao pensamento. Contra isso lutaram os maçons, e por isso ajudaram a conquistas civilizacionais, afinal não consolidadas e, contra tudo isso, continuam e continuarão a lutar por uma natureza humana e um mundo melhores. Trezentos anos depois a Maçonaria continua viva e atual, por mais que seja combatida por aqueles para quem o obscurantismo e a desordem a favor de poucos é supostamente seguro de vida. Celebremos, pois, no Grande Oriente Lusitano, a Maçonaria, nesta sua data simbólica, sempre lutando pelos seus valores e princípios. Fernando Lima Grão-Mestre do Grande Oriente Lusitano

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300 anos de Maçonaria

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ficialmente não é a Maçonaria que festeja 300 anos, mas celebra-se apenas o tricentenário da reunião que houve entre quatro lojas maçónicas que em 1717, se reuniram e formaram uma obediência maçónica denominada Grand Lodge of London and Westminster. Desta Grande Loja sairia a Grand Lodge of England que em 1813 se fundiria com a Ancient Grand Lodge of England dando lugar à atual United Grand Lodge of England. Trata-se, portanto, de comemorar o tricentenário do surgimento do que ficou conhecido como a maçonaria dos Modernos – o que pressupõe que antes havia a dos Antigos, que levou depois ao estabelecimento do rito moderno adoptado pelos franceses, até hoje, baseado principalmente na liberdade de pensamento. O que se passou durante estes trezentos anos que seja motivo de festejar? São poucas as instituições que se podem orgulhar em mostrar ao mundo que se mantiveram activas durante um período de tempo tão longo, cujos membros participaram na construção do mundo que temos, cheio de imperfeições, é verdade, mas que na linha da história do desenvolvimento humano e civilizacional, diminuíram as desigualdades entre as pessoas, procurando cimentar valores como a vida, com a extinção da pena de morte, a abolição da escravatura , o fortalecimento das ideias democráticas e o dever de participação dos cidadãos, o estabelecimento das repúblicas, os sistemas de saúde e de ensino cada vez mais universais, etc.

Reis, presidentes da República, primeiros ministros, juízes, sacerdotes, militares, empresários, cientistas, escritores, artistas, atores, músicos, etc., quiseram aderir voluntariamente à sociedade maçónica, onde num plano de igualdade entre os seus associados, encontravam aí o único local onde, independentemente das suas crenças políticas e religiosas, podiam trocar com serenidade, ideias e interesses comuns. Nos dias de hoje, não damos importância à luta que há trezentos anos foi travada por homens – e mulheres que ambicionavam sair das trevas em que o mundo se encontrava, e onde apenas havia dogmas religiosos que formatavam a vida quotidiana das pessoas, cuja violação normalmente era penalizada como crime, após um processo no tribunal do Santo Ofício, no qual eram sujeitos a torturas. Pensar de forma livre, pela sua própria cabeça, era um crime, ter uma opinião contra as regras estabelecidas na sociedade política e religiosa de então, era algo impensável, colocar em causa, por exemplo, a ida à missa ao domingo, comer carne à 6ª fª, manter relações com uma mulher fora do casamento, e tantas outras situações, correspondia a comportamentos de hereges, que muitas das vezes, terminavam na fogueira. A zona de conforto que todos nós usufruímos na actualidade, faz-nos esquecer o mundo de há 300 anos atrás e o percurso que foi feito para chegarmos até aqui, com as conquistas sociais dos trabalhadores, dos direitos políticos, etc. Por acaso é dito nas escolas, que a Declaração Universal dos Direitos do Homem, adoptada pela Organização das Nações Unidas em 1948, foi obra de políticos maçons?

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A união das pessoas feitas através da maçonaria cuja origem se perde nos tempos, porquanto ela existiu entre os operários das catedrais, e até a Bíblia se refere no Antigo Testamento, no Livro de Reis, que a construção do templo de Jerusalém foi feita com operários divididos em três categorias, aprendizes, companheiros e mestres, só poderia ser possível através de um método específico de aprendizagem que é proporcionado pela forma iniciática mediante a qual são admitidos os candidatos à maçonaria. Efectivamente, a maçonaria permite aos seus membros, uma espécie de rito de passagem, pela qual o neófito inicia um novo tipo de atitude e comportamento, baseado em valores que se procuram ser mais autênticos, mais universais, mais tolerantes, mais consentâneos com a aceitação do direito à diferença, e tudo isso representa de alguma forma, acatar os princípios da Liberdade, da Igualdade e da Fraternidade. A maçonaria procura ser anti-dogmática, e nesse sentido, está em constante mutação. Não surpreende que hoje, façam parte dela, disciplinas como o hermetismo, a alquimia, o esoterismo, a cabala, etc., assim como não surpreende que em termos religiosos tivessem sido incluídos como membros, os praticantes de quase todas as crenças e fés religiosas, desde deístas até ateus, passando por teístas, panteístas, agnósticos, laicistas, islamitas, budistas, taoístas, espiritualistas, etc., bem como grande parte das filosofias, como racionalistas, positivistas, experimentalistas, simbolistas, místicos, etc., e políticas como democráticas, revolucionárias, republicanas, monárquicas, etc. O que fica de fora são as tentações totalitaristas, que por sua natureza impedem o debate das ideias e identificam-se com o monolitismo ideológico que levou ao aparecimento da maçonaria especulativa no século XVIII. 10 300 ANOS DE MAÇONARIA, SÍMBOLOS E RITOS, 1717 - 2017

Dir-se-á que nestes trezentos anos a maçonaria mudou a sua imagem inicial: de uma organização judaico-cristã, abriu-se com algumas exceções ao mundo, e como uma esponja, absorveu no seu seio tudo aquilo que separa os homens, de modo a que pudesse haver no seu seio, a possibilidade de um diálogo, improvável no mundo exterior aos maçons, o dito mundo profano. É um facto, onde os sistemas de comunicação ordinária falham, a maçonaria, ou melhor, os maçons, podem alcançar resultados, porque sabem que o avanço é feito por etapas progressivas, onde são alcançados acordos que beneficiam todos os intervenientes e não apenas alguns que se apresentam com atitudes leoninas. O segredo é aprender a saber ouvir o outro e saber colocar-se na sua posição. Não obstante, sendo os maçons homens imperfeitos - embora em busca de aperfeiçoamento também estes cometem erros e falham nas suas intenções. Hoje, o grande público tem a ideia de que a maçonaria é ainda algo misterioso, mas a verdade é que todos os seus rituais, ritos e aspetos organizativos estão plasmados na internet e em milhares de livros acessíveis a qualquer pessoa. Pensar que a maçonaria, que se encontra organizada em obediências, representa meramente grupos de interesses, políticos, partidários, financeiros, económicos, lobistas, etc., é um erro grosseiro por parte de quem tem ideias preconcebidas, e não tenta ver o que na realidade é a maçonaria. Por alguma razão histórica, Hitler mandou para os campos de concentração não só os judeus, como também os maçons que se opunham ao nacional-socialismo. O mesmo


fizeram os ditadores recentes como Mussolini, Franco e até Salazar proibiu a maçonaria de existir em 1935. Lembremo-nos apenas disto: o maçon é um homem ou uma mulher, livres e de bons costumes, que procuram o seu aperfeiçoamento individual, através de uma experiência iniciática, e contribuir para a melhoria da sociedade e da Humanidade em geral, respeitando a diferença que existe entre todos os indivíduos. São motivos, mais do que suficientes para respeitar os maçons e a maçonaria em geral e de comemorar agora a efeméride do tricentenário do aparecimento da primeira obediência maçónica do mundo.

Figueira da Foz, 08.07.2017 Manuel Pinto dos Santos

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PORMENOR FAIXA DE CAVALEIRO KADOSH GRAU 30º Rito Escocês Antigo e Aceito. MMSR 01-E-018


300 anos de Maçonaria (Ou a Elevação e AFIrmação dos Direitos Humanos)

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mais antigo formato de organização social humano é a família. Todo o poder social assentou, durante milénios, na afirmação da família no contexto da inter-relação das famílias, ou seja, os indivíduos eram apenas membros de uma família. A identidade e o reconhecimento social faziam-se, quase exclusivamente, ao nível das famílias. Como sentido organizacional, a família, em que as suas regras e os seus valores a suportam, emergentes e implícitas, assenta na “posição natural” dos seus membros. As famílias não são democráticas, pela sua condição “natural” de organização. Os cargos, as responsabilidades, as funções e poderes resultam exclusivamente da posição de nascimento. Em nenhuma família se fazem eleições para pai, mãe, filho ou irmão. Na organização familiar, apenas se perpetua um poder assente nas premissas de que o indivíduo pertence a este grupo e, na posição do seu nascimento, tem para com ele um eterno vínculo de lealdade e funcionalidade. As famílias determinaram, desta forma e com esta legitimidade natural, durante milénios, como ainda hoje, em muitos cantos do mundo, a condição pessoal e social dos indivíduos: morria-se como se nascia: rico ou pobre, nobre ou plebeu, poderoso ou escravo. Era um destino incontornável! Por outro lado, nas sociedades, que mais não são do que gregarizações de famílias, durante milénios, o poder foi distribuido pelas prerrogativas ou capacidades de poder efetivo, simbólico ou formal, de cada família. Assim se constituíram as castas e famílias de pessoas que, pelo

nascimento, tinham toda a sua vida predefinida socialmente, sem escolha, nem possibilidade de resgate. Esta antiga forma de perpetuar as pessoas no poder social – pela via do nascimento - não poderia continuar a ser praticada, pelo menos exclusivamente, através da afirmação e confirmação dos poderes nobiliárquicos ou assentes na origem familiar. Foi assim até ao final da Idade Média! O processo e desafio evolutivo das sociedades, particularmente nos processos produtivos mais sistematizados, fez pôr em causa este modelo assente nas origens familiares. Ainda que as dimensões de origem familiar fossem formas imbricadas de escolha dos indivíduos para as artes e ofícios (filho de peixe sabe nadar!), o que fazia com que filhos de artífices fossem artífices, começou a haver necessidade de adequar as características pessoais e individuais, de ordem física e psicológica, às tarefas e profissões que o processo produtivo carecia. Assim, outras regras e processos de Conhecimento foram ganhando espaço na organização e seleção das pessoas para as funções e competências pessoais, profissionais distintas e sociais diferenciadas. Novas profissões mais especializadas, novas artes mais exigentes, novas destrezas e preparações, foram construindo grupos sociais com consciência profissional e, com elas, novas exigências de consciência e identidade de grupo foram emergindo. Desta forma, o valor social do indivíduo passou a ganhar importância reduzindo de várias maneiras o poder da casta ou da família de origem. Com novas funções e processos de escolha para as profissões, artes e ofícios, estes criaram novos grupos sociais

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com consciência de si próprios, afirmaram identidades e produziram filosofias e rituais de gregarização. É aqui, neste processo diferenciado do “método natural” familiar, de aprendizagem do saber individual e familiar (saber ser e saber estar!), que os grupos de pares afirmam uma enorme mudança de processo e conformação pessoal e social do individuo. Passa-se de membro de família para Membro Social, com identidade própria, reconhecida interpares – o de Cidadão (ou membro da comunidade ou cidade). Desta forma, é aqui, na construção da consciência social das profissões, que surge a metaconsciência da importância e exigência dos direitos do indivíduo no contexto social. Muda, desta forma, a ideia do Sagrado Identitário: passa-se da família para a sociedade! Já não basta ser de boa origem (ter nome de família sonante!) é necessário ter competências e Saberes socialmente reconhecidos como úteis. Já não basta ser filho de algo ou fidalgo para ser importante e ter garantido o sucesso e afirmação social, é necessário ser capaz de algo, especial em algo, a par da mudança das importâncias do “unir as partes do todo sagrado do Saber” para que a sociedade lhe reconheça e aceite a sua importância. A dimensão familiar transmuta-se de centro de construção e validação social do indivíduo para, sobretudo, passar a ser a zona de emergência, cuidado, conforto e afeto dos indivíduos e que lhes permite o desejo e acesso às aprendizagens, aos saberes, ao reconhecimento pessoal e profissional, às confirmações sociais.

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A sociedade complexifica-se! Novas formas de gregarização experimentam-se e novos valores sociais, de dimensão ética e deontológica, são estabelecidos como meio de validação e confirmação de estatuto e importância social. As organizações sociais, interpares, ordens e clubes, associações e lojas, passam a ser as formas privilegiadas de verificação e validação do saber e capacidade para ser profissional e eleva-se o estatuto social do trabalho e do negócio, em detrimento da antiga ordem feudal. As Ordens Profissionais acrescentam valor ao trabalho especializado e as organizações dos negócios são meio de sucesso para a construção de poder financeiro e económico. A competência pessoal ganha estatuto e eficácia na afirmação social dos indivíduos, a par e em concorrência com as origens familiares. As ordens iniciáticas, tão antigas como as sociedades sedentárias, terão surgido da necessidade de acrescentar saber e valor social aos grupos construtores de cidades, no seu sentido mais amplo. Destas, ganharam relevo particular, as ordens de construtores especializados, por exigirem um tempo de Saber mais complexo, sobretudo com significado místico, exotérico, mas também das artes e técnicas, como era o caso das companhias de construtores também chamadas de Companhias de Pedreiros Livres. De facto, as ordens iniciáticas produziram um dos mais belos e sábios poemas de criação humana: a construção de Conhecimento Ecossistémico integrador de Saber Espiritual, Filosófico, onde a Arte e a Técnica se redimem


da sua separação didática e pedagógica. Foi assim que o Saber Holístico, sempre ligado à reflexão e às práticas, usado como forma de crescimento humano, evoluiu ao longo dos tempos e, sem tempo, foi chegando até nós, Hoje! As origens da Maçonaria são múltiplas e estão espalhadas por todas as áreas ancestrais da organização social humana e, de todas as primitivas fontes, recolheu Saber, Força e Beleza! Percorreu os caminhos das cidades primitivas. Esteve e descendeu de todos os templos antigos e com todos os caminhos humanos chegou até hoje. Recolheu Saber em todas as experiências vindas dessa profundidade dos tempos e da construção de templos, símbolos máximos das suas culturas. Fez Templo, Convento, Escola e Universidade. Usou artes e técnicas de trabalhos em Pensamento, Reflexão e Ensino e materializou equipamentos e Símbolos em Madeira, Pedra e Metal. Assim, da profundidade do caminho histórico e lendário da espécie mais elaborada da família símia, chegou, até há 300 anos históricos, a necessidade de Unificar. Alguns, sentindo que se poderia reconfigurar e ampliar a capacidade de intervenção das ordens iniciáticas, na afirmação dos Valores de Universalidade, cumprindo o desígnio de Unir o que está disperso, chegaram-se à frente e, desafiando-se, começaram a Juntar! Nasce, no Solstício de verão de 1717, a primeira e moderna Experiência de unir todas as Maçonarias numa Maçonaria Universal. É assim fundada a Grande Loja de Londres e Westminster, em Inglaterra, no dia de S. João, patrono dos Construtores de Templos. Fez agora 300 anos!

Muito ocorreu, entretanto a Ocidente, com desejo que o Oriente continue a trazer-nos o Sol! Muito mudou na face da Terra neste percurso de unir o Norte ao Sul e de fazer do Crepúsculo, nascimento da Lua, apenas o nascimento da Transcendência da Beleza e do Amor! Em trezentos anos, o Iluminismo, corrente filosófica, que objetivava a conquista de uma maior liberdade política, social, económica e cultural, cria condições e faz evoluir o Pensamento e a Sociedade para dar lugar ao Liberalismo que preconiza a primazia dos direitos do indivíduo face à Família e ao Estado. Promove a livre iniciativa individual, promove o direito de propriedade, promove as liberdades individuais (livre expressão do pensamento, liberdade de imprensa, liberdade religiosa, etc.), separação das Igrejas do Estado, rejeita a opressão cultural, religiosa e politica e afirma a liberdade de associação. Trezentos anos em que se condensam, numa Organização Humana, o desejo da Universalidade do acesso ao Saber, ao direito social de Ser, ao exercício Fraterno da partilha, ao caminho ombreado da Igualdade, ao permanente confirmar da Liberdade para todos! Em trezentos anos aconteceu a Libertação dos Escravos, a Afirmação das Mulheres, a proteção das Crianças e Jovens. Em trezentos anos nasceram guerras, como em todos os tempos! Mas muitas dessas guerras Libertaram Nações, Afirmaram Autonomias, Protegeram minorias e Confirmaram Esperanças de Povos em todo o Planeta.

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Trezentos anos de amadurecimento humano em que é cada vez mais difícil poder ser déspota, tirano, autocrático e misógino. Afirma-se o princípio de uma Justiça, que a todos Universalmente respeita e inclui, e está cada vez mais confirmado na face da Terra. Ocorreram revoluções derrubando autocracias, teocracias e monarquias. Sobreviveram Monarquias que deixaram o Absolutismo e se tornaram Constitucionais! Afirmaram-se Repúblicas! Com a Liberdade, o desejo do Saber explodiu! O Conhecimento chegou aos antigos escravos saindo de Colégios e Escolas! A Fraternidade ficou mais próxima! A nível Internacional deu-se um Enorme salto Civilizacional! A Sociedade da Nações, em que algumas eram apenas sócias, evolui para Organização das Nações Unidas, em que se deseja e caminha para a Fraternidade das Pátrias! Procura afirmar a Defesa dos direitos fundamentais do ser humano, garantir a paz mundial, colocando-se contra qualquer tipo de conflito armado, busca de mecanismos que promovam o progresso social das nações e a criação de condições que mantenham a justiça e o direito internacional. Nasceu a Declaração Universal dos Direitos do Homem! Aprovou-se a Declaração Universal dos Direitos da Criança! Nasceu a Organização Mundial de Saúde! Criou-se a Organização Internacional do Trabalho! Fez-se o Tribunal Internacional de Justiça! Organizou-se a FAO – Organização da ONU para a Alimentação e Agricultura!

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Criou-se a UNICEF - Fundo das Nações Unidas para a Infância que se rege pela Convenção Mundial dos Direitos da Criança! O mundo é incomparável ao do início do século XVIII, tal foi o salto em Segurança e Paz mundial! A Maçonaria, enquanto forma Organizativa, nada tem a ver com estes acontecimentos! A Maçonaria, enquanto espaço afirmado de Liberdade, Igualdade e Fraternidade tem tudo a ver com esta Evolução! A Maçonaria é uma Escola Fraterna, Iniciática por Vivências Emocionais, de Homens Bons e Bons Costumes, com um método de Estudo e Construção de um Saber assente na Ética dos Valores Humanistas e Liberais. Esta Filosofia, de Ordem Inclusiva, assume a Força e a Beleza que a Confirmam como Ordem Filantrópica e, Individual e Socialmente, Progressiva. A Maçonaria, particularmente nestes 300 anos, afirmou que é Forte e Indestrutível porque a sua Ideia conformadora, epistemológica e disseminável é Poderosa e Eterna para a Humanidade: o seu Progresso a favor Do Homem. O que é forte na Maçonaria e perdura para além das fraquezas humanas, da sociedade em que se insere e trabalha, mas também dos seus membros, é a Ideia! E a Ideia Maçónica, tão poderosa e indestrutível, assenta na Afirmação, Promoção e Construção da Sabedoria, da Força e da Beleza que procura Elaborar a Filosofia Ética dos Valores.


A Ideia de que, Perante a Lei e o Estado, todos somos Iguais. A Ideia de que as religiões e as suas práticas místicas são, não uma obrigação, mas um direito a que cada um deve poder aceder de acordo com as suas crenças, sem com isso ser prejudicado ou beneficiado. A Ideia de que Homens e Mulheres devem ter os mesmos direitos e deveres na sociedade e nas famílias. A Ideia de que as crianças não são propriedade das famílias, mas antes pessoas com direito a um futuro, a uma Nação de Origem e a uma Família que as acolha e proteja, bem como ao Ensino e Aprendizagem essenciais à sua Afirmação como Cidadãos futuros. A Ideia de que, a cada cidadão, cabe o dever e direito de participar na Construção das Soluções e destinos da sua Comunidade e País. A Ideia de que a Liberdade de Expressão do Pensamento é essencial à Dignidade Humana em todas as suas fases de desenvolvimento. A Ideia de que a Paz e Harmonia Mundial são um Valor que a todos interessa, pobres e ricos, homens e mulheres, países e pessoas. A Ideia de que a Justiça, o direito ao Trabalho, à Educação, à Saúde são Essenciais a todos. A Ideia de que o Conhecimento e o Saber, as Ciências, a Religião, a Politica e as Artes devem ser Entendidas como Bens ao serviço da Humanidade e a Todos devem proteger. E Todos os Valores da Ética Humanista são Ideias da Maçonaria. Ora estas Ideias são a Ideia da Maçonaria e que, como sabemos, nunca estarão Completamente Alcançadas, faz com que a Maçonaria seja Essencial, Indispensável, Indestrutível e Profundamente Instrumental, para o Desenvolvimento das Sociedades Humanas. Este é um Segredo Maçónico que alguns nunca entenderão!

Os membros da Maçonaria, Homens e Mulheres Maçons, não precisam, nunca precisaram do poder temporal para fazer disseminar os Valores Maçónicos. Os Valores e Saberes da Maçonaria Partilham-se Fraternalmente no Trabalho em Loja. Assimilados esses Valores, pelos seus membros, que os praticam no seu dia-a-dia, disseminam-se na Sociedade pelo Exemplo e pelas Práticas Sociais. Ideias como a Liberdade, a Igualdade e Fraternidade saíram das Lojas e ganharam vida própria nas Sociedades Modernas e Contemporâneas pela razão simples de que eram e são, não apenas úteis, mas essenciais ao Progresso das Comunidades e dos Povos. Grandes Homens e Mulheres que foram essenciais e membros ativos nas suas Comunidades e Povos afirmaram-se exemplos de Serviço e Prestação de Labor em prol do desenvolvimento da Humanidade: Albert Pike, Robert Stephenson Smith Baden-Powell, Amadeus Mozart, Ludwig Van Beethoven, Picasso, Benjamin Franklin, Albert Einstein, Voltaire, Goethe, George Washington, Nelson Mandela, Karl Marx, Thomas Edison, Jean Monet, José de San Martín, Pedro IV de Portugal e I do Brasil, Simon Bolivar, Franklin Delano Roosevelt, Louis Armstrong, Martin Luther King Jr., Charles Baudelaire, William Shakespeare, Charles Dickens, Edmund Burke, Sigmund Freud, Carl Gustav Jung, Isaac Newton, José Estêvão, e tantos outros… seria uma lista interminável! Em Portugal tantas foram figuras relevantes no Trabalho, pelo Bem Comum, Afonso Costa - jurista, diplomata e politico, José Liberato Freire de Carvalho – frade, jornalista e politico, Egas Moniz - médico e Prémio Nobel de Medicina de 1949, Antero de Quental - Escritor e poeta,

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Carlos Mardel - Militar e arquiteto, Camilo Castelo Branco Jornalista e produtor literário, José Correia da Serra - Abade e naturalista, Antonio José de Almeida - Médico e político, Francisco Manuel do Nascimento/ Filinto Elísio - Padre e poeta, Félix Avelar Brotero - Médico, professor e botânico, Bernardino Luis Machado Guimarães - Matemático, Filósofo, professor e político, Sebastião José de Carvalho e Mello/ Marquês de Pombal – Estadista, Sebastião de Magalhães Lima - Advogado e jornalista, António Arnaut, Advogado, Politico e Fundador do Serviço Nacional de Saúde, e tantos, tantos outros que tantos e relevantes Serviços nos legaram como Contributos para o Desenvolvimento da Nossa Terra e dos seus contemporâneos e vindouros. 300 anos depois da fundação da Maçonaria Moderna, hoje como sempre, a Ideia Maçónica é essencial ao Progresso da Humanidade e das Sociedades Contemporâneas. Sejamos, hoje como ontem, Dignos e Humildes Obreiros da Arte Real!

Mira, Julho de 2017 José Carlos Garrucho

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COLAR DE PRESIDENTE DO SOBERANO CAPÍTULO ROSA CRUZ GRAU 7º Rito Francês. Século XX MMSR O1-E-002

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300 anos de Maçonaria Símbolos e Ritos 1717 - 2017 O Museu Municipal Santos Rocha e a Biblioteca Municipal Pedro Fernandes Tomás detêm um vasto espólio de insígnias e objetos, alguns exemplares únicos, e um dos mais ricos e completos legados documentais, testemunho deste mundo secreto e discreto. A Maçonaria, fundada há 300 anos com a criação da Grande Loja de Londres - “a primeira obediência universal” – esteve presente na Figueira da Foz desde os seus primórdios, contando com insignes obreiros como Manuel Fernandes Tomás, António dos Santos Rocha, Goltz de Carvalho, Pedro Fernandes Tomás, João de Barros, Joaquim de Carvalho, entre outros. Pretendemos dar a conhecer uma das mais enigmáticas e controversas organizações mundiais e proporcionar ao visitante um vislumbre da simbologia e da ritualística desta ancestral organização.


FAIXA DE SOBERANO GRANDE INSPECTOR GERAL GRAU 33º Rito Escocês Antigo e Aceito. Século XX MMSR O1-E-020

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O que é a MAÇONARIA? 1. Inicialmente a maçonaria foi definida como o agrupamento socioprofissional dos pedreiros-livres - em francês “francomaçonnerie”-, detentores da arte de construir, e que gozavam de determinadas prerrogativas sociais e económicas, tendo esta maçonaria operativa cedido o seu lugar no século XVIII à maçonaria especulativa; a sua atividade começou a ser mais filosófica do que o trabalho construtivo, passando este a ser encarado sob a forma simbólica. 2. Começou assim, o conceito atual da maçonaria como uma sociedade de ensinamentos simbólicos e iniciáticos, que na sua essência procura a verdade, tentando usar a maior liberdade de pensamento e de expressão. Com o tempo, o que era estritamente filosófico passou a ser interventivo nos meios políticos e sociais, dando lugar a produção de ideias de progresso, como a Liberdade, a Fraternidade e a Igualdade. 3. Tendo-se espalhado por todo o mundo, a maçonaria é um ideal porquanto são admitidas pessoas de todos os credos e religiões, sendo, no entanto, exigida a quem deseja ser admitido na maçonaria “regular”, para além de ser homem livre e de bons costumes, a crença em Deus, ou num princípio divino revelado, em oposição à maçonaria liberal, para a qual tal requisito não é necessário. 4. Se bem que a maçonaria especulativa tenha sido iniciada sob a égide da cultura judaico-cristã, a verdade é que os

seus princípios são também do islamismo, como se pode ver nos trabalhos de René Guénon. Basta pensar que “ta hara pedra” como forma de aperfeiçoamento espiritual e desenvolvimento intelectual, é uma noção que o Islão partilha com a corrente maçónica mais espiritual do que liberal. Na procura da verdade, pode encontrar-se uma identidade entre as lojas maçónicas e as “tariqa” sufistas, ou com as confrarias taoistas do filósofo chinês Lao-Tseu (séc. VI a.C.). Com exceção da Turquia onde se desenvolveu uma corrente política laica por influência da maçonaria liberal, pode bem dizer-se que a maçonaria espiritual é a corrente que tem mais possibilidades de se espalhar no Islão. in Manuel Pinto dos Santos, Dicionário da Antiga e Moderna Maçonaria, 2012

O que são lojas maçónicas? O local destinado à reunião de maçons chama-se oficina. Existem dois tipos de oficinas: as lojas (compostas por um número mínimo de sete mestres maçons) e os triângulos (compostos por um máximo de seis maçons dos quais três devem ser mestres maçons). Cada loja tem um nome e um número que lhe é atribuído por ordem de aparecimento e decreto do Grande Oriente Lusitano (G.O.L.) e segue um 300 ANOS DE MAÇONARIA, SÍMBOLOS E RITOS, 1717 - 2017 23


de entre os vários ritos que existem. Na Figueira da Foz seguiram-se apenas o rito francês ou moderno (RF) e o rito escocês antigo e aceito (REAA). Em cada rito existe uma hierarquia diferente de graus que simbolicamente representa a escala de aperfeiçoamento e conhecimento que o maçon pode alcançar desde que recebe a Luz (desde que é admitido ou “iniciado”). Na maçonaria de rito francês existem 7 graus, na de rito escocês 33 e na simbólica apenas os 3 primeiros graus, aqueles que existem sempre em qualquer rito: aprendiz, companheiro e mestre. O Grande Oriente representa federativamente todas as oficinas que seguem a mesma Obediência, mesmo seguindo ritos diferentes. Os maçons, quando reunidos em loja, reconhecem-se por um nome simbólico que adotaram no dia da sua iniciação. Anualmente cada loja elege os seus cargos, de que se destacam o Venerável (que orienta e preside aos trabalhos), os 1º e 2º Vigilantes (a quem cumpre instruir os companheiros e aprendizes), o Orador (que faz a síntese dos trabalhos e é o guardião da Lei maçónica), o Secretário (redator das atas e dos procedimentos administrativos entre a Loja e a Obediência), o Experto (dirige os iniciados no ritual de iniciação), o Mestre de Cerimónias, o Tesoureiro, o Hospitaleiro (que recebe as ofertas durante os peditórios e vela pelo auxílio aos Irmãos carenciados), o Guarda Interno (responsável pela guarda interna da porta do templo), entre outros.

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Porque é a Maçonaria uma sociedade secreta? Entre outras razões, porque é iniciática e é ritualista. Tal como acontece em muitos grupos e profissões (médicos, sacerdotes, advogados, bancários e tantos outros), também o grupo de homens associados a esta Ordem assume o compromisso de não revelar a livre discussão de assuntos que desenvolve quando reunido. De que segredo se fala? Todas as suas práticas rituais (iniciação, trabalho da loja, cerimónias fúnebres, banquete, passagem de graus, etc.) são simbólicas, fazendo uso de sinais, palavras, toques e saberes secularmente transmitidos, de uma linguagem repleta de imagens e metáforas, de uma escrita com aposição de abreviaturas e de símbolos muito peculiares, de um calendário próprio, ou de objetos e insígnias de significado e uso emblemáticos. Se o conhecimento destas práticas simbólicas foi algum dia verdadeiramente secreto e meramente reservado a maçons, há muito que o sigilo maçónico deixou de residir no conhecimento formal do ritual, pois, como já dissemos, a literatura é hoje bem profusa em informações sobre estes “misteriosos” rituais. O verdadeiro segredo da Maçonaria reside para o maçon na essência, no caminho percorrido por cada um em busca do Conhecimento, da Verdade, daquilo que se sente mas não pode exprimir-se por palavras. Mas, para além de tudo, o maçon assume-se como um livre-pensador e não esquece nunca a divisa da Maçonaria: Liberdade, Igualdade e Fraternidade. O sigilo, qualquer que


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ele seja, decorre sempre do compromisso de honra que cada um assumiu repetidas vezes perante os seus iguais. Cada maçon deve sentir-se verdadeiramente livre em loja, considerando esse o seu espaço de tolerância, de respeito, de liberdade de expressão e pensamento. Nada diz do que viu ou ouviu em sessão de loja, pois o segredo será condição da sua liberdade e da liberdade dos outros.

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OBREIROS & OFICINAS FIGUEIRA DA FOZ \


ALGUNS MAÇONS NATURAIS DO CONCELHO

MANUEL FERNANDES TOMÁS 1771-1822 | Fundador do Sinédrio, pertenceu à Loja Sapiência de Coimbra e foi Venerável Mestre da Loja Patriotismo de Lisboa. N.S. Valério Publícola JOSÉ FERNANDES TOMÁS 1787-? | Pertenceu à Loja Sapiência de Coimbra. ANTÓNIO JOSÉ LEITE (cfr. A.H. Oliveira Marques, História da Maçonaria, vol.II, p. 161). ROQUE JOAQUIM FERNANDES TOMÁS 1808-1870 | Pertenceu à Loja Audácia de Coimbra. N.S. Sócrates JOÃO INÁCIO DA CRUZ FORTE 1801-? | Pertenceu à Loja Audácia de Coimbra. N.S. Borges Carneiro MATIAS DA COSTA PEREIRA DUARTE 1802-1889 | Pertenceu à Loja Audácia de Coimbra. N.S. Guilherme Tell ANTÓNIO ROBERTO DE OLIVEIRA LOPES BRANCO 1806/18081889 | Pertenceu às Lojas D. Pedro IV e Restauração de Coimbra, das quais foi Venerável Mestre e à Loja Legalidade do Porto. N.S. D. Pedro IV

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JOÃO DE BARROS (1881-1960) Solidariedade de Lisboa. N.S. João de Deus

Pertenceu

à

Loja

JOÃO MARIA DE SANTIAGO GOUVEIA LOBO PREZADO (18831971) – Pertenceu à Loja Revoltar de Almada. JACINTO SIMÕES (PAI) 1886-1958 | Pertenceu à Loja Simpatia e União de Lisboa. JOÃO CARRINGTON SIMÕES DA COSTA (1891-1982) - Pertenceu à Loja Madrugada de Lisboa. N.S. Enjolras JOAQUIM DE CARVALHO (1892-1958) - Pertenceu à Loja A Revolta de Coimbra. N.S. Guyau MÁRIO AUGUSTO DE SOUSA FORJAZ DE SAMPAIO (1894-1957) Pertenceu à Ordem Maçónica Mista Universal o Direito Humano. N.S. Wilson


OFICINAS

TRIÂNGULO DA FIGUEIRA DA FOZ | 1863 Estabeleceu-se no final de 1863, na Figueira da Foz, um Triângulo, filiado na Loja Liberdade de Coimbra, da Confederação Maçónica Portuguesa, abatendo colunas em 1864. LOJA UNIÃO Nº 89, DA FIGUEIRA DA FOZ | 1873 Em 1873, houve a tentativa de fundar uma Loja na Figueira da Foz, do Rito Escocês Antigo e Aceito, mas desinteligências entres os seus obreiros impediram a sua continuação. No dia 3 de fevereiro de 1904, na “Gazeta da Figueira” foi publicada a ata da sua instalação. Um ano depois, parte dos obreiros desta Loja fundaram a Loja Fraternidade Universal. LOJA FRATERNIDADE UNIVERSAL Nº 89, DA FIGUEIRA DA FOZ 1874-1876 ou 1879? Com o número de matrícula nº 89, do Rito Francês, aprovada por Decreto de 20 de novembro de 1874 e instalada a 16 de dezembro de 1874, em sessão da Grande Loja, no GrãoMestrado do Conde de Paraty. A oficina funcionou na Rua dos Ciprestes, em casa de Manuel dos Santos, ourives, mais tarde casa do Lindote. NOME \ CARGO Albino de Mello Pereira de Sousa António [Maria ?] de Lemos António Bernardes Branco António dos Santos Rocha \ Orador António Joaquim de Moraes António Maria [Matias? Martins?] de Lino

António Rodrigues de Carvalho Daniel Augusto da Fonseca Eduardo Leite de Magalhães Fernando da Costa Andrade João Carlos Martins d’Oliveira João Cooke Carrington \ Tesoureiro João da Costa Guia Joaquim Guedes Pinto Joaquim Nunes Marques John Langfort José [João?] da Costa da Silveira José Cordeiro de Matos José de Albuquerque Rodrigues de Lemos José de Paiva e Silva José Dias dos Santos José Diniz Lobo Corte Real \Experto José Joaquim Alves Fernandes Águas \ 1º Vigilante José Joaquim dos Santos \ 2º Vigilante José Maria da Costa Duarte José Maria Fernandes Thomaz José Marques Coelho Sobrinho Júlio da Fonseca Mouro Manuel Augusto da Conceição Novaes \ 1º Secretário Manuel de Jesus e Silva Manuel Francisco Branco Paulo Emílio \ 2º Secretário Pedro A. da Fonseca Pedro Barros Rodrigo Francisco Branco Teodoro José Pires de Castro \ Venerável Mestre

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António dos Santos Rocha Busto em gesso patinado da autoria do Mestre Escultor Raúl Xavier

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“Regulamento do Soberano Capítulo de Cavaleiros Rosa Cruz, com o Título Distintivo de Federação, ao Vale de Coimbra”, 1873. Testemunho documental único, com assinatura manuscrita autógrafa, que comprova a condição de Maçon de António dos Santos Rocha.

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\ LOJA IBÉRIA Nº 311, FIGUEIRA DA FOZ | 1892 -1897? Fundada pelo Grande Oriente Nacional de Espanha.

Nome \ Nome Simbólico

Nome

José Alberto dos Reis \ Descartes

Manuel Gomes Cruz \ Lassalle

Felipe Alonso

TRIÂNGULO Nº 2 (ou Nº202), DA FIGUEIRA DA FOZ | 1897-1900 A Loja Perseverança de Coimbra foi a responsável pela instalação deste Triângulo, sendo Joaquim da Silva Cortesão e Manuel Gomes Cruz os principais impulsionadores pela criação de um núcleo maçónico na Figueira. Do Rito Francês, instalado a 7 de julho de 1897 é dissolvido em 1900, dando lugar à Loja Fernandes Tomás. Nome \ Nome Simbólico Adriano Dias Barata Salgueiro \ Garibaldi Henrique Raimundo de Barros \ Barnave

TRIÂNGULO Nº 11, DE BUARCOS |1899-1908 Do Rito Escocês Antigo e Aceito, instalado a 14 de janeiro de 1899, por Decreto de 30 de dezembro de 1898. José Joaquim de Abreu Fernandes foi seu presidente e terá permanecido em atividade até 1908, segundo o Prof. A. H. Oliveira Marques. Deste Triângulo terão saído alguns maçons para fundar a Loja Fernandes Tomás em 1900. Nome \ Nome Simbólico José Joaquim Alves Fernandes Águas \ Bartolomeu Dias Fernando Augusto Soares \ Napoleão Augusto Goltz de Carvalho \ Brotero

Joaquim Custódio Feteira \ Joel Joaquim da Silva Cortesão \ Galeno José Carlos de Barros \ Néper Manuel Antunes [Seixas?] \ Vítor Hugo Obreiro desconhecido \ Gambetta Manuel Gomes Cruz \ Lassalle

TRIÂNGULO Nº 10, DE TAVAREDE | 1899-1900 Do Rito Francês, instalado a 14 de janeiro de 1899, por Decreto nº 47 de 30 de dezembro de 1898, por Obreiros da Loja Perseverança de Coimbra e dissolvido em 1900, dando lugar à Loja Fernandes Tomás. 32 300 ANOS DE MAÇONARIA, SÍMBOLOS E RITOS, 1717 - 2017

LOJA FERNANDES TOMÁS Nº 212, DA FIGUEIRA DA FOZ | 1900-1935 Do Rito Francês, instalada a 21 de junho de 1900, pelo Decreto nº16, de 10 de junho de 1900, por união dos três Triângulos existentes. Existem referências documentais de que o Triângulo nº11 de Buarcos se manteve, pelo que nem todos os seus Obreiros transitaram para a Loja Fernandes Tomás. A Loja fazia-se representar pela designação de “Grémio Fernandes Tomás”, perante o mundo “profano” (sociedade civil). Em 1907 passou a ser uma Loja Capitular. Sem abandonar os trabalhos maçónicos, a 25 de julho de 1909, desvincula-se do Grande Oriente Lusitano Unido (G.O.L.U.). Em 1914, integrou a dissidência do Supremo


\ Conselho do Grau 33 que, nesse mesmo ano, se afastou igualmente do G.O.L.U. e instituiu o Grémio Luso-Escocês. A 1 de julho de 1923 a Loja é regularizada, voltando a trabalhar sob a obediência do G.O.L.U. e no Rito Escocês Antigo e Aceito. A oficina funcionou na Rua da Cadeia e Rua do Estendal, nº38-40, no mesmo edifício da Associação de Instrução Popular (AIP.) e da Tipografia Popular, que editava o jornal “A Voz da Justiça”, periódico ativo na defesa dos ideais republicanos e maçónicos. Desconhece-se a data em que terá abatido colunas.

António Marques Meco Júnior \ Camões

Nome \ Nome Simbólico

Benjamim Mendes \ Brotero

Adelino Ferreira de Mesquita \ Sá de Miranda Adriano Dias Barata Salgueiro \ Garibaldi Alberto Guarinho de Ataíde \ Danton Alfeu Policarpo Ferreira e Cruz \ Magriço Alfredo Lopes Vieira de Andrade \ Marquês de Pombal Álvaro Artur Moreira \ Danton 2º Amadeu Artur Moreira \ Almeida Garrett António Augusto Esteves (pseud. Carlos Sombrio) \ Francisco Brás António Augusto Pires Sangalho \ Magalhães Lima António da Câmara de Melo Cabral \ Velho Cabral António da Silva Biscaia \ Manuel de Arriaga António Eduardo Laidley \ Franklim António Felizardo \ Rafael António Fernandes Gaspar \ Lineu António Fernandes Tomás Lopes da Cruz \ Egas Moniz António Ferreira de Freitas \ Edgar António Maria Pascoal \ Alexandre Braga

António Miguéis Fadigas \ Miguel Bombarda Armindo Augusto Girão Guimarães \ Saldanha Artur Abel dos Santos \ Rembrandt Artur Borrego \ Marquês de Pombal Augusto de Oliveira \ Luís de Camões Augusto Dias \ Viriato Augusto Duarte Coelho \ Fernandes Tomás Augusto José dos Santos \ Álvares Cabral Bernardino Machado \ Littré Cesário Augusto de Almada Viana \ Sócrates Constantino Nunes da Silva \ Passos Manuel Domingos Rodrigues Ennes Ramos \ Gambetta Eduard Allard \ D’Alembert Elíseo Augusto Maria de Andrade \ Alexandre Herculano Ernesto da Trindade Pereira \ Desmoulins, 2º Ezequiel Angelino Botareu \ Zola Felizardo António Saraiva \ Maximo Gorki Fernand Prévost \ Bréguet Fernando Alberto Marques Pinto \ Galileu Fernando Augusto Soares \ Napoleão Fernando Matias Lau \ Afonso de Albuquerque Francisco Águas de Oliveira \ Balzac Francisco Sales Veiga \ Sancho Manuel Francisco Xavier Roque Mundo \ Mitchell Frutuoso Abel dos Santos \ Miguel Ângelo Gentil da Silva Ribeiro \ Crougé

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\ Guilherme Lopes Custódio \ Eça de Queiroz

José Bento Pessoa \ Francisco Ferrer

Henrique Luís Varanga \ Fernandes Tomás 2º

José Cardoso Santiago \ João de Deus

Henrique Raimundo de Barros \ Barnave

José Carlos de Barros \ Néper

Inácio Pereira de Carvalho \ Spinoza

José da Cunha Ferreira \ Kruger

Inácio Pinto Lindote \ José Falcão

José da Rocha Moniz \ Edison

João da Silva Pestana \ Sá da Bandeira

José da Silva Elvas \ Siergés

João da Silva Rascão \ Guilherme Gomes Fernandes

José da Silva Ribeiro \ João das Regras

João de Sousa Gomes \ Júlio Verne

José Fernandes Pereira \ Fernão de Magalhães

João dos Santos \ Platão

José Gomes Cruz \ Pasteur

João Evangelista Campos Lima \ Kropotkine

José Guia Barreiros \ Cândido dos Reis

João Filipe das Dores Quadros \ Pedro de Escobar

José Joaquim [de Abreu] Alves Fernandes Águas \ Bartolomeu Dias

João Gil Júnior \ Plínio

José Manuel Pereira Júnior \ Morse

João Luís Rosa \ Hugo

José Maria Gomes Tomé \ Máximo Gomes

João Maria de Assunção Costa \ Afonso Domingues

José Pinto da Pinha \ Gago Coutinho

João Maria Ribeiro \ Combes

José Rafael Sampaio \ Spartacus

João Simões \ António José de Almeida

José Rodrigues Ferreira \ Afonso Costa

Joaquim Augusto Guedes \ Latino Coelho

José Vieira Amora \ Teófilo Braga

Joaquim Custódio Feteira \ Joel

Joseph Gonguet \ Galliéni

Joaquim da Silva Cortesão \ Galeno

Júlio Vaz Júnior \ Constantin Meunier

Joaquim Figueiredo de Abreu \ Tito

Luís Augusto \ José Estêvão

Joaquim Gomes Simões \ Galeno 2º

Luís Henriques de Almeida \ Robespierre

Joaquim José Cerqueira da Rocha \ Delpech

Luís Simões Baptista \ Guerra Junqueiro

Joaquim José do Nascimento \ Papin

Manuel da Silva Rocha \ Nun’Álvares

Joaquim Maria do Amaral \ Garrett

Manuel Duarte Carvalheiro \ Lafayette

Joaquim Mendes Duarte \ Alexandre Herculano 2º

Manuel Gaspar de Lemos \ Voltaire

José Alberto dos Reis \ Descartes

Manuel Gomes Cruz \ Lassalle

José Alfredo Mendes de Magalhães \ Proudhon

Manuel Gomes de Oliveira \ Verdi

José Augusto Ramos \Vasco da Gama

Manuel Jorge Cruz \ Gutenberg

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\ Manuel José de Carvalho \ Aguinaldo Marcial Pimentel Ermitão \ Camilo Desmoulins Maurício Augusto Águas Pinto \ António José, o Judeu Miguel Forjaz \ Elias Garcia Miguel Nuno Álvares Pereira Forjaz de Lacerda \ Pedro Nunes Obreiro desconhecido \ Pedro V Obreiro desconhecido \ Esopo Severo Artur Moreira \ Bocage Vicente Ferreira da Silva \ Giordano Bruno Vítor Hugo Lino Franco \ Vítor Hugo Zacarias José Esteves \ Gomes Freire

LOJA DE ADOPÇÃO FEMININA 8 DE DEZEMBRO Nº 277, DA FIGUEIRA DA FOZ | 1904-1914? Instalada a 8 de dezembro de 1904, sob dependência da Loja Fernandes Tomás, nº 212. As obreiras fundadoras eram, na sua totalidade, familiares diretas de maçons. A 16 de março de 1905, pela primeira vez numa loja maçónica em Portugal, as Irmãs da Loja 8 de dezembro foram convidadas a assistir a uma cerimónia de iniciação, na Loja Fernandes Tomás, tendo estado presentes as Irmãs Natércia, Filipa de Lencastre, Brites de Almeida e Joana d’Arc. Esta Loja teve um importante papel na proteção, educação e instrução de crianças pobres do sexo feminino e na beneficência em geral, tomando a seu cargo a “Associação Educativa da Mulher Pobre”, criada no início de 1900, com a sua “Escola da Caridade” e a “Associação de Protecção à Parturiente Pobre”.

Nome \ Nome Simbólico Adelaide Águas Cruz \ ? Adelaide Goltz de Carvalho? \ ? Augusta Águas Cruz \ ? Desconhecida \ Filipa de Lencastre Desconhecida \ Brites de Almeida Desconhecida \ Joana d’Arc Desconhecida \ Cornélia Raquel Gil Teixeira \ Natércia Trindade Rita Josefa Penha Soares \ Filipa de Vilhena

LOJA JUSTIÇA Nº 236, DA FIGUEIRA DA FOZ | 190? - 1909? Loja irregular, instalada na Figueira da Foz em data desconhecida. Em abril de 1904, o Grande Oriente Lusitano Unido pede à Loja Fernandes Tomás que se pronuncie sobre a sua instalação. Esta manifesta a sua oposição, e a Loja “Justiça” não é admitida. Posteriormente, em data desconhecida, foi instalada sob auspícios do Soberano Grande Conselho Geral Ibérico e da Grande Loja Simbólica Espanhola, tendo publicado o seu regulamento interno em 1907. Pouco se conhece da sua atividade e dos seus membros, no entanto, Manuel da Silva Ribeiro, natural de Tavarede, proprietário e industrial, residente em Buarcos, terá integrado o seu quadro até 1909, ano em que terá abatido colunas.

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\ TRIÂNGULO Nº105, DE BUARCOS | 1908-1909 Do Rito Francês, instalado a 13 de agosto 1908, por Decreto de 25 de julho de 1908, dissolvido em 1909, dando lugar à Loja Evolução. Nome \ Nome Simbólico Adriano Dias Barata Salgueiro \ Garibaldi José da Silva Fonseca \ Rómulo José da Luz \ Gambetta José da Silva Leão \ Miguel Ângelo

auspícios do G.O.L.U.Esta Loja fundou o jornal “Evolução”, em 22 de agosto de 1909, dirigido por J. Alves Miranda, que editou apenas 16 números. No mundo “profano” foi representada pelo Grémio Evolução.” Abateu colunas” em 1915. De acordo com fontes da Loja Fernandes Tomás, em 1923, tentou reiniciar trabalhos, todavia parece não alcançado esse objetivo. Nome \ Nome Simbólico José da Silva Fonseca \ Rómulo José da Luz \ Gambetta Pedro Fernandes Tomás \ Marat

TRIÂNGULO Nº109, DE TAVAREDE | 1909-1912? Do Rito Francês, instalado a 22 de fevereiro de 1909, por Decreto nº 59, de 5 de dezembro de 1908, como desdobramento da Loja Fernandes Tomás. Manuel Gomes Cruz, como delegado da Loja Fernandes Tomás, foi o instalador deste Triângulo que ficaria composto por quatro obreiros Desconhece-se a data da sua extinção. Nome \ Nome Simbólico

Fortunato Augusto da Silva \ Barroso Maurício Augusto Águas Pinto \ António José, o Judeu João da Encarnação Pestana Júnior \ Bocage Adriano Dias Barata Salgueiro \ Garibaldi Joaquim Gaspar Martins \ Fernandes Tomás Adelino Alves Pereira \ Elias Garcia Manuel da Costa Pinto \ Dreyfus Francisco Jorge de Quadros \ Luso

João dos Santos Presidente \ Platão

Manuel Roberto da Cruz \ Congo

João Luís Rosa Secretário \ Hugo

José de Abreu Reis \ Beaurepair

Manuel Gaspar de Lemos \ Voltaire

José da Silva Leão \ Miguel Ângelo

Manuel Gomes Cruz \ Lassalle

J. Alves de Miranda \ ?

Silvestre Monteiro da Cunha \ Orador \ Fernão de Magalhães

Carlos Borges \ Marius Joaquim José Cerqueira da Rocha \ Delpech

LOJA EVOLUÇÃO Nº 307, DA FIGUEIRA DA FOZ | 1909-1915 Do Rito Escocês Antigo e Aceito, instalada a 24 de junho de 1909, por ação da Loja Gomes Freire nº 274, de Leiria, e sob 36 300 ANOS DE MAÇONARIA, SÍMBOLOS E RITOS, 1717 - 2017

José Neto Rocha \ Taft José Joaquim António Gonçalves \ Spartacus João Francisco Grilo \ ?


\ José Maria Joaquim Pata \ Cândido dos Reis Francisco da Silva Neves \ ? Fernando Alberto Marques Pinto \ Galileu José dos Santos Alves \ Loubet Mário dos Santos Alves \ Tolstoi

TRIÂNGULO Nº118, DE BUARCOS | 1909-1911 A Loja Evolução nº 307, da Figueira da Foz, foi autorizada a criar um novo Triângulo em Buarcos, tendo este sido instalado em 1909. Procedeu à iniciação e elevação aos 2º e 3º graus Carlos da Cruz Oliveira, António Augusto da Gama, António Gomes Pinto, residentes em Buarcos, e regularizou o obreiro Manuel da Silva Ribeiro, que pertencera à irregular Loja Justiça, da Figueira da Foz. Abateu colunas em 1911, dando lugar à Loja Luz e Harmonia. Nome \ Nome Simbólico António Augusto da Gama \ ? António Gomes Pinto \ ? António Marques Murta (?) \ ? Augusto Goltz de Carvalho \ Brotero Augusto Maria Henriques \ Miguel Bombarda Carlos da Cruz Oliveira \ ? Joaquim Alves Vila Verde \ Cândido dos Reis José da Costa Coelho \ Voltaire Manuel da Silva Ribeiro \ ?

LOJA LUZ E HARMONIA Nº 322, DE BUARCOS |1911-1927 Do Rito Escocês Antigo e Aceito, instalada em Buarcos, pelo Decreto nº 30, de 14 de fevereiro de 1911, por transformação do Triângulo nº 118 de Buarcos. Foi seu instalador e Venerável Mestre provisório, Augusto Goltz de Carvalho, conceituado republicano, investigador, filantropo local, decorado com grau 9º na altura do Decreto fundador. Esta Loja, que reunia nos dias 5 e 20 de cada mês, teve o seu Templo num edifício da Praça de Buarcos, no nº 218, estando representada no mundo “profano” pelo Grémio Luz e Harmonia. Pouco se conhece sobre esta Loja, pois não possuímos quaisquer testemunhos documentais da sua atividade. Abateu colunas em 1927, convertendo-se no Triângulo de Buarcos nº 268. Nome \ Nome Simbólico Augusto Goltz de Carvalho \ Brotero António Augusto da Gama \? António Gomes Pinto \ ? José da Costa Coelho \ Voltaire Joaquim Alves Vila Verde \ Cândido dos Reis Augusto Maria Henriques \ Miguel Bombarda Carlos da Cruz Oliveira \ ? Manuel da Silva Ribeiro \ ? Joaquim de Abreu Duarte \ Gomes Freire Carlos Pinto Gomes \ Zola Luís Benedicto Virgulino \ ? Eduardo Alberto de Lima Basto \ ? Francisco Jorge de Quadros \ Luso José de Abreu Reis \ Beaurepair

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\ José da Silva Leão \ Miguel Ângelo António Dantas Manso Preto Mendes Cruz \ Ferrer António Marques Murta \ ? Fernando Alberto Marques Pinto \ Galileu José Cardoso de Oliveira \ ? José Bracourt \ ?

TRIÂNGULO Nº137, DO PAIÃO | 1911-1914 Do Rito Escocês Antigo e Aceito, instalado por Decreto de 14 de dezembro de 1910, como filial da Loja Evolução nº 307, da Figueira da Foz. Nome \ Nome Simbólico

LOJA GERMINAL Nº 447, DA FIGUEIRA DA FOZ | 1931-1935? Do Rito Francês, aprovada pelo Decreto nº 70, de 24 de novembro de 1930, com o nº 447 e instalada sob auspícios do G.O.L.U. a 7 de fevereiro de 1931, por iniciativa da Loja A Revolta nº 336 de Coimbra, em pleno período ditatorial bastante conturbado. Esta Loja teve a sua sede na Rua da Lomba, n.º 41. Os seus sete fundadores foram iniciados na Loja A Revolta de Coimbra, destacando-se Albano Duque, que ocupou sempre o cargo de Venerável Mestre. No seu “Livro de Matrícula” não está registada nenhuma iniciação feita pela Loja, dado que esteve em atividade durante poucos anos. Terá abatido colunas já após a aprovação da Lei nº 1901, de 21 de maio de 1935, que proibia a existência de sociedades secretas.

José António Simões de Oliveira \ Darwin

Nome \ Nome Simbólico

Pedro António d’Almeida \ Dante

Albano Correia Duque de Vilhena e Nápoles \ Vigny

Lino Pinto Gonçalves Marinho \ Voltaire

Mário Dias Coimbra \ Magalhães Lima

Manuel Fernandes Duarte \ Mercúrio

Raul Soares Coronel Pessoa \ António José de Almeida

Joaquim de Freitas Andrade \ Bombarda

Frutuoso Soares Coronel Pessoa \ Adamastor Fausto Pereira de Almeida \ D. Fuas

TRIÂNGULO Nº268, DE BUARCOS | 1927-? Do Rito Escocês Antigo e Aceito, instalado em Buarcos, pela conversão da Loja Luz e Harmonia, nº 322. Nome \ Nome Simbólico José da Costa Coelho \ Voltaire

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Manuel Lontro Mariano \ António José de Almeida 2º Francisco de Freitas Lopes \ José Relvas Manuel Maria Santiago \ Álvaro de Castro Aristides Vieira Amora \ Fermín Galán Desconhecido \ Adam




ASSOCIAÇÕES & AÇÃO FILANTRÓPICA FIGUEIRA DA FOZ


INSTITUIÇÕES FUNDADAS, DIRIGIDAS E PROTEGIDAS POR MAÇONS OU COM FORTE IMPLANTAÇÃO MAÇÓNICA

ASSOCIAÇÃO COMERCIAL DA FIGUEIRA DA FOZ | 26 DE MAIO DE 1835 Dela fizeram parte inúmeros associados e dirigentes, filiados nas lojas maçónicas da cidade, entre os quais Afonso Ernesto de Barros (Visconde da Marinha Grande) e Henrique Raimundo de Barros.

MONTEPIO FIGUEIRENSE | 1870 CENTRO REPUBLICANO DEMOCRÁTICO MANUEL FERNANDES TOMÁS | 1881 Estabeleceu um gabinete de leitura, uma escola de instrução primária e de desenho de construção, gratuitas e destinadas a operários.

SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DA FIGUEIRA DA FOZ | 1839 Instituição de solidariedade social a que muitos membros da Maçonaria se associaram e dirigiram, procurando dar-lhe sempre uma orientação laica.

GRÉMIO LUSITANO | 1882-1888 Fundado por membros do partido progressista e exassociados da Assembleia Figueirense, foi dissolvido em 1888, dando origem ao Grémio Recreativo.

ASSEMBLEIA FIGUEIRENSE | 1839

ASSOCIAÇÃO HUMANITÁRIA DOS BOMBEIROS VOLUNTÁRIOS DA FIGUEIRA | 19 DE DEZEMBRO DE 1882 Teve na sua presidência e vice-presidência ilustres maçons, como Manuel Gomes Cruz, João Cooke Carrington, Henrique Raimundo de Barros, Fortunato Augusto da Silva, Maurício Augusto Águas Pinto, António da Silva Biscaia, José Rafael Sampaio, Augusto Goltz de Carvalho.

ASSOCIAÇÃO ARTÍSTICA FIGUEIRENSE | 1 DE JANEIRO DE 1864 Sociedade de recreio e instrução, que como associados teve muitos maçons, cuja missão era a criação de aulas de instrução primária para os sócios e familiares diretos e a promoção de palestras sobre instrução e educação. Em 1870 deu origem ao Montepio Figueirense - associação de prestação de socorros mútuos.

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ESTUDANTINA TAVAREDENSE | 22 DE MARÇO DE 1893 Estiveram na sua fundação Gentil da Silva Ribeiro, Manuel Gomes Cruz e José Gomes Cruz. Além do grupo de teatro amador, formou a primeira tuna de Tavarede.

AULA NOCTURNA PARA ANALFABETOS | 11 DE FEVEREIRO DE 1899 Instituída por iniciativa do Triângulo nº11, de Tavarede e em casa oferecida por João dos Santos. Em 1910, sob tutela da Loja Fernandes Tomás, deu origem à Sociedade de Instrução Tavaredense.

ASSOCIAÇÃO NAVAL 1º DE MAIO | 1 DE MAIO DE 1893 Dando continuidade à Associação Naval Figueirense teve como fundadores, Frutuoso Abel dos Santos, João da Silva Rascão e João da Encarnação Pestana.

ASSOCIAÇÃO DOS CAIXEIROS FIGUEIRENSES | 1899 Foi seu presidente o maçon Joaquim Gaspar Martins. A partir de 1908 teve um papel importante na luta anticlerical.

JORNAL “O POVO DA FIGUEIRA” | 3 DE MARÇO DE 1895 Propriedade da Comissão Republicana da Figueira, este importante periódico teve como colaboradores, Manuel Gaspar de Lemos, Joaquim da Silva Cortesão, José Joaquim Alves Fernandes Águas, José da Silva Fonseca e Henrique de Barros. GINÁSIO CLUBE FIGUEIRENSE 5 DE MAIO DE 1895 Fundado por José Bento Pessoa, Henrique Raimundo de Barros, Manuel Gaspar de Lemos, Joaquim Alves Fernandes Águas, entre outros. SOCIEDADE ARQUEOLÓGICA DA FIGUEIRA | 1898 Foram seus principais fundadores António dos Santos Rocha, Pedro Fernandes Tomás e Augusto Goltz de Carvalho. Em 1903, esta agremiação científica, passou a denominar-se Sociedade Arqueológica Santos Rocha.

ESCOLA NOCTURNA POPULAR BERNARDINO MACHADO | 26 DE OUTUBRO DE 1899 Estabelecida pelo Triângulo de Buarcos, nº 11, na rua da Cortiça, Buarcos. Ficou ligada à ação benemérita de Fernando Augusto Soares, que cedeu a casa e suportou todos os encargos, proporcionando o ensino gratuito aos mais desprotegidos. ASSOCIAÇÃO EDUCATIVA DA MULHER POBRE | 26 DE DEZEMBRO DE 1899 Fundada por iniciativa do Triângulo nº11 de Tavarede e do Triângulo nº10 de Buarcos foi a primeira instituição de ensino exclusivamente feminino na Figueira da Foz, tendo sido sua presidente Adelaide Goltz Águas Cruz (1879-1943). Instituiu a “Escola da Caridade”, funcionava em instalações cedidas pelo maçon José Joaquim Alves Fernandes Águas. A partir de 1904 foi gerida pela Loja 8 de Dezembro.

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COLÓNIA MARÍTIMA DE CRIANÇAS POBRES DE COIMBRA | 1901

diretor Manuel Jorge Cruz e como editores Gentil da Silva Ribeiro e, posteriormente, José da Silva Ribeiro.

JORNAL “A VOZ DA JUSTIÇA” | 1902 O primeiro número deste jornal foi publicado pela Tipografia Popular a 1 de maio de 1902, tendo sido um dos mais lidos, valiosos e importantes jornais da província. Periódico de influência maçónica, fundado por Gustaf Adolf Bergstrom, teve como

Funcionou sob os auspícios da Loja Fernandes Tomás e foi um meio fundamental para que a mesma pudesse intervir ideologicamente no mundo “profano”. Durante a clandestinidade, a apertada vigilância e perseguição política sobre todos os órgãos e agentes que ameaçavam e contrariavam o regime do Estado Novo, não poupou a Tipografia Popular, que veria as suas portas encerradas, por ordem do Ministro do Interior, a 6 de julho de1938. O seu proprietário, Manuel Jorge Cruz, e o editor, José da Silva Ribeiro, bem como todo o restante pessoal foram presos pela PIDE, e todo o seu equipamento, incluindo as rotativas, foram apreendidas pelas forças policiais. O seu último número data de 10 de julho de 1937. ASSOCIAÇÃO DE INSTRUÇÃO POPULAR | 23 DE MAIO DE 1902-1956? Fundada por iniciativa da Loja Fernandes Tomás, foi bastante inovadora, pois admitia sócios de ambos os sexos. A A.I.P. adquiriu um prédio na Rua do Estendal, onde funcionariam a própria Associação de Instrução Popular, a Loja e a Tipografia Popular, sua propriedade.

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Tinha como missão a propaganda da instrução popular e a educação liberal e cívica, promovendo o progresso moral e intelectual das classes trabalhadoras do concelho. Para tal, sustentava uma escola noturna de ensino livre, destinada a facultar gratuitamente a crianças e operários sem posses o ensino primário, pelo método de João de Deus. Normalmente as suas aulas tinham inicio em outubro, encerrando-se os trabalhos escolares em finais de julho, com uma festa aberta ao mundo “profano”, cujo programa incluía a atribuição do prémio “Bernardino Machado” ao melhor aluno e a realização de importantes conferências de propaganda dos ideais republicanos, sobre educação, direitos da mulher, da criança, instrução popular, trabalho, direitos civis, anticlericalismo, etc. Recebeu oradores tão prestigiados como: Teófilo Braga, Bernardino Machado, Manuel de Arriaga, Ramada Curto, Ana de Castro Osório, Miguel Bombarda, João de Deus Ramos, entre outros. Promoveu também inúmeros saraus literários, musicais e recreativos, possuindo o seu próprio orfeão. A 8 de dezembro de 1908, em homenagem ao Irmão Napoleão, Fernando Augusto Soares, pelos seus serviços em prol da instrução popular, a Loja dá à escola da A.I.P. o nome de “Escola Fernando Soares”, nela inaugurando um seu retrato. ASSOCIAÇÃO FIGUEIRENSE DE ASSISTÊNCIA AOS TUBERCULOSOS 23 DE MAIO DE 1902 Associação promovida pela Loja Evolução.

GRUPO DRAMÁTICO FIGUEIRENSE | 1903 Dele fizeram parte Maurício Augusto Águas Pinto, João da Encarnação Pestana Júnior e Mário dos Santos Alves. SOCIEDADE DE INSTRUÇÃO TAVAREDENSE | 15 DE JANEIRO DE 1904 Coletividade cultural e educativa, com um excelente grupo cénico, superiormente dirigido, a partir de 1915, pelo Mestre José da Silva Ribeiro, figura maior da agremiação e da freguesia de Tavarede. Até 1942, nela funcionou uma benemérita escola noturna e uma biblioteca, cujo encerramento se deveu a impedimentos legais. OBRA DA FIGUEIRA | 1904 Associação de beneficência, da qual fizeram parte Joaquim José Cerqueira da Rocha e António da Silva Biscaia, que esteve largos anos na sua presidência. Em 1976 funde-se com a Misericórdia da Figueira. CAIXA ECONÓMICA 1º DE JANEIRO | 1904 Associação mutualista. CENTRO ELEITORAL REPUBLICANO JOSÉ FALCÃO | 31 DE JANEIRO DE 1904 COOPERATIVA MANUEL FERNANDES TOMÁS | 1905 Fundada por republicanos e maçons, entre eles Manuel Gomes Cruz, Joaquim da Silva Cortesão e João Tomás Gil Júnior.

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COOPERATIVA DE CRÉDITO E CONSUMO DOS OPERÁRIOS BUARQUENSES | 1905 Associação mutualista fundada por republicanos e maçons. ACADEMIA FIGUEIRENSE | 3 DE OUTUBRO DE 1906 Ministrava a instrução primária e o curso liceal, estando entre os seus fundadores Joaquim da Silva Cortesão e Pedro Fernandes Tomás. ASSOCIAÇÃO DE SOCORROS MÚTUOS DE BUARCOS | 1906 Associação mutualista. ATENEU FIGUEIRENSE | 13 DE MAIO DE 1906-1911? Associação recreativa, cultural e social, com sede na rua do Estendal, nº1, 1º. De entre os seus fundadores fizeram parte os maçons Adriano Dias Barata Salgueiro, Joaquim Custódio Feteira e José da Luz. GRUPO CARAS DIREITAS | 1 DE OUTUBRO DE 1907 Instituição de instrução, beneficência e recreio, fundada em Buarcos sob iniciativa da maçonaria local. Esta confraria laica e mutualista teve na sua origem, entre outros, António Augusto da Gama, Carlos da Cruz Oliveira e António Gomes Pinto. Pertenceram ainda a este Grupo, António Marques 46 300 ANOS DE MAÇONARIA, SÍMBOLOS E RITOS, 1717 - 2017

Murta, José da Costa Coelho, Manuel da Silva Ribeiro, Augusto Goltz de Carvalho, Maurício Águas Pinto, Joaquim Gaspar Martins e António Migueis Fadigas. DELEGAÇÃO DA JUNTA DE LIVRE PENSAMENTO | 1908 BOMBEIROS VOLUNTÁRIOS DE BUARCOS | 1908 Foram seus fundadores e beneméritos, Fernando Augusto Soares e Augusto Goltz de Carvalho. GRUPO DA JUVENTUDE REPUBLICANA DR. BERNARDINO MACHADO | 31 DE JANEIRO DE 1909 Foi seu fundador José da Silva Ribeiro. GRUPO DA MOCIDADE OPERÁRIA FIGUEIRENSE | 1909 Fundado por republicanos, visava prestar apoio mútuo entre os associados. Foi seu presidente, com a idade de 14 anos, José da Silva Ribeiro.


JORNAL “EVOLUÇÃO” | 1909-1910 Periódico da loja “Evolução”. Após o seu encerramento, em 1912, deu-lhe continuidade o jornal “Pela Pátria”, pertença da Liga Nacional de Instrução local.

JARDIM ESCOLA JOÃO DE DEUS DAS ALHADAS | 1927 Recebeu as primeiras crianças em novembro de 1927, frente ao seu instituidor, o saudoso e grande benemérito Fortunato Augusto da Silva.

ASSOCIAÇÃO DE INSTRUÇÃO FRATERNIDADE FEMININA | 14 DE MAIO DE 1911 Nasce esta associação de instrução e beneficência sob os auspícios de republicanas e maçonas; era exclusivamente constituída por elementos do sexo feminino; tinha escola própria, destinada a raparigas pobres e publicou o jornal “União e Luz”; foi presidente da associação, Cristina Torres dos Santos.

SOCIEDADE PROPULSORA DE EDUCAÇÃO NOVA | DELEGAÇÃO DA UNIVERSIDADE LIVRE DE COIMBRA | 1929 Na sua origem estiveram, Albano Duque, Cristina Torres, José Rafael Sampaio e Fausto Pereira de Almeida; funcionou na Biblioteca Municipal.

UNIÃO MARÍTIMA DE BUARCOS | 1912 Augusto Goltz de Carvalho foi um dos fundadores.

ROTARY CLUBE DA FIGUEIRA DA FOZ | 1936 Sob promoção e organização do maçon Maurício Águas Pinto; estiveram na direção, entre outros, os companheiros Mário dos Santos Alves, José da Cunha Ferreira, José dos Santos Alves, Adelino Ferreira Mesquita e Albano Duque.

SOCIEDADE FILANTRÓPICA E INSTRUÇÃO DE BUARCOS | 1913

ASSOCIAÇÃO DE SOCORROS A NÁUFRAGOS

JARDIM ESCOLA JOÃO DE DEUS FIGUEIRA DA FOZ | 6 DE SETEMBRO DE 1914 Fundado sob os auspícios da maçonaria local, sendo de referir, principalmente, Afonso Ernesto de Barros e Manuel Gaspar de Lemos.

ASSOCIAÇÃO DA CLASSE MARÍTIMA

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Objetos


FAIXA DE MESTRE Rito Francês. Século XX MMSR O1-E-021

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CONJUNTO DE TRÊS MALHETES O malhete é utilizado pelo Venerável Mestre, 1º Vigilante e 2º Vigilante. Século XX MMSR 01-E-028/029/030

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AVENTAL DE MESTRE Rito Francês. Século XX MMSR 01-E-008

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AVENTAL DE MESTRE Rito Francês. No verso possui inscrição Miguel Ângelo, nome simbólico de Frutuoso Abel dos Santos, irmão da Loja Fernandes Tomás. Século XX MMSR 01-E-010

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AVENTAL DE APRENDIZ Tem a inscrição Lassale, nome simbólico de Manuel Gomes Cruz, irmão da Loja Fernandes Tomás. Século XX MMSR 01-E-011

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AVENTAL DE MESTRE Rito Francês. Século XX MMSR 01-E-005

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AVENTAL DE MESTRE Rito Escocês Antigo e Aceito. Século XX MMSR 01-E-009

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FAIXA DE MESTRE Rito Escocês Antigo e Aceito. Século XX MMSR O1-E-017

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SACO DA VIÚVA Também conhecido como Tronco da Viúva ou Tronco da Beneficência, é utilizado para introdução de qualquer quantia em dinheiro destinada a irmãos ou seus familiares necessitados, e ainda para atos de beneficência. Século XX MMSR 01-E-025

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AVENTAL DE MESTRE Rito Francês. Século XX MMSR 01-E-007

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LIGA DE CAVALEIRO ROSA CRUZ GRAU 7º Rito Francês. Tem a inscrição Silêncio e Virtude. Utilizada na perna direita. Século XX MMSR 01-E-024

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VENDA Usada na cerimónia de Iniciação. Século XX MMSR 01-E-023

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AVENTAL DE CAVALEIRO PRÍNCIPE ROSA CRUZ GRAU 18º Rito Escocês Antigo e Aceito. Século XX MMSR 01-E-004

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JÓIA DE CAVALEIRO PRÍNCIPE ROSA CRUZ GRAU 18º Século XX MMSR 01-E-049

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FAIXA DE CAVALEIRO KADOSH GRAU 30º Rito Escocês Antigo e Aceito. Século XX MMSR 01-E-018

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FAIXA DE CAVALEIRO KADOSH GRAU 30º Rito Escocês Antigo e Aceito. Século XX MMSR 01-E-019

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documentos


“Ritual do Grau de Aprendiz. Rito Francez ou Moderno” Leiria, 1909. 77 p. Grande Oriente Lusitano Unido. Possuiu carimbo de posse da Loja Germinal. MMSR

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“Livro de Matrícula dos Obreiros da Respeitável” Loja Germinal Nº 447, ao Vale da Figueira da Foz”, 1931 – 1932, Figueira da Foz. Livro numerado e rubricado por Vigny, com registo de 9 Irmãos, dos quais 7 são os fundadores, todos iniciados na Loja A Revolta, de Coimbra. Não possui termo ou data de abertura. MMSR

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Carta-patente da Loja Germinal nº447, Figueira da Foz, 27 fev. 1931. 1fl. Grande Oriente Lusitano. Diploma constitutivo da Loja Germinal. MMSR

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Cópia do Decreto de Admissão da Instalação e Regularização, da Loja Fernandes Tomás (1900). Decreto nº 16 do Grande Oriente Lusitano Unido, Supremo Conselho da Maçonaria Portuguesa. Lisboa, 10 Jul. 1900. 1 fl. Arquivo Histórico Municipal da Figueira da Foz

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Regulamento Interno da R \ L \Fernandes Tomás Figueira da Foz, 1 ago. 1902. 12 p. BMFF

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Ao grande patriota e illustre figueirense Manuel Fernandes Thomaz Homenagem do Grémio “Evolução” 1911. AHMFF

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Boletim de Estatística José dos Santos Alves Loja Evolução. AHMFF

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Talões para pagamento de quotas Grémio Luz e Harmonia. Folha modelo para impressão tipográfica. AHMFF

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GUIA MAÇONICA Guia Maçónica contendo sinais, toques, palavras, etc. dos Ritos Escocês, Francês, de Adopção e Banquetes com um vocabulário das palavras mais usadas e calendário para o século actual / Dr. A \ de S\, Lavoisier, 30º. Lisboa, 1905. 160 p. BMFF

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Ritual do Grau de Aprendiz do Rito Escocês Antigo e Aceito. Grande Oriente Lusitano Unido. Lisboa: Tip. A Liberal, 1910. 170 p. MMSR


Subscrição da Loja Fernandes Tomás a favor da colónia marítima de crianças pobres de Coimbra 1904 AHMFF

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Relatório sobre a Mendicidade / apresentado pelo Irmão Galeno, obreiro da Respeitável Loja Fernandes Tomás ao Vale da Figueira da Foz para ser discutido na Conferência Maçónica na Figueira em 14, 15 e 16 de Set. 1906. Figueira da Foz, 1906. 5 p. AHMFF

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Relatório sobre os meios de pôr em prática o registo civil obrigatório / apresentado pelo Irmão Lassale, obreiro da Respeitável Loja Capitular Fernandes Tomás ao Vale da Figueira da Foz para ser discutido na Conferência Maçónica na Figueira em 14, 15 e 16 de Set. 1906. Figueira da Foz, 7 p. AHMFF


Subscrição para o monumento ao insigne patriota e maçon Manuel Fernandes Tomás, 1908. 2 fl. Grande Oriente Lusitano Unido AHMFF

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Meios de actuar eficazmente na sociedade profana / relator Adelino Ferreira de Mesquita, obreiro da Respeitável Loja Capitular Fernandes Tomás. Figueira da Foz, Tip. Popular, 1924. 10 p. Grande Oriente Lusitano Unido, Tese apresentada no Congresso Maçónico Nacional de 1924. AHMFF

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AO POVO MAÇONICO Mensagem do Grão-Mestre da Maçonaria Portuguesa José Mendes Ribeiro Norton de Matos

A MAÇONARIA vista por Fernando Pessoa MMSR

MMSR

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RELATÓRIO E CONTAS Das colónias marítimas de crianças pobres de Coimbra a banhos na Figueira da Foz em 1908 BMFF

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Cartaz alusivo à Escola Bernardino Machado de Buarcos 1899 Técnica mista sobre papel. MMSR 75-G-001

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GLOSSÁRIO

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Abater Colunas | encerrar a atividade de uma oficina. Acácia - a sua madeira, considerada incorruptível, simboliza a pureza da Ordem Maçónica. Símbolo do grau de mestre e genericamente da própria Maçonaria. Ágape | Nome dado genericamente ao banquete ou refeição que em regra é feito em comum, com ou sem ritual, pelos membros de uma loja após a sessão de trabalhos. Se participarem profanos chama-se ágape branco. Águia Bicéfala | É o emblema do grau 33º (Soberano Grande Inspetor Geral) do rito escocês antigo e aceito, representando a dualidade - o passado e o futuro – e a vigilância que deve haver sobre este último. É ainda utilizado nos graus 30º, 31º e 32º. Altares | mesas triangulares que ficam diante do Venerável, 1º e 2º Vigilantes, Orador e Secretário. Nome também dado à mesa que se coloca abaixo do Venerável, sobre a qual se coloca o livro da lei, o compasso e o esquadro (altar dos juramentos). Aprendiz | título do 1º grau de todos os ritos maçónicos. Representa aquele que começa a aprender, o “estagiário”, o homem na sua primeira infância, carente de protecção, apoio e ensino que trabalhará no desbaste da “pedra bruta”, por forma a conhecer-se a si próprio e a libertar-se progressivamente dos preconceitos da vida profana. Como

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ferramenta de trabalho recebe apenas um avental branco com a abeta para cima, para maior protecção. Avental | a mais essencial das insígnias maçónicas, símbolo do trabalho físico, intelectual e moral. O de aprendiz e companheiro deve ser de pelica branca mas só no primeiro a abeta está levantada. As suas dimensões, cores e decoração variam consoante os graus, as funções, os ritos e as Obediências. A partir do grau 30º não se usa avental. Normalmente os aventais a partir do grau 3º (mestre) são forrados a preto na parte de trás, para serem usados em exéquias fúnebres. Boaz | personagem bíblica. Nome de uma das colunas do pórtico do templo de Salomão representada à entrada de cada templo maçónico com a letra B (à esquerda no rito escocês; à direita no rito francês). Câmara de Reflexões | pequeno aposento escuro onde é introduzido o candidato à iniciação maçónica a fim de refletir sobre os símbolos que nessa sala o rodeiam e sobre a situação em que se encontra. Simbolicamente representa ainda o materialismo terreno e as suas paixões, em oposição à nova vida de luz em que o maçon se vai iniciar. Cargo | função administrativa que o maçon exerce na sua loja. Destacam-se 10 cargos básicos: Venerável, 1º e 2º Vigilantes, Orador, Secretário, Experto, Mestre de Cerimónia, Tesoureiro, Hospitaleiro e Guarda Interno. Cavaleiro Kadosh | Nome do 30º grau do Rito Escocês Antigo e Aceito, também conhecido por Grande Eleito Cavaleiro Kadosh ou Cavaleiro da Águia Branca e Negra.


Cavaleiro Rosa-Cruz ou Soberano Príncipe Rosa-Cruz Segundo uma das teorias, o atual grau de Rosa Cruz praticado pelo Rito Escocês Antigo e Aceito, derivaria diretamente do 18º grau do rito de Perfeição dos Imperadores do Oriente e do Ocidente, praticado por volta de 1762, e que em 1786, daria lugar ao 7º grau (Soberano Príncipe Rosa-Cruz) do Rito Francês.

(símbolo da matéria). No grau de Aprendiz o compasso coloca-se sob o esquadro; no grau de Companheiro, entrelaçam-se; no grau de Mestre, o compasso sobrepõe-se ao esquadro.

Cinzel | ferramenta usada pelo Aprendiz para trabalhar a “pedra bruta”. Símbolo da força, da tenacidade, do discernimento e dos conhecimentos alcançados pela perseverança. Está indissociavelmente ligado ao malhete.

Cruz Teutónica ou de Malta | figura presente nas insígnias do 27º e 30º a 33º grau do rito escocês.

Coluna | simboliza a sustentação, a força. Cada maçon representa também uma coluna da loja. Nome dado ainda a cada uma das filas de bancos (a norte e sul) onde tomam assento os maçons da loja. Companheiro | título do 2º grau de todos os ritos maçónicos. Já está suficientemente instruído para poder acompanhar o Mestre na maioria dos trabalhos. Representa o homem na sua juventude espiritual, com iniciativas mas ainda pouco consciente das virtualidades que possui. Como ferramenta usa a régua, o malho, o cinzel, o compasso, a alavanca, o esquadro, o nível, o fio-de-prumo e a trolha. Veste o avental branco com a abeta descida. Trabalha simbolicamente no polimento da “pedra bruta”, já desbastada pelo Aprendiz. Compasso | símbolo do espírito. A abertura dos seus braços simboliza o maior ou menor domínio do espírito sobre a matéria. Consoante a preponderância daquele sobre esta, assim o compasso se coloca ou não sobre o esquadro

Cruz Latina | figura presente nas insígnias do 18º grau (Cavaleiro de Rosa Cruz) do rito escocês.

Degraus | simbolizam os degraus bíblicos do templo de Salomão, que se sobem para se alcançar a Mestria. Escapulário - insígnia usada ao pescoço e da qual pende uma jóia. Esquadro - ferramenta indispensável para que o maçon construa o templo com harmonia e equilíbrio. Representa a matéria e anda sempre associado ao compasso. Faixa | banda de tecido que decora diagonalmente o peito dos maçons. Fio-de-Prumo | simboliza a retidão do conhecimento e das ações. Associado ao nível e ao esquadro permite construir com perfeição. Flauta Mágica | ópera maçónica composta por Wolfgang Amadeus Mozart (1791) sobre libreto do maçon Emanuel Schikaneder. Versa o ritual da iniciação maçónica.

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Grande Arquiteto do Universo | É o princípio supremo para os maçons, podendo de algum modo ser equiparado no plano religioso com uma divindade suprema. Com o evoluir da ciência, a ideia do G.A.D.U. transformou-se num princípio estruturador oculto embora sem características religiosas. Grande Eleito da Abóbada Sagrada de Jaime VI | Título atribuído ao 14º grau do Rito Escocês Antigo e Aceito. Considera-se, segundo a lenda, que este grau teria sido fundado pelo rei Jaime VI da Escócia e Jaime I de Inglaterra (1603-1625). Grande Oriente | Potência maçónica sob a orientação de um Grão Mestre que reúne diversas lojas simbólicas federadas entre si, e que praticam uma pluralidade de ritos. Grão Mestre | Nome dado à autoridade superior de uma potência ou obediência simbólica que congrega os três primeiros graus da maçonaria – aprendiz, companheiro e mestre, e que é o representante do respetivo povo maçónico. Graus | Em maçonaria os graus correspondem a divisões ou degraus naquilo que se pode denominar de escala iniciática, onde cada grau representa um maior conhecimento e aperfeiçoamento. As lojas simbólicas, também conhecidas por lojas azuis, têm atualmente três graus – aprendiz, companheiro e mestre, os quais são universais em qualquer rito ou obediência maçónicas. Grémio Lusitano | associação de instrução e recreio criada para dar personalidade jurídica e existência legal ao Grande Oriente Lusitano.

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Iniciação | admissão de um profano na Maçonaria (no grau de aprendiz) mediante ritual próprio. Insígnias | atributos de cada grau, usados pelos maçons. Todas as insígnias podem ser dispensadas à excepção do avental. Jakin | nome de uma das colunas do pórtico do templo de Salomão representada à entrada de cada templo maçónico com a letra J (à direita no rito escocês; à esquerda no rito francês). Jóia | símbolo de cada função, grau ou loja, normalmente de metal, que se usa pendente do escapulário, faixa ou fita especial. Lei Sagrada | livro colocado sobre o altar dos juramentos, seja de caráter religioso (Bíblia, Alcorão ou Tora), filosófico-político (Declaração dos Direitos do Homem) ou maçónico (Constituição) e que merece respeito e cumprimento. Loja | Na sua génese, loja era o local onde se planeava o trabalho da pedra ou da madeira, destinada à construção de um templo ou de outra construção votada ou não ao culto. Atualmente, e na esteira desta origem, a loja é o local onde têm lugar a reunião ritual dos maçons. Malhete | Pequeno martelo usado pelo Venerável e pelos Vigilantes para dirigirem os trabalhos da loja. Símbolo de autoridade, força, vontade e direção.


Medalha profana; metais | dinheiro ou outros valores. Mestre | título do 3º grau de todos os ritos maçónicos. Já possui faculdades para trabalhar por si próprio e para ensinar outrem. Representa o homem maduro, consciente das suas Virtualidades e pode utilizar todas as ferramentas. Mestre Eleito dos Nove | Título atribuído ao 9º grau do Rito Escocês Antigo e Aceito. É o primeiro dos três graus do R.E.A.A. que são conhecidos como graus de Eleitos. Nome simbólico | pseudónimo escolhido pelo maçon no ato da iniciação e pelo qual passa a ser conhecido dentro da Ordem Maçónica. Obreiro | o mesmo que maçon. Ocidente | lado por onde se entra num templo maçónico, correspondendo ao pôr do Sol. Não se compreende a sua existência sem o Oriente. Simbolicamente é a base do triângulo cujo vértice é o Venerável. Ordem | o mesmo que Maçonaria: Augusta Ordem, Ordem Maçónica. Oriente | lado do templo em que está sentado o Venerável, correspondendo ao nascer do Sol. Representa o local de onde imana a luz natural, a Sabedoria, Força e Beleza necessárias à direcção e orientação dos trabalhos.

Peça de Arquitetura | discurso ou conferência proferida durante os trabalhos maçónicos. Pedra Bruta | símbolo da imperfeição do espírito do profano e que o aprendiz deve desbastar. Pedra Cúbica | símbolo de perfeição a que aspira realizar o Companheiro, uma vez controladas as suas paixões e aperfeiçoamento no conhecimento de si mesmo. Pelicano | simboliza o amor e a abnegação a favor do próximo, levados até ao sacrifício. Surge na emblemática do 18º grau (rito escocês) e 7º (rito francês). Prancha | documento expedido quando reservado a maçons. Profano | pessoa ou coisa que não pertence à Maçonaria. Quadro | relação dos membros de uma Loja ou Triângulo maçónico. Régua | símbolo da retidão, do método, da lei justa, da perfeição de execução, do infinito. Salomão | filho de David, rei de Israel. Foi o construtor de um templo famoso em Jerusalém (séc. X a.C.), considerado simbolicamente como a construção maçónica por excelência.

Ossos | símbolo da morte e da renúncia.

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Soberano Grande Inspetor Geral | Título dado ao maçon do 33º grau do Rito Escocês Antigo e Aceito. É um grau estritamente administrativo embora contenha em si um valor iniciático por ser o último do sistema do R.E.A.A. Três | número básico na estrutura da Maçonaria e que se encontra presente em todos os graus. É um símbolo de clareza, de inteligência e de compreensão; é o número da luz. Triângulo | símbolo da Liberdade, Igualdade e Fraternidade, do passado, presente e futuro, da Sabedoria, Força e Beleza, do nascimento, vida e morte, dos três reinos da natureza (...); oficina composta por 3 a 6 maçons (três dos quais mestres maçons). Trolha | instrumento de pedreiro, símbolo do amor fraternal que cimenta a unidade entre todos os Irmãos. Surge como emblema no grau 2º (Companheiro) e grau 15º (Cavaleiro do Oriente). Tronco da Beneficência (Tronco da Viúva) | saco que circula entre os maçons no decorrer dos trabalhos da loja, para obtenção de fundos destinados a beneficência ou outros fins designados. Vale - precede o nome da localidade onde está instalada uma oficina para designar a sua sede.

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O TEMPLO

O

templo maçónico é o local onde se realizam as sessões de loja. Representa a imagem do Universo, um espaço infinito, simultaneamente microcosmo e macrocosmo. É o objetivo da construção de um maçon e do trabalho maçónico, local onde reside a paz, a liberdade, a fraternidade, a harmonia e todas as demais virtudes. A sua construção orienta-se segundo os 4 pontos cardeais. O teto representa a abóbada celeste. A corda com 12 nós (signos do zodíaco), chamados laços de amor ou nós de Salomão, envolve o templo formando uma cadeia de união, simboliza a linha que separa o céu da terra e a união de todos os homens. A Oriente, o Sol é o símbolo da luz, foco de onde irradia o pensamento abstrato, fonte da vida, da saúde, do equilíbrio, da força. A Lua, por oposição ao Sol de que é reflexo, simboliza a instabilidade, a mudança, a imaginação e a sensibilidade. Entre ambos, o Delta luminoso, com a representação de um olho sem palpebra, que nunca se fecha e que tudo vê. Aqui têm lugar os altares do Venerável Mestre (ao centro), do Orador (a sul) e do Secretário (a norte). Sobre o altar do Venerável Mestre, um candelabro, uma espada flamejante - elemento de exaltação, símbolo da transmissão da chama interior que deve existir no íntimo de cada iniciado - e um malhete (emblema de autoridade, vontade e direção, representa a razão atuante). Três degraus separam o Oriente do Ocidente. Imediatamente abaixo e ao centro, no altar dos juramentos, são colocados o esquadro e o compasso sobre o Livro Sagrado.

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No Ocidente, à entrada do Templo, duas colunas simbolizam as colunas do Templo de Salomão denominadas Jakin (representa o ardor masculino que tem a iniciativa de criar, de fundar) e Boaz (representa a candura feminina, a sustentação e a conservação). No topo de cada coluna três romãs simbolizam a solidariedade maçónica, separada na sua individualidade, mas unida por um ideal comum. O pavimento é formado por ladrilhos iguais, alternadamente pretos e brancos, símbolo de que em todos os domínios estão presentes os opostos: luz / trevas; bem/mal; masculino/ feminino. Ao centro, três pilares dispostos em triângulo, símbolos da Sabedoria, da Força e da Beleza, são colocados junto a três dos vértices do painel da Loja onde estão desenhados os atributos característicos de cada grau. Junto à coluna Boaz está colocada uma pedra bruta, símbolo das imperfeições do espírito que o maçon deve corrigir, desbastando-a até a converter na pedra cúbica, colocada junto a coluna Jakin, símbolo da obra-prima que o companheiro realizou pelo aperfeiçoamento de si mesmo, controladas as suas paixões e os seus impulsos. Ainda a Ocidente, os altares do 1º Vigilante e do 2º Vigilante. Cada um, de sua coluna, ajuda o Venerável na condução dos trabalhos. O 1º zela pela conduta dos companheiros sentados na coluna J que lhe fica diagonalmente à frente; o 2º inspeciona o trabalho dos aprendizes sentados na coluna B.


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exposição


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Emanuel Alves A Pedra Angular Acr. s/ tela, 70x50 cm 2004

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Mário SIlva Homenagem aos Maçons Fernando Valle e Emídio Guerreiro Acr. s/ tela, 95x95 cm 2003

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Francisco Simões Pintura Simbólica Pastel sobre papel colado em tela, 210x114 cm 2004

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