Reviver mário avgvsto coleção do museu municipal santos rocha
Reviver mário avgvsto coleção do museu municipal santos rocha
«Ora, em Mário Augusto vão-se encontrar o “Carros e Bois”, os tipos populares, as paisagens campesinas e ribeirinhas ou os seus trechos nas diferentes variantes. Os “Rio Jamor”, as “Alhadas”, “Ribeira do Papel”, “Miragem na Doca”, ou “Cactos” fazem disso prova. As figuras e tipos populares do seu país – esses menos romanticamente tratados, a lembrar Columbano, de quem Mário Augusto foi grande apreciador -, assinalados em “Rapariga da Bilha”, “O Latoeiro” (tema tão caro ao pintor) ou “Isaura”, entre outros, pertencem ao repertório do artista. Igualmente as naturezas-mortas, frutos naturais e “saborosos” da mãe-terra, não podiam escapar à atenção da retina naturalista ar-livrista do pintor.»
Margarida Marques Matias, extraído de Catálogo da Exposição Retrospetiva, Figueira da Foz, 1996, p. 23.
Ficha técnica Exposição | Catálogo reviver Mário Augusto
fotografia estúdio Delfim Ferreira
Propriedade e Edição Município da Figueira da Foz
Design gráfico Eduardo Oliveira
Organização Câmara Municipal da Figueira da Foz Divisão de Cultura - Museu municipal santos rocha
Divulgação Natércia Simões
Coordenação Margarida Perrolas Paula Cardoso Anabela Bento Apoio Técnico José Santos Silva Maria José Gomes Rosa Bela Silvano Rosário Fadigas
Impressão tipografia cruz & cardoso Tiragem 350 ex. outubro 2018 Depósito legal
ISBN 978-989-8903-33-4
índice 06|07 mensagem do presidente da câmara da figueira da foz 08|09 reviver Mário Augusto 10|11 fotobiografia 36|37 catálogo 38|39 retrato 66|67 ruralidades 72|73 paisagem rural e urbana 78|79 natureza morta 82|83 estudos 104|105 varia 110|111 bibliografia
Mensagem
G
enuinidade. Este é um dos grandes e imprescindíveis valores do nosso tempo. Um tempo em que a globalização dilui fronteiras, o que é positivo, mas em que muitas comunidades reclamam a apropriação cultural do que as distingue e a sentem como negativa. Como equilibrar o mundo em que vivemos entre estes dois pólos, o da comunhão e o da identidade culturais? Com genuinidade. É na esteira desta convicção que o Museu Municipal Santos Rocha abre ao público uma exposição com obras do artista plástico mais representativo da sua coleção, Mário Augusto, o «Pintor das Alhadas». É a oportunidade perfeita para conhecer um homem à frente do seu tempo e cujo exemplo de tenacidade e amor pelo conhecimento e pela pintura merece continuar a inspirar gerações. Natural de Alhadas, onde viria a falecer cedo demais, Mário Augusto foi um aprendiz de carpintaria que ascendeu, por mérito próprio e árdua luta, a mestre de pintura, premiado, acarinhado, elogiado, perpetuado na nossa toponímia, numa sala do nosso Museu, numa escola na sua freguesia mátria e ainda no universo artístico em que viveu e que lhe prestou homenagens póstumas, entre outras, com a criação do Círculo Artístico Mário Augusto. Adivinha-se, sem esforço, que este trajeto não terá sido isento de dificuldades, desde logo as económicas, que poderiam ter obstado a que um jovem da província, nascido no final do século XIX, viesse a privar e a merecer o respeito e amizade de grandes mestres do seu
tempo, como António Conceição Silva, Luís Varela Aldemira e João Marques de Oliveira, e a viajar, com propósitos formativos, por Madrid, Marrocos, Paris, Londres ou Bruxelas. Só um excecional e genuíno talento e uma personalidade genuinamente invulgar terão sido capazes de convocar as sortes necessárias para que, hoje, o Pintor Mário Augusto permaneça entre nós, através de uma obra também ela genuinamente ímpar e de que nunca, em nenhuma das fases artísticas que atravessou, chegou a ausentar-se da sua terra natal, o seu berço e, precocemente, o seu leito de morte. Da pintura de Mário Augusto, o «Pintor das Alhadas», o nosso pintor numa terra que tão brindada tem sido com talentos reconhecidos e amadores da arte de colorir e transformar uma tela, de que não ‘falarei’ aqui. Este catálogo, esta exposição, cada uma das obras que agora são devolvidas ao olhar público, falam por si, falam pelo nosso Mário Augusto, «Pintor das Alhadas» e de um mundo que merece ser revisto pelos seus olhos pelo que tem de genuíno. Apreciem. O Presidente da Câmara Municipal
Dr. João Ataíde
Reviver Mário Augusto Museu Municipal Santos Rocha
«Foi um pintor na verdadeira acepção do termo, um pintor por instinto, por vocação, por impulso da sua vontade, imperativos que a morte inesperada ceifou sem respeito pela evolução ascencional dum talento privilegiado. Autodidacta, fez dessa condição um símbolo das mais nobres energias; serviu a Arte com o desinteresse, o sacrifício, a ânsia de vencer que leva a todos os triunfos.» Varela Aldemira, extraído de Catálogo da Exposição de Pintura Mário Augusto. Homenagem póstuma, Lisboa, 1942, p. 3.
As palavras de Varela Aldemira, sinceras e sentidas, com que iniciamos esta breve nota introdutória, abrem-nos a porta para esta gratificante missão de fazer reviver Mário Augusto no Museu Municipal Santos Rocha, em 2018. Significa que se dá um passo significativo em fazer renascer, ou redescobrir, as coleções em reserva, neste caso através de uma exposição que apresenta grande parte das obras do artista alhadense que hoje integram a coleção de pintura, desenho e gravura desta instituição museológica. De facto, Mário Augusto renasceu em 1996, quando este Museu Municipal, sob a direção de Maria Isabel Sousa Pereira, desenvolveu um amplo trabalho de investigação, que culminou quer com a Exposição Retrospectiva, patente de 22 de junho a 31 de agosto, quer com o seu Catálogo. Este estudo reuniu um vasto conjunto de obras do artista, muitas delas praticamente desconhecidas, ou de paradeiro desconhecido, bem como testemunhos e estudos sobre a sua vida e obra. Tempo de síntese, importa hoje, mais do que falar de um percurso artístico ou de propósitos estéticos, recuperar composições de traços firmes, de colorido e luz vibrantes, numa apresentação que abarca géneros diversos, em que a paisagem, frequentemente muito próxima do ponto de vista
pessoal, como a sua terra natal, servirá de pretexto para muitas composições que Mário Augusto não transportou para o seu atelier, mas que viveu ao ar livre, numa verdadeira aproximação aos motivos da natureza. O retrato foi outro dos seus principais recursos pictóricos, somando, com alguns deles, menções honrosas e prémios, sempre fiel ao retratado, ao sentimento, ao momento e ao ambiente, sempre pleno de rigor descritivo e sem adereços desnecessários, destacando-se a mestria do trabalho em atelier. Surgiram naturalmente os temas de género, retratando sobretudo vivências populares, ambientes rurais, quase sempre da sua terra natal, verdadeiras cenas do quotidiano português, destituídas de qualquer pretensiosismo. Não foram o ensino e o academismo que promoveram este gosto e paixão pela pintura, que lhe eram inatos desde muito jovem. Dir-se-ia mesmo que foi indiferente a uma qualquer suberserviência aos mestres de então, respeitando, todavia, aqueles que admirava e com quem humildemente aprendia, por exemplo, efeitos de luz e cor, desenvolvendo depois novas e diferentes tonalidades e contrastes, criando as suas próprias manchas e onde a luminosidade se transformava no verdadeiro protagonista de muitas das suas composições.
A sua obra acaba pois por corresponder, ainda que de forma involuntária, a novas expectativas, muitas vezes expressas em periódicos da época, por aqueles a quem não escapavam novos talentos e revelações, realçando sobretudo a inexistência de complexidades formais, pois a sua pintura era aquilo que via e assim representava, o mais fielmente possível, em qualquer das vertentes temáticas que explorou. Terá sido certamente um professor dedicado, quer na sua vida profissional, quer no seu núcleo de amizades, a quem muitos, após a sua morte, quiseram chamar de Mestre, sendo este um mero retrato de um artista admirável, que podemos agora resgatar, contribuindo uma vez mais para o seu não esquecimento.
Ă€ direita// Varela aldemira e mĂĄrio augusto (com a mĂŁo pousada no ombro do amigo)
fotobiografia «A biografia de Mário Augusto, vida breve no espaço e no tempo, pouco mais tem para contar. Vamos insistir ainda no seu caso, aquilo que não morre, o que sobrevive e permanece na memória das gentes, um dos casos mais curiosos e notáveis a registar na história da arte portuguesa: o estranho e singular autodidactismo do pintor, um autodidacta superior, como dissemos antes, porque os há de todos os graus, do mesmo modo que, entre os diplomados, há formaturas distintas e sofríveis, diplomas obtidos com honra e outros arrancados sem galhardia. Aprender uma arte, sem mestre ou com mestre, é o menos; o essencial é aprender, embora suceda, em qualquer dos casos, sermos bons ou maus aprendizes. E geralmente o que se aprendeu não foi a arte, foi o ofício, pois a arte, dom dos deuses, nasce, cresce e perdura onde menos se espera. Essa autarcia, esse contentamento de si próprio, esse bastar-se a si mesmo que pode ser orgulho, ou se quisermos, é o orgulho dos espíritos modestos, encontrou na pessoa de Mário Augusto a mais cabal e rendosa sistematização.» Varela Aldemira, extraído de In Memoriam na reabertura do Museu Municipal, Figueira da Foz, 1945, p. 29.
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1895 Nasceu a 23 de julho, na vila das Alhadas, concelho da Figueira da Foz. 1911 Data do Retrato de António Augusto Gaspar, carvão que assina como Mário Santos e que é considerado um dos seus primeiros trabalhos. Partiu para Lisboa, matriculou-se na Escola Industrial Machado de Castro, onde estudou durante dois anos, ao mesmo tempo que trabalhava na oficina de marcenaria de um tio. Frequentou o atelier de António Conceição Silva (1869-1958), onde se preparou para o ingresso na Escola de Belas Artes de Lisboa, previsto para o ano letivo de 1911-1912. Ingressou na Escola de Belas Artes de Lisboa, mas incompatibilidades várias levaram-no a desistir e a ingressar na Escola de Belas Artes do Porto.
1914 Viajou para Espanha, fixando-se em Madrid durante cerca de 4 meses, a expensas do mecenas Nicolau dos Santos Pinto. Ali frequentou essencialmente museus, deslumbrando-se com as obras expostas dos grandes mestres, como Rubens, Ticiano e Velasquez.
1920 Ano em que se apresentou pela primeira vez na Sociedade Nacional de Belas Artes de Lisboa, participando na Décima Sétima Exposição com dois dos seus trabalhos a óleo: Retrato de mademoiselle M. A. F. P. e Retrato do Exmoº Sr. A. L. S., este último distinguido com Menção Honrosa e considerado como um dos seus primeiros retratos a óleo. Apresentou-se nesta exposição como discípulo de Conceição Silva, assinando ambos os trabalhos como Mário Santos. 1921 Participou na Exposição Fernando David – Varela Aldemira – Mario Santos. Pintura e Desenho, no Salão Bobone, em Lisboa, onde se apresentou com 14 trabalhos, entre o retrato e a figura, a paisagem e a natureza morta, definido-se desta forma os géneros principais por que irá optar no seu trabalho como artista.
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1912 Concluiu o Curso Geral da Escola de Belas Artes do Porto, não completando, todavia, o Curso Superior de Pintura onde também se inscreveu. Regressou depois a Lisboa onde fixou residência.
1916 Ano em que terá elaborado alguns retratos onde é manifesto o apuramento técnico. Foi nomeado Mestre provisório de Trabalhos Manuais na Escola Rodrigues Sampaio, sendo mais tarde transferido para a Escola Industrial Fonseca Benavides, como Mestre de Pintura e, por último, para a Escola Industrial de Arte Aplicada António Arroio, fundada em 1934, com o cargo de Mestre efetivo da oficina de Pintura de lisos e fundos, conforme Diploma de Funções Públicas, datado de 23 de janeiro de 1935. Ao mesmo tempo foi lecionando aulas de pintura e desenho na S.N.B.A.
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1922 Integrou a Exposição de Pintura, Desenho, Pastel e Aguaforte. Mário Reis – Varela Aldemira – Mario Santos, de novo no Salão Bobone, desta vez com 12 novos óleos e pastéis. 1923 Expôs no Salão Bobone, pela primeira vez, um dos seus mais importantes trabalhos: o Retrato de Conceição Silva. Mudou, a partir daqui, a sua assinatura artística para MARIO AVGVSTO, por sugestão do aguarelista Alfredo Roque Gameiro (1864-1935). 1924 Participou, novamente, no concurso anual da Sociedade Nacional de Belas Artes, na Vigésima primeira Exposição, com o Retrato de Julio Teixeira Bastos e Retrato de Eugenio Correia, onde lhe é atribuída a Medalha de 3ª classe. 1925 Na Quinta Exposição de Arte, realizada no átrio da Misericórdia do Porto, reune-se a Fernando David, Varela Aldemira, Jorge Segurado, Mário Reis e Paulino Montez, com 25 óleos e um desenho/retrato de Camilo Castelo Branco. Pode falar-se já de uma intensa atividade de Mário Augusto como artista, destacando-se sobretudo os trabalhos realizados ao ar livre, onde impera a paisagem rural, marinha ou fluvial, mas igualmente a vida humana e, acima de tudo a luz e a cor. Para a Vigésima Segunda Exposição da S.N.B.A. alargou os temas que apresentou a concurso, retrato, auto-retrato, paisagem, figura,
natureza morta e pintura de género, obtendo a Medalha de 2ª classe, que lhe permitiu a integração em júris de concurso desta Sociedade. Expôs nesta mostra os retratos de D. M. F. Santos, Carlos Moura, Retrato de D. M. J. Conceição Silva, um Auto-retrato, Paisagem da minha terra, Mercado da Ribeira e Fumador de Kif (memória da viagem que faz a Marrocos com artistas/amigos). 1926 Participou na XXIII Exposição d’Arte da S.N.B.A., onde se destacou pela natureza morta Abóboras, mas igualmente pelo Retrato de Mme. S. N., para além dos apontamentos sobre as Alhadas. 1927 Apresentou na Vigésima Quarta Exposição d’Arte trabalhos de temática diversa, nomeadamente, retrato e figura, natureza morta e paisagem, mas a crítica positiva que foi obtendo destacou sobretudo a evolução técnica do artista através do retrato de Dr. Sousa Neves e Paulino Montez. Este último foi, novamente, apresentado no Salão de Belas Artes da V Exposição das Caldas da Rainha, onde recebeu a Medalha de Ouro atribuída por um júri, cujo Presidente d’Honra, foi o mestre José Malhoa (1855-1933). Apesar de não integrar o Catálogo desta Exposição, terá estado igualmente patente o seu trabalho Tipo das Caldas da Rainha, também conhecido por Rapariga da Bilha.
1928 Expôs na Vigésima Quinta Exposição d’Arte, entre outros, o óleo denominado Maiorca que foi adquirido pelo colecionador José Relvas (1858-1929), pertencendo ainda hoje à coleção da Casa dos Patudos. 1929 Apresentou-se a concurso na Vigésima Sexta Exposição d’Arte da S.N.B.A. com cinco trabalhos.
1931 Com o retrato do pintor Conceição Silva, datado de 1931, arrecadou a Medalha de 1ª classe da 28ª Exposição de PinturaPastel-Escultura da S.N.B.A. A obra integra hoje a coleção de pintura do Museu José Malhoa, Caldas da Rainha.
1933 A 30ª Exposição da S.N.B.A. refletiu parte dos resultados desta viagem através de obras como Impressões de Viagem, Rue de la Voie Vert (Paris), Charing Cross Rd. (Londres). Apresentou, ainda, uma das suas mais emblemáticas obras, hoje pertença do Museu Municipal Santos Rocha, O Latoeiro. 1934 Para a 31ª Exposição apresentou, entre outros, um trabalho denominado Chambre des Députés (Paris) que reflete novamente as suas memórias de viagem. 1935 Participou com um trabalho, Um Charco (Alhadas), na Grande Exposição dos Artistas Portugueses: Trabalhos oferecidos para o Grande Sorteio Nacional de arte cujo produto reverte para os três monumentos a Silva Porto, Henrique Pousão e Artur Loureiro, a ofertar à cidade do Porto. Neste ano integrou o concurso da S.N.B.A.,
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1930 A 29 de junho, Mário Augusto casou com Maria Augusta Franco Santos, sua prima, filha do antigo comerciante Augusto Lopes dos Santos, em cerimónia simples e realizada em Lisboa, apadrinhada por parte da noiva por seu pai e por D. Maria Caetana dos Santos, e por parte do artista, pelo mestre e amigo Conceição Silva e pelo proprietário Joaquim Monteiro. O Vigésimo Sétimo Salão da S.N.B.A. contou com a presença de duas obras, repetindo Maiorca, mas apresentando um raro nu feminino, denominado O Dôce.
1932 Por influência de José de Figueiredo (1872-1937), a Junta Nacional de Educação atribuiu a Mário Augusto uma bolsa de estudo que lhe permitiu visitar Inglaterra, Bélgica, França e Espanha, durante dois meses. Nesse ano não deixou de participar no concurso artístico da S.N.B.A., 29ª Exposição de Pintura-Pastel-Escultura, com seis trabalhos, de onde se destacaram As piteiras, segundo a opinião de alguns críticos.
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32ª Exposição, apenas com dois trabalhos: Miragem na doca (Figueira da Foz), que integra a coleção de pintura do Museu Municipal Santos Rocha, e Paisagem (Alhadas). 1936 Apresentou a concurso, na 33ª Exposição da S.N.B.A., duas relevantes obras, A Izaura e O tio Inácio, entre outras. 1937 Esteve representado na 1ª Exposição de Arte Retrospectiva da S.N.B.A., com uma das suas obras mais representativas, O latoeiro e também na I Exposição de Pintura, Desenho e Aguarela, coorganizada pela Sociedade de Geografia de Lisboa e pela S.N.B.A., realizada em Lourenço Marques (atual Maputo, Moçambique). Esta obra, a natureza morta As cebolas, bem como, o retrato do Tenente Cesário Montez, datado de 1934, foram apresentados numa nova iniciativa da S.N.B.A., subresaindo este último. 1938 Recebeu o Primeiro Prémio do Salon do Estoril, graças ao trabalho A Izaura, datado de 1935. Participou ainda na XXXV Exposição da S.N.B.A., com Confidências, Recanto da aldeia (Alhadas) e Apontamentos.
1939 Para a XXXVI Exposição da S.N.B.A. apresentou dois aspetos dos arredores da cidade de Lisboa, A Ribeira do Papel (Cacem) e Arredores de Lisboa, bem como o Retrato de Sua Exª o Senhor Presidente do Conselho (que pertence à própria S.N.B.A.) e o Pateo d’aldeia (Alhadas). 1940 Na XXXVII Exposição da S.N.B.A., que se realizou em Lisboa e no Porto, em associação às Comemorações dos Centenários da Fundação e da Restauração de Portugal, o artista apresentou Interior de um estábulo, Beterrabas e O pateo do Namora (Alhadas). Selecionou ainda 30 trabalhos para o I Salão de Estética da Figueira da Foz, organizado pelo Grupo de Amigos do Museu Dr. Santos Rocha, onde integrou também o júri de admissão e classificação. 1941 Para a XXXVIII Exposição de Pintura-Desenho-Gravura e Escultura da S.N.B.A., o artista reservou os retratos da Exmª Senhora D. Maria dos Prazeres Pais (viuva do dr. Sidónio Pais) e da Exmª Senhora Condessa de Pinhel, D. Maria de las Dolores, sendo atribuído a este último o galardão maior da pintura portuguesa da época, o Prémio Silva Porto, com um júri composto por elementos como Reinaldo dos Santos (18801970) e Armando de Lucena (1886-1975). Para esta mesma exposição
apresentou aquele que é considerado o seu último trabalho de pintura, Retrato de minha mulher, com o qual obteve a Medalha de 1ª Classe. Mário Augusto dos Santos morreu a 18 de agosto de 1941, nas Alhadas, local de nascimento e de morte, tendo sido sepultado no cemitério local.
1945 A 3 de junho, o Museu Municipal Santos Rocha, reabriu as suas portas após obras de reajustamento e reinstalação das coleções, integrando na nova museografia a Sala Mário Augusto. Nos discursos de reabertura do Museu, Varela Aldemira foi um dos intervenientes, salientando o esforço da instituição museológica e da própria Câmara Municipal da Figueira da Foz na homenagem ao
1979 Realizou-se na Figueira da Foz uma exposição da obra de Mário Augusto, organizada pela Peninsular – Galeria de Arte e pelo seu diretor, Cunha Rocha (1932-2016). 1995 No ano do centenário do seu nascimento, é atribuído o seu nome a uma rua da cidade. 1996 O Museu Municipal Santos Rocha organizou uma exposição retrospetiva, que esteve patente de 22 de junho a 31 de agosto, e que reuniu 119 trabalhos do artista, testemunhos e estudos diversos.
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1942 Criação do Círculo Artístico e Cultural Mário Augusto, por vontade de discípulos e amigos, como Conceição Silva e Varela Aldemira, com atelier próprio e organizando exposições periódicas, sobretudo de homenagem ao seu patrono. Este Círculo Artístico foi fundamental para a organização da exposição de Pintura Mário Augusto. Homenagem Póstuma, realizada na Sociedade Nacional de Belas Artes, de 4 a 15 de julho de 1942, e que integrou 95 trabalhos do artista, pertencentes a familiares, instituições culturais e museológicas diversas, bem como a inúmeros colecionadores particulares.
pintor. Aliás, foi a partir desse ano, ainda mais notório, o empenho para reunir no Museu um cada vez maior número de obras de Mário Augusto procurando-se, acima de tudo, evitar o desaparecimento da sua memória enquanto artista e figueirense.
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memorial de viagem
(Relato da bolsa de estรกgio concedida a Mรกrio Augusto em 1932)
manuscrito existente no museu municipal, escrito pelo punho de mário augusto e de sua mulher
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manuscrito existente no museu municipal, escrito pelo punho de mรกrio augusto e de sua mulher
Nome: Mario Augusto dos Santos Lugares desempenhados no Pais à data da concessão da bolsa: Mestre de pintura decorativa na Escola Fonseca Benavides (Arte aplicada)
Lugares ou graus academicos que pretende conquistar no fim da bolsa: nenhum porque, alumno matriculado na Escola de B. Artes do Porto, não me foi permitida a transferencia para a de Lisbôa, ficando inibido de possuir um curso que o habilite legalmente à conquista de melhor posição. Data do inicio da bolsa: 18 de Abril de 1932 Duração do estágio fora do Pais ou do subsidio: 2 meses Centros de estudo que frequentou, cursos que seguiu, trabalhos que realizou etc.
Em 1931 – 1932, durante o tempo que recebeu o subsidio ou a bolsa:
Em Paris estive 28 dias incluindo os que aproveitei em vezitas aos Museus de Versailles, Chantilly, Sevres. No primeiro, onde abundam os quadros de batalhas de Horace Vernet notei sobre tudo Alphonse Neuville. Em Sévres é admiravel a exposição de ceramica antiga e moderna. É lamentavel a má representação da ceramica portugueza tão rica e interessante.
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Os centros de arte que mais me atraiam à partida de Lisboa eram Madrid, Paris, Anvers Bélgica e Londres. De passagem parei em S. Sebastian onde fiquei dois dias; vezitei principalmente o museu. É pouco interessante, contudo notei Fortuny pintor muito do meu agrado. Em Bayona demorei-me um dia. Museu Bonat muitissimo bom. Alem da sala dedicada a este artista com explendidos retratos, e alguns quadros entre os quaes se destaca o Job e magnifica coleção de desenhos de grandes Mestres. Em pintura obras de: Botticelli, Murillo, Rubens, Tiepolo, lngrens, Goya etc.
Em Paris vezitei: Louvre, Luxemburgo, Cluny, Trocadero, (escultura comparada), Rodin, Artes decorativas, o Salon do Grand Palais, Escola de B. Artes, Panteon, Academia Julien, NotreDame, Sainte-Chapelle e outros monumentos, varias exposições e Marchands de Tableaux; estes ultimos, sobre tudo para avaliar do que se faz em pintura moderna, com a qual menos simpatiso. Dediquei principalmente a minha atenção ao Louvre, onde me foi dado admirar as obras dos grandes Mestres do passado, os quaes julgo desnecessario nomear por muito conhecidos. A Bohemienne de Franz Hals encantou-me; o retrato de Carlos I de Vandick é admiravel, os retratos de Holbein obras primas; A. Durer, Ticiano, Corregio, Delacroix Chardin - para não deixar de citar alguns. Impossivel inumerar tudo que vi e admirei. Devo especializar, pormuito me ter agradado, Carriere na figura, e Millet na paisagem, sem esquecer Corot e Daubigny, este ultimo fazendo-me pensar no nosso Silva Porto.
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O Museu de Luxemburgo, aparte alguns trabalhos de interesse, como o Pain Beni de Dagnau Bouvert, e outros de Besnard, Maxence, LucienSimon, Renoir, pouco me prendeu devido à abundancia de trabalhos modernos, que não me atraem. O Museu Rodin, Artes Decorativas, Panteon, Salon do Grand Palais, todos vezitei varias vezes com muito interesse e atencão. No Panteon agradaram-me os trabalhos de J. Paul-Laurens, F. Humbert, Bounat, Puvis Chavannes. São notaveis os quadros de composição de Elie Delaunay executados por Coucelles Dumond. Na Academia Julien notei com desgosto a tendência demasiadamente modernista do ensino ali actualmente ministrado.
National Gallery: trabalhos de A. Durer, Lucas Granack. “TheAmbassators” de Holbein muito bom. Millais, Vandick, um quadro de Miguel Angelo por concluir, Ruisdael, Jan-Verneer de Delft, Metsu, Hobema, Jan de Mabuse, John Van Eick, e outra coleção de marinhas de Turner - o pintor inglez tão admirado por Ruskin Wallace Collection Boucher muito bem representado, Giovanni Battista Salvi, Carlo Dolci, Alonso Cano, Memeling, Reynolds, o grande Velazquez, explendidos quadros de Meissonier. Outros de Gaspar, Poussin, Franz-Hals, etc etc. Royal Exchange - Admirei muito Franck O. Salisbury, Stanhop, A. Forbes, Chevalier Tayler, Lezygton, Solomon etc.
Em Londres onde passei 15 dias visitei demoradamente os Museus: National Portrait Gallery, trabalhos dignos de admiração de Sargent, Bastien Lepage, John Laverg Samuel e Thomaz Lawrence, John Opie, auto retrato de Reynolds, Artuz S. Cope, Lazlo, Raebum, etc.
Victoria & Albert - notei neste Museu um quadro da escola de Bonzino - retrato de Alessandro de Medicis por ser semelhante ao que está no museu da Arte Antiga em Lisbôa, da mesma Escola ou autor. Este quadro faz parte da sala: “The Constantine AlexanderIonides, Collection”. Desenhos enormes de Rafael digno de registo, pinturas de Courbet, Millet, e tantos outros impossivel de inumerar em tão curto espaço.
Tate Gallery, notei com interesse quadros de Shannon, About, Ed. Manet, Corot, Degas, os espanhoes Madrazo e Zuloaga, Puvis de Chanvannes, Carriere, Luke, Fildes, Holl etc. Uma sala dedicada a Sargent muito bela. Gostei muitissimo do francez The Ribot. Notei tambem o retrato da nossa compatriota e grande artista G. Suggia por A. E. John. Uma enorme coleção de marinhas de Turner.
Na Belgica onde estive 5 dias visitei Bruxellas, Antuerpia e Gand. Vi os museus de Arte Moderna e Antiga, Museu Steen e o Honinklijk Museu, alem da Cathedral e outros logares onde supunha encontrar obras d’arte.
Admirei o belo quadro de Rubens a “Descida da Cruz” na Cathedral de Antuerpia, e a Sala do mesmo artista no museu Royal de Bruxellas. Magnificos trabalhos de Van-Eick na Cathedral de S. Bayon em Gand. Só estes quadros justificam uma viagem a Gand. Rembrant que encontrei espalhado em todas as galerias que vizitei, tambem aqui aparece bem representado. No museu Royal notei o nosso compatriota Sanches Coelho com um bom retrato. Alem destes mais A. Mors, Quentin, Metsys, Bruegel le jeune, Hieronimos Bosch, D. Tiniers com quadros grandes contra o costume, Van Ostade, Van der Does, D. Ryckaert, Alfred Stwens, H. de Braekeler, Zuloaga, Carolns Durand, G. Vogels, Besnard etc.
Lamento não poder traduzir em palavras a verdadeira e grande satisfação espiritual que me causou esta tão rapida visita a estes centros de grande Arte, visita que despertou em mim um enorme desejo de lá voltar em condições de poder com descanço ver e estudar tão belos trabalhos. Não frequentei curso algum, porque, infelizmente o tempo não chegou nem para ver como eu desejaria o muito que nesses paizes ha de admiravel. Fiz alguns apontamentos, simples manchas a oleo em Paris, Londres, Bruxellas, Gand, Antuerpia e Segovia, os quaes tenciono expor na proxima exposição da S. N. B. Artes.
Mario Augusto dos Santos
Lisbôa 19-11-1932
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Na volta a Portugal fiquei 5 dias em Madrid onde mais uma vez tive ocasião de admirar o Grande Velazquez, um dos pintores que mais admiro, e que depois de ter visto tanta obra prima continua para mim a ser um grande pintor. O Museu do Prado é digno de ser vezitado por todos que se interessam por arte. Ali se encontra o que há de melhor sobretudo em pintura espanhola, Murillo, Goya, Madrazo, Fortuny, etc., não falando no museu d’Arte Moderna onde se admiram Sorolla, Moreno Carbonero, Pradilla, Rosales, Lopez de Mesquita, etc. Alem de tudo que notei em pintura em todos os paises que vezitei não posso esquecer o que tambem vi de admiravel em outros ramos d’arte: escultura, architectura e Artes decorativas. As coleções de esmaltes “cloisonnés” em Victoria em Victoria & Albert em Londres e Cluny
em Paris são notaveis. Neste ultimo vi com satisfação trabalhos em marfim de portuguezes dos séc. XIV e XV. Devo tambem aqui referirme ao grande museu “Brithsy-Museum” cujas coleções archeologicas me encantaram.
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mário augusto// anos 30
«A obra que nos deixou, fragmentada e dispersa, é um belo conjunto de pequenos quadros de género, pequenas maravilhas onde se congregam o virtuosismo da mancha, a delicadeza impressionista, a justa harmonia dos valores, o intimismo dos assuntos, aflorando, num ou noutro motivo, expressões plásticas colhidas no seu embevecimento por Silva Porto, quanto à paisagem, ou por Columbano, quanto à figura. Essas influências salutares, equilibradas pelo seu temperamento calmo e concentrado, longe de o escravizarem como tantas vezes sucede a tantos, serviram ao artista de estímulo exuberante na ânsia de se procurar, de dar corpo à sua personalidade criadora.» Varela Aldemira, extraído de In Memoriam na reabertura do Museu Municipal, Figueira da Foz, 1945, p. 27.
anos 30 // mário augusto e familiares // ao centro, com gato ao colo, a esposa, maria augusta franco santos // no cavalete repousa a obra confidências, óleo que pertence à casa museu anastácio gonçalves
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À direita// Varela aldemira e mário augusto (com a mão pousada no ombro do amigo)
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tânger, marrocos, 5 de junho de 1923// reconhecendo-se à esquerda mário augusto, ao centro varela aldemira e à direita fernando david
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Varela aldemira e mรกrio augusto
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29 Anos 20// mário augusto
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25 fevereiro 1934// sanches ferreira e mĂĄrio augusto
anos 30// rua arnaldo gama, bairro arco do cego, lisboa
25 setembro 1934// praia nĂŁo identificada
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anos 30// lisboa
24 maio 1934// mário augusto e esposa
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Na penumbra, a casa onde nasceu Mário Augusto, no Largo do Coreto, Alhadas de Baixo
«Tu, nascido em aldeia assoalhada, de festões e verdura enfeitada, serias um rapsodo da paisagem, em que te era grato repousar os olhos, como um homem que os repousa na mulher entre tôdas preferida. Ela dentro de ti se reflectia, fôsse a réstea de sol sobre um casebre, a volta de um atalho, um pátio alegre, um ribeiro cantante, a lua atrás dum cêrro, a saudável aldeã, a horta, o cavador, um amoroso par, ruidosa romaria, o voo duma abelha a procurar a flor e um não sei quê secreto, e vago, e inexprimível, que o entendias tu, e mais ninguém sabia.» Manuel Cardoso Martha, extraído de Requiem em Memória do Pintor Mário Augusto, separata de “Notícias da Figueira”, Figueira da Foz, 1943, p. 2.
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os pais de mรกrio augusto, guilhermina barros e adriano augusto dos santos 33
reviver Mário Augusto
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anos 20// mário augusto é o segundo na fila de cima, à esquerda// Almoço de confraternização oferecido aos professores da Escola Fonseca Benavides, na qual Mário Augusto foi mestre antes de transitar para a Escola António Arroio
anos 20// mário augusto é o quarto a contar da direita
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anos 20// mário augusto é o quinto a contar da esquerda
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«Tu misturavas quatro ou cinco tintas de grosseira matéria, opaca e gorda, no oval da paleta envernizada; e o opaco era etéreo e transparente e o grosseiro era fluido e alvorecido, como em céu pluvioso as hialinas cores do arco-íris. É que o pincel, amigo bem-fadado, molhava-lo nos olhos, Olhos do corpo e alma – a tua alma infantil – e na tua vontade insatisfeita.» Manuel Cardoso Martha, extraído de Requiem em Memória do Pintor Mário Augusto, separata de “Notícias da Figueira”, Figueira da Foz, 1943, p. 1.
catálogo Reune o presente catálogo todas as obras de Mário Augusto existentes no Museu Municipal Santos Rocha, abrangendo um período cronológico de 1914 a 1941, sendo apresentada a sua reprodução fotográfica, bem como, as características mais relevantes e respetivos galardões. Foi mantido, sempre que conhecido, o título original com que o artista batizou os seus trabalhos, recorrendo-se como fonte de informação aos catálogos de exposições e concursos onde estiveram patentes.
retrato// Ruralidades// Paisagem rural e urbana Natureza morta// Estudos
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Reunir neste trabalho a totalidade da obra de Mário Augusto permitirá reconhecer e compreender uma parte do seu percurso artístico e dos recursos técnicos que foi adquirindo ao longo da sua curta vida mas, todavia, reveladora de um intenso trabalho sempre ávido de evolução ao nível pictórico e estético.
retrato Integram-se aqui, alguns dos seus mais importantes trabalhos, premiados e reconhecidos pelo seu intenso valor artĂstico onde, uma vez mais, ĂŠ bem reveladora a sua evolução resultante de uma constante aprendizagem.
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Retrato de António Augusto Gaspar
Retrato de desconhecido
1911
1911
Desenho a carvão 46.5 x 57,5 cm
Desenho a carvão 49.8 x 60.5 cm
Nº Inv. 96-G-039
Nº Inv. 75-G-695
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41
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42
Retrato de Maria Caetana Santos
Retrato de Benvinda dos Santos Silva
1916
1917
Desenho a carvão 53 x 63 cm
Desenho a carvão 49 x 60 cm
Nº Inv. 75-G-694
Nº Inv. 96-G-041
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reviver Mário Augusto
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retrato de José Maria Silva
retrato de ana gaspar oliveira
1918
S/D
Desenho a carvão 43.3 x 54.8 cm
Desenho a carvão 46.2 x 57 cm
Nº Inv. 96-G-040
Nº Inv. 96-G-038
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46
Retrato de Vasco Afonso Simões
Retrato de Fortunato Augusto Silva
1926
1926
Desenho a carvão 48.8 x 64.8 cm
Desenho a sanguínea 49.8 x 61.8 cm
Nº Inv. 75-G-696
Nº Inv. 75-G-687
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estudo para Retrato de Maria Antónia Santos S/D Desenho a sépia 21.2 x 30 cm Nº Inv. 75-G-693
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Retrato de Maria Conceição Sousa Moura 1922 pastel 29.2 x 37.5 cm
Retrato de minha mulher 1941 pastel 48 x 58 cm Nº Inv. 75-G-683
Nº Inv. 75-G-680
Apresentado no Salão Bobone, Lisboa, em 1922.
Considerada a última obra do artista, foi apresentada na XXXVII Exposição da S.N.B.A., em 1941, obtendo a Medalha de 1ª Classe, na secção de pastel.
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Retrato de maria augusta franco santos
Retrato de Augusto Lopes dos Santos
1914
[1920]
Óleo s/ madeira 26.5 x 35 cm
Óleo s/ tela 56.5 x 68.5 cm
Nº Inv. 00-G-191
Nº Inv. 75-G-682
Contrairá matrimónio com a retratada em 1930.
Considerado um dos seus primeiros retratos a óleo. Exposto na Décima Sétima Exposição da S.N.B.A., em 1920.
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Retrato do Pintor Carlos Moura
Retrato de Francisco Jorge Quadros
1924
1924
Óleo s/ tela 50 x 61.5 cm
Óleo s/ tela 50.5 x 60.5 cm
Nº Inv. 75-G-675
Nº Inv. 96-G-037
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Retrato de D. M. J. Conceição Silva
Retrato do Mestre A. Conceição Silva
1925
1923
Óleo s/ tela 68 x 85 cm
Óleo s/ tela 38 x 46.5 cm
Nº Inv. 75-G-688
Nº Inv. 75-G-691
Exibido na Vigésima Exposição da S.N.B.A., em 1925.
Apresentado no Salão Bobone, Lisboa, em 1923.
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Auto-retrato 1929 Óleo s/ tela 40 x 50.5 cm Nº Inv. 00-G-196
Retrato de Desconhecido 1935 Óleo s/ tela 40.5 x 49.5 cm Nº Inv. 05-G-005
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Retrato de meu Pai
Retrato de Minha Mãe
Óleo s/ madeira 14 x 18 cm
Óleo s/ madeira 14 x 18 cm
Nº Inv. 00-G-194
Nº Inv. 00-G-195
(adriano augusto dos santos) 1939
Exibido no 1º Salão de Estética da Figueira da Foz, organizado pelo Grupo de Amigos do Museu Dr. Santos Rocha, em 1940.
(guilhermina conceição barros) 1939
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Retrato de D. Florinda Santos (Florinda Santos de Lucena) 1934 Óleo s/ tela 85 x 100 cm Nº Inv. 75-G-684
Retrato da Exma. Senhora Condessa de Pinhel (Maria de los Dolores Lucio de la Arena) 1941 Óleo s/ tela 82.5 x 100 cm Nº Inv. 75-G-689
Apresentado na XXXI Exposição da S.N.B.A, em 1934.
Apresentado na XXXVIII Exposição da S.N.B.A., de 1941, sendo-lhe atribuído o Prémio Silva Porto, nesse mesmo ano.
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Retrato de Conceição Moura
Auto-retrato
s/D
s/d
Óleo s/ tela 36 x 45 cm
Óleo s/ madeira 37.5 x 46 cm
Nº Inv. 75-G-677
Nº Inv. 01-G-231
Este auto retrato foi adquirido pelo Círculo Artístico e Cultural Mário Augusto em 1956, onde esteve exposto enquanto aquele Círculo existiu. Foi adquirido em leilão pela Câmara Municipal da Figueira da Foz, em 2000.
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65
Ruralidades Tema muito característico do naturalismo português do final do século XIX e início do século XX, o retrato de figuras populares é apresentado por Mário Augusto como uma das suas mais significativas marcas e opções estéticas.
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A rapariga da bilha
O Latoeiro
1927
1932
Óleo s/ madeira 30.5 x 38 cm
Óleo s/ tela 46 x 61 cm
Nº Inv. 75-G-681
Nº Inv. 75-G-690
Apesar de conhecido como A rapariga da bilha, o artista apresentou a obra na V Exposição das Caldas da Rainha, com o título de Tipo das Caldas, tendo sido premiado com a Medalha de Ouro deste concurso.
Exposta pela primeira vez, em 1933, na XXX Exposição da S.N.B.A. Em 1937, Mário Augusto incluiu esta obra na 1ª Exposição de Arte Retrospectiva daquela Sociedade, e também na I Exposição de Pintura, Desenho e Aguarela, co-organizada pela Sociedade de Geografia de Lisboa e pela S.N.B.A., realizada em Lourenço Marques. Foi ainda exibida no 1º Salão de Estética da Figueira da Foz, em 1940.
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reviver Mรกrio Augusto museu municipal santos rocha
A Izaura 1935 70
Nº Inv. 75-G-686
Apresentado pela primeira vez na XXXIII Exposição da S.N.B.A., em 1936, obtém o Primeiro Prémio do Salon de Arte do Estoril, em 1938.
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Óleo s/ tela 41 x 50.5 cm
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Paisagem rural e urbana Através de pormenores descritivos e de elementos visualmente muito bem organizados, Mário Augusto soube relacioná-los entre si, na utilização das tonalidades, explorando a luz e os brilhos do espelho de água, representando sobretudo paisagens reais e nada cenográficas.
reviver Mário Augusto
74
Várzea das Alhadas 1927 Óleo s/ madeira 16 x 24.5 cm Nº Inv. 75-G-676
A ribeira do papel (Cacém) 1938 Óleo s/ madeira 35.5 x 53.8 cm Nº Inv. 75-G-674
Exposto na XXXVI Exposição da S.N.B.A., de 1939.
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75
Miragem na doca 1934
Nº Inv. 75-G-685
Apresentado na XXXII Exposição da S.N.B.A., em 1935.
coleção do museu municipal santos rocha
Óleo s/ madeira 41 x 33 cm
77
Natureza morta Esta é uma das temáticas em que Mário Augusto demonstra a sua capacidade técnica para a apresentação de trabalhos de intenso e claro realismo pictórico, salientando de modo claro, quer as texturas, quer as cores e os seus contrastes.
reviver Mário Augusto
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natureza morta (a couve) 1928 Óleo s/ tela 41 x 52 cm
natureza morta 1939 Óleo s/ madeira 18 x 23.5 cm Nº Inv. 75-G-678
Nº Inv. 75-G-679
Pertenceu a Carlos Sombrio (António Augusto Esteves), estando na sua posse já em 1940.
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Estudos Do mais simples e rudimentar esboço ao estudo mais elaborado, por entre misturas de cor, traços de carvão e grafite, este conjunto de esquiços, marioritariamente de reduzida dimensão, muitos deles não datados e não assinados, revela-se como a mais pura essência do artista, onde o seu traço se confunde com o seu pensamento e sentimento.
reviver Mário Augusto
84
Estudos
Estudo de interior
1914
1914
Desenho a lápis e carvão 15.5 x 15.5 cm
Desenho a lápis e carvão 16 x 22 cm
Nº Inv. 96-G-013
Nº Inv. 96-G-023
Aspecto de Madrid
Estudo
1914
1914
Desenho a lápis e carvão 16 x 22.2 cm
Desenho a lápis 16 x 22 cm
Nº Inv. 96-G-001
Nº Inv. 96-G-020
coleção do museu municipal santos rocha
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reviver Mรกrio Augusto
86
Estudos 1920
Estudo 1924
Desenho a lรกpis 16 x 21.5 cm
Desenho a carvรฃo 7.2 x 9.7 cm
Nยบ Inv. 96-G-024
Nยบ Inv. 75-G-697
estudo
estudo
1924
1927
Desenho a carvão 8.5 x 10 cm
Desenho a lápis e carvão 12.5 x 9 cm
Nº Inv. 75-G-700
Nº Inv. 75-G-698
coleção do museu municipal santos rocha
87
reviver Mário Augusto
88
Estudos s/D
EStudos S/D
Desenho a lápis e carvão 16 x 22 cm
Desenho a lápis e carvão 16 x 22 cm
Nº Inv. 96-G-018
Nº Inv. 96-G-027
estudos
Estudos
s/D
S/D
desenho a lápis e aguarela 16 x 22 cm
Desenho a lápis e sanguínea 11.6 x 22 cm
Nº Inv. 96-G-002
Nº Inv. 96-G-007
coleção do museu municipal santos rocha
89
reviver Mário Augusto
90
Estudos
estudos
S/D
S/D
Desenho a sépia 16 x 22 cm
Desenho a lápis e sépia 16 x 22 cm
Nº Inv. 96-G-008
Nº Inv. 96-G-014
estudo
Estudos
S/D
S/D
Desenho a sépia 16 x 21.5 cm
Desenho a lápis e sanguínea 16 x 22 cm
Nº Inv. 96-G-017
Nº Inv. 96-G-026
coleção do museu municipal santos rocha
91
reviver Mário Augusto
92
estudos
Estudos
S/D
S/D
Desenho a lápis e carvão 16 x 22.2 cm
Desenho a lápis e carvão 15.5 x 19.7 cm
Nº Inv. 96-G-003
Nº Inv. 96-G-004
Estudo
estudo
S/D
s/D
Desenho a lápis e carvão 14 x 15.5 cm
Desenho a lápis e carvão 16 x 21.5 cm
Nº Inv. 96-G-012
Nº Inv. 96-G-036
coleção do museu municipal santos rocha
93
reviver Mário Augusto
94
estudos
Estudos
S/D
S/D
Desenho a lápis e carvão 16 x 22 cm
Desenho a lápis e carvão 15.5 x 21.5 cm
Nº Inv. 96-G-006
Nº Inv. 96-G-009
Estudo
Estudos
S/D
S/D
Desenho a lápis 15.7 x 21.5 cm
Desenho a lápis e carvão 15.5 x 21.5 cm
Nº Inv. 96-G-011
Nº Inv. 96-G-016
coleção do museu municipal santos rocha
95
reviver Mário Augusto
96
Estudo
Estudos
S/D
S/D
Desenho a carvão 16 x 22 cm
Desenho a lápis e carvão 16 x 22 cm
Nº Inv. 96-G-032
Nº Inv. 96-G-034
Estudos
Estudos
S/D
S/D
Desenho a lápis e carvão 16 x 22 cm
Desenho a lápis e carvão 16 x 22 cm
Nº Inv. 96-G-035
Nº Inv. 96-G-033
coleção do museu municipal santos rocha
97
reviver Mรกrio Augusto
98
Estudo
estudo
s/D
s/D
Desenho a carvรฃo e aguarela 16 x 22.2 cm
Desenho a lรกpis 16 x 22 cm
Nยบ Inv. 96-G-005
Nยบ Inv. 96-G-010
estudos
estudos
S/D
S/D
Desenho a lápis 16 x 21.7 cm
Desenho a lápis 16 x 21.5 cm
Nº Inv. 96-G-029
Nº Inv. 96-G-030
coleção do museu municipal santos rocha
99
reviver Mรกrio Augusto
100
estudos
estudos
s/D
s/D
Desenho a lรกpis 16 x 22 cm
Desenho a lรกpis 16 x 22 cm
Nยบ Inv. 96-G-019
Nยบ Inv. 96-G-021
estudos
Estudos
S/D
S/D
Desenho a lápis 16 x 22 cm
Desenho a lápis 16 x 22 cm
Nº Inv. 96-G-025
Nº Inv. 96-G-028
coleção do museu municipal santos rocha
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reviver Mário Augusto
102
estudo
estudo
s/D
s/D
Desenho a lápis e carvão 16 x 22 cm
Desenho a lápis 16 x 21.8 cm
Nº Inv. 96-G-015
Nº Inv. 96-G-031
Estudos S/D
Estudo de “Confidências” S/D
Desenho a lápis 16 x 22 cm
Desenho a carvão 44 x 55 cm
Nº Inv. 96-G-022
Nº Inv. 96-G-699
coleção do museu municipal santos rocha
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varia
reviver Mรกrio Augusto
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«Saboreei a fome, o frio, o desconforto, o desprêzo pela vida sem sofrimento, na rica e excelente camaradagem deste pintor díscipulo de si mesmo, simples de maneiras, modesto no trato e orgulhoso da sua arte, dos seus quadrinhos que não vendia, remirando-se nêles quando se deitava, erguendo-se de noite para os tornar a vêr, apalpando-os, acariciando-os com ternura, por vezes, abandonando-os de pernas para o ar, sobre as cadeiras e os móveis, em acessos de estranho sonambulismo.» Varela Aldemira, extraído de Catálogo da Exposição de Pintura Mário Augusto. Homenagem póstuma, Lisboa, 1942, p. 4.
Bibliografia Catálogos (ordenados cronologicamente) Décima Sétima Exposição. Lisboa: Sociedade Nacional de Belas Artes, 1920. Exposição de Pintura e Desenho: Fernando David, Varela Aldemira, Mário Santos. Lisboa : Salão Bobone, 1921 Exposição de Pintura, Desenho, Pastel e Água-forte: Mário Reis, Varela Aldemira, Mário Santos. Lisboa : Salão Bobone, 1922 Vigésima Primeira Exposição. Lisboa: Sociedade Nacional de Belas Artes, 1924.
Catálogo da Exposição d’arte realisada em junho de 1925 em honra do Congresso para o Progresso das Sciências. Coimbra: Imprensa da Universidade, 1925 Exposição d’Arte. Lisboa: Museu João de Deus, 1926 Vigésima Quarta Exposição d’Arte. Lisboa: Sociedade Nacional de Belas Artes 1927. Vigésima Quinta Exposição d’Arte. Lisboa: Sociedade Nacional de Belas Artes, 1928.
coleção do museu municipal santos rocha
Quinta Exposição de Arte: Fernando David, Varela Aldemira, Mário Augusto, Jorge Segurado, Mário Reis, Paulino Montez. Porto: Átrio da Misericórdia, 1925
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reviver Mário Augusto
112
Vigésima sexta exposição d’Arte. Lisboa: Sociedade Nacional de Belas Artes, 1929.
XXXVI Exposição de pintura, escultura, arquitectura, desenho e gravura. Lisboa: Sociedade Nacional de Belas Artes, 1939.
28ª Exposição de Pintura, Pastel, Escultura. Lisboa: Sociedade Nacional de Belas Artes, 1931.
1º Salão de Estética da Figueira da Foz. Figueira da Foz, 1940.
29ª Exposição de Pintura, Escultura, Arquitectura, Pastel, Desenho, Gravura e Miniatura. Lisboa: Sociedade Nacional de Belas Artes, 1932. XXX Exposição de pintura, escultura, arquitectura, desenho e gravura. Lisboa : Sociedade Nacional de Belas Artes, 1933. Catálogo da Grande Exposição dos Artistas Portugueses. Porto: Imprensa Portuguesa, 1935. Catálogo da Exposição de Motivos de Lisboa: Festas da Cidade. Lisboa, 1935. XXXI Exposição de pintura, escultura, arquitectura, desenho e gravura. Lisboa: Sociedade Nacional de Belas Artes, 1934. XXXII Exposição de pintura, escultura, arquitectura desenho e gravura. Lisboa: Sociedade Nacional de Belas Artes, 1935. XXXIII Exposição de pintura, escultura, arquitectura, desenho e gravura. Lisboa: Sociedade Nacional de Belas Artes, 1936. I Exposição de Retratos. Lisboa: Sociedade Nacional de Belas Artes, 1937. 1ª Exposição de arte Retrospectiva (1880 a 1933). Lisboa: Sociedade Nacional de Belas Artes, 1937.
XXXVIII Exposição de pintura, desenho, gravura e escultura. Lisboa: Sociedade Nacional de Belas Artes, 1941. Exposição de pintura [de] Mário Augusto: homenagem póstuma. Lisboa: Sociedade Nacional de Belas Artes, 1942. Mário Augusto, 1895-1941: exposição retrospectiva. Figueira da Foz, 1996.
Monografias ALDEMIRA, Luís Varela - O Pintor Mário Augusto. In Memoriam da reabertura do Museu Municipal Dr. Santos Rocha. Figueira da Foz: Grupo dos Amigos do Museu Municipal “Dr. Santos Rocha”, 1947, p. 23-34. MARTHA, Cardoso – Requiem em memória do Pintor Mário Augusto. Separata de Notícias da Figueira, 1943
Periódicos
Bibliografia geral
ALDEMIRA, Prof. Luís Varela ; AUGUSTO, Mário - Evocação de um Mestre pintor figueirense e de um bom e inolvidável amigo. A Voz da Figueira. Figueira da Foz, (22. Jul. 1971), p. 1 e 3.
FRANÇA, José-Augusto – A Arte em Portugal no Século no Século XX, (19111961). Lisboa: Livros Horizonte, 2009.
PINTO, Manoel de Sousa - Artes e Artistas : A 23ª Exposição da Sociedade Nacional de Belas Artes. Ilustração. Lisboa. Ano 1, nº 8, (16.Abr.1926), p. 24-25. PINTO, Manoel de Sousa - Artes e Artistas : A 24ª Exposição da Sociedade Nacional de Belas Artes. Ilustração. Lisboa. Ano 2, nº 34, (16.Mai.1927), p. 30. Mário Augusto. O Dever. Figueira da Foz, Agosto de 1941, p. 2. ALMEIDA, Fausto de - Mário Augusto e o Museu Municipal. Jornal-Reclamo. Figueira da Foz. Ano 8, nº 249, (26. Out. 1940) p. 4. ALMEIDA, Fausto de – Um grande Artista figueirense : Mário Augusto, prémio “Silva Porto”, em 1941. Notícias da Figueira. (7 jun. 1941), p. 2.
FRANÇA, José-Augusto – Os Anos Vinte em Portugal : estudo de factos sócio culturais. Lisboa: Editorial Presença, 1992. GONÇALVES, Rui Mário – A Arte Portuguesa do Século XX. Temas e Debates, 1998. LAPA, Pedro ; TAVARES, Emília (coord.) – Arte Portuguesa do Século XX (1910 – 1960). Lisboa: Leya, IMC, 2011. MACEDO, Diogo de - A Arte nos séculos XIX e XX : o período moderno. In BARREIRA, João - Arte Portuguesa: Pintura. Lisboa: Edições Excelsior, [194?]. Vol. 2, p. 429-452. MATIAS, Maria Margarida L. G. - O naturalismo na pintura. In RIO-CARVALHO, Manuel - História da Arte em Portugal. Lisboa: Publicações Alfa, 1986. Vol. 11, p. 135-152.
PORFÍRIO, José Luís ; BARREIROS, Maria Helena - Da expressão romântica à estética naturalista. In RODRIGUES, Dalila - Arte Portuguesa da Pré-História ao século XX. Fubo Editores, 2009. Vol. 15, 140 p.
coleção do museu municipal santos rocha
PAMPLONA, Fernando de - Dicionário de pintores e escultores portugueses ou que trabalharam em Portugal, 2.ª edição. Lisboa: Livraria Civilização Editora, 1987-1988. 5 vol.
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«Ainda me recordo do seu quarto de solteiro, numa água furtada da Rua da Emenda, espécie de oficina e dormitório de boémio, menos o verniz de valdevinos que não existia no seu instrumental de trabalho. Sentindo o frio conforme a roupa, sóbrio de conveniências, inocente de riquezas e de ensinanças, dir-se-ia um discípulo do estóico Antístenes, seguro de corpo e alma mercê de energias acumuladas pela sua vontade autarca.» Varela Aldemira, extraído de Discurso em In Memoriam na reabertura do Museu Municipal, p. 26/ 27.
mário augusto// anos 10/20