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CRÔ NICA Uma nova chance para nosso presidente e legisladores aproveitarem e fazerem tudo corretamente. POR L UIZ TADEU CORREIA
LUIZ TADEU CORREIA é p ubl icitário, p rofes s or, radial is ta e jornal is ta. E-mail : l uiz tadeo@ cebol a.com.br Site: w w w .cebol a.com.br Bl og: w w w .cebol a.com.br/ bl og.h tml
UMA NOVA CHANCE
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Caros deputados estaduais, federais e senadores,
Tenho o orgulho de saber que todos os candidatos em que votei para o Legislativo foram eleitos. Sintam-se honrados! Apesar de ter nascido analfabeto, como a mãe do nosso querido presidente, sou um daqueles poucos privilegiados que conseguiram cursar não uma,mas duas boas faculdades, além de um mestrado meia-boca. Por isso,na mais sincera modéstia,creio não pertencer a nenhum dos lados dessa guerra civil entre ricos e pobres inventada pela imprensa.
Isso quer dizer que, graças a eleitores ‘ lúcidos’ como eu – que uns chamam de elite e outros de intelectual de esquerda – ,a reeleição do barbudo não é para ser considerada um cheque em branco.E muito menos um cartão corporativo sem limite de crédito! Ela é, isso sim,um habeas-corpus...Desculpem,mas diante de todos os escâ ndalos que assombraram o planalto nesses últimos anos, não dá para facilitar.Parafraseando o próprio presidente,“nunca na história desse país” se viu tanta cara-depau. Como a mulher traída que quer o marido de volta, o povo fez vista grossa, mas também não abre mão de ser bem tratado para lhe conceder o perdão.
Não tem outra saída. Agora, é crescer ou crescer! O Lula Molusco já conhece a máquina, sabe em quem pode ou não confiar e tem todas as ferramentas na mão. Como metalúrgico, tem a obrigação de saber usá-las.Aos nossos legisladores cabe a responsabilidade de apoiar com lucidez as reformas que façam o País avançar e vetar com veemência tudo aquilo que o fizer retroceder.Coisas óbvias das quais ouvimos falar há anos! Reforma política, impostos mais baixos, investimentos em infraestrutura, juros decentes... Aí, nesse último quesito, é preciso ‘ culhões’ de verdade! Não é possível que continuemos vivendo em um país com hospitais e escolas sucateados e bancos esbanjando seus lucros exorbitantes.
Quando será que os nossos governantes, legisladores e juízes vão entender que o ‘ presentinho’ que ganham dessas instituições se esvaem pelo ralo das estradas esburacadas, dos rios poluídos, das praças malcuidadas, do caos no trâ nsito das grandes cidades, da fome, da miséria... É a vitória da ‘ burrocracia’ sobre a burocracia.Um jogo de cartas marcadas.Uma disputa perdida em W .O.
Como a sociedade pode aceitar, tão passivamente, que essas corporações milionárias destruam a vida de centenas de milhares de empresas e cidadãos? Eu, particularmente, tenho feito a minha parte,contestando na justiça todos os juros que me são cobrados por esses senhores de engenho. Como se sabe, o resultado da ação pode variar de acordo com o local onde o juiz deposita suas economias. Mas vale a pena.Derrubamos um presidente,poxa! Por que não conseguimos fazer nada contra os bancos e financeiras que atravancam o nosso desenvolvimento?
Fica aqui lançado o desafio.Tenham ‘ culhões’ . Façam a sua parte! Eu, o povo, como a esposa traída, finjo esquecer o passado se for bem tratado. Quem sabe me apaixono de novo se voltar a ver a coisa crescer? ■
A reeleiç ã o do presidente L ula nã o pode ser considerada um ch eque em branco. É , na v erdade, um perdã o temporário, uma nov a oportunidade de consertar os erros do primeiro mandato