MARTIN MYSTÈRE
Detetive do Impossível
Arqueólogo, antropólogo, perito em arte, colecionador de objetos
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DE REPENTE, UMA NOITE...
incomuns e viajante incansável, Martin Mystère não investiga casos policiais... o objeto de seu trabalho é o impossível, ou seja, aqueles grandes enigmas (chamados de mystérios) que a ciência oficial não leva em consideração, mesmo se esses mystérios acontecem nos nossos dias, na nossa sociedade, bem perto de nós. Martin Mystère e seu assistente Java, um homem de Neandertal que sobreviveu à extinção, vivem suas aventuras em todos os lugares da Terra, de grandes metrópoles aos mais recônditos cantos do nosso planeta.
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DE REPENTE, UMA NOITE...
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OS GRANDES ENIGMAS DE
O DETETIVE DO IMPOSSÍVEL
DE REPENTE, UMA NOITE...
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História originalmente publicada em Martin Mystère nº 217 (Itália, abril de 2000). alguém se fez a pergunta “o que significa ser normal?”
“ser como a maioria das pessoas” é a resposta mais banal.
por exemplo, estes indivíduos não são nada normais.
não, eu imploro! não!
não seguem a estrada-mestra, os caminhos já traçados por quem os precedeu.
por quê?
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em suma, é gente que prefere percursos obscuros...
...tortuosos e pouco batidos.
por que fazer isso comigo? por quê?
eu ajudei vocês...
os anômalos caminhos do saber proibido...
fiz o que queriam...
nãããoo!
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aagh!
uhhngh!
caminhos que podem levar aos abismos de embrutecimento e perversĂŁo...
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...aos locais onde os instintos desviam no pesadelo...
...que quem segue estradas normais não pode nem imaginar.
algumas vezes esses caminhos podem conduzir ao conhecimento do sobrenatural...
...à ampliação do próprio saber.
mas isso acontece muito raramente.
che... chega! por favor... me matem!
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a sua dor nos une e nos torna mais fortes...
você deve nos agradecer! renascerá na glória dos antigos deuses...
...e quanto mais longa a sua sobrevivência, mais forte será a nossa união!
não...
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e as denominadas pessoas normais?
bem, algumas vezes pode acontecer de elas também deixarem a estrada-mestra...
...ou pela vontade de explorar “aquelas regiões secretas, rumo às quais poderia levá-las, mesmo se apenas em sonho, o irrefreável vento do destino.”(*)
...impelidas por “aqueles desejos escondidos que podem originar perigosos turbilhões até na mais límpida das almas...”
(*) arthur schnitzler (1862-1931), “breve romance de um sonho”, 1926.
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DE REPENTE, UMA NOITE... TEXTO: PAOLO MORALES DESENHOS: LUISA ZANCANELLA
agora não, martin! estou cansada... falamos disso amanhã! diana...
hmm...
como quiser...
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continua muito linda! e esta noite está mais linda do que de costume... ainda assim...
ainda assim é uma beleza que não reconheço, que sinto quase hostil... como a risada que deu há pouco...
“era forçada... quase sinistra...”
...ou, talvez, fosse simplesmente diferente...
“...desconhecida, assim como era desconhecida a mulher ao meu lado.”
ciúme e sentimento de culpa deveriam se excluir mutuamente, mas em vez disso...
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mas é mesmo ciúme o que sinto?...
não estou com raiva... mas tenho uma sensação de medo...
a inesperada sensação de não saber quem eu sou de verdade... e, talvez, de nunca ter sabido!
por que não quer falar, diabos do inferno? tem medo de se trair? de dizer coisas das quais poderia se arrepender?
só espero que amanhã, com a luz do dia, ela volte a ser a diana de sempre!
deve ser isso... deve ser esse o motivo...
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embora, pra dizer a verdade, eu também não esteja com muita vontade de falar...
é estranho dizer isso, mas pelo menos uma vez o bom e velho tio marty gostaria de ouvir...
a mulher que conheço e que esteve ao meu lado todos esses anos...
provavelmente, um desabafo nos livraria desta tensão...
...sem a obrigação de dar uma resposta!
...e, talvez, querendo nos livrar de um peso, corremos o risco de nos magoar!
mas desabafar por quê? aparentemente não há nada errado...
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