Nathan Never 1 - Os Olhos de um Estranho

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NATHAN NEVER Agente Alfa

Em um futuro em que as forças da ordem não têm mais

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OS OLHOS DE UM ESTRANHO

condições de garantir a segurança dos cidadãos, o Estado permitiu a criação de Agências Particulares de Segurança e Vigilância. De uma dessas, a Agência Alfa, faz parte Nathan Never, que vive suas aventuras num ambiente que recorda o filme Blade Runner. Nathan atua em uma imensa megalópole erigida em vários níveis sobrepostos, na costa leste do que um dia foram os Estados Unidos, onde a violência reina soberana, onde grandes multinacionais dominam a mídia, onde somente Nathan Never e seus colegas ainda acreditam na justiça.

No 01 • R$ 26,90 • €9,00

OS OLHOS DE UM ESTRANHO

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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Medda, Michele Nathan Never : os olhos de um estranho / Michele Medda ; ilustração Stefano Casini ; tradução Júlio Schneider. -- São Paulo : Mythos Editora, 2018. Título original: Gli occhi di uno sconosciuto. ISBN 978-85-7867-314-7 1. Histórias em quadrinhos I. Casini, Stefano. II. Título. 18-13988

1. Histórias em quadrinhos

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CDD-741.5

Índices para catálogo sistemático: 741.5

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FUTURO DA AVENTURA por Júlio Schneider

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ara quem está chegando agora ao mundo de Nathan Never, o ambiente é a Terra do futuro, depois da grande catástrofe de 2024, em que a humanidade convive, entre outras coisas, com robôs inteligentes (o computador de Nathan, com quem ele conversa, como veremos nesta HQ, chama-se Sibila: entre os antigos, era a mulher a quem se atribuíam o dom da profecia e o conhecimento do futuro). A divisão política é comandada pela Organização dos Estados Terrestres, e a lei e a ordem são controladas pela polícia com ajuda de agências particulares autorizadas a atuar na segurança pública. Uma das mais importantes é a Agência Alfa, onde atua o nosso mocinho, chefiada por Edward Reiser. Dentre os parceiros de NN estão a fogosa (no sentido de que adora abrir fogo em meliantes) Legs Weaver e o mago da informática Sigmund Baginov que, como se poderá perceber na história, tem um ligeiro problema de comunicação. Embora atue num futuro altamente tecnológico, Nathan é ligado ao passado, tanto que coleciona livros, discos e HQs da nossa época. No projeto apresentado a Sergio Bonelli, em 1988, o herói teria o nome de Nathan Nemo, e desde o início os três sardos (da ilha da Sardenha) Michele Medda, Antonio Serra e Giuseppe Bepi Vigna deixaram claro que as grandes fontes de inspiração foram o filme Blade Runner, de 1982, a série Star Trek e os desenhos animados Gundam (cuja transposição aos quadrinhos foi publicada no Brasil pela Panini Diretores: Dorival Vitor Lopes Helcio de Carvalho

Editor: Dorival Vitor Lopes Tradução: Júlio Schneider Adaptação: Dorival Vitor Lopes Letras: Marcos Valério da Silva Impressão: Gráfica Maistype

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em 2002, em 17 edições). A primeira aparição de NN no Brasil ocorreu de novembro de 1991 a junho de 1992, nos primeiros 8 números da série italiana editorados pelo estúdio Art & Comics e lançados pela Editora Globo, que em 1993 publicou uma HQ curta do herói na revista Especial Fumetti. Em 2005 outra HQ curta saiu no n° 1 de Seleção Tex e os Aventureiros, da Mythos, e, no mesmo ano, os volumes 18 e 19 da série italiana foram publicados em nosso País pela Ediouro. E agora, 13 anos depois, o Agente Alfa retorna às nossas plagas, mais uma vez com a fogueirinha da Mythos, continuando a sequência a partir da edição italiana n° 9.

NATHAN NEVER 01, abril de 2018, é uma publicação especial da MYTHOS EDITORA. Redação, Publicidade e Correspondência: Av. São Gualter, 1.296 - Alto de Pinheiros - São Paulo - SP 05455-002 Fone/Fax: (011)3024-7707. E-mail: dvitor@mythoseditora.com.br Website: www.mythoseditora.com.br © 2018 Sergio Bonelli Editore, www.sergiobonelli.it Licenciado por Panini SpA. Todos os direitos reservados. Distribuidor exclusivo para todo o Brasil: Dinap Ltda. - Distribuidora Nacional de Publicaçoes - Av. Dr. Kenkiti Shimomoto, 1678, sala A – Jardim Belmonte – Osasco – SP – CEP 06045-390 NÚMEROS ATRASADOS, ao preço da última edição em banca, podem ser pedidos pelo e-mail: numerosatrasados@mythoseditora.com.br, pelo telefone (11) 3021-7039 ou enviando uma carta para: Mythos Editora Ltda.,

Av. São Gualter, 1.296 - Alto de Pinheiros - São Paulo - SP 05455-002.

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História originalmente publicada em Nathan Never nº 9 (Itália, fevereiro de 1992)

hoje a cidade acordou embaixo de chuva! mas não é a costumeira chuva fedida e densa provocada pelo microclima metropolitano!as nuvens vêm da costa, empurradas pelo vento, e a água é limpa e fresca!

a central do tempo diz que o nível de poluição diminuiu em dois pontos!

se continuar assim, logo o ar ficará quase respirável!

Texto: MICHELE MEDDA Desenhos: STEFANO CASINI

prefiro os diner aos eat-o-matic! aqui não é um robô que serve a comida!

o meu turno na mpc tv começa daqui a uma hora! eu saí de casa adiantado! ainda dá tempo pra um café no diner(*) da esquina!

(*) Diner: Restaurante pequeno, geralmente com fachada tipo vagão de trem.

o rapaz me serve o café distraído! só tem olhos pras duas garotas que entraram!

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o que desejam, gatas?

não somos suas gatas!

dois milkofs!

ah, são dois milkofs?

sirva dois milkofs, palhaço!

as duas começam a falar de alguém que largou alguém! o atendente finge se concentrar nos milkofs mas escuta tudo! eu também escuto! ...aí ela disse... decola, droide... tô deprimida, pra baixo...

olho a tv! jacqueline stein, a mais conhecida âncora da cidade! sempre enquadrada de meio-busto, nunca em close! ela tem medo que notem as rugas em volta dos olhos!

ela fez bem em dar um eject nele!

Depois, vem o noticiário! o de sempre... guerras locais, inflação, nível de poluição, erupção vulcânica na baía diamante negro! não me interessa... nunca pensei em visitar a baía diamante negro!

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não sei por quê, olho pra fora, pra rua, através do vidro sulcado de chuva!

e a vejo!

está parada na chuva, com a saia levantada, enxugando uma meia! não tem um guarda-chuva!

não pensa que alguém pode estar olhando!

eu continuo de olho, roubando aquele instante de intimidade, até que ela ajeita a saia!

vai até o semáforo! quer atravessar... talvez!

sim... está vindo pra cá!

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pois não?

nem olhou pro rapaz quando pediu! típico! nesta cidade, ninguém olha nos seus olhos!

um café!

parece pouco à vontade! talvez seja daquelas que nunca vão a um diner! preferem os eat-o-matic!

deve ser isso! ela nem sabe onde colocar a bolsa!

e acaba escolhendo o lugar errado!

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oh, não!

espere, vou pegar um lenço...

eu sou tão atrapalhada... posso lhe pagar outro café?

não precisa! a mancha mal aparece!

ela mantém o olhar baixo, confusa, mas, por um instante, olhou nos meus olhos!

bem...

aceito as desculpas e tomamos o café juntos!

fora, a chuva continua!

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Parece que não quer parar! A cidade vista através da cortina da chuva tem uma aparência ainda mais irreal, como o holograma de um velho filme preto e branco!

Só o céu parece se manchar de camadas de cor! As escritas publicitárias dos dirigíveis lampejam na chuva, acendendo, com clarões de neon, uma manhã cinzenta como cinzas!

Fico parado, saboreando a água fresca que escorre no meu rosto! Eu corri a noite toda e preciso recuperar o fôlego! Não subi até aqui pra admirar o panorama!

Eu vim aqui capturar um assassino!

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Eu o procurei por três meses. E, agora, ele está a dois metros de mim, atrás de uma janela!

Está sozinho, caçado pela polícia e pelos caçadores de prêmio! Percorreu toda a costa leste e acabou voltando à cidade! Para a mulher dele!

Eu escuto pedaços da conversa, que se confundem com o crepitar da chuva e vêm com os trovões! ...e a polícia pode estar por perto!

calma... o prédio não é vigiado!

eu sei que não foi prudente vir aqui, mas eu não tinha opção! derek me vendeu e eu escapei dos tiras por milagre!

o safado era o meu último amigo... todos os outros estão mortos... ou cuspindo os pulmões nas minas da cidade da lua...

...agora só me sobrou você, rebecca!

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que mesmo que os guardas não me matassem, eu já estava morto... porque ninguém ligava se eu vivia ou não... só você!

na cidade da lua eu saquei muita coisa... lá dentro, a gente tem tempo pra pensar! eu pensei muito... sabe o que eu saquei?

mas... não! pra mim, você também está morto, bant!

morreu há dois anos, quando me largou com dois policiais na porta, dois cartões de crédito estourados e um filho que a assistência social me levou!

o que você acha que é, bant? olhe pra mim! preciso dizer o que eu faço pra viver ou você saca sozinho?

rebecca... becky... que papo é esse?

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você... você...

É agora! Ele largou a pistola! Está furioso demais pra ficar atento!

Conto até três! Vou no três! Um! Dois!

ah! Três!

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