Revista Circle

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EDITORIAL Nesta edição da Revista Circle, iremos refletir como o moda pode ser ao mesmo tempo bela e degradante para nós. Iremos conhecer sobre o processo de grande escala que a indústria da moda adota e suas terríveis consquencias para o meio ambiente. E o que podemos fazer para que isso acabe? A moda pode se inovador, e assim técnicas onde reaproveitamos resíduos texteis podem ser usados para a confecção de roupas. Conheceremos marcas sustentavéis, que apostam no Zero Waste (sem desperdicío) e saberemos um pouco maus desta técnica com uma entrevista com Annie, designer e amante deste movimento para preservar nosso meio ambiente. A moda pode ser bela, mas para muitos pode ser mortal, deixamos uma reflexão com a resenha do documentário “ The True Cost” que denuncia um sistema capitalista desenfreado para lucro, sem visar para o bem estar das pessoas. Sabendo desta situação, trazemos uma opção, uma organização mundial que participa ativamente em promover o consumo consciente, o Fashion Revolution indaga por respostas à empresas, “Quem fez minhas roupas?” com a união das pessoas que usam desta pergunta um meio de ajudar a trazer um ambiente justo e saúdavel para os trabalhadores.

Nathalia Santos

Agradecimentos Fotos: Pexels.com Haiyan Zhang @hedyyyyyyyyyy craig mcdean Harley Weir Kristin-Lee Moolman Marcas: @BrechóGatoPreto Comas Qi Wang @qiwangggg Re-Roupa Stella McCartney betopia Store SANDERMANN Pantys Insecta Yes I am Jeans EDUN

Materias: https://www.fashionrevolution.org/south-america/brazil/ https://www.consueloblog.com/vamos-falar-de-moda-sustentavel/ https://plataoplomo.com.br/o-que-e-moda-sustentavel-e-quemudancas-ela-propoe/ https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/ semanadomei2019/conteudos/upcycling-voce-conhece-a-novamoda,c100103bc7d1b610VgnVCM1000004c00210aRCRD https://tanianeiva.com.br/2016/08/17/zero-wast-um-modelo-deproducao-sustentavel/ http://www.impactounesp.com.br/2018/08/resenha-true-cost-erealidade-por-tras_10.html






Entenda o conceito de moda sustentável

Você certamente já ouviu falar sobre moda sustentável — o que antes era considerado apenas uma tendência, hoje vem se consolidando e ganhando cada vez mais espaço dentro do mundo fashion. No entanto, você sabe exatamente a que se refere esse conceito e quais mudanças ele propõe? Basicamente, a moda sustentável defende a redução dos poluentes na produção de roupas, sapatos e acessórios, impactando o mínimo possível no meio ambiente. Essa vertente surgiu da necessidade de repensar a nossa conduta, enquanto sociedade, do ponto de vista ecológico. Da etapa de produção de tecidos ao consumo desenfreado e descarte de peças usadas, a humanidade tem tirado matéria-prima, poluído e degradado a natureza há séculos, sem se preocupar com as consequências disso. Hoje, temos a honra de entrevista a lindissima Consuelo Blocker, filha de Costanza Pascolato. Consuelo, nasceu no berço da moda e tem um blog sobre o assunto 1) AW: Consuelo, vivemos um mundo puramente consumista.Zygmunt Bauman, um dos maiores pensadores do nosso século, possui dois livros que descrevem a sociedade e os relacionamentos como líquidos, uma vez que não se aprofundam, mantendo sua supercialidade, muito por consequência da era do cosumismo: É preciso TER e não SER. Você acha que a moda sustentável consegue se configurar numa sociedade , ou melhor dizendo, em um sistema assim? Consuelo Blocker: Não acho q o problema da moda sustentável seja por causa da sociedade, esta sendo ou não consumista. Para q ela possa funcionar, tem que cair no desejo do povo com o preço certo, ou seja acessível à maior parte dos consumidores. Portanto o seu appeal não deve ser a sustentabilidade, mas o desejo. Como tudo no mundo desde a maçã! 2) W: Muitas pessoas ainda acreditam que a moda sustentável é usar uma roupa com calça jeans usado ou com garrafinhas de pet, rs, de um modo vulgar. A situação é que nem todos compreendem a importância de toda a escala tanto de produção, como de circulação que a moda se perpetua. A sustentabilidade vem desde a matéria prima. Para você, qual é a escala mais importante para que se solidifique a moda sustentável? CB: O custo. Se o custo não permite, através da tecnologia e taxas do governo, a moda sustentável não haverá sucesso. 3)AW: Grandes conglomerados, bem como grandes estilistas, se voltaram mais para moda sustentável após serem condenados por grandes meios de comunicação, mostrando seus maus tratos com funcionários (como exemplo da Zara). Qual a importância que você vê na imprensa nacional e mundial como aliança da moda sustentável? CB: É imprensidível. Mas infelizmente, em geral, por falta de tempo e fundos, a imprensa é sensacionalista e pouco informada e faz generalizações incorretas. 4)AW: Você acha que a moda será 100% sustentável? E como podemos nos tornar mais? CB:Honestamente, não sei. Acredito que será 100% sustentável se um grau de qualidade/estilo/preço satisfizer o consumidor. Nada funciona se imposto. Tem que se transformar em um modo natural de fazer as coisas. Acho, e esta é só uma opinião nada científica, que a primeira coisa é melhor a tecnologia.

Diferença entre moda consciente e moda sustentável Enquanto que a moda sustentável se preocupa com as formas de produção da indústria têxtil, a moda consciente é quando o consumidor manifesta em suas compras a preocupação com as questões ambientais e também sociais que envolvem a produção em massa das fast fashions. A seguir algumas dicas para contribuir com o meio ambiente, e zelar pelo desenvolvimneto do mundo, seguindo dicas simples, podemos contribuir e ajudar para que a moda seja mais consciente e sustentável, com simples gestos podemos mudar o mundo.




Upcycling: Você conhece a nova moda? Entenda por que o conceito de reaproveitamento de um produto ganha cada vez mais força e se torna uma nova forma de deixar o planeta mais sustentável. Também chamado de “movimento slow fashion” ou “movimento maker”, o upcycling é uma tendência que surgiu por uma necessidade de inovação e mudança de comportamento. Apesar de ter origens nos anos 1990, o conceito chegou no Brasil recentemente, mas com grande potencial para ficar e criar raízes. Upcycling nada mais é que o processo de criar algo novo a partir de itens antigos. Ou seja, usa materiais existentes, que iriam ser descartados, para melhorar os originais. Como há muito a se reaproveitar por aí, a ideia tem sido apreciada por milhares de pessoas e ganhado inúmeros adeptos pelo mundo. O resultado final geralmente é um produto exclusivo, sustentável, feito à mão e pensado de forma consciente do início ao fim. Para muitos, o upcycling vai além do reciclar: ele recria de maneira inovadora. Por isso, é considerado uma ótima oportunidade para transformar a indústria da moda. O consumidor atualmente adota discursos ecologicamente corretos, principalmente quando o assunto é relacionado à sustentabilidade. O conceito de reaproveitamento e da continuidade do ciclo de vida do produto ganha cada vez mais força e é uma nova forma de tornar o planeta mais sustentável. O Upcycling não significa reciclar, mas recriar.

‘Conciliar baixo impacto ambiental com alto impacto sensorial’. Fred Gelli, designer

Comas : É a marca da estilista Agustina Comas, professora do curso online Upcycling, que foca no upcycling de camisas com defeito. A Comas reutiliza saias e camisas e seu processo criativo as transforma em novas peças. “Queremos sempre deixar o produto com cara de atemporal, que possa ser usado em qualquer estação ou situação – o que aumenta o tempo de uso dele. E sempre prezamos por algo bem acabado, pra despertar o desejo do durável”, afirma Agustina Comas.


Modelagem Zero waste : Conheça essa técnica Com a rapidez na produção de roupas no modelo fast fashion, que produz muito com pouca qualidade e baixos preços, muitas roupas são usadas por pouco tempo e depois de gastas, são jogadas diretamente no lixo. A cultura do descarte virou um hábito quase que automático, e poucas pessoas pensam no destino das roupas que são descartadas e na consequência disso. Além disso, há o desperdício na indústria do vestuário. Esse modelo de consumo em que tudo é descartável começa a ser questionado, dando lugar aos projetos de “zero waste”, ou “lixo zero”. Para algumas pessoas esse estilo de vida é impossível e não se encaixa na vida urbana, mas na verdade ele ganha cada vez mais adeptos no Brasil e no mundo. É um modo de viver que exige abdicar de alguns hábitos de consumo da vida moderna, como comprar roupas em excesso, por exemplo. Por outro lado, esse modo de vida permite redescobrir prazeres há muito esquecidos, como o de encomendar uma roupa nova num atelier local e viver a experiência de acompanhar todo o processo e poder decidir detalhes da peça, coisa que não é possível quando se compra roupas prontas. A experiência de fazer uma encomenda personalizada gera maior apego emocional às roupas e consequentemente, maior cuidado. Uma roupa de qualidade pode durar anos e fazer parte de muitos momentos importantes em nossa vida e na vida de nossos filhos. Em vez de acumular dezenas de peças no armário, podemos ter aquelas roupas escolhidas a dedo, que cuidamos com carinho para que tenham uma longa vida e possa ser usada por mais tempo. No caso das roupas infantis, uma peça de qualidade pode ser usada por muitas crianças, sejam elas da mesma família ou não. Na confecção de moda e vestuário existe uma séria problemática com relação ao desperdício. A indústria do fast fahion produz cada vez mais peças de roupas e nessa produção acelerada, milhões de toneladas de sobras de tecidos são rejeitadas. Isso gera um impacto econômico que é repassado ao consumidor: o preço comercial das peças usualmente inclui uma compensação para os resíduos. Esses restos de tecido, na maioria das vezes, vai para o

lixo, porque aproveitá-los seria perda de tempo. O processo de design “zero waste” oferece uma alternativa de produção mais limpa, visando à minimização do desperdício já nas fases de design e modelagem, proporcionando nova abordagem ao desenvolvimento de produtos, tornando a produção mais limpa e diminuindo seus impactos ambientais, visando o conceito sustentável do slow fashion. Embora o design zero waste seja considerado inovador para a indústria, o conceito já é antigo na história do vestuário. De acordo com Rissanen e McQuillan (2011) muitas roupas eram projetadas para minimizar o desperdício e as modelagens eram desenhadas como um quebra-cabeça de formas simples, como o kimono japonês, ou o tecido não era de todo cortado, como no chiton romano e no saree indiano. Segundo os autores, contudo, devido à Revolução Industrial, o tecido se tornou mais barato e fácil de ser jogado fora. O processo zero waste reapareceu na primeira metade do século XX com Ernesto Thayaht e na década de 1950 com Claire McCardell e Bernado Rudofsky. Atualmente,as pioneiras no zero-waste fashion design são Zandra Rhodes, que emergiu na década de 1970, e Yeohlee Teng, na década de 1980. O design zero waste ainda é pouco conhecido no Brasil, mas algumas empresas já estão adotando com bons resultados. As pessoas passaram a buscar uma vida saudável aliada ao ritmo urbano, e em alguns países, a sociedade cobra mudanças para o setor da confecção. Esse novo consumidor é bem informado e direciona a indústria e a moda para novos padrões de produção, criação e desenvolvimento sustentáveis. Para o novo consumidor de moda, deve existir uma nova indústria de moda, que saiba se relacionar com esse público, impulsionando um novo padrão de consumo consciente. A indústria é cobrada a atentar para a quantidade de recursos e matérias-primas que a sociedade atual está deixando para as próximas gerações. Consumir produtos eco amigáveis se trata de uma atitude de educação, conhecimento e respeito pelo planeta.

SANDERMANN X SUSTENTABILIDADE “Essa escolha de materiais é uma grande restrição para mim, que realmente me permite ser mais criativo, porque tenho que me mover dentro dessas fronteiras. Ele desafia e me desenvolve como designer. ”

Stine Sandermann

Nosso foco principal na SANDERMANN está no gerenciamento de resíduos sólidos. Tanto no que diz respeito ao uso de materiais residuais quanto à criação do mínimo de desperdício possível ao produzir as peças de vestuário. Passamos muito tempo adquirindo e processando materiais locais sustentáveis ​​e construindo padrões de desperdício zero para nossas roupas.

QI WANG Designer e fotógrafo recém-formado em Parsons, Qi Wang foi inspirado por uma abordagem diversificada das artes e disciplinas humanísticas. Ela mantém zero desperdício e sustentabilidade perto de seu coração, como demonstrado por sua coleção de teses, que brinca com tecidos com padrões geométricos que criam ilusões ópticas mesméricas.


Entrevista com Mariana (Annie) Ruaro estilista e adepta a técnica Zero Waste, abaixo ela fala um pouco sobre esta tendência de moda, e nos mostra um pouco sobre seu trabalho. Como surgiu sua paixão por design Zero Waste (Resíduo

3. Porque as empresas no geral, não adotam este tipo de design?

Aprendi a técnica na faculdade (a FSPOA, Faculdade SENAC Porto Alegre) no curso de design de moda dentro de uma disciplina que nos mostrava técnicas diferentes de criação, logo no primeiro semestre, e foi paixão a primeira vista. Sempre fui muito fã de estética diferentes na moda e pra mim zero waste tem um ar futurista, um futuro distópico mas ainda assim um futuro. Depois disso comecei a aprender mais sobre a indústria da moda e malefícios que pode trazer para o ecossistema em questões como o desperdício e acúmulo de lixo, então porque não juntar algo que esteticamente é agradável com algo que pode ajudar as pessoas e o planeta de forma real?

Modelagem de peças de roupa não é uma coisa fácil, por mais que possa parecer. A criação de um molde perfeito demora horas, são muitos cálculos envolvidos para criar ele do zero, por isso se contrata um/a especialista para fazer essa tarefa nas empresas. A técnica de modelagem zero waste é algo bem mais complexo pois exige cálculos mais cálculos e as vezes até softwares específicos para a criação desses moldes. Apesar de existirem técnicas diferentes de modelagem zero waste (a exemplos da ‘Subtraction Cutting’, ‘Precarious Cut’ e ‘Square-cut Pattern’) todas se baseiam em cálculos precisos para as peças ficaram com o caimento correto e ergonomicamente usáveis, para isso acontecer precisasse, além de estudo, uma mente aberta para uma modelagem diferenciada. As peças de zero waste não ficam normalmente com uma silhueta modelada de forma justa e super adaptada ao corpo do usuário, elas ficam largas e isso as vezes não é algo que agrada pessoas em geral. Então para quê as empresas vão gastar tempo de estudo, procurar profissionais que são especialistas nisso ou capacitar funcionários para tal fim, se não vão ter grande número de vendas?

1. zero)?

2. As empresas nacionais, na sua opinião estão interessadas em opções que visam a economia de tecidos? Acho que as pequenas empresas, ditas slow fashion, com certeza devem se interessar, não somente pela parte sustentável mas porque desperdício de tecido é gasto a mais para elas. Conheço muitas lojas que reaproveitam retalhos de tecido fazendo chaveiros, estojinhos, cases de óculos, moedeiras e afins. Elas mandam esses itens como brindes para as pessoas junto com as compras. A ideia é muito interessante porque além de tu aproveitar um tecido, que iria fora, de um jeito que agrada o cliente cliente tu ainda garante que esse pedaço de tecido não vira lixo, que por sinal demora muitos anos pra se decompor. A minha peça de roupa favorita de todos os tempos foi criada com uma técnica dentro da gama sustentável também, chamada Junky Styling. Essa técnica consiste em desmanchar uma peça de roupa já existente e sem cortar o tecido transformar essas partes de tecido em um nova peça de roupa. Com essa técnica criei um outfit que intitulei “Harajuku”, foi todo inspirado nas tribos urbanas que habitam essa área de Tokyo. A calça com saia lateral removível era uma camisa, as pernas da calça eram as mangas e a saia removível é constituída da parte das costas e do colarinho dessa camisa. O casaco assimétrico eram um colete e um casaco estilo slim. O outfit foi criado para concorrer num concurso chamado Erechim Moda Show, em 2015, no qual fiquei em quinto lugar. O tema era o futuro da moda e pra mim zero waste, junky styling e técnicas sustentáveis e de reaproveitamento de tecido, definitivamente são o futuro da moda. Não somente o futuro na parte estética mas o futuro que precisamos criar, porque como falam por ai: “Não existe um planeta B”.

Mariana (Annie) Ruaro Designer de moda, pósgraduanda em Design Cenográgico, amante de ficção-científica e histórias em quadrinhos. Aficionada por cores e pesquisadora de moda japonesa em tempo integral.

4.

Quais são suas maiores influências deste estilo?

Definitivamente Timo Rissanen e Holly McQuillan. Eles além de trabalharem com técnicas muito boas e disponibilizarem, por vezes, moldes de peças de roupa que fazem, são ativistas sociais e isso, pra mim, é incrível demais.













Ficha técnica: Data de lançamento: maio de 2015 (França) Direção: Andrew Morgan Música composta por: Duncan Blickenstaff Produção: Michael Ross Produção executiva: Livia Giuggioli, Lucy Siegle, Vincent Vittorio, Chris Harvey Disponível para reprodução na Netflix Brasil.

Qual o é o custo real de uma blusa que você normalmente compra plásticos e combustíveis. Mas durante o documentário notamos que na liquidação em uma loja de departamento? a globalização e o sistema capitalista tem induzido o crescimento Você sabe quantas mulheres em países ocidentais deixaram espantoso do consumo e do rápido descarte dos bens. de ver seus filhos, correram riscos em estruturas condenadas, Esse é o caso da moda rápida que, para suprir as necessidades ficaram expostas a produtos químicos e receberam dois dólares da produção globalizada, terceiriza o trabalho para países em ao dia, para que sua blusa favorita pudesse entrar na liquidação? desenvolvimento, onde os salários são extremamente baixos e The True Cost (2015) é um documentário disponível na Netflix, não possuem reajuste. Quanto mais terceirizado, menor é preço que responde essas questões e vai além. Com duração de pouco do produto final. O documentário nos leva até Daca, a capital de mais de uma hora e meia, o diretor Andrew Morgan explora a Bangladesh e nos mostra a realidade do trabalho em indústrias têxteis indústria da moda, que mesmo sendo a segunda mais poluente, com relatos dos próprios trabalhadores. Segundo o proprietário perdendo apenas para a indústria do petróleo, gera uma dessas fábricas, no ocidente as “Por trás da sua roupa, de pouco debate acerca de seus impactos sociais, lojas competem entre si pelo menor preço, e econômicos e ambientais. há uma história que não consequentemente pressionam os produtores The True Cost (2015) é um documentário disponível que acabam perdendo seus compradores foi contada”, anuncia o têxteis, na Netflix, que responde essas questões e vai além. caso não cumpram com o preço solicitado. Um Com duração de pouco mais de uma hora e meia, o desabamento é documentado no filme, e mostra documentário. diretor Andrew Morgan explora a indústria da moda, como as indústrias são capazes de garantir o que mesmo sendo a segunda mais poluente, perdendo apenas lucro, mas não conseguem garantir os direitos humanos essenciais para a indústria do petróleo, gera pouco debate acerca de seus de seus trabalhadores. No ano de 2013, um prédio chamado Rana impactos sociais, econômicos e ambientais. Plaza desabou, matando 1127 trabalhadores da fábrica de vestuário, que fabricavam roupas para marcas como o Grupo Benetton, The Children’s Place, Primark, Monsoon, DressBarn e H&M. Segundo relatos, os trabalhadores já haviam notado as rachaduras do antigo prédio, mas nada havia sido feito. Há ainda, uma parcela de pessoas que acreditam neste sistema, alegando que o mesmo é benéfico, pois gera emprego em países subdesenvolvidos e torna as mercadorias Logo em seu início o narrador do documentário anuncia que “esta é uma acessíveis aos compradores. história, sobre as roupas que vestimos, as pessoas que fazem essas Mas o documentário, através de muitos pontos de vista, desmonta roupas, e sobre o impacto no nosso mundo”. essa visão utópica. Salários baixos, condições inseguras, tempos E você pode até mesmo se questionar que impacto seria este, pois, excessivos de jornada de trabalho e desastres nas fábricas são aos nossos olhos acostumados, o que vemos em relação a poluição “perdoados” por conta dos empregos necessários criados para está geralmente ligado à materiais derivados do petróleo, como pessoas “sem alternativa”.

A tendência das fábricas Têxteis







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