Revista Nume

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editorial Conheça temas de interesse para quem aproveita a vida. Esta oitava edção da Revista Nume, além de levar o público para o festival mais maluco do mundo, o Burning Man, promove artigos de assuntos gerais como: música, série, filmes, arquitetura e livros. Neste número apresentamos 12 artigos diversos, neste mês de Outubro informamos sobre o mês mais horripilante do ano, o Halloween, e aproveitamos mostrar as diversas atividades para quem sonha estar em Nova Iorque nesta data tão animada. A moda também esta presente nesta edição, saiba como a moda pode ser usada para projetos audiovisuais, e como estilistas fazendo de sua coleção um filme com estilo noir, trazendo o melhor da moda para festivais mundiais de cinema independente.

Nathalia Santos

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sumário

arquitetura |

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MODA Filmes de moda ganham mostra em Paris

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Collab da Fenci com nicki minaj desembarca no brasil

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O que fazer em Macau – Roteiro e dicas de viagem para a China portuguesa

Resenha do Filme: Paradise Hills

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CULTURA POP Conheça as famosas séries e novelas de dramas orientais

FESTIVAL Por dentro do Burning Man, o ‘festival’ mais louco do mundo

Especial Outubro: Descubra o que fazer na época mais horripilante do ano em Nova Iorque

CINEMA

SÉRIE The Umbrella Academy: Série é a dica da Nume para o final de semana

Novo Rock Britânico: Velhos Sons, Roupas Contemporâneas

VIAGEM

ESTILO Coral vívido, a cor de 2019 e suas principais combinações

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HALLOWEEN

PET Conheça o café com gato, o primeiro cat café do Brasil

festival |

MÚSICA

ARQUITETURA Simplicidade e alegria são marcas do restaurante Arturito

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LITERATURA Fragmentos do Horror – Junji Ito

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Filmes de moda ganham mostra

em Paris Agnes dean

moda

“A Shaded View on Fashion Film” abre espaço para as novidades, com uma programação dedicada às manifestações de rua.

Moda e cinema estão cada vez mais próximos. E o festival “A Shaded View on Fashion Film”, que acontece em Paris de 24 a 28 de setembro, exibe curtas, média-metragens e instalações em torno do mundo da moda. Em sua terceira edição, a mostra está concentrada no Centre George Pompidou e foi marcada justamente para antes do início da semana de moda. A curadoria é da jornalista e fashionista Diane Pernet.

Do noir ao conceitual Os estilistas e suas coleções são o grande foco da programação. Entre os destaques, está “Valentino – masters of sytle”. O documentário é uma longa entrevista com o criador, em sua mansão em Londres e em seu ateliê em Roma. O diretor e fotógrafo Bruce Weber exibe o seu filme inspirado na coleção de inverno 2010 de YSL: o curta foi lançado na internet no mesmo dia que o desfile e Weber teve carta branca da marca para criar seu universo próprio. São muitas as linguagens. Gareth Pugh mistura sua coleção com um ambiente de pânico e paranóia. A modelo Agyness Dean é a estrela de “Mean to me”, filme de ficção noir em que ela interpreta uma mulher presa em uma relação doentia. A programação tem também curtas com um tom crítico. Como, por exemplo, no filme “High Life (I only dance with my Luv)”, que tem como tema o fanatismo de uma homem pela Louis Vuitton.

Stuck Inside de Alec Davis

Além dos grandes nomes da moda, “A Shaded View on Fashion Film” abre espaço para as novidades, com uma programação dedicada às manifestações de rua. A juventude urbana da China e os skatistas inspiram alguns dos filmes.

Crieri de Matteo Trincanato Mean to me de Gareth Pugh 5

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Simplicidade e alegria são marcas do restaurante Arturito Luan Galani “Paisagismo e arquitetura se fundem esteticamente no projeto de Candida Tabet, que utilizou uma malha de tubos galvanizados para receber trepadeiras” Os principais ingredientes do restaurante Arturito são simplicidade e descontração. Sem nunca perder a elegância. Justamente como a chef argentina Paola Carosella, que ficou popularmente conhecida pela atuação como jurada do Masterchef Brasil.” “Localizado no bairro de Pinheiros, em São Paulo, o restaurante foi inaugurado em 2008 com projeto arquitetônico e interiores do também argentino Lucas Grimaldi. Era um ambiente intimista, escuro e austero. Não satisfeita com a atmosfera pretensiosa, Paola chamou

a arquiteta Candida Tabet para realizar uma renovação.” “A instalação longitudinal toda em concreto armado foi mantida. E as soluções para o interior e o exterior foram unificadas: recaíram sobre instalações tubulares metálicas e o verde. As tubulações criaram volumes alinhados, simples e harmônicos, que, do lado de fora, direcionam vertical e horizontalmente o crescimento de diversas trepadeiras, dando uma cara orgânica à edificação.”

“Parte externa do Arturito: praça de espera com trepadeiras que alegram e esverdeiam a fachada cinza.”

A chef Paola Carosella transformou um antigo sobradinho cor-de-rosa em seu novo restaurante. Segundo ela, o lugar tem “cara de noite”

A área de espera tem ares de terraço, com mobiliário de madeira e fibras naturais, e tecidos estampados, que também se estendem para uma parte da área de atendimento

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arquitetura

O restaurante Arturito ficou muito mais requisitado nos últimos tempos graças à participação de Paola Carossela como jurada do MasterChef Brasil. Mas, além disso, há muitos motivos para colocar este espaço na rota dos restaurantes que estimulam o olhar. Instalado em Pinheiros, zona oeste da capital, o ambiente foi renovado para promover alegria e descontração. Para isso, o revestimento interno de madeira escura deu lugar a paredes brancas, com espelhos.

Os estofados ganharam um revestimento estampado, muito mais colorido e alegre, e as cadeiras foram substituídas por modelos feitos com trama de junco. Na fachada, a instalação tubular em aço galvanizado cinza aliada a uma trepadeira que sobe desde os canteiros inferiores trouxe mais vida e harmonia na chegada. Vale a pena pelos pratos famosos e também pela descontração e leveza do ambiente.

rastaurante arturito arturito.com.br R. Artur de Azevedo, 542 - Pinheiros, São Paulo - SP no almoço de 3ª a 6ª das 12h às 15h sábados e domingos das 12h30 às 16h no jantar de 2ª a Sábado das 19h às 23h30

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pet

conheça o Café com Gato, o primeiro cat café do Brasil Brunella Nunes Se propagando por toda a Europa, os Cat Cafés são estabelecimentos que funcionam como uma cafeteria, mas possuem uma característica que faz toda a diferença: gatos circulando entre os clientes. Em Sorocaba, São Paulo, temos algo parecido com isso, o Café com Gato, primeiro cat café do Brasil. O amor pelos felinos acompanha a empresária Fabiana Ribeiro desde a infância, quando ela e o irmão levavam gatos vira-latas para casa, que eram recusados pelo pai dela. Depois de ouvir uma porção de nãos, teve um gato que conseguiu entrar na família, o Frederico. Após sua morte em 2006, outros tantos cruzaram o seu caminho e ela se viu apaixonada pelos bichos.

Com essa alma de cat lover, não poderia dar em outra coisa a não ser um café repleto de 10 gatos: Chocolate (Maine Coon), Milk (Sphynx), Mocaccino (Ragdoll), Capuccino, Canela (SRD), Chantilly (Persa), Canela (SRD), Vanilla (American Shorthair) e Bombom, uma SRD especial que é paraplégica e posou lindamente para a foto abaixo.

Para quem tem medo, repulsa ou qualquer coisa do tipo com gatos, aconselho o passeio. Como não há contato direto com os animais, dá para observar seu comportamento e, quem sabe, se apaixonar por eles, que são bem sociáveis. Se for o caso, Fabiana permite que a graciosa Sphynx Milk se aproxime do cliente que estiver disposto a amar os felinos.

Um dia eu estava comendo num restaurante e lá tinha um aquário, então pensei em fazer exatamente isso, só que sem peixes”. Mas, a vigilância sanitária brasileira não permite quaisquer animais em ambientes onde há comida e esse é o principal fator que impede os cat cafés no país. Depois de vender sua própria casa, seu carro e fazer empréstimos, a cafeteria foi aberta no dia 8 de maio de 2014 depois de uma longa trajetória atrás do lugar perfeito para acomodar os clientes e os animais, incluindo o tal aquário, um vidro onde os clientes assistem o que eles estão fazendo. O local tem bastante espaço e dá acesso a um quintal, onde os gatos circulam tranquilamente. Ali eles passam o dia brincando, dormindo e fazendo charme.

Av. Pereira da Silva, 866 - Jardim Santa Rosália, Sorocaba / SP

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Collab da Fendi com Nicki Minaj desembarca no Brasil

Alguém tinha alguma dúvida de que uma collab entre Fendi e Nicki Minaj seria explosiva? Pois a coleção-cápsula que firma a dobradinha - e novo capítulo da FF Series -, acaba de desembarcar nos Brasil. Fiel ao estilo extravagante e ultrapop da rapper - que recentemente anunciou sua aposentadoria da música -, ícones da casa como as bolsas Baguette e Peekaboo ganham versão prateada na coleção Prints On, de referência espacial, e vem acompanhadas de acessórios como óculos escuros, brincos door knocker e tênis - tudo incorporando a logomania que a Fendi sabe fazer tão bem.

ESTILO Nicki Minaj e Silvia Venturini Fendi em foto publicada pela marca italiana no mês de março

“Esperem para ver as coisas épicas que chegarão com esta coleção”, comentou Nicki pelo Twitter. “Vocês nunca devem duvidar de si mesmos. Como uma garotinha de Trinidad [e Tobago] que cresceu pobre, se alguém me dissesse que um dia meu rosto estaria em uma peça de roupa da Fendi, eu teria rido”, completou.

Novo capítulo da FF Series, Prints On, reinterpreta os códigos da casa em versão ultrapop e extravagante Além disso, a coleção aposta na justaposição de silhuetas oversized e super justas, unindo peças sofisticadas, criadas com técnicas artesanais, a outras de lazer. O mesmo estilo eclético e com uma atitude street ganhou os acessórios da linha. As icônicas bolsas Peekaboo e Baguette, por exemplo, ganharam versões futuristas com lantejoulas, assim como cintos, óculos, brincos e sapatos.

Peças da coleção Prints On, da Fendi, em collab com Nicki Minajh 11

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The Umbrella Academy: série é a dica da Nume para o final de semana

série Conheça The Umbrella Academy, a série sobre família de heróis que bateu recorde de Stranger Things e é a série mais assistida da Netflix de todos os tempos

Thais Ribeiro

SINOPSE

Antes de falecer, o milionário Sir Reginald Hargreeves adotou sete crianças a fim de treiná-las para combater o mal. Depois que ele morre misteriosamente, esses jovens habilidosos unem suas forças para seguir o caminho para o qual seu pai adotivo os criou e acabam se envolvendo em um mundo muito mais perigoso do que eles imaginavam ser possível.

Não existe uma fórmula concreta para o sucesso, mas no caso de The Umbrella Academy, com certeza são as suas casualidades. Afinal, a série original Netflix nasceu da parceria improvável de um vocalista de uma das bandas emo de maior popularidade da década passada e um brasileiro. Isso mesmo. Gerard Way (para quem não lembra, vocalista do My Chemical Romance) e Gabriel Bá (paulista que conquistou o mundo com a fanzine 10 pãozinhos) uniram forças e entregaram, lá em 2008, uma série em quadrinhos de uma família de heróis disfuncionais com uma pitada de Família Addams e uma boa dose de problemas. Resultado? Um Prêmio Eisner na estante, mais dois volumes e uma série Netflix que deu conta de bater a popularidade absoluta da queridinha Stranger Things. Mais de 45 milhões de assinantes acompanharam a história dos irmãos Hargreeves e garantiram para The Umbrella Academy uma segunda temporada já confirmada ainda sem data de estreia. Desenvolvido por Steve Blackman e Jeremy Slater, The Umbrella Academy orbita em torno de uma interessante família de super-heróis que foi idealizada, moldada e destruída por seu patriarca. E ah, pode

contar também com alguns contratempos típicos como o fim do mundo, assassinos profissionais com máscaras de bichos e todo o drama familiar que uma família de desajustados merece. Somos apresentados ao seu estranho universo com uma cena em uma piscina na Rússia, em que uma adolescente espontaneamente dá à luz após dar um beijo casto na bochecha de um rapaz, preparando o palco para o caos que se segue. Mas o caso não fora um evento isolado. Pelo contrário. Outras 42 mulheres também acabam por darem à luz no mesmo dia nas mesmas circunstâncias chamando a atenção do para lá excêntrico Sir Reginald Hargreeves (Colm Feore) – um rico britânico cujo mordomo é um chimpanzé falante e sua esposa é um robô – que, em uma missão, consegue adotar sete das crianças. Seis dos sete Hargreeves têm poderes especiais, desde as tão convencionais e batidas habilidades super-humanas, até aquelas tão estranhas quanto a capacidade de possuir monstros de outras dimensões. Destaque fica para a abertura da série aos acordes de Fantasma da Ópera direto de seu violino, em uma repaginada mais rock ‘n’ roll.

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The Umbrella Academy: muito mais que uma jornada do herói Sem mais delongas, os motivos nos quais tornam The Umbrella Academy tão fascinante é a maneira no qual acompanhamos seus personagens principais lidarem com seus traumas de infância, no melhor dos moldes da jornada de herói do Campbell. Em poucas palavras, a jornada do herói é uma fórmula idealizada por Joseph Campbell no livro O Herói de Mil Faces. Enquanto o mitologista esmiuçou a todas as trajetórias em comum desde os tempos de Homero, ele também catalogou a todo um processo que hoje são a base forte de alguns clássicos como Star Wars, Senhor dos Anéis ou Batman do Nolan. Com The Umbrella Academy não seria diferente, há sim certas modulações narrativas que evocam as trajetórias clássicas, mas não há espaço para protagonismo aqui. Todos os Hargreeves têm chance de brilharem, se desconstruírem, crescerem e evoluírem ao longo da série. E, no fim, Luther, que tem cara e jeitão de herói clássico acaba sendo ofuscado por seus irmãos fora da curva Klaus e Número Cinco. Enquanto o enredo principal soa convencional – deter o apocalipse é um ponto do enredo deveras saturado em franquias de super-heróis -, The Umbrella Academy é tudo menos isso.

Os irmãos Hargreeves. Na ordem, da esquerda para direita: Luther, Número Cinco, Vanya, Klaus, Allison e Diego Das cenas de luta até a música “Istanbul (not Constantinopla)” de They Might Be Giants, para uma subtrama que envolve o Número Cinco sobrevivendo ao Apocalipse nos braços de um Manequim, o espetáculo se transforma em um caos tão maravilhoso que se torna incrivelmente surreal e cada vez mais difícil encontre qualquer ponto de trama que ressoe com um público típico. E não pense que a jóia da trama reside nos Hargreeves. A jornada dos antagonistas Hazel e Cha Cha são tão interessantes quanto. Não há muito o que dizer sem entregar a preciosidade de suas narrativas, mas existe algo de muito poderoso na maneira em que ambos acabam por roubar a cena e a atenção do público em seus próprios conflitos. Eles vão muito além de serem apenas mais um obstáculo. Destaque fica para a atuação de Mary J. Blige, que está muito distante da figura de diva do soul no qual é conhecida. The Umbrella Academy é muito mais do que salvar o mundo. É entender a si mesmo e aceitar-se, assim como entender o outro e aceitá-lo, sendo o perdão o maior ato heroico no final do dia. The Umbrella Academy estreou no dia 15 de fevereiro e a primeira temporada está disponível no Netflix.

Os heróis Hargreeves no traço de Bá. Na ordem, da esquerda para direita: Vanya, Diego, Klaus, Número Cinco, Luther e Allison

Destaque fica para a atuação de Mary J. Blige, que está muito distante da figura de diva do soul no qual é conhecida

gabriel bá responsável pelos hqs e gerard way autor de umbrella academy

Assista a um especial da série , feito pelo canal Toga Voadora no youtube 14

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Por dentro do Burning ‘festival’ mais louco d Pedimos a alguém de dentro do evento uma ajuda para entender o que é essa ‘cidade’ que surge no meio do deserto Você pode não saber, mas neste momento uma cidade paralela surgiu no meio do deserto e seus mais de 50 mil habitantes estão prontos para encarar qualquer coisa que aparecer na frente. É o Burning Man, definido como um festival (porque palavra melhor não há) que acontece desde 1986 em Black Rock Desert, no estado americano de Nevada. Mas o que é o Burning Man de verdade? Pedimos ajuda a quem entende para descobrir. O artista e DJ André Guazzelli, ou simplesmente DRE, já é um veterano no Burning Man e, a caminho de Nevada, nos contou como é participar essa experiência.

O Burning Man é sempre um desafio! Estou indo para o meu quarto ano e sempre com a sensação de estar indo pela primeira vez. Me preparo o ano todo para este momento, por que acaba sendo uma virada de ano pra mim, é um momento de renovação e de encontro comigo mesmo.

André Guazzelli Burning Man não é um festival ou uma rave, é uma cidade onde tudo acontece você acha desde aulas de Yoga até festas. Cadavez que eu toco é uma experiência diferente, lá eu me sinto em casa.

Quando vamos ao Burning Man pela primeira vez, aprendemos a replicar no nosso dia a dia os 9 princípios básicos que você vive lá, que são:

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Auto Expressão Radical: Liberdade para ser você mesmo

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Auto Confiança | Auto Responsabilidade: Você é responsável por você mesmo, mentalmente e fisicamente

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De-comoditização: Esqueça do dinheiro – não tem nada para comprar

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festival

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Não Deixe Rastros: Do pó ao pó, deixe apenas pegadas

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Imediatismo: Faça o agora valer / esteja aqui agora

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Participação: Se envolva. Burning Man é o que fazemos

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Cooperação: Juntos somos mais forte

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Comunidade: Uma família de indivíduos, nós cuidamos uns dos outros

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Inclusão Radical: Todos são bem vindos

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O Burning Man foi criado em 1986 por Larry Harvey, em Baker Beach, São Francisco. Com o tempo o evento ganhou proporções gigantescas e em 1990 mudou para o Black Rock Desert. Atualmente, durante 10 dias, uma cidade enorme é construída do nada no meio de deserto e cerca de 60 mil pessoas terão a oportunidade de ver, interagir, sentir e refletir sobre muitos desses conceitos da “contracultura”.

Vá de coração aberto para conhecer um novo mundo! Vá sem expectativas! Nada do que se lê chega perto do que é viver essa experiência. o maior evento de “contracultura” do mundo realizado no deserto Black Rock Desert, em Nevada, nos Estados Unidos.

contracultura Foi um termo que surgiu no auge década de 60, como uma definição para todas as práticas e manifestações que visam criticar, debater e questionar tudo aquilo que é visto como vigente em um determinado contexto sócio-histórico. É um tipo de mobilização e contestação social e cultural contra um movimento natural de homogeneização da população que acabou ocorrendo após a segunda guerra mundial com o desenvolvimento e organização das sociedades capitalistas. A principais características de um movimento de “contracultura” são: valorização da natureza; vida comunitária; luta pela paz (contra as guerras, conflitos e qualquer tipo de repressão); vegetarianismo (busca de uma alimentação natural); respeito às minorias raciais e culturais; experiência com drogas psicodélicas, liberdade nos relacionamentos sexuais e amorosos, anticonsumismo, aproximação das práticas religiosas orientais (principalmente do budismo); crítica aos meios de comunicação de massa e discordância com os princípios do capitalismo e economia de mercado.

OS ÍCONES DO BURNING MAN O evento tem vários ícones representativos da sua cultura e o empenho de todos os participantes em fazer parte de fato aplicam ao evento um estilo memorável. A criatividade dos participantes é inquestionável e fazem toda a diferença. Se eu tivesse que descrever o evento visualmente eu compararia ao filme Mad Max, mas eu vou mostrar aqui as imagens mais representativas dos ícones do Burning Man e você vai entender o que eu estou falando.

O homem que queima Não é a toa que o evento se chama burning man. Todo ano eles constroem um novo homem de madeira gigante, que pode chegar até 40 metros, e ele é queimado no último sábado do evento. Essa história de queimar tem uma explicação. O ato de queimar seria uma forma representativa de catarse, para você eliminar da sua vida pensamentos, eventos passados ou sensações que impedem o seu bem-estar e a sua evolução. É nada mais do que um ritual. Afinal, quase todas as comunidades do mundo possuem algum tipo de ritual. Inclusive, qualquer participante pode levar itens representativos que eles gostariam de queimar para colocar nas áreas apropriadas onde o ritual de queima pode ser realizado. 18

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A cultu repres


1- Um evento feito por todos: é o único evento do mundo que é feito pelos 60 mil participantes. A organização é responsável por construir toda a infra-estrutura da cidade montada no meio do deserto, o homem gigante (que é o símbolo principal) e o templo (outro marco importante). Porém, todas as obras de arte montadas e todas as atrações oferecidas são feitas pelo participantes. E eu acho isso absolutamente incrível! 2- Não existe relação financeira: é claro que todos devem pagar o bilhete do evento (400 US$ para 10 dias), afinal, sem isso seria impossível construir aquela enorme cidade no meio do nada. E somente a organização vende gelo (por questões óbvias) e café (ainda não sei bem porque mas vou descobrir) por preços bem razoáveis. Mas fora isso, qualquer transação financeira é completamente proibida. Tudo é oferecido e compartilhado. E cada participante precisa se preocupar em levar o seu kit de sobrevivência básico para o deserto (água, comida, tenda, etc).

A cultura hippie, Janis Joplin, Jimi Rendrix e Woodstock foram grandes representações na história desse movimento de “contracultura”

3- Você pode ser quem você quiser: não existe ninguém julgando e determinando como as pessoas devem se comportar e se vestir. Lá, você pode ser quem você quiser, na forma mais profunda de expressão do seu ser. O seu sonho era viver em um mundo onde todos andam pelados? Fique à vontade. Você queria poder todo dia usar cores e brilhos infinitos? Fique à vontade. Você queria ser um animal? Fique à vontade. Seja quem você quiser. Se sinta livre. Todos os participantes estão de mente aberta e mais interessados em conhecer as diferentes formas de pensar.

Artes Artistas do mundo inteiro e muitos deles renomados, oferecem seus talentos e suas habilidades para o evento, oferecendo obras de arte gigantes que são instaladas no meio do deserto e que deixam qualquer um de queixo caído.

Veículos mutantes Eles viraram um clássico do Burning Man e são todos feitos e criados pelos participantes. Alguns participam todos os anos e já viraram um “must” do evento. Existem vários, cada um com um design mais legal que o outro. Eles acabam virando uma outra forma de arte, porém móveis.

Bicicletas Por uma questão óbvia as bicicletas se tornaram parte do evento. A cidade do evento tem uma forma circular de 2,4 km e pra você cruzar de um lado ao outro vai ter que andar mais de 1 hora. Então, elas facilitam muito a vida. Mas o mais legal é que muitos participantes as transformam em obras de arte, decorando suas bicicletas.

Templo O templo é o segundo maior ícone do evento e ele também é queimado no último domingo. Dizem que o templo é o lugar mais calmo e silencioso. As pessoas vão lá para pensar, reverenciar memórias, refletir e celebrar transições da vida. É um lugar espiritual, mas que não está associado a nenhum tipo de religião.

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Novo Rock Britânico: Velhos Sons, Roupas Contemporâneas Novos nomes da cena bretã se inspiram em grandes nomes dos anos 80 e 90 para fazer suas músicas

Nik Silva Ouça a Playlist no Spotify dos artistas citados

O Rock pode até não ter surgido no Reino Unido, mas creio que foi lá que ele fez seus maiores avanços ao longo de suas décadas de existência. A Terra da Rainha foi palco para boa parte da revolução musical do século 20 (em especial do nosso bom e velho Rock & Roll), desde o acontecimento do que foi chamado de British Invasion, movimento que espalhou a música britânica pelos EUA e pelo mundo nos anos 60. Desde então, o arquipélago foi berço do nascimento de diversas novas vertentes do Rock, como o Heavy Metal, Rock Progressivo, Glam, Punk, Post-Punk, New Wave e tantas outras. Dos anos 60 até hoje, muita coisa boa surgiu por lá e seus ecos são muito presentes ainda hoje no que ouvimos – ainda mais na música feita por nossa geração, em que o resgate, reciclagem e readaptação do que já foi feito está tão em voga. De todo o escopo da música britânica, de todas as cenas que surgiram por lá nos últimos 70 anos, vamos nos focar em uma época especifica (até para não deixar esse artigo interminável): a virada entre as décadas de 1980 e 90.

Synth Rock: Hoje em dia, nomes como Hot Chip, CHVRCHES, Delphic e Django Django carregam essa tocha e como já era de se esperar, cada um, à sua maneira, traz novidades ao gênero. Mais Pop aos ouvidos atuais do que costumava ser nos anos 80, o gênero pode ser facilmente considerado um braço do Synthpop moderno

Madchester: Não seria um exagero dizer que parte do que foi visto na New Rave (gênero que destacou nomes como Klaxons, Late of The Pier e Shitdisco) Peace compartilha muito da vibe dessas bandas que criaram a cena nos anos 80.

música Dream Pop: The xx banda da Terra da Rainha continua promovendo esse som etéreo e sedutor, porém com pitadas de música Eletrônica.

Shoegaze: Carousels sabem fazer uma boa barulheira enquanto olham para os próprios pés. Pouco mudou desde os anos 90 dentro do estilo.

Indie Pop: The Pains of Being Pure at Heart são os sucessores do gênero e mostram como ele se reagrupou com outros.

Britpop: Se esse foi o estilo que fez maior sucesso nos anos 90, e TOWNS traz um pouco dessa sonoridade embebida dessa nova onda psicodélica. Londres foi berço do nascimento de diversas novas vertentes do Rock, como o Heavy Metal, Rock Progressivo, Glam, Punk, Post-Punk, New Wave e tantas outras. Dos anos 60 até hoje, muita coisa boa surgiu por lá e seus ecos são muito presentes ainda hoje no que ouvimos – ainda mais na música feita por nossa geração, em que o resgate, reciclagem e readaptação do que já foi feito está tão em voga. Sim, nossa geração passa por um processo de entender e coletar tudo aquilo que aconteceu nas últimas décadas e reapropriar isso à sua (ou melhor, à nossa) maneira. De todo o escopo da música britânica, de todas as cenas que surgiram por lá nos últimos 70 anos, vamos nos focar em uma época especifica (até para não deixar esse artigo interminável): a virada entre as décadas de 1980 e 90. Em especial, seis gêneros (ou subgêneros) do Rock tiveram seu tempo a luz dos holofotes, alguns alcançando multidões ao redor do mundo, outros ficando mais restritos às terras bretãs. O que importa é que todos esses estilos ajudaram a moldar o que ouvimos hoje e estão de volta com força total através de revivalismos e fusões. Seja você um novato na música britânica ou alguém que cresceu ouvindo tudo isso na época de seu surgimento, chegou a hora de revisitar o passado em busca da nova música feita na Terra da rainha.

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especial outubro: descubra o que fazer na época mais horripilante do ano em Nova Iorque LAURA PERUCHI

BEETLEJUICE NA BROADWAY – REVIEW E CURIOSIDADES SOBRE O MUSICAL EM NOVA YORK Quem acompanha um pouquinho do cenário da Broadway viu quantas peças legais e interessantes estrearem nos últimos tempos. Uma das que me deixou mais animada foi Beetlejuice, que estreou em março em Nova York. Tenho vagas lembranças sobre o personagem em um desenho animado, mas lembro que eu curtia e esse simples fato já foi suficiente para me deixar curiosa. Na realidade, o musical é baseado no filme de mesmo nome, Beetlejuice, de 1988. Foi esse filme que ajudou a estabelecer Tim Burton como um dos novos artistas mais exclusivos de Hollywood. Há algumas semanas, minha mãe esteve me visitando e decidimos ir assistir. Confesso: não sabia quase nada sobre o enredo, li rapidamente um resumo no flyer que é entregue quando chegamos ao teatro. E foi uma experiência ótima, pois amamos o musical. Como eu sei que os musicais mais novos despertam curiosidade, tô aqui para compartilhar minhas impressões com vocês.

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enredo

Primeiramente, acho que é interessante salientar que eu não assisti ao filme original – daí o motivo de eu não saber quase nada sobre o enredo, que é bem interessante. Eu diria que a história gira em torno de dois protagonistas: Lydia e Beetlejuice. Logo no começo, somos avisados pelo próprio Beetlejuice, fantasma charlatão, vigarista e mórbido, que o que vamos assistir se trata de um musical sobre a morte. Em seguida, somos apresentados a Adam e Barbara Maitland, que vivem numa casa grande e morrem um acidente. Depois de se darem conta de que estão mortos, eles conhecem Beetlejuice e aprendem um pouco mais da sua nova realidade, digamos assim. Não demora muito para a casa ser vendida para Charles, que se muda de Nova York para o local com a filha Lydia e a namorada Delia. Lydia é uma adolescente um tanto traumatizada pela morte da mãe. Ela não se conforma com a perda e, ao mesmo tempo, começa a se interessar bastante pelo tema morte. E Lydia é especial, já que ela consegue ver Adam, Barbara e Beetlejuice – que são invisíveis para o restante dos mortais. Bem, aqui vale lembrar que Adam e Barbara, apesar de não viverem mais na dimensão terrestre, não gostaram nada de ver uma nova família habitar a casa que era deles – o plano seria assombrar a casa para assustar os novos inquilinos. Plano esse que teria a ajuda de Lydia, que não estava feliz com a nova casa comprada com seu pai e queria voltar para Nova York. No meio disso tudo, ainda temos Beetlejuice e seu plano de voltar a ser humano – plano cujo sucesso depende de uma pessoa viva dizer o seu nome três vezes seguidas. Resumidamente, esse seria o enredo e qualquer coisas que eu contasse depois disso poderia ser considerado um spoiler, digamos assim.

halloween Winter Garden Theatre 1634 BROADWAY (AT W. 50TH ST.), NEW YORK, NY preços : $185 a $ 499 Duração: 2h30

Os destaques Apesar de muitas piadas, Beetlejuice é, como frisado pelo próprio, um musical sobre a morte. Obviamente, tudo isso é contado de uma maneira, digamos, mais leve, com bastante humor e alguns sustos que uma história como essa merece. Mas, como envolve morte, envolve dor. É impossível não se solidarizar com Lydia, que não superou a morte precoce da mãe e sofre com sua ausência. A mãe é algo marcante na vida de um filho e perdê-la numa fase tão delicada e cheia de inseguranças que é a adolescência soma muito mais peso. Fiquei comovida com algumas canções de Lydia – são bastante doloridas. Vale destacar que a história mexe com muitos conceitos misteriosos, como a própria existência dos fantasmas e de um outro plano para onde vão os mortos. Tudo isso é abordado de uma forma muito intrigante. Outra fator que vale ser destacado é que, apesar do musical ser inspirado no filme, o roteiro foi adaptado e tem várias piadas com temas atuais – o que deixou o musical bem interessante. Além disso, não é uma história, digamos, óbvia. É um roteiro inusitado. O elenco, claro, também merece menção honrosa. Todos estão impecáveis em suas atuações, especialmente Delia, a “madrasta” de Lydia, e os fantasmas Adam e Barbara.

Assista ao clipe “Beautiful Song’ para saber mais sobre o musical

A produção Como é uma peça com um toque de “terror”, há vários efeitos que dão pequenos sustos na audiência. A sincronia da mudança de cenário, coreografias e demais efeitos é perfeita, aquela coisa digna de Broadway, né? O destaque, para mim, fica por conta dos cenários, que nos transportam para a cena em questão de uma maneira bem fiel.

Alguns fatos sobre o musical Beetlejuice conta a mesma história do filme original. Mas, a versão de palco traz Lydia para o centro da história. A clássica cena do jantar (famosa no filme) está no musical, mas de uma maneira surpreendente. Alex Brightman, o astro da Escola de Rock, indicado ao Tony, interpreta Beetlejuice.

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Beetle House: o maravilhoso e inusitado bar em Nova York inspirado nos filmes de Tim Burton Gabriela Alberti Nova York é aquele tipo de cidade em que é possível encontrar os mais diferentes bares, restaurantes, comidas e bebidas que existem. Praticamente tudo de inusitado que você conseguir imaginar vai ter por lá. E esse é o caso do Beetle House, um bar em East Village inaugurado em abril deste ano totalmente dedicado ao universo Tim Burton. Desde decoração, passando pela trilha sonora e pelo cardápio, absolutamente tudo faz referência ao diretor mais ousado, sombrio e encantador dos últimos tempos.

O ”clima Tim Burton” do local fica por conta das ilustrações dos personagens nas paredes, teias de aranha propositalmente colocadas no teto e corredor, inúmeras peças antigas de decoração (segundo um dos sócios, todas têm mais de 100 anos!) e, principalmente, por conta da iluminação, composta por uma luz roxa e muitas velas, e da trilha sonora, que reproduz músicas de praticamente todos os filmes do diretor.

The Beetle’s Juice

LOCAL: 308 E 6th St, New York, NY 10003 site: beetlehousenyc.com O local, idealizado por Zach Neil e Brian Link, dois amigos apaixonados por Burton e principalmente por Beetlejuice, primeiro filme de destaque do diretor e que dá nome ao bar, tem capacidade para aproximadamente 40 pessoas, então é recomendável fazer reserva com uma certa antecedência, já que o espaço está sendo disputadíssimo pelos cinéfilos de plantão. No cardápio de bebidas, é possível encontrar drinks com nomes que fazem referência à praticamente todas as obras de Tim Burton, como o Chocolate Chocolate Martini, inspirado em “A Fantástica Fábrica de Chocolate”, o The Fleet Street, um tributo ao ”Sweeney Todd”, e também o Jack Skellington, que homenageia o protagonista de “O Estranho Mundo de Jack”. Eu optei pelo The Beetles Juice, campeão de vendas da casa, que leva amora, limão, angostura, tequila, licor de amora e cranberry. O sabor é como os filmes do diretor, inusitado e diferente, e talvez exatamente por isso seja tão bom. Já o cardápio de comidas, que traz a divertida descrição “Um cardápio de matar – todas as refeições são de origem local, feitas 100% com seres humanos capturados nas ruas de Nova York (livres de qualquer substância química)”, é inspirado nas culinárias latina, européia e americana, e também leva nomes que exaltam filmes e personagens do universo Burton. Um os pratos que mais chama a atenção é o Edward Burger Hands (Edward Mãos de Hambúrguer), um hambúrguer em homenagem ao clássico “Edward Mãos de Tesoura”, composto por hambúrguer de bisão, bacon, ovos de codorna, abacate, molho de pimenta e pão de alho. Segundo a garçonete que me atendeu, é disparadamente o mais pedido pelos clientes.

This Is Halloween

Sweeney Beef

Edward Burger Hands

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O que fazer em Macau – Roteiro e dicas de viagem para a China portuguesa Wendell Oliveira Se você é daqueles que prestava atenção nas aulas de Geografia, sabe que Portugal colonizou vários territórios, expandindo a cultura e o idioma lusitano ao redor do mundo. Muito além do Brasil e de nações africanas como Angola e Moçambique, nossos descobridores também foram parar do outro lado do mundo: em Macau, uma península ao sul da China! A última colônia europeia na Ásia esteve sob domínio português até 1999, quando finalmente retornou para a soberania chinesa. Desde então, vem experimentando um crescimento na economia e no turismo, liderado pela indústria de cassinos que já faz Macau ser reconhecida internacionalmente como a “Las Vegas do Oriente”. Conheça um pequeno país dono de uma grande história, que vai muito além dos cassinos, com semelhanças e diferenças culturais que aproximam portugueses, chineses e brasileiros. Bem-vindo a Macau!

Como chegar em Macau O modo mais fácil de visitar Macau é saindo de Hong Kong. De lá, é possível pegar um ferry até o Porto de Macau, em uma travessia que dura de 40 minutos a uma hora, dependendo da companhia.

melhor época de se visitar macau Macau tem um clima bem agradável de outubro a dezembro, sendo este o período ideal para visitação. A primavera (que vai de março a abril) também é uma excelente época, com poucas chuvas e máximas em torno dos 25ºC. De maio a setembro a temperatura de Macau tende a ser bem quente e úmida. Maio é o mês mais chuvoso e julho é o mais quente, com máximas de 31ºC. Já os invernos costumam ser relativamente amenos, com temperaturas mínimas de até 10ºC entre janeiro e fevereiro, considerados os meses mais frios do ano.

O que ver e fazer em Macau A primeira sugestão para sua visita à cidade são os cassinos da cidade. Macau, também conhecida como a Las Vegas da China, é famosa mundialmente por sua grande rede de jogos de cassino. A quantidade de dinheiro movimentado nesses locais não fica atrás do dinheiro movimentado em Las Vegas. Não bastasse isso, o maior cassino do mundo localiza-se nessa inusitada cidade. Com um área de construção de aproximadamente 1.000.000 m², com 39 andares e diversos restaurantes, áreas de shows e obviamente espaços para os jogos de azar, o Venetian Macao recebe medalha de ouro no quesito grandeza. Dado o exposto, pense bem antes de visitar Las Vegas, pois Macau não fica atrás da cidade norte-americana. O Venetian Macao fica na Estrada da Baía de Nossa Senhora da Esperança. A segunda sugestão é o Centro Histórico da cidade. Considerado Patrimônio Mundial da Humanidade da UNESCO, o Centro Histórico representa perfeitamente a mistura do Oriente e Ocidente que a cidade possui. Esta região da apresenta traços arquitetônicos portugueses, como as Ruínas de São Paulo, mas também possui uma grande variedade de construções chinesas e marcos históricos. A próxima dica de locais para visitar em Macau não é um lugar exato, mas sim uma variedade. Os restaurantes de gastronomia portuguesa são imperdíveis para quem visita a cidade, e você, com certeza, não pode ficar de fora. Um exemplo de restaurante português bem conceituado é o Urban Kitchen, altamente avaliado e que, apesar de apresentar um menu com gastronomia portuguesa, também possui uma grande variedade de pratos. O Urban Kitchen localiza-se no JW Marriott Hotel. O Mariazinha também é uma boa pedida para quem visita Macau. Esse restaurante é para quem busca realmente aquele ar de Ocidente, com um toque de simplicidade. As receitas do estabelecimento são todas feitas por um português e o cheiro do local relembra a gastronomia do norte brasileiro. O Mariazinha localiza-se na Rua do Monte, 8.

Acompanhe no Youtube o vlog de viagem à Macau, e descubra mais sobre este país.

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viagem Venetian Macao, hotel e resort em Macau

Placa em Macau, em mandarim e português, representando a forte presença da herança portuguesa e da China

Detalhe da fachada barroca das ruínas de São Paulo.

barroco

Por quase cinco séculos Macau viveu sob domínio português, legando à cidade uma arquitetura única

idioma

Muitas das ruas do centro histórico têm nomes em português, embora pouquíssimas pessoas falem a língua.

economia

A cidade é hoje um dos maiores mercados globais dos jogos de azar. Suas dezenas de cassinos faturam tanto quanto seus equivalentes de Las Vegas, com a vantagem de possuir uma lucratividade muito maior.

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resenha do filme: PARADISE HILLS Maurício Costa

O filme da mostra Next é uma produção espanhola feita em inglês e com elenco todo americano. Foi um filme que surpreendeu. É do tipo de filme que, quando começa, você não sabe para onde ele vai, e você reconhece muitas coisas mas não é uma imitação de nada. Segundo o crítico, Paradise Hills consegue ser muito original tratando de um tema profundo, e ao mesmo tempo entretendo, sem causar um incômodo. A história do filme é a seguinte: Paradise Hills é uma clínica de recuperação para garotas rebeldes, e isso é em uma distopia futurista. O filme se passa em uma ilha perto da Espanha. As famílias mandam para lá as meninas que não querem se encaixar muito. E vamos percebendo que é uma distopia por conta de convenções sociais que vão aparecendo, e porque tem cenas futuristas no começo. A primeira cena é uma cena de casamentos que mistura danças medievais com roupas modernas. Seguimos a personagem Uma, que é feita pela atriz Emma Roberts. Mesmo sem comparar, o choque visual foi parecido com o do primeiro Jogos Vorazes. Esse filme causa a mesma estranheza. Na sessão de perguntas e respostas, a diretora falou que as influências dela vão dos livros de ficção científica que ela lia, a Star Trek ou jogos de video game como Final Fantasy.

A estética visual de Hills é aplaudível do começo ao fim: a diretora escolhe a dedo a equipe imagética e opta por uma paleta de cores cuja impressão pastel funciona como ilusão para o jogo entre tons mais brutos que se isolam numa atemporalidade contraditória bastante bem-vinda

cinema Sinopse e ficha Direção: Alice Waddington Roteiro: Brian DeLeeuw, Nacho Vigalondo, Alice Waddington Elenco: Eiza González, Awkwafina, Milla Jovovich, Emma Roberts, Danielle Macdonald Duração: 95 min.

Uma jovem é enviada para Paradise Hills para ser recuperada, mas acaba aprendendo que a bela fachada das facilidades da alta sociedade possui um segredo sinistro. Elenco: Emma Roberts, Danielle Macdonald, Awkwafina, Eiza González, Milla Jovovich, Jeremy Irvine.

Ao longo do filme Paradise Hills, você vê as meninas todas sendo tratadas como princesas, porque precisam se encaixar na sociedade, e os guardas são todos homens vestidos de mordomo, ou com roupas de casamento na praia, para elas fazerem a tal terapia de recuperação. Lá pelas tantas, uma cena que envolve uma perseguição tem os mesmos caras com capacetes parecidos ao dos Stormtroopers. O filme tem homenagens a Star Wars, Star Trek e até Pantera Negra. A direção de arte é muito bonita, e o tema é muito bom. Paradise Hills tem também um tom parecido com A Cura (A Cure for Wellness), mas que deu certo: ele conseguiu fazer a lógica da clínica funcionar e os plot twists são melhores que os de A Cura. Mesmo assim, o filme tem alguns probleminhas, muito explicativo e com algumas conveniências que não deixam que o filme seja nota máxima. Mesmo assim, é um filme ousado.

O filme fala sobre a falta de liberdade feminina e a necessidade de se encaixar na obrigação de perfeição para as mulheres, de um jeito leve e com uma aventura que entretém, de forma a ter muito alcance para um público mais jovem.

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conheça as famosas séries e novelas de dramas orientais

cultura pop

Bruna Taiski ‘Doramas’ - é como são chamadas as séries e novelas asiáticas. Eles podem ser divididos em K-dramas (dramas coreanos); J-dramas (dramas japoneses) e Tw-dramas (dramas tailandeses). Existe, também, a classificação Live Action - que são adaptações de Mangás ou animes para dramas e novelas. Diferentes das séries americanas, os dramas geralmente possuem número reduzido de episódios – que variam entre 16 ou 24 - exibidos duas vezes por semana e com um tempo de duração em torno de 60 minutos por episódio. Dificilmente são feitas mais de uma temporada. Como os Dramas orientais nãos são muito populares aqui no Brasil, não existem canais na TV paga ou aberta para assistir. No entanto, a Netflix e Viki disponibilizam algumas temporadas de séries e novelas deste universo.

O termo Dorama surgiu no Japão, que significa Drama; essa palavra pronunciase, exatamente, ‘Dorama’

indicações

THE MASTER’S SUN Tae Gong Sil é uma mulher que já teve uma vida brilhante como o sol, mas por causa de sua capacidade de ver e ouvir fantasmas, agora vive com medo até mesmo de dormir. Joo Joong Won é o presidente do Shopping Kingdom e calcula tudo em sua vida usando o dinheiro como base. Quando o caminho desse par improvável se cruza, algo inesperado acontece ao se tocarem e a vida deles muda completamente.

perfume Min Jae-Hee é uma mulher de meia idade. Ela é uma dona de casa que dedicou sua vida a sua família, mas sua família é destruída. Min Jae-Hee está furiosa com o mundo. Através de um perfume misterioso, a aparência de Min Jae-Hee muda repentinamente para uma bela jovem. Ela se torna um modelo com sua nova aparência.

Não sabe por onde e qual novela oriental começar? Deixaremos então três ‘doramas’ acessíveis, com legendas e histórias gostosinhas de assistir. Pegue a pipoca e venha com a Gente!

beating again OH MY VÊNUS Esta série sul-coreana conta a história de Kang Jon-Eun. Ela era considerada uma Vênus – jovem muito bonita – na adolescência. Mas, o tempo passou e sua vida mudou bastante. Aos 33 anos, ela trabalha como advogada e ganhou bastante peso desde a adolescência. Ela se encontra com um personal trainer de estrelas de Hollywood, e juntos, os dois vão trabalhar em suas transformações físicas enquanto curam as feridas emocionais um do outro.

Após vários problemas na vida profissional e pessoal, um diretor de investimentos passa por um transplante de coração e descobre uma nova forma de ver o mundo e o amor

Os doramas têm tamanho finito, como uma minissérie, mas sua levada é mais parecida com a das novelas do que com a das séries de TV. A verdade é que é um gênero totalmente diferente e só assistindo alguma obra é que você poderá entender, fazendo comparações apenas podemos ter uma ideia aproximada.

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Fragmentos do Horror – Junji Ito

literatura Parceria com DarkSide Books

Jeff Rodrigues

Sinopse DarkSide Fragmentos do Horror é uma coleção de histórias curtas, perfeitas para quem quer experimentar o que a mente tão delirante de Junji Ito é capaz de produzir. Ito-san oferece ao leitor nove encontros com o desconhecido. Cada quadrinho pode ser fatal, cuidado! Entre as histórias da coletânea, temos uma mansão velha de madeira que gira sobre seus habitantes. Uma turma de dissecação com um assunto nada comum. Um funeral em que os mortos definitivamente não são postos para descansar. Variando do aterrorizante ao cômico, do erótico para o repugnante, essas histórias apresentam o retorno de Junji Ito há muito aguardado para o mundo do horror. O livro segue o padrão japonês, com a leitura sendo feita da direita para a esquerda, e reúne nove contos de horror. E como em toda coletânea, há pontos altos e baixos, com uma boa diferença de qualidade das melhores para as mais fracas histórias. A experiência de ler esta obra é poder mergulhar em um tipo de terror diferente do qual estamos acostumados. Não há medo nessas páginas, mas sim o bizarro mesclado com o nojento, o surreal e o fantástico…. É um horror que choca e, talvez, incomode. O melhor conto para mim é o que encerra a edição, A Mulher que Sussurra. Ele combina na medida certa o improvável com o chocante. Além dele, destaco os contos Tomio Gola Rulê Vermelha, que tem uma boa dose de horror fantástico; e Pássaro Negro, cuja ironia final é maravilhosa. Destaque absoluto e qualidade maior da obra, os desenhos são sensacionais. O traço do autor beira o realismo tamanha sua preocupação com os detalhes de cenários e personagens. E isso faz com que as partes mais grotescas e bizarras das histórias consigam nos embrulhar o estômago.

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O mais interessante dessa coletânea é que você não precisa ter vastos conhecimentos sobre a cultura japonesa para entender as histórias

Ito é especialista em mangás de horror, o que vem fazendo com muita propriedade desde 1987 O formato de leitura é igual ao asiático, portanto, você não vai começar o livro do jeito tradicional, tem que ler “de trás para frente.” Fui procurar o original para comprar a tradução, e ela foi muito fiel ao material original. tosan oferece ao leitor nove encontros com o desconhecido. Cada quadrinho pode ser fatal, cuidado! Entre as histórias da coletânea, temos uma mansão velha de madeira que gira sobre seus habitantes. Uma turma de dissecação com um assunto nada comum. Um funeral em que os mortos definitivamente não são postos para descansar. Variando do aterrorizante ao cômico, do erótico para o repugnante, essas histórias apresentam o retorno de Junji Ito há muito aguardado para o mundo do horror. Fragmentos do Horror faz parte da nova coleção DarkSide Graphic Novel Tokyo Terror. A coletânea conta com 8 histórias curtas sobre diversos assuntos, e é uma mais fascinante que a outra. O desenho de Junji Ito é absurdamente bom, o que deixa o trabalho ainda mais interessante e amedrontador.

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