Matriz de atividade individual* Módulo: 4 Atividade: Individual Título: Negociação de água entre São Paulo e Rio de Janeiro Aluno: Euclides Dotta Neto Disciplina: Negociação Turma: MBA_NEGEAD-24 Introdução De acordo com JUNQUEIRA, L.A.C., (2003), a negociação é o processo onde se busca aceitação de ideias, propósitos ou interesses visando ao melhor resultado possível, de tal forma que as partes envolvidas terminem as negociações conscientes de que foram ouvidas, tiveram oportunidade de apresentar toda a sua argumentação e que o produto final seja maior do que a soma das contribuições individuais. Portanto, não pode negar que a arte de negociar está presente em nosso cotidiano, desde quem vai a um estabelecimento para comprar um objeto e fica indeciso quando se depara com outro objeto similar. VENEZIANI
JÚNIOR,
R.L.,
(2016),
menciona
que
os
tipos
de
negociação atualmente estão constituídos em três métodos: negociação Distributiva, negociação integrativa e negociação criativa.
Negociação distributiva são negociações onde envolve valores, exemplo: negociação de um imóvel.
Negociação integrativa são aquelas onde não se negociam apenas valores, mas outros fatores para “aumentar os dividendos” onde, as partes, buscam alternativas para que ambas saiam satisfeitas, exemplo: negociação de prazos de pagamento.
Negociação criativa são aquelas em que as partes, revelam seus interesses e buscam soluções para atender o anseio dos envolvidos, exemplo: em um divórcio onde ambos estejam dispostos a ceder e revelar seus interesses. O devido trabalho se trata da captação da água do Rio Paraíba do Sul
pra abastecer São Paulo, onde, abre uma disputa entre São Paulo e o Rio de Janeiro. O Rio Paraíba do Sul nasce no Estado de São Paulo e se estende por Minas Gerais e Rio de Janeiro, o problema, é que o Rio Paraíba do Sul já atende a maior parte da população carioca e a divisão poderia comprometer o abastecimento para as 11 milhões de famílias. Enquanto isso, o Sistema Cantareira, que abastece oito milhões de pessoas na Grande São Paulo vai perdendo água. O sistema está com menos de 15 % da capacidade. O projeto do Governo de São Paulo é interligar a Represa de Jaguari, abastecida pelo
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Paraíba do Sul, com a Represa de Atibainha, que faz parte do Sistema Cantareira, a principal fonte de abastecimento da Grande São Paulo. GLOBO (2014). Envolvidos na negociação Os envolvidos nessa negociação são os Governos do Estado de São Paulo e do Estado do Rio de Janeiro, onde disputam a transposição de água entre SP e RJ. De acordo com a REVISTA VEJA, (2014), As águas do Paraíba do Sul estão em disputa entre os estados por serem consideradas a opção mais viável para amenizar a seca no Sistema Cantareira, que abastece 8,8 milhões de pessoas na Grande São Paulo. A ideia do governo paulista é fazer uma transposição de 5.000 litros por segundo do Paraíba do Sul para a Represa Atibainha, do Sistema Cantareira, podendo assim, recuperar o manancial em crise. Dissonâncias Uma dissonância pode ocorrer em qualquer circunstância, raramente uma negociação a proposta é negada ou aceita imediatamente, pois como as decisões são tomadas em um clima de incerteza, o sim e o não são bastante ponderados antes de ser dado o veredicto. Mesmo que o negociador procure ser fiel representante da proposta, é inevitável que ocorram dissonâncias. Na maioria dos casos o que leva à existência de dissonâncias é um processo de aproximações sucessivas, com análises dos prós e dos contras, com um pouco de subjetividade e preferências pessoais. ARAÚJO, THIAGO, (2014), o Governo do Estado do Rio de Janeiro destacou que a dependência fluminense na água do Paraíba do Sul é expressiva e que a proposta de captação pode causar prejuízos. De acordo com SÁ, CLARICE (IG), (2014), a principal fonte de água para a região metropolitana do Rio de Janeiro hoje é o rio Paraíba do Sul e não há outro manancial capaz de reforçar o abastecimento na região e para o estado de São Paulo, o rio Paraíba do Sul é o que oferece solução no mais curto prazo. A proposta paulista é bombear água para o Cantareira em tempos de seca, mas também emitir água para Jaguari quando for necessário.
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Alternativas As
alternativas
devem
ser
analisadas
pelo
negociador,
assim
consegue avaliar se a possibilidade de acordo é melhor ou pior do que a proposta sugerida. GOMES, RODRIGO, (2014), cita uma alternativa gerada pelo Governo do Estado de São Paulo: “A Cesp terá de elevar a vazão da represa do rio Jaguari – afluente do Paraíba do Sul –, dos atuais 10 m³/s, para 43 m³/s. No reservatório de Paraibuna, no trecho do rio Paraíba do Sul que fica em São Paulo, a vazão será reduzida de 80m³/s para 47m³/s. No dia 9 de Agosto, o Operador Nacional de Sistema Elétrico (ONS) havia mandado aumentar a vazão local de 62m³/s para 80m³/s, a pedido da ANA, para compensar a redução no Jaguari. O governo fluminense terá de se adequar para a redução da vazão afluente na barragem de Santa Cecília, de 165m³/s para 160 m³/s a partir do dia 10 de setembro. O prazo servirá para que o governo do Rio de Janeiro se adeque à captação em um nível menor de água.” Agenda oculta
A agenda oculta trata-se da principal intenção ou preocupação de uma das partes em uma negociação, sendo esta principal intenção não revelada abertamente às demais partes, sejam por interesses pessoais ou empresariais (vantagem em um eventual acordo, interesses políticos, entre outros). RUBO, RAFAEL, (2017). A preocupação do Governo do Estado de São Paulo, enfatiza o fato que a cantareira abastece 8,8 milhões de pessoas, fica em uma região de classe média alta, portanto haja uma preocupação em manter essa população, apresenta áreas verdes, áreas que despertam interesses ecológicos, portanto, sem a cantareira o Governo perderia muito. A preocupação do Governo do Rio de Janeiro é que com o desvio do rio Paraíba do Sul, 11 milhões de pessoas fiquem sem abastecimento de água, transformando o estado em um caos e, contudo terão que gastar e
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investir em alternativas que contornem a situação. Uso do efeito plateia Não raro, a existência de efeito plateia leva os envolvidos a entrarem em acordo de prejudicar outra pessoa no jogo de cena. O efeito plateia introduz
componentes
no
processo
de
negociação.
Quando
ocorre,
determinadas ações que funcionariam muito bem em outras circunstâncias podem vir a ser desastroso. Quando o efeito plateia assume peso na decisão
de
nosso
interlocutor,
o
processo
decisório
sofre
uma
transformação que deve ser reconhecida, sob pena de cairmos em uma armadilha. Segundo a REVISTA VEJA, (2014): “O pacto mediado pela ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, São Paulo aumentará a partir desta quarta-feira a vazão do reservatório de Jaguari para 43 metros cúbicos por segundo (m³/s). A vazão tinha sido reduzida de 30 m³/s para 10 m³/s por decisão unilateral da Companhia Energética de São Paulo. O corte, que visava economizar água para o consumo das pessoas, provocou críticas do governo do Rio, do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Em compensação, a represa Paraibuna reduzirá sua vazão de 80 m³/s para 47 m³/s. O Rio de Janeiro, por sua vez, vai reduzir a captação na barragem de Santa Cecília, que abastece todo o Estado, de 165 m³/s para 160 m³/s. A mudança ocorrerá a partir de 10 de setembro.” Solução e possibilidades futuras O plano paulista para a região, apontada como alternativa de água para o Estado, só deve começar a operar em 2018, onde, a maior parte da água que abastece a região metropolitana de Curitiba hoje vem da bacia do Alto Iguaçu, o sistema produtor São Lourenço aumentará em 4,7 m³/s a vazão destinada a Grande São Paulo. A estimativa do governo é que 1,5
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milhão de moradores devem ser atendidos. Para reforçar o abastecimento na parte norte da região, são captados atualmente 0,09 m³/s das águas do rio Capivari, que compõe a bacia do Ribeira. Até 2020, essa vazão deve começar a ser ampliada e deve chegar a 0,6m³/s até 2040. Há também projeções para uso de 0,04 m³/s do rio Três Barras no abastecimento da cidade de Cerro Azul e, a depender do crescimento industrial de Adrianópolis, deve-se captar mais 0,04 m³/s de outro afluente do Ribeira. SÁ, CLARICE (IG), (2014), Conclusão A negociação como podemos ver está presente em quase tudo ao nosso redor. Dentro do processo de negociação pode notar que existem formas e técnicas de serem empregados e realizados. Para uma empresa uma negociação envolve custos, riscos, tempo, etc, por isso é de suma importância uma negociação bem estruturada, onde as chances de perder sejam comparadas a 0%, portanto, é com uma negociação bem estruturada que a empresa consegue ampliar seus lucros, criar novas expectativas, ampliar recursos, diminuir despesas, etc. Concluindo, para uma boa negociação primeiramente deve se definir os interesses, depois definir estratégias de ação, outras vantagens são separar as pessoas dos problemas e se concentrar nos interesses, uma comunicação bem estruturada ajuda a não ocorrer mal-entendidos, a criatividade e a busca de opções são fundamentais. O tempo, a informação, a atenção concebida pelo negociador e a análise das reais necessidades são questões essenciais para o sucesso de uma negociação. Referência bibliográfica
ARAÚJO, THIAGO, 2014. Entenda a Guerra da Água entre São Paulo e Rio de
Janeiro.
Disponível
em:
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http://www.brasilpost.com.br/2014/03/21/guerra-agua_n_5009760.html>. Acesso em 18 de Janeiro de 2017. GLOBO, 2014. Captação de água abre disputa entre governos do Rio e São Paulo. Disponível em: < http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2014/03/captacao-deagua-abre-disputa-entre-governos-do-rio-e-sao-paulo.html >. Acesso em 17 de Janeiro de 2017.
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GOMES, RODRIGO, 2014. Governo federal media acordo e encerra 'guerra da água'
entre
São
Paulo
e
Rio
de
Janeiro.
Disponível
em:
<
http://www.redebrasilatual.com.br/ambiente/2014/08/governo-federal-media-acordoencerra-guerra-agua-sao-paulo-rio >. Acesso em 18 de Janeiro de 2018. JUNQUEIRA, LUIZ AUGUSTO C., 2003. Negociação: inverdades perigosas. Disponível
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http://www.institutomvc.com.br/costacurta/artla10_neg_inverdades.htm
< >.
Acesso em 17 de Janeiro de 2017. REVISTA VEJA, 2014. Disputa sobre transposição de água entre SP e RJ pode parar no STF. Disponível em: <http://veja.abril.com.br/economia/disputa-sobretransposicao-de-agua-entre-sp-e-rj-pode-parar-no-stf/>. Acesso em 17 de Janeiro de 2017. RUBO, RAFAEL, 2017. Agenda oculta no contexto organizacional. Disponível em: < http://rafaelrubo.esy.es/financas/negoc.html >. Acesso em 18 de Janeiro de 2017. SÁ, CLARICE, (IG), 2014. Por água, São Paulo entra em conflito com Rio e busca integração com Paraná. Disponível em: < http://ultimosegundo.ig.com.br/brasil/201403-25/por-agua-sao-paulo-entra-em-conflito-com-rio-e-busca-integracao-com-parana.html >. Acesso em 17 de Janeiro de 2017.
VENEZIANI JÚNIOR, Roberto L., 2016. Tipos de Negociação. Disponível em: http://fgv.portalamerica.com.br/noticia/54/tipos-de-negociacao.html. Acesso em 17 de Janeiro de 2017. *Esta matriz serve para a apresentação de trabalhos a serem desenvolvidos segundo ambas as linhas de raciocínio: lógico-argumentativa ou lógico-matemática.
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