Análise da Viabilidade Econômica de um Novo Projeto

Page 1

FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS PROGRAMA DE MBA EM GERENCIAMENTO DE PROJETOS

EUCLIDES DOTTA NETO

ANÁLISE DA VIABILIDADE ECONÔMICA DE UM NOVO PROJETO

CAMPINAS/SP MAIO/2017


FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS PROGRAMA DE MBA EM GERENCIAMENTO DE PROJETOS

EUCLIDES DOTTA NETO

ANÁLISE DA VIABILIDADE ECONÔMICA DE UM NOVO PROJETO

Trabalho apresentado ao Curso de MBA em

Gerenciamento

Internacional

de

Projetos, Pós-Graduação lato sensu, da Fundação Getúlio Vargas como requisito parcial para a obtenção do Grau de Especialista

em

Projetos.

ORIENTADOR: Prof. Francisco Laport

CAMPINAS/SP MAIO/2017

Gerenciamento

de


FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS PROGRAMA DE MBA EM GERENCIAMENTO DE PROJETOS

Trabalho de Conclusão de Curso Análise da Viabilidade Econômica de Um Novo Projeto

Elaborado por Euclides Dotta Neto

E aprovado pela Coordenação Acadêmica do Curso de MBA em Gerenciamento Internacional de Projetos, foi aceito como requisito parcial para a obtenção do certificado do curso de pós-graduação, nível de especialização do Programa FGV Online.

Campinas,SP, 06 de Maio de 2017.

____________________________ André Baptista Barcaui Coordenador do MBA em Gestão de Projetos

__________________________ Francisco Laport Professor Orientador


DECLARAÇÃO A empresa ................................... representada neste documento pelo Sr. (a) ......................................., autoriza a divulgação das informações e dados coletados em sua organização, na elaboração do Trabalho de Conclusão de Curso intitulado ............................................, realizado pelo aluno ................................, do curso de MBA em Gerenciamento Internacional de Projetos, do Programa FGV Online, com o objetivo de publicação e/ ou divulgação em veículos acadêmicos.

Cidade, Data por extenso.

(assinatura) (cargo) (Empresa)


TERMO DE COMPROMISSO

O aluno Euclides Dotta Neto, abaixo assinado, do curso de MBA em Gerenciamento

Internacional

de

Projetos,

Turma

(TCC-0217-7_10

MBA_MCTCCEAD-72) do Programa FGV, realizado no período de Março de 2016 a Maio de 2017, declara que o conteúdo do Trabalho de Conclusão de Curso intitulado MBA Executivo: Internacional em Gerenciamento de Projetos é autêntico, original e de sua autoria exclusiva.

Campinas, 06 de Maio de 2017.

____________________________________ Euclides Dotta Neto


Dedico este trabalho aos meus familiares, principalmente meus pais Euclides Dotta JĂşnior e Maria Cristina Liberali Dotta, as minhas irmĂŁs e aos meus amigos que sempre estiveram comigo e aos professores do curso que sempre deram apoio.


AGRADECIMENTOS Primeiramente, gostaria de agradecer a Deus por ter me proporcionado mais uma conquista em minha vida, me indicando o caminho certo para seguir em frente com os meus objetivos mesmo nas dificuldades do dia-a-dia, aos meus pais que sempre estiveram do meu lado, me ensinando, me apoiando, e fazendo com que eu melhorasse cada dia mais, aos amigos que tenho e que conquistei ao passar dos anos e aos professores do curso de que sempre estiveram dispostos a ajudar. Enfim, agradeรงo a todos que compartilharam e ainda compartilham mais essa conquista em minha vida.


RESUMO

Através deste estudo, podemos notar o quanto os recursos são escassos, onde as organizações procuram reduzir custos, minimizar os riscos, ampliar formas de investimento, melhorar a qualidade dos produtos, destacar em relação aos concorrentes, contudo, as organizações pensam em tudo isso e se esquecem de analisar a viabilidade econômica, considerando o tempo de retorno sobre investimento inicial e os riscos. É muito importante analisar precisamente a viabilidade de um projeto, pois é através do cálculo da análise de viabilidade econômica que conseguiremos definir o tempo de retorno sobre investimento e identificar se é um projeto viável ou não. Há vários indicadores de viabilidade financeira: Relação custo-benefício (RCB), valor presente líquido (VPL), Tempo de retorno sobre investimento (Payback) e taxa interna de retorno (TIR). Todos esses indicadores dependem da demanda do produto pelo mercado; expectativa de crescimento; do preço de venda do produto aceito pelo consumidor final; dos custos envolvidos na produção; sendo essencial a atuação da engenharia, logística, marketing, vendas. Uma forma de evitar perguntas, como: “O investimento foi bom ou ruim?” é fazer a análise de viabilidade econômica do projeto, obtendo o resultado mais próximo da análise. O trabalho apresenta como exemplo um investimento no setor agrícola, onde a utilização da análise de viabilidade econômica é muito mais raro do que qualquer outro, mas que funciona em qualquer setor e qualquer tipo de investimento ou projeto. Palavras-Chave: Viabilidade econômica; riscos; investimentos; indicadores de viabilidade; payback.


ABSTRACT Through this study, we can notice how much scarce the resources are, where organizations seek to reduce costs, minimize risks, increase forms of investment, improve quality of products, highlight over competitors, though, the organizations think about everything, and forget to analyze the economic viability, considering the return on initial investment time and risks. It’s very important to accurately analyze the viability of a project, because it is through the calculation of the viability analysis that we will get to define the return on investment time and identify if it is a viable project or not. There are many indicators of financial viability: cost-benefit ratio (BCR or RCB), net present value (NPV or VPL), return on investment (ROI or Payback) and internal rate of return (IRR or TIR). All these indicators depend on the demand of product by the market; growth expectations; sales price of the product accepted by the customer; costs involved in production; being the interaction of engineering, logistic, marketing, and sales, essential for it. A better way to avoid questions as: “Was the investment good or not?” is making project’s economic viability analysis, obtaining the results closer than real. The current work shows as example an investment in the agricultural sector, where the use of analysis of economic viability is rarer than any other, but works in any sector and type of investment or project. Keywords: Economic viability; risks; investments; viability indicators; payback.


LISTA DE ABREVIATURAS SIGLAS RCB – Relação Custo-Benefício VPL – Valor Presente Líquido TIR – Taxa Interna de Retorno BCR – Cost-Benefit Ratio (ing) NPV – Net Present Value (ing) ROI – Return on Investment (ing) IRR – Internal Rate of Return (ing) GP – Gerenciamento de Projetos BC – Benefício e Custo TMA ou i – Taxa Mínima de Atratividade FC0 – Fluxo de Caixa Inicial FCn – Fluxo de Caixa Futuro a.a. – Ao Ano a.m. – Ao mês m – metros m2 – metros quadrados


LISTA DE FIGURAS E TABELAS Figura 1: Cálculo de Relação Custo-Benefício..................................................... 18 Figura 2: Cálculo do Valor Presente Líquido......................................................... 19 Figura 3: Cálculo de Payback.................................................................................20 Figura 4: Outra Fórmula de Payback......................................................................21 Figura 5: Cálculo da Taxa Interna de Retorno.......................................................22 Figura 6: Gráfico de um Fluxo de Caixa.................................................................26 Figura 7: Estufa Coberta e Plantação de Tomate..................................................29 Figura 8: Fluxo de Caixa de Acordo com a Produção na Primeira Safra...............32 Figura 9: Fluxo de Caixa de Acordo com a Produção na Segunda Safra..............34 Figura 10: Fluxo de Caixa de Acordo com a Produção na Terceira Safra.............34 Figura 11: Fluxo de Caixa de Acordo com a Produção na Quarta Safra...............35 Tabela 1: Exemplo de Fluxo de Caixa....................................................................27 Tabela 2: Lista de Riscos.......................................................................................30 Tabela 3: Custos de Projeto na Primeira Safra......................................................31 Tabela 4: Custos na Segunda Safra......................................................................33 Tabela 5: Demonstração de Gastos, Retorno e Lucros em Cada Safra................35 Tabela 6: Demonstração Visual de Payback..........................................................36 Gráfico 1: Demonstração Linear do Investimento no Período de 2 Anos..............36


SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO........................................................................................................14 2. REFERENCIAL TEÓRICO.....................................................................................15 2.1. Delimitação do Tema..........................................................................................15 2.2. Projeto de Investimento.......................................................................................15 2.2.1. Fases de Desenvolvimento de um Projeto.......................................................16 2.2.2. Tipos de Projetos de Investimento...................................................................16 2.3. Análise de Viabilidade Econômica e Financeiro............................................16 2.4. Importância da Viabilidade Econômica ..............................................................17 2.5. Indicadores de Viabilidade Econômica ..............................................................17 2.5.1. Relação Custo-Benefício (RCB).......................................................................17 2.5.1.1. Quando Usar a Relação Custo-Benefício? ..................................................17 2.5.1.2. Modo de se Calcular o RCB .........................................................................18 2.5.2. Valor Presente Líquido (VPL) ..........................................................................19 2.5.2.1. Quando Usar o Valor Presente Líquido? .....................................................19 2.5.2.2. Modo de se Calcular o VPL ..........................................................................19 2.5.3. Tempo de Retorno Sobre o Investimento (Payback) ......................................20 2.5.3.1. Modo de se Calcular o Payback ...................................................................20 2.5.4. Taxa Interna de Retorno (TIR).........................................................................21 2.5.4.1. Quando Usar a Taxa Interna de Retorno?....................................................21 2.5.4.2. Modo de se Calcular a TIR ...........................................................................22 2.6. Riscos de Investimento ......................................................................................22 2.7. Custos de Investimento ......................................................................................23 2.7.1. Controle de Custos...........................................................................................24 2.8. Retorno do Investimento ....................................................................................24 2.9. Adquirindo Recursos para Investimento .............................................................24 2.10. Depreciação .....................................................................................................25 2.11. Fluxo de Caixa ..................................................................................................25 2.12. Objetivo ............................................................................................................27 2.12.1. Objetivo Específico .......................................................................................27


2.13. Problemas ........................................................................................................28 2.14. Justificativa........................................................................................................28 2.15. Metodologia.......................................................................................................28 3. RELAÇÃO DA TEORIA COM A PRÁTICA............................................................29 4. CONCLUSÃO.........................................................................................................37 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..........................................................................38


1.

INTRODUÇÃO Antes de nos aprofundarmos em relação à viabilidade econômica, vamos

entender o significado de viabilidade. A palavra viabilidade é atribuída ao que seja viável, sendo assim, aquilo que pode ser realizado. A viabilidade econômica por sua vez esta relacionada aos recursos financeiros presente a fim de executar um projeto. Com a análise de viabilidade consegue anteceder se o projeto terá êxito ou fracasso em sua execução. A importância da viabilidade é a garantia de que você tem de acordo com as informações necessárias para que o empresário siga em frente ou não com o projeto. Várias são as formas de calcular um investimento, temos os indicadores de viabilidade econômicos, sendo eles: Relação custo-benefício (RCB); Valor presente líquido (VPL); Tempo de retorno sobre investimento (Payback); Taxa interna de retorno (TIR). Dos quatro indicadores citados, o Payback é um dos métodos mais utilizado, por ser considerado o método mais adequado, e seguro ao informar quando o investimento retornará. O que acontece hoje é que muitos que iniciam projetos acreditam piamente que aquilo vai dar certo, sem nenhuma análise anterior, apenas devido a informações, mas se você acredita que somente um pouco de informação pode trazer êxito ao projeto é o caminho certo, você está enganado, na verdade esse trabalho serve para mostrar o quanto vale a pena fazer análise de viabilidade econômica financeira. O objetivo principal é apresentar através da análise de viabilidade, análises dos riscos, análises dos investimentos, como as decisões certas na hora de investir podem ajudar no futuro de um projeto, e com cálculos mostrar se o projeto é viável ou não em relação ao capital que será aplicado e mostrar em quanto tempo terá seu dinheiro investido de volta. Em um mercado cada vez mais competitivo as empresas que conseguem ter o controle dos seus recursos saem a frente da concorrência. Como exemplo, o trabalho proporcionará um investimento no setor agrícola, na instalação de estufa e como exemplo de riscos altos terá a plantação de tomates em estufa, pois é uma cultura muito variável em relação a mercado e o gasto para manter a planta durante seu ciclo é extremamente alto.

14


2. REFERENCIAL TEÓRICO 2.1.

Delimitação do Tema

Muitas organizações constantemente tentam expandir de alguma forma, e por via de regras, uma das formas de expandir é investindo, aplicando o dinheiro em algo que gere um retorno futuro. As organizações sofrem constantemente com mudanças no relacionamento, com os meios de produção, clientes, colaboradores, investidores, concorrentes e com a sociedade. (DE SOUSA, 2011). A cada dia, organizações visam melhorar a estrutura do negócio, ampliar os negócios, aumentar seus lucros, melhorar qualidade dos produtos, sair na frente dos concorrentes, diminuir os riscos, enfim, mas muitos se esquecem de analisar a viabilidade econômica antes de começar um projeto. E por fim acabam não sabendo se o projeto é ou não viável, e muitas vezes só descobrem após a finalização do projeto. 2.2.

Projeto de Investimento

Para (BRITO, 2006), os objetivos de se fazer projetos são: criar, expandir, modernizar, realizar, fundir, incorporar, mudar de atividade, sanear financeiramente e redimensionar o capital de giro financeiramente. A (WIKIPEDIA, 2017) explica que, “Projeto de investimento é uma aplicação de fundos escassos que geram rendimento, durante um certo período de tempo, como forma de maximizar o lucro da empresa. Enquanto aplicação de fundos que gera rendimento, o projeto é um negócio para a empresa, a qual se decide pela sua implementação ou não. O conceito entendido em duas acepções: enquanto plano (intenção) de investimento e enquanto estudo (processo escrito) da intenção de investimento (negócio). Como o estudo é a tradução no papel da intenção de investimento, as duas concepções são equivalentes, sendo reunidas no dossiê do projeto de investimento. No plano de investimento, o projeto é uma proposta de aplicação de recursos escassos que possuem aplicações a um negocio que, espera-se, gerar rendimentos futuros.”

Atualmente as empresas procuram investir, não visando lucro, mas sim ter o retorno ideal para o investimento realizado, o objetivo da empresa é manter uma continuidade a longo tempo e se valorizar patrimonialmente. Mas esse retorno adequado varia em relação a vários fatores, de acordo com (BERNARDI, 2003), eles são: remuneração de mercado; tipo de negócio; ramo de atividade; riscos 15


envolvidos; atratividade do negócio; riscos conjunturais e grau de estabilidade no país. 2.2.1. Fases de desenvolvimento de um projeto São divididos em três partes as fases de desenvolvimento de um projeto, sendo elas a fase de concepção, implementação e operacional. “Concepção: é a fase inicial, a criação da ideia a avançar e a ponderação de todos os critérios inerentes ao investimento a realizar. É subdividida em três sub-fases: identificação das oportunidades de investimento; preparação do projeto e avaliação. Implementação: inclui-se a fase de investimento. Passando pela planificação, execução, controle a fase de investimento. Operacional: Fase onde se procede as ações e as operações que dão vida ao projeto. Após a escolha do investimento, é necessário realizar um projeto de viabilidade, para avaliar as alternativas favoráveis para se ter uma decisão tomada à organização. Depois da tomada de decisão, cabe ao administrador financeiro aprovar o projeto e sua implantação, ou refazer para avaliar novas alternativas para obter lucros. “ (WIKIPEDIA, 2017).

2.2.2. Tipos de Projetos de Investimento Os tipos de projetos podem ser divididos por setor de atividade (projetos agrícola, industriais, comerciais e de serviço), por natureza do investidor (projetos públicos e privados), por relação com a atividade produtiva (projetos diretamente e indiretamente produtivos e projetos sociais), por objetivo de investimento (Investimento de substituição, investimento de modernização, investimento de expansão, investimento de inovação, e investimento estratégico) Por relações entre investimentos (projetos independentes e dependentes, projetos exclusivos, projetos complementares). 2.3.

Análise de Viabilidade Econômica e Financeira

A viabilidade financeira tem como objetivo estimar o total do investimento necessário para colocar o projeto em prática, considerando vários fatores. Viabilidade econômica tem como objetivo analisar os custos e benefícios do projeto. (TREASY, 2017). Vargas, (2003) define como projeto: um empreendimento não repetitivo, caracterizado por um início, meio e fim, que se destina a atingir em objetivo claro e 16


definido, sendo conduzido por pessoas dentro de parâmetros de tempo, custo, recursos envolvidos e qualidade. De acordo com (SERPA, 2016), a maturidade de um GP é medida através da forma com que o mesmo conduz as integrações de um projeto. Há várias formas de se calcular um investimento antes mesmo de sair do papel, com os indicadores de viabilidade econômicos, sendo eles: Relação custo-benefício; Valor presente líquido; Tempo de retorno sobre investimento; taxa interna de retorno. O mais utilizado dos métodos acima é o tempo de retorno sobre o investimento, onde é considerado o mais simples, mais adequado e seguro em relação ao retorno do capital investido. 2.4.

Importância da Viabilidade Econômica

A importância da viabilidade é a garantia de que você tem de acordo com as informações necessárias para que o investidor saiba se deve ou não prosseguir adiante com o seu projeto. (MOURÃO, 2015). 2.5.

Indicadores de Viabilidade Econômica

Indicadores são diferentes formas de calcular o investimento para que o investidor tome uma decisão acertada, saber se compensa ou não aplicar o dinheiro em tal negócio. Os quatro indicadores são: Relação custo-benefício (RCB); Valor presente líquido (VPL); Tempo de retorno sobre investimento (Payback); Taxa interna de retorno (TIR). 2.5.1. Relação Custo-Benefício (RCB) A relação de custo-benefício é um indicador que relaciona os benefícios de um projeto e seus custos em termos monetários. Ambos devem ser expressos em valores presentes. (Wikipedia, 2017). Consiste em comparar todos os custos do investimento com os benefícios recebidos. 2.5.1.1.

Quando Usar a Relação Custo-Benefício?

Como (DIAS, 2014) menciona, a análise de custo-benefício é usada para decisões financeiras simples e rápidas, tendo como objetivos minimizar custos para 17


atingir benefícios, maximizar benefícios para um dado conjunto de custos e quando ambos variam. Para analisar o custo-benefício, deve se perguntar primeiramente se a empresa necessita desse investimento, segundo mensurar o total a ser pago pelo investimento para saber o custo-benefício, depois analisar a disponibilidade que a empresa pode investir e verificar os benefícios que o investimento trará, checar as desvantagens do investimento, estudar a duração dos impactos do investimento, e por fim decidir através do custo-benefício. Se o resultado final for BC maior que 1, o projeto é considerado viável. 2.5.1.2.

Modo de se Calcular o RCB

Figura 1- Cálculo de Relação Custo-Benefício.

Fonte: (DIAS, 2014) - http://blogdaengenharia.com/aprenda-usar-analisecusto-beneficio-na-avaliacao-de-projetos/

18


2.5.2. Valor Presente Líquido (VPL) Reflete a riqueza em valores monetários do investimento, medida através da diferença entre o valor presente das entradas de caixa e o valor presente das saídas de caixa, a uma determinada taxa de desconto, custo de oportunidade ou custo de capital (REBELATTO, 2004). 2.5.2.1.

Quando Usar o Valor Presente Líquido?

O VPL dá ao investidor a medida correta do lucro líquido ou prejuízo de um investimento a valor presente. De acordo com (SERPA, 2016) é o calculo de quanto os futuros pagamentos somados a um custo inicial estariam valendo atualmente. O VPL para ser considerado viável, deve ser maior que zero, portanto o valor do projeto tem que ser maior que seu custo. 2.5.2.2.

Modo de se Calcular o VPL

Figura 2 - Cálculo do Valor Presente Líquido.

Fonte: (CARVALHO, 2017) - http://hcinvestimentos.com/2017/01/17/valorpresente-liquido/ Tem se: FC0 = Valor que representa o fluxo de caixa no período zero (investimento inicial). FCn = Valor que representa o fluxo de caixa em determinado período (n) ex: anos, meses. TMA = Taxa mínima de atratividade

19


2.5.3. Tempo de Retorno Sobre Investimento (Payback) O tempo de retorno do investimento é um indicador, com a ajuda dele, o investidor consegue saber em quanto tempo o investimento vai se pagar e consegue estabelecer se é viável seguir em frente com o projeto. (LUNELLI, 2017) cita dois tipos de tempo de retorno sobre o investimento, o payback e o payback descontado. O payback seria o tempo de recuperação do investimento realizado e o payback descontado seria considerado o valor do dinheiro no tempo. O payback é importante para a efetivação do projeto, pois é através dele que se verifica o tempo de retorno do investimento. Através de análises, o investidor consegue ter conhecimento da maturidade do investimento, além de saber o tempo de exposição ao risco. Sua principal vantagem em relação ao VPL é que o payback leva em conta o prazo de retorno do investimento e, consequentemente, é mais apropriado em ambientes de risco elevado. (WIKIPEDIA, 2017). Suas vantagens é que são proporcionados cálculos simples e de fácil entendimento; gera uma ideia de liquidez e do risco do projeto; aumenta a segurança em relação aos riscos e é adequada a avaliação para projetos com risco muito alto. A desvantagem é não ter em conta cash-flows gerados depois do ano de recuperação, não sendo aconselhável pra projetos com longo prazo. 2.5.3.1.

Modo de se calcular o Payback

Figura 3 - Cálculo de Payback.

Fonte: (WIKIPEDIA, 2017) - https://pt.wikipedia.org/wiki/Payback 20


Figura 4 – Outra fórmula de Payback.

Tem se: FC0 = Fluxo de caixa inicial FCn = Fluxo de caixa futuro i = taxa mínima de atratividade 2.5.4. Taxa Interna de Retorno A taxa interna de retorno dá ao investidor a medida exata da taxa de retorno intrínseca de um projeto, para quem não domina o uso da taxa de retorno interna não é indicado o uso, onde podem gerar conclusões erradas. Podemos definir a TIR como a taxa interna de retorno de um projeto; a taxa máxima de custo de capital que um projeto suporte; a taxa e desconto para fluxos de caixa de um projeto, que faz o VPL desse projeto ser zero. Uma decisão interessante de investimento seria a análise do VPL e da TIR de cada situação, levando em conta a TMA. 2.5.4.1.

Quando Usar a Taxa Interna de Retorno?

Se a TIR de um projeto é maior do que a taxa de custo do capital nele alocado, devemos investir nesse projeto, pois ele retorna uma taxa maior do que a taxa do custo do capital. A diferença para mais, significa que teremos lucro. Se a TIR for menor do que a taxa do custo do capital investido, não devemos investir nesse projeto, pois estaremos mais pelo capital do que conseguimos receber desse projeto. E se o resultado for igual à taxa interna de retorno, quer dizer que o projeto está numa situação de indiferença. 21


A TIR é um importante critério para a tomada de decisão. No entanto, alguns cuidados devem ser tomados, quando estiver utilizando. Pode haver mais de uma TIR positiva para um projeto quando houver mais do que uma inversão no sinal dos fluxos de caixas futuros projetados para determinado projeto. Nesse caso, não é aconselhável utilizar a TIR, ao menos que entenda muito do assunto. 2.5.4.2.

Modo de se Calcular a TIR

Figura 5 - Cálculo de TIR.

Tem se: FC0 = Fluxo de caixa inicial FCn = Fluxo de caixa futuro i = taxa interna de retorno Como podemos ver pela fórmula, é cada fluxo de caixa a ser dividido pela TIR elevada ao seu respectivo período, visto que os juros, nesse aspecto são compostos. Devendo ser tudo isso ser igual a zero. 2.6.

Riscos do Investimento

O risco do projeto é uma condição incerta que poderá provocar um efeito negativo ou positivo em um ou mais objetivos do projeto, sendo os positivos os riscos que foram identificados e analisados, possibilitando o planejamento de respostas, já o negativo são riscos desconhecidos, não podendo ser gerados de forma proativa. Riscos positivos e negativos são comumente chamados de oportunidades e ameaças (PMI, quinta edição, 2014).

22


São diversos os riscos que afetam um projeto são e podem ser oriundos de queda nas vendas, crescimento da inflação, aumento no preço da matéria-prima, instalação de empresas concorrentes, fatores econômicos, fatores financeiros, etc. Para minimizar as chances de riscos em um projeto, devemos realizar uma análise de risco, essa análise é importante para realizar um planejamento de tudo antes de ser colocado em prática. O risco interno é inerente ao projeto, controlado pelo líder, que pode ser reduzido mediante ações diretas, como o desenvolvimento de planos de contingência, dentro do risco interno, envolvem: custo, prazo, gerenciais, perda de potencial, fluxo de caixa. O risco externo encontra fora do controle dos líderes, mas podem ser influenciados pelos líderes e previstos, mas não há controle direto sobre os riscos, dentro do risco externo, podemos citar: taxa de câmbio, inflação, impactos sociais, impactos ambientais, riscos operacionais, riscos de mercado e já os riscos externos imprevisíveis são medidas reguladoras, efeitos colaterais e desastres naturais. (Nascimento, 2003). 2.7.

Custos do Investimento

Para a funcionalidade normal de um projeto, deve-se fazer um levantamento dos investimentos para iniciar os negócios e fazer projeção de custos. Incluindo: Custos fixos e custos variáveis. Os custos fixos são aqueles recorrentes e previsíveis, como aluguel, salários, contas de despesas (luz, água, energia, etc.), etc. Os custos variáveis são aqueles que variam de acordo com a produção e as vendas como comissões, taxas. Segundo (Brito, 2006) “Os custos dos projetos possuem duas origens: a realização dos investimentos e a operação da empresa. Os principais custos fixos são os de manutenção, depreciação, seguros, mão de obra indireta (ou administrativa), inclusive respectivos encargos sociais, custos financeiros de longo prazo, entre outros. Os principais custos variáveis são os realizados com a mão de obra direta, inclusive encargos respectivos, energia, água, matéria-prima, materiais secundários, de embalagem, comissões sobre vendas, propaganda, impostos, também, entre tantos”.

23


2.7.1. Controle de Custos Os custos devem ser controlados conforme a evolução do projeto, para obter medições de acordo com o avanço físico-financeiro do projeto, bem como as mudanças envolvidas e seus respectivos impactos. 2.8.

Retorno do investimento

O retorno do investimento representa o ganho (positivo) ou prejuízo (negativo) do projeto observado através do resultado. Toda empresa que quando realiza investimentos espera por um retorno. Para tanto, os investidores buscam sempre um saldo positivo em relação ao investimento, e para obter isso, os investimentos realizado devem ser analisados pelos gestores, revisando todos os aspectos necessários antes da sua efetiva implementação. 2.9.

Adquirindo Recursos para Investimento

Em via de regra, só capta recursos à empresa que é objetivamente e subjetivamente o que o investidor está procurando, cada investidor conhece o perfil da empresa em que ele quer investir. (MATSUDA, 2011). Após avaliar se o investimento é viável (baixo risco e chance alta de conseguir alto retorno), é necessário analisar onde e qual a maneira de captar recursos para os investimentos. Para isso deve-se avaliar a qualidade do empréstimo e a capacidade de quitálo, se no caso de um empréstimo, o objetivo do gestor é alcançado e ainda conseguir lucros maiores que os juros pagos pelo empréstimo, dessa forma a escolha em adquirir o devido empréstimo foi uma boa opção, mas se ao contrário a empresa sempre necessitar de um novo empréstimo para cobrir as despesas, então não houve um bom estudo em adquirir o empréstimo. Algumas empresas utilizam como recursos para investimento o próprio capital da empresa, onde quanto maior o risco, maior o retorno. São várias as formas de adquirir recursos para investimentos, como exemplo: financiamentos, descontos de títulos, debêntures, arrendamento mercantil. 24


2.10. Depreciação Depreciação é uma desvalorização de um bem em relação ao tempo de uso. Na compra de uma estufa que hoje vale em torno de R$ 50.000,00 daqui há 3 anos estará valendo para venda muito menos, devido ao desgaste do material, tendo que fazer reparos do material, devendo ser levado em conta ao projetar os resultados da empresa. A depreciação deve entrar no processo de análise de um investimento, ao fazer uma projeção muitos não consideram as despesas que não foram desembolsadas, contudo, acabam projetando lucros não reais. O valor residual de algum material é o valor que é vendido após o período de vida útil do material. Se o material utilizado tem uma vida útil de 3 anos no caso dos plásticos da estufa, o valor do material após 3 anos representa o valor residual. Durante o fluxo de caixa a depreciação apresenta um papel importante, quando calcula o fluxo de caixa do período, retira à depreciação do lucro bruto para o cálculo de impostos, fazendo isso a empresa fica isenta do imposto de certo modo e depois soma novamente junto ao lucro, pois como despesa deduzida do lucro, não houve saída de recursos. 2.11. Fluxo de Caixa O fluxo de caixa é importante para as empresas que buscam ter controle do que entra e sai de recursos. Em um mercado cada vez mais competitivo, as empresas que conseguem ter o controle dos seus recursos saem a frente da concorrência. Quando se consegue captação de recursos de investimento, deve-se ter ciência que existe prazo (curto ou longo prazo) para o pagamento do empréstimo. O controle de recursos se torna importante a partir do momento em que a empresa organiza as entradas e saídas de modo a manter seus orçamentos em dia. Com o fluxo de caixa é possível projetar resultados e fazer previsões baseadas em dados passados e presentes da renda líquida e bruta da empresa, contudo consegue saber o quanto de dinheiro precisa para um financiamento ou para segurar fundos para quitar uma dívida. O fluxo de caixa mostra impactos de um 25


possível aumento ou diminuição das vendas, apresenta também impactos resultantes de variações no custo de produção. Há dois tipos de fluxos de caixa, os convencionais e não convencionais. Os fluxos de caixa convencionais são aqueles que apresentam apenas uma variação de sinal no decorrer do tempo analisado. Os fluxos de caixa não convencionais são aqueles que apresentam várias mudanças de sinal no decorrer de todo o tempo de vida útil do investimento analisado. Figura 6 – Gráfico de um fluxo de caixa.

A linha horizontal é representada pelo tempo, podendo ser identificadas por dias, meses, anos, etc. As setas para baixo representa os valores investidos (saídas) e as setas para cima são os retornos do investimento (entradas). Na tabela a seguir, são apresentados os valores negativos sendo as saídas e os valores positivos como sendo as entradas.

Tabela 1 – Exemplo de Fluxo de Caixa.

26


2.12. Objetivo Conforme mencionado na apresentação, a análise de viabilidade é muito importante para um projeto, esse trabalho tem como objetivo principal, apresentar às análises de riscos, análises dos investimentos, como as decisões podem afetar no futuro do investimento de um projeto, e a partir dos cálculos perceber quando um projeto é viável ou não em relação ao capital inicial investido, a fim de mostrar quando o dinheiro investido terá retorno. Contudo, muitas organizações podem fazer um planejamento, analisando riscos e os investimentos, antecedendo o que pode vir a acontecer no projeto futuramente. 2.12.1.

Objetivo Específico

- Apresentar por meio de exemplo como é feito a viabilidade econômica de um projeto, recursos disponíveis para um investimento e avaliação do investimento. - A importância da realização de uma análise dos riscos, custos e retornos de investimento de um novo projeto. -Demonstrar a importância de calcular o Payback e ter seu dinheiro investido de volta.

2.13. Problemas

27


Quando alguém começa um projeto não faz análises ou um estudo da viabilidade do projeto, analisando seus riscos, custos, e seus retornos, e após o investimento, sem qualquer análise da viabilidade, percebem que o capital foi mal investido, utilizado no momento em que não era pra ser utilizado ou mal utilizado, desse modo não conseguem os resultados que estavam esperando ou em muitos casos ficam com saldos negativos após terem feito o investimento sem análise da viabilidade econômica. 2.14. Justificativa O trabalho visa ajudar as pessoas a fazer uma análise da viabilidade antes de iniciar um projeto, e não começar um projeto porque ouviu informações, nesse caso vou tomar como exemplo: instalação de uma estufa destinada a produção de hortaliças e seu payback, para retorno do capital inicial investido. Tentarei mostrar através dos cálculos se o projeto é viável ou não antes de sair do papel, garantindo uma rentabilidade segura antes de iniciar o projeto e também vai ajudar a escolher qual melhor recurso disponível em relação a investimento. 2.15. Metodologia O trabalho vai ser realizado baseado em referências bibliográficas, no conhecimento adquirido na disciplina de matemática financeira sobre o tema de viabilidade econômica, e em pesquisas feitas na internet. Tentarei mostrar a importância da viabilidade econômica de um projeto, mostrando os riscos de um projeto, abordado na matéria de gerenciamento de riscos e o retorno do investimento, contudo as pessoas podem analisar se é viável ou não o próximo projeto que farão.

3. RELAÇÃO DA TEORIA COM A PRÁTICA 28


O estudo de caso tem como objetivo principal fazer uma análise de viabilidade econômica na instalação de uma estufa, sendo analisados os riscos, os custos e o retorno do capital investido. O projeto de instalação de uma estufa coberta necessita de uma área de 1000m2 para a implantação da cultura de tomate no sistema vertical (Figura 7). O espaçamento utilizado será de 1,0m X 0,5m entre linhas o que é equivalente a 1.750 plantas em 1000m2. Figura 7 – Estufa Coberta e Plantação de Tomate.

Os riscos da implantação da cultura são altos, há vários fatores que influenciam no custo de uma lavoura por 5-6 meses de produção. Desde a instalação até a colheita final há riscos, como pode ser observado na tabela 2, abaixo. Tabela 2 – Lista de Riscos

Número Categoria

Durante a Instalação da Estufa Evento

Efeito 29


1 2 3

Baixo Baixo Baixo

Número Categoria

Demora na entrega Prazo para instalar a estufa Prazo para instalar a irrigação Após a Instalação da Estufa Evento

1

Baixo

Danos na estrutura

2

Baixo

Danos na irrigação

3

Médio

Chuva e clima

4

Alto

Falta de funcionários

5

Médio

Mão de Obra não qualificada

6

Alto

Transporte

7

Médio

Pragas

8

Médio

Flutuação de preços

Não há Não há Não há Efeito Perda de 1 dia, difícil de acontecer devido aos testes feitos antes da entrega final Perda de 1 dia, difícil de acontecer devido aos testes feitos antes da entrega final. A chuva nesse caso não interfere por ser coberto e tem irrigação, mas o clima quente ou frio pode ocasionar em perdas de frutos, onde ocorre o travamento do fruto, atrasando a colheita. Atraso na colheita e prejuízo na demora da colheita. Atraso na colheita, pois perde tempo para ensinar e também na classificação por falta de experiência. O atraso do transporte interfere na qualidade dos frutos, podendo atrapalhar na negociação. Podem atrapalhar na qualidade do fruto, atrapalhando na negociação Atrapalha pois não da pra prever o preço, geralmente a caixa custa de R$ 20,00 a 25,00, entressafra R$ 30,00 a 40,00, podendo chegar a R$ 70,00.

Garantias dos Materiais galvanizados a fogo (cinco anos). Materiais em alumínio (dez anos) degradação. Plásticos de Cobertura e Telas de Fechamentos, (três anos) garantia especifica do fabricante. Montagem (um ano) após o término.

30


Após isso, o preço devido à depreciação é muito menor para os materiais citados acima. A tabela 3 a seguir, mostra os custos da instalação da estufa e irrigação. Tabela 3 – Custos do Projeto na Primeira Safra

Custo da Estufa Materiais da Estufa Agrícola Plástico de Cobertura Telas de Fechamento Porta e Semicírculo Montagem Transporte Valor Total do Orçamento

R$ 24.771,00 R$ 3.375,00 R$ 1.937,00 R$ 1.500,00 R$ 10.000,00 R$ 600,00 R$ 42.183,00 Custo de Irrigação

Bomba centrífuga para irrigação Cano PVC 3" (75mm) - 60m Mangueira 100m - 17,5 Valor Total do Orçamento

R$ 1.414,26 R$ 620,00 R$ 1.049,47 R$ 3.083,73 Outras despesas

Gasolina para o motor - 1 mês Água Produtos (inseticidas, adubos, etc) na safra - R$ 3,50 por pé de tomate Transporte (inclui combustível e pedágio) Sementes de Tomate

R$ 6.125,00 R$ 153,00 R$ 1.390,25

Funcionários (2 pessoas) - R$1,00/ caixa, descontado na hora – 525 cxs na safra Valor Total das Despesas

R$ 1.050,00 R$ 9.211,75

Gastos Total

R$ 493,50 R$ 0,00

R$ 54.478,48

Para o investimento necessita da quantia total de R$54.478,48, no caso de um financiamento em um banco a porcentagem dos juros seria de 1,94%a.m. ou 23,28%a.a. 31


Vamos as contas, a cada 3 plantas se completa uma caixa com 25 quilos, em 1.750 plantas obteremos 583,5 caixas, a média de caixas colhidas na safra é em torno de 300 caixas/1000plantas, sendo assim obtendo 525 caixas durante o ciclo, as vendas dependem da época, onde pode variar de R$ 20,00 a 25,00 reais na safra, na entressafra R$ 30,00 a 40,00 e em épocas de frio (Junho-Julho) a tendência é os preços elevarem, podendo chegar a R$ 70,00 a 110,00. Portanto iremos conduzir a lavoura no período de Janeiro a Junho (6 meses). Figura 8 – Fluxo de Caixa de Acordo com a Produção na Primeira Safra.

De acordo com o fluxo de caixa podemos notar que é um fluxo de caixa convencional, onde não há alteração do sinal. Pode ver que o investimento (54.478,48) é maior que o lucro de produção em 6 meses (25.812,50). Obtendo então um saldo negativo de R$ - 28.665,98 na primeira safra. Tabela 4 – Custos na Segunda Safra

32


Outras Despesas – Segunda Safra Gasolina para o motor - 1 mês Água Produtos (inseticidas, adubos, etc) na safra - R$ 4,00 por pé de tomate Transporte (inclui combustível e pedágio) Sementes de Tomate Funcionários (2 pessoas) - R$1,00/ caixa, descontado na hora – 330 cxs na safra Valor Total das Despesas

R$ 7.000,00 R$ 153,00 R$ 1.390,25

Gastos Total

R$ 9.696,75

R$ 493,50 R$ 0,00

R$ 660,00 R$ 9.696,75

Na segunda safra, o investimento foi menor, pois antes não tinha estrutura, agora tem então nota que o gasto é o necessário para a condução e que as despesas aumentaram, porque a produtividade em sequência sem uma rotação de cultura cai quase 50%, por isso a quantia de caixas da primeira safra para a segunda cai drasticamente (525 para 330 caixas), outra coisa que mudou foi o preço de produção por pé de tomate, onde saiu de R$3,50 para R$4,00, devido à ocorrência de absorção de nutrientes na safra passada, teve um gasto a mais, provavelmente alguma praga se manteve por causa da safra anterior, portanto isso gera riscos. Na figura 9 a seguir, temos outro fluxo de caixa, contendo detalhes da segunda safra, em resumo o saldo negativo da primeira safra mais as despesas da segunda safra geraram um acúmulo de dívida de R$ -38.362,73, somados em 12 meses, devido à baixa produção e preços, ainda não foram suficientes para quitar a dívida, mas obtivemos um histórico. Agora a dívida de 12 meses é de R$ -20.212,73, menor que a primeira safra. Isso indica que parte dos investimentos esta sendo tendo uma rentabilidade. Na figura 10, temos o fluxo de caixa representando à terceira safra, totalizando 18 meses, diferente da primeira e segunda safra, a terceira produz mais que a segunda devido à época, mas ainda produz menos que a primeira por não haver um descanso do solo ou rotação de cultura. Figura 9 – Fluxo de Caixa de Acordo com a Produção na Segunda Safra.

33


Figura 10 – Fluxo de Caixa de Acordo com a Produção na Terceira Safra.

Na figura 10 nota a queda da dívida saindo de R$ -38.362,73 na segunda safra para R$ -29.424,48 na terceira. Na figura 11, a produção foi semelhante ao ano 34


anterior mostrado na figura 9, mas como a dívida era da terceira safra era menor que o ano anterior, conseguiu com a produção o pagamento da dívida. Figura 11 - Fluxo de Caixa de Acordo com a Produção na Quarta Safra.

Resumindo, em 24 meses, ou seja, dois anos conseguiu o retorno do capital investido, no caso esse projeto é considerado viável em relação ao cálculo de payback. Como mostra na tabela 5 e 6, em sequência. Tabela 5 – Demonstrações de Gastos, Retorno e Lucros em Cada Safra.

6 meses (525 cxs) 12 meses (330 cxs) Gastos Acumulado -R$ 54.478,48 -R$ 38.362,73 Gastos -R$ 54.478,48 -R$ 9.696,75 Retorno R$ 25.812,50 R$ 18.150,00 Lucro -R$ 28.665,98 -R$ 20.212,73 Tabela 6 – Demonstração Visual de Payback.

18 meses (400 cxs) -R$ 29.424,48 -R$ 9.211,75 R$ 22.125,00 -R$ 7.299,48

24 meses (350 cxs) -R$ 17.036,23 -R$ 9.736,75 R$ 19.255,00 R$ 2.218,77

35


2 anos Gastos

-R$ 83.123,73

Retorno

R$ 85.342,50

Lucro

R$ 2.218,77

Na tabela 6 demonstra a forma simples da fórmula de payback, sendo (investimento total dividido pelo lucro líquido). Gráfico 1 – Demonstração Linear do Investimento no Período de 2 Anos.

No gráfico pode-se notar que os gastos estabilizam depois dos investimentos iniciais, as linhas dos lucros ficam paralelas aos gastos acumulados, onde significa que está entrando mais dinheiro do que gastando e por fim, o retorno variando positivamente, não contendo prejuízos.

4. Conclusão

36


Constantemente as empresas procuram por melhorias, tendo como objetivo da

empresa

manter

uma

continuidade

a

longo

tempo

e

se

valorizar

patrimonialmente, mas se esquecem de fazer uma análise de viabilidade econômica do projeto, sendo possível observar se o projeto será viável ou inviável antes de fazer o investimento. Através do trabalho foi mostrado a importância de se realizar um projeto de viabilidade econômico, pois envolve análises de riscos, custos, retorno do investimento de um novo projeto. Com o trabalho pode ser mostrado às variadas formas de calcular um investimento, como indicadores, temos: Relação custo-benefício (RCB); Valor presente líquido (VPL); Tempo de retorno sobre investimento (Payback); Taxa interna de retorno (TIR) e também como adquirir recursos para investimento. Na parte teórico-prática, a partir de um projeto agrícola (instalação de estufa) foram demonstrados os riscos do projeto, os custos e avaliação do tempo de retorno do capital do novo projeto. Através das tabelas e gráficos do fluxo de caixa pode observar como o projeto foi considerado viável durante as diferentes safras. Contudo, a conclusão que podemos tirar da parte teórica com a prática é que o tempo de retorno sobre o investimento no projeto de instalação de uma estufa é de 24 meses ou 2 anos, sendo o projeto de investimento viável no caso de um capital próprio investido, no caso se fosse feito um financiamento no valor de R$54.000,00 através de um banco, o juros seria em torno de 1,94%a.m. ou 23,28%a.a. sendo assim, complicado para se conseguir um retorno do capital investido, pois o valor da prestação seria de R$ 3.568,24 a.m. fazendo com que o financiamento seja inviável. Se todas as empresas fizessem esse tipo de análise, os riscos diminuiriam e muitos dos projetos que já se perderam teriam sido evitados com a análise de viabilidade econômica.

37


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CARVALHO, H., 2017. Valor Presente Líquido: O que é o VPL e por que isso é importante

para

os

seus

investimentos?.

Disponível

em

Acesso

em

http://hcinvestimentos.com/2017/01/17/valor-presente-liquido/. 10/04/2017. BERNARDI,

Luiz

A.,

2003.

Manual

de

Empreendedorismo

e

Gestão:

Fundamentos, Estratégias e Dinâmicas. São Paulo: Atlas, 2003. 272p. BRITO, Paulo, 2006. Análise e Viabilidade de Projetos de Investimentos. São Paulo: Saraiva, 2006. DE SOUSA, Alexandre, 2011. Implantação da filosofia de Gerenciamento de Projetos

nas

empresas.

Disponível

em

http://coach-

alexandre.blogspot.com.br/2011/02/implantacao-da-filosofia-de.html.

Acesso

em

06/03/2017. DIAS, Jéssica., 2014. Aprenda a Usar a Análise Custo-Benefício na Avaliação de Projetos. Disponível em http://blogdaengenharia.com/aprenda-usar-analise-custobeneficio-na-avaliacao-de-projetos/. Acesso em 06/04/2017. LUNELLI,

R.L.,

2017.

Análises

de

Investimentos.

Disponível

em

http://www.portaldecontabilidade.com.br/tematicas/analiseinvestimentos.htm. Acesso em 11/04/2017. MATSUDA, Humberto, 2011. Como Captar Recursos Com Um Investidor?. Disponível

em

https://endeavor.org.br/como-captar-recursos-com-um-investidor/.

Acesso em 15/04/2017. MOURÃO, Max, 2015. Importância do Estudo de Viabilidade para seu Negócio, Antes

de

Abrir

seu

Bar

ou

Restaurante.

Disponível

em

http://www.maxmourao.com/a-importancia-do-estudo-de-viabilidade-para-seunegocio-antes-de-abrir-seu-bar-ou-restaurante/. Acesso em 04/04/2017.

38


NASCIMENTO, Valéria M., 2003. Gerenciamento de Risco em Projetos: Como Transformar Riscos em Vantagem Competitiva. Trabalho final do curso de Administração de Empresas, Universidade Veiga de Almeida – UVA. Rio de Janeiro, 2003. 7p. PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE, 2014. Um Guia do Conjunto de Conhecimento em Gerenciamento de Projetos – Guia PMBok. 5 Ed. (EUA), 2014. 310p. REBELATTO, D. A. N. Projeto de Investimento. 1. ed. Barueri - SP: Editora Manole, 2004. v. 01. 214p. SERPA,

S.,

2016.

Análise

de

Viabilidade

de

Projeto.

Disponível

em:

Acesso

em

https://escritoriodeprojetos.com.br/analise-de-viabilidade-de-projeto. 06/03/2017.

TREASY, 2017. Estudo de Viabilidade Econômica e Financeira de projetos: como a Análise de Viabilidade Econômica e Financeira contribui para manter as

surpresas

longe

de

seu

negócio.

Disponível

em

https://www.treasy.com.br/blog/estudo-de-viabilidade-economica-e-financeira-deprojetos#O-que-e-Viabilidade-Financeira. Acesso em 04/04/2017. VARGAS, Ricardo V., 2003. Manual Prático de Plano de Projeto. Rio de Janeiro: Brasport, 2003. WIKIPEDIA, 2017. Payback. Disponível em https://pt.wikipedia.org/wiki/Payback. Acesso em 11/04/2017. WIKIPEDIA,

2017.

Projeto

de

Investimento.

Disponível

em

https://

pt.wikipedia.org/wiki/Investimento. Acesso em 13/04/2017 WIKIPEDIA,

2017.

Relação

Custo-Benefício.

Disponível

em

https://pt.wikipedia.org/wiki/Relação_de_custo-benefício. Acesso em 05/04/2017.

39


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.