Fazenda da Grama ed.23

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grama 23 fazenda da

MARÇO 2011

SÓ ME CONTENTO COM O MELHOR

REVISTA FAZENDA DA GRAMA • EDIÇÃO 23 • março 2011

Aqui entre nós: Torneio albert einstein O jantar de ano novo Field day e premiações

Sabores perfeitos

os três melhores restaurantes do mundo em uma semana

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EDITORIAL

Por mais pitadas de afeto O “filósofo” e comunicador pernambucano Abelardo Barbosa, conhecido por Chacrinha, sentenciava: “Quem não se comunica se trumbica”. Tinha razão esse notável professor da “universidade da vida” ao expressar, em linguajar simples, a essência da comunicação. O importante é de que maneira devemos usá-la. Muito já se leu e falou sobre o comportamento dos usuários de instrumentos cibernéticos de comunicação. Agora parece estar virando moda fazer mexericos eletrônicos como os promovidos pelo australiano Julian Assange, criador do WikiLeaks, que pôs à mostra segredos diplomáticos desse nosso planeta unificado. Lembro-me de que há 40 anos aproximadamente assisti a um filme de ficção italiano em que os protagonistas, que viviam numa galáxia, se comunicavam de maneira automática. Curioso que até os namorados em cena assim se comportavam. Seu diálogo era mais ou menos assim: “Amore, io sto bene grazie, prego”, e tudo se repetia dentro dessa lógica de comunicação. Meu sogro, que comigo assistiu ao filme, fez o seguinte comentário: “Isto que vimos hoje vai acontecer um dia”. Achei interessante a observação, mas pensei comigo mesmo: esse dia vai demorar. Não é que estou começando a acreditar que esse dia está chegando? Presenciamos a cada momento pessoas se comunicarem via “torpedo”, em ritmo próximo ao tribal. Vejo isso com preocupação, pois a frieza mecânica está ocupando o lugar do afeto na voz. Ordens, mensagens, instruções e outras mais nos chegam a cada momento com absoluta ausência visual. A transmissão “olho no olho”, tão a gosto do sentimento humano, está sendo substituída pela comunicação menos sensível e por vezes cruel. Longe de ser contrário ao desenvolvimento da ciência comunicativa. Temos, entretanto, de nos policiar para evitar que sejamos tragados pelo uso excessivo da comunicação praticada sem o afago sentimental, tão necessário a todos. O assunto vale melhor reflexão. Por aqui ficamos. Até a próxima vez.

Aluizio rebello de araújo

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COLA B ORADORES

vivian carrer elias

Com voz de menina e texto de gente grande, a mais jovem integrante da redação encarou com sensibilidade e coragem a tarefa de mostrar para os leitores o trabalho que o Instituto Baccarelli realiza na comunidade Heliópolis. Ela passou um dia acompanhando as aulas, fez várias entrevistas, voltou emocionada com a alegria das crianças e imitando a coreografia que os pequenos integrantes do coral fazem ao final das músicas.

denilson e doron

Eles são os dois mosqueteiros defensores da simpatia. Denilson Milan e Doron Sadka são presença marcante na redação, em eventos sociais ou em incursões em busca de saudáveis e sólidas parcerias com clientes. Assim como na Fazenda da Grama, um local de clima privilegiado e sol constante, com eles não tem tempo ruim.

Contatos Fazenda da Grama Pabx. 11 4591-8000 • Clubhouse Starter 11 4591-8001 Clubhouse Bar 11 4591-8003 Clube 11 4591-8004 Administração Juan Higuera Romero (gerente geral) 11 4591-8010 Eng. Antonio (construções) 11 4591-8018 Administração Regina (assistente) 11 4591-8012 Administração Sandra (assistente)11 4591-8011 Administração Sabrina (assistente) 11 4591-8015 Administração Eng. Sylvio (greenkeeper) 11 4591-8017 CONSELHO EDITORIAL Luís Eduardo Americano Araújo, Fernando Viana Lomonaco e Denilson Milan

nina franco

Diretora de arte com pós-graduação na Escola Superior de Desenho de Barcelona, ela é artista desde criança, dona de um bom humor inabalável e tiradas engraçadas. Foi com essa disposição que criou o projeto gráfico moderno e poético que embala com graça e alegria o conteúdo desta revista. Uma prova de que a arte sempre é bem-vinda.

Sylvio Telles

Engenheiro-agrônomo e membro da Golf Course Superintendents Of America Association, Sylvio Telles é um especialista em grama. Ele construiu todas as áreas verdes da Fazenda da Grama, onde atua como keeper, e mostra sua veia de escritor dividindo com os leitores seu grande conhecimento sobre o assunto.

Kevin Bulman O Head Pro da Fazenda da Grama é um especialista em swings e boas jogadas e sabe como poucos compartilhar seu conhecimento. Profissional credenciado pela PGA, ele mostra em sua coluna o melhor caminho para os jogadores aperfeiçoarem suas tacadas.

horst kissmann

Repórter de vinhos da revista Prazeres da Mesa, além de colaborador da americana Food & Wine Magazine, Robb Report, Natural da Terra e Sexy, Horst Kissman foi a Lisboa e, como bom gourmet, visitou muitos bares e restaurantes. Ele elaborou a seleção que publicamos neste número. Nas férias, comanda o projeto Minha Primeira Adega (minhaprimeiraadega.com.br), com o qual já rodou mais de 30.000 quilômetros, mais da metade dirigindo um carro.

Diretor Executivo – Georges Schnyder georges@4capas.com.br Diretora Editorial – Mariella Lazaretti mariella@4capas.com.br Gerente de Publicidade – Ruth Nór ruth.nor@4capas.com.br Direção de Arte – Nina Franco ninafranco@4capas.com.br Designer – Paulpa Portella Editora – Rosane Aubin rosane@4capas.com.br Repórteres - Ana Paula Kuntz e Vivian Carrer Elias Colaboraram nesta edi­ção: Horst Kissman, Kevin Bulman, Sylvio Telles (texto); Ricardo D’Angelo, Carol Gherardi, Rogério Voltan, Beto Delhome e André Penteado (fotos); Ruth Figueiredo e Gil Bertolino (revisão) Rua Andrade Fernandes, 283 CEP 05449-050, São Paulo, SP Telefax (11) 3023-5509 E-mail: 4capas@4capas.com.br

Para anunciar Tel. (11) 3521-7329 Diretor Executivo – Denilson Milan denilson@fortunacom.com.br Diretor Comercial – Doron Sadka doron@fortunacom.com.br Produção Gráfica – Doron Central de compras gráficas, tel. (11) 3813-9799 doroncentral@uol.com.br A revis­ta não se res­pon­sa­bi­li­za pelos con­cei­tos emi­ti­dos nos arti­gos assi­na­dos. As pes­soas não lis­ta­das no expe­dien­te não estão auto­ri­za­das a falar em nome da revis­ta ou a reti­rar qual­quer tipo de mate­rial sem pré­via auto­ri­za­ção emi­ti­da por carta timbrada da reda­ção.

S E w

C

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viajar

Os 12 cantinhos de Lisboa que nos dão água na boca

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MORAR

Fernanda Marques em Manhattan e em Moema: ambientes personalizados, elegantes e aconchegantes

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28 especial

Os incríveis aviões do Museu da TAM

28 jogada rápida

A sede do Barclays Scottish Open, o resultado do Mundial de Polo no gelo, o chefão da F-1 e Roland Garros

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SUMÁRIO

COMER

Trio de tops: banquetes nos melhores do mundo

48 sentir

Instituto Baccarelli: um espaço para o amor à música e à raça humana

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12 CONTEMPLAR A estação de trem mais alta do mundo, hotéis de cinema, chá de boas maneiras e o clube gourmet übercool de Nuno Mendes 20 belos objetos Cabana, poltrona, mesinha e outras dicas para uma casa bonita e aconchegante 26 golf tips Kevin Bulman ensina onde mirar 34 CORPO E ALMA Estudos revelam que a meditação turbina a inteligência e o espinafre faz bem aos músculos 44 beber Aprenda a apreciar alguns dos mais de 150 aromas presentes nos vinhos 58 TORNEIO Evento beneficente reúne mais de 100 jogadores e 620.000 reais em doações 70 leitura A prosa seca e pontual do israelense Amós Oz 74 ÓCIO CRIATIVO Filmes para rir e amar e o romance que desnuda os segredos de um casal 76 POR DENTRO DO CAMPO Colar de segurança garante a pureza da grama dos greens 78 eventos O fim de ano teve Field Day, pescaria infantil, jantar de confraternização e festa de Réveillon 88 curtindo na grama Piscina para brincar, academia para malhar, lago para pescar e pousadas para seus convidados 90 PAISAGEM O instante da beleza: as lentes de Beto Delhome captam o auge de uma estrelícia

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trens

C O NTEM P LAR • NOVIDAD E S h e d o n i s tas AQU I E L Á F O R A

Subindo a montanha A quase 3.500 metros de altitude, num lugar onde a neve que cobre os picos das montanhas é eterna, fica a estação de trem mais alta da Europa. Situado na região de Interlaken, na Suíça, esse destino atrai turistas o ano inteiro, inclusive no verão, quando a paisagem fica mais interessante pelo contraste da grama verde e as flores coloridas com o branco-azulado das geleiras. Para chegar, um passeio de trem da Jungfrau Railways, que vende tíquetes para a estação Jungfraujoch – Top of Europe, de ida e volta, em primeira classe, por cerca de 140 euros. A companhia faz outros passeios com lindas vistas, como a visita à montanha Harder Kulm. O trajeto de apenas 12 minutos leva os viajantes para apreciar uma visão panorâmica dos lagos Thun e Breinz, cristalinos e rodeados pela cadeia de montanhas nevadas.

Mais

informações: jungfraubahn.ch e interlaken.ch

restaurante O Clube gourmet quase secreto

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Enquanto aguardava a abertura de seu novo restaurante, Viajante, o chef português Nuno Mendes decidiu testar os novos pratos de seu menu transformando sua casa, um estúdio-galeria, no bairro alternativo de East London, em uma cozinha experimental. Ali, a cada noite, 16 pessoas poderiam jantar o menu degustação. The Loft tornou-se a mesa mais cobiçada de Londres, com direito até a senha para entrar e pagamento adiantado. Depois da inauguração do novo restaurante, Nuno transformou a casa em um ateliê de chefs – The Loft Project. Chefs renomados, como os do elBulli, Noma e The Fat Duck, já se apresentaram no clube. Uma reserva? Só com muita antecedência e sorte! Os londrinos chamam o clube quase secreto de Nuno de “übercool”.

Mais informações: Quebec Wharf Unit 2, 315 Kingsland Road – Londres (shhh! Segredo!); theloftproject.co.uk

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hotéis

Hospedagem cinematográfica Quando se trata de cinema, uma das pontes mais prováveis entre a ficção e a realidade são os cenários. Histórias inventadas, diálogos treinados e expressões ensaiadas muitas vezes ocupam um lugar no mundo real, que podem ser os hotéis. Julia Roberts e Richard Gere filmaram cenas de Uma Linda Mulher no Beverly Wilshire Hotel (foto), em Los Angeles, Estados Unidos. O Park Hyatt Tokyo, no Japão, serviu de cenário para o filme Encontros e Desencontros, escrito e dirigido por Sofia Coppola e estrelado por Bill Murray e Scarlett Johansson. Ambos estão ao alcance daqueles que procuram fazer de sua hospedagem uma experiência diferenciada, com algo para contar. Eles fazem parte do portfólio da Tablet, empresa sediada em Nova York que promete sugerir somente hotéis de luxo, com obsessão por detalhes, atendimento e instalações impecáveis, rigorosamente avaliados antes de entrarem para a sua seleção. Nela, há outros que já apareceram na telona: o Gritti Palace, em Veneza, foi escolhido para o filme Todos Dizem Eu te Amo, do diretor Woody Allen; Ocean Club, nas Bahamas, para Casino Royale; e o Taj Lake Palace, na Índia, para 007 contra Octopussy.

Mais

informações: tablethoteis.com.br

chá da tarde

Chá coMportado para los niños

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O Chá Alvear, do Alvear Palace Hotel, ícone argentino quase tão tradicional quanto os casais dançando tango na Feira de San Telmo, é também um dos eventos mais elegantes da cidade. Há 70 anos o restaurante L’Orangerie, um salão com estátuas, cornijas douradas e cristais, oferece todas as tardes, em seu belo jardim de inverno, uma carta de chás variados e delicada seleção de confeitaria. Agora, a novidade: como em Buenos Aires o Hemisfério Norte é inspiração para muitos hábitos, o hotel passou a zelar pela etiqueta infantil à mesa. A partir de junho, o Alvear terá no cardápio a cerimônia do Chá Alvear para Crianças, junto com uma conversa sobre boas maneiras com Karina Vilella, consultora de etiqueta da The Protocol School of Washington, para pequenos de 6 a 13 anos. Enquanto aprendem sobre como se comportar em público, a linguagem do corpo, a etiqueta da fala e a arte de comer bem, los niños bebem chá com doces e delícias de minipâtisserie, tortas e sanduíches. A equipe do salão jura que eles ficam quietinhos até o fim.

Mais

informações: alvearpalace.com

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m o rar

DOIS sonhos e um estilo por Rosane Aubin

A arte de Fernanda Marques de encontrar o ponto de equilíbrio entre o gosto pessoal e os desejos dos clientes

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O cliente de Nova York, um jovem empresário, queria um espaço que acomodasse com harmonia seu acervo de arte e incluísse peças de design contemporâneo, uma de suas paixões. Para os jovens recém-casados de Moema, o apartamento precisava ter uma função bem definida: bons anfitriões, eles queriam um espaço acolhedor para receber os amigos, com áreas distintas para o lazer e o estar. Como denominador comum, a arquiteta Fernanda Marques. Formada pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (USP), dona de escritório próprio desde 1990 e famosa por ter decorado a casa de Pelé e as lojas de Ermenegildo Zegna nos shopping centers Iguatemi e Cidade Jardim, entre outros projetos de destaque, ela é uma verdadeira artista na hora de conciliar suas referências e gostos com as aspirações mais sutis e subjetivas de seus clientes. Para Fernanda, tudo é muito simples. Ela acha que quem a procura já conhece bem seu estilo. E, por sua vez, toma um cuidado quase obsessivo em sempre ter em mente que a casa é para o cliente, não para ela. “O mais importante é mostrar a eles que o projeto precisa ter coerência,

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ser um conjunto em equilíbrio”, diz. Mas sempre com o foco muito bem definido. “Não se pode falar em liberdade irrestrita em se tratando de arquitetura e design. O cliente sempre deve ser tomado como parâmetro nas nossas decisões”, afirma Fernanda. Ela acredita que, do ponto de vista estético, há maior liberdade, sem tantas amarras em relação ao que pode ser considerado de bom ou mau gosto. ”Acho que brega é tudo aquilo que fere nossa sensibilidade estética, em determinado momento. O que é brega hoje pode não ser no futuro, e vice-versa.” E quanto ao minimalismo, movimento surgido nas artes plásticas nos anos 1960 e tão em voga na decoração no final do século XX? “Não concebo o minimalismo como uma tendência, mas como uma forma de pensar o espaço de maneira mais racional. Durante o século XX essa concepção apareceu e desapareceu diversas vezes. É também uma questão cíclica, como o gosto.” Atualizada em relação ao que acontece no mundo, seja em decoração, seja em outras manifestações culturais, ela está sempre de malas prontas. Sua entrevista para a Revista da Grama foi dada em Paris. “Minhas viagens são fonte constante de inspiração para meus projetos”. Conheça os detalhes de dois novos projetos que ela acaba de concluir, um em Manhattan, Nova York, outro no bairro de Moema, em São Paulo.

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Os lustres de Tom Dixon são usados nos dois projetos, mas desta vez a escolha é por uma mesa Micasa e obras de arte brasileiras

A mesa de jantar Tuck Sawaya e as cadeiras de Marcel Wanders são o contraponto discreto para os lustres assinados por Tom Dixon

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O prazer de receber

O jovem casal procurou Fernanda Marques com ideias bem definidas: queria um espaço confortável para receber os amigos e familiares, separando o lazer e o estar e com boas condições de circulação. A arquiteta escolheu uma mesa com capacidade para acolher 12 convidados com todo o conforto, espalhou sofás e poltronas e, voilà, o projeto agradou em cheio aos moradores. O apartamento de 430 metros quadrados, em Moema, até parece maior, e ganhou um ar distinto com as várias obras de arte escolhidas em galerias renomadas da cidade.

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Poltrona Poliform, mesa de centro Micasa e escultura de mesa AC Galeria: cantinho para relax

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FOTOS: demian golovaty

Poltrona de material transparente de Tom Dixon, mesa cromada Cassina e, ao fundo, escultura branca de Beto Altilio

As esculturas azuis de Jeff Zimmerman ganham destaque sob o fundo básico da poltrona 2 Leather

Poltrona e descanso para os pés Nouvelle Vague, luminária Max Lamp e obra de Vik Muniz

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Obra de parede osgemeos e móbile

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Jovem descolado em Manhattan

Num quarto, um móbile colorido forma um conjunto alegre com a obra dos artistas brasileiros osgemeos na parede. Na sala de estar, guitarras do acervo pessoal do cliente convivem com luminária de piso Serge Mouille Style 3 e um sofá de Jean Marie Massaud. Fernanda conta que o principal desafio ao decorar o apartamento de 730 metros quadrados na Ilha de Manhattan foi adequar os elementos estruturais do imóvel ao considerável acervo do jovem empresário, um colecionador de arte interessado em design contemporâneo.

Ao fundo, as guitarras do acervo pessoal dão um toque colorido ao ambiente, que tem como ponto de destaque o sofá Jean Marie Massaud

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FOTOS: divulgação

Poltrona do designer Ron Arad, mesa de encaixe Volcano e poltronas revestidas Aki Cassina

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belos objetos

BARRACO

Poltrona desenvolvida pela Fetiche Design, tem estrutura de madeira com acabamento de laca brilhante e assento de feltro industrial (confeccionado com resíduos da indústria têxtil).

Preço sob consulta www.micasa.com.br

Nestrest

Inspirada em ninhos de pássaros, a cabana da Dedon tem 2 metros de diâmetro e é feita de fibras trançadas de forma que quem está dentro possa enxergar o exterior e não ser visto por quem está no lado de fora. Há uma versão com base para apoio no chão, e outra pendurada por cordas.

R$ 47.680 www.collectania.com.br

Órbita

Poltrona com anéis circulares estofados de diferentes dimensões. Os pés são de peroba de demolição trabalhada com técnicas artesanais de marcenaria. Criação da Formadaluz.

Preço sob consulta

www.clamidesign.com.br

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BELADONA

A Donaflor Mobília, especializada em móveis para área externa, começa o ano lançando uma linha inspirada nos anos 50, com mesas e cadeiras confeccionados em madeira e em uma fibra sintética tratada para ficar com aspecto de couro.

Preço sob consulta

www.DONAFLORMOBILIA.com.br

CASULO

Seguindo a tendência de que moderno é ser retrô, Mário Morey, da Sambadesign, criou um móvel de linhas arrendondadas que, além de beleza, dão funcionalidade à peça, que tem mobilidade para diversas composições. A estante é a primeira peça de uma linha que contemplará mesas, bancos, aparadores e racks.

MÓVEL PATRIZIA

Revestida de couro pespontado, a peça tem tampo de vidro no centro e quatro pufes com rodinhas. Pode ser fabricada de couro vaqueta ou napa, nas cores café, preto, pinhão, whisky ou telha.

R$ 6.149 (varia de acordo com o couro) www.leader.com.br

R$ 1.200 por módulo

www.sambadesignbrasil.com

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JOGADA RÁPIDA N O T Í C I AS DE E SP ORTE NO MUNDO

Grama preciosa

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Neste ano, o Barclays Scottish Open, entre os dias 7 e 10 de julho, terá nova sede. O torneio será realizado no Castle Stuart Golf Links, localizado entre Inverness e Nairn, na costa Moray Firth. O campo, que substitui o de Loch Lomond, que sediou a competição entre 1996 e 2010, é considerado um dos melhores e empolga alguns dos maiores especialistas e jogadores do mundo. A revista Golf Magazine USA considerou o local como Best New Course em 2009. Ron Whitten, colunista da Golf Digest USA foi mais longe: disse que o campo tem um dos melhores designs já criados. Phil Mickelson, campeão do Masters de 2010, também está entusiasmado com a mudança: “Vai valorizar o torneio e será empolgante para os jogadores e fãs”. O torneio distribuirá 3 milhões de libras esterlinas em prêmios e os ingressos podem ser adquiridos no europeantourtickets.com.

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Grama preciosa

Neste ano, o Barclays Scottish Open, entre os dias 7 e 10 de julho, terá nova sede. O torneio será realizado no Castle Stuart Golf Links, localizado entre Inverness e Nairn, na costa Moray Firth. O campo, que substitui o de Loch Lomond, que se- diou a competição entre 1996 e 2010, é considerado um dos melhores e empolga alguns dos maiores especialistas e jogadores do mundo. A revista Golg Magazine USA considerou o local como Best New Course em 2009. Ron Whitten, colunista da Golf Digest USA foi mais longe: disse que o campo tem um dos melhores designs já criados. Phil Mickelson, campeão do Masters de 2010, também está entusiasmado com a mudança: “Vai valorizar o torneio e será empolgante para os jogadores e fãs”. O torneio distribuirá 3 milhões de libras esterlinas em prêmios e os ingressos podem ser adquiridos no europeantourtickets.com.

DesaBaFos proiBiDos

Não é a primeira vez que escrevem sobre a vida de Bernie Ecclestone, o controverso mandachuva da Fórmula 1. Mas, com certeza, essa é mais polêmica. Lançada em fevereiro, a biografia No Angel: the Secret Life of Bernie Ecclestone (Editora Faber & Faber, ainda sem título em português) é de autoria do jornalista e escritor inglês Tom Bower e revela, entre outras intimidades, que Bernie apanhava da ex-mulher, a croata Slavica Radic, bem mais alta e mais jovem do que ele. Bower vem sendo acusado de não cumprir o trato com o biografado, que havia pedido para não divulgar informações de sua vida familiar. Mas o livro traz declarações como “Ela grita muito, e às vezes joga pratos. Eu me escondo em outro quarto, porque parece que ela adora me aterrorizar”, e outras amostras de que uma mulher irada (e com umas doses de álcool a mais) faz sucumbir até um todo-poderoso.

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JOGADA RÁPIDA N O T Í C I AS DE E SP ORTE NO MUNDO oUTras TacaDas

Ao contrário dos amantes de futebol, de basquete e de outros esportes que têm jogos transmitidos a todo momento pela televisão, os fãs de modalidades menos populares no Brasil podem aproveitar as viagens ao exterior para conferir os campeonatos que estão fora do circuito comum, mais elitizados, mais curiosos. Selecionamos alguns que, assim como o golfe, têm o taco como instrumento essencial. Confira o calendário do primeiro semestre:

CRÍQUETE Esporte tradicional

POLO Apesar de haver excelentes centros hípicos no país, o esporte ainda não tem no Brasil o mesmo peso que no exterior. Para presenciar a atuação de atletas e cavalos do mais alto nível ainda é preciso passar pela emigração. O U.S. Open 2011 acontece no International Polo Club Palm Beach e tem a Veuve Clicquot entre os patrocinadores, sempre criativos para agradar ao público de fina estirpe.

Onde: Índia e Bangladesh Quando: até 2 de aBril Informações: http://cricket.yahoo.com

Onde: Estados Unidos Quando: de 20 de março a 17 de abril Informações:

CURLING Originário da Escócia, o esporte da “vassourinha” causou frisson no Brasil no ano passado, durante as Olimpíadas de Inverno de Vancouver. Os jogos olímpicos acabaram, mas as competições dessa modalidade sobre o gelo continuaram, ainda que com menos audiência. O mundial masculino é um dos mais importantes, com seleções, essencialmente, de países acostumados a paisagens níveas.

SINUCA O mais aclamado evento acontece desde 1977 no mesmo lugar, o Crucible Theatre, na cidade britânica de Sheffield. A competição entre os 16 melhores jogadores do mundo, mais outros 16 classificados nas eliminatrias, costuma acontecer com plateias lotadas e, por isso, é melhor grantir os ingressos antes de chegar lá para conferir as tacadas espetaculares de John Higgins e seus brilhantes adversários.

Onde: canadá Quando: de 2 a 10 de aBril Informações: curling.ca

Onde: Inglaterra Quando: de 16 de abril a 2 de maio Informações: worldsnooker.com

da Inglaterra, que começou a ser prati- cado pelos nobres no século XVII, e hoje em dia costuma ser comparado ao beisebol, uma vez que associa taco, bola e corridas. O ICC Cricket World Cup é o principal evento. A edição de 2011 reúne 14 seleções, sendo que as mais fortes são as de Inglaterra, Índia, Paquistão e Austrália / Nova Zelândia.

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http://international-poloclub.com/

Não é de taco, mas vale a dica A federação francesa de tênis autorizou, pela primeira vez, a venda de ingressos em outros países para o torneio de roland garros, (de 17 de maio a 5 de junho). A compra pode ser feita pelos sites billetterie.Fft.Fr e rolandgarros.Com, ou com a agência autorizada aristeia sport, no telefone 33 1 40 09 86 86 ou pelo e-mail contact@aristeiasport.Com

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hole in one 2011 nUma TacaDa só

O ano começou bem para Yara Pavan. No dia 16 de janeiro, empunhando um Diablo número 8, ela fez seu primeiro hole in one. “Fui arrebatada por uma enorme surpresa e alegria. Foi um presente, um sinal de que 2010 seria maravilhoso”, diz Yara, que estava acompanhada do marido, Ricardo Pavan, nesse momento inesquecível. “O dia estava maravilhoso e o campo impecável. Batida boa, movimento perfeito, escolha correta do lugar no tee de saída e do taco. Tudo conectado com minha energia. Um hole in one é pura sorte, quando você faz tudo certo.”

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a data: 16 de janeiro de 2011 O Local: Campo Flamboyant, no Clube Helvetia O número do buraco: 17 / par 3 / 101 O taco: Diablo número 8 a bola: Taylormade número 1 a distância do buraco nessa tacada: 101 jardas

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d i ca s para aprimorar suas tacadas

VOCÊ SABE ONDE MIRAR?

26 Ao jogar na Fazenda da Grama, várias vezes me perguntaram para onde se deve mirar de determinados buracos. A resposta, na verdade, depende de cada jogador. Pode parecer igual para a maioria, mas há um ponto no “tee box” e uma linha de jogo mais apropriados para você e para suas características pessoais de jogo. Em primeiro lugar, cada buraco deve ser analisado antes de se decidir de onde e em que direção bater. Observe a foto 1, que mostra o buraco de número 13. Para o lado esquerdo, há o risco de água; para o direito, também o risco de água ou o de bola fora do campo. A maioria dos golfistas normalmente mira para o centro do fairway, a partir de uma bola posicionada no centro do tee, mas essa nem sempre é a melhor estratégia. Por exemplo, sei que minha tendência é errar para a esquerda quando não faço um bom swing. Por isso, não seria sábio de minha parte mirar no centro do fairway. Eu quero maximizar as chances de manter a bola em jogo e, para isso, devo mirar a bola para a direita do fairway, a partir de uma bola posicionada do lado esquerdo do tee, o que vai aumentar meus ângulos. Se eu bater reto, a bola vai para o lado direito do fairway. Se eu errar um pouco para a esquerda, a bola vai para o lado esquerdo do fairway. E se eu errar muito para a esquerda, terei maximizado a quantidade de espaço disponível do lado esquerdo e terei mais chances de acertar. Para alguém que tende a bater um slice, a estratégia deveria ser exatamente o contrário. Analise com cuidado as fotos do buraco 13 para ter mais dados e escolher sua estratégia (foto 2). Normalmente, cada jogador tem um voo de bola previsível, tanto para as boas como para as tacadas ruins. Ninguém dá todas as tacadas com perfeição, mas os melhores jogadores frequentemente sabem para que lado serão os erros. Isso se denomina, em termos profissionais, tirar de jogo um dos lados do campo de golfe. Se seu jogo é aquele que se chama “Golfe do Exército” (direita, esquerda, direita, esquerda...), então, talvez seja a hora de fazer uma revisão em seu swing. Bom jogo!

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p or K ev i n B u l m a n FOTOS: DIVULGAÇÃO

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Lado esquerdo: Risco de água

Lado direito: Risco de cair na água ou fora de campo

2

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ESPECIAL

Um rasante pela hist贸ria por Ana Paula Kuntz

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FOTOS: márcio jumpei

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o Constellation veio do Paraguai desmontado em carretas. mas o acervo tem muitos exemplares ainda em condições de voo

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João amaro, presidente do museu tam, pilotou grande parte das aeronaves até são carlos, a exemplo do rwd-13 (abaixo)

Com 76 aeronaves em exposição, o Museu TAM, idealizado pelos irmãos Rolim e João, é o maior do mundo mantido por uma companhia privada Se esses aviões pudessem falar, suas histórias dariam um livro, uma delas realmente deu. Chamado Diário da Morte – a tragédia do Cessna 140, o volume conta a história verídica de dois cunhados forçados a pousar em plena selva, por falta de combustível. O socorro não chegou a tempo de salvá-los, mas a aeronave foi resgatada e hoje faz parte do acervo do Museu TAM, localizado na cidade de São Carlos, a 237 quilômetros de São Paulo. Devido a seu valor histórico, o Cessna 140 foi comprado da família das vítimas pelos irmãos Rolim e João Amaro, fundadores da TAM Linhas Aéreas, iniciando a coleção que daria origem ao maior museu de aviação do mundo mantido por uma companhia privada. “Queríamos criar um lugar que inspirasse o público, um lugar de descobertas, de encantamento, de reflexão, de conhecimento e de experiência. Desejávamos compartilhar a paixão pela aviação”, afirma o comandante João Amaro, presidente do Museu TAM. Instalada em uma antiga fábrica de tratores, ao lado do centro tecnológico onde a companhia faz a manutenção de sua frota, a atração abriu as portas ao público pela primeira vez em 2006, mas dois anos depois foi fechada para uma reforma de ampliação e modernização das instalações. Reinaugurado em 13 de junho de 2010, o Museu TAM, que tem um acervo de 100 aeronaves, passou de 9.500 para 22.000 metros quadrados. Não é tanto quanto o Museu da Aviação de Istambul (Havacılık Müzesi, em turco), gerido pela Força Aérea da Turquia, que tem 65.000 metros quadrados, mas possui a paixão de seu dono estampada em cada avião. Foi ele mesmo, a propósito, quem pilotou grande parte dessas relíquias até São Carlos. Algumas João Amaro trouxe de fora do Brasil, como o caça alemão Focke-Wulf FW-44J, que veio da Argentina. A reforma trouxe novidades interativas, como os simuladores de voo e o túnel, na área reservada às crianças, que brinca com a ideia de um passeio pelas nuvens. Há ainda uma ala fashion, onde ficam expostos uniformes de tripulações de diversas nacionalidades, como Estados

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atrás do de havviland dhc-i chipmunk, da força aérea canadense, o me 109 ostenta a suástica e marcas de bala adquiridas durante sua atuação na segunda guerra mundial

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Unidos, Alemanha, Escócia, Singapura e Irã, cada um com cores e modelos bem peculiares de sua época e país de origem. Também investiu-se na introdução de audioguides, seguindo o modelo dos mais importantes museus do mundo, em quatro idiomas (português, francês, inglês e espanhol), e um especial para deficientes auditivos. Mas o que encanta são mesmo aeronaves tinindo de “novas”, recuperadas em longas convalescenças no hangaroficina da TAM. Tanto que, apesar da condição de “peça de museu”, algumas teriam plenas condições de decolar. É o caso do RWD-13, também pilotado por João Amaro, que é o único exemplar desse modelo polonês de 1938 no mundo ainda com possibilidades de voar. Outro é o Vought F4U-1 Corsair, da década de 1940. O exemplar da TAM é o mais antigo do mundo e o único de sua versão ainda em condições de voo. A estrela do acervo é o Savoia-Marchetti SM-55 Jahú, um hidroavião monoplano da década de 1920 que quebrou todos os recordes de velocidade, autonomia e capacidade de carga. O exemplar do museu virou um ícone por ter sido usado na travessia do Atlântico Sul, sem escalas. O caso do enorme Lockheed L-049 Constellation é bem diferente, pois este jamais voltará a cruzar os céus. Para chegar ali, suas partes foram transportadas em seis carretas. Essa aeronave, aliás, não decola há muito tempo. Durante os 34 anos em que ficou estacionada no Paraguai, chegou a ter um restaurante funcionando em seu interior. Há também aviões feridos, furados por tiros que os atingiram durante a Segunda Guerra Mundial. O Me

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projetado por uma mulher, o triplano era vendido em kits para ser montado em casa

a história da aviação mundial e as particularidades de cada aeronave podem ser acompanhadas por audioguides em quatro idiomas

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109, que custou mais de 1 milhão de dólares, foi reparado, mas ainda traz as marcas de seu passado. Além disso, ele tem estampado na lataria a suástica que evidencia ainda mais sua importância histórica. O triplano American Flea Ship também ostenta o símbolo, mas o mais interessante não está à vista. O mais curioso é que esse modelo foi desenhado por uma mulher, a projetista americana Lilian Holden, e vendido em kits para ser montado em casa, entre os anos 1934 e 1942. Um capricho à parte são os dioramas – pequenos cenários que ambientam alguns aviões em situações semelhantes àquelas em que operavam. O próprio Cessna 140 é um deles. Há outros quatro, sendo que dois ficam em plataformas giratórias. Para o comandante João Francisco Amaro, o valor investido nesse sonho é incalculável. “Muito maior é o amor que temos por essas aeronaves”, diz. O Corsair é um dos modelos ambientados em dioramas, que reconstituem cenas da época em que as aeronaves estavam em operação

SERVIÇO MUSEU DA TAM Localizado em São Carlos, a 250 km de São Paulo. Fica no Distrito de Água Vermelha, no km 249,5 da Rodovia SP-318, que liga São Carlos a Ribeirão Preto. Telefone: (16) 3306-2020 Coordenadas (para quem quiser ir de avião): Latitude 21º 52’ 35’ ‘ S e Longitude 047º 54’ 12’ ‘ W Internet: www.museutam.com.br Horário de funcionamento: de quarta-feira a domingo, das 10 às 16 h (entrada autorizada até as 15 h) Ingresso: R$ 25, com meia-entrada de R$ 12,50 para estudantes e idosos de 60 a 65 anos. Idosos a partir de 65 anos e crianças até 6 anos não pagam. Aceitam-se cartões de crédito (American Express, Diners, MasterCard e Visa) e cartões de débito. Não se aceitam cheques. Os ingressos podem ser adquiridos também pelo site www.ticketmaster.com.br. Simulador: R$ 20 por 15 minutos de aula e 15 minutos de uso do aparelho. Estacionamento gratuito Wi-fi gratuito Fraldário Proibida a entrada de animais Lanchonete

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C O R P O E A L M A • N OV I DA D E S D E SA Ú D E E B E L E ZA

Zen e inteligente

saúde

A meditação, além de todos os benefícios já conhecidos, pode alterar fisicamente, e de maneira positiva, o cérebro daqueles que a praticam. É o que revelou uma pesquisa feita pela Harvard Medical School, nos Estados Unidos. O estudo, publicado em janeiro pela revista Psychiatric Research: Neuroimaging, constatou que houve nos praticantes um aumento da massa cinzenta de partes do cérebro envolvidas com aprendizagem, memória e emoções. Os mesmos pesquisadores já haviam observado que pessoas que meditaram por dois meses tiveram uma redução da massa cinzenta na parte do cérebro relacionada à ansiedade e ao estresse.

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Popeye tem razão O alimento da vez é o espinafre. Um estudo feito por Eddie Weitzberg, do Instituto Karolinska, de Estocolmo, e publicado em fevereiro na revista Cell Metabolism, concluiu que o personagem de quadrinhos e desenhos animados Popeye tem toda a razão: o vegetal tem a capacidade de fortalecer os músculos. Isso acontece porque a quantidade de nitratos presentes no espinafre chega com eficiência às mitocôndrias e ajuda as células a produzir mais energia para o organismo. A pesquisa também revelou que o consumo de 300 gramas do alimento é suficiente para fazer com que os músculos necessitem de menos 5% de oxigênio para funcionar durante os exercícios físicos e, assim, se tornem mais eficientes.

Mão na massa, mas nem tanto Cozinhar é uma arte que atrai amigos, reúne a família, faz bem å alma e, com moderação, ao corpo. Ter sucesso nas receitas, no entanto, nem sempre é fácil. É isso que a chef Nana Conde pensou ao lançar seus produtos NC In Jar. A marca dá uma mãozinha àqueles que não estão tão habituados à vida no fogão e oferecer a qualquer um a chance de fazer seus próprios cookies e brownies. A chef une os ingredientes de alta qualidade já na medida certa num charmoso pote de vidro. Com o mínimo de trabalho, o aspirante a cozinheiro consegue transformar o conteúdo do NC In Jar em lindas e saborosas guloseimas dos mais diversos sabores. Mais informações: www.ncinjar.com.br

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beleza

35 Limpeza celular Depois de 15 anos de pesquisas sobre proteínas, a Dior lançou o Capture Totale One Essential, um produto que promete eliminar as toxinas presentes na pele e repará-la completamente. A ideia do lançamento não é substituir a ação anti-idade de produtos de cuidados, mas sim preparar a epiderme para que outros tratamentos sejam feitos. O cosmético uniu, em sua fórmula, 21 ingredientes ativos que concentram a capacidade de eliminar e quebrar as toxinas absorvidas pelas células e, assim, retardar o processo de envelhecimento. Preço: R$ 334. Mais informações: epocacosmeticos.com.br

O autobronzeador das estrelas Scott Barnes, maquiador das celebridades de Hollywood, acaba de relançar seu produto, Body Bling, que vem em dois formatos: Original e Platinum. Depois de criar um famoso look em Jennifer Lopez, que uniu pele bronzeada e lábios pálidos, Scott criou o bronzeador mais usado pelas beldades americanas e os profissionais do país. O produto promete uma pele bronzeada como a das atrizes de Hollywood e um aspecto saudável ao livrá-la dos riscos da exposição ao sol. Preço: 42 dólares. Mais informações: scottbarnes.com

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viajar

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“É GIRO”

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por Horst Kissmann, de Portugal fotos Ricardo D’Angelo

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tempura de vieiras e açafrão, do chef vítor sobral

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show

Ao lado, pudim de abade da Tasca da Esquina, onde Sobral orquestra um verdeiro cooking show, com chefs convidados recriando seus pratos mais conhecidos à vista dos clientes

A expressão, usada pelos portugueses quando gostam muito de alguma coisa, é perfeita para definir a Lisboa de hoje. NOSSO REPóRTER ESTEVE LÁ E SELECIONOU 12 ENDEREÇOS IMPERDÍVEIS PARA QUEM GOSTA DE COMER BEM Lisboa é a capital do momento na Europa. Com boa segurança, vários pontos turísticos e gastronomia em alta, a cidade convida a desfrutála. Aos que ainda pensam que em Portugal só tem comida rústica (e benfeita), lamento informar: estão completamente enganados. Moderna como nunca, Lisboa abriga cada vez mais chefs afinados em traduzir a gastronomia tradicional para os tempos modernos. Por lá, comensais do mundo inteiro se esbaldam nas tascas para petiscar pedaços de queijo Serra da Estrela acompanhados de um bom vinho do Porto. Mas se o momento pede algo mais refinado – tanto no ambiente como à mesa – não é

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difícil encontrar uma bela posta de bacalhau cozida a vácuo e em baixa temperatura. Para acompanhar, uma taça de vinho verde servida por sommelier com todo o cuidado merecido. A Lisboa de hoje é assim. Um porto seguro para chefs e uma vitrine das tendências gastronômicas. Confira a seguir algumas opções para colocar no roteiro de sua próxima viagem.

Manteigaria Silva Centenária, a casa conseguiu uma licença especial do departamento de vigilância e saúde da cidade para poder curar os famosos – e ótimos – queijos Serra da Estrela. Eles chegam frescos à loja e são cuidados por lá mesmo em uma antiga tábua de madeira brasileira. Todo dia são virados de lado para que maturem de maneira uniforme. Na loja, há ainda uma grande variedade de laticínios, frutas secas, embutidos, vinhos do Porto e bacalhau da Islândia e da Noruega.

Rua D. Antão de Almada, 1-C, tel. +351 21 3424-905; www.turisplan.pt/manteigariasilva

Ginjinha sem Rival

Parada obrigatória no Largo de São Domingos, a pequena loja vende, desde 1840, doses de ginjinha. Trata-se de um licor feito com cerejas, açúcar e álcool que pode vir acompanhado, ou não, pelas ginjas (cerejas). Alcoólica, a bebida faz enorme sucesso. Rua Portas de Santo Antão, 7

Pastel de Belém

Aberta todos os dias, a Fábrica dos Pastéis de Belém vende por dia não menos que 10.000 dos tradicionais pastéis, a principal especialidade da doçaria portuguesa. A receita original é segredo exclusivo dos mestres pasteleiros, que a fabricam artesanalmente na Oficina do Segredo. A receita mantém-se igual desde 1837. Devem ser comidos ainda quentes e polvilhados de canela e açúcar. Para acompanhar, um cálice de vinho do Porto. Rua de Belém, 84, tel. +351 21 3637423; www.pasteisdebelem.pt

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cidade, porto seguro para uma boa cerveja, muito bem acompanhada de camarões e outros frutos do mar frescos e preparados com esmero. A casa foi fundada em 1836 no prédio que, no século XIII, abrigou o Convento da Trindade. Hoje, no grande salão que no passado servia de refeitório, estão diversos painéis de azulejos do século XIX, representando as estações do ano e os fenômenos da natureza, entre outros temas. Além da cerveja feita na casa, também são vendidas outras marcas, como a irlandesa Guinness. Lagostas e percebes são boas pedidas de acompanhamento.

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Rua Nova Trindade, 20, Chiado; www.cervejariatrindade.pt

Mercado 31 de Janeiro

ruidosa e animada pelo frenesi da equipe, que corre de um lado para o outro servindo as famosas gambas à la aguillo, a cervejaria ramiro é uma típica casa de tapas portuguesa SuÍte O restaurante fica no Cassino de Lisboa. Avesso ao jogo, ou não, sem dúvida vale a visita. Nas mesas que ficam do lado de fora do restaurante tem-se a vista de três pavimentos do prédio, que exibe o chão forrado de placas de vidro que mudam de cor ao mesmo tempo. No lado de dentro, praticamente um quarto de hotel, com direito a menu ao melhor estilo room service. À frente da cozinha está o chef Fausto Airoldi, que prepara tapas diversas, como a espuma de batata com bochecha de porco preto. Alameda dos Oceanos, lote 1.03.01, tel. +351 21 892 90 40; www.casino-lisboa.pt

Cervejaria Ramiro

Uma legítima casa de tapas portuguesas. Por lá, frutos do mar ainda vivos são conservados sob refrigeração, à vista dos clientes. Basta chegar, pedir uma cerveja e escolher o que petiscar. Descontraída, a casa é bem agradável. Ruidosa, tem vida própria e é animada naturalmente com o frenesi de toda a equipe, que corre de um lado

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Ponto de encontro dos donos de restaurante, a grande sensação são os balcões refrigerados em que são expostos mariscos, peixes e frutos do mar. Ótimo lugar para comprar sardinhas, carapaus e carapauzinhos – estes últimos mais conhecidos como joaquinzinhos. Quando temperados e fritos, viram ótima companhia para um copo de cerveja.

para o outro, soltando as famosas gambas à la aguillo, porções de percebes ou fatias de um tenro pata negra.

Rua Engenheiro Vieira da Silva, Saldanha, tel. + 351 213 540-988

Avenida Almirante Reis, 1H, tel. +351 21 885-1024; www.cervejariaramiro.com

Fundado em 1974, o restaurante atrai uma clientela que vai em busca da cozinha portuguesa tradicional, em que os pratos fartos, os bons pescados e as doses altas de azeite ditam o ritmo do serviço. Durante o almoço o cardápio muda diariamente, sempre segundo o frescor dos produtos. De entrada, o vinagrete de polvo, com o pescado no ponto certo de cozimento e muito bem temperado, escoltado por um vinho branco fresco, instiga o paladar para os pratos seguintes. É a hora de entrar em cena o bacalhau, em preparações como o recheado com presunto, ou no forno com batatas ao murro. Outras pedidas certeiras são a feijoada de mariscos (com feijão-branco e muito coentro) e o arroz de lagosta e camarões. Bons preços e carta de vinhos com opções para todos os bolsos.

Tasca da Esquina

No charmoso bairro Campo de Ourique está o Tasca da Esquina, o restaurante do chef Vítor Sobral. Na casa despretensiosa (daí o nome Tasca), um verdadeiro cooking show acontece bem à vista dos clientes, com cozinheiros de sua confiança recriando seus pratos consagrados. No cardápio, sugestões que mudam todos os dias no horário do almoço. Outra boa opção é o menu degustação “fique nas mãos do chef”. A ideia é surpreender os comensais com iguarias que vão além de queijos, enchidos e defumados. Rua Domingos Sequeira, 41C, Campo de Ourique, tel. +351 210 993-939; www.tascadaesquina.com

Cervejaria Trindade

Uma das casas mais tradicionais da

Solar dos Presuntos

Rua das Portas de Santo Antão, 150, tel. +351 213 424 253, Baixa–Chiado; www.solardospresuntos.com

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Camarões e ambiente da cervejaria ramiro; acima, à direita, pastéis de belém fabricados na oficina do segredo; abaixo, à direita, detalhe da decoração do A Ginjinha

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os bondes, chamados de electricos, s茫o pitorescos e poupam o turista de subidas de tirar o f么lego

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Feitoria

Dentro do Altis Belém está o angolano José Cordeiro – o mesmo que ganhou uma estrela no Guia Michelin enquanto comandava o Casa da Calçada, no Porto. Agora, no Feitoria, dentro do luxuoso Hotel & Spa, o chef serve comida contemporânea das boas, que pode tranquilamente ser chamada de cozinha de autor. José procura desvendar a fundo os ingredientes que utiliza em suas preparações. A adega da casa abriga perto de 2.000 garrafas, entre elas muitas de brancos que são apresentados elegantemente pelo sommelier. Doca do Bom Sucesso, tel. +351 210 400-200; www.altisbelemhotel.com

Restaurante Terraço

Instalado no Hotel Tivoli – um dos mais modernos e confortáveis da cidade, com serviço impecável –, o Terraço tem no comando de suas caçarolas o criativo e competente Luís Baena, chef que respeita os ingredientes e sempre busca inovações. Em seu cardápio estão provocações como o hot dog com salsicha de camarão; o McSilva, um delicioso hambúrguer de bacalhau; acarajé com bacalhau de entrada e sushi de presunto. A carta de vinhos e o serviço seguem o alto nível. Hospedar-se no Tivoli também é uma experiência especial. Fundado em 1933, o hotel soube – como poucas casas no mundo – ir se modernizando, sem perder a tradição. Avenida da Liberdade, 185, tel. 351 213 198-915

Comissão Vitivinícola da Região de Lisboa

A nova indicação geográfica de Lisboa, que substitui a anterior, Estremadura, passa a integrar os vinhos de Bucelas, Carcavelos e Colares; até o norte da Província da Estremadura, além do Ribatejo. Ao todo, mais de 150 empresas associadas e produtoras de vinhos são responsáveis pela exportação de 45% de todo o volume produzido na região. Algo em torno de 20 milhões de litros ao ano. Os vinhos merecem atenção, uma vez que a cada safra impressionam mais pela qualidade.

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a partir da praça do comércio, no centro, é possível visitar vários pontos turísticos da charmosa capital portuguesa

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BEBER

OS AROMAS DO VINHO Ao abrir uma garrafa, servir um pouco do líquido em uma taça e levá-la ao nariz, ficamos próximos de uma experiência única: sentir mais de 150 aromas que podem ser encontrados nos brancos e tintos Eles se originam da própria uva, na fermentação e no envelhecimento da bebida. Na taça, o desafio é identificá-los e, assim, descobrir as pistas de cada vinho. Ao contrário do que possa parecer, isso não é tarefa apenas para especialistas. Com um pouco de treino e atenção na hora de degustar, todo mundo é capaz de identificar algum aroma na taça, principalmente, claro, aqueles com que temos mais familiaridade. Para ajudar você nessa tarefa, listamos os principais aromas e alguns dos vinhos em que eles são encontrados.

Cereja Pinot Noir, Sangiovese, Pinotage e Grenache

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FOTOS: ANTÓNIO RODRIGUES

BANANA Aroma típico da uva Gamay, como os Beaujolais

Uva-passa Vinhos de sobremesa em geral, como Sauternes, Tokay e Amarone

canela Shiraz, Mourvèdre e Pinot Noir, do Novo Mundo

Especiarias Shiraz, Merlot, Cabernet Sauvignon, Torrontes e alguns Nebbiolo especiais

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Cassis Cabernet Sauvignon, Merlot e Sangiovese

Figo seco Vinhos doces em geral e vinho do Porto

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Chocolate Em vinhos que passam por madeira, principalmente em Cabernet Sauvignon, Malbec, Merlot, Tannat

Ameixa Nebbiolo, Malbec, Barbera, Merlot, Cabernet Sauvignon

Maçã verde Riesling, Chardonnay sem madeira e Chenin Blanc

Pêssego Sauvignon Blanc, Riesling e Viognier

Cravo Syrah, Grenache, Cabernet Sauvignon e Mourvèdre

Framboesa Típico em vinhos novos, como Shiraz, Tempranillo, Merlot, Cabernet Sauvignon e Malbec

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COMER

Três vezes divino Por Mariella Lazaretti, de Copenhague, Bray e Roses Em uma semana de delírios gastronômicos, fomos checar os detalhes que fazem do Noma, do elBulli e do The Fat Duck os três melhores restaurantes do mundo Toda vez que me perguntam o que eu gostaria de ser se não fosse jornalista, respondo: a Michelle Pfeiffer. É uma maneira de dizer que não trocaria minha profissão por nenhuma outra. Acredito que Michelle diria o mesmo de sua condição. A não ser... a não ser que ela deparasse com o doce desafio de conhecer os três melhores restaurantes do mundo em uma levada só. Aí eu queria ver! Noma, em Copenhague, na Dinamarca, elBulli, em Roses, na Espanha, e The Fat Duck, em Bray, na Inglaterra, são respectivamente os três melhores restaurantes do mundo, segundo levantamento da revista inglesa The Restaurant, feito todos os anos com base nas indicações de críticos, jornalistas e gourmets. Foi nesses três templos estrelados que estivemos no espaço de uma semana. Parte de nossa missão era entender o que faz com que um restaurante seja guindado ao primeiro lugar numa lista dos 100 mais, e o que teria de menos o segundo para não ser o primeiro, e assim sucessivamente. A outra parte era nos divertir mesmo. Antes de listar o que os separa, vamos pensar no que os une. Os três são seguidores da cozinha tecnoemocional. Para quem não está familiarizado, a cozinha tecnoemocional, que durante um tempo foi chamada de molecular, tem sua concepção prática atribuída ao espanhol Ferran Adrià. Por trás do elBulli, Ferran desbravou um novo caminho para que chefs como Heston e René pudessem se expressar, provando que a forma e o gosto podem ser maleáveis fontes de surpresa e alegria, e que há, sim, muitos sabores inéditos a ser explorados. O catalão fez algo que parecia improvável no severo mundo da milenar

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alta gastronomia: anarquizou o ato de cozinhar e de comer libertando a cozinha dos padrões da escola clássica francesa, que serviu de berço para boa parte das demais (e continua servindo, que fique claro). Sua capacidade de surpreender é imprevisível: em janeiro, Ferran anunciou que fechará o elBulli no dia 30 de julho, para reabri-lo em 2014 como um novo projeto gastronômico. Até lá, fará do templo mais disputado da cozinha moderna um centro de pesquisas. Então, partindo do princípio de que os três, em maior ou menor grau, seguem essa escola, deparamos com quatro pontos comuns nas mesas que vimos de perto: 1) Simplicidade – não imagine que por estarem no topo do universo gastronômico os restaurantes tenham um luxo ostensivo. A simplicidade é chique. 2) Aguarde o manual de instruções – sempre haverá um discurso de orientação do garçom antes de cada prato, do qual você entenderá apenas metade. 3) Comer com as mãos boa

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noma: orgulho viking no resgate de produtos do Ă rtico

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parte do tempo – no elBulli, em um cardápio de 37 pratos, usamos talheres lá pelo 27o. 4) Prepare-se para ficar sentado: as refeições têm de quatro a seis horas de duração. E sigamos para as idiossincrasias:

1a parada – noma: a delicadeza improvável de um viking

Nossa viagem começou na Suécia, quando zarpamos em um cruzeiro cujo ponto final era Copenhague, na Dinamarca. Conseguir um lugar em todos os três dentro das previsões de voos e estadas de que dispúnhamos foi um quebra-cabeça infernal. No elBulli chega cerca de 1 milhão de pedidos de reserva ao ano e apenas 8.000 felizardos são atendidos. O Noma, desde que teve anunciada sua subida ao topo da lista em 2010, sofreu um colapso em seu sistema de reservas e esteve impossibilitado de receber pedidos de mesas por um longo tempo. Em Copenhague, nosso jantar foi marcado para as 6 da tarde. Como veríamos depois, seria o único horário em que o chef René

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Redzepi se daria ao luxo de sair da cozinha. O sol brilhava alto quando refizemos a pé, indo e voltando sem sucesso, os últimos quarteirões da Strandgade em busca do número 93. Enfim, descobrimos que a rua era cortada por um canal onde mastros brancos de pequenas embarcações refletiam rasgos de luz. O Noma estava do outro lado, à beira do canal, em um lugar especialmente encantador. Fomos recebidos na porta por um garçom sorridente que nos guiou para uma das enormes janelas com visão privilegiada do píer. Dentro, o espaço era acolhedor, simples e sofisticado, como prega o festejado design nórdico moderno. O Noma funciona em um velho galpão legalmente tombado e reformado com extremo bom gosto. O assoalho de madeira corrida, as paredes descascadas deixando ver as velhas pedras da construção, as cadeiras de braços alongados, com couro e pele de animais aqui e ali, a grossa tora de carvalho envelhecido do balcão – tudo anunciava o propósito do Noma: a interpretação contem-

rené redzepi

O chef e proprietário, é um militante da raw food, a comida servida o mais natural possível e com ingredientes do ecossistema que o rodeia

porânea das raízes culturais mais profundas dos países gelados do Mar Báltico. Há uma espécie de orgulho viking pairando na atmosfera do lugar que flana como uma advertência aos incautos: “Não estamos aqui a passeio”. René Redzepi, o chef e proprietário, que antes de abrir seu restaurante passou pelo French Laundry, de Thomas Keller, e pelo elBulli, é um militante da raw food, a comida servida o mais natural possível com ingredientes do ecossistema que o rodeia. Em seu restaurante, ele resgata métodos ancestrais da culinária nórdica – a salga, a defumação, a cocção sobre pedra – para apresentar a gastronomia dos sabores que circundam o Ártico, o que inclui o uso luxuoso de água puríssima das geleiras da Groenlândia. Peixes selvagens de águas geladas, como salmão e halibut, moluscos e caranguejos gigantes, cogumelos carnudos, frutas vermelhas, carneiro e musk ox (uma espécie de búfalo das neves) são alguns dos ingredientes, de fornecedores das redondezas, que ele oferece. René vai além na missão de fazer constar do mapa gastronômico o que aos olhos do mundo se resumia a arenque e aquavit: pesquisa novos usos para cereais conhecidos e para os nunca usados antes, aventura-se no cozimento com sucos de frutas e com essências feitas lá mesmo por sua pequena e orgulhosa equipe. O chef veio falar conosco quando as boas-vindas com champanhe já haviam sido dadas. Tanto quanto é possível identificar o entusiasmo em um contido e tímido dinamarquês, seus olhos brilhavam, graças a um punhado de cogumelos escuros que ele acabara de receber. “Nunca os vi antes, mal posso esperar para descobrir o que podemos fazer com eles”, disse. Pouco depois, desapareceu na cozinha, onde podia ser visto tenso e concentrado. Cada prato que recebíamos ia compondo, quadro a quadro, a originalidade redentora da cozinha

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FOTOS: ACERVO NOMA

o frescor do carpaccio (À esq.), CAvaquinha cozida sobre pedra com sal de peixe e pães com manteiga: é preciso entender a explicação do garçom. Abaixo, o galpão do noma: assoalho de tábua corrida, peles de animais e a elegância do design nórdico

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de René, que, justificadamente, tornou-se um herói nacional e condecorado Embaixador da Nova Cozinha Nórdica. Um vaso chega à mesa. Há uma planta nele. Olhamos aquilo sem saber exatamente o que fazer. O garçom se inclina e num tom monocórdio nos orienta a puxar o talo e comer: é um rabanete cuja terra da qual vem lambuzado é um composto de grãos moídos. O sabor é bom, crocante e refrescante ao mesmo tempo. Chega então um saquinho preto amarrado e dois pires com pastas brancas, um deles coroado por pedacinhos de cristal amarelado. O garçom explica adjetivando cada detalhe, e entendo fragmentos... doses de leite... puro, de cabras montanhesas... confecção caseira, enfim, fui ao ponto e perguntei: “E como se come isso?”. Ele respondeu: “Como você quiser” – era pão com manteiga, coberto por pedacinhos de toucinho novo. Vexames na cozinha tecnoemocional podem acontecer – este por exemplo. Os pratos principais deixaram lembranças de um frescor e res-

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Elbulli

Escondido entre muros, o restaurante de Ferran Adrià está encarapitado acima da Praia Roses: para chegar lá, é preciso tomar uma estradinha tortuosa no alto de um penhasco

peito ao ingrediente original acima dos outros dois restaurantes. Três pratos que sintetizam a filosofia Noma: uma cavaquinha fresquíssima, quente e macia, servida em uma pedra quente para ser pincelada em uma farofa de caldo de peixe com flor de sal defumado, e em molho delicadíssimo de ervas. Segundo, uma experiência sensorial impressionante: um canudo fino de gelatina verde com gosto de maresia. Comido com bocados de uma espécie de “gelo” branco e salgado era como receber uma lufada de vento no alto de um fiorde. E, finalmente, a sobremesa de frutas pretas cobertas com uma reprodução de musgo doce e azedo. Saboreá-la de olhos fechados (e fechar os olhos de prazer foi inevitável) nos conduzia por um bosque silvestre no outono. O jantar não é barato se comparado a um restaurante comum. Mas pode-se dizer em nome dos três restaurantes que as surpresas ficam circunscritas ao ato de comer, não ao ato de pagar. A não ser que se regue tudo a vinhos caros, vigora ali o socialismo chique do menu degustação a preço fixo. No Noma, os sete pratos custam cerca de 170 dólares. Se o comensal desejar as sete taças de vinho para harmonizálos, o que recomendo vivamente, desembolsam-se o equivalente a mais 150 dólares. Nem um tostão insondável a mais. www.noma.dk

2 a etapa – elbulli: a fantástica fábrica de ilusões não pode parar No elBulli, as pessoas chegam sob a emoção eufórica de quem

adentra um parque de diversões. O coração dispara, as mãos suam. Descemos do avião em Barcelona e tomamos um carro rumo a Roses, na Província de Girona, por cerca de 2 horas pela autopista AP-7. Ficamos no Hotel San Carlos, o único disponível, a 150 euros a diária. Roses é um balneário sem grandes atrativos para estrangeiros, a não ser as mágicas de Ferran. Vale perguntar o que será dela agora que o mágico da cidade decidiu sair de cena. Saímos do hotel quando ainda estava claro, dirigimo-nos para a Cala Montjoi por uma estradinha tortuosa no alto de um penhasco. A ida estava garantida. A volta em altas horas, com os goles de cava que tomaríamos, exigiria reza braba para nosso anjo de guarda. A casa branca em estilo mouro, com portões e janelas ovaladas, está ancorada como um navio alguns metros acima da praia quase deserta. O nome elBulli remete aos antigos proprietários que mantinham ali um canil de buldogues, carinhosamente chamados de bulli. Ferran trabalhava na casa desde o início dos anos 80, assim como Julio Soler, que viria a se transformar em seu sócio no atual elBulli, adquirido por ambos em 1990. O mais impressionante ao ir ao restaurante do chef mais famoso do mundo é encontrá-lo com a barriga no fogão como um chef qualquer. Entendemos na hora o peso terrível de ter estado em primeiro lugar no ranking dos 100 melhores do mundo por anos e o medo de cair para o segundo posto. Compreendemos então por que ele quer transformar o elBulli em uma escola

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FOTOS: ROGÉRIO VOLTAN

o peso da fama: dá para sentir a tensão em que a equipe de 70 pessoas trabalha. a comida tem de ser servida, no mínimo, perfeita

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FOTOS: ROGÉRIO VOLTAN

Ferran com o irmão Albert no início do El Bulli e agora a decisão de fechar a casa e manter um bar de tapas em Barcelona. Abaixo, a sobremesa floresta negra com chocolates de várias consistências

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avançada de experimentos – e por que se retirou para montar um bar de tapas com o irmão Albert em Barcelona. Cerca de 70 pessoas trabalham no restaurante. Há uma tensão poderosa no ar. Sentamo-nos primeiro no pátio, de cujas arcadas se podia ter uma boa visão da praia. Primeiro ato. O show começa com os snacks. Dois baldes de gelo trazem caipirinha e mojito. Detalhe: em estado sólido. Enfiados no gelo estão toletes de cana-de-açúcar embebidos em cachaça, limão e açúcar cristal. Uma pergunta nos estimula durante todo o jantar: por que não? Depois vieram vários exemplos de esferificações e mimetismos – azeitonas que explodiam na boca, cristal de parmigiano transparente, um casulo de paçoca líquida, cerejas salgadas e úmidas. O sommelier nos apresenta a carta – não há menu de harmonização no esquema socialismo chique. Suas sugestões passeiam pelos champanhes e borgonhas de alto calibre. Decidimos que vamos de cava e vinhos espanhóis – boa medida. Somos transferidos para uma mesa no interior do restaurante. Apenas 50 pessoas estarão sentadas – essa é a lotação máxima da casa. O menu do elBulli é dividido em quatro “atos”. Depois dos snacks, é a vez das tapas e dos pratos salgados, ou “los platos que se comen con cubiertos”. Chega uma esponja branca com sabor de limão: gela a boca e desaparece antes de uma piscada. Depois, cornetos com soja tostada, algas crocantes no fun-

do e framboesas geladas no topo, seguidos de biscoitos de gergelim negro e miso. Aí, experimentamos algo surpreendente, a “folha de ostra”. Nada além de uma única folha trazida de uma planta da Escócia, cujo sabor com três gotas de vinagre é exatamente igual ao de uma ostra fresca. A cada um dos pratos damos suspiros e soltamos frases de admiração e surpresa. A “trufa sorpresa”, que deve ser comida da direita para a esquerda para obter o efeito de defumado com aroma de algas. Amêndoas de vários tipos – algumas verdadeiras, outras “criadas em laboratório”. Um delicado carpaccio de rosas, em que uma rosa-branca do Equador é despetalada num prato com sementes aromáticas e um molho delicado. Mimetização de um sanduíche de presunto – o pão é de mandiopã e o recheio... vai saber! Ortiguila a La Thé, uma delícia com bichos do mar (impossível saber o que são ou se realmente são) e caviar falso. Endívias novinhas estalantes recheadas com nozes e gotas de gorgonzola... Quando cheguei ao 27o prato, não podia mais engolir uma azeitona. Meu parceiro de mesa seguiu impávido. Mandou o abalone (uma espécie de vôngole) e depois um rabo de cavaquinha e raviólis transparentes com aroma de gorgonzola e uma pepita de ouro imersa na água de rosas. E assim chegamos ao terceiro ato, lugar dos avant postres, em que se prepara o paladar para os doces. E vem menta e hortelã em pó, cerejas com kirsch,

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uma mimetização de bola de neve com gosto de coco e a sobremesa propriamente dita: floresta negra com chocolate em várias consistências. Finalmente, chegamos ao quarto ato, o dos morphings: uma estupenda caixa cheia de gavetinhas lotadas de chocolates dos mais variados tipos e tamanhos, mais os cafés, chás, conhaques e charutos, que podem se estender por uma eternidade, caso se tenha capacidade estomacal e física de um homem de 1,90 metro. Foram 37 pratos extraordinários que deram a ideia da dimensão do enorme trabalho de Ferran e Albert ao longo dos últimos dez anos. É algo para não esquecer nunca mais na vida – em todos os sentidos.Total gasto: R$ 900 por pessoa com o serviço. (elbulli.com)

3 a parada – the fat duck: o sorriso do gato paira no ar

A emoção começou bem antes de nos sentarmos à mesa. Chegar ao subdistrito de Bray, em Maidenhe-

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ad, a 40 minutos de Londres, foi parada dura. Horário do almoço: 13 horas. Chegada ao aeroporto do voo procedente de Copenhague: 11h45. Via internet, no lobby do hotel em Copenhague, reservamos um táxi que nos esperaria no aeroporto de Gatwick e que nos levaria até o The Fat Duck. Debaixo de seu turbante roxo, o motorista indiano nos tranquilizou: “Chegaremos 10 minutos antes do horário marcado”. Acontece que, no meio do caminho, deparamos com um acidente que interditou a rodovia. Quando eram 13h30, já roíamos as unhas. O chofer estava à beira de um infarto: jogou-nos seu celular, implorando que ligássemos para o restaurante. A cozinha fecha às 2 da tarde, eles disseram – ao que nós mentimos, claro, que chegaríamos até esse horário. Coisa de brasileiro. Mas o indiano era sério: quando demos por nós, havíamos entrado em estradinhas vicinais, atravessado bosques e aterrorizado esquilos para chegar lá. E chegamos, às 14h09.

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A casa é tão idêntica às outras – a porta grudada na rua, sem nada de especial a não ser a pequena placa com talheres em forma de penas de pato – que custamos a achá-la. Entramos carregando malas do tamanho das de um cruzeiro pelo Báltico. Imediatamente, dois garçons sorridentes sumiram com elas para... não sei. Dando-me conta hoje do minúsculo restaurante que vistoriaríamos depois do almoço, penso que eles devem ter jogado aqueles trambolhos no vizinho. A cozinha é um cubículo, e tudo o que não cabe ali está em casinhas de boneca no quintal. Devo dizer que foi o lugar em que imediatamente me senti mais feliz e descontraída em toda a viagem. Estávamos tão exaustos e nervosos para chegar que emborcamos umas duas taças de champanhe assim que nos sentamos. A despeito disso, ali está um lugar ao qual é impossível se manter indiferente. Mas só se diverte quem se entrega à brincadeira. Uma espanhola dramática encosta um carrinho em nossa mesa

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the fat duck

A casa comandada por Heston Blumenthal serve humor em bocados como no Chá do Chapeleiro Maluco: uma xícara com uma moeda ( acima) derrete sob o calor de um caldo que se transforma no prato da página ao lado, com toucinhos e microcogumelos

e com gestos performáticos joga nitrogênio líquido em um balde de gelo. A fumaça levanta: começa nossa viagem pelo mundo mágico de Heston. No nosso prato, com um sifão, ela produz uma pasta de vodca e limão, joga no nitrogênio e aquilo vira uma bolinha gelada sobre a qual espalha pó de chá-verde. Com gestos largos, diz: “Para limpar as papilas”. Enquanto isso, vejo o garçom entregando duas pastilhas para o casal ao lado, como se se preparassem para um exame médico. Elas chegam para nós pouco depois, em uma caixinha de plástico. Têm sabor tostado e abrem o paladar para recebermos uma gelatina de ovo de codorna defumado sobre um fundo de outra gelatina com sabor de trufa também tostada e, ao lado, uma torrada crocante – muito bom! Os vinhos. Há no Fat a possibilidade acolhedora de escolher entre dois cardápios de vinho para acompanhamento, um de 90 libras, outro de 165 libras. Escolhemos o de 90 libras, que, para esse prato, nos serviu um Riesling Kabinett, Joh.Jos.Prüm, Mosel de 2007. A aventura segue. A espanhola retorna com o roast foie gras, uma fatia pequena de foie com kombu (alga japonesa) sabor caranguejo sobre uma bandeja com gramíneas esfumaçadas de nitrogênio – tudo fica impregnado de aroma de mato molhado – uma delícia servida com o Pinot Gris alsaciano Rolly Grassmann 2004. Eu estava disposta a tudo, então saquei da bolsa o Engov providencial e mandei. Foi aí que notei o quanto Heston é um menino sonhador e fantasioso. O prato que chega a seguir é o Mad Hatter Tea, famoso chá do Chapeleiro Maluco: uma xícara com uma moeda dourada que derrete

sob um caldo reconfortante e é entornado em um prato com pedaços de toucinho e microcogumelos. Depois vem o famoso prato que já recebeu tantas críticas ácidas de gente tradicionalista: a concha do mar com o iPod que reproduz o som de gaivotas e o barulho do mar. Meu parceiro, já alegre como eu, diz: “Escute o cheiro!”. Percebo que estamos bêbados, mas tocados de alguma maneira pelo bom humor do chef. Junto com o iPod comemos fatias finíssimas de peixe sobre uma farofa de “areia” com gosto de mar. O chef ausente sorria sobre todos nós como o gato de Alice no País das Maravilhas. Depois disso, provamos um salmão com ovas e alcachofras, acompanhado de um Quinta da Leda 2001, e uma pomba com um Bordeaux Le Dôme 2002. Excelentes. Quando pensamos que o chef havia crescido e se tornado maduro de repente, lá vinha o garoto sonhador de novo mandando uma caixinha de cereais “Fat Duck” para jogarmos no leite; um sorvete com a diabólica propriedade de esquentar um lado da boca e esfriar o outro, e uma rabanada fantástica, com doce de bacon cristalizado. Nicola, o sommelier, traz o digestivo: gomas de gelatina com sabor de uísque, grudadas num mapa emoldurado com as antigas rotas de comércio da Inglaterra. De despedida, eu já esperava que Heston nos desse seu estilingue de estimação de presente. Em vez disso, mandou para a mesa um saquinho daqueles clássicos “candies” com listrinhas cor-de-rosa e docinhos, com o título de “Like a kid in a sweet shop”. Foi como saímos de lá: trançando as pernas e felizes como crianças. Total gasto: US$ 450 por pessoa mais o serviço de 12,5%. (thefatduck.co.uk)

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Jogando bem, pelo bem Torneio Beneficente Albert Einstein reuniu mais de 100 jogadores e arrecadou 620.000 reais em doações para projetos sociais do hospital

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O IV Torneio Beneficente de Golfe Albert Einstein, a maior competição de golfe sem fins lucrativos do Brasil, foi realizado em dezembro na Fazenda da Grama Country & Golf Club, em Itupeva, São Paulo. Reuniu em campo mais de 100 golfistas e angariou 620.000 reais em doações. Trata-se de um recorde no evento, que em quatro anos já arrecadou mais de 2 milhões de reais, revertidos em projetos sociais do Departamento de Voluntários do Hospital Albert Einstein. Além dos convidados dos patrocinadores, dos jogadores inscritos e dos dirigentes do golfe, a competição, disputada na modalidade best ball em 18 buracos com limite de handicap índex de 25,5 no masculino e 28,0 no feminino, também contou com a presença de convidados ilustres, como os atores Humberto Martins e Marcos Pasquim e o executivo Roberto Lima, presidente da Vivo. O time campeão, formado por Joakim e Walkiria Thrane, Eduardo Ayrosa e Júlia Kiyota, levou a taça principal com 56 tacadas net. A segunda posição ficou com a equipe composta de José Geraldo V. Boas, José E. Gonçalves, Claudio B. F. Pedone e Eduardo Jacob, com 56 net. Logo atrás, com 59 net, ficou o grupo de Maria Lúcia Guilger, Hélio Motta Neto, Fábio Jorge e François De La Villardiere. Nas competições paralelas, o vencedor no longest drive masculino Gillette (a tacada mais longa), no buraco 13, foi Marcelo Haegenbeek. No

longest drive feminino Cotação, no buraco 17, a campeã foi Esther Halpern. No desafio Nearest to the pin Banco Tendência (a bola mais perto da bandeira), no buraco 8, o prêmio ficou com Oscar Rodriguez Herrero. No buraco 2 do campo, onde valia o prêmio Nearest to the pin patrocinado pela marca Atlantica Hotels, a campeã foi Júlia Kiyota. Os organizadores promoveram ainda uma clínica de golfe para iniciantes, que após uma sequência de aulas teóricas e práticas disputaram um minitorneio no putting green (a área de treino de tacadas curtas) do clube, cujo vencedor foi Juliano Tozzo Lhamby, seguido por Rodolfo Ceppas Bastos e Gauthama Nassif. Assim como nas edições anteriores, o IV Torneio Beneficente de Golfe Albert Einstein realizou, após a premiação, o sorteio de diversos produtos de ponta. Na lista de prê-

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FOTOS: DIVULGAÇÃO

GOLFE PARA TODOS: ALÉM DA DISPUTA ENTRE OS MAIS EXPERIENTES, JOGADORES INICIANTES DERAM SUAS TACADAS NA CLÍNICA PARA NOVATOS NO ESPORTE. AO TODO, MAIS DE UMA CENTENA DE PESSOAS PARTICIPou DO TORNEIO

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O presidente da Vivo, Roberto Lima, e os atores Marcos Pasquim e Humberto Martins (abaixo, à dir.) foram presenças ilustres no evento

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mios estavam viagem para esquiar em Aspen, jogo de toalhas da marca de enxovais Blue Gardenia, dois jogos de jantar da loja de decoração Presentes Mickey, um televisor LCD de 32”, da AOC, dois iPhone 4, da Vivo, uma joia Jack Vartanian, duas joias Renato Wagner, um brinde da grife de roupas NK Store, um tratamento estético com a dra. Ana Paula Costa, uma pulseira Arlete Jamous, um anel Gracie, uma escultura Dayse Nasser, e três estadas no Hotel Golfe Leaders Hotels com destino para Suíça, Estados Unidos e Bariloche. Durante todo o dia, os convidados foram recepcionados por requintado café da manhã e almoço, oferecido pelo Buffet França.

Sucesso de arrecadação Considerado o maior evento do golfe brasileiro voltado para causas sociais, o Torneio Beneficente de Golfe Albert Einstein vem atingindo

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5 metas consideráveis em suas arrecadações. Em 2007, primeira edição da disputa, somou 415.000 reais. Em 2008, o total angariado foi de cerca de 440.000 reais. No ano passado, o evento gerou 530.000 reais. A previsão para 2010 foi ultrapassada e atingiu 620.000 reais, totalizando mais de 2 milhões de reais em quatro edições. “Nossa meta é arrecadar 1 milhão de reais no próximo torneio”, afirma Telma Sobolh, presidente do Departamento de Voluntários do Hospital Albert Einstein. O objetivo é arrecadar verbas para os programas sociais que atendem mais de 18.000 pessoas na Comunidade de Paraisópolis, a segunda maior favela de São Paulo, e para o Residencial Israelita Albert Einstein,

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4 que proporciona atendimento a 170 idosos. Na mais recente edição, o patrocínio máster foi da Racional, o patrocínio ouro foi do Banco Itaú, e os copatrocinadores foram Banco Tendência, Vivo, Toshiba Medical, Brasanitas, Atlantica Hotels, Cotação, Gillette, Buffet França, Casas Bahia, Rodobens, Gocil, Covidien, Segmenta, Kahn do Brasil, Tecnisa, Sotreq, Servitec, Banco Alfa, Rosset e Atmosfera. O evento também contou com o apoio da Fazenda da Grama Country & Golf Club, VR, AOC, FG, Farma, Lúcia Moreira, Liberty Seguros, Twiltex, Estacenter, The Leading Hotels of the World e Ticket. A realização foi do Departamento de Voluntários do Einstein e a organização técnica da revista Golfe & Cia .

1. Telma Sobolh, presidente do Departamento de Voluntários do Albert Einstein. 2. Os campeões da clínica, Juliano Tozzo Lhamby, Rodolfo Ceppas Bastos e Gauthama Nassif. 3. A equipe campeã, formada por Eduardo Ayrosa, Júlia Kiyota, Joakim Thrane e Walkiria Thrane. 4. Equipe vice-campeã, composta de Claudio B.F. Pedone, José Geraldo V. Boas, Eduardo Jacob e José E. Gonçalves. 5. Na premiação do terceiro lugar, Bia Kryss, Leo Kryss, Hélio Motta Neto, Maria Lúcia Guilger, Alfredo Breda (representando François De La Villardiere), Telma Sobolh e Fábio Jorge

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ALÉM DE VOCÊ

Sinfonia do amor maior por Vivian Carrer Elias Fotos Ricardo D’Angelo

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em 2006, o instituto mudou-se para uma antiga fábrica de sucos em heliópolis. em 2008, ganhou sede própria

A paixão pela música reescreve o destino de crianças e jovens da comunidade heliópolis Em uma manhã de quinta-feira a professora Adriane Kindges comandava uma sala de aula com oito alunos. Os estudantes, com idade de 9 a 14 anos, se alinharam em duas fileiras enquanto seguravam com firmeza o material necessário para a aula: o violino e o arco. “Não precisa se esconder, Davi”, dizia a professora ao pequeno e tímido violinista Davi Barbosa Prates Júnior, que fugia do lugar marcado. Depois de repassarem o ponto de equilíbrio do arco e exibirem uma verdadeira mágica ao equilibrar o artefato apenas com o apoio de seus delicados polegares, os músicos mirins foram perguntados sobre o que gostariam de tocar. Ana Júlia de Oliveira Pinto, de 9 anos, logo sugeriu um allegro. Assim, mostraram o que vêm aprendendo desde outubro de 2009, quando começaram a estudar o instrumento no Instituto Baccarelli.. Essa rotina se repete a cada manhã, com pequenas variações, no instituto, uma escola de música localizada na Estrada das Lágrimas, na comunidade de Heliópolis, que ensina 1.015 crianças e adolescentes a tocar instrumentos de música clássica. E, mais que isso, oferece um caminho a ser traçado: o esforço e o talento são recompensados com um lugar na Sinfônica de Heliópolis, orquestra que faz turnês internacionais e encantou grandes nomes como o maestro indiano Zubin Mehta. “Quem canta seus males espanta, quem não canta é um pobrecoitado.” A música vinha de outra sala no mesmo prédio. As vozes das 25 crianças que a cantavam não deixavam dúvida: era a animada aula de coral da turma mais jovem da escola. Os alunos, entre 6 e 8 anos, não desviavam a atenção da professora Regina Kiju, tinham na ponta da língua a letra de todas as músicas ensaiadas e não se esqueciam de nenhum passo das coreografias que acompanhavam a cantoria.

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tamires de melo e camila teles, de 16 anos, ainda festejam sua aprovação na sinfônica e já superaram o frio na barriga por causa do maestro karabtchevskY

Essas crianças, que ensaiam todas as terças e quintas-feiras, fazem parte do primeiro estágio dentro da linha de formação que o Instituto Baccarelli oferece. Os pequenos podem entrar desde os 6 anos de idade no projeto Coral da Gente e por lá permanecer por quantos anos quiserem. Nas aulas do coral, aprendem técnica vocal, postura, respiração, percepção e expressão cênica e, conforme se aperfeiçoam, vão avançando de estágio. São várias turmas, separadas por idade e nível: iniciante, intermediário e avançado. O coral, projeto que existe desde o ano 2000, se apresenta constantemente e entoa músicas em diversos idiomas. Cantando, os jovens se familiarizam com o universo da música e, depois de pouco tempo de aula, aprendem a ler partituras e já podem começar a estudar os instrumentos de orquestra em aulas coletivas, com exceção do piano e da harpa, que são instrumentos solo. São essas aulas nas quais estavam Davi e Ana Júlia tocando allegro ao violino. A direção do instituto acredita que começar por aulas coletivas estimula aquele que está aprendendo, uma vez que ele tem sempre companhia e não se sente inibido por estar sozinho.

RenascidA das cinzas

Ao ver o incêndio que atingiu a comunidade de Heliópolis, a maior favela de São Paulo, em 1996, o maestro Silvio Baccarelli resolveu pôr em prática um antigo desejo de ensinar música clássica à população carente. Comovido, visitou

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ana júlia aprendeu a escolher o allegro: sabe que é a parte mais divertida da música

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no final da música, a professora pergunta qual é A qualidade do coral, e os alunos respondem: “vocal” , enquanto abrem os braços e dançam

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uma escola da região e se propôs a ensinar instrumentos de orquestra para crianças e adolescentes. As aulas dadas no Auditório Baccarelli, propriedade do maestro, localizado na Vila Mariana, iniciaram vários jovens no estudo de violino, viola, violoncelo e contrabaixo. Com o tempo, o projeto foi inscrito na Lei Rouanet e a Sociedade de Concertos de São Paulo foi escolhida como entidade mantenedora do instituto, com o objetivo de incentivar a difusão da música erudita. Em 2006 o Instituto Baccarelli se mudou para uma antiga fábrica de sucos em Heliópolis e, dois anos depois, a nova sede, também em Heliópolis, ficou pronta. O prédio tem 22 salas de estudo: maestro, de teoria, de instrumentos, de orquestra, de coral, biblioteca, refeitório, cozinha e sala de informática. O projeto oferece aulas de coral, de instrumento e orquestra. Além disso, oferece também aulas de inglês, que são dadas por voluntários chamados de Volunteachers.

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O caminho da música Depois de apresentados ao coral e a algum instrumento de orquestra, os jovens começam a ter aulas individuais. É nesse estágio que está Gabriela Gonçalo, que estuda viola. Ela tem 13 anos e, aos 10, conheceu o instituto por meio de uma amiga que fazia aulas de trompete. Começou no coral, aprendeu trombone, faz aulas de inglês e pretende aprender trompete. Naquela quinta-feira, em meio a uma aula e outra, circulava pelo prédio com sua irmã Gisele, de 10 anos, que também toca viola. Com elas estava Gustavo, de 11 anos. O menino canta no coral e faz inglês. No projeto, estudou flauta e sonha aprender clarinete clássico, mas no violão toca as músicas sertanejas de que tanto gosta. Gabriela participa do projeto Orquestra do Amanhã, um programa que introduz alunos que estão em níveis mais avançados de instrumentos a grupos de música, como duetos e quartetos de cordas, quin-

tetos de sopro e de metais. Além disso, inicia os estudantes em orquestras-escola, que têm níveis infantil, infantojuvenil e juvenil. Enquanto o trio de pequenos músicos passeava pelo prédio da Estrada das Lágrimas, o professor Marcelo da Silva, de 40 anos, dava aulas de trompa para dois rapazes em uma sala. Os alunos eram Alysson Vinicyus, de 16 anos, e José Alves, de 17, que praticam há quatro anos. Naquela sala, onde se ouvia ao fundo uma música da Filarmônica de Nova York, os três simbolizavam, mais do que a figura de um professor e dois alunos, a de bons amigos. E essa impressão não é à toa. Marcelo é de fato amigo e também conselheiro de seus alunos. “Não se pode entrar no instituto achando que você vai apenas ensinar música. Antes de tudo, o professor vai formar um cidadão.” diz ele. “ Tenho alunos que passam por muitos problemas em casa, então tento trabalhar a cabeça deles”, afirma Marcelo, consultado sobre todo tipo de assunto, sobretudo os que não falariam com os pais. Marcelo da Silva, que já tocou em orquestras de todo Brasil, está no Instituto Baccarelli desde agosto de 2006 e dá aulas de trompa e trompete., que aprendeu quando tinha 7 anos e tocava na fanfarra de sua escola em São Vicente, na Baixada Santista. Mesmo com dificuldades financeiras, foi para Cubatão, onde estudou música por dez anos na Banda Sinfônica. “Imagine uma família pobre, sem condições financeiras, ter de bancar

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um filho que quer ser artista. Tive de fazer outras coisas, como vender caranguejo e sorvete na praia, para nunca ter de deixar a música”, diz ele. “Eles são crianças privilegiadas por terem o Instituto e pais que os apoiam”, diz o professor. Alysson e Vinicius são alguns deles. Querem seguir a carreira de músicos. Deixam suas casas onde tiroteios e amigos envolvidos com o tráfico são parte do dia dia, para estudar trompa e frequentar o colégio à noite. A dedicação, a presença, a técnica, o estudo e o desempenho dos alunos são avaliados em testes semestrais para selecionar novos integrantes da Sinfônica de Heliópolis, talvez o grande desejo dos estudantes. Alysson fará o teste em março, mas já tocou com a sinfônica numa viagem à Europa. A turnê aconteceu em outubro de 2010 e levou 75 músicos de Heliópolis para apresentarem Beethoven e VillaLobos na Alemanha, Holanda e Inglaterra. Além disso, apresentaram “Cidade do Sol”, música do compositor brasileiro André Mehmari em homenagem a Heliópolis, feita especialmente para a turnê.

O sonho de uma orquestra

O desejo do Instituto Baccarelli de formar uma orquestra sinfônica se tornou realidade em 2004. Como não havia músicos com formação suficiente para compor o grupo de 90, a Sinfônica Heliópolis recebeu alguns integrantes de fora da comunidade. Durante cinco anos, ela foi dirigida por Roberto Tibiriçá e, no

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beatriz de souza sobrinho, de 9 anos, aprende violino desde 2009

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ano de 2011, ganhou um novo maestro, o renomado Isaac Karabtchevsky, que também se tornou diretor artístico do instituto. Em fevereiro houve novos testes para a entrada de músicos. Camila Teles, aos 16 anos e aluna de Marcelo da Silva, está entre os selecionados. Moradora da comunidade e há seis anos no instituto, desejava aprender violino, mas, ao ser chamada para fazer um teste para aulas de trompa, apaixonou-se pelo instrumento e passou a dedicar-se intensamente. No entanto, a felicidade por ter passado no teste da Sinfônica de Heliópolis logo transformou-se em nervosismo para ela. Seu primeiro ensaio foi comandado por Isaac Karabtchevsky. “Fiquei com medo de errar,

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As irmãs Gabriela e Gisele frequentam o instituto todos os dias: aprendem viola, coral e inglês

levar uma bronca. Mas logo percebi que ele é muito calmo, tranquilo e gosta de conversar com os músicos, dar conselhos.” Em 2005, o instituto recebeu a visita do indiano Zubin Mehta, uma lenda da música erudita, titular da Filarmônica de Israel. Ele entusiasmou-se ao conhecer a sinfônica, destacou o talento dos músicos e tornou-se o patrono do instituto. Em 2006, levou o contrabaixista e aluno Adriano Costa Chaves para ser aluno da orquestra de Israel. O morador de Heliópolis viveu em Tel Aviv por três anos e, hoje em dia, de volta ao Brasil, para apresentar-se em diversas orquestras. Além de Adriano, outros talentos de Heliópolis vêm sendo exportados para o mundo. Emerson Nazário, violoncelista, foi para Israel um ano depois de Adriano. Em 2009, o também violoncelista Marcos Mota Araújo e a violinista Edna Santos Ribeiro embarcaram para a Europa para integrar a Orquestra Juvenil Ibero-Americana, da qual fazem parte músicos da América Latina, da Espanha e de Portugal. São em exemplos como esses que os 1.015 alunos do Instituto Baccarelli se inspiram para encontrar na música prazer, sucesso e um futuro. Além disso, essas lições são fundamentais para os jovens músicos se tornarem pessoas cada vez melhores no presente. “Estudar música já muda a vida dos alunos. Não só a música, mas a arte em geral é sentimento, e então eles começam a deixar aflorar tudo o que sentem: alegria, tristeza, angústia. E, naturalmente, compreendem o que é disciplina e responsabilidade”, diz o professor, músico e amigo Marcelo.

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Gustavo: das aulas de viola para o viol達o, que aprende fora para poder tocar hits sertanejos

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L E I T U R A • Uma prévia de b o n s l i v ro s qu e e s t ã o c h e ga n d o à s l i v r a r i as

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ilustração Mauricio Planel

O israelense Amós Oz é um dos maiores escritores da atualidade. Tendo como pano de fundo as áridas colinas do Oriente Médio, ele é capaz de desnudar os sentimentos humanos usando uma prosa seca e pontual. Neste livro, pensamentos e diálogos se misturam com pouca interferência de pontuação, envolvendo o leitor de maneira arrebatadora. Vale a pena ler também sua obra-prima - A Caixa Preta. Editora Companhia das Letras

Uma certa paz amós oz primeira parte - inverno Um dia um homem se levanta e muda de um lugar para outro. O que ele deixa atrás de si fica para trás e só lhe vê as costas. No inverno de 1965, Ionatan Lifschitz resolveu abandonar sua mulher e o kibutz onde nascera e crescera. Decidiu sair e começar uma nova vida. Em seus anos de infância, e em sua juventude, na época em que servia no Exército, sempre estivera cercado por um círculo próximo de homens e mulheres que não paravam de se intrometer em sua vida. Cada vez mais, sentia que esses homens e mulheres o cerceavam, e que bastava de concessões. Na sua linguagem peculiar, eles falavam frequentemente de um processo positivo ou de manifestações negativas, e ele quase deixara de entender o significado dessas palavras. Se estava sozinho à janela no fim do dia e via pássaros voando nas sombras do crepúsculo, aceitava tranquilamente em seu íntimo a ideia de que esses pássaros final-

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mente morreriam todos. Se o locutor do noticiário no rádio relatava o surgimento de sinais preocupantes, Ionatan sussurrava para si mesmo: Que diferença isso faz? E se saía sozinho à tarde para caminhar junto aos ciprestes queimados pelo sol em uma das extremidades do kibutz e um chaver* cruzava com ele e perguntava o que estava fazendo lá, respondia sem vontade: Nada, só estou dando uma volta. E de novo perguntava a si mesmo, com assombro: O que você faz aqui? Um excelente rapaz, diziam dele no kibutz, só que muito fechado; uma dessas almas sensíveis, diziam. Agora, aos vinte e seis anos, com seu jeito contido ou pensativo, despertara‑lhe finalmente o desejo de estar só, sem os outros, de verificar o que mais existia; pois às vezes era assaltado pela sensação de que sua vida transcorria dentro de um quarto fechado, cheio de conversas e de fumaça, onde se desenrolava, sem parar, uma discussão cansativa e muito barulhenta sobre um tema esquisito. E ele não sabia o

que era, nem queria se envolver, e sim se levantar e sair e ir para um lugar onde talvez o estivessem esperando, mas não para sempre, e se ele chegasse atrasado seria tarde demais. Que lugar era aquele, Ionatan Lifschitz não sabia, mas sentia que não podia mais demorar. Benia Trotsky, Ionatan nunca o vira na vida, nem em retrato. Benia Trotsky, que fugira do kibutz e do país em 1939, seis semanas antes do nascimento de Ionatan, era um jovem intelectual, um entusiasmado estudante da cidade de Kharkov que por opção própria se fizera operário de pedreira na Galileia Superior. Ele passara algum tempo em nosso kibutz e, contrariamente a seus princípios, se apaixonara por Chava, mãe de Ionatan; apaixonou‑se à moda russa, com lágrimas e juramentos e confissões febris. Apaixonou‑se por ela tarde demais, depois de ela já ter engravidado de Iulek, pai de Ionatan e de ter ido morar com ele em seu quarto no barracão mais afastado. Esse escândaloaconteceu no fim

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do inverno de 1939 e terminou da pior maneira possível: depois de muitas complicações, cartas, uma declaração de suicídio, gritos na noite atrás do palheiro, esclarecimentos, esforços das instâncias do kibutz para acalmar os ânimos, apaziguar e encontrar uma solução lógica, após muita raiva e ressentimento e um discreto tratamento médico, chegou finalmente a vez de esse Trotsky fazer a guarda noturna no kibutz. Recebeu então a antiga pistola parabélum e ficou de guarda em seu posto a noite inteira, e somente ao alvorecer, atacado de uma só vez por um desespero total, foi emboscá‑la junto ao barracão da lavanderia, de repente pulou de dentro dos arbustos, atirou de perto em sua amada grávida e saiu de lá correndo, e com um uivo pungente, um uivo de cão ferido, correu às cegas até o estábulo e disparou duas balas em Iulek, pai de Ionatan, que estava terminando a ordenha da noite, e atirou em nosso único touro, que se chamava Stakhanov. Por fim, quando os espantados chalutzim, os pioneiros, ao ouvir os tiros começaram a acudir e a persegui‑lo, o infeliz projetou‑se atrás do monte de esterco e disparou a última bala, apontada para a própria testa. Todos esses tiros erraram o alvo e não se derramou uma só gota de sangue. Mesmo assim, o apaixonado fugiu do kibutz e do país e, por fim, após complicados vaivéns, acabou se tornando uma espécie de rei da hotelaria em Miami, na costa leste da América. Uma vez enviou uma grande contribuição, do próprio bolso, para a construção

de uma sala de música no kibutz e uma outra vez escreveu uma estranha carta em hebraico na qual ameaçava ser, ou pretendia ser, ou talvez se propunha voluntariamente a ser, o verdadeiro pai de Ionatan Lifschitz. No quarto de seus pais, numa estante de livros, escondida entre as folhas de um antigo romance em hebraico chamado Har Hatsofim, de Israel Zarchi, o jovem Ionatan encontrou uma folha de papel amarelada e nela um poema de amor bíblico que aparentemente fora escrito por Biniamin Trotsky. No poema, o apaixonado chamava‑se El’azar de Marsha, e o nome de sua amada era Azuva bat Shilchi. Nome do poema: “Mas o coração deles não estava certo”. E ao pé da folha, a lápis, tinham sido acrescentadas algumas palavras numa caligrafia um pouco diferente, uma escrita redonda e tranquila, mas que Ionatan não pôde decifrar porque eram letras cirílicas. Todos aqueles anos seus pais haviam mantido total silêncio sobre o caso do amor e da fuga de Biniamin T., e só uma vez, durante uma briga séria, Iulek usou as palavras “Tivui komediant”**, e Chava respondeu num fervilhante sussurro: “Ti zabuio. Ti mordertsu”.*** Os veteranos do kibutz diziam às vezes: “Isso é fantástico. Uma distância de no máximo um metro e meio, que palhaço, nem no touro conseguiu acertar a uma distância de um metro e meio”. Em seu pensamento, Ionatan buscava um lugar diferente, que lhe fosse adequado, uma nova possibilidade de trabalhar no que

quisesse e de descansar sem estar cercado de gente. Seu plano era viajar para tão longe quanto possível, para um lugar que não se parecesse com o kibutz, que não se parecesse com os acampamentos do movimento juvenil ou com as bases do Exército, ou com as pousadas das excursões ao deserto, que não se parecesse com as estações de carona nas encruzilhadas, castigadas pelo vento do deserto e onde sempre havia um odor de espinheiros, de suor e de poeira, e a acidez de urina seca. Era preciso chegar a um ambiente diferente em tudo, talvez a uma cidade grande de verdade, que lhe fosse estranha, que tivesse um rio com pontes, que tivesse torres, túneis, chafarizes esculpidos como monstros de pedra a esguichar, uns sobre os outros, jatos d’água, e essa água todas as noites iluminada das profundezas por luzes elétricas, e às vezes lá estaria uma mulher desconhecida e sozinha, o rosto voltado para a luz da água, de costas para a praça calçada com lajes de pedra lapidadas; um lugar entre os lugares distantes nos quais tudo é possível e tudo pode acontecer — uma súbita conquista, amor, perigos, estranhos encontros. Em pensamento, via‑se andando sorrateiro em seus passos macios, os passos de um jovem predador, pelos corredores atapetados de um prédio frio e alto, entre elevadores e porteiros, sob a vigilância de grandes e redondos olhos de luz no teto, misturado a um fluxo de pessoas estranhas a caminho de seus próprios negócios, cada um por si, e

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seu rosto, como os deles, marcado por energia e determinação. Pensou então em viajar para além‑mar, começar sozinho os estudos preparatórios e enquanto isso sustentar‑se com qualquer trabalho que lhe aparecesse, como o de vigia noturno, ou operador do painel de controle de algum equipamento, ou talvez como agente de alguma firma particular, como vira num pequeno anúncio nos classificados de um jornal. Mesmo sem ter a menor ideia do que faz um agente de uma firma particular, seu instinto lhe dizia: Isso é para você, chabibi.* E se imagina operando instrumentos modernos, com painéis cheios de mostradores e luzes piscando, entre homens decididos e mulheres sofisticadas e ambiciosas. Morando sozinho — finalmente — num quarto alugado no andar alto de um prédio alto numa cidade estranha, na América ou no Ocidente Mediterrâneo dos filmes de cinema, e lá dedicará as noites a seus estudos preparatórios e depois ingressará na universidade, escolherá uma profissão e tomará o caminho que se abrirá a sua frente e começará o percurso em direção à meta onde o esperam e não o esperarão para sempre, e se atrasar será tarde demais. Mais cinco ou seis anos se passarão, pensava Ionatan, e ele completará os estudos a qualquer preço. América ou não América, ele alcançará essa meta e então começará a ser um homem livre e a viver sua própria vida. * Palavra-ônibus do hebraico: amigo, camarada, companheiro, colega, namorado, membro de grupo ou instituição. Plural: chaverim. (Nesta edição, todas as notas são do tradutor.) ** “Você é uma palhaça”, em polonês. *** “Você é um criminoso. Você é um assassino”, em polonês.

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Ó C I O C R I AT I V O

livro O QUE VOCÊ FARIA? Imagine a seguinte situação: você está casado(a) há muito tempo, na meia-idade, e descobre que sua esposa ou marido mantém uma correspondência de teor sexual com alguém que tem praticamente a metade de sua idade. Em Apego, romance de estreia da escritora americana Isabel Fonseca – o nome vem de sua ascendência uruguaia –, a personagem, a inglesa Jean Hubbard, tem uma reação que rende uma boa história nas mãos sensíveis e inteligentes da autora. Depois de interceptar uma carta endereçada ao marido com fotos sensuais de uma jovem australiana de 26 anos que indica um endereço de e-mail chamado Coisinha 2, passa a corresponder-se com a moça passando-se por ele. Uma instigante obra sobre o eterno mistério que um cônjuge permanece sendo para o outro, mesmo depois de anos de convivência. Este é o segundo livro de Isabel lançado pela Companhia das Letras no Brasil. Em 2006, a editora publicou Enterrem-me de Pé – A Longa Viagem dos Ciganos, um relato sobre os costumes desse povo nômade. Companhia das Letras, 248 páginas.

74 exposição EXPRESSIONISMO NACIONAL O Museu de Arte Brasileira da Fundação Armando Álvares Penteado (Faap) tem um acervo com quase 3.000 obras de alguns dos maiores artistas brasileiros. Até o dia 29 de maio, joias raras da coleção estarão expostas na mostra Marcas do Expressionismo, que reúne criações de brasileiros influenciados pelo movimento. Flávio de Carvalho, o artista que pintava obras geniais e aprontava ousadias, como quando desfilou de saia no centro de São Paulo nos conservadores anos 1950, tem 14 trabalhos na exposição. E tem também obras valiosas de Maria Tomaselli, Anita Malfatti, Oswaldo Goeldi e vários outros expoentes das artes plásticas brasileiras que criaram inspirados nos preceitos do expressionismo, um movimento surgido na Alemanha no início do século XX. O museu da Faap fica na Rua Alagoas, 903, Higienópolis, telefone (11) 3662-7198. FORRÓ, DE MARIA TOMASELLI

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filme Sem compromisso

musical

Quem gosta de uma boa comédia romântica tem tudo para se divertir com Sexo sem Compromisso. Estrelado por Natalie Portman, oscarizada por Cisne Negro e atriz respeitadíssima, e Ashton Kutcher, mais conhecido como o namorado de Demi Moore, o filme tem uma atmosfera inocente que lembra clássicos do romance água com açúcar estrelados por Rock Hudson e Doris Day. Mas a diversão está garantida pelas piadas de teor picante e pela história: os pombinhos, amigos de longa data, decidem manter uma relação apenas de sexo, sem paixão, bilhetinhos graciosos ou apelidos fofinhos. É claro que lá pelas tantas a decisão puramente racional vai por água abaixo, e os dois turrões precisam aprender a lidar com um sentimento inesperado.

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Cry for me A história da ex-primeira-dama argentina Evita Perón, que até hoje atrai seguidores que nunca deixam seu túmulo desprovido de flores no Cemitério Recoleta, em Buenos Aires, já deu muito pano para manga. Mas o que tornou essa figura controvertida famosa no mundo inteiro foi o musical que leva seu nome, criado pelos célebres Andrew Lloyd Webber e Tim Rice. Até Madonna já interpretou a argentina no cinema, entoando a plenos pulmões a clássica “Don’t Cry For Me Argentina”. Uma nova versão do musical vai estrear no dia 26 de março no Teatro Alfa, em Santo Amaro, com Paula Capovilla e Daniel Boaventura nos papéis de Evita e o marido, o expresidente Juan Perón. A superprodução é dirigida por Jorge Takla, terá 45 atores, orquestra com 20 músicos, 350 figurinos de Fábio Namatame e projeções gigantes. Informações pelo tel. (11) 5693-4000.

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por dentro do campo

p o r Sy lvio Telle s Siqueira

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Margem de segurança

Colar de segurança mantém a pureza dos greens Alvo de todos os jogadores de golfe, os greens e suas bandeiras são “a joia” do campo. Não raramente a qualidade de um campo é julgada pela qualidade de seus greens. Com gramado específico para suportar cortes baixos, a superfície de rolagem é frequentemente colocada sob julgamento. Características como velocidade, rolagem uniforme e receptividade são cruciais nessas áreas onde “se ganha” ou “se perde” um jogo. Para essas condições extremas foram desenvolvidas variedades específicas de grama. No caso da Fazenda da Grama, a planta chamase Tifdwarf, variedade especialmente desenvolvida para greens, que suporta cortes extremamente baixos. Um dos grandes desafios da manutenção de campos de golfe é garantir a uniformidade da grama dos greens, mantendo-os livres de invasões e contaminações. Isso porque todo o restante do campo é composto de outro tipo de grama. Os greens apresentam condições perfeitas de drenagem, irrigação e fertilidade. O gramado existente em seu entorno fatalmente tende a migrar para essa área interna, contaminando e comprometendo a pureza da grama original ali cultivada. Para garantir a pureza desse local, instalamos um “colar” de segurança no entorno do Green com o mesmo tipo de grama existente dentro do Green, (foto 1). Esse colar tem a função de coibir o avanço do gramado externo para o interior do Green, preservando suas características originais. Essa parte é removida e renovada a cada dois anos. Ao removê-la, são retiradas áreas contaminadas e que apresentam, depois de dois anos, misturas de grama de Green Tifdwarf e grama externa plantada no Rough Green Tifway 419, não desejada no interior dos greens. A instalação do “colar” proporciona uma margem de segurança de pureza de gramado aos greens. Além da pureza do gramado, o colar também tem a função de demarcar os limites dos greens. Evitando a queima do colar, fruto de um corte baixo nesse local, os operadores de máquinas de corte tendem a diminuir a área interna do Green gradativamente. Para que o formato original do green também seja preservado, no momento de sua construção, instalamos nas bordas um cabo de cobre que fica enterrado sob o gramado. Com a utilização de um sensor de metais, mesmo depois de anos pode-se facilmente verificar o formato original do Green, orientando seu corte, (foto 2). Com essa área de entorno e as reformas dos colares dos greens é possível preservá-los puros durante anos.

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eventos NA GRAMA

tacadas finalizadoras de 2010

o field day reuniu os associados com seus amigos e familiares para as Ăşltimas jogadas valendo prĂŞmios

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2. O campeão do Approach, Eduardo Costa. 3. Taças mensais. 4. Geraldo Vieira. 5. Freddy GIORGI, Massami torneio de Approach.

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Uyeda, Paulo Ronaldo e o Capitão Pedro Vergani na premiação de Taça Mensal.

6.

Premiação Match Play

2010 Cat.18 a 36: Vice-campeão Marcelo Abdo, Aluízio Rebello e o Campeão Eduardo Foz.

7. Premiação

Match Play 2010 Cat. 0 a 17: Vice- campeã Silvia Nishi, Aluízio Rebello e o campeão Alexandre Martins

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eventos NA GRAMA

mordendo a isca

as crianテァas descobriram na pescaria uma nova diversテ」o para os dias de sol: fisgar peixes no lago do condomテュnio

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1. Anna clara Ernanny. 2. Carol Salazar. 3. Carol Salazar e, de verde, os monitores. 4. rafael. 5. Clara Michelussi e Julia de Souza. 6. JOテグ.

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eventos NA GRAMA

celebrando a amizade

deixada no campo a competição, nos eventos, como no jantar de confraternização, o clima é de integração total

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1.

Chef Artur Sauerbronn.

2.

Vera Breda e Cristina Lomonaco.

Rebello Araújo, Anna Helena Americano Araújo, André Araújo. Silvia Costa, Hiroe e Massafumi Wakabayash.

5.

4.

3.

Fernando Lomonaco, Aluízio

Marina Paiva, Flávio Lattes, Paulo Costa,

Sergio Fialdini, Suzana Fialdini, Massami Junior, Jackson

Silva, Massami Uyeda, Mariana Uyeda, Celso Ogawa.

6.

soares, Flávio Lattes, Alfredo Breda, Vera Breda.

Ralph, Adriana Martire, Rodrigo, Roberta Martire,

8.

Luis Fernando Araújo, Claudia Araújo.

7.

Tiago

Débora, Paulo Ricardo e Rubens Martir.

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eventos NA GRAMA

flores, cores e amores

a festa de réveillon, que teve decoração e cardápio especial, reuniu gente elegante e feliz para brindar 2011

1

1. 3.

o club house, onde aconteceu a festa.

2.

na varanda, mesas arrumadas com esmero

Glenn Peebles, Maria Alejandra Conti, Patrick Peebles, Thomas Peebles.

e stefano.

5.

4.

Álvaro, Sofia, Eduardo

Beatriz Pimenta Camargo, Bia Camargo, Cristina Mendes Gonçalves.

Lomonaco e Bento Barros.

7.

Fernando Vidal, Martha Vidal e Maria Laura.

8.

6.

Fernando

o bar do club house com

decoração para atrair muita prosperidade

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eventos NA GRAMA

9 9.

Nicole Vieira e Julia de Souza.

da Silva e família.

14.

12.

10.

10

Heloisa Costallat, Daniella e Giovanna.

Sofia, Eduardo, Álvaro e beatriz e amigos

13.

11.

Marlene ferreira

Gabriel Vergani e Paula Vergani

15. Berenguer, Caroline Figueiredo e amigos. 16. Eduardo Vidal, Martha Vidal, Maria Laura.17. Regina Coutinho, Viviane, Virginie, Camile, Rodrigo, Thiago, Meliane e convidados.

Daniel Carla

Lerio, Marlene Lerio e Família.

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Brincando no azul

Enquanto os adultos pegam um bronzeado nas espreguiçadeiras, as crianças participam das atividades na água sob a supervisão de monitores. Confira os horários e deixe as crianças brincar no azul.

Malhação top de linha

Equipada com o que há de mais moderno no mundo fitness, a academia da Fazenda Grama está funcionando a todo o vapor. Esteiras e bicicletas ergométricas, alteres e aparelhos de musculação estão disponíveis para o uso dos associados aos sábados, domingos e feriados, sempre com instrutores de prontidão para auxiliar na execução correta dos exercícios. Bem ao lado, há ainda três salas de massagem (que devem ser reservadas com antecedência) e um minissalão de beleza. Para sair com o corpo sarado e o visual renovado.

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CURTINDO NA GRAMA

Hospitalidade que é um luxo

Próximas ao Club House, as pousadas do condomínio estão disponíveis para acomadar visitantes convidados dos associados. São 12 suítes, com arquitetura em estilo colonial e decoração sofisticada e ar campestre. Algumas são conjugadas, permitindo acomodar de forma integrada grupos e famílias maiores. PESCARIA e LAGO

Com a terceira e última fase de expansão do condomínio, que será lançada no segundo semestre de 2011, a Fazenda da Grama ganha mais um salão de eventos, com capacidade para 800 pessoas, oito quadras de tênis, uma quadra coberta, um minicampo de golfe e cerca de 30 baias que comporão o centro hípico. O terreno de 3.800 metros quadrados, que terá mais 205 lotes à venda, conta ainda com o lago, onde, nos fins de semana, entre 10h30 e meiodia, a garotada está liberada para jogar suas iscas e tentar fisgar peixes como o tucunaré e o pirarucu. Fora desse horário, é a vez apenas dos adultos. Vale lembrar que contornando o lago há uma pista de 2,4 quilômetros para quem quiser praticar cooper ou caminhada desfrutando a bela paisagem.

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Bela flor

Uma estrelĂ­cia em seu auge de beleza cruzou o caminho do morador Beto Dhelomme, que captou a imagem com suas lentes

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Aniversário Fantástico.

Celebre os 10 anos do único hotel de Miami com praia privativa e spa cinco estrelas. Aproveite a oferta “Miami’s Top 10” em mandarinoriental.com e desfrute do nosso renomado serviço. 500 Brickell Key Drive, Miami, FL 33131 (305) 913 8383

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