ED. 48 • MARÇO DE 2016
REVISTA FAZENDA DA GRAMA • EDIÇÃO 48• MARÇO 2016
ANO NOVO ILUMINADO
FESTA ESPECIAL E QUEIMA DE FOGOS BRINDAM INÍCIO DE 2016
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foto: edison Garcia
INÍCIO PROMISSOR O ano começou em ritmo de festa no Club House: um grande número de associados compareceu ao Réveillon, que teve ceia, queima de fogos e muita música. A música, aliás, é tema de duas reportagens nesta edição. Uma delas traz a programação do Mozarteum para 2016, em que o tenor Jonas Kaufmann, considerado o novo Pavarotti, brilha ao lado do pianista brasileiro Nelson Freire, um instrumentista que tocou e toca com as maiores orquestras e nas melhores salas do mundo. A outra mostra a emocionante experiência de inclusão realizada pelo professor e baterista Paul Lafontaine com o projeto Alma de Batera, em que ensina pessoas com vários tipos de deficiência a tocar bateria. O amor pela música desse dedicado pedagogo e de seus alunos conquistou muita gente: a lista de bateristas famosos que já participaram das aulas é extensa, e inclui, entre muitos outros, João Barone, dos Paralamas do Sucesso. A paixão pelo trabalho também sobressai em duas entrevistas feitas por nossa colaboradora mais fiel, a jornalista Renata Turbiani. Ela conversou com a arquiteta Caroline Ficker, dona de uma estética apurada e de muita sensibilidade para captar os desejos de seus clientes, e descobriu que a jovem é para lá de versátil: casas, um spa e até uma lancha fazem parte de seu portfólio. Com o paisagista Maurício Prada, Renata falou sobre os lindos jardins tropicais que este peruano apaixonado pelo Brasil - e por uma brasileira, sua esposa, motivo pelo qual mudou-se para o país -, numa divertida e inteligente sequência de perguntas e respostas. Além dessas inspiradoras histórias de vida, temos também uma entrevista com o italiano Carlo Acierno Calabrò, um executivo que veio para o Brasil a trabalho, encontrou o amor com uma brasileira e decidiu resgatar a marca de design de sua família nos trópicos. Com um visão inovadora e criativa de negócios e design, ele faz móveis que aliam a precisão das máquinas ao status quase artístico do trabalho artesanal. Desafiado a conceituar o estilo de sua marca, ele arriscou defini-las como “minimalistas extraordinárias”, já que seguem o menos é mais da escola Bauhaus executado com um meticuloso cuidado com os detalhes. Que o ano seja de muita inspiração, arte e sucesso!
QUEM FAZ
Denilson Milan
Rosane Aubin
Nina Franco
Eduardo Galdieri
Renata Turbiani
Kevin Bulman
Sylvio Telles
Foto de capa: FortunA
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CONTATOS FAZENDA DA GRAMA Pabx. 11 4591-8000 Clubhouse Starter / Proshop / Agendamentos: 11 4591-8001 Clubhouse Bar 11 4591-8003 Clube 11 4591-8004 Administração Juan Higuera Romero (gerente geral) 11 4591-8010 Administração Eng. Sylvio (gerente Golfe & Áreas Verdes) 11 4591-8017 Administração Marcelo Prates (sub-gerente) 11 4591-8007 Engenharia e Manutenção Eng. Valdeir (construções) 11 4591-8018 Administração Regina (assistente) 11 4591-8015 Administração Tania (assistente) 11 4591-8011 Administração Janaina (assistente) 11 4591-8005
PARA ANUNCIAR – Tel. (11) 3521-7329 Denilson Milan – denilson@fortunacom.com.br www.facebook.com/fortunacom
CONSELHO EDITORIAL Luís Eduardo Americano Araújo, Fernando Viana Lomonaco e Denilson Milan
A revista não se responsabiliza pelos conceitos emitidos nos artigos assinados. As pessoas não listadas no expediente não estão autorizadas a falar em nome da revista ou a retirar qualquer tipo de material sem prévia autorização emitida por carta timbrada da redação.
Diretor Executivo – Denilson Milan Publisher – Rosane Aubin Direção de Arte – Nina Franco (inspiredesignlab.com.br) Colaboraram nesta edição – Renata Turbiani, Kevin Bulman e Sylvio Telles (texto), Eduardo Galdieri (arte), Wel Calandria e Clarissa Di Ciommo (foto) e Silvana Marli (revisão)
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foto: edison Garcia
Ambiente por: robertA KAssouf
Mostra artefacto HoMe de decoração coM os principais profissionais da região
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SUMĂ RIO
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BOAS-NOVAS Escritório francês renova o Iguatemi
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ARQUITETURA Caroline Ficker: funcionalidade e estética apurada
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OBJETOS DO DESEJO Azul serenity, a cor do ano
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PAISAGISMO Mauricio Prada: beleza, harmonia e fácil manutenção
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GOLF TIPS A função do braço esquerdo na batida
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BATE-BOLA Schwarzenegger traz competição ao Brasil
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BRANDS Acierno: mix bem bolado entre Itália e Brasil
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MÚSICA Grandes nomes na temporada 2016
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POR DENTRO DO CAMPO Qualidade de corte é decisiva para o gramado
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SOCIAL Alma de Batera: a inclusão pela arte
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RÉVEILLON 2016 Ano Novo nota 10
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EVENTOS Torneios e festas reúnem associados
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JANELA Três gerações da família Uyeda unidas pelo golfe
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BOAS NOVAS
Novos ares
Quem tem visitado o Shopping Iguatemi de São Paulo já notou que o tradicional ambiente foi renovado e ampliado, ganhando uma elegante cobertura de limestone pontuada por arcos de granito preto nas fachadas. Os responsáveis por essa mudança são os arquitetos do Carbondale, criado em Paris em 2004 e atualmente com sede no Brasil. Eric Carlson, fundador do escritório, partiu de um estudo sobre o shopping, considerado o primeiro do Brasil, e de seu entorno para criar o projeto. O arquiteto chegou à conclusão de que a Praça Iguatemi é a “alma” do shopping, e procurou destacá-la criando uma rua interna revestida em pedra travertina e com paredes de seis metros de altura. O jardim foi remodelado pelo estúdio parisiense Thalweg Paysage e pelo paisagista brasileiro Alex Hanazaki: agora tem um espaço central com 170 degraus de madeira cumaru que conduzem o visitante ao longo das rampas de acesso até os níveis das lojas. Os paisagistas optaram por
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CONFORTO AMBIENTAL: iluminação e ventilação naturais, aliadas ao cuidado com a estética, tornaram a área da praça mais atraente; e o ambiente do novo Piselli, que tem um espaço para cafés da tarde e happy hours
árvores já adultas de folhagem viva e resistente que não criam copas extensas, para privilegiar a visão das pessoas. Detalhe: plantadas em caixas fixas que não possuem fundo, as raízes estão em contato direto com o solo, permitindo que elas se desenvolvam da forma mais saudável possível. A expansão incluiu a criação de quatro novas flagships de grifes de luxo no terceiro piso e a instalação de um lounge e de uma varanda aberta entre os pátios Fashion I e Fashion II. E também uma nova cobertura, o skylight, que com sua estrutura sinuosa reflete a luz do sol, ilumina as paredes que circundam a praça e ainda projeta sombras que mudam ao longo do dia e das estações. Projetado a partir de um criterioso estudo, esse teto cria uma atmosfera confortável com luz e ventilação naturais. O escritório Carbondale também assina outra novidade que está encantando os frequentadores do shopping. Convidada pelo restauranteur Juscelino Pereira, a equipe criou o ambiente do novo restaurante Piselli no local, no lugar que antes era ocupado pelo Gero Caffé. Inspirados no conceito de restaurante no jardim, eles projetaram um teto com a mesma madeira do piso e, entre eles, um véu vertical de barras de latão suspensas. Com isso, o espaço recebe luz e ventilação naturais e ainda oferece uma vista para o jardim e para o atrium renovados do shopping. Outros destaques do novo Piselli são o grande bar central, que oferece agradáveis áreas para um café à tarde ou drinques no início da noite.
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ARQUITETURA
CONFORTO, EQUILÍBRIO E HARMONIA Por Renata Turbiani
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CRÉDITO: LUIZ FERNANDO COIMBRA
ATEMPORAL: a residência de 550 metros quadrados, em Avaré (SP), tem ambientes amplos e integrados, priorizando a vista para a represa de Jurumirim; entre os materiais estão madeira, vidro e pedra moledo
Formas puras, estética apurada e funcionalidade marcam os projetos de Caroline Ficker
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ormada em arquitetura e urbanismo pela Universidade Mackenzie de São Paulo, em 2006, Caroline Ficker atua em arquitetura e decoração. Tem especializações em design de interiores, pela Escola Panamericana de Arte e Design, e em conforto ambiental e eficiência energética, pela Universidade de São Paulo (USP), o que lhe permite oferecer soluções focadas na funcionalidade dos espaços, na estética e no conforto. Outra preocupação da profissional é promover a integração entre a edificação e seu entorno e aplicar, sempre que possível, técnicas sustentáveis como captação de energia solar. Apaixonada pelo mundo das artes, Caroline, que começou a carreira como estagiária da arquiteta Debora Aguiar e mais tarde foi sócia de Marcos Tomanik, tem como premissa examinar as necessidades de cada cliente e se aprofundar nos detalhes. Em seus projetos, procura entender a rotina de moradores (ou frequentadores), bem como seus hábitos e necessidades. Para ela, não existem receitas prontas para se resolver bem um trabalho. “Prefiro tratar a individualidade, e tudo o que faço é em conjunto com o cliente. Acho fundamental que ele seja participativo e coloque seu DNA na obra, até porque, quem vai usufruir do local é ele, e não eu.” Atualmente, além de projetos residenciais e comerciais, ela está trabalhando na criação de uma linha de móveis modulares, em parceria com a amiga e arquiteta Stefanie Samara. Por enquanto, apenas a estante “Vertentes” e a luminária “Tríade” estão à venda, e sob encomenda. Em breve, elas lançarão outras três peças: aparador, mesa de centro e banco-cadeira. “Prezamos muito pela qualidade, por isso, todos os nossos móveis são de madeira maciça. Por serem superversáteis e adaptáveis, e ao mesmo tempo terem conceito, nosso objetivo é que as peças acompanhem os moradores em todas as suas fases da vida”, diz Caroline. E ela adianta que, no futuro, deverá apresentar uma gama de peças mais acessíveis, provavelmente feitas de compensado, mas sem deixar os valores do bom design de lado. Fazenda da Grama – Como a arquitetura entrou na sua vida? Caroline Ficker – Tenho duas figuras muito importantes que me influenciaram, meu avô e meu padrinho, ambos arquitetos frustrados (risos). Eles não chegaram a fazer faculdade de arquitetura, pois naquela época ess e curso não era tão comum, mas sempre tiveram ideias inovadoras e, apesar de terem cursado administração, construíram muitas coisas. Os dois foram, sem dúvida, um incentivo e tanto para mim e, quando resolvi ser arquiteta, pensei em tê-los como consultores. E isso aconteceu? Sempre pedi opinião aos dois. Meu avô faleceu, mas meu padrinho continua sendo uma ótima fonte. Como ele já construiu muita coisa, inclusive na Alemanha, acaba me ajudando bastante. E ele tem uma visão bem diferente, o que me faz pensar fora da caixa.
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INTELIGÊNCIA AMBIENTAL: a arquiteta trabalhou com ventilação cruzada, seguindo a direção predominante dos ventos; no ponto central da casa, o destaque fica para o duto compartilhado, revestido de pedra moledo, que serve para a lareira e a coifa da cozinha gourmet; a cor branca é predominante na sala, sendo quebrada por peças pontuais coloridas; no pavimento térreo, o pergolado recebeu dimensões generosas para acomodar a mesa
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13 CRÉDITO: LUIZ FERNANDO COIMBRA
Seu escritório é relativamente novo. Quais foram os principais desafios que você enfrentou nestes quase seis anos de carreira solo? Qualquer obra é um trabalho em equipe. Acredito que o maior desafio seja montar uma equipe de confiança e que cuide dos detalhes. O projeto é responsabilidade do arquiteto, mas a boa execução depende de todos os outros envolvidos. Se eles não fizerem um bom trabalho, a impressão que teremos será completamente diferente. O que é preciso para vencer e se destacar em um mercado tão competitivo? Estar sempre atento ao que acontece no mercado em geral, pesquisar novos sistemas e projetos que sirvam como referência. Atendimento personalizado também considero muito importante, pois o cliente precisa se sentir acolhido. O que é a arquitetura para você? É a transformação dos espaços. Também é a possibilidade de despertar sensações e sentimentos nas pessoas por meio das diferentes atmosferas que o arquiteto é capaz de criar. E como define seu estilo? Me considero mais minimalista e influenciada pelo modernismo e pelo brutalismo, um tipo de arquitetura de formas mais puras, que faz uma relação entre espaços cheios e vazios e explora a imagem real das estruturas, dos elementos e dos acabamentos. Também busco sempre o equilíbrio e a harmonia em meus projetos. Adoro trabalhar com materiais “vivos”, como madeira e pedra. Na decoração, depende muito do contexto. Por exemplo, já fiz um home spa com muita influência oriental e um projeto em estilo boho chic. Fora isso, gosto muito de brincar com a decoração e criar espaços inusitados. Por falar em espaços inusitados, você já fez o interior de uma lancha. Como apareceu esse convite? O projeto de reforma da lancha foi para um membro da minha família e, claro, uma superoportunidade. Passei cinco meses me dedicando a esse trabalho. CRÉDITO: JÔNIA GUIMARÃES
DESIGN DE MÓVEIS: a estante com módulos triangulares em embuia foi criada, em 2013, em parceria com a loja Madeira Bonita; batizada de Vertentes, ela se adapta a qualquer ambiente e pode ser personalizada pelo cliente na forma e nos acabamentos
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CRÉDITO: JÚLIA RIBEIRO PARA O SITE CASA DE VALENTINA
HISTÓRIA FAMILIAR: a residência de 600 metros quadrados está sendo reformada aos poucos, e sua atmosfera reflete muito a personalidade dos moradores, com objetos garimpados ao longo dos anos; o estilo solicitado pelos clientes foi boho chic, que privilegia a mistura de tecidos, texturas e cores; a tela do elefante, desenhada em nanquim, é do artista Paulo Rava e foi escolhida com orientação da Galeria Sergio Caribé
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CRÉDITO: PEDRO KOK
ALTO-MAR: Caroline modernizou o conceito da lancha Ferretti 600, pois muitos materiais já estavam datados e danificados pela maresia; a atmosfera do barco é de diversão, por isso a cor ganhou espaço; os tecidos escolhidos são todos ideais para área externa, o que evita o desbotamento e facilita a manutenção
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Qual o foi o maior desafio nesse período? Meu pai velejou por muitos anos, então aprendi a conviver com esse universo desde pequena. Em um barco você acaba repensando a função dos espaços, que muitas vezes recebem mais de uma atividade. E a estética entra como aliada, não como ponto focal. Mas num projeto desse tipo é preciso seguir algumas regras, como evitar objetos pontiagudos e optar por cantos arredondados, para evitar que as pessoas se machuquem. Também é preciso utilizar materiais de fácil manutenção. Já teve outros projetos tão desafiadores e inusitados? Uma vez, um cliente me pediu uma adega medieval e minha inspiração deveria ser o filme “Piratas do Caribe”. Minha maior preocupação era em não deixar o ambiente cafona. E o que você fez? Peguei alguns elementos inspirados na ideia e os passei pela peneira, para dar uma refinada. Fiquei com o conceito, mas não ao pé da letra. Quais são os seus principais objetivos quando está trabalhando em um projeto? Procuro entender a rotina do meu cliente, seus hábitos e necessidades. Estudo o entorno e o clima da região antes de sugerir materiais e acabamentos. A ideia é aliar conforto, estética e funcionalidade. Em decoração, quais elementos você gosta de usar? Sou apaixonada pelo mundo das artes, então, procuro sempre aconselhar meus clientes a adquirir uma obra que valorize a decoração, mas que, claro, esteja dentro do contexto, e que seja um bom investimento. Em vários projetos trabalhei em parceria com a Galeria Sergio Caribé para me orientar. Além disso, como desenho móveis, gosto de projetar uma peça exclusiva para cada projeto. Inclusive, você já lançou alguns móveis... Ainda estou trabalhando na criação da linha completa de móveis modulares, em parceria com uma amiga, a também arquiteta Stefanie
SUSTENTÁVEL: outro móvel da linha criada por Caroline em parceria com a amiga e arquiteta Stefanie, é a luminária Tríade; a peça é feita com o descarte de madeira maciça utilizada pelo luthier Ivan Freitas, da Music Maker, na fabricação de instrumentos; a luminária pode, inclusive, receber o acabamento de algumas guitarras clássicas
CRÉDITO: SOPHIA HELENA
Samara. A ideia surgiu porque sentimos uma carência no mercado por móveis de qualidade, que tivessem design e fossem funcionais. Por ser modular, essa linha é facilmente adaptável a qualquer ambiente e pode ser personalizada pelo cliente, tanto na forma, quanto nos acabamentos. Em 2013, lançamos a estante “Vertentes”, junto com a loja Madeira Bonita e, no final do ano passado, a luminária “Tríade”, com o luthier Ivan Freitas, da Music Maker. Móveis em parceria com uma loja de instrumentos musicais? Pois é. Buscando aplicar conceitos de sustentabilidade, soubemos que os luthiers têm muito descarte de madeiras nobres na fabricação de instrumentos. Foi assim que entramos em contato com o Ivan, indicado por um amigo. Ficamos apaixonadas pelo trabalho artesanal da Music Maker, e as guitarras viraram fonte de inspiração. Hoje, as luminárias são confeccionadas a partir de madeiras usadas na fabricação de instrumentos musicais e podem, inclusive, receber o acabamento de algumas guitarras clássicas. E quais outros móveis vão compor a linha? Ainda estão em fase de protótipo um aparador, uma mesa de centro e um banco-cadeira. Nossos móveis são muito conceituais e prezamos pela qualidade, tanto que todos são produzidos em madeira maciça. Por enquanto, a estante e a luminária estão à venda sob encomenda, mas estamos estudando algumas empresas para trabalhar em parceria. E, no futuro, devemos lançar uma linha mais acessível, talvez feita de compensado. A sustentabilidade é uma das marcas do seu trabalho. De que forma a emprega nos projetos? Ela está presente em todas as etapas. Estudo a direção dos ventos para ventilação cruzada e priorizo a iluminação natural, quando é possível. Procuro sempre especificar lâmpadas de LED para iluminação artificial e, quando o projeto permite, aplico os conceitos de energia solar. Essa questão da iluminação é outra característica bem presente no seu trabalho. Mas o que é preciso para ter uma casa bem iluminada sem comprometer os recursos naturais? Procuro sempre tirar partido da iluminação natural, posicionando e dimensionando as aberturas de forma coerente. Quanto à iluminação artificial, trabalho de duas maneiras: funcional e cênica. A primeira garante que as atividades serão bem realizadas no ambiente, enquanto a segunda atribui um pouco de dramaticidade aos espaços, valorizando o projeto.
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CRÉDITO: LUIZ FERNANDO COIMBRA
SPA ZEN: o cliente pediu um espaço que pudesse transportá-lo para outra atmosfera, como se estivesse em um hotel de luxo na Indonésia; como ele coleciona peças antigas, elas foram usadas para complementar a decoração; na sala de massagem, com macas desenhadas para o projeto, o forro do teto é em madeira roliça e colocação tipo espinha de peixe; a iluminação mescla a natural com a artificial, para proporcionar uma sensação de aconchego
E a escolha das lâmpadas? Ah, isso é fundamental. Prefiro as de LED por conta da economia. E hoje já é possível encontrá-las com maior facilidade e variedade. A arquitetura é uma especialidade que está sempre em mutação, por conta das novidades que aparecem o tempo todo. Como você faz para acompanhar essa evolução? É muito importante ficar atento às novidades que surgem em outros países. O Brasil ainda é muito atrasado em relação às soluções construtivas e lançamento de materiais, por isso procuro sempre estar conectada aos sites estrangeiros, e gosto de pesquisar escritórios e profissionais do mundo todo. Você acredita em tendências na arquitetura e na decoração? Não sou muito ligada a tendências e não acredito em receitas prontas. Prefiro tratar a individualidade de cada cliente, do terreno e seu entorno. Mas é normal vermos alguns elementos e estilos sendo mais usados de tempos em tempos, assim como acontece na moda, certo? Na arquitetura, o que tenho percebido, e valorizo, é uma preocupação cada vez maior com a manutenção do edifício uma vez finalizada a obra, como em relação ao consumo de energia e reutilização da água. Na decoração penso que a utilização de materiais de fácil conservação e preservação também pode ser uma orientação para futuros projetos. Uma casa deve ser bonita hoje e manter-se bonita no futuro. E como conseguir mantê-la atemporal e ao mesmo tempo aconchegante e funcional? É complicado generalizar, pois muitas vezes o que funciona para alguns pode não funcionar para outros. De qualquer forma, acho muito importante a conexão entre os espaços e seus diferentes usos. Por exemplo, a transição entre as áreas de serviço, social e íntima. Você falou sobre o entorno de uma residência, de que forma ele impacta na arquitetura e na decoração? Considero o entorno um ponto de partida. Muitos problemas como ventilação e iluminação são resolvidos já na implantação do edifício. Mesmo para a estética, se você tem um terreno grande e uma bonita paisagem, a ideia é fazer uma casa mais aberta, priorizar a vista. Se o terreno tem restrições, muros altos e vizinhos próximos, automaticamente a casa se volta para seu interior, e aí imagino pátios internos e iluminação zenital – técnica que permite que a luz natural penetre no ambiente através de pequenas ou grandes aberturas. Me preocupo em estudar o terreno, entender seus pontos fortes e fracos. O que merece ser valorizado e o que deve ser otimizado. A partir daí, o processo de integração ocorre de forma natural. Para quem gosta de cor e estampas, como utilizá-las? Aliás, como misturar cores e estampas diferentes sem risco de errar? Acho importante escolher uma cartela de cores. Feito isso, gosto de trabalhar a escala e misturar as texturas. Mas isso é algo muito pessoal. Alguns profissionais costumam misturar muitas cores, texturas e padronagens. Eu, particularmente, prefiro trabalhar com tons mais neutros e colocar cores em objetos pontuais.
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OBJETOS DO DESEJO
LEVEZA A cadeira Montera, de Roberto Lazzeroni para a Poltrona Frau, abraça delicadamente o usuário com seu encosto levemente curvado. É feita em couro, madeira de freixo sólida, madeira compensada, espuma e aço. www.montenapoleone.com.br
SOFISTICAÇÃO NO DIA A DIA Um bom exemplo do design ao mesmo tempo sofisticado e casual do alemão Konstantin Grcic, a cadeira Rival é produzida pela Artek para Vitra e está à venda na Micasa. É feita em madeira de bétula, polipropileno, couro ou tecido. www.micasa.com.br
DELICADEZA ORIENTAL A luminária Akari, de Isamu Noguchi para Vitra, une a elaboração escultórica à leveza da arte oriental. Confeccionada em papel shoki e fio de aço, tem 41 centímetros de altura. www.vitra.com
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BÁSICO ELEGANTE O sofá B941, da Natuzzi, tem estrutura em madeira de reflorestamento, enchimento de espumas e costura italiana. Pode ser revestido em couro ou tecido. www.natuzzi.com.br
RIGOR FORMAL Em madeira compensada – de freixo ou nogueira – a poltrona 722 Woodline, desenhada por Marco Zanuso para a Cassina, foi toda concebida a partir da geometria do círculo. À venda na Montenapoleone, que detém a exclusividade da marca no Brasil. www.montenapoleone.com.br
ABAJUR EM NOVA VERSÃO O designer Rodolfo Dordoni propõe uma releitura dos tradicionais abajures com a luminária de mesa Lumiere 05, fabricada pela italiana Forcarini e à venda na Lumini. www.lumini.com.br
LONGA VIDA A minicama Oeste Rio da nova marca de móveis, objetos e brinquedos para crianças Fast Shop Kids, uma investida da rede de lojas de eletrodomésticos em nova seara, também serve como berço. www.fastshop.com.br/loja/fast-kids
GUARDA TESOUROS A caixa Malaquita, da Le Lis Blanc Casa, é feita em madeira revestida em resina; tem 28 centímetros de largura, 20 de profundidade e 9 de altura. www.lelis.com.br
MUITA BOSSA O sofá e a poltrona da coleção Bold, desenhados por Bruno Faucz para a Dunelli Casa, trazem detalhes charmosos que fazem toda a diferença: hastes de cobre nas laterais podem servir de revisteiros e madeiras arrematam o desenho da peça na parte de trás. www.dunelli.com.br
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PAISAGISMO
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ESCOLHIDO PELA PROFISSÃO O peruano Mauricio Prada entrou para o mundo das plantas por acaso, e jura que de lá não sai nunca mais Por Renata Turbiani
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maioria das pessoas escolhe a profissão que vai seguir, mas no caso do paisagista peruano Mauricio Prada foi diferente: ele é que foi escolhido. Administrador por formação, ele começou a trabalhar com plantas apenas em 2011, quando se mudou para o Brasil e foi convidado por Luis Carlos Orsini para integrar a sua equipe. “Naquela época eu não tinha conhecimento algum, mas aprendi tudo com ele e acabei me apaixonando”, lembra. Apesar do pouco tempo de carreira, o “mestre do tropicalismo” coleciona clientes e é parceiro de alguns dos mais renomados arquitetos do país, como David Bastos, João Armentano e Fernanda Marques. Segundo ele, isso surgiu naturalmente, em razão da confiança recíproca e da preocupação com a realização de jardins de extrema beleza e em harmonia com a arquitetura. Detalhista e exigente, Mauricio Prada cuida de, no máximo, quatro ou cinco projetos ao mesmo tempo. Para ele, mais importante que a quantidade é a qualidade do serviço prestado e a confiança do cliente. “Vivo e participo ativamente de cada projeto, seja pequeno ou grande, e acompanho pessoalmente absolutamente tudo”, afirma. E não pense você que o atendimento personalizado e próximo acaba quando a obra é entregue. Muito pelo contrário. Como diz o profissional, é aí que começa de verdade. “No final da execução ainda preciso treinar os funcionários do local para que aprendam a cuidar de todas as espécies e, fora isso, é normal o jardim precisar de um ou outro ajuste.” Com o projeto de um livro sobre paisagismo em andamento, Mauricio Prada não apenas lida com os clientes e cuida de tudo o que se refere ao projeto e sua execução. Ele também coloca, literalmente, a mão na massa – neste caso, na terra. Todos os dias, às 4 horas da manhã já está de pé e trabalhando, seja em algum terreno recebendo as plantas ou no escritório colocando no papel as ideias que teve. Por suas mãos já passaram árvores de até R$ 100 mil, e as mais exóticas espécies. Fã de jardins orgânicos e de aspecto natural, ele diz que fica encantado com a exuberância de suas formas e cores. “Minha maior preocupação é a realização de áreas verdes de extrema beleza e em harmonia com a estrutura arquitetônica existente, e isso sempre aliado à baixa manutenção”, afirma.
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VERSÁTIL: verde, plantas frutíferas, cheiros e texturas diferentes marcam o paisagismo da cobertura no Jardim Paulista, em São Paulo; Mauricio Prada utilizou maciços de vegetação densa e espécies de grande porte como jabuticabeiras, ipês e limoeiros; ao fundo, a parede verde de 30 metros quadrados é composta por vasos fixados em uma estrutura metálica e tem sistema de irrigação automático
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Fazenda da Grama – Você está no Brasil há pouco mais de cinco anos. Como se deu sua vinda para cá? Mauricio Prada – Eu tinha 25 anos quando conheci uma brasileira (a designer Livia Cardamone) que estava passeando em Lima e fiquei apaixonado. Começamos a namorar e exatamente depois de um ano nos casamos no Brasil e eu me mudei para São Paulo. No Peru você não era paisagista, certo? Como se deu a sua mudança de profissão? Lá eu tinha academia de ginástica, voltada apenas para o treinamento funcional de atletas. Como larguei tudo para morar no Brasil, cheguei aqui sem emprego, mas aí conheci o Luis Carlos Orsini e ele me abriu essa porta quando me convidou para fazer parte de sua equipe. Naquela época eu não tinha conhecimento sobre plantas. Aprendi tudo com ele. Lembro que logo que comecei a trabalhar lá, ele disse: “Sua melhor faculdade serei eu”. Fiquei com ele durante três anos e agora tenho o meu escritório. Além do Brasil, você tem projetos em outros países como os Estados Unidos, mas já chegou a fazer alguma coisa no Peru? Já fiz sim, com o auxílio de uma paisagista parceira. E foi algo extremamente novo para mim. Quando eu vivia lá, não exercia essa profissão e, claro, não prestava atenção a certos aspectos. Tive de fazer muita pesquisa de clima, fornecedores, espécies... Mas foi muito gratificante, mesmo eu não tendo conseguido fazer um jardim com as mesmas dimensões dos que faço no Brasil. O que a sua profissão significa e representa para você? A vida me levou a trabalhar com plantas, e este é um mundo à parte. Não lidamos com objetos, cimento, estruturas, enfim, com coisas rígidas, mas sim com a natureza, com seres vivos, e isso me surpreende muito. É muito especial voltar depois de um ano aos jardins que projetei e executei. Depois
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de passar por todas as estações é que podemos ver exatamente o que idealizamos. Sempre digo que meu trabalho não termina quando entrego o projeto. Na verdade, é aí que ele começa, porque preciso treinar os funcionários do local para que aprendam a cuidar de todas as espécies e também sempre tem um ou outro ajuste a fazer. Uma das suas principais características é o contato direto que você tem com os clientes... Ofereço um serviço bem diferenciado, por causa disso prefiro poucos, mas bons clientes. Todo mundo que me procura tem contato direto comigo, ninguém trata com meus assistentes, e isso nos proporciona uma relação muito próxima, criando um vínculo forte de confiança e amizade, o que eu acho ótimo. E esse atendimento personalizado continua depois da entrega. Se qualquer cliente tiver problemas ou dúvidas, estou sempre disponível. Vivo e participo ativamente de cada projeto, seja pequeno ou grande, e acompanho absolutamente tudo. Fora isso, uma vez por mês minha secretária liga para todos para saber se tudo está bem. Além da boa relação com os clientes, do que mais você gosta na profissão? O paisagismo é essencial para a vida de todas as pessoas, pois além da beleza, traz inúmeros benefícios à saúde e promove o bem-estar por meio do convívio e do contato direto com a natureza. Após o projeto paisagístico, o local se torna mais leve e agradável a todos, e isso se aplica desde os pequenos até os grandes locais. Mas o mais encantador dessa profissão é a possibilidade de criar espaços onde a natureza não é mera coadjuvante do processo, e sim a principal fonte de equilíbrio e harmonia do espaço. Também me encanta fazer arte com natureza. E um dos meus momentos favoritos em todo o processo é do transplante de árvores adultas, muitas pesando 3 ou 4 toneladas, e algumas com mais de 200 anos. Sério que já transplantou uma árvore de 200 anos? Sério! Foi uma oliveira que mandei vir do Uruguai. Ela pesava 4 toneladas e tinha 4 metros de altura. Sentir que tenho o poder e a habilidade para poder mexer com uma planta desta idade e dimensão é impressionante. A gente sente a energia dela.
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CLÁSSICO E TROPICAL: o paisagismo da casa no Jardim Europa, em São Paulo, ocupa uma área de 600 metros quadrados e tem uma jabuticabeira contornada por um banco de madeira como ponto focal, o que cria uma área de estar para a família e permite que moradores e visitantes aproveitem a sombra da árvore
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Mas não existem riscos ao trazer uma planta tão antiga e de tão longe? Existem riscos sim, mas eu me preparo muito antes de qualquer coisa. Em uma situação como essa é necessário uma logística e tanto e também muito cuidado e experiência. Quanto chega a custar uma árvore dessas? Os preços variam bastante, dependem do tamanho, da qualidade e da idade. Já comprei planta adulta, claro que não com 200 anos, por R$ 800. E tem algumas que chegam a custar até R$ 100 mil. E eu sou extremamente exigente com qualidade. Se adquiro uma planta e, quando ela chega, não gosto, troco mesmo. No Brasil, a profissão de paisagista não é regulamentada. Como isso se dá no Peru? E quais as principais diferenças que você vê entre o paisagismo praticado lá e aqui? O paisagismo é um mercado muito promissor no Brasil e sinto que a demanda para meus trabalhos vem aumentando a cada ano. No Peru, a profissão não é tão valorizada como aqui, e lá a principal dificuldade de trabalhar com paisagismo é a falta de variedade de palmeiras e plantas adultas, principalmente as tropicais. Seu estilo é tropical. Você acha que sua origem influenciou essa escolha? Acho que pode ser, mas creio que se deve mais ao fato de esse tipo de paisagismo ter sido a minha base, e também pela praticidade. O Brasil, por conta de seu clima, tem uma infinidade de espécies tropicais e elas são de mais fácil manutenção, o que agrada bastante os clientes. Procuro sempre fazer jardins mais naturais, orgânicos, e que não exijam podas constantes. Claro que tenho que ser um profissional versátil, mas, pelo clima do país, os tropicais são os que ficam mais bonitos e atrativos. Sempre procuro adequar as minhas ideias ao estilo arquitetônico existente no espaço, juntamente com as necessidades e os desejos dos clientes, mas gosto da exuberância das formas e das cores dos jardins tropicais e dos grandes maciços com folhagens de diferentes cores e alturas, que proporcionam um aspecto mais natural. É por isso que não usa muitas flores? Prefiro jardins perenes, que fiquem bonitos o ano todo. Os espaços com flores geram manutenção mais intensa e ficam bonitos apenas durante três meses. Quais as espécies mais exóticas e curiosas que já utilizou em um projeto? E quais você acha que são renegadas no Brasil, mas que deveriam ser mais exploradas? As espécies mais curiosas e exóticas foram Dracaena draco, Phoenix dactylifera e Olea europaea. Essa última é a oliveira de 200 anos. E uma espécie que deveria ser mais usada no Brasil, certamente, é a Schinus molle. Ela é belíssima.
RELAX: os moradores desta casa, também no Jardim Europa, pediram um espaço aconchegante, envolvido por muito verde e com pequenos lounges; com o objetivo de garantir a maior área livre possível, todo o plantio foi concentrado nas laterais; entre as espécies utilizadas estão Phoenix roebelenii, Dracaena arbórea, Liriope variegata, renda portuguesa e bromélias imperiais
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INTEGRAÇÃO: a residência na Praia da Baleia, litoral norte de São Paulo, ganhou uma área verde em total sintonia com a arquitetura e com pouca variedade de plantas, privilegiando espécies que não precisam de muita manutenção; os destaques ficaram por conta dos jardins verticais, totalizando 100 metros quadrados, e as palmeiras Phoenix dactylifera
O que é necessário para compor um bom projeto de paisagismo? A criatividade e o conhecimento são fundamentais. A minha maior preocupação, sem dúvida, é a realização de jardins de extrema beleza e harmonia com a estrutura arquitetônica existente, isso aliado à baixa manutenção. Você tem uma ótima parceria com arquitetos renomados como David Bastos, João Armentano e Fernanda Marques. Como isso começou? As parcerias foram surgindo naturalmente, em razão da confiança recíproca em nossos trabalhos. Outro parceiro importante é o Felipe Massa. Quais trabalhos você já fez para ele? O Felipe é o meu melhor amigo, praticamente um irmão. Ele, inclusive, é padrinho da minha filha e nossas mulheres são amigas há mais de 20 anos. No início da minha carreira, informalmente o ajudei dando algumas dicas para o plantio de gramas na sua casa de Botucatu, no interior de São Paulo. Depois fiz o paisagismo todo de lá, e também de suas residências de Mônaco e São Paulo. O que se costuma utilizar no jardim, além das plantas?
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PROJETOS ÚNICOS: o paisagista está criando os jardins de uma casa de condomínio no interior de São Paulo, em parceria com o arquiteto David Bastos; ele resolveu o problema da grande inclinação do terreno de 5 mil metros quadrados projetando taludes, aproveitando os espaços e criando diferentes ambientes; entre as espécies estão Phoenix dactylifera e Pennisetum setaceum rubrumutilizados, para valorizar e dar movimento à fachada, e diferentes tipos de palmeiras e grandes maciços com plantas de tons, tamanhos e texturas diferentes na lateral
Acredito que os jardins são feitos para serem usados, então gosto muito de colocar bancos espalhados. Esculturas também são bacanas, assim como espelho d´água e lareira. Esses elementos complementam o jardim. Em espaços pequenos gostos de usar espelhos, porque isso dá a sensação de amplitude. Estamos no outono. Quais cuidados são necessários com o jardim nesta época do ano? O outono é um excelente período para realizar limpeza e adubação nos jardins. Nessa época não é indicada a poda de plantas que vão florir no inverno ou no início da primavera, pois sua floração pode ser prejudicada. Para cercas vivas, é indicado apenas uma poda de limpeza, retirando galhos secos e folhas amareladas, facilitando a entrada do sol. Para finalizar, quais são seus projetos e planos futuros? Criar novas parcerias e manter as existentes. Além disso, pretendo publicar um livro contando um pouco mais sobre o meu trabalho e mostrando meus projetos, mas fugindo do tradicional. Aguardem que vem coisa bacana por aí.
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Arquiteto Guilherme Torres | Projeto Casa Cor 2014 3 0 www.fazendadagrama.com.br
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V i lla del l aP i e t r a.co m.b r
GOLF TIPS
POR Kevin Bulman
COMO CRIAR “LARGURA”
“M
antenha o seu braço esquerdo em linha reta” é uma frase muito ouvida em campos de golfe. Alguns jogadores são céticos em relação a sua importância, outros acreditam e outros simplesmente não conseguem completar o swing com o braço esquerdo nessa posição. A “largura”, no golfe, refere-se à distância, alcançada durante o swing, entre as mãos do jogador e o seu centro de rotação, no meio do tórax. Acredita-se que, se durante o swing, você é capaz de manter as mãos longe do corpo, alcançando assim uma boa largura, você será mais consistente e baterá a bola mais longe. Frequentemente esse conceito é interpretado erroneamente, como se para alcançar uma “largura” máxima, o braço esquerdo devesse ficar esticado no back swing. Na realidade o que estamos tentando fazer é simplesmente alcançar e manter, durante todo o swing, a máxima distância entre as mãos e o centro do peito. Durante o backswing, quanto menos essa distância se modificar, menos você vai precisar corrigir o movimento para acertar a bola. • • • • •
O braço esquerdo está em linha reta. O ângulo do braço direito é de 90 graus. As mãos estão “longe” da cabeça. Os pulsos são totalmente articulados. Os ombros são totalmente rodados sobre a parte superior, com a parte inferior do corpo controlada. • O backswing é paralelo, com a “largura” máxima neste ponto. As características que eu gosto de ver em um backswing são muito difíceis de serem atingidas por várias razões. A principal é a falta de flexibilidade. É por isso que, ter um braço esquerdo perfeitamente em linha reta na parte superior do backswing é ótimo, mas não é sempre necessário, e para muitos golfistas chega a ser um objetivo ilusório (vide imagem ilustrativa). Se você não consegue fazer um backswing com o braço esquerdo em linha reta, isso não significa que você não possa ter uma boa
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1. O bom swing começa aqui, no set-up
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2. Mantenha as mãos longe do centro do seu corpo 3. No momento de Impact, o braço esquerdo continua reto 4. Não há “Chicken Wing”, porque a largura é mantida no swing
“largura” no seu swing. Embora não seja o ideal, muitos golfistas compensam a menor rotação do tronco com uma pequena dobra do braço formando uma “meia lua”, e consequentemente, obtendo a maior distância possível para obter um bom resultado. Não quero forçar os golfistas a esticarem o braço esquerdo, mas sim fazê-los entender que se trata de um item importante, desde que realizem uma rotação correta. Se isso não for possível, devido a limitações de flexibilidade, forçar o braço esquerdo a esticar no backswing vai atrapalhar o resultado devido a um giro não natural causado pelo tensionamento do braço. Se esse for o seu caso, esqueça esse conceito e esqueça o braço esquerdo.
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BATE-BOLA
Por Renata Turbiani Por Renata Turbiani
Fórmula 1: novas equipes e mais provas Os apaixonados por Fórmula 1 já podem se preparar. Dia 20 de março tem início a temporada 2016 da principal competição de automobilismo do mundo. A corrida que abre o calendário será realizada, como já é tradição, no circuito de Melbourne, na Austrália, às 16h no horário local – a transmissão pela televisão brasileira será iniciada às 2h. Para este ano, são poucas as novidades. Entre elas está a inclusão do GP da Europa, no circuito de rua de Baku, capital do Azerbaijão, no dia 17 de julho, e o retorno do GP da Alemanha, em Hockenheim, no dia 31de julho. Com isso, o Mundial terá 21 provas, número inédito em sua história. As outras mudanças são a volta da Renault (foto), que adquiriu a Lotus, e a entrada da Haas. A marca francesa, fornecedora de motores para a Red Bull, será defendida pelo dinamarquês Kevin Magnussen e o britânico Jolyon Palmer. Já o time norte-americano, cujos carros serão equipados com propulsor Ferrari, terá o mexicano Esteban Gutierrez e o francês Romain Grosjean.
Schwarzenegger no Brasil
Entre os dias 1 e 3 de abril, a cidade do Rio de Janeiro sediará o Arnold Classic Brasil. Durante a competição criada por Arnold Schwarzenegger, que chega à quarta edição brasileira e será realizada no Riocentro, na Barra da Tijuca, o público terá acesso a uma feira internacional de suplementação e poderá acompanhar de perto 25 modalidades esportivas, entre elas aikido, judô, remo indoor, strongman (amador e profissional), MMA e luta olímpica. Os ingressos estão à venda no site da T4F (ticketsforfun.com.br). Estão disponíveis pacotes para os três dias (R$ 110) e também entradas por dia (R$ 80,00). o
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Atletismo Indoor reúne atletas nos EUA
Atletas de todo o mundo participarão do Campeonato Mundial Indoor de Atletismo, que será disputado de 17 a 20 de março, na cidade de Portland, nos Estados Unidos. As disputas incluem salto com vara, salto em altura, salto em distância, salto triplo, arremesso de peso, 60 m com barreiras, 60 m, 400 m, 800 m, 1500 m, 3000 m e revezamento 4x400 m. Entre os brasileiros que conseguiram índice para a competição estão a velocista Rosangela Santos e os saltadores Augusto Dutra e Fabiana Murer. A competição, que acontece apenas em anos pares e conta com algumas provas com medidas diferentes das realizadas em estádios, é a principal do atletismo deste ano antes dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro.
CRÉDITO: CINARA PICCOLO - PHOTO&GRAFIA
Eventos-testes agitam o Rio
CRÉDITO: RICARDO SANTOS VGCOM
Os preparativos para os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, que começam no dia 5 de agosto, continuam a todo vapor. Nos meses de abril e maio serão realizados os últimos eventostestes para a competição. De 7 a 10 de abril acontecerá na Arena Carioca 1 o Campeonato Sul-Americano de Levantamento de Peso. De 16 a 22 de abril será a vez do Qualificatório Final de Ginástica, na Arena Olímpica do Rio. O Torneio Internacional de Polo Aquático será de 26 a 29 de abril, no Estádio Aquático Olímpico; o Torneio Internacional Masculino de Handball, de 29 de abril a 1º de maio, na Arena do Futuro; e o Desafio Internacional de Ciclismo de Pista, entre 30 de abril e 1º de maio no Velódromo Olímpico do Rio. Para saber a programação completa é só acessar www.aquecerio.com.
SuperBike abre a temporada em São Paulo
O SuperBike Brasil, maior e mais disputado campeonato de motovelocidade das Américas, abre a temporada 2016 no Autódromo de Interlagos, em São Paulo. As cinco primeiras provas serão disputadas no local, nos dias 10 de abril, 22 de maio, 12 de junho, 17 de julho e 21 de agosto. Em 25 de setembro, os motociclistas desembarcarão em Curvelo (Minas Gerais), e, em 23 de outubro, em Goiânia (Goiás). A oitava etapa ainda não está confirmada. Já a última será disputada novamente em Curvelo, no dia 11 de dezembro. Para os fãs do SuperBike Brasil, uma boa notícia: assim como aconteceu em 2015, as corridas serão transmitidas ao vivo pela Fox e os compactos passarão na Band e na Bandsports.
Stock Car chega ao RS e GO
No dia 10 de abril, o Autódromo do Velopark, em Santa Rita, no Rio Grande do Sul, receberá a segunda corrida da Stock Car do ano. A terceira e a quarta etapas serão realizadas, respectivamente, no Autódromo Internacional de Goiânia, em Goiás, no dia 22 de maio, e no Autódromo Internacional de Santa Cruz do Sul, também no Rio Grande do Sul, em 5 de junho. Um dos campeonatos de automobilismo mais disputados dos últimos tempos, a Stock Car conta com 13 equipes: Full Time Sports (pilotos Allam Khodair e Rubens Barrichello), Shell Racing (Átila Abreu e Ricardo Zonta), Red Bull Racing (Cacá Bueno e Daniel Serra), Vogel Motorsport (Denis Navarro), União Química Racing (Diego Nunes), Voxx Racing (Felipe Fraga e Marcos Gomes), Hot Car Competições (Felipe Lapenna e Raphael Abbate), Axalta C2 Team (Gabriel Casagrande e Julio Campos), Ipiranga-RCM (Galid Osman e Thiago Camilo), Eurofarma RC (Max Wilson e Ricardo Maurício), Schin Racing Tean (Nestor Girolami e Vitor Genz), Total Racing (Popó Bueno) e Micos Racing (Sérgio Jimenez). O calendário completo pode ser conferido no site www.stockcar.com.br
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BRANDS
MINIMALISMO EXTRAORDINÁRIO Móveis clean e de acabamento perfeito da Acierno agora são produzidos no Brasil Por Rosane Aubin Fotos Divulgação
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um primeiro momento, as palavras minimalismo e extraordinário parecem contraditórias. Mas, com os móveis da Acierno, o conceito passa a fazer sentido: Como explica o atual gestor da marca criada na Itália em 1965, Carlo Acierno Calabrò, os produtos conseguem aliar a máxima da escola Bauhaus e de Mies van der Rohe, que criou a expressão “menos é mais”, a um cuidado extremo com os detalhes e acabamentos. Em setembro, a empresa abriu em Pinheiros um showroom com conceito integrado da casa: além dos móveis próprios, exibe artigos de marcas reconhecidas, massas, vinhos e arte. E até gravatas, como é o caso da marca centenária E.Marinella, uma exclusividade no Brasil que só pode ser encontrada nas lojas próprias em Nápoles, Milão e Tóquio e na nova-iorquina Bergdorf Goodman. A Acierno foi criada pelo avô de Carlo em Palermo, na Sicília, em 1965. Trabalhava basicamente com encomendas de alto-padrão, especialmente cozinhas, e a partir dos anos 1980, já com a mãe e o tio do atual gestor no comando, passou a produzir móveis autorais. Nomes como Lazzarini Pickering, Teresa La Rocca, Fabio Lombardo, Gianfranco Mangiarotti e os portugueses Álvaro Siza Vieira e Eduardo Souto de Moura (ambos vencedores do Pritzker Prize) estão associados à marca desde 1986, quando foi criada a primeira coleção autoral, apresentada e premiada no Salão do Móvel de Milão e publicada em mais de mil revistas internacionais. Em 2005, a Acierno passou a fabricar os móveis da renomada marca Hermès. Carlo, hoje com 34 anos, formou-se em engenharia na École Centrale de Paris, e veio ao Brasil para trabalhar como consultor pelo The Boston Consulting Group. Acabou contratado pelo Banco Votorantim, no qual assumiu o cargo de superintendente de Gestão Corporativa, e apaixonou-se pelo país a ponto de decidir retomar a produção da fábrica de sua família aqui, usando madeiras brasileiras, a partir de 2012. Abriu a fábrica em Rondônia, porque encontrou lá um exímio artesão, o marceneiro Valmir Schreiner, e tem planos de exportar a produção num futuro breve. Além disso, a Acierno está investindo em designers brasileiros, que vão criar novas peças para a marca ainda este ano. Entre os nomes já confirmados estão Pedro Bazani, Hugo Sigaud e Murilo Weis.
TOQUE DE ARTESÃO COM ACABAMENTO IMPECÁVEL: na outra página, a estante Móbile, de Lazzarini Pickering, e a escada Scaleta, de Valentina Acierno; ao lado, a mesa de centro Trousse, de Teresa La Rocca, que lembra o mobiliário japonês com suas gavetas e compartimentos secretos
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LEVEZA E SOFISTICAÇÃO: o módulo Aum, a estante Zoe e a cadeira Emme, que pode ser usada como cadeira ou mesa auxiliar (peças em madeira e em azul)
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Fazenda da Grama – Mais alguém da família trabalha com você na empresa? Carlo Acierno Calabrò – No começo o projeto era meu, era uma necessidade pessoal de repensar o negócio para que funcionasse no Brasil, porque eu não tinha nenhuma intenção de voltar para a Itália. Minha mãe e meu tio haviam encerrado a Acierno lá, e se aposentado. Eles gostaram muito de como ficou, então meu tio está se mudando para o Brasil para me ajudar. Isso é de uma importância capital, porque ele traz não apenas a memória da gestão deles, mas também o controle de qualidade que eles faziam na produção da Itália, isso nos permite ter no Brasil um nível de produção controlado e garantido. Você trabalhava no mercado financeiro. O que o levou a retomar a produção, e por que no Brasil? Aqui, por uma questão pessoal. Cheguei em 2008, por acaso, porque precisavam de gente aqui no auge do boom do país. Gostei tanto que virei um desses estrangeiros permanentes que gostam do Brasil até mais do que os brasileiros. Sou pai de brasileira, minha filha de 10 meses nem passaporte italiano tem ainda, é a primeira brasileira da família. Depois de dez anos de consultoria eu queria aplicar tudo o que havia aprendido e ganho na criação de uma empresa inovadora, e num modelo diferente. No ponto de vista de mercado, o Brasil era e continua sendo − não acredito nem em conversas de entusiasmo nem de crise excessivas − um país de enormes oportunidades e espaço para quem quer fazer bem, com poucas empresas corajosas e muito apetite a produtos e serviços novos e feitos com a cabeça e mentalidade diferentes. No setor do design, o mercado foi quase paralisado pelas importações com dólar barato, isso limitou a capacidade empreendedora nesse setor, e agora
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IMAGINAÇÃO: o berço Bobò e a mesa Dormusa Divanolettò, com uma estrutura móvel que serve de apoio para o trabalho ou refeições
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FUNCIONALIDADE: a estante Dadá, de Teresa La Rocca, tem inspiração minimalista
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estamos pagando a conta, há pouca produção nacional com a qualidade de uma italiana, sueca ou dinamarquesa. O país tem recursos florestais extraordinários, mas continua com atividade extrativista, apenas como fornecedor de matéria-prima. Eu acredito que um país cresce quando cresce sua tecnologia, sua cultura e sua capacidade de fazer o belo e o novo. Como a Acierno pretende colaborar nesse sentido? O mercado brasileiro permite um trabalho inovador e de altíssima qualidade na marcenaria, de técnicas que, eu gosto de brincar, têm traços nos mais antigos testemunhos de literatura na história da humanidade, na Bíblia, na Ilíada, na Epopeia de Gilgamesh. Os marceneiros faziam produtos que são razoavelmente parecidos com o que ainda hoje se faz. Conciliar essas tradições antigas com uma linha de design apurado, filha da Bauhaus, do minimalismo de Mies van der Rohe, esse sempre foi o desafio da Acierno, desde as coleções autorais feitas na Itália nos anos 1980, e continua sendo aqui no Brasil, para mim o mercado ideal para realizar este trabalho. Como isso se alinha ao conceito de oferecer produtos de qualidade a preços justos? O preço justo é fundamental para nós. Não somos uma marca barata, de grandes volumes de produção, porque prezamos a qualidade. O mesmo controle que aplicamos historicamente à produção dos móveis da Hermès na Europa, aplicamos aqui, temos um alto nível de exigência em cada detalhe ou pormenor do acabamento. É um produto de qualidade mundial, que levaremos de volta ao mundo e nos dará orgulho. Fazer um produto de alta qualidade no Brasil é mais barato que fazer lá fora e
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importar. Fazendo um esforço no ciclo de desenho e produção, com tempo maior de desenvolvimento até chegar ao protótipo de uma série, conseguimos baixo custo e um nível de qualidade incomparável. Isso significa que não consigo lançar um móvel a cada mês. Comecei o projeto em 2012, e os primeiros móveis chegaram ao mercado em 2015. A vantagem de trabalhar assim é que o produto chega mais apurado, custa menos e entrega mais valor ao cliente final. É o que consideramos preço justo: não um produto barato, mas a melhor qualidade possível numa faixa de preço que seja mais acessível aos consumidores do que os de concorrentes importados. Por que você escolheu Rondônia para instalar a fábrica? Encontramos um artesão extraordinário que mora lá, ele tinha uma pequena marcenaria que compramos e agora gerenciamos diretamente, o Valmir Schreiner. O sobrenome significa marceneiro, em alemão, e não é por acaso, porque ele é descendente de marceneiros desde antes de a família vir ao Brasil, ainda na Alemanha. É paranaense e se mudou para Rondônia atrás da madeira, e nós atrás dele (risos). A proximidade com as madeireiras também nos garante acesso a espécies desconhecidas no mercado paulista e à possibilidade de auditar pessoalmente os fornecedores, garantindo que nossos produtos sejam só de matéria-prima de manejo realmente sustentável. Vocês já criaram uma rede de fornecedores de madeira? Sim, elas são o coração das operações na marcenaria em Rondônia, mas não significa que não possamos trabalhar com outras. Cadastrar um fornecedor na Acierno é um trabalho longo, demanda uma visita minha à fazenda, verificação de padrões éticos e ecológicos e depois um monitoramento constante do que eles fazem. Tem outra questão: fornecedor distante aumenta pegada de carbono no transporte da madeira. Por isso, em geral trabalhamos com a madeira local. Como é feita a formação do pessoal que trabalha na marcenaria? É feita com muita paciência, principalmente. Alguns marceneiros mais experientes tiveram que incorporar o nosso padrão de recusar o produto malfeito, não aceitar o medíocre. Os iniciantes aprendem o trabalho ali, essa é a parte de que mais gosto, porque um jovem de Rondônia não tem uma infinidade de oportunidades de trabalho. Provavelmente vai desmatar, criar gado e viver de subsistência. O que desmata é a agropecuária malfeita. A bem planejada é compatível com a floresta. Tirar a percepção de que essa agricultura de subsistência é a única via, que tem outras coisas para fazer, é importante. É algo que o Valmir faz muito bem com a equipe dele, tento também indo regularmente, pelo menos todo mês. Quero mostrar a importância do trabalho de cada um e a nobreza do ofício de marceneiro, porque protege a floresta. O que fazemos, trabalhar com madeiras de maneira sustentável, é um excelente jeito de manter a floresta em pé, extrair valor dela.
TRADIÇÃO E MODERNIDADE: a cômoda Settepiu dá um ar contemporâneo aos antigos móveis
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PLANOS AMBICIOSOS: Carlo Acierno Calabrò quer levar a marca de volta ao Salão de Milão com móveis de designers brasileiros
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A maioria dos móveis à venda são do catálogo antigo da Acierno. Eles passaram por adaptações? Todos passaram por uma processo cuidadoso de repensar o desenho. O uso de madeiras brasileiras e a adaptação ao público demandaram mudanças. Temos algumas novidades, como o banquinho Lotus e a mesa Farfalla, que já tinha sido apresentada no Salão do Móvel mas foi aperfeiçoada. Também temos uma linha nova para jardins, que em breve terá mais peças inéditas de novos autores. Quais são os planos para o futuro? Temos mais planos que tempo para executá-los. O ano de 2016 será de preparação para o Salão do Móvel de Milão, porque a Acierno nasceu, em 1965, com a pretensão de ser uma marca global. Em 1987, época em que ninguém apostaria numa pequena empresa siciliana, foi para o salão, e continua tendo a mesma ambição. Somos empresa com ambição global, queremos mostrar ao mundo a qualidade de um produto pensado e feito com carinho no Brasil. Chegar ao salão demanda foco absoluto, este ano será dedicado a estarmos prontos para levar o Brasil ao mundo. E estamos contratando designers brasileiros. Qual é o conceito do design de produto? Não acho que seja original, mas é importante: somos muito fieis ao clássico “menos é mais”, de Mies van der Rohe. Começamos uma linha rigorosa e minimalista em 1987, talvez a década mais barroca do século XX. A escolha da minha mãe e do meu tio foi ir atrás do essencial, do mínimo indispensável, e aplicar um nível de qualidade extremo. Ao redor do projeto, juntaram-se arquitetos que acreditavam nesse conceito. Herdamos a filosofia da Bauhaus, o “menos é mais”, que é interpretado numa chave contemporânea. O Lazzarini Pickering chama de minimalismo opulento, eu não gosto do opulento, mas ele consegue chegar a uma ideia importante: é minimalista, e é extraordinário. Essa é a nossa linguagem e a nossa pesquisa no desenho dos móveis.
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MÚSICA
MOZARTEUM TRAZ ASTRO DA ÓPERA O tenor Jonas Kaufmann, considerado o novo Pavarotti, brilha ao lado de nomes como o do brasileiro Nelson Freire na temporada 2016 CRÉDITO: GREGOR HOHENBERG
Por Rosane Aubin Fotos Divulgação
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CRÉDITO: NIKOLAUS KARLINSKY
CRÉDITO: BENJAMIN EOLAVEGA
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programa do Mozarteum Brasileiro deste ano promete agradar tanto aos fãs mais tradicionais da música clássica quanto ao grande público. Os 35 anos da instituição, criada para promover o gosto pela música erudita com projetos educacionais e concertos com grandes nomes de reputação global, serão festejados em grande estilo com a apresentação do tenor Jonas Kaufmann, no dia 10 de agosto. “Kaufmann é a sensação do canto lírico, considerado um novo Pavarotti, o maior tenor da atualidade. Ficamos muito felizes em celebrar nossos 35 anos de atividades com ele”, diz Sabine Lovatelli, presidente do Mozarteum. E o tenor não será a única sensação da programação deste ano, que terá sete concertos. Também em agosto, nos dias 30 e 31, será a vez do pianista Nelson Freire, de 71 anos, que se apresenta regularmente nas maiores salas do mundo e faz parte do júri dos principais concursos de piano, como Chopin, Tchaikovsky e Van Cliburn. “Várias das atrações que traremos de volta neste ano tiveram uma participação importante no nosso trabalho de democratizar a música clássica. Elas foram escolhidas por sua excelência e pela importância que dão à promoção da educação musical ao redor do mundo”, explica Sabine. A primeira convidada é a mezzo-soprano austríaca
ELENCO ESTRELADO: Jonas
Kaufmann, Kremerata, Nelson Freire e a mezzo-soprano Angelika Kirchschlager
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Angelika Kirchschlager, que cantará acompanhada pelos solistas e músicos da Cappella Istropolitana nos dias 5 e 6 de abril. Reconhecida como uma das melhores intérpretes de Schubert, Mahler e Brahms, Angelika tem um repertório de diferentes períodos e origens que lhe permitem mostrar a versatilidade de sua voz e dramaturgia: Bach, Berlioz, Debussy, Dvoák, Mendelssohn, Ravel, Rossini, Schumann, Strauss e Mozart. Tornou-se membro da Vienna State Opera em 1993 e em 2007 recebeu do governo austríaco o prestigioso título de Kammersängerin, dedicado a cantores líricos. Ela ganhou um Grammy e em 2013 recebeu o European Cultural Award por sua contribuição à música clássica: além de concertista, atua como professora, sensibilizando novas gerações. A orquestra de câmara, criada na Eslováquia em 1983, é formada por 15 músicos e solistas e não tem regente. Em maio, a Orquestra Sinfônica de Bamberg fará dois concertos na Sala São Paulo, nos dias 23 e 24, além de duas apresentações grátis no Auditório Ibirapuera, uma só para crianças, dias 21 e 22. Os 115 músicos serão regidos por Jonathan Nott, com solos de Rudolf Buchbinder ao piano e Günther Forstmaier ao clarinete. Detalhe: o maestro, que conduz a sinfônica desde 2000, pediu ao Mozarteum para que o Brasil fosse o local de sua última apresentação em turnê internacional com a orquestra – ele deixa o cargo no ano que vem. A sinfônica está na lista das mais importantes entre as dedicadas a Mahler, e mantém uma academia para jovens talentos com o objetivo de transmitir a futuros músicos o lendário som “bamberguiano”. A atração seguinte, dias 21 e 22 de junho, é o violinista Gidon Kremer e a Kremerata Báltica. Nascido na Letônia, ele é reconhecido como um dos melhores do mundo e executa um repertório amplo e rico, incluindo obras clássicas e românticas para violino, além
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da música de mestres dos séculos XX e XXI e compositores contemporâneos, que hoje patrocina. A programação do segundo semestre começa com Jonas Kaufmann, que desde 2006, quando integrou o elenco de La Traviata no Metropolitan de Nova York, entrou para o panteão dos astros da ópera. Ele será acompanhado por Helmut Deutsch ao piano. Em seguida apresenta-se o brasileiro Nelson Freire, que fez seu primeiro recital aos 12 anos, aos 23 foi chamado de “jovem leão do teclado” pelo crítico do New York Times e hoje, aos 71 anos, cumpre uma extensa agenda de concertos pelo mundo. Dias 13 e 14 de setembro será a vez do violoncelista Mischa Maisky com a Tel-Aviv Soloists, grupo de 40 integrantes regido por Barak Tal, considerado um “mestre da batuta”. Maisky, que estreou aos 17 anos com a Leningrad Philharmonic Orchestra, ganhou o apelido de “Rostropovich do futuro” e já gravou mais de 50 álbuns, com orquestras de renome como a Vienna Philharmonic, Berlin Philharmonic e London Symphony Orchestra. Dias 24 e 25 de outubro, finalizam a temporada 2016 o Coro da Rádio de Berlim & Arte Del Mondo. Com três Grammys, o conjunto já cantou com as maiores orquestras do mundo e organiza projetos interdisciplinares para inovar na música coral. A orquestra Arte Del Mondo foi fundada em 2004 pelo diretor artístico Werner Ehrhardt, violinista que desenvolveu um estilo de interpretação muito característico, respeitando a estética da época em que as obras foram concebidas. O Mozarteum oferece assinaturas que incluem ingressos para todos os concertos – neste ano com duas opções, uma que inclui o recital de Kaufmann e outra não – ou entradas avulsas. Informações no site www.mozarteum.org.br ou pelo telefone (11) 3815-6377.
SEGUNDO SEMESTRE: Mischa
Maisky, Arte del Mondo e Coro da Rádio de Berlim
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POR DENTRO DO CAMPO
Por Sylvio Telles
TRATAMENTO ESPECIAL: cada área do campo de golfe exige corte diferenciado, de acordo com suas funções
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QUALIDADE DE CORTE
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ntre as atividades de manutenção de um campo de golfe, a mais frequente é de corte do gramado das diferentes áreas, que exigem um planejamento e tratamento diferenciados. Os roughs são cortados duas vezes por semana. Os tees e fairways podem receber, durante o verão, até três cortes por semana, e os greens são cortados diariamente. Os equipamentos envolvidos nessas atividades são de alto desempenho, com tecnologia específica para cada atividade em diferentes alturas e larguras de corte, e também várias velocidades de trabalho. Diferentemente das máquinas convencionais de jardim, as de gramados esportivos possuem mecanismos de corte helicoidal em que a intersecção da folha é resultado do atrito de duas lâminas, como nas tesouras. Todas essas atividades envolvem um desgaste natural dos equipamentos, devido ao atrito citado. Para manter a qualidade, realizamos diariamente uma afiação leve das unidades, utilizando uma pasta abrasiva, que chamamos de backlap. E, a
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MANUTENÇÃO: as lâminas precisam estar sempre em bom estado, para evitar um efeito “mascado”, como na foto acima (direita); na imagem ao lado, o mecânico Carlos retifica as unidades com a afiadora de cilindros de corte
cada três meses, efetuamos uma afiação mais pesada, colocando o equipamento em um torno específico e promovendo a afiação com uma pedra que desgasta a lâmina, retificando a unidade de corte e consequentemente melhorando a qualidade deste. Além da melhoria do aspecto visual, a qualidade de corte também pode influenciar a sanidade do gramado. Lâminas com corte inadequado resultam em um efeito “mascado”, como na imagem ampliada acima (à direita). Esse corte causa um dano excessivo, aumentando a exposição de tecido cortado, o que acentua a perda de água e aumenta a porta de entrada para os agentes patógenos. Já as lâminas devidamente afiadas resultam em um corte retilíneo como visto na imagem ampliada acima (à esquerda), ideal para o aspecto visual, e muito importante para preservar a sanidade do gramado.
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SOCIAL
NA BATIDA DA INCLUSÃO O Projeto Alma de Batera promove a integração de pessoas com diversos tipos de deficiência à sociedade em aulas que incentivam a interação e a afetividade Por Rosane Aubin Fotos iLana Bar
PARCERIA: a
baterista Vera Figueiredo, do Altas Horas, toca com o menino João Vítor
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N
ey Bourroul, um dos primeiros alunos de bateria de Paul Lafontaine, talvez nem saiba, mas é um dos responsáveis pela continuidade do Projeto Alma de Batera, que desde 2008 já atendeu mais de 300 pessoas com algum tipo de deficiência. Num momento crítico em que tinha poucos alunos e quase nada de apoio, o baterista e pedagogo havia decidido parar com o trabalho. “Eu estava na frente do estúdio onde dava aulas, esperando pelo Ney, triste e decidido a avisar a mãe dele que não iria continuar. Ele chegou, não sei se percebeu meu desânimo, e me disse: ‘Paul, você é o melhor professor do mundo’. Pensei: não posso deixar meu único aluno, enquanto tiver um, vou continuar. E a partir daí o universo conspirou, as portas começaram a se abrir e o projeto cresceu”, diz Paul Lafontaine, de 35 anos. Essa história ilustra, de forma metafórica, a missão do projeto: criar um espaço e oportunidade para que pessoas com deficiência sejam protagonistas de sua própria história, destacando sua sensibilidade e potenciais.
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O Alma de Batera chega ao oitavo ano de vida com fôlego, muitas realizações e vontade de crescer: 2016 é o ano em que vai virar instituto e ganhar mais alunos, com a ajuda de possíveis patrocinadores. “Queremos atender de 75 a 100 pessoas, incluindo os 36 que já faziam aulas e atualmente estão parados”, conta ele. Esse é o plano de curto prazo, mas para 2017 já estão programados outras iniciativas. Eles querem ter um espaço próprio, totalmente acessível, para poder ter mais alunos e também orientar a formação de outros professores interessados em trabalhar com o ensino de música para esse tipo de público. “Não conheço nenhum programa parecido, mas temos resultados visíveis na socialização deles. E o mais importante: eles saem muito felizes e empolgados das aulas. No início eu ficava um pouco ansioso achando que deveriam ter progresso na forma de tocar, mas uma pedagoga me mostrou que esse lado emocional era o mais importante”, lembra Paul. Alda Lúcia Pacheco Vaz, coordenadora pedagógica da Associação para o Desenvolvimento Integral do Down (Adid), acompanha a evolução do Alma de Batera. “É um projeto audacioso, pois além de colocar o aluno em contato com a arte, ensina a técnica por meio de metodologia própria, criada especialmente para alcançar o ponto de compreensão do aluno”, diz. Ela destaca o empenho de Paul Lafontaine e sua postura séria. “Para ele, não
ALEGRIA E CONVIDADOS ILUSTRES: na foto
maior, Thiago, Caio e Daniel Weksler; acima, Ricardo Japinha, da CPM22, e Gabriel; ao centro, João Barone, dos Paralamas, com Rafael Angelim; e abaixo Cibele e Cuca Teixeira
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INTERAÇÃO COM O PÚBLICO:
Thiago em apresentação na Sala Adoniran Barbosa; João Vítor e o rapper Emicida; platéia espontânea para aulas no Centro Cultural São Paulo; na outra página, Gabriel, Cibele e Thiago posam para ensaio em estúdio
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basta que todos considerem lindo uma pessoa com síndrome de Down tocar bateria. Ao contrário, exige disciplina, estudo, leitura das notas musicais e interpretação. Leva tudo muito a sério”, diz. Essa postura séria e a dedicação talvez expliquem a relevância que o projeto foi conquistando através dos anos. Depois de ganhar um edital da Prefeitura de São Paulo em 2010 e conseguir um espaço no Centro Cultural São Paulo para dar suas aulas, o fundador do Alma de Batera começou a convidar bateristas famosos para tocar com o pessoal. Daniel Weksler, do NX Zero, João Barone, dos Paralamas do Sucesso, Cuca Teixeira, que toca nas bandas de Maria Rita e Paula Lima, P.A. Pagni, do RPM, Ricardo Japinha, do CPM22, Supla, Vera figueiredo, do Altas Horas, e Eloy Casagrande, do Sepultura, estão entre os músicos convidados. “Foi muito importante essa troca de experiências, uma forma de mostrar para a sociedade que eles estão ali, fazendo aulas e tocando. Queremos integrá-los ao contexto cultural da cidade, torná-los protagonistas de sua própria história”, afirma Paul. Esse conceito, além de favorecer os alunos, acaba sendo contagiante, tanto que o professor arrebanha simpatizantes e colaboradores por onde anda. Raquel de Souza, publicitária de 36 anos, e Feliphe Bremberger, empresário de 37 anos, assumiram, mesmo sem ainda ter remuneração, posições importantes dentro do projeto: ela cuida da comunicação e ele da parte comercial. “No final de 2015, fizemos uma apresentação no hall do Teatro Sérgio Cardoso e foi muito bonito: as pessoas paravam para assistir, queriam fazer fotos com eles, não era a visão do coitadinho. Os alunos se sentiram bem, estimulou seu protagonismo”, diz Raquel. Feliphe, que cuida da loja de e-commerce do Alma de Batera e das parcerias comerciais, observa que a falta de recursos dificulta os avanços, mas não paralisa as ações. “Em janeiro de 2015 tivemos
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a ideia de fazer uma loja virtual e criar uma marca com produtos diversos, uma confecção. Assim podemos atingir o simpatizante, que gosta da música, tem identidade rock and roll e gosta de usar um produto que tenha uma causa importante por trás. Ou mesmo aqueles que estão de alguma forma engajados com o problema”, diz Feliphe. Ele e Paul conseguiram a adesão de um nome de peso para o projeto, o estilista Marcelo Sommer, amigo de longa data que está desenhando uma coleção que será posta à venda ainda no primeiro semestre. E a lista de empresas e parceiros que oferecem trabalho voluntário é extensa: a agência Fess’Kobbi cuida das redes sociais; Dim&Canzian realizam ações de ativação; a 7Ways faz o site; VTEX, a plataforma de e-commerce; PAYU, pagamentos; Odery Drums Brazil cede as baterias e Sabian os pratos para os estudantes tocarem. Raquel conta que os pais dos alunos também são grandes incentivadores do projeto. “Fizemos um levantamento com eles para saber o impacto e tivemos um retorno extremamente positivo”, conta. Lourdes Vieira, mãe de Henrique, de 15 anos, autista, contou que as aulas permitiram que ela passasse a ter contato físico com o filho, que não permitia nem sequer que ela o ajudasse a vestir as roupas. “Hoje ele entende o carinho da mãe”, diz Raquel, destacando que a dinâmica das aulas inclui exercícios como os de respiração, em que todos dão as mãos. “Com o tempo, percebi que o mais importante nas aulas era respeitar a individualidade de cada um, ser flexível e entender o momento deles. Aprendi a lidar com cada um individualmente, não só com a deficiência, mas com a personalidade, o ser humano e suas necessidades. Um aluno, por exemplo, tem deficiência intelectual severa e não avança no resultado final, mas nunca falta, está sempre ali, a aula de bateria para ele é sagrada”, diz Paul Lafontaine. Conheca mais sobre o projeto no site www.almadebatera.com.br.
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PAUL LAFONTAINE E O ALUNO FÉLIX: respeito à individualidade cria relação de confiança essencial para o trabalho
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CLUB HOUSE RECEBE MAIS DE 230 CONVIDADOS NA FESTA DE ANO NOVO
RÉVEILLON 2016
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O Fazenda da Grama preparou uma virada especial para associados e convidados, brindaram a chegada de 2016 com decoração e menu especiais, som de DJ e inédita queima de fogos de artifício. Foi criada uma estrutura nova no pavimento térreo do Club House. Com luzes indiretas, sofisticados arranjos de flores e preservando a bela vista para os jardins e campo de golfe, o espaço ficou convidativo e agradável. O menu foi preparado pelo chef Júlio Perinetto, que já trabalhou nos restaurantes Auberge de L’ill, na França, e no Buffet Fasano, em São Paulo. As delícias do cardápio combinaram receitas clássicas, como o creme brulée, a novidades. À meia-noite, um intenso e colorido show de fogos de artifício iluminou o céu, dando as boas vindas a 2016.
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1 1. DJ Ricardinho
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2 2. Sergio, Moema, Renata e Matteo 3. Mauricio, Rafael, Clรกudia e Lucas
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10 9. FamĂlia Edison Silva 10. Angela, Sergio, Roberto, JoĂŁo, Rafael, Leonardo, Alessandra, Helena e Lucas 11. Carlos Otero 12. Beatriz, Anna Helena e Helena
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Ó ABRE ALAS
C A R N AVA L
O Carnaval na sede do Fazenda da Grama repetiu o sucesso de anos anteriores: com desfile de belas fantasias e bailinho, crianças e pais esbanjaram animação e brincaram com confete e serpentinas ao som de marchinhas e músicas próprias para embalar a folia.
2 1 1. Desfile de fantasias 2. Clarinha 3. Enrico, Guilherme e Rodrigo 4. Lorena 5. Ludovica
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8 6. Lucas 7. Guilherme 8. Luiza 9. Tia Fabi com AndrĂŠ 10. Tio Pingo entregando as medalhas
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13 11. Toda animação no Trio elétrico das crianças 12. Rafaela 13. Enrico 14. Lorena
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FINAL DISPUTADA
M AT C H P L AY
A final do Torneio Match Play 2015 foi realizada no mesmo dia do Field Day, em 28 de novembro. Iniciado em agosto, após as partidas classificatórios, o torneio reuniu 15 jogadores mais o campeão do ano passado e foi organizado em confrontos mediante simples eliminação. Sérgio Fernandes e Roberto Rappa ficaram em primeiro e em segundo lugar na Categoria A, respectivamente; e Yara Pavan e Rogério Picanço venceram na B.
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C O M C H AV E D E O U R O
F I E L D D AY
O evento de encerramento do calendário de 2015, realizado em 28 de novembro, recebeu aproximadamente 60 golfistas, que confraternizaram em clima de festa e descontração. O Field Day foi disputado na modalidade Stableford em duas categorias, e também foram realizadas as finais do Match Play 2015. Um almoço especial foi preparado pela equipe de restaurante do Fazenda da Grama e servido aos participantes enquanto os golfistas aguardavam a apuração dos resultados do torneio. O Capitão Pedro Martins comandou a solenidade de premiação, que contou com cerca de 100 pessoas e envolveu todos os torneios internos, totalizando mais de 60 troféus. A novidade do ano foi a inclusão dos torneios infantis, que fizeram sucesso entre a nova geração de golfistas. Durante a apresentação, Pedro Martins agradeceu ao empenho de todos e informou sobre alguns aspectos do campo, como a evolução do movimento aos longos dos anos, novos investimentos e planejamento futuro. O Torneio Match Play teve como vitoriosos Yara Pavan, em primeiro, e Rogério Picanço, em segundo, na categoria B; na A, venceram Sergio Fernandes e Roberto Rappa. No Field Day, Patrícia Katsurayama foi campeã e Luis Eduardo Araujo vice na Categoria B; na A, Tuca Gantus ficou em primeiro, seguido de Tasso Pereira. O Near Pin foi de Gilberto Pereira Neto. Patrícia Ossamu ganhou o Ranking Feminino de 2015 e foi destacada por ter sido a golfista que mais reduziu seu Handicap ao longo do ano. O Ranking Masculino foi vencido por Carlos Barros.
1. Paulo Katsurayama, Patrícia Katsurayama e Jorge Adati 2. Flávio Lattes, Augusto Videira e Ricardo Pavan 3. Elton Donato, André Helmeister e Carlos Barros Filho 4. Celso Ogawa, Mariana U. Ogawa, Adriana Martire e Ralph Rocha 5. Luís Eduardo Araújo, Maria Elisa Araújo, Luís Henrique Araújo e Fernando Guntovitch
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6. Luís Eduardo Araújo 7. Maria Elisa Araújo 8. Jorge Adati 9. Luiz Carlos Martins 10. Massami Uyeda Jr 11. Alfredo Breda 12. Tasso Pereira 13. Cacá Vieira, Diogo Pereira, Jorge S. Carneiro e Tasso Pereira 14. Alexandre Martins, Gilberto Pereira, Tuca Gantus e Beto Dias
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15. Beto Rappa 16. Sérgio Fernandes 17. Paulo Costa e Ralf Hakim 18. Luís Eduardo Araújo, Hiroe Wakabayashi, Massafumi Wakabayashi e Mariana U. Ogawa 19. Gilberto Pereira, Diogo Pereira, Maurício Azevedo, Giuliano De Marchi, Luciana De Marchi, Pedro Martins,Cecilia Pereira, Valentina De Marchi e Rafaela De Marchi 20. Ângeo Ferrari, Luís Eduardo Araújo e Luís Henrique Araújo 21. Tasso Pereira, Luís Eduardo Araújo, Gilberto Pereira, Patrícia Katsurayama e Tuca Gantus 22. Graziela Martins, Pedro Martins, Paulo Katsurayama e Sérgio Del Porto
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23. Tuca Gantus, Elton Donato, Jorge Adati, Beto Dias, Cacá Vieira, Diogo Pereira, Gilberto Pereira, Tasso Pereira, Alexandre Martins, Alfredo Breda, Flávio Lattes, Freddy Giorgi e Augusto Videira 24. Beatriz Giorgi, Freddy Giorgi, Sérgio Del Porto, Marina Leo, Isabela Leo e Luciano Leo Jr 25. Henrique Piscopo, Reinaldo Piscopo, Pedro Martins, Mariana U. Ohana e Ellen U. Ogawa 26. Pedro Martins, Carlos Barros Filho, Carlos Otero, Luciano Leo Jr, Luís Fernando Araújo Marina e Beatriz Barros 27. Hiroe Wakabayashi, Massafumi Wakabayashi, Augusto Videira e Massami Uyeda Jr 28. Massami Uyeda Jr, Julia U. Ogawa, Rafael Azevedo, Diego Leo, Luciano Leo Jr e Isabela Leo 29. Ana Luiza, Celina Martire e Rubens Martire 30. Rogério Picanço, Yara Pavan e Silvia Nishi 31. Beto Rappa, Sérgio Fernandes e Silva Nishi 32. Paulo Katsurayama, Patrícia Katsurayama, Marina Leo, Jorge S. Carneiro e Luciano Leo Jr
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33. Massami Uyeda Jr, Alfredo Breda, Freddy Giorgi e Luís Fernando Araújo 34. Soph Vieira, Cacá Vieira, Ricco Vieira e Marta Vieira 35. Cristina S. Carneiro, Jorge S. Carneiro, Mariana S. Carneiro e Maria S. Carneiro 36.Fernanda Helmeister, André Helmeister e Marcio Nicolosi 37. Saxofonista Adalto 38. José Eduardo Carvalho, Virginia Barros, Melissa Carvalho, Luciana De Marchi, Graziela Martins, Carlos Ernanny , Fernanda Ernanny e Ricardo De Marchi 39. linha de produtos Viva Amazon 40. Emiko Uyeda e Massami Uyeda 41. Linha de produtos Notiluca 42. Willem Bon e Ilka Batista
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43. Rogério Picanço, Karin P. Picanço, Gonzalo Cassarino, Luiz Carlos Martins, Reinaldo Piscopo, Andrea Piscopo e Henrique Piscopo 44. Celina Martire, Ângelo Ferrari e Lúcia Ferrari 45. Paulo Katsurayama, Gabriela Katsurayama, Carolina Katsurayama e Tochio Katsurayama 46. Fernando Guntovitch, Ricardo Guntovitch, Helena Guntovitch e Fabiana Guntovich 47. Freddy Giorgi, Beatriz Giorgi, Beto Rappa, Alessandra Ignácio, Claudia Rappa, Maurício Azevedo e Sérgio Del Porto 48. Alexandre Martins, Beto Dias, Gilberto Pereira, Luís Henrique Araújo, Flávio Lattes e Tuca Gantus 49. Giampaolo Michelucci, Martin Michelucci e Carlos Otero 50. Edinho Vasques, Eric Cagnass, Sonia Hess de Souza e João Miranda de Souza e Sônia Hess
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TORNEIO I N FA N T I L
OS CAMPEÕES DO FUTURO No dia 21 de novembro, mais de 20 crianças participaram do torneio recreacional Drive, Chip and Putt. Os jogadores iniciantes usaram o Snag Golf do Driving Range, enquanto os mais experientes percorreram um circuito de tacadas que somava pontos. Na categoria feminina entre 7 e 9 anos, venceu Julia U. Ogawa; na masculina, de mesma idade, Henrique Piscopo e Daiki Chikarayshi empataram. De 10 a 12 anos, ganharam Gabriela Katsurayama, na Categoria Feminina, e Rafael Azevedo, na Masculina. E, de 13 a 15, Carolina Katsurayama, na Categoria Feminina, e Ramon Loschi, na Masculina.
1. Mariana S. Carneiro, Jorge S. Carneiro, Maria S. Carneiro e Cristina S. Carneiro 2. Júlia U. Ogawa, Gabriel N. Uyeda, Massami Uyeda, Emiko Uyeda e Mariana U. Ogawa 3. Gabriela Katsurayama 4. Júlia U. Ogawa
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5. Ramon Loschi 6. Mariana S. Carneiro 7. Diego Leo 8. Tasso Pereira Filho 9. Ellen U. Ogawa 10. Maria S. Carneiro
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ENCONTRO DE GERAÇÕES A imagem registra um desses momentos que só o golfe possibilita: o Ministro Massami Uyeda jogando com seu neto Gabriel Nishi Uyeda e seu filho Massami Uyeda Jr.
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Construções
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Privilégio é ver a vida desse jeito.
Perspectiva ilustrada do condomínio Boulevard da Grama
Em breve, mais uma exclusividade dentro do Fazenda da Grama: um condomínio de 57 mil metros quadrados com um número reduzido de luxuosas residências de 380 m2 com vista para o campo de golfe. Assinadas por Antônio Scarpa e Dado Castello Branco, os projetos integram interior e exterior, privilegiando a iluminação natural e a privacidade de cada residência com amplo jardim, deck e piscina. Feito somente para 26 famílias que realmente entendem a verdadeira oportunidade de investir em qualidade de vida.
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