theHemisphere edição 4 • outubro de 2012
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edição 4 • outubro 2012
Luxur y and Lifestyle around the world
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8 T H E H E mis P H E R E
Capa: Brinquedos Populares de Beatriz Milhazes, foto Sérgio Araújo mURRAy GROss
DENiLsON miLAN
NiNA FRANCO
ROsANE AUbiN
ALLiNE CURy
JULiANA sAAD
ELENA CORRÊA
iARA VENANZi
Encontros com pEssoas notávEis o que faz de alguém uma pessoa extraordinária? talvez uma das possíveis respostas seja o “torna-te quem tu és” de Friedrich nietzsche. Esse pelo menos parece ser o traço em comum de um grupo de pessoas notáveis que são tema de reportagens nesta edição. renata turbiani, uma jornalista expert em automóveis, conta como dois alemães que nem sequer se conheceram conseguiram fazer brilhar a marca da estrela, a mercedes-Benz. Elena correa visita o ateliê de Beatriz milhazes no rio e conversa com a artista plástica recordista em arte brasileira em leilões. Detalhe: ela só seguiu esse caminho porque a mãe a matriculou em uma escola de artes... Eu tive o privilégio de conversar com dois expoentes da arquitetura e do design. Fernando Romero, o artífice por trás de um dos edifícios mais impressionantes da atualidade, o museu soumaya, conta que queria ser poeta. E Bobby Dekeyser, um ex-goleiro de futebol que decidiu ser empresário na cama de um hospital, depois que descobriu ter sido demitido de seu time, fala da sua marca, a DEDon, e do resort totalmente original que criou numa ilha nas Filipinas. nina Franco, a nossa diretora de arte, conta suas impressões sobre outro resort, o Las ventanas, cujo serviço é de espantar: basta você espirrar para uma caixa de lencinhos aparecer quase por milagre ao seu lado. Esperamos que você também se emocione com essas histórias tão originais! Uma boa leitura. mEEtings with rEmarkaBLE pEopLE what makes of someone an extraordinary person? maybe one of the answers is the “Become what you are” by Friedrich nietzsche, this seems to be the feature shared by a group of remarkable people who are headline news in this issue. renata turbiani, a journalist expert on automobiles, tells how two germen who hadn´t even known each other could make the star brand, mercedes-Benz, shine. Elena correa pays a visit to Beatriz milhazes´ studio in rio and talks to the plastic artist record holder in Brazilian art in auction. note: she just followed down this road because her mom has enrolled her in an art school… i have had the privilege to talk to two leading names from architecture and design. Fernando romero, the mastermind behind one of the most breathtaking buildings nowadays, the soumaya museum, tells he wanted to be a poet, and Bobby Dekeyser, an ex-goalkeeper who decided to be a business man in a hospital bed right after learning about his dismissal from his team, talks about his trademark, DEDon, and his completely one of a kind resort placed in one of the philippine islands. nina Franco, our head of art narrates her impressions about other resort, the Las ventanas, whose service is unbelievable, all it takes is one sneeze and a box of tissues pops up by your side almost as if it were a miracle. we hope you are moved by such original stories as these ones! Good reading.
CAROL GHERARDi
Para anunciar:
Office: + 55 11 3521.7329 www.fortunacom.com.br The Hemisphere é uma publicação trimestral da FortunA - Gestora em Comunicação de Luxo em parceria com a One Sotheby’s International Realty Conselho Editorial: Denilson Milan, Rosane Aubin, Nina Franco, e Murray Gross Diretor Executivo/Comercial: Denilson Milan Publisher: Rosane Aubin Projeto Gráfico e Direção de Arte: Nina Franco (inspiredesignlab.com.br)
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Colaboradores: Alline Cury, Elena Corrêa, Renata Turbiani e Juliana Saad (texto), Carolina Gherardi, Daniella Duarte e Iara Venanzi (foto), Susan Carol Albert, Adriana Schwartz e Guilherme Ligare (tradução), Silvana Marli (revisão) Impressão gráfica: IBEP Gráfica Os artigos assinados são de inteira responsabilidade dos autores e não representam a opinião da revista e das empresas FortunA – Gestora em Comunicação de Luxo e One Sotheby’s International Realty. A reprodução das matérias e dos artigos somente será permitida se previamente autorizada por escrito pela Publisher.
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AT H o mE
Hotel com anfitriões em Buenos Aires e novo spa decorado por Patricia Urquiola / Expert guides welcome you in a hotel in Buenos Aires and New spa decorated by Patricia Urquiola
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A arte vibrante e colorida de Beatriz Milhazes The vibrant and colorful art by Beatriz Milhazes
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Agenda de leilões da Sotheby’s / The agenda for Sotheby’s auctionss
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Sotheby’s: escritório em São Paulo e atenção aos clientes Sotheby’s: office in São Paulo and careful customer service
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Fernando Romero: emoção e surpresa são as bases de sua arquitetura / Fernando Romero: emotion and surprise are the foundation of his architecture
38 FlaVOUr
Brasileiros atraem gourmets em Paris com gastronomia feita em casa / In Paris, Brazilians attract food lovers with homemade haute cuisine
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Tequila 100% agave em quatro drinques 100% agave Tequila in four different drinks
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Las Ventanas, um resort em que a regra é mimar os hóspedes Las Ventanas, a resort where pampering the guests is the rule
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Ilha DEDON: um laboratório de design ao ar livre DEDON Island: an outdoor design laboratory
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Mercedes-Benz: a trajetória brilhante da estrela Mercedes-Benz: the bright trajectory of the star
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Uma seleção de imóveis ao redor do mundo A selection of properties around the world
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Number 4, de Jackson Pollock / Number 4, by Jackson Pollock
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cONcEPT
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hOT E L A Bu en o s A i r e s d o s p o rt e n h o s
por rosane aubin
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antigo provérbio “em Roma, faça como os romanos”, agora pode ser aplicado a Buenos Aires. Recém-inaugurado no coração da Recoleta, um dos mais charmosos bairros da cidade, o hotel butique Hub Porteño tem um diferencial precioso a oferecer aos turistas. Moradores que conhecem profundamente a capital argentina, com formação universitária no segmento em que se especializaram, criam programas exclusivos de acordo com os gostos, preferências e interesses de cada hóspede. Não há nada predefinido: tudo é feito de forma individualizada, e o hóspede também pode acompanhar debates e projeções sobre os vários temas a serem explorados, como história, arte, tango, polo, cultura, entretenimento... Entre as inúmeras possibilidades de programas estão de visita a fazendas aristocráticas, onde é possível observar a vida do autêntico gaúcho argentino, a pontos onde o tango nasceu ou até ter aulas com os melhores dançarinos. Com apenas 11 quartos, oferece carro com motorista bilíngue e refeições no restaurante Tarquino, comandado pelo chef Dante Liporace, conhecido por ser um dos pioneiros em aliar influências europeias à típica cozinha argentina, modernizando receitas tradicionais com técnicas de vanguarda. www.hubporteno.com
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detalhes que fazem diferença: localizado no simpático bairro da Recoleta, o Hub tem apenas 11 suítes, restaurante comandado por um chef respeitado e decoração confortável Details that make a difference: located in the friendly Recoleta neighborhood, the Hub has only 11 suites, a restaurant run by a highly respected chef and comfortable furnishings
porteños’ Buenos Aires TheThe old saying “when in Rome, so as the Romans do”, can now be applied to Buenos Aires. Newly-opened in the heart of Recoleta, one of the most charming neighborhoods in the city, the boutique hotel “Hub Portenõ” has a valuable plus to offer tourists. Local people, who really know the Argentine capital and hold an university degree in the segment in which they specialized, create exclusive programs, according to each guest’s preferences and interests. Nothing is preset: everything is tailored, and the guests may also watch debates and videos on the various topics to be explored, such as history, art, tango, polo, culture, entertainment... Among the many choices of programs are visits to aristocratic farms, where one can observe the life of an authentic Argentine cowboy; visits to spots where Tango was originated; or even have tango lessons with the best dancers in town. The 11 room-hotel also offers a bilingual chauffeur and meals at Tarquino restaurant, whose chef is Dante Liporace, known for being one of the first to incorporate European influences to typical Argentine cuisine, modernizing traditional recipes with avant-garde techniques. www.hubporteno.com
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história e modernidade: a decoração de Patricia Urquiola deixou o spa acolhedor e fashion History and modernism: the decoration by Patricia Urquiola has made the spa friendly and fashionable
S PA B e m - es tAr co m d e s i gn
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Four Seasons Hotel Milano dispensa comentários. Situado em um os distritos mais high fashion do mundo, e sediado em um convento do século XV, é reconhecidamente uma meca de luxo e conforto. O hotel acaba de abrir seu spa e convidou ninguém menos do que a über designer espanhola Patrícia Urquiola para criá-lo. Decoração, cores e iluminação acolhedoras criam um espaço que promove uma sensação relaxante e revigorante para quem estiver no local.Ali, em uma mescla de ambiente histórico e instalações que exalam modernidade, se pode imergir no menu de tratamentos e experiências faciais e corporais com produtos La Prairie e Sodashi, além de cabeleireiro com assinatura Rossano Ferretti. Perfeitos para um relax após uma sessão de compras na Via Montenapoleone! www.fourseasons.com/milan/
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por juliana saad
comfort with design A 15th century convent, in one of the sleekest and most fashionable districts in the world, houses Four Seasons Hotel Milan, a renowned sanctuary of luxury and comfort. Its newly opened spa was designed by none other than the celebrated Patrícia Urquiola. The warm decoration, colors and lighting promote a relaxing and invigorating sensation. There, in an environment that blends historic and modern elements, one can enjoy the various body and facial treatments and techniques which use La Prairie and Sodashi products, and the Rossano Ferretti signature salon. Perfect for relaxing after a shopping spree at Via Montenapoleone! www.fourseasons.com/milan/
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coleção de peso: a vinícola brinda os visitantes com obras selecionadas, como a tela de Skotnes e a escultura de Edoardo Villa instalada no meio das vinhas
V I N í c O L A A rt e, u vAs e v i n h o s
photos: johnny
Mazzilli
A weighty Collection: the winery toasts visitors with selected works, such as the painting by Skotnes and the sculpture by Edoardo Villa installed in the middle of the wines
por rosane aubin
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vinícola Steenberg, localizada na Steenberg Road, em Cape Town, África do Sul, foi criada em 1692 e, desde 1695, produz sauvignons blancs conhecidos em todo o mundo. É um daqueles casos em que a tradição encontra a inovação em completa harmonia: o hotel, o bistrô e a produção de vinho contam com recursos da mais alta tecnologia, mas sem deixar de lado a qualidade artesanal e o manejo cuidadoso da terra, com técnicas orgânicas e respeito ao meio ambiente. Os proprietários do local, Graham e Rhona Beck, são apaixonados colecionadores de arte, e decidiram colocar à disposição do público sua coleção, garimpada com a ajuda da curadora Julia Meintjes entre os mais respeitados artistas do país. “Os visitantes costumam reagir com entusiasmo e sempre comentam a interessante mistura do velho com o novo, especialmente quando observam as esculturas de Edoardo Vila exibidas numa antiga casa ao lado do hotel. Gostamos de que a nossa arte inspire conversas e discussões”, diz Gaby Gramm, gerente-geral do hotel. Além de contar com obras de Vila, o acervo traz também trabalhos de Cecil Skotnes e Sidney Kumalo. Os três fizeram parte do grupo Amadlozi, criado em 1963, que foi um dos primeiros a adotar influências africanas na arte. Dumile Feni, David Goldblatt e Gregoire Boonzaier’s estão entre os vários outros artistas da coleção. www.steenberg-vineyards.co.za
Art, grApes And wines Steenberg vineyards, situated on Steenberg Road, in cape Town, South Africa, was established in 1692, and since 1695 it has been producing widely renowned sauvignons blancs. It is one of those cases in which tradition and innovation blend in perfect harmony: the hotel, the bistro and the wine production rely on a mix of the latest technology, craftsmanship and the careful use of the land, with organic techniques and respect for the environment. Its owners, Graham and Rhona Beck, are passionate art collectors, and have decided to make available to the public their private collection, whose items were carefully selected amongst works of art by the most respected artists in the country. “Visitors are usually very enthusiastic about it, and always mention the interesting mix of old and new, especially when they observe the sculptures by Edoardo Villa, which are displayed in an old house near the hotel. We are glad our art inspires conversations and discussions”, says Gaby Gramm, the hotel general manager. Besides works of Villa, the collection also displays works by cecil Skotnes and Sidney Kumalo. The three of them were part of a group called Amadlozi, created in 1963, one of the first ones to adopt African influence in its art. Dumile Feni, David Goldblatt, and Gregoire Boonzaier’s are some of the several other artists whose works are exhibited in the collection. www. steenberg-vineyards.co.za
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Beatriz Milhazes bate seus próprios recordes em leilões com sua arte vibrante, colorida e cheia de vida PoR ELEnA CoRRêA PoR ELEnA CoRRêA fotos DAniELLA DUARtE
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eatriz Milhazes é tão organizada, disciplinada, irrequieta e com uma descontração tão latente que não consegue nem tentar ficar séria para uma foto: mesmo com os lábios cerrados, sorri com os olhos. E essa exuberância também é uma das características de sua obra. Carioca de 52 anos, a artista plástica, pintora, gravadora e professora de arte tem nas cores um elemento forte em seus trabalhos, supervalorizados no mercado internacional. Este ano, ela bateu mais uma vez seu próprio recorde entre artistas brasileiros vivos quando uma tela sua, “O Elefante Azul”, atingiu o valor de U$ 1,463 milhão em um leilão realizado em Londres. Apesar de não se considerar uma cigana, Beatriz leva uma vida meio nômade, tempos criando em seu ateliê no Jardim Botânico, Zona Sul do Rio de Janeiro, tempos no estúdio Durham Press, na Pensilvânia, Estados Unidos, onde desde 1996 produz em parceria com o impressor e editor Jean Paul Russel. Os trabalhos criados lá durante dez anos foram doados à Pinacoteca de São Paulo, que organiza mostras da artista. Durante dez anos, foi casada com o arquiteto Chico Cunha. O casal não teve filhos, uma opção espontânea de Beatriz. “Acho que a grande vantagem que a mulher contemporânea tem é de poder optar, porque nem todas realmente querem ser mães, mas parece que existe uma obrigação de ter vindo ao mundo com o corpo feito para isso. Que bom poder optar e poder dizer não, eu não quero ser mãe”, disse a artista plástica durante uma entrevista que acabou sendo um delicioso bate-papo em seu ateliê.
theHemisphere >> Quando a arte se manifestou como um dom para você? Beatriz Milhazes >> Na verdade, minha mãe foi professora de história da arte e meu pai, apesar de ser advogado, sempre gostou de cultura em geral, cinema, música. eu e minha irmã tivemos uma formação forte em relação à arte. Atividades culturais sempre fizeram parte do meu dia a dia. Mas quando fui fazer faculdade eu não pensava em ser artista. entrei na faculdade de Jornalismo, e no segundo ano descobri que não era aquilo que me interessava. aí minha mãe sugeriu que eu fosse para a escola de artes visuais do Parque Lage. Fui para
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um curso de verão e foi instantâneo.terminei a faculdade de jornalismo, mas no curso de verão eu descobri que ali estava o meu assunto e não tive mais dúvidas desde então. Comecei a fazer cursos lá, depois a trabalhar em ateliê, e a sequência foi normal. O Cildo Meireles diz que é difícil juntar o conceito de arte com profissão. Como você lida com essa junção, de a arte ser seu trabalho? >> É verdade. Eu acho que esse é um desafio. Hoje eu dou aula em universidades nos estados Unidos, atendendo alunos que estão terminando a graduação em pintura, e vejo que lá tem formação de artista. Isso não existe no Brasil. Aqui temos, no máximo, a parte teórica. agora parece que a USP tem uma cadeira com nível de mestrado, uma especialização para a prática de arte. Nos Estados Unidos e na europa é normal, você aprende a preparar um portfólio, dar palestra, apresentar-se numa galeria ou para um curador de museu, todo o organismo da arte faz parte do currículo da universidade. Você sentiu falta de uma formação que preparasse para a vida prática? >> Na minha geração era muito pior, não havia formação nesse nível. eu tive a escola de artes visuais do Parque Lage, que era a melhor. eram artistas que desenvolviam seus próprios cursos para formar outros artistas. mas tudo de uma maneira informal. Não havia aquela coisa de olhar os professores e pensar “eu quero ficar igual a eles”, como quando nós estamos na escola. era todo mundo duro. Em termos práticos era complicado. O mercado era completamente incipiente.você não tinha um objetivo a atingir ou um exemplo. muito menos regras ou fórmulas a seguir. Em que momento esse mercado começou a se abrir? >> A minha geração dos anos 1980 talvez tenha sido a primeira que teve essa relação com o mercado de arte, que é, vamos dizer, o início de um tipo de profissionalização. Teve um boom nos anos 1980, mas nos 1990 já decaiu. Mas nós, muito jovens, fomos chamados a participar desse universo sem saber o que era aquilo. eu abri meu primeiro ateliê em 1983, no ano seguinte já tinha uma galeria interessada, teve aquela exposição muito conhecida, “Como vai você – Geração 80”, e em 1985 eu estava fazendo minha primeira individual. Foi tudo muito rápido. Acho que para quem soube lidar com isso, e eu me incluo nesse grupo, foi positivo. mas, sem formação, essa possibilidade pode ser ruim para o seu processo. Você é pintora, gravadora, ilustradora, professora. Como se localiza em cada uma dessas artes? >> essa coisa de ilustradora eu queria achar (risos). Não, eu não sou ilustradora. Pode escrever aí, porque alguém colocou isso na internet e se propagou. Eu fiz uma única ilustração em toda a minha vida. Na verdade a minha formação é toda em pintura, eu fui só pintora até 1996, quando fiz minha primeira exposição em Nova York e tive convite para trabalhar com gravura, serigrafia, silkscreen, nesse estúdio que estou até hoje na Pensilvânia, o durham Press. Foi uma porta importante que se abriu para o meu trabalho. >>
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“Para Criar, PreCiSo ter o meU amBieNte, SaBer oNde EsTãO MINHAs tiNtaS” “to Create, i NEEd TO HAvE MY OwN eNviroNmeNt, kNOw wHErE MY PaiNtS are”
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Como a pintura e a gravura se relacionam? >> a gravura entrou de uma forma interessante, pegou muita coisa da pintura, mas recentemente é a gravura que sugere ideias para a pintura. em 2003 veio a colagem, porque a minha técnica é muito baseada em colar. Eu faço as imagens em uma folha de plástico, pinto com tinta acrílica, e aí colo na tela. Quando seca eu retiro o plástico e a imagem de tinta fica. Nos anos 1980 eu já trabalhava com colagem de tecido sobre lona e impressões sobre tecido, recortava e colava. aí em 2003 recebi um convite do Centro Cultural de arte Contemporânea da Bretanha, na França. Eles organizaram uma exposição com meu trabalho, e me ofereceram um estúdio para trabalhar enquanto as obras não chegavam. Eles me deram assistentes e fiquei trabalhando nas colagens. Foi meu primeiro grupo de colagem de papel sobre papel, a primeira série. Ano que vem você completa 30 anos de artes plásticas. O fica de mais forte dessas três décadas de tantas produções? >> Na verdade, a pintura é muito difícil, ela consome uma energia enorme. Para manter o ritmo dela ativo e interessante, vivo, com coisas novas e andando, preciso dar pausas. Eu não posso ficar só pintando. tenho tido um bom retorno em cada uma dessas outras portas, e a repercussão tem sido muito boa. Eu ficaria um período sem fazer nada, porque a pintura tem seu tempo e eu respeito muito isso. então eu me considero uma pessoa de sorte porque tenho outras maneiras de continuar trabalhando. Você tem uma disciplina no seu processo de criação ou ele acontece de forma espontânea? >> Sou uma pessoa bem disciplinada. Quando abri meu ateliê eu tinha horário, dizia até que era bancária. Tenho o horário que autodeterminei. Até hoje faço isso. É claro que esses horários são cada vez mais rígidos. Normalmente, começo o trabalho criativo a partir das 13h e vai até 18h, 19h. E como há 19 anos tenho as viagens, corto o meu ano em partes. Quando não estou no Brasil, estou no estúdio de gravuras na Pensilvânia, mas a parte criativa é feita aqui no rio. Fora essa parte de vinil para fachadas, vidros, que tem uma equipe inglesa que tem feito. Tem diferença para você criar aqui ou lá fora? >> eu preciso ter o meu ateliê. Um pintor alemão amigo meu, Franz Ackermann, adora passar temporadas em lugares variados e montar ateliês. Sou o oposto. Para criar, preciso ter o meu ambiente, saber onde estão minhas tintas. Quando fiz a gravura na Pensilvânia em 1996, foi uma aventura para mim. É claro que a partir daquela experiência descobri que podia. antes eu achava que os elementos que me interessavam e motivavam estavam todos no rio, dentro do meu ateliê. Mas consegui fazer a série de gravuras lá. Esses ambientes se relacionam de alguma forma? >> Eu descobri que gosto da natureza. Hoje poderia escolher montar um estúdio em outros lugares, mas gosto de estar perto da natureza. Na Pensilvânia o estúdio é no campo, fica a uma hora e meia de Nova York de carro, mas é campo, fazenda. Na Bretanha o estúdio que me deram também era no campo, perto de uma cidade medieval. e o rio tem essa vantagem, eu sou uma pessoa urbana para minha vida, mas para essa parte de criação eu gosto de ter acesso à natureza. Quais foram as referências da sua obra? >> inicialmente foi minha relação sempre muito forte com o >>
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CoLoR, RHYtHM AnD LifE Beatriz Milhazes beats her own records in auctions with her vibrant, colorful art, that is full of life
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eatriz Milhazes is so organized, disciplined, restless and at the same time relaxed, that she doesn’t even try to remain serious for a photo shoot: even with her lips closed, she smiles with her eyes. This exuberance is also one of the characteristics of her work. Beatriz is 52 years old, from Rio de Janeiro, an artist, painter, engraver and art teacher, with color being a strong element in her work, which is highly valued on the international market. This year, she once again beat her own record amongst living Brazilian artists, when her painting, “The Blue Elephant”, which was sold for U$ 1.463 million in a auction in London. Although she doesn’t think of herself as a gypsy, Beatriz lives a rather nomadic life, sometimes creating at her atelier in Jardim Botânico, in the South of Rio de Janeiro, sometimes at her Studio at Durham Press, in Pennsylvania, USA, where, since 1996, she has worked in partnership with the printer and editor Jean Paul Russel. The works created there over a period of ten years were donated to the Pinacoteca in São Paulo, which organizes exhibitions of the artist’s work. She was married to the architect, Chico Cunha, for ten years, the couple did not have any children, which was a decision Beatriz made. “I think that one advantage that modern women have today is the ability to make this choice, because not all women really want to be mothers, but it is as if there is an obligation that they feel they have come to this world with their bodies made for this. It is wonderful that we can choose and say no, I don’t want to be a mother”, says the artist during an interview which ended up being a wonderful chat in her atelier.
the Hemisphere >> When did you realize that you had the gift to become an artist? Beatriz Milhazes >> to tell the truth, my mother was an art history teacher and my father, although he was a lawyer, always enjoyed culture
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in general, cinema, music. my sister and i grew up with a lot of emphasis on art. Cultural activities were always part of our daily lives. But when i went to university, I didn’t think about becoming an artist. I studied journalism at university, but in the second year i discovered that it didn’t really interest me. then my mother suggested that i try studying at the escola de artes visuais do Parque Lage (Parque Lage visual arts School). i did a Summer course and discovered that this was what i really wanted to do, and since then i have had no doubts. I started to do courses there, then worked in an atelier, and the sequence was normal. Cildo Meireles said that it is difficult to join together the concept of art with the profession. How do you deal with this junction, art being your work ? >> It’s true. I think it is a challenge.Today I give classes at universities in the USa, for students who are concluding graduate courses in painting, and there it is apparent that they are trained to become artists. this doesn’t exist in Brazil. Here, the most we have is the theoretical part. Now I believe UsP has a masters course, a specialization for art in practice. In the UsA and Europe, this is normal, you learn to prepare your own portfolio, give lectures, make presentation in galleries or for a museum curator, all of the organism of art is part of the university curriculum. Do you think that you missed out on training that prepared you for the practical side of life? >> For my generation it was a lot worse, there was no training at this level. i trained at escola de artes visuais do Parque Lage, which was the best. the artists there, developed their own courses to train other artists. But everything was very informal. For example, we didn’t look at teachers and thing “I want to be like them”, like when we are at school. Everyone was tough. In practical terms it was complicated.The market was incipient.You didn’t have an objective to reach or an example. even less, rules or formulas to follow. When did this market start to open up? >> Perhaps my generation from the 1980s, was the first to have this relation with the art market, which is, I think, the beginning of a type of professionalism. There was a boom in the 1980s, but in the 1990s, this declined.we were very young, and we were invited to participate in this universe without knowing exactly what it was. I opened my first atelier in 1983, the following year, a group of dedicated artists was formed, and we held that well known exhibition, “Como vai você – Geração 80”, and in 1985 I had my first individual exhibition. It all happened very quickly. I believe that for those who knew how to deal with this, and i include myself in this group, it was positive. But without training, this possibility could be bad for your process You are a painter, engraver illustrator, teacher. How do you find yourself in each of these different art forms? >> This thing of illustrator I would like to find (laughter). No, I am not an illustrator.You can write that down, because someone posted this on internet and it spread. i have done only one illustration in my whole life. my training was all in painting, I was only a painter until 1996, when I held my first exhibition in New York, and was invited to work with engraving, and silkscreen, in this studio where I still work, in Pennsylvania, the durham Press. It was an important door that opened for my work. >>
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20 GA LLE RY i B E ATRI Z M I L H A ZE S Cenas de um ateliê: a artista cria seus trabalhos alegres em um ambiente dominado pela ordem e disciplina Scenes of an atelier: the artist creates her colorful work in an environment dominated by order and discipline.
modernismo nosso, na escola sempre me inspirei na figura da tarsila do amaral, porque ela juntou pintura e questões da forma e cor. Também sempre tive muito interesse na natureza, na exuberância, até do carnaval, e eu nunca fui carnavalesca. digo que sou uma carnavalesca conceitual, mas o desfile me motiva por causa da selvageria que eles têm, essa mistura de elementos, uma coisa bruta. É uma relação de cor muito livre. É um tipo de liberdade de criação que não está baseada em nada, a não ser desenvolver o tema da forma mais doida possível. aí vai tudo, cor, forma, elementos, decoração. eu gosto, isso me motiva. Outro artista foi o Henri Matisse (pintor francês), que vem pelo lado de “aprender pintura”. Fui aluna do Charles watson, um escocês graduado em Londres que me deu uma formação muito oposta ao contexto do rio de Janeiro. Isso fez uma diferença enorme porque ele era mais formal ao apresentar e pensar a arte, e valorizava o pensamento. Foi fundamental. e matisse entrou em que situação? Não só em como pintar, como também no interesse pela vida. Qual é a relação que você tem com essa profusão de cores que marca tão fortemente seu trabalho? >> eu acho que a cor é o centro do meu trabalho, é quando ele termina e acontece. Porém aí tem dois lados. Um é de conflito, porque para mim a cor tem que provocar algum tipo de agitação ocular, não quero nenhuma se sobrepondo à outra ou em destaque. isso cria essa intensidade que tem relação com ritmo, movimento, balanço. e a questão da vida. Por exemplo, a flor é algo que sempre usei, ela veio durante muitos anos da própria arte aplicada, a imagem da flor já trabalhada pelo homem. depois comecei a usar a flor da natureza como uma fonte, diretamente dos jardins. mas ela representa rituais, tanto de vida quanto de morte, está sempre presente, nos momentos de felicidade ou de tristeza. Essa simbologia me interessa, além da questão formal. Essa é a grande dificuldade, não interessa qualquer interesse externo à pintura, mas todos eles vão ter que virar pintura. e ela tem que contar a história dela e ter seu próprio universo para que seja bem-sucedida. Você teve um período em que parecia querer imprimir uma feminilidade a sua obra. Era intencional essa busca por laços, copas, rendas? >> eu me interesso por ornamento e gostava de vestimentas, principalmente nos anos 1990. a partir de 2000 isso foi caindo, meu trabalho foi se abstraindo cada vez mais. durante os anos 1990 houve referências mais figurativas, roupas femininas, renda, babado, laço de fita. Mesmo assim, tem uma série que até chamo de “retratos” em que você não vai ver retrato de ninguém, mas é porque tem uma relação com o corpo em que usei os babados. o barroco, a arquitetura das igrejas católicas, toda aquela indumentária barroca e até o rococó também me interessaram naquela época. E o que está interessando agora? >> Fiz uma exposição para a Fundação Beyeler de Basel Bailer, na Suíça, em 2011, sobre as quatro estações do ano. Foram quatro pinturas, um trabalho insano, são 15 metros de tela, gigantescas, e eu realmente construí essas telas todas. Foram seis meses trabalhando nisso. tinha que subir em escadas para alcançar a altura das telas. Pensam que trabalho de artista é só mental e criativo, mas também é trabalho físico. Por isso faço musculação, senão o corpo não acompanha. ali eu tive que desenvolver um tema, desenhos para cada uma das telas, coisa >>
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Alegria, alegria: o tríptico Pierrot e Colombina, de 2009 e 2010, em acrílico sobre tela, hoje faz parte da coleção do argentino Eduardo Costantini Alegria, alegria (Happiness, happiness): the Pierrot and Colombina triptych, from 2009 and 2010, in acrylic on canvas, today is part of the collection belonging to the Argentine Eduardo Costantini
How are painting and engraving related? >> engraving began in an interesting way, it used a lot of things from painting, but recently its engraving that is contributing ideas towards painting. Collage started to appear in 2003, because my technique is based on gluing. I make the images on a sheet of plastic, paint them with acrylic paint, and then glue them on the canvas. when it is dry I remove the plastic and the painted image remains. In the 1980s, I worked with cloth collage on canvas and impressions on cloth, i cut them out and glued them. then in 2003 i received an invitation from the Cultural Center for Contemporary art in Brittany, France. They organized an exhibition with my work, and offered me a studio to work in whilst waiting for the works of art to arrive. They provided me with assistants and I worked on the collages. It was my first group of paper on paper collage, the first series. Next year, you will complete 30 years of working as an artist.What are the highlights for you from these three decades of so much production? >> To tell you the truth, painting is difficult, it consumes a great deal of energy. in order to maintain an active and interesting rhythm, producing new things that are alive and continual, I need to take rests. I can’t just paint. i have had a good return from each of these other doors that opened, and the repercussions have been very good. i used to spend time doing nothing, because painting has its own time and I respect this very much. so, I think I am very lucky, because I have other ways to continue working. Do you have a discipline in your creative process or does it happen spontaneously? >> I am very disciplined. when I opened my atelier, I had my working hours, I used to say I was a banker. I established the hours I work each day. I still do this today. obviously, these hours are more rigid. Normally, i start my creative work at 13:00, and work until 18:00 or 19:00. And since I have been travelling for 19 years, my year gets split up. when I am not in Brazil, I am in the engraving studio in Pennsylvania, but the creative part is done here in rio. except for the vinyl part of the facades, glass, which an english team does. Does it make a difference for you, creating here or abroad? >> I need to have my atelier. A German painter, a friend of mine, Franz Ackermann, loves to spend time in different places and set up ateliers. I am the opposite. in order to create, i need my own ambient, and i need to know where my paints are.when I did the engraving in Pennsylvania in 1996, it was an adventure for me. obviously, from that experience, i discovered
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that i could do things differently. Before i thought that the elements that interested me and motivated me were all in rio, in my atelier. But i managed to do a series of engravings there. Are these different ambients related in any way? >> I discovered that I like Nature.Today I could choose to set up a studio in other places, but I like to be near nature. In Pennsylvania the studio is in the countryside, it is an hour and a half drive from New York, but it is in the countryside, in a farm. in Brittany, the Studio that i was given was also in the countryside, near a medieval town. and in rio, there is this advantage, i am an urban person for my life, but for the creative part, I like to have access to nature. What have been the references for your work? >> Initially, it was always my strong relationship with Brazilian modernism, at school i was always inspired by tarsila do amaral, because she joined painting with form and color. i was also very interested in nature, the exuberance, even carnival, even though i have never been a great carnival fan. i would say i am a carnival fan conceptually, the parades motivate me because of their wildness, this mixture of elements, something crude even. it is a relation of very free colors. it is a type of liberty of creation that is not based on anything other than developing a theme in the most crazy way possible.Then anything is possible, color, form, elements, decoration. I like this, it motivates me. Another artist was Henri Matisse (a French painter), for the “learning to paint”. I was a student of Charles watson, a scotsman who graduated in London, he provided me with training that was very different from the context in rio de Janeiro.this made a great difference because he was more formal when presenting and thinking about art, and valued thought. It was fundamental. and matisse affected me in what way? Not just as a painter, but also through an interest in life. What relationship do you have with this profusion of colors that so strongly marks your work? >> I think that color is the center of my work, it is when it ends and happens. However, there are two sides to it. One is of conflict, because for me color has to provoke some type of visual agitation, I don´t want any color overlapping another or standing out.this creates the intensity that is related to rhythm, movement and balance. and the question of life. For example, i have always used flowers, they have been used for years in applied art, the image of the flower worked by man. Then I started to use flowers from nature as a source, directly from gardens. But flowers represent rituals, both >>
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que eu nunca faço, geralmente não trabalho com temas ou rascunhos. Agora a própria arte abstrata está sendo meu ponto de observação, ou temas da própria pintura. Quais são as próximas exposições já agendadas? >> abri em 13 de setembro uma exposição no malba, em Buenos aires. tive recentemente uma sequência de exposições de museus, em 2008, a Pinacoteca do estado de São Paulo; em 2009, a Fundação Cartier, em Paris; em 2011 a Beyeler; e agora, 2012, em fevereiro, a mesma mostra da Fundação Beyeler, viajou para Berlim e depois para Lisboa. ano que vem faço rio de Janeiro no Paço imperial e em 2014 começamos uma retrospectiva que vai começar nos estados Unidos. Como lida com o resultado em leilões, em que em um bate recorde e outro não acontece? >> A primeira vez foi um milhão de dólares com “O Mágico”, ano passado com o “Moderno”, esse ano foi com “Elefante Azul”, que deu quase U$ 1,5 milhão. em leilão é difícil entender o que acontece. e chegar lá, é a primeira vez que isso acontece de artistas brasileiros vivos. Obviamente imagino que outros chegarão lá. É importante e faz parte do sistema top da arte internacional. E já tem muitos da minha geração que atingem esses preços. aí de repente tem um que não vende. Faz parte e é meio uma rotina. Hoje em dia aprendi a lidar com isso. Você não teve filhos, casou, separou, e agora vive viajando. Leva uma vida de cigana? >> Não, não é de cigana, não (risos). a minha vida pessoal é bem normalzinha, bem organizadinha. Mas com certeza ficou em segundo plano. A questão de filho não foi exatamente por razão profissional, porque sempre que eu pensava nisso, ficava aquela coisa, ai, será que eu quero mesmo ter? eu adoro criança, tenho um sobrinho que eu amo,
adoro ser tia, mas não sei se vim ao mundo para ser mãe. adoro que as crianças tenham uma comunicação excelente com meu trabalho, isso me dá o maior prazer. Mas todas as vezes que pensei em ser mãe, a resposta foi não. acho que a grande vantagem que a mulher contemporânea tem é de poder optar, porque nem todas querem ser mães, mas parece que existe uma obrigação de ter vindo ao mundo com o corpo feito para isso. Que bom poder optar e poder dizer não, eu não quero. E a questão de levar uma vida meio nômade? >> eu gosto de viajar, de participar do meu mundo fora. Como artista plástica, poderia só enviar as obras, não precisaria estar lá. Mas eu gostei, no início de tudo quis entender Nova York e a Europa, ir e ficar longos períodos. Investi nisso e sou feliz de ter esses mundos, de ter uma vida que se divide entre aqui e lá fora. Apesar de amar o Brasil, o rio, ele já não me preenche totalmente. Então, que bom poder ter esses mundos que são complementares. E companheiro, não sente falta? >> Não estou casada agora, mas acho que posso casar de novo, não descarto a possibilidade. acho bom ter uma pessoa com quem dividir o dia a dia, com certeza é uma coisa boa. Mas durante um período, do jeito que a minha vida era, seria mais uma coisa para administrar. Não é fácil ter alguém que te acompanhe, principalmente quando é a mulher que está do lado de cá e não o homem, essa era a grande complicação. É muito mais fácil achar mulheres acompanhando homens que tenham esse tipo de vida, de mudanças profissionais, do que um homem que venha acompanhar uma mulher com esse tipo de vida. mas sou otimista, acho que vale a pena investir nisso. Ainda vai investir ou já tem alguém investindo? >> (a resposta se resumiu a risos) s
As quatro estações: Gamboa Seasons, que está na coleção de Alessander Allard, de Paris, de 2010, é dividida em Summer Love, Spring Love, Autunm Love e Winter Love The Four Seasons: Gamboa Seasons, which was in the 2010, Alessander Allard collection, in Paris, and divided between Summer Love, Spring Love, Autumn Love and Winter Love
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life and death, they are always present, during moments of happiness and sadness. this symbology interests me, besides the formal question. this is the great difficulty, any external interest in the painting is not important, but all of them will have to become paintings. and it has to tell its own story and have its own universe to become successful. There was a period when it seemed like you wanted to imprint your work with femininity.This search for ties, tree tops, lace, was it intentional? >> I am interested in ornaments and I used to like garments. But from the year 2000 onwards, this dropped off, and my work became increasingly abstract. during the 1990s there were more figurative references, feminine clothes, lace, ruffles, lace ties. Even so, there is a series that I call “Portraits”, where you won’t find portraits of anyone, but it is because there is a relation with the body where I used the ruffles. Baroque, the architecture of catholic churches, that Baroque costumes, outfits and even the rococo baroque interested me at the time. And what do you find interesting now? >> I held an exhibition for Fundação Beyeler de Basel Bailer, in switzerland, in 2011, based on the four seasons of the year. it consisted of four paintings, it was crazy, the paintings were 15 meters high, gigantic, and I created these paintings, which took six months of work. I had to climb ladders to reach the top of the paintings. Most people think that artistic work is mental and creative, but it is also physical.That´s why I do exercises, if not, my body can’t keep up.There I had to develop a theme, drawings for each of the paintings, which is something that I never do, in general, I don’t work with themes or drafts. Now abstract art is my point of observation, or themes from paintings. What are the next exhibitions that you have planned? >> on September 13, i opened an exhibition in malba, in Buenos aires. recently, i had a sequence of museum exhibitions, in 2008, at the Pinacoteca in the State of São Paulo; in 2009, the Cartier Foundation, in Paris; in 2011 the Beyeler; and now, in 2012, in February, the same exhibition at the Beyeler Foundation, travelled to Berlin and then to Lisbon. Next year, i will go to rio de Janeiro at the Paço imperial and in 2014 we will start a retrospective that will begin in the United States. How do you deal with the results of auctions, where one piece of art beats a record and for another this doesn’t happen? >> The first time it was a million dollars with “O Mágico” (The wizard), last year with it was with “moderno” (modern), and this year with “elefante Azul” (Blue Elephant), which was sold for almost U$ 1.5 million. It is difficult to understand what happens at auctions. It was the first time this had happened for a living Brazilian artist. Obviously, I imagine that others will
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get there. it is important and is part of the top system for international art. and there are a lot from my generation that reach these prices. and then suddenly, there is one that doesn’t sell.This happens, it is like a routine.Today, i have learnt to deal with this. You didn’t have any children, you married, then divorced, and now you spend a lot of time travelling. Is it a bit of a gypsy life? >> No, it is not a gypsy life (laughter). my personal life is very normal, well organized. But for sure, it is not top priority. The question of children was not exactly for professional reasons, because whenever i thought about this, there was always a doubt, do i really want to have children? i adore children, I have a nephew that I love, I adore being an aunt, but I don’t know if i was born to be a mother. I love the fact that children have an excellent communication with my work, this gives me a great deal of pleasure. But every time I thought about being a mother, the answer was no. >> I think that the big advantage women have today, is that they can decide whether or not become mothers, because not everyone wants to be a mother, but it seems as if there is an obligation that we have come to earth with our bodies made for this. it is wonderful that we can choose and can say no, i don’t want to be a mother. And what about the question of living a rather nomadic life? >> i enjoy travelling, and being involved in my life abroad. as an artist, i could just send my paintings, I don’t need to be there. But I liked to travel, at the beginning, I really wanted to understand New York and Europe, to travel and stay for long periods. i invested in this and i am happy to have these worlds, to have a life that is divided between here and abroad. although i love Brazil, rio, it does not fully satisfy me. so, it’s good that I can have these worlds that are complementary. And do you miss not having a partner? >> i am not married, but i believe i could marry again, i haven’t rejected the idea. I think it is good to have someone involved in your daily life, for sure it is a good thing. But for a while, the way my life was, it would have been another thing to organize. It is not easy to find someone willing to accompany you, mainly when it is the woman who works abroad and not the man, this was complicated. It is a lot easier to find women accompanying men who have this type of life, Professional changes, than a man who accompanies a woman with this type of lifestyle. But I am optimistic, I think it is worth investing in this. Will you still invest in this or do you have someone who is investing? >> (the answer was laugher) s
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Mais p e rto dos clientes Sotheby’s abre escritório em São Paulo e aponta franca expansão no mercado de arte nacional Por roSaNE aubiN fotoS carol ghErardi
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resente no Brasil há algumas décadas, por meio de representações, a casa de leilões Sotheby’s abriu seu primeiro escritório no Brasil em 2011. O motivo de a empresa ter tomado a decisão estratégica de expandir sua presença no país é promissor: a participação de brasileiros no mercado de arte internacional, seja vendendo ou comprando obras, é cada vez maior.“Colecionadores brasileiros têm um relevância crescente nos leilões da Sotheby’s, demonstrando grande disposição na disputa contra seus pares estrangeiros, com aquisições em patamares expressivos dentro dos diferentes segmentos, como artes plásticas e decorativas, vinho, joias e relógios”, conta Katia Mindlin Leite Barbosa, presidente da Sotheby’s Brasil. A instalação do escritório em São Paulo possibilita um atendimento exclusivo e personalizado aos clientes e colecionadores, cujo número vem crescendo e deverá aumentar mais ainda. “Temos como meta desmistificar a Sotheby’s, convidando mais brasileiros a conhecer de perto as atividades da companhia”, diz Katia. Nomeada presidente em 2011, ela atuou como consultora da empresa por mais de 20 anos antes disso e é uma importante especialista em artes no país. Atua no conselho de instituições de renome como o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, Fundação Eva Klabin e Associação dos Amigos do Paço Imperial. Formada em arquitetura, ela vem de uma família ligada às artes e à literatura, e mesmo nos momentos de lazer é uma curiosa observadora da cultura: publicou em 2010, em parceria com Dalal Achcar, o livro Istambul – Uma cidade fascinante (Editora Addresses), exercitando seu hobby de escrever. Katia e a diretora Iris Kaufmann, uma israelense que adotou o Brasil depois de formar-se em psicologia e obter mestrado em história e mercado de arte nos Estados Unidos, são as profissionais à frente do escritório paulistano. Iris, assim como a presidente, tem um longo currículo nas artes. Atuou na Fundação Bienal em várias funções, incluindo a de assistente curatorial, e dirigiu a divisão de artes da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), além de prestar assessoria a clientes privados e instituições em todo o mundo. O papel das especialistas é o de orientar e ajudar clientes que querem comprar ou vender dentro das inúmeras categorias negociadas pela Sotheby’s, como obras de arte, joias ou vinhos. O atendimento inclui todas as etapas do processo, desde a avaliação até o transporte e a resolução de trâmites de exportação. “Também prestamos assessoria a quem deseja disputar obras em leilões e quer formar ou ampliar suas coleções de arte ou objetos, indicando oportunidades e tendências de mercado com o respaldo de nosso corpo de especialistas internacional. O mesmo se aplica à formação de adegas”, detalha Katia. A Sotheby’s, que foi fundada em 1744 em Londres e desde então atua de forma ininterrupta e cada vez mais abrangente geograficamente, com escritórios nas principais cidades do mundo, tem um profundo conhecimento do mercado. Ela acredita que o perfil do brasileiro é bastante variado. “Há colecionadores de longa trajetória que focam mais no período modernista e até anterior, como o da arte topográfica produzida pelos artistas viajantes europeus e aqueles cujo ponto de partida foi a arte contemporânea. Esses dois perfis não são estanques e ocorre o que chamamos de cross-over, um diálogo interessante entre essas vertentes que alcança também outras categorias, como objetos e móveis de design, joias e vinhos. Em relação ao olhar desses colecionadores sobre a produção estrangeira, há interesse histórico sobre os impressionistas e modernistas como Pierre-Auguste Renoir, Fernand Léger e Marc Chagall. Lucio Fontana e Alexander Calder são outros nomes que me vêm à mente. Aliás, Calder é um artista que teve uma passagem importante pelo Brasil e com o qual tenho uma certa intimidade, pois foi meu pai, o arquiteto Henrique Mindlin, que organizou suas duas vindas e exposições no país. Na arte contemporânea, nomes como Donald Judd, Anish Kapoor e também latinos como Jesús-Rafael Soto e Carlos Cruz-Diez suscitam interesse”, afirma a presidente. E, como nem tudo é leilão para a Sotheby’s, a casa também acumula uma boa expertise em festas: seus eventos nas principais capitais do mundo e do Brasil, reunido amigos e clientes, costumam ser muito concorridos. S
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orientação especializada: Iris Kaufmann e Katia Mindlin Leite-Barbosa comandam o escritório e assessoram os clientes Specialized guidance: Iris Kaufmann and Katia Mindlin Leite-Barbosa head the office and advise clients
cloSEr to thE cliENtS Sotheby’s opens office in São Paulo and highlights a boom in the art market in brazil
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otheby’s has been present in Brazil for decade through representatives, but in 2011 the auction house opened its first office in the country. The reason for the company’s heavy investment in Brazil is promising: the growing number of Brazilians buying and selling works in the international art market.“Brazilian collectors have become more and more relevant at Sotheby’s auctions; they proved to have great willingness in bidding, spending significant amounts within various segments, such as fine arts, wine, jewelry and watches”, says Katia Mindlin Leite Barbosa, president Sotheby’s Brazil. The opening of the office in São Paulo allows Sotheby’s to provide an exclusive and tailored service to the rapidly growing number of clients and collectors.“Our aim to demystify Sotheby’s, inviting more and more Brazilians to get to know what the company does”, says Katia. Appointed president in 2011, she had worked as a Sotheby’s consultant for more than 20 years and is a leading art expert in Brazil. She serves on the Board of renowned institutions, such as “Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro” (Rio de Janeiro Art Modern Museum), Fundação Eva Klabin and Associação dos Amigos do Paço Imperial. Katia, who holds a degree in architecture, was born into a family steeped in arts and literature, and even in her free time she is a curious observer of culture: in 2010, the book she wrote in partnership with Dalal Achcar, entitled “Istambul - Uma Cidade Fascinante” (Istambul - A Fascinating City) was published by Addresses Publisher. Katia and Sotheby’s director, Iris Kaufmann, a Israeli who became a Brazilian resident after graduating in psychology, and getting a masters degree in history and art market in the United States, are in charge of the office in São Paulo. Iris, as well as Katia, has a extensive curriculum in arts. She has worked for the Biennial Foundation in different positions - including curatorial assistant, directed the arts division of ApexBrasil (Brazilian Trade and Investment Promotion
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Agency), and provided consultancy to institutions and private clients all over the world. The role of the experts is to guide and help clients who want to buy or sell within the wide range of items traded by Sotheby’s, such as works of art, jewelry or wines. Their comprehensive service covers all stages of the process, from evaluation to transport and export paperwork. “We also provide assistance to those who are willing to bid at auctions and want to start or expand their collections of art or other objects, by pointing out opportunities and market trends, based on our team of international experts.“The same applies to wine cellars”, explains Katia. Sotheby’s was founded in London in 1744 and since then it has been continuously operating and expanding. Today the auction house has offices in the most important cities in the world, and a profound knowledge of the market. She believes the Brazilian market to be quite varied. “There are collectors who focus more on the modernism period and even on earlier periods, such as that of topographic art, produced by European traveler artists; and there are collector whose starting point was contemporary art. These two profiles are not sealed up and there is what we call cross-over, an interesting dialogue between them, and this dialogue reaches other categories, such as design furniture and objects, jewelry and wine. Regarding these collectors’ view on foreign production, there is a historical interest on impressionist and modernist painters, like Pierre-Auguste Renoir, Fernand Léger and Marc Chagall. Lucio Fontana and Alexander Calder are other names that come to mind. By the way, Calder’s visits to Brazil were of great importance, and he is an artist who I know quite well, as it was my father who planned his two visits and exhibitions in the country. When it comes to contemporary art, likes of Donald Judd, Anish Kapoor and also Latin artists, such as Jesús-Rafael Soto and Carlos Cruz-Diez, arouse interest”, says the president. And not everything is around auctions for Sotheby’s, it also has quite an expertise in parties: its events, which take place in the main capitals in Brazil and around the world, gathering friends and clients, are usually widely-attended. S
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O p O e ta d a s f O r m a s
Museu Soumaya
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photo: carol gherardi
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f Fernando Romero queria lidar com palavras e virou um dos maiores arquitetos da atualidade POR ROSAnE Aubin
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ernando Romero queria ser poeta. Aos 18 anos, trabalhava numa livraria, lia, escrevia poesias e ao mesmo tempo ficava fascinado ao folhear livros com as obras de alguns dos maiores arquitetos. O fascínio foi aumentando, levou-o ao curso de arquitetura da Universidade Iberoamericana, na Cidade do México, a trabalhar com o célebre Rem Koolhaas no OMA e a voltar ao México em 2000, onde criou o Laboratory of Architecture (LAR) depois renomeado Fernando Romero EnterprisE (FREE). Recentemente, ele projetou um dos edifícios mais impressionantes da atualidade, o Museu Soumaya. Criado para abrigar a rica coleção de arte de seu sogro, o homem mais rico do mundo, Carlos Slim, o projeto inspira admiração em todos que o visitam.“É a construção que mais me impressionou nos últimos tempos”, afirma Beto Cosenza, curador do BoomSP Design, que trouxe o mexicano ao Brasil este ano. Hospedado no Hotel Fasano, nos Jardins, em São Paulo, Romero concedeu uma entrevista a TheHemisphere antes de ir com outros convidados do evento conhecer projetos de urbanização de favelas em São Paulo. O arquiteto falou de arte, de seus projetos atuais e defendeu a sustentabilidade. Com dois escritórios, um na Cidade do México e outro em Nova York, ele atualmente assina trabalhos em várias partes do mundo. Ganhador de vários prêmios, Romero é professor convidado na Universidade Columbia e membro do American Institute of Architects (AIA). Publicou vários livros sobre suas ideias para a arquitetura, que consistem basicamente em provocar emoção e surpresa, buscar a harmonia entre o humano e o tecnológico e promover o bem-estar no entorno. Foi o que aconteceu com o Museu Soumaya: o prédio virou rapidamente um ícone da cidade e provocou grande impacto na vida social e nas atividades comerciais da área. O mundo talvez tenha perdido um artífice das palavras, mas ganhou um mestre de outra poesia, a visual.
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theHemisphere >> a sua obra tem uma preocupação com o social, o meio ambiente, a inovação e a tecnologia, mas também tem um forte viés artístico. Qual é a sua relação com as artes visuais? Fernando Romero >> esses aspectos que você mencionou são muito importantes. a tecnologia e o cuidado com o meio ambiente fazem com que todos nós, arquitetos, sejamos levados a criar edifícios sustentáveis e responsáveis com o entorno. a arte visual, apesar de ser muito diferente da arquitetura, sempre proporcionou uma grande troca de conhecimento. Os arquitetos encontram uma fonte de inspiração nessa liberdade que os artistas têm. mas a arte não precisa resolver um problema particular, como a arquitetura. ela tem muito mais liberdade, não precisa responder a um contexto ou a um momento histórico. tenho sempre um diálogo muito aberto com artistas, o que me inspira a fazer uma arquitetura o mais criativa possível. estive muito interessado na arte da última década, e em algum momento decidi distanciar-me, porque ela é influenciada por um mercado especulativo, e há realmente apenas uma minoria que me emociona e me faz sentir alguma coisa. Isso sempre aconteceu, há uma maioria de arte comercial e uma minoria de extraordinária. e a arte extraordinária tem o poder de criar uma emoção, transmitir uma ideia de uma maneira original, com a qual as pessoas podem conectar-se a uma leitura especial através dos olhos de um artista. esse trabalho sempre servirá de inspiração. Quais artistas provocam essa reação em você? >> são os que chegam a um alto nível de inteligência, excelência, consistência intelectual, gente como doug aitken ou Olafur eliasson, que realiza um trabalho no qual sempre encontro grande prazer.tenho uma boa amizade com pedro reyes e admiro sua obra. rodin também é uma grande influência, por romper com as ideias de perfeição e também porque o museu soumaya tem uma importante coleção de sua obra. Quando cheguei a paris, o museu rodin era um espaço ao qual dediquei muitas horas para aprender a desenhar, porque meus professores diziam que aprender a desenhar é aprender a ver. esse momento foi muito importante para a minha carreira. Como você escolhe novos projetos? Procura algo que provoque sua imaginação? >> a arquitetura tem de traduzir de uma maneira particular cada contexto, de acordo com o cliente. estamos fazendo um livro sobre esse diálogo. Os clientes têm uma participação fundamental no projeto, porque já trazem implícita uma informação histórica, restrições particulares, uma visão econômica, uma forma de resolver os problemas e uma ideia particular de como cada contexto se constrói de uma maneira tão distinta. Num primeiro momento, trato de saber exatamente o que precisamos fazer. a arquitetura também é um negócio imobiliário, e é importante para o estúdio encontrar um projeto que nos permita usar a arquitetura para gerar emoção, surpresa, sensibilidade e contato com a arte. projetar museus nos interessa muito, porque a arquitetura pode ser levada a certos limites quando vincula-se de uma forma mais estreita com a arte. Nos últimos anos, procuro ter uma diversidade de programas. Um edifício para o governo, construído em pouco tempo, tem uma condução muito distinta daquela que temos quando trabalhamos para um cliente privado que quer deixar um legado arquitetônico. Cada um tem um processo, uma linguagem, que nos leva, a cada projeto, a uma nova busca. >>
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THE POET OF SHAPES Fernando Romero wanted to deal with words and became one of the greatest architects of the present days
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ernando Romero wanted to be a poet. At the age of 18, he worked in a bookshop, he used to read and write poetry and at the same time he was fascinated by the works of great architects, as he browsed through architecture books. He grew more and more fascinated and decided to study architecture at Iberoamericana University, in Mexico City. He worked with the renowned architect Rem Koolhaas at OMA and, in 2000, he went back to Mexico, where he created the Laboratory of Architecture (LAR), which was later named Fernando Romero EnterprisE (FREE). He has recently designed of the most impressive buildings, the Soumaya Museum. The awe-inspiring project was created to host the rich art collection that belongs to his father in-law, the richest man in the world, Carlos Slim.“It is the building that impressed me the most in recent times”, says Beto Cosenza, curator of BoomSP Design, responsible for bringing the Mexican architect to Brazil this year. Romero, who is staying at Fasano Hotel, in Jardins, gave an interview to TheHemisphere before joining the other guests of the event in a field to trip to get acquainted with urbanization projects for slums in São Paulo. He talked about art, about his current projects and about the importance of sustainability. He has currently two offices, one in Mexico City and the other one in New York, but you can find his works in various parts of the world. Romero, who has won several awards, is a visiting professor at Columbia University and member of the American Institute of Architects (AIA). He is the author of many books on architectural ideas, which consist basically of stimulating emotion and surprise, seeking balance between human and technologic aspects and promoting well being. That is what happened to Soumaya Museum: the building became an icon of the city and caused great impact on social life and business activities in the area. The world may have faced the loss of a craftsman of words, but was given the master of another kind of poetry, the visual one.
THE HEMiSPHERE >> Your work is concerned about the environment, innovation, technology and society, but is under a strong artistic influence. What’s your connection with visual arts? Fernando Romero >> these aspects you mentioned are of great importance.together, technology and the care for the environment help us, architects, create sustainable buildings. although visual art is very different from architecture, it has always provided great exchange of knowledge. artists’ freedom is a source of inspiration to architects. But art itself doesn’t need to solve a particular problem, as architecture does. art has a lot more freedom, it doesn’t need to respond to a context or a historic moment. I have always had a very open dialogue with artists, which inspires me, so that I can be as creative as possible as an architect. I was really interested in the art of the last decade, but at some point I decided not to be so involved, because it is influenced by a speculative market, and just a small part of it could really touch me and make me feel something. this has always happened, most of the art is commercial and some of it is extraordinary. and extraordinary >>
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“teNhO sempre Um dIálOgO mUItO aBertO COm artIstas, O QUe me INspIra a fazer Uma arQUItetUra O maIs CrIatIva pOssível” “I always have a very OpeN dIalOgUe wIth artIsts, whICh INspIres me tO prOdUCe arChIteCtUre that Is as CreatIve as pOssIBle”
Jobsphere
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na criação dos projetos, surgem temas como os favos de abelha, que inspiraram o Soumaya... >> No caso da colmeia, é uma forma que mostra a força do trabalho em grupo, uma forma que a natureza encontrou para resolver geometrias complexas, e que funciona muito bem para a curvatura dupla. a criação funciona de maneira orgânica e a cada momento encontramos soluções que vão definindo o projeto. Informações de como construir num lugar particular, ambições do cliente, características do terreno, definições do programa, tudo isso vai delineando o projeto. A gênese é como um concerto musical, que reúne as informações que foram sendo colhidas. Como foi a experiência de ser curador da Bienal Latino-americana de arquitetura de Pequim? >> Um amigo chinês me convidou e decidimos escolher basicamente escritórios novos que, em nossa opinião, estavam fazendo um trabalho relevante, com responsabilidade social. Com muitas dessas firmas tínhamos relações havia algum tempo, crescemos juntos, e foi muito interessante esse diálogo.também foi bom descobrir que a China e o méxico têm processos construtivos parecidos, especialmente nas zonas rurais. agora, voltando ao seu trabalho, quais projetos você destacaria? >> pensando um pouco na sua revista, o museu é relevante para o mundo da arte. Brasil e méxico talvez sejam os países da américa latina com mais coleções privadas e capazes de possibilitar que mais gente tenha acesso a essas obras. Iniciativas como o soumaya, que tem uma coleção universal, consolidam novos pontos turísticos nas cidades. No méxico, estamos trabalhando com edifícios públicos, como o Centro de Convenções los Cabos, na Baixa Califórnia, que incentiva o turismo de convenções na região. É um edifício de estrutura muito racional, com placas para captar a energia do sol e um muro verde que reduz gastos com energia. serviu para a reunião do g20 e agora dá uma infraestrutura turística para los Cabos. atualmente, estamos fazendo outro museu em austin, dedicado à arte mexicana, e a torre Chile, um edifício vertical e sustentável em que terraços foram usados para prevenir acidentes com abalos sísmicos. No méxico, estamos criando >>
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Formas arrojadas: Tea Bridge, projetado para um parque na China; omnisphere, no méxico; e o museu Panamá, no Panamá
photo: iwan
Baan
Bold shapes: Tea Bridge, designed for a park in China; Omnisphere, in Mexico, and the Panama Museum in Panama
art has the power to create emotion, convey ideias in an unique way, so that people can connect through the eyes of the artist. this kind of work will always serve as inspiration. Who are the artists who cause this effect on you? >> those who reach a high level of intelligence, excellence, intellectual consistency, people like doug aitken or Olafur eliasson, whose works are source of great pleasure. Pedro Reyes is a good friend of mine, and I admire his work. Rodin is also a strong influence, for breaking with the idea of perfection and also because the Soumaya Museum hosts a important collection of his work. When I first came to Paris, I used to spend many hours learning how to draw in the rodin museum, because my teachers always said that learning to draw is learning to live.that was a very important moment for my career. How do you choose new projects? do you seek something that triggers your imagination? >> architecture has to translate each context in a unique way, according to the client. we are working on a book about this dialogue. Clients have a key role in the project, for they bear implicit historical information, specific restrictions, their own view on the economy, their own way to solve problems and their own ideas on how each context is built in such different ways. At first, I make sure we know exactly what we have to do. Architecture is also a real estate business and finding a project that allows us to use architecture to arouse emotion, surprise, sensitivity and promote this contact with art is very important for the studio. designing museums is very interesting to us, for architecture may be taken to certain limits so as to be bound up in art. In the last few years, I´ve tried to be involved with a variety of projects. Building something within a short period of time demands a whole different approach than when we work for a private client, who wants to leave an architectural legacy. they have different processes and languages, which have us searching for different things at every project. during the creation process, some themes com up, such as the honeycombs idea, which inspired the Soumaya... >> when it comes to the hive, the idea is to show how powerful team work is, a way that nature has found to solve complex geometry >>
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um prédio com estrutura circular, porque não seria a forma mais usual de construir. acreditamos que a eficiência pode ser uma consequência da inovação. Como é o processo de construir edifícios tão inovadores? A mão de obra tem dificuldade de lidar com novas formas? >> para fazer um bom negócio é preciso estar aberto. aplicar materiais de vanguarda, usar diferentes disciplinas para resolver diferentes problemas e buscar a máxima eficiência com o menor custo. Sempre encontramos parceiros capazes de criar soluções para novos problemas, o segredo é contar com a experiência internacional. o que você pretende quando concebe um projeto? >> eu tive a certeza de que queria ser arquiteto porque entrei em uma série de edifícios que me causaram grande impacto e emoção, me fizeram descobrir o valor do desenho e do espaço. sinto que são experiências de surpresa e de prazer, sinto grande prazer em entrar num edifício bem feito.talvez isso tenha sido para mim uma busca inconsciente de criar espaços em que a proporção, a organização e a privacidade funcionem, e façam com que as pessoas se sintam bem. a privacidade é muito importante, este é um bom exemplo, estamos num espaço aberto, mas isolado do movimento do lobby (um recanto na recepção do hotel fasano). arquitetos brasileiros trabalham bem esse tema. e materiais. S
Soluções tecnológicas: a Torre Chile tem estrutura que previne estragos de abalos sísmicos, com terraços verdes Technological solutions: the structure of the Chile Tower prevents damage from earthquakes, and has green terraces
http://fr-ee.org
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Engenhosidade sustentável: o Centro de Convenções Los Cabos (esquerda) usa o verde para economizar energia; e o museu de arte Contemporânea de Tulum, no méxico, é feito para resistir aos furacões, comuns na área
and that works very well for the double curve. the creative process functions in an organic way, and at every stage we find solutions that end up defining the project. Information on how to build what the client desires, in a particular place, based on the features of the land, within the program settings; all these aspects together are responsible for outlining the project. the genesis is like a musical concert, which gathers collected information. How can you describe the experience of being curator of the Latin-american section of the architectural Biennial Beijing? >> I was invited by a Chinese friend of mine and we decided to choose basically new offices, which, in our opinion, had been producing committed and relevant work. we had been in contact with many of these companies for a while, we had grown together, and this dialogue was very interesting. It was also very positive to find out that China and Mexico have similar construction processes, especially in rural areas. now, back to your work, which projects would you highlight? >> thinking of your magazine, museums are relevant to the world of art. Brazil and mexico may be the two countries with the biggest number of private collections and that may enable the biggest number of people to have access to these works. Initiatives such as the soumaya, which hosts a global collection, represent new tourist attractions in the cities. In mexico we have been working on public buildings, such as los Cabos Convention Center, in Baja California, which fosters tourism related to the conventions.the structure of the building is very rational, it has solar panels to capture solar energy and a green wall that reduces energy costs. It hosted the g20 meeting and, now, it provides a tourism infrastructure to los Cabos.we are currently building another museum in austin, dedicated to mexican art; and the Chile tower, a vertical and sustainable building where terraces are used to prevent accidents in case of earthquakes. In mexico we are designing a building with a circular structure, because it wouldn’t be the usual way of building. We believe that efficiency may be a result of innovation. What is the process of building such innovative buildings like? Does the workforce have trouble when dealing with innovation? >> In order to make a good deal it is important to be open-minded, to use cutting-edge materials, to use different techniques for solving different problems and to seek maximum efficiency at the lowest cost. We always find partners who are able to create solutions to our problems, the secret is relying on international experience. What is your aim when you design a project? >> I was sure I wanted to be an architect because I walked into a number of buildings which touched me, caused me a great deal of impact and made me find out the importance of design and space. These experiences are filled with surprise and pleasure, I feel great pleasure when I walk into a well designed building. this may have worked for me as an unconscious quest to create spaces in which proportion, organization and privacy work well together, and in which people feel good. privacy is very important, and right here right now we have a good example of it, we are in an open space, but isolated from the hustle and bustle from the lobby (we are in an alcove in the reception lobby of fasano hotel) Brazilian architects are good at working this issue. and at using materials. S http://fr-ee.org
Sustainable ingenuity: the Los Cabos Convention Centre (left) uses vegetation to save energy, and the Museum of Contemporary Art in Tulum, Mexico, is made to withstand hurricanes, common in this area
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Aconchego e praticidade: a decoração mistura peças de designers como Philippe starck e charles e Ray eames em ambiente que privilegia a interação entre os convidados Practical and comfortable: the decoration mixes pieces by designers such as Philippe Starck and Charles and Ray Eames in environments that privilege interaction between guests
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A c AsA é s uA Alta gastronomia feita em casa com convivialidade é tendência POR ALLine CURy
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xiste uma quase secreta nouvelle vague acontecendo na gastronomia mundial. Prova disso são os restaurantes caseiros que vêm pipocando nas principais capitais do mundo. Seja em Paris, Londres ou Nova York, a tendência gourmet em ascensão é abrir a própria casa para receber apreciadores da boa mesa em jantares dignos de Guia Michelin. Por trás das panelas, amantes da gastronomia, cozinheiros de final de semana ou chefs de cozinha profissionais diplomados, como o casal de brasileiros Celia Miranda e Gustavo Mattos que comanda o melhor resto secreto de Paris, o Chez Nous Chez Vous. Formados pela tradicional e conceituada escola de cozinha francesa Le Cordon Bleu, antes de investir no sonho do voo solo, o duo passou por restaurantes renomados, como os dois estrelas Michelin Apicius, do chefe Jean-Pierre Vigato, e La Maison Blanche, comandado pelos irmãos Jacques e Laurent Pourcel. “Foi muito importante para o nosso aprendizado como cozinheiros. Aprendemos organização, disciplina, higiene e também o respeito pelos produtos com os quais trabalhamos. Apenas num grande restaurante descobrimos se realmente temos vocação para a profissão, pois temos de lidar com o estresse e a pressão típicos de boas cozinhas”, relembra Celia, que também trabalhou como assistente dos principais chefs na escola Le Cordon Bleu durante um ano. Após meses vivendo a loucura de restaurantes estrelados, Celia e Gustavo decidiram instalar-se de vez na capital francesa, compraram um charmoso apartamento no 15º arrondissement e quando terminaram a reforma deram-se conta de que tinham uma cozinha superequipada, digna de um verdadeiro restaurante. Foi aí que nasceu, meio por acaso, a ideia do Chez Nous Chez Vous. “Não sei se tínhamos noção de como o projeto cresceria. Mas as pessoas procuram cada vez mais reunir a boa cozinha com um ambiente diferente dos restaurantes. Algo que lembre o aconchego
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Da estação: o menu surpresa sempre traz ingredientes sofisticados e sazonais Seasonal: the surprise menu always brings sophisticated and seasonal ingredients
da própria casa, porém num país diferente com bons produtos locais”, diz o casal, que conta com um décor descolado formado por peças de designers como Philippe Starck, Arne Jacobsen e o duo Charles e Ray Eames. “Acreditamos que os verdadeiros gourmets apreciadores da alta gastronomia preferem a convivialidade à formalidade”, completam. Outro ponto decisivo para investir no projeto de alta gastronomia fait maison foi a carga horária exaustiva dos grandes restaurantes franceses. “Acreditamos que um chef de cozinha deve estar antenado com o mundo. E, trabalhando de 12 a 16 horas numa cozinha de um grande restaurante, não há tempo para viagens de descobertas e encontros com outros chefs, em outros países, para conversar e trocar ideias”, explica Gustavo. Hoje, com quatro anos de estrada, o conceito “home away from home” do Chez Nous Chez Vous pode ser considerado um case de sucesso. Além de ter conquistado uma clientela fiel aos jantares privados com menus surpresa, produtos requintados e sempre sazonais, o restaurante (quase) secreto foi eleito pelo Guia Michelin um dos lugares mais interessantes de Paris, enaltecido pelo jornal Le Figaro e indicado pelo The New York Times. Ainda assim, o casal preserva a humildade e afirma ainda aprender com a experiência de cada jantar. “Aprendemos a respeitar o nosso tempo de aprendizado, mas principalmente as estações do ano, seus produtos e a ter os pés no chão para saber que sempre poderemos cometer erros e que devemos estar a procura de uma maior evolução. A cozinha é muito complexa e sempre haverá novidades para ver, provar e entender”, explica Celia. Para participar da experiência gastronômica multissensorial o casal pede que os almoços ou jantares privés − que comportam de duas a dez pessoas − sejam reservados com pelo menos sete dias de antecedência, pois sem menu fixo, nem estoque, o casal desenvolve cada refeição de maneira artesanal, para que seja uma experiência única e inesquecível. S
O cAsAl desenvOlve cAdA refeiçãO de mAneirA ArtesAnAl, pArA que sejA umA experiênciA únicA e inesquecível the cOuple prepAre eAch meAl individuAlly, sO thAt eAch experience is unique And unfOrgetAble
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MAke yOURSeLF At hOMe homemade haute cuisine with conviviality is a trend There is a kind of secret nouvelle vague happening in the world’s cuisine: closeddoor restaurants have been booming in the main capitals around the world. Whether it is in Paris, London or New York, the new gourmet trend is opening your own home to welcome food lovers and offer them meals that are worthy of the Michelin Guide. Behind the scenes, or the pans, are cuisine lovers: weekend cooks or professional chefs, such as the Brazilian couple Celia Miranda and Gustavo Mattos, in charge of the best hidden restaurant in Paris, Chez Nous Chez Vous. Before investing in the dream of having their own business, the couple, who graduated from the traditional and renowned French Culinary Arts School Le Cordon Bleu, have worked on prestigious restaurants, such as the two Michelin-star Apicius, whose chef is Jean-Pierre Vigato, and La Maison Blanche, run by the Pourcel brothers, Jacques and Laurent. “What he learned there was of great importance to us as chefs: discipline, hygiene, and also the respect for the ingredients we work with. Only by working in a big restaurant can we find out if that is really our vocation, because he have to deal with stress and pressure that are typical of good restaurant kitchens”, recalls Celia, who has also worked as assistant of the major chefs in Le Cordon Bleu School during one year. After several months working in the busiest starred restaurants, Celia and Gustavo decided to really settle in the French Capital. They bought a charming apartment in the 15th arrondissement and when they finished renovating the place, they noticed their kitchen was really well equipped, worthy of a real restaurant. That is how the idea for Chez Nous Chez Vous came up. “I am not sure if we had any idea of how the project would develop. But the search for good cuisine in an non-restaurant atmosphere is increasing. Something that resembles the coziness of their own home, but in a different country with good local ingredients”, they say. Their apartment has a cool décor, with pieces by designers like Philippe Starck, Arne Jacobsen, and the duo Charles and Ray Eames.”We believe that true >>
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Pés no chão: Gustavo Mattos e célia Miranda fazem da complexidade da cozinha um desafio para estar sempre aprendendo e experimentando Feet on the floor: Gustavo Mattos and Célia Miranda turn the complexity of the kitchen into a challenge so that they are always learning and experimenting
lovers of Haute Cuisine prefer conviviality to formality”, they add. Another point that made them invest in the fait maison haute cuisine was the exhausting working hours of the main French restaurants. “We reckon that a chef must be into what’s happening in the world. And working from 12 to 16 hours a day inside the kitchen of a big restaurant, doesn’t allow time for discovery trips and meetings with other chefs, in other countries, to chat and exchange ideas”, explains Gustavo. Today, after four years, the “home away from home” concept of Chez Nous Chez Vous can be considered a success case. The (almost) secret restaurant, which serves surprise menu dinners, with exquisite and seasonal ingredients, has not only gained loyal customers, but was also elected by Michelin Guide one of the most interesting places in Paris, praised by Le Figaro and recommended by The New York Times. Still, the couple remain humble and say that they learn with the experience of each dinner. “We have learned to respect our own time when it comes to learning, but mostly to respect the seasons and the seasonal produce. We have also learned to keep our feet on the ground, knowing that we can always make mistakes and we should always work towards getting better and better. Cuisine is a very complex thing, and there will always be new things to be seen, tried and understood”, explains Celia. If you are willing to take part in the multisensory experience - lunch or dinner from two to ten people - the couple request booking with at least seven days in advance, as they don’t have a fix menu or stock; every meal is prepared so as to make this experience unique and unforgettable. S chez nous chez vous: 116 bis Rue saint charles, Paris 15. www.cheznouschezvous.com.br/
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M a i s p i c a n t e e c o l o r i da restauranteur mexicano ensina receitas para turbinar a alegre tequila por rosane aubin FoTos iara VenanZi
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O mexicano marca tudo com tequila. Em todos os momentos importantes, ela está lá, faz parte da nossa identidade.” Essa frase, de Hugo Delgado, dá uma pista da importância desse destilado para a cultura mexicana. Ex-executivo do Procter & Gamble, o restauranteur mexicano vive em São Paulo e é sócio do restaurante Obá, um espaço colorido e alegre que se orgulha de ter a maior carta de tequilas 100% agave do Brasil. “São as mais caras, porque a planta de que são feitas, o agave, demora entre oito e dez anos para maturar”, explica Hugo. A tequila, que em espanhol é um substantivo masculino − ou seja, o correto é dizer “o” tequila −, tem Denominação de Origem Controlada e precisa ter no mínimo 51% de agave em sua formulação. A planta lembra o pé de abacaxi e só se desenvolve em terras vulcânicas e clima árido. Hugo preparou quatro drinques com tequila, desde a tradicional Margarita, tida como a bebida mais consumida e conhecida no mundo, até uma versão caliente do Bloody Mary, a Maria Sangrienta, com vários tipos de pimenta. A carta de drinques do Obá traz vários outros possíveis preparos com base na tequila, que também pode ser ingerida da maneira mais divertida e tradicional, começando por colocar uma generosa pitada de sal entre os dedos polegar e indicador. Depois, é só lamber o sal, beber de uma só vez uma dose da bebida e finalizar com um limão degustado direto da casca. Sem esquecer, claro, de celebrar com alegria a vida como os legítimos mexicanos. s
spicier and more colorFul mexican restaurateur recipes to boost the joyful tequila
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When there is an important moment in a Mexican’s life, there it is: tequila. It is part of our identity.” By saying that, Hugo Delgado gives us a hint of how important this distilled drink is to Mexican culture. Former executive of Procter&Gamble, the Mexican restaurateur now lives in São Paulo and is a partner-owner of a restaurant named Obá, a colorful and cheerful place that is proud of having the most comprehensive list of the 100% agave tequilas in Brazil. “They are the most expensive ones because agave, the plant tequila is made of, takes from eight to ten years to ripen”, explains Hugo. The name tequila is a Controlled Origin Denomination and the drink must have at least 51% of agave in its formulation. The agave resembles the pineapple plant and grows in volcanic soils and arid climate. Hugo used tequila to prepare four different drinks, ranging from the traditional Margarita - regarded as the most consumed and well known beverage in the world - to a “caliente” version of Bloody Mary, with many kinds of pepper. Obá’s drink menu offers lots of other combinations with tequila, which can also be consumed in the most traditional and fun way, by adding a generous pinch of salt between the thumb and forefinger and then licking the salt and drinking the whole shot of tequila at once. At last, you must suck some lime juice straight from the peel. Don’t forget, of course, to celebrate life with joy, as a legitimate Mexican. s
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M a rGa ri ta de M el a nc i a
1 dose de tequila 1800 Blanco 1/2 dose de Triple Sec 1/2 xícara de pedaços de melancia pitadas de sal e pimenta chilli ou vermelha em pó preparo Misturar sal e pimenta chilli ou vermelha em pó e espalhar sobre a borda umedecida por suco de limão de uma taça para Martini. Macere a melancia como se fosse para caipirinha. Coloque a melancia macerada com os outros ingredientes em uma coqueteleira com bastante gelo e mexa para gelar. Sirva numa taça de Martini sem o gelo. Com uma colher, coloque alguns pedacinhos da melancia no drinque. WATERMELON MARGARITA 1 shot of tequila Blanco 1800 1/2 shot of Triple Sec 1/2 cup of watermelon chunks pinches of salt and powered pepper (red or chilli)
Directions Mix the salt and the pepper and spread over the rim of a Martini glass, moistened by lime juice. Macerate the watermelon, as if you were making “caipirinha”. Mix the macerated watermelon with the other ingredients in a cocktail shaker with plenty of ice and stir well, to cool. Serve it, without the ice, in the martini glass. Use a spoon to add some pieces of watermelon to the drink.
Mar Gar i ta t r adi ci o n al Ís siMa 1 (50ml) dose de tequila Jose Cuervo tradicional 1/2 dose de Cointreau 1/3 dose de suco de limão preparo Colocar limão e sal na borda de um copo old fashion. Colocar os ingredientes em uma coqueteleira com bastante gelo e mexer para esfriar. Servir no copo old fashion “on the rocks” (com gelo).
sUper traditional MarGarita
1 shot of tequila “Jose Cuervo Tradicional” (50 ml) 25 ml of Cointreau 15 ml of lime juice direcTions: Put lime juice and salt on the rim of an “old fashion” glass. Place the ingredients in a cocktail shaker with plenty of ice and stir to cool. Serve it with ice (on the rocks) in the “old fashion” glass.
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Mar ia sa nGrienta
1 copo longo com chilli com sal na borda e cheio de gelo 1 dose de tequila 1800 Silver 1 dose de suco de tomate 1/3 dose de suco de limão 2/3 dose de suco de laranja 3 gotinhas de tabasco (ou ao gosto) 3 gotinhas de molho inglês sal e pimenta-do-reino ao gosto preparo Misturar todos os ingredientes e completar, se necessário, com mais suco de tomate. Ajustar o tempero ao gosto.
BLooDY M A rY (MAr iA sAnG rien tA)
long glass filled with ice and with chilli and salt on the rim 1 shot of tequila 1800 Silver Same dose of tomato juice 1/3 of the dose of lime juice 2/3 of the dose of orange juice 3 drops of Tabasco sauce (or to taste) 3 drops of Worcestershire sauce salt and black pepper to taste Directions Mix all the ingredients and, if necessary, add more tomato juice. Adjust the seasoning to taste.
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Mart i n i t eQUi l a p l at i no 1 dose e 1/2 de tequila Herradura blanco gelado no freezer 1 pimenta dedo-de-moça adocicada em geleia 1 porção de geleia de pimenta dedo-de-moca (veja abaixo como fazer) preparo Com uma pinça, pegue uma pimenta inteira e passe na borda e no interior de uma taça de Martini, cobrindo as superfícies com a geleia. Deixe a pimenta dentro do copo e sirva o Herradura blanco congelado. GELEIA DE DEDO-DE-MOÇA
250 ml de água 1 xícara de açúcar de confeiteiro 1 colher (chá) de sal 10 pimentas dedo-de-moça, lavadas, inteiras. >> Coloque a água e o açúcar numa panela de ferro, deixe ferver uns minutos para reduzir o líquido e quando começar a pegar consistência coloque as pimentas e cozinhe mais entre oito e 10 minutos. Não deixe a geleia ficar muito espessa.
Martini teQUila platino
1 1/2 shot of Herradura blanco tequila (put it in the freezer before using it so it is really cold) 1 red chilli pepper (in Brazil known as “dedo de moça”) sweetened in jam 1 serving of dedo-de-moça jelly (see below how to make it) Directions: Using tweezers, grab a whole pepper and pass it on the rim and inside of a martini glass, covering the surfaces with the jelly. Leave the pepper inside the glass and pour the cold Herradura. “DEDO-DE-MOÇA” JELLY
250 ml of water 1 cup of confectioners’ sugar 1 teaspoon of salt 10 whole washed “dedo-de-moça” peppers. >> In an iron pot, simmer the water and sugar together for a few minutes to reduce the liquid and when it gets thicker add the peppers and cook for eight to 10 minutes. Do not let the jelly get too thick. www.obarestaurante.com.br
Hugo Delgado
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49 PENSE EM UM CARRO EUROPEU TOP DE LINHA, COM TODOS OS ÍTENS DE CONFORTO E SOFISTICAÇÃO DE FÁBRICA, E COM DESIGN PREMIADO E RECONHECIDO.
AGORA TIRE DUAS RODAS.
A Dinamarca é reconhecida mundialmente como terra de grandes designers, famosos pela sua inovação, sofisticação e atenção aos detalhes. E a Velorbis se orgulha em trazer para o Brasil esta tradição, incorporada em suas bicicletas e acessórios, em produtos icônicos, que respiram estilo e conforto.
Projetadas para o uso urbano, o desenho ergonômico dos modelos clássicos Velorbis proporciona uma pedalada mais do que confortável e elegante. A posição sentada e ereta do ciclista permite uma sinergia perfeita e muito segura com o trânsito da cidade porque proporciona uma visibilidade incomparável do que acontece ao redor. Os paralamas, as aletas laterais traseiras contra poeira e os protetores de corrente possibilitam ao ciclista dispensar o uso de roupas ou calçados especiais durante os seus percursos curtos e médios do cotidiano. Ou seja, toda a praticidade da cultura de ciclismo urbano de Copenhagen, a cidade das bicicletas, estão embarcadas When design matters. em uma Velorbis e agora disponível para as cidades do Brasil.
As bicicletas são produzidas com o mais alto nível de qualidade e feitas para resistir facilmente ao severo clima escandinavo, onde a umidade e o frio da neve, e o sal marinho no ar são uma constante. Os quadros clássicos Velorbis são feitos à mão, tem garantia de fábrica de 25 anos e são equipados com componentes do mais alto padrão europeu de qualidade, de marcas e fabricantes renomados.
Assim definimos os produtos da marca Velorbis em três palavras, design, qualidade e praticidade. Ou em apenas uma: insuperável.
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Suave é a arte de receber cuidados com os hóspedes fazem do las Ventanas uma experiência única e inesquecível por nina Franco Fotos nina Franco e rosewood hotels & resorts
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uito já se falou sobre o Las Ventanas Al Paraiso: que sua piscina é uma das mais bonitas do mundo, é dos hotéis mais copiados e tem um serviço impecável. Mas é preciso conhecê-lo pessoalmente para ver que a diferença do Las Ventanas, sem medo de parecer piegas, está no carinho e na autenticidade. O Las Ventanas Al Paraíso, do grupo Rosewood, está instalado em San José del Cabo, no México, e foi projetado desde o início tendo a sensualidade e o amor como tema, por isso todo o projeto arquitetônico do hotel tem formas arredondadas. Das escadas às piscinas, tudo é suave, como as curvas de uma mulher. Quando recebemos o convite para conhecer o hotel, sabíamos que teríamos pela frente uma semana de muitos mimos, mas mesmo com toda a expectativa ele consegue nos surpreender. Já no aeroporto fomos recepcionadas por toalhinhas frescas e perfumadas, conhecidas como “frescuras”, saquinho com doces típicos mexicanos, água fresca e uma coronita (cerveja típica Mexicana) Gelada. Mas os mimos não param por aí. Coquetel de boas-vindas, sorvete na beira da piscina, um camareiro “mordomo” à disposição para ajudar cada hóspede e funcionários atenciosos que surpreendem, com um sorriso no rosto, na hora em que você precisa. Você começa o dia e resolve se sentar à beira da piscina: um baldinho com água gelada e sprays de Evian para refrescar o rosto logo aparecem ao seu lado. Acordou um pouquinho resfriada, um funcionário simpático e sorridente estende uma caixa de lencinhos de papel. Seus óculos estão embaçados, em minutos um funcionário aparece para limpá-los. E se, ao final do dia, começar a ventar e você sentir frio, um atendende logo estenderá um xale. >>
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Formas sinuosas: o projeto arquitetônico do hotel é inspirado nas curvas de uma mulher Sinuous forms: the architectural design of the hotel is inspired by female curves
para celeBrar o aMor Como os casais são a maioria por lá, o hotel se especializou no tema, e criou uma gerência de romances para proporcionar as mais inesquecíveis experiências para os casais apaixonados. O hotel já possui uma série de pacotes montados, mas se você quiser algo customizado, é só contar sua ideia para uma noite de sonhos, uma celebração ou uma proposta de casamento e a equipe se desdobra para realizá-la. Entre os pacotes já oferecidos pelo hotel, vale destacar o Sleeping With The Stars, no qual a equipe transforma o terraço da suíte em quarto, com colchão, travesseiros para uma noite romântica observando o luar e o Men in White: o chef do hotel ensina o hóspede a fazer uma receita especial e surpresa para o seu par. Depois o aprendiz de cozinheiro repete a receita a sós com a sua amada em uma cozinha no meio do jardim. Além disso, ainda tem jantar à beira-mar ou harmonizado dentro da cave, passeios de barco ou o que a sua imaginação desejar Mariajosé Rodriguez, diretora de Romance, conta como sua equipe se desdobra para tornar todos os sonhos possíveis. Eles providenciam trilha sonora customizada para momentos especiais, caminhos de flores e pedidos de casamento escritos na areia, enquanto os hóspedes chegam ao hotel sobrevoando o local. Maria José lembra a história de um hóspede que queria surpreender a mulher durante um passeio de caiaque, um de seus esportes preferidos. Pedido feito, desejo realizado: o casal saiu para um passeio de caiaque, e o hotel mandou outra embarcação com três mariachis para surpreendê-los.
15 anos de las Ventanas Para celebrar seu aniversário de 15 anos, a propriedade lança uma série de serviços para agradar ainda mais seus hóspedes. O spa foi reformulado no final de 2011, com novas suítes para atender os casais e tratamentos inspirados nos curandeiros da Baixa Califórnia. A cozinha lançou um menu, em abril de 2012, resgatando ingredientes e técnicas da cozinha mexicana tradicional. E a mais recente novidade são as três novas Luxury Beach Cabanas, piscinas e Jacuzzis privativas com vista para o mar, mordomo particular, bebidas de boas-vindas, iPads e iPods, protetor solar e águas Evian. As cabanas podem ser reservadas para um dia inteiro, meio dia, uma noite ou >> para uma sessão de cinema.
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53 sMooth is the oF reception the care towards its guests makes las Ventanas a single and unforgettable experience. A lot has already been said about the Las Ventanas Al Paraiso, that its pool is one of the most beautiful in the world, it is one of the most copied hotels worldwide and holds an impeccable service. However, it takes knowing it in person to see the difference in Las Ventanas, not afraid of sounding corny, lies in its care and authenticity. Las Ventanas Al Paraíso, from Rosewood group, is placed in San José del Cabo in Mexico, and it has been design under the thematic of love and sensuality from moment one, this is true behind the rounded shapes in the architecture project of the hotel. From the stairs to the pools, everything is as smooth as a woman´s curves. When we received the invitation to know the hotel, we knew a week full of spoils lay ahead of us, even with all the expectation it can surprise us though. Right from the airport we were received with fresh and scented towels, known as “spoils”, handbags with typical Mexican candies, fresh water and a cold “coronita” (typical Mexican beer)… And yet the spoils don´t cease: a welcome cocktail, ice-cream by the poolside, a “butler” dresser on standby to assist each guest and a surprisingly thoughtful staff carrying a smile on their face whenever you need them. You start your day and decide to seat by the pool, soon a small bucket filled with iced water and face refreshers Evian sprays pops up next to you. You´ve woken up with a little cold, a nice and smiling staff member offers a box of tissues. Your eyeglasses are foggy, in a matter of minutes a staff member comes around to clean them up. And if, by the end of the day it gets windy and you feel cold, a staff member will soon bring you a shawl. For celeBratinG loVe As couples stand for the majority around there, the hotel has become an expert on the theme, and has put together a romance management, so the in loved couples could enjoy the most unforgettable experiences. The hotel already counts on a series of pre-set packages, but if you want something customized all you got to do is share your idea for a night of dreams, a celebration or a wedding proposal, and the staff will move heavens and earth to make it come true. It is worth highlighting Sleeping With The Stars package among all others, in which the staff turns the suit´s balcony into a room, with the mattress and pillows for a romantic >> o amor está no ar: o jardim de ervas, a cava e a praia, ambientes perfeitos para uma comemoração romântica Love is in the air: the herb garden, the cava and beach, perfect environments for a romantic celebration
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luxo com autenticidade: a piscina privativa e o quarto das suítes villa e, abaixo, as novas luxury Beach Cabanas que podem ser reservadas para uma sessão de cinema Luxury with authenticity: a private pool and the room from the Villa suites and, below, the new “luxury Beach Cabanas”, which can be reserved for a movie showing
night watching the moonlight and the Men in White, in which the hotel chef teaches the guest how to make his/her beloved a special and surprise recipe. Afterwards, the cook´s apprentice performs the recipe once again to his/her beloved in a kitchen in the middle of the garden. Moreover, there is still dinner by the sea or harmonized into the cave, boat rides or what your imagination calls for. Mariajosé Rodriguez, head of Romance, tells how her staff does whatever it takes to make all dreams come true. They set custom soundtrack for special moments, flower trails, and wedding proposals written on the sand while the guests are flying over the hotel for their arrival. Maria José remembers from the story of a guest who wanted to surprise the woman during a kayak ride, one of her favorite sports. He wished and it came true: the couple left for a kayak ride and the hotel sent another boat with three mariachis to surprise them. 15 YeaRs OF las VenTanas For celebrating its 15 years anniversary, the facility releases a series of new services to please its guests even more. The spa has been remodeled in the late 2011, with new suits to attend the couples and treatments based on Baja California´s healers. The kitchen has launched a new menu in April 2012, bringing up traditional Mexican cuisine´s ingredients and techniques. And the latest news is the three new “Luxury Beach Cabanas”, private pools and Jacuzzis with sea sight, private butler, welcome drinks, iPads and iPods, sunblock and Evian water. The cottages can be booked for a whole day, half a day, a night or for a movie section.
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Os BasTidORes A filosofia do grupo Rosewood é atender o sonho dos dono, dos hóspedes e dos funcionários. Isso explica um pouco do segredo do Las Ventanas: como ter um serviço tão atencioso e ao mesmo tempo manter a privacidade dos hóspedes, entre eles muitas estrelas de Hollywood e casais apaixonados?
>> São 350 funcionários para atender 71 suítes, mais de quatro por unidade. >> Todo o deslocamento dos funcionários é feito por túneis, escondidos abaixo do hotel.
>> A área externa é repintada constantemente e a areia, da praia e do belo
detalhes que fazem a diferença: mesa posta para uma refeição especial, os últimos lançamentos editoriais e protetor solar na beira da piscina, um dos sorridentes funcionários limpando os óculos de um hóspede e cuidados até para os cãezinhos Details that make a difference: the table set for a special meal, the latest editorial releases and sunscreen at the poolside, one of the smiling staff cleaning a guest’s glasses and even care available for puppies
jardim de cactus, tem seu desenho refeito todos os dias.
>> As vagas para trabalhar no Las Ventanas são disputadíssimas e o processo seletivo demorado e criterioso.
>> Funcionários motivados e com anos de casa. Os familiares são convidados a deixar mensagens e desenhos nos corredores dos túneis.
>> Um banco de dados preciso reúne informações sobre os hóspedes. Você
vai apreciar muito sua primeira visita ao Las Ventanas, mas só vai compreender realmente a experiência numa segunda visita. Seu drinque preferido, horários, autor predileto, tudo é anotado para que o hotel possa mimá-lo, ou “apapacharlo”, como eles mesmos dizem por lá, em uma próxima visita. s
tHe BaCKstaGe The Rosewood group philosophy is answering the dreams of the owner, guests and staff. This explains a little of Las Ventana´s secret: how to hold such a thoughtful service and at the same time keep the guests privacy, among them many Hollywood stars and in loved couples?
>> It´s 350 staff members to attend 71 suits, over four per unity. >> All staff movements take place through tunnels hidden under the hotel. >> The external area is repainted constantly and the sand from both, the beach and the beautiful cactus garden, have their drawing redone every day.
>> The openings to work in Las Ventanas are extremely fought over and the selection process long-lasting and thorough.
>> Motivated and long date back staff. The family members are invited to leave messages and drawings on the tunnels hallways.
>> An accurate database gathers information about the guests. You will enjoy greatly your first visit to Las Ventanas, although the real understanding of the experience only comes around the second visit. Your favorite drink, schedule, favorite author, everything is written down so the hotel can spoil you, or “apapacharlo”, as it´s said around there in your next visit. s
a revista viajou a convite do las ventanas al paraíso e da aeromexico Mais informações: www.lasventanas.com e www.aeromexico.com
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Um laboratório no paraíso ilha DeDon, nas Filipinas, serve de inspiração e local de testes para novas criações da marca alemã por rosane aubin Fotos DeDon
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Harmonia natural: as construções são feitas com matéria prima local e projetadas para propiciar aos visitantes conforto e aconchego Natural harmony: the constructions are made from local raw materials and projected to provide comfort and warmth to visitors
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m 1990, Bobby Dekeyser recuperava-se, em Munique, na Alemanha, de um grave ferimento no rosto. Ele era goleiro do FC Bayern, um dos mais importantes times do mundo e descobriu lá mesmo, no leito do hospital, que havia sido demitido. E o pior: ficou sabendo por uma reportagem no jornal. Aos 26 anos, e já com uma promissora carreira, ele chegou a receber convites para atuar em outras equipes, mas sua sede de aventuras e mudanças foi mais forte. Com a mesma empolgação com que largou a escola aos 15 anos para virar jogador de futebol, ele decidiu ali mesmo, durante a convalescência, fundar uma empresa de mobiliário em que pudesse criar ambientes que lembrassem um lar − durante a infância ele sempre sentiu falta disso, já que sua família se mudava o tempo todo. Depois de alguns percalços e de quase ir à falência, o ex-goleiro, que gostava de viver ao ar livre e cultivava jardins com sua mulher, Ann-Kathrin, sentiu falta de móveis para áreas externas mais duráveis, confortáveis e elegantes. Primeiro passo: com seu tio, Seppi Hummer, um engenheiro especialista em plásticos, Bobby criou uma fibra sintética capaz de suportar as mais baixas ou altas temperaturas − segundo ele, o produto, batizado dedon, aguenta de -30 graus centígrados a mais 70. E, ainda por cima, é à prova d’água, cloro e água salgada e resistente a raios ultravioletas. Não se expande com o calor nem se contrai com o frio e suporta mais de 230 quilos por centímetro quadrado. Sempre ambicioso, no bom sentido, Bobby convidou designers premiadíssimos para desenhar os móveis com a nova fibra. No time constam Philippe Starck, Jean-Marie Massaud e Frank Lighthart, com os quais a marca conquistou alguns dos maiores prêmios, como o Red Dot Design Awards e o iF Design Awards. Cada peça é exclusiva, feita à mão do começo ao fim por um único artesão na ilha de Cebu, nas Filipinas, onde o empresário instalou sua fábrica para poder aproveitar as habilidades e a criatividade manual tradicional da região. Neste ano, Bobby colocou em cena outro projeto ambicioso, a Ilha DEDON. Cercada por um paraíso de águas cristalinas e colônias de coral multicoloridas e abrigo de matas tropicais, a ilha, também nas Filipinas, é um verdadeiro laboratório ao ar livre para testes e criações da marca. Tudo nesse resort é inovador e arrojado: ninguém usa dinheiro, já que o pagamento da taxa dá direito ao hóspede de fazer ou consumir o que quiser, e toda a matéria-prima das construções é local. “É uma jornada de volta à natureza. O verdadeiro luxo hoje é medido por aquilo que você pode deixar de lado, como seus sapatos ou telefone celular, por exemplo”, diz Bobby, na entrevista a seguir. theHemisphere >> Como surgiu a ideia de criar um resort numa ilha? bobby Dekeyser >> tudo começou por causa de uma ilha nas Filipinas. Durante dez anos, toda a turma de executivos da Dedon passava os fins de semana em Siargao, já que a fábrica de Cebu é muito próxima. Sempre que sentíamos a necessidade de esvaziar a cabeça e renovar as energias, embarcávamos num avião que nos levava ao nosso >>
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61 a lab in paraDise DeDon island, in the philippines, works as inspiration and test ground for the German brand latest creations
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In 1990, Bobby Dekeyser was recovering from a serious face injury in Munich, Germany. He was FC Bayern´s goalkeeper, one of the most important teams worldwide and learned, right there on the hospital bed, he was fired. And the worst of all: he got to know it through a newspaper headline. By the age of 26, and already with a promising career, he even received invitation to play for other teams but hunger for adventure and changes spoke louder. Carrying the same excitement within as when he dropped out of school by the age of 15 to become a footballer, he decided right there during the convalescence to found a furniture company in which environments reminding a home could be created – during his childhood he has always missed that as his family moved all the time. After a few bumps and almost bankrupt, the ex-goalkeeper who enjoyed living outside and grew gardens with his wife, Ann-Kathrin, missed longer lasting, comfortable and elegant outdoor furniture. First step: alongside with his uncle, Seppi Hummer, an engineering expert on plastics, Bobby developed a synthetic fiber able to take the lowest and highest temperatures – according to him, the product named dedon takes from -22ºF up to over 158ºF. Moreover, it is water, chloride and salty waterproof, resistant to UV rays as well. It neither expands with heat nor contracts with cold and takes over 507 pounds per square centimeter. Always ambitious, in the good sense of the word, Bobby invited worldwide awarded designers to draw the furniture with the new fiber. The team counts on Philippe Starck, Jean-Marie Massaud and Frank Lighthart, with who the brand has received some of the most important awards, as the Red Dot Design Awards and the iF Design Awards. Each piece is unique, handmade from head to toe by a single craftsman in Cebu island in the Philippines, where the executive has placed his plant so he could use the hand skills and creativity traditional to the area. This year, Bobby has put in motion another ambitious project, the DEDON Island. Surrounded by a paradise of crystal clear water, multicolor reef colonies and tropical green shelters, the island is a real open air lab for the brand´s tests and developments, also placed in the Philippines. All about this resort is groundbreaking and bold: no one uses money, as the payment of the fee gives the guest the right to do or consume whatever he/she wants, and all the raw material from the constructions is local. “It is a comeback journey to the wild. The true lux nowadays is measured by that you can leave behind, as your shoes and cell phone for instance,” says Bobby, in the following interview.
contato com a natureza: vistas de tirar o fôlego surpreendem os hóspedes em cada ambiente Contact with nature: Breathtaking views surprise guests in each environment
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Durabilidade e inovação: designers conceituados criam móveis com a fibra dedon, capaz de resistir a baixas e altas temperaturas e resistente à água salgada e ao cloro Durability and innovation: famous designers create furniture using Dedon fiber, capable of withstanding low and high temperatures and resistant to salt water and chlorine
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pequeno paraíso. Aproveitamos muito a ilha, de pés no chão, vivendo ótimos momentos de convivência uns com os outros, livres como crianças. Dois anos atrás, a oportunidade apareceu, quando meu amigo e antigo dono do resort quis vender o lugar. Não consegui resistir e decidi tornar realidade um sonho de vida. a ilha DEDon é mais que um hotel numa ilha e não pode ser comparada a outros resorts no sudeste da Ásia. É um novo tipo de experiência, que chamamos de luxo pés no chão. As memórias que ficam após uma estada não são sobre os últimos lançamentos de modelos de TVs ou sobre uma torneira de ouro, e sim sobre experiências e momentos inspiradores. É uma jornada de volta à natureza. O que você possui não é a única coisa que importa. O verdadeiro luxo hoje é medido por aquilo que você pode deixar de lado, como seus sapatos ou telefone celular, por exemplo. É uma viagem que propicia aproveitar o tempo.Tempo para estar na natureza, com você mesmo, para uma verdadeira experiência. Sempre perguntamos aos nossos convidados: “Qual foi a última vez que você experimentou algo pela primeira vez?” É por isso que oferecemos tantas excursões e passeios: queremos que vivenciem uma fascinante experiência na natureza e vejam algo que nunca viram antes. Por que vocês escolheram os designers Jean-Marie Massaud e Daniel Pouzet para o projeto? Como eles colaboraram para criar a atmosfera que você queria? >> Jean-Marie e Daniel são amigos de longa data e já criaram várias coleções para a DEDON. Com seus espíritos livres e amor pela natureza, eles foram os parceiros perfeitos para o projeto. Nosso desejo é fazer a Ilha DEDON o mais sustentável possível, com o mínimo de objetos trazidos de fora. Pedimos que eles evitassem alterar o meio ambiente e criassem de acordo com a cultura local. Queríamos um resort integrado ao ambiente e com emissão zero de carbono. Os dois gostaram da ideia e decidiram aproveitar o que já existia em vez de viajar nas novas tendências de mobiliário. A matéria-prima das construções é toda local, com lindas madeiras como a yakal e as folhas de coqueiros nos telhados. Como a ilha e seu conceito podem influenciar o design de mobiliário na DEDON? >> Não podemos afirmar que vai influenciar de uma maneira geral, mas com certeza terá uma grande repercussão no nosso design em particular. A ilha não é só o nosso resort no paraíso, mas também um laboratório ao ar livre onde nos inspiramos e testamos novas ideias. É um lugar onde nós e os designers podemos realizar nossas mais excitantes e radicais ideias, experimentá-las, viver com elas e, quando forem aprovadas, levá-las ao mercado. A nova coleção de Daniel Pouzet para a DEDON é uma das primeiras a surgir a partir da ilha. Inspirado em seu trabalho nas vilas do resort, muito espaçosas e com pé-direito altíssimo, ele sentiu a necessidade de não colocar muitos móveis sobre o piso e quis deixar tudo suspenso a partir do teto. Foi assim que surgiu o Swingrest. Quais são os seus planos para os próximos anos? >> Em longo prazo, eu gostaria muito de abrir novos resorts, talvez chalés numa montanha... Afinal de contas, nem só de praias é feita a natureza. s Para CONhECEr Mais: www.dedontravel.com www.dedon.de Flagship store em são Paulo: www.collectania.com.br, na alameda Gabriel Monteiro da silva, 1.480, tel. (11) 3085-2229
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luxo pé no chão: ambientes despojados convidam a deixar de lado sapatos e telefones celulares Luxury at your feet: uncluttered environments invite you to leave behind shoes and cell phones
theHemisphere >> When did you have the idea of the island? Why? bobby Dekeyser >> It all started with an island on the Philippines. For ten years, the management board of DEDON spent our weekends on Siargao as DEDON’s factory in Cebu is very close by. Whenever we needed to clear our heads, get new energy, we boarded a small plane that brought us to our very own paradise. We had enjoyed our time on the island, barefoot, experiencing beautiful hours with each other, as carefree as children.Two years ago, the opportunity arose, that my friend and owner of the previous resort, was willing to sell the place to me. I couldn’t resist making a lifelong dream come true and so I did it! DEDON Island is more than just a hotel on an island and is therefore not comparable to other resorts in South-East Asia. DEDON Island is a new kind of travel experience – what we call barefoot luxury. After all, the memories that stay with you after a fabulous holiday is mostly not about the latest flat screen TV or a golden tap but rather about experiences and inspiration. It’s a journey back to Nature. Belongings and possessions are not the only things that matter. Real luxury is measured by what you can get rid of.Your shoes, or your mobile phone, for instance.The next currency of travel is time. Time to be with nature. Time for yourself. Time for true experience. We always ask our guests: When was the last time that you experienced something for the first time? This mindset is the reason why we offer our guests so many excursions and outings: We want them to experience mind-blowing Nature; we would like them to see something new they have never seen before. Why didYou choose designers Jean-Marie Massaud and Daniel Pouzet for the project? how do You think they have collaborated to create the atmosphere You wanted? >> Jean-Marie and Daniel are long-standing friends and have designed many collections for DEDON already. With their free spirits and their honor to Nature, both seemed to be the perfect partners for the project. Our wish was to make DEDON Island as sustainable as possible:We wanted to bring in as less foreign objects as possible.We asked Jean-Marie and Daniel to touch as less as possible and to create everything consistent with the local culture. We wanted our properties to be integrated seamlessly with the surroundings and don’t leave carbon foot print. Both designers loved the idea and therefore, we didn’t fly in the latest trends of furniture but rather worked with what already existed.The building materials are all local and sustainable, from beautiful woods such as yakal to the woven coconut leaf roofing, called nipa. How do You think the island and It’s concept will influence the furniture design of Dedon? >> We can’t say this for design in general but most certainly for DEDON designs.
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DEDON Island is not only our paradise resort, but also an outdoor living lab where we get inspired and test new ideas. It’s a place for DEDON and our designers to realize their most exciting and dramatic visions, to experience them, to live with them and, once they have proven themselves, to bring them to the market. Daniel Pouzet’s latest collection for DEDON is one of the first products to emerge from DEDON island resort. He recalls of his time on the island, that while working on the spacious, high-ceilinged new villas, he felt the necessity of having almost nothing on the floor, of suspending everything from the ceiling. Out of Daniel’s initial vision, the Swingrest was born. What are your plans for the next years? >> In the long run, I would love to open more DEDON resorts; maybe a mountain chalet? After all, living outdoor is not all about beaches. s
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O brilhO da estrela A história da Mercedes-Benz mantém acesa a chama de seus fundadores, dois alemães que não se conheceram mas que tinham em comum a busca pela inovação Por renAtA turBiAni
É
impossível contar a história do automóvel sem esbarrar no nome Mercedes-Benz. Hoje sinônimo de elegância e tecnologia, a marca foi pioneira desde o seu surgimento e no próximo Carnaval será até tema do sambaenredo da escola Rosas de Ouro. Karl Benz, um dos responsáveis pela criação do que é hoje a montadora, foi quem patenteou, em 1886, o primeiro carro equipado com motor a gasolina. O modelo foi batizado de Benz Patent Motorwaguen. “A história da montadora se mistura com a invenção do automóvel”, diz Mário Laffitte, diretor de Comunicação Corporativa e porta-voz da empresa no Brasil. “A Mercedes-Benz teve dois pioneiros, Karl Benz e Gottlieb Daimler. Benz teve a engenhosidade e a iniciativa de patentear o primeiro automóvel de que se tem registro, e Daimler foi um pesquisador incansável que dedicou a vida a estudar o funcionamento dos propulsores”, afirma o executivo. O curioso é que, apesar de terem criado um império, os dois nunca se conheceram. Ambos nasceram na Alemanha, mas viviam em cidades diferentes. Benz, que faleceu em 1929, era de Mannheim, e Daimler, morto em 1900, morou em Reutlingen e em Cannstatt, entre outros locais. Cada um deles se interessou pelo mundo dos motores e das rodas à sua maneira. Em 1862, Gottlieb Daimler, após uma temporada na França, onde adquiriu experiência prática na construção de máquinas, trabalhou como desenhista e, um ano depois, se tornou inspetor de oficina da Fábrica de Máquinas Bruderhauses, em Reutlingen. Seu negócio próprio surgiu em 1890, quando ele, junto com dois sócios, formou a Daimler-Motor-Gesellschaft (DMG). Karl Benz, ao lado de um amigo mecânico, fundou sua primeira empresa em 1871. Anos mais tarde, com o apoio financeiro de investidores, criou a Benz & Co. Rheinische Gasmotoren-Fabrik. “Foi aí que um outro personagem de fundamental importância surgiu: Emil Jellinek. Ele era um banqueiro e investidor muito influente na época, e também um apaixonado por carros e corridas. Por conta disso, começou a comprar, e mais tarde a vender, os veículos produzidos pela DMG. Só que ele fazia exigências, queria modelos específicos, e após uma grande encomenda, em 1900, decidiu que os seus carros se chamariam Mercedes, que era o nome de sua filha. Como ele era um ótimo cliente, a empresa acatou seu pedido”, conta Laffitte.
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1909
1916
1909
1926
1933
1989
a origem da estrela
o famoso símbolo da Mercedes-Benz teve um início profético. representando a triplicidade das atividades da daimler, fabricante de motores para uso em terra, mar e ar, a estrela de três pontas foi adotada como logotipo em 1909, após a morte de Gottlieb Daimler. Foi inspirada numa figura que ele havia desenhado num postal, o qual remeteu à sua esposa com o seguinte comentário: “um dia essa estrela brilhará sobre a minha obra”. Ao longo dos anos, o símbolo passou por várias alterações. em 1923 foi acrescentado o círculo, e três anos depois, com a fusão das empresas daimler e Benz, foi incluída a coroa de louros, do logotipo da Benz. A forma definitiva foi adotada em 1933 e desde então se mantém inalterada.
The origin of the star The famous symbol of Mercedes-Benz had a prophetic beginning.. It represented the triple activities of Daimler, the manufacturer of engines for use on land, sea and air, the three-pointed star was adopted as the logo in 1909, after the death of Gottlieb Daimler. It was inspired on a figure that he had designed on a postcard, which he sent to his wife with the following comment: “One day this star will shine over my work”. Over the years, the symbol has been altered several times. In 1923 a circle was added, and three years later, with the merger of the companies Daimler and Benz, the laurel wreath was added, which was the Benz logo. The final form was adopted in 1933 and since them it has remained unaltered. >>
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Pioneiros da história do automóvel: Gottlieb Daimler e Karl Benz iniciaram a trajetória da marca mas nunca se conheceram Pioneers in the history of cars: Gottlieb Daimler and Karl Benz began the course for the brand but never met each other
O primeiro carro batizado de Mercedes foi produzido por Wilhelm Maybach, construtor chefe da DMG. Era um modelo de competição com 36 cavalos de potência, baixos pontos de apoio, quadro de aço prensado e radiador tipo colmeia, que causou furor durante a semana de corridas de Nice, em 1901. E aqui vale um adendo: Wilhelm Maybach produziu, entre 1909 e 1939, carros elegantes para o mercado alemão. Após a II Guerra Mundial, sua empresa acabou, ressurgindo anos mais tarde pelas mãos do Grupo Daimler AG, dono da Mercedes-Benz. Em 1902, a Mercedes foi registrada como marca, mas o sobrenome Benz só veio em 1926, quando aconteceu a fusão entre a Benz & Co. Rheinische Gasmotoren-Fabrik e a Daimler-Motor-Gesellschaft. Segundo documentos da época, as duas empresas, até então rivais, se uniram após assinarem um acordo de ajuda mútua devido à necessidade de estimular a economia alemã após a I Guerra Mundial. Tecnologia e inovação Com 126 anos de história, a Mercedes-Benz, que em 2013 será homenageada pela Escola de Samba Sociedade Rosas de Ouro no Carnaval de São Paulo, conquistou, além da patente do primeiro carro movido a gasolina, vários outros feitos. É dela o registro do primeiro automóvel produzido em série (o Velo, com 1,2 mil unidades fabricadas), o lançamento do primeiro veículo de série equipado com airbag para motorista e passageiro (o Classe S 126), a comercialização do primeiro carro híbrido em produção no mundo a usar baterias de íons de lítio (o S400 Hybrid), o desenvolvimento do cinto de segurança com airbag (será introduzido nos automóveis em breve) e por aí vai.
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“A Mercedes-Benz só tem o que comemorar quando se fala do seu passado, nem poderia ser diferente, mas, hoje, é uma empresa muito mais focada nos 126 anos que virão do que nos que passaram”, diz Mário Laffitte. “Desde o início, nossos veículos gozam da imagem da sofisticação e da altíssima qualidade. Ao mesmo tempo em que investimos em tecnologia, não deixamos de lado o design. Por isso os automóveis com a marca da estrela são únicos”. Entre os muitos lançamentos da marca, que conta com sete fábricas espalhadas pelo mundo, alguns destaques: Electrique, movido a eletricidade (1906); 500 K Roadster, esportivo de oito cilindros (1934); SL 300, cupê com portas asas de gaivota (1953); 300, o primeiro da marca a ser equipado com ar-condicionado (1958); 600, carro de luxo de grandes dimensões (1963); 300 SD, movido a turbodiesel (1977); SLK, primeiro roadster MercedesBenz (1996); SLR McLaren, produzido por meio de uma joint venture com a McLaren Automotive (2003); CLS, primeiro cupê de quatro portas (2004), B-Klasse F-CELL, livre de emissões de carbono (2010); e novo Classe A, que marca a nova linha de compactos de luxo (2012). A lista de equipamentos oferecidos pela empresa alemã em seus carros também é extensa. Nela constam, por exemplo, sistemas de detecção de sonolência e visão noturna, tecnologia Airguide (elimina a turbulência do ar no interior do veículo quando a capota está aberta, no caso dos conversíveis) e funções Easy-pack de abertura e fechamento automático do porta-malas e Neckpro, que ativa os encostos de cabeça dianteiros na decorrência de um impacto na parte traseira do veículo, evitando o chamado “efeito chicote”. >>
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the shining stAr The history of Mercedes-Benz keeps alight the flame of its founders, two germans, who never met each other, but had in common their search for innovation
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t is impossible to tell the automobile story without including the name MercedesBenz. Today it is synonymous with elegance and technology, the brand has been a pioneer since its beginning and in the next Carnival it will the theme for the samba plot for the “Golden Roses” school. Karl Benz, one of the people responsible for creating what is today the assembly company, patented, in 1886, the first car equipped with a gasoline engine. The model was baptized Benz Patent Motorwaguen. “The history of the assembly company can´t be separated from the invention of the automobile”, said Mário Laffitte, the director of Corporate Communications and spokesperson for the company in Brazil. “Mercedes-Benz had two pioneers, Karl Benz and Gottlieb Daimler. Benz had the ingenuity and initiative to patent the first automobile ever registered, and Daimler was a tireless researcher who dedicated his life to studying how propellers operated”, stated the executive. What is curious is that, despite creating an empire, the two of them never met. Both were born in Germany, but lived in different cities. Benz, who died in 1929, was from Mannheim, and Daimler, died in 1900, and lived in Reutlingen and in Cannstatt, amongst other places. Both of them were interested in the world of engines and wheels in their different ways. In 1862, Gottlieb Daimler, after spending some time in France, where he acquired practical experience in building machines, worked as designer and, a year later, he became an inspector at the Bruderhauses Machine Factory, in Reutlingen. He set up his own business in 1890, when, together with two partners, he created DaimlerMotor-Gesellschaft (DMG). Karl Benz, together with a friend, who was a mechanic, founded his first company in 1871. Years later, with financial support from investors, he created Benz & Co. Rheinische Gasmotoren-Fabrik. “It was then that another person, of fundamental importance, came on the scene: Emil Jellinek. He was a very influential banker and investor at the time, and also passionate about cars and racing. As a result, he started to buy, and later sell, the vehicles produced by DMG. But he made certain demands, he wanted specific models and in 1900, after placing a big order, decided that his cars should be called Mercedes, which was his daughter’s name. Since he was an excellent client, the company accepted his request”, says Laffitte. The first car baptized Mercedes was produced by Wilhelm Maybach, the head constructor from DMG. It was a competition model with 35 horse power, low support points, a pressed steel frame and a honeycomb radiator, which caused an uproar during the week of racing in Nice, in 1901. And here it is worth mentioning the fact that in 1909 and 1939, Wilhelm Maybach produced elegant cars for the German market. After the WW II, his company closed, and years later resumed operations in the hands of the Daimler AG Group, the owners of Mercedes-Benz. In 1902, Mercedes was registered as a brand, but the second name Benz only came in 1926, at the time of the merger between Benz & Co. Rheinische Gasmotoren-Fabrik and Daimler-Motor-Gesellschaft. According to documents from the time, the two companies, which were rivals, merged after signing a agreement of mutual help given the need to stimulate the German economy after WW I. technology And innovAtion With its 126 years of history, Mercedes-Benz, which in 2013 will be honored by the Samba School “Gold Roses” in the São Paulo Carnival, has achieved, besides the patent for the first gasoline driven car, various other achievements. It was the first company to have mass produced cars (the Velo, with 1.2 thousand vehicles produced), the launch of the first mass produced car equipped with an airbag for the driver and
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68 iD Ent ity i M E RCE D E S-BE NZ A Mercedes-Benz é uMA dAs MAiores fABricAntes de cAMinhões e ôniBus dA AMéricA LAtinA
Brasil No Brasil, a Mercedes-Benz chegou em 1956, ano em que inaugurou a unidade industrial de São Bernardo do Campo, em São Paulo. Essa é a maior fábrica da Daimler fora da Alemanha e a única a produzir, em um mesmo local, caminhões, chassis de ônibus e agregados como motores, câmbios e eixos, além de cabinas de caminhões. Por aqui, os cobiçados automóveis da marca foram Mercedesproduzidos durante pouco tempo: entre 1999 e 2010, Benz is one of na fábrica de Juiz de Fora, em Minas. De lá saíram os modelos Classe A (mercado interno), Classe C the LArgest (só para o mercado norte-americano) e Classe CLC MAnufActurers (mercados interno e externo). Com o fim da produção of trucks And de carros de passeio, a fábrica foi transformada e preparada para a produção de caminhões este ano. Buses in LAtin Para isso, foram investidos mais de R$ 450 milhões. AMericA A Mercedes-Benz tem ainda outra fábrica no Brasil, em Campinas, São Paulo. Lá ficam concentradas as atividades de pós-venda, a começar pela área de assistência técnica, que presta suporte a clientes e concessionários no Brasil e também nos diversos países para onde exporta. Segundo Mário Laffitte, a montadora pretende voltar a fabricar automóveis no país. “O Brasil é um mercado muito importante para a Mercedes-Benz, tanto que no ano passado registramos nosso recorde de vendas por aqui. Foram 10.270 automóveis comercializados, crescimento de 28% em relação a 2010 (8.017). Mas por enquanto não há previsões de quando isso acontecerá.” O modelo Mercedes-Benz mais vendido no Brasil é o sedã Classe C. Em 2011, foram emplacadas 6.838 unidades. O veículo custa a partir de R$ 135 mil. O modelo mais caro disponível no Brasil é o Classe S600 V12. Ele é feito apenas sob encomenda e, de tão caro, não tem seu preço divulgado. Pelo mundo, os Mercedes-Benz mais luxuosos são o Classe SLS 63 AMG (US$ 490 mil) e a série limitada do SLR McLaren (US$ 1,5 milhão). Além de produzir automóveis de luxo, a Mercedes-Benz é uma das maiores fabricantes de ônibus e caminhões da América Latina. A montadora também detém as primeiras patentes dos dois modelos. Laffitte relembra que o veículo que marcou a estreia da unidade de São Bernardo do Campo, em São Paulo, foi um caminhão, o Torpedo L312, em 1957. O executivo calcula que desde o início das operações no país, mais de dois milhões de veículos pesados já saíram de suas linhas de produção em direção às estradas do Brasil e de outros 50 países para onde a empresa exporta seus produtos.
Bertha Benz
Primeira automobilista
além de Mercedes, outra mulher foi crucial para o sucesso da marca. Bertha ringer Benz, esposa de Karl Benz, viajou junto com os filhos cerca de 105 quilômetros para visitar a mãe só para divulgar um dos carros da marca. Esperta, ela avisou a imprensa antes de realizar o feito. “Ela realizou a primeira viagem de longa distância do mundo e se transformou na primeira automobilista feminina da história”, diz Mário Laffitte. First FEMaLE DrivEr in addition to Mercedes, another woman was also crucial for the success of the brand name. Bertha ringer Benz, married to Karl Benz, travelled with her children, for almost 105 kilometers to visit her mother, for the purpose of advertising one of the brand names. she was intelligent, and let the press know before she made the journey. “she made the first long distance journey and became the first female driver in history ”, said Mário Laffitte.
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the passenger ( Class S 126), the sale of the first hybrid car in production worldwide to use Lithium-ion batteries (S400 Hybrid), development of a safety-belt with an airbag (shortly to be introduced in vehicles) and so on. “Mercedes-Benz only has things to celebrate when we look at its past history, that goes without saying, but, today, it is a company that is far more focused on the next 126 years than on the years that have gone by”, said Mário Laffitte. “Since the beginning, our vehicles have been associated with a sophisticated image and extremely high quality. At the same time that we invest in technology, we also focus on design. Consequently, the vehicles with the star brand are unique”. Amongst the various launches of this brand name, which has seven factories located worldwide, there are certain highlights: Electrique, electricity driven (1906); 500 K Roadster, eight cylinder sport scar (1934); SL 300, coupe with gull-wing doors (1953); 300, the first of the brand to be equipped with air-conditioning (1958); 600, luxury large cars (1963); 300 SD, turbo diesel driven (1977); SLK, the first roadster Mercedes-Benz (1996); SLR McLaren, produced through a joint venture with McLaren Automotive (2003); CLS, the first four-door coupe (2004), B-Class F-CELL, carbon free (2010); and the new Class A, which marks the new line of luxury compact cars (2012). The list of equipment offered by the German company in its cars is also extensive. It includes, for example, systems to detect sleepiness and night vision, Airguide technology (eliminates air turbulence inside the car when the roof is down, in the case of convertibles ) and Easy-pack automatic opening and closing of the boot and Neck-pro, which activates the front headrests in the event of a rear impact, thus avoiding “whiplash”.
Emil Jellinek and his daughter, Mercedes
Brazil Mercedes-Benz arrived in Brazil in 1956, the year the industrial unit was inaugurated in São Bernardo do Campo, in São Paulo. This is the largest Daimler factory outside of Germany and the only one that produces, at the same location, trucks, bus chassis and parts such as engines, gear boxes, axles, as well as truck cabins. Here, these coveted brand vehicles were produced for only a short period: between 1999 and 2010, at the factory in Juiz de Fora, in Minas. This factory produced the models A-Class (domestic market), -Class (only for the North American market and CLC-Class (domestic and foreign markets). When the production of passenger vehicles closed, the factory was transformed and prepared for the production of trucks as from this year. For such, an investment of more than R$ 450 million was made. Mercedes-Benz also has another factory in Brazil, in Campinas, São Paulo. The post sales activities are concentrated here, beginning with the technical assistance area, which provides support to clients and concessionaries in Brazil and also in the different countries to which it exports. According to Mário Laffitte, the assembly company intends to resume production of cars in Brazil. “Brazil is a very important market for Mercedes-Benz, such that last year we registered record sales here. A total of 10,270 cars were sold, representing growth of 28% compared to 2010 (8,017). But, for the time being, there is no forecast as to when this will happen.” The Mercedes-Benz model that records highest sales in Brazil is the sedan C-Class. In 2011, a total of 6,838 cars were registered . The starting price for this car is R$ 135 thousand. The most expensive model available in Brazil is the S600 V12 Class. It is only made to order, and is so expensive that its price is not disclosed. Throughout the world, the most luxurious Mercedes-Benz cars are the Class SLS 63 AMG (US$ 490 thousand) and the SLR McLaren limited edition (US$ 1.5 million). Besides producing luxury cars, Mercedes-Benz is also one of the largest manufacturers of buses and trucks in Latin America. The assembly company also holds the first patents for the two models. Laffitte remembers that the vehicle that marked the opening of the unit in São Bernardo do Campo, São Paulo, was a truck, the Torpedo L312, in 1957. The executive calculates that since it started to operate in Brazil, more than two million heavy vehicles have left its production lines for the Brazilian roads and 50 other countries to which the company exports its products. >>
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tiMe line
Sl 300 - Asa de Gaivota
Classe S600
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1871 Karl Benz, junto com o “mecânico” August Ritter, funda sua primeira empresa / Karl Benz, together with the “mechanic” August Ritter, founded his first company 1883 Com o apoio financeiro dos investidores Max Rose e Friedrich Wilhelm Esslinger, Karl Benz cria a Benz & Co. Rheinische GasmotorenFabrik / With financial support from the investors Max Rose and Friedrich Wilhelm Esslinger, Karl Benz created Benz & Co. Rheinische Gasmotoren-Fabrik 1884 Paralelamente a Karl Benz, Gottlieb Daimler trabalha no desenvolvimento de motores / At the same time, Karl Benz, Gottlieb Daimler worked at developing engines 1886 Karl Benz patenteia o primeiro veículo com motor a combustão, batizado de Benz Patent Motorwaguen / Karl Benz patents the first vehicle with a combustion engine, baptized Benz Patent Motorwaguen 1890 Gottlieb Daimler, com mais dois sócios, funda a Daimler-MotorGesellschaft / Gottlieb Daimler, together with two partners, founded Daimler-Motor-Gesellschaft 1894 A Benz & Co. Rheinische Gasmotoren-Fabrik produz o Velo, um automóvel leve e com preço acessível / Benz & Co. Rheinische Gasmotoren-Fabrik produced the Velo, a light vehicle, at an accessible price 1897 Emil Jellinek, banqueiro e investidor, encomenda seu primeiro carro Daimler, com motor de dois cilindros e seis cavalos, com acionamento por correias / Emil Jellinek, a banking and investor, ordered his first Daimler, with two cylinder and six horse power engine, and a belt drive 1899 Emil Jellinek continua a comprar veículos Daimler e, no mesmo ano, também começa a revendê-los / Emil Jellinek continued to purchase Daimlers and in the same year started to resell them 1900 Com o sucesso das vendas, Emil Jellinek e Daimler-MotorGesellschaft assinam um acordo. O empresário encomenda mais 72 automóveis, todos com motor de oito cavalos, e pede que os mesmos sejam batizados de Mercedes, nome de sua filha / As a result of the successful sales, Emil Jellinek and Daimler-Motor-Gesellschaft signed an agreement.The businessman ordered a further 72 vehicles, all with eight horse power engines, and requested that they be called Mercedes, after his daughter 1901Wilhelm Maybach, que trabalhava na Daimler-Motor-Gesellschaft, cria o primeiro Mercedes da história / Wilhelm Maybach, who worked at Daimler-Motor-Gesellschaft, created the first Mercedes in history 1902 No dia 23 de junho, o nome Mercedes é registrado como marca / On June 23, the name Mercedes is registered as a brand 1926 As empresas de Karl Benz e Gottlieb Daimler juntam-se para fabricar os Mercedes-Benz / The companies belonging to Karl Benz and Gottlieb Daimler merge to manufacturer Mercedes-Benz
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71 1930 A empresa lança o seu carro de maior prestígio até então, o Grosser 770 / The company launches its most prestigious car to date, the Grosser 770 1953 Um dos veículos mais icônicos da Mercedes-Benz é lançado, o cupê SL 300, que ficou famoso pelas portas abertas como asas de gaivota / One of the most iconic vehicles produced by Mercedes-Benz is launched, the coupe SL 300, which became famous because of the way its doors opened and looked like gull wings 1956 No dia 28 de setembro foi a inaugurada a primeira fábrica no Brasil. Ela fica em São Bernardo do Campo (SP) e é a maior planta do Grupo Daimler fora da Alemanha / On September 28, the first factory in Brazil was inaugurated,. It is located in São Bernardo do Campo (SP) and is the largest plant from the Daimler Group outside of Germany 1963 É lançado o Mercedes-Benz 600, carro de luxo de grandes dimensões que concorria com modelos da Rolls-Royce e da Cadillac The Mercedes-Benz 600 is launched, a large luxury automobile which competed with models from Rolls-Royce and Cadillac 1981Mercedes-Benz se torna a primeira montadora do mundo a oferecer airbag para motorista em um veículo de série. A tecnologia aparece no Classe S 126 / Mercedes-Benz became the first assembly company worldwide to offer airbags to drivers of mass produced vehicles.The technology is available in the S 126- Class 1990 Grupo Daimler adquire a AMG, especializada em superesportivos de luxo / Daimler Group acquires AMG, specialized in luxury super sports cars 1995 Lançamento do Classe E com a nova identidade visual da marca: faróis ovais e grade do radiador integrada à tampa Launch of E-Class with a new visual identity for the brand: oval headlights and radiator grille integrated into the lid 1999 No Brasil, é iniciada a produção do Classe A, na fábrica de Juiz de Fora (MG), inaugurada em abril do mesmo ano / In Brazil production of the A-Class begins, at the factory in Juiz de Fora (PR), which was inaugurated in April of the same year 2001 Mercedes-Benz Classe C também passa a ser fabricado em Minas Gerais. Mas o modelo era destinado apenas ao mercado norteamericano / Mercedes-Benz C-Class also starts to be produced in Paraná. But the model was destined only for the North American market 2011 Montadora registra recorde de vendas na América Latina, com a comercialização de 10.270 automóveis, alcançando crescimento de 28% em relação a 2010 / The assembly company registers record sales in Latin American, with the sale of 10,270 automobiles, reporting growth of 28% compared to 2010 2012 O Classe C mais potente de todos os tempos chega ao Brasil. Veículo tem motor V8 AMG de 517 cavalos de potência. O novo Classe A é lançado na Europa / C-Class, the most powerful of all times, arrives in Brazil.The car has an engine with V8 AMG 517 horse power.The new A-Class is launched in Europe. s
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SLR McLaren
S400 Hybrid
Novo Classe A
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FoToS: MaRIlIa PEdRoSo
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Conforto nas alturas a labace, maior feira de aviação da américa latina e segunda do mundo, teve como um de seus destaques o jato Global 6000, uma novidade da Bombardier. Vários executivos e empresários foram conferir a aeronave, considerada a mais rápida e confortável da aviação executiva e com capacidade de operar em altitudes de até 51 mil pés. o jato pode viajar a 907 quilômetros por hora e por mais de 11 quilômetros sem paradas, e oferece aos passageiros vários itens inexistentes em outros modelos do segmento, como um lavatório com ducha. Comfort at great heights one of the highlights at labace, the largest aviation fair in latin america, and the second largest worldwide, was the jet Global 6000, launched by Bombardier. Several executives and businessmen checked out the plane, considered to the fastest and most comfortable for executive aviation and with the capacity to operate at altitudes of up to 51 thousand feet.The Jet can travel at 907 kilometers per hour for more than 11 kilometers without stopovers, and offers its passengers various items that are not available in other models from the segment, such as a rest room with shower. 1. Interior da cabine de passageiros do Global 6000 2. Piloto do Global 6000 3. Challenger 300 preparado para servir o jantar 4. Cocktail para clientes patrocinado pela Veuve Clicquot 5. José Eduardo Brandão e José Efromivich da Synerjet (Representante da Bombardier no Brazil) 6. Vista aérea das aeronaves da Bombardier durante o cocktail para os clientes
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7. Equipe de atendimento a Clientes da Bombardier 8. Teresa Rebelo (aero Magazine) e Claudio Cantamessa (Marketing da Bombardier) 9. denilson Milan, Cristina Klein e Claudio Cantamessa 10. Vinícius leal (Marketing da Synerjet), denilson Milan, Claudio Cantamessa e José Eduardo Brandão (diretor de Vendas da Synerjet) 11. Convidados internacionais da Bombardier
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One SOtheby’S InternatIOnal realty
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Maiores informaçþes: Murray Gross e-mail: mgross@onesothebysrealty.com celular: + 55 11 96447.1018
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The W O W Hotel and Residences South Beach está localizado em uma extensa propriedade à beira-mar em South Beach. As residências totalmente mobiliadas foram concebidas por Yabu Pushelberg e têm vista para o mar a partir de todos os quartos. Os apartamentos variam entre 57 a 170 metros quadrados. Os preços começam em US$ 800.000 para os estúdios e vão até US$ 5.000.000. The W Hotel and Residences is a beach front property ideally located in the heart of South Beach. All of the residences have beach views, and come fully furnished by Yabu Pushelberg. The residences vary in size from 570 to 1700 square feet. Prices start at $800,000 and go up to $5,000,000. Also available are pool side, three story beach bungalows with roof top terraces.
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Canyon Ranch Canyon Ranch, localizado em mais de 750 pés de propriedade à beira-mar em Miami Beach, é um oásis de bem-estar. O empreendimento reduziu os preços em até 47% e Canyon Ranch é uma das melhores ofertas para condomínios à beira-mar em Miami Beach. Os preços começam em US$ 499.000 e vão até US$ 3,5 milhões para as coberturas. Canyon Ranch is a beach front oasis that specializes in the art of the healthy, modern, chic lifestyle. The prices for this property have been reduced up to 47% from when the market was at it’s peak. These are some of the best prices for a direct beach front residence in Miami. Prices start at $499,000 and go up to $3,500,000.
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St. Regis Residences The St. Regis Bal Harbour Resort é composto de 268 residências, 183 quartos de hotel e 37 do condomínio-hotel. As suítes alojadas em três torres de vidro brilham com vista para o Oceano Atlântico. Os apartamentos variam entre 180 e 680 metros quadrados. Preços a partir de 1,9 milhões de dólares. The St. Regis Bal Harbour consists of 270 residences, 183 hotel rooms, and 37 apart/hotel rooms. The property is located in front of the Bal Harbour shops, and has pristine views of the Atlantic Ocean. The apartments range in size from 1,800 to 6,800 square feet under air, and have terraces ranging up to 1,400 square feet. Prices start at $1,900,000.
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The Porsche Design Tower São 132 residências exclusivas e 57 histórias. O edifício contará com um sistema de estacionamento automatizado, permitindo que os proprietários estacionem seus carros numa garagem localizada dentro de seu apartamento. As unidades terão piscinas privadas em seus terraços amplos. Preços: entre 4,5 milhões e 15 milhões de dólares. The Porsche Design Tower has 132 exclusive residences on 57 floors. The property has an automatic parking system in which an elevator takes your car to an enclosed glass room literally outside the door of your residence. Furthermore, all of the units will have private pools on the balcony. Prices start at $4,500,000 and go up to $15,000,000.
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Jackson Pollock Number 4, pintado em 1951 por Jackson Pollock, irá a leilão na Sotheby’s Nova York em novembro. A obra, com várias camadas de tinta que formam um desenho abstrato, demonstra com clareza o método do artista, chamado de action painting. Ele colocava a tela no chão e pintava de forma aparentemente caótica, deixando à mostra os gestos que criavam os desenhos, e produziu toda uma série de telas batizadas com números. Number 4, painted by Jackson Pollock in 1951, to be auctioned at Sotheby’s New York in November. The work, which displays an abstract design formed by several layers of paint, clearly demonstrates the artist’s method, known as “action painting”. He would place the canvas on the floor and paint it in an apparently chaotic way, revealing the gestures that created the design. He created a series of paintings and named them with numbers.
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