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theHemisphere edição 5 • janeiro de 2013

theHemisphere

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edição 5 • janeiro 2013

Luxur y and Lifestyle around the world

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8 T H E H E mis P H E r E

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DeNILsON MILAN

NINA FRANCO

ROsANe AuBIN

LuCIANA BIANCHI

JuLIANA sAAD

Capa: Coração Independente Vermelho, de Joana Vasconcelos, foto Luis Vasconcelos

Inventar com os pés no chão recentemente, um congresso de psicanálise realizado em são paulo teve como tema Invenção-tradição. as histórias, personagens e lugares retratados nessa edição têm, de formas distintas, essa capacidade de reinventar-se sem anular o passado, partindo de onde outros já estiveram para criar o único, exclusivo e inigualável. a repórter alice rivero, com seu texto elegante e original, nos traz dois exemplos bem-sucedidos desse exercício. o escritório americano andersson-Wise, que ergue casas em madeira ou em materiais presentes no entorno das construções, encanta com soluções que trazem a natureza para dentro das residências com conforto e alegria. a marca de design Droog, da holanda, alia praticidade e estética com objetos simples, engenhosos e lindos. Juliana a. saad, uma viajante atenta aos mínimos detalhes de cada lugar que conhece, narra duas experiências: uma viagem com o melhor da suíça e a degustação de single malts na destilaria the macallan, na escócia. Luciana Bianchi, experiente jornalista de gastronomia, relata suas viagens pela escandinávia mostrando a onda nórdica que conquista cada vez mais espaço. eu tive o prazer de conhecer mais a fundo uma marca, a missoni, e uma artista que desponta com alegria e originalidade no cenário das artes, a portuguesa Joana vasconcelos. a grife italiana, uma empresa familiar que cresce a partir da capacidade de inovação tanto na área de business quanto na de criação, vive um momento de franca expansão, firmando-se no ramo da hotelaria sem descuidar-se de seu negócio principal. e a artista, nascida em paris mas criada em Lisboa, parte de objetos cotidianos, como panelas e ferros de passar roupas, para criar obras que lembram os ready-mades de marcel Duchamp mas que têm uma identidade totalmente original. Originalidade, aliás, também é o fio condutor do design gráfico da nossa diretora de arte, nina Franco. Desejamos a todos um 2013 inovador! InventIng WIth your Feet on the FLoor the theme for a recent psychoanalytical congress held in sao paulo was Inventiontradition.the stories, characters and places presented in this edition have the ability to reinvent themselves, without rejecting the past, starting from where others had already been in order to create something unique, exclusive and unparalleled. the reporter alice rivero, with her elegant and original stories, presents us with two very successful examples of this exercise.the american writer andersson-Wise, who built wooden houses or using materials from the vicinity of the buildings, charms with solutions that bring nature into the home, offering comfort and joy. the designer name Droog, from holland, joins together practicality and esthetics with simple, beautiful and ingenious objects. Juliana a. saad, a traveler, who captures the minute details of each place she visits, narrates two experiences: a trip through the best of switzerland and the tasting of single malts at the macallan distillery, in scotland. Luciana Bianchi, an experienced gastronomy journalist, talks about her trips through scandinavia, illustrating the nordic wave that is increasingly gaining more space. I had the pleasure of getting to know the brand name missoni better, and an artist who stands out for her joy and originality in the arts scene, Joana vasconcelos from portugal.the Italian fashion house, a family business that has expanded based on its innovative ability, in both business and in creativity, is experiencing a boom period, becoming stronger in the hotel business without neglecting its core business. and the artist, born in paris but raised in Lisbon, uses everyday objects such as pots and clothes irons, to create works that remind us of the ready-mades by marcel Duchamp, but which have a totally unique identity. originality, incidentally, is also the thread for the graphic design of our art director, nina Franco. We wish everyone a groundbreaking 2013!

Para anunciar:

Office: + 55 11 3521.7329 www.fortunacom.com.br The Hemisphere é uma publicação trimestral da FortunA - Gestora em Comunicação de Luxo em parceria com a One Sotheby’s International Realty

Colaboradores: Alice Rivero, Juliana Saad, Luciana Bianchi e Renata Turbiani (texto), Susan Carol Albert (tradução), Silvana Marli (revisão)

Conselho Editorial: Denilson Milan, Rosane Aubin, Nina Franco, e Murray Gross Diretor Executivo/Comercial: Denilson Milan Publisher: Rosane Aubin Projeto Gráfico e Direção de Arte: Nina Franco (inspiredesignlab.com.br)

Impressão gráfica: IBEP Gráfica

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Os artigos assinados são de inteira responsabilidade dos autores e não representam a opinião da revista e das empresas FortunA – Gestora em Comunicação de Luxo e One Sotheby’s International Realty. A reprodução das matérias e dos artigos somente será permitida se previamente autorizada por escrito pela Publisher.

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Golf Cup FOTO: MURILO MATTOS / CRIAÇÃO: INSPIRE DESIGN LAB

Unidos pelas crianças 7 de junho, 2013

CO-PATROCÍNIO:

APOIADORES:

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g A L L e Ry

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Photo: @Per-Anders Jorgensen

AT H omE

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F L AV O U R

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A melhor vista de Londres; livro registra trajetória de designer de joias The best view of London; the book records the trajectory of the jewelry designer

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16 gALLeRy

56 cOncept

divertidas provocações: Joana Vasconcelos Entertaining provocations: Joana Vasconcelos

24 On the SpOt

Agenda de leilões da Sotheby’s Agenda for Sotheby´s auctions

26 At hOme

Andersson-Wise: perto da natureza Andersson-Wise: close to Nature

34 FLAVOUR

As estrelas da onda nórdica The stars of the Nordic wave

42 teRROiR

de onde vem o melhor single malt The place of the best single malt

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Suíça: cosmopolita e genuína Switzerland: cosmopolitan and genuine

56 cOncept

62 identity

Missoni, sucesso em cores, listras e ziguezagues Missoni, success in colors, stripes and zigzags

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O design limpo e gracioso da droog The clean and graceful design of Droog

lAn d s c A p E

70 eVentS

Ornare na Art Basel Miami / Ornare at Art Basel Miami

74 ReALty

Uma seleção de imóveis ao redor do mundo A selection of real estate from around the world

82 pinAcOthecA

Beatriz Milhazes bate recorde Beatriz Milhazebeats her record

62 identity

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12 sketch e s

l i v ro A rt e e m j o i A s

por juliana saad

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oia-arte, beleza única e peças lúdicas que se utilizam da arqueologia dos objetos e lançam outro olhar sobre coisas corriqueiras são tema das joias confeccionadas pela inquieta e talentosa Miriam Mamber. Brincar com ouro, prata, pedras, fósseis, pedaços de leques antigos, fragmentos, botões, diamantes... Buscar formas orgânicas, geométricas. Inspirar-se na natureza, no cotidiano, nas viagens, nas paisagens externas e internas que avista ao longo de suas janelas da alma. Tudo isso distingue o trabalho de Miriam Mamber, um dos maiores nomes da joalheria brasilieira. Lançado recentemente, o livro Miriam Mamber (Editora BEI, 240 págs., R$ 160) mostra a trajetória e o processo criativo da designer com fotos de Romulo Fialdini e textos de Paulo Mendes da Rocha, Lilia Moritz Schwarcz, Miriam Korolkovas e Maria Cecília Loschiavo. www.miriammamber.com.br/

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Formas orgânicas: a obra de Miriam Mamber foi reunida no livro que leva seu nome Organic shapes: the work of Miriam Mamber has been brought together in the book that bears her name.

Art in jewelry Artistic-Jewels, unique beauty and playful pieces that use even the archeology of objects and cast another look at everyday things are the themes of the jewelry created by the restless and talented Miriam Mamber. Playing with gold, silver, stones, fossils, pieces of old fans, fragments, buttons, diamonds... Searching for organic, geometric forms. Inspired by nature, everyday life, travel, external and internal landscapes viewed from the windows to the soul. All this distinguishes the work of Miriam Mamber, one of the biggest names in Brazilian jewelry. The book ‘Miriam Mamber’ recently launched (Editor BEI, 240 pages, R$ 160) illustrates the path and creative process of the designer, with photos by Romulo Fialdini and text by Paulo Mendes da Rocha, Lilia Moritz Schwarcz, Miriam Korolkovas and Maria Cecília Loschiavo. www.miriammamber.com.br

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14 sketch e s

p o n to t u r í s t i co A m e l ho r v i s tA

por rosane aubin

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partir do dia 1º de fevereiro estarão abertos ao público os andares 68, 69 e 72 da London Bridge Tower, mais conhecida como The Shard (cacos de vidro, em português), de onde os visitantes poderão ter uma vista de 360 graus de Londres. A torre, a mais alta da Europa, com 310 metros, foi projetada pelo arquiteto italiano Renzo Piano, também autor do Centro Georges Pompidou, em Paris. A 244 metros de altura, em dias de céu limpo é possível avistar até 64 quilômetros ao redor do prédio, localizado no disputado bairro de South Bank. Na entrada, ainda no andar térreo, o visitante é apresentado à velha Londres e toma o elevador rápido que leva até o 68º andar. No72º, o mais alto, sons da cidade são reproduzidos eletronicamente e, olhando para cima, é possível avistar os cacos de vidro que compõem a torre. Os organizadores advertem: é melhor agendar visitas, já que o passeio até os céus de Londres promete atrair muita gente nesses primeiros momentos. www.theviewfromtheshard.com

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A cidade aos pés: será possível avistar até uma distância de 60 quilômetros a partir da torre The city at your feet: it will be possible to see up to a distance of 60 km from the top of the tower

the best view As from February 01, the 68th, 69th and 72nd floors at London Bridge Tower, better known as The Shard, will be open to the public, where visitors will have a 360 degree view of London. The tower, the highest in Europe, standing at 310 meters, was projected by the Italian architect Renzo Piano, who is also responsible for creating The George Pompidou Center in Paris. At 244 meters high, on a clear day, it is possible to see up to 64 kilometers around the building, which is located in the disputed South Bank district. At the entrance, on the ground floor, the visitor is presented with old London and is then taken quickly by elevator, up to the 68th floor. On the 72nd floor, the highest, sounds of the city are electronically reproduced and looking up, it is possible to see the shards of glass that comprise the tower. The organizers warn: it is better to schedule visits, since the trips to the skies of London promise, initially, to attract a lot of people. www.theviewfromtheshard.com

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A pAnelA Ao Avesso Joana Vasconcelos retira objetos do cotidiano de sua zona de conforto para confeccionar obras provocadoras PoR RosAnE Aubin

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17 no castelo de Versalhes: as obras Marilyn, confeccionada com panelas e tampas, e Coração Independente Vermelho, em talheres de plástico translúcidos e com sons de canções interpretadas por Amália Rodrigues At the Palace of Versailles: the work of art, Marilyn, made from pans and lids, and the Red Independent Heart, from translucent plastic cutlery and the sounds of music performed by Amalia Rodrigues

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arilyn, de 4,10 por 2,97 metros, é um sapatão brilhante capaz de atrair a cobiça de muitas mulheres. Mas, olhando de perto, a surpresa: é feito de tampas e panelas em aço inoxidável empilhados ou arranjados com cuidado. Assim é a obra da divertida Joana Vasconcelos, uma portuguesa que ganha cada vez mais destaque nas artes e ecoa movimentos como conceitualismo, barroco, nouveau réalisme e os ready-mades de Marcel Duchamp. “O meu trabalho serve-se do nosso cotidiano para produzir pensamento. É crítico da sociedade contemporânea, mas cúmplice nas suas estratégias, pelo que é uma obra que se revela em dois momentos: um primeiro olhar que é captado pela fisicalidade apelativa e sedutora da obra, para depois gerar discurso e sentido crítico”, afirma em entrevista a TheHemisphere, mostrando que tem plena consciência do sentido e do efeito do que faz. A artista sempre diz que gosta de, primeiro, criar um espaço de descoberta, de consumo, atrair a atenção do espectador, os 30 segundos de fama; e, depois, desencadear o pensamento, o trabalho mental. “Num primeiro momento, a minha obra parece ser só bela, mas existe algo por trás”, disse, em uma entrevista a Agustin Perez Rubio. O ano de 2012 foi especialmente pródigo para ela. Foi a primeira mulher artista a expor no Palácio de Versalhes; recebeu o convite para representar Portugal na Bienal de Veneza de 2013; e ganhou uma projeção internacional inédita em sua carreira. Aqui no Brasil, ela expôs em 2002, na mostra Paralela; em 2004, na Casa Triângulo; e em 2010, na Pinacoteca do Estado, em que apresentou a instalação Contaminação, em crochê feito a mão, aplicações de feltro, malha industrial, tecidos, adereços, poliéster e cabos de aço. “Começamos em 2002, nos afastamos em 2006 e restabelecemos a parceria no início de 2012. A Joana Vasconcelos é uma artista excepcional, tivemos grande empatia desde quando nos conhecemos em Madri, durante a Arco, no início dos anos 2000. Seu trabalho desperta enorme interesse e está sendo cada vez mais requisitado pelos colecionadores brasileiros”, diz Ricardo Trevisan, curador da galeria Casa Triângulo, que representa Joana no Brasil. Nascida em Paris, em 1971, Joana usa de tudo um pouco em suas obras. A Noiva, que remete à La Marrié Mise à Nu par ses Célibataires, Même, de Marcel Duchamp, é uma espécie de luminária de seis por três metros confeccionada de tampões OB, aço inoxidável, fio de algodão e cabos de aço. A peça causa as mais variadas reações, desde a negação, como em Versalhes, em que foi banida da mostra, até gargalhadas. Joana vive em Lisboa, Portugal, e tem uma relação muito próxima com seu povo. A exposição Sem Rede, de 2010, bateu recorde de público em seu país; recentemente, ela reuniu quatro pescadores para tecer um manto de ouro para a procissão de São Pedro da Afurada, em Gaia, o que mobilizou e emocionou a população local. Bem-humorada às vezes, séria e consistente na hora de conceituar seu trabalho, Joana fala de suas ideias e intenções a seguir. theHemisphere >> Sem Rede foi a exposição temporária mais visitada de Portugal. Como você explicaria esse grande interesse do público por seu trabalho e como foi essa experiência? >>

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Fotos: Luís VasconceLos / ©unidade inFinita Projectos

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Foto: © PaLazzo Grassi, Ph: orch orseniGo chemoLLo

Técnicas artesanais: a instalação Contaminação é feita em crochê e tricô a mão, aplicações de feltro, malha industrial, tecidos e cabos de aço Hand Craft techniques: the installation called Contamination is made from hand knitting and crochet, applications of felt, industrial mesh, fabric and steel cables

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Joana Vasconcelos >> Creio que esse interesse deve-se à capacidade que a obra tem de comunicar. o meu trabalho serve-se do nosso cotidiano para produzir pensamento. É crítico da sociedade contemporânea, mas cúmplice nas suas estratégias, pelo que é uma obra que se revela em dois momentos: um primeiro olhar que é captado pela fisicalidade apelativa e sedutora da obra, para depois gerar discurso e sentido crítico. o fato de o meu trabalho comunicar-se com públicos tão diversos, de qualquer idade ou origem, é também fundamental para explicar o sucesso da exposição. Este ano, você expôs em Versalhes, sendo a artista contemporânea mais jovem e primeira mulher a expor no Palácio. Como surgiu o convite e como foi para você fazer parte de uma lista que inclui os artistas mais conhecidos da atualidade? >> o convite surgiu do diretor anterior do palácio de versalhes, JeanJacques Aillagon, e foi mantido pela sua sucessora, Catherine pègard. Foi uma enorme honra receber esse convite; ser a primeira mulher artista a expor num monumento tão simbólico como versalhes é verdadeiramente significativo. O mais curioso desse processo foi ter imaginado a exposição mesmo antes de ter recebido o convite. enquanto percorria a exposição do artista que me precedeu,Takashi Murakami, fui construindo a minha própria exposição no palácio, sem sequer sonhar que poucos meses depois iria receber o convite. A sua obra A Noiva, confeccionada com tampões, foi vetada na exposição em Versalhes. À época, você brincou dizendo que ela “tem o condão de ficar solteira”. O humor, uma certa ironia e a crítica a certos aspectos sociais fazem parte da gênese do seu trabalho? Poderia falar um pouco sobre como isso se materializa na sua obra? >> O humor e a ironia são formas muito sérias de refletirmos sobre o que nos rodeia. no caso do meu trabalho, o humor e a ironia materializam-se em composições improváveis e inesperadas, por vezes até algo absurdas, acabando por oferecer percepções alternativas daquilo que nos é familiar. o objetivo é sempre alargar horizontes e questionar a realidade à nossa volta. O seu trabalho traz ecos dos ready-made de Marcel Duchamp e do nouveau réalisme. Como esses estilos se manifestam na sua obra? >> em vez de uma atitude deliberada, esses ecos resultam de uma certa consciência dos tempos, consequente da forma como olho o mundo. Marcel Duchamp e o nouveau réalisme são tão importantes como o conceitualismo ou o barroco enquanto influências no meu trabalho. não creio que os artistas estejam estritamente focados num só artista ou num só estilo; o seu trabalho é o resultado dos tempos, de tudo o que está para trás e também daquilo que projetamos para o futuro. As suas obras têm nomes instigantes, como Cama Valium, Sofá Aspirina, Tutti Frutti, War Games... Como eles surgem? >> o título é mais um componente importante no meu trabalho, visto que acaba por atribuir mais uma ‘camada’ de significado à obra. por vezes surge no início, antes de a ideia ser materializada, enquanto outras vezes surge no fim, concluindo, o conteúdo conceitual. Este ano você fez um manto para o andor de São Pedro da Afurada, com a ajuda de pescadores. Essa proximidade com as pessoas faz parte do seu processo criativo? Como é o seu diálogo com os seus contemporâneos? >> sem dúvida, a proximidade e a troca de experiências e saberes têm sido particularmente produtivas para todos. A colaboração é um >>

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The pan upside down Joana Vasconcelos takes everyday objects from her comfort zone to create provocative works of art

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arilyn, measuring 4.10 by 2.97 meters, is a huge pair of shining shoes, which are capable of attracting the envy of many women. But looking closely, surprise: it is made of lids and stainless steel cookware that have been stacked carefully arranged. This is the work of the fun loving Joana Vasconcelos, from Portugal, who has gained increasing prominence in the arts and echoes movements such as conceptualism, Baroque Nouveau Realism and the ready-mades of Marcel Duchamp.“My work makes use of our everyday things to produce thinking. “It is critical of contemporary society, but complicit in their strategies, so it is a work that unfolds in two stages: a first look that is captured by the appealing and seductive physicality of the work, and then creates discussion and a critical sense”, she said in an interview with TheHemisphere, demonstrating that she is fully aware of the meaning and effect of what she does.The artist says she always likes to first create a space for discovery, consumption, attract the viewer‘s attention, the 30 seconds of fame, and then trigger off thinking, the mental work. “At first sight my work seems to be just beauty, but there is something behind it,” she said in an interview with Agustin Perez Rubio. The year 2012 was especially prodigal for her. She was the first woman artist to exhibit at the Palace of Versailles; she was invited to represent Portugal at the Venice Biennale of 2013; and won unprecedented international prominence in her career. Here in Brazil, she exhibited in 2002 at the Parallel show, in 2004, at the House Triangle, and in 2010, at the State Art Gallery (Pinacoteca), where she presented the installation Contamination, in handmade crochet, felt applications, industrial fabrics, cloths, ornaments, polyester and steel cables. “We started in 2002, we separated in 2006 and re-established a partnership in early 2012. Joana Vasconcelos is an exceptional artist, there was a great deal of empathy between us, from the moment we met in Madrid during the Arc, at the beginning of the century. Her work attracted keen interest and is increasingly desired by Brazilian collectors”, says Ricardo Trevisan, the curator of the gallery Triangle House, which represents Joana in Brazil. Joana, who was born in Paris, in 1971, uses a bit of everything in her works of art. The Bride, which reminds us of Marcel Duchamp’s La Marrié Mise à Nu par ses Célibataires, Même, is a chandelier, measuring six by three meters high, made from OB tampons, stainless steel, cotton yarn and steel cables. The piece causes a variety of reactions, from denial, as in Versailles, when it was prohibited from being exhibited, to great laughter. Joana lives in Lisbon, Portugal, and has a very close relationship with the Portuguese. The exhibition in 2010, entitled Sem Rede, broke the record in terms of visits by the public in her country; recently, she invited four fishermen to weave a cloak of gold for the procession of São Pedro da Afurada in Gaia, which mobilized and moved the local population. Sometimes humorous, serious and consistent when it comes to conceptualizing her work, Joan talks about her ideas and intentions.

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thehemisphere >> Your temporary exhibition Sem Rede attracted the largest public in Portugal. How do you explain this enormous public interest in your work and how was this experience for you? Joana Vasconcelos >> I believe that this interest is due to the ability of my works of art to communicate. My work uses our everyday things to produce thought. It is critical of contemporary society, but complicit in its strategies, so it is a work that unfolds in two stages: a first look that is captured by the appealing and seductive physicality of the work, which then generates a discussion and a sense of criticism. The fact that my work communicates with such a diverse audience of different ages and origins, is also essential for explaining the success of the exhibition.

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This year, you exhibited in Versailles, and were the youngest contemporary artist and first woman to exhibit in the Palace. How did the invitation arise and how was it for you to be part of a list that includes the most popular artists of today? >> The invitation came from the former director of the Palace of Versailles, Jean-Jacques Aillagon, and was continued by his successor, Catherine Pègard. It was a huge honor to receive such an invitation; to be the first female artist to exhibit at a place as symbolic as Versailles is truly significant.The oddest thing about that process was having imagined the exhibition even before receiving the invitation.When I visited the exhibition of the artist who exhibited before me,Takashi Murakami, I was already creating my own exhibition in the Palace, without even dreaming that a few months later I would receive the invitation. Your work of art,The Bride, made with tampons, was vetoed at the Versailles exhibition. At the time, you joked that she “was condemned to remain single.” Is the humor, a certain irony and criticism of certain social aspects part of the genesis of your work? Could you talk a little about how this is expressed in your work? >> Humor and irony are very serious forms of reflecting on what is going on around us. In the case of my work, humor and irony are expressed in unlikely and unexpected compositions, sometimes even in an absurd manner, and as such, offer alternative perceptions of what is familiar to us. The goal is always to broaden horizons and question the reality that surrounds us.

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Foto: Luís VasconceLos/ ©unidade inFinita Projectos

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Chá: Pavillon de Thé, exibido nos jardins de Versalhes, em ferro forjado e plantas de jasmim

Your work brings echoes of the ready-mades by Marcel Duchamp and nouveau Realism. How are these styles expressed in your work? Tea: Pavillon de Thé, exhibited in the Gardens of Versailles, >> Instead of being a deliberate attitude, those echoes result from a certain awareness in wrought iron and jasmine plants of the times, a consequence of the way I look at the world. Marcel Duchamp and nouveau Realism are as important as conceptualism or baroque in influencing my work. I don´t think artists are narrowly focused on one single artist or a single style, their work is the dos aspectos mais gratificantes do meu trabalho. Poder result of the times, all that is gone before them and also what we project for the future. aprender com saberes locais tão ricos e integrá-los Your works of art have intriguing names such as Valium Bed,Aspirin Sofa,Tutti Frutti, ao meu trabalho é realmente extraordinário e espero War Games... How do they arise? que outras oportunidades de colaboração surjam no >> The title is another important component of my work, since ultimately it assigns futuro, quem sabe no Brasil... another ‘layer’ of meaning to the work. sometimes it arises at the outset, before the idea Como você descobriu que queria ser artista? has materialized, while at other times it comes at the end, adding the finishing touch to >> Fui descobrindo. Tinha jeito para várias coisas, the conceptual content. entre as quais as artes e acabei por estudar desenho, This year you made a cloak for the São Pedro de Afurada procession with the help joalharia e design. Curiosamente nunca estudei escultura, of fishermen. Is this proximity to people part of your creative process? How would mas em todas essas áreas aprendi coisas que ainda you describe your dialogue with your contemporaries? hoje são úteis no meu trabalho. >> Undoubtedly, proximity and exchanging experiences and knowledge have been Como é o seu dia a dia? particularly productive for everyone. Collaboration is one of the most rewarding aspects >> o meu dia a dia é passado no meu ateliê, onde of my work. learning from such rich local knowledge and being able to integrate this trabalho com a minha equipe. É um trabalho criativo que into my work is really extraordinary and I hope that other collaborative opportunities envolve também uma gestão cuidadosa. não trabalho arise in the future, maybe in Brazil ... isoladamente e, quando se trabalha com ideias, se está How did you discover you wanted to be an artist? permanentemente trabalhando. >> I discovered gradually. I was good at many things, including the arts and ended up Quais são os artistas da atualidade que chamam studying drawing, jewelry and design. Curiously, I never studied sculpture, but in all these a sua atenção? areas I learned things that are still useful for my work. >> não são os artistas que chamam a minha atenção, How do you organize your day-to-day activities? mas sim as obras. Acontece muitas vezes apenas gostar >> My day is spent in my studio, where I work with my team. It is a creative work de uma só obra de um artista e nada mais da sua that also involves careful management. I do not work alone and when you work with produção interessar. seria injusto nomear algumas quando são tantas as obras que admiro. >> ideas, you are constantly working. >>

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21 Provocação: A Noiva, de tampões OB, foi proibida em Versalhes Provocation: The Bride, in tampons, was banded at Versailles

“poDer AprenDer CoM sABeres loCAIs Tão rICos e InTegrá-los Ao É reAlMenTe exTrAorDInárIo” “leArnIng FroM sUCH rICH loCAl knoWleDge AnD InTegrATIng InTo My Work Is reAlly exTrAorDInAry”

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Foto: Luís VasconceLos / ©unidade inFinita Projectos

MeU TrABAlHo

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Foto: Luís VasconceLos/ ©unidade inFinita Projectos

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Alegria: construído a partir de um helicóptero Bell 47, Lilicóptère mistura plumas de avestruz, cristais Swarovski, folha de ouro e tinta industrial, entre outros materiais Joy: constructed based on a Bell 47 helicopter, Lilicóptère mixes ostrich feathers, Swarovski crystals, gold leaf and industrial paint, among other materials

Como vê o mercado de artes internacional? >> o mercado é uma componente importante e necessária de um mundo que precisa de vários agentes para funcionar. É um reflexo dos valores não só da sociedade, do que as pessoas querem e procuram, mas também um verdadeiro espelho das mudanças geopolíticas e econômicas internacionais. o surgimento de novos mercados, onde o Brasil ganha cada vez maior protagonismo, é estimulante para a produção artística. no entanto, é fundamental que o mercado assuma valores dignificantes e siga uma ética respeitadora da arte. Sente um reflexo da atual situação econômica europeia na sua carreira? >> Apesar de o meu trabalho continuar a gerar bastante procura junto de colecionadores europeus, a diferença mais significativa que observo é o crescente interesse da parte de coleções asiáticas e da América latina. Quais são os seu próximos planos? E sonhos? >> os próximos planos incluem a representação de portugal na Bienal de veneza de 2013. estou preparando um ambicioso projeto que traçará um paralelo entre Veneza e Portugal, refletindo acerca do papel que os dois territórios tiveram no progresso do conhecimento que temos do mundo e da relação entre os povos. para além disso, atendendo ao grande número de convites para expor um pouco por todo o mundo, os próximos anos mostram-se frutíferos. s

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Which of the contemporary artists attract your attention? >> It is not the artists that attract my attention, but their works. often it is the case that I like just a single piece of art by an artist and nothing else interests me from his or her production. It would be unfair to name a few when there are so many works of art that I admire. What is your vision of the international art market? The market is an important and necessary component of a world that needs several different agents in order to operate. It is a reflection not only of the values of society, of what people want and seek, but also a true mirror of international economic and geopolitical changes. The emergence of new markets, in which Brazil is gaining greater prominence, is exciting for artistic production. However, it is essential that the market assume dignified values and adopts an ethical attitude that respects art. Do you feel the effects of the current European economic situation on your career? >> Although my work continues to generate significant demand from collectors in Europe, the most significant difference that I seen is the growing interest among Asian and latin America collectors. What are your plans for the future? And your dreams? >> My immediate plans include representing portugal at the 2013venice Biennale. I am preparing an ambitious project that will draw a parallel between Venice and Portugal, reflecting the role that the two territories had on the progress of our knowledge of the world and the relationship between the peoples; .Beyond this, accept the large number of invitations to exhibit a little all over the world, the next few years are already booked. s

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Foto jardim Éden: aGustí torres/cortesia Fundació es BaLuard museu d’art modern i contemPorani de PaLma

Boldness: At Full Steam, with irons; Dentelle Piano, in crochet; Valium bed, with pills; Garden of Eden in plastic flowers,TuttiFrutti, made from plastic objects, and Net, a robe with gold leaves

Foto rede: Fernando VeLudo

Foto tutti: dmF, LisBon / ©unidade inFinita Projectos

Foto cama: dmF, LisBon/©unidade inFinita Projectos

A Todo o Vapor, com ferros de passar roupa; Piano Dentelle, em crochê; Cama Vallium, com comprimidos; Jardim do Éden, em flores de plástico; Tutti-Frutti, em objetos de plástico; e Rede, um manto com folhas de ouro

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pRóximoS leilõeS/ UpcomiNg aUctioNS Para saber mais/ For more information: www.sothebys.com/en/auctions/list.html

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SUrrEalIST arT London | February 05, 2013

F EB

>>

Joan miró

rené magritte

Le fermier et son épouse

Les belles relations

Estimate: 5,500,000 7,500,000 GBP

Estimate: 2,000,000 3,000,000 GBP

Sotheby’S loNDoN

07 >> F EB

ImPOrTaNT JEwElS New York | February 07, 2013 Suite Of 18 Karat Gold And Coral Jewelry, Chaumet, France Estimate: 25,000 - 35,000 USD

Sotheby’S NeW yoRK

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CONTEmPOrary arT EvENING aUCTION London | February 12, 2013 Jean-michel Basquiat Untitled (Pecho/Oreja) Estimate: 7,000,000 - 9,000,000 GBP

Sotheby’S loNDoN

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CONTEmPOrary arT Day aUCTION London | February 13, 2013

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16 >> F EB

CHEFS-D’œUvrE arT NOUvEaU, aNCIENNE COllECTION DU GarDEN mUSEUm, JaPON Paris | February 16, 2013

Enamel, diamond and baroque pearl brooch, by René Lalique, circa 1900

alexander Calder

Three White Dots and Brass on Red Estimate: 100,000 - 150,000 GBP

louis majorelle

Sotheby’S loNDoN

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‘Aux Orchidées’ desk Mahogany, tooled leather and gilt bronze, the two glass lamp shades by Daum Frères, 1903

Sotheby’S paRiS

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26 AT HO ME i a n d e rsson- w i s e

E m s i n to n i a c o m a n at u r E z a

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Os arquitetos da Andersson-Wise têm como marca projetos que se integram com o meio ambiente POr AlicE rivErO

u

ma dupla dinâmica, antenada, sensível e talentosa, está colocando o Texas, nos Estados Unidos, no centro das atenções quando o assunto é arquitetura de alto nível. Arthur W. Andersson e F. Christian Wise fundaram o escritório Andersson-Wise em 2001 e desde então vêm surpreendendo com projetos belos e sustentáveis. Este ano, por exemplo, ganharam o LEED (Leadership in Energy and Environmental Design) Silver Certification do U. S. Green Building Council para o projeto Block 21 + W Austin, um complexo hoteleiro e residencial de luxo na cidade de Austin – onde também está baseada a firma deles. A realização mais recente é o Topfer Theatre, um projeto de 22 milhões de dólares, com 430 assentos, inaugurado com celebrações de gala que duraram três dias. Contudo, explica Andersson em entrevista exclusiva, os planos para o futuro incluem desenvolver habitações de baixo custo. Vale dizer que fazer residências – como as incríveis e luxuosas Stone Creek ou a Tower House – é uma curtição para os dois, que gostam de uma boa conversa e procuram sempre entender os desejos de seus clientes por meio de bons papos sobre preferências pessoais e sonhos de vida. O que leva a crer que a versatilidade de criação e a sintonia com as necessidades mundanas – sejam as de alto padrão ou as de orçamento curto – são duas qualidades que, juntas, estão fazendo a dupla decolar para o sucesso, mas sem tirar os pés do chão. >>

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photo: carol gherardi

fOTOs AndErssOn-WisE ArcHiTEcTs

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theHemisphere >> em todo relacionamento, seja entre pais e filhos ou entre consumidor e prestador de serviço, há sempre o desafio de entender a expectativa do outro. Ao afirmar que seu trabalho é aproximar sua equipe dos seus clientes, o que vocês fazem para atender os desejos deles? Arthur W. Andersson >> Procuramos deixar claro que a premissa do nosso trabalho é fortalecer o compromisso do nosso cliente com a natureza. com isso em mente, há sempre um elemento surpresa (e alegre) que o cliente traz para o projeto. E nós escolhemos a mãe natureza para ser nossa maior colaboradora. E ela até hoje não nos decepcionou... Na maioria das vezes, vocês materializam uma ideia que tiveram e procuram alguém que a queira, ou, ao contrário, recebem uma “missão” e desenvolvem um projeto personalizado? >> o desenvolvimento das nossas obras acontece durante o processo de criação junto com o cliente, ou quando visitamos um local particular. nós frequentemente nos encontramos na posição de apresentar, sugerir novos materiais, ideias e possibilidades de composição. nesse sentido, estamos “vendendo”, embora dentro de um contexto de realizar um trabalho de arte. cada uma das decisões, material a ser usado, espaço, texturas, proporções, etc., envolve conversas com o cliente e considerações em relação ao clima da região. o design, portanto, é completamente personalizado.

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Há pessoas vivendo na Stone Creek Camp, na Tower House e na Lake House? Quais são as histórias desses projetos e como eles foram desenvolvidos? >> sim, há gente morando nesses lugares. cada um tem uma história, mas todos começaram da mesma forma: observando cuidadosamente e entendendo as especificidades do clima do local. O movimento do sol, a direção dos ventos e a orientação da vista desejada deram a esses três projetos uma identidade que pode ser compreendida. stone creek camp foi construída para um casal superativo e com uma grande família. o objetivo deles era ter um conjunto que poderia ser um destino para eles mesmos e também para os seus filhos e netos. A Tower House foi construída como um retiro de fim de semana para um casal de Dallas. a propriedade pertence à família há gerações. nosso design para a nova habitação teve como foco proporcionar uma experiência confortável e revigorante, ao mesmo tempo que mantivemos partes da estrutura original. A Lake House é mais um espaço de diversão do que uma residência. o edifício é feito de madeira e tela, sem um interior real. o bacana dessa estrutura é que ela oferece um local a céu aberto para habitar diretamente acima do lago austin, e ainda assim protegido dos insetos. A construção incluiu materiais flutuantes e uma estrutura externa junto ao espaço para a lancha. Vocês já construíram residências, igreja, hotel, teatro... O que vocês mais gostam de fazer? Há algum projeto preferido? >>

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forma e função: stone Creek Camp foi feita para um casal superativo que gosta de receber filhos e netos Form and function: Stone Creek Camp was made for an active couple who enjoy visits from their children and grandchildren

in HArMOny WiTH nATurE The architects from Andersson-Wise are renown for their projects that are integrated with the environment

a

rthur W. Andersson and F. Christian Wise founded the firm Andersson-Wise in 2001 and since then have surprised with wonderful and sustainable projects. This year, for example, they won the LEED (Leadership in Energy and Environmental Design), the Silver Certification from the U. S. Green Building Council for the project Block 21 + W Austin, a luxury hotel and residential project in the city of Austin – where their firm is based. The most recent realization is the Topfer Theatre, a project involving 22 million US dollars, with 430 seats, which opened with gala celebrations lasting three days. However, explains Andersson, in an exclusive interview, the plans for the future include developing low cost housing. It is worth saying that creating residences – such as the incredibly luxurious Stone Creek or the Tower House - is a thrill for both of them, they enjoy a good conversation and always try to understand the wishes of their customers through interesting conversations about personal preferences and life dreams. Which leads you to believe that the versatility of creating harmony with mundane needs – whether they are of a high standard or those of a small budget - are two qualities that, together, have resulted in the duo taking off to success, but without letting their feet leave the ground.

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TheHemisphere >> In any relationship, whether between parents and children or between a service company and its consumer, there is always the challenge of trying to understanding the expectations of the other. By stating that your work involves bringing your team and your clients together, what do you do to meet their desires ? Arthur W. Andersson >> We always try to make clear that the assumption behind our work is to strengthen our customer’s commitment towards nature. With this in mind, there is always an element of surprise (and joy) that the client brings to the project. And we chose Mother Nature to be our greatest collaborator. And she has never let us down... In the majority of cases, do you give form to an idea that you had and then look for some who wants it, or the opposite, do you receive a ‘mission’ and develop a personalized project? >> Our work develops during the creation process together with the client, or when we visit a specific place. We often find ourselves in the position of presenting, suggesting new materials, ideas and possibilities for a composition. In this sense we are ‘selling’ although within a context of undertaking a work of art. Each one of the decisions, materials to be used, space, textures, proportions, etc., involves talking to the client and taking into consideration the climate of the region. the design, therefore, is completely personalized. Are there people living at Stone Creek Camp, at Tower House and at Lake House? What are the stories behind these projects and how did they develop? >> Yes, there are people living in these places. Each one has its own >>

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30 AT HO ME i a n d e rsson- w i s e

“como bEm DissE Winston CHurCHILL: ´nós laPiDamos nossos PréDios, DEPois, ElEs NOs LApIdAM’” “as Winston CHurCHILL saiD: ´WE sHApE Our builDings anD aftErWarDs THEY sHApE us”

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>>todos os projetos têm suas qualidades especiais, assim como o processo de criação de cada um. Há, certamente, um carinho especial que sentimos quando realizamos obras públicas, como otopfertheatre, que sabemos que vai impactar mais pessoas, esperamos, de uma maneira positiva. criar casas particulares é gratificante, mas de uma forma diferente. Nosso comprometimento com residências particulares nas décadas passadas nos levou a desenvolver e direcionar a estética e a atitude para o detalhe, que hoje transferimos para os projetos públicos. um complementa o outro, e assim as duas vertentes do nosso trabalho são beneficiadas. Há algum projeto em mente que estão sonhando em tirar do papel? >> Estou muito interessado em desenvolver residências de baixo custo. trabalhar com um orçamento inflexível e programado costuma levar a soluções mais criativas. Qual é a importância de pensar e morar verde hoje em dia? Como vocês se sentem em relação ao prêmio USGB? >> o design com considerações sustentáveis é essencial. os edifícios mais bem-sucedidos do mundo têm uma forte conexão com o seu entorno e operam com eficiência. pensar e viver verde tem sido uma questão central em nossos trabalhos desde o início. Quais são as soluções verdes que vocês mais gostam de aplicar aos seus projetos? >> usamos materiais naturais, geralmente locais, que tenham qualidade e durabilidade. levamos em consideração o aproveitamento da brisa para os sistemas de resfriamento natural, assim como usamos o design para criar espaços que aproveitem da melhor maneira o calor do sol. iluminação elétrica de alta eficiência e sistemas mecânicos (geothermal) são cada vez mais presentes em nossos projetos. Como vocês dosam o conceitual e o prático? >> No fim das contas, as soluções trazidas pelo design sempre precisam ter uma clareza conceitual baseada em resultados práticos. a realidade do meio ambiente − sejam as condições de sol, vento, chuva − pode condenar ou auxiliar a estética e a longevidade de um projeto. nós baseamos nossas decisões no modelo, no estudo consolidado. E usamos o design para permitir cada vez mais que a obra funcione e se apresente melhor e mais bonita. Como a arquitetura pode contribuir para um mundo melhor? >> A arquitetura tem a capacidade de definir uma cultura, abrir a imaginação e gerar alegria. Prédios e os materiais evidentes nas suas estruturas podem revigorar o espírito, fomentar confiança, definir memórias. Como bem disse Winston churchill: “nós lapidamos nossos prédios, depois, eles nos lapidam.” s

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31 retiro revigorante: a Tower House foi construída para um casal de dallas Invigorating retreat: the Tower House was built for a couple from Dallas

story, but all of them started in the same way: carefully observing and understanding the specifications of the local climate.The movement of the sun, the direction of the winds and the direction of the view desired gave these three projects an identify that can be understood. stone Creek Camp was build for a very active couple, with a big family. Their objective was to have a place for themselves and also for their children and grandchildren. Tower House was built as a weekend retreat for a couple from dallas.The property has belonged to the family for generations. Our design for a new home focused on providing a comfortable and invigorating experience, and at the same time, we maintained parts of the original structure. Lake House is more a leisure area than a residence.The building is made of wood and a screen, without a real interior. The interesting thing about this structure is that it provides an open air place to live, directly above Lake Austin, and yet protected from insects.The construction included floating materials and an external structure with space for a speed boat. You have built houses, a church, hotel, theater... what do most enjoy doing? Do you have a favorite project? >> Each project has its own special qualities, as does the creation process for each one. We certainly feel a special affection when we create public buildings, such as the Topfer Theatre, which we know will impact more people, hopefully in a positive way. Creating private homes is rewarding, but in a different way. Our commitment to private residences in the past decades led us to develop and direct the aesthetics and approach focused on the details, which today we have transferred to public projects. One complements the other, and so the two aspects of our work are benefited. Is there a project in mind that you dream of making real? >> I am very interesting in developing low cost housing. Working

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with an inflexible and programmed budget normally results in more creative solutions. What is the importance of thinking and living Green nowadays? How do you feel about the USGB award? >> design that takes into consideration sustainability is essential.The most successful buildings worldwide have a strong connection with their environment and operate efficiently.Thinking and living green has been a central question in our work since the beginning. What are the Green solutions that you like to apply most in your projects? >> We use natural materials, normally local materials, that are durable and are high quality. We take into consideration the use of the breeze for natural cooling systems, and we use design to create spaces that make the best use of the sun’s heat. Highly efficiency electric lighting and mechanical systems (geothermal) are increasingly present in our projects. How do you balance the conceptual and the practical? >> At the end of the day, the solutions offered by the design always need to have conceptual clarity based on practical results.The reality of the environment – whether the conditions of the wind, rain, sun – can condemn or help the esthetics and longevity of a project. Our decisions are based on a model, on consolidated studies. And we use design to ensure that the project operates and is increasing better and more attractive. How can architecture contribute towards a better world? >> Architecture has the ability to define a culture, open up the imagination and create happiness. buildings and the materials evident in their structures can invigorate the spirit, encourage trust, define memories. In the words of Winston Churchill:“We shape our buildings, and afterwards our buildings shape us.” s

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A o n dA v i k i n g

Photo: @Per-Anders Jorgensen

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Depois de René Redzepi, é a vez de Magnus Nilsson brilhar na cozinha nórdica POR LUciANA BiANchi FOtOs PeR-ANDeRs jORgeNseN e DiVULgAçÃO

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e me contassem, quando me casei na Dinamarca nos anos 1990, que a região nórdica um dia lideraria uma nova tendência gastronômica mundial, eu certamente riria convulsivamente. A nossa lua de mel em Copenhague foi muito romântica, mas não incluiu uma rota gourmet, pois essa era uma opção inexistente na Dinamarca e em outros países escandinavos na época... Os nórdicos foram sempre famosos pelo design de móveis, por filmes radicais e a organização ímpar, mas a comida era tratada no passado mais como um fator de sobrevivência do que de prazer e luxo. Quando René Redzepi, do Noma, o número 1 do mundo, embarcou no desafio de começar a codificar a cozinha nórdica, a febre de pesquisa e de “busca à identidade culinária” invadiu a região toda. Para sermos honestos, Redzepi não foi o pioneiro, mas conseguiu a atenção da mídia, tornando-se o responsável pela popularização do conceito “Nordic Cuisine”. Há três anos Redzepi ocupa a primeira posição na lista inglesa que é o Oscar da gastronomia mundial, a The World’s 50 Best Restaurants. A “onda nórdica” invadiu nossos pratos com a estética naturalista, em que chefs buscam seus ingredientes no bosque, na praia e até nos parques. Muita terra comestível e comida “do mato e da fazenda” receberam a etiqueta de alta cozinha e vêm inspirando chefs em vários países. A Suécia, por sua vez, teve seu próprio movimento de busca à identidade no prato e conta hoje com um grupo de grandes profissionais que inpiram dentro e fora de sua região. A maior estrela, segundo muitos profissionais de cozinha, é Magnus Ek, que apesar de relativamente desconhecido fora da Suécia, virou um guru entre os chefs. Ek é um especialista em cura de carne e foi um dos primeiros a pregar a mensagem do “produto ultralocal”, sendo um dos pesquisadores mais vorazes das raízes e técnicas escandinavas. Seu restaurante, >>

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the VikiNg wAVe After René Redzepi, it is Magnus Nilsson’s turn to shine in Nordic cuisine

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f someone had said to me, when I got married in Denmark, in the 1990s, that the Nordic region would one day lead a new international gastronomic trend, I would have laughed my head off! Our honeymoon in Copenhagen was very the “nordic romantic, but did not include a gourmet route, since this option did not exist in Denmark, or in wAve” invAded any other Scandinavian countries at the time... our dishes The Nordics have always been famous for their furniture design, radical films and unmatched with organization, but their food, in the past, was treated nAturAlist more as a means of survival than a pleasure or luxury. When René Redzepi, from Noma, the number 1 in Aesthetics, the world, embarked on the challenge to begin to where chefs code Nordic cuisine, the fever to research and ‘find the culinary identity” invaded the whole region. To look for their be honest, Redzepi was not the pioneer, but managed ingredients in to attract the attention of the media, making him responsible for making the concept of “Nordic the woods, on Cuisine” popular. For the last three years Redzepi the beAches has held first place in the English list, which is the Oscar of international gastronomy, The World’s 50 And even in Best Restaurants. pArks The “Nordic wave” invaded our dishes with natural esthetics, with chefs looking for their ingredients in woods, the beach and even in parks. A lot of edible earth and food from “bushes and farms” have received the label of high cuisine and have inspired chefs in various countries. Sweden had its own movement to discover its identity in dishes, and today has a group of important professionals that provide inspiration within and outside the region. The biggest star, according to a lot of culinary professionals, is Magnus Ek, who, despite not being very well known outside of his country, has become a guru amongst chefs. Ek is a specialist in curing meat and was one of the first to preach the message of “ultra-local product”, and is one of the most keen researchers into Scandinavian roots and techniques. His restaurant, located on the remote island of Oaxen, with only 100 inhabitants, has appeared in the list of 50 best restaurants for five consecutive years, and has become a reference amongst chefs and researchers. Oaxen Krog closed its doors in 2010, and the chef embarked on a new and courageous project in Stockholm, which will open in 2013. The list of Swiss chefs doing unique work today is long. Franzén Lindeberg and Matias Dahlgren are also included in the list of 50 best restaurants worldwide and chefs like Ola Rudin and Sebastian Persson (ex-Trio) are also news. However, the chef who has attracted the greatest attraction worldwide in recent times is the young Magnus >>

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Photo: Peter Brinch

A “ondA nórdicA” invAdiu nossos prAtos com A estéticA nAturAlistA, em que chefs buscAm seus ingredientes no bosque, nA prAiA e Até nos pArques

Pioneiro: rene redzepi, do noma, conseguiu atrair a atenção da mídia e virou referência Pioneer: Rene Redzepi, Noma managed to attract the attention of the media and has become a reference

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Photo: @Per-Anders Jorgensen

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carnes e produtos locais: magnus ek virou um guru entre os chefs

Photo: @Per-Anders Jorgensen

Photo: @Per-Anders Jorgensen

Local meat and products: Magnus Ek has become a guru amongst chefs

situado na remota ilha de Oaxen, com somente 100 habitantes, emplacou na lista dos 50 melhores restaurantes durante cinco anos consecutivos, tornando-se uma referência para chefs e pesquisadores. Oaxen Krog fechou as portas em 2010, e o chef embarcou em um novo e corajoso projeto em Estocolmo, que abrirá em 2013. A lista de chefs suecos fazendo trabalhos singulares hoje é grande. Franzén Lindeberg e Matias Dahlgren também constam da lista dos 50 melhores restaurantes do mundo e chefs como Ola Rudin e Sebastian Persson (ex-Trio) sempre são notícia. Porém, o chef que tem conseguido maior destaque mundial nos últimos tempos tem sido o jovem Magnus Nilsson, do restaurante Fäviken Magasinet. Situado em uma região remota no norte da Suécia, em meio a rios, bosques e montanhas, o restaurante virou o destino gastronômico do momento para jornalistas e críticos, atraindo também gourmets e curiosos. O “mito Fäviken” parece mais um conto dos Irmãos Grimm. O restaurante fica em uma cabana no fim do mundo, entre montanhas brancas de neve, florestas verdes e lagos. Situado em meio a uma pequena vila, tem uma pequena pensão rústica e hortas orgânicas. Nilsson cozinha para somente 12 pessoas e só cinco noites por semana! Parece conto da carochinha, mas Fäviken Magasinet existe mesmo e vale a visita! Com aparência de um museu viking e cara de cabana da avó da Chapeuzinho Vermelho, é decorado com artefatos de caça, peles de animais e até botinas velhas penduradas. Nilsson tem seu próprio abatedouro, prepara as carnes curadas e, apesar de sua formação francesa clássica de chef, e tendo como mestre o grande Pascal Barbot, usa muitos métodos ancestrais na cozinha. O jovem chef é também um sommelier formado, caça, pesca e coleta cogumelos na floresta com a naturalidade de quem nasceu e cresceu na fazenda. A adega de Nilsson faz páreo a muitos restaurantes renomados da França e o cliente pode dormir no pequeno hotel rústico para aproveitar a noite sem estresse. Na cozinha, sorveteiras manuais e defumações à moda antiga. O menu degustação celebra a natureza local com seu rigor e bucolismo poético em um naturalismo “extrarrealista”. Os pratos são minimalistas, os sabores puros e as texturas perfeitas. Trata-se de um restaurante que não entusiasma vegetarianos e veganos, pois a carne é a grande protagonista. Os nórdicos chegaram com força e prometem que sua cozinha não será um modismo passageiro. Os livros de Redzepi e de Nilsson já comprovam o fato, tornando-se, em pouco tempo, parte da biblioteca essencial de cozinha. >>

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Photo: @Per-Anders Jorgensen

Nilsson, from the restaurant Fäviken Magasinet. Located in a remote region in the North of Sweden, amidst rivers, woods and mountains, the restaurant has become the gastronomic destination of the moment for journalists and critics, and has also attracted gourmets as well as the curious. The “Fäviken myth” is more like a fairytale from the Grimm’s brothers. The restaurant is in a cabin at the end of the world, amongst snowy white mountains, green forests and lakes. Located in the middle of a small village, it has a small rustic guest house and organic gardens. Nilsson cooks for only 12 people and only five nights a week! It seems like a fairy tale, but Fäviken Magasinet really does exist and it is worth the visit! It looks like a Viking museum and reminds you of Grandma’s cabin from Little Red Riding Hood, it is decorated with hunting artifacts, animal skins and even has old boots hanging up. em foco: ola rudin e sebastian Nilsson has his own abattoir, prepares Persson sempre são notícia cured meats and, despite his training in classic French cuisine, and having as his teacher, the In focus: Ola Rudin and Sebastian great Pascal Barbot, he uses many ancestral Persson are always in the news methods in the kitchen. The young chef is also a trained sommelier, and hunts, fishes and gathers mushrooms in the forest with the ease of someone who was born and raised on a farm. Nilsson’s wine cellar compares with many renowned restaurants in France and the client can stay overnight in the small rustic hotel, enjoying the evening without stress. In the kitchen, ice-cream made by hand, and food smoked in the old-fashioned way. The tasting menu celebrates local nature with its rigor and poetically rural atmosphere, with its “extra-realistic” naturalism. The dishes are minimalist, pure flavors and perfect textures. This is not a restaurant that excites vegetarians and vegans, since meat is the main feature. The Norse have arrived with strength and promise that their cuisine will not be a passing fad. Redzepi’s and Nilsson’s books have already proven the fact, and with a short time, they have become an essential part of a kitchen library. >>

Photo: @Per-Anders Jorgensen

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Para os que pensam em fazer a rota gastronômica entre Copenhague e a Suécia, algumas dicas imperdíveis são: em copenhAgue Noma http://noma.dk O número 1 do mundo

dispensa maiores apresentações. geranium http://geranium.dk O chef Rasmus Kofoed é o imbatível vencedor de vários Bocuse D’Or! Relae http://restaurant-relae.dk/en

Ex-chef do Noma, o ítalo-dinamarquês Christian Puglisi tem um dos restaurantes de vanguarda mais inovadores da Dinamarca geist http://restaurantgeist.dk O novo restaurante Geist tem jeito de bar/bistrô e oferece pratos criativos a preços acessíveis. Mielcke & hurtigkarl http://www.mhcph.com

Dentro dos jardins de Fredriksberg, é uma das maiores surpresas de Copenhague pela localização e cozinha criativa.

Photo: @Per-Anders Jorgensen

kødbyens Fiskebar http://fiskebaren.dk

Este aqui tem mais cara de boteco de marinheiro que de restaurante, mas, acredite, os peixes e frutos do mar são uma delícia. Original, “cool” e sempre cheio. Barato e bom. O preferido dos chefs: o Bastards é ponto de encontro de profissionais de gastronomia The chefs’ favorite: the Bastards is a meeting point for gastronomy professionals

nA suéciA Ales stenar www.vendelrestauranger.se

O mestre em panificação orgânica Anders Vendel tem também um restaurante gostoso na beira da praia, próximo às ruínas megalíticas de Ale Stenar e com a panificadora artesanal ao lado. Um lugar mágico. Bastards www.bastardrestaurant.se

O ideal é combinar uma visita a Copenhague e pegar o trem até Malmo, continuando a viagem à Suécia. O Bastards é uma brasserie/bar que virou ponto de encontro entre chefs – barato e uma delícia. Mathias Dahlgren www.mathiasdahlgren.com

O mais famoso nome da Suécia, foi o primeiro a abrir as portas da gastronomia de seu país ao mundo. O restaurante, que leva o nome do chef, fica em Estocolmo. Frantzén/Lindeberg www.frantzen-lindeberg.com

Em Estocolmo, o restaurante revelação da Suécia tem entusiasmado gourmets e críticos. Fäviken Magasinet http://favikenmagasinet.se

O nome do vilarejo é Fäviken e fica 600 quilômetros ao norte de Estocolmo, na região de caça de Jämtland. s

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Photo: @Per-Anders Jorgensen

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For those considering making the gastronomic route between Copenhagen and Sweden, some tips that are a must: in copenhAgen: world doesn’t require further presentation. geranium http://geranium.dk the chef Rasmus Kofoed is the unrivaled winner of various Bocuse D’Or! Relae http://restaurant-relae.dk/en Ex-chef of Noma, the Italian-Danish chef, Christian Puglisi has one of the most innovative vanguard restaurants in Denmark geist http://restaurantgeist.dk The new restaurant Geist has a bar/bistro style, and offers creative dishes at accessible prices.

Photos: LuciAnA BiAnchi

Noma http://noma.dk The number 1 in the

Mielcke & hurtigkarl http://www.mhcph.com

Within the Fredriksberg gardens, it is one of the biggest surprises in Copenhagen for its location and creative cuisine. kødbyens Fiskebar http://fiskebaren.dk

This one is more like a sailors’ pub than a restaurant, but believe me, the fish and seafood are delicious. Original, “cool” and always full. Cheap and good in sweden: Ales stenar www.vendelrestauranger.se Anders

Vendel a master in organic bakery, also has a lovely restaurant on the beach, next to the megalithic ruins of Stenar Ale and with the artisanal bakery next door. A magical place. Bastards www.bastardrestaurant.se

The perfect idea is to combine a visit to Copenhagen and then take the train to Malmo, continuing the trip to Sweden. The Bastards is a brasserie / bar that became a meeting place for chefs – cheap and a delight. Mathias Dahlgren www.mathiasdahlgren.com

The most famous name in Sweden, it was the first to open the doors of Swedish cuisine to the world. The restaurant, named after the chef, is in Stockholm. Frantzén/Lindeberg www.frantzen-lindeberg.com

In Stockholm, this Restaurant is a revelation in Sweden, and has thrilled critics and gourmets. Fäviken Magasinet http://favikenmagasinet.se

The name of the village is Fäviken and it is 600 kilometers north of Stockholm, in the hunting region of Jämtland . s

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Mito Fäviken: o restaurante de magnus nilsson recebe apenas 12 pessoas por noite e fica numa região de caça Mito Fäviken: Magnus Nilsson’s restaurant receives only 12 people per night and is in a hunting region

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O ROllS ROyce dOS Single maltS Um passeio pela destilaria the Macallan, na escócia Por JUliana a. Saad, da eScócia* FotoS divUlgação e JUliana a. Saad

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peyside, Escócia, 8 de outubro de 2012. Em torno de uma mesa, na The Macallan Easter Elchies Estate House, mansão de pedra construída em 1700 que engloba destilaria, depósitos, museu, casas de funcionários e lojinha, ouço as explicações da degustação de single malts, chamada de nosing and tasting session, de cinco variedades de The Macallan, marca que se orgulha de ser uma das mais refinadas produtoras do venerado Highland Single Malt Scotch Whisky. A casa está localizada em uma propriedade de 390 acres, com salmões pululando no Spey e paisagens de um verde só visto ali. Sobre a mesa, cinco garrafas − New Make Spirit, Fine Oak 15, Sherry Oak 18, Fine Oak 21 e Sherry Oak 30 − guardavam líquidos variando do âmbar ao caramelo escuro que revelavam os anos de envelhecimento em barris de carvalho (oak caskets) preparados pelo armazenamento prévio de bourbons americanos (Fine Oak), ou amaciados pelos poderes dos jerez (Sherry Oak) espanhóis. Alguns single malts da Macallan passam por três tipos de barris diferentes em seu período de envelhecimento, o que lhes confere uma miríade de aromas sutis. Não à toa, é chamado de o “Rolls Royce dos single malts”. Essa degustação ocorreu após uma visita guiada pelo entusiasmado e notório conhecedor Ian Duncan, guia que nos conduziu pela destilaria da Macallan mostrando as várias etapas e detalhes da produção do single malt da marca. Anualmente, 12 mil pessoas visitam a destilaria para conhecer de perto a confecção desse tesouro líquido. Em 2011, a Macallan produziu 7 milhões de litros de single malt whisky. Cerca de 40% fica na Escócia, o restante é exportado para todo o mundo. A demanda da marca é proporcional ao cuidado dispensado à produção dos seus premiados rótulos, sendo objeto de desejo de colecionadores e receptora de prêmios que se acumulam, como por exemplo as medalhas da International Wine and Spirit Competition (IWSC). Em 2010, a Macallan fez uma parceria com a Sotheby´s para leiloar uma garrafa de cristal Lalique contendo seu single de 64 anos de idade, o “Lalique: Cire Perdue”. Vendida

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a 460 mil dólares, os lucros foram para a ONG Water e o recorde de valor entrou para o Guinness. A visita é importante para quem pretende compreender melhor o processo de produção do The Macallan Single Malt. Os alambiques de cobre da destilaria são os menores da região e seu formato singular permite que o destilado (spirit, em uma pictórica alusão à alma do líquido) tenha o máximo de contato com o metal, o que ajuda a concentrar as características ricas, frutadas e o corpo bem-estruturado dos single malts da Macallan. E o amadurecimento nos barris completa o ritual da excelência. É por isso que um apaixonado por essa bebida cultuada em todo o mundo como símbolo da nobreza engarrafada afirmou: se apenas um single malt scotch whisky restasse na Terra, este deveria ser The Macallan. Admiradores anônimos ou célebres sabem que o nome é forte e o gosto, inesquecível. Um autêntico símbolo da Escócia.

Marca bicentenária São quase 200 anos de história, iniciada em 1824 quando o fazendeiro Alexander Reid obteve licença oficial para produzir uísque em sua propriedade, The Macallan’s Estate, no noroeste escocês, em Easter Elchies, próximo da pequenina vila de Craigellachie em Speyside, à cerca de 1h30 ao norte de Abeerden, confluência de dois rios, o Spey e o Fiddich. Vários proprietários se revezaram pelas décadas seguintes até que a destilaria foi comprada em 1999 pelo Edrington Group. Com o sucesso incrementado nos anos de 1950 e 60, The Macallan aumentou consideravelmente seu número de alambiques e hoje consolida sua longa história utilizando uma variedade de cevada tradicional, chamada Golden Promise. O outro diferencial que marcou sua imagem para sempre – mas não o único atualmente – foi o envelhecimento em barris de carvalho usados anteriormente na maturação do jerez espanhol, sobretudo do tipo oloroso, mais denso. Toda a produção envelhecida nesses barris de oloroso é vendida como single malt, enquanto o restante é usado no blend de outros uísques do grupo, como Famous Grouse e Cutty Sark. >>

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excel棚ncia nos detalhes: os alambiques de cobre s達o os menores da regi達o e os barris s達o curtidos com outras bebidas antes de receber o spirit Excellence in the details: the copper stills are the smallest in the region and the barrels are tanned with other beverages before receiving the spirit

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como é feito o whisky

região privilegiada: a área de speyside tem a maior concentração de produtores de single malt Privileged region: the Speyside area has the highest concentration of single malt producers

cheerS Mate! Há uma grande variedade de tipos oferecidos pela marca, mas quando se fala The Macallan o que vem à mente dos apreciadores é sempre o highland single malt. Isso quer dizer que, ao contrário dos uísques mais vendidos, que podem ser produto da mistura de diferentes tipos de grãos (cevada, trigo, milho ou centeio), o single malt é produzido apenas numa única destilaria a partir de cevada maltada e água, sem nenhum outro cereal. Daí sua nobreza, exibindo aromas de frutas secas, especiarias e algo defumado, com gosto untuoso e ao mesmo tempo suave que encanta os fãs da marca, gente como os atores Sean Connery e Ewan McGregor e o primeiro-ministro David Cameron. Entre as linhas mais conhecidas e de maior presença no mercado estão The Macallan Sherry Oak, os envelhecidos em barril de jerez por 10, 12, 18, 25 e 30 anos, e The Macallan Fine Oak, envelhecidos 10, 12, 15, 17, 18, 21, 25 e 30 anos em três tipos de barril: de madeira europeia e de madeira americana onde o jerez maturou e de americana usada no envelhecimento do Bourbon. Essa é a linha vendida atualmente no Brasil.

tradição eScoceSa A tradição mais amplamente divulgada da Escócia é o seu scotch whisky. Melhor ainda quando é single malt. A região de Speyside, no nordeste da Escócia, tem a maior concentração de destilarias de uísque de malte (single malt). Cada uma dessas regiões tem o seu próprio estilo particular de single malt – com diversidade de sabores e aromas únicos que os distinguem. Como os frutados e frescos, que lembram maçã verde, os que são picantes e os que remetem à turfa, lembrando defumados. A percepção gustativa pode ser dividida em quatro fases: aspecto, aroma com diluição, aroma em diluição e prova, quando a bebida é ingerida. Nesse ponto, ocorre um retorno de aromas, ou retrogosto, que traz revelações gustativas que complementam as olfativas. S *A jornalista viajou a convite da The Macallan Visitas guiadas às destilarias devem ser agendadas nos sites www.themacallan.com e www.thefamousgrouse.com

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Ele é um destilado de cereais, maltados ou não. A maltagem é uma operação que visa fazer germinar um cereal, da cevada na maioria das vezes, mas também se utiliza centeio, trigo, milho ou aveia a fim de se obter uma enzima, a maltase. Para finalizar o processo de maltagem é preciso secar os grãos. isso é feito em grandes fornos, muitas vezes alimentados pela turfa, material decomposto recolhido nos vales escoceses, que dá a alguns o gosto defumado. Moído, o produto vira farinha (grist), misturada à água quente para que a maltase transforme a molécula de amido em açúcares fermentáveis (wort). Junta-se fermento para que haja a transformação do açúcar em álcool. No fim desse processo obtém-se o wash, que em seguida é destilado − normalmente são duas destilações seguidas. O produto é uma aguardente incolor com cerca de 70 graus de álcool. A etapa seguinte é importantíssima: o envelhecimento em barris de carvalho, que podem ser novos ou procedentes de origens diversas, como os usados anteriormente na maturação de jerez, vinhos Madeira ou do Porto, Bourbon e até mesmo rum. isso dá características distintas a cada whisky. Antes de ser engarrafado, mistura-se água para que fique com 40 graus de álcool. E a garrafa ganha o mundo. O single malt é resultado da fermentação de um único tipo de malte, no caso da Macallan, a cevada.

How whisky is made

It is a distillation of grains, which can be malted or not The malting is an operation aimed to germinate the cereal, in most cases barley, but rye, wheat, maize or oats can also be used, to obtain an enzyme, maltase. To finish the malting process the grains have to be dried. This is done in large furnaces, often fueled by peat, decomposed material collected in the Scottish valleys, which gives some whiskeys their Smokey taste. After being milled, the product becomes flour (grist), and is mixed with hot water so that the maltase transform the starch molecule into fermentable sugars (wort).Yeast is added to transform the sugar into alcohol. At the end of this process what is known as the wash is obtained, which is then distilled – normally two distillations are performed.The product is a colorless liquor with about 70 percent alcohol.The next step is very important: the aging in oak barrels, which may be new or derived from different origins, such as those used earlier for the maturation of sherry, Madeira or Port Wine, Bourbon and even rum.This provides the distinct characteristics for each whiskey. Prior to bottling, it is mixed with water to reduce it to 40 percent alcohol. And the bottle charms the world.The single malt is the result of fermenting only one kind of malt, in the case of Macallan, barley.

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the rollS royce oF the Single MaltS a trip through the Macallan distillery, in Scotland

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peyside, Scotland, October 8, 2012. Around a table at The Macallan Easter Elchies Estate House, a stone mansion built in 1700, which includes a distillery, deposits, a museum, employees’ houses and a shop, I listen to explanations during the tasting of single malts, called a nosing and tasting session, of five varieties of Macallan, a brand name that is proud to be one of the most refined producers of the venerated Highland Single Malt Scotch Whisky. The house is located in an area of 290 acres, with salmon jumping out of the River Spey and a green landscape that you can only find here. On the table, five bottles − New Make Spirit, Fine Oak 15, Sherry Oak 18, Fine Oak 21 and Sherry Oak 30 − hold liquids that vary from amber to dark caramel, which reveal the number of years they have aged in oak caskets prepared through the previous storage of American bourbons (Fine Oak), or smoothed by the powers of Spanish sherry (Cherry Oak). Some of the Macallan single malts pass through three types of different caskets during their aging process, which provides them with a myriad of subtle flavors. No wonder it is called the “Rolls Royce of single malts.” This tasting occurred after a guided tour by the enthusiastic and knowledgeable Ian Duncan, a guide who took us through the Macallan distillery, showing us the various production stages and details of how the brand’s single malt is produced. Annually, 12,000 people visit the distillery to understand how this liquid treasure is produced. In 2011, Macallan produced 7 million liters of single malt whiskey. About 40% remains in Scotland, the rest is exported worldwide. The demand for the brand is proportional to the care given to the production of its award-winning labels, which are the objects of desire by collectors and have received several awards, such as prizes from the International Wine and Spirit Competition (IWSC). In 2010, Macallan agreed a partnership with Sotheby’s to auction a bottle of Lalique crystal containing its 64-year-old single malt, “Lalique: Cire Perdue”. Sold at $ 460,000, the profits went to the NGO Water and record value entered the Guinness. The visit is important for anyone wishing to understand the production process of The Macallan Single Malt. The copper stills at the distillery are the smallest in the region and their unique format allows the distillate (spirit, allusion to the soul of the liquid) to have maximum contact with the metal, which helps concentrate the rich, fruity characteristics and well-structured body of the Macallan single malts. And maturing in caskets completes the ritual of excellence. That’s why a lover of this drink, appreciated worldwide as a symbol of bottled nobility, said: if only one single malt scotch whiskey was left on Earth, it should be The Macallan. Anonymous or famous admirers know that the name is strong and the taste unforgettable. A true symbol of Scotland.

bicentennial The Macallan Estate dates back nearly 200 years, beginning in 1824 when the farmer Alexander Reid obtained official license to produce whiskey on his property, It is located in northwest Scotland, Easter Elchies, near the small village of Craigellachie, Speyside, around one and half hours drive, north of Aberdeen, at the confluence of two rivers, the Spey and Fiddich. It has had several owners over the decades until the distillery was bought in 1999 by the Edrington Group. With the increased success in the 1950s and 60s, The Macallan has considerably increased its number of stills and today it has consolidated its long history using a variety of traditional barley, called Golden Promise. The other difference that has marked its image forever - but not the only one - has been the aging in oak barrels previously used for the maturation of Spanish sherry, particularly the more dense, type with a stronger odour. All of the production aged in these more dense casks is sold as single malt, while the rest is used as blends in other whiskeys from the Group, such as the Famous Grouse and Cutty Sark.

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cheerS Mate! There is a large variety of types offered by the brand, but when Macallan is mentioned, what comes to mind by those who appreciate whiskey is always the highland single malt. This means that, unlike the whiskeys with higher sales, which may be the product of mixing different types of grains (barley, wheat, corn or rye), the single malt is produced only in a single distillery from malted barley and water, without using any other cereal. Hence its value, with its aromas of dried fruits, spices and something smoked, with its unctuous and at the same time smooth taste, which delights fans of the brand, such as the actors Sean Connery and Ewan McGregor and the Prime Minister David Cameron. Among the best-known whiskeys and those with greater market presence are Macallan Sherry Oak, aged in sherry casks for 10, 12, 18, 25 and 30 years, and The Macallan Fine Oak, aged 10, 12, 15, 17, 18, 21, 25 and 30 years in three types of casks: made from European wood and American wood where sherry matures and American wood used for aging Bourbon. This is the whiskey currently sold in Brazil.

ScottiSh tradition The most widely publicized tradition of Scotland is its scotch whiskey. Even better when it is a single malt. The region of Speyside, in the northeast of Scotland, has the highest concentration of malt whiskey distilleries (single malt). Each of these regions has its own particular style of single malt - with a diversity of flavors and unique aromas that set them apart. Such as fresh and fruity, reminiscent of green apples, and those that are spicy which remind you of peat, almost smoked. The taste perception can be divided into four phases: appearance, aroma with dilution, aroma in dilution and taste, when the drink is consumed. At this point, the aromas return, like an aftertaste, and bring revelations that complement the olfactory senses. S *The journalist travelled at the invitation of The Macallan Guided tours of the distilleries have to be organized using the sites www.themacallan.com and www.thefamousgrouse.com

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Leveza no ar, precisão na terra na suíça, o ar puro dos alpes e a natureza idílica encontram a arte, a gastronomia e a arquitetura por Juliana a. saad fotos Juliana a. saad e divulgação*

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primeira coisa que se sente é o ar. O ar alpino é diferente, mais leve, fresco e puro. Depois, a paisagem. O olhar desliza por cenários de grande beleza, natural ou arquitetônica. Longe da imagem fria, de país neutro, a Suíça é o lugar onde o ensino da arte da hospitalidade ganhou um nível de excelência − afinal, o conceito foi aperfeiçoado em suas famosas escolas hoteleiras. A rede oferece desde palácios históricos até hotéis butique, passando pelos tradicionais até os mais pitorescos, escondidos nas montanhas. Tudo funciona com a famosa “precisão suíça”, consagrada pela indústria relojoeira de longa tradição, mas o pequeno país sabe surpreender também com as delícias do chocolate e dos queijos, além da joalheria de extremo bom gosto. A hospitalidade expressa-se também em variadas ofertas de passeios e compras, das mais simples às mais luxuosas, com destinos tranquilos e outros de ousadas aventuras. Trens moderníssimos ligam as cidades, que transportam seus cidadãos em bondes de charme antigo; autoestradas deslizam pelos vales e trilhas serpenteiam pelas montanhas; centros avançados de pesquisa científica são um orgulho do país, enquanto artesãos fazem chocolates divinos, moldam queijos ou montam as intrincadas peças de seus famosos relógios. Se a data escolhida para a viagem coincidir com o verão, prepare-se. O país se transforma alegremente, o verde e as cores tornam-se mais intensos e os Alpes ganham luzes impressionantes.

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Berna e Basel A capital suíça é a charmosa Berna, fundada em 1121 e cujo centro foi declarado patrimônio mundial da humanidade pela Unesco. Mas a diversidade natural e urbana do país está presente, sobretudo, em St. Moritz, Basel, Genebra e Zurique. Basel é a capital cultural e faz fronteira com a França e a Alemanha. Fundada pelos romanos em torno do século II, tornou-se o maior centro industrial e comercial do país graças ao rio Reno, que corta a cidade e é rota de cruzeiros muito procurados. Além da força econômica, abriga instituições e museus de renome internacional, como a Fundação Beyeler, o Vitra Museum e o Museu Tinguely. Sedia feiras importantes, como a Art Basel (junho) e a Baselworld (abril), que todos os anos atraem públicos interessados em arte contemporânea e joalheria ou relojoaria. Atrai ainda com as praças medievais que circundam a catedral Münster e com seu jardim zoológico, reconhecido pela quantidade de espécies raras. Uma boa opção de hospedagem na cidade é o Grand Hotel Les Trois Rois, debruçado sobre as águas do Reno, em edifício histórico que esbanja arte, música e bom gosto e oferece restaurantes como o Cheval Blanc (duas estrelas Michelin) e o bar Chez Donatti, o mais agradável e agitado da cidade. >>

Delícias suíças

a imagem do país está impregnada de chocolate. suas fábricas e artesãos elevaram essa arte a níveis altíssimos. Como 70% do chocolate suíço consumido é da versão ao leite, conclui-se que as mimosas vaquinhas leiteiras pastando montanha acima, outra imagem corriqueira do país, são também responsáveis pela fama. ao cruzar o país de trem ou carro, vê-se rebanhos tranquilos, pastando sob o sol. Muito bonitinho! Delas sai igualmente a base de outro produto famoso: o queijo, sobretudo o gruyère e o emmenthal, embora o país fabrique cerca de 450 tipos.A geografia montanhosa suíça, imprópria à agricultura em 80% do território, incentivou a criação de vacas e ovelhas, daí o aprimoramento das técnicas queijeiras ao longo dos séculos. Para caprichar na harmonização com um grande vinho tinto, de preferência com a uva pinot noir, ouse e peça um Vacherin Mont-d’Or, delicioso queijo de massa mole, aromático sem excessos. Cuidado! Ninguém irá avisá-lo que os pães suíços são maravilhosamente viciantes. Os grãos de alta qualidade compõem massas integrais ou brancas que derretem na boca. Combinadas aos queijos nacionais, podem fazer com que o excesso de peso volte não somente nas bagagens... se é que você me entende!

swiss delights

The country’s image is impregnated with chocolate. Its factories and craftsmen have elevated this art to the highest levels. Since 70% of Swiss chocolate consumed is the milk chocolate version, it is assumed that the dairy cows grazing on the mountain sides, another common sight in the country, are also responsible for its fame. If you cross the country by train or car, you can see herds of cows, grazing under the sun.Very cute! They are also responsible for another famous product: cheese, especially Gruyère and Emmenthal, although the country manufactures about 450 different types. The mountainous Swiss geography, inappropriate for agriculture in 80% of its territory, encouraged the breading of cows and sheep, hence the improvement in cheese making techniques over the centuries. To enjoy these even more, harmonize them with a good red wine, preferably from the pinot noir grape, and be daring and ask for a Vacherin Mont-d‘Or, a delicious soft cheese, aromatic without being excessive. .Take care! Nobody will tell you that the Swiss breads are wonderfully addictive.The high quality grains produce whole-wheat or white breads that melt in the mouth. Combined with the national cheeses, it might be that excess weight is not just in the cases coming home... If you know what I mean!

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lightness in the air, precision on earth in switzerland, the pure air of the alps and the idyllic nature find art, gastronomy and architecture

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he first thing that you feel is the air. The alpine air is different, lighter, fresh and pure. Then, the landscape. Your eyes take in scenes of wonderful beauty, both natural or architectonic. A long way from the image of a cold, neutral country, Switzerland is the place where teaching the art of hospitality has acquired a level of excellence – in fact, the concept was perfected in its famous hotel schools. The network of accommodation ranges from historic palaces to boutique hotels, from the traditional ones to the more picturesque one, hidden in the mountains. Everything operates with the famous “Swiss precision”, consecrated by the age-old traditional watch industry, but the small country knows how to surprise also with its delicacies of chocolate and cheeses, as well as the extremely tasteful jewelry. The hospitality is also expressed in the variety of different options for trips and shopping, from the most simple to the most luxurious, with quiet destinations and others that involve challenging adventures. Extremely modern trains connect the cities, which transport citizens in antique charming trams; highways meander through the valleys and snake through the mountains; advanced scientific research centers are the pride of the country, whilst craftsmen make divine chocolates, mold cheeses or assembly the intricate pieces of their famous watches. If the dates chosen for your trip coincides with Summer, prepare yourself. The country is happily transformed, the greenery and the colors become more intense and the Alps acquire impressive lights. Berne and Basel The capital of Switzerland is the charming city of Berne, founded in 1121, whose center was declared a world heritage by Unesco. But the natural and urban diversity of the country is present, above all, in St. Moritz, Basel, Geneva and Zurich. Basel is the cultural capital and is on the border with France and Germany. It was founded by Romans around the second century, and it became the largest industrial and commercial center in the country, thanks to the Reno River, which divides the city and is a very popular cruise route. Besides its economic strength, it houses internationally recognized institutions and museums such as the Beyeler Foundation, the Vitra Museum and the Tinguely Museum. It hosts important fairs, such as Art Basel (June) and Baselworld (April), which, every year, attract public interested in contemporary art and jewelry and watches. It also attracts tourists with its medieval squares that surround the Münster cathedral and its zoological gardens, recognized for the number of rare species. A good choice of accommodation in the city is the Grand Hotel Les Trois Rois, overlooking the waters of the Rhine in an historic building that exudes art, music and good taste and offers restaurants such as Cheval Blanc (two Michelin stars) and the bar Chez Donatti. A most enjoyable and active city. >>

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Basel capital cultural: vitrines (1 e 2), Fundação Beyeler (3), o centro com seus cafés e docerias (4),Volkhauss (5 e 6), bar do hotel Les Trois Rois (7), sede da Prefeitura (8) e o Vitra Design Museum (9 e 10)

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Cultural capital: Shop windows (1 and 2), Beyeler Foundation (3), the center with its cafes and pastry shops (4),Volkhauss (5 and 6), the bar in Les Trois Rois hotel (7), City Hall (8) and Vitra Design Museum (9 and 10)

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st. Moritz charme: Hotel Kempinski (1), Engadin (2), lounge do Nira alpina (3), confeitaria Hauser (4), lazer no lago (5), delícias do Nira alpina (6), o bar e restaurante La Baracca (7) e vista da janela do trem (8) Charm: Kempinski Hotel (1), Engadin (2), the lounge at Nira Alpina (3), the Hauser cake shop (4), leisure on the lake (5), delights at the Nira Alpina (6), La Baracca bar and restaurant (7) and view from the train window (8)

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st. Moritz

st. Moritz St. Moritz, an elegant and exclusive ski resort, also has a strong Estação de esqui elegante e exclusiva, St. Moritz tem forte apelo appeal in warmer weather. With an impressive average of 322 sunny também nos dias mais quentes. Com impressionante média de 322 dias days per year, it is a cosmopolitan city where they speak several de sol por ano, é uma cidade cosmopolita onde se falam várias línguas, languages, given its proximity to Germany and Italy. In the summer, pela proximidade com a Alemanha e a Itália. No verão, destaca-se the highlight is the beautiful lake, the choice for sailing competitions o belo lago, palco de competições de vela e com esportes aquáticos and water sports for the whole family. Golf, electric bikes, hiking, para toda a família. Golfe, bikes elétricas, caminhadas, trekking e horseback riding and trekking are the main activities, with the cavalgadas são as atividades principais, com as águas termais garantindo thermal waters ensuring recovery after practicing sports or leisure. a recuperação após a prática esportiva ou de lazer. To understand its geography, it is divided into two regions: SaintPara compreender sua geografia, ela é dividida em duas regiões: Moritz-Dorf (at an altitude of 1822 meters), the center of the city, Saint-Moritz-Dorf (a 1.822 metros de altitude), sede principal da and Saint-Moritz-Bad (at 1,774 meters) near the lake. cidade, e Saint-Moritz-Bad (a 1.774 metros), próxima ao lago. Um A world of leisure, shopping, cultural events, great hotels, restaurants mundo de lazer, shopping, eventos culturais, ótimos hotéis, restaurantes and sports await the tourist.The Kempinski Grand Hotel des Bains e esportes espera pelo turista. Os hotéis Kempinski Grand Hotel des and the Nira hotel make its hotels famous. The Kempinski has special Bains e Nira fazem a fama de sua hotelaria. O Kempinski tem magia magic: set in the middle of a park in Engadin, near the lake, the hotel especial: situado em meio a um parque em Engadin, perto do lago, o has great restaurants, a bar, wine cellar, and spa, ski trails, bicycle hotel conta com ótimos restaurantes, bar, adega, além de SPA, trilhas tracks and even a casino. de esqui, bicicleta e até um cassino. Located at the highest point of the Engadin Valley, the Nira Alpina Situado no ponto mais alto do vale de Engadin, o hotel Nira Alpina hotel is only five kilometers from St. Moritz. In summer, the cable fica a apenas cinco quilômetros de St. Moritz. No verão, o teleférico car takes guests to trails, hiking and bike rides. The cuisine is also leva os hóspedes até trilhas, caminhadas e passeios de bicicleta. A gastronomia também é destaque nesse hotel butique e descontraído. >> featured in this relaxed boutique hotel. >>

viva seu MoMento agatha christie viva seu momento agatha christie no chiquérrimo vagão-restaurante de um trem suíço. aproveite para cruzar o país no verão e conhecer cenários de cinema em trens de categoria superior que tornam o trajeto um destino em si. Do lado de fora, montanhas, vales, rios, lagos e vilarejos desfilam ao sabor do olhar dos passageiros. na sua viagem à suíça, não deixe de tirar partido do seu sistema ferroviário, a ampla malha que percorre o país de maneira confortável, eficiente e segura. o swiss travel system inclui viagens ilimitadas de trem, barcos e linhas de transporte urbano, em períodos de 4, 8, 15, 22 dias ou um mês, em primeira ou segunda classes. Há desconto para menores e família, e o passe dá ingresso gratuito a mais de 400 museus e exposições. Dois adultos viajando juntos pagam tarifa reduzida. para quatro dias de viagem, gasta-se 226 francos suíços em segunda classe, e 361 em primeira. swiss Pass: www.swiss-pass.ch

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Dica da viajante

Conhecer uma cidade nova é muito mais interessante em companhia de guias especializados. No serviço desta matéria, o site de cada cidade tem uma lista de guias credenciados que farão toda a diferença. Em minha viagem ao país, tive a oportunidade de visitar Basileia com uma guia brasileira, a incrível arquiteta Nicole. seu conhecimento da cidade nos proporcionou uma visita muito mais interessante e animada. Em st. Moritz, o estiloso Wolf nos levou pelos vales e ruelas dessa cidade encantadora. Em Zurique, a charmosa Úrsula deu dicas sobre os pães, queijos, museus e atrações com vivacidade. Em comum, a paixão em mostrar ao visitante o que o país tem de melhor. Resultado final? Uma viagem muito mais rica e significativa para o viajante. >> Turismo Basel: www.basel.com >> Turismo Engadin/st. Moritz: www.engadin. stmoritz.ch/sommer/en >> Turismo Genebra: www.geneve-tourisme.ch >> Turismo Zurique: www.zuerich.com

traveler’s tips

Getting to know a new city is much more interesting in the company of specialized guides. The service offered in this article, includes the sites of each city with a list of qualified guides who will make all the difference. During my trip through the country, I had the opportunity to visit Basel with a Brazilian guide, the incredible architect Nicole. Her knowledge of the city made my visit far more interesting and enjoyable. In st. Moritz, the stylish Wolf took us through the little streets of this charming city. In Zurich, the charming Úrsula gave enthusiastic tips on breads, cheeses, museums and attractions. What they had in common was their passion about showing the visitor the best of the country. Final result ? A far more interesting and rich trip for the traveler. >> Basel tourism: www.basel.com >> Tourism Engadin/st. Moritz tourism: www. engadin.stmoritz.ch/sommer/en >> Geneva tourism : www.geneve-tourisme.ch >> Zurich tourism: www.zuerich.com

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O sudoeste suíço é a sede europeia das Nações Unidas, do Comitê Internacional da Cruz Vermelha e de várias outras organizações governamentais e não governamentais, além de ser conhecido por seus bancos e seguradoras. Está localizado junto ao lago Léman (ou lago de Genebra) onde sobressai o jato de água de 140 metros de altura. A atmosfera refinada de Genebra faz contraponto com sua calma e tranquilidade. Nas ruelas da parte antiga da cidade há restaurantes ótimos, como o estrelado Le Chat Botté, do Hotel Beau Rivage, de cozinha estrelada e com vista privilegiada do lago. Os bares e cafés ficam cheios e neles se pode tomar cervejas especiais em mesinhas externas e aproveitar o calor do verão. Para jantar em estilo descontraído, vale conhecer o Café Papon. O edifício histórico já serviu de sede da prefeitura e até hoje mantém uma ligação interna com a mesma. Paredes de pedra, pátio cercado de árvores, comida gostosa e serviço simpático completam o passeio. Outras atrações são o célebre Relógio de Flores, na Praça dos Ingleses e às margens do Lago Genebra, símbolo da indústria relojoeira de Genebra, com cerca de 6.500 flores, e a impressionante Catedral Calvinista de São Pedro, construída entre 1160 e 1232, no centro histórico. Outra opção de interesse é a casa onde nasceu em 1712 o filósofo, teórico político, escritor e compositor Jean-Jacques Rousseau. Para a hospedagem, a melhor dica é o Hotel Mandarin Oriental Genève. Às margens do rio Rhône, tem localização privilegiada com vista para o Mont Blanc, suítes impecáveis e serviço de primeira. Os restaurantes Rasoi by Vineet (do estrelado chef Vineet Bhatia) e a brasserie Le Sud, com assinatura de Paul Bocuse, integram o estilo Mandarin. O Hotel The Beau-Rivage, além das belas acomodações, conta com adega recheada pelos melhores vinhos suíços e internacionais e com o restaurante Le Chatt Botté, com uma estrela Michelin e terraço com vista panorâmica para o jato de água do lago Genebra e o Mont Blanc. >>

geneva Located in the southwest of Switzerland, it is the European headquarters of the United Nations, the International Committee for the Red Cross and several other governmental and non-governmental organizations, and is known for its banks and insurers. It is located next to Lake Geneva (or Lac Leman) where a water jet shoots out, reaching 140 meters. The refined atmosphere of Geneva provides a counterpoint to its calm and tranquility. In the cobblestone streets of the ancient part of the city, you can find great restaurants, Le Chat Botté, at the Hotel Beau Rivage, the award winning kitchen and with a privileged view of the lake.The bars and cafes are full, and you can sit outside at a table and enjoy special beers and enjoy the summer heat. For dinner, in a relaxed style, Café Papon is worth a visit.The historic building has served as a town hall, and still has an internal connection with the local authority. Stone walls, a patio surrounded by trees, delicious food and friendly service complete the tour. Other attractions are the famous Flower Clock in the Plaza des Anglais and at the edge of Lake Geneva, a symbol of the Geneva watch industry, with about 6,500 flowers and the stunning Sainte Pierre Calvinist Cathedral, built between 1160 and 1232, in the historic center. Another interesting option is the birthplace of the philosopher, political theorist, writer and composer Jean-Jacques Rousseau, born in 1712 For accommodation, the best tip is the Geneva Mandarin Oriental Hotel. Located on the banks of the river Rhone, it has a privileged location overlooking Mont Blanc, impeccable suites and first class service.The restaurants Rasoi by Vineet (by the famous chef Vineet Bhatia) and the brasserie Le Sud, signed by Paul Bocuse, are part of the Mandarin style. The Beau-Rivage Hotel, besides the beautiful accommodation, has a cellar filled with the best Swiss and international wines and the restaurant Le Botté Chatt, which has one Michelin star and a terrace overlooking the water jet at Lake Geneva and Mont Blanc. >>

conforto nas nuvens a classe executiva da swiss oferece refeições gourmet à la carte, vinhos premium, poltronas ultraconfortáveis, amenities valmont, sistema de entretenimento com quase mil canais e serviço atencioso. o menu “taste of switzerland“, elaborado por premiados chefs suíços inclui, além de pratos gourmet, delicadezas como chocolates Lindt & sprüngli, e opção vegetariana preparada pelo restaurante Hiltl, o mais tradicional da europa nesse tipo de dieta, fundado em 1898. Mesmo para quem não é adepto (como eu), vale muito experimentar. coMfort in the clouds the executive class aboard swiss air offers gourmet à la carte meals, premium wines, extra comfortable seats, valmont amenities, an entertainment system with almost one thousand channels and attentive services. the menu “taste of switzerland”, developed by award winning swiss chefs, includes, besides gourmet dishes, delicacies such as Lindt & sprüngli chocolates and a vegetarian option prepared by the Hiltl restaurant, the most traditional in europe for this type of food, and founded in 1898. even for those who are not vegetarians (like me) it is worth trying. swiss Intl. air Lines - www.swiss.com

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Genebra

Centro histórico (1), o monumento Broken Chair (2), Hotel Mandarin (3), manufatura da marca de relógios Jaeger Le Coultre (4 e 5), Catedral de são Pedro (6), sede das Nações Unidas (7), vista do rio Ródano (8) e relógio de flores à beira do lago Leman (9) Historic center (1), the Broken Chair monument (2), the Mandarin Hotel (3), manufacture of Jaeger Le Coultre watches (4/5), St. Peter’s Cathedral (6), United Nations Headquarters (7), view of the Rhone (8) and flower clock at the edge of lake Leman (9)

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zurique campeã de qualidade de vida: margens do rio Limmat (1 e 2), salsichas e pães deliciosos (3), charme na cidade velha (4), bons vinhos (5), e os hotéis The Dolder Grand (6 e 8) e Wadder (7)

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Champion in quality of life: the river Limmat (1 and 2), delicious sausages and breads (3), the charm of the old town (4), Good wines (5), and the Dolder Grand Hotel (6 and 8) and Wadder Hotel (7)

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55 zurique É a maior cidade suíça, com cerca de 385 mil habitantes, situada ao norte e à beira de um grande lago. Costuma ser a porta de entrada para quem visita o país e é sempre uma das cidades campeãs em pesquisas mundiais sobre qualidade de vida. É também o centro financeiro suíço. Conta com mais de 100 galerias e 50 museus, inclusive o Museu Nacional Suíço. Seu centro antigo encanta com variados estilos de hotéis, famosas lojas, galerias de arte, restaurantes e confeitarias tradicionais, como a Confiserie Sprüngli, em Paradeplatz. Drinques no famoso bar do Hotel Widder, considerado o mais bacana da cidade, são obrigatórios. A Banhofstrasse é a rua recheada de butiques de grife (Chanel, Vuitton), lojas de departamento, como a incrível Globus (não deixe de passar na área de alimentos e bebidas no subsolo, é uma perdição necessária!) e marcas conhecidas (como a suíça Swatch), pontuada por árvores, praças e carrinhos de salsichas. Outra atração de peso da cidade é a estação ferroviária, a Zürich Hauptbahnhof (Zürich HB), a maior da Suíça e uma das mais movimentadas da Europa, com arquitetura linda e arte onipresente, como a escultura aérea L’ange protecteur, de Niki de Saint Phalle. Na área cultural, o Museu de Belas Artes Zurique (Kunsthaus Zürich) guarda quase 4 mil pinturas, esculturas e instalações e não cobra entrada para a coleção permanente. O Museu de Design de Zurique (Museum für Gestaltung Zürich) exibe coleções de importância internacional, com ênfase natural para o desenho suíço, conhecido por suas formas funcionais, atenção aos detalhes, refinamento e humor. Uma visita curiosa, e ao mesmo tempo estimulante, é ao Cabaret Voltaire, fundado em 1916 e que inaugurou o dadaísmo. Atualmente abriga lojinha e museu, e serve de ponto de encontro dos dadaístas. O hotel The Dolder Grand de Zurique é acessado por um trenzinho, em rota que se eleva de Zurique cortando uma floresta de pinheiros e termina em uma estação privativa do hotel, onde o viajante percorre uma alameda que conduz à entrada. Ali, a arquitetura premiada combina prédio anexo com design de Sir Norman Foster (Pritzker Prize) a um castelo de 1899. Recheado de notáveis obras de arte, é o endereço certo para viajantes à procura de exclusividade, prazer e relaxamento. Serviço acima da média, culinária requintada do duplamente estrelado chef Heiko Nieder e o extraordinário SPA de 4 mil metros quadrados são outros bons motivos para conhecê-lo. No Widder Hotel, nove casas históricas foram reunidas e combinadas, com ambientes pontuados por móveis de design e muito charme. A comida é boa e o bar é considerado o melhor da cidade, atraindo os bacanas locais e os viajantes descolados. Fica no centro velho, perto da Bahnhofstrasse. s

serviço / sERVICEs informações gerais / general information >> www.swissinfo.ch grandhotel les trois rois >> www.lestroisrois.com fondation Beyeler >> www.fondationbeyeler.ch art Basel >> www.basel.artbasel.com Museu tinguely / tinguely Museum >> www.tinguely.ch turismo engadin/st. Moritz >> www.engadin.stmoritz.ch/sommer/en hotel Kempinski >> www.kempinski.com/en/st-moritz hotel nira alpina >> www.niraalpina.com

zurich It is the largest city in Switzerland, with around 385,000 inhabitants, located in the north and at the edge of a large lake. It is the gateway for visitors to the country and is always one of the winners in international research on the quality of life. It is also the Swiss financial center. It has more than 100 galleries and 50 museums, including the Swiss National Museum. Its old center charms with its different styles of hotels, trendy shops, art galleries, restaurants and traditional confectioneries such as Confiserie Sprüngli in Paradeplatz. Drinks at the bar of the famous Hotel Widder, considered the coolest in the city, are a must. Bahnhofstrasse is a street full of designer boutiques (Chanel, Vuitton), department stores such as the amazing Globus (be sure to stop in the food and beverages area in the basement, is a necessary sin!) and well-known brands (such as the Swiss Swatch), lined with trees, squares and sausage stands. Another important attraction in the city is the train station, the Zürich Hauptbahnhof (Zürich HB), Switzerland‘s largest and one of the busiest in Europe, with its beautiful architecture and ubiquitous art, such as the aerial sculpture L‘ange protecteur, by Niki de Saint Phalle. In the cultural area, the Zurich Museum of Fine Arts (Kunsthaus Zürich) holds almost 4,000 paintings, sculptures and installations and does not charge an entrance fee to visit the permanent collection. The Zurich Design Museum (Museum für Gestaltung Zürich) exhibits collections of international importance, with a obvious emphasis on Swiss designs, known for their functional forms, attention to detail, refinement and humor. A curious visit, whilst at the same time challenging, is the Cabaret Voltaire, founded in 1916 and which inaugurated Dadaism. It now includes a shop, museum, and serves as the meeting point for the Dadaists. The Dolder Grand Hotel in Zurich is accessed by a small train on route that leaves Zurich cutting through a pine forest and ending in the hotel’s private station, where the visitor walks down a lane leading to the entrance. Here, the award-winning architecture combines the annex building designed by Sir Norman Foster (Pritzker Prize) to a castle from 1899. Filled with remarkable works of art, it is the right address for tourists looking for exclusivity, pleasure and relaxation. Above-average services, fine cuisine by the two times award winning chef Heiko Nieder and the extraordinary SPA of 4 thousand square meters are other good reasons to visit it. At the Widder Hotel, nine historic houses have been joined together, offering environments with designer furniture and charm. The food is good and the bar is considered the best in town, attracting relaxed locals and tourists. It is in the old center, near the Bahnhofstrasse. s

hotel Mandarin oriental >> www.mandarinoriental.com/geneva hotel Beau-rivage >> www.beau-rivage.ch Bucherer sa (joias e relógios / (jewelry and watches)) >> www.bucherer.com hotel the dolder grand >> www.thedoldergrand.com hotel Widder >> www.widderhotel.ch Museu de design de zurique >> www.museum-gestaltung.ch Museu de Belas artes zurique >> www.kunsthaus.ch confeitaria sprüengli >> www.spruengli.ch globus >> www.globus.ch

*a jornalista viajou a convite do Centro de Turismo suíço e da swiss Intl. air Lines The journalist travelled at the invitation of the swiss Tourism Center and swiss Intl. air Lines

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A l贸gic A dA simplicidAde A marca da holandesa Renny Remakers, eleita uma das mulheres mais influentes do mundo, re煤ne produtos com design para solucionar, de forma bela e divertida, as dificuldades do cotidiano poR Alice RiveRo fotos GeRARd vAn Hees pARA dRooG

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tradução literal da palavra holandesa droog é secar. Interpretando, seria algo no sentido de tirar os excessos, tornar mais sóbrios ou, ainda, minimalistas. Mas a loja Droog, fundada em 1991 em Amsterdam, confunde um pouco o conceito: embora privilegie produtos de design “seco” – daqueles belos e funcionais sem precisar de firulas para chamar a atenção –, reúne uma profusão de formas, cores e novidades que despertam um certo desejo “maximalista” e paradoxal de ter tudo o que há ali para vender. Em 1993, quando participou do Salão Internacional do Móvel em Milão com 16 produtos, a fundadora Renny Remakers pretendia, e conseguiu, mostrar uma simplicidade que não precisa ser chata, pelo contrário. Ali, ela mostrava como o design podia trabalhar para transformar coisas banais, do dia a dia, em algo divertido. Por que um desentupidor de pia deveria ser feio? Os da Droog, anatômicos e coloridos, dão até vontade de usar. Um vaso dobrável, uma luminária feita com um cabide e uma camisa branca, coisas assim sempre arrancam um sorrisinho de que passa e vê. Hoje, a marca reúne produtos de mais de 100 designers do mundo todo. E no Brasil podem ser encontrados na loja Decameron, em São Paulo. O proprietário, Marcus Ferreira, conheceu a loja de Amsterdam e caiu de amores. “Foi simplesmente impossível não se apaixonar por tudo o que vi, seja pela originalidade, liberdade e acima de tudo pela possibilidade desses produtos criarem nos projetos um ar lúdico inédito”, afirmou.

cHAcoAlHAnte A própria Renny Remakers é um apanhado de ideias e talentos: formada em história da arte, é curadora de exposições, dá palestras ao redor do mundo, contribui como crítica de arte na mídia especializada, é autora de livros e presidente do THNK The Amsterdam School of Creative Leadership. Nessa mesma toada, a Droog foi se transformando em um tronco com várias ramificações. Além da loja, há, por exemplo, o Droog Lab, um tipo de departamento de projetos especiais. Em andamento desde 2009 está o “Here, there, everywhere”, que procura desvendar como as pessoas, em situações cotidianas, podem inspirar o design. Uma equipe de designers, consultores e parceiros locais tem a missão de observar o que precisam as pessoas de Dubai, Nova York, Moscou, Bélgica, Mumbai e China e, então, pensar em soluções – simples e bonitas, claro – para seus problemas. Que, muito provavelmente, são os mesmos de muitas outras pessoas dali, daqui e de qualquer lugar. >> sem excessos: luminária formada por várias lâmpadas reunidas com elegância por rody graumans e moldura que lembra uma película de Martí guixé Simplicity: Light fixture consists of several lamps elegantly combined, by Rody Graumans and a picture frame that resembles a film of Martí Guixé

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“O design tOrnOu-se muitO intrOspectivO. É precisO OlhAr pArA fOrA dO universO que O design criOu pArA si pArA hAver nOvOs impulsOs e inspirAções” “the design becAme very intrOspective. And i need tO lOOk Outside the universe thAt creAted the design tO find new impulses And inspirAtiOns “

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Outro braço é o Hôtel Droog. Sediado em Amsterdam, é na verdade muito mais que um hotel. Em relação à hospedaria, aliás, o conceito é bem “droog”: há apenas um quarto, no último andar, que pode ser usado para pernoites, reuniões ou festas para até dez pessoas. A decoração, logicamente, reúne tanto quanto possível os itens que estão à venda na loja da marca, a exemplo de uma mimosa bolsa de água quente para aquecer pés. Nas áreas comuns, há um espaço para exposições e um jardim digno de conto de fadas: colorido, lúdico e fantasioso, pode ser frequentado por quem estiver de passagem e quiser desfrutar de “room service” e degustar ou bebericar alguma coisa. Sim, usando louças e utensílios criados pelos designers da equipe Droog. Colocada em 2012 entre as damas mais influentes da atualidade na lista 150 Mulheres que Chacoalham o Mundo, da revista americana Newsweek, Renny – a historiadora de arte que virou curadora, que virou uma definidora de tendências – se importa com as criações de relevância social. E acredita que é para isso que o design existe. “A capacidade do design não se expressa em produtos ou gráficos, mas em ferramentas, serviços, cenários e novos modelos de negócios ou outros benefícios para a sociedade”, disse. “Menos é mais, mas somente se acrescenta algum significado.” Em seu blog, exerce sua força de formadora de opinião divulgando seus “likes”. Entre eles há desde uma casa de passarinho no telhado até coisas inusitadas, como a foto de um cidadão do Cairo, com três garrafas de plástico amarradas sobre a cabeça com um pano, formando um tipo de capacete improvisado para se proteger da violência que corre solta por ali. “I like this”, escreve. Ela diz que procura inovação com sensibilidade. “Muitos designers também estão concentrados em soluções desnecessárias, usando o design como uma terapia para si mesmos”, afirmou. “O design tornou-se muito introspectivo. É preciso olhar para fora do universo que o design criou para si para haver novos impulsos e inspirações.” s

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tHe loGic of simplicity the brand created by the dutch designer Renny Remakers, elected one of the most influential women in the world, unites products with design to resolve daily problems, in a playful and beautiful way

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he literal translation of the Dutch word droog is ‘dry’. Interpreting the word, it means something like removing excess, becoming more sober, or even minimalist. But the shop called Droog, founded in 1991 in Amsterdam, confuses the concept slightly: although it privileges products with ‘dry’ designs – those that are functional and attractive without the need for frills to attract attention - bring together a wealth of shapes, colors and novelties that awaken a certain paradoxical “maximalist” desire to buy everything that is on sale. In 1993, during the International Furniture Salon in Milan, participating with 16 products, the founder Renny Remakers intended and managed to demonstrate a simplicity that didn’t need to be boring, on the contrary. She illustrated how design can work to transform banal every day things, into something fun. Why does a sink plunger have to be ugly? Those available at Droog, anatomical and colorful, make you feel like using them. A bendable vase, a lampshade made from a clothes hanger and white shirt, things like these always bring a smile to those passing by. Today, the brand brings together products from ousadias divertidas: balanço com folhas de Marcel Wanders; cômoda de Tejo remy; more than 100 designers worldwide. And in Brazil, bowls de Michelle Huang; guarda-sol rendado de Chris Kabel; banco com tronco de they can be found in the shop called Decameron, in árvore de Jurgen Bey; e casa de pássaro de Marcel Wanders São Paulo. The owner, Marcus Ferreira, discovered the shop in Amsterdam, and fell in love. “It was Daring fun: swing with leaves by Marcel Wanders,Tejo Remy dresser; bowls by Michelle absolutely impossible not to adore everything that Huang; lace parasol by Chris Kabel; seat made from a tree trunk by Jurgen Bey, and a bird house by Marcel Wanders you saw, either for the originality, liberty and above all for the possibility that these products can create an air of unprecedented playfulness in the projects”, she states. >>

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sHAke-up Renny Remakers is full of ideas and talents: she graduated in history of art, is the curator of exhibitions, gives lectures around the world, contributes as an art critic in the specialized media, author of several books and president of THNK The Amsterdam School of Creative Leadership. At the same rate, Droog has became a trunk with several different branches. For example, besides the shop, there is Droog Lab, a type of special projects department. In progress since 2009 is “Here, there, everywhere”, which attempts to uncover how people in everyday situations, can inspire design. A team of designers, consultants and local partners have the mission to observe what people need from Dubai, New York, Moscow, Belgium, China and Mumbai, and then think of solutions - simple and beautiful, of course - for their problems. Which, most likely, are the same for many other people, here there and everywhere. Another branch is the Droog Hotel. Located in Amsterdam, it is actually much more than a hotel. In terms of accommodation, indeed, the concept is very “droog”: there is only one room on the top floor, which can be used for overnight stays, meetings or parties for up to ten people. The decor, of course, brings together, as much as is possible, items that are on sale in the store, for example, a cute hot water bottle to warm your feet.In the public areas, there is a space for exhibitions and a garden worthy of fairy tales: colorful, playful and fanciful, which can be visited by those who are passing through and want to enjoy “room service” and wish to drink or eat something. Yes, using crockery and cutlery created by the designers from the Droog team. In 2012, Renny was included amongst the most influential women today, in Newsweek’s list of 150 Women Who Shake the World, Renny – an art historian who became a curator, who now defines trends – is concerned with creations that have social relevance. And she believes that is for this reason that design exists.“The capacity of design is not expressed in products or graphics, but in tools, services, scenarios and new business models or other benefits to society”, she said. “Less is more, but only if some sort of meaning is added.” In her blog she exercises her power to form opinions publishing her “likes”. These include things from a bird house on the roof to unusual things, such as a photograph by someone from Cairo, of plastic bottles tied on someone’s head with a cloth, forming a kind of makeshift helmet to protect himself from the violence that runs rampant through the streets. “I like this”, she wrote. She says that she looks for innovation with sensitivity.“Many designers also concentrate on unnecessary solutions, using design as a therapy for themselves,” she said. “The design has become very introspective. You need to look outside the universe that the design created for you in order to discover new impulses and inspiration”. s imersão no universo droog: hotel da rede e, acima, objeto de decoração Immersion in the Droog universe: hotel network and, above decorative object

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Photos: RalPh Kämena

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parcerias: loja da Mandarina, embalagens para os jeans Levi’s e instalações de Jurgen Bey para a marca de roupas

Photos: studio oPen

Photos: levi’s

Partnerships: Mandarina store, packaging for Levi’s jeans and facilities by Jurgen Bey for the clothing brand

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Paix達o, listras e ziguezagues O amor de Rosita e Ottavio Missoni deu origem a uma das marcas de mais forte identidade visual do planeta POR ROsane aubin fOtOs

Photo: oliviero toscani

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Clã fashion: Rosita e ottavio missoni construíram um império a partir de um pequeno ateliê de tricô Clan fashion: Rosita and Ottavio Missoni built an empire from a small knitting studio

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s cores e desenhos são inconfundíveis: vários tons de rosa, marrom, bege, verde, azul, vermelho e amarelo misturam-se em padronagens de ziguezague e listras. Quem vê e conhece um pouco do mundo fashion sabe que ali tem uma roupa, acessório, objeto de decoração ou móvel assinado Missoni. “O mundo natural, juntamente com a cor, tem uma grande influência nas nossas criações. Eu gosto de viver na natureza, estar rodeada de flores e cores, por bosques e cogumelos, bem como o mar, com água azul, e do sol, ou seja, são muitas emoções e inspirações. Tudo isso que vem do mundo exterior é encantador para trazer para casa, como um sonho de experiências ao ar livre”, explica a fundadora, Rosita Missoni. A paixão faz parte da gênese da marca. Tudo começou quando Rosita encontrou Ottavio em Londres, em 1948, durante as Olimpíadas, e os dois apaixonaram-se à primeira vista. De volta à Itália, logo montaram um pequeno ateliê de tricô no andar térreo de sua casa, e tiveram três filhos: Vittorio, nascido em 1954; Luca, em 1956: e Angela, em 1958. Hoje, a filha de Angela, Margherita, é a embaixadora da marca, e todos os filhos e vários outros membros da família trabalham na grife, que tem uma rede de hotéis internacionais, flagship stores nas principais cidades do mundo e uma marca de objetos e móveis, a Missoni Home. “O grande diferencial deles é o produto. Não consigo ver outra marca que seja uma concorrente internacional com um produto tão forte, com uma identidade visual tão clara. Nem precisa de logo”, diz Romy Dryzun, que, com o cunhado, a irmã e o pai, trouxe a Missoni para o Brasil. “Eu vou quatro vezes por ano ao showroom para conhecer as novas coleções. Quando penso que já vi o suprassumo, o máximo que poderia ver, eles se reinventam, criam uma coisa nova. E isso também acontece na parte de business, que vive em constante evolução”, diz. “Acredito que a Missoni se mantém entre as maiores marcas do mundo e suas peças são objeto de desejo porque mais do que cores, inovação, texturas e acabamento ela representa um certo life style, culto e ao mesmo tempo descolado”, diz a consultora de estilo paulistana Marta De Divitiis. Além de criar e aperfeiçoar as estampas que viraram sinônimo da marca e estão em constante evolução, com o acréscimo de padronagens como os pixels, mais recentemente, e usar formas de tecer e fios inovadores para obter mais qualidade e conforto, a família sempre soube, desde o início, alimentar uma imagem de elegância descompromissada e ousadia. >>

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PassiOn, stRiPes and zigzags the love between Rosita and Ottavio Missoni produced a brand that has one of the strongest visual identities on earth

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he colors and designs are unmistakable: different shades of pink, brown, beige, green, blue, red and yellow mixed in patterns with zigzags and stripes. Those who have seen and know a little bit of the fashion world know that here is a piece of clothing, an accessory, a decorative object or piece of furniture signed by Missoni. “The natural world, along with color, has a great influence on our creations. I like living in nature, being surrounded by flowers and colors, by woods and mushrooms, as well as the sea with blue water and the sun, in other words, with many emotions and inspirations. All of this that comes from the outside world is lovely to bring home, like a dream of outdoor experiences.” explains the founder Rosita Missoni. Passion is part of the genesis of the brand. It all started when Rosita met Ottavio in London, in 1948 during the Olympics, and the two fell in love at first sight. Back in Italy, they soon set up a small knitting atelier on the ground floor of their house, and had three children: Vittorio, born in 1954; Luca, in 1956 and Angela in 1958. Today, Angela’s daughter, Margherita, is the ambassador for the brand name, and all the children and several other family members work with the brand name, which has a network of international hotels, flagship stores in the major cities in the world and designer objects and furniture, ‘Missoni Home’. “Their big differential is the product. I don’t know another brand that is an international competitor that has a product as strong, or with such a clear visual identity. They don’t need a logo, “says Romy Dryzun, who, with his brother-in-law, sister and father brought Missoni to Brazil. “I go to the showroom four times a year, to see the new collections. When I think I’ve seen the pinnacle, the best you could see, they reinvent themselves, create something new. And this also happens in the business side, which is constantly evolving.” he says. “I think Missoni is among the world’s most important brands and their pieces are objects of desire, since, as well as the colors, innovation, textures and finishes, they represent a certain life style, that is cultured and at the same time, easy going.”, says the style consultant Marta De Divitiis, from Sao Paulo. In addition to creating and perfecting the patterns that have become synonymous with the brand and are constantly evolving with the addition of patterns like pixels, more recently, and using innovative threads and ways for weaving yarns to improve quality and comfort, the family has always known, from the beginning, how to create an image of uncompromising elegance and boldness >> Mix de produtos variado: objetos e móveis, roupas, acessórios e até uma parceria com as Havaianas, que lançaram sandálias com a estampa típica da marca Mix of varied products: objects and furniture, clothes, accessories and even a partnership with Havaiana that launched sandals with the brand’s typical pattern

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Em 1967, pouco antes de as modelos entrarem na passarela do Palácio Pitti para mostrar uma coleção em lurex, Rosita percebeu que elas não usavam lingeries de cores adequadas às peças. Ousada, pediu que despissem as roupas de baixo e elas entraram só com os vestidos. Sob as luzes dos refletores, as roupas ficaram totalmente transparentes, revelando os corpos femininos. A repercussão foi imediata. Os organizadores criticaram, e a imprensa incensou. “As ideias dos Missoni foram as mais excêntricas e originais do dia”, decretou a crítica de moda Elsa Rossetti. Resultado: no ano seguinte, eles não foram convidados, mas ganharam espaço na mídia e passaram a vender cada vez mais. Em 1969, conheceram a então editora da Vogue, Diana Vreeland, no Grand Hotel de Roma. “Olhe! Quem disse que só existem cores? Também existem tons”, disse a poderosa editora, que fez questão de apresentar o casal para importantes compradores dos Estados Unidos. “Ela começou a chamar nossas composições de ‘put together look’, porque misturávamos muitas referências e tonalidades. A partir daí, percebemos a força que a moda tem e assumimos nosso estilo”, conta Rosita. Óperas e companhias de dança reconhecidas internacionalmente, como a Parsons Dance Company, e celebridades de várias latitudes fazem parte dos consumidores incondicionais da grife. Entre elas, Kate Middleton, Blake Lively, Fátima Bernardes, Cameron Diaz e Demi Moore. E o melhor: as peças são eternas, clássicas. “Antes de a marca chegar ao Brasil, eu tinha uma écharpe em ziguezague em tons de rosa, verde, marrom e azul. Uso até hoje, inclusive vesti no primeiro desfile da Missoni aqui no Brasil! É colorida, linda, atemporal”, diz Romy. s

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In 1967, shortly before the models entered the catwalk at the Pitti Palace, to show a collection in lurex, Rosita realized that the color of their underwear was not appropriate for the clothing. Boldly, she asked them to remove their underwear and they entered only wearing their dresses. Under the lights of the reflectors, the clothes were completely transparent, revealing the female bodies. The impact was immediate. The organizers criticized, and the press had a field day.. “Missoni’s ideas were the most eccentric and unique of the day,” decreed the fashion critic Elsa Rossetti. Result: the following year, they were not invited, but won media attention and started to sell more. In 1969, they met the then editor of Vogue, Diana Vreeland, at the Grand Hotel in Rome. “Look! Who said there are only colors? There are also shades, “said the powerful publisher, who made a point of introducing the couple to major buyers in the United States. She started calling our compositions the ‘put together look’ because we mixed many references and shades. From then on, we realized the power that fashion has and we assumed our style, “says Rosita.Operas and dance companies, internationally recognized, such as the Parsons Dance Company, and celebrities from various latitudes are part of the unconditional consumers of the brand name. These include Kate Middleton, Blake Lively, Fátima Bernardes, Cameron Diaz and Demi Moore. And better: the pieces are timeless, classic. “Before the brand arrived in Brazil, I had a zigzag scarf in shades of pink, green, brown and blue.I still wear it today, and I even wore it at Missoni’s first dress parade here in Brazil! It’s colorful, beautiful, timeless, “says Romy. s

inovação a cada nova coleção: desfiles disputados e aprovação do público e da crítica Innovation with each new collection: disputed catwalks and approval from the public and critics

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TIMELINE 1948 Rosita e ottavio missoni encontram-se nas olimpíadas de Londres e apaixonam-se Rosita and Ottavio Missoni meet at the London Olympics and fall in love.

1953 Casados, os dois começam a produzir peças de tricô em salas do térreo de sua primeira casa. Antes, ele já tinha uma oficina de lã, e ela era filha de fabricantes de xales Married, they start to produce knitted pieces in the ground floor of their first house. Previously, he had a wool workshop and she was the daughter of a shawl manufacturer.

1958 o casal apresenta sua primeira coleção, chamada milanosimpatia, já com a marca missoni The couple presents its first collection, called Milano-Simpatia, with the brand name Missoni

1960 os vestidos começam a aparecer em revistas de moda The dresses start to appear in fashion magazines

1967 Desfile no Palazzo Pitti, em Florença, entra para a história: pela primeira vez as modelos subiram à passarela sem lingeries, apenas com as roupas em lurex que revelavam suas curvas e deixavam tudo à mostra por causa da iluminação Parade at Palazzo Pitti in Florence, makes history: for the first time the models did the catwalk without wearing lingerie, only their lurex clothes, which revealed their curves and revealed everything because of the lighting

1970 O presidente da Bloomingdale, Marvin Traub, decide abrir uma butique Missoni dentro da loja de departamentos The president of Bloomingdale, Marvin Traub, decided to open a Missoni boutique within the department store

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1973 O casal ganha o Neiman Marcus Fashion Award, considerado o oscar da moda e que teve como vencedores schiaparelli, Chanel, Dior e Pucci The couple won the Neiman Marcus Fashion Award, considered the Oscar of fashion, which had been won by Schiaparelli, Chanel, Dior and Pucci

1983 Os Missonis começam a criar figurinos para o Teatro Scala, de Milão, desenhando mais de 100 trajes para a ópera Lucia di Lammermoor. Luciano Pavarotti estava no elenco. No mesmo ano, é criada a missoni Home The Missonis started to create costumes for the Scala Theatre, in Milan, designing more than 100 costumes for the opera Lucia di Lammermoor. Luciano Pavarotti was in the cast. In the same year, the Missoni Home was created

2003 Mais de 100 itens são selecionados e arquivados para celebrar os 50 anos da marca More than 100 items are selected and archived to celebrate the 50 years since the brand was created

2005 Criação do projeto de rede rede hoteleira internacional The project for the international hotel network was created

2009 Abertura do primeiro hotel, em Edimburgo, na Escócia, e da primeira loja em São Paulo, no Shopping Iguatemi Opening of the first hotel, in Edinburgh, Scotland, and the first shop in São Paulo, at Shopping Iguatemi

2010 Inauguração da flagship no Iguatemi de Brasília Inauguration of the flagship at Iguatemi in Brasilia

2012 No início do ano, Missoni Home inaugura loja na Vila Nova Conceição, em São Paulo, e depois muda para a Alameda Gabriel Monteiro da Silva. Abertura de duas lojas da marca m. missoni, mais jovial, no Brasil At the start of the year, Missoni Home inaugurated a shop in Vila Nova Conceição, in São Paulo, and later moved to Alameda Gabriel Monteiro da Silva. Opening of two more youthful brand stores, M. Missoni, in Brazil

dnA colorido: marca ousa sem perder a consistência; à esquerda, abaixo, Romy Dryzun; à direita, Margherita colorful DNA: the brand is daring whilst remaining consistent, from bottom left, Romy Dryzun, to right, Margherita

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FOTOS: EquIPE ADMA

Plateia esPecial O grupo canadense Bombardier convidou 16 clientes para assistir de camarote à partida amistosa entre os tenistas Guga Kuerten, aposentado há quatro anos, e o atual número 1 do ranking da ATP, o sérvio Novak Djokovic, em novembro. O jogo foi vencido pelo brasileiro em dois sets a zero e os tenistas posaram para fotos e deram autógrafos aos clientes da Bombardier após o final da partida. sPecial seats In November, the Canadian group Bombardier invited 16 clients, to watch from the box seats, the friendly match between the tennis players Guga Kuerten, who retired four years ago, and the current number 1 in the ATP rankings, Novak Djokovic. The game was won by the Brazil in two sets to zero and the players posed for pictures and signed autographs for Bombardier’s clients after the end of the match.

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1. Tainah Zancani Juanuk e Sacha Juanuk (Mormaii) 2. Roberto Pope 3. Daniel Oliveira 4. Ian 5. Claudio Cantamessa 6. Carolina 7. Vinícius Leal 8. Norna Granha 9. Denise 10. Christian Burgos

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FoToS: FERNANdo Godoy

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talentos nacionais na art Basel

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A ornare promoveu a ida de um grupo de arquitetos e decoradores para visitar a Art Basel Miami. No dia 4 de dezembro, Esther e Murillo Schattan receberam convidados para um jantar no J&G Grill, no St. Regis Bal Harbour Resort. Entre os convidados, david Bastos e João Armentano, entre outros grandes talentos do segmento. national talent at art Basel The ornare organized a trip by a group of architects and decorators to visit Art Basel Miami. on dec. 4, Esther and Murillo Schattan received the guests to a dinner at J & G Grill at St. Regis Bal Harbour Resort.The guests included david Bastos and John Armentano, as well as other important talents from the segment.

1. Murillo e Esther Schattan 2. Arthur Casas 3. Gil Cioni com poltrona de Nigel Coates 4. Luiz Bick, Marina Linhares e William Simonato 5. Fernanda Marques com poltrona de Wendell Castle 6. Marcia Brunello sobre luminária de Lonneke Gordijn e Ralph Naut 7. Miguel Pinto Guimarães olha obra de Roy Lichtenstein

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8. João Armentano e david Bastos 9. Marina Linhares com cadeira de Pierre Jeanneret 10. Patricia Penna em obra do designer Bae Se Hwa 11. olegário de Sá em obra de Maarten de Ceulaer 12. Marília Veiga e obra de Sol LeWitt 13. Taissa Buescu com luminária Surface Tension desenhada por Front 14. Maria Claudia Brasil e Maria Paula Brasil com console de Kim Sang Hoon

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One SOtheby’S InternatIOnal realty

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Maiores informaçþes: Murray Gross e-mail: mgross@onesothebysrealty.com celular: + 55 11 96447.1018

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The W O W Hotel and Residences South Beach está localizado em uma extensa propriedade à beira-mar em South Beach. As residências totalmente mobiliadas foram concebidas por Yabu Pushelberg e têm vista para o mar a partir de todos os quartos. Os apartamentos variam entre 57 a 170 metros quadrados. Os preços começam em US$ 800.000 para os estúdios e vão até US$ 5.000.000. The W Hotel and Residences is a beach front property ideally located in the heart of South Beach. All of the residences have beach views, and come fully furnished by Yabu Pushelberg. The residences vary in size from 570 to 1700 square feet. Prices start at $800,000 and go up to $5,000,000. Also available are pool side, three story beach bungalows with roof top terraces.

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Canyon Ranch Canyon Ranch, localizado em mais de 750 pés de propriedade à beira-mar em Miami Beach, é um oásis de bem-estar. O empreendimento reduziu os preços em até 47% e Canyon Ranch é uma das melhores ofertas para condomínios à beira-mar em Miami Beach. Os preços começam em US$ 499.000 e vão até US$ 3,5 milhões para as coberturas. Canyon Ranch is a beach front oasis that specializes in the art of the healthy, modern, chic lifestyle. The prices for this property have been reduced up to 47% from when the market was at it’s peak. These are some of the best prices for a direct beach front residence in Miami. Prices start at $499,000 and go up to $3,500,000.

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St. Regis Residences The St. Regis Bal Harbour Resort é composto de 268 residências, 183 quartos de hotel e 37 do condomínio-hotel. As suítes alojadas em três torres de vidro brilham com vista para o Oceano Atlântico. Os apartamentos variam entre 180 e 680 metros quadrados. Preços a partir de 1,9 milhões de dólares. The St. Regis Bal Harbour consists of 270 residences, 183 hotel rooms, and 37 apart/hotel rooms. The property is located in front of the Bal Harbour shops, and has pristine views of the Atlantic Ocean. The apartments range in size from 1,800 to 6,800 square feet under air, and have terraces ranging up to 1,400 square feet. Prices start at $1,900,000.

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The Porsche Design Tower São 132 residências exclusivas e 57 histórias. O edifício contará com um sistema de estacionamento automatizado, permitindo que os proprietários estacionem seus carros numa garagem localizada dentro de seu apartamento. As unidades terão piscinas privadas em seus terraços amplos. Preços: entre 4,5 milhões e 15 milhões de dólares. The Porsche Design Tower has 132 exclusive residences on 57 floors. The property has an automatic parking system in which an elevator takes your car to an enclosed glass room literally outside the door of your residence. Furthermore, all of the units will have private pools on the balcony. Prices start at $4,500,000 and go up to $15,000,000.

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BEATRIZ MILHAZES A brasileira Beatriz Milhazes bateu novo recorde com a venda, por 2,1 milhões de dólares, da tela Meu Limão, no dia 14 de novembro de 2012. Segundo a Sotheby’s de Nova York, a expectativa era arrecadar entre 700 mil e 900 mil dólares. Com isso, ela volta a figurar no primeiro lugar do ranking de valor de obras de artistas brasileiros vivos vendidas em leilão. The Brazilian, Beatriz Milhazes, reached a new record with the sale of her painting, Meu Limão, for US$ 2.1 million, on November 14, 2012. According to Sotherby’s New York, it was expected to fetch between US$ 700 thousand and US$ 900 thousand. As a result of this sale, she holds first place in the ranking of sales prices for works of art by living Brazilian artists, sold in auctions.

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Never out of style. Soon out of stock.

Big Pilot’s Watch Perpetual Calendar Boutique Edition. Ref. 5026: Seu pulso nunca sentiu tanto peso. O único modelo topo de gama todo em ouro vermelho da linha de Relógios Aviador Worldwide Edição Exclusiva Boutique da IWC tem uns gigantescos 46 mm de diâmetro. E a tecnologia no interior é ainda mais impressionante: o maior movimento automático manufaturado da IWC com corda automática Pellaton e calendário perpétuo com dupla Lua para os hemisférios norte e sul. E, escusado será dizer que vai atrair os olhares: umas raras 25 peças estarão agora disponíveis na nossa boutique em São Paulo. Movimento mecânico manufaturado IWC | Corda automática Pellaton | Reserva de marcha para 7 dias com indicação | Calendário perpétuo | Indicação perpétua das fases da Lua | vidro safira antirreflexo | Fundo com vidro safira | Resistente à água 6 bar | Massa oscilante com gravura especial e medalhão em ouro amarelo de 18 quilates | Edição limitada a 250 exemplares em ouro vermelho de 18 quilates | IWC. Engineered for men.

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