theHemisphere edição 6 • agosto de 2013
theHemisphere
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edição 6 • agosto 2013
Luxur y and Lifestyle around the world
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6 T H E HE m isP HE r E
FortunA Golf Cup UNICEF photo: Murilo Mattos DENILSON MILAN
NINA FRANCO
ROSANE AUbIN
JULIANA SAAD
DESIREE HAMUCHE
EDUARDO GALDIERI
MAURO MARCELO ALVES
MURILO MAttOS
CAROL GHERARDI
Para anunciar:
A forçA dA delicAdezA olhos grandes, vestidinhos e meias coloridas, uma sensualidade inocente e muitos detalhes. Assim são os quadros de Nina Pandolfo, uma artista de voz e modos delicados que conquistou colecionadores brasileiros e estrangeiros: ela nem dá conta de atender à demanda por seus trabalhos. Para não deixar que essa expectativa bloqueie seu processo criativo, ela se tranca no ateliê e trabalha de segunda a segundafeira. “Sou minha pior chefe”, brinca. Além dela, temos nesta edição uma entrevista com Maneco Quinderé, que com suas luzes criativas ilumina tanto a casa de clientes quanto espetáculos de teatro e dança, isso sem falar nos desfiles de moda. Desiree Hamuche, jovem jornalista que morou em Nova York, escreve sobre o lado B da cidade, lugares que só alguém que conhece bem a cidade sabe aproveitar. É ler e querer embarcar no próximo voo. Juliana Saad também nos desperta o desejo de viajar: narra uma deliciosa estada no Piemonte, com seus Barolos e tartufos de dar água na boca; mostra que o museu Vitra vale uma visita; e conta que a família Bulgari, famosa na alta joalheria, agora também produz vinhos sob o sol generoso da Toscana.Temos também as imagens que clarissa di ciomo e Murilo Matos registraram no 1o fortunA Golf cup UNicef, um evento realizado pelo empresário denilson Gallini Milan que arrecadou mais de 56 mil reais para o fundo das Nações Unidas para a infância e revela a vocação da fortunA, uma empresa que nasceu sob o signo do luxo e traz em seu dNA o cuidado com os aspectos socioambientais. Uma boa leitura. THe power of kinDness Big eyes, dresses and colorful tights, innocent sensuality and many details. These are the pictures by Nina Pandolfo, an artist with a delicate voice and gentle manners, who has won over Brazilian and foreign collectors: and is unable to meet the demand for her work. in order to prevent these expectations blocking her creative process she locks herself in the studio and works from Monday to Monday. “i am my own worst boss” she jokes. Besides this, in this issue, we have an interview with Maneco Quinderé, who with his creative lights illuminates both clients’ homes and theater and dance shows, not to mention fashion shows. Desiree Hamuche, a young journalist who lived in New York, writes about the B-side of New York, places that only someone who knows the city can enjoy. And reading makes you want to board the next flight. Juliana Saad also awakens the desire to travel: she tells us about a delightful stay in Piedmont, with its Barolos and mouthwatering tartufos; and shows that the Vitra museum is worth a visit, and the fact that the Bulgari family, famous for its high quality jewelry, now also produces wines under the generous Tuscany sun.we also have pictures that Clarissa Di ciomo and Murilo Matos recorded during the 1st fortuna Golf cup UNicef, an event held by the businessman denilson Gallini Milan, that raised over 56 thousand dollars for the United Nations children fund and reveals the calling of fortuna, a company that was born under the sign of luxury and has in its dNA, its concern for social and environmental aspects. Good reading.
Office: + 55 11 3521.7329 www.fortunacom.com.br The Hemisphere é uma publicação trimestral da FortunA - Gestora em Comunicação de Luxo em parceria com a One Sotheby’s International Realty Conselho Editorial: Denilson Milan, Rosane Aubin e Nina Franco Diretor Executivo/Comercial: Denilson Milan Publisher: Rosane Aubin Projeto Gráfico e Direção de Arte: Nina Franco (inspiredesignlab.com.br)
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Colaboradores: Alice Rivero, Desiree Hamuche, Juliana Saad, Mauro Marcelo Alves (texto), Carolina Gherardi, Clarissa Di Ciomo e Murilo Mattos (foto), Susan Carol Albert, (tradução), Silvana Marli (revisão) Impressão gráfica: IBEP Gráfica Os artigos assinados são de inteira responsabilidade dos autores e não representam a opinião da revista e das empresas FortunA – Gestora em Comunicação de Luxo e One Sotheby’s International Realty. A reprodução das matérias e dos artigos somente será permitida se previamente autorizada por escrito pela Publisher.
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Pistoletto no Museu do Louvre; coleção da Van Cleef & Arpels para dar sorte Pistoletto at the Louvre;Van Cleef & Arpels collection to bring good luck
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Colecionadores disputam telas delicadas de Nina Collectioners dispute Nina’s delicate paintings
24 On the SpOt
Agenda de leilões da Sotheby’s The agenda for Sotheby’s auctionss
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As luzes de Maneco Quinderé The lights of Maneco Quinderé
36 FlaVOUr
Delícias do Piemonte The delights of Piemonte
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Família Bulgari produz vinhos na Toscana The Bulgari family produces wines in Tuscany
48 landScape O lado B de Nova York Side B of New York
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Vitra Campus: o suprassumo do design Vitra Campus: the epitome of design
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Copa de golfe beneficia UNICEF Golf cup UNICEF benefit
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Imóveis selecionados A selection of properties
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Obra de Barnett Newman é vendida por 43,84 milhões Painting by Barnett Newman is sold for US$ 43.84 million
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Foto: Luís © antoine Mongodin
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Provocações: Pistoletto espalhou suas obras desde a Pirâmide, onde colocou o símbolo Terceiro Paraíso, que imagina futuro de colaboração entre arte e ciência Provocations: Pistoletto spread his works from the Pyramid, where he placed the symbol Third Paradise, which imagines a future with collaboration between art and science
A RT E O RenascimentO segundO PistOlettO
por rosane aubin
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ichelangelo Pistoletto, nascido em 1933 na Itália, é um dos principais nomes da arte povera, ou arte pobre, um estilo que nasceu nos anos 1960 com a proposta de criar a partir de trapos, cacos de madeira e outros materiais simples e artesanais. Quem for ao Museu do Louvre até o dia 2 de setembro deste ano terá a rara oportunidade de conhecer a obra deste artista, um revolucionário que aborda com elegância temas como a ganância e o consumismo. A exposição Ano 1 O Paraíso Sobre a Terra espalha-se desde a Pirâmide do museu até várias salas de exposição, criando um diálogo com a história e as obras expostas. Na sala ao lado da Gioconda, por exemplo, ele instalou a obra La Ragazza che Fotografa (A Moça que fotografa), uma imagem de uma fotógrafa que vê o mundo através de suas lentes. Na sala ao lado, o quadro mais fotografado e talvez pouco apreciado a olho nu: quem já foi ao Louvre e visitou a sala da Gioconda hoje em dia lembra mais da pequena multidão fotografando a obra avidamente do que do famoso sorriso enigmático da moça... Na Pirâmide, Pistoletto instalou um símbolo chamado Terceiro Paraíso, que seria de um tempo em que arte e ciência voltariam a agir em conjunto, como durante o Renascimento. Parecido com o símbolo matemático do infinito, a obra tem três anéis, e aparece também na entrada do museu. Quem visitar a mostra poderá descobrir essas e outras provocações e reflexões do artista, que misturou obras inéditas a outras produzidas ao longo de sua trajetória.
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arte povera: obras do artista italiano sĂŁo feitas a partir de refugos Arte povera: works by Italian artist are made from scrap
the Renaissance accORding tO PistOlettO Michelangelo Pistoletto, born in 1933 in Italy, is one of the leading names of arte povera, or poor art, a style that developed in 1960, with the idea to create art using rags, pieces of wood and other simple materials and handicrafts.Whoever goes to the Louvre Museum before September 2 of this year will have the rare opportunity to see the work by this artist, a revolutionary, who deals with themes like greed and consumerism with elegance. Exhibition Year 1 - Paradise On Earth spreads from the Museum’s Pyramid to several exhibition halls, creating a dialogue with history and the works being exhibited. In the room next to the Mona Lisa, for example, he installed the work La Ragazza che Fotografa (The Girl who photographs), an image of a photographer who sees the world through her lenses. In the next room, the picture most photographed and perhaps the one that is less unappreciated by the naked eye: Whoever went to the Louvre and visited the Gioconda room recently will remember more the small crowd eagerly photographing the work of art than the famous enigmatic smile of the girl ... In the Pyramid, Pistoletto installed a symbol called Third Paradise, which would be from a time when art and science work together, as during the Renaissance. It is similar to the mathematical symbol for infinity. The work consists of three rings, and also appears in the museum entrance hall.Visitors to the exhibition can find these and other provocative works of art and reflections by the artist, who mixed unpublished works with others produced throughout his career.
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j O i a s S o rt e pr e c i o Sa
por rosane aubin
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acques Arpels, sobrinho de Estelle, criadora da marca de alta joalheria Van Cleef & Arpels e herdeiro, era um otimista. “Para ter sorte, você precisa acreditar na sorte”, dizia. Ele costumava mandar um poema chamado Don’t Quit, que incentivava a manter a chama da esperança sempre acesa, acompanhado de um trevo de quatro folhas, para seus colaboradores. Em 1968, a joalheria criou uma coleção inspirada nesse estado de espírito, a Alhambra, que agora chega ao Brasil na versão em malaquita. Composta por vários itens, de colares a anéis, Alhambra tem entre suas fãs mulheres que marcaram época, como a cantora francesa Françoise Hardy, ícone de elegância, Romy Schneider, a famosa atriz da série de filmes Sissi, e a princesa Grace de Mônaco. Confeccionadas segundo os altos padrões da marca, as peças são feitas em ouro, diamantes e em vários tipos de pedras. Segundo Van Cleef & Arpels, apenas 1% do material oferecido pelos fornecedores é selecionado para fazer as joias. A malaquita, pedra muito usada na rica Rússia do século XIX, também é considerada um amuleto. preciouS luck Jacques Arpels, a nephew of Estelle, the creator of luxury jewelry by Van Cleef & Arpels and heir, was an optimist. “To be lucky, you need to believe in luck,” he said. He used to send a poem called Don’t Quit, which always kept the flame of hope alight, together with a four-leaf clover, to his employees. In 1968, the jeweler created a collection inspired by this state of mind, the Alhambra, which has now arrived in Brazil as the malachite version. It comprises several items, from necklaces to rings, Alhambra has among its female fans that marked this time, the French singer Françoise Hardy, the icon of elegance, Romy Schneider, the famous actress from the film series Sissi, and Princess Grace of Monaco.The pieces, which are made to the high standards of the brand name, are made in gold, diamonds and a variety of different types of stones. According to Van Cleef & Arpels, only 1% of the material offered by suppliers is selected to make the jewelry. Malachite, a stone that was worn a lot in very rich nineteenth-century Russia, is also considered a lucky charm.
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Abstrato e inovador: as obras They’re Biting, A Young Lady’s Adventure e Comedy (abaixo) Abstract and innovative: the works of art, Comedy, They’re Biting and A Young Lady’s Adventure
B lo c k Bu s t e r nA tAt e M o d e r n
por rosane aubin
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onsiderado um dos maiores e mais inovadores artistas do século XX, o suíço Paul Klee é tema de uma grande mostra, com mais de 100 trabalhos, na Tate Modern, em Londres, entre 16 de outubro deste ano e 9 de março de 2014. Amigo de artistas como Picasso e Wassily Kandinsky, Klee foi personagem essencial no Modernismo europeu e influenciou outros grandes nomes, como os famosos Rothko e Miró. Intitulada The EY Exhibition: Paul Klee, a mostra começa com as pinturas abstratas que ele fez pela primeira vez durante a Primeira Guerra Mundial e depois viraram sua marca. São pinturas, aquarelas e desenhos trazidos de vários lugares do mundo e dispostos em ordem cronológica, para destacar o ecletismo de Klee. O curador Matthew Gale diz que a ideia é contradizer a imagem de que ele era um artista displicente, que permitia que seu gato pintasse, e mostrar que trabalhava com extremo rigor e tinha muita clareza de seu processo criativo. A alusão ao gato refere-se a uma passagem em que, durante a visita de um colecionador, o pintor permitiu que seu bichinho de estimação pisasse na obra que estava realizando. Quando o visitante, horrorizado, observou que o gato estava destruindo o quadro, Klee respondeu que no futuro as pessoas iriam gastar muito tempo tentando entender como ele havia obtido um efeito tão maravilhoso. BlockBuster At tAte Modern Considered one of the greatest and most innovative artists of the twentieth century, the Swiss artist Paul Klee is the subject of a large exhibition with over 100 works at the Tate Modern in London, from 16 October this year to March 9, 2014. A friend of artists such as Picasso and Wassily Kandinsky, Klee was an essential character in European Modernism and influenced other important names such as the famous Rothko and Miro. Entitled The EY Exhibition: Paul Klee, the exhibition begins with the abstract paintings he did for the first time during the First World War and later became his trademark. They are paintings, watercolors and drawings brought from various places from around the world and arranged in chronological order to highlight the eclecticism of Klee.The curator Matthew Gale says the idea is to contradict the image that he was undisciplined artist, who allowed his cat to paint, and demonstrate that he worked with extreme rigor and was very clear about his creative process. The allusion to the cat refers to a passage in which, during a visit by a collector, the painter allowed his favorite pet to walk over the work he was doing. When the visitor, horrified, stated that the cat was destroying the painting, Klee said that in the future, people would spend a lot of time trying to understand how he had obtained such a wonderful effect. www.tate.org.uk
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A belezA escondidA Nina Pandolfo prepara exposição e conta que sua maior inspiração é o universo feminino, aquilo que a mulher esconde PoR RosANE AubiN
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Trabalho intenso, leveza: nina pandolfo em seu ateliĂŞ, onde produz todos os dias da semana, e a obra A magia da pureza
photo: priscila
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Intense work, lightness: Nina Pandolfo in her studio, where she works every day of the week, and the work of art,The magic of purity
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sensualidade ingênua: dorothy and Mona e Na mansidão dos teus olhos Naïve Sensuality: Dorothy and Mona and In the meekness of your eyes
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ina Pandolfo está trabalhando das 9 da manhã até a noite, de segunda a segunda-feira, em seu ateliê. Depois de apresentar na Feira SP-Arte, no início de abril, a tela Na mansidão dos teus olhos, a artista trancou-se para produzir as obras de sua próxima exposição individual, que vai estrear dia 14 de setembro na Galeria Leme, no Butantã, em São Paulo.“As duas únicas telas que ela produziu neste ano foram vendidas. Não temos mais nenhuma obra”, diz Camila Siqueira, diretora da galeria. Bem cotada no mercado e cada vez mais requisitada, Nina nem dá conta de todas as encomendas que recebe. No ano que vem, fará uma grande mostra em um museu importante (que ela ainda não pode revelar o nome). A artista, casada com Otávio Pandolfo, de osgêmeos, a dupla de grafiteiros mais famosa do país, começou a pintar nas ruas logo depois de conhecê-los na escola técnica Carlos de Campos, onde fazia o curso de Comunicação Visual. Logo ela migrou para a pintura, e construiu uma carreira bem-sucedida, com sua poética original.“Acho que a minha maior inspiração é o universo feminino. Aquilo de que a mulher gosta, vê, aquilo que a mulher às vezes esconde”, diz. Nina conversou com TheHemisphere sobre suas mulheres de grandes olhos e sensualidade travessa, contou que é sua “pior chefe” e que os brasileiros estão cada vez mais interessados em montar coleções de arte. theHemisphere >> Como está a sua próxima exposição? Nina Pandolfo >>A cada mostra eu procuro fazer algo diferente. nessa, estou estudando novos suportes. Vai ter uma escultura bem grande, interativa. Estou trabalhando desde o final do ano passado. As obras têm detalhes e materiais diferentes, estou usando madeira, resina... eu começo com um tema, mas como o processo criativo não para, de repente ele pode mudar até a inauguração. o que inspira o seu trabalho? Tudo vira uma fonte. Eu fui a um desfile do Lino Villaventura, a roupa e os detalhes me inspiraram a fazer uma tela. em uma peça de teatro, tive outras influências. Acho que na vida de um artista tudo influencia, um jantar, um cheiro, uma comida, uma risada diferente... Mas acho que a minha maior inspiração é o universo feminino. Aquilo de que a mulher gosta, vê, aquilo que a mulher às vezes esconde. É bem esse universo feminino. Esconde em que sentido? >> A mulher se esconde, às vezes. Ela é bonita e às vezes se esconde atrás da beleza, ela tenta não ser tão bonita ou atraente. Às vezes, ela tenta não sobressair, esconde o lado infantil. o homem é infantil, mas o lado infantil da mulher é mais acentuado. Talvez o da mulher esteja mais à mostra... >> É, a mulher às vezes quer esconder esse lado infantil. Sempre tem algo para esconder. É isso que eu acho legal. Sabe aquele cubo mágico? É a mulher. Acho que a gente é isso. Quando consegue fazer um lado, o outro desfaz. E acho que isso é o bacana da mulher. Ela está sempre em processo de construção dela mesma. É como aquelas fábricas 24 horas que não param. Eu ainda não descobri tudo e acho que se um dia acontecer eu não vou mais ser mulher (risos). Acho que o meu trabalho, justamente por eu ter essa coisa da mulher, do lúdico, de resgatar algumas coisas, acaba agradando também aos homens, pois eles gostam de mulheres. Esse universo lúdico deve agradar às crianças também. Como é a sua relação com elas? >> Acho importante que o meu trabalho tenha essa comunicação com a criança. Uma vez me perguntaram a faixa etária das pessoas que admiravam o meu trabalho e eu respondi que tem desde crianças de 6 anos até senhorinhas de 76 anos. Meus personagens também não estão inseridos em uma faixa etária, tem todo tipo de pessoas.
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Hidden beauty nina Pandolfo prepares an exhibition and says her biggest inspiration is the female universe, what women hide
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ina Pandolfo works in her studio, from nine in the morning till late in the evening, seven days a week. After presenting her painting ‘Na Mansidão dos Teus Olhos’ at the SP-Art Fair, in early April, the artist has shut herself away to produce the works for her next solo exhibition, which will open on September 14 at Leme Gallery, in Butantã, São Paulo. The only two paintings she produced this year have been sold. We do not have any more of her works of art, „says Camila Siqueira, the director of the gallery. Nina, who is well known on the market, with her art in great demand, is unable to meet all the orders she receives. Next year, she will present a large exhibition in an important museum (she still cannot reveal the name). The artist, who is married to Otavio Pandolfo from osgêmeos, the country‘s most famous graffiti couple, began painting in the streets soon after meeting them at Carlos Campos technical school, where she was studying Visual Communication. She soon switched to painting, and built a successful career with her original poetic work. „I think my biggest inspiration is the female universe. What a woman likes, and see what women sometimes hide“, she says. Nina talked to TheHemisphere about her women with large eyes and mischievous sensuality, and said is her „worst boss“ and that Brazilians are increasingly interested in setting up art collections.
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TheHemisphere >> What is your next exhibition about? Nina Pandolfo >> i try to do something different at every exhibition. For this one, i
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am studying new media. it will include a very large, interactive sculpture. i have been working since the end of last year. The works have different details and materials, i‘m using wood, resin ... i start with a theme, but since the creative process never stops, it could suddenly change before the inauguration. What inspires your work? >> everything becomes a source. i watched a lino Villaventura parade, and the clothes and details inspired me to make a painting. From a play at the theater, I found other influences. I think that everything in an artist’s life has influences, a dinner, a smell, a meal, a different laugh... but i think my biggest inspiration is the female universe. What women like, see, what women sometimes hide. it is this female universe. In what way, hides? >> Women hide themselves sometimes.When a woman is beautiful she sometimes hides behind her beauty, she tries not to be so beautiful or attractive. sometimes she tries not to attract attention, she hides her childish side. Men are childish, but a woman’s childish side is more pronounced. Perhaps
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18 GA LLE RY i n i n a pa n d o l f o Detalhes: a obra Oflalos retrata vários flamingos Details: The work Oflalos portrays several flamingos
the woman´s childish side is more visible ... it is, women sometimes want to hide this childish side.They always have something to hide. it is this, that i think is nice. Remember that magic cube? is it a woman. i think this is what we are. When you manage to express one side, the other is hidden. And i think that‘s the best part of being a woman. she is always in the process of discovering herself. it‘s like those factories that operate 24 hours, nonstop. I still haven’t figured out everything and i think that if this ever happens i will no longer be a woman (laughs).i think that my work, because i have this woman thing, something playful, to recapture a few things, i also end up pleasing men, since they like women. This playful universe must appeal to children as well. What is your relationship with children like? >> i think it‘s important that my work has this communication with children. once i asked myself about the age range of the people who admired my work and i saw they range from children aged 6 to older ladies of 76.My characters also don’t fit into one age range, they include all kinds of people. Brazil is experiencing a boom in arts, selling their work and valuing artists. Have you experience this in relation to your career? >> i feel this, yes. i don’t understand much about the economy and i may be a bit naive, but i think brazil has improved compared to countries where art was more highly valued. One consequence of o Brasil está vivendo um boom de artes plásticas, de venda de this, is the increased demand for works of art.There are new people obras e de valorização de artistas. Você percebe isso em relação with purchasing power who now consume culture in general. Today theaters are fuller. brazil is consuming brazil. à sua carreira? Do you sell more today than you sold in the past? >> eu sinto isso, sim. não entendo muito de economia e posso estar >> i sell more in brazil. My brazilian clients are increasing, but sendo um pouco ignorante, mas acho que o Brasil tem melhorado em comparação com países onde a arte era muito mais consumida. the volume of sales has not changed much. The number of brazilian Uma consequência disso é o aumento do consumo de obras de arte. collectors is growing, i realize that many who buy my works are new Existem novas pessoas com poder aquisitivo que passam a consumir collectors, they come to buy their first piece of art. How do you handle success? Is there pressure on what you cultura em geral. Hoje os teatros estão mais cheios. O Brasil está will create? consumindo o brasil. >> i have always being very hard on myself, the next piece of Você vende mais hoje do que vendia no passado? >> Vendo mais para o brasil. os meus clientes brasileiros estão art has to be better than the last. i realize that there is a greater aumentando, mas a quantidade de vendas não mudou muito. O demand for my work on the market and i try not to think about número de colecionadores brasileiros está crescendo, percebo que it, and continue to make demands of myself. i go into my studio as muitos que compram minhas obras são novos, vêm comprar sua if i were going into a parallel world and don’t let what‘s happening outside interfere with my creative process, because this really hinders primeira obra de arte. Como você lida com o sucesso? Existe uma pressão sobre o it. if i think there is a lot being demanded of me, a lot of pressure, my creative process starts to get a little muddled. que vai criar? Is there a difference between when you started in 1993 and today? >> sempre me cobrei muito, pois o próximo trabalho tem de superar >> What remains the same for me, is the pressure. i am my own o anterior. Vejo que há uma procura maior por meu trabalho no mercado e tento não pensar nisso, continuar minha cobrança normal. worst boss. I demand quality, always having something different and entro no meu ateliê como se entrasse em um mundo paralelo e não one piece of work that is better than the previous. It’s just the same. deixo o que está acontecendo lá fora interferir no meu processo it hasn’t increased or decreased, i continue to demand this of myself. criativo, pois isso realmente atrapalha. Se pensar que tem muita What has changed is the experience. in the 1990s, i did not know demanda, muita exposição, meu processo criativo começa a ficar many places outside of brazil. suddenly, i began to see that the world is bigger than i imagined. My knowledge, not only cultural, but as a meio atordoado. person, has changed a lot since the 1990s. There are many stories. Há diferença entre quando você começou, em 1993, e hoje? >> O que permanece igual para mim é a cobrança. Eu sou a i met an artist in cuba once and ended up leaving a few brushes minha pior chefe. Cobro qualidade, de ter sempre algo diferente e with him. Three years later, i went back there and he still had the um trabalho estar melhor que o outro. É igualzinho. Não aumentou material. He said he treated them like jewelry, because there they nem diminuiu, eu continuo cobrando muito isso. O que mudou é a don’t have access to these things. Here in brazil, because of our busy >> >>
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o núMeRo de colecionAdoRes bRAsileiRos esTá cRescendo, PeRcebo QUE MUITOS QUE coMPRAM MinHAs obRAs são noVos, VêM coMPRAR sUA PRiMeiRA obRA de ARTe THe nUMbeR oF bRAziliAn collecToRs is gRoWing, i ReAlize
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Profusão de cores: as telas Um gesto, um olhar, uma emoção e Então ela se fez bonita Profusion of colors: the works of art, A gesture, a look, an emotion and Then she made herself beautiful
vivência. nos anos 1990, eu não conhecia muitos lugares fora do brasil. de repente, comecei a ver que o mundo é maior do que imaginava. O meu conhecimento, não só cultural, mas como pessoa, mudou muito desde os anos 1990. são muitas histórias. conheci um artista em cuba uma vez e acabei deixando com eles uns pincéis e uns rolinhos. depois de três anos eu voltei lá e ele ainda tinha o material. Ele falou que tratava aquilo como joia, pois lá eles não têm acesso. Aqui no Brasil, pela correria, às vezes você lava mal um pincel e no dia seguinte tem de comprar outro. e ele trata aquele material de pintura como uma joia. Isso acabou influenciando o meu modo de olhar para o material, as pessoas e o mundo. Em uma entrevista, você falou que começa às 9h e trabalha até a noite. agora falou que é a sua pior chefe.Você mantém essa rotina? >> Sempre. Aos finais de semana também. Às vezes eu tiro um final de semana de folga, mas essa rotina é igual. Às 9 eu estou aqui, às vezes até um pouco antes, e vou embora à noite. Eu acabo almoçando e jantando no ateliê. Estou sempre como o pincel na mão. É o que eu gosto e sinto prazer de fazer. O corpo sente, mas quando você gosta, não tem problema. eu nunca penso “puxa, vou ter que pintar”, é mais um “puxa, vou ter que responder um e-mail”... ou dar uma entrevista (risos)? >> Não, dar uma entrevista até que nem tanto, até porque eu fico super sem graça. Mas é mais pela timidez. o pior é a hora da foto (risos). >>
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daily routines, sometimes you wash a brush badly, and the next day you have to buy another. And he treats the painting material like a jewel. That ended up influencing the way I look at material, people and the world. In an interview, you mentioned that you start at 9:00 am and work until the evening. Now you said that you are your worst boss. Do you continue with this routine? >> Always. on weekends too. sometimes i take a weekend off, but this routine is the same. At 9 am i here, sometimes even a little earlier, and i leave at night. i end up having lunch and supper in the studio. i always have a brush in my hand. it‘s what i like and feel happy doing. My body gets tired, but when you like what you are doing, there’s no problem. i never think “dam, i have to paint,“ it is more likely a “gee, i have to reply to an e-mail“... or give an interview (laughs)? no, giving an interview is not so bad, but i don’t feel that comfortable. but it is more because of my shyness. The worst part is when the photos are taken (laughs). I read in an interview that you were fascinated by art when you saw the sketches of your sister’s wedding dress.You also mentioned the dresses by Lino Villaventura which are very feminine and delicate. Do you think this still influences your work today? >> My first fascination with art was during my childhood, because i liked to draw. When i saw the sketches i realized that art went beyond the drawings i did when i was 11 or 12. And i think fashion has always had an influence on my life. According to my grandmother, when i was young, 3 or 4 years old, i always wanted to wear the best dresses. My characters have a lot of this, in the dresses, stockings ... i think many things have always been in my work, but unconsciously. People always ask me why my characters are wearing a dress, a skirt, i don’t know, but i liked this before my sister was a bride. When i saw the pictures of the bride’s dresses, i guess i thought that before clothes existed there was a drawing. And where do the characters’ eyes come from? >> From me. i think my eyes are very large, so much so that my friends joke: when I say “i have a speck of dust in my eye,“ they say, “a whole branch must have got in your eye, since if it were just a speck you wouldn’t feel it.“ And when i was a little kid, my four older sisters taught me many things before going to school, numbers, how to write my name... i drew numbers and characters and they had big eyes. They were not as round, they were sort of oval, but they were huge eyes. >>
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Eu li em uma entrevista que você ficou fascinada pela arte quando viu os croquis do vestido de noiva da sua irmã. Você também citou os vestidos do lino Villaventura, que são superfemininos e delicados. Você acha que isso influencia seu trabalho até hoje? >> o meu primeiro fascínio com a arte foi na infância, pois eu gostava de desenhar. Quando vi os croquis percebi que a arte se expande além dos desenhos que eu fazia com 11 ou 12 anos. E a moda eu acho que sempre teve uma influência na minha vida. Quando eu era pequena, com uns 3 ou 4 anos, sempre queria colocar os melhores vestidos, segundo conta minha avó. Meus personagens têm muito disso, do vestido, da meia... Acho que muitas coisas estão desde sempre no meu trabalho, mas de forma inconsciente. sempre me perguntam o porquê de os meus personagens estarem de vestido, de saia, eu não sei, mas eu gosto disso desde muito antes de a minha irmã ser noiva. Quando eu vi os desenhos dos vestidos de noiva, acho que pensei fruit of love que antes de existir a roupa existe um desenho. E os olhos das suas personagens, vêm de onde? >> De mim. Eu acho que meu olho é supergrande, tanto que meus amigos brincam: quando falo “entrou um cisco”, eles dizem, “deve ter entrado um galho inteiro, pois se fosse só um cisco você não iria sentir”. E quando eu era bem pequenininha, as minhas quatro irmãs mais velhas me ensinaram muitas coisas antes de ir para a escola, os números, a escrever meu nome... eu desenhava números em personagens e eles já tinham olhos grandes. Eles não eram tão redondos, eram meio ovais, mas era um olho enorme. Você teve incentivo da família para desenhar? >> Muito. Sempre queria desenhar e lembro de pedir para minha mãe, aos 4 anos, que me ensinasse a desenhar um cachorro. ela me ensinou contando uma historinha. Minha mãe sempre me trazia bloco de sulfite, canetinha... E quando eu tinha por volta de 14 anos, não queria fazer o colegial normal, pois não gostava de estudar. escolhi fazer o curso técnico e fiz testes para quatro ou cinco cursos. eu estava em dúvida, minha mãe percebeu e conversou comigo. Ela disse que eu seria melhor profissional naquilo que fizesse com amor, pois assim a recompensa vem de uma forma ou de outra, e não sentimos o peso do trabalho. O que eu amo fazer é arte, então decidi ser artista. Mas eu tinha medo, pois é muito difícil, é uma vida dura até ter um reconhecimento e conseguir viver de arte.Você tem de ter um diferencial, ter sorte... não é só talento. E eu resolvi fazer isso, sendo difícil ou não, porque é o que eu faço com amor. Imagina fazer algo sem amor e ter de passar por todas as dificuldades da >>
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Did you receive any encouragement from your family to draw? >> A lot. i always wanted to draw and i remember asking my mother, when i was 4, to teach me to draw a dog. she taught me telling me a story. My mother always gave me drawing paper and crayons... And when i was about 14 years old, i didn’t want to go to regular high school because i didn’t like studying. i chose to do a technical course and sat tests for four or five courses. I wasn’t sure, my mother realized this and talked to me. she said i‘d be a better professional if what i chose, i did with love, since, the reward comes in one form or another, and we don’t feel that the work is a burden. What i love doing is art, so i decided to become an artist. But I was afraid, because it is very difficult, it is a hard to become recognized and earn a living from art.you have to have a differential, be lucky... It is not just talent. And I decided to do this, whether or not it is difficult, because I do it with love. Imagine doing something without love and having to go through all the difficulties of the profession... so what my mother said was a good incentive, the kick, the push. i worked in some companies at the same time as doing my art work, to buy a computer, a camera, but when i decided to give this up, they all supported me. You met Otávio in art school. How are things between you two today? >> We, as husband and wife, are one story. Me with otavio Pandolfo and osgeMeos, is a wonderful relationship. since they have been in the business longer, i still ask for advice, for example, how to export a work of art. sometimes i learn things before them, then we exchange information, like any other professional friend. We separate profession and marriage. Professionally speaking, i‘m a great friend of osgêmeos and we have this exchange of experiences. Besides Kelburn, the Scottish castle, have you painted any other works together? >> We‘ve met at various events. i went to a festival in Madrid, called Festmad, where there was music, art, graffiti, theater, and a place to camp with several bands on different stages.We have participated in festivals like this, in an event in germany, we had a collective exhibition in 2002, a mural in sao Paulo, between Avenida 23 de Maio and the Minhocão... >>
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profissão... Então, o que minha mãe falou foi um bom incentivo, o chute, o empurrão. Trabalhei em algumas empresas paralelamente ao meu trabalho de arte, para comprar computador, câmera fotográfica, mas quando resolvi largar, todos me apoiaram. Você conheceu o otávio na escola de arte. Como é a interação entre vocês hoje? >> nós, como marido e mulher, é uma história. eu com o otávio Pandolfo e com osgêmeos, é uma relação superlegal. como eles estão no ramo há mais tempo do que eu, ainda peço conselhos, por exemplo, como fazer a exportação de uma obra de arte. Às vezes, aprendo coisas antes deles, então trocamos informações, como qualquer outro profissional amigo. Separamos profissão e casamento. Profissionalmente falando, eu sou superamiga d’osgêmeos e a gente tem essa troca de experiências. além do castelo escocês Kelburn, vocês pintaram outras obras juntos? >> Já nos encontramos em vários eventos. Tinha um festival em Madri, chamado Festmad, com música, arte, grafite, teatro, com lugar para acampar, várias bandas em palcos diferentes. Participamos de festivais assim, de um evento na Alemanha, fizemos uma exposição coletiva em 2002, um mural em são Paulo, entre a Avenida 23 de Maio e o Minhocão... E você continua fazendo grafite? >> Tenho feito mais em projetos culturais, pois demoro muito para montar uma exposição. Para ficar do jeito que eu quero leva uns seis meses, trabalhando de segunda a segunda, então o grafite fica para trás. Eu fazia para me divertir, levar arte para as pessoas, por vários motivos. onde tem trabalhos seus que as pessoas possam ver em São paulo? >> Tem no Viaduto Jaceguai, algumas coisas próximas ao Minhocão, numa rua lateral... É difícil saber, pois o mural pode sumir de um dia para o outro. No Cambuci tem bastante coisa, me falaram que tinha em Interlagos. Na Consolação com a Paulista tem em cima de um prédio, na caixa d’água. Você já tem algum projeto para depois da exposição? >> Vou pintar um painel para um colecionador, e, ainda este ano, fazer uma exposição em um museu em São Paulo. Ainda não posso falar porque estamos fechando datas, mas é para daqui a uns dois anos, pois o museu é grande e preciso ter um tempo maior para preparar. E tem outros projetos que estamos tentando agendar, pois até novembro eu não posso pegar porque já tenho a galeria e esse mural no Rio de Janeiro. Vários estão ficando para o ano que vem. Neste ano, depois da exposição, também vou fazer obras para enviar a feiras de arte. e sempre aparece algo novo. s
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And are you still doing graffiti? >> I have done more cultural projects, because it takes me a long time to organize an exhibition. For it to be the way i want, it takes about six months, working from Monday to Monday, then the graphite work is not the priority. i did it for fun, bringing art to the people, for various reasons. Where is your work available for people to see in São Paulo? >> There is some of work at the Viaduct Jaceguai, some things close to Minhocão, in a side street... it is difficult to know, because the mural can disappear from one day to the next. in cambuci that are a lot of things, i was told that there is some of my work at interlagos. At the intersection between Avendia consolação and Paulista, you can see something above a building, on a water tank. Do you have a project for after the exhibition? >> i am going to paint a panel for a collector, and also this year, i am going to have an exhibition in a museum in sao Paulo. i still can’t say when, because we‘re agreeing the dates, but it is being organized for next year or in a couple of years, since the museum is large and i need more time to prepare.And there are other projects we are trying to schedule, i can’t take on anything else before november because i already have the gallery and this mural in Rio de Janeiro. several will have to wait until next year. This year, after the exhibition, i will also do some art work to send to art fairs. And something new always turns up. s
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pRóximoS leilõeS/ UpcomiNg aUctioNS Para saber mais/ For more information: www.sothebys.com/en/auctions/list.html
AU G / SET
New York |
ALEXANDER CALDER UNTITLED signed and dated 53 gouache on paper 42 1/4 by 29 in. 107.3 by 73.7 cm. Executed in 1953, this work is registered in the archives of the Calder Foundation, New York, under archive number A11212
ALEXANDER CALDER UNTITLED signed, titled and dated 72 gouache on paper 29 by 43 in. 73.7 by 109.2 cm. Executed in 1972, this work is registered in the archives of the Calder Foundation, New York, under archive number A24581.
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AlExANdEr CAldEr: WOrkS ON PAPEr FrOm 1930 – 1976
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ALEXANDER CALDER UNTITLED signed, dated 75, and inscribed àP.A.Ade gouache on paper 29 1/2 by 43 1/4 in. 74.9 by 109.9 cm. Executed in 1975, this work is registered in the archives of the Calder Foundation, New York, under application number A21526.
Sotheby’S NeW yoRK 4/11 SET
THE NEW SiTUATiON – ArT iN lONdON iN THE SixTiES Bridget Riley, photographed in her studio by Jorge Lewinski Image courtesy of the Lewinski Archive at Chatsworth
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Gillian Ayres in her studio, 1963, photographed by Jorge Lewinski
Sotheby’S loNDoN
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07 >> SET
FinEST and rarEST winES
Including Hermitage La Chapelle from Paul Jaboulet Aîné and Château La Lagune Direct from the Cellars
romanée-Conti 1990, 1 bottle Estimate: HK$ 100,000 – 140,000 / US$ 13,000 – 18,000 romanée-Conti 1999, 1 bottle Estimate: HK$ 70,000 – 100,000 / US$ 9,000 – 13,000 richebourg 1990, 1 bottle Estimate: HK$ 15,000 – 22,000 / US$ 1,900 – 2,750 La Tâche 1999, 2 bottles Estimate: HK$ 34,000 – 48,000 / US$ 4,250 – 6,00 Château Beauséjour duffau Lagarrosse 1990, 12 bottles Estimate: HK$ 50,000 – 70,000 / US$ 6,500 – 9,000
Sotheby’S hoNG KoNG
SET/ OCT
Sotheby’S LoNDoN
Tony Cragg Declination bronze, 2005, unique 240 x 230 x 360cm
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BEyOnd LimiTS – SOThEBy’S aT ChaTSwOrTh: a SELLing ExhiBiTiOn
mOdErn makErS Inger Johann Rasmussen Stage Curtain, 2007
Sotheby’S LoNDoN
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As casas: Maneco Quinderé diz que usa o que aprendeu iluminando a casa de grandes personagens para criar projetos para residências; cena de Toda nudez Será castigada The houses: Maneco Quinderé says he uses what he learned illuminating the homes of great characters to create designs for homes; scene All Nudity Shall Be Punished
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conheça Maneco Quinderé, iluminador de palcos e casas POr AlicE rivErO
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quele símbolo da lâmpada que aparece sobre a cabeça de quem tem uma grande ideia não podia ser mais bem representado no caso de Maneco Quinderé. Cada vez que ele pensa ou encontra uma resposta para as demandas de seus clientes, uma luz se acende – ou se acenderá – para transformar a atmosfera. O iluminador, cujo escritório fica no Rio de Janeiro, tem solução para tudo: de peças de teatro a desfiles de moda, de residências inteiras a uma única luminária. Maneco começou sua carreira nos anos 1980, como contrarregra de uma peça de teatro, e virou “queridinho” de algumas celebridades do meio musical. Com Caetano Veloso, por exemplo, passou quase dez anos trabalhando com jogos de luzes ritmados no compasso das canções de seus shows. Recentemente, participou de grandes produções, como a versão brasileira do musical Hairspray, original da Broadway, e da inovadora montagem de O desaparecimento do elefante, em que a produtora e diretora Monique Gardenberg adaptou textos do japonês Haruki Murakami de forma inventiva e dinâmica, com um elenco formado por feras do quilate de Marjorie Estiano e Kiko Mascarenhas. E na edição de abril do Fashion Rio, deu cor, forma e personalidade às luzes que reluziram as coleções de dez grifes. No campo da arquitetura e da decoração não é diferente. Maneco começou a trabalhar com residências depois de já ter uma carreira no teatro. “Eu já ilumino casas há muito tempo. Ilumino a casa do Hamlet, da Senhorita Júlia, do Macbeth”, diz, entre risos. Para cada projeto uma lâmpada acende – sobre sua cabeça – isso é, uma nova ideia surge para atender às necessidades e aos estilos de vida de cada pessoa, família ou equipe que procura o célebre iluminador. Seu estúdio também assina luminárias, seja para produção própria ou para grandes marcas do mercado nacional. Sempre muito ocupado, ele concedeu esta entrevista logo após voltar da Milano Design Week.
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THAT’S HOw ligHT iS MAdE Meet Maneco Quinderé, illuminator of stages and houses
TheHemisphere >> Do que mais gostou na Milano Design Week? Maneco Quinderé >> entre o que mais
me chamou a atenção estão os lançamentos da marca de luminárias espanhola Vibia, que está com produtos cada vez menores, que chegam a ter apenas 4 centímetros de altura, mas que podem ser capazes de iluminar ambientes inteiros. Também gostei muito de uma inovação da americana flos: um trilho imantado, por onde passa corrente elétrica, claro, para apenas “grudar” as lâmpadas. Com isso, de maneira muito mais simples, sem a necessidade de parafusos ou pinos, é possível posicionar a iluminação adequada ao ambiente. Nos dois casos, as novidades foram possíveis pelo uso das lâmpadas leD, pequenas, leves, econômicas e eficientes. Elas são o grande barato do momento! Você também visitou os espaços fora do evento? >> sim, havia muita coisa bacana em paralelo. Gostei muito da instalação de Tom Dixon para a Adidas no museu de Ciência e Tecnologia, que mostrava uma coleção com conceito de homenagear a mobilidade do século XXi. e das luminárias do alemão ingo maurer, apresentadas no fuorisalone, com uma pegada artística muito bela. Voltou inspirado ou com alguma nova ideia? >> eventos assim provocam sensações subjetivas. foi uma viagem muito motivante e tenho certeza de que alguma coisa vai surgir daí, mas ainda não tenho nada definido. Cheguei de Milão num dia e no outro precisei organizar o fashion Rio, então são pensamentos que estão maturando. Qual foi sua participação na semana de moda carioca? >> Como estou há muito tempo no mercado, tenho muitos clientes. muitos deles já se tornaram meus amigos, o que deixa meu trabalho ainda mais gratificante. Para essa edição, atendi dez grifes, entre elas iódice e Cantão, mas acho que foi o desfile da Lenny que mais me empolgou. Fazer iluminação para moda praia é muito legal. essa marca tem um astral bacana e sempre chama grandes nomes para a primeira fila da plateia. É um trabalho que exige bastante atenção. Procuro, por exemplo, “proteger” as modelos, que estão com o corpo superexposto, usando filtros de luz mais quentes, para deixar a pele mais dourada e não acentuar imperfeições – todas as mulheres tem alguma celulite, não se iluda... A sua experiência com iluminação de palco ajuda nesse trabalho em passarela? >>
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T “CheGuei De milão Num DiA e No outro PrECiSEi oRGANizAR o fAshioN Rio, eNTão São PEnSaMEntoS que esTão mATuRANDo.” “ARRiVeD fRom milAN oNe DAy AND The NeXT DAy i hAD To oRGANize The fAshioN Rio, so They ARe ThouGhTs ThAT ARe mATuRiNG.”
hat symbol of a lamp that appears above someone’s head when they have a great idea could not be better represented in the case of Maneco Quinderé. Every time he thinks, or discovers an answer to the demands of his customers, a light comes on - or lights up - to transform the atmosphere. The illuminator, whose offices are located in Rio de Janeiro, has a solution for everything: from pieces for the theater to fashion parades, from entire households to a single lampshade . Maneco began his career in the 1980s as a stagehand for a theater play, and became the “darling” of some celebrities from the music world. for example, he spent nearly ten years with Caetano Veloso, working with the play of lighting to accompany the beat of the songs in his shows. Recently, he participated in some big productions, like the Brazilian version of the musical Hairspray, a Broadway original, and the innovative assembly of The Disappearance of the Elephant, in which the producer and director Monique Gardenberg adapted texts written by the Japanese author Haruki Murakami, in an inventive and dynamic way, with a cast made up of beasts of such caliber as Marjorie Estiano and Kiko Mascarenhas. And in the April edition of Fashion Rio, he provided shape, color and personality to the lights that lit up the collections from ten brands names. In the field of architecture and decor is no different. Maneco began working with residences after his career in the theater.“I have brighten homes for a long ago. I brighten the home of Hamlet, Julia’s home, in Macbeth, “he says, laughing. For each project a lamp lights up over his head – in other words, a new idea comes to mind, to meet the needs and lifestyles of each individual, family or team that contracts the famous illuminator. His studio also signs light fitments, either for his own production or for important brand names in the domestic market. He is always busy, and gave this interview shortly after returning from the Milan Design Week. TheHemisphere – What did you most like during the Milan Design Week? Maneco Quinderé >> Amongst what most caught my attention were the light fitments launched by the Spanish company Vibia, with its extremely small products, some even as small as four centimeters tall, but which are capable of illuminating entire >>
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“eu DiRiA que NA EuroPa já SE tEM 90% doS ProdutoS De ilumiNAção feiTos Com LâMPadaS LEd. ”
luz prêt-à-porter: a luminária Dobradinha, criação do estúdio de Maneco
photos: Diego
QuinDeré
Light prêt-à-porter: the luminaire Tripe, created by the Maneco studio
“i woulD sAy ThAT EuroPE aLrEady hAs 90% of Lighting ProduCtS mADe wiTh LEd LaMPS. ”
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photo: Diego
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>> Com certeza. são ambientes que precisam ter uma certa atmosfera e em que a luz trabalhe com determinado ritmo. Por isso, inclusive, há um estudo em conjunto com a música, pois luz e som são elementos que precisam estar alinhados. inclusive no teatro de prosa, em que a palavra faz o papel que uma canção tem no show. Com qual tipo de projeto, incluindo a decoração, você mais gosta de trabalhar? >> Não tenho uma preferência. meu escritório é multifacetado e gosto de estar preparado para todo tipo de demanda, sem restrições. Teatro é muito enriquecedor, porque posso aprender demais com a literatura, os diálogos, a biografia do autor. De que outro jeito aprenderia tanto sobre a vida de russos ou alemães, se não estudando soluções para iluminar “a casa” – na verdade o cenário – deles? Talvez por eu ter começado a trabalhar no meio teatral, fazer projetos para peças seja sempre empolgante. mas acho que isso se explica mais pela nostalgia que me traz, não por ser minha área de trabalho preferida. Ao mesmo tempo, confesso que sempre tenho dificuldade com projetos para quartos de criança. Não é uma coisa que faça naturalmente, me dá trabalho pensar no bem-estar do bebê, alinhado às necessidades da mãe que precisa amamentar de madrugada... Enfim, acho que é o mais crítico para mim. Para os projetos residenciais, qual é a grande tendência? >> Certamente são as lâmpadas leD. elas podem ser usadas na casa inteira e economizam energia – o que é bom para o bolso e para o meio ambiente. eu diria que na europa já se tem 90% dos produtos de iluminação feitos com lâmpadas leD. As incandescentes estão deixando de ser produzidas, tanto pela questão ecológica quanto pelo design. e o mais bacana é que a indústria está conseguindo produzir leDs com cores cada vez mais quentes, quase tão amarelinhas quanto aquela lâmpada do Thomas edson, que, no geral, ainda é o que mais agrada. S http://manecoquindere.com.br/
Formas orgânicas: a luminária Itaipava, de 2010 Organic forms: the luminaire Itaipava, 2010
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photos: AlexiA
BergAllo
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Ousadias cênicas: a iluminação de residências beneficia-se da experiência do autor em teatro Daring scenes: the lighting in residences benefits from the creator’s experience in the theater
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environments. i also enjoyed an innovation by the American flos: a magnetized rail, through which an electrical current flows, of course, to just “stick” lamps. thus, in a much simpler way, without the need for screws or pins, it is possible to position the lighting that is appropriate for the environment. in both cases, the innovations were made possible by the use of leD lamps, small, lightweight, economical and efficient.they are the big thing at the moment! Did you also visit areas outside the event? >> yes, there were plenty of things going on in parallel. i enjoyed the installation by tom dixon for adidas at the Museum of Science and technology, which exhibited a collection with the concept of honoring the mobility of the XXi century. and the luminaries by the german ingo Maurer presented in Fuorisalone, with a very beautiful artistic emblem? Did you return inspired or with some new ideas? >> Events like this cause subjective sensations.
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photo: DivulgAção
photos: MArciA
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Beleza e emoção: nas passarelas, a luz amarelada disfarça imperfeições das modelos; no teatro, intimismo para contar boas histórias Beauty and emotion: on the catwalks, the yellow lighting disguises the models’ imperfections; at the theater, intimacy in order to tell good stories
it was a very motivational trip and i’m sure something will come out of it, but i have got anything concrete yet. i arrived from Milan one day and the next day i had to organize the Fashion rio, so they are thoughts that are maturing. What was your involvement in the Rio Fashion Week? >> Since i have been in the market for a long time, i have many clients. Many of them have become my friends, which makes my job even more rewarding. For this edition, i attended ten brand names, including iódice and Cantão, but i think it was the parade by Lenny that excited me most. Preparing the lighting for swimwear is really interesting.this brand has a good atmosphere and always draws big names to the first row of the audience. it’s a job that requires a lot of attention. i try, for example, to “protect” the models, whose bodies are overexposed using warmer light filters, to leave the skin more golden and not to accentuate any imperfections - all women have some cellulite, do not be fooled ... Did your experience with stage lighting help with this work on the catwalk? >> For sure. they are both environments that need to have a certain atmosphere and where lighting works with a certain rhythm.therefore, a study is made in conjunction with the music, since sound and light are elements that need to be aligned. This is the same in the theater of prose, where words play the role that music has in a show. Which type of project, including decoration, do you like most? >> i don’t have a preference. My office is multifaceted and ´i like to be prepared for any kind of demand, without restrictions. theatre is very rewarding because i can learn from the literature, the dialogues, the author’s biography. how else would i learn so much about the life of russians or germans, if not by studying solutions to illuminate “their houses” - actually the scenario? Maybe because i started working in the theatrical milieu, undertaking projects for plays is always exciting. But i think this is explained more by the nostalgia that it evokes, not because it is my preference . at the same time, i have to say that i always have difficulty with designs for children’s rooms. it is not a thing i do naturally, it is hard work thinking about the well-being of baby, aligned with the needs of the mother who has to nurse the baby at daw ... anyway, i think this is the most critical for me. Which is the main trend for residential projects? >> Certainly it is LEd bulbs. they can be used throughout the entire home and save energy - which is good for the pocket and the environment. i would say that Europe already has 90% of lighting products made with leD lamps. incandescent lighting is no longer being produced, for both a question of design and for ecological reasons. And the most interesting thing is that the industry is able to produce LEds with colors that are becoming warmer, almost as yellow as the bulb by thomas Edison, which, in general, is still the favorite. S http://manecoquindere.com.br/
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Onde a boa comida encontra a bebida perfeita: Castelo di Barolo, no sul de Alba Where good food meets the perfect drink: Castle di Barolo, south of Alba
Piemonte al dente Os sabores cheios de alma da região que produz os famosos Barolos e tartufos TexTO e FOTOs JULiAnA A. sAAd, dO PiemOnTe
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tarde caía na primavera de Alba, na região do Piemonte, Itália. Refesteladas no gramado de um castelo medieval estavam sete pessoas gulosas e satisfeitas. Tinham motivos para isso, haviam acabado de sair de uma mesa de almoço em que, além do papo para lá de animado, tiveram a companhia de Barolos, como o Marcenasco 1997, de beber rezando! Eu confesso, estava lá. Comi e bebi regiamente. Como não fazê-lo? A refeição tinha sido um festival de surpresas agradabilíssimas que, seguidas umas às outras, constituíam um banquete piemontês. Os onipresentes agnolotti al plin, a massa típica da região do Piemonte, recheados com sirass (ricota de ovelha local) e aspargos estavam deliciosos e, antes deles, o antepasto composto por battuta di fassone al coltelo (um angelical steak tartare), além de terrina de verduras e sfogliatina de queijo, abriram os trabalhos brilhantemente. Em seguida foi a vez da vitela ao molho de avelãs, que adicionaram incrível sabor e suculência ao prato. As sobremesas que tínhamos intenção de recusar mostraram-se irresistíveis: tínhamos à nossa frente panna cotta, semifreddo al torrone e zabaione devidamente escoltados por um Moscato d’Asti e, para finalizar, o espresso (com s, na Itália) curto acompanhado de uma amostra de incríveis esculturas da confeitaria italiana. Sob a sombra, estirados na grama, nossos corpos repousavam em um langor quase palpável. Mais um suspiro e algumas gargalhadas: comentávamos a prosa à mesa, a qual tinha começado tímida,
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Da vinha ao barril: as uvas nebbiolo e a enoteca do Barolo From the vineyard to barrel: Nebbiolo grapes and Enoteca from Barolo
mas após algumas taças de vinho, acabara evoluindo para um dos temas mais atemporais que existem: o prazer da boa mesa... Todos tinham algo a dizer. E como não? A paisagem campestre inspirava e o coração e o estômago agradeciam ainda tocados pelas lembranças das delícias degustadas naquele lugar surpreendente, escoltado pelo cinturão dos Alpes. No dia seguinte, indagados sobre a possibilidade de seguir em direção a Costigliole d’Asti, a 15 quilômetros da belíssima Alba, a fim de conhecermos o Instituto de Culinária Italiana para Estrangeiros (ICIF), não hesitamos. A escola situa-se em outro castelo medieval, localizado no coração da zona viticultora e gastronômica do Piemonte. Recebe alunos de todo o mundo, com filial em Caxias do Sul, no Brasil. Tecnologia de ponta à italiana. Nos arredores de Costigliole deparamos com um programa inusitado: a caça às trufas. Na Casa del Trifulau, os irmãos Giorgio, Natale e Nella Romagnolo nos apresentaram as delícias do tartufo. Após a divertidíssima palestra de Giorgio, proferida nos jardins, onde ele exaltava as propriedades benéficas da trufa, destacando o fato de esta ser “um viagra natural”, seguimos para as colinas em torno da propriedade da família e, escoltados por dois cães vira-latas espertos e muitíssimo bem-treinados pelo irmão mais novo, Natale, “encontramos” duas trufas. Logo depois fomos convidados a degustá-las na varanda da casa, em torno de uma enorme mesa de madeira, acompanhadas de pão e vinho frescos
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PiemOnTe AL denTe The flavors that reflect the soul of the region that produces the famous Barolos and tartufos
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he afternoon was coming to end in the spring of Alba. Relaxing on the lawn of a medieval castle were seven people well fed and satisfied. They had every reason for this, they had just left a lunch table where, besides the good company and fun conversation, they had had the company of Barolos, such as Marcenasco 1997, a heavenly drink! I have to confess, I was there. I ate and drank like a queen. How could I avoid it? The meal was a festival of wonderful surprises, one after the other, like a piemontês feast. The ubiquitous agnolotti al plin, the typical pasta from the Piedmont region, filled with sirass (ricotta made from local sheep milk) and asparagus were delicious and, before these, an antipasto of di battuta Fassone al coltelo (a divine steak tartare), as well as a terrine of vegetables and cheese sfogliatina, which set the scene for what was to come. This was followed by veal in hazelnut sauce, which added an incredible and succulent flavor to the dish. The desserts that we had intended to refuse proved irresistible: we were presented with panna cotta, semifreddo al torrone and Zabaione, duly escorted by a Moscato d’Asti and to finish off, espresso (with an s in Italy) accompanied by an incredible sample of sculptures of Italian confectionery. In the shade, stretched out on the grass, our bodies resting in an almost palpable languor. Another breath and some laughter: we commented on the prose at the table, which had started off timid, but after a few glasses of wine, had evolved into one of the timeless themes: the pleasure of good food ... Everyone had something to say.
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39 Caça às trufas: depois de participar da busca o visitante é convidado a degustar a iguaria Truffle hunting: after participating in the search visitors are invited to taste the delicacy
histórias não faltam na região. semPre há alguém Para falar do caçador que encontrou uma trufa com mais de 1 quilo stories abound in the region. there is always someone who talks about a hunter who found a truffle weighing over a kilo
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Paisagens: o charme das pequenas cidades e o bem cuidado jardim do palácio Borromeo Landscapes: the charm of small towns and well-tended garden at the Borromeo Palace
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e azeite brilhante. À nossa frente descortinava-se um cenário de cinema: planícies e colinas cultivadas, intercaladas por bosques e pontilhadas por casas antigas e cheias de história. Aliás, histórias não faltam na região. Sempre há alguém para falar do caçador que encontrou uma trufa com mais de 1 quilo − inveja dos vizinhos, dizem eles com um ar conspiratório −, ou revelar os segredos das trufas compradas nos leilões sediados no castelo Grinzane Cavour por arrojados apreciadores que chegam a desembolsar 5 mil dólares pelo quilo da iguaria. Passamos por cidades que dão nome aos vinhos da região: Asti, Barbaresco, Barolo. Em cada uma delas pudemos sentir um pouco da história local, pontuada de reis e pela casa de Savoia, suas conquistas, amantes e legados. Por meio do olhar daqueles que guiam prazerosamente, nos familiarizamos com as uvas que compõem os néctares que bebemos e conhecemos pessoas que dedicam suas vidas à produção do vinho e ao cultivo artesanal dos ingredientes que amalgamam a culinária regional e aqueles que a executam com maestria. O Piemonte é uma região de gente que tem a alma entremeada de sabor e é perdidamente apaixonada pela região. E quem não ficaria? s
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And why not? The countryside inspired us and our hearts and stomachs were grateful, still touched by the memory of the delicious food enjoyed at this amazing place surrounded by the Alps. The following day, we were asked whether we wanted to head towards Costigliole d’Asti, 15 kilometers from the beautiful Alba, in order to visit the Italian Culinary Institute for Foreigners (ICIF), we did not hesitate. The school is located in another medieval castle, in the heart of the gastronomic and viticulture area of Piedmont. It receives students from all over the world, and has a branch in Caxias do Sul, Brazil. Cutting edge technology, Italian style Around Costigliole we came across an unprecedented program: hunting for truffles. At Casa del Trifulau, the Giorgio brothers, Natale and Nella Romagnolo introduced us to the delights of tartufo. After an amusing lecture by Giorgio, given in the gardens, where he extolled the beneficial properties of the truffle, highlighting the fact that this is a “natural Viagra”, we headed off to the hills around the family property and, escorted by two intelligent stray dogs, very well-trained by the younger brother, Natale, and we “found” two truffles. Soon after we were invited to taste them on the porch, sat around a huge wooden table, accompanied by fresh bread and wine and olive oil. We were surrounded by what can only be compared to a movie set: plains and cultivated hills, interspersed with forests and dotted with old houses and full of history. Indeed, stories abound in the region. There is always someone who talks about a hunter who found a truffle weighing over a kilo - the envy of neighbors, they say with a conspiratorial air - or to reveal the secrets of truffles bought at the auctions based in Grinzane Cavour castle by daring truffle lovers, who pay as much as five thousand U.S. dollars for a kilo of the delicacy. We passed through towns that give their name to the region’s wines: Asti, Barbaresco, Barolo. In each of them we could feel a bit of the local history, filled with kings and the house of Savoy, their conquests, lovers and legacies. Through the eyes of our wonderful guides, we become familiar with the grapes that make the nectars we drink and met people who dedicate their lives to wine production and the hand crafted cultivation of ingredients that are used in regional cuisine and those who perform it masterfully. Piedmont is a region of people whose soul is permeated with the flavor and who are madly in love with the region. And who would not be? s
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De tirar o f么lego: vistas do pal谩cio Borromeo (esquerda e direita), lago maggiori e o restaurante do Castelo Grinzane Cavour Breathtaking: views of the Borromeo Palace (left and right), and Lake maggiori and the restaurant Castelo Grinzane Cavour
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SERVIÇO / ServiceS StreSa / Lago Maggiore Hospedagem / Accommodation Grand Hotel Bristol >> Corso Umberto, 73 Stresa, Piemonte. Tel. +39 0323-32601 E-mail: info@grandhotelbristol.com www.zaccherahotels.com >> Preços médios da diária em apartamento duplo, com café da manhã: 170 a 320 euros >> Average daily rates for a double room with breakfast: 170 to 320 euros Onde comer / Where to eat Ristorante Casabella >> Via del Marinaio, 1. Isola Pescatori, Stresa. Tel. +39 0323-33471. E-mail: info@isola-pescatori.it www.isola-pescatori.it/casabella Grand Hotel Bristol >> Corso Umberto, 73 28049 Stresa - Piemonte. Tel. +39 0323-32601 orta Hospedagem e onde comer / Accommodation and where to eat Hotel & Restaurante San Rocco (Sara Calzolari) >> Via Gippini 11 - 28016 Orta San Giulio / Lago d’Orta – Piemonte. Tel. + 39 0322-911977. E-mail: info@hotelsanrocco.it / www.hotelsanrocco.it Onde comprar produtos típicos / Where to buy local products Salumeria Rovera >> Largo di Gregori, 15; Tel. +39 0322-90123 turiM Hospedagem / Accommodation Grand Hotel Sitea >> Carlo Alberto, 35. Tel. + 39 011-5170171 www.hotels-turin.com/1/details/5822/name.html.
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>> Preços médios da diária em apartamento duplo, com café da manhã: 135 a 175 euros >> Average daily rates for a double room with breakfast: 135 to 175 euros Onde comer Ristorante Tre Galline >> Via Bellezia, 37 Tel. +39 011-4366556. Caffé San Carlo >> Piazza San Carlo, 156 Tel. + 39 011-532586. Mercato di Porta Palazzo >> Piazza della Repubblica – Centro. aSti e aLba Onde comer / Where to eat Ristorante Gener Neuv >> Lungotanaro, 4 Próximo ao centro. Asti. Tel. + 39 0141–557270. www.generneuv.it. Restaurante com uma estrela no guia Michelin desde 1983. Trattoria nelle Vigne:Via Santa Croce, 17 em Diano d’Alba. Loc. Cascinotto. Tel. + 39 0173-468503. >> Simpática trattoria debruçada sobre vinhedos. O que conhecer / What to visit La Casa del Trifulau >> Frazione Burio, 1, Costigliole d’Asti. Tel. +39 0141-966568 - Cel. +39 347-2991832. tuber.pico@virgilio.it / www.lacasadeltrifulau.it Castelo di Grinzane Cavour >> a cerca de 15 km de Alba, Cuneo, Grinzane, via Castello, 12060 Tel. +39 0173-262159. info@grinzane.it / www.grinzane.it Castello di Barolo e Enoteca Regionale del Barolo >> Piazza Falletti, 12060 Cuneo. Tel. +39 0173-56277 www.barolo.net / www.barbaresco.it Adega Fontanafredda: Via Alba, 15, 12050 Serralunga d’ Alba (CN). Tel. +39 0173-613161 fontanafredda@fontanafredda.it /
www.fontanafredda.it Informações Turísticas / Tourist information: Lago Maggiore, Lago D’Orta >> Distretto Turístico dei Lagui: Corso Italia, 18, 28838 STRESA (VB) Tel. +39 0323-934335. www.distrettolagui.it Regione Piemonte Turismo >> Piazza Castello, 165 – Torino. Tel. +39 011-4325453 info@regione.piemonte.it / www.regione.piemonte.it / www.atuttopiemonte.it Ente Turismo Alba Bra Langhe & Roero >> Piazza Risorgimento, 2 – Alba. Tel.+39 0173–35833. info@langheroero.it / carbone@langueroero.it Italian Culinary Institute for Foreigners >> Castelo de Costigliole d’Asti, Piemonte. Tel. +39 0119-912456. www.icif.com. No Brasil: www.gastronomia.usc.com.br Federazione Italiana Sommelier Albergatori Ristoratori >> Corso Galileo Ferraris, 138, Turim. Tel. +39 0115-0961123. www.fisar.com Altrove >> empresa especializada em passeios pela região com guia que fala português. >> company specialized in trips through the region with a Portuguese speaking guide. Sylvia Ettorre-Weber. Via A. Lamarmora, 16, Turim. Tel. +39 0114-407690. sylvia@altrovedmc.com / www.altrovedmc.com
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Bulgari n a ta ç a A família que criou a marca de joias agora dedica-se aos vinhos
Por MAuro MArcelo Alves foTos PANGeA e ferNANDo GuerrA
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ma das atividades mais charmosas do mundo é, sem dúvida, fazer vinho. Junta-se natureza, colheita, fermentação, a lenta expectativa pela maturação nas barricas de madeira e o líquido resultante vai alegrar as reuniões entre os amigos, aumentar o prazer à mesa e, certamente causar uma enorme alegria a quem o engarrafou. É comum celebridades do cinema e empresários famosos por suas marcas de renome mundial voltarem-se para o vinho como investimento e deleite. Cavalli, Ferragamo, os atores Gerard Depardieu, Brad Pitt e Angelina Jolie têm vinhedos e colocam a mística de seus nomes em rótulos ou promovem produtos em associação com vinhateiros. Para ter uma ideia da força que esses nomes agregam, basta lembrar que em março último as 6 mil garrafas do vinho Miraval Rosé 2012, francês da Provence e ecologicamente correto (agricultura biodinâmica), lançado pelo casal Brad e Angelina se esgotaram em apenas cinco horas em compras pelo site miravalprovence.com. Quem tem chamado muito a atenção do mundo vinícola, atualmente, é Paolo e seu filho Giovanni. Sobrenome? Bulgari. Sinônimo de luxo, com suas joias, perfumes e relógios, a marca Bulgari saiu das mãos da família ao ser comprada pelo poderoso grupo francês LVHM por 250 milhões de euros, no ano passado. E as atenções de pai e filho estão voltadas agora para seus vinhos, elaborados em terras esplendorosas da Toscana. Sua empresa, Podernuovo, em Palazzone, a 100 quilômetros de distância de Siena, compreende 22 hectares de vinhedos cultivados com as uvas Sangiovese, Montepulciano, Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc, Merlot e Petit Verdot. Os três primeiros vinhos lançados em bela festa no Teatro Ristori, no centro de Verona, todos com Indicazione Geografica Tipica Toscana e da safra 2009 são: Therra, blend de Sangiovese, Cabernet Sauvignon, Merlot e Montepulciano; Argirio, feito 100% com Cabernet Franc, e Sotirio, inteiramente elaborado com a uva toscana por excelência, a Sangiovese. Para transformar o desejo em realidade com qualidade, Giovanni Bulgari, o real administrador da azienda, convocou Riccardo Cotarella, um dos melhores enólogos da Itália, descrito por muitos como um gênio dos vinhos. Giovanni revela que havia pelo menos oito anos pensava em largar os trabalhos na Bulgari e tinha certa fixação pela agricultura − mas sempre aquela que lhe proporcionasse o vinho. Adora andar entre as videiras, sentir os cachos pequenos se transformando em uvas maduras e acompanhar todos os procedimentos na adega, quando os vinhos ganham a personalidade que espera. Para isso, diz, usa o mesmo rigor estilístico tradicional da família. “Eu desejo vinhos elegantes que respeitem a diversidade de seu caráter, com harmonia e respeito ao solo“, costuma dizer. Sua produção inicial foi de 60 mil garrafas e não quer passar muito disso, para assegurar a qualidade que, imagina, será crescente, independentemente de ter o famoso nome acoplado aos rótulos. Aliás, a menção a pai e filho é discreta, por vontade deles. Os críticos italianos receberam bem o Therra, o Argirio e o Sotirio, indicando naturalmente que são vinhos ainda jovens, já que a propriedade em Palazzone estava em ruínas quando foi comprada, em 2004, e os vinhedos foram plantados. Giovanni sabe que terá de esperar mais alguns anos para que os pés de uvas tenham todo o desenvolvimento necessário à produção de vinhos de guarda, aqueles que normalmente são descritos como joias pelos mais exigentes degustadores. Com 37 anos de idade, pode esperar isso acontecer. E de assuntos como esse ele entende. s
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Das joias aos vinhos: giovanni bulgari restaurou uma propriedade em ruínas a partir de 2004 e já lançou seus três primeiros rótulos From jewelry to wines: in 2004 Giovanni Bulgari began restoration of a property that was in ruins, and has launched his first three wine labels
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BulGAri iN GlAsses The family that created the brand name jewelry is now dedicated to producing wine
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ne of the most charming activities in the world is undoubtedly wine making. It brings together nature, the harvest, fermentation and the slow expectation from maturation in the wooden barrels and the resulting liquid brightens meetings between friends, increases the pleasure at the table and certainly cause tremendous joy to those who bottled it. It is common for movie celebrities and businessmen, famous for their worldrenowned brands, to turn to wine as an investment and delight. Cavalli, Ferragamo, the actors Gerard Depardieu, Brad Pitt and Angelina Jolie have vineyards and have put the mystique of their names on labels or have promoted products in association with winemakers. To get an idea of the impact that these names have, you just have to remember that last March the 6,000 bottles of French Miraval Rosé 2012, from Provence and environmentally friendly (biodynamic farming) launched by the couple Brad and Angelina, sold out in just five hours, purchased through the site miravalprovence.com. The person who has attracted a great deal of attention in the wine world recently, is Paolo and his son Giovanni. Surname? Bulgari. Synonymous with luxury, for their jewelry, perfumes and watches, the Bulgari brand left the family hands when is was purchased by the powerful French group LVMH for 250 million euros last year. And the father and son’s attention is now focused on their wines, produced in the splendid lands in Tuscany. The company Podernuovo, located in Palazzone, 100 kilometers from Siena, comprises 22 hectares of vineyards planted with Sangiovese, Montepulciano, Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc, Merlot and Petit Verdot grapes. The first three wines launched during a lavish party at Teatro Ristori, in the center of Verona, all with the typical Toscana Geographical Indication and from the 2009 crop are: Therra, a blend of Sangiovese, Cabernet Sauvignon, Merlot and Montepulciano; Argirio, made with 100% Cabernet Franc and Sotirio, produced entirely from the quintessential Tuscan grape, the Sangiovese. To transform the desire into reality with quality, Giovanni Bulgari, the real administrator of the azienda, contracted one of the best winemakers in Italy, Riccardo Cotarella, described by many as a genius of wines. Giovanni reveals that for at least eight years he had been thinking about leaving work at Bulgari and had a certain fixation for agriculture - but always one that would produce wine for him. He loves to walk among the vines, feel the small bunches transforming into ripe grapes and accompany all the procedures in the wine cellar, where wines gain the personality that awaits them. For this, he says, he uses the same stylistic rigor that is traditional within the family. “I want elegant wines that respect the diversity of their character, with harmony and respect for the soil,“ he says. His initial production was 60 thousand bottles and he does not want to go much beyond this, in order to ensure the quality, which, he imagines, will improve, regardless of having the famous name attached to the labels. Incidentally, the mention of father and son is discrete, at their request. The wines, Therra, Argirio and Sotirio were well received by the Italian critics, indicating naturally, that the wines are still young, since the property in Palazzone was in ruins when it was purchased in 2004, when the vineyards were planted. Giovanni knows that he will have to wait a few more years before the vineyards have developed sufficiently to produce top quality wines; those that are usually described as jewels by discerning tasters. Aged 37, he can wait for this to happen. And it is matters like these that he understands. s
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Muito aléM da tiMes square paixão e tesouros ocultos em meio à vibrante batida da metrópole mais famosa do mundo por desiree HamucHe Fotos carol GHerardi
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alvez por ter sido descoberta por um italiano, Giovanni da Verrazano, em 1523, Nova York pulse de maneira tão alucinada, como um coração apaixonado, dando ritmo ao movimento dos milhões de pessoas que diariamente enchem de vida a ilha mais famosa do planeta. A cidade tem uma diferença peculiar quando comparada com outras do mundo: exala sentimentos e instiga emoções a todos aqueles que nela permanecem. Seja por um dia ou mais, não importa, ali a ideia de um lugar que nunca para é realmente verdadeira. Emociona, chama para as lojas, restaurantes, nightclubs, provoca o tempo todo. Quando é possível conviver com nova-iorquinos, acabamos absorvendo parte de suas personalidades e sentimos, como eles, uma espécie de compulsão por não desperdiçar nem sequer um segundo do tempo passado naquela terra. É como estar ao lado da pessoa amada, querer olhá-la sob todos os aspectos, conhecer seus mistérios, acompanhá-la, se possível, na velocidade da luz. E, como numa paixão, o grande segredo é compartilhar coisas novas, particulares, diferentes. Sair do lugar-comum. A seguir, um roteiro que mostra o lado pouco conhecido da cidade.
a primeira impressão Em Upper East Side, bairro mais desejado pelos nova-iorquinos, você pode tomar um belo café da manhã ou brunch com amigos no Café Boulud. Com um cardápio refinado, o queridinho chef francês Daniel Boulud prepara o melhor café da manhã da região. Em um local pequeno e discreto, a sensação é de se estar em Paris, longe da correria da cidade. Além dos exclusivos cafés, você pode almoçar e ter um delicioso jantar também. as Flores O Jardim Botânico do Brooklyn é um lugar maravilhosamente tranquilo para visitar, independentemente da época ou do tempo. Seu jardim japonês é espetacular, a esplanada de cerejeiras e o Jardim das Rosas são particularmente exuberantes quando em plena floração. Não perca as estufas, a coleção de bonsais e faça um passeio pelas muitas calçadas arborizadas.
de mãos dadas O Central Park é o parque predileto dos turistas, mas para quem já conhece, e quer desfrutar da natureza e do lazer, Governors Island proporciona espaço para piquenique, redes para descansar, bicicletas para alugar e uma pista de corrida com vista para a Estátua da Liberdade. Este parque abre em maio e recebe visitantes até o final do verão. Durante toda a temporada, sedia festivais, eventos e muita diversão. É uma ótima opção para quem quer se bronzear e relaxar longe dos holofotes do Central Park. Situado na baía de Nova York, aproximadamente a um quilômetro ao sul de Manhattan, de 1776 a 1996 foi uma base do Exército e da guarda costeira. Quando Nova York era uma colônia inglesa, a assembleia colonial havia reservado a ilha para o uso exclusivo dos governadores de Nova Iorque, daí o nome.
a beleza Sempre chega o momento de relaxar e cuidar da beleza durante a viagem. No Cornelia Spa, você pode desde cuidar desde os cabelos até fazer tratamento facial sob orientação da esteticista Melanie Smon, que cuida dos famosos em Los Angeles e agora também em NY. Após cada tratamento, as clientes são levadas para uma sala especial onde podem descansar e restaurar as energias para prosseguir com os passeios pela Big Apple.
o conHecimento Em frente ao Central Park, uma mansão chama atenção, e poucos conhecem sua história. Henry Clay Frick, um milionário excêntrico, deixou todo o seu acervo na casa, que foi transformada em um museu, o The Frick Collection. Lá você encontra peças pessoais do ex-magnata do aço e obras como, por exemplo, O Progresso do Amor, de Jean-Honoré Fragonard; três pinturas de Johannes Vermeer e São João, o Evangelista, de Piero della Francesca. O que desperta a curiosidade de muitos é que uma das salas da mansão ainda está exatamente do jeito que Frick costumava utilizar. Outro fato inusitado é que nenhuma obra de arte pode ser retirada da casa, mesmo que para restauração, a pedido de Frick. A mansão foi construída em 1913 e hoje é administrada pela família. >>
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the metropolitan museum of art
o caFé Em Manhattan, se você quer dar uma parada para apreciar um bom café não deixe de visitar três lugares excepcionais. Café Lalo (201 W. 83rd street, www.cafelalo.com) tem um dos café mais gostosos da cidade. Foi cenário para o filme “Mensagem para Você” (1998) e até hoje, mesmo com reformas, mantém sua identidade original. O 71 Irving Place Coffe & Tea oferece, além do tradicional expresso, uma grande variedade de chás. Esse lugar é ideal para os dias de calor, quando você pode apreciar sua bebida na área externa da loja (www.irvingfarm.com). O Joe the Art of Coffee (Union Square 9 east 13th street, www.joenewyork. com) proporciona que sua xícara de café seja mais do que isso: ela vira uma obra de arte. A cada pedido desenhos incríveis surgem no topo da bebida.
o lancHe The Breslin, uma estilizada versão de um pub inglês, tem o hambúrguer de cordeiro mais suculento da cidade, e outras extravagâncias. A chef executiva, April Bloomfield, criou o menu para satisfazer desde menos exigentes clientes até críticos de comida. Chique porém relaxante, The Breslin está situado no lounge do hotel Ace e tem se tornado um dos pontos mais desejados da madrugada nova-iorquina. É um dos poucos restaurantes que não fazem reservas, no entanto, a espera vale muito a pena.
as compras Canal Street ou Soho? Quando se fala em Nova York
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é impossível não relacioná-la a compras. É no Soho que estão as melhores marcas e butiques mundiais. Porém, para aqueles que procuram apenas souvenirs e não querem gastar muito, Canal Street, ao lado do Soho, é o ponto predileto. É possível, em algumas horinhas, fazer tanto as compras luxuosas no Soho quanto atravessar um bloco e comprar pequenas lembranças na Canal Street. Algo como Oscar Freire e 25 de Março separadas por um quarteirão.
o trabalHo Mesmo a passeio, muitos não conseguem se desprender do trabalho. O tour oferecido pela Nasdaq permite que você presencie, em grupos de 15 pessoas, a abertura e o fechamento do pregão. É necessário marcar com antecedência, pois a procura é grande por parte dos investidores do todo o mundo.
a sensação do momento Brooklin agora se tornou o novo hype de Nova York. Mais especificamente Williansburg. O local é o novo centro dos artistas e muitos nova-iorquinos estão em lista de espera para se mudar para o tão desejado bairro. Vale pegar um táxi e parar em um café ou fazer uma simples caminhada pelo bairro. É de impressionar.
o jantar Na First Avenue e East 45th Street, a sala de jantar dos delegados da União das Nações Unidas (ONU) é um dos segredos mais bem guardados de Nova York. Você não precisa >>
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Washington square
ser um embaixador para reservar uma mesa, embora a reserva com antecedência seja essencial: (212) 963-7626. Desfrute de vistas espectaculares sobre o East River e um enorme bufê com preço fixo antes ou depois de sua turnê na ONU. Traje de negócios necessário. Chegue meia hora antes de seu tempo de reserva para passar pela segurança.
a dança Para aqueles que gostam de lugares exclusivos e badalados, essa é a melhor pedida. The Box era um antigo pequeno teatro que se transformou em um clube estilo cabaret. Os melhores dias para ouvir boa música e performances interessantes são as quintas e sextas-feiras.
comida e diversão
a intimidade Se a razão do encontro, seja num romance ou visitando um lugar, for de fato conhecer seus mais íntimos segredos, há nas profundezas de Nova York um verdadeiro tesouro, oculto até mesmo dos moradores locais. O metrô da cidade é conhecido com um dos mais abrangentes do mundo e, agora, ele ainda possibilita uma verdadeira viagem ao passado. A majestosa estação debaixo da City Hall ficou inativa por quase 65 anos: foi fechada em 31 de dezembro de 1945. Trata-se de uma maravilha arquitetônica, com tetos abobadados cobertos de azulejos antigos e clarabóias de vidro que inundam o espaço com luz natural. Selada como uma cápsula do tempo desde então, hoje pode ser vista de dentro de um vagão do metrô. Pegue o trem 6 para a ponte de Brooklyn/
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photos: Divulgação
Que tal apreciar uma boa comida e no mesmo local uma festa? É o que o Catch NYC oferece a seus clientes. O restaurante possui um menu diversificado com opções asiáticas e mediterranêas e um cardápio exclusivo de drinques. Após as 22 horas, o club é aberto e quem está no restaurante tem a facilidade de curtir o melhor da noite nova-iorquina subindo apenas dois andares. Diferente dos tradicionais lugares para dancar da cidade, segunda-feira é o dia mais badalado. o queridinho e o excêntrico: o Café Boulud, do famoso chef, e a mansão que hoje abriga The Frick Collection The darling and the eccentric: Café Boulud, belonging to the famous chef, and the mansion that now houses The Frick Collection
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a lot more tHan times square passion and hidden treasures amid the vibrant beat of the world‘s most famous metropolis
M Cidade estação Hall − é a última parada, se você estiver indo para o sul, mas não saia. O trem fará o retorno e nesse momento você terá a visão única e inigualável do salão. Até recentemente, os passageiros deveriam sair do trem na estação de Brooklyn Bridge/City Hall antes do retorno e apenas os participantes de eventos especiais ou excursões patrocinadas pelo MTA e New York City Transit Museum podiam conhecer essa joia, mas hoje todos podem.
no topo Alguns dos mais belos jardins em Nova York estão escondidos, centenas de metros acima do solo, no Rockefeller Center. O local mantém cinco jardins espetaculares originalmente concebidos pelo paisagista inglês Ralph Hancock, entre 1933 e 1936. Eles foram fechados em 1938, mas três podem ser avistados a partir do Top of the Rock Observation Deck. E há uma chance de que você já tenha visto pelo menos uma amostra: o jardim no topo do British Empire Building aparece em uma cena do filme da série Homem-Aranha feito em 2002.
nas nuvens Para as lembranças se tornarem realmente inesquecíveis e sentir aquele frio na barriga, nada melhor que fazer o tour pela ilha de Manhattan a bordo de um helicóptero. O serviço é oferecido no Pier 17, em Downtown, e proporciona um passeio de 15 a 30 minutos por toda a cidade. Leve um mapa com os lugares que visitou, observe-os lá do alto e guarde-os na memória para sempre. s
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aybe because it was discovered by an Italian, Giovanni da Verrazano in 1523, New York beats in a way that is really hallucinatory, like a heart that is passionately in love, providing the rhythm to the movement of millions of people who daily bring to life the most famous island in the world. The city has a peculiar difference when compared with others throughout the world: it exudes feelings and stirs up emotions for all those who remain in it. Whether for a day or more, it doesn’t matter, here the idea of a place that never stops is really true. It leaves you breathless; shops, restaurants, nightclubs call out to you the whole time. When it is possible to live with New Yorkers, you end up absorbing part of their personalities and end up feeling, like them, a kind of compulsion to not waste even a second of the time spent in the city. It‘s like being with the person you love, you want to look at it from all perspectives, to know its mysteries, accompany it, if possible, at the speed of light. And, as with passion, the big secret is to share new things, special things. Avoid the commonplace. Presented below is an itinerary that offers the little-known side of the city. tHe First impression On Upper East Side neighborhood, the most desired neighborhood by New Yorkers, you can have an enjoyable breakfast or brunch with friends at Café Boulud. With its refined menu, the favorite French chef Daniel Boulud prepares the best breakfast in the area. In a small, unobtrusive place, and you feel as if you are in Paris, far from the rush of the city. Apart from exclusive coffees, you can enjoy a delicious lunch or dinner. tHe FloWers The Brooklyn Botanic Garden is a wonderfully peaceful place to visit, regardless of the season or weather. The Japanese garden is spectacular, the cherry esplanade and Rose Garden are particularly exuberant when in full bloom. Don’t forget to visit the greenhouses, the bonsai collection and take a stroll through the many wooded sidewalks
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55 beleza e relax: o Cornelia Spa, no Surrey New York, oferece tratamentos especiais e sala para descansar
Hand in Hand Central Park is the favorite park for tourists, but for those who already know it and want to enjoy nature and leisure, Governors Island provides picnic areas, hammocks to rest in, bicycles to hire and a running track with a view of the Statue of Liberty. This park opens in May and receive visitors until the end of summer. Throughout the season, it hosts festivals, events and lots of fun. It is a great option for those who want to sunbathe and relax away from the spotlight of Central Park. Situated in the bay of New York, about a kilometer south of Manhattan, between 1776 and 1996 it was an Army base and Coast Guard base. When New York was an English colony, the colonial assembly reserved the island for the exclusive use of the governors of New York, hence the name.
photos: Divulgação
passeios com arte: exterior do Frick e interior do Metropolitan Art Tours: the exterior of the Frick and the interior of the Metropolitan
photo: Divulgação
Beauty and relaxation: the Cornelia Spa, at the Surrey New York, offers special treatments And a room to relax
beauty At some time during a trip the time also comes to relax and look for some beauty treatment . At Cornelia Spa, you can take care of everything from hair treatment to facial treatment under the guidance of the esthetician Melanie Smon, who looks after the famous in Los Angeles and now in NY. After each treatment, clients are taken to a special room where they can rest and recover their energy to continue with their tours of the Big Apple. 20th and 76th, in The Surrey Hotel KnoWledGe Across from Central Park, a large mansion draws attention, and few know its history. Henry Clay Frick, an eccentric millionaire, left all his art collections in the house, which was turned into a museum, The Frick Collection. There you will find personal works belonging to the former steel magnate and works such as, The Progress of Love by Jean-Honoré Fragonard, three paintings by Johannes Vermeer and St. John the Evangelist, by Piero della Francesca. What leaves a lot of people curious is that one of the rooms in the mansion is still exactly the way Frick kept it. Another unusual fact is that no work of art can be removed from the house, even for restoration at the request of Frick. The mansion was built in 1913 and today is run by the family. coFFee In Manhattan, if you want to take a break to enjoy a good coffee be sure to visit three exceptional places. Café Lalo (201 W. 83rd Street, www.cafelalo.com) has one of the most delicious coffees in town. It was the setting for the movie „You‘ve Got Mail“ (1998) and even today, even after the reforms, it maintains its original identity. 71 Irving Place Coffee & Tea offers, besides the traditional express, a great variety of teas. This place is ideal for hot days, when you can enjoy your drink in the outdoor area of the store (www.irvingfarm.com). Joe the Art of Coffee (Union Square, 9 east 13th street, >>
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(www.joenewyork.com) ensures that your cup of coffee is more than that: it becomes a work of art. With every order amazing designs appear on top of the drink. a snacK The Breslin a stylized version of an English pub, it has the most succulent lamb burger in the city, and other extravagances. The executive chef, April Bloomfield, created the menu to satisfy not only the less demanding customers but also food critics. Chic yet relaxed, The Breslin is located in the lounge of Ace Hotel and has become one of the most popular spots in the New York dawn. It is one of the few restaurants that do not accept reservations, however, the wait is well worth it. sHoppinG Canal Street or Soho? When you mention New York is impossible not to think about shopping. It‘s in Soho that you can find the best brand name shops and international boutiques. However, for those who are just looking for souvenirs and do not want to spend too much, Canal Street, next to Soho, is the favorite spot. It´s possible, within a few hours, to do both luxurious shopping in Soho and then walk a block and buy small souvenirs on Canal Street. Something like Oscar Freire and 25 de Março separated by one block. serviço / ServiCeS café boulud >> 20 e 76th st, www.cafeboulud.com/nyc jardim botânico do brooklyn >> www.bbg.org cornelia spa >> www.cornelia.com the Frick collection >> 1 e 70th st, www.frick.org café lalo >> 201 W. 83rd street, www.cafelalo.com 71 irving place coffe & tea >> www.irvingfarm.com joe the art of coffee >> union square 9 east 13th street, www.joenewyork.com
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WorK Even when on holiday, a lot of people can’t forget about work. . The tour offered by Nasdaq organizes groups of 15 to visit the opening and closing of the stock exchange. You need to book in advance, as demand is high from investors from around the world. tHe sensation oF tHe moment Brooklyn has now become the new hype in New York. More specifically Williansburg. The place is the new center of artists and many New Yorkers are on the waiting list to move to this desired neighborhood. It is worth taking a taxi and stopping at a cafe or just taking a stroll around the neighborhood. It is quite impressive. dinner On First Avenue and East 45th Street, the dining room of the United Nations delegates (UN) is one of the best kept secrets in New York. You don’t need to be an ambassador to book a table, although booking in advance is essential: (212) 963-7626 . Enjoy spectacular views of the East River and a huge buffet at a fixed price before or after your tour of the UN. Business attire required. Arrive half an hour before your reservation time to get through security.
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union square >> 9 east 13th street, www.joenewyork.com the breslin >> 16 W 29th st, www.thebreslin.com nasdaq >> 165 Broadway, www.nasdaq.com First avenue e east 45th street >> www.events-un.com the box >> 189 Chrystie street, lower east side, www.theboxnyc.com catch nyc >> 21 9th avenue, www.emmgrp.com/restaurants/catch/ rock observation deck >> www.topoftherocknyc.com tour de helicóptero pela ilha de manhattan >> www.heliny.com/reservation.cfm
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dancinG For those who love exclusive and trendy places, this is the best option. The Box was formerly a small ancient theater that has become a cabaret style club. The best days to listen to good music and interesting performances are Thursdays and Fridays. Food and Fun How about enjoying good food and a party at the same place? It‘s what Catch NYC offers its customers. The restaurant has a varied menu with Mediterranean and Asian options and an exclusive drinks menu. After 22:00, the club opens and whoever is in the restaurant can enjoy the best of the New York night life just going up two floors. Unlike traditional places to dance in the city, Monday is the most popular night. intimacy If the reason for the encounter is to get know its most intimate secrets, whether during a romantic encounter or a visit to a place, you can find in the depths of New York a real treasure, hidden even from the locals. The city’s metro is known as one of the most comprehensive in the world, and it still provides a real trip to the past . The majestic station under City Hall remained idle for almost 65 years: it was closed on December 31, 1945. It is an architectural marvel, with vaulted ceilings covered with old tiles and glass skylights that flood the area with natural light. Sealed like a time capsule since then, today it can be seen from inside a subway car. Take the number 6 train to Brooklyn Bridge / City Hall station - it is the last stop if you‘re heading south, but do not get off. The train will return and this time you will have a unique and unparalleled view of the hall. Until recently, passengers had to get off the train at Brooklyn Bridge / City Hall before returning and only participants of special events or trips sponsored by the MTA and New York City Transit Museum could visit this gem, but now everyone can. on top Some of the most beautiful gardens in New York are hidden, hundreds of feet above the ground, at the Rockefeller Center. The Center has five spectacular gardens originally designed by the English landscape architect Ralph Hancock, between 1933 and 1936. They were closed in 1938, but three can be visited from the Top of the Rock Observation Deck. And there is a chance that you‘ve already seen at least one sample: the garden at the top of the British Empire Building appears in a scene from the movie Spider-Man made in 2002. in tHe clouds For memories to become unforgettable and really feel that cold in your belly, nothing better than a tour of Manhattan island aboard a helicopter. The service is offered at Pier 17 in Downtown, and offers a tour of 15 to 30 minutes throughout the city. Take a map with the places that you have visited, observe them from above and keep them in your memory forever. s
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vitra Design Museum
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C ampO fértil para inOvaçãO Vitra campus, na cidade alemã de Weil am Rhein, concentra edifícios assinados pelos mais famosos arquitetos e mostras especiais de design texto Juliana a. Saad FotoS Juliana a. Saad e diVulgação
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Vitra Design Museum está entre os mais importantes museus do mundo.Abrigado em um fabuloso edifício projetado pelo arquiteto californiano Frank Gehry, e parte do complexo Vitra Campus, exibe de duas a quatro exposições anuais sobre a evolução do design. Essas mostras proporcionam aos visitantes a descoberta da diversidade e da importância do design ao apresentarem as inspirações, ideias e os processos envolvidos no projeto, ao mesmo tempo que dialogam com áreas afins como arquitetura e arte. Para se ter uma ideia, a exposição dos irmãos Campana que correu o mundo e foi exibida no Centro Cultural Banco do Brasil, em São Paulo, teve curadoria do museu, e apresentava um completo panorama do trabalho dos designers, incluindo os objetos curiosos que eles colecionam e serve de inspiração para seus projetos. No edifício principal, são montadas anualmente exibições temporárias, ao passo que mostras paralelas menores são apresentados no Vitra Design Museum Gallery, um espaço de exposição vizinho. Essas atrações são desenvolvidas com designers renomados e abrangem temas contemporâneos de grande relevância, tais como as tecnologias do futuro, a sustentabilidade ou questões como mobilidade e consciência social. Outras abordam aspectos históricos ou protagonistas do design. Mais que um complexo de fábricas de móveis e objetos de design, o Vitra Campus, em Weil am Rhein, Alemanha, na fronteira com a Suíça, em Basel, é um complexo de incríveis atrações arquitetônicas que, sem sombra de dúvida, abriga a maior concentração de design e arquitetura laureados por metro quadrado do mundo. É nesse complexo que estão o Vitra Design Museum e a VitraHaus, que reúnem uma das mais completas e icônicas coleções de objetos de design existentes. O conceito da Vitra surgiu depois de um incêndio que atingiu cerca de 60% das instalações fabris da empresa e deu início a um projeto de reconstrução capitaneado pelo arquiteto inglês Sir Nicholas Grimshaw, sob o comando de Rolf Fehlbaum (filho do fundador), que assumiu a direção da Vitra em 1977. A ideia era reconstruir as instalações com arquitetura funcional e acuidade estética que mantivessem um diálogo forte entre si. Para isso, convidaram os principais arquitetos do mundo para projetar os novos edifícios. >>
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Modo de fazer: na Lounge Chair atelier o visitante pode ver como é feita a poltrona que dá nome à sala How to make it: at the lounge Chair atelier visitors can see how the armchair that gives its name to the room is in fact made
VitRa deSign MuSeuM O trabalho do Vitra Design Museum baseia-se em sua coleção que engloba não apenas os objetos-chave da história do design, mas também os espólios de várias figuras importantes (incluindo Charles & Ray Eames, George Nelson, Verner Panton e Alexander Girard). A biblioteca do museu e arquivo de documentos estão disponíveis para pesquisadores, mediante solicitação. No Campus Vitra, as exibições são complementadas por um programa diversificado de eventos, visitas guiadas e oficinas.
VitRaHauS Uma construção vertical em camadas, criada pelo célebre estúdio Herzog & de Meuron, a VitraHaus funciona como uma entrada para o Campus Vitra. As cinco casas parecem empilhadas e seus tetos inclinados formam ângulos que se projetam para o exterior. O lobby, uma área central aberta ao redor da qual os cinco edifícios são organizados, abriga um saguão com área de recepção, espaço de exposição para a coleção de cadeiras do Vitra Design Museum, a lojinha do Vitra Design Museum, e um charmoso café com terraço externo. Um elevador leva os visitantes para o quarto pavimento, onde começa o passeio circular. O interior foi concebido como uma sequência espacial, com transições surpreendentes e vistas da paisagem – da idílica Tüllinger Hills à vasta extensão dos trilhos da ferrovia, passando pela visão urbanizada do Reno. A vista foi o principal motivo para que o edifício fosse projetado na vertical, em contraste com os outros do Vitra Campus. O cenário abre-se ao olhar através dos vidros, que permitem que a luz invada os ambientes, revelando por inteiro as cores e formas dos objetos e mobiliários. Conforme se descobre sobre o caminho pela sinuosa visita à VitraHaus, a direção da orientação das casas parece ser determinada pelas vistas da paisagem do entorno. A visita se desdobra em informações que podem ser obtidas com um cartão magnético (adquirido na recepção) que desvela dados sobre os itens observados. No meio do passeio pela VitraHaus você depara com uma linha de produção – é o Lounge Chair Atelier, uma oficina que dá a oportunidade de assistir a uma etapa de produção da cadeira de design clássico – a Lounge Chair – projetada por Charles & Ray Eames em 1956. Se quiser, você pode adquirir e customizar sua cadeira enquanto observa. Comprando ou não, assistir ao processo artesanal é muito bacana! A circulação é extremamente agradável e os vãos livres e pé-direito alto dão uma sensação de amplitude que, somada à liberdade de sentar e apreciar mais de forma tátil os objetos, transforma o passeio em um grande prazer. Para fechar, um pulo na lojinha para trazer um pouco do bom design para casa e um café arrematam a tarde. S
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FeRtile gRound FoR innoVation Vitra campus, in the german town ofWeil am Rhein, concentrates buildings designed by the most renowned architects and special designer exhibitions
t
he Vitra Design Museum is among the most important museums in the world. Housed in a fabulous building designed by Californian architect Frank Gehry and part of the Vitra Campus complex, it holds two to four exhibitions annually, on the evolution of design. These exhibitions enable visitors to discover the diversity and importance of design by presenting the inspirations, ideas and processes involved in the projects, whilst at the same time maintaining a dialogue with related fields such as architecture and art. To get an idea, the exhibition of the works by the Campana brothers, which was exhibited throughout the world, was also exhibited at the Centro Cultural Banco do Brasil, in São Paulo, where the museum was curated and presented a complete overview of the designers’ work, including the curious objects that they had collected and which act as inspirations for their projects. In the main building, temporary exhibitions are presented annually, while the parallel smaller exhibitions are presented in the Vitra Design Museum Gallery, a neighboring exhibition space. These attractions are developed with renowned designers and cover contemporary themes of great importance, such as technologies of the future, sustainability and issues such as mobility and social awareness. Others address historical aspects or protagonists of design. More than a factory complex for furniture and designer objects, the Vitra Campus in Weil am Rhein, Germany, on the border with Basel, in Switzerland, is a complex of incredible architectural attractions and without a doubt, is home to the highest concentration of award winning designs and architecture per square meter in the world. The Vitra Design Museum and VitraHaus can be found within this complex, which brings together one of the most comprehensive and iconic collection of designer objects that exists. The concept for Vitra developed after a fire destroyed about 60% of the company’s manufacturing facilities and resulted in a reconstruction project headed by the English architect Sir Nicholas Grimshaw, under the command of Rolf Fehlbaum (the son of the founder), who assumed management of the Vitra in 1977. The idea was to rebuild the facilities based on a dialogue between functional architecture and aesthetic acuity. For such, the world’s leading architects were invited to design the new buildings. >> arquitetura e design: a construção assinada por Frank Gehry e a exposição de cadeiras Architecture and design: the building signed by Frank Gehry and the exhibition of chairs
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passado e presente
a Vitra, fundada pelo suíço Willi Fehlbaum, é uma das mais importantes fábricas do design mundial desde 1957. a empresa trabalha em estreita colaboração com designers de renome internacional e jovens criadores, o que provoca um interessante diálogo entre passado e presente. em janeiro de 2004, a Vitra lançou a coleção casa, que inclui projetos clássicos, como reedições das poltronas e cadeiras de charles & Ray eames, como a eames lounge chair & ottoman, e a mítica cadeira eames), a cadeira panton (projetada pelo icônico Verner panton), além de produtos de designers contemporâneos.tudo isso com um grupo-alvo em mente: consumidores individuais com interesse em design.a Vitra é muito mais do que uma empresa dedicada à produção de mobiliário de design contemporâneo. Criado em 1980, o Campus da Vitra tornou-se conhecido como museu oficial da arquitetura contemporânea. O próximo edifício proposto é uma oficina de arte para crianças pelo arquiteto chileno alejandro aravena. o Vitra design Museum tem a sua própria editora e também produz uma grande variedade de produtos, de cartazes e postais a acessórios domésticos, e miniaturas de móveis feitas a partir de reedições de desenhos clássicos. o Vitra design Museum Shop está localizado no piso térreo da VitraHaus. oferece uma seleção única de objetos de design e publicações, incluindo os produtos do Vitra design Museum (miniaturas e autênticas reedições), produtos Vitra e objetos de design selecionados de marcas, como a Muji, alessi, Freitag, Hay e muito mais. a escolha dos livros abrange os catálogos de exposições do Vitra design Museum, bem como muitas outras publicações sobre design e arquitetura. além de pequenas lembranças e presentes, há objetos criados por estilistas importantes, como charles & Ray eames, george nelson, Jasper Morrison, Sori Yanagi e Hella Jongerius. paSt and pReSent the Vitra, founded in 1957 by the Swiss Willi Fehlbaum, is one of the most important design factories in the world. the company works in close cooperation with internationally renowned designers and creative young professionals, creating an interesting dialogue between past and present. in January 2004,Vitra launched its Home collection, which includes classics design, with the relaunching of armchairs and chairs by charles & Ray eames, such as the eames lounge chair & ottoman, and the mythical eames chair), the panton chair (designed by the iconic Verner panton), as well as products by contemporary designers. all of this with a target public in mind: individual customers who are interested in design. Vitra is more than a company dedicated to producing contemporary designer furniture. Founded in 1980, the Vitra campus has become known as the official museum of contemporary architecture. The next building that has been proposed is an art workshop for children by the chilean architect alejandro aravena. the Vitra design Museum has its own publisher and also produces a variety of products, from postcards and posters to household accessories, and miniature furniture made based on reissues of classic designs.the Vitra design Museum Shop is located on the ground floor of VitraHaus. It offers a unique selection of designer objects and publications, including the products from the Vitra design Museum (miniatures and authentic reissues),Vitra products and designer objects selected from brands such as Muji, alessi, Freitag, Hay and a lot more. the choice of books includes the exhibition catalogs for the Vitra design Museum, as well as many other publications on design and architecture. apart from small souvenirs and gifts, you can find objects by important designers such as Charles & Ray eames, george nelson, Jasper Morrison Sori Yanagi and Hella Jongerius.
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casas empilhadas: a vitraHaus, desenhada por Herzog & De Meuron, recepciona os turistas na entrada do Campus com suas coleçþes de design Stacked houses: the VitraHaus, designed by Herzog & De Meuron, greets tourists at the entrance of the campus with its design
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Linha do tempo/Timeline - Vitra Campus
1981 - 1986
1989
1993
1994
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Em 1981 e 1986 os primeiros edifícios do Vitra Campus foram projetados pelo arquiteto inglês Sir Nicholas Grimshaw. / In 1981 and 1986 the first buildings for the Vitra Campus were designed by the English architect Sir Nicholas Grimshaw. Em 1984, a escultura Balancing tools, executada pelos holandeses Claes Oldenburg e Coosje van Bruggen, famosos por obras que recriam objetos cotidianos em grandes proporções, é encomendada em comemoração ao septuagésimo aniversário do fundador da empresa, Willi Fehlbaum. / In 1984, the sculpture Balancing Tools, created by Claes Oldenburg and Coosje van Bruggen, from Holland, famous for works that recreate everyday objects in large proportions, is commissioned to commemorate the seventieth anniversary of the company founder, Willi Fehlbaum. Em 1989, surge o Vitra Design Museum, projetado pelo canadense Frank Gehry. / In 1989 the Vitra Design Museum was built, designed by the Canadian Frank Gehry. Em 1993, é a vez do Pavilhão de Conferências do arquiteto japonês Tadao Ando. Uma construção com pouco volume aparente sobre a superfície. Foi seu primeiro projeto fora do Japão. / In 1993, the Pavilion Conference by the Japanese architect Tadao Ando is built. A construction with little apparent volume on the surface. This was his first project outside of Japan. Também em 1993, a iraquiana radicada em Londres Zaha Hadid assina uma estação de combate a incêndios, totalmente identificada com a arquitetura desconstrutivista do campus. / Also in 1993, Zaha Hadid, who comes from Iraq but lives in London, is responsible for the design of a firefighting station, that consistently reflects the deconstructivist architecture of the campus. Em 1994, o arquiteto português Álvaro Siza projeta mais uma fábrica do complexo. / In 1994, the Portuguese architect Álvaro Siza designs another factory complex. Em 2003, um pequeno posto de combustíveis desenhado por Jean Prouvé é incorporado às outras construções. / In 2003, a small gas station designed by Jean Prouvé is incorporated within the other buildings. Em 2006, Jasper Morrison projeta uma parada de ônibus para a entrada do campus. / In 2006, Jasper Morrison designs a bus stop for the entrance to the campus. Em 2010, é aberta a VitraHaus, projetada pela dupla suíça Herzog & de Meuron. A construção formada por uma série de caixas empilhadas com telhados inclinados abriga a Coleção Casa de Vitra. / In 2010, VitraHaus opens, designed by the Swiss duo Herzog & de Meuron. The construction consists of a series of stacked boxes with sloping roofs that accommodates the Vitra Collection. Em abril de 2013, o estúdio japonês Sanaa completou um salão de produção circular, com paredes de acrílico ondulado, tornando-se a mais recente adição ao campus de edifícios projetados por arquitetos famosos. / In April 2013, the Japanese studio SANAA completed a circular production room with wavy acrylic walls, becoming the latest addition to the campus of buildings designed by famous architects.
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Vitra Design MuseuM The work of the Vitra Design Museum is based on its collection that encompasses not only the key objects from design history, but also the spoils of several important figures (including Charles & Ray Eames, George Nelson, Verner Panton and Alexander Girard). The museum library and document archives are available to researchers upon request. At the Vitra Campus, the exhibitions are complemented by a diverse program of events, guided tours and workshops.
2003
2006 2010
VitraHaus A vertical construction in layers, created by the renowned studio Herzog & de Meuron, VitraHaus serves as an entrance to the Vitra Campus. The five houses seem stacked together and the sloping roofs form angles that protrude outward. The lobby, an open central area, around which the five buildings are organized, houses an atrium with a reception area, an exhibition space for the chair collection from the Vitra Design Museum, the Vitra Design Museum’s gift shop, and a charming cafe with an outdoor terrace. An elevator takes visitors to the fourth floor, where the circular tour begins. The interior was designed as a spatial sequence with surprising transitions and views of the landscape – from the idyllic Tüllinger Hills to the vast expanse of the railroad tracks, through to the urbanized view of the Rhine. The view was the main reason that the building was designed vertically, in contrast to the others in the Vitra Campus. The scene opens up to a view through the windows that allow light to invade the environments, fully revealing the colors and shapes of the objects and the furniture. As one discovers during the visit along the winding path through the VitraHaus the direction of the houses seem to be determined by the views of the surrounding landscape. The visit unfolds based on information that can be obtained with a magnetic card (purchased at reception) which provides data on the items on display. Halfway through the tour of VitraHaus you will come across a production line –the Lounge Chair Atelier, a workshop that provides the opportunity to watch a stage in the production of the classic designer chair - the Lounge Chair - designed by Charles & Ray Eames in 1956. If you want, you can purchase and customize your chair while watching. Whether on not you buy one, watching the handcraft process is very interesting! The circulation is extremely pleasant and the free-standing beams and high ceilings give a feeling of spaciousness that, coupled with the freedom to sit back and enjoy the objects in a more tactile way, makes the tour a pleasure. To end, a visit to the shop to take a little bit of good design home with you and a coffee to finish off the afternoon. s
serViÇo / services Vitra Design Museum >> www.design-museum.de onde >> Charles-Eames-Straße 2, 79576 Weil am Rhein, Alemanha. Fica bem na fronteira da cidade suíça de Basel, sendo visita
obrigatória a quem vai à região. info@design-museum.de . Abre todos os dias da semana, das 10 às 18h. Tours guiados oferecem uma boa perspectiva do local. Vale muito. Where >> Charles-Eames-Strasse 2, 79576 Weil am Rhein, Germany. It is on the border with the Swiss city, Basel, and is a must for anyone going to the region. info@design-museum.de. Open every day of the week from 10:00 to 18:00. Guided tours offer a good perspective of the place. Well worth it.
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Tacadas solidárias
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o dia 7 de junho, no Fazenda da Grama, em Itupeva, o 1o FortunA Golf Cup UNICEF reuniu 76 golfistas especialmente convidados em um evento que teve verba destinada ao Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF). O dia luminoso, com muito sol e pouco vento, brindou a todos, convidados e golfistas, que puderam usufruir também de um lounge assinado pela Missoni Home, clínica de golfe, mágicas de Ricardo Madureira, considerado o melhor do Brasil, test drive do modelo Ghost, da Rolls-Royce, doces da Dulca e música da top DJ Lara Gerin. Foram arrecadados mais de 56 mil reais para o Fundo. “Eventos como este proporcionam visibilidade ao UNICEF e a arrecadação de recursos que são fundamentais para a nossa atuação”, disse o americano Gary Stahl, representante do UNICEF no Brasil. Ele viajou de Brasília a Itupeva para prestigiar o evento. “Hoje não dá mais para traçar uma estratégia de negócios sem levar em conta a sustentabilidade. As questões socioambientais devem estar sempre em pauta na gestão das empresas”, diz Denilson Gallini Milan, empresário da FortunA − Gestora em Comunicação de Luxo. O torneio contou com três copatrocínios: Bombardier, Rolls-Royce e Global Aviation. Apoiaram o evento as marcas Alug - Rent a Car, Antonio Bernardo, Armando Cerello, Chandon, Chubb Seguros, Elements − Banyan Tree Spa, GR Properties, Haganá, Lig Veículos Elétricos, Louis XIII, Mandarin Oriental, Missoni Home, Ornare, Poggenpohl, Quintessentially, Santovino Ristorante, Terras Novas, Velorbis e X-Mart. S
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n June 7, at Fazenda da Grama in Itupeva, the First UNICEF Fortuna Golf Cup brought together 76 golfers, specially invited to an event to raise money for the United Nations Children’s Fund (UNICEF). The lovely day with plenty of sunshine and little wind, welcomed everyone, guests and golfers, who were also able to enjoy the comfort of the lounge designed by Missoni Home, a golf clinic, the magician Ricardo Madureira, considered the best in Brazil, test drive the Rolls-Royce model, Ghost, as well as the sweets made by Dulca and music by the top DJ, Lara Gerin. Over R$ 56 thousand was raised by the event.“Events such as this provide visibility to UNICEF and raise funds that are critical to our activities,” said the American Gary Stahl, the UNICEF representative in Brazil. He traveled from Brasilia to Itupeva to attend the event. “Now days, you can’t present a business strategy, without considering sustainability. Environmental issues should always be on the agenda for managing companies, ” says Denilson Gallini Milan, entrepreneur fron FortunA Manager of Luxury Communications. The tournament featured three co-sponsors: Bombardier, Rolls-Royce and Global Aviation. The event was supported by the brand names Alug - Rent a Car, Antonio Bernardo, Armando Cerello, Chandon, Chubb Seguros, Elements - Banyan Tree Spa, GR Properties, Haganá, Lig Veículos Elétricos, Louis XIII, Mandarin Oriental, Missoni Home, Ornare, Poggenpohl, Quintessentially, Santovino Ristorante, Terras Novas, Velorbis and X-Mart. S
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Sol, tecnologia e bem-estar: o evento incluiu test drive de um Rolls-Royce, tratamentos no spa, passeios e muito conforto Sun, technology and well being: the event includes a test driving a Rolls-Royce, spa treatment, trips and a great deal of comfort
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1. Bruna 2. Bruna, Julia, Luisa e Lídia Carvalho 3. Fernanda e Tomas 4. Luis XIII 5. Chryso Fontes e Patricia Rollo 6. Blue Label – personalização prêmio 7. Dj Lara Gerin
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08. Bandeira FortunA Golf Cup UNICEF – Missoni Home 09. Eugenio Perate, Federico Rocha Grosso, Geraldo Vieira e Pedro Martins 10. Fernando Bianco, Francisco Matarazzo, Rogério Picanço e Giampaolo Michelucci 11. Fernando Penazzo, Roberto Gomez e Fernando Moura 12. Tasso Pereira, Claudia Rappa, Ângela Rappa e Diogo Pereira
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13. Roberta Ferraro, Liliana Ferraro, Jonas Aloise, Christopher Philips e amigos 14. Henrique M. Furtado Neto, Joana Marques Neto e Gary Stahl 15. Antonio Mario Yunes e Denilson Milan 16. Maria Montserrat Ryan,Yara Pavan, Anamaria Starck e Maggy Rodrigues 17. Fernando Lomonaco e Denilson Milan 18. Gary Stahl, Flavia Maria Cielo e Cesar Augusto Cielo
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19. Gary Stahl 20. Flavia Maria Cielo, Wilney Almeida Prado, Cesar Augusto Cielo e Denilson Milan 21. Fabio Lemonica, Jessia Lobo e Denilson Milan 22. Denilson Milan, Reinaldo Piscopo e LĂdia Carvalho 23. Denilson Milan, Tuca Gantus e Camila Carvalho 24. TarcĂsio De Angelis e Denilson Milan 25. Luciana Rocha Grosso, Federico Rocha Grosso, Jessia Lobo e Denilson Milan
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26. Petter Schattan, Stefan Schattan, Sidnei Rodrigues, Denilson Milan e Flavio Batel 27. Tuca Gantus, Giovane Gรกvio e Denilson Milan 28. Alvaro Almeida 29. Francesca Picciafuochi, Sylvia Nishi e Denilson Milan 30. Diogo Pereira, Claudio Cantamessa, Petter Schattan, Stefan Schattan e Denilson Milan 31. Lucita Marques da Costa, Carlos Rea e Denilson Milan
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Informações: Cristina Cerny celular: + 55 11 99330.4536
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Cielo on the bay Metragem: de 196 m² até 240 m². Dois dormitórios mais Den (como se fosse um quarto, mas é uma área aberta - escritório) até três dormitórios. Duas vagas de estacionamento. Preço: de US$ 533.000 até US$ 875.000. Entrega: O Prédio JÁ ESTÁ PRONTO. Entrega imediata. Prédio com descontos, pois faz parte do inventário que se fez no último boom. O empreendimento foi retomado pelo banco quando a construtora original quebrou. Novos investidores o compraram do banco a superbom preço, estão vendendo agora ao preço por metro quadrado MAIS ECONÔMICO em todo o condado de Miami-Dade para nova construção. Os apartamentos têm elevadores particulares, piscina no teto do prédio, e todos têm vista direta para a Baía de Biscayne e Miami Beach. Localizado em North Bay Village, que é uma pequena vizinhança de várias ilhas no centro da Baía de Biscayne, com rápido acesso à praia, e com acesso de menos de 15 minutos a Bal Harbour, a South Beach, a Aventura, e aos aeroportos de Miami e Fort Lauderdale. Area: 196 m² to 240 m². Two bedrooms plus Den (like a bedroom, but it is an open area – office) up to three bedrooms Two parking spaces. Price: U.S. $ 533,000 to U.S. $ 875,000. Delivery: Building NOW READY. Immediate delivery. Building with discounts, as it is part of the inventory that was made in the last boom. The project was taken over by the bank when the original builder went bankrupt. New investors bought it from the bank at an excellent price, and are now selling, with the price per square meter CHEAPER than anywhere else throughout Miami-Dade for new construction. The apartments have private elevators, swimming pool on the roof of the building, and all have direct views of Biscayne Bay and Miami Beach. Located in North Bay Village, which is a small neighborhood of several islands in the middle of Biscayne Bay, with easy access to the beach, and access within 15 minutes to Bal Harbour, South Beach, the Adventure, and Miami and Fort Lauderdale airports.
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ECHO Aventura Metragem: de 250 m² até 500 m². Na área de Aventura, a 5 minutos do shopping de Aventura e a menos de 10 minutos da praia. Elevadores particulares. Duas vagas de estacionamento. De dois a cinco dormitórios, cada apartamento com dependência de empregada Todos os apartamentos vêm com acabamento: pisos, pintura, rodapé, armários feitos etc. Os compradores poderão escolher pacotes oferecidos pelo famoso grupo Yabu Pushelberg (os decoradores que fizeram o St. Regis em Bal Harbour, o W Hotel em South Beach etc.). Não vêm mobiliados, mas os pacotes de decoração incluirão acabamentos de paredes, pisos etc. Esses acabamentos estão incluídos no preço de venda. De US$ 1 milhão até US$ 3 milhões. Entrega: 2015 Area: from 250 m² to 500 m². In the Aventura area, 5 minutes from the Aventura mall and less than 10 minutes from the beach. Private elevators. Two parking spaces. Two to five bedrooms, each apartment with maid accommodation All apartments come with finishing: flooring, painted, skirting board, built-in wardrobes, etc. Buyers can choose packages offered by the famous Yabu Pushelberg group (the decorators of St. Regis at Bal Harbour, W Hotel in South Beach etc.). Apartments are not furnished, but the decoration packages will include wall-finishing, flooring etc. These finishings are included in the sales price. From US$ 1 million to US$ 3 million. Delivery: 2015
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Château Ocean Metragem: de 350 m² a 1.100 m². Pé na areia, a três quadras do famoso e luxuoso shopping de Bal Harbour. Entradas por elevadores particulares com halls privativos (particulares). Duas vagas de estacionamento. De três a seis dormitórios. Cada apartamento conta com dependência de empregada. De US$ 4 milhões até US$ 15 milhões. Entrega: 2015. Areas: 350 m² to 1,100 m². Right on the beach front, three blocks from the famous and luxurious Bal Harbour shopping mall. Entrance to private elevators with private halls Two parking slots From three to six bedrooms. Each apartment comes with maid accommodation From US$ 4 million to US$ 15 million Delivery: 2015.
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One Thousand Museum Metragem: de 500 m² até 1.100 m². De três a cinco dormitórios. Cada apartamento conta com dependência de empregada. Preços: de US$ 4 milhões até US$ 15 milhões. Entrega: 2017. Na área de Downtown, em frente à baía e ao American Airlines Arena (onde joga o Miami Heat etc.), ao lado do Adrienne Arscht Center for the Performing Arts (tipo um centro Belas Artes), de frente para o novo Museum Park (onde atualmente está sendo construído um novo museu de arte, a ser inaugurado em setembro deste ano) e um novo museu de Ciências (previsto para abrir em 2014); numa área que tem um desenvolvimento futuro projetado de mais de US$10 bilhões nos próximos 10 anos. O grande diferencial deste empreendimento é a assinatura da arquiteta Zaha Hadid, primeira mulher a ser honrada com o Prêmio Pritzker (o equivalente ao Nobel na área de arquitetura). Este será o primeiro arranha-céus dela no hemisfério Ocidental, e elevará o nível da cidade de Miami, trazendo compradores que de outra forma não viriam (clientes do Oriente Médio, por exemplo, que conhecem muito bem o trabalho dela etc.). Zaha Hadid projetou o centro aquático de Londres para a última Olimpíada, e também o centro aquático dos jogos de Pequim. A única razão pelo qual não será a arquiteta de estruturas nas olimpíadas no Rio é porque ela é muito cara e os honorários ficavam fora do orçamento para estes jogos. Todas as residências serão metade de um andar inteiro, ou de um andar inteiro mesmo; e haverá algumas unidades duplex também. O prédio será o primeiro residencial em Miami a ter um heliponto. E terá um centro aquático nos últimos dois andares. Area: from 500 m² to 1.100 m². Three to five bedrooms. Each apartment comes with maid accommodation. Prices: from US$ 4 million to US$ 15 million. Delivery: 2017. In the downtown area, in front of the bay and the American Airlines Arena (where Miami Heat plays etc.), next to the Adrienne Arscht Center for the Performing Arts (a type of Fine Arts center) in front of the new Museum Park (where a new art museum is being constructed, and will be inaugurated in September of this year) and a new museum of Science (expected to open in 2014), in an area for which future development is forecast to be over $10 billion during the next 10 years.The important differential for this project is that it is signed by architect Zaha Hadid, the first woman to be honored with the Pritzker Prize (the equivalent to the Nobel Prize in architecture). This will be her first skyscraper in the Western hemisphere, and raise the level of the city of Miami, bringing buyers that otherwise would not come (customers from the Middle East, for example, who know her work very well etc.). Zaha Hadid designed the London Aquatic Centre for the last Olympics, and also the aquatic center for the Beijing Games. The only reason she will not be the architect for the facilities for the Olympics coming to Rio is because she is very expensive and her fees were beyond the budget for these games. All of the residences will be half of an entire floor, or even an entire floor, and there will be some duplex units as well. The building will be the first residence in Miami to have a helipad. And it will have an aquatic center on the top two floors.
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BARNETT NEWMAN O óleo sobre tela Onement VI, de Barnett Newman, mestre do expressionismo abstrato, foi leiloado por 43,84 milhões de dólares na Sotheby’s Nova York, em maio. O preço da obra, realizada em 1953, superou a estimativa, que era de entre 30 milhões e 40 milhões de dólares. Oil on canvas Onement VI, by Barnett Newman, master of abstract expressionism, was auctioned for US$ 43.84 million at Sotheby’s New York in May.The price of the work, completed in 1953, exceeded the estimate, which was between US$ 30 million and US$ 40 million.
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