Nippon Koma 2009

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Mostra de Cinema JaponĂŞs 2009 de 7 a 12 de Dezembro

NIPPON KOMA


Line, de Tadasuke Kotani

Documentários e filmes de animação Comissariado: ACT

SEGUNDA 7

QUINTA 10

18h30 · Animação Genius Party Beyond, Colectânea de vários filmes de diferentes realizadores (Masahiro Maeda, Koji Morimoto, etc.), 2008

18h30 · Documentário Line, de Tadasuke Kotani, 2008

21h30 · Documentário Fence, de Toshi Fujiwara, 2008

SEXTA 11

TERÇA 8

18h30 · Animação Colectânea de vários filmes de diferentes realizadores (Teizo Kato, Yasuji Murata, etc.), 1931-1933

18h30 · Documentário Near Equal: Kusama Yayoi, de Matsumoto Takako, 2008 21h30 · Animação Colectânea de vários filmes de diferentes realizadores (Hiroko Ichinose, Tomoyoshi Joko, etc.), 2007-2008 QUARTA 9 18h30 · Animação Colectânea de vários filmes de Takashi Ishida, 1994-2008 De Seg 7 a Sáb 12 de Dezembro Pequeno Auditório · M12 · Filmes legendados em inglês

21h30 · Animação Mind Game, de Masaaki Yuasa, 2004

21h30 · Documentário A Normal Life, Please, de Tsuchiya Tokachi, 2008

21h30 · Documentário Mental, de Kazuhiro Soda, 2008 SÁBADO 12 18h30 · Animação Colectânea de vários filmes de Yuki Kawamura, 2005 21h30 · Animação The Sky Crawlers, de Mamoru Oshii, 2008


O Pós-guerra Enquanto Má Sequela de Filme

da Segunda Guerra Mundial, os quais eram constantemente referidos e aos quais era prestada reverência, representando um bloco de eleitores a respeitar pelos candidatos ao mais alto cargo do país. Actualmente, o seu número está a diminuir, a sua visibilidade esbate-se, e com ela a sua influência política. Esta constatação foi para mim chocante. Os americanos já tinham deixado, em grande medida, a Segunda Grande Guerra para trás, no rasto de inúmeras outras guerras – grandes e pequenas –, mas agora este esquecimento tinha uma base material. A América já não tem um “pós-guerra”; o que existe agora são “pós-guerras”. Curiosamente, esta diferença é difícil de traduzir para a língua japonesa, que não faz distinção entre o singular e o plural. A segunda experiência intensa no período que culminou com a conferência em Nagoya foi ter tido a oportunidade de ouvir discursar o candidato Barack Obama. Isso aconteceu num comício de campanha organizado no recinto de hóquei de Detroit que tem o nome de Joe Lewis, o boxeur afro-americano que derrubou a barreira do racismo no desporto organizado. Os 22 000 lugares estavam ocupados por habitantes locais, ou seja, tratava-se essencialmente de afro-americanos da classe operária. Obama subiu ao palco, depois da apresentação e discurso de apoio de Al Gore, e arrebatou o público de imediato. O orador controlou habilmente a energia electrizante do recinto, fazendo com que o público se levantasse em peso e, em seguida, acalmando-o até ao silêncio. O discurso arrancou a um ritmo moderado, acelerou, atingiu alguns momentos altos, abrandou para um momento de

Por Abé Mark Nornes Universidade do Michigan Em 2008, participei numa conferência interdisciplinar sobre o “pós-guerra” no Japão, que teve lugar na Universidade de Nagoya. Grande parte do meu trabalho centra-se na guerra ou no período dos movimentos estudantis, de modo que nunca tinha reflectido muito sobre o pós-guerra. Nos meses que antecederam a conferência, não pude deixar de sentir que eu próprio estava a entrar numa nova era. Talvez isso não devesse constituir surpresa: sou americano e 2008 foi um ano particularmente importante de eleições presidenciais. Por isso, perdoem-se por começar este ensaio relatando duas experiências intensas que me levaram a pensar no Japão e no seu período pós-guerra. Em primeiro lugar, que me lembre, estas foram as primeiras eleições presidenciais em que nenhum dos candidatos falou da Segunda Guerra Mundial. Um dos principais candidatos era um veterano de guerra, mas lutou no Vietname; o outro candidato tinha a minha idade e era ainda adolescente quando os Estados Unidos finalmente se retiraram de Saigão. Nenhum deles se referiu à Segunda Guerra Mundial, o conflito massivo que derrubou a ordem existente, estabelecendo aquilo a que passámos a chamar “o pós-guerra”. Este facto contrata intensamente com as eleições presidenciais anteriores, nas quais as acções de campanha eram claramente presididas por veteranos 4

contemplação e, por fim, elevou-se num extraordinário clímax. No final do discurso, o público era composto por 22 000 pessoas entusiasmadas e vagamente atordoadas. Já assisti a muitos discursos políticos ao longo da minha vida, mas nunca tinha visto nada assim – algo tão emocionante. Tinha levado comigo uma professora convidada da Alemanha que, no caminho de regresso a Ann Arbor, admitiu envergonhadamente que sentia inveja. O discurso também a tinha tocado, mas na sua qualidade de alemã sentia-se obrigada a equacionar esses sentimentos. Enquanto alemã, com a sua bagagem dos pósguerra alemão, não se podia deixar arrebatar pela paixão política como os outros 21 999 indivíduos da multidão. Enquanto guiava, os meus pensamentos voltaram-se para a conferência que se aproximava, em Nagoya. Permitirse-iam os participantes da conferência

este agradável sentimento de elevação nacionalista? Como teriam reagido ao discurso de Obama? Certamente de forma diferente dos políticos japoneses que – contrastando com a situação americana – estão bastante obcecados com a memória da Segunda Guerra Mundial. Apesar de os EUA, o Japão e a Alemanha terem sido intervenientes activos nesta guerra sangrenta, os três têm pós-guerras extremamente diferentes. Não tenho a certeza de alguma vez ter vivido o pós-guerra, mas na América o pós-guerra provavelmente terminou oficialmente com estas eleições, nas quais que a memória da grande guerra nunca foi evocada. O pós-guerra do Japão, por outro lado, parece continuar e continuar... como uma série interminável de más sequelas de filmes, um conjunto perfeitamente previsível de tropos em decomposição. Como se Yamada Yoji ressuscitasse Tora-san como zombie!

The Sky Crawlers

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Neste ensaio tento reflectir sobre as implicações deste “longo pós-guerra” para o cinema japonês. Mais do que explorar o modo como o pós-guerra se encontra representado no cinema, estou principalmente interessado em analisar a questão das épocas e do estabelecimento de períodos no estudo do cinema. Naturalmente, o estabelecimento de períodos é inevitável. Assim que o presente passa à história e nós olhamos para trás, o passado apresenta-se como caos e complexidade. Deixando de lado o problema recorrente de o que é que constitui a história, podemos dizer que algo que todos os historiadores fazem é dividir o fluxo temporal em períodos. Essa é uma primeira tentativa de controlar analiticamente esse caos. Claro que esses períodos já são sempre criações artificiais, por isso é sempre importante reconhecer como funciona a periodização. Estas são algumas das formas como funciona na história do cinema: Os períodos começam e terminam tipicamente de formas diferentes. Os pontos de viragem são determinados pelo contexto cultural da mudança económica, política e social. Existem sempre dimensões nacionais e internacionais na periodização. Há sempre alguém a dizer que aquele não é um período. (Existe uma nova variação a este ponto, da qual falarei na conclusão deste ensaio.) Permitam-me tocar em cada um destes pontos.

Visualizar um Pós-guerra Se observarmos bem uma qualquer periodização, os seus pontos de início e de fim começam a dissolver-se perante os nossos olhos. E dissolver-se-ão a velocidades distintas, porque tipicamente os períodos começam e terminam de formas muito diferentes. Por exemplo, quase sempre é mais fácil identificar um começo. Alguém diz, ou faz, ou cria, ou publica algo. E põe as coisas em movimento, inspirando as pessoas a procurar sinais do declínio que conduz ao fim. Esta é a questão da representação – neste caso, de traduzir em imagens o pós-guerra. Assim, uma forma de analisar um período da história do cinema é olhar detalhadamente para os filmes como se fossem textos. Num determinado nível, os filmes apresentam-se como representando o período e os historiadores respondem analisando a sua relação com a história. Muitas vezes, a sua relação com o período está longe de ser óbvia ou sequer sintomática, e o historiador tem de ser hábil para conseguir encontrar a relevância do texto em relação ao período – com o seu início, auge ou fim. O público do Festival Nippon Koma terá, este ano, a oportunidade de considerar o estado actual do pós-guerra em filmes como Fence, de Fujiwara Toshi, e The Sky Crawlers, de Oshii Mamoru. Porém, neste momento, estou mais interessado no funcionamento da periodização do cinema pós-guerra japonês, por isso deixo a questão de visualizar o pós-guerra para o leitor. Visualizar um Fim “Sengo”———Como palavra, pareceria exigir uma história arrasadora, peremp-

tória: grandes narrativas de guerra total, vasta destruição, cidades (e, naturalmente, as suas indústrias cinematográficas) arrasadas, economias de rastos, assombrosas contagens de mortos. Tudo de pantanas. Também pareceria exigir reconstrução e renovação, com as memórias da destruição como ponto de referência… ou uma ausência estruturada. Por isso, é inevitável que a reconstrução esteja concluída e a renovação envelheça o suficiente para se tornar história. É então que as pessoas começam a procurar pontos finais, mas isso é mais complicado do que poderíamos pensar. Claro que o Japão encaixa nesta narrativa de devastação total e renovação e, curiosamente, à medida que aumenta a distância temporal de 1945, mais difícil se torna identificar um “fim”. Os historiadores parecem colocar os seus marcadores por todo o lado na linha temporal. Uma historiografia típica olha para a base económica (e nem todos são marxistas); os historiadores olham para 1956 e para o regresso da economia aos níveis de produção anteriores à guerra, ou para o início da década de 1970, quando o espectacular crescimento económico abrandou. Outras historiografias assentam em eventos globalizantes que parecem alterar “tudo”. Ocorre-me, por exemplo, o ano de 1968 como palco de um acontecimento pelo menos tão global quanto a Segunda Guerra Mundial. Esta pode também acomodar marcadores locais, como o ANPO, a Feira Mundial de Osaka, o incidente de Asama Sanso ou os Jogos Olímpicos. Outro evento de escala planetária preferido é 1989 e o fim da Guerra Fria, e claro que este coincide de forma conveniente com o final do período Showa.

Ou talvez o melhor marco para o final do pós-guerra seja agora, quando tão poucas pessoas parecem ainda carregar consigo a memória da guerra. Ou melhor ainda, podíamos marcar o final do pósguerra com a morte da última pessoa com efectiva memória biológica da Segunda Guerra Mundial. Este pode ser o factor que está na base da diminuição do estatuto do veterano da Segunda Grande Guerra e do seu poder político nas últimas eleições americanas, mas há razões para que seja preciso mais do que a morte de uma geração para que a Segunda Guerra Mundial perca a força nos discursos no Japão. Já lá regressaremos. Se nos afastássemos do aspecto global ou biológico, para considerar estritamente a situação do mundo do filme, percebemos que a história do cinema é simultaneamente semelhante e diferente. Encontramos muitos dos elementos frequentemente usados pelos historiadores de cinema para determinar pontos de viragem nas suas cronologias. Tipicamente, os historiadores do cinema são atraídos pelo aparecimento de manifestos, festivais de cinema ou momentos de reorganização fundamental da indústria. Por vezes, utilizamos pontos de viragem estéticos (apesar de estes serem geralmente tratados de modo sintomático como evidência da transformação na cultura, política, economia, indústria, tecnologia e assim por diante). No caso japonês, podemos sentir-nos tentados a colocar o nosso marcador de fim na Nouvelle Vague japonesa (Nuberu Bagu) – na de Shochiku ou numa mais generalizada. Existe aqui uma clara mudança de geração. Trata-se 7


de uma ruptura sustentada por critérios económicos e políticos, incluindo a crise na indústria cinematográfica, o desvio colectivo da atenção dos japoneses para a televisão e as atitudes irascíveis dos cineastas mais jovens. Estes desenvolvimentos abrangem também uma dimensão global, já que o fenómeno japonês foi uma das muitas ondas que varreram o mundo inteiro. Contudo, não conheço mais nenhum contexto nacional em que os historiadores utilizem uma nova vaga local para sublinhar um final, mesmo que a novidade da onda implique o final de algo. Na realidade, devemos pensar no modo como a história do cinema é dividida à escala global. Este é um exercício ridiculamente fácil. Considere-se simplesmente o ensino do cinema. Se pegarmos em qualquer manual de história do cinema, iremos encontrar uma ou duas divisões (ou ambas). Uma é tecnológica e a outra é sócio-política: mudo/sonoro e pré-guerra/pós-guerra. Olhem para os currículos das universidades e reparem como os cursos de história do cinema aproveitam esses pontos para fazer a mudança de semestre. Tendo isto em mente, poderíamos perguntar: “O que é que isso tem de especial?” Porquê preocuparmo-nos se o pós-guerra tem um fim ou não? Mais ninguém se preocupa. Não é uma pergunta a fazer.

acabar com o pós-guerra devido a este tipo de dilema ético. Isto poderia explicar a razão pela qual, no que toca à periodização, geralmente aparece alguém que afirma, “Isso não é um período”. (Estes indivíduos também dão por outro nome: “desordeiro”.) Apesar de haver bons historiadores a estudar as continuidades que atravessam a grande fronteira de 1945, é pouco provável que algum desses desordeiros viesse a sugerir que o pós-guerra não é um período. A demência e devastação da Segunda Guerra Mundial foi demasiada. Existe, contudo, uma variação local. Trata-se da ideia de que o pósguerra é “interminável”. No passado, teria rapidamente aceitado muito seriamente o imperativo ético de prolongar o pós-guerra. Hoje em dia dou por mim a rondar o cinismo e a rezar por um fim. Isto acontece por causa daquilo a que podemos chamar “O Ciclo”. Trata-se de um grande ciclo geopolítico, e o cinema japonês (ou melhor, o cinema asiático) foi apanhado no centro dele. O Ciclo é francamente fácil de descrever: Alguém que representa o Japão (geralmente um político, mas pode ser o Imperador ou um cineasta [ou distribuidor de filmes]) faz uma demonstração pública de constrição ou emite um pedido público de desculpas – ou introduz outro tipo de crítica a uma atrocidade qualquer na esfera pública.

O Ciclo “O que é que isso tem de especial?” Alguns poderiam retorquir com uma resposta ética: os pecados e as atrocidades cometidas pelos japoneses foram tão graves e os japoneses do pósguerra ainda não mostraram verdadeiro arrependimento; por isso, não podemos

Os nacionalistas de direita criticam essa acção (ou filme). Os nacionalistas do Leste Asiático criticam os nacionalistas japoneses. 8

Regresso ao “Ponto de Partida”; repetição ad naseum.

Kadokawa, estúdio/indie, colectivo/ pessoal, pink (erótico)/AV (pornográfico), Iijima/Iwamoto (Hase, Nakamura, Fujiki, etc. etc.), ninkyo eiga (filmes de cavalaria)/V-cinema (filmes para vídeo), animação/anime, Oshima/Miike, Kurosawa/Kurosawa, e assim por diante. Será que estes pares não oferecem um sentido palpável de que algo terminou? Que o “filme japonês pós-guerra” é decididamente uma coisa do passado? Que a situação actual é mais Tora-san que 007, e que novas sequelas são impossíveis porque a realidade material por detrás do herói literalmente desapareceu? Claro que o pós-guerra – no sentido mais geral – terá o seu fim. Não pode continuar para sempre. Sugerir isso seria má história. Contudo, as más sequelas do pós-guerra vão continuar até os nacionalistas do Leste Asiático perderem o interesse pela Segunda Guerra Mundial, ou até ao seu nacionalismo fervoroso e vazio conduzir à Terceira Guerra Mundial. E, salvo tal catástrofe, suspeito que daqui a décadas, quando eu já estiver no meu leito de morte, todos os historiadores vão olhar para o ano 2000 como o marco que separa o “cinema japonês pós-guerra” de... qualquer outra coisa.

Todos reconhecem isto. E até já existe um livro sobre este ciclo (Sorry States de Jennifer Lind [Cornell UP, 2008]). O facto de ser tão fácil de descrever sugere que o “pós-guerra” está hoje em dia muito próximo da paródia. É também uma razão pela qual os participantes da conferência de Nagoya sobre o pós-guerra se retraem dos sentimentos nacionalistas que eu não pude deixar de sentir enquanto ouvia falar Obama. O Ciclo engole tudo o que se assemelhe a isso. O Ciclo veio influenciar profundamente a historiografia do cinema japonês. Eu cheguei à conclusão de que – enquanto periodização – o “pósguerra” do cinema japonês pós-guerra assumiu a estrutura cíclica, com o seu final continuamente adiado. Para tomar a sério a ideia de “pós-guerra”, é preciso usar a Segunda Guerra Mundial como referência. Contudo, na situação actual, estas referências resvalam tão facilmente para O Ciclo que tudo o que se relaciona com elas se torna previsível. É uma má sequela de um filme, aliás, um tipo de sequela bastante comum no mundo do cinema. Assim, o “pós-guerra” cheira a Tubarão III, Guerra das Estrelas – Episódio I, O Padrinho – Parte III ou, melhor ainda, as intermináveis sequelas de Godzilla e Alien. É só escolher. Ao mesmo tempo, se tentamos fugir às séries de más sequelas e pensar no cinema japonês pós-guerra de um ponto de vista diferente, torna-se imediatamente evidente que o pós-guerra há muito terminou. Considere-se as seguintes oposições binárias: Nikkatsu/

Trad. Ana Yokochi

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Toujin Kit

cioso e massivo objecto começa então a modificar-se. Co-oni e o seu grupo agarram nos seus instrumentos e correm para aquilo que vêem, lentamente, acordar. “Vamos começar a festa!” Moondrive (Passeio na lua) de Kazuto Nakazawa Quatro conhecidos vilãos da colónia lunar: Zico, Yuki, Micchi e Pekepeke. Levados pelo rumor de um tesouro, obtêm um velho mapa de um fabricante de relógios. Mas nenhum consegue ler o documento antigo. Invadem a casa de um professor e pedem-lhe que decifre o mapa. Ele refere-lhes que existe um outro mapa, um lendário mapa de tesouro, para o qual o documento que eles têm serve apenas de guia. Para obter uma nave para ir à ilha, Zico aposta tudo numa jogada.

Segunda 7 · 18h30 Genius Party Beyond Colectânea de vários filmes de diferentes realizadores, 2008 1h22 · Animação Música Akira Ifukube, Warsaw Village Band, Minami Nozaki, Juno Reactor Produção Studio4 / Produced by Beyond C.

”Wanwa” The Doggy de Shinya Ohira Um rapazinho está a brincar coma sua mãe, hospitalizada. De repente um horrível demónio aparece e arranca o rapaz à sua mãe. O rapaz acorda num estranho mundo. Corre atrás de um cão, Wanwa, e o demónio volta a aparecer. Com a ajuda de Wanwa o rapaz escapa ao demónio e alcança uma grande árvore. Mas Wanwa não se consegue mexer mais. Triste e

O conceito por detrás desta antologia, que se segue a outra intitulada Genius Party, é o de reunir um grupo forte de criadores de animação contemporâneos, juntando aos nomes consagrados os criadores jovens mais brilhantes. O desafio estava em encontrar um único tema aglutinador, O Espírito de Criatividade, mas dando liberdade para que se fizessem filmes inteiramente originais.

”Wanwa” The Doggy

Gala de Mahiro Maeda Veio do céu… enorme, sem se anunciar, desconhecido, surgindo das planícies celestiais. Co-oni, no meio da multidão cheia de pânico, treme sem conseguir falar. “Aquilo Vive!”. Com Hagoromo e Yamaneko, Co-oni corre para Jii. O silen10

solitário, o rapaz é encurralado pelos demónios. Mas nessa altura ouve a voz da sua mãe

Segunda 7 · 21h30 Fence de Toshi Fujiwara, 2008 Documentário · Primeira parte: paraíso perdido (1h23); Segunda parte: estratos fragmentados (1h24)

Toujin Kit de Tatsuyuki Tanaka Um complexo residencial rodeado de pesadas fábricas. Num dos apartamentos vive uma jovem rapariga. Usando uma máquina estranha, introduz uma criatura misteriosa na sua boneca e esta ganha vida. Retirada no seu quarto escuro, a rapariga sem expressão, insiste no seu jogo proibido, mas não por muito tempo. Um dia, Shimada, um investigador do departamento administrativo, invade o seu quarto.

Realização, argumento, montagem Toshi Fujiwara Direcção de fotografia Koshiro Otsu Som Yukio Kubota Produtores Takaharu Yasuoka, Toshi Fujiwara Com Kéiji Kishida, Kisa Aikawa, Chié Suzuki, Kyuya Suzuki, Kiyoaki Hayashi, Takéko Hayashi, Shiro Namai, Mitsuyo Sawa, Masato Kaneda e Kenzo Shinoda E com (nas partes ficcionadas) Iri Miyata, Mizuki Haruta, Na-Aya Tomoi

Dimension Bomb

Quinze por cento do território da Cidade de Zushi está ocupado pelas instalações da Marinha dos EUA, onde vivem 5000 militares americanos. A população da própria cidade não chega a 50.000 pessoas. Fora da cerca que rodeia a área habitacional das instalações navais, a câmara filma as pessoas que a Marinha Imperial japonesa ordenou que abandonassem as suas casas e terras há 70 anos atrás. Tendo como ponto de partida uma curta-metragem encomendada pelo câmara municipal, o filme olha com severidade para a história japonesa através de histórias de vida do pós-guerra daquelas pessoas cujos antepassados em tempos viveram nos territórios agora ocupados.

Dimension Bomb de Koji Morimoto Shin, um rapaz numa crisálida, encontra uma rapariga chamada Kuu. O tempo que passa com esta rapariga transformao. Criam-se memórias afectuosas e inesquecíveis. Afluem fragmentos de palavras do passado. Incluindo as palavras que o afastaram… “Odeio-te”. Para onde foi a rapariga apaixonada e fria, alegre e triste, angélica e demoníaca? Consegue o rapaz emergir da sua crisálida e avançar? 11


The wolf loves pork

The wolf loves pork (O lobo gosta de carne de porco de Tijin) de Taijin Takeuchi Mais de 3000 fotogramas tomados no exterior são alinhados e filmados fotograma a fotograma.

formato. É uma imagem esmagadora, mostrando, através das filmagens capturadas por uma câmara fixa num ponto, como uma tela se transforma numa obra de arte. Esta é a primeira vez que se pode ver a actividade criativa e a vida quotidiana de Kusama Yayoi. Nascida em 1929, é uma das maiores artistas visuais japonesas, também romancista, poeta, realizadora de cinema e designer.

Terça 8 · 18h30 Near Equal: Kusama Yayoi de Matsumoto Takako, 2008 1h42 · Documentário Realização Takako Matsumoto Com Yayoi Kusama Direcção de fotografia Hiroko Baba Montagem Yasuyuki Fujii Música Quarteto Kuri-Corder Produtor executivo Kanji Enomoto Produtores Seiji Itaki/Takashi Shimizu Produção BBC Inc.

Terça 8 · 21h30 Colectânea de vários filmes de diferentes realizadores, 2007-2008 Animação

Uma pessoa nunca se cansa de observar um génio. O filme regista a essência da arte de Kusama tal com ela brota do conflito entre vida, morte e amor, umas vezes tranquilamente, outras exactamente ao contrário. O filme cobre um momento fundamental da vida de Kusama, quando ela tenta completar uma nova série de 50 desenhos monocromáticos de grande

ha · P de Hiroko Ichinose Dois personagens confiam um no outro mas não se compreendem totalmente um ao outro. Parecem felizes, mas alguma coisa falta à sua felicidade. Buildings (Edifícios) de Tomoyoshi Joko Uma quantidade de pequenos edifícios é ameaçada pelo novo arranha-céus que surge na cidade. Mas a natureza impõe o seu caminho e surge uma luta colectiva pela sobrevivência.

Near Equal: Kusama Yayoi

Tonarigumi de Natsuki Takemura Um exercício único com quadros pintados em acrílico e iluminados no escuro por uma luz instantânea (flash). As imagens são reproduzidas a partir de scans das pinturas originais, o que conduz a uma experiência bastante sensível. 12

MOCHITSUMOTARETSU de Yumika Koide Um robô tenta pôr fim à sua vida depois de ter percebido que todos os seus parentes morreram e que, apesar de todos os esforços não é capaz de os trazer de volta.

Kaiga No Kiseki de Koshi Shimada Uma atordoante sucessão de imagens criadas por computador, como se fossem pinturas.

ushi-nichi de Hiroko Ichinose Um exercício com uma caneta e uma borracha. O autor usa deliberadamente a borracha para esborratar as linhas, fazer retoques, criar partes confusas e inventar linhas duplas.

Sho-chan’s Summer (O Verão de Sho-chan’s) de Shuichi Nishikoji Este filme foi criado por Nishikoji, um ilustrador e desenhador dos finais dos anos de 1940 que mora em Kyushu, no Sul do Japão. Neste filme os fundos são todos desenhados a tinta preta e o movimento é criado através da utilização da caneta e do lápis.

Kareraha

WASH (Lavagem) de Sonoko Yamada Desenhos com lápis-aguarela que são depois lavados com água, escova de dentes e sabão. Kareraha de Kiminori Ito “Kareraha” significa “eles” e trata de olhares fixos que se trocam no dia a dia. O realizador fez este filme como trabalho escolar final, e focou-se em pequenos detalhes que recriam cenas urbanas.

Mending a puncture (Remendar um furo) de Masanori Okamoto As mãos de um mecânico, o movimento dos dedos, a roda, as bolhas de ar, reparar o furo, tudo isto através de fotografias recortadas. 13


Existence Metaphor

Trip (Viagem) de Sho Yamaguchi Desenhos de um caderno de esboços levantam voo e a aprecem no mundo real. Esta é a ideia inspiradora deste trabalho onde se misturam imagens de vídeo, ilustrações feitas à mão e imagens computorizadas a 3 dimensões.

Contudo, ao observar a luz do sol que durante o dia entrava no estúdio através de duas janelas gradeadas e os belos movimentos rítmicos que essa luz produzia, pensou em inclui-los como parte da própria animação. Esta foi a primeira vez que Ishida teve a oportunidade de incorporar a luz natural no seu trabalho – um desafio para o artista, já que esta instável fonte de luz está em permanente mudança.

Quarta 9 · 18h30 Colectânea de vários filmes de Takashi Ishida, 1994-2008 Animação

Crazy Clay Wrestling de Takena Nagao Takena Ngao sempre gostou do wrestling. Fez este filme acolhendo indicação da sua mãe e da sua avó que lhe sugeriram que acrescentasse o coro “CCW!CCW!” (as iniciais do título do filme) para dar mais ritmo à obra.

Existence Metaphor (Metáfora da existência) de Mayuko Kanazawa Uma multiplicidade de esboços a carvão são registados um a um sob a luz do sol filtrada por árvores. A certa altura um carneiro olha a câmara de perto. O que representa o momento da consciência de si próprio. O resto das imagens mostram os carneiros que se fundem, perdendo a individualidade.

YUME de Shunsuke Saito “Yume” significa “sonho” em japonês. Este filme combina ilustrações com diversos estilos, fotografias e cenas de filmes com pessoas. A harmoniosa combinação das diversas imagens é conseguida tomando muito cuidado com as transições e, em certos casos, incluindo ilustrações e fotografias fotograma a fotograma.

kasutera boushi de Yuka Kambayashi “Kasutera” refere-se a um bolo popular no Japão e “boushi” significa “chapéu”. O ponto de partida deste filme é a constatação de como é importante fazer uma pausa no trabalho e comer um pequeno lanche.

kasutera boushi

Film of the Sea Câmara, montagem Takashi Ishida Música Adachi Tomomi Co-produção Yokohama Museum of Art (Japão) Dentro do filme, um projector projecta um filme sobre uma parede, mostrando uma paisagem marítima monocromática azul. Utilizando animação por stopmotion, tinta azul parece escorrer para fora da imagem projectada do mar. O nível da tinta azul sobe até encher toda a sala, deixando um ecrã branco, vazio. A relação entre a imagem projectada e a sua representação pintada, o espaço negativo e positivo dentro do filme projectado e a sala na qual o filme é projectado, desloca-se constantemente ao longo do filme, como as variações infinitas das ondas no mar.

Unasaka

Unasaka Câmara, montagem Takashi Ishida Um desenho em papel, com 8 metros de comprimento, é “animado” de modo a gerar a ilusão de uma criação em tempo real. O espectador pode literalmente observar a tinta a secar enquanto o desenho está a ser criado. Foi desenhado sem esboços ao longo de um mês, usando a tinta tradicional japonesa “sumi” e a técnica do pincel. Uma vez que a câmara se encontra posicionada num ângulo baixo, a imagem animada assemelha-se à perspectiva de um pássaro que sobrevoa o mar a muito baixa altitude.

Film of the Sea

Reflection Câmara, montagem, som Takashi Ishida Co-produção Aspex Gallery (Reino Unido) Ishida recorre habitualmente a iluminação artificial para as suas animações. 14

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A Normal Life, Please

Ema/Emaki 2 Câmara, montagem Takashi Ishida Música Masashi Ishida Co-produção Lift (Canadá) Três desenhos com respectivos acompanhamentos musicais foram entrelaçados para criar um filme de animação. Em resultado das múltiplas exposições utilizadas para filmar diferentes camadas, as linhas e pinceladas fluidas dos desenhos originais fundiram-se, esbateram-se e, nalguns casos, desapareceram no processo de animação. As três faixas musicais foram igualmente “misturadas” de modo a criar uma composição inteiramente nova. O projecto foi concebido para funcionar em conjunto, com a projecção do filme de animação e a apresentação dos desenhos originais sob a forma de rolos. Esta experiência com suportes paralelos (som e imagem, desenho e filme), que convergem e se sobrepõem para criar novos sentidos, reconsidera os modos através dos quais o som e a imagem são sintetizados por meio da percepção.

Chair/Screen Câmara, montagem e som Takashi Ishida Este filme incorpora os seguintes elementos: luz e sombra criadas pelo sol e pelo projector de cinema, animação por stop-motion utilizada para criar a ilusão de objectos suspensos no tempo e no espaço, e o efeito flicker (cintilação) criado pela filmagem de uma projecção. Foram seleccionados fragmentos sonoros de obras de Shostakovich, que depois foram sobrepostos e manipulados. Através de representações naturais e artificiais de um simples objecto parado, a natureza da percepção, do tempo e da imagem em movimento é analisada e revelada. The Art of Fugue Câmara, montagem Takashi Ishida Co-produção AICHI Arts Center (Japão) Este trabalho investiga no século XXI aspectos não explorados da música e pintura abstractas do início do século XX, revisitando ainda conceitos do cinema abstracto (1921) que pela primeira vez chamaram a atenção para a fuga enquanto forma musical. Ishida comenta: “Desenhei cada ‘tema’ de The Art of Fugue como se fosse para o ‘ouvir’ e realizei as filmagens como se ‘tocasse’ seguindo uma pauta”; “O prazer físico abre-se ao universo da abstracção e do simbolismo e é reduzido no filme à perspectiva e ao tempo, uma característica das imagens em movimento.”

Three Red Stripes

Three Red Stripes Câmara, montagem Takashi Ishida Som Adachi Tomomi Um pequeno trabalho em vídeo em colaboração com Adachi Tomomi, resultado do programa de internacional de residências artísticas de duas semanas da associação 5uper.net em Viena.

sombras criadas pelo desenho animado são apagadas e desgastadas. À medida que as sombras se movem e mudam, a forma da sala transforma-se, saltando e alternando entre as paredes reais e a ilusão tridimensional criada pelo desenho plano. A sala transforma-se miraculosamente, juntamente com a percepção do espectador. Emaki Câmara, montagem Takashi Ishida Sonoplastia Atsushi Asano Uma animação de um desenho que se desenrola na vertical, criado sem recurso a um storyboard. Takashi Ishida tocou piano espontaneamente para a sua animação e Atsushi Asano desenhou o som para este filme.

Quarta 9 · 21h30 A Normal Life, Please de Tsuchiya Tokachi, 2008 1h10 · Documentário

Emaki2 Câmara, montagem Takashi Ishida Desenhos originais foram “animados” em filme, do princípio ao fim, à medida que iam sendo criados. Os princípios básicos da animação por stop-motion foram utilizados para explorar o tempo cinemático e o espaço dimensional. Pertencendo a uma série de estudos que conduziram à criação de The Art of Fugue, a segunda parte deste filme joga também com a ideia de animação a duas dimensões e meia (2.5D).

Realização, fotografia, montagem Tsuchiya Tokachi Música Margaret Drawers O governo japonês tem vindo, desde 1990, a liberalizar as leis laborais a pretexto do aumento da competição no mercado global. Em resultado, existem actualmente mais de 16 milhões de trabalhadores em situação irregular e as condições estão a deteriorar-se rapidamente em muitos ambientes laborais. Contudo, muitos trabalhadores não têm conhecimentos básicos dos seus direitos e aceitam estas duras circunstâncias. Este documentário centra-se num condutor de um camião de transporte de cimento. Além de trabalhar 552 horas por mês, não recebe horas extraordinárias, não lhe pagam segurança social e não pode tirar férias com direito ao ordenado. Um dia, este jovem aparentemente sem vontade própria ergue-se em sua própria defesa e exige uma vida normal.

Emaki2

Gestalt Câmara, montagem Takashi Ishida Sonoplastia Atsushi Asano Uma luz do sol âmbar atravessa uma janela, incidindo num canto da sala. As sombras projectadas na parede e as 16

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Mind Game

Quinta 10 · 18h30

Sexta 11 · 18h30

Line de Tadasuke Kotani, 2008 Documentário

Colectânea de vários filmes de diferentes realizadores, 1931-1933 1h19 · Animação Realização/guião Masaaki Yuasa Banda desenhada original Robin Nishi Produção da animação STUDIO4 Produção Eiko Tanaka Música Seiichi Yamamoto Produção musical Shinnichiro Watanabe Canção FayRay Elenco de vozes Koji Imai (na voz de Nishi), Sayaka Maeda (na voz de Myon), Fujii Takashi (na voz de Ji-san), Seiko Takuma (na voz de Yan), Tomomitsu Yamaguchi (na voz de Ryou), Toshio Sakata (nas vozes de Myon e do pai de Yan), Joji Simaki (na voz do Chefe da Yakuza), Kennichi Nakajou (na voz de Atsu), Rintarou Nishi (nas vozes dos Yakuza)

Realização, câmara, som, montagem Tadasuke Kotani Elenco Tadasuke Kotani e Yasunori Kotani Tadasuke Kotani, o realizador, cresceu em Osaka, no bairro de Taisho-ku. 30% da população da sua cidade é originária de Okinawa. O realizador sente uma vaga repugnância pela sua cidade. Em 2007, parte em direcção a KozaYoshiwata, o bairro de prostituição e vida nocturna de Okinawa. Será que, à medida que aponta a lente para as marcas nos corpos das mulheres, pode recuperar do trauma do alcoolismo do seu pai? E como afectará isto a sua relação com o filho da sua companheira?

Nishi é um jovem azarado que se cruza inesperadamente com Miyo, a sua exnamorada que está bem na vida. Ela prepara-se para casar e convida-o a visitar o pai e a irmã no seu restaurante de yakitori e falar dos velhos tempos. Mas o seu pai deve dinheiro aos yakuza e, quando estes irrompem pelo restaurante, acabam por matar Nishi. Nishi vai então para o céu, discute com Deus, foge, regressa ao passado, salva Miyo e a irmã, foge num carro e é engolido por uma baleia. Não são pessoas normais. Contudo, em vez de nos relacionarmos de uma forma rápida e desprendida com a história, todas estas reviravoltas fazem perfeito sentido enquanto assistimos ao filme. E a história não é, de facto, o mais importante... a sério.

Line

Quinta 10 · 21h30 Mind Game de Masaaki Yuasa, 2004 Animação 18

Haru no Uta (Spring Song) de Noburo Ofuji 1931, 3’09 Um hino às sakura, as flores de cerejeira japonesas onde a música, a cor (violeta) e as pétalas dançam e cantam juntas. O amor e a bandeira japonesa enchem a tela como metamorfose destas flores.

Dobutsu Sumo Taikai (Animal Sumo) de Desconhecido 1931, ’52 Durante um torneio de sumo, um macaco defronta diversos animais progressivamente maiores. Uma animação a preto e branco com música de Joichi Yuasa onde se explora o movimento com humor.

Umi no Momotaro (Momotaro’s Underwater Adventure) de Yasuji Murata 1932, 2’01 A equipa de Momotaro volta ao ataque, desta vez aventurando-se num submarino para desafiar um tubarão. Oatari Sora no Entaku (The Plane Cabby’s Lucky Day) de Teizo Kato 1932, 10’20 Ainda que, como reza a história, em 1980 os animais tivessem governado a Terra e os homens habitassem os céus, a aventura deste taxista continuaria a ser improvável. Mas o que para uns é um dia de sorte, para outros é um dia de azar...

Sora no Momotaro (Momotaro’s Sky Adventure) de Yasuji Murata 1931, 10’34 A pedido dos pinguins, Momotaro e a sua equipa viajam 10 000 km numa pequena avioneta para caçar uma águia. Embora seja a personagem humana a dar nome à aventura, o cómico e o inverosímil fazem o protagonismo pender sobre os animais.

Dankichi-jima no Olympic Taikai (Olympic Games on Dankichi Island) de Desconhecido 1932, 2’04 Nesta versão dos Jogos Olímpicos, os animais desafiam os autóctones da ilha Dankichi, no Japão, em diversos jogos tradicionais. Peripécias e alguma batota ajudam a ditar os vencedores.

Cho no Sainan (The Unlucky Butterfly) de Desconhecido 1931, 8’35 Não é um morcego, mas um rato matreiro com as asas roubadas de uma borboleta. No mundo dos insectos, as ajudas multiplicam-se para responder aos caprichos do ladrão e recuperar as asas. Será possível reavê-las?

Dobutsu-mura no Sports Day (Sports Day at Animal Village) de Yasuji Murata 1932, 8’43 As proezas malabarísticas na barra, as lutas de judo e de boxe e os saltos acrobáticos são exemplos de modalidades que põem em competição os diversos animais e mostram quem tem queda

Nezumi no Rusuban (Home Alone Mice) de Ikuo Oishi 1931, 1’18 Numa terra onde os ratos têm tronos e comem peixe (e não queijo), canta-se a supremacia dos ratos sobre os gatos. 19


Jour de reve

para o desporto e quem tem apenas jeito para cair. Sanko to Tako: Hyakuman-ryo Chinsodo (Sanko and the Octopus: A Fight Over a Fortune) de Yasuji Murata 1933, 15‘55 As danças estivais e o álcool entretêm Sanko, o mercador de peixe, pela noite dentro, deixando o trabalho no mercado para a esposa. A visita de um amigo de Sanko com um mapa do tesouro lança-o numa aventura inesperada e acaba por mudar a sua vida. Hibari no Yadogae (The Larks’ Moving Day) de Yasuji Murata 1933, 4’57 Os animais fazem as malas depois de ouvirem os agricultores dizer que iam pedir ajuda aos vizinhos para as colheitas do dia seguinte. As cotovias resolvem adiar a viagem pois acreditam que ainda há tempo e a verdade é que têm razão. Mas porque não se fazem as colheitas? Shojoji no Tanuki-bayashi (Belly Drum Dance at Shojoji Temple) de Ikuo Oishi ano desconhecido, 1’19 No jardim do templo Shojoji, os animais dançam e tocam nas suas barrigas de tambor.

Jour de reve A energia interligada de crianças que brincam emerge como uma fonte de sonhos.

Sexta 11 · 21h30 Mental de Kazuhiro Soda, 2008 2h15 · Documentário

Ve Pedaços de vidro flutuam quase sem peso no vazio. Por serem tão frágeis, despedaçam-se quando chocam. A fragilidade representa a beleza, que dura pouco tempo.

Produção Kazuhiro Soda com a colaboração de Kiyoko Kashiwagi Mental é um documentário que observa o mundo complexo de uma clínica de consultas externas para doentes mentais (a clínica Chorale Okayama, no Japão) e as relações entre pacientes, médicos, funcionários, voluntários e assistentes de cuidados domiciliares. Pessoas com as mais diversas patologias mentais, como esquizofrenia, doença bipolar, distúrbios alimentares, síndrome de pânico e distúrbios de personalidade visitam a clínica de Chorale Okayama para consultar o Dr. Masatomo Yamamoto. Tratam-se de homens e mulheres de todas as idades, com passados diversos e diferentes atitudes perante as respectivas doenças.

Sábado 12 · 18h30

Port Vêm-se pessoas a chegar e partir de um aeroporto através de uma porta giratória. A vida moderna enquanto avança no tempo e no espaço.

Colectânea de vários filmes de Yuki Kawamura 2005 · Animação

Voisin

Vídeos realizados por Yuki Kawamura Músicas compostas por Yoshihiro Hanno (excepto “Lethe”, composta por Masafumi Komatsu) Ballon Doze bolas vermelhas saltam do chão para o ar, caem, param e desvanecemse para mostrar a beleza do ritmo da gravidade.

Voisin Ramos de árvores são reflectidos num espelho de água. O movimento e as cores das imagens são completamente naturais e não tratadas. Objectos vizinhos revelam a sua beleza intrínseca através dos olhos do observador.

Mental

Slide Circulam silhuetas de pessoas que entram num espaço iluminado. Tudo está relacionado entre si. O material transforma-se à medida que os espaços deslizam para outros espaços e as pessoas se transformam em pó.

Norakuro Nitohei: Kyoren no Maki/Enshu no Maki (Private 2nd Class Norakuro) de Yasuji Murata 1933, 9’29 Os treinos militares e a guerra mostram ao cão militar Norakuro, as consequências de seguir cegamente as regras e a importância de usar a cabeça, sempre com sentido de humor.

Play at dusk Fumo, nuvens e objectos surgem no céu. A moldura da imagem move-se para cima, até ao zénite, demonstrando a infinidade do universo.

Scene H Correr numa paisagem coberta de neve. As imagens vão e vêm como a memória. 20

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Lethe Dois amantes nadam num rio chamado Lethe (uma referência à mitologia grega: o rio do esquecimento), nunca se encontrando e, por isso, afastando-se. Uma rapariga mergulha no rio para esquecer um amor desventurado.

paz que foi criado exige um novo tipo de guerra: um conflito que ocorra noutro lado e que possa ser acompanhado pela televisão ou pelos jornais, para criar uma sensação de realidade. Empresas privadas de guerra contratam pilotos de caça para executarem os seus serviços numa interminável “guerra-espectáculo”. Esses pilotos dão pelo nome de Kildren. Adolescentes com ar inocente, os Kildren nunca atingem a idade adulta e vivem num estado de adolescência eterna até ao dia em que voam graciosamente através do céu infinito. Um dia, o piloto Yuichi Kannami chega à base aérea para a sua nova comissão. Tem apenas uma memória vaga do seu passado. Só se lembra de duas coisas: que é um Kildren e de como pilotar um caça.

The Sky Crawlers

Sábado 12 · 21h30 The Sky Crawlers de Mamoru Oshii, 2008 Animação Baseado num romance de MORI Hiroshi (publicado no Japão pela Chuokoron-Shinsha) Guião Chihiro Ito (Spring Snow) Música Kenji Kawai (Ghost in the Shell, Innocence, Ringu, Death Note) Realização Mamoru Oshii (Ghost in the Shell, Innocence, Avalon) Realizador da animação Toshihiko Nishikubo (Patlabor 2: the Movie, Ghost in the Shell, Innocence) A história tem lugar num “agora” alternativo – um mundo que erradicou a guerra e alcançou finalmente a paz. Contudo, este prolongado estado de 22

Próximo espectáculo


Conselho de Administração Presidente António Maldonado Gonelha Administradores Miguel Lobo Antunes Margarida Ferraz Assessores Dança Gil Mendo Teatro Francisco Frazão Arte Contemporânea Miguel Wandschneider Serviço Educativo Raquel Ribeiro dos Santos Pietra Fraga Direcção de Produção Margarida Mota Produção e Secretariado Patrícia Blázquez Mariana Cardoso de Lemos Jorge Epifânio Exposições Coordenação de Produção Mário Valente Produção e Montagem António Sequeira Lopes Produção Paula Tavares dos Santos Montagem Fernando Teixeira Culturgest Porto Susana Sameiro

Comunicação Filipe Folhadela Moreira Maria Zara Soares estagiária Publicações Marta Cardoso Rosário Sousa Machado Actividades Comerciais Catarina Carmona Serviços Administrativos e Financeiros Cristina Ribeiro Paulo Silva Direcção Técnica Eugénio Sena

Frente de Casa Rute Sousa Bilheteira Manuela Fialho Edgar Andrade Recepção Teresa Figueiredo Sofia Fernandes Auxiliar Administrativo Nuno Cunha Colecção de Arte da Caixa Geral de Depósitos Isabel Corte-Real Inês Costa Dias

Direcção de Cena e Luzes Horácio Fernandes Assistente de direcção cenotécnica José Manuel Rodrigues Audiovisuais Américo Firmino coordenador Paulo Abrantes chefe de áudio Tiago Bernardo Iluminação de Cena Fernando Ricardo chefe Nuno Alves Maquinaria de Cena José Luís Pereira chefe Alcino Ferreira Técnico Auxiliar Álvaro Coelho

Culturgest, uma casa do mundo

Edifício Sede da CGD Rua Arco do Cego, 1000-300 Lisboa, Piso 1 Tel: 21 790 51 55 · Fax: 21 848 39 03 culturgest@cgd.pt · www.culturgest.pt


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