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Capítulo 4

Capítulo 4

Recomendações de higienização do espaço museológico e do acervo da área da Saúde.

O Museu da História da Medicina do Paraná está localizado no Hospital Santa Casa de Misericórdia de Curitiba e, por essa razão, é indispensável um cuidado extra e supervisionado na sua higienização, pois alguns processos de deterioração podem conter fungos e bactérias além de sujidades diversas. Esses componentes, ao entrar em suspensão no ar, podem acarretar problemas respiratórios e outras adversidades. É conhecida a necessidade de equipamentos de proteção individual (EPIs) na higienização museológica em geral e, nesse caso específico, a obrigatoriedade, pois o acervo está em ambiente hospitalar.

Importante ressaltar que, no início do projeto, ainda vivíamos preocupações latentes da pandemia de COVID-19, com obrigatoriedade de utilização de máscara de proteção em todos os ambientes do museu. Era e é necessário fazermos todos os esforços para preservarmos as vidas humanas e, para isso, toda limpeza dos ambientes, de forma adequada, é de suma importância. Ocorre que, ao longo da pandemia, nosso medo acerca da perda de mais vidas humanas era tão intenso, que passamos a limpar os espaços com “tudo que fosse possível”, ocorrendo até mesmo aumento no número de acidentes domésticos pela utilização de produtos químicos de forma inadequada. Não temos como objetivo julgar esses fatos, a sociedade estava extremamente abalada e ainda segue em recuperação. Porém, agora, um pouco mais distantes daquele momento, podemos reavaliar os procedimentos de limpeza tendo mais cuidado com os acervos. O processo de higienização do espaço museológico deve seguir as exigências de desinfecção estipuladas pela Anvisa, e esses procedimentos não devem interferir na conservação do acervo museológico.

Consideramos, para a elaboração deste material, também a Nota técnica GVIMS/ GGTES/ANVISA nº 04/2020 – 09/09/2021 –orientações para serviços de saúde: medidas de prevenção e controle que devem ser adotadas durante a assistência aos casos suspeitos ou confirmados de infecção pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2), com última atualização em setembro de 2021. O Museu da Medicina contém um amplo acervo de variadas tipologias sendo as principais o metal, a madeira e o papel.

Bactérias, fungos, insetos, poluição, entre outras ações, são prejudiciais ao organismo humano e podem provocar lesões que deterioram a qualidade de vida e para o acervo. Nem sempre esses fatores prejudiciais são visíveis aos olhos, expondo o trabalhador a doenças por falta de informações e cuidados. A higienização preventiva é vital para que acervos de todos os tipos se mantenham conservados, mas a tarefa executada sem os cuidados necessários pode manifestar problemas respiratórios, quadros alérgicos, infecções e problemas maiores a longo prazo.

A saúde do funcionário é essencial para a instituição e deve ser preservada com o uso de equipamentos de proteção individual usados corretamente e algumas regras de prevenção e proteção. O primeiro ponto a ser considerado é a correta utilização de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), nos procedimentos de limpeza do espaço e na higienização do acervo. Para um melhor entendimento do que sejam os EPIs, exemplificamos a seguir.

Óculos de segurança

Proteção respiratória adequada (máscara)

Luvas descartáveis

Toucas protetoras

Avental ou jaleco

Estabelecer critérios de vestimenta para os demais funcionários pode evitar acidentes extras. Por se tratar de um ambiente hospitalar, recomendase o uso de sapatos fechados que atendam às normas da NR-32 e roupas que não exponham a pele, impedindo que haja contato direto com líquidos, materiais contaminados ou cortantes (Anvisa, 2010).

Há a necessidade de vincular a higienização de conservação preventiva com a prevenção de infecções hospitalares, o controle epidemiológico, a disseminação de vírus, bactérias, fungos, entre outros. Deve ser estabelecida uma rotina adequada às normas e condutas do serviço de higienização e limpeza estabelecidas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa, 2010).

Rotina De Higieniza O E Limpeza

• Manter uma ordem organizacional na higienização, sempre de cima para baixo e seguindo um sentido único.

• Usar panos limpos e evitar contaminação cruzada entre os ambientes.

• Recolher o lixo das lixeiras antes de qualquer limpeza ou sempre que atingir 80% de sua capacidade e lavar o recipiente uma vez por semana ou sempre que necessário.

• Utilizar as luvas emborrachadas de acordo com a padronização de cores estabelecidas: amarelo: banheiro; verde: teto, parede e chão; azul: mobília.

• Lavar as mãos antes e após cada procedimento, independentemente do uso de luvas.

• A varredura seca com vassouras é proibida, pois suspende no ar poeira e microrganismos que estão depositados no piso, assim como aspiradores de pó.

• Na higienização feita com água e detergente neutro, utiliza-se, inicialmente, o pano úmido para recolhimento de resíduos, seguido de limpeza com água e detergente neutro, retirando toda a sujidade, e enxágue.

• Desprezar água suja em local adequado, nunca em banheiros de funcionários, postos de enfermagem e pias utilizadas para higiene das mãos.

• Caso seja necessário utilizar álcool 70% na desinfecção de superfícies (mobílias, bancadas, etc.) realizar fricção mecânica com movimentos em uma só direção.

• Caso seja necessária ou recomendada pelo hospital, a desinfecção de pisos e vidros pode ser feita com uma solução de álcool etílico de 70%, nunca em objetos do acervo sem orientação de um profissional especializado.

• Interruptores e maçanetas devem ser higienizados diariamente com um pano úmido de água e detergente neutro ou álcool etílico de 70%.

Sugestão de higienização preventiva museológica hospitalar:

• Higienizar as superfícies de armários, assim como os demais objetos do acervo, somente com pano de microfibra seco e limpo, sem a necessidade de produtos químicos por não serem consideradas contaminantes. Ainda assim não devem ser manipuladas sem o uso de luvas.

• Efetuar a varredura úmida diariamente ou de acordo com o uso do ambiente, sempre com água e detergente neutro.

• Janelas, vidraças, vitrines e expositores de vidro devem passar pela limpeza ou desinfecção com pano úmido utilizando água e sabão neutro.

• Caso seja necessária ou recomendada pelo hospital, a desinfecção de pisos e vidros pode ser feita com uma solução de álcool etílico de 70%, nunca em objetos do acervo sem orientação de um profissional especializado.

• Interruptores e maçanetas devem ser higienizados diariamente com um pano úmido de água e detergente neutro ou álcool etílico de 70%.

• Evitar a nebulização de produtos e soluções alcoólicas com pulverização de gotículas.

• Durante a manipulação de detergentes e outras soluções, deve ser usado o equipamento de proteção individual adequado (luvas, máscaras, óculos) e evitar o contato excessivo de qualquer componente.

• Durante a higienização, manter janelas abertas para a circulação de ar e a evaporação da água utilizada. Fechar somente quando o ambiente não demonstrar mais nenhuma umidade.

Destacamos que todas essas orientações foram repassadas à equipe do museu em capacitações realizadas durante o projeto e visam não somente orientá-las, mas que sejam orientados de forma constante demais funcionários terceirizados, como profissionais da área de limpeza e manutenção, entre outros.

Considerações Finais

A partir dos resultados apresentados ao longo deste e-book, acreditamos que o projeto desenvolvido pela ChimicArte com o Museu da História Medicina foi uma iniciativa muito potente que envolveu colaboração entre universidade, museu e empresa, possibilitando diálogos entre diversas áreas do saber, permitindo que as pesquisas acadêmicas pudessem se mostrar úteis para o cotidiano de profissionais que atuam diretamente na preservação de bens culturais, alcançando o público em geral, por meio de oficinas gratuitas e da própria publicação deste e-book. Estaremos juntos em um próximo livro, em versão física, no segundo semestre de 2023.

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