As Rosas Inglesas - A garota nova (Volume 3)

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Quando Nicole descobre que sua amiga superestilosa de Nova York está indo para Londres, ela tem certeza de que Leslie vai ser uma sexta Rosa Inglesa perfeita. Mas as outras Rosas não parecem estar gostando muito da garota esnobe e, de repente, Nicole parece estar sempre escolhendo ficar ao lado de Leslie. Agora, as melhores amigas de Nicole não conseguem deixar de pensar que logo poderão ser apenas quatro!

U.S.A. $9.99 / CAN. $12.50 978-85-98580-98-2

PUFFIN

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Toda a renda da autora será revertida à Fundação Raising Malawi http://www.raisingmalawi.org , uma instituição dedicada aos órfãos de Malawi.

New Girl

CAPAS ABERTAS.indb 3

18/3/2011 10:42:36



Título Original: The English Roses – Big-Sister Blues – Vol. 5 Fluffernutter is a registered trademark of Durkee-Mower, Inc. and is used by permission. All rights reserved.

Copyright © 2007 Madonna Todos os direitos reservados pela Editora Nossa Cultura Ltda, 2010. Editor-chefe Editores Assistentes Tradutora Revisora Capa Diagramação

Paulo Fernando Ferrari Lago Claudio Kobachuk e Renata Sklaski Alessandra Cavalli Esteche Tania Growoski Jeffrey Fulvimari Expression SGI

Nota: a edição desta obra contou com o trabalho, dedicação e empenho de vários profissionais. Porém podem ocorrer erros de digitação e impressão. Pede-se que seja comunicado à editora no caso de existir qualquer das hipóteses acima mencionadas para maiores esclarecimentos. Toda a renda da autora será revertida à Fundação Raising Malawi http://www.raisingmalawi.org, uma instituição dedicada aos órfãos de Malawi. EDITORA NOSSA CULTURA LTDA Rua Grã Nicco, 113 - Bloco 3 - 5º andar Mossunguê Curitiba - PR - Brasil Tel: (41) 3019-0108 - Fax: (41) 3019-0108 http://www.nossacultura.com.br Dados internacionais de catalogação na publicação Bibliotecária responsável: Mara Rejane Vicente Teixeira Ritchie, Madonna. Tristezas de uma irmã mais velha / Madonna Ritchie ; tradução Alessandra Cavalli Esteche ; ilustrador: Jeffrey Fulvimari. Curitiba, PR : Nossa Cultura, 2010. 128 p. : il. ; 14 x 18 cm. - ( As rosas inglesas ; v. 5)

ISBN 978-85-8066-000-5

1. Literatura infanto-juvenil. I. Esteche, Alessandra. II. Fulvimari, Jeffrey. III. Título. IV. Série (As rosas inglesas).

CDD 808.899282






capítulo 1

e você não ouviu falar das Rosas Inglesas até agora, deve ter alguma coisa terrivelmente, horrivelmente errada com você. Talvez você tenha passado os últimos anos confinada em seu quarto, coberta de manchas vermelhas horrorosas de coceira? Ou talvez você tenha ficado de cama com algum tipo de febre trágica? Essas são as únicas explicações possíveis,


pois como todo mundo que é alguém sabe, as Rosas Inglesas são a nata da nata, elas estão no topo da lista das garotas maravilhosas e divertidas (esse é um jeito fashion de dizer que elas são as garotas mais legais do planeta). Seus nomes são, em ordem alfabética: Amy, Binah, Charlotte, Grace e Nicole e elas são BFFs (o que, como até sua irmãzinha sabe, significa best friends forever, ou seja, melhores amigas para sempre! Se liga!).


Nossa história começa em uma tarde bem fria e chuvosa de sábado, típica da primavera em Londres. Os açafrões estavam começando a colocar as cabecinhas para fora da terra depois de um inverno longo e frio e o cheiro almiscarado de terra molhada fazia tudo parecer fresco e novo. Esta tarde específica encontrou as Rosas Inglesas deitadas, empoleiradas e esparramadas sobre cada centímetro do quarto da Grace, mastigando uma das coisas favoritas da família Harrison: broa de milho. (Sabe, Grace é dos Estados Unidos – Atlanta, Georgia, na verdade – e as especialidades sulistas da mãe dela são um achado!) O único problema com tardes preguiçosas de sábado é que parece que nunca tem nada para se fazer e, acredite quando eu digo, as Rosas Inglesas já tinham


pensado em uma lista enorme de opções. Todas já tinham visto qualquer filme remotamente interessante que estava passando no cinema. Ninguém tinha mesada sobrando para que elas fossem fazer compras (bem, tirando a Charlotte, que sempre tinha dinheiro, mas ela não queria fazer as outras garotas se sentirem excluídas). Estava úmido demais para fazer alguma coisa divertida lá fora. (Grace já estava de mau humor porque seu treino semanal de futebol tinha sido cancelado.) Não tinha nada nem vagamente interessante na telly (ou


TV para você, falante de português) – nem mesmo um programa contando uma fofoca suculenta. E elas estavam com muita preguiça para ir lá fora, na garoa, fazer qualquer coisa divertida, principalmente porque a mãe da Grace tinha passado o dia todo cozinhando. Então, as garotas ficaram deitadas, fofocando, conversando e se divertindo sem fazer nada de especial. Jogada em um pufe, Nicole estava folheando um jornal daquele dia, e anunciava as manchetes para o resto das meninas. – Meu Deus! Eles descobriram outro planeta – ela disse. Grace deu de ombros e colocou uma bolinha de queijo na boca. – A Harrods está fazendo uma liquidação de primavera. Charlotte sacudiu a cabeça, lixando as unhas.



– Ei! – disse Nicole, balançando o rabo de cavalo loiro ao levantar a cabeça abruptamente, revelando um grande sorriso. – O Circo Real de Londres está vindo para cá na próxima semana! Amy, que estava jogada no chão debruçada sobre a última Vogue, não pôde deixar de revirar os olhos. Ela não queria ser mal-educada, mas às vezes suas amigas agiam mais como quem estava na terceira série, e não na sexta! – Por favor, Nicole – ela disse. – Nós não estamos um pouco velhas para isso?


– Bom, eu sei que pode parecer bobo, – disse Nicole, um pouco na defensiva – mas eu ainda me arrepio quando vejo os domadores de leão e os cuspidores de fogo e os engolidores de espada. Afinal, – ela completou bruscamente – é o melhor show do mundo. Binah, a pacificadora do grupo, levantou-se rapidamente para falar. – Isso é verdade. Eu ainda amo assistir às performances dos acrobatas.


– Bem, acredite, eu sei bem como é isso – ponderou Charlotte. – É praticamente só o que eu tenho ouvido nas últimas semanas. Patrick, o peste, está obcecado! Patrick era o irmão de seis anos de idade da Charlotte. Ele sempre fazia aquelas coisas irritantes que, por algum motivo, irmãos mais novos amam fazer – cuspir na sopa dela; ficar falando que ela fez um pum; e o pior, fazer barulhos feios e vergonhosos enquanto ela tentava ter conversas importantes pelo telefone. As outras Rosas Inglesas olhavam para ela com dó sempre que ele era mencionado. – Ei! A semana que vem vai ser nossa semana do


saco cheio – disse Nicole, aproveitando a oportunidade para abrir a agenda que estava sempre com ela. Nicole era de longe a mais organizada e asseada das Rosas Inglesas. Ela era o tipo de garota que sempre deixava as tarefas de casa devidamente digitadas semanas antes do prazo, que amava as lojas cheias de material de escritório e que não suportava chegar atrasada nas aulas. Ao ouvir as palavras “semana do saco cheio” cada uma das meninas não pôde deixar de ficar um tempo olhando para o ar, sonhando. Tirando, talvez, “férias de verão” ou “dia de neve”, “semana do saco cheio” eram as melhores palavras do mundo, porque queriam dizer uma semana inteira sem aulas! Não que as Rosas Inglesas não gostassem da escola, mas todo mundo precisa de uma folga de vez em quando. – Bom, se é durante a semana do saco cheio, eu não


posso ir de qualquer jeito – disse Amy, passando a mão em sua camiseta (era a sua favorita, a camiseta dos Rolling Stones de quando sua mãe era adolescente) e suspirando sonhadora. – Estarei em Milão, na Itália, para a Semana da Moda de Outono. Foi a vez das outras Rosas revirarem os olhos. Amy falava sem parar da Semana da Moda de Outono há quatro meses, desde que sua mãe fez uma surpresa no Natal, dando-lhe de presente entradas para o grande evento. A Semana da Moda de Outono era... tipo... o evento mais interessante do mundo da moda! E como uma boa aspirante a estilista, Amy tinha grandes esperanças de fazer parte desse mundo. – Eu ainda não entendi isso – disse Grace. – Você vai à Semana da Moda de Outono? – Ela fez um gesto apontando para a janela. – Mas nós estamos na primavera!


– Ah, isso! – Amy disse, dando de ombros com desdém. – Eles mostram os modelos do outono na primavera – ela explicou –, para que os compradores das lojas, como a minha mãe, e outros fashionistas tenham tempo de comprar as coisas antes que o outono comece de verdade. – Ah, tá! – as outras Rosas responderam em coro, fazendo que sim com a cabeça. Aquilo realmente fazia sentido. – Então, como a sua mãe vai fazer com o bebê e tudo o mais? – perguntou Grace. – Está chegando logo, né? A mãe de Amy estava com quase nove meses de gravidez e ela estava feliz com o bebê, mas também estava ficando um pouco cansada de todo mundo ficar sempre perguntando sobre


isso. Mas não ousava contar isso para ninguém. – Aaaah, você já sabe se é menino ou menina? – Binah perguntou. Binah era filha única, então ela achava a possibilidade de ter um irmão emocionante. – Não seria legal se fosse uma menina, Amy? – Nicole suspirou. – Você provavelmente poderia desenhar as roupinhas mais lindas para ela. Amy deu de ombros e se concentrou em tirar uma farpinha que estava presa em seus jeans. – Nós não sabemos ainda – ela disse secamente. – A mamãe e o Richard querem que seja surpresa. Richard era o padrasto da Amy. Os pais dela tinham se divorciado quando ela tinha só seis anos; e apesar de ela morar com a mãe, era muito chegada ao pai, que via um final de semana sim, outro não.


Foi aí que o irmão mais velho da Grace, Matthew, colocou a cabeça para dentro do quarto dela. – PENSE RÁPIDO, Grace! – ele gritou, jogando uma bola de futebol na direção dela. Com precisão perfeita, Grace golpeou rapidamente a bola com a cabeça, mandando-a de volta, voando, para os braços do irmão. – Bela tentativa, seu tapado – ela riu. – Mas ninguém consegue me pegar com essa.


Ao ver o irmão da Grace, Amy sentou-se, com a postura reta, e deu uma ajeitada na camiseta. Começou a passar a mão nos cabelos, dando um sorriso enorme para ele. As outras garotas trocaram olhares rindo. Amy tinha uma queda pelo Matthew desde sempre e as Rosas Inglesas adoravam tirar sarro dela por causa disso. – A mamãe pediu para eu te falar que o jantar vai sair em uma hora... se as suas amigas quiserem ficar, elas podem – ele deu um aceno rápido para as outras Rosas, e então desapareceu. Grace suspirou. Irmãos! – O seu irmão é tãaaaaao lindo, Grace – Amy babou, enrolando um cacho de cabelo alegremente. Meninos bonitos sempre faziam os dias chuvosos parecerem melhores. Charlotte riu.


– Você é completamente doida pelos meninos, Amy! – ela disse. – Não sou não! – Amy respondeu. – Eu gosto dos bonitos, só isso! Bem nessa hora, uma cacofonia de sons começou a sair da bolsa da Amy. As outras garotas ficavam confusas. – De onde está vindo esse barulho? – Grace perguntou. – Desculpem, é meu celular novo! – Amy respondeu ofegante, passando a mão na bolsa de couro legítimo e despejando tudo o que


tinha dentro dela – grampos de cabelo, brilhos labiais, pós compactos e revistas de moda velhas – no chão do quarto da Grace. Nicole ficou completamente horrorizada com a falta de organização da Amy. Finalmente, Amy encontrou o telefone e o abriu. – Alô? Ah! Oi, Richard – ela fez uma careta. – Sim, estou na casa da Grace. Tá. Sim. A gente se vê. – O que o Richard queria? – Binah perguntou. A mãe da Amy tinha se casado com o Richard há dois anos e, apesar de ter se acostumado lentamente à ideia de ter outro homem na vida de sua mãe, ela ainda não estava exatamente feliz com isso. Richard não tinha nada a ver com o pai dela, que era alegre e divertido e absolutamente fabuloso. Richard usava todos os dias ternos listrados tediosos, assistia só a jornais na televisão e estava sempre com o nariz enterrado nas seções de economia dos jornais.


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