COMO GERIR UM LATICÍNIO EM TEMPOS DE CRISE
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m tempos de crise, a insegurança e o medo afetam as empresas. Assim, é papel do gestor retomar as rédeas do negócio e através de práticas e gerenciamento, prover segurança novamente para a organização. Estas ações nem sempre são fáceis, requerem persistência das lideranças e, por vezes, geram resultados de longo prazo. No entanto, se sua empresa quer sair da crise sem grandes perdas, implantar uma gestão eficaz é fundamental. No setor lácteo, a crise parecia ter acabado no ano de 2016, após grande recessão. Contudo, 2017 demonstrou que o mercado e os laticínios ainda não superaram de vez suas dificuldades econômicas. Com isto, o ano de 2018 requer atenção! Assim, trazemos aqui as melhores dicas e práticas para que a sua empresa saia deste ano com resultados positivos, deixando para trás a insegurança e alavancando o crescimento como nunca antes. São três passos que, se implantados com comprometimento e eficiência, ajudarão na construção de um futuro promissor.
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ÍNDICE LIDERANÇA ...............................................................................................................4 O direcionamento estratégico faz toda a diferença ..............................6 Gerenciar pessoas rumo ao sucesso ...............................................7 Inovar é preciso, sempre! ........................................................8 SISTEMA DE GESTÃO ..............................................................................................10 Gerenciar custos + Controle de fluxo de caixa ......................................13 CAPACITAÇÃO .........................................................................................................18 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................................22
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conceito de liderança está associado à arte de gerir, atrair, influenciar pessoas a fim de que as mesmas alcancem resultados positivos, através da interferência nos modos de pensar e agir destes indivíduos1. Mas, além disso, os líderes exercem um papel fundamental na estrutura organizacional e na gestão das empresas. De tal modo, em tempos de crise, as lideranças se tornam ainda mais importantes, devendo ser os responsáveis por guiar a empresa em direção à melhoria de resultados. Para isto, ela deve atuar em três pontos: direcionamento estratégico, gestão de pessoas e inovação.
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Disponível em: https://www.significados.com.br/lideranca/ . Acesso em 07 de fevereiro de 2018.
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O DIRECIONAMENTO ESTRATÉGICO FAZ TODA A DIFERENÇA O primeiro passo é desenvolver um DIRECIONAMENTO ESTRATÉGICO para o laticínio. Neste caso, a ação inicial é compreender a situação atual da empresa. Para isto, os gestores precisam recolher o maior número de informações sobre o mercado, os resultados internos e externos, a concorrência, o contexto nacional, entre outras, e então construir a Matriz SWOT (ou FOFA) da organização. Nela serão identificadas as forças, fraquezas da indústria e também as oportunidades e ameaças do negócio. Após assimilar o contexto presente do laticínio, deve-se então traçar metas e planejar onde se pretende chegar. Este é um passo importante para quem quer sair da crise, uma vez que este será o direcionar das ações e das decisões do dia a dia da empresa e também medirá o sucesso – ou insucesso – das mudanças implementadas.
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GERENCIAR PESSOAS RUMO AO SUCESSO Junto ao planejamento estratégico, o segundo passo para superar a crise com a liderança é atuar sobre o GERENCIAMENTO DE PESSOAS. Neste aspecto, voltamos ao conceito tradicional da palavra. Em tempos de recessão, é fundamental que os líderes exerçam sua gestão de forma firme, transparente e motivacional. Para isto, eles precisam se capacitar e também definir procedimentos de comunicação, tomada de decisão e inclusão dos colaboradores nas ações e mudanças pelas quais a empresa precisa passar. Além disso, é papel do gestor reconhecer o bom trabalho, interferir nas falhas e auxiliar nas melhorias pessoais. Tudo isto, está diretamente relacionado ao terceiro tópico, que será abordado posteriormente.
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INOVAR É PRECISO, SEMPRE! Por fim, para superar as dificuldades, é preciso pensar e investir em INOVAÇÃO. Estas inovações podem vir em produtos, processos ou até mesmo parcerias estratégicas. Contudo, é papel dos gestores tornarem a inovação um processo dentro dos laticínios. Dentro do planejamento estratégico, este aspecto deve se tornar um objetivo. Como prática, as empresas precisam ouvir a voz dos clientes, entendendo suas necessidades. Além disso, os colaboradores também devem ser ouvidos, de forma a contribuir com ideias e sugestões. E junto a isto, estabelecer processo de análise de risco das mesmas, a fim de concentrar os esforços em ideias que podem gerar boas soluções.
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Gerar ambientes criativos é um desafio e que, muitas vezes, não é prioridade, ainda mais em tempos de crise. Mas é fundamental compreender que, novos produtos e serviços geram amplo retorno e diferenciação de concorrentes, abrindo mercados e gerando receita. Contudo, vale ressaltar que a liderança isolada não gera resultados totais. Faz-se necessário trabalhar também a capacitação e o sistema de gestão, para superar a crise dentro dos laticínios. A seguir, abordaremos as práticas relacionadas à implantação e manutenção do sistema de gestão.
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s sistemas de gestão, também chamados de métodos de gestão, são modelos estruturados de gerenciamento que buscam auxiliar na resolução dos problemas do dia a dia. Isto se deve ao fato que as pessoas precisam de um método de solução de problemas para ajudar a encontrar a saída para os inúmeros problemas encontrados na rotina. E estes sistemas trazem o melhor resultado com o menor esforço. Atualmente, o modelo mais utilizado é o PDCA. Nele, os processos são executados e gerenciados em quatro etapas, visando sempre à melhoria contínua. A primeira delas é o planejamento (P – Plan), onde depois de identificar o problema dentro daquela sequência de atividades, define-se a meta para solução e também os meios para se alcançar este resultado. A segunda é a etapa de execução (D – Do). Com os procedimentos e as metas definidos, pode-se treinar os colaboradores que executarão o processo e depois disso, liberar que os mesmos
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o executem. Então, tem-se a terceira parte, a verificação (C – Check). Como no planejamento foram definidas metas, nesta etapa é necessário verificar se as mesmas foram ou não alcançadas durante a realização. E isto, ocasiona na última seção, a ação (A – Action), onde o objetivo é gerar ações para corrigir os resultados e assim, proporcionar melhoria contínua para recomeçar o ciclo. Através deste método, é possível gerenciar todos os processos da empresa e com isto, melhorar os resultados. Para implantá-lo, a liderança – mais uma vez – é fundamental, devendo ser mais um objetivo do Planejamento Estratégico, como dito anteriormente.
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GERENCIAR CUSTOS + CONTROLE DE FLUXO DE CAIXA Contudo, nos momentos de crise, o que mais salta aos olhos dos gestores é a saúde financeira do laticínio, pois é ela que mais sofre com a recessão. Assim, junto à implantação do PDCA, a empresa precisa trabalhar diretamente o GERENCIAMENTO DE CUSTOS e o CONTROLE DO FLUXO DE CAIXA. Para gerenciar os custos, a empresa precisa controlar todas as suas entradas de insumos, as compras de matéria-prima, o gasto diário de produção, as perdas de processo, o custo logístico e gerenciar suas despesas. Com isto, vai ser possível entender o valor unitário de cada um de seus produtos e as suas margens de contribuição. E assim, a indústria consegue planejar sua produção e seus valores de venda.
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Associado ao controle de custos, o fluxo de caixa funciona como uma ferramenta eficiente e que gera resultados de curto prazo. Para sua execução, a empresa precisa controlar diariamente suas receitas e gastos, a fim de planejar qual o melhor dia para realizar pagamentos, quais contas devem ser priorizadas ou renegociadas e quais gatos podem ser executados. Sem dúvida a saúde financeira é um dos objetivos, pois sem lucro nenhuma empresa sobrevive. No entanto, para se ter resultado econômico-financeiro é preciso gerenciar seus clientes, seus processos internos, a qualidade de seus produtos e seus danos ambientais. Logo, além do foco financeiro de curto prazo, as organizações precisam pensar no longo prazo, buscando a sustentabilidade em termos econômicos, sociais e ambientais.
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Então, entram em questão mais três focos de gestão que devem ser atenção na crise, junto ao sistema e a saúde financeira: - Gestão da qualidade dos produtos; - Gerenciamento comercial; - Gestão ambiental. No que tange a gestão da qualidade, os laticínios devem controlar desde os indicadores da matéria-prima, como CBT (Contagem de Bactérias Totais) e CCS (Contagem de Células Somáticas), até as reclamações e devoluções pós-venda. Com estes números, a mesma deve rodas o PDCA dentro de seus processos de qualidade, para garantir que o consumidor final receberá o melhor, as perdas de processo cairão e também as devoluções.
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Já quanto ao gerenciamento comercial e de vendas, a primeira ação a ser feita, é planejar o setor, traçando indicadores e metas como faturamento por vendedor, preço médio realizado e positivação de clientes. Com a execução do plano, os dados e informações devem retornar como análises, como por exemplo, as melhores áreas de venda, onde o laticínio precisa fortalecer a comercialização, quais são seus mercados potenciais. E destes resultados, o sistema de gestão pode atuar gerando ações diretas sobre os gaps (lacunas, distanciamento do resultado esperado), possibilitando o crescimento, principalmente, do faturamento da empresa. Por fim, a gestão ambiental deve ser tratada de forma a não gerar danos ao meio ambiente e, em decorrência disso, mais dívidas e multas para a empresa. Assim, a indústria não pode deixar de lado seus processos ambientais em tempos de recessão, embora eles nem sempre sejam prioridades. Como nos outros casos, traçar indicadores de processo, atuar sobre as falhas do mesmo e promover desenvolvimento constante do setor ambiental, faz-se de extrema necessidade. Diferente da gestão de vendas e junto à gestão da qualidade, os aspectos
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ambientais podem ocasionar sérios problemas frente aos órgãos de inspeção e gerar embargos para a atuação da organização. Logo, concluímos que, dentro do sistema de gestão, medir é fundamental para o negócio, afinal, quem não mede não gerencia. É importante medir o desempenho das vendas, as perdas e devoluções, as compras, os rendimentos, os custos e margens de cada produto, enfim, tudo o que impacta no resultado do negócio. A partir das medições é possível identificar oportunidades de melhoria, chamadas de lacunas. A busca dessas lacunas é que vai trazer melhoria de resultado. Então, o sistema de gestão e a liderança construirão uma base firme para potencializar os resultados. Contudo, ainda é necessário capacitar para que a crise não seja um período negro dentro do seu laticínio.
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apacitação é o terceiro elo da tríade. Mas, é importante ressaltar que os três pilares da gestão na crise – liderança, sistema de gestão e capacitação – devem ser implementados de forma conjunta. Capacitar nada mais é que prover conhecimento aos colaboradores, de forma que os mesmos se tornem cada vez mais aptos e críticos no exercício de suas funções. É preciso conhecimento para se resolver problemas. No próprio sistema de gestão, ao executar, o método dita a educação e treinamento anteriormente a execução. Dessa forma, capacitar em processo, já faz parte da gestão consciente através do modelo PDCA. Também, ao traçarmos as ações de liderança, pontuamos a importância de capacitar para liderar. Grandes líderes são formados por mentores e por processos de coaching, além de cursos, leituras acerca do tema e treinamentos
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diversos sobre motivação, resultado, entre outros. Todo o time pode ser capacitado para a liderança. Junto a isto, para que a empresa alcance os resultados de inovação, a equipe também deve obter conhecimentos sobre criatividade, gestão da inovação, análise de riscos e métodos de inovação. É fundamental para o laticínio traçar um calendário de capacitações internas, onde o mesmo agende treinamentos internos, externos e revisões dos seus métodos, procedimentos e instruções. Assim, os colaboradores estarão sempre atualizados e desenvolvendo novos conhecimentos para transformar a empresa e melhorar os resultados.
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Por fim, para o seu laticínio saia da crise sem grandes problemas, é preciso persistência e resiliência. Serão diversos desafios que, muitas vezes, acontecerão ao mesmo tempo. Então, com método, liderança e conhecimento unidos ao trabalho duro, os resultados acontecerão, em curto, médio e longo prazo. E lembre-se: a superação das crises acontece no dia a dia e estar preparado já é um grande passo para que a mesma não afete os resultados e a saúde da sua organização.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS https://www.significados.com.br/lideranca/. Acesso em 07 de fevereiro de 2018 https://exame.abril.com.br/pme/7-passos-para-tirar-sua-empresa-do-vermelho/
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