Meio Ambiente e Turismo
Meio ambiente e turismo
Hygor Aristides Victor Rossoni
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Meio Ambiente e Turismo
Universidade Federal de Viçosa Reitora Nilda de Fátima Ferreira Soares Vice-Reitor João Carlos Cardoso Galvão
Diretora Silvane Guimarães Silva Gomes Campus Universitário, 36570-900, Viçosa/MG Telefone: (31) 3899 2858 | Fax: (31) 3899 3352
Autor: Hygor Aristides Victor Rossoni Layout: Núbya Fontes Diagramação: Núbya Fontes Coordenação Editorial e CopyDesk: João Batista Mota
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Ficha catalográfica preparada pela Seção de Catalogação e Classificação da Biblioteca Central da UFV R676c 201-
Fonseca, Rúbia Santos, 1984Coleções botânicas com enfoque em herbário [Recurso eletrônico] / Rúbia Santos Fonseca, Milene Faria Vieira. – Viçosa, MG : Ed. UFV, 2015-. 10 MB. : il. color. EPUB. - ( Conhecimento ; ISSN 2179-1732 ; n. 29) Referências bibliográficas: p. 33-34 1. Botânica - Coleções. 2. Conservação. 3. Herbários. 4. Biodiversidade. I. Vieira, Milene Faria, 1959-. II. Universidade Federal de Viçosa. Reitoria. Coordenadoria de Educação Aberta e a Distância. III. Título. CDD 22. ed. 580.74
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Significado dos ícones da apostila Para facilitar o seu estudo e a compreensão imediata do conteúdo apresentado, ao longo de todas as apostilas, você vai encontrar essas pequenas figuras ao lado do texto. Elas têm o objetivo de chamar a sua atenção para determinados trechos do conteúdo, com uma função específica, como apresentamos a seguir.
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Texto-destaque: são definições, conceitos ou afirmações importantes às quais você deve estar atento.
Glossário: Informações pertinentes ao texto, para situá-lo melhor sobre determinado autor, entidade, fato ou época, que você pode desconhecer.
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SAIBA MAIS! Se você quiser complementar ou aprofundar o conteúdo apresentado na apostila, tem a opção de links na internet, onde pode obter vídeos, sites ou artigos relacionados ao tema.
Quando vir este ícone, você deve refletir sobre os aspectos apontados, relacionando-os com a sua prática profissional cotidiana
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Sumário APRESENTAÇÃO............................................................................................................................................................6 1. Entendendo a dinâmica do meio ambiente e a poluição ambiental...................................................8 2. Fundamentos de Ecologia – Parte I.................................................................................................................18 3. Fundamentos de Ecologia – Parte II...............................................................................................................34 4. Impactos Ambientais ...........................................................................................................................................49 5. Áreas Especialmente Protegidas.......................................................................................................................62 6. Impactos Ambientais do Turismo.....................................................................................................................81 7. Turismo e Sustentabilidade Ambiental..........................................................................................................98 8. Gestão Ambiental em Meios de Hospedagem......................................................................................... 108
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APRESENTAÇÃO Este trabalho foi elaborado a partir do material didático desenvolvido para a disciplina CDH 012 - Meio ambiente e turismo, que integra o curso Técnico em Hospedagem, realizado na modalidade a distância, pela Universidade Federal de Viçosa – Campus Florestal. Ao final da disciplina, o aluno deverá ser capaz de: i) identificar os processos de degradação natural e ambiental; ii) conhecer as atividades de exploração dos recursos naturais renováveis e não-renováveis; iii) perceber a importância da manutenção de áreas naturais protegidas para as atividades turísticas; iv) identificar os principais impactos ambientais advindos de empreendimentos turísticos; v) entender a relação entre atividades turísticas e o desenvolvimento sustentável; e vi) analisar os aspectos referentes aos sistemas de gestão ambiental em meios de hospedagem.
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Boa leitura!
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Meio Ambiente e Turismo
ENTENDENDO A DINÂMICA DO MEIO AMBIENTE E A POLUIÇÃO AMBIENTAL
Meta Mostrar as relações entre o crescimento populacional e a demanda crescente por recursos ambientais, que têm como resultado a poluição ambiental. Objetivos Ao final deste capítulo, o aluno será capaz de: 1. Identificar as intervenções ambientais ocasionadas pelo aumento populacional; 2. Diferenciar os recursos ambientais renováveis dos não renováveis; 3. Perceber como o consumo de recursos ambientais acarreta a poluição ambiental.
1. COMO FUNCIONA O MEIO AMBIENTE? Imagine uma astronave, deslocando-se a 100 mil quilômetros por hora pelo espaço sideral. Ela não tem possibilidade de parada para reabastecimento, mas dispõe de um eficiente sistema de aproveitamento de energia solar e reciclagem de matéria. Assim é o planeta Terra, onde há ar, água e comida suficientes para manter seus habitantes, que podem ser comparados aos passageiros desta nave imaginada por nós. Fonte: http://www.sxc.hu/photo/953432 Bruno Sersocima
Matéria: o que possui massa e ocupa espaço. Na Terra, onde há gravidade, pesamos um objeto para determinar sua massa.
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Com o passar do tempo, o progressivo aumento do número de passageiros será um problema. Na ausência de postos de reabastecimento, após alguns dias ou semanas, a manutenção da vida da população da nave será prejudicada.
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Meio Ambiente e Turismo Você, alguma vez, já parou para pensar na importância dos recursos ambientais? Ou melhor, você já refletiu sobre a necessidade de conservá-los para uso futuro? Esta é a proposta desta primeira aula de Meio Ambiente: pensar a relação entre população humana, recursos ambientais e poluição.
População: Esse termo pode se referir a um grupo de quaisquer seres vivos. Daqui para frente, toda vez que você ler a palavra “população” entenda como um grupo de pessoas.
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2. A PROBLEMÁTICA AMBIENTAL MODERNA A relação entre população, recursos ambientais e poluição pode ser representada pelo seguinte esquema: População
Recursos Ambientais
Poluição
Mas, o que esta pirâmide indica? Em primeiro lugar, o que se pode observar é que população, recursos ambientais e poluição estão diretamente ligados. Em poucas linhas, podemos dizer que: - A população utiliza recursos ambientais e gera poluição. - Um excessivo uso dos recursos ambientais (além da capacidade de reposição pelo meio ambiente) pode levar ao seu esgotamento, o que aumenta a poluição e prejudica a sobrevivência da população. - A poluição prejudica o meio ambiente, diminuindo sua capacidade de regeneração (reposição de recursos), e acaba prejudicando, também, a população. Para entender melhor, vamos estudar cada uma das variáveis. 2.1. População Se você procurar a definição de população no dicionário Aurélio, encontrará o seguinte: - População: (1) conjunto, ou número, de habitantes de um país, região, cidade etc. (2) Conjunto de indivíduos da mesma espécie que vive numa mesma região. Espécie: Grupo de organismos que se assemelham em aparência, comportamento, processos e composições químicas e estrutura genética. Os organismos são classificados como membros de uma mesma espécie apenas se eles puderem procriar entre si e gerar descendentes férteis.
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Já os livros de Ecologia trazem o seguinte: - População: grupo de organismos individuais da mesma espécie que vivem em uma região específica.
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A conclusão que tiramos é a de que os indivíduos de uma população utilizam basicamente o mesmo espaço para viver e, da mesma forma, precisam de recursos ambientais semelhantes para sobreviver. Ou seja, o crescimento de uma população pressupõe: - necessidade de aumento de espaço e - maior demanda por recursos ambientais para a sobrevivência.
E o que está acontecendo no planeta Terra atualmente? Como você pode observar em livros, revistas, jornais e pela TV, a população do planeta está crescendo cada vez mais, mas o espaço disponível e recursos ambientais não estão aumentando, pelo menos não no mesmo ritmo.
http://www.sxc.hu/photo/627373 Sanja Gjenero
O resultado deste desencontro é denominado “crise ambiental”, que é o resultado de consumidores cada vez mais numerosos para recursos cada vez mais escassos.
Compras - http://www.sxc.hu/photo/512327 Sanja Gjenero Gota – http://www.sxc.hu/photo/762817 Carlos Paes Lixo - http://www.sxc.hu/photo/348615 Jeinny Solis S
Para você ter uma ideia, de acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), em 2009, a população mundial era de cerca de 6,8 bilhões de habitantes. Para o início de 2012, a previsão era de 7 bilhões de pessoas e, fazendo uma estimativa para 2050, a ONU prevê que ultrapassará os 9 bilhões de habitantes.
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Meio Ambiente e Turismo ATIVIDADE 1 (atende ao objetivo 1) Já parou para observar o seu lixo de casa? Se ainda não fez isso, agora é o momento: a) Veja em uma semana quantos sacos de lixo sua casa produz. b) Divida esse valor pelo número de pessoas que vivem com você. Esse valor se aproximará da quantidade de lixo que você produz. c) Multiplique esse valor pelo número de pessoas da sua cidade e, depois, pela população do seu país. Isso dará uma pequena ideia do impacto que causamos ao planeta, até mesmo porque uns produzem mais ou menos lixo que você. d) Caracterize o tipo de lixo que você produz. Ele tem mais papel do que plástico? Tem alumínio? Tente verificar o que mais aparece no lixo desses itens. Agora veja o tempo que cada um desses materiais demora para degradar: Material
Tempo de degradação
Aço
Mais de 100 anos
Alumínio
200 a 500 anos
Cerâmica
indeterminado
Embalagens PET
Mais de 100 anos
Filtros de cigarro
5 anos
Papelão e papel
Cerca de 6 meses
Plástico (embalagens, equipamentos)
Até 450 anos
Pneus
indeterminado
Sacos e sacolas plásticas
Mais de 100 anos
Vidros
indeterminado Fonte: Compilação realizada de vários autores
• Teoria Malthusiana Da observação do crescimento populacional nos Estados Unidos e na Europa entre 1650 e 1850, o demógrafo inglês Thomas Malthus desenvolveu a chamada Teoria Populacional Malthusiana. Nesse período, a população cresceu em dobro, devido a: - aumento da produção de alimentos; - melhorias das condições de vida nas cidades; - aperfeiçoamento do combate às doenças; - melhorias no saneamento básico. Além disso, os benefícios obtidos com a Revolução Industrial fizeram com que a taxa de mortalidade declinasse, ampliando, assim, o crescimento natural.
Figura 1.1: Thomas Malthus foi economista, estatístico e demógrafo e desenvolveu a chamada “Teoria Populacional Malthusiana” Fonte: http://en.wikipedia.org/wiki/File:Thomas_Malthus.jpg.
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Meio Ambiente e Turismo Preocupado com esta situação, Malthus publicou, em 1798, suas ideias para alertar sobre a importância do controle da natalidade. Segundo ele, o crescimento demográfico excedia a capacidade da terra de produzir alimentos. O demógrafo afirmou que o crescimento populacional funcionava conforme uma progressão geométrica (1<2<4<8<16<32<64<128...), ao passo que a produção de alimentos só poderia crescer em forma de progressão aritmética (1<3<5<7<9<13<15...). Progressão Aritmética: Sucessão numérica em que a diferença entre dois termos consecutivos é constante. Progressão Geométrica: Sucessão numérica em que o quociente entre dois termos consecutivos é constante.
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Segundo Malthus, se não ocorrerem guerras, epidemias, desastres naturais (inundações, furacões, erupções vulcânicas, terremotos) etc., a população tenderia a duplicar a cada 25 anos. Por outro lado, a produção de alimentos (agricultura) teria certo limite de produção, por depender de um fator fixo: a própria extensão territorial dos continentes. Para Malthus, resultado disso seria a fome, a miséria, a disseminação de doenças e a disputa por alimentos. Diante desses dados, o pesquisador concluiu que haveria, inevitavelmente, pressão da população (ou pressão demográfica) sobre os meios de subsistência, havendo, portanto, necessidade de controle de natalidade.
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Entretanto, essas previsões não se concretizaram. Atualmente, é possível verificar que a população do planeta não duplicou a cada 25 anos e que a produção de alimentos foi acelerada devido ao desenvolvimento tecnológico. A produtividade agrícola vem só aumentando ao longo das décadas.
O erro da teoria de Malthusiana se deve: - às limitações da época para coleta de dados. - à observação do comportamento demográfico de uma região com população predominantemente rural, considerando-as válidas para todo o planeta. E sem levar em conta os possíveis avanços tecnológicos aplicados à agricultura e à urbanização.
O que se pode perceber, atualmente, é que fome que atinge mais da metade da população mundial é resultado da má distribuição da renda, e não da carência na produção de alimentos. • Neomalthusianismo A partir de 1950, houve no planeta a segunda aceleração do crescimento populacional, particularmente nos países subdesenvolvidos. Nesse período, houve o surgimento de novos países independentes africanos e asiáticos e diversas conquistas na área da saúde (produção de antibióticos e de vacinas contra uma série de doenças). Além disso, grandes laboratórios farmacêuticos se instalaram nos países subdesenvolvidos, o que tornou os remédios mais acessíveis e baratos. Junto a isso ocorreu a Revolução Médico-sanitária (melhorias na higiene social e sistemas de saúde). Devido a essa revolução na saúde:
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Meio Ambiente e Turismo - houve uma acentuada redução nas taxas de mortalidade, principalmente a infantil, e - as altas taxas de natalidade foram mantidas. O resultado disso foi um grande crescimento populacional, conhecido como “explosão demográfica” (com apogeu na década de 1960). Voltaram, então, a surgir estudos baseados nas ideias de Malthus, dando origem a teorias denominadas “neomalthusianas”.
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Os teóricos explicavam o subdesenvolvimento e a pobreza pelo crescimento populacional. E que isso provocaria a elevação dos gastos governamentais com os serviços de educação e saúde.
Segundo eles, essa situação: - comprometeria a realização de investimentos nos setores produtivos e - dificultaria o desenvolvimento econômico. Para eles, além ser um obstáculo ao desenvolvimento, uma população numerosa levaria também ao esgotamento dos recursos naturais, ao desemprego e à pobreza. A solução proposta por estudiosos dessa corrente foi o planejamento familiar, o qual seria feito com o apoio de entidades públicas e privadas. O incentivo viria também das indústrias farmacêuticas, da classe médica e dos meios de comunicação.
ATIVIDADE 2 (atende ao objetivo 1) Identifique se as afirmativas são verdadeiras (V) ou falsas (F): a) ( ) A crise ambiental consiste na melhoria das condições dos seres humanos. b) ( ) O incremento (aumento) populacional acarreta uma maior demanda por recursos ambientais. c) ( ) Pode-se aplicar o conceito de população como sendo um conjunto de indivíduos da mesma espécie que vive numa mesma região. d) ( ) Podemos concluir que existe, atualmente, uma preocupação generalizada em promover medidas que paralisem o incremento populacional. e) ( ) De acordo com a Teoria Mathusiana, a disponibilidade de recursos naturais cresce exponencialmente, ao passo que a população aumenta aritmeticamente.
3. RECURSOS AMBIENTAIS Para o ser humano, o recurso ambiental serve para a sobrevivência, ou seja, para atender às necessidades e aos desejos. Dessa forma, esses recursos consistem em alimentos, água, abrigo, produtos manufaturados, transporte, comunicação e lazer. Os recursos ambientais são divididos em dois grupos: - Recursos renováveis e - Recursos não-renováveis. 3.1 Recursos Renováveis Renováveis são os recursos que podem ser repostos pelo meio ambiente em uma
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Meio Ambiente e Turismo escala de tempo humana. Eles são repostos por meio de processos naturais, desde que não sejam mais rapidamente consumidos que repostos. Escala de tempo humana: escala de tempo que pode ser considerada razoável em relação ao tempo que dura uma vida humana, ou seja, de 60 a 90 anos.
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Nesse grupo estão: florestas, campos, animais selvagens, água doce, ar limpo e solo fértil. Se esses recursos forem usados em ritmo maior do que a capacidade de regeneração, podem ser degradados ou, até mesmo, exauridos (esgotados).
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Chamamos de produção sustentável a taxa mais elevada em que um recurso renovável pode ser usado, sem reduzir sua reserva disponível no mundo ou em uma região específica. O contrário da produção sustentável é a degradação ambiental. Consiste na redução ou destruição de um recurso potencialmente renovável, utilizando mais rapidamente do que é reposto pela natureza. Se tal uso continua, o recurso se torna, então, não renovável (em uma escala de tempo humana) ou não existente (extinto).
Um exemplo de degradação e transformação de um recurso renovável em não renovável pode ser um campo de pastagem de uso coletivo. O capim, como você já sabe, é um recurso renovável. Entretanto, os fazendeiros, visando ao aumento dos lucros imediatos, colocam o número máximo de cabeças de gado num pasto (que, nesse exemplo, é uso comum a vários fazendeiros). O resultado disso é a exaustão do capim deste pasto, por ter sido usado em nível superior à capacidade de reposição pelo meio ambiente. Outra consequência é a degradação do solo (que também é um recurso renovável), devido ao excesso de pisoteio pelo gado, o que causa a compactação. 3.2 Recursos não Renováveis Os recursos são chamados não renováveis quando têm quantidade ou estoque fixo na crosta terrestre. Eles podem ser renovados por processos geológicos em uma escala de tempo de milhões a bilhões de anos, ou seja, não em uma escala de tempo humana. Podem ser esgotados muito mais rapidamente do que são formados.
Os recursos classificados como não renováveis são: - Energéticos: carvão, petróleo e gás natural, dentre outros, que não podem ser reciclados. - Minerais metálicos: ferro, cobre, alumínio etc, que podem ser reciclados. - Minerais não metálicos: sal, argila, areia, fosfatos, dentre outros, que são muito difíceis ou muito caros para serem reciclados.
Mesmo que esses recursos não sejam esgotados por completo, eles podem se tornar economicamente exauridos, ou seja, sua extração torna-se inviável financeiramente,
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Meio Ambiente e Turismo devido a baixos teores disponíveis no ambiente.
ATIVIDADE 3 (atende ao objetivo 2) Relacione a primeira coluna de acordo com a segunda: 1 – Recursos Renováveis 2 – Recursos Não-renováveis A. ( ) ar, água, energia solar, vento. B. ( ) combustíveis fósseis, gasolina, diesel e demais derivados do petróleo. C. ( ) biomassa, ciclo da água, energia eólica. D. ( ) fósforo, cálcio, urânio, pedras preciosas.
4. POLUIÇÃO E CONTAMINAÇÃO Quando se retira de um produto a(s) substância(s) de interesse e o que resta não pode ser aproveitado, chamamos de resíduo. Se o resíduo – seja matéria ou energia – é liberado ou lançado em quantidade ou intensidade que torne o meio ambiente impróprio às formas de vida que ele abriga, ou que prejudique seus usos, passa a haver um caso de poluição. • Definição legal de poluição: Segundo a Lei 6.938, de 31 de agosto de 1981, da Política Nacional de Meio Ambiente (PNMA), a poluição é a “degradação da qualidade ambiental resultante de atividade que direta ou indiretamente: 1. prejudique a saúde, a segurança e o bem estar da população 2. crie condições adversas às atividades sociais e econômicas; 3. afete desfavoravelmente a biota (conjunto de seres vivos que vivem em uma região); 4. afete as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente; 5. lance matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais estabelecidos.” Este esquema resume bem a dinâmica “atividades humanas x sistema natural”: Ar, água, água, Ar, alimentos, matéria-prima, alimentos, energia
SISTEMA ANTRÓPICO
Atividades humanas
matéria-prima, energia Utiliza, modifica Reage
Resíduos sólidos, líquidos gasosos, e energia
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SISTEMA NATURAL
Meio físico: ar, água, solo
Meio biológico: flora e fauna
Meio Ambiente e Turismo A poluição pode atingir as modalidades: do solo, da água, do ar, sonora, térmica (ligada à temperatura), visual e estética. Um ambiente poluído pode trazer como consequências: - prejuízos à saúde humana (transmissão de doenças); - danos à flora; - danos à fauna; - prejuízos materiais; - prejuízos às atividades sociais, econômicas e culturais; - desfiguração da paisagem; - desvalorização de áreas.
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A contaminação, por sua vez, está ligada à poluição, mas apresenta outra definição. Um ambiente é considerado contaminado quando seu estado de poluição pode provocar danos aos seres vivos ou ocasionar efeitos deletérios à vida; ou seja, nem sempre a poluição significa risco de transmissão de doenças.
ATIVIDADE 4 (atende ao objetivo 3) Complete as lacunas: a) Resíduo é um produto que não pode ser _________________ novamente. b) Considera-se que um ambiente está __________________ quando nele há resíduos em quantidade ou intensidade que o torne ___________________ às formas de vida que ele abriga, ou que prejudique seus usos. c) A diferença entre ___________________ e __________________ está no fato de que a primeira implica em riscos de transmissão de doenças e, a segunda, consiste na alteração das condições naturais do meio
5. POR FIM... Com esta nossa primeira aula da disciplina de Meio Ambiente, você já pode perceber o contexto da crise ambiental atual e como o sistema humano interfere no sistema natural. E é para entendermos bem o funcionamento do meio ambiente que, daqui para frente, as aulas ajudarão você a entender como se processam as variáveis ambientais. Na disciplina de Meio Ambiente, o técnico em Turismo aprenderá a realizar seu trabalho de forma a praticar a conservação ambiental. Na próxima aula, vamos estudar Ecologia, para entender melhor o funcionamento de cada componente do meio ambiente.
RESPOSTAS DAS ATIVIDADES - Atividade 1 Apesar de as respostas para esta atividade serem pessoais, pode-se fazer uma estimativa
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Meio Ambiente e Turismo conforme a produção de resíduos (lixo) pela população brasileira. 1) Normalmente, no Brasil, são produzidos 0,5 a 2,0 kg de resíduo (lixo) por habitante por dia. Veja se a quantidade que você encontrou na questão “b” se enquadra nesse valor. Se a resposta for sim, quer dizer que você está na média da população brasileira quanto à produção de lixo doméstico. 2) A população brasileira é, segundo dados do IBGE de julho de 2009, de cerca de 191,5 milhões de habitantes. - Atividade 2 A (F); B (V); C (V); D (F); E (F) - Atividade 3 A (1); B (2); C (1); D (2) - Atividade 4 a) utilizado b) poluído, impróprio c) Controle de Saída da Poluição d) Contaminação, poluição e) prevenção, Controle de Entrada da Poluição
BIBLIOGRAFIA BRAGA, B. et al. Introdução à Engenhara Ambiental. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2ª ed., 2013. MILLER, G. T. Ciência Ambiental. São Paulo: Cengage Learning, ed. 14, 2015. MOTA, S. Introdução à Engenharia Ambiental. Rio de Janeiro: ABES, ed. 5, 2012. SILVA, W. L. A. Teoria de Malthus. Disponível em <http://www.geomundo.com.br/geografia-30186.htm>, acessado em 6 de dezembro de 2012.
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FUNDAMENTOS DE ECOLOGIA – PARTE 1
Meta Apresentar os principais fundamentos de Ecologia que servirão de base para o entendimento dos problemas relativos à degradação ambiental e para a gestão ambiental. Objetivos Ao final deste capítulo, o aluno será capaz de: 1. Distinguir os principais componentes de um ecossistema e suas interações; 2. Diferenciar os principais tipos de ecossistemas.
1. O SISTEMA DA VIDA Você faz ideia de como acontecem as interações entre os seres vivos? E qual a importância desta interação para que a vida seja estabelecida?
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Sistema, portanto, é um conjunto de elementos diferentes com atributos e funções especiais que interagem entre si e com o ambiente externo, de forma organizada (seja por meio de meios naturais ou artificiais).
Figura 2.1: O sistema solar é formado por corpos astronômicos que se relacionam pela força da gravidade Fonte: Caltiva
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Meio Ambiente e Turismo Os sistemas que interagem entre si e garantem a viabilidade da vida, seja de seres humanos, animais, plantas, fungos, bactérias ou vírus, chamam-se ecossistemas. E são eles, os ecossistemas, que vamos estudar nesta aula buscando entender o meio ambiente como um todo e, consequentemente, perceber os impactos ambientais e as respectivas formas de recuperação ambiental. Além disso, estudaremos também os biomas, para que, como técnico em Hospedagem, você conheça sua distribuição espacial e temporal, procurando entender as interações entre clima, relevo, solo, organismos, vegetação, entre outros, na configuração da paisagem. Os ecossistemas e os outros conceitos que você verá nesta aula fazem parte do estudo da Ecologia. Ecologia: Deriva do grego: “eco” (oikos) significa “casa”, e “logia” (logos) “estudo de”.
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A ecologia é o ramo da ciência que estuda: • as interações e as relações entre organismos e seu ambiente; • os bens e serviços prestados pelos ecossistemas naturais, inclusive a integração desses serviços não comerciais com o mercado econômico.
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SAIBA MAIS! O estudo da ecologia apresenta várias ramificações. Dentre elas: - Ecologia Aplicada: aplicação das teorias, dos princípios e dos conceitos na gestão de recursos. - Ecologia Comportamental: ramo que enfoca o comportamento dos organismos em seu habitat natural. - Ecologia da Paisagem: aborda o desenvolvimento e a dinâmica da heterogeneidade espacial, bem como as influências da heterogeneidade espacial sobre os processos bióticos e abióticos entre os ecossistemas e o gerenciamento da heterogeneidade na escala da paisagem. - Ecologia da Restauração: trata da restauração de um local onde havia comunidade ou ecossistema que foi perturbado para condições existentes antes da perturbação. - Ecologia de populações: estudo da interação de uma população ou espécie em particular com seu ambiente. - Ecologia de sistemas: foco na Teoria Geral dos Sistemas e sua aplicação. - Ecologia evolutiva: enfoca a seleção natural e as mudanças nas frequências gênicas em uma população ao longo do tempo. - Ecologia fisiológica: aborda as funções fisiológicas dos organismos em interação com o seu ambiente. - Ecologia humana: estudo do impacto da humanidade sobre os sistemas naturais e a sua integração com o seu ambiente. Biótico: refere-se aos componentes vivos do ecossistema. Abiótico: componentes não vivos de um ecossistema, como água, ar, luz e nutrientes. Comunidade: conjunto de todas as populações de diferentes espécies de vegetais, animais e microrganismos vivendo e interagindo em determinada área. Frequências gênicas: proporção de um determinado tipo de (gen) alelo em relação ao conjunto de alelos do locus (posição no cromossomo) em questão.
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2. ECOSSISTEMAS Os ecossistemas (ou sistemas ecológicos) constituem a unidade básica no estudo da Ecologia. Neles, os seres vivos interagem entre si e com o meio natural de maneira compensatória, buscando um equilíbrio dinâmico; ou seja, relacionam-se de forma a produzir um balanceamento no meio, o que pode variar no tempo ou espaço.
Figura 2.2: Uma planta pode constituir-se em um ecossistema, na medida em que ocorra uma interação entre os seres vivos e o meio natural Astoreth1’s. Disponível em: http://www.sxc.hu/photo/1218462
Figura 2.3: No infográfico está representado um lago e alguns dos seres vivos que nele habitam. Na época das chuvas, há um crescimento no número de anfíbios (sapos, rãs e pererecas), o que acarreta também aumento da população de seus predadores. Esse aumento de ambas as populações não é ilimitado, pois tende a um equilíbrio devido à relação que estabelecem entre si (presa/predador) e às variações climáticas, que modificam o ambiente. Assim, na seca, a população de anfíbios tende a escassear, tal qual a população de cobras (predadores).
O ecossistema é, pois, um sistema equilibrado e autossuficiente que apresenta, em
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Meio Ambiente e Turismo toda sua extensão, características praticamente invariáveis, como: • topográficas (relativas ao relevo); • climáticas (relativas ao clima); • pedológicas (relativas ao solo); • botânicas (relativas à vegetação); • zoológicas (relativas aos animais); • hidrológicas (relativas à água); • geoquímicas (composição química do espaço). Considerando as características presentes em um ecossistema, podemos depreender que ele é composto por elementos abióticos (matéria inorgânica – ou sem vida, como água, ar, solo) e bióticos (seres vivos, ou seja, fauna e flora).
Figura 2.4: No infográfico, está representada a riqueza de Interações ecológicas entre os componentes bióticos e abióticos nos ecossistemas aquático e terrestre. O sol é fonte de calor e energia. No chão, o material orgânico depositado (folhas, frutos, frutas, etc.) se decompõe com a ajuda de fungos, bactérias e minhocas, entre outros. As raízes das plantas absorvem os nutrientes do solo, ao mesmo tempo em que suas copas e folhas oferecem abrigo e alimento para mamíferos, aves e outros animais, que podem utilizar o refúgio como local para reprodução.
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Em um ecossistema, cada espécie possui seu habitat e seu nicho ecológico. O habitat é o local onde um organismo ou uma população de organismos vivem. Estabelecendo uma comparação, podemos dizer que é o endereço de uma espécie ou indivíduo. Já o nicho ecológico representa o modo de vida ou o papel de determinada espécie em um ecossistema. O nicho inclui todas as condições físicas, químicas e biológicas que uma espécie precisa para viver e se reproduzir em um ecossistema. Assim, podemos dizer que o nicho seria a “profissão” da espécie ou indivíduo.
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Figura 2.5: Cada espécie tem seu próprio habitat e seu nicho ecológico, ou seja, tem um “endereço” e uma “profissão”
Em um ecossistema equilibrado, cada espécie possui um nicho diferente dos nichos de outras espécies. Caso contrário, haveria competição entre espécies que ocupam o mesmo nicho.
Competição: ocorre quando dois ou mais organismos individuais de uma única espécie (competição intraespecífica) ou dois ou mais indivíduos de espécies diferentes (competição interespecífica) disputam os mesmos recursos no mesmo ecossistema.
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O desenvolvimento de um ecossistema desde a fase inicial até a obtenção de estabilidade e equilíbrio entre seus componentes é denominado “sucessão ecológica”. A sucessão é um processo que envolve alterações na composição das espécies ao longo do tempo, levando sempre à maior diversidade. A primeira comunidade que se instala em um ecossistema é denominada pioneira e a última comunidade da sucessão é denominada clímax. Quando a sucessão ecológica se inicia em uma região que nunca foi ocupada por outra comunidade, ela é conhecida como primária. Por sua vez, quando a sucessão se inicia em uma área já anteriormente povoada e cuja comunidade tenha sido quase extinta (em uma Área Florestal Degradada, por exemplo), é denominada sucessão secundária. Ela é processada mais rápido que a anterior, pois alguns organismos ou mesmo sementes da povoação anterior permanecem no local.
Figura 2.6: Veja os cinco estágios da sucessão ecológica, onde inicialmente a chuva e o vento desintegram a rocha, permitindo que espécies pioneiras como liquens instalam-se e modificam a rocha, iniciando a formação do solo. A partir daí, plantas começam a se instalar, aumentando a espessura do solo. A etapa seguinte é o estabelecimento da comunidade clímax.
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Meio Ambiente e Turismo ATIVIDADE 1 (atende ao objetivo 1) - Relacione a segunda coluna de acordo com a primeira. ( ) Estágio final da sucessão ecológica. ( ) É qualquer unidade onde os organismos vivos (bióticos) (1) Ecossistema e seu ambiente não vivo (abiótico) estão inter-relacionados e interagem uns com os outros. (2) Comunidade clímax ( ) Processo de mudança e desenvolvimento no qual estágios sucessionais são substituídos por estágios subsequen(3) Habitat tes, até que se estabeleça uma comunidade clímax. ( ) É o lugar onde um organismo vive. Total de características (4) Sucessão Ecológica ecológicas do lugar específico habitado por um organismo ou população. (5) Nicho Ecológico ( ) Pequena habitação ecológica onde ocorrem as relações entre os seres vivos e o meio ambiente em que vivem.
3. BIOMAS Os biomas consistem em regiões habitadas por certas espécies, sobretudo de vegetais. Entre os exemplos estão os diversos tipos de desertos, campos e florestas. A variação do clima, a distribuição de nutrientes, a topografia e outros fatores ambientais fazem com que a superfície terrestre apresente em toda sua extensão uma grande diversidade de habitats e condições ambientais. Por isso, as comunidades desenvolvem mecanismos de adaptação ao meio para sobreviver e reproduzir. Assim, regiões de condições diferentes apresentam espécies distintas. Diante disso, é possível dividir o planeta Terra em regiões de grande extensão onde há a predominância de determinadas populações.
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SAIBA MAIS! O termo hierarquia significa “uma disposição resultando em uma série classificada, que indica suas subordinações com relação à herança”. Na Ecologia, a complexidade dos sistemas se apresenta como mostrado nesta figura, ou seja, da espécie (ou indivíduo) até a Biosfera, também chamada de Ecosfera. A Biosfera é um sistema biológico amplo e próximo da autossuficiência, que inclui onde estão inseridos todos os organismos vivos da Terra. E onde há vida há interação entre componentes bióticos e abióticos.
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3.1 Ecossistemas terrestres Os principais ecossistemas terrestres são: florestas, campos, desertos e tundras. Vamos conhecer cada um deles? Começaremos pelas Florestas. 3.1.1. Florestas São grandes áreas cobertas por densa vegetação composta, principalmente, por árvores de grande porte e arbustos. Em uma floresta, podemos encontrar variados tipos de vegetação, desde plantas herbáceas até árvores, que se adaptam às várias condições de solo e umidade. Em função de suas características e de seus aspectos, são distinguidos três tipos de florestas: tropicais, temperadas e coníferas (pinheiros). • Florestas Tropicais: ocorrem em regiões isoladas, sempre em baixas altitudes e próximas ao Equador, onde o clima é muito úmido e quente. Sua precipitação se mantém elevada e praticamente invariável ao longo do ano (ou seja, chove muito) e não há distinção entre verão e inverno. A vegetação florestal é composta por árvores de grande porte e densa folhagem, o que explica a pequena quantidade de espécies arbustivas e herbáceas. A fauna desses biomas é rica em mamíferos, insetos, aves, roedores, etc. A variedade de espécies, tanto animais como vegetais, atinge seu ápice nas florestas tropicais. Exemplos desse tipo de bioma são as bacias do rio Amazonas, do Congo e de Níger, que apresentam estrutura ecológica semelhante, embora as espécies que as ocupam sejam diferentes.
Figura 2.7: As florestas tropicais são as florestas que apresentam a maior diversidade de espécies animais e vegetais do planeta. Paula FJ (http://www.flickr.com/photos/fjota/2576931601); Dan Meyer (http://www.sxc.hu/photo/291385)
• Florestas Temperadas: ocorrem, como o próprio nome diz, em regiões de clima temperado. Nessas áreas, as quatro estações do ano são bem marcadas e uniformes (Europa e América do Norte). A precipitação (índice de chuvas) é abundante e se distribui praticamente por igual ao longo do ano. A característica mais marcante desse ecossistema é a flora, dominada por árvores de folhas largas, que caem no inverno, como adaptação às condições climáticas do meio. A vegetação é mais baixa (há muitos arbustos), bem desenvolvida e diversificada.
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Figura 2.8: A Floresta Temperada é rica em arbustos e tem uma fauna bem diversificada, da qual o esquilo faz parte Nicholas T.; Noel Portugal (http://www.flickr.com/photos/nicholas_t/3711662174/)
• Florestas de Coníferas: também denominadas “Taiga”, estão situadas em regiões de inverno muito rigoroso e prolongado (Alasca e Canadá, por exemplo). Elas se caracterizam por uma vegetação pouco diversificada, com predominância dos pinheiros e outras coníferas, que são árvores permanentemente verdes e com folhas afiadas em forma de agulha, resistentes à neve. A fauna também é pouco diversificada, predominando alces, lebres do ártico, lobos, veados, raposas, esquilos, etc.
Figura 2.9: A vegetação da floresta de coníferas é pouco diversificada (predominam pinheiros), tendo, portanto, baixa diversidade biológica. As folhas são pontudas e resistentes à neve Colin Hughes; Roger Griffith (http://www.sxc.hu/photo/1221845)
• Campos: são ecossistemas terrestres, nos quais predomina a vegetação herbácea, geralmente rasteira. Eles se dividem em dois tipos principais: Estepe e Savana.
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A Estepe é caracterizada pelo domínio das gramíneas, que se estendem por grandes planícies, enquanto, na savana, a vegetação inclui também arbustos e
Meio Ambiente e Turismo pequenas árvores, além de gramíneas.
Figura 2.10: Como exemplo de Estepe, há as pradarias norte-americanas e os pampas argentinos ou o Sul do Brasil. Acima vemos os pampas sul-americanos Fonte: Tim & Annette (http://www.sxc.hu/photo/154933)
Nas Estepes, encontram-se animais herbívoros (bisão, antílope e vários roedores), e carnívoros (raposa, cobras, lobo, aves de rapina, coiote), além de vários insetos.
Figura 2.11: Apesar da dieta baseada em plantas, o bisão é um animal imponente Thejourney1972
As Savanas aparecem na África, na Ásia, na Austrália e na América do Sul. Apreesentam vegetação de clima tropical, adaptada às variações de clima - ocorre uma estação chuvosa e outra seca. Um exemplo de Savana são os Cerrados, situados no Centro-Oeste do Brasil. A fauna das Savanas compreende um grande número de herbívoros de grande porte (girafa, zebra, capivara etc.), grandes carnívoros (leão, leopardo, etc.) e uma ampla variedade de invertebrados (formiga, gafanhoto, cupim, etc.).
Figura 2.12: (1) Nas Savanas, predominam pequenos arbustos. Elas são encontradas no continente africano. (2) Nas Estepes, há predominância natural de gramíneas, o que as deixa parecidas com pastagens. Esse bioma pode ser encontrado na região Sul do Brasil (campos sulinos) e nas pradarias norte-americanas Tim & Annette; Cdpayne’s
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Meio Ambiente e Turismo • Desertos: regiões áridas (clima seco) de vegetação rara e espaçada, onde predomina o solo nu. Ocorrem em regiões de baixa precipitação, ou em locais com maior precipitação, porém mal distribuída ao longo do ano e sempre com altas taxas da evaporação. A reduzida precipitação decorre do fato de o ecossistema se localizar em áreas de alta pressão, onde se originam os ventos, o que impede a chegada da umidade proveniente dos oceanos. Outra causa da ocorrência de pouca chuva é sua localização, atrás de altas cadeias montanhosas litorâneas, as quais barram os ventos úmidos, ou em altitudes muito elevadas. Tais regiões apresentam temperaturas altas durante o dia e baixas à noite. A vegetação é formada por pequenos arbustos que desaparecem ou perdem as folhas durante os períodos secos ou plantas com folhas na forma de espinho, tipo cactos, com capacidade de armazenar água nos tecidos dos seus caules. Os desertos se caracterizam, ainda, pela existência de poucos animais, geralmente de hábitos noturnos, destacando-se: roedores, escorpiões, lagartos, alguns répteis e aves corredeiras.
Figura 2.13: Os desertos são regiões muito áridas, onde chove pouco e há pouca diversidade de vegetação Vinicius Casagrande (http://www.sxc.hu/photo/1254620)
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SAIBA MAIS! A ação humana tem contribuído para a ampliação dos desertos, principalmente devido ao desmatamento em regiões áridas e semiáridas, como ocorre no Nordeste Brasileiro. Algumas áreas da Caatinga estão em processo de desertificação devido à sua incorreta utilização. A degradação e a desertificação incidem sobre 33% da superfície da Terra, onde vivem cerca de 2,6 bilhões de pessoas, ou seja, 42% da população total. No Brasil, as áreas semiáridas do Nordeste ficaram em evidência devido à ocorrência de secas e à relativa escassez de recursos naturais, pressões ambientais que intensificam o processo de desertificação. Além disso, por se tratar de espaço densamente povoado, nota-se também elevado grau de pobreza. As secas e a desertificação têm afetado no todo ou em parte os estados do Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia e Minas Gerais. Disponível em: http://www.mma.gov.br/gestao-territorial/combate-a-desertificacao
3.2. Ecossistemas aquáticos Podem ser divididos, de forma geral, em dois tipos: os de água doce (rios, lagos e lagoas) e os de água salgada (mar e oceano).
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Meio Ambiente e Turismo A salinidade da água é um fator de grande importância na distribuição dos seres aquáticos, uma vez que algumas espécies são estritamente marinhas e outras estritamente de água doce.
Figura 2.14: Os ecossistemas aquáticos são divididos em de acordo com a salinidade da água Betty George (http://www.sxc.hu/photo/1225044); Carlos Sarasola Orio (http://www.sxc.hu/photo/1248217)
Os seres aquáticos são divididos em três categorias principais: • Plâncton: são organismos que vivem em suspensão na água, sem meios de locomoção própria, que acompanham as correntes aquáticas. São divididos em: fitoplânctons (algas), responsáveis pela produção primária, e zooplânctons (grande variedade de protozoários, microcrustáceos, medusas e larvas de diversos animais). Produção primária: atividade dos organismos que usam a energia solar (vegetais verde, ou seja, fotossintetizantes) ou química (algumas bactérias, conhecidas como quimiossintetizantes) para fabricar os compostos orgânicos de que precisam, como nutrientes, utilizando compostos inorgânicos simples obtidos de seu ambiente.
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• Benton: são organismos que vivem submersos, em contato com o substrato, e podem ser fixos ou móveis. Destacam-se as algas multicelulares, os mexilhões, as estrelas do mar, os crustáceos, etc. • Nécton: são organismos providos de meio de locomoção própria, como os peixes, moluscos (polvo e lula), mamíferos aquáticos (baleia, golfinho e foca), etc. Em termos de macrovegetação, um lago ou rio pode conter macrófitas flutuantes, macrófitas emergentes (que crescem junto à margem) e a mata ciliar (que ocupa as margens). Macrófitas: são vegetais visíveis a olho nu, cujas partes fotossintetizantes ativas estão permanentemente ou por diversos meses do ano, total ou parcialmente submersos em água doce ou salobra (de salinidade inferior à das águas oceânicas) ou ainda flutuantes.
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Figura 2.15: A estrela do mar é encontrada em ambientes aquáticos marinhos, ou seja, de água salgada Flavia Sereia
3.2.1. Ecossistemas de água doce São divididos em dois grupos: os lênticos, ou de água águas paradas, como por exemplo, os lagos e os pântanos, e os lóticos, ou de águas correntes, como rios, as nascentes e as corredeiras. Os principais componentes bióticos dos ecossistemas de água doce são algas (o principal grupo de produtores), moluscos, insetos aquáticos, crustáceos e peixes (os principais consumidores), além das bactérias e fungos, encarregados da decomposição da matéria orgânica. Um ecossistema de água doce tem muitas de suas características dependentes dos ambientes adjacentes (solo e vegetação) e das águas que lhes são afluentes. Assim, a unidade ecológica a ser considerada é o rio ou o lago mais a bacia de drenagem, constituindo o que se denomina bacia hidrográfica. Produtores: Organismos que usam energia solar (vegetais verdes) ou química (algumas bactérias) para fabricar compostos orgânicos de que precisam, como nutrientes, utilizando compostos inorgânicos simples obtidos de seu ambiente. Consumidores: Organismos que podem sintetizar os nutrientes orgânicos de que precisam e os obtêm alimentando-se de tecidos dos produtores ou de outros consumidores. Podem ser divididos em consumidores primários (herbívoros), secundários (carnívoros), terciários (de nível mais alto), onívoros (animais que possuem alimentação sem restrição, podendo consumir Decomposição: Atividade dos organismos (diversas bactérias e fungos) que digerem material orgânico (resíduos vegetais ou animais), transformando-o em compostos inorgânicos mais simples, absorvendo, então, os nutrientes solúveis. Afluentes: Curso de água que deságua em outro curso de água considerado principal, ou em um lago, contribuindo para aumentar o volume de água. Bacia de drenagem: Área de terra que leva água, sedimento e substâncias dissolvidas de pequenos cursos de água para um grande curso (rio ou lago).
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Note que uma bacia hidrográfica tem toda a área de captação natural da água da chuva que escoa superficialmente para um corpo de água (rio ou lago). Os limites da bacia hidrográfica são definidos pelo relevo, considerando-se como divisores de águas as áreas mais elevadas.
• Lagos e Lagoas Os lagos e as lagoas se originaram em períodos de intensa atividade vulcânica e tectônica e, por isso, apresentam distribuição na superfície terrestre, conforme as regiões onde
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Meio Ambiente e Turismo tais atividades mais ocorreram (Europa, Canadá e Estados Unidos, por exemplo). São também numerosos em regiões que sofreram recente elevação, emergindo do fundo do mar e em regiões sujeitas às atividades vulcânicas.
Figura 2.16: O Lago Nahuel Huapi se localiza em Bariloche, Argentina. A quantidade de água de um lago é variável e pode ser proveniente de um curso d’água (rios glaciares ou geleiras) ou de chuvas Matias Mehdi
A produtividade de um lago depende de sua idade geológica, de sua profundidade e do recebimento de nutrientes do exterior. Quanto a esse parâmetro, os lagos podem ter duas classificações: • Lagos oligotróficos: são os que têm baixa produtividade e que, em geral, são profundos e geologicamente jovens. A densidade do plâncton é baixa e, como a produtividade é baixa, o teor de oxigênio é elevado, sendo que as espécies que neles se desenvolvem requerem bastante quantidade deste gás. A decomposição se faz lentamente nesses ambientes. • Lagos eutróficos: são aqueles em que a vida aquática é abundante, com fauna e flora extremamente ricas. São corpos de água com elevada capacidade de depuração (purificação) de matéria orgânica em decomposição. • Rios
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Os cursos de água estão intimamente relacionados com o ambiente ao redor, dependendo dele para satisfazer a maior parte das necessidades de suprimento de energia de seus indivíduos. Isso porque os seus produtores não são suficientes para suprir a demanda de alimentos, o que classifica esses meios como “sistemas abertos”, ou seja, sistema que troca energia e massa com o exterior.
A temperatura das águas correntes acompanha a do meio externo, mas tem menor variação. Já as nascentes, apresentam temperatura praticamente constante ao longo do ano. As correntes possuem suprimento abundante de oxigênio devido a fatores como: agitação constante, ampla área de contato com o ar e pequena profundidade. E é por isto que as comunidades deste ecossistema são muito sensíveis à variação de da concentração de oxigênio dissolvido, como ocorre, por exemplo, em caso de poluição dos cursos de água.
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Figura 2.17: Os rios são ecossistemas aquáticos de água doce que se relacionam intimamente com os ecossistemas ao seu redor, de onde buscam suprimento de energia Domphotos (http://www.sxc.hu/photo/1255534)
ATIVIDADE 2 (atende ao objetivo 2) Diante das descrições de paisagens, informe qual é o ecossistema mais provável ao qual pertencem. 1. Fragmento florestal de diversidade vegetal, com árvores de folhas largas, mas com predominância de arbustos. Quanto à fauna, podemos encontrar esquilos, lobo, veado, urso, aves e insetos. De qual ecossistema se trata? ____________________________________ __________________________________________________________________________ 2. Faz muito calor. O solo é seco e está praticamente nu, havendo apenas pequenos arbustos sem folhas e alguns cactos. Quanto à fauna, é possível encontrar roedores, répteis, lagartos e aves corredeiras, mas sempre á noite. De que ecossistema estamos falando? __ __________________________________________________________________________ 3. Floresta densa, com árvores de grande porte e muita folhagem, onde o clima é quente e úmido. Há poucas espécies arbustivas e herbáceas, apesar de a variedade de flora e fauna ser imensa. É possível encontrar muitos mamíferos, insetos, aves e roedores. Em qual ecossistema podemos encontrar essa paisagem? _____________________________________ __________________________________________________________________________ 4. A paisagem é dominada por gramíneas, ocupando uma grande planície. É possível encontrar animais herbívoros como bisão, antílopes e roedores e carnívoros como raposa, lobo, coiote, cobra e aves de rapina, além de vários insetos. A que ecossistema esta paisagem pertence? _____________________________________________________________ __________________________________________________________________________ 5. Local onde o inverno é muito rigoroso e prolongado. Como vegetação, que, aliás, é pou-
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Meio Ambiente e Turismo co diversificada, predominam os pinheiros, mas há também gramíneas. Quanto aos animais, podemos encontrar lobos, raposas e esquilos. Que ecossistema é este? _________ __________________________________________________________________________ 6. Há predominância de vegetação rasteira, mas, há também alguns arbustos e outras árvores pequenas. Quanto aos animais, podemos encontrar girafas, zebras, capivaras, leões, leopardos e invertebrados, como formiga, gafanhoto e cupim. Esse ecossistema apresenta uma estação seca e outra chuvosa durante o ano. Que ecossistema é este? ___________ __________________________________________________________________________ 7. Neste ecossistema, predominam as algas, os moluscos, insetos aquáticos, crustáceos e peixes, além de bactérias e fungos. As características deste ambiente dependem muito da área adjacente. Sua classificação é baseada no movimento das águas. Que ecossistema é este? _____________________________________________________________________ __________________________________________________________________________
4. AGORA... Você já conhece os principais conceitos de Ecologia e também sabe distinguir as características dos ecossistemas terrestres e marinhos. Diante disso, está apto a perceber a importância de cada ecossistema, o que servirá de base para a percepção da degradação ambiental, bem como para desenvolver ações de gestão do ambiente. Daqui para frente, você estudará as intervenções humanas (impactos) que atuam alterando o ambiente. Assim, você pode atuar como um técnico em agropecuária consciente em relação à necessidade de utilizar os recursos ambientais de forma sustentável. Informações sobre o próximo capítulo No próximo capítulo, você aprenderá ainda mais sobre os ecossistemas. Veremos os biomas brasileiros e os ecossistemas marinhos BIBLIOGRAFIA BRAGA, B. et al. Introdução à Engenhara Ambiental. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2ª ed., 2013. MILLER, G. T. Ciência Ambiental. São Paulo: Cengage Learning, ed. 14, 2015. MOTA, S. Introdução à Engenharia Ambiental. Rio de Janeiro: ABES, ed. 5, 2012. ODUM, E. P; BARRETT, G. W. Fundamentos da Ecologia. Cengage Learning, 2007. Ricardo, B. ; CAMPANILI, M. Almanaque Brasil Socioambiental 2015, 2ª Ed. Instituto Socioambiental, 2014. RESPOSTAS DAS ATIVIDADES - Atividade 1: (2), (1), (4), (3), (5)
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Meio Ambiente e Turismo - Atividade 2: 1. Florestas Temperadas 2. Desertos 3. Florestas Tropicais 4. Campos / Estepes 5. Florestas de conĂferas ou Taiga 6. Campos/Savanas 7.Ecossistema de ĂĄgua doce.
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FUNDAMENTOS DE ECOLOGIA – PARTE 2
Meta Apresentar fundamentos de ecologia, bem como os ecossistemas brasileiros, abordando os problemas relativos à degradação ambiental e à gestão ambiental. Objetivos Ao final deste capítulo, o aluno será capaz de: 1. Distinguir os principais componentes de um ecossistema marinho 2. Diferenciar os biomas predominantes do Brasil 3. Identificar como ocorre a degradação dos biomas brasileiros
1. GRANDIOSO EM SUAS DIVERSIDADES E DESIGUALDADES País de grande dimensão continental, o Brasil tem uma das biodiversidades mais ricas do planeta, com 10% a 20% das espécies catalogadas até agora. Também é o país com o maior fluxo de água doce no mundo – cerca de 12% do total –, além de contar com uma zona costeira de milhões de metros quadrados.
Figura 3.1: Situado na América do Sul, o Brasil impressiona pelos números que apresenta, seja pela extensão de suas terras, pela vastidão de seu litoral, quantidade de rios, volume de água doce, ou pela variedade de paisagens e de expressão de formas de vida Fonte: Marcelo Terraza
No entanto, apesar dessa exuberância e riqueza, comandamos sua destruição desenfreada, colocando em risco as condições de vida e o futuro de nosso país. Analisaremos, nesta aula os ecossistemas marinhos, seus principais constituintes e particularidades. Por último, estudaremos os biomas predominantes no Brasil, ressaltando suas características e os processos de degradação ambiental.
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Meio Ambiente e Turismo 1.1. Ecossistemas marinhos Os mares e oceanos cobrem cerca de dois terços da superfície da Terra e, portanto, são o maior ambiente natural de que dispomos.
Figura 3.1: Os mares e oceanos correspondem à maior porção do ambiente natural da terra Marcelo Terraza
A distribuição dos seres vivos no ambiente marinho está condicionada a fatores como: • pressão, • temperatura da água, • nutrientes minerais e • iluminação. A iluminação varia conforme a profundidade, podendo-se distinguir três zonas: Zona eufótica – tem profundidade de 30 a 100m; é bem iluminada, sendo o local onde ocorre a fotossíntese. É densamente povoada por algas unicelulares e por diversos consumidores, inclusive a maioria dos cardumes. Cardumes: Substantivo coletivo utilizado para designar um grupo de peixes.
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Zona disfótica – tem profundidade de 100 a 200m; fracamente iluminada, havendo ausência de comprimento de luz vermelha, região fria. Nela, só ocorrem consumidores. Zona afótica – abaixo de 200m de profundidade, onde não se encontram produtores nem consumidores, mas detritívoros, carnívoros e decompositores. É uma região escura e muito fria. Zona litorânea – compreende as praias (ou costas baixas) e os costões rochosos (ou costas altas).
Figura 3.2: Exemplos de zonas litorâneas de praia e costão rochoso Fonte: Crystal Leigh Shearin; Liana Bitoli
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Meio Ambiente e Turismo Zona nerítica – de mar raso. Zona pelágica – de alto mar. Zona abissal – de grandes profundidades. a) Oceanos
Figura 3.3: Os oceanos têm um importante papel nos ciclos minerais, já que são um imenso reservatório dessas substâncias. Fonte: Fernanda Pessoa Rossoni
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Você sabia que os oceanos têm vital importância não somente para o ecossistema que se desenvolve em suas águas, mas também para todos os demais ecossistemas do planeta? É que eles têm grande influência sobre o clima e a atmosfera da Terra. Além disso, têm importante papel nos ciclos minerais, já que são um imenso reservatório dessas substâncias, que são depositadas principalmente nas proximidades do continente.
Devido à enorme quantidade de algas fotossintéticas que abriga, o oceano adquire ainda papel importante no equilíbrio do ciclo de carbono. Ou seja, atenua os possíveis impactos causados pelo aumento de CO2 na atmosfera, um dos principais responsáveis pelo efeito estufa. A temperatura dos oceanos diminui com a profundidade, e as camadas superficiais apresentam grande variação térmica, o que não ocorre nas mais profundas. Na zona eufótica, onde há luz, é que acontece a fotossíntese e, na afótica, que fica em profundidades maiores que 200m, não há iluminação suficiente para que haja fotossíntese. Por isso, os habitantes dessa última são adaptados à ausência de claridade: uns têm olhos superdesenvolvidos e outros, olhos atrofiados, porém com sentido mais aguçado. Entretanto, é preciso considerar que, com o aumento da turbidez da água, a zona eufótica torna-se menos profunda. Turbidez: É o oposto de translucidez. Considere a água do mar: quanto mais translúcida for a água (menor quantidade de material suspenso), mais fácil a luz irá penetrar na superfície. Quanto mais turva (maior quantidade de material suspenso), menor o grau de penetração de luz.
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Mostert; Juan Velasques
A região mais conhecida e estudada dos oceanos é a plataforma continental, a qual se estende até a profundidade de 200m, seguindo relevo com suave declínio. Uma comunidade de grande importância que se desenvolve nesses ambientes nas regiões tropicais e subtropicais são os recifes de corais. Eles se distinguem por sua elevada produtividade (devido ao constante movimento da água e à elevada eficiência na reciclagem de nutrientes) e pela grande quantidade de espécies que os constituem.
Figura 3.4: Apesar de representar menos de 1% da área total dos oceanos do planeta, os recifes de coral abrigam mais da metade da vida marinha das regiões em que se desenvolvem Makio Kasahara
b) Estuários Os estuários consistem em um corpo d’água litorâneo semifechado, com livre acesso para o mar, onde as águas marinhas se misturam com a água doce proveniente do continente em pontos de desembocaduras de rios e baías costeiras. Pode ser considerada uma zona de transição entre a água doce e a salgada, mas apresenta características próprias.
Figura 3.5: Os estuários estão entre os ecossistemas mais produtivos da terra, abrigando uma rica e abundante diversidade de vida marinha Feydey
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Nesses ambientes, a salinidade apresenta uma grande variação durante o ano e, por isso, as espécies que os habitam têm grande tolerância a tais variações. Além disso, as condições de alimento são muito favoráveis, o que leva à existência de um grande número de organismos.
A comunidade que habita os estuários é composta de espécies que só se desenvolvem nessas regiões, além de outras que vêm do oceano e algumas poucas que passam do oceano para os rios e vice-versa. Várias das espécies que pertencem ao nécton oceânico utilizam esses ambientes como habitat em suas primeiras fases de crescimento, devido à abundância de abrigo e de alimento disponíveis. Dessa forma, as regiões comerciais de pesca dependem da conservação e da proteção dos estuários.
ATIVIDADE 1 (atende ao objetivo 1) 1 – Nesse ambiente, a temperatura diminui com o aumento da profundidade. Há uma enorme quantidade de algas fotossintéticas que têm papel importante no equilíbrio do ciclo de carbono. De qual ecossistema estamos falando?
2. BIOMAS BRASILEIROS Agora, de forma muito simples, você vai conhecer os seis grandes biomas que compõem o território brasileiro. Pronto? Mapa de Ambientes do Brasil
Fonte: Adaptado de Mapa de Biomas do Brasil – Primeira Aproximação, IBGE, 2014 (Disponível em : http:// www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/noticia_visualiza.php?id_noticia=169)
2.1. Bioma Amazônia Tem quase 8 milhões de Km2, distribuídos em nove países da América do Sul: Bolívia,
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Meio Ambiente e Turismo Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Guiana Francesa, Peru, Suriname e Venezuela. No Brasil, estende-se por 4,1 milhões de km2. No entanto, a Amazônia Legal (veja mais sobre no box), é ainda maior, abrangendo 5,5 milhões de km2, ou dois terços do país, com 18 milhões de habitantes. Não confunda essas denominações! • Bioma Amazônia – Corresponde ao conjunto de ecossistemas que formam a Bacia Amazônica e está presente em nove países da América Latina. Além de florestas tropicais, sua paisagem também é composta por mangues, cerrados, várzeas, entre outras. • Amazônia Clássica – É uma divisão política e geográfica, que inclui os seis estados num conjunto conhecido como região Norte: Amazonas, Pará, Roraima, Acre e Amapá. São aquelas unidades com predominância de floresta tipo hileia (grande concentração de árvores de grande porte, com até 50 metros de altura). • Amazônia Legal – É uma criação administrativa do governo federal, de 1996, que juntou os estados da Amazônia Clássica aos que se situavam em suas bordas (Maranhão, Tocantins e Mato Grosso), com certa identidade física, humana, histórica e cultural. • Amazonas – Maior estado em extensão territorial do Brasil, com 1,5 milhão de km2 (20% do país). Atualmente, 32% do bioma Amazônia no Brasil conta com proteção especial (descontadas as sobreposições), dos quais 20,84% são terras indígenas e 12,09% unidades de conservação federal ou estadual. Unidades de conservação: espaço territorial (com seus recursos ambientais), incluindo as águas jurisdicionais, com características naturais relevantes, legalmente instituídas pelo Poder Público, com objetivos de conservação e limites definidos, sob regime especial de administração, ao qual se aplicam garantias adequadas de proteção (artigo 2° da lei 9.985, de 18/07/2000). Ou seja, são áreas de terra ou mar especialmente dedicadas à proteção e conservação da diversidade biológica e dos recursos naturais e culturais a ela associados e manejadas por meios legais. São várias as categorias e denominações de unidades de conservação em todo o mundo: parque nacional, estadual ou municipal; parque natural; reserva natural; reserva ecológica, santuário da vida silvestre; floresta nacional; monumento natural, reserva extrativista, entre outras.
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Figura 3.6: O rio Amazonas impressiona pela magnitude de suas dimensões e pela exuberância de biodiversidade que abriga e sustenta Cesar Paes Barreto
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A Floresta Amazônica abriga 2.500 espécies de árvores (um terço da madeira tropical da Terra) e 30 mil das 100 mil espécies de plantas que existem em toda a América Latina. Além da riqueza natural, a região apresenta uma grande diversidade cultural: cerca de 170 povos indígenas, 357 comunidades remanescentes de quilombolas e centenas de comunidades localizadas, como as de seringueiros, castanheiros, ribeirinhos e babaçueiros.
Esse bioma têm ainda uma grande importância para a estabilidade ambiental do planeta. Estimativas indicam que a Floresta Amazônica é responsável pela absorção de 10% dos cerca de 3 bilhões de toneladas de carbono retirados da atmosfera pelos ecossistemas terrestres. Já seus rios despejam 12% de toda a água doce superficial que chega aos oceanos, por meio de toda a rede hidrográfica existente no globo terrestre. Um fato curioso é que, a despeito de toda esta exuberância, a Floresta Amazônica abriga, na realidade, um ecossistema frágil: os solos apresentam baixa fertilidade. As árvores retiram nutrientes do próprio material orgânico (serrapilheira) que lançam sobre o chão. Diante disso, qualquer intervenção humana pode causar danos ao seu equilíbrio delicado. Serrapilheira: Camada de folhas, galhos e outros fragmentos de árvores, e mistura com terra, que cobre o solo da mata que, quando decomposta, atua como adubo, por meio da reciclagem natural de nutrientes.
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O início da devastação ocorreu no final da década de 1950, quando começaram a ser construídas as primeiras obras de grande impacto, como, por exemplo, as estradas (Brasília-Belém e a Brasília-Acre), hidrelétricas, portos e cidades, visando à integração física das regiões do país. Atualmente, o aumento do desmatamento na região se deve à ampliação da área plantada de soja e de arroz, e da criação de gado. Além disso, frentes econômicas avançam em direção ao coração da Amazônia, desencadeando novos empreendimentos mineradores, siderúrgicos e metalúrgicos. Outro fator que contribui para a degradação e ameaça os recursos naturais da região é a biopirataria. Biopirataria: consiste na apropriação indevida de animais, plantas e conhecimentos tradicionais acumulados pelas populações para fins de exploração, manipulação, comercialização ou exportação, sem o consentimento ou controle do país de origem e das comunidades locais.
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2.2. Bioma Cerrado O Cerrado ocupa uma área de aproximadamente 1,9 milhão de km2, quase um quarto do território brasileiro. É o segundo bioma do país, abrangendo 12 estados: Maranhão, Piauí, Bahia, Minas Gerais, Tocantins, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Paraná, Pará e Rondônia, além do Distrito Federal, aparecendo também manchas em Roraima e no Amapá.
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Figura 3.7: O cerrado é caracterizado por pequenas árvores de troncos torcidos e com folhas grossas, esparsas em meio a uma vegetação rala e rasteira, misturando-se, às vezes, com campos limpos ou matas de árvores não muito altas Felipe Horst; Juliana Melo
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A transferência da capital federal para Brasília na década de 1960, a adoção da política de desenvolvimento e a expansão da fronteira agrícola fizeram com que, hoje, a região seja produtora de 13% de toda a soja do planeta. Esses fatos causam grande pressão sobre a cobertura vegetal do bioma. Dados da Embrapa Cerrado apontam uma perda de 38,8% da vegetação nativa.
Além disso, a ênfase na agricultura em larga escala resultou na progressiva inviabilizarão da pequena agricultura familiar, trazendo como consequências a concentração fundiária e o êxodo rural. E o manejo pouco cuidadoso do solo tem ocasionado perdas expressivas. Conforme estimativas da ONG ambientalista WWF, no Cerrado, para cada quilo de grãos produzidos, perdem-se de 6 a 10 quilos de solo por erosão. WWF: É uma ONG ambientalista internacional, cuja sigla significa World Wildlife Foundation - Fundo Mundial para a Natureza. Foi fundada em 1961 na Suíça e atua na conservação, investigação e recuperação ambiental.
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Outro impacto direto da agricultura está no consumo e no desperdício de água na irrigação. O resultado tem sido a geração de um número crescente de conflitos pela água entre agricultores e o seu uso urbano em muitos estados. 2.3. Bioma Mata Atlântica É o segundo bioma mais ameaçado de extinção do planeta; só as florestas de Madagascar estão em situação mais vulnerável. Apesar disso, mantém elevados índices de biodiversidade (um dos maiores do mundo), o que a classifica como hotspot. Hostpot: área de grande riqueza biológica e alto índice de ameaça de extinção, indicadas por especialistas como uma das prioridades para a conservação da biodiversidade em todo o mundo.
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Este bioma é considerado patrimônio nacional pela Constituição Federal e abrange total ou parcialmente 17 estados brasileiros e mais de 3 mil municípios. No Nordeste, abran-
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Meio Ambiente e Turismo ge os encraves florestais e brejos interioranos. No Sudeste, alcança parte dos territórios de Goiás e Mato Grosso do Sul. No Sul, estende-se pelo interior, alcançando, inclusive, parte dos territórios da Argentina e Paraguai. Brejos interioranos: Ocorrem como encraves florestais (vegetação diferenciada dentro de uma paisagem dominante), em meio à Caatinga e têm importância vital para a região nordestina, pois possuem os melhores solos para a agricultura e estão diretamente associados à manutenção dos rios. São também conhecidos como “serras úmidas”.
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De acordo com estudos da Fundação SOS Mata Atlântica, no Brasil há apenas 7,84% (102.000km2) de remanescentes da Mata Atlântica, sendo que a vegetação original era em torno de 1.306.421km2. Mesmo reduzido e muito fragmentado, esse bioma ainda é um dos mais ricos do mundo em diversidade de animais e plantas. E é a floresta mais rica do mundo em diversidade de árvores. No sul da Bahia, foram identificadas 454 espécies distintas em um só hectare.
Estima-se que, no bioma, existam 1,6 milhão de espécies de animais, incluindo os insetos. Algumas espécies têm ampla distribuição, podendo ser encontradas em outras regiões, como são os casos da onça-pintada, onça-parda, gatos-do-mato, anta, cateto, queixada, alguns papagaios, corujas, gaviões e muitos outros.
Figura 3.8: Presente no litoral do Brasil (onde há maior densidade populacional e as principais metrópoles do país), a Mata Atlântica tem como uma das maiores ameaças o avanço das cidades sem o devido planejamento e a especulação imobiliária Auro Queiroz
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O que mais impressiona, no entanto, é a enorme quantidade de espécies endêmicas, ou seja, que não podem ser encontradas em nenhum outro lugar do planeta. Estão catalogadas 270 espécies de mamíferos, das quais 73 são endêmicas. No total, a Mata Atlântica abriga 849 espécies de aves, 370 espécies de anfíbios, 200 de répteis e cerca de 350 de peixes.
De acordo com a lista das espécies ameaçadas de extinção, publicada pelo Ministério do Meio Ambiente, em maio de 2003, os dados são alarmantes: o total de espécies ameaçadas, incluindo peixes e invertebrados aquáticos, subiu para 633, sendo que sete constam
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Meio Ambiente e Turismo como extintas na natureza. Além da perda de habitat, as espécies da Mata Atlântica são vítimas do tráfico de animais, comércio ilegal que movimenta US$ 10 bilhões no Brasil. Segundo as estimativas, em cada dez animais traficados, apenas um resiste às pressões da captura e cativeiro. Muitos são os fatores que impactam e contribuem com a degradação da Mata Atlântica. Um deles é o avanço das cidades sem que haja um planejamento, e à mercê da especulação imobiliária. Um dado interessante é que 120 milhões de pessoas vivem na região, o que corresponde a 70% da população brasileira. Existem ameaças também vindas das atividades de mineração, especialmente na região sul de Santa Catarina e áreas de Minas Gerais e Espírito Santo. Outra questão importante a ser considerada é o avanço de monoculturas de espécies exóticas (que não são nativas) de árvores e da própria agricultura, sem planejamento ou ordenamento. 2.4. Bioma Pampa O Pampa ocupa extensas áreas da Argentina, Uruguai e Brasil, com aproximadamente 700 mil km2 de extensão. Em nosso país, está presente no Rio Grande do Sul, nas regiões sul e sudeste do estado, ocupando cerca de dois terços do território, algo em torno de 176 mil km2. Apresenta paisagem bastante conhecida: extensas áreas na imensidão das planícies, cobertas por gramíneas e varridas pelo vento. O Pampa está localizado na também chamada metade sul do Rio Grande do Sul, considerada a região mais pobre do estado, apesar dos grandes latifúndios.
Figura 3.9: A paisagem do Pampa (extensas áreas na imensidão das planícies, cobertas por gramíneas) já serviu de cenário para vários filmes, minisséries e novelas Anderson Sá
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O principal impacto ambiental desse bioma é devido às grandes monoculturas, principalmente de eucalipto. A consequência disso é a alteração do clima da região, devido à mudança do regime dos ventos, da evaporação e dos recursos hídricos. Além disso, a ampliação da área de plantio de soja e da cultura da mamona para a elaboração do biocombustível também ameaçam o Pampa.
E, por fim, a mineração e a queima de carvão mineral promovem impactos como acidificação da água, alteração da paisagem, deslocamento de populações assentadas, aumento de incidência e frequência de doenças pulmonares, chuva ácida e emissões de gases de efeito estufa.
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Meio Ambiente e Turismo Chuva ácida: chuva com elevado teor de acidez provocada pela forte concentração de óxido de enxofre (SOx) e de azoto (NOx). Efeito estufa: efeito natural que mantém o calor na atmosfera (troposfera) perto da superfície terrestre em uma temperatura média de 15º C. Ele é composto por gases como o dióxido de carbono (CO2), vapor de água (H2O), metano (CH4), óxido nitroso (N2O) e outros. Eles absorvem parte da radiação infravermelha (calor) irradiada pela superfície terrestre. Atualmente, o efeito estufa tem sido intensificado devido à maior emissão destes gases na atmosfera por diversas atividades humanas.
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Um fenômeno que tem sido comumente observado no Pampa é a arenização. Trata-se do afloramento de depósitos arenosos a partir da remoção da cobertura vegetal. Apesar de ser um efeito natural, está sendo acentuado pelo uso inadequado do solo (utilização intensa para pastagem). 2.5. Bioma Pantanal Maior planície alagável do mundo, o pantanal é o elo entre as duas maiores bacias da América do Sul: a do Prata e a Amazônica. Isso confere ao bioma a função de corredor biogeográfico, ou seja, permite a dispersão e a troca de espécies de fauna e flora entre essas bacias. O Pantanal está situado dentro dos cerca de 500 mil km2 da bacia do Alto Paraguai. Essa planície, muitas vezes classificada como um bioma brasileiro, cobre uma área de quase 210 mil km2, dos quais 70% estão no Brasil (Mato Grosso e Mato Grosso do Sul), 20% na Bolívia e 10% no Paraguai.
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Uma das características marcantes desse bioma é o seu regime de cheias e secas, determinado pela condição de extensa planície e sua relação com a parte alta da bacia (planalto). Na planície, sua declividade é de cerca de 2 centímetros por quilômetro no sentido Norte-sul e de 6 a 7 centímetros no sentido Leste-oeste. Isto faz com que a região funcione como uma grande “esponja” durante o período de chuvas, recebendo águas da parte alta, que ficam retidas, são espalhadas e escoam lentamente. É esse “lento escoar” que promova a cheia sem chuva.
O Pantanal tem qualidades ambientais específicas por ser uma “ecorregião”, onde se encontram o Cerrado (Leste, Norte e Sul), Chaco (Sudoeste), a Amazônia (Norte), a Mata Atlântica (Sul) e o Bosque Seco Chiquitano (Noroeste). A presença e a convergência de biomas distintos, somadas ao variável regime de cheia e seca, conferem particular diversidade e variabilidade de espécies ao Pantanal. Durante a cheia, rios, lagoas e riachos ficam interligados por canais e lagunas ou, até mesmo, desaparecem (ficam sem o contorno), o que permite o deslocamento das espécies. Esse processo é um dos principais responsáveis pela constante renovação da vida e pelo fornecimento de nutrientes.
Figura 3.10: O ciclo das cheias no Pantanal é regido pelas chuvas na Bacia do Alto Paraguai, no período de setembro a janeiro no norte do Pantanal e novembro a março na porção sul Haues
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Meio Ambiente e Turismo Na época da seca, formam-se lagoas e corixos isolados, os quais retêm grande quantidade de peixes e plantas aquáticas. À medida que esses corpos d’água vão secando, aves e outros animais vão sendo atraídos em busca de alimentos, o que promove uma grande concentração de fauna. Por isso, o Pantanal é uma das áreas mais importantes para as aves aquáticas e espécies migratórias, como abrigo, fonte de alimento e reprodução. Corixos: Lugar onde a força erosiva faz aberturas, como que um furo, fazendo entrar as águas pela terra até que se espraiam em brejos e baixadas, longe do local perfurado.
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As principais atividades econômicas desenvolvidas na planície pantaneira são a pecuária, a pesca, o turismo, a extração de minérios e, em menor escala, a agricultura. Nos últimos anos, há indicações de mudanças radicais, com a introdução de práticas de substituição de pastagens nativas por espécies exóticas, a retirada da vegetação ciliar e o uso de biocidas. Vegetação ciliar: vegetação que cresce junto às margens de um rio ou ao longo delas.
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O pescado consiste no bem natural que mais gera trabalho e renda no Pantanal. No entanto, essa condição pode mudar devido ao desmatamento no planalto e na planície para o plantio de pastagens e grãos. E soma-se a isso as queimadas, que afetam negativamente os sistemas aquáticos e, consequentemente, toda a fauna aquática, particularmente os estoques pesqueiros. A gravidade do quadro é mais evidente quando se considera que os peixes constituem uma das maiores fontes de renda, devido ao turismo pesqueiro na região.
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As atividades minerárias e siderúrgicas estão em expansão na Bacia do Alto Rio Paraguai. São explorados o ferro, o manganês e o calcário na parte Sul e ouro e diamante na parte Norte. Essas atividades podem afetar os lençóis freáticos que abastecem córregos e poços, contaminando a água.
A maior preocupação dos ambientalistas para os próximos anos é com a produção siderúrgica e sua dependência do carvão vegetal, fator que já tem levado a uma retirada de vegetação de forma acelerada. 2.6. Bioma Caatinga
Figura 3.11: Na Caatinga, as paisagens têm aspecto árido, com vegetação esparsa e predominantemente rasteira, com folhas pequenas e espinhos, tudo para evitar a perda de água Glauco Umbelino
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Meio Ambiente e Turismo Conhecida como a região do país onde o acesso à água é escasso e a paisagem é pobre, a Caatinga é o único bioma exclusivamente brasileiro - bioma esse que é vítima de um processo de ocupação que explorou a natureza de forma predatória, concentrando terra e poder. A paisagem da Caatinga reflete um clima de abundância de raios solares, com temperaturas elevadas na maior parte do ano. As chuvas são irregulares, com longos períodos de secas e precipitação anual média variando entre 400 e 650 mm. Há rios intermitentes e sazonais, com volume de água limitado e insuficiente para a irrigação, com exceção do Parnaíba e do São Francisco. Boa parte dos solos é rasa e pedregosa e o subsolo abriga grandes rios subterrâneos. Rios intermitentes ou temporários: rios que secam durante os períodos de seca e de escassez de chuva.
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Tem, ainda, uma rica biodiversidade vegetal e animal, que não é toda conhecida, onde abundam cactos e uma infinidade de espécies endêmicas.
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SAIBA MAIS! O nome “Caatinga” tem origem no tupi-guarani e significa floresta branca, um retrato típico da vegetação. Durante a seca, as plantas perdem suas folhas para reduzir a perda de água e os troncos adquirem um tom brancoacinzentado.
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O bioma Caatinga está distribuído em 884 mil km2, o que corresponde a 9,92% do território nacional, 60% do Nordeste, ou 1200 municípios. Engloba os estados: Ceará (integralmente), Rio Grande do Norte (95%), Paraíba (92%), de Pernambuco (83%), Piauí (63%), Bahia (54%), Alagoas (48%), Sergipe (49%), Minas Gerais (2%) e Maranhão (1%). O bioma possui 932 espécies de plantas, das quais 318 endêmicas.
A adaptação ao clima semiárido (subdesértico, dotado de estação seca prolongada) resultou em plantas tortuosas, folhas pequenas e finas ou até reduzidas a espinhos, com cascas grossas e sistemas de raízes e órgãos específicos para o armazenamento de água, como os cactos, sendo predominantes o mandacaru (Cereus jamacaru) e o xique-xique (Pilosocereus gounellei), as barrigudas (Cavanillesia arbórea), o pau-mocó (Luetzelburgia auriculata) e o umbuzeiro (Spondias tuberosa). Um dos biomas brasileiros mais alterados por atividades humanas, a Caatinga abriga cerca de 28 milhões de pessoas; a população mais pobre do Nordeste e uma das mais pobres de todo o país, com renda média inferior a um salário mínimo. A década de 1940 também foi marcada pelo êxodo rural maciço do sertão nordestino como mão de obra barata na construção dos hoje grandes centros urbanos do país, o que se repetiu na ditadura militar com a expansão das fronteiras agrícolas no Centro-Oeste e na Amazônia, que já tinha recebido milhares de sertanejos em períodos anteriores para a exploração da borracha. Entre as principais causas da degradação da Caatinga, estão: o desmatamento, especialmente para a produção de lenha, utilizada como fonte de energia em residências; as
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Meio Ambiente e Turismo olarias e siderúrgicas; a pecuária extensiva, com o consumo e destruição da vegetação pelos animais e a agricultura de irrigação, que avança ao longo do Rio São Francisco. A desertificação, processo de degradação ambiental que ocorre nas regiões com clima árido, semiárido e subúmido seco provocado pelo uso inapropriado do solo, da água e da vegetação para irrigação, cultivo intensivo, entre outros usos, já atinge 181 km2 do semiárido brasileiro, ou 1.482 municípios. A região do Seridó (RN), Gilbués (PI), Irauçuba (CE) e Cabrobó (PE), que somam 15 mil km2, estão em situação de extrema gravidade.
ATIVIDADE 2 (atende ao objetivo 2) 1 – Quais são as diferenças entre o Bioma Amazônia e a Amazônia Clássica? ________________________________________________________________________ 2 – Complete as lacunas a seguir: O bioma _______________ ocupa cerca 1,9 milhão de km2, aproximadamente um quarto do território e é considerado o segundo maior bioma brasileiro. O bioma ________________ apresenta grandes estágios de degradação ambiental, devido principalmente ao fato do avanço de grandes centros urbanos, no qual aproximadamente 120 milhões de pessoas vivem na região, o que corresponde a 70% da população brasileira. A característica principal do bioma _______________ é a de ter extensas áreas em que a imensidão das planícies é coberta por gramíneas. O bioma __________ apresenta qualidades ambientais específicas por ser uma “ecorregião”, na qual estão o Cerrado (Leste, Norte e Sul), o Chaco (Sudoeste), a Amazônia (Norte), a Mata Atlântica (Sul) e o Bosque Seco Chiquitano (Noroeste). Conhecida como a região do país onde o acesso à água é escasso e a paisagem é pobre, a ___________ é o único bioma exclusivamente brasileiro.
3. CONCLUSÃO Agora, você já entende sobre Ecologia, sabe distinguir as características dos ecossistemas terrestres e marinhos e, ainda por cima, conhece os biomas brasileiros. Você tem conhecimento suficiente para perceber a degradação ambiental. É, por isso, que passaremos agora para o estudo dos impactos ambientais.
BIBLIOGRAFIA BRAGA, B. et al. Introdução à Engenhara Ambiental. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2ª ed., 2013. MILLER, G. T. Ciência Ambiental. São Paulo: Cengage Learning, ed. 14, 2015. MOTA, S. Introdução à Engenharia Ambiental. Rio de Janeiro: ABES, ed. 5, 2012. ODUM, E. P; BARRETT, G. W. Fundamentos da Ecologia. Cengage Learning, 2007.
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Meio Ambiente e Turismo RICARDO, B. ; CAMPANILI, M. Almanaque Brasil Socioambiental 2015, 2ª Ed. Instituto Socioambiental, 2014.
RESPOSTAS DAS ATIVIDADES Atividade 1: 1) Ecossistema marinho 2) - Erosão do solo, - Redução da biodiversidade e - Aumento da vulnerabilidade às mudanças do tempo e às pragas Atividade 2: 1) Bioma Amazônia – Corresponde ao conjunto de ecossistemas que formam a Bacia Amazônica. Está presente em nove países da América latina. Além de florestas tropicais, sua paisagem também é composta por mangues, cerrados e várzeas, entre outras. Amazônia Clássica – É uma divisão política e geográfica, que inclui os seis estados num conjunto conhecido como região Norte: Amazonas, Pará, Roraima, Acre e Amapá. São aquelas unidades com predominância de floresta tipo hileia (grande concentração de árvores de grande porte, com até 50 metros de altura). 2) Cerrado; Mata Atlântica; Pampa; Pantanal e Caatinga.
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IMPACTOS AMBIENTAIS Meta Apresentar e discutir conceitos sobre impactos ambientais e suas principais implicações devido às modificações ambientais provocadas pelo ser humano. Objetivos Ao final deste capítulo, o aluno será capaz de: 1. Estabelecer uma diferenciação entre impacto ambiental e efeito ambiental. 2. Perceber e identificar as principais atividades impactantes da atualidade.
1. O SER HUMANO MODIFICA O MEIO AMBIENTE Nós utilizamos os recursos ambientais em diversas atividades. Para a produção agropecuária (produção de alimentos), empreendimentos industriais (obtenção de matéria-prima e produtos), produção de energia (hidroelétricas) e descarte de despejos – que, neste caso, podem ser líquidos (esgotos), sólidos (resíduos sólidos urbanos) e gasosos (emissões atmosféricas). Assim, é contínua e crescente a pressão exercida sobre os recursos ambientais, uma vez que necessitamos deles para executarmos todas as nossas atividades. No entanto, na maioria das vezes, essa utilização de recursos nem sempre ocorre considerando suas características e capacidade de recuperação. O ser humano interfere, até mesmo, na capacidade de suporte dos ecossistemas. Capacidade de suporte: número máximo de indivíduos de determinada espécie que pode ser sustentado por um período em determinado habitat. Esse conceito está diretamente relacionando com a sustentabilidade, que remete à capacidade do recurso se manter mais ou menos constante, ou estável, por longo período.
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Assim, são relativamente comuns, hoje, a contaminação dos cursos d’água, a poluição atmosférica e a substituição indiscriminada da cobertura vegetal nativa, com a consequente redução de habitats silvestres, entre outras formas de agressão ao meio ambiente. Isso tem sido observado pelo fato de, muitas vezes, o ser humano visar apenas a benefícios imediatos de suas ações, privilegiando o crescimento econômico a qualquer custo e relegando a segundo plano a capacidade de recuperação dos ecossistemas.
Uma vez superada a capacidade de suporte do ecossistema, serão produzidos diversos efeitos negativos sobre o meio ambiente. Uma forma de perceber a capacidade de suporte
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Meio Ambiente e Turismo de um ecossistema é considerar por exemplo, uma granja avícola destinada à criação de frango de corte: a) em média podemos criar quatro aves por metro quadrado – esse é considerado o ambiente (habitat) ideal para a criação produtiva de frangos, no qual todos os recursos (alimentos e água) são suficientes para todos os animais. b) agora imagine a seguinte situação: aumentamos o número de aves para dez por metro quadrado. Ou seja, ao invés de ganharmos em produtividade com o aumento do número de aves, iremos, na verdade, superar a capacidade de suporte deste agroecossistema. Agroecossistema: são os ecossistemas agrícolas. Eles são projetados e gerenciados de forma que a energia solar (nesse caso, controlada pelo ser humano) e os subsídios sejam seja convertidos em produtos comestíveis ou vendáveis.
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Assim, os recursos ambientais essenciais para a atividade avícola, ou seja, alimentos (ração e outros nutrientes) e água, tornam-se escassos. Ocorrerá competição por esses recursos, o que diminuirá a produtividade e, ao mesmo tempo, poderá levar à morte de algumas aves. No entanto, como você verá no decorrer da aula, nem sempre os impactos ambientais são negativos; há também os impactos ambientais positivos, ou seja, as modificações no meio ambiente que provocam mudanças benéficas.
2. IMPACTOS AMBIENTAIS As atividades desenvolvidas pelo ser humano provocam alterações nas características dos meios físicos (Ex.: alterações no relevo, devido a obras de terraplanagem para a instalação de uma indústria), biológico (Ex.: afugentamento da fauna, devido à queimada de uma área para a implantação de uma pastagem), químico (Ex.: alteração química da qualidade da água, devido ao despejo de esgoto doméstico sem tratamento) e antrópica (Ex.: aumento da renda da população, devido à implantação de atividade de mineração), as quais podem ser benéficas (positivas) ou adversas (negativas). Essas modificações são denominadas de impactos ambientais. Afugentamento: Pôr em fuga; fazer fugir; afastar; repelir. Antrópico: Relativo à ação do homem sobre a natureza; ligado à presença humana
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A definição legal (Resolução Conama nº 01, de 23 de janeiro de 1986) de impacto ambiental é: Qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente causada por qualquer forma de matéria ou energia resultantes das atividades humanas que, direta e indiretamente, afetam: i – a saúde, a segurança e o bem-estar da população ii – as atividades sociais e econômicas iii – a biota iv – as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente v – e a qualidade dos recursos ambientais
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SAIBA MAIS! No Brasil, em nível federal, o primeiro dispositivo legal que explicitou o tema Avaliação de Impactos Ambientais foi a Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, que estabeleceu a Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA) e criou, para a sua execução, o Sistema Nacional do Meio Ambiente (Sisnama). Hoje, o Sisnama está assim constituído: - Órgão Superior (Conselho de Governo) - Órgão Consultivo e Deliberativo (Conama – Conselho Nacional de Meio Ambiente) - Órgão Central (MMA – Ministério do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e da Amazônia Legal) - Órgão Executor (Ibama – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis e Instituto Internacional de Pesquisa e Responsabilidade Socioambiental Chico Mendes) - Órgãos Seccionais (órgãos ou entidades da administração pública federal direta ou indireta, as fundações instituídas pelo Poder Público cujas atividades estejam associadas às de proteção da qualidade ambiental, bem como os órgãos ou entidades estaduais responsáveis pela execução de programas e projetos e pelo controle e fiscalização de atividades capazes de provocar a degradação ambiental). No caso de Minas Gerais, podemos destacar: Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam); Instituto Estadual de Florestas (IEF) e Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam). - Órgãos Locais (órgãos municipais responsáveis pelo controle e fiscalização das atividades impactantes). Ex.: Conselho Municipal de Meio Ambiente (Codema).
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Por impacto ambiental, entende-se a cadeia de efeitos produzidos no meio natural e social (antrópico) como consequência de uma determinada ação. Como podemos perceber, a definição de impacto ambiental refere-se a qualquer alteração significativa do meio – em um ou mais de seus componentes – provocadas por uma ação humana. Diante disso, também verificamos que o conceito de impacto ambiental é estritamente antrópico, ou seja, o ser humano é o agente causador e receptor das consequências dos impactos ambientais.
Vale a pena ressaltar que os impactos ambientais podem ser positivos ou negativos, ou seja, ser benéficos ao ser humano e ao meio ambiente ou causar-lhe danos. Podemos também perceber que os impactos ambientais interagem em seus diversos compartimentos, ou seja, existe uma rede de interação de impactos ambientais. Para ficar mais claro, acompanharemos uma situação em toda a rede de interação de impactos ambientais de algumas atividades impactantes do empreendimento de mineração. Atividade impactante: são ações necessárias para se implantar e conduzir os empreendimentos impactantes, ou seja, para a sua consecução. Exemplo: O empreendimento impactante “agricultura” consiste, basicamente, na condução das seguintes atividades impactantes: preparo do terreno, semeio, capina, colheita, etc. Empreendimento impactante: pode ser entendido como o projeto que possui capacidade de alteração do meio ambiente, positiva ou negativamente, caso seja implantado. São exemplos: bovinocultura, hidroelétrica, mineração, ferrovia, agricultura etc.
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Meio Ambiente e Turismo Primeiramente, conheça os principais impactos ambientais negativos. De uma forma resumida, a primeira etapa para a implantação desta atividade consiste na supressão da vegetação, ou seja, desmatamento, o que afugenta a fauna e diminui a diversidade de espécies de árvores da região, consequentemente afeta o microclima do local, além de provocar a poluição do ar (material particulado). Material particulado: No caso de poluição atmosférica, trata-se do material das partículas de material sólido e líquido capazes de permanecer em suspensão, como é o caso da poeira, da fuligem e das partículas de óleo, além do pólen. Estes contaminantes podem ter origem nos processos de combustão (fuligem e partículas de óleo) ou, então, ocorrem devido aos fenômenos naturais, como é o caso da dispersão do pólen ou da suspensão de material particulado em razão da ação do vento.
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Figura 4.1: As imagens mostram a alteração da paisagem (revolvimento do solo, desmatamento, destruição de habitat, poluição visual e do ar e outros impactos) provocada pela atividade minerária em uma região turística de Minas Gerais – Ouro Preto e Mariana. Em certas regiões, apesar de licenciadas pelos órgãos ambientais, estas atividades impactam negativamente o Turismo por emitir material particulado, poluindo o ar, além de desfigurar a paisagem. Hygor Rossoni
Na etapa posterior de revolvimento do solo e obtenção do minério, ocorrem mudanças no relevo, o que acaba afetando o escoamento natural das águas (regime hidrológico) e a impermeabilização do solo, que, como consequência, potencializa o aparecimento de erosão. Na etapa de beneficiamento do minério, na unidade industrial, haverá geração de resíduos líquidos (esgotos), sólidos (lixo) e gasosos (emissões atmosféricas), derivados da atividade industrial e relativa aos empregados. Também são gerados diversos impactos ambientais em nível antrópico, vindos da atividade minerária. Por exemplo, impactos relativos a diversos tipos de poluição: a) visual, devido à alteração do relevo; b) sonora, devido à movimentação de maquinários; c) atmosférica, depreciação da qualidade do ar, o que pode comprometer a saúde pública. Por outro lado, também são gerados diversos impactos ambientais positivos pela atividade de mineração, como o aumento de renda da população e a geração de empregos, acarretando melhorias sociais (ascensão), econômicas (aquecimento da economia) e culturais. Portanto, provocamos, constantemente, impactos ambientais, os quais podem ser de maior ou menor intensidade, em função das características do meio e dos tipos de ações ou atividades desenvolvidas.
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Outra observação é que compete aos gestores ambientais prever e avaliar os impactos ambientais, de modo a adotar medidas visando evitá-los ou minimizá-los, ao mesmo tempo em que sejam potencializados os impactos ambientais positivos de determinada ação. Você, como profissional da área de turismo, irá se deparar com diversas situações assim na sua vida profissional. Deverá saber medir as consequências desde um simples passeio programado com turistas até a construção de um hotel.
É importante compreender também que o conceito de impacto ambiental abrange tanto a área diretamente afetada como a área indiretamente afetada. Área Diretamente Afetada: também conhecida como área de influência direta, é o espaço efetivamente ocupado pelo empreendimento impactante. Em certos casos, refere-se à área de inundação de uma hidroelétrica, de empréstimo de terra, no caso de um aterro e edificações em geral, entre outros tipos. Área Indiretamente Afetada: também conhecida como área de influência indireta, é o espaço circunvizinho à área afetada, usualmente definido pelos limites da bacia hidrográfica, que contém essa última. Para atender características peculiares das variáveis socioeconômicas ou culturais, pode ser definida segundo limites de unidades geopolíticas, como propriedades rurais, bairros, municípios, estados, países, etc.
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3. IMPACTO AMBIENTAL X EFEITO AMBIENTAL Como você já sabe, o conceito de impacto ambiental refere-se exclusivamente aos efeitos da ação humana sobre o meio ambiente; ou seja, não considera as repercussões de fenômenos naturais que se processem lentamente, ou na forma de catástrofes naturais.
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Portanto, fenômenos naturais (tempestades, enchentes, incêndios florestais de origem natural, terremotos, vulcões, etc.), apesar de poderem provocar alterações no meio ambiente, não se caracterizam como impacto ambiental. Essas modificações ambientais de origem natural são denominadas “efeito ambiental”.
ATIVIDADE 1 (atende ao objetivo 1) a) Qual é o nome da máxima capacidade de exploração do meio ambiente, para que ele possa se regenerar novamente? __________________________________________________________________________
4. PRINCIPAIS ATIVIDADES HUMANAS PRODUTORAS DE IMPACTOS AMBIENTAIS Veja, agora, de forma resumida, as principais modificações ambientais provocadas
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Meio Ambiente e Turismo pelo ser humano no sistema natural, as quais estão resumidas no Quadro 1.
Quadro 1 – Ações humanas e seus respectivos impactos ambientais AÇÕES Desmatamento
IMPACTOS AMBIENTAIS • Danos à flora e à fauna; • Aumento do escoamento da água; • Erosão do solo; • Assoreamento de recursos hídricos; • Empobrecimento do solo => desertificação; • Deslizamento de encostas; • Enchentes => prejuízos econômicos e sociais; • Alterações climáticas.
Alterações no relevo e topografia
• Mudanças no escoamento das águas; • Problemas de drenagem; • Empoçamentos; • Proliferação de insetos => transmissão de doenças; • Erosão do solo; • Desconfiguração da paisagem.
Impermeabilização do solo
• Maior escoamento da água; • Menor recarga de aquíferos; • Problemas de drenagem; • Enchentes => danos materiais e sociais; • Redução da evapotranspiração => alterações do climáticas.
Mudanças no regime hidrológico
• Alterações no escoamento das águas; • Problemas de drenagem; • Cheias => danos materiais e sociais; • Inundação de áreas de valor econômico, histórico, cultural e ecológico; • Desalojamento e modificações nas atividades da população afetada; • Impactos nos meios social, econômico e cultural; • Impactos no meio biótico (fauna e flora aquáticas). Fonte: Adaptado de MOTA, S. 2012.
4.1. Desmatamento A retirada da cobertura vegetal, ou desmatamento, consiste na primeira ação a ser realizada para a implantação de qualquer empreendimento. Na maioria das vezes, quando realizado de forma inadequada, em locais inapropriados, ou com grande intensidade, os desmatamentos podem acarretar sérios impactos ao meio ambiente. Dentre as várias funções da vegetação, estão a : • manutenção da biodiversidade de fauna e flora; • proteção do solo contra a ação de agentes erosivos, como os ventos e as chuvas; • contribuição para a fertilidade do solo, devido à ciclagem de matéria orgânica proveniente das folhas e frutos; • produção de oxigênio e retirada de gás carbônico da atmosfera, realizados pela fotossíntese, e • regulação do ciclo hidrológico, contribuindo, consequentemente, para a manutenção do equilíbrio climático, uma vez que atua amortecendo o impacto das precipitações atmosféricas sobre o solo e regulando o escoamento das águas superficiais e a infiltração.
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Meio Ambiente e Turismo Ciclo hidrológico: a dinâmica da água no nosso planeta acompanha isto que chamamos de ciclo hidrológico ou ciclo da água. Tal ciclo caracteriza-se pelo movimento constante da água e por sua passagem por diferentes estados físicos (sólido, líquido e gasoso), abrangendo os seguintes fenômenos: evaporação, precipitação, transporte, escoamento superficial, infiltração, retenção e percolação de água. Precipitações atmosféricas: ocorre quando a nebulosidade atmosférica (vapor d’água das nuvens) se transforma em água, que pode se apresentar na forma sólida, por exemplo, formando a neve ou granizo, ou na forma líquida, o orvalho e a chuva.
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A supressão da vegetação acarreta o descobrimento do solo, aumentando a erosão causada pelas águas e pelo vento. Além disso, solos sem a cobertura vegetal tendem a perder a camada superior, fértil (rica em nutrientes e, principalmente, matéria orgânica), causando graves prejuízos para a atividade agrícola. Em várias partes do mundo, têm sido relatados diversos estudos sobre o empobrecimento do solo devido ao desmatamento, verificando-se, até mesmo, o processo de desertificação.
Figura 4.2: O desmatamento implica em vários impactos ambientais negativos, como: descobrimento do solo, aumento da erosão, diminuição da fertilidade do solo, assoreamento de mananciais e destruição de habitats, entre outros http://www.sxc.hu/photo/97132
Em terrenos com maior declividade, a remoção da cobertura vegetal resulta em grande aumento do escoamento das águas e da consequente erosão do solo. Durante o processo erosivo, são gerados sedimentos de solo que podem ser carreados pelo escoamento da água para os mananciais, provocando o assoreamento. As consequências são negativas: • redução da capacidade de armazenamento ou de escoamento de águas no manancial; • enchentes; • aumento da turbidez da água, com a redução da penetração da luz solar na água e consequentes danos à vida aquática; • soterramento de ovos de peixes e de outros organismos aquáticos. Processo erosivo: processo de desagregação e transporte das partículas sólidas do solo, subsolo e rocha pela ação das águas dos rios (erosão fluvial), das águas de chuvas (erosão pluvial), dos ventos (erosão eólica), do degelo (erosão glacial) ou das
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Meio Ambiente e Turismo correntes das ondas do mar (erosão marinha). A ação humana pode acelerar, direta ou indiretamente, o processo natural de erosão, que depende das propriedades do solo, clima, vegetação, topografia e outras condições. A cobertura vegetal influencia as taxas de escoamento superficial da água e, consequentemente, a erosão, mais do que qualquer outro fator físico individual. Mananciais: também chamados de fontes de abastecimento, são o local que contém água superficial ou subterrânea que possa ser retirada para atender às mais diversas finalidades (abastecimento doméstico, comercial, industrial e outros fins). Turbidez: medida da penetração da luz na água, que é influenciada pela presença de material fino em suspensão e sustâncias coloidais. A turbidez alta é uma barreira à penetração dos raios solares, pois prejudica a biota aquática que realiza fotossíntese e diminui a taxa de oxigênio dissolvido na água.
Com o desmatamento, ocorre a redução na infiltração de água no solo, diminuindo-se, assim, a recarga dos aquíferos subterrâneos. Aquífero: formação geológica que contém água e permite que quantidades significativas dessa água se movimentem no seu interior, em condições naturais. Constitui-se um reservatório de água subterrânea, suscetível a extração e utilização.
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O desmatamento pode ocasionar a destruição de espécies vegetais de grande valor e da fauna original. Em programas de reflorestamento, a vegetação natural é substituída por uma ou poucas espécies de plantas. Diante disso, os animais perdem as condições de disponibilidade de alimentos, abrigo, reprodução e refúgio que encontravam na floresta nativa, podendo desaparecer totalmente.
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Os desmatamentos de áreas extensas (florestas) podem provocar alterações climáticas, pois as plantas, por meio da transpiração, contribuem para aumentar a umidade do ar e amortecer as variações de temperatura. Como será comentado na próxima aula, a retirada da vegetação da Amazônia pode repercutir no clima de outras áreas do planeta.
4.2. Alterações na topografia/revelo As intervenções nas características topográficas de determinada região – revolvimento de terra, escavações, aterros – podem trazer vários impactos ambientais, como: • alteração no escoamento natural da água, causando problemas de drenagem, o que traz como consequência a possibilidade de ocorrência de inundações, culminando em aspectos negativos, como prejuízos materiais e sociais; • formação de áreas alagadas, contribuindo para a proliferação de insetos vetores e transmissores de doenças, • aumento do processo erosivo do solo, como resultado da desagregação do terreno natural, o que pode causar o assoreamento de recursos hídricos, • desconfiguração da paisagem ou modificação no relevo, os quais estão também associados aos desmatamentos, e • impacto visual na região.
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Meio Ambiente e Turismo Recursos Hídricos: Coleção de águas superficiais ou subterrâneas disponíveis, que podem ser obtidas para o uso humano. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), esses recursos não passam de 1% de toda a água do planeta.
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Figura 4.3: Um dos principais impactos ambientais em áreas intensamente urbanizadas é resultante da disposição de resíduos sólidos (“lixo”). Nas imagens, é possível perceber o impacto visual ocasionado pelos aterros sanitários, que, além de alterar o relevo da área, podem, caso operados de forma inadequada, atrair diversos animais (ratos, urubus, baratas, etc.), que são vetores de doenças ao ser humano Hygor Rossoni
4.3. Impermeabilização do solo Em um terreno em condições naturais, a maior parte da água precipitada infiltra-se e somente uma pequena parcela escoa superficialmente. À medida que vai ocorrendo o desmatamento e o aumento da superfície pavimentada ou construída, essa situação se inverte, havendo o incremento do volume de água escoada. A transformação do solo, outrora permeável, em uma superfície impermeabilizada para a construção e edificações, a execução da pavimentação de estradas e a realização de outras obras - resulta em implicações sobre o escoamento das águas. O que se observa em grandes cidades, com áreas altamente urbanizadas, é que a maior parcela da água precipitada escoa para o sistema de drenagem pluvial ou para os cursos e reservatórios de água, os quais nem sempre possuem capacidade de suportar o súbito aumento dessa contribuição. Nesses casos, mesmo que ocorram precipitações de baixa intensidade, acontecem problemas de enchentes, que acabam ocasionando danos materiais e sociais. Sistema de drenagem pluvial: consiste em um conjunto de obras (operações e instalações) de engenharia destinadas a remover os excessos de água das superfícies e do subsolo. São constituídas principalmente de sarjeta, galerias, bocas de lobo e coletores, canais de escoamento, etc. Os sistemas de drenagem são geralmente dimensionados para determinadas situações de contribuição de água. Com a gradual impermeabilização do solo, a contribuição de água passa a ser maior, o que pode causar problemas ao sistema de drenagem.
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Figura 4.4: Quando há ocorrência de súbito e grande volume de precipitação, o sistema de drenagem pluvial pode não suportar a contribuição de água, causando as tão conhecidas enchentes. A situação é ainda mais grave quando a população da cidade joga lixo na rua, que acaba entupindo as “bocas de lobo”, locais por onde a água escoa Tamás Duzmáth (http://www.sxc.hu/photo/299497); Pietro Ricciardi (http://www.sxc.hu/photo/599291)
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Como consequência da impermeabilização do solo, também há a redução da recarga (infiltração de águas por meio do solo) dos aquíferos, diminuindo o volume de água subterrânea. Diante disso, podem ocorrer problemas nas áreas onde o abastecimento é feito a partir do lençol subterrâneo, se houver redução da superfície permeável nas áreas de recarga dos aquíferos.
4.4. Mudanças do regime hidrológico Como já discutido, os impactos ambientais causados pelo desmatamento, pelas modificações no relevo e na topografia e pela impermeabilização do solo causam intervenções no regime hidrológico. Entretanto, é possível destacar outras atividades impactantes como: barramentos; retificação dos cursos d’água; aterros; construção de sistemas de drenagem; transposição de bacias. Retificação: obra ou serviço que tenha por objetivo alterar, total ou parcialmente, o traçado ou percurso original de um curso d’água. Transposição de bacias (transferência de bacia ou reversão de bacia): transferência de água e/ou efluentes entre mananciais hídricos pertencentes a bacias hidrográficas distintas. Consiste, também, em conduzir o fluxo de um rio que transborda para terrenos permeáveis, a fim de ser incorporado às reservas subterrâneas ou a rios com menor vazão de outra bacia.
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Essas atividades provocam alterações significativas, resultando em muitos impactos ambientais: • problemas na drenagem natural das águas pluviais, aumentando a ocorrência de inundações, tendo como consequências danos sociais e econômicos; • inundação da vegetação, com prejuízos à flora, à fauna e a áreas de valor econômico, social, histórico, cultural, arqueológico ou ecológico. Por exemplo, o enchimento de um reservatório provoca a remoção da população da área, com impactos socioeconômicos e culturais. Além disso, pode haver eutrofização e redução do teor de oxigênio dissolvido da água, provocados pela decomposição da vegetação inundada, com reflexos sobre a vida aquática; • impactos sobre a biota aquática, devido às regularizações de vazão ou mudanças nos regimes de escoamento da água, o que causa, por exemplo, diminuição da fertilidade dos terrenos marginais aos cursos d’água, quando são reduzidas as áreas de cheia; • impactos sobre o microclima: evaporação, evapotranspiração, umidade do ar e temperatura.
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Meio Ambiente e Turismo Eutrofização: crescimento excessivo no corpo hídrico de algas e plantas aquáticas planctônicas e fixas, tanto microscópicas quanto de tamanhos maiores, provocado pelo recebimento em grande quantidade de nutrientes (nitrogênio e fósforo). Regularizações de vazão: redução na variação da vazão de determinado curso d’água ao longo do ano, através da criação de um ou mais reservatórios no rio. Isso porque a variação da precipitação e da vazão dos rios origina situações de déficit de água para atender a determinado uso. Em outras situações, há excesso de vazão no rio. Dessa maneira, formam-se reservatórios, por meio de barragens implantadas no curso de água, para controlar essa variação de vazão.
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Como você pode observar, são muitos os impactos que podem resultar das atividades impactantes que provocam alterações no regime hidrológico. Assim, há necessidade de que sejam previamente identificados e avaliados antes da execução de obras hidráulicas.
Figura 5.2: Exemplo clássico de intervenção ou mudança no ciclo hidrológico da água são as barragens que, no Brasil, são usadas principalmente para geração de energia elétrica. No entanto, apesar de a hidroeletricidade ser considerada uma fonte de geração “limpa”, é preciso analisar os diversos impactos ambientais envolvidos no empreendimento. Dentre outros, pode-se destacar que, ao invés do curso d’água seguir escoando em seu leito, o barramento provoca o acúmulo de água, aumentando, com isso, sua evaporação, o que afeta o microclima do local Jeremiah Castro (http://www.sxc.hu/photo/559474)
ATIVIDADE 2 (atende ao objetivo 2) a) Descreva a primeira ação ou atividade impactante, necessária para a implantação de um empreendimento. ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ b) Por qual motivo ocorrem enchentes e inundações nas grandes cidades ou centros urbanos, mesmo em situações nas quais as chuvas são de baixa intensidade? ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________
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Meio Ambiente e Turismo ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ c) Sabemos que o ser humano possui grande habilidade e capacidade transformadora sobre o meio ambiente. Dentre as atividades impactantes estudadas, qual é a que pode provocar um grande impacto visual? __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________
5. CONCLUSÃO Diante das discussões desta aula, percebemos que as nossas diversas atividades acarretam impactos ambientais sobre o meio ambiente, que podem ser benéficos (positivos) ou provocarem danos (negativos) que, muitas vezes, são irreversíveis. Assim, é necessário que esses impactos sejam identificados e avaliados, antes que as intervenções sobre o meio ambiente ocorram, para que sejam adotadas medidas visando minimizá-los ou evitá-los.
BIBLIOGRAFIA BARROS, R. T. V. et all. Manual de Saneamento e Proteção Ambiental para Municípios – Volume 2. Escola de Engenharia da UFMG, 1995. 221p. BRAGA, B. et al. Introdução à Engenhara Ambiental. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2ª ed., 2013. INSTITUTO MINEIRO DE GESTÃO DAS ÁGUAS (IGAM). Glossário de termos: gestão de recursos hídricos e meio ambiente. Belo Horizonte: Igam, 2008. 90p. MILLER, G. T. Ciência Ambiental. São Paulo: Cengage Learning, ed. 14, 2015. MOTA, S. Introdução à Engenharia Ambiental. Rio de Janeiro: ABES, ed. 5, 2012. PRIMACK, R. B. Biologia da Conservação. Tradução Efraim Rodrigues. Londrina: Editora Planta, 13’ Impressão: 2015. 328p. RICARDO, B. ; CAMPANILI, M. Almanaque Brasil Socioambiental 2015, 2ª Ed. Instituto Socioambiental, 2014. Secretaria de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano (SRHU). Água: manual de uso vamos cuidar de nossa águas implementando o plano nacional de recursos hídricos. 4 ed. Brasília – DF. 2009.
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Meio Ambiente e Turismo RESPOSTAS DAS ATIVIDADES - Atividade 1 a) Capacidade suporte - Atividade 2 a) Desmatamento: consiste na retirada da vegetação de determinada área ou região para a implantação dos empreendimentos. b) Ocorre devido ao fato de as áreas serem altamente urbanizadas, nas quais grande parcela do solo está coberta por edificações e vias pavimentadas, restando poucos terrenos permeáveis. Nessas áreas, a maior parcela da água precipitada escoa para o sistema de drenagem pluvial ou para cursos e reservatórios de água, os quais nem sempre têm capacidade de suportar o aumento súbito desta contribuição de água. c) Alteração no relevo e na topografia.
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ÁREAS ESPECIALMENTE PROTEGIDAS Meta Apresentar as definições e a importância das áreas protegidas. Objetivos Ao final deste capítulo, o aluno será capaz de: 1. Diferenciar as diversas categorias de Unidades de Conservação. 2. Diferenciar os recursos ambientais renováveis dos não renováveis; 3. Identificar as características e os pré-requisitos de implantação das Áreas de Preservação Permanente e da Área de Reserva Legal.
1. POR QUE PROTEGER OS ECOSSISTEMAS? O Brasil está entre os países de maior biodiversidade do mundo. Dispõe de grande extensão territorial caracterizada por diferentes climas e geomorfologias, que apresentam vários ecossistemas. Lembre-se do que você aprendeu na Aula 3! Geomorfologia: relacionada às formas de relevo e seus componentes.
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No entanto, a exploração dessa rica biodiversidade tem atingido os limites da capacidade de regeneração dos ecossistemas. Exemplos disso são as atividades de mineração, grandes plantações destinadas à exportação e a pecuária extensiva que acabam por prejudicar o meio ambiente Algumas dessas consequências são o desmatamento, a destruição de habitats, a remoção de mata ciliar, a degradação de cursos d’água, a contaminação de rios por produtos químicos, o desequilíbrio climático (devido ao desmatamento), a compactação do solo e a erosão.
Figura 5.1: A extração de madeira além da capacidade de carga do ambiente também compromete o equilíbrio do ecossistemas, afinal, prejudica o ciclo do carbono (deixa de fixar o CO2 e, ao invés disso, passar a emitir mais), destrói habitats, deixa o solo exposto e reduz a biodiversidade de espécies Fonte: Dagmar Zimova (http://www.sxc.hu/photo/360394)
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Meio Ambiente e Turismo Uma das medidas tomadas para proteger o conjunto de ecossistemas do país e evitar a destruição ambiental foi o estabelecimento de um sistema de Áreas Naturais Protegidas, que visa garantir a preservação da diversidade biológica.
Figura 5.2: Cuidar do planeta Terra é o mesmo que cuidar de nossa sobrevivência Fonte: Little Man (http://www.sxc.hu/photo/945242)
No Brasil, o Sistema de Áreas Naturais Protegidas foi estabelecido pelo Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), que, por sua vez, foi instituído pela Lei 9985, de 18 de julho de 2000. Seu objetivo fundamental é compatibilizar o desenvolvimento socioeconômico com a preservação da qualidade do ambiente e do equilíbrio ecológico.
2. UNIDADES DE CONSERVAÇÃO Até o ano 2000, o Brasil não contava com uma lei única que regulamentasse a criação e a gestão de Unidades de Conservação (UCs). Isto trazia muita confusão e impossibilitava uma gestão integrada de áreas protegidas que efetivamente conservasse a biodiversidade brasileira.
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A Lei Federal nº 9.985, 18 de julho de 2000, é chamada de Lei do Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC). Ela estabelece regras comuns para todas as UCs e possibilita a criação de um sistema nacional que articula todas as áreas protegidas em prol de objetivos e estratégias de conservação compartilhados.
A Lei do SNUC define Unidade de Conservação como “espaço territorial e seus recursos ambientais, incluindo as águas jurisdicionais, com características naturais relevantes, legalmente instituído pelo Poder Público, com o objetivo de conservação e limites definidos, sob regime especial de administração, ao qual se aplicam garantias adequadas de proteção.” Águas jurisdicionais: águas situadas em áreas sobre a quais a autoridade jurídica exerce poder para se fazer cumprir certas leis e punir quem as infrinja. Características naturais relevantes: áreas que apresentam características como: abrigar espécies de fauna e/ou flora raras ou em extinção, ter reconhecida beleza cênica...
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Meio Ambiente e Turismo São objetivos do SNUC: • contribuir para a manutenção da biodiversidade e dos recursos genéticos (informações sobre a constituição do organismo, de origem genética, que todos os seres vivos têm), bem como proteger espécies ameaçadas de extinção; • promover o desenvolvimento sustentável a partir dos recursos ambientais; • proteger e recuperar recursos hídricos e ainda os recursos ambientais necessários à subsistência das populações humanas tradicionais da área; • recuperar ou restaurar ecossistemas degradados; • proporcionar meios e incentivos para atividades de pesquisa científica, e • promover educação ambiental e recreação.
Figura 5.3: Comunidades de pescadores também caracterizam comunidades tradicionais que podem sofrer impactos da intervenção econômica predatória na natureza Fonte: Auro Queiroz (http://www.sxc.hu/photo/1168584)
Segundo a lei, existem dois tipos de UCs: 1) UCs de proteção integral: não permitem uso direto, ou seja, corte, coleta e extração de quaisquer recursos do ambiente. 2) UCs de uso sustentável: permitem uso direto, porém com regras. Por exemplo, é admitido o uso de parte de seus recursos naturais de modo sustentável e a presença de moradores (exceto nas Áreas de Proteção Ambiental – APA), desde que a conservação seja garantida (como é o caso dos quilombolas e dos ribeirinhos). 2.1. Unidades de Conservação de Proteção Integral As Unidades de Conservação de Proteção Integral têm como objetivo a manutenção dos ecossistemas livres de alterações causadas por interferência humana. É admitido apenas o uso indireto de seus recursos (pesquisas científicas, educação ambiental e ecoturismo), com exceção dos casos previstos pela Lei do SNUC. As UCs de Proteção Integral são compostas pelas categorias: Estação Ecológica, Reserva Biológica, Parque Nacional, Monumento Natural e Refúgio da Vida Silvestre. Vamos agora ver detalhadamente cada uma delas. a) Estação Ecológica (Esec) Criada pela Lei 6902, de 27 de abril de 1981 - que também estipulou as Áreas de Proteção Ambiental -, a Esec é área representativa de ecossistemas brasileiros que se destina à (ao): • realização de pesquisas básicas e aplicadas de Ecologia; • proteção do ambiente natural, e
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Meio Ambiente e Turismo • desenvolvimento da educação conservacionista. As Estações Ecológicas são criadas pela União, estados e municípios, em terras de seus domínios, definidos, no ato de criação, seus limites geográficos e o órgão responsável pela sua administração. Conforme a lei, e por definição de ato do Poder Executivo, 90% ou mais da área da Esec deve se destinar, permanentemente, à preservação integral da biota. Para o restante da área, segundo o que for definido em regulamento, pode ser autorizada a realização de pesquisas ecológicas que impliquem modificações no ambiente natural, desde que o plano de zoneamento seja aprovado. Zoneamento: instrumento de organização do território que estabelece medidas e padrões de proteção ambiental destinadas a assegurar a qualidade ambiental dos recursos hídricos e do solo, assim como a conservação da biodiversidade. A lei do SNUC define zoneamento como: “definição de setores ou zonas em uma unidade de conservação com objetivos de manejo e normas específicos, com o propósito de proporcionar os meios e as condições para que todos os objetivos da unidade possam ser alcançados de forma harmônica e eficaz”.
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A estruturação e o planejamento das Esecs são feitos de forma a permitir estudos regionais comparativos com as áreas ocupadas e modificadas pelo ser humano, para se obter informações úteis ao planejamento regional e ao uso racional de recursos naturais.
Figura 5.4: A estação ecológica do Taim, no Rio Grande do Sul, apresenta elevado valor ecológico para pesquisas e experimentos, abrigando uma grande variedade de ecossistemas. Na foto, um grupo de capivaras Fonte: João Paulo (http://www.turismo.rs.gov.br/portal/index.php?q=atrativo&id=2278&bd=&fg=2)
b) Reservas Biológicas (Rebio) São áreas reservadas à proteção integral da biota e seus atributos. Nessas áreas não deve haver interferência humana direta, exceto para recuperação de ecossistemas alterados e ações de manejo para recuperar e preservar o equilíbrio natural, a diversidade biológica e os processos ecológicos naturais. O objetivo é manter exemplos ecologicamente representativos de um ambiente natural para estudos científicos, monitoria ambiental, educação e manutenção dos recursos genéticos em um estado dinâmico e evolutivo. Biota: Conjunto dos animais e vegetais de uma região . Exemplos ecologicamente representativos: espécies vegetais e animais que representam a região em termos de habitat, evolução, interações...
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c) Parque Nacional (Parna) Seu objetivo básico é a preservação de ecossistemas naturais de grande relevância
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Meio Ambiente e Turismo ecológica e beleza cênica para possibilitar: • a realização de pesquisas científicas; • o desenvolvimento de atividades de educação e interpretação ambiental; • a recreação em contato com a natureza, e • o turismo ecológico. O Parna é de posse e domínio públicos. As áreas particulares incluídas em seus limites devem ser desapropriadas de acordo com a Lei 9985, do SNUC. Neste tipo de UC, a visitação pública está sujeita às normas e restrições estabelecidas pelo órgão ambiental gestor e àquelas previstas em regulamento. A pesquisa científica depende de autorização prévia desse órgão e está sujeita às condições e restrições por ele estabelecidas, bem como às previstas em regulamento. Os Parques, quando criados pelo estado ou município, serão denominados, respectivamente, Parque Estadual e Parque Natural Municipal. Devem perpetuar, em estado natural, mostras representativas de regiões fisiográficas, comunidades bióticas, recursos genéticos e espécies em perigo de extinção, a fim de prover estabilidade e diversidade ecológica. Regiões Fisiográficas: Regiões que podem ser caracterizadas e definidas quanto ao solo, relevo, flora, fauna, clima, etc.
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Um Parna muito famoso O Parque Nacional da Tijuca, no Rio de Janeiro é o mais visitado do Brasil. É onde estão o Corcovado e o Cristo Redentor, importantes atrações turísticas da cidade. Estima-se que receba, anualmente, cerca de 2 milhões de visitantes.
Figura 5.5: O Corcovado e o Cristo Redentor, no Parque Nacional da Tijuca (RJ) Fontes: http://www.sxc.hu/photo/539315 e http://www.sxc.hu/photo/326161
d) Monumento Natural (Monat) Tem como objetivo preservar sítios naturais raros, singulares ou de grande beleza cênica. Portanto, visa proteger e preservar ambientes naturais em razão de seu especial interesse ou características ímpares, como quedas d’água espetaculares e cavernas. Essa UC pode ser constituída por áreas particulares, desde que haja compatibilização dos objetivos da unidade com a utilização da terra e dos recursos naturais do local pelos proprietários. No entanto, a área pode ser desapropriada em dois casos: • se houver incompatibilidade entre os objetivos da área e as atividades privadas, ou • se não houver concordância do proprietário em relação às condições para a coexistência do Monumento Natural com o uso da propriedade.
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Meio Ambiente e Turismo A visitação pública nos Monats está sujeita às condições e restrições segundo normas do Plano de Manejo da unidade e do órgão gestor da unidade. Plano de Manejo: conforme a lei do SNUC, trata-se do documento técnico mediante o qual, com fundamento nos objetivos gerais de uma unidade de conservação, se estabelece o zoneamento e as normas que devem presidir o uso da área e o manejo dos recursos naturais, inclusive a implantação das estruturas físicas necessárias à gestão da unidade.
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Nessa categoria, estão as Áreas Tombadas, as Áreas de Especial Interesse Turístico, os Locais de Interesse Turístico e as Cavernas. e) Refúgio da Vida Silvestre (RVS) Sua função é proteger ambientes naturais e assegurar condições para a existência e reprodução de espécies ou comunidades da flora local e da fauna residente ou migratória. Estes locais estão sujeitos a restrições de acesso. Esse tipo de UC pode ser constituído em áreas particulares, desde que haja compatibilização dos objetivos do Refúgio de Vida Silvestre com a utilização da terra e dos recursos naturais do local pelos proprietários. Caso contrário, a área deve ser desapropriada, conforme dispõe a Lei do SNUC. Na RVS, a visitação pública é sujeita a normas e restrições estabelecidas pelo Plano de Manejo, pelo regulamento e pelo órgão gestor. A pesquisa científica depende de autorização prévia do órgão gestor, estando sujeita às condições e restrições estabelecidas por ele e previstas em regulamento.
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Um exemplo é o Refúgio de Vida Silvestre Mata do Junco, localizado no município de Capela (SE). Trata-se de um dos maiores remanescentes de Mata Atlântica do estado, com uma área total aproximada de 766 ha. Foi criado para preservar um fragmento desse bioma brasileiro que é o mais afetado pela ação antrópica.
Nessa área, há registro de uma das espécies de primatas mais ameaçadas de extinção, o guigó-de-Sergipe (Callicebus coimbrai) - espécie endêmica do Sergipe e do Norte da Bahia. Além disso, é possível encontrar na Mata do Junco 114 espécies arbóreas, 14 espécies de anfíbios, nove de répteis, 93 de aves e 19 de mamíferos, além do guigó-de-Sergipe. Espécie endêmica: espécie que ocorre unicamente em determinada região.
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Meio Ambiente e Turismo
Figura 5.6: Além das espécies da flora e fauna encontradas na RVS Mata do Junco, há 14 nascentes, entre as quais, as que formam o riacho Lagartixo, principal fonte de abastecimento da população urbana de Capela (SE), o que reforça a importância de proteger esse reduto Fontes: http://www.semarh.se.gov.br/biodiversidade/modules/xcgal/displayimage.php?pid=53&album=1&pos=22 http://www.semarh.se.gov.br/biodiversidade/modules/xcgal/displayimage.php?pid=57&album=1&pos=27
2.2. Unidades de Conservação de Uso Sustent Essas unidades têm o objetivo de compatibilizar a conservação da natureza com o uso sustentável de parcela de seus recursos. Ou seja, visam garantir a manutenção dos recursos ambientais renováveis e dos processos ecológicos. São compostas pelas categorias: Áreas de Proteção Ambiental, Áreas de Relevante Interesse Ecológico, Floresta Nacional, Reserva Extrativista, Reserva de Fauna, Reserva de Desenvolvimento Sustentável e Reserva Particular do Patrimônio Natural. a) Áreas de Proteção Ambiental (APA) Têm o objetivo fundamental de compatibilizar o desenvolvimento socioeconômico com a preservação da qualidade do meio ambiente e do equilíbrio ecológico, buscando a sustentabilidade ambiental.
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As APAs, geralmente, têm área extensa e apresentam certo grau de ocupação humana. São dotadas de atributos abióticos, bióticos, estéticos ou culturais especialmente importantes para a qualidade de vida e o bem-estar das populações humanas.
Assim, os objetivos destas UCs são: • proteger a diversidade biológica, • disciplinar o processo de ocupação, e • assegurar a sustentabilidade do uso dos recursos naturais. As APAs podem ser constituídas por terras públicas ou privadas. Nessas últimas, podem-se estabelecer normas e restrições para utilização pelo proprietário. Pesquisa científica e visitação pública, por exemplo, estão sujeitas às condições estabelecidas pelo proprietário, observadas as exigências e restrições legais. Nas áreas sob domínio público, as condições para realização de pesquisa científica e visitação serão estabelecidas pelo órgão gestor da unidade. Se for área privada, haverá um conselho presidido pelo órgão responsável e constituído pelos representantes dos órgãos públicos, de organizações de sociedade civil e da
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Meio Ambiente e Turismo população residente. Um exemplo de Área de Proteção Ambiental é a APA SUL, localizada na Região Metropolitana de Belo Horizonte (MG). Esta APA situa-se em uma área com atributos bióticos, econômicos, culturais e estéticos significativos, porém, com vocação minerária, o que fez surgir núcleos de população desde o século 18. Atualmente, a APA SUL tem uma área total de 165.250, incluindo os seguintes municípios: Barão de Cocais, Belo Horizonte, Brumadinho, Caeté, Catas Altas, Ibirité, Itabirito, Mário Campos, Nova Lima, Raposos, Rio Acima, Santa Bárbara e Sarzedo. Esta Área de Proteção Ambiental foi instituída devido à necessidade de se criar uma UC que pudesse normatizar e disciplinar o uso e a ocupação da região. Além disso, trata-se de uma área que sofre forte pressão da expansão urbana de parte da Região Metropolitana de Belo Horizonte, principalmente em direção aos municípios de Nova Lima e Brumadinho, com riscos de comprometimento do equilíbrio natural do meio ambiente.
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Nesta APA há duas grandes bacias hidrográficas: a do Rio São Francisco e a do Rio Doce, que respondem pelo abastecimento de aproximadamente 70% da população de Belo Horizonte e 50% dos habitantes de sua região metropolitana. Além disso, a área dispõe de uma das maiores extensões de cobertura vegetal nativa contínua do estado, abrangendo regiões conhecidas como Caraça e Gandarela. Ocorrem matas úmidas de fundos de vales e de altitude, com grandes formações rochosas. São essas características que determinam o inestimável valor da APA SUL em termos de biodiversidade.
b) Áreas de Relevante Interesse Ecológico (Arie) São áreas, geralmente, de pequena extensão, com pouca ou nenhuma ocupação humana, com características naturais extraordinárias ou que abrigam exemplares raros da biota regional. Têm como objetivo proteger os ecossistemas naturais de importância regional ou local e regular o uso admissível dos recursos dessas áreas com a conservação da natureza. São constituídas por terras públicas ou privadas, podendo, nesse último caso, ser estabelecidas normas e restrições para a utilização. Um exemplo de Área de Relevante Interesse Ecológico é a ARIE Sítio do Curió, a primeira do estado do Ceará, localizada em Fortaleza. Nesse local, encontra-se protegido o último fragmento de Mata Atlântica na zona urbana, que funciona como de zona de conforto térmico, criando um microclima bastante significativo para a região. Microclima: Clima próximo ao solo, que se estende até uma altura em que os efeitos da superfície se confundem com o clima local (mesoclima) ou geral (macroclima). As condições climáticas do interior de uma floresta ou de uma rua são exemplos de microclimas.
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Além disso, essa ARIE tem fauna com representantes de vertebrados e invertebrados que se refugiam na vegetação nativa. Lá são realizadas atividades de visitação e pesquisa científica.
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Figura5.7: A ARIE Sítio do Curió é um fragmento da Mata Atlântica localizado no interior da zona urbana de Fortaleza (CE) Fonte: http://www.semace.ce.gov.br/2010/12/area-de-relevante-interesse-ecologico-do-sitio-curio/
c) Floresta Nacional (Flona) São áreas com cobertura florestal de espécies predominantemente nativas. Têm como objetivo garantir o uso múltiplo sustentável dos recursos florestais e a pesquisa científica, com ênfase em método para exploração sustentável de florestas nativas. O uso sustentável dos recursos florestais é alcançado por meio do manejo florestal, que é uma estratégia que visa à sua conservação. Trata-se de um conjunto de técnicas para produzir bens (madeira, frutos e outros) a partir da floresta com o mínimo de impacto ambiental possível, garantindo, assim, sua manutenção e conservação em longo prazo. Ou seja, o objetivo é, por meio do manejo florestal sustentável, manter as florestas de pé gerando benefícios contínuos para o meio ambiente e para a sociedade. São áreas de posse e domínio público, nas quais as áreas particulares devem ser desapropriadas. Admite-se a presença de populações tradicionais que a habitavam antes da classificação como Floresta Nacional. A visitação pública é permitida, porém condicionada às normas estabelecidas. A pesquisa científica pode ser realizada e é incentivada. A Flona dispõe de um conselho consultivo, presidido pelo órgão responsável e constituído por representantes de órgãos públicos, de organizações da sociedade civil e, quando for o caso, das populações tradicionais residentes. Um exemplo de Floresta Nacional é a Flona Tapajós, localizada no oeste do estado do Pará, nos municípios de Belterra, Aveiro, Rurópolis e Placas. Ela foi criada pelo Decreto nº 73.684, de fevereiro de 1974, e tem uma área aproximada de 545 mil hectares, que é administrada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Essa área é habitada por cerca de mil famílias (estimam-se 6.000 habitantes), caracterizadas como populações tradicionais, que já viviam lá antes de sua criação, mas há também muitos habitantes provenientes de migração posterior. Eles vivem principalmente da pesca, da caça, do cultivo de mandioca, milho, arroz e feijão para subsistência, da criação de animais e da extração de produtos florestais não-madeireiros.
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A Flona de Tapajós abriga o projeto-piloto de exploração comercial de madeira por uma empresa privada em Flonas. O projeto contou com recursos da Organização Internacional de Madeira Tropical (ITTO) e do Ibama. Segundo o instituto, o objetivo é instalar um modelo de manejo florestal que assegure a produção sustentada de madeira e a obtenção de dados técnicos, sociais e ambientais que
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Meio Ambiente e Turismo possam orientar a gestão das Florestas Nacionais. Os grandes problemas dessa Flona são o desmatamento para expansão agrícola e a atividade madeireira ilegal.
d) Reserva Extrativista (Resex) Surgiu como conceito em 1985, durante o I Encontro Nacional dos Seringueiros, a partir da liderança de Chico Mendes, para protestar contra a falta de resolução dos desmatamentos no Acre. O modelo foi inspirado nas terras indígenas: são áreas públicas, não divididas em parcelas individuais, de domínio público, cedidas ao uso para populações extrativistas tradicionais. Ou seja, as áreas particulares devem ser desapropriadas. Extrativismo: conforme a lei do SNUC, é o sistema de exploração baseado na coleta e extração, de modo sustentável, de recursos naturais renováveis.
A visitação pública é permitida, desde que compatível com os interesses da área. A pesquisa científica pode ser realizada e é incentivada. O plano de manejo da área deve ser aprovado pelo conselho deliberativo. Conselho deliberativo: É presidido pelo órgão responsável e constituído por representantes de órgãos públicos, de organizações da sociedade civil e das populações tradicionais residentes.
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Nessas áreas, são proibidas a exploração de recursos minerais e a caça. A exploração de recursos madeireiros só é admitida em bases sustentáveis e em situações especiais e complementares às demais atividades. O Decreto 98.897, de 1990, deu às Resex constitucionalidade. Já a Lei 11.284, de março de 2006, fez com que essas áreas passassem a fazer parte do SNUC, sendo reconhecidas como parte das florestas públicas da União. A primeira Reserva Extrativista foi criada em 1990, recebeu o nome de Resex Chico Mendes e está localizada em Xapuri (Acre). A partir de 1992, essa modalidade de proteção passou a ser utilizada também fora da Amazônia, existindo também no Nordeste e no Centro-Sul do Brasil. A Resex Chico Mendes está localizada no bioma Amazônia e tem uma área aproximada de 970.570 ha, abrangendo os municípios de Assis Brasil, Brasiléia, Capixaba, Xapuri, Sena Madureira e Rio Branco. A comunidade da Resex realiza atividades de extração de produtos madeireiros (látex e coleta de castanha), produtos madeireiros (extração de madeira para construção de casas dos moradores e para outras benfeitorias), caça de subsistência e pesca de subsistência.
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Meio Ambiente e Turismo Chico Mendes (1944 – 1988)
Fonte: Miranda Smith (http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Chico_Mendes_at_rubber_tree.png)
As lutas dos povos tradicionais geram grandes líderes. Chico Mendes é um exemplo – ele foi líder dos seringueiros. Nasceu em 1944, numa família nordestina que migrou para trabalhar nos seringais do Acre. Quando criança, aprendeu com o pai o ofício de extrair o látex das árvores sem danificá-las. Aos 11 anos, conheceu Euclides Fernando Távora – ex-oficial do exército e fugitivo do governo, que também trabalhava no Acre como seringueiro –, com o qual aprendeu a ler (por meio dos jornais). Assim, aprendeu sobre a importância da organização dos sindicatos para os trabalhadores. Aos 19 anos, Chico começou a organizar os seringueiros. Ajudou a burlar a regra de só vender látex aos patrões. Visando à autonomia dos seringueiros, ajudava-os a vender a borracha diretamente para os marreteiros (atravessadores que controlavam o comércio da borracha e de mantimentos). Também formou um grupo de alfabetização, sendo acusado de fazer algazarra pelo prefeito e pelo padre da cidade. Por isso, passou dois anos escondido para não ser preso. Em 1975, fez o curso de sindicalismo pela Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag). Tornou-se secretário-geral do Sindicato dos Seringueiros. A partir daí, organizava empates (uma barreira de pessoas que, pacificamente, se opunha à derrubada das matas). Dessa forma, conseguiu impedir o desmatamento de muitos hectares de mata no Acre. Quando surgiu a ideia de se criarem Reservas Extrativistas, os seringueiros decidiram que a terra não seria dividida, seria propriedade da União, com a garantia de usufruto dos seringueiros. Assim, as terras teriam o mesmo formato dos antigos seringais, mas estariam sob controle dos próprios seringueiros. Chico Mendes foi assassinado em 22 de dezembro de 1988. Devido à comoção nacional com a sua morte e às expectativas geradas pela realização da Rio-92, a criação das primeiras reservas foram decretadas formalmente: Reserva Extrativista Chico Mendes e Reserva Extrativista do Alto do Juruá, ambas no Acre.
e) Reserva de Fauna (REF) É uma área natural com populações animais de espécies nativas, terrestres ou aquáticas, residentes ou migratórias, adequadas para estudos técnico-científicos sobre o manejo econômico sustentável de recursos faunísticos. É de posse e domínio públicos, com desapropriação das áreas particulares em seus limites. A visitação pública pode ser permitida, desde que compatível com o manejo da unidade. Tem como objetivo proteger o habitat de espécies da fauna silvestre endêmicas
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Meio Ambiente e Turismo e em perigo de extinção. Um exemplo de REF é a Baía de Babitonga (ecossistema marinho), localizada em São Francisco do Sul, litoral de Santa Catarina. A reserva, a primeira do Brasil, tem uma área de 6,2 mil hectares de manguezal e mar. Essa UC foi estabelecida com o objetivo de preservar o ecossistema, que é um dos mais produtivos no mundo e é o habitat exclusivo. Nesse local vivem ainda outras espécies ameaçadas, como o caranguejo-uçá, o boto cinza, o mero e a toninha. Na reserva, é permitido explorar racionalmente os recursos naturais, de forma a reverter a degradação proveniente de: • ocupação humana desordenada, • poluição de suas águas, • assoreamento provocado pelo desmatamento, • pesca predatória, • ocupação ilegal das áreas públicas, • obras mal dimensionadas, e • aterros dos bosques de mangue. A instauração da REF possibilita a compatibilização da conservação da natureza com o uso de parcela dos recursos naturais, como pesca artesanal, maricultura (cultivo de mexilhão e ostras) e turismo. Também são realizadas pesquisas na área, as quais subsidiam a gestão da pesca do robalo e a maricultura.
Figura 5.8: A REF Baía de Babitonga tem 6,2 mil hectares de manguezal e mar, abrigando espécies ameaçadas, como o caranguejo-uçá, o boto cinza, o mero e a toninha Fonte: http://www.abes-sc.org.br/cgi-local/view/Main/ConhecaBabitonga
f) Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS)
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A RDS é uma área natural que abriga populações tradicionais, que vivem da exploração sustentável de recursos naturais, adaptadas às condições ecológicas locais, desempenhando papel fundamental na proteção do meio ambiente.
O objetivo dessa UC é preservar a natureza e assegurar as condições e os meios necessários para a reprodução e a melhoria da qualidade de vida e exploração dos recursos naturais pelas populações tradicionais. Objetiva também valorizar, conservar e aperfeiçoar o conhecimento e as técnicas de manejo do ambiente, desenvolvido por essas populações. É uma área de domínio público, sendo que as propriedades particulares em seus limi-
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Meio Ambiente e Turismo tes devem ser, quando necessário, desapropriadas. O uso pelas populações tradicionais é regulado. Deve ser sempre considerado o equilíbrio dinâmico entre o tamanho da população humana e a conservação. É permitida e incentivada a visitação pública, desde que compatível com os interesses locais. Também se incentiva a pesquisa científica (que é sujeita à autorização do órgão gestor e às normas previstas em regulamento), voltada à conservação da natureza, à melhor relação das populações residentes com seu meio e à educação ambiental. Na RDS, é admitida a exploração de componentes dos ecossistemas naturais em regime de manejo sustentável e a substituição da cobertura vegetal por espécies cultiváveis. Assim, o Plano de Manejo – aprovado pelo Conselho Deliberativo – definirá as zonas de proteção integral, de uso sustentável, de amortecimento e corredores ecológicos. Manejo: Termo aplicado ao conjunto de ações destinadas ao gerenciamento de um ecossistema ou de um conjunto de recursos ambientais, numa perspectiva de conservação ambiental. Tem aplicação em diversas áreas (florestal, de solos, de fauna, de bacias hidrográficas, de paisagens, costeiro, da biodiversidade, etc.), com definições específicas para cada uma delas. Zona de Amortecimento: Entorno de uma unidade de conservação, onde as atividades humanas estão sujeitas a normas e restrições específicas, com o propósito de minimizar os impactos negativos sobre a unidade. Corredores ecológicos: Corresponde à faixa de vegetação, natural à área, que liga ás unidades de conservação. Tal conexão permite o deslocamento de animais, oferecendo-se ainda como alternativas de habitat.
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Os territórios das Reservas de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, Amaná e do Parque Nacional do Jaú receberam da Unesco o título de maior corredor ecológico do Planeta. Outro exemplo de RDS é a Reserva do Rio Negro, localizada entre os municípios de Iranduba e Novo Airão, no estado do Amazonas. A reserva tem uma área de 102.978,83 hectares, onde vivem cerca de 500 famílias nas 19 comunidades.
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As principais atividades realizadas nesta RDS são agricultura, manejo florestal madeireiro e turismo. Assim, a visitação para educação ambiental e a pesquisa científica são permitidas e incentivadas, desde que tenham a permissão do órgão gestor da unidade e da comunidade local.
A reserva é administrada pela Fundação Amazônia Sustentável. Esta, juntamente aos órgãos ambientais do estado, os ligados à Amazônia e os referentes a Unidades de Conservação, realizam parcerias para elaborar planos que possibilitem o manejo florestal nessas áreas. No início de 2011, já havia 14 planos. g) Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) São áreas particulares que têm por objetivo preservar espaços de importância ecológica e paisagística. Os proprietários podem reverter parte ou toda a propriedade em RPPN, que se torna isenta do Imposto Territorial Rural (ITR). Nesses espaços, são permitidas pesquisas científicas, visitação turística, recreação e educação ambiental. Pelo fato de serem concebidas em terras sob domínio essencialmente privado, os proprietários devem ter a vontade de proteger os recursos ambientais de sua propriedade.
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Meio Ambiente e Turismo O proprietário, então, assinará um termo de compromisso perante o órgão ambiental, ao qual cabe verificar a existência de interesse público.
Unidades de Conservação As unidades de conservação têm seu marco inicial com a criação do Parque Nacional de Itatiaia, em 1937, na divisa do estados de Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro.
Figura 5.9: Cachoeira Véu de Noiva, localizada no Parque Nacional de Itatiaia, Rio de Janeiro Fonte: Vittau (http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Cachoeira_V%C3%A9u_da_Noiva.jpg)
Atualmente, são 850 UCs em todo o Território Nacional e cerca de 700 Reservas Particulares do Patrimônio Nacional, categorias de unidades privadas, mas que também constam no SNUC.
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TUm exemplo de RPPN é o Santuário do Caraça, localizado no município de Catas Altas, na porção Sul da Serra do Espinhaço, em Minas Gerais. O Parque, que tem 11.233 hectares de Mata Atlântica, Cerrado, Campos Rupestres e Campos de Altitude, tornou-se uma RPPN em 1994. A reserva é um ambiente de grande diversidade de animais, dentre eles, cerca de 320 espécies de aves e 70 espécies mamíferos, com destaque para o lobo-guará (Chrysocyosn branchyurus).
Na RPPN do Caraça, são desenvolvidas atividades de educação ambiental, ecoturismo e pesquisa científica.
Fonte: Hygor Rossoni. Modelo: Aline da Luz Pascoal
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Fonte: Hygor Rossoni Figura 5.10: A RPPN do Caraça tem este nome devido ao fato de a Serra ter o formato de uma “cara grande”. Na foto, reparar que a face, em perfil, da modelo é projetada na formação rochosa “Caraça”, que está em segundo plano. À noite, o pátio do Santuário costuma ser visitado por lobos-guará
ATIVIDADE 1 (atende ao objetivo 1) 1. Relacione a coluna da direita com a coluna da esquerda. ( ) Faixa de vegetação natural ou seminatural que liga áreas naturais preservadas, possibilitando o fluxo de genes e o movimento da biota. ( ) É concebida em terras sob domínio essencialmente privado, cujo (1) RDS proprietário deve ter a vontade de proteger os recursos ambientais de sua propriedade. ( ) Área reservada à proteção integral da biota e demais atributos, sem (2) Flona interferência humana direta, com o objetivo de manter exemplos ecologicamente representativos de um ambiente natural disponível para (3) REF estudos científicos, monitoria ambiental, educação e manutenção dos recursos genéticos em um estado dinâmico e evolutivo. ( ) Tem o objetivo de preservar a natureza e assegurar as condições e os (4) Parna meios necessários para a reprodução e a melhoria da qualidade de vida e exploração dos recursos naturais pelas populações tradicionais, valorizar, conservar e aperfeiçoar o conhecimento e as técnicas de manejo (5) RPPN do ambiente, desenvolvido por estas populações. ( ) Área natural com populações animais de espécies nativas, terres(6) Rebio tres ou aquáticas, residentes ou migratórias, adequadas para estudos técnico-científicos sobre o manejo econômico sustentável de recursos faunísticos. (7) APA ( ) Apresenta certo grau de ocupação humana; é dotada de atributos abióticos, bióticos, estéticos ou culturais especialmente importantes (8) Corredor para a qualidade de vida e o bem estar das populações humanas. O objetivo é proteger a diversidade biológica, disciplinar o processo de Ecológico ocupação e assegurar a sustentabilidade do uso dos recursos naturais. ( ) Essas áreas devem perpetuar, em estado natural, mostras representativas de regiões fisiográficas, comunidades bióticas, recursos genéticos e espécies em perigo de extinção, a fim de prover estabilidade e
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Meio Ambiente e Turismo diversidade ecológica. ( ) São áreas com cobertura florestal de espécies predominantemente nativas. Têm como objetivo garantir o uso múltiplo sustentável dos recursos florestais e a pesquisa científica, com ênfase em métodos para exploração sustentável de florestas nativas.
3. ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE (APP) O Código Florestal (Lei 4771, de 15 de setembro 1965), instituiu as Áreas de Preservação Permanente (APPs). São espaços nos quais a vegetação nativa deve ser mantida ou recuperada para preservação de cursos d’água (rios, nascentes e lagos) contra a erosão e o assoreamento, além da proteção do solo de topo de morros e outras áreas com declividade. Erosão: processo de decomposição e transporte de sedimentos que altera as formas do relevo. Causada por agentes, como vento, chuvas e águas correntes, pode ser acelerada por intervenções humanas (por exemplo, o desmatamento).
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Toda faixa de vegetação que ocorre ao longo dos cursos d’água é de preservação permanente. A ela, damos o nome de mata ciliar. Os limites das APPs de mata ciliar – a partir da margem – variam de acordo com a largura do rio.
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SAIBA MAIS! O texto da Lei 4771/65 foi alterado em 2012, após discussão na câmara dos deputados, opondo ambientalistas e ruralistas.Para consultar o texto original do Código Florestal, basta acessar o link: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/ l4771.htm. E a lei que altera o Código, Lei 12.651, de 25 de maio de 2012, pode ser consultada na página: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12651. htm#art83
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A importância de preservar essas áreas se deve ao fato de que o solo, se exposto, pode sofrer erosão. Esse processo promove o carrear de partículas desse solo para os rios ou lagos. O resultado disso é o assoreamento, ou seja, a deposição de material no fundo dos cursos d’água, tornando-os cada vez mais rasos. Isso prejudica o recurso hídrico em si e a biota que habita a área.
As APPs para cursos d’água são estabelecidas tanto em espaços urbanos quanto rurais. Elas exercem também a função de proteger as áreas do risco de inundações e garantir o bem-estar das populações humanas. São definida também como APPs áreas que atenuam erosão, protegem rodovias e ferrovias, locais de flora e fauna em extinção ou que servem de local para pouso e reprodução de espécies migratórias e que asseguram o bem-estar público. Essas categorias são menos objetivas e dependem de determinação do agente ambiental.
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Meio Ambiente e Turismo Além disso, o Poder Público pode criar por decreto outras APPs, quando houver necessidade de proteger a paisagem, a estabilidade do solo e os mananciais. Essas áreas podem estar em domínio público ou privado. Nesse último caso, há restrição e inviabilização do exercício do direito de propriedade, pois sempre se busca a função social da propriedade.
Mananciais: área por onde se distribuem os olhos d’água (nascentes) que dão origem a um rio ou outro curso fluvial. São compostos pelas fontes de água, superficiais ou subterrâneas, que podem ser utilizadas para o abastecimento público e demais atividades.
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4. RESERVA LEGAL (RL) Corresponde ao percentual da propriedade rural em que a cobertura vegetal nativa deve ser conservada. Pode ser também utilizada sustentavelmente mediante plano de manejo florestal, permitindo a reprodução da fauna e da flora, além da manutenção dos serviços ambientais, como: • regulação do clima local (incluindo o ciclo hidrológico), regional e global; • regulação do escoamento superficial e da inundação; • recarga de aquífero e conservação de nascentes; • prevenção de erosão; • formação do solo e manutenção da fertilidade, e • produção de biomassa Aquífero: formação subterrânea que contém água livre ou confinada, em quantidade suficiente para alimentar poços e nascentes que podem ser utilizados como fontes de abastecimento. Qualquer tipo de rocha pode constituir um aquífero, desde que apresente condições de armazenar e transmitir água. Biomassa: quantidade de material vivo presente em determinada área e momento; geralmente expressa em quantidade de energia ou em peso seco de matéria orgânica. Inclui a totalidade dos corpos dos organismos vivos, mesmo que partes deles possam estar mortas (cascas de árvores, por exemplo).
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ATIVIDADE 2 (atende ao objetivo 2) 1. Complete as lacunas a) As ___________ correspondem ao percentual de cada propriedade rural onde a cobertura vegetal nativa deve ser conservada ou utilizada sustentavelmente mediante ___________. b) Toda faixa de vegetação que ocorre ao longo dos cursos d’água, que é denominada ___________ é de preservação ____________. c) A importância de preservar as áreas de mata ciliar se deve ao fato de que, exposto, o solo pode sofrer ___________ d) A deposição de material no fundo dos cursos d’água, tornando-os cada vez mais rasos é chamado ___________ e) A dimensão das ___________ pode variar conforme a ___________ da propriedade.
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Meio Ambiente e Turismo 5. PARA TERMINAR... A Organização Mundial do Turismo prevê que o turismo ecológico será a principal atividade econômica internacional, com transferência de divisas (moeda estrangeira) e geração de empregos. A despeito da inegável potencialidade turística, o Brasil tem a imagem desfavorável da falta de segurança e de saneamento, do descaso e da depredação.
Divisa: no jargão econômico, significa moeda conversível
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Assim, é preciso, antes de tudo, um planejamento cujo primeiro passo é a educação das populações dessas áreas, com esclarecimento sobre a preservação e o respeito ao meio ambiente. O desenvolvimento da indústria turística depende fortemente da conservação dos recursos e das paisagens naturais. Por isso, este segmento não pode contribuir para a degradação, nem permitir que tais áreas sejam colocadas em risco. Assim, a instituição de Unidades de Conservação são uma tentativa de proteger o meio ambiente, conciliando necessidades científicas (voltadas para conservação do bem ambiental), exploração econômica e capacidade de suporte do meio. A proteção também leva em conta a conservação da beleza cênica - o turismo só tem a ganhar com isso. Por isso, é tão importante que as atividades turísticas promovam e incentivem a educação ambiental sempre. E, sobretudo, evitem impactos ambientais em suas atividades.
BIBLIOGRAFIA BRASIL, Lei 6902, de 27 de abril de 1981. Dispõe sobre a criação de Estações Ecológicas, Áreas de Proteção Ambiental e dá outras providências. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6902.htm. Acessado em 24 de maio de 2011. BRASIL, Lei 9985, de 18 de julho de 2000. Regulamenta o art. 225, § 1o, incisos I, II, III e VII da Constituição Federal, institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza e dá outras providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9985. htm. Acessado em 25 de maio de 2011. CABRAL, N. R. A. J; SOUZA, M. P. Áreas de Proteção Ambiental: planejamento e gestão de paisagens protegidas. Sâo Carlos: RiMa, 2005, 2ª ed. DIAS, Reinaldo. Turismo Sustentável e Meio Ambiente. São Paulo: Atlas, 2008. ESTERCI, Neide. Chico Mendes. In: RICARDO, B. ; CAMPANILI, M. Almanaque Brasil Socioambiental 2008, 2ª Ed. Instituto Socioambiental, 2007, p. 86 - 87. FONTES, M. A. L. Unidades de Conservação. Lavras: ULFA/FAEPE, 2001. PRIMACK, R. B. Biologia da Conservação. Tradução Efraim Rodrigues. Londrina: Editora
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Meio Ambiente e Turismo Planta, 13’ Impressão: 2015. 328p. RICARDO, B. ; CAMPANILI, M. Almanaque Brasil Socioambiental 2015, 2ª Ed. Instituto Socioambiental, 2014. TRIGUEIRO, A (coord.). Meio ambiente no século 21: 21 especialistas falam da questão ambiental nas suas áreas de conhecimento. Rio de Janeiro: Sextante, 2003. Sites consultados http://www.ief.mg.gov.br http://www.semad.mg.gov.br/apa-sul http://www.semarh.se.gov.br/biodiversidade/modules/tinyd0/index.php?id=11 http://www.redeapasul.com.br.html http://www.semace.ce.gov.br/2010/12/area-de-relevante-interesse-ecologico-do-sitio-curio/ http://www4.icmbio.gov.br/flona_tapajos/index.php?id_menu=26
RESPOSTA DAS ATIVIDADES - Atividade 1 (8), (5), (6), (1), (3), (7), (4), (2). - Atividade 2 1) RLs, plano de manejo florestal 2) Mata ciliar, permanente 3) Erosão 4) Assoreamento 5) Localização 6) Reservas Legais, localização
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IMPACTOS AMBIENTAIS DO TURISMO
Meta Descrever os impactos positivos e negativos do turismo no meio ambiente e mostrar a importância do planejamento turístico. Objetivos Ao final deste capítulo, o aluno será capaz de: 1. Identificar os impactos negativos e positivos que o turismo causa ao meio ambiente. 2. Reconhecer a importância do planejamento turístico.
1. O TURISMO TAMBÉM GERA IMPACTOS PARA O MEIO AMBIENTE É preciso reconhecer que, em certa medida, o turismo contribui para o gerenciamento do meio ambiente por meio de incentivo à conservação. É o que acontece na África, por exemplo. Muitos animais africanos poderiam estar extintos, se não fosse o turismo no continente. Afinal, essa atividade propiciou que um grande número de pessoas os apreciasse em seu ambiente natural, deixando recursos suficientes para que fossem criadas áreas naturais protegidas, que acabariam por gerar divisas (moeda estrangeira) para outros setores das economias dos diversos países do continente. Ou seja, os grandes animais africanos geram mais renda vivos como alvos em safáris fotográficos do que como objeto de caça nos safáris tradicionais. Safári: é o nome da expedição realizada com o objetivo de caçar, observar e fotografar ou estudar animais selvagens em seu habitat. Originalmente, era uma expedição de caça, especialmente pela África Central e do Sul, durante a qual caçadores ficavam vários dias na floresta para matar animais selvagens. Hoje em dia, porém, o termo safári também é aplicado aos passeios em carro aberto para observar, em reservas ou parques, sobretudo da Savana Africana, leões, elefantes e outros grandes animais. No entanto, mesmo se realizado sem a intenção de matar, os safáris ou outra atividade de observação da fauna causam impacto ambiental. Afinal, animais selvagens podem ficar estressados e alterar seu comportamento natural quando turistas ficam muito próximos. As atividades de safári fotográfico ou de observação de vida selvagem têm um efeito degradante no habitat, quando às vezes são acompanhadas por barulho excessivo e agitação provocada pela perseguição aos animais, na ânsia de vê-los e fotografá-los. Tais atitudes colocam pressão sobre comportamentos dos animais, que podem, por exemplo, abandonar os ovos nos ninhos ou mesmo os filhotes.
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Meio Ambiente e Turismo Entretanto, o turismo também provoca impactos negativos sobre o meio ambiente: • desenvolvimento de infraestrutura: a construção de instalações turísticas (acomodações, suprimento de água, restaurantes, áreas de lazer, etc.) pode envolver a mineração de areia de praia ou de rios e a erosão de dunas de areia, do solo e a extração de rochas e pedras. Além disso, a construção de rodovias e aeroportos pode gerar degradação do solo e perda de habitats e deterioração do cenário natural. • manejo de resíduos gerados pela atividade: durante todas a etapas de planejamento, instalação e operação de atividades turísticas, são produzidos diversos tipos de resíduos sólidos (lixo de cozinhas e restaurantes, limpeza de ambientes e vias de circulação e podas de árvores e restos de jardinagem), resíduos líquidos (esgotos provenientes dos banheiros, sanitários e limpeza local) e resíduos gasosos (material particulado e poeira produzidas durante a execução das obras e emissões atmosféricas produzidas pelos veículos dos turistas ou dos fornecedores). Além da disposição inadequada desses resíduos diretamente no ambiente que podem representar problemas ligados à saúde pública, são gerados diversos impactos no ecossistema local – tanto para a fauna quanto para a flora. Diante disso, devemos promover medidas que atenuem seus impactos negativos, como o manejo adequado dos resíduos (coleta, transporte, reciclagem ou reuso, tratamento e disposição final). • modificação da paisagem natural: durante o desenvolvimento de atividade ao ar livre, ligada ao ecoturismo, por exemplo, torna-se necessária a abertura de diversas trilhas, acampamentos ou bases de apoio para que sejam alcançados os locais onde serão desenvolvidas as atividades (banhos e cachoeiras, observação de paisagem ou a prática de algum esporte radical). Torna-se necessária, portanto, a retirada da vegetação e a abertura de clareiras nesses locais. Assim, caso não se estabeleça critérios na escolha dos locais onde serão desenvolvidas essas atividades, a paisagem natural desse ambiente será modificada. • volume de turistas que estes ambientes recebem: no caso do safári fotográfico ou de observação da vida selvagem, apesar de serem realizados sem a intenção de matar os animais, eles causam impacto ambiental. Isso principalmente quando é realizado por um número excessivo de visitantes e que extrapole a capacidade suporte do ecossistema. Além disso, a maior parte dos lugares que despertam o interesse dos turistas é frágil, finita e apresenta, normalmente, alto valor conservacionista.
Exemplo dessa situação é a Mata Atlântica, um dos ecossistemas mundiais que correm maior perigo e onde se encontra um grande número de espécies endêmicas. Por se tratar de ecossistema próximo a grandes centros urbanos, ela recebe muitos visitantes nos finais de semana e feriados prolongados. Exatamente por isso, esse ambiente fica muito exposto a impactos ambientais, afinal, seus recursos são finitos e podem desaparecer ou ser alterados profundamente caso a capacidade de suporte seja ultrapassada. É necessário, então, que esses locais sejam acompanhados permanentemente por especialistas, para que se garanta a conservação, e programas de conscientização e educação ambiental também não devem ser dispensados. Valor conservacionista: valor definido conforme critérios do ambiente, como raridade, fragilidade, biodiversidade, historicidade, beleza, etc.
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Meio Ambiente e Turismo
Figura 6.1: Impacto ambiental negativo causado pela retirada da vegetação e revolvimento do solo, durante a terraplanagem e o preparo do terreno para instalações turísticas Fonte: Hygor Rossoni
Diante dessas questões, o que você pode perceber é que o turismólogo (profissional que atua no ramo do turismo) deve exercer um constante planejamento da atividade turística, principalmente quando a atividade envolver a variável ambiental. Além de constituir, em muitos casos, um fator de atração de turistas (qualidade de vida), o meio ambiente também deve ser conservado por obediência às determinações da legislação. É por isso que, nesta aula, estudaremos os impactos ambientais do Turismo, que podem ser tanto positivos quanto negativos.
1. IMPACTOS AMBIENTAIS DO TURISMO
Figura 6.2: Visão do pico Dedo de Deus, na Serra dos Órgãos (RJ), a partir da Ilha de Paquetá, uma das belezas da Baia de Guanabara que há anos sofre com a poluição Fonte: Sandra Talarico
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A qualidade do meio ambiente, tanto natural quanto construído pelo homem, é essencial para o turismo. Entretanto, essa relação é bastante complexa, pois envolve atividades que podem ter efeitos ambientais adversos - positivos e negativos. Muitos desses impactos estão ligados a obras de infraestrutura, como rodovias, aeroportos e instalações turísticas – resorts, hotéis, restaurantes, pontos comerciais e áreas de lazer, por exemplo. Tais empreendimentos são fundamentais para o desenvolvimento do turismo, mas podem também causar impactos negativos.
Assim, de modo geral, podemos identificar três áreas principais de ocorrência de impactos ambientais: • degradação de recursos ambientais, • poluição e • impactos físicos. 2.1. Degradação de recursos ambientais Com o aumento das construções voltadas para o turismo, cresce a pressão sobre os recursos naturais: • recursos minerais, • combustíveis fósseis, • solos férteis, • florestas, • terras úmidas, • vida selvagem e • paisagens incomuns.
Figura 6.3: Para implantar rodovias, é preciso retirar a vegetação do local, o que, em muitos casos, promove a erosão das áreas adjacentes e, consequentemente, o assoreamento nos cursos d’água Fonte: Nicolas Raymond (http://www.sxc.hu/photo/1255713)
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O impacto direto do turismo sobre os recursos renováveis e não-renováveis é causado pelo seu uso para a construção de instalações e obras de infraestrutura. Por sua vez, as matas também sofrem impactos negativos na forma de desflorestamento: para retirada da madeira para construções de habitação e outros
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Meio Ambiente e Turismo compartimentos e para abertura de áreas onde serão realizadas as obras (hotéis, estradas ou trilhas). Isso contribui para a compactação, erosão e perda de fertilidade do solo.
Muitas vezes, as consequências são irreversíveis, afetando, inclusive, o melhor aproveitamento da atividade turística. Imagine que, se os turistas perdem o interesse por determinado lugar, eles deixam de gerar divisas (não deixam mais dinheiro no local). Perde a indústria do turismo, perdem as cidades e regiões e perde o turista. Assim, as consequências negativas sobre o meio ambiente geram também um impacto econômico negativo. Outro exemplo de degradação de recursos ambientais causada pelo turismo está relacionado à água. A indústria turística utiliza recursos hídricos em excesso nos hotéis, seja nas piscinas ou para uso pessoal. Além do alto consumo desse bem ambiental, também há a geração de resíduos que, na ausência de um sistema de tratamento de efluentes, acaba alcançando os cursos d’água ou mesmo o lençol freático.
Efluentes: consistem nas águas residuárias ou esgotos produzidos durante o ciclo de utilização da água de abastecimento, nas ações de tomar banho, diluir dejetos nas bacias sanitárias, lavar roupas, carros ou limpeza local e demais utilizações. Lençol freático: depósito subterrâneo de água situado a pouca profundidade.
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O turismo também cria pressão sobre recursos locais, como energia, alimentos e outros produtos que têm quantidade suficiente para abastecer a população local. 2.2. Poluição Poluição pode ser definida como a degradação do ambiente causada por qualquer matéria ou energia que, em última instância, altere as propriedades físicas, químicas ou biológicas desse ambiente. Os agentes poluidores (matéria ou energia) podem ser som, produtos químicos, gases e tantos outros. Por exemplo, a poluição é atmosférica porque houve emissões gasosas que afetaram o ar atmosférico; é sonora, porque está ocorrendo grande emissão de ruídos no ambiente...
É importante ressaltar que o turismo pode causar o mesmo tipo de poluição que outras indústrias: • emissões gasosas, • ruídos (barulhos), • resíduos sólidos, • lançamento de esgoto e • poluição visual e arquitetônica.
O transporte aéreo, rodoviário e ferroviário está continuamente crescendo, para atender ao aumento da mobilidade dos turistas. Uma das consequências é o aumento das emissões gasosas na atmosfera. Além de contribuir com o efeito estufa, esses gases também contribuem para a formação da chuva ácida.
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Meio Ambiente e Turismo Efeito estufa: efeito natural que mantém o calor na atmosfera (troposfera) perto da superfície terrestre em uma temperatura média de 15ºC. É composto por gases como o dióxido de carbono (CO2), vapor de água (H2O), metano (CH4), óxido nitroso (N2O) e outros, os quais absorvem parte radiação infravermelha (calor) irradiada pela superfície terrestre. Chuva ácida: causada pela interação entre o sulfeto de hidrogênio e óxidos de nitrogênio (emitidos pela queima de combustíveis fósseis) com o vapor de água, produzindo ácidos nítricos e sulfúricos diluídos, que acidificam as nuvens e a água da chuva de ampla extensão.
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A poluição sonora causada por aviões, ônibus, carros e trens é um grande problema nas localidades turísticas. Além de estresse, irritação e eventuais problemas na audição das pessoas, também modifica os padrões normais de atividade dos animais, alterando a vida selvagem no local. Outro tipo de poluição que ocorre devido ao turismo está relacionado ao lançamento de esgoto dos hotéis em cursos d’água, causando danos à fauna e à flora. Lançado no mar, esses resíduos prejudicam os corais, alteram a salinidade da água e trazem problemas à saúde dos seres humanos e animais. A emissão de esgotos em cidades litorâneas é a principal causa da proliferação excessiva de algas, o que faz com que a água adquira tonalidade verde.
Figura 6.4: Você visitaria esta praia? Fonte: AndreaV (http://commons.wikimedia.org/wiki/File:18_MHG_bica_fernandopradel4.jpg)
Por fim, há também a poluição visual, a qual está presente em muitas localidades turísticas. As instalações construídas nos destinos turísticos, muitas vezes, não são planejadas em conformidade com o ambiente existente, prejudicando a estética do local. A falta de política de uso e ocupação do solo, bem como sua aplicação, possibilita a multiplicação de casos de poluição estética, principalmente ao longo da costa e das rodovias que apresentam belas paisagens. Além disso, outdoors colocados em locais inadequados prejudicam a contemplação de paisagens atrativas.
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Figura 6.5: Outdoors, postes, fios de eletricidade e excesso de enfeites configuram poluição visual, impedindo a contemplação das construções históricas do município de Areia (Paraíba) Fonte: Carlos Oliveira Reis (http://www.flickr.com/photos/carlosoliveirareis/3355702725/)
2.3. Impactos físicos do desenvolvimento e das atividades turísticas
Figura 6.6: Devemos tratar o nosso planeta como uma folha de papel que descartamos depois de rabiscar um bocado nela? Fonte: Corey Matsumoto (http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:CrumpleEarth. jpg)
Os impactos físicos do desenvolvimento da atividade turística são relativos à degradação de ecossistemas, como praias, lagos, rios e montanhas. São decorrentes de: • construções e desenvolvimento de infraestrutura; • incorreto uso da terra e desmatamento; • construções na beira de lagos, rios e mares; • pisoteamento de vegetação (fora das trilhas); • atividades de mergulho, pesca e utilização de iates; • safáris fotográficos (causa estresse aos animais); • utilização de rochas, recursos minerais e fósseis como matéria-prima para artesanatos.
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Os impactos negativos do turismo sobre o ambiente natural, portanto, ocorrerão na formação geológica, na vegetação natural, na água, no ar e na vida selvagem. Já sobre o ambiente construído, os impactos afetam monumentos, sítios
Meio Ambiente e Turismo arqueológicos e lugares e construções históricas. Afinal, com a implantação de infraestrutura turística, haverá alterações na autenticidade e originalidade espacial e arquitetônica.
Figura 6.7: Jumeriah Lakes, bairro de Dubai popular entre expatriados residentes nesse emirado. Os verdes lagos de água doce são artificiais e foram erguidos sobre o terreno árido Fonte: Sandra Talarico
Em relação ao ambiente natural, os ecossistemas mais ameaçados pela degradação são as áreas ecologicamente mais frágeis, como as florestas, as áreas úmidas, os mangues e os recifes de corais. No turismo, a capacidade de carga é o número de turistas que podem ser acomodados e atendidos em um local sem provocar alterações significativas nos meios físico e social e na expectativa dos visitantes. É o limite além do qual podem ocorrer impactos ambientais. Assim, tendo em vista esse conceito, é possível desenvolver um plano estratégico de gerenciamento para o turismo. Ilha de Fernando de Noronha Na Ilha de Fernando de Noronha, a cobrança da taxa tem dupla finalidade: contribuir para a manutenção da ilha e reduzir o número e o tempo de permanência do visitante. É cobrada uma taxa por dia de permanência e, após o 10º dia, ela vai se tornando mais cara.
Fonte: Magglz (http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Fernando_de_Noronha_-_vista_aera.jpg)
Fernando de Noronha tem uma população fixa de três mil moradores e, pelas normas, não pode ter mais de 460 turistas por mês. Assim, as taxas são importantes para ajudar a diminuir os problemas trazidos pelo turismo, entre os quais, a destinação de resíduos, que devem ser retirados de navio e levados ao continente.
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Meio Ambiente e Turismo O turismo não causa somente impactos negativos; a atividade também proporciona vantagens ao meio ambiente. Aproveite para testar seus conhecimentos sobre esse tipo de impacto para que você possa conhecer, daqui para frente, as contribuições do turismo para a conservação ambiental, ou seja, os impactos positivos.
ATIVIDADE 1 (atende ao objetivo 1) - Observe as imagens:
Figura 6.8: Trilha Fonte: Leonardo Pallotta (http://www.flickr.com/photos/groundzero/58667567/)
Figura 6.9: Praia Fonte: Juliana Coutinho (http://www.flickr.com/photos/ngmmemuda/3245662665/)
Figura 6.10: Construção de um hotel Fonte: Memórias do PAC (http://www.flickr.com/ photos/memorias-do-pac/3923544339/)
1. Quais impactos ambientais negativos podem ser observados nestas imagens? ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________
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Meio Ambiente e Turismo 2. De que forma o turismo gera esses impactos? ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________
3. CONTRIBUIÇÕES DO TURISMO PARA A CONSERVAÇÃO AMBIENTAL – IMPACTOS POSITIVOS O turismo pode ajudar na conservação da natureza por meio de: • contribuições financeiras, • melhorias no planejamento ambiental, • conscientização a respeito do meio ambiente e • conservação dos locais de visitação. Essas ações podem ser concretizadas por meio de projetos de conscientização ambiental, do turismo ecológico e do ecoturismo. Turismo Ecológico: Também conhecido como turismo de natureza ou turismo verde, envolve o deslocamento de pessoas para espaços naturais com ou sem equipamentos receptivos (centro de visitantes, vestiários, sanitários, estrutura de hospedagem, etc.), motivadas pelo desejo ou necessidade de fruição da natureza, observação passiva da flora, da fauna, da paisagem e dos aspectos cênicos do entorno. Pode ser praticado em propriedades particulares ou lugares públicos que não são protegidos por lei. Ecoturismo: Deslocamento de pessoas para espaços naturais delimitados e protegidos pelo Estado ou controlados em parceria com associações locais e organizações não governamentais. Esse tipo de turismo acontece em Unidades de Conservação, principalmente em parques. Pressupõe sempre a utilização controlada de uma área, por meio de estudos de impacto ambiental, estimativas de capacidade de carga e de suporte local, monitoramento e avaliação constantes, plano de manejo e sistema de gestão responsável.
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3.1. Contribuições financeiras A renda obtida com a cobrança de ingressos nos parques e áreas protegidas, ou outras formas indiretas de contribuição, pode ser utilizada especificamente para pagar o gerenciamento e proteção das áreas mais ameaçadas. Sob este ponto de vista, o turismo contribui diretamente para a conservação dos habitats e das áreas mais críticas do ponto de vista ecológico. Os impostos pagos pelos turistas também contribuem para a conservação dos destinos turísticos. O governo arrecada contribuições financeiras por meio de impostos, licenciamentos e taxas aplicadas ao comércio e à indústria, bem como à atividade turística. Essa arrecadação é aplicada pelos governos na gestão dos recursos naturais que serão utilizados pelo turismo. O dinheiro arrecadado pode ser destinado para qualquer atividade ou programa de conservação, servindo tanto para o pagamento dos funcionários quanto
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Meio Ambiente e Turismo para a manutenção das Áreas Naturais Protegidas. Figura 2.11: O dinheiro arrecadado com a venda de ingressos para visitação a áreas naturais preservadas e demais atrações turísticas são reinvestidos na conservação destes ambientes Fonte: Leo Synapse (http://www.sxc.hu/photo/493827)
3.2. Contribuições financeiras A qualidade do ambiente destinado ao turismo constitui um forte atrativo para a escolha do local de destino e de fluxo dos turistas. Garantir a manutenção dessa qualidade é essencial para a economia baseada no turismo. Por isso, é fundamental que os governos tenham uma agenda de planejamento e gerenciamento ambiental. Um exemplo são as políticas de gestão das instalações turísticas (particularmente resorts, hotéis e pousadas), que podem beneficiar as áreas naturais. Quando o planejamento ocorre no início do desenvolvimento turístico, as falhas e os erros que poderiam custar caro ao meio ambiente podem ser prevenidos, evitando-se deterioração do patrimônio ambiental. Por isso, medidas de controle podem ser implantadas, a fim de evitar impactos negativos ao meio ambiente. Por exemplo, algumas atividades turísticas e o movimento dos visitantes nas áreas protegidas são limitados para reduzir os impactos sobre o ecossistema e manter a integridade e a vitalidade do local. Os limites são estabelecidos após uma análise da capacidade de carga do local.
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SAIBA MAIS! Instrumentos econômicos são utilizados em muitos países do mundo para minimizar o prejuízo causado pela produção sobre o meio ambiente. No Brasil, dentre os diversos instrumentos utilizados na Gestão Ambiental, há o ICMS Ecológico – único no mundo -, que visa agregar valor econômico às atividades de preservação ambiental. A finalidade dos mecanismos de Gestão Ambiental é incentivar que as ações saiam do plano da minimização e correção do prejuízo e ingresse na esfera da prevenção. Se quiser ler um pouco mais sobre esse assunto tão importante na atualidade, visite o endereço: http://sare.unianhanguera.edu.br/ index.php/anudo/article/viewFile/765/592
3.3. Contribuições financeiras O turismo pode potencializar a compreensão das pessoas quanto às questões ambientais. Isso porque o contato e o encantamento com a natureza e a cultura da localidade já funcionam como fator de sensibilização do olhar do turista. Associando isso às políticas de informação, educação e consciência ambiental, é possível conseguir que os turistas adotem comportamentos mais sustentáveis em suas vidas cotidianas, e se comprometam com a conservação e preservação do lugar que estão visitando.
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Meio Ambiente e Turismo É por isso que visita de turmas de estudantes a parques e áreas preservadas monitoradas por professores e guias são importantes instrumentos de educação ambiental. Imagens da natureza vistas pela televisão e por meio de fotografias não provocam reação tão intensa como quando os sentidos são acionados por contato direto.
Figura 6.12: Grupo de turistas visitando uma ruína grega (Acrópole). O turismo é capaz de promover o interesse, o conhecimento e o respeito por ideias, paisagens, povos e culturas diferentes Fonte: Sandra Talarico
3.4. Proteção ambiental Devido ao seu poder atrativo, os locais naturais têm grande valor também para o turismo. Há, assim, necessidade de mantê-los preservados não só devido à sua valorização ambiental. Para isso, são criadas as Unidades de Conservação.
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O turismo tem efeito positivo na proteção da vida selvagem. Numerosas espécies de plantas e animais estariam extintas ou em processo de extinção se não se tornassem atração turística. Por isso, muitos países cuidam das reservas de vida selvagem como importante fonte de receita (renda) e ainda criam leis bastante restritivas, de modo a proteger os animais que mais encantam os turistas.
3.4. Proteção ambiental O turismo cria formas alternativas de desenvolvimento econômico no local em que se instala, o que tem grande impacto no meio ambiente. Pessoas que se dedicavam a atividades predatórias podem se tornar guias turísticos ou artesãos, por exemplo.
ATIVIDADE 2 (atende ao objetivo 1) 1) Quais são os três principais impactos ambientais negativos das atividades turísticas? ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________
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Meio Ambiente e Turismo 2) Mediante as situações hipotéticas descritas, identifique quais são os aspectos ou impactos ambientais positivos (P) e negativos (N) que podem ocorrer nos empreendimentos turísticos: ( ) Atividades de artesanato e a geração de emprego por meio de associações de guias turísticos. ( ) Lançamento de esgoto e resíduos sólidos (lixo), sem tratamento adequado, de hotéis em cursos d’água. ( ) Retirada da vegetação para construções de habitação e outros compartimentos relacionados as atividades turísticas (hotéis, estradas e trilhas). ( ) Criação de áreas protegidas e, consequentemente, a elaboração de atividades voltadas ao ecoturismo. ( ) Visitas a parques e áreas preservadas monitoradas por professores e guias com o objetivo de promover a educação ambiental. ( ) Utilização e exploração acima da capacidade de suporte do local e, por consequência, o pisoteamento de vegetação fora das trilhas.
4. A IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO TURÍSTICO O desenvolvimento da atividade turística sem um planejamento adequado gera a degradação do ambiente, o que implica a diminuição dos benefícios da atividade. A finalidade o planejamento turístico é manter a qualidade ambiental de modo a cativar o turista e proteger o bem ambiental (seja natural ou construído). Para isto, é preciso que se aplique uma política de sustentabilidade, com aproveitamento da paisagem e conservação dos recursos ambientais. Política de sustentabilidade: garantia da continuidade de um processo nos mesmos patamares de seu início.
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Os turismólogos e demais profissionais do turismo desenvolvem o planejamento com base nas características do ambiente em que será implantada a atividade turística e na definição de que setor do turismo esse ambiente pode comportar sem grandes impactos. Bem planejada, a atividade turística pode auxiliar na minimização dos problemas ambientais; mal planejada, aumenta a intensidade dos impactos negativos. A parte do planejamento turístico que cabe ao poder público é a organização: • do espaço urbano, • dos serviços de saneamento básico, • dos sistemas viários, • da comunicação, e • da proteção ao meio ambiente. Essas medidas levam em conta o dimensionamento das estruturas em relação ao número de visitantes que a localidade espera receber no período de alta temporada. Assim, o planejamento deve apontar sugestões para as seguintes questões relativas ao desenvolvimento do turismo: • aumento da quantidade de resíduos (lixo e esgoto) no período de alta temporada, com possíveis problemas de poluição e contaminação; • aumento da ocupação irregular (incluindo possível especulação imobiliária) e alteração
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Meio Ambiente e Turismo da paisagem; • aumento da demanda por alimentos; • aumento da demanda por serviços urbanos (transporte, energia, etc.) e • alteração do cotidiano da população local. A comunidade local deve ter participação ativa e fornecer parâmetros de sustentabilidade do ambiente diante da atividade turística que será implantada. Com isso, espera-se conservar tanto o ambiente quanto a cultura da comunidade para as gerações futuras. Portanto, o planejamento turístico deve visar, também, ao respeito do visitante para com a população e a cultura do lugar. Deve-se ouvir a comunidade e elaborar com ela o plano de desenvolvimento do local. Afinal, os benefícios econômicos vindos da atividade bem planejada elevarão o nível financeiro e a qualidade de vida das pessoas, tornando-as mais receptivas. Pode-se incluir no planejamento algumas medidas que auxiliem na manutenção sustentável das atividades turísticas. As técnicas de produção limpa são uma importante ferramenta para o planejamento e para a operação das instalações turísticas com o objetivo de minimizar os impactos ambientais. Bons exemplos dessa técnica são: • a utilização de materiais de construção não poluentes, • sistemas de tratamento de efluentes e • fontes alternativas de energia - solar e eólica (relativa à ação dos ventos). Para ser sustentável em longo prazo, o turismo deve incorporar os princípios e práticas do consumo sustentável. Isso inclui o desenvolvimento da demanda por produtos que foram feitos utilizando técnicas de produção limpa e por serviços oferecidos de forma a minimizar os impactos ambientais. Os negócios, direta ou indiretamente, relacionados ao turismo consomem uma grande quantidade de bens e serviços. Caso sejam utilizados, somente os produtos desenvolvidos ou oferecidos de modo ambientalmente sustentável, do início ao fim do processo, poderão levar ao enorme impacto positivo no meio ambiente do planeta. ATIVIDADE 3 (atende ao objetivo 2) - Observe a imagem de um resort localizado em Angra dos Reis (RJ)
Fonte: Sandro Enomoto (http://www.flickr.com/photos/senomoto_br/2610001250/)
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Meio Ambiente e Turismo 1. Qual dos elementos relacionados ao turismo nesta imagem está causando maior impacto ambiental? Por quê? ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ 2. Que impacto(s) ambiental(is) este elemento causa? ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ 3. Em que situação climática o(s) impacto(s) pode(m) ser agravado(s)? ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ 4. Como o planejamento turístico poderia evitar o(s) impacto(s) ambiental(is) em questão e ainda promover a conscientização dos turistas? ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________
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Meio Ambiente e Turismo RESPOSTAS DAS ATIVIDADES - Atividade 1 – resposta comentada A atividade turística é responsável pelo aumento do fluxo de visitantes a determinadas localidades. Sem uma orientação sobre como se comportar perante o ambiente novo, o turista pode contribuir para a degradação do meio ambiente. Um turista encantado e desavisado pode querer levar como lembrança uma pequena mudinha de planta de uma trilha que visitou. Fazendo isso, ele pode não representar um grande perigo, mas imagine um milhão de visitantes fazendo isso todo ano? Da mesma forma, ainda usando o exemplo de uma trilha, imagine se cada grupo de turistas decidir abrir um caminho novo dentro da mata? Em pouco tempo, ela deixará de ser tão exuberante, comprometendo a vida de espécies animais e vegetais... Além de deixar as encostas nuas em risco de deslizamento. Ainda considerando a degradação do meio ambiente, podemos citar os impactos físicos que o turismo acarreta. Imagine que, para receber os turistas, as localidades alteram aspectos urbanos com o aumento de construções para hospedar os turistas, por exemplo. O aumento do fluxo de turistas a uma localidade também pode ser responsável pelo aumento da poluição. O crescimento no número de automóveis transitando por determinado lugar já é suficiente para alterar a qualidade do ar. O mesmo vale para a quantidade de resíduos gerados (lixo e esgoto). Daí, a importância dos profissionais do turismo: alertar e instruir os turistas e organizações que investem em turismo para atuar tendo sempre em vista critérios para a minimização dos impactos negativos. - Atividade 2 1) degradação de recursos ambientais, poluição e impactos físicos. 2) Sequência: P; N; N; P; P; N - Atividade 3 – resposta comentada 1. Na imagem, o principal elemento ligado ao turismo causador de impacto ambiental é o hotel, devido a vários motivos: • O hotel está localizado em uma região considerada Área de Preservação Permanente (APP). Ou seja, além de estar bem na beirada do mar (mata ciliar), localiza-se em uma encosta. Essas áreas devem ser preservadas devido ao fato de estarem muito sujeitas à erosão por vento e chuva e de terem solo instável. • Construção de infraestrutura para o turismo implica em consumo de recursos naturais renováveis e não renováveis. • Para construir o hotel, houve, necessariamente, desmatamento naquela área, que é uma APP. • O aumento da presença de turistas no hotel, principalmente na alta temporada implica em aumento na geração de resíduos (esgoto e lixo). Caso não haja cuidado por parte dos administradores do empreendimento, tais resíduos podem atingir a praia e o mar, causando poluição. 2. A construção do hotel neste local inadequado causa os seguintes impactos ambientais: • Desmatamento, • Modificação da paisagem natural, • Perturbação dos animais, • Diminuição ou perda da fertilidade do solo.
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Meio Ambiente e Turismo A construção do hotel neste local inadequado pode causar os seguintes impactos ambientais: • Erosão • Desmoronamento da encosta • Poluição da praia e do mar • Morte de pessoas devido ao desmoronamento da encosta 3. Os impactos podem ser agravados devido à força dos ventos e às chuvas (erosão, desmoronamento da encosta e modificação da paisagem). 4. Um planejamento turístico adequado definiria, primeiramente, um local adequado para instalação do hotel. Não seria em uma área de APP, na qual tantos impactos ambientais são causados e onde vidas humanas são colocadas em risco (devido ao perigo de desmoronamento). Depois, logo na construção da infraestrutura, é interessante optar por materiais de construção não poluentes. Deve também existir a preocupação com o sistema de esgoto, para que haja tratamento e destinação adequada dos resíduos gerados, evitando-se a poluição. Além disso, para que o empreendimento seja sustentável e leve essa consciência para os hóspedes, é preciso utilizar fontes alternativas de energia (solar ou eólica). Ademais, é interessante utilizar produtos e serviços desenvolvidos de modo ambientalmente sustentável. É importante, ainda, deixar claro que essas medidas foram tomadas no empreendimento. Um hotel que informa ao visitante que foi construído com materiais não poluentes, que utiliza fontes limpas de energia e conduz todo o processo de atendimento do início ao fim de maneira sustentável, está contribuindo com o meio ambiente e cativando o hóspede. Assim, a consciência do turista vai se ampliando e ele passa a adotar medidas semelhantes em seu dia a dia. Ou seja, o planejamento em turismo tende a causar uma rede de impactos positivos.
BIBLIOGRAFIA DIAS, R. Turismo sustentável e meio ambiente. São Paulo: Atlas, 2008. 208p. FERRETTI, E. R. Turismo e meio ambiente: uma abordagem integrada. São Paulo: Roca, 2002. 198p. GONÇALVES, L. C. Gestão ambiental em meios de hospedagem. São Paulo: Aleph, 2004. 289p. VALLS, J. F. M. Gestão integral de destinos turísticos sustentáveis. Tradução: Cristiano Vasques e Liana Wang. Rio de Janeiro: Editora FGV. 2006. 232p.
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TURISMO E SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL
Meta Apresentar o conceito de turismo sustentável e como ele pode ser praticado. Objetivos Ao final deste capítulo, o aluno será capaz de: 1. Definir turismo sustentável; 2. Identificar ações que integram o turismo sustentável.
1. PLANEJAMENTO É UM DOS SEGREDOS DO SUCESSO Você se lembra de que, na Aula 6, nós falamos sobre o impacto da atividade turística sobre o meio ambiente? Esses impactos podem ser positivos ou negativos. Uma forma de minimizar os impactos negativos é planejar a atividade turística, agindo diretamente sobre as causas conhecidas e se antecipando a outras possíveis. Outra vantagem do planejamento é a criação de estratégias que permitam ao turismo provocar impactos positivos, e não apenas minimizar os impactos negativos. Quando o turismo é bem planejado, pode ser chamado de turismo sustentável.
2. REFLETINDO SOBRE O QUE É TURISMO SUSTENTÁVEL Você já sabe que uma atividade é ambientalmente sustentável quando a taxa de consumo dos recursos ambientais for inferior à sua capacidade de renovação e a produção de resíduos não superar a capacidade do meio ambiente de assimilá-los. Podemos considerar, então, que turismo sustentável é baseado em:
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“Formas de turismo que satisfaçam hoje as necessidades dos turistas, da indústria do turismo e das comunidades locais, sem comprometer a capacidade das futuras gerações de satisfazerem suas próprias necessidades.” (SWARBROOKE, 2000).
Ou seja, esta definição integra elementos ambientais, sociais e econômicos do sistema de turismo. Significa, segundo Swarbrooke (2000), que sustentável é o turismo, que é: “Economicamente viável, sem destruir os recursos dos quais o turismo dependerá no futuro, principalmente o meio ambiente físico e o tecido social da comunidade local.”
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Meio Ambiente e Turismo Em 1982, a Organização Mundial do Turismo (OMT) e o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) divulgaram a Declaração sobre Turismo e Meio Ambiente. Por meio desse instrumento, ambas as organizações expressaram que a única forma de turismo aceitável é a que melhora, protege e salvaguarda o meio ambiente. Além disso, a satisfação das exigências do desenvolvimento do turismo não pode ser prejudicial aos interesses sociais e econômicos das populações, do meio ambiente e, sobretudo, dos recursos naturais – atração fundamental do turismo. Assim, turismo sustentável é toda prática de turismo que promove o uso sustentável dos patrimônios ambiental e cultural. E ainda conserva o ambiente visitado para que as gerações futuras também possam usufruir deles com os mesmos (ou até mais) benefícios. Contempla aspectos ambientais, sociais e econômicos. Segundo o acordo de Mohonk, turismo sustentável é aquele que visa minimizar impactos ecológicos e socioculturais, enquanto promove benefícios econômicos para as comunidades e países receptores. Patrimônio Cultural: monumentos, conjuntos de construções e locais que tenham um valor histórico, estético, arqueológico, científico, etnológico ou antropológico.
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SAIBA MAIS! O Acordo de Mohonk foi um evento internacional convocado pelo Instituto para Estudos Políticos, realizado entre 17 e 19 de novembro de 2000, em New Paltz (EUA), na Mohonk Mountain House. Promovido pela Fundação Ford, o evento reuniu participantes de 20 países, representando os principais programas de certificação em turismo sustentável e ecoturismo em nível global, regional e nacional. Nessa época, discutiu-se e nivelou-se os princípios e componentes que devem compor um programa sólido de certificação. Para saber mais, acesse: http:// www.ivt-rj.net/ivt/bibli/acordo_de_mohonk.pdf
Alguns critérios básicos norteiam as atividades do turismo sustentável e sua relação com a sociedade e o meio ambiente. Assim, o Almanaque Brasil Socioambiental sugere sete princípios para a prática do Turismo Sustentável: 1) Respeitar a legislação vigente. 2) Garantir os direitos das populações locais. 3) Conservar o ambiente natural e sua biodiversidade. 4) Considerar o patrimônio cultural e os valores locais. 5) Estimular o desenvolvimento social e econômico dos destinos turísticos. 6) Garantir a qualidade dos produtos, processos e atitudes. 7) Estabelecer o planejamento e a gestão responsáveis da atividade.
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Figura 7.1: Considerada patrimônio cultural da humanidade, Paraty concentra um representativo número de índios guaranis entre sua população local, e, atualmente, sedia a FLIP (Feira Literária Internacional de Paraty) Fonte: Florian Höfer (http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Brazil_paraty_narrow_street.jpg)
3. O TURISMO SUSTENTÁVEL NO BRASIL O turismo no Brasil é um negócio que vem apresentando, ano após ano, altas taxas de crescimento. Algumas das razões que tornam o país atraente para o turismo são: • a diversidade de povos, • a riqueza e a diversidade cultural, • a grande variedade de paisagens e cenários urbanos e naturais, e • muma das maiores faixas litorâneas do mundo. Segundo dados da OMT e do Ministério do Turismo, o número de turistas estrangeiros que visitaram o Brasil mais do que dobrou no período de 1996 a 2014, passando de 2,7 para 6,5 milhões de desembarques de turistas estrangeiros. O primeiro semestre de 2014 registrou alta de 70% no número de brasileiros que viajaram pelo país. Segundo dados do Ministério do Turismo, a quantidade de passageiros saltou de 38 milhões, em 2008, para 63 milhões, em 2013.
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Em função disso, em especial da exuberância e da riqueza da fauna e da flora brasileiras, o turismo ecológico se tornou um negócio particularmente rentável para o turismo nacional. Ele tem como essência promover a integração harmoniosa entre o visitante e o meio, favorecendo a prática do turismo sustentável.
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Figura 7.2: O município de Bonito, localizado no Mato Grosso do Sul, é muito procurado por turistas estrangeiros e brasileiros para a prática de turismo ecológico de aventura Fonte: Steve Taylor (http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Bonito_scan.jpg)
Trata-se de uma atividade promissora para países ricos em biodiversidade, pois, além de gerar renda, empregos e serviços, promove a conservação e a formação de uma consciência socioambiental (respeito e preservação da população e cultura local, bem como do meio ambiente). Porém, não podemos deixar de notar que, por falta de planejamento adequado, a atividade turística tem deixado rastros de degradação socioambiental. Isso é percebido quando os benefícios econômicos advindos do turismo não chegam às populações locais e a qualidade do meio ambiente fica comprometida, em decorrência da passagem dos visitantes pela localidade. Socioambiental: indicador da diversidade de modos de vida humanos (social e cultural) que, por sua vez, é uma diversidade dos modos de nos relacionarmos com a vida em geral e com as inumeráveis formas de vida que ocupam todos os nichos possíveis, ou seja, o meio ambiente.
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4. ECOTURISMO O que se pode notar, atualmente, é que houve a banalização da expressão “ecoturismo”, fazendo com que muita gente a confunda com o “turismo ecológico”. Apesar de as duas modalidades de turismo acontecerem em ambientes naturais, o ecoturismo possui mais restrições, pois:
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Meio Ambiente e Turismo • utiliza, de forma sustentável, os patrimônios cultural e natural; • incentiva a conservação e busca a formação de uma consciência ambientalista por meio da interpretação do ambiente; • é praticado em espaços naturais delimitados e protegidos pelo Estado ou controlados em parceria com associações locais e ONGs; • acontece em Unidades de Conservação, principalmente em parques; • comporta as atividades previstas no Turismo Ecológico, desde que sejam observadas rigorosamente as restrições de uso do ambiente; • atua com ênfase em programas de conservação ambiental; • tem papel educativo. O conceito (ecoturismo) aparece, muitas vezes, relacionado a qualquer tipo de turismo e infraestrutura na natureza, sejam eles sustentáveis ou não. Várias agências, hotéis e prestadores de serviço utilizam a palavra apenas como estratégia de marketing, sem atender aos princípios que norteiam a atividade. O resultado disso é que, ao invés de ser uma boa opção para o desenvolvimento sustentável de regiões com remanescentes florestais, a atividade acaba se configurando numa ameaça permanente ao meio ambiente. Remanescentes florestais: são fragmentos de florestas que ainda não sofreram processo de degradação natural ou pela ação humana.
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Figura 7.3: Atividades de Ecoturismo, como as que envolvem escalada, devem vir acompanhadas de um planejamento para exploração sustentável das potencialidades do local para não prejudicar o meio ambiente Fonte: Renata Rolim (http://www.flickr.com/photos/renatarolim/4497149910/)
O verdadeiro ecoturismo não consiste apenas em praticar atividades ou estar localizado em ambiente natural (como serras, florestas, rios ou cachoeiras). É a maneira como os viajantes interagem com o local, além de incentivar a preservação e o desenvolvimento de uma consciência socioambiental.
ATIVIDADE 1 (Atende ao objetivo 1) - Complete as lacunas com informações obtidas no texto da aula. 1) ______________________________________ é a maneira como os viajantes in-
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Meio Ambiente e Turismo teragem com o local, de forma a gerar benefícios para seus moradores, incentivar a preservação e o desenvolvimento de uma consciência socioambiental. 2) ______________________________________ é toda prática de turismo que promove o uso sustentável dos patrimônios ambiental e cultural. 3) ______________________________________ acontece quando a taxa de consumo dos recursos ambientais não supera a capacidade renovação dos mesmos e quando a produção de resíduos não supera a capacidade do meio ambiente de assimilá-los. 4) ______________________________________ é a palavra que indica diversidade de modos de vida humanos (social e cultural) que, por sua vez, é uma diversidade dos modos de nos relacionarmos com a vida em geral e com as inumeráveis formas de vida que ocupam todos os nichos possíveis, ou seja, o meio ambiente.
5. COMO PRATICAR O TURISMO SUSTENTÁVEL: DO DISCURSO À AÇÃO Desde 2004, a Convenção sobre a Diversidade Biológica, sediada em Montreal (Canadá), e da qual o Brasil é signatário, considera o turismo uma atividade potencialmente benéfica para a biodiversidade. Mas, para que isso ocorra, é necessária uma mudança de cultura e atitude coletiva, tanto em nível individual quanto no empresarial. Signatário: quem assina um documento com o intuito de pactuar um acordo ou convenção.
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Uma forma de promover esta mudança é a criação de parâmetros e orientações, como uma espécie “boas práticas” para as atividades desenvolvidas pelas empresas que exploram o turismo como atividade comercial.
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Você já ouviu falar em Manual de Boas Práticas? Na indústria, quando nos referimos às boas práticas, estamos falando do conjunto de ações ou técnicas que representam as melhores formas de se fazer algo. Ou seja, é a melhor maneira de se chegar a um resultado.
Em função do acesso à informação (TV, rádio, internet, jornais e revistas) e ao aumento do nível de instrução da população, os clientes têm se tornado cada vez mais conscientes em relação a seus direitos e mais exigentes quanto à qualidade dos serviços que adquirem. Assim, o número de pessoas que escolhem os produtos que consomem considerando se estão ou não alinhados com seus valores pessoais tem aumentado. Exatamente por esse motivo, a qualidade, a responsabilidade socioambiental e a presença de selos de certificação têm sido cada vez mais exigidos pelo consumidor em geral e, claro, pelos turistas também.
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Meio Ambiente e Turismo
Figura 7.4: O consumidor de hoje é questionador e mais bem informado, por isso, exerce forte influência no comportamento das empresas prestadoras de serviço, que têm o cliente em foco Fonte: Jenny Erickson (http://www.sxc.hu/photo/219295)
Mas como fazer com que os produtos turísticos se destaquem no mercado internacional evidenciando seu compromisso com as boas práticas para a sustentabilidade ambiental? A forma mais eficaz atualmente é ter o produto turístico certificado, com um “selo verde” reconhecido. Existe uma quantidade enorme de selos de certificação nesta área. O Brasil sempre se manteve atualizado neste tema. Há uma norma brasileira para meios de hospedagem, que estabelece Requisitos para a sustentabilidade (NBR 15401: 2014), desenvolvida de forma participativa pelo Programa de Certificação do Turismo Sustentável (PCTS). A NBR 15401: 2014 “Sistema de Gestão da Sustentabilidade para Meios de Hospedagem” estabelece requisitos para o planejamento operação das suas atividades, de acordo com os princípios estabelecidos para o turismo sustentável. Ela foi redigida de forma a aplicar-se a todos os tipos e portes de organizações e para adequar-se a diferentes condições geográficas, culturais e sociais, mas com atenção particular à realidade e à aplicabilidade a pequenas e médias empresas.
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SAIBA MAIS! Para saber mais sobre a NBR 15401: 2014 – Normas para Meios de Hospedagem, reconhecida pela Associação Brasileira de Normas e Técnicas (ABNT), acesse: http://por talmpe.abnt.org.br/bibliotecadearquivos/Biblioteca%20de%20 Documentos/Meios%20de%20Hospedagem%20_Sistema%20de%20Gestao%20 da%20Sustentabilidade.pdf Trata-se de um documento de livre acesso no âmbito do Convênio ABNT e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).
O Programa de Certificação do Turismo Sustentável vem sendo implementado no Brasil desde 2002 pelo Instituto de Hospitalidade. Tem como objetivo melhorar a qualidade e a competitividade do setor turístico, principalmente entre as pequenas e médias empresas. Visa, assim, estimular o melhor desempenho dessas empresas nas áreas econômica, ambiental, cultural e social, por meio da adoção de normas e de um sistema de certificação. Em 1992, pensando em difundir o turismo sustentável, o Conselho Mundial da Indús-
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Meio Ambiente e Turismo tria de Viagens e Turismo, a Organização Mundial de Turismo (OMT) e o Conselho da Terra realizaram um estudo sobre a Agenda 21. A partir de tal estudo, desenvolveu-se um plano de ação para o turismo, denominado Agenda 21 para a Indústria de Viagens e Turismo, que foi publicado em 1994 pela OMT. Agenda 21 A Agenda 21, cuja assinatura ocorreu durante a Rio-92, é um documento elaborado pelas Nações Unidas estabelecendo um plano de ação para o desenvolvimento sustentável do século XIX. Foi adotada por chefes de Estado de 179 países participantes da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (conhecida como Conferência da Terra), realizada no Rio de Janeiro, em junho de 1992. Esse documento constitui um guia de ações para os indivíduos, as empresas e os governos, no sentido de garantir a qualidade ambiental e as condições econômicas necessárias a todos os povos do mundo. Não tem natureza obrigatória para os países que o assinaram, mas diz respeito a todas as áreas do planeta onde haja intervenção entre desenvolvimento e meio ambiente, bem como grupos sociais afetados. O objetivo maior a ser alcançado com as ações propostas pela Agenda 21 é reverter os estados de pobreza e degradação ambiental, de forma a proporcionar à população mais acesso aos recursos que ela necessita para viver de modo sustentável. O documento trata dos mais variados temas, como demografia, saúde, lixo, poluição, saneamento, transporte e energia, além de recomendar que os países desenvolvidos arquem com boa parte dos custos de implementação das linhas de ação fixadas. Recomenda ainda que cada país construa sua Agenda 21. O Brasil começou a sua em 1997 e terminou em 2002.
A Agenda 21 para a Indústria de Viagens e Turismo enfatiza a importância da cooperação entre governo, empresas e sociedade civil para estabelecer ferramentas de implantação do turismo sustentável.
Figura 7.5: O compromisso de empresários, governos e população é o que garantirá o sucesso de melhores práticas voltadas para o turismo Fonte: Julia Freeman-Woolpert (http://www.sxc.hu/photo/928569)
Para que a mudança ocorra, é preciso a adesão de todos. Ou seja, sociedade, poder público e empresas devem agir juntos para que o turismo ocorra sem prejudicar o meio ambiente.
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Meio Ambiente e Turismo 4. PARA QUE A MUDANÇA DE ATITUDE DE FATO OCORRA... É preciso adesão de todos. Afinal, desde 2004, a Convenção sobre a Diversidade Biológica, sediada em Montreal, e da qual o Brasil é signatário, considera o turismo como uma atividade potencialmente benéfica para a biodiversidade Atualmente, no Brasil, mais de 400 empreendimentos hoteleiros estão adequando seu sistema de gestão e incorporando na prática os princípios de sustentabilidade que contemplem as esferas ambiental, social e econômica. A grande mudança certamente acontecerá quando os consumidores - nesse caso, os turistas nacionais e internacionais - começarem a dar preferência e a exigir produtos (roteiros, empreendimentos) e prestadores de serviço que demonstrem a preocupação com boas práticas. Ou seja, todos nós devemos fazer a nossa parte como consumidores responsáveis, pois nossas escolhas farão a diferença. Atividade 2 (atende ao objetivo 2) - Classifique as ações a seguir como Sustentável (S) e não sustentável (NS) 1) _________ Prover meios para facilitar a troca de informações, habilidades e tecnologia relacionadas ao turismo sustentável entre os países desenvolvidos e aqueles em via de desenvolvimento. 2) _________ Uso desenfreado de recursos naturais acima da capacidade de sustentação do ecossistema. 3) _________ Implantar fontes alternativas de energia (solar) em determinada rede hoteleira. 4) _________ Gerenciar esgotos, com o objetivo de redução do mesmo, visando à proteção do meio aquático, da flora e da fauna e à conservação da qualidade dos cursos d’água. 5) _________ Utilizar produtos enlatados e talheres descartáveis em piquenique durante passeio em um remanescente florestal.
RESPOSTA DAS ATIVIDADES - Atividade 1 1) Ecoturismo 2) Turismo sustentável 3) Sustentabilidade ambiental 4) Socioambiental - Atividade 2 1) S 2) NS 3) S 4) S 5) NS
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Meio Ambiente e Turismo BIBLIOGRAFIA DIAS, R. Turismo sustentável e meio ambiente. São Paulo: Atlas, 2008. 208p. FERRETTI, E. R. Turismo e meio ambiente: uma abordagem integrada. São Paulo: Roca, 2002. 198p. GONÇALVES, L. C. Gestão ambiental em meios de hospedagem. São Paulo: Aleph, 2004. 289p. RICARDO, B. ; CAMPANILI, M. Almanaque Brasil Socioambiental 2015, 2ª Ed. Instituto Socioambiental, 2014. SWARBROOKE, J. Turismo sustentável. Volume 5. Ed. Aleph, 2000. 135p. VALLS, J. F. M. Gestão integral de destinos turísticos sustentáveis. Tradução: Cristiano Vasques e Liana Wang. Rio de Janeiro: Editora FGV. 2006. 232p.
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GESTÃO AMBIENTAL EM MEIOS DE HOSPEDAGEM
Meta Apresentar a relevância da adoção de um Sistema de Gestão Ambiental (SGA) em meios de hospedagem. Objetivos Ao final deste capítulo, o aluno será capaz de: 1. Reconhecer formas de Ecoeficiência e de Produção Mais Limpa (P+L) aplicadas ao setor de hospedagem. 2. Identificar a estrutura básica de implantação de uma Sistema de Gestão Ambiental baseado na série de normas NBR ISO 14.000.is;
1. LIDERANÇA EM AMBIENTES COMPETITIVOS: UM DESAFIO E MUITAS ESTRATÉGIAS A competitividade pode ser entendida como a busca estratégica de uma posição favorável dentro do ambiente, no qual ocorre a concorrência.
Duas questões centrais baseiam a escolha da estratégia competitiva: • a primeira é a atratividade das indústrias em termos de rentabilidade no longo prazo, e os fatores que determinam esta atratividade; • a segunda se refere aos fatores determinantes da posição competitiva de uma organização dentro de um ambiente, ou seja, quais são os seus critérios competitivos. Nessas duas questões, podemos destacar a variável ambiental como fator de rentabilidade, tanto em termos econômicos – no sentido de evitar desperdícios e aproveitar melhor os recursos –, quanto em termos de atração de consumo. Afinal, atualmente, os consumidores (nesse caso, os turistas), têm exigido cada vez mais das organizações atitudes de conservação ambiental. E, ao agir assim, o benefício tende a retornar ao empresário, em forma de economia de água e energia elétrica e melhor aproveitamento de recursos. É importante ressaltar que a preocupação com o meio ambiente não consiste apenas em moda ou oportunismo, é questão de sobrevivência para as sociedades humanas e as organizações empresariais, as quais vivem em um ambiente altamente competitivo. Estas
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Meio Ambiente e Turismo têm demonstrado progressivo interesse em apresentar um desempenho ambiental mais correto, Para isso adotam normas que estabelecem diretrizes de controle aos impactos de suas atividades.
1. QUANDO MENOS É MAIS: PRODUÇÃO MAIS LIMPA E ECOEFICIÊNCIA As organizações empresariais consomem grande quantidade de recursos, como água e energia, e geram resíduos sólidos e diversos tipos de poluentes que apresentam um elevado potencial de impacto ambiental. Assim, os sistemas de gestão ambiental têm a missão de racionalizar a produção, garantindo que a empresa mantenha sua posição no mercado (ou adquira destaque), preservando a lucratividade, sem comprometer o equilíbrio do meio ambiente. Entre os conceitos mais discutidos pelas organizações empresariais estão a ecoeficiência e a produção mais limpa. Estes conceitos se inter-relacionam e constituem mecanismos que complementam e fortalecem os Sistemas de Gestão Ambiental nas empresas. Por ecoeficiência, entendemos as ações que geram produtos e serviços com maior valor agregado ao mesmo tempo em que asseguram a redução do consumo de recursos e liberam menos poluição. Para tanto, é essencial: • racionalizar o consumo de água e energia, • aumentar a reciclabilidade e a durabilidade de produtos e • maximinizar o uso de fontes renováveis. Valor agregado: valor adquirido pelos bens e serviços ao serem transformados durante o processo produtivo.
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Figura 8.0: Produção ecoeficiente: o planeta agradece, a sociedade celebra e a indústria se beneficia http://www.sxc.hu/photo/1158743 Fonte: Flavio Takemoto
Segundo o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), a produção mais limpa consiste na aplicação contínua de uma estratégia ambiental preventiva e integral. Ou seja, trata-se de prevenir a poluição, evitar/eliminar/reduzir desperdícios e reduzir a emissão de resíduos em todas as etapas do processo.
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O que diferencia a ecoeficiência da produção mais limpa é que a primeira busca ir além do aproveitamento sustentável dos recursos e da redução da contaminação, destacando a criação de valor agregado para os negócios e para a sociedade em geral, mantendo os padrões de competitividade.
Assim, os conceitos de produção mais limpa e ecoeficiência são complementares. São conceitos-chave para a adoção de procedimentos de transformação de recursos naturais em produtos limpos, ou seja, que reduzam a geração de resíduos. Podemos observar na prática os benefícios da adoção de um sistema de gestão ambiental acompanhando o caso de empresas que aplicaram, com sucesso, os princípios de produção mais limpa e da ecoeficiência. Como nesta aula queremos tratar da indústria hoteleira, veremos o caso de um empreendimento desse ramo situado no litoral da Bahia. Tal empreendimento ganhou, em 1996, o prêmio de melhor hotel de lazer na categoria Turismo Ambiental oferecido pelo Guia Quatro Rodas. Foi também agraciado, em 1999, com o diploma de qualidade da Empresa de Turismo da Bahia (Bahiatursa). A obtenção dessas certificações é o resultado da implantação de medidas relacionadas ao controle de geração de resíduos e eliminação de produtos danosos ao meio ambiente. Observe no Quadro 8.1 abaixo as medidas de sustentabilidade adotadas e os benefícios gerados pelas mudanças: Quadro 8.1 – Medidas de gestão ambiental implementadas pelo hotel e os benefícios que elas trouxeram para o meio ambiente MEDIDAS 1
BENEFÍCIOS
Aquisição de frutas e verduras processadas • Diminuição de resíduos orgânicos (pré-descascados)
2
Adoção de produto tipo “dois em um”, numa mistura de xampus e condicionadores.
• Redução do número de embalagens de cosméticos
3
Utilização de jato de areia na limpeza de calçadas e fachadas.
• Evita o uso de ácidos e produtos agressivos ao ambiente, • Economia de água.
4
Incentivo aos hóspedes para troca de toalhas somente se houver demanda.
5
Implantação de pequena estação de tratamento de água.
6
Criação do Comitê de Gestão de Energia.
75-1000
7
Instalação de sensores de controle automático de consumo de energia.
75-1000
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Uso de lâmpadas de baixo consumo.
75-1000
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Substituição de chuveiros elétricos por chuveiros a gás.
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Substituição do equipamento de ar- condicionado central por aparelhos unitários.
75-1000
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Uso de geradores de energia em horários de pico.
75-1000
• Diminui o uso de sabões e detergentes. • Economiza água. • Economiza energia. • Manutenção da qualidade da água utilizada, • Reaproveitamento da água.
75-1000 • Redução de 35% do consumo de energia
Além das medidas citadas no Quadro 8.1, a administração do empreendimento também tem investido em treinamento e capacitação de cunho educacional. O objetivo des-
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Meio Ambiente e Turismo ses programas é a sensibilização da equipe de funcionários. Para isso, sua estratégia tem sido a distribuição de cartilhas ecológicas, além da oferta de minicursos e palestras com o objetivo de desenvolver hábitos e atitudes relacionadas ao correto uso da energia. Tais iniciativas são planejadas e medidas, a fim de verificar sua eficácia e a sua eficiência. Depois, os resultados são divulgados para clientes e colaboradores. Diante das práticas que visam à Produção mais Limpa (P+L), esses exemplos consistem em ótimo instrumento na busca da certificação ambiental (ISO 14.000). Implementar essas ações é criar bases tecnológicas e educacionais sólidas necessárias para a obtenção de qualquer tipo de certificação ambiental.
Muito além da toalhinha... Antigamente as responsabilidades dos turistas e dos hotéis eram bastante resumidas, cabendo ao turista se concentrar em não retirar nada do ambiente visitado e aos hotéis, sugerir que o turista só trocasse a toalha quando fosse realmente necessário. Atualmente, a concepção de responsabilidade se ampliou, tanto para quem chega como visitante, quando para quem recebe. A Organização Mundial do Turismo (OMT) elaborou um Guia do Turista Responsável, e as recomendações incluem: 1) O respeito às tradições, cultura e práticas sociais locais, bem como aos direitos humanos. 2) A conservação do meio ambiente, evitando comprar produtos feitos a partir de plantas e animais selvagens. 3) A contribuição para o desenvolvimento local, comprando o artesanato e outros produtos locais, preferencialmente aqueles que sejam certificados. 4) Não cometer atos ilegais, como trafico de drogas, armas, antiguidades ou espécies protegidas. 5) Dar preferência a meios de locomoção menos poluentes.
ATIVIDADE 1 (Atende ao objetivo 1) 1. Quais são os princípios básicos da ecoeficiência? ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________
2. Quais são os princípios básicos da produção mais limpa? ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________
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Meio Ambiente e Turismo ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ 3. Em que a ecoeficiência e a produção mais limpa diferem? ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________
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SAIBA MAIS! Para saber mais sobre as questões abordadas aqui, leia: • Ética e prática de mínimo impacto para o ecoturismo e aventura (www.pegaleve. com.br); • Conduta consciente em ambientes naturais (www.mma.gov.br/port/sbf/dap/ comopart.html); • Portal do turismo responsável (www.turismoresponsavel.tur.br); • Certificação de qualidade e segurança para o turismo de aventura (www.abeta. com.br).
3. SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL BASEADO NAS NORMAS ISO 14.000 Há muitas vantagens competitivas que uma empresa pode alcançar por meio da gestão ambiental. Uma delas é a de melhorar sua imagem no mercado, o que está se tornando cada dia mais importante devido ao aumento da consciência ambiental dos consumidores. Uma das melhores maneiras de diferenciar os produtos que respeitam o meio ambiente é a adoção de um “selo verde”, ou seja, um logotipo identificador. Para que tenha credibilidade, o “selo verde” deve estar vinculado a algum sistema de certificação amplamente aceito. É o caso do sistema de certificação ISO (International Organization for Standartization ). Ele estabelece as normas que devem ser atendidas para que uma empresa conquiste o certificado que procura. Esses certificados podem ser de qualidade, como as ISO da série 9000, ou podem ser de outra categoria. Nesta aula estamos tratando das certificações de responsabilidade ambiental. É o caso da série ISO 14000.
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SAIBA MAIS! Os selos de certificação podem ser obtidos por organizações públicas, privadas e também por ONGs. Existem muitos municípios brasileiros que já dispões do Selo Verde, que surgiu a partir da crescente preocupação ambiental dos consumidores, principalmente do mercado europeu. Foi quando governos e organizações não governamentais (ONGs) de vários países formularam
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Meio Ambiente e Turismo um conjunto de normas para regular o comércio de produtos provenientes das florestas tropicais através de acordos internacionais.
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As normas da Série International Organization for Standartization (ISO) 14.000 podem ser consideradas internacionais, pois foram desenvolvidas por uma organização composta por representantes de 120 países membros, dentre os quais o Brasil – representado pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). A norma sofreu uma revisão em 2004 (Norma ISO 14.001 - 2015) e uma das suas vantagens é apresentar maior compatibilidade com a norma de qualidade ISO 9.000. Isso facilita a implantação de programas de gestão integrada. A ISO 14001 é uma norma de gerenciamento das atividades de uma organização que tenha impacto ambiental, ou seja, ela define os elementos-chave que constroem um Sistema de Gestão Ambiental. Há dois tipos de padrões para as normas ISO: • padrões normativos: que especificam quais são os requisitos passíveis de auditorias e que devem ser preenchidos para a certificação, e • padrões informativos: que fornecem orientações para a obtenção da certificação. Vale a pena salientar que, dessa série de normas, aquela que se refere à Gestão Ambiental é a ISO 14001 (padrão normativo) e um conjunto de normas complementares (informativas). Por outro lado, a norma ISO 14.004 é um padrão informativo que orienta a implantação da ISO 14.001. Já a ISO 14001 é uma norma de gerenciamento das atividades de uma organização que tenha impacto ambiental, ou seja, ela define os elementos-chave que constroem um Sistema de Gestão Ambiental, e não uma norma de produto ou desempenho.
Série de normas ISO 14.000 Atualmente, a série de normas ISO 14.000 é composta por 19 documentos agrupados em seis grupos GRUPO
NORMAS
1 – Sistemas de Gestão Ambiental
ISO 14.001 e 14.004
2 – Auditoria Ambiental
ISO 14.010, 14.012 e 14.015
3 – Rotulagem Ambiental
ISO 14.020, 14.024 e 14.025
4 – Avaliação de Desempenho Ambiental
ISO 14.031 e 14.032
5 – Avaliação do Ciclo de Vida de Produtos
ISO 14.040, 14.041, 14.042 e 14.042
6 – Aplicações Comuns
ISO 14.050, Guia 64 e ISO 14.061
A Norma Brasileira (NBR) ISO 14.001-2015 é dividida em seis categorias, que devem ser atendidas pelas empresas que desejam estabelecer e manter um sistema de gestão
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Meio Ambiente e Turismo ambiental. São elas: 1. Política Ambiental, 2. Planejamento, 3. Implantação e operação, 4. Verificação e ação corretiva, 5. Avaliação pela alta administração e 6. Melhoria Contínua. Veja, agora, o que é exigido em cada uma dessas categorias, apresentadas na segunda e terceira colunas. Quadro 8.2. Categorias da NBR ISO 14.001/2015 atendidas pelas empresas para estabelecer e manter sistema de gestão ambiental CATEGORIA Política Ambiental Planejamento
MEDIDAS
BENEFÍCIOS
A alta administração deve manifestar claro Isso acontece na forma de diretrizes amreconhecimento da responsabilidade am- bientais que orientam as ações da empresa biental da organização considerando a responsabilidade ambiental. Verificar se a organização atende aos crité- Preencher o formulário de avaliação. rios estabelecidos pela ISO 14001 (aspectos legais), por meio de uma avaliação ambiental
Definir objetivos, metas e programas am- Elaborar um plano com objetivos, metas e programas ambientais para serem cumpribientais dos dentro de um prazo. As metas devem ser mensuráveis. Implantação e Implantar e operacionalizar o Sistema de Definir responsabilidades e representantes. operação Gestão Ambiental (SGA). Definir cronograma de treinamento. Definir estratégia de comunicação. Organizar documentação. Planejar metodologia de controle. Definir e designar os meios econômicos e o montante financeiro que serão destinados no projeto. Verificação e Estabelecer e manter procedimentos docuação corretiva mentados sobre as características principais das operações e atividades de uma organização que possam ter impacto significativo sobre o meio ambiente.
Verificar (monitorar e medir), periodicamente, o cumprimento dos prazos e o atendimento das metas estabelecidas. Para as não-conformidades, realizar ações corretivas. As ações corretivas também devem ser registradas e sempre mantidas à disposição.
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Meio Ambiente e Turismo Avaliação pela Realizar uma avaliação crítica do processo É uma atribuição administrativa da alta gealta adminis- como um instrumento de adequação e efi- rência. tração cácia contínua do Sistema de Gestão Ambiental (SGA). Deve considerar a necessidade de mudanças na política ambiental, considerando sempre o comprometimento com a melhoria contínua. Melhoria Contínua
Atingir a melhoria contínua do desempenho ambiental da organização.
Essa melhoria não precisa, necessariamente, acontecer em todas as áreas de atividade simultaneamente. Cabe à organização indicar as prioridades.
Não-conformidades : consiste no não-atendimento a um requisito especificado pela norma. Ações corretivas : ação para eliminar as causas de uma não-conformidade, defeito ou outra situação indesejável, a fim de evitar a recorrência.
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Para averiguar a funcionalidade e a adequação do SGA, deve-se realizar auditorias ambientais regulares, a fim de constatar se as meta pretendidas estão sendo alcançadas e se o SGA implantado está sob total controle. O plano anual de auditorias, mesmo em um sistema integrado, normalmente é desenvolvido em virtude do número de não-conformidades detectadas na auditoria anterior e da eficiência das ações corretivas tomadas.
ATIVIDADE 2 (Atende ao objetivo 2) Tendo como base os conceitos sobre a Norma NBR ISO 14.001:2015, relacione a primeira coluna de acordo com a segunda: ( )Fase final na qual se busca atingir o progresso contínuo do desempenho ambiental da organização. (1) Política Ambiental (2) Planejamento (3) Implantação e Operação (4) Verificação e Ação Corretiva (5) Avaliação pela Alta Administração
(6) Melhoria Contínua
( ) A busca pela adequação e eficácia contínua do SGA é atribuição administrativa, quando a gerência realiza uma crítica. ( ) Envolve o estabelecimento e a manutenção de procedimentos documentados para monitorar e medir os principais impactos ambientais significativos. ( ) Nesta fase são definidas as responsabilidades, representantes, treinamento, comunicação, documentação e controle, bem como os meios econômicos necessários para a implantação do SGA. ( ) Manifesta o reconhecimento claro da alta administração a respeito da responsabilidade ambiental da organização ( ) Nesta fase é exigida uma avaliação ambiental da organização, bem como a definição de objetivos e metas e os programas ambientais.
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Meio Ambiente e Turismo RESPOSTA DAS ATIVIDADES - Atividade 1 1- Visando minimizar os impactos produzidos pelos empreendimentos turísticos, as empresas implementam estratégias de ecoeficiência. São ações que pretendem oferecer produtos e serviços com maior valor agregado e que assegurem a redução do consumo de recursos e gerem menos poluição. Assim, seus princípios básicos são: - racionalização do consumo de água e energia, - aumento da reciclabilidade e durabilidade de produtos e - maximização do uso de fontes renováveis. 2- A produção mais limpa consiste na aplicação contínua de uma estratégia ambiental preventiva e integral, envolvendo processos, produtos e serviços de modo a prevenir ou reduzir os riscos de curto ou longo prazo para o ser humano e o meio ambiente. 3- A ecoeficiência é um conceito mais abrangente que produção mais limpa. O traço específico da ecoeficiência em relação à produção mais limpa é buscar ir além do aproveitamento sustentável dos recursos e da redução da contaminação, destacando a criação de valor agregado para os negócios e para a sociedade em geral, mantendo os padrões de competitividade. - Atividade 2 Sequência: 6; 5; 4; 3; 1 e 2
RESPOSTA DAS ATIVIDADES DIAS, R. Turismo sustentável e meio ambiente. São Paulo: Atlas, 2008. 208p. FERRETTI, E. R. Turismo e meio ambiente: uma abordagem integrada. São Paulo: Roca, 2002. 198p. GONÇALVES, L. C. Gestão ambiental em meios de hospedagem. São Paulo: Aleph, 2004. 289p. RICARDO, B. ; CAMPANILI, M. Almanaque Brasil Socioambiental 2015, 2ª Ed. Instituto Socioambiental, 2014. SWARBROOKE, J. Turismo sustentável. Volume 5. Ed. Aleph, 2000. 135p. VALLS, J. F. M. Gestão integral de destinos turísticos sustentáveis. Tradução: Cristiano Vasques e Liana Wang. Rio de Janeiro: Editora FGV. 2006. 232p.
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HYGOR ARISTIDES VICTOR ROSSONI Graduado em Engenharia Ambiental (2005) pela Universidade Federal de Viçosa (UFV) – Campus Viçosa e mestre em Ciência Florestal (2007) pela mesma instituição. Doutor em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hídricos (2015) pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Desde 2006 é professor da Universidade Federal de Viçosa – Campus Florestal. Tem experiência na área de Engenharia Sanitária e Ambiental, com ênfase em Controle da Poluição e Saneamento, atuando principalmente nas seguintes áreas temáticas: políticas públicas de saneamento, tratabilidade de efluentes, tratamento e reutilização de efluentes; gerenciamento de resíduos sólidos, monitoramento e controle ambiental e gerenciamento de recursos hídricos. Foi o primeiro coordenador do Curso Superior de Tecnologia em Gestão Ambiental e Diretor de Ensino da UFV – Campus Florestal. Recentemente, vem atuando como coordenador suplente e membro do Núcleo Docente Estruturante (NDE) do Curso Superior de Tecnologia em Gestão Ambiental. Coordena as seguintes disciplinas: Controle Ambiental na Indústria; Coleta e Tratamento de Águas Residuárias; Gestão Ambiental; Manejo e Tratamento de Poluentes; Ética e Atuação Profissional; Qualidade da Água e Tratamento de Resíduos; Sustentabilidade Ambiental; Turismo e Meio Ambiente, e Controle Ambiental na Indústria de Alimentos.
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