A ZZine é e sempre será grAtuitA
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Caiu na net De onde vêm os memes e virais? Sexo Descubra tudo sobre DSTs Telemarketing Armadilhas ao telefone Drogas Existe saída? Que vergonha Como vencer a timidez
Rejeição dos alunos, pressão dos diretores, resistência dos outros educadores. Como os professores eventuais encaram uma das tarefas mais ingratas das escolas: preencher o vazio deixado pelas muitas faltas dos seus colegas efetivos
Fazemos muitas escolhas ao longo da vida. As maiores delas são cotidianas, aquelas que fazemos meio sem perceber, no modo como tratamos os amigos e a família, nas soluções que buscamos para os problemas do dia-a-dia. E até no jeito como, sem querer, repetimos o comportamento dos outros. É nesses momentos, quando menos prestamos atenção, que fazemos as maiores escolhas de nossas vidas: a de quem queremos ser. Tem muita gente que faz isso com pressa, optando pelos caminhos mais curtos: os atalhos criados pelos outros. Aqui na Zzine, escolhemos abrir nossa própria trilha. A cada dia, pensamos sobre quem queremos ser. Sobre como criar uma revista feita por jovens para jovens. O caminho é longo, mas o resultado final é a nossa cara. Foi nessa busca que a repórter Vanessa Ribeiro e a designer Mayara Paula escolheram recomeçar um trabalho que já estava pronto e fechado: a matéria de moda. Depois de fazer uma longa pesquisa, ler materiais de referência, escrever, editar e reescrever, elas olharam para o resultado final e não se
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enxergaram nele. Descobriram que, sem querer, estavam retratando o mundo do jeito como aprenderam nas grandes revistas e na televisão. A matéria reproduzia o padrão que impõe o “certo” e o “errado”, que estimula a compra de peças novas para seguir as tendências criadas pela indústria da moda. E assim começaram a se questionar: será que, para o jovem se sentir bem, precisa estar dentro de um padrão estabelecido por outras pessoas? Precisa gastar dinheiro em peças novas, que provavelmente estarão “velhas” na próxima estação? Não, elas responderam. E recomeçaram a matéria do zero para inventar o jeito Zzine de dar dicas sobre moda. Corra lá, o resultado está na página 8. A gente também quebra a cabeça para retratar o lugar onde os Zziners mais passam tempo: a escola. Ninguém aguenta mais ouvir que a escola pública é ruim, que os professores ganham mal, que falta verba, que falta qualidade, blá blá blá... Mas qual é o nosso jeito de contar essa história? Qual o novo ângulo que vai surpreender o jovem aluno de escola pública?
Foi movido por essa questão que o repórter Kayam Mendes decidiu investigar uma figura intrigante: o professor eventual (aquele que é chamado quando o professor efetivo falta). A culpa que o outro faltou não é dele, mas é nele que a turma desconta a raiva. Kayam notou a injustiça no olhar de uma de suas professoras. E colou nela até descobrir cada detalhe desse universo. A história é tão boa que virou a capa dessa edição. Não deixe de ler até o fim, você vai levar um susto com as coisas que ele descobriu. A cada acalorado debate que temos na redação (e eles são muitos), a palavra “leitor” é a mais presente. O Zzine é feito para jovens, por isso buscamos um olhar diferente para todas as matérias. Desde o momento de decidir sobre como abordar as histórias delicadas de dependentes de drogas ilegais, até o dilema sobre como retratar as mentiras contadas pelos operadores do telemarketing (primeiro emprego de muitos jovens e da repórter que fez a matéria). Foi um longo caminho para construir uma revista com a nossa cara. Agora, torcemos para que você se enxergue nela também!
Foto de capa: Jenyssis Windenen | modelo: Jawanne Rodrigues
Fotos: Jenyssis Windenen e Lucas Albin | Ilustração: Lucas Albin
editorial
sumário
ConSelho eDItoRIal Angela Dannemann, Beatriz Mendes, Levi Mendes Jr. e Saulo Garroux CooRDenaDoRaS Do pRojeto Amanda Rahra e Nina Weingrill eDuCaDoR De FoRMação Mauricio Monteiro Filho eDuCaDoRa De texto Ana Aranha eDuCaDoR De FotogRaFIa Lucas Albin eDuCaDoReS De aRte André Rodrigues e Juliana Mota eStagIáRIoS Jenyssis Windenen, Kayam Mendes, Mayara Paula, e Vanessa Ribeiro VoluntaRIa Jawanne Rodrigues eQuIpe Ana Carolina de Oliveira, Anderson Ernesio, Anderson Ferreira, Ariana Moraes, Carol Ventura, Barbara Regina, Caroline Sabino, Carolyne de Freitas, Danilo da Costa, Diogo dos Santos, Francisco Santos, Graciela Reis, Guilherme de Oliveira, Hellen Santos, Jenyffer Stephany, Jessica Jesus, Jessica Novais, José Victor, Jhonny, Johnatan Almeida, Luciana Nascimento, Matheus Oliveira, Michael Douglas, Natalia Barbosa, Rafael Rocha, Rafaela Andrade, Stephany da Silva, Talitha Gomes, Thomaz Edson Santana, Vinicius de Mattos agRaDeCIMentoS Tia Dag, Corina Macedo, Gilson Martins, Maria Célia Gonçalves, Tia Bia, Renata Costa, Agenor Mendes, Luis Otávio, Rodrigo Ratier, Denis Russo Burgierman, Fernando Carvall, Edna Bley, Gil, Bruno Lopes, Camila Oliveira, Vitória Barbosa, Zinho, Luca Lopes, Jessica Kibrit, Dalton Assis, izabelle Ventura (Mascota), izabela Moi e toda equipe do Blog do Mural, Érica Teruel e toda equipe Antena CBN, Bar (de Responsa) do Seu Antonio, tuma da Almap, instituto Criar de TV, Cinema e Novas Mídias, todos os entrevistados, familiares e amigos dos Zziners, tios, tias e funcionários da Casa do Zezinho, professores e gestores de todas as escolas da região ZZIne É uMa puBlICação tRIMeStRal Da aSSoCIação eDuCaCIonal e aSSIStenCIal CaSa Do ZeZInho Rua Anália Dolácio Albino, 30 – Parque Maria Helena CEP 05854-020 – São Paulo/SP – Fone (11) 5818.0878 DiSTRiBuíDA GRATuiTAMENTE EM ESCOLAS PúBLiCAS E COMuNiDADE PRóxiMA
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04
saúde
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relacionamentos
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comportamento
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estilo
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fala sério
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capa
16
drogas
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arquivo z
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conectados
Informe-se sobre as DSTs mais comuns, saiba quais são seus sintomas e previna-se
Elas dizem o que querem e pensam deles. Eles dizem o que querem e pensam delas.
Fale alto, pra todo mundo ouvir, sem medo, nem vergonha: EU SOU BEM MAIOR QUE MINHA TIMIDEZ!
Recicle seu guarda-roupas e descubra que ele é bem maior - e mais legal - do que você pensava
Divirta-se com histórias de jovens que só se encontram na bagunça. Para eles, a ordem é o problema
Olhamos a escola pelo ponto de vista de um de seus personagens mais injustiçados: o professor eventual
Numa reportagem que nasceu dentro de nossa redação, investigamos a saída para o sufoco das drogas
Telemarketing: armadilha para quem recebe a chamada, dor de cabeça e exploração para quem liga
Para sua alegria, conheça a origem dos memes e virais que mais bombam nas redes sociais
Zzine 3
saúde
cuidado para o
Bicho
não
pegar
texto Vanessa Ribeiro foto Jawanne Rodrigues design e ilustração Mayara Paula
04 Zzine
DST, HPV e DIP: você sabe o que significam essas siglas? Não? Então leia essa matéria para descobrir por que é tão importante se proteger contra elas. Ser jovem é uma maravilha. Curtir a vida é uma das prioridades. Muitos adoram as saidinhas, festinhas e baladas do final de semana. A pegação, é claro, sempre rola. E é aí que todos precisam tomar cuidado. Meninos e meninas devem procurar conhecer muito bem as pessoas com quem transam. Afinal, estamos falando de relações íntimas, que, além de gravidez indesejada, podem causar doenças. Contra elas, se prevenir é essencial. Use camisinha, pois este é o único método de se proteger contra essas duas dores de cabeça.
O que é DST? A sigla DST significa doença sexualmente transmissível, ou seja, doença que pode ser passada de uma pessoa para outra no ato sexual e nas trocas de fluidos relacionadas ao sexo, como: beijo na boca, sexo vaginal, anal e oral.
O que é HPV? O HPV é um vírus muito comum atualmente, que por vezes pode não apresentar sinais ou sintomas, mas que também pode causar lesões perceptíveis, como a presença de verrugas e coceira nas genitais. O vírus pode ser transmitido por relações sexuais sem camisinha, compartilhamento de peças íntimas, toalhas e até sabonetes. Alguns tipos de câncer como o de colo do útero, pênis e ânus podem ser relacionados ao HPV. O diagnóstico é feito clinicamente ou por exames laboratoriais.
O que é HIV?
HIV é o vírus que transmite a Aids, que é uma doença que interfere no funcionamento do organismo, fazendo este perder as proteções e deixando a pessoa vulnerável a vários tipos de infecções e outras doenças. A pessoa pode ter o vírus sem desenvolver a doença por anos, mas mesmo assim pode passá-lo através de relações sexuais sem camisinha, transfusão de sangue e compartilhamento de seringas. Se a mãe estiver contaminada, pode passar para o bebê através da gestação, parto ou amamentação. Ainda não há cura para a Aids, mas existem tratamentos que preservam o tempo de vida do paciente.
Quais são as DSTS mais prejudiciais à saúde?
Segundo a pediatra e hebiatra Ligia Collese, a Aids é muito prejudicial, porém ela afirma que, se o indivíduo já tiver uma doença, é muito fácil adquirir outras se não passar pelo tratamento adequado. O ideal é sempre usar camisinha, seja ela masculina ou feminina. Se a pessoa mantiver relações sexuais com diversos parceiros sem preservativo, é muito importante fazer o exame de sorologia (verificação de anticorpos no sangue) com frequência e também saber com quem está mantendo relações sexuais.
Como posso descoBrir se peguei uma DST? Cada um conhece seu próprio corpo e sabe se teve relações sem camisinha, ou se tem alguma coisa no corpo que antes não estava lá. Diante de qualquer desconfiança, a primeira coisa que deve ser feita é ir ao médico, seja ele clínico geral, pediatra, obstetra, urologista ou ginecologista. Ele vai te examinar para saber se há feridas, secreções, caroços ou qualquer outra fonte de suspeita. Depois, são pedidos exames e você é encaminhado ao CRT (Centro de Referência e Treinamento DST/AIDS-SP). Lá, existem médicos, enfermeiros e psicólogos especializados em tratamentos adequados.
Quais são as outras DSTS? CanCro mole: Causa feridas e pus nos genitais. DIP: Causa inflamações no órgão genital feminino. HerPes: Causa bolhas e feridas nos genitais. ClamíDIa e GonorreIa: Causam ardor ao urinar, corrimento e pus. Nos homens, causam também dores nos testículos e nas mulheres, sangramento fora do período menstrual. A infecção pode afetar outras áreas do corpo. Donavanose: Causa caroços, feridas e sangramentos. HTlv: A maioria dos infectados não apresenta sintomas. Alguns adquirem câncer, problemas musculares, pulmonares, infecções de pele, entre outros. sífIlIs: Causa feridas e caroços nos órgãos genitais entre 7 e 20 dias após a relação desprotegida. Se não for tratada logo, pode comprometer vários órgãos como olhos, pele, ossos, coração, cérebro e sistema nervoso. HePaTITe B: A pessoa infectada pode ter cansaço excessivo, tonturas, enjoos, vômitos, febre, pele e olhos amarelados, entre outros. lInfoGranuloma venéreo: Causa ferida e caroço no local infectado. TrIComoníase: Pode causar dor durante a relação sexual, irritação dos genitais, ardência, corrimento e dificuldade de urinar.
Quer saber mais sobre DSTS? O Ministério da Saúde possui site com várias informações sobre doenças sexualmente transmissíveis. A entidade também está presente na rede social Formspring, onde esclarece dúvidas diretas sobre DSTs e outros temas relacionados. Site: http://www.aids.gov.br/ Formspring: http://www.formspring.me/minsaude Dúvidas sobre DST e Aids? Ligue: 0800 16 25 50
Zzine 05
relacionamentos
Os segredos dos sexos texto e design Carolyne Freitas
ilustração Juliana Mota
O que elas não aceitam neles, o que eles falam quando elas não estão por perto e o que ambos gostariam de ouvir. Entrevistamos vários meninos e meninas para saber o que pensam, mas não contam para o sexo oposto. Leia abaixo o que ouvimos deles e delas. O que VOcê faz quandO O sexO OpOstO nãO está pOr pertO? Nós falamos de sexo e coisas nojentas, como sangue, facadas e morte. Também falamos de futebol e contamos piadas. Sobre as mulheres, comentamos se são bonitas, se têm cara de fáceis ou difíceis. Principalmente, nos perguntamos o que elas pensam.
A gente fala de tudo, de compras, meninos, fofocas e coisas pornográficas. Comentamos como outras meninas se comportam, como se vestem e da maturidade dos meninos. Também olhamos para outros caras e pensamos em maneiras de atraí-los.
O que prOcuram? Procuramos meninas mais inteligentes do que nós. Que sejam compreensivas, carinhosas, com atitude, sinceras, mas também safadinhas... Não aceitamos garotas ciumentas a ponto de serem psicopatas, que se achem donas do mundo, antipáticas ou que só pensam em ficar e usar a gente.
Procuramos meninos carinhosos, simpáticos, sinceros, engraçados, compreensivos e gentis. Não aceitamos meninos arrogantes, mentirosos e safados (do tipo que passa a mão onde não deve). Também não queremos grossos, que falam palavrões, e que dão em cima de outras garotas.
4 cOnselhOs para O sexO OpOstO 1 Quando vocês estão de TPM – na hora
da raiva – tenham cuidado com o que falam!
2 Sejam mais confiantes: a maioria
das meninas que conhecemos não acreditam na própria capacidade.
3 Mude a atitude, hoje em dia muitas de vocês são interesseiras.
4 Antes de ir atrás de um menino,
procurem conversar com um amigo. Às vezes, vocês vão por impulso e acabam se magoando.
1 Não escolham uma menina por seu
conjunto de curvas e decotes, nós somos muito mais do que isso!
2 Abram o olho e percebam quem gosta
de vocês de verdade e parem de babar pelas meninas populares da escola.
3 Levem as garotas a sério, não brinque com os sentimentos dos outros. Não pense só em sexo.
4 Amadureçam, no modo de pensar e nos sentimentos.
Colaboração: Thalita Gomes, Graciela Reis e Francisco Santos
6 Zzine
comportamento
o tamaNho da timidez
Muitos adolescentes tímidos se sentem pequenininhos. Mas é possível superar essa sensação para conquistar o seu espaço texto Ariana Moraes, Stephany Dutra, Jenyffer Stephany com colaboração de Danilo da Costa ilustração Anderson Ferreira design Diogo Santos
ano havia acabado de começar na escola nova quando Thamirez Gomes da Silva, de 15 anos, teve que apresentar um seminário em grupo. Ela tinha estudado e sabia tudo sobre o tema. Mas não conhecia muita gente na sala. Na “hora H” , começou a ficar vermelha, tremer e sentir seu coração acelerar. Ela ficou tão nervosa que, no último minuto, desistiu de apresentar. Seu grupo ficou bravo. Não conseguiram entender porque ela era brincalhona e alegre com eles, mas ficava tão insegura na frente dos outros. Por causa da timidez, ela e o grupo tiraram zero na apresentação em que poderiam ter tirado dez. A timidez atrapalha a vida de muitos adolescentes. Segundo a psicóloga Ana Letícia Esteves, os sintomas aparecem principalmente na hora de se relacionar socialmente e incluem tensão e preocupação com o outro. Há pessoas que têm dificuldades a todo momento. É o caso de Kamila Morais, 20 anos. Operadora de telemarketing, ela passa o dia ligando para pessoas que nunca viu. Mas, quando sai do trabalho, tem vergonha de falar com desconhecidos. “Penso muito antes de falar qualquer coisa. Acho melhor ficar quieta, pois assim não corro o risco de errar”. A timidez é pior na adolescência. “É um período novo, ameaçador”, diz Ana Letícia. “Os jovens ficam preocupados com a imagem que os outros fazem deles, com os erros que podem cometer”. Nessa fase, o comportamento dos amigos também não ajuda muito. Imagine o que aconteceu
no dia em que Felipe Monteiro, 16 anos, que se atrapalha quando tem que se comunicar com pessoas diferentes, amanheceu com uma espinha no meio da testa. Os colegas não perdoaram e perguntaram se ele era um rinoceronte. Isso foi suficiente para afastá-lo da escola por dois dias. “Deu vontade de nunca mais aparecer”, contou. Dois dias na escola já é bastante prejuízo, mas o tímido pode se dar ainda pior. Quando Felipe tentou uma vaga no Jovem Aprendiz (programa que combina o primeiro emprego com cursos técnicos), suas mãos começaram a suar no caminho para a entrevista. Sentiu frio na barriga e tremores no corpo. Ficou tão nervoso que desistiu da entrevista e perdeu a oportunidade. A timidez está relacionada com a auto-estima. Se a gente não se sente bem conosco, fica difícil se relacionar com os outros. Miguel Lima, de 17 anos, tem o seu lugar na sala de aula marcado, o famoso “fundão”. Ele não escolheu esse lugar por ser o “da bagunça”, mas porque se sente seguro. Lá, ele observa todos ao seu redor, evita que lhe façam sacanagem e que o observem. “Acho que não é só timidez, mas também falta de confiança em mim e nas pessoas, deve ser por isso que me relaciono
melhor com bichos”, diz Miguel. Para superar o problema, alguns tímidos procuram atividades que os ajudem a se soltar. Maria Eduarda Lima, de 16 anos, sempre se atrapalha quando tem que falar em público. Mas melhorou quando começou a fazer aulas de teatro. Segundo Lucas Almeida da Silva, de 20 anos, educador de teatro da Fábrica de Criatividade, a timidez é um bloqueio: a pessoa pode até saber como se comunicar, mas não consegue. “Quando ela pratica teatro, quebra esse bloqueio, pois trabalha expressões, aprende que se expor pode ser bom”, explica. Lucas, que um dia foi muito tímido, e hoje vive do teatro, garante que qualquer tipo de atividade coletiva pode ajudar. “Timidez é o medo do outro”, diz Ana Letícia. Para superar esse medo, ela sugere buscar uma conquista por dia: fazer um amigo, ir a uma festa e expor uma opinião. A mudança não vem de uma vez, o progresso é conquistado lentamente. A timidez geralmente dura a vida toda. A cada fase, fica mais intensa ou desaparece. Se você tem muita dificuldade em enfrentar esse problema, pode buscar ajuda de um psicólogo. O importante é não viver isso sozinho, aproxime-se de quem você confia entre familiares, amigos e professores.
Zzine 7
estilo
re-vista Suas roupas de inverno não combinam com a primavera? Aprenda a reaproveitar sua peças para curtir com estilo (e sem gastar muito dinheiro) todas as estações!
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texto Vanessa Ribeiro foto Jenyssis Windenen design Mayara Paula ilustração Juliana Mota Muita gente teM um guarda roupa lotado. Mas, quando procura, não acha uma peça legal. Parece que nada combina com nada. Que dilema! Então a pessoa pensa em comprar uma roupa nova, mas está sem grana. Ou então não dá tempo de ir à loja preferida até o dia da festa. Com certeza isso já aconteceu com você. Existe uma forma bem bacana de atualizar seu guarda roupa que é fácil e barata: chama-se customização. Você pode montar um visual transformando peças que já tem no guarda roupa. Dá para modificar as roupas para que fiquem mais ainda no seu estilo, ou renovar as peças que você gosta muito, mas que já não estão tão bonitas como quando eram novas. Por exemplo, sua calça preferida que te deixava incrível e dava aquela valorizada... Você cresceu, mas ela não cresceu junto. E agora ela te deixa parecendo um pescador que pula brejo? Pois é, acontece com todo mundo. Mas você não precisa se desfazer dela (e nem deixá-la mofando no armário). Usando a técnica da customização, é possível transformá-la em um short ou bermuda. Roupas de inverno que já não combinam com a nova estação. Blusinhas, camisetas, jaquetas e camisas que estão com furinhos. Todas as peças podem se transformar e voltar à ativa. Se você não sabe costurar, não se preocupe. Existem colas de tecidos, aplicações, rasgadinhos artesanais, e muitas outras técnicas que podem te ajudar a deixar o guarda-roupa com seu estilo sem tocar na linha e na agulha. Serve para todo mundo! E, para quem gosta de exclusividade: as peças nunca ficam iguais. Abuse da criatividade e monte visuais diversos.
modelos Jessica Jesus, Bruno Lopes
Você cresceu e aquela calça incrível não entra mais?
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Customize sua Camiseta Com a estampa estênCil VoCê Vai preCisar de: • Impressão da estampa desejada • Tesoura • Esponja de lavar louça • Chapa de raio X de exames antigos • Fita adesiva • Folha de papelão • Tinta de tecido da cor desejada
Busque um desenho e imprima. Fixe-o com fita adesiva na chapa de raio x. Corte a chapa com estilete, contornando o desenho escolhido.
Coloque o papelão dentro da camiseta, entre a frente e as costas da blusa, para não sujar o outro lado.
Coloque a chapa de raio x em cima do local desejado e segure firme. Molhe a parte amarela da esponja com a tinta de tecido e preencha o espaço da imagem com leves batidas.
Você também pode mudar o comprimento da manga. Junte-as e meça o tamanho desejado. Corte. Passe com ferro para marcar o local. Depois grude com cola para tecido.
total gasto para montar as 4 peças: R$ 34,70 Zzine 9
fala sĂŠrio
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texto Jessica Jesus, Ariana Moraes com colaboração de Ana Carolina de Oliveira foto Jawanne Rodrigues design Diogo Santos
À primeira vista, seus quartos parecem um caos. Mas, para esses jovens, a baderna é que é a ordem. E é quando alguém resolve arrumar suas coisas que os problemas começam. Amanda da Silva, 15 anos, divide o quar to com três irmãos. Não teme em dizer que é muito bagunceir a. Em fevereiro deste ano, chegou da escola e sua madrasta havia arrumado o quarto. Amanda se perdeu completamente na orga nização, mas ela não foi a única: seu brinco de bolinha cinza tamb ém desapareceu. Ela ficou com raiva, pois não conseguiu encontrálo, mas decidiu não brigar por causa disso. Comprou outro par. Esse , ela não tira da orelha.
modelo Stephany Dutra
Karoline Fernanda, 17 anos, como a maioria dos adolescentes, tem um quarto cheio de segredos. Nem é preciso dizer que não gosta nem um pouco da ideia de alguém vasculhando seus mistérios. Mesmo assim , de acordo com ela, as pessoas de sua casa insistem em invadir o seu espaço e pegar coisas sem permissão. Ela conta que já pegaram lápis de cor, chaveiro, fotos e até meias. Segundo ela, meias são o que mais some. Certa vez, foi procurar um par. Quando se deu conta, sua linda meia rosa estava passeando nos pés de seu irmão .
E você, consegue encontrar essas coisas na bagunça ao lado? Óculos, Sapato rosa, Calculadora, Boneco, Macaco, Pé-de-pato, Cartão de crédito, Casa de passarinho
Vitor de Paula, 16 anos, diz ser desorganizado, mas acredita que cada um tem que ter sua privacidade. Por isso, detesta que mexam em suas coisas. Um dia, sua mãe foi colocar as roupas para lavar. Por falta de sorte, ele havia comprado um ingresso de cinema e deixou no bolso do seu agasalho. Na lavagem, este foi literalmente por água abaixo, pois foi para a máquina com as demais roupas que estavam em sua bagunça. Ficou bravo e foi reclamar com a mãe, que, de imediato, respondeu: “Quem mandou você não guardar?” Segundo ele, típico comportamento de mãe.
Cauane de Souza, 16 anos, relata que tem um quarto só seu, que é, sim, bagunceira, mas isso não a impede de encon trar suas coisas. Não muito diferente de outras adolecentes, Cauane tamb ém não gosta que mexam em seus pertences. Ela já perdeu vários deles após sua mãe arrumar seu quarto: pente, blusa, celular, calça e chave – o objet o perdido que a deixou mais nervosa. Na última vez em que viu sua chave, estav a no bolso da sua calça. Perguntou para a mãe, procurou por toda casa e até olhou na casa do cachorro. Depois de um mês de procura, no final das contas, estava no guarda roupa.
Felipe da Silva, 16 anos, apesar de tímido, assume que é o mais bagunceiro dos quatro irmãos. Odeia que mexam nas suas coisas, pois é na sua desordem que se acha. Conta que já perdeu vários objetos, como o modem do seu notebook, que sumiu após sua irmã ter arrumado sua gaveta. Ele perguntou para ela, procurou por toda a casa, mesmo nos lugares mais inusitados. “Só não procurei na laje, mas até pensei nisso”, conta ele, com bom humor. Mesmo assim, não encontrou. Não teve jeito: a solução foi comprar outro.
Cleiton Ferreira, 23 anos, se considera organizado. Porém, nem sempre se lembra de onde guarda suas coisas. Uma vez, ele foi procurar em seu guarda roupa uma camiseta listrada de que gostava muito, mas não conseguiu encontrar. Procura dali, procura daqui e nada: até hoje, ele não sabe o paradeiro da bendita camiseta. Talvez isso seja coisa de família, pois, segundo ele, nesse dia, foi sua mãe quem arrumou suas coisas e acabou esquecendo de onde colocou a peça de roupa.
Zzine 11
capa
Roseli tem que se desdobrar para ensinar a matéria dos colegas que faltam e, ainda assim, paga o pato do sucateamento da educação pública
pau pra toda aula É ela que segura a onda quando os professores faltam. Tem que improvisar aulas de disciplinas diferentes, é rejeitada pelos alunos, enrolada pelos colegas e pressionada pela direção. Mergulhamos na vida loka de uma professora eventual e descobrimos uma rotina de perrengues barra pesada.
texto Kayam Mendes foto Jawanne Rodrigues design e ilustração Mayara Paula colaboração de Jessica Jesus e Jenyffer Stephany
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“ViXE, já chEgou Essa profEssora dE noVo”. Assim que Roseli Faustina dos Santos, professora eventual da rede estadual paulista, foi recebida ao entrar pela segunda vez do dia na mesma sala de aula. A turma estava irritada com as faltas dos professores efetivos, mas foi Roseli quem ouviu a bronca. Ela chega na escola no horário em que todos deveriam chegar: às 19 horas. Só que, quando bate o sinal, ela continua na sala dos professores. Roseli só trabalha caso algum deles falte, quando entra como substituta. Quando isso acontece (e acontece bastante), ela é recebida com desânimo pelos alunos. Roseli tem uma ingrata tarefa nas mãos: preencher o “vazio” deixado a cada aula abandonada pelos professores efetivos. Ela tem que matar no peito as muitas dificuldades dessa função. A vida da professora eventual é como um time de futebol em uma eterna final de campeonato: recebe pressão de todos os lados. Os professores efetivos não indicam o conteúdo que deve ser continuado. A direção cobra que ela passe a matéria para seguir o currículo. Os alunos se frustram, pois preferiam aula vaga. E o pior: no final desse campeonato, nem taça ela recebe. Sem poder acompanhar o desenvolvimento da turma, não sente o gostinho de vitória a cada fim de ano. A figura do professor eventual, como o próprio nome já diz, deveria ser algo raro. Mas os professores efetivos faltam tanto que os eventuais se tornaram um personagem constante na rotina das escolas. Para ter uma ideia de quanto eles faltam, a Zzine fez um levantamento: criamos uma lista de presença para os nossos professores ao longo de uma semana nas nossas escolas. Anotamos se a aula ficou vaga
ou se o eventual entrou para substituir. Veja o resultado na última página desta matéria, você vai notar que foram poucos os dias em que todos os professores apareceram para dar aula. Por dia, há 12 mil professores efetivos ausentes das salas de aula da rede estadual de São Paulo, segundo uma pesquisa realizada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) que ouviu 4.149 professores em 992 escolas. Em 2006, o governo gastou R$235 milhões para cobrir a falta desses professores. Porém, o maior prejuízo é para a continuidade e qualidade do ensino. Os alunos são obrigados a aprender em pedacinhos. A transmissão do conteúdo, cheia de pausas, faz com que haja uma quebra da linha de pensamento, o que prejudica o aprendizado e as notas. A pesquisa da FGV calculou que, a cada 10 dias faltados pelo professor efetivo, as notas finais dos alunos caem até meio ponto (0,5) em relação à média dos alunos do estado. Uma aluna da Escola Estadual Professora Carolina Cintra da Silveira, que pede para não se identificar, abre o jogo. Ela conta sobre uma professora que falta com frequência e, quando não falta, fica fora da sala papeando no celular. A estudante se sente prejudicada: “O último provão ninguém conseguiu fazer”, conta. Luiz Henrique Ramalho, de 17 anos, também sofre com a constante ausência dos efetivos. Na escola Músico Wander Taffo, onde Luiz estuda, os professores faltam justamente nos dias de provas e trabalhos. “Quando vou reclamar, ele fala que eu deveria ter estudado em casa”, reclama Luiz.
Ela acredita que a grande frequência com que o eventual entra nas salas de aula contribui para que a situação piore: “Na mente de boa parte dos alunos, eu só estou ali para os impedir de ficar no pátio”. Roseli desabafa que a rejeição contra ela aumenta por ser jovem, ela tem 28 anos. “Já ouvi que professor tem que ser velho, gordo e feio”, diz. Mas, contrariando esse preconceito dos alunos, a pesquisa da FGV aponta que os professores mais velhos são os que mais faltam. Os mais novos, como Roseli, são mais dedicados por estarem em início de carreira. Outro aspecto que interfere na relação entre aluno e eventual são os vínculos. Como o contato não é frequente, esse professor não sabe quem tem algum tipo de dificuldade e não pode dar a atenção especial. Assim, ele não acompanha o desenvolvimento dos alunos como o efetivo.
fração, feudalismo, Platão e verbos transitivos Roseli é formada em Letras, mas deve estar preparada para dar aula de todas as matérias, isso gera desconfiança nos alunos: “Já ouvi várias vezes: você não é professora de português? Por que está dando aula de física?”. Mas ela não tem opção de escolher a aula. Tem que substituir o professor que faltou, não importa de qual disciplina.
Fica ainda mais difícil devido à falta de planejamento. Mesmo que domine a matéria, o professor eventual nem sempre pode seguir o currículo porque o efetivo não indica qual conteúdo deve ser continuado. Devido a essa falta de comunicação, Roseli já ficou perdida e teve que se guiar pelos alunos: “Quando comecei, buscava do próprio aluno, perguntava o que o professor tinha passado na última aula”. Imagina a reação da turma quando a professora perguntava o que ensinar. Hoje, Roseli se prepara da maneira que dá: monta um caderno para todas as séries, com um pouco de cada matéria. E procura entender os motivos do efetivo: “Às vezes, o professor começou a tratar um assunto e eu entro e passo algo mais adiantado, que ele não passaria agora. Aí perde-se o ritmo da matéria”. Ela conta ainda que alguns professores eventuais evitam passar uma aula “forte”, com conteúdos e fórmulas, porque os alunos podem acabar preferindo a aula do eventual. O que causaria rivalidade com o efetivo. Para evitar entrar em conflito, ela prefere passar uma aula “leve”, sem tanto conteúdo.
Para mim você nem é Professora Mesmo sentindo na pele o prejuízo de tantas faltas, alguns alunos rejeitam o substituto. Henrique Dutra, que estuda na escola estadual Dom Duarte Leopoldo e Silva, confirma esse problema: “Como ele não vai dar nota, nem ponto, o pessoal prefere não fazer a lição”, conta. Há também os alunos que criam a expectativa de aula vaga e se frustram quando o eventual chega. “Eles imaginam que sou só mais uma funcionária cumprindo meu horário”, lamenta Roseli. “Tive muitos problemas, cheguei até a ouvir frases como: para mim, você nem é professora”.
Zzine 13
x*08=1100
O que é relevo?
I love Portuguese
Para Roseli, um debate ou uma atividade a partir de uma frase de reflexão pode se tornar uma aula produtiva. É por isso que Sophia Ramalho, de 12 anos, gosta das aulas dos eventuais da Escola Estadual Octalles Marcondes Ferreira. Para ela, essas aulas são melhores por serem mais descontraídas: “Eles explicam brincando e assim fica mais fácil de aprender”, conta a garota. Mas esse jeito de pensar não foi bem aceito pela direção de uma das escolas onde Roseli dá aula. No final do ano passado, ela levou uma bronca. A direção lhe chamou para conversar sobre as aulas leves e disse que ela deveria passar “algo” para os alunos. Depois disso, Roseli ficou mais rígida e começou a passar conteúdo para os alunos copiarem da lousa. Na escola estadual Professor Luiz Gonzaga Pinto e Silva, os professores eventuais passam mais conteúdo. Para a aluna Nayara dos Santos Lima, de 15 anos, os eventuais contribuem no estudo das matérias, mas passam conteúdo em excesso e se prendem demais na lousa.
E O SALÁRIO Ó... Outro fator que atrapalha a vida dos professores eventuais é o salário e as condições de trabalho. Segundo a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, o piso salarial dos professores efetivos é de R$2.088 para 40 horas por semana. Já o salário do eventual é um valor incerto, depende do número de aulas que ele pega. Por aula, ele ganha R$10,44. Ou seja, para ganhar o piso do professor efetivo, o eventual teria que dar 10 aulas por dia – todo dia da semana. As condições do eventual na rede estadual são ainda piores que na municipal. Na escola do município, o efetivo é obrigado a se adiantar e avisar quando não poderá estar presente. Então, o eventual costuma ser avisado com antecedên-
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cia e pode se programar de acordo com os horários, disciplinas e turmas. Enquanto isso, o professor eventual da rede estadual deve estar presente na escola todo o turno esperando alguma falta. Se o efetivo chega no meio da aula, o eventual tem que sair da sala (em geral, de cabeça baixa) e ceder o espaço ao outro. Quando isso acontece, o eventual não recebe pela aula.
AFINAL, QUEM FAZ A ESCOLA? Na rede pública, já virou mania dizer que “o aluno faz a escola”. Como se as soluções para os problemas do ensino tivessem que vir deles. Mas, segundo os supervisores de ensino da rede estadual paulista, a ausência dos professores é o principal entrave na gestão. Foi essa a principal resposta dada no questionário do Saresp (Sistema de Avaliação de Rendimento Escolar do Estado de São Paulo). Depois da falta dos professores, os supervisores apontam a instabilidade das equipes como o maior problema. Em terceiro lugar, aparece a violência, o vandalismo promovido pelos alunos e a falta de recursos (veja dados completos no gráfico ao lado). Claro que a participação do aluno, postura em sala e interesse pelos estudos são pontos fortes para uma aula produtiva. Mas, sem professor presente, nenhum aluno pode salvar a escola – por mais dedicado que seja. Mesmo com todas essas dificuldades, Roseli segue otimista: “É difícil entrar na área da educação, mas vai ser gratificante quando conquistar meu espaço. Para ser efetivo, tem que passar por etapas, as pessoas não querem ser eventuais justamente por esses desafios. Quando um aluno diz que aprendeu comigo, isso é tudo para mim!”. Roseli sonha em ser contratada e garante que, quando virar efetiva, sua folha de ponto será completa.
12 MIL PROFESSORES
2
aproximadamente faltam por dia na rede estadual de São Paulo
18 DIAS
Os professores são a
2ª CATEGORIA que mais falta entre todos os funcionários do estado
FALTAM MAIS QUE
POR ANO
os médicos, os funcionários do metrô e do Poupatempo
é quanto os professores
faltam em média
Por uma semana, marcamos a presença dos professores nas nossas escolas. Veja a frequência de faltas! As aulas vagas e aulas repostas por professores eventuais também foram anotadas (veja na legenda abaixo).
V Professor presente F Professor faltou:
eventual substituiu
F Professor faltou: aula vaga * Escola com 5 aulas
A NOSSA LISTA DE PRESENCA ESCOLAS
SEGUNDA
QUARTA
TERCA
QUINTA
SEXTA
1 2 3 4 56 1 2 3 4 56 1 2 3 4 56 1 2 3 4 56 1 2 3 4 56
Alfredo Vianello David Nasser Leopoldo Santana Miguel Munhoz
Rep. do Panamá Waldir Rodolpho
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A pesquisa foi realizada entre os dias 11/06 e 18/06/2012 e não teve como objetivo traçar um padrão estatístico das faltas dos professores – para isso, a reportagem traz dados da Secretaria da Educação e da Fundação Getúlio Vargas –, mas sim colher uma amostra que chama nossa atenção para um problema concreto dos jovens nas escolas.
Segundo os supervisores de ensino, os maiores problemas para administrar as escolas não são os alunos, mas os professores.
Quais são as principais dificuldades de gestão?
10 DIAS
sem o professor, a nota de seus alunos cai
0,5 PONTOS em relação à média dos alunos da rede estadual
36% 19%
Falta de professores Instabilidade das equipes
2%
Violência e falta de recursos
NO
BORR A PARA CHA N OTA
TA
R$235
$
MILHÕES
foi o que o governo gastou em professores eventuais e outros custos para cobrir as faltas dos efetivos em 2006
FONTE: “A falta que a falta faz”, pesquisa da Fundação Getúlio Vargas. Questionário do Saresp. Secretaria de Educação do Estado de São Paulo
Zzine 15
drogas
Recuperando o
Fôlego texto Vanessa Ribeiro, com colaboração de Mayara Paula design Mayara Paula foto Jenyssis Windenen
Nossa repórter foi em busca de uma saída para as drogas e descobriu que, uma palavra de cada vez, é possível voltar a respirar livre do vício
“ElE narrou sua história dE amor E ódio com a maconha E a cocaína” Todo mundo diz que repórter bom tem que sujar os sapatos. Essa é a regra da Zzine. Mas repórter bom também precisa de sorte. E não dá para fechar os olhos quando algo tão poderoso acontece em plena redação. Reunião de pauta da terceira edição. Mais uma vez, surge o tema das drogas. Até então, as sugestões não tinham sido muito originais. Até que, no canto da sala, um rapaz sério, misterioso, que acabara de chegar à turma, começa a narrar sua história de amor e ódio com a maconha e a cocaína. Seu nome é Jhonny, 22. Foi um choque: todos voltaram os olhares para ele e ouviram atentamente cada palavra. Ele contou tudo e respondeu a todas as perguntas sem pudor. O silêncio tomou conta da redação. Quem o rompeu foi outra Zziner novata: Fernanda*, 16. Ela contou que, desde os 12 anos de idade, seu irmão vive uma jornada incansável de utilização de lançaperfume, maconha e crack. Depois dos depoimentos, a turma percebeu a imensa relevância da pauta. O assunto faz parte do cotidiano de todos nós que moramos na periferia. Grande parte da equipe Zzine conhece algum caso de dependência ou mora perto de algum ponto de venda ou de uso. Ou tudo isso junto. De tão normal, muitos nem se incomodam com essa proximidade com as drogas. Contagiados pelos dramas de Jhonny e Fernanda, decidimos
que nossa missão seria procurar uma saída para quem sofre com essas substâncias. Corajosamente, Jhonny e Fernanda decidiram assumir essa responsabilidade. O primeiro passo deles foi entrevistar Marcos Lopes, o Nenê, ex-estelionatário e gerente de boca de fumo que conseguiu mudar o rumo de sua vida e hoje é professor, escritor e faz mediação entre usuários que querem largar o vício e clinicas de tratamento. Segundo Nenê, a abordagem faz toda a diferença na hora de ajudar um usuário. “Todo mundo quer ajuda, mas tem que saber conversar. A forma como você oferece ajuda é importante. Senão, o cara vai negar”, diz. Essa foi a primeira e última ação de Jhonny e Fernanda como repórteres da matéria. Nas perguntas deles para Nenê, havia muito mais pedidos de ajuda do que curiosidade por informação jornalística. Fico imaginando a pressão que deve ter sido para os dois encarar a pauta. Assim como é mais fácil escrever sobre um assunto que você domina, é muito complicado fazer uma reportagem sobre algo que te afeta tanto. Talvez por isso eles tenham sumido. Quase no mesmo período, primeiro ela, depois ele. Nas raras vezes em que conseguíamos contato, as respostas de ambos sempre pareciam muito próximas, associadas a problemas familiares, o que mostrava a realidade semelhante que os dois estavam vivendo.
Fui, então, escolhida para assumir a pauta. Na minha visão, naquele momento, a única coisa que poderia amenizar o drama das drogas seria saber que muitas pessoas também sofrem com o problema. Por isso, minha primeira iniciativa foi conhecer a irmandade Narcóticos Anônimos (NA).
SÓ POR HOJE O objetivo do NA é ajudar homens e mulheres adictos, que, segundo a entidade, são pessoas cuja vida é controlada pelas drogas. A organização não possui fins lucrativos e mantém um forte programa de tratamento sem qualquer tipo de medicação. Por meio dos relatos dos membros, uns ajudam os outros a se manterem limpos, ou seja, sem nenhum contato com a droga. Eu e outra repórter da Zzine fomos a uma reunião para ver o processo de perto. Sem gravador, bloco de anotações, celular, câmera ou qualquer coisa que pudesse intimidar ou revelar a identidade dos presentes, que têm no anonimato sua maior proteção. Somente o cérebro para guardar o que acontecia de marcante naquele ambiente em tons pasteis. Quando chegamos, a maioria dos homens ali presentes estavam cabisbaixos. Achei que fosse alguma regra, mas depois percebi que era apenas receio. Aos poucos, as cabeças foram se erguendo. Nesse dia, não havia nenhuma mulher dependente,
*Nome fictício
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porém os homens que nos receberam disseram que as histórias delas são muito mais crueis pois elas sofrem preconceito, violação e também por muitas vezes entrarem na prostituição para sustentar o vício. Para eles, a adicção é uma doença. Não tem cura, mas tem tratamento, desde que a pessoa assuma que é impotente perante o vício. Esse é o primeiro dos doze passos que são seguidos na irmandade, que sempre se apoia na máxima: “Estou limpo só por hoje”. No NA, percebemos que compartilhar histórias torna o caminho de usuários, amigos e parentes menos árduo. Foi o que Fernanda fez. De repórter, ela passou a ser fonte. Só então entendemos seu desaparecimento. Em julho deste ano, no dia do aniversário de sua mãe, o irmão dela foi preso por assalto a mão armada. “Eu sinto que vai ser bom para ele. Mesmo que seja triste, sei que ele não vai fazer mal para as pessoas de fora e nem pra gente. É um alívio”, diz Fernanda, que mantém viva dentro de si a esperança de recuperação. Por incrível que possa parecer, a prisão foi o caminho mais leve para o irmão de Fernanda. “A polícia me disse que, do jeito que ele estava, só poderíamos esperar a cadeia ou a morte”, conta ela. Com o irmão detido, ela e sua mãe tentarão reconstruir a vida que o crack destruiu com mudanças de cidade, roubos, agressões físicas - Fernanda
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teve o nariz quebrado pelo familiar - e até a morte do pai, que faleceu em um acidente de carro, quando tentava mais uma vez escapar das ameaças dos traficantes. Segundo ela, a palavra que define sua vida é luta. Ela luta para conseguir tudo de volta, para conversar, para não cair em depressão e para tirar o irmão das drogas. Mais uma peça do quebra-cabeça da apuração tinha se encaixado. Com Fernanda, soube mais sobre o drama de ser familiar de um dependente. Mas faltava alguém diretamente afetado pelas drogas: um adicto.
MEU NOME É JHONNY Era hora de nos reencontrarmos com o rapaz sério e misterioso que, tempos atrás, tinha tirado nossa reunião de pauta dos eixos. Voltávamos aonde tudo havia começado. Ele retornou a poucos dias do fechamento para, finalmente, me conceder uma entrevista. Começou desafiando o senso comum sobre o uso de drogas. ”Experimentei não por influência dos amigos, mas por vontade própria”, afirma. A droga arriscou a vida de Jhonny de muitas formas. “Usando cocaína, eu passava duas, três semanas fora de casa. Ela me dava coragem para fazer assalto e participar de outros crimes. Fazia isso para sustentar meu vício”. Por mais transtornado que estivesse, algumas palavras tinham poder de piorar seu
estado. “Me lembro que, quando eu estava sob efeito de cocaína, as pessoas falavam: ‘Esse não tem mais jeito’. Quando ouvia isso, pensava: ‘Já que não tenho mais jeito, vou terminar de acabar com a minha vida’, e me afundava cada vez mais na droga”. Mas foi também por palavras, dessa vez de conforto, que ele começou a sair do vício ativo. “Eu usei droga durante dois anos seguidos. Durante esse tempo, teve exatamente um único dia em que eu não usei, parei dentro de casa e fiquei refletindo. Quando saí, uma vizinha, a única que nunca desistiu de mim nesses dois anos, falou comigo. Foi aí que a mudança começou”. “Hoje, sou movido a ajudar pessoas que ainda sofrem por causa do vício. Quero que elas mudem de vida como eu mudei”, declara ele. Esse também é o objetivo de Fernanda. “Eu não consegui ajudar meu irmão, mas quero tentar auxiliar outros usuários”, diz ela. Segundo Nenê, a melhor maneira de fazer isso é criando um vínculo afetivo com o dependente. “Ninguém dá ao usuário a oportunidade de contar sua história”, diz. Foi essa a lição - aparentemente difícil, mas, na verdade, simples - que essa reportagem ensinou a mim e a toda a equipe. Se não há uma maneira definitiva de sair das drogas, existe, ao menos, uma forma para encontrar o desafogo: tirar a cabeça da água, respirar fundo. E falar.
modelos Vitória Barbosa e Jawanne Rodrigues
“não há saída definitiva das drogas, mas há desafogo”
arquivo z Nossa repórter, ex atendente de telemarketing, investigou como empresas pressionam os operadores a enganar o cliente. texto Carol Ventura com colaboração de Rafael Rocha design e ilustração Michael Douglas
Você já deve ter recebido uma ligação inconveniente de um operador de telemarketing oferecendo um produto “inovador” e que vai “mudar a sua vida” – o que nem sempre é verdade. Os operadores omitem e até inventam vantagens para cumprir a sua meta de vendas. Mas você já pensou no que se passa do outro lado da linha? Sabe quais são as orientações que os operadores recebem para manter o emprego? Para ganhar mais do que um salário mínimo, eles têm que bater uma meta inalcançável por mês. Quanto menos vendem, menor é a comissão. E ainda são ameaçados de demissão. Nesse contexto, muitos acabam seguindo a orientação da empresa: criar verdadeiras armadilhas para enganar o cliente.
Geralmente, a primeira lição vem dos supervisores. Enquanto trabalhava com venda de seguro para casas e carros, Gisleide Batista, de 21 anos, era orientada a omitir a abrangência da cobertura do plano. Depois, a ordem mudou para pior, ela deveria mentir. “Uma vez o cliente me perguntou se o seguro cobria incêndio. A supervisora mandou dizer que sim, apesar de não cobrir.” Para vender planos de internet, Natalia
Lima, 19 anos, também começou omitindo: ela não dizia que havia um ano de fidelidade obrigatória. Já para vender cartão de crédito, ela ía um pouco mais longe. Não pedia a aprovação do cliente, simplesmente dizia que já havia sido enviado. Pior, para fazê-lo usar o cartão (e ganhar sua comissão), inventava um período experimental de seis meses onde não se cobraria anuidade. Também existem casos em que os operadores aprendem as “manhas” sozinhos, com o tempo e a necessidade. Como Samara Paula, 25 anos, que desenvolveu uma técnica questionável para cumprir sua meta em uma empresa de cobrança de dívidas. “Dizia para o cliente que, se ele não pagasse, seus bens seriam apreendidos pela empresa. Mas isso nunca aconteceria”, ela conta. Eu já estive deste lado, do operador desesperado para vender, e também fiz coisas erradas. Orientada pela supervisão, pedia o número do cartão de crédito do cliente e efetuava a venda sem sua autorização. Depois, se ele não quisesse o produto, era obrigado a passar por diversos setores até “ser vencido pelo cansaço” e aceitar. Concordo que essa não seja uma atitude correta, mas, naquele momento, era o que eu precisava fazer. Afinal, também tinha as minhas contas para pagar e elas dependiam das mentiras que eu contasse. As orientações também me trouxeram problemas. Uma vez, recebi a ligação de um cliente bêbado e o supervisor disse que era para vender. No dia seguinte, já sóbrio, o
? ??
E revela como isso prejudica cliente e funcionário
cliente ligou e mandou cancelar a compra. No fim das contas, após falar com mais de dez operadores, aceitou o produto. Mas eu perdi a venda, pois a comissão fica com quem consegue reverter o cancelamento. Se de um lado da linha há vários clientes insatisfeitos com as mentiras dos operadores de telemarketing, do outro há trabalhadores sob pressão psicológica constante para cumprir metas. Afinal, só ganha comissão quem vende. Essa é uma das razões dessa profissão
ser uma das mais estressantes do Brasil. Hoje, 27% dos operadores adquirem doenças como depressão. Mesmo assim, o ramo do telemarketing é um dos que mais crescem no mundo. E está sempre procurando novos funcionários, o que faz a profissão ser o primeiro emprego de muitos jovens: 70% dos operadores no país têm entre 18 e 26 anos. Os jovens aceitam um salário baixo em busca de um crescimento ilusório. A maioria dos operadores sai das empresas em menos de dois anos, cansados das constantes cobranças e ameaças de demissão. Do jeito como as empresas administram o ramo do telemarketing hoje, perde quem compra e perde quem vende.
INFORME PUBLICITÁRIO
A venda de bebida alc贸olica para menores de 18 anos 茅 proibida, pois prejudica o desenvolvimento desses jovens
conectados
para nooossa alegria!!!
texto Kayam Mendes design e ilustração Michael Douglas
Todo os dias, somos bombardeados de piadinhas e imagens na net. Algumas viram fenômenos de audiência. São os memes e virais. Conecte-se à Zzine e fique antenado nos maiores hits das mídias sociais.
Você acessa o Facebook e a primeira coisa que vê são tirinhas? Seu amigo sempre compartilha aquela imagem engraçada ou insiste em recomendar a página que ele curte? Já parou para pensar que, se ele conhece isso, centenas, milhares ou, até mesmo, milhões de pessoas também já tiveram acesso a esse mesmo material na internet? Esses posts que todo mundo compartilha e que viram fenômenos de audiência são os memes e os virais. Embora se completem, eles têm sentidos bem diferentes. O viral é qualquer mensagem, independente do formato - pode ser um vídeo, foto ou música - que se espalha na net rapidamente, parecido com um vírus biológico. Muitas pessoas acham que os memes são só as carinhas esquisitas que fazem parte das tirinhas, mas eles não se limitam apenas a isso. O meme ganha outras versões e pode ter sósias ou ter seu significado alterado. Por exemplo, o vídeo “Para Nossa Alegria” é um viral, mas as frases, imagens e ações dele se tornaram memes, porque as pessoas os repetem várias vezes. Ou vai dizer que você não viu centenas de vezes as comparações entre o astro do vídeo e o jogador da seleção Ramires?
como nascem os memes?
trollFace Ele foi desenhado inicialmente no MS Paint, em 19 de setembro de 2008. Depois de várias modificações em outros sites, assumiu sua forma final no 4chan. Ao postar essa imagem na net, é como se você dissesse: ‘’Eu estava te trollando esse tempo todo’’. É usado para zoar os outros e fazer piadinhas e trocadilhos. É o favorito da galera.
22 Zzine
yao ming O ‘’Dane-se aquele cara’’, apareceu em 2010 e sua primeira aparição foi em um post do Reddit (blog americano de tirinhas). A imagem usada é do jogador de basquete Yao Ming. Esse meme transmite indiferença.
top 5
Freddie mercury
virais
Criado a partir da imagem do vocalista da banda Queen, Freddie Mercury, a primeira aparição foi em 19 de julho de 2011 no Reddit. A versão mais aceita para a origem desse meme é uma pose que o vocalista fez num show da banda no estádio de Wembley, na Inglaterra. O significado desse meme é o de superar algo difícil ou ultrapassar um desafio.
1˚
ui!
Quem não se lembra da história de Casey Heynes, o Zangief Kid? O jovem australiano de 15 anos ficou famoso depois de dar um basta na zoação de um menino com ele.
Surgiu a partir de uma pose do astrofísico Neil deGrasse Tyson numa entrevista para o fórum online Big Think. No Brasil, ele se propagou como “Ui”. Sua audiência progrediu rapidamente e tem o sentido de brincar com uma situação potencialmente perigosa.
3˚ aww yeah
are you serious? Ele surgiu quando o ateu David Silverman (imagem) se espantou com um argumento do apresentador Bill O’Reilly, da Fox News, numa debate sobre a existência de Deus. Esse meme é uma reação a algo que não faz sentido.
Planking (plank=prancha) é deitar-se em algum lugar como uma prancha. Ficou famoso quando o jogador de rugby David Wolfman Williams, após pontuar em um jogo, comemorou, deitando na grama e esticando-se como uma prancha.
Fonte: www.naosalvo.com.br
O ‘’AWW YEAH GUY’’ nasceu em dezembro de 2010, publicado no Reddit. O desenho é baseado na imagem de J. Jonah Jameson, chefe de Peter Parker, em Homem Aranha 2. Ele passa a ideia de exagero.
5˚
Com 13 anos, Rebecca Black lançou Friday, considerado o pior clipe da história do YouTube. O vídeo chegou a 180 milhões de views, superando Lady Gaga, Beyoncé e Justin Bieber.
2˚
Além de terem se tornado um viral instantâneo, as fotos da atriz Scarlett Johansson que caíram na net, inspiraram memes que iriam fazer muito sucesso nos blogs.
4˚
O Nyan Cat bombou quando sua imagem foi misturada com a música japonesa “Nyanyan!”. O gatinho irritante, tem, no total, 55 milhões de visualizações no YouTube.
Zzine 23
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