UMA PUBLICAÇÃO DE ZEZINHOS ABRIL/MAIO 2009 ANO 1
saindo da bolha PESSOAS QUE TEM TALENTO SAINDO DA PERIFERIA PARA O MUNDO
mamãe é um caso sério HISTÓRINHAS ENGRAÇADAS
inspire-se ENTREVISTA COM NENÊ
histórias de a e namorados migosnamorados amigos 1
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Sobre surpresas
epossibilidades por Amanda Rahra
Equipe Z’zine
Como repórter da revista Sorria, fui pautada para entrevistar a Tia Dag, em agosto de 2008. Com 50 perguntas no caderninho, cheguei à Casa do Zezinho onde conheci o Saulo, e fui surpreendida por uma criança que me conduziu pelos corredores e contou a história daquele lugar repleto de zezinhos sorridentes, agitados e carinhosos. Depois de três horas, duas novas questões: como transformar a incrível conversa numa matéria de duas páginas e também fazer parte desta história também? Na redação, resumi o texto e recebi o apoio de duas grandes parceiras para desenvolver uma oficina de jornalismo, as sonhadoras mais realistas e queridas do mundo: a repórter Nina e a produtorafotógrafa Laura, que estiveram ao meu lado desde a elaboração do projeto até o fechamento desta primeira edição do Z´zine - passando pelo processo de aprendizado coletivo e troca de experiências. Sábado de sol, 18 de janeiro de 2009. Nina, Laura e eu saímos da zona oeste de São Paulo para cruzar a ponte. Chegamos ao Capão Redondo e, para a nossa surpresa, dos 15 confirmados, apenas cinco alunos. Abrimos uma roda sem saber ao certo o que fazer. E logo estávamos falando sobre comunicação, jornalismo, família, amores, escola, cultura. Na volta pra casa, o silêncio foi interrompido: vai ser transformador pra todos nós! A cada sábado, uma descoberta. Educadores da Casa querendo saber quem eram as meninas que atraíam cada vez mais alunos. Discussões acaloradas sobre pauta, apuração, edição, diagramação, fotografia, missão e nome da revista. Mas a grande transformação foi sentir que a cada encontro nossa relação se fortalecia: as meninas foram soltando os cabelos, cada um foi contando sua história de vida e mostrando suas habilidades. O verão terminou e o resultado mais uma vez superou as expectativas: os cinco alunos e sábados (previstos no projeto) se tornaram quinze. Uma experiência que contagiou outros amigos, fundamentais para que esta publicação fosse possível. A única pessoa que nunca se surpreendeu com o sucesso foi a Tia Dag. “Também comecei com cinco. Hoje são 2 mil zezinhos construindo essa história”, dizia sempre que nos via na correria. Obrigada a todos que acreditarame tornaram isso possível!
FES MA THI
NO
KLE JUN FAN LES
DIVERSÃO
INSPIRE-SE
todo mundo tem algo para mostrar
histórias de pessoas incríveis
AQUI TEM TALENTO
GRACINHAS
o que temos e queremos
pra morrer de rir
FESTO MA XWELL THIAGO
TEM QUE SABER
você pode fazer para ajudar
CAPA amizade colorida
SAINDO DA BOLHA da periferia para o mundo
ÍNDICE NOME DE TODOS KLEBER JUNIOR FANIA LESTER
BEATRIZ ANILHA BEBETO SOUXZA
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Co
A Eto R DIR
Ho E NSEl
SD
D Ito R IA
l TIA DAG E SAULO GARROUX
NINA WEINGRILL E LAURA SOBEN ES ANDA RAHRA, ÇÃo AM A D E ER
INSPIRE-SE HISTÓRIAS DE PESSOAS INCRÍVEIS
Volta por
cima
Após uma infância pobre e violenta, ele foi engolido pelo mundo do crime. Hoje, é professor e escritor. Conheça a história da revolução pessoal de Marcos Lopes dos Santos, o Nenê T E XTO D e b o r a C o s t a
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F OTO L e v i M e n d e s J r .
HISTÓRIAS DE PESSOAS INCRÍVEIS” INSPIRE-SE
Vaidoso, ele chega para a entrevista de boné, e a cada cinco minutos ajeita a lateral do cabelo que insiste em ficar pra fora. Aparentemente inseguro com sua imagem, Nenê se mostra senhor da sua própria vida. Fala com muita firmeza sobre as dificuldades que já enfrentou. Aos 25 anos, Marcos Lopes dos Santos protagoniza uma história de superação: passou por problemas familiares, se envolveu com o crime e perdeu amigos queridos. Hoje é professor de Português na mesma escola em que foi expulso quando adolescente e acaba de lançar o livro “Zona de Guerra”, pela Editora Trip. Conheça a vida deste garoto que cresceu na adversidade buscou se transformar. Z´zine: Como foi a sua infância? Nenê: Cresci no Parque Santo Antonio. Andava de carrinho de rolimã no Horto do Ipê, jogava futebol e bolinha de gude, soltava pipa e, aos oito anos, já pegava carona de ônibus pra Santo Amaro, onde ia esmolar. Voltava na rabeira do caminhão de gás. E gastava todo o dinheiro no fliperama. Zz: Seus pais não brigavam com você? N: (suspiro profundo) Eu apanhava muito, mas isso, às vezes, acontecia até sem motivo – principalmente quando meu pai chegava em casa meio alterado porque tinha bebido. Tinha dia em que eu faltava na escola porque estava doente, mas ele não entendia e me batia mesmo assim. Zz: E como era na escola? N: Comecei a desbandar aos 11 anos, quando meus pais se separaram. A partir de então, ficava muito tempo na rua. Aos 12 anos, coloquei fogo na lata de lixo, roubei a cantina e mandei uma professora tomar... Fui expulso. Apanhei do meu pai. Parei de estudar. Zz: Mas antes da expulsão você começou a frequentar a Casa do Zezinho, né? N: Sim, já frequentava. Meus amigos apareceram em casa com um uniforme do Kichute dizendo que a Tia Dag tinha dado a roupa para que eles formassem um time de futebol. Só que faltava um goleiro. Aí, eles pediram pra Tia deixar eu participar dos treinos e fazer parte do time e eu fui com eles até a Casa do Zezinho. De repente, ela tirou um pirulito do bolso e arremessou na minha direção - talvez para ver se eu era mesmo um bom goleiro. Agarrei o doce com força, sem saber que aquela era a melhor oportunidade da minha vida.
Zz: O que aconteceu nesse meio tempo? N: Meu pai estava numa pior. Então reuni alguns amigos pra roubar um carro. Todos toparam sem pensar nas consequências. Também formamos uma boca no Parque Santo Antônio. Começamos a ganhar muito dinheiro, mas foi aí que a guerra começou. Muita gente morreu e ainda morre. Zz: E quando você decidiu que era a hora de mudar de vida? N: Minha melhor amiga foi assassinada voltando de um velório, porque estava passando por ali. No mesmo dia, ela havia me dito que se morresse não queria ser enterrada no cemitério São Luiz (aquele com mais jovens por metro quadrado do mundo!). Vendo que o pesadelo dela se tornaria realidade, lembrei da Tia Dag. Fui até a Casa do Zezinho e ela me deu dinheiro para enterrála em outro lugar e disse: “Quero ver qual dos seus amigos vai fazer isso por você. Quem vai te enterrar? Pois nessa vida em que você está, logo, logo morre”. E foi assim que caiu a ficha. Zz: E depois disso? N: Fui trabalhar como faxineiro e me tornei voluntário da biblioteca da Casa do Zezinho, onde li meu primeiro livro, aos 16 anos: “Capão Pecado,” do Ferréz. Foi ali que minha paixão pela leitura e pela escrita nasceu. Na mesma época, alguns amigos passaram no vestibular. Decidido a estudar, fiz a prova e entrei no curso de Letras na Faculdade UNICID. Zz: Foi fácil? N: Quando prestei o vestibular, ainda trabalhava como auxiliar de limpeza. Quase não sobrava tempo para estudar. Saía do trabalho às 16h, passava no shopping Jardim Sul, entrava na livraria e ficava folheando alguns livros. Foi lá que li “Cem Anos de Solidão”, do Gabriel García Márquez. Zz: E durante o curso, quais foram suas maiores dificuldades? N: Quase sempre faltava grana para a condução, e eu dependia da ajuda de amigos. Saía de casa às 16h para chegar na faculdade, na Zona Leste, às 19h e só voltava pra casa à meia-noite. Zz: O que você diria para os jovens da periferia? N: Tenho meu carro, meu apartamento, e depois de seis anos escrevendo, lancei meu primeiro livro. Apesar de todas as coisas ruins que já fiz na vida, sou um cara feliz, porque aprendi que quando te tiram tudo, todas as pessoas que você ama, seus amigos, sua família, a única coisa que resta é o conhecimento!
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GRACINHAS PARA MORRER DE RIR
Minhamãe éumcasosério!
I LUSTRAÇÕE S Debora Costa
Dizem que toda mãe é igual. Só muda nome e endereço. A gente não sabe bem se isso é mesmo verdade, mas que elas são bem parecidas, são. Você não acha? Antes de responder, leia o que descobrimos abaixo.
MÃE ENC ICLOPÉD IA
É aquela que sabe tudo.
MÃE CO TONETE
É aquela que quando a gente não tem, faz muita falta.
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MÃE CE LURAR
É aquela que, quando a gente mais precisa dela, não consegue falar.
MÃE BIC AMA MÃE PAP AI
NOEL
É aquela que enche o saco.
MÃE PAN ELA DE P RESSÃO
É aquela que quando explode todo mundo sai de perto.
MÃE CE BOLA
É aquela que faz gente chorar sem necessidade.
É aquela que em caso de necessidade se desdobra em duas.
MÃE FED ERAL
É aquela que não gosta de ser enganada.
MÃE OV ELHA
É aquela que só encobre e não fala nada.
A D O T E O QU ! ÍZO, Z I D E A M JU ): TOMA
PARA MORRER DE RIR GRACINHAS
.MEI PNRINOAC(UORAR UM E A
VA ANQU R,NÃO R ,T O G E E SAI E M PR D S E T N TARA É A T T A R O A P NA R U TADOR, R A C I F VAI OM PU U NC O D I BAG DE, SA A U S A A S AR R U M E OS VI Z I N HO U ÇA, O Q AR, CH EGA NO . L VÃO FA , VAI ESTU DAR O HORÁR I e
r p m e s s a el o tem raza
MORRENDO DE CURIOSIDADE
APRENDI COM MINHA MÃE
por Niña Malta
por Thaís dos Prazeres
Um dia, minha mãe estava lavando roupa Como fazia toda semana. Era apenas mais um dia em que eu tinha que passar a agonia De ficar presa entre dois sofás sem ter saída.
Tudo o que sei aprendi com a minha mãe. Ela me ensinou a apreciar um trabalho bem feito: “Se você e seu irmão querem se matar, vão pra fora. Eu acabei de limpar a casa!”. E também me ensinou a ter fé: “É melhor você rezar para essa mancha sair do tapete.” Aprendi com ela a lógica: “Porque eu estou dizendo que é assim, acabou, e ponto final!”. A motivação: “Continua chorando que eu vou te dar uma razão verdadeira para você chorar!”. Até de genética minha mãe sabe: “Você é igualzinho ao traste do seu pai!”. Minha mãe me ensinou sobre minhas raízes: “Tá pensando que nasceu de família rica é?”. Sobre a contradição: “Fecha a boca e come!”. Com ela, soube o que é a força de vontade: “Você vai ficar aí sentado até comer tudo!”. A justiça: “Um dia você terá seus filhos, e eu espero que eles sejam iguais a você... aí você vai ver o que é bom.” E, principalmente, a ter retidão: “Eu te ajeito nem que seja na pancada!”. Obrigada, mami!
Mamãe não era nada burra. O que você acha que eu faria se não estivesse “trancada”? Hum.. A primeira coisa seria ir pra rua E fuçar nas coisas que pareciam engraçadas. Mas, eu puxei a ela. Não lembro como, mas venci a muralha que me prendia Sai da sala e fui direito para o quintal E fiquei ali escondidinha. Quando mamãe foi por a roupa no varal Rebelei-me.. Uhuuu agora descobrirei o mundo! Olhei para os lados. Só tinham baldes E num deles mergulhei, mas foi profundo. Quando minha mãe desceu da laje Viu minhas perninhas para cima E minha cabeça estava dentro da balde Morrendo por causa da curiosidade. - Ô bebida sem graça! Estava prestes a morrer de curiosidade Pelo menos senti que gostoso é quando a água molha meu corpo Por muito tempo tomei banho na balde... Era gostoso de verdade. Mas fui crescendo e agora só meu pé cabe no balde...
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CAPA
amizade colorida?
Namorados que viram amigos, amigos que viram namorados, ou outros sem segundas intenções. Os muitos caminhos das relações entre meninos e meninas
T E XT O Deb ora Cost a, Zaira Coimbra, Camila Mariga, Beatriz Mendes e Priscila Mendes F OTOS Mic ael Jackson e divulgação
Quando uma amiga fala com muito carinho de um amigo, a gente logo desconfia: é amizade mesmo ou pode virar namoro? As pessoas têm diversas formas e motivações para se relacionar. “Afinidades, afeto, realização de atividades em conjunto contribuem para estreitar laços de companheirismo. Com o tempo, isso se torna paixão, amor ou uma verdadeira amizade”, explica o psicólogo Thiago de Almeida. E quando sabemos se é amor ou amizade? “O tempo nos ajuda a definir. Uma paixão forte começa a decrescer com o passar do tempo, então descobrimos se realmente virou amor. Ou amizade. Já a amizade verdadeira se fortalece com o tempo”, diz. Debora e Cláudio, depois da paixão, descobriram que são verdadeiros amigos. O casal Rosemeire e Pedro começou a construção desse amor na escola primária. Já no relacionamento de Patrícia e Carlos não existem fronteiras. E para quem acha impossível que haja amizade entre homens e mulheres, Jhonny e Natália estão aí para provar o contrário.
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AMIGOS DE FÉ Natália, 15 anos, e Johnatan, 16, se aproximaram sem querer e não se desgrudaram mais. Eles estudavam na mesma escola, moravam no mesmo bairro, mas só tiveram contato após entrarem no curso de fotografia na Casa do Zezinho. “A Naty era namorada de um amigo meu. Quando eu a cumprimentava ela respondia de forma seca, o que me fazia pensar que era chata”, brinca. “Eu achava ele tosco, mas depois que nos conhecemos melhor percebi que era legal”, diz. Nunca houve segundas intenções. “Ele é bonito, inteligente, mas eu não ficaria com ele. Rola uma amizade verdadeira”, diz Natália. “Eu não tenho ciúmes, mas se ela arrumar um namorado que fique roubando o tempo dela, fica estranho. Tem que pensar nos amigos”, diz ele. Aos poucos, cada um foi conhecendo as qualidades e defeitos do outro, sem julgamentos ou cobranças, e em menos de um ano se tornaram amigos inseparáveis. Hoje conversam sobre tudo e nunca se separam. E querem que seja sempre assim.
CAPA
Planejam até morar juntos e no futuro montar um coletivo de fotografia com outros amigos. SEM FRONTEIRAS Patrícia, 27 anos, mora em Alagoas. Carlos, 19, na Bolívia. Os milhares de quilômetros foram vencidos graças ao tão popular programa MSN. “Quando você se identifica com alguém, tanto faz se a relação é ao vivo ou virtual”, afirma ela. Desde 2007 eles conversam todo dia. “No início ele agiu desconfiado e eu fiquei sem graça. Mas depois o achei divertido”, conta Patrícia. Mesmo sem nunca terem se encontrado, eles se conhecem bem. “Ela é minha melhor amiga. É divertida, criativa, inteligente e, às vezes, um pouco insegura” conta Carlos. “Ele é quem mais me faz rir. O defeito é curtir Mariah Carey”, brinca ela. A distância não os impediu de passar, juntos, por uma divertida situação. “Uma vez cantei pro Carlos no PC, e como ele tem um problema audi-
tivo, escuta o som exageradamente alto. No fim, cantei ópera pro prédio inteiro!”, relembra ela. Eles pretendem se encontrar em Alagoas no fim de 2009. “Até já imaginei como vai ser: vou correr em câmera lenta gritando ‘Patineide!’”, ele brinca. “Estou ansiosa. Vou levá-lo pra praia, pra lagoa e pro forró”, planeja Patrícia. A QUÍMICA DA AMIZADE Cláudio, 16 anos, achava Debora, 15, bonita. Ela o tachava de arrogante. Eram apenas colegas, daqueles que só dizem “oi”. O primeiro contato verdadeiro foi quando dividiram um chiclete que deixava a língua – e o xixi – azul por 24h. Certo dia, uma amiga de Debora comentou que achava Cláudio um gato. Ela concordou e só então viu quanta coisa eles tinham em comum, como gostar de capoeira e sonhar em conhecer a Bahia. Cláudio passou a ver Debora com outros olhos. Um dia, ela recebeu uma mensagem dele pelo Orkut. Resultado: namoraram cerca de um mês. “Tínhamos uma química muito for-
te, mas não era para namorar”, ele diz. “Cláudio fala que se eu fosse garoto, seria seu irmão!”, conta Debora. Ao perceber que o namoro tinha mesmo virado amizade, ela decidiu terminar. Ele ficou triste, mas percebeu que foi melhor assim. Hoje Debora diz que Cláudio é seu melhor amigo. E vice-versa [Oun*-*]. Eles sabem que aquilo que viveram foi muito especial para terminar junto com o namoro. “Não foi exatamente amor, mas também não deixou de ser”, diz Debora. O AMOR PODE ESTAR AO LADO A história de Rosemeire, 24 anos, e Pedro, 27, começou na 4ª série. No início, companheirismo e admiração falavam mais alto. Mas, sem perceber, eles construíram o cenário ideal para o casamento. Na adolescência, se afastaram. Até que inesperadamente se reencontraram e perceberam o quanto tinham crescido. “Naquele dia ela estava toda arrumada. Antes, sempre andava bagunçada”, brinca ele. “Quando ele falou o meu nome, levei um susto: a voz estava muito grossa!”, lembra Rosemeire. Ela só foi perceber que gostava dele quando o viu com outra garota. “Tive medo de perdê-lo”. Então Rosemeire tomou coragem e deu o primeiro passo, e juntos resolveram enfrentar o temor da amizade terminar. “O medo que a gente sentia era insegurança, porque até hoje somos amigos e é isso que nos une”, diz Pedro. Casados há um ano e seis meses, afirmam que fizeram a escolha certa. “Se me pedirem um conselho, direi: case com o seu melhor amigo, porque ele te faz bem sem exigências, te compreende, te respeita e gosta de você sem pedir nada em troca”, diz Rosemeire.
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SAINDO DA BOLHA DO CAPÃO PARA O MUNDO
Do gueto para o mundo
Slim Rimografia: estúdio caseiro e apresentações no exterior
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Jovens da periferia de São Paulo pulam o muro em busca do sonho: viver da música T E XT O P r i s c i l l a M e n d e s , B e a t r i z M e n d e s , F e r n a n d a A l v e s d e M o u r a e L e c a B e r n a rd o
Nascer na favela pode até dificultar, mas não impedir que cada um possa realizar seu sonho, seja ele ficar famoso ou pagar as contas fazendo o que gosta. Os exemplos surgem aos montes, ainda mais em um ramo concorrido como o da música. Grupos que se apresentam nas garagens da periferia, bandas independentes que fazem serviços em troca de divulgação e outras, que apesar da falta de grana e do preconceito, sonharam, romperam bolhas, e saíram do país. Estúdios de gravação e instrumentos caros, falta de patrocínio, de cultura e informação. Tudo isso vira tema na boca dos músicos que, inquietos, transformam o cotidiano em protesto. E os problemas não param por aí. Bandas que nascem nos guetos se tornam prisioneiras até mesmo de uma estética musical imposta pela grande mídia. Para Alessandro Buzo, escritor e apresentador do quadro “Buzão: Circular Periférico”, do Programa Manos e Minas da TV Cultura, o caminho é duro e eles acabam por se enquadrar no estilo musical da
F OTO N a t á l i a B a r b o s a
moda. “O que rola é desinformação, as pessoas ficam presas nos lançamentos”, declara Walter Araujo, mais conhecido como Slim, do grupo de rap Slim Rimografia, criado em Guarapiranga e com apresentações até em Cannes, na França. Os meninos do Slim não são os únicos. Cada um divulga o seu talento da forma que pode. Alguns recorrem à tecnologia (liberando músicas autorais no Myspace e Orkut ou em blogs), outros fazem parcerias com as rádios. “Temos que acreditar na gente antes de todo mundo, temos que sonhar alto e correr atrás, sair da invisibilidade natural”, afirma Buzo. “Sair da bolha é mostrar que não somos apenas estatísticas e números, mas seres humanos e por que não escritores, poetas, atores, músicos, atletas”, completa o apresentador. Por meio da arte, a periferia pula o muro e mostra que na favela também existem pontos positivos. E não são poucos. Conheça quem, de um jeito ou de outro, já começa a trilhar esse caminho.
DO CAPÃO PARA O MUNDO SAINDO DA BOLHA
Conexão Figueira-França Walter Araújo sequer levantava a mão na sala de aula de tão tímido que era. Para extravasar, escrevia letras para músicas que criava na cabeça. Sem ambições, ele nem pensava em cantar. Mas aos 15 anos, em um show cultural feito pelos alunos da escola onde estudava, Walter subiu ao palco. Tímido, inspirou-se nas anotações de seu caderninho de bolso e lançou suas rimas pelo microfone. O retorno foi positivo e a poesia do papel virou música. Nascia ali o Slim Rimografia, seu projeto pessoal de viver de música. “Nunca me imaginei músico. Tinha poucos CDs, pensava mais em andar de skate”, conta ele, hoje com 30 anos. Thiago de Andrade, 28 anos, já tinha um pouco mais de intimidade com as canções. Aos nove anos, o então morador de Jundiaí, ouvia house e eletrônica e tentava imitar o som das músicas com a boca. Tudo pura diversão. Até que aos 14, numa festa, conheceu o DJ Kurts, que por intermédio de um amigo ficou sabendo das habilidades musicais de Thiago e pediu uma amostra grátis. Kurts ouviu, aprovou e pediu ao garoto que subisse ao palco. “Eu tava com vergonha, mas depois a sensação foi de satisfação, de missão cumprida”, conta Thiago. Nos anos seguintes, foi aperfeiçoando seus beats e aos 17, já conhecido como Thiago Beat Box, passou a se apresentar. “Hip-hop, baile, samba. Em qualquer lugar que tivesse microfone eu ia e pedia pra lançar uns beats”, diz. Em 2005, Thiago e Slim (como Walter ficou conhecido) se conheceram. Em pouco tempo de conversa perceberam
que a admiração era mútua. “Viramos amigos e parceiros de som”, diz Slim. Recentemente a dupla ganhou mais um integrante: Filiph Neo, de 19 anos, cantor e multi-instrumentista. “Convidei Filiph pra gravar com a gente. Ele topou, chegou atrasadão. Quase matamos ele, mas acabamos decidindo trabalhar juntos, buscar o sonho”, conta Slim. O direcionamento para o rap foi natural. “Nunca flertei com outros estilos”, declara. Mas suas letras têm uma pegada diferente, são sobre sentimento. “Conheço muito criminoso, mas nunca fui. Não sei falar disso”, diz Slim. Em 2008, essas mesmas letras o levaram para fora do país. Slim Rimografia recebeu um convite para participar do festival de música Midem, na França, pelo Projeto de Incentivo do Ministério da Cultura. Pisar em solo estrangeiro rendeu muitas surpresas. “Eles têm mente aberta. Há também uma curiosidade musical por sermos brasileiros”, conta Slim. A única desvantagem, brincou Thiago, é que lá não tem feijão, nem suco natural de frutas. Ao voltar para o Brasil, viram que a tarefa era arregaçar as mangas e trabalhar. “Fama é bom, mas só o trabalho traz reconhecimento e sucesso”, afirma Slim. Sonhando em um dia ser exemplo, a vontade que têm é sair numa turnê, tocando pelo mundo e espalhando sua poesia. “Eu quero mostrar pros moleques que não é preciso roubar pra ter as paradas, você pode correr atrás do seu sonho e fazer o que gosta, sobreviver”, afirma o criador do grupo que tem mais de 200 mil visitas no Youtube. O trio está se preparando para lançar ainda este ano seu terceiro CD.
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Da labuta ao batuque: a Usina Reagge não para
SAINDO DA BOLHA DO CAPÃO PARA O MUNDO
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Show do bom, na periferia A banda que nasceu na Zona Sul de São Paulo enfrenta até hoje as mesmas dificuldades que o grupo de rap Slim Rimografia tinha quando começou. “Música também é trampo, se você não tiver história e talento, não sobrevive no meio”, afirma o baterista Márcio Teixeira. A história deles começou em 2001 com a união de amigos de longa data. Como estavam sempre envolvidos nos bastidores da música, tiveram a idéia de se juntar sob o nome de Usina Reggae, palavras escolhidas para relacionar o que eram: uma fábrica de ritmos ambulante dentro de uma vida operária. Afinal, na falta de grana, cantor vira motorista, baterista vira produtor e o tecladista ajudante de palco. Há menos tempo no cenário musical, os reggaereios ainda passam por um bocado para tentar viver da música. “Já chegamos a fazer shows com instrumentos emprestados e presenciamos invasões policiais violentas”, afirma o baterista Edson Reghetti, 38 anos. O que não os desanima, pois sabem que a recompensa aparece cedo ou tarde. Usina dividiu o palco com grandes nomes do reggae como Groudation, Cidade Negra, Tribo de Jah e Natiruts. “É muito louco você gostar e admirar o trabalho de alguém e do nada se ver ali no palco, do lado dele, cantando de igual para igual. Aí vemos que o sonho vale”, diz Márcio. E o sucesso? Ainda é o de menos. O grupo trabalha junto para levar a cultura do reggae para sua comunidade. No ano passado, criaram uma banda de maracatu composta por jovens da ONG Serviço Social Bom Jesus e do projeto na favela Paranapanema. “Toda primeira sexta-feira do mês montamos um palco na beira da avenida M’ Boi Mirim e tocamos de graça. O espaço é aberto e as bandas podem divulgar o seu trabalho”, relata o tecladista Macarrão. O reconhecimento, dizem eles, vem aos poucos. “O que rola é uma troca, as rádios divulgam o nosso trabalho e quando montam um show, tocamos para eles de graça”, declara Edson. Por falta de ajuda financeira estão com o próximo CD guardado na gaveta, só que o sonho de viver da música apenas começou. comédia de garagem Leandro Álvaro, de 22 anos, sempre sonhou em ter uma guitarra. Trabalhou durante meses e economizou dinheiro para comprá-la, mesmo sem saber tocar. Fez algumas aulas quando dava, pediu ajuda e dicas para um amigo que manjava tocar, comprava revistas de música e até convenceu a namorada a montar uma banda. O tipo de música? Rock, claro. Ketilly Pereira, 17 anos, - a namorada - comprou a ideia e resolveu economizar também para ter sua bateria (no meio tempo foi aprendendo a tocá-la). Chamou o irmão Alex Santos, 18 anos, que, por conseqüência, chamou o amigo Francisco Fernandes, também de 18 anos, e assim nasceu a Mundanos-09, no final do ano passado. (O 09 é para diferenciá-los da banda de mesmo nome. E o número? Bem, o número é a soma de cáries na boca dos quatro). Os moradores de Santa Margarida, periferia de São Paulo,
dão duro durante a semana – Leandro e Francisco no telemarketing, Ketilly nos eventos e Alex, correndo atrás de um emprego – para dar duro também nos finais de semana, quando ensaiam na sala do guitarrista. Mesmo com a bagunça, apoio não falta. “Eles têm futuro. Querem mostrar a música para os jovens se divertirem. Acho a iniciativa muito boa’’, diz Dona Bia, mãe de Leandro. As letras são deles e a inspiração é 100% brasileira. “A gente gosta de idiotice, quer tirar um barato das coisas, das pessoas. É como Mamonas Assassinas e Ultraje a Rigor. Já tentamos fazer letras românticas, mas não dá, só gostamos de falar besteira mesmo”, afirma Leandro. A brincadeira, no entanto, fica séria quando o assunto é futuro. Tocar na periferia não é fácil, pois quase sempre o dinheiro é o maior impecilho para dar certo. “Se eu fosse filho do Caetano Veloso, com certeza não estaria aqui. Estaria gravando discos, fazendo cilpes na MTV e ganhando rios de grana’’, fala Leandro com convicção. Apesar das dificuldades, os Mundanos-09 pretendem lançar seu CD até o final deste ano. “Queremos juntar uma grana, procurar uma gravadora boa e deixar nosso som com qualidade gringa. Não queremos tocar numa fita cassete”, completa.
Mundanos-09: cáries nos dentes, inspiração na comédia, Mamonas e Ultraje. Ah, e sim, no rock clássico também.
DIVERSÃO O QUE TEMOS E O QUE QUEREMOS
Jogo de
menina
Garotas mostram que molecagem, maquiagem e jogo de cintura são essenciais para uma roda de capoeira T E XTO D e b o r a C o s t a
F OTO C o l e t i v o Z ’ Z i n e
- Balé? Não, mãe, eu quero fazer CAPOEIRA! Quando eu tinha quatro anos, só os meninos podiam fazer aula de capoeira na minha escola. Para as meninas, restava o balé. Minha mãe queria que eu dançasse, mas eu só pensava na capoeira. Acompanhava todas as aulas do meu irmão da arquibancada da quadra e vivia fazendo estrelinha e outros movimentos em casa. Aos sete anos, finalmente, realizei este sonho de criança e coloquei em prática minha paixão. No meu grupo, os professores e a maioria dos alunos eram homens. Além disso, eu era a mais nova. Sentia falta de companhia, até porque os meninos não colaboravam. Ficavam zoando, dizendo que eu não sabia jogar, que era muito desengonçada. Mal sabiam eles que isso, na verdade, era agilidade. Mas essa conclusão eu só fui tirar muito tempo – suor e bolhas – depois. Em 2007, após cinco anos praticando capoeira, agora já na Casa do Zezinho, eu tive um probleminha. Meus pés estavam sangrando, em “carne viva”. Cheguei até a faltar na escola por causa da dor. Minha mãe quis saber 13 o que estava acontecendo. Quando soube que era consequência do atrito com o chão de madeira da sala de capoeira, disse que ia me tirar do grupo. Chegou até a ir falar com o professor Gigio, para tentar convencê-lo a me fazer sair. Mas eu não desisti. Passei a jogar de tênis, para proteger meus pés, e resolvi a questão. Eu não podia abandonar a capoeira de jeito nenhum! Era eu quem “puxava” a aula, e essa sensação era tão boa que me fazia esquecer qualquer tipo de dor que viesse me perturbar. Era como se eu saísse do meu corpo. Maquiagem e ginga: elas metem medo nos meninos
Sábado à tarde meninos e meninas jogam capoeira
Naquela época, o grupo já tinha 20 meninas super animadas, e eu, por ser a mais velha, comecei a servir de exemplo para elas. Tanto que hoje elas me chamam de “mãe”, porque sempre defendo, protejo e ajudo. Aulas de capoeira com meninas são o maior barato! Elas estão sempre bem arrumadas, levam maquiagem, andam em grupinhos, discutem, fazem bico, jogam charme, paqueram... O Gigio (ex-Zezinho que há seis anos se tornou educador) diz que a capoeira na Casa do Zezinho foi criada para os garotos. “Mas aconteceu um fenômeno raro: desde o início, a maioria dos praticantes já eram garotas”, conta. Agora ele já está bem acostumado com a gente. Sempre reserva um tempo para conversar com meninas, principalmente quando elas estão doentes [TPM], tristes [brigaram-com-o-namorado] ou, simplesmente, quando estão com preguiça! Nós, meninas, comandamos a capoeira na Casa do Zezinho [Gigio, não-fica-bravo!]. Na maioria das vezes, começamos a roda e também dizemos “SALVE CAPOEIRA” no final da aula. Ah, e adoramos intimidar os meninos [tadinhos!]. Não quero dizer pra nós, mulheres, invadirmos o universo dos homens: temos que respeitá-los assim como queremos ser respeitadas. Mas não podemos nos fragilizar muito. Temos que nos integrar, participar, mostrar que também somos capazes e que o machismo ficou no passado. Hoje, a frase “por trás de um grande homem existe uma grande mulher” deveria ser substituída por “ao LADO de um grande homem caminha uma grande mulher”. Digo isso por que sou uma delas também. * Debora de Jesus Costa, 15 anos, é aluna do professor Gigio há três anos e está há três meses afastada das aulas de capoeira, para que você, leitor, possa se deliciar com as suas matérias no nosso primeiro Z´zine. Mas ela avisa: “Gente, logo mais eu volto, se preocupa não!” ;D
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AQUI TEM TALENTO TODO MUNDO TEM ALGO PRA MOSTRAR
Aqui nãofalta
Todo mundo tem algo de bom pra mostrar. Até você. Na primeira edição, o que de melhor nossa equipe sabe fazer.
por johnatan gondim, 16 ANOS “Muitas vezes criamos a ima gem de que quem tem talento é apenas aquele que sabe tocar um instrumento ou que tem habilidade par a criar algo. Mas talento é uma expressão do que voc ê é, ao ser comunicativo ou até mesmo quando divulga suas idéias escrevendo. Foi assim que descobri o meu. Foi através do gosto pela a escrita que escolhi a minha profissão e hoje falo com orgulho Sou Jornalista.” Prisci la Mendes, 23 ANO S
14 14 tudo. “Minha família diz que sei cozinhar. Não faço camsou rrão maca no E o. pouc Mas de tudo faço um m. uiage maq r faze pra to talen o peã. Ah, também tenh casa de saio não como mas , Nunca trabalhei em salão assunto. sem me maquiar, fiquei quase profissional no sair.” de s ante uram proc me Todas minhas amigas Bruna rodrigues, 15 ANOS
r muito! Acho que falo “Dizem que o meu talento é fala me diz que quando pre sem e nem percebo. Minha mãe po foi passando e tem O s. eu abro a boca não paro mai soas diferentes - ou a minha vontade de conhecer pes que eu me comunido mesmo estilo que eu - fez com r era meu negócio. fala que casse mais. Percebi então unicativa indepenE acho isso um ponto forte. Ser com seu dia hoje, o que dentemente do assunto: como foi ndo. Acho que esse é você fez, o que você anda faze meu melhor talento.” Fernanda Alves de Moura, 16 ANO S
“Música é q ualquer tipo de som que meio, ou se se propaga ja, onde nã em um o tem ar, n tem vida! M ão tem músi úsica é algo ca , não muito valio diversos tip so, pois tra os de senti nsmite mentos com rancor, raiv o, amor, tr a, saudade.. isteza, . Ela se torn pressão, o a uma arte que as pess de exoas poderia através de m usar a se sons, dança u favor, s, instrume tras coisas. ntos musica Ela transmit is e oue sentimen por conter to. E exata essa vibraçã m ente o natural, p ção pelas “ or essa com entrelinhas” unica, ela faz co encontrem m que as p algo em com essoas um umas na mando tribo s outras, ass s, assim se im u fornindo.” Cami la M ariga , 16 AN O S
“Pode me chamar de Binho (ou de Ernesto, como pr fere a Amanda). eEu curto jogar ha ndebol desde os anos de idade. So dez u melhor no espo rte do que no fu bol e não vou la tergar o handebol tão fácil assim. é meu talento”. E esse Ru bens Santana, 17 AN OS
“Sufocada por medos e inseguranças, a ponto de enlouquecer com o que se deve, pode e gosta de fazer. Apego-me a palavras lançadas ao vento, jogadas direta ou indiretamente em minha direção. Já há algum tempo ouço essas palavras e me calo, me tranco em meu quarto e escrevo. Caneta em mãos, deparei-me com uma consequência. Meu desabafo se tornou poema. Não sei se isso é um talento, talvez um veículo. Porque a condição é de comunicadora. Ainda não tenho convicção de ser escritora, mas é isso que amo e que vou amar para o resto deste primeiro momento.” Zaira Coimbra, 15 ANOS
POR débora costa, 16 ANOS
TODO MUNDO TEM ALGO PRA MOSTRAR AQUI TEM TALENTO
“Não me interessava mu ito pela palavra comunica ção. Até que chegou um dia e tive a oportunidade de participar de oficinas que me levaram a entender as várias formas de me comun icar. Hoje vivo a palavra, por meio das fotos e dos víd eos que produzo. Tudo o que faço é procurar me envol ver cada dia mais. Agora sei que é isso o que quero para o meu futuro profiss ional, porque sei olhar diferente . A questão não é você ser o melhor, e sim fazer o me lhor naquilo que você gos ta. Sempre existirá alguém melhor do que você em alguma profissão que você não gosta, então seja ciente na sua escolha e faça de tudo para fazer a diferença... ” Micae l Freitas, 19 ANO S ao inédito 2005, com direito em ou eç m co ia falava com “A histór volante, meu pai Ao o. ul Pa o Sã de amos a comtrânsito inha prima começ m e eu s, rá At . ãe pois daquela minha m ito’ tema amor. De éd ‘in o e br so as a vontade de por junt dia. Surgiu então do to os m ía ev cr a: não sabíanoite es pequeno problem um e a nd ba a um render algo. montar . Pensamos em ap to en m ru st in um “Quero arremos nenh r o baixo”, já eu se ou “V a ad in rm ! Uma guitarEla dete rte chata: dinheiro Pa . !” rra ita gu na ra a cabeça, bentar baixo, idem. Queb o e s ai re 0 40 a lão (pela da ra custav bas compramos vio am : do lta su Re . as incríveis estresse os professores eram ss No . o) eç pr do metade am e a guitarra Os anos se passar a. nc ba de s ha o de ter ecorevistin Nunca gostei tant . ça be ca da do in foi sum l. Perdemos as quer saiu do pape se a nd ba A ! do vão. Meu vionomiza , mas nada foi em ão aç in rm te de a ou paixão. E letras e lo de um sonho, vir bo sím o r se de ou anquilamente lão deix nal, posso dizer tr io ss ofi pr r se m se mesmo o minha calma.” que as cordinhas sã AN OS Beatriz Mendes, 17
“Quando eu era pequena, fazia aulas de cant o na igreja. Diziam que eu tinha a voz muito boni ta. Um dia, fizemos uma apresentação e as pessoas que estavam presentes adoraram. Desde então, peguei amor pela música e comecei a escutar vários ritmos. Descobri a MPB e agora, sempre que estou com a galer a reunida, manifesto meu talento em momentos ‘zen’”. LECA BERN ARDO, 16 ANOS, (QUE DE ZEN TEM BEM POUC O) Casa do Zede fotografia da na ci ofi a i ec nh me apaixo“Quando co . Fiquei doida e am ar ilh br s ho ol irias. Até zinho meus ora Gabriela Le ad uc ed da ho al conheceu um nei pelo trab fotográfica, ela o çã di pe ex a veu. Hoje já que em um ágica e me inscre em ag Im G ON Zezinho e pessoal da inuo na Casa do nt co , to fo em a mes e algo estou formad ução de foto, fil od pr em r ha al ab pretendo tr ação.” ligado à comunic AN OS 15 , sA Natália Bar bo
, fotomon“Como vocês podem ver na foto, quer dizer tas de um tagem, adoro conhecer todas as ferramen mais” computador. Sempre fico empolgado para criar Müller Silva Freitas, 17 ANOS
“Não chega a ser um talento É apenas uma brincadeira que faço De rimar com as letras Sem que elas se percam no espaço Abrigo as palavras em meus versos E elas narram meus pensamentos E quando menos espero Elas narram até meus sentimentos Os versos moram nas estrofes As estrofes no poema Tenho muito sorte Conheci a arte das palavras e seus esquemas.” Niña Malta, 17 ANOS
“Viola é um instrumento um pouco maior que o violino. As cordas mudam de lugar, mas a maneira de se tocar é a mesma.” Thais dos Prazeres, 17 ANOS “Aprendi a fazer unhas só de olha r as outras fazendo. Hoje faço as unhas das minhas amigas e as minhas também. Gosto muito de conhec er pessoas e conversar com elas. Acho que faço bem as duas coisas.” car oline piassa, 18 ANO S
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