Jornal do Agrupamento de Escolas de Miranda do Douro
Ano 40 N.º 1 de 2019/20
“O ano em que a Escola teve de se reinventar.” EDITORIAL LEITURAS
ÚLTIMA PÁGINA
Lisboa… antes do Covid-19! Novo álbum de Astérix já tem tradução para Mirandês! NOTÍCIAS
Adeus, Luis Sepúlveda!
A relação do Reino Unido com a UE OPINIÃO BANDA DESENHADA
julho de 2020
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Editorial EDITORIAL
ÍNDICE ALFABÉTICO
Este ano letivo ficará para a história como o ano do novo coronavírus. O ano em que a Escola teve de se reinventar. A decisão chegou, avassaladora. A partir do dia 16 de março, os alunos ficariam em casa e as escolas teriam de implementar um Plano de Ensino à Distância. De repente, o mundo ficou virado do avesso. A pandemia apoderou-se do nosso dia-a-dia e todos entrámos em confinamento, seguindo um Plano de Contingência. Expressões como aulas síncronas ou assíncronas, grupos do Whatsapp, plataformas Zoom, Teams ou Skype passaram a fazer parte do vocabulário da nova normalidade. De um dia para o outro, a Escola reorganizou-se completamente. Alteraram-se cargas curriculares, definiram-se formas de comunicação e redefiniram-se estratégias para que o processo pedagógico pudesse continuar. Tal só foi possível devido ao elevado sentido de responsabilidade e profissionalismos da classe docente que, sem grande preparação ou mesmo sem grandes condições materiais, conseguiu levar a Escola a todos os alunos.
O levantamento de recursos efetuado tornou mais evidente as desigualdades sociais existentes e a potencial ameaça ao processo pedagógico. Descobrimos, de repente, que cerca de 1/6 dos alunos não dispunha de computador com ligação à internet e que ainda havia alguns, poucos felizmente, que não tinham acesso às emissões de televisão. Desde logo se traçou o objetivo: garantir a todos os alunos um computador com acesso à internet e à TV. Para o conseguir foi fundamental contar com a valiosa parceria do Município e da Escola Segura.
AMBIENTE
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BANDA DESENHADA
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DESTAQUE
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EDITORIAL
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HISTÓRIA
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INGLÊS
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LEITURAS
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NOTÍCIAS
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OPINIÃO
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A Escola sede do Agrupamento funcionou, sempre presencialmente, como o centro nevrálgico de todo o processo pedagógico. Coordenando o envio de materiais pedagógicos, de equipamento informático e até de bens alimentares e restabelecendo a comunicação quando, por vezes, se perdia, garantiu assim, dentro do possível, que nenhum aluno ficava excluído do processo.
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FICHA TÉCNICA
Uma palavra de grande apreço pelo esforço e dedicação dos pais e encarregados de educação que igualmente se adaptaram em tempo recorde à nova realidade. Este ano ficará também marcado pela decisão da não realização de provas de aferição e de exames de 9º ano. Igualmente, no ensino secundário, os alunos só realizaram os exames que necessitaram para efeitos de acesso ao ensino superior, uma decisão que nos pareceu muito adequada e justa. Pensamos até que esta situação deveria ser aproveitada para se refletir seriamente sobre uma nova forma de acesso ao ensino superior, libertando as escolas desse peso adicional, para se concentrarem finalmente no perfil dos alunos à saída da escolaridade obrigatória. Verificámos também que a aposta e o investimento oportunamente efetuado em plataformas de gestão escolar online foi extremamente útil. A disponibilização de horários de trabalho, a elaboração de sumários, o registo das faltas, os contactos com os encarregados de educação, o registo das atividades ou a consulta das notas e da avaliação puderam assim ser feitos a partir de casa sem quaisquer constrangimentos, evitando deslocações e o contacto pessoal. Infelizmente, a pandemia ainda não acabou e um novo ano letivo está já em preparação, considerando vários cenários possíveis. O estudo que a equipa de autoavaliação realizou sobre a implementação do plano de ensino à distância e do nosso plano estratégico, reproduzido em parte nas páginas desta edição de «O Cartolinha», será sem dúvida uma fonte muito importante para melhorarmos o processo. Certos de que nada substitui a escola presencial, temos de estar preparados para tudo, com responsabilidade, acompanhando a sociedade nesta luta que é de todos e que acabaremos certamente por vencer!
António M M Santos
Propriedade AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DE MIRANDA DO DOURO Rua Coronel Eduardo Beça 5210-192 MIRANDA DO DOURO Tel.: 273 431 330 / Fax: 273 432 355 Email: aemd@sapo.pt Página Web: esmd.dyndns.org/expert/aemd.htm
Coordenação Clube de Jornalismo
Grafismo Clube de Jornalismo
Imagem do Cartolinha Manuel Ferreira
Impressão AEMD
Tiragem 200 exemplares
CDU 373.5 (469.201) (05)
Diretor do AEMD 2
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Covid-19 e Ensino à Distância ISAURA PERES Falta de autonomia, dificuldade em envolver os estudantes nas aprendizagens e problemas com a internet ou equipamento informático foram alguns dos entraves no ensino à distância. Mas, globalmente, na perceção de alunos, pais e docentes, o balanço do Plano de E@D do Agrupamento de Escolas de Miranda do Douro foi positivo.
80% dos encarregados de educação) e docentes do préescolar ao secundário (80%).
Perante a pandemia que vivemos, o ensino foi uma das áreas que sofreu profundas alterações. Desde o encerramento das escolas, em 16 de março, até ao final do terceiro período letivo, alunos, professores, famílias e órgãos de gestão pedagógica tiveram que reinventar os métodos para promover as aprendizagens, passando repentinamente de um ensino presencial para um ensino exclusivamente à distância, exceto para os alunos do 11.º e 12.º anos que, de 16 de maio a 26 de junho, retomaram o regime presencial nas disciplinas com exame nacional, bem como o Pré-Escolar, a partir de 1 de julho. A reabertura da escola para estes alunos decorreu com normalidade.
A forma de acesso à Internet mais usada pelos alunos foi a rede fixa em casa (83%), mas 7% acederam normalmente com dados móveis no telemóvel e 3% tiveram problemas recorrentes em consequência de uma rede fraca ou instável.
A capacidade de utilização das tecnologias da Informação e comunicação não foi considerado um entrave no processo de ensino à distância, com 88% dos alunos a considerar que foi fácil.
Na comunicação com os professores (gráfico 1), “videoaulas” foi a preferida dos alunos e encarregados de educação do 2.º e 3.º ciclos e do secundário, não se verificando nenhuma tendência preferencial por parte dos alunos do 1.º ciclo. Também gostaram de comunicar por email e por whatsapp em grupo. Alguns alunos e encarregados de educação preferiram receber informação em papel, o que se poderá relacionar com dificuldades ao nível das TIC.
As salas de aula ficaram vazias, mas o Agrupamento de Escolas de Miranda do Douro prosseguiu com a sua missão educativa e social, assegurando a todos os alunos as condições básicas para o processo de ensino à distância. Assim, em colaboração com a autarquia, foi cedido, a todos os alunos que não o dispunham, equipamento informático (tablet ou computador) e pontos de acesso à Internet. Acolheu também os alunos filhos de profissionais prioritários e serviu refeições a alunos com ASE que o solicitaram.
Foi definido e implementado o Plano de E@D, com readaptação dos horários de trabalho, mobilização dos recursos necessários e priorização das metodologias de ensino. Foram mantidos os apoios especializados no âmbito da educação inclusiva, procurando respeitar os diferentes ritmos de aprendizagem dos alunos. Recorreu-se a todas as formas necessárias para manter a comunicação com os alunos e encarregados de educação, inclusive ao contacto por intermédio da GNR. O plano de ensino à distância traçado constituiu-se como um instrumento dinâmico, permitindo encontrar as respostas mais adequadas e potenciadoras em cada situação, de modo a promover o sucesso educativo de todos os alunos. Ainda assim, no balanço final que se faz deste plano, verifica-se que alguns alunos do agrupamento não acompanharam as atividades letivas, acentuando-se as desigualdades de aprendizagem.
Os docentes recorreram a vários meios para disponibilizar materiais aos alunos (gráfico 2). 93% enviou materiais e planos de trabalho em digital. O manual escolar também foi um recurso muito valorizado, sendo sempre ou quase sempre a base de trabalho para 66% dos docentes. As aulas síncronas
Para avaliar o grau de satisfação da comunidade educativa face ao Plano de E@D implementado no AEMD, no final do 3.º período, procedeu-se à recolha de dados através de questionários. Participaram neste estudo alunos e encarregados de educação do 1º ciclo ao ensino secundário (65% dos alunos e 3
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com videoaula foi um recurso utilizado sempre ou quase sempre por 53% dos docentes. Também o email, telemóvel e WhatsApp foram muito utilizados. Foi também frequente o recurso a plataformas digitais (60% dos docentes utilizou com regularidade). As plataformas mais usadas foram a Escola virtual (53% dos docentes), o Zoom/Skype (30%), Aula digital (20%), Teams (20%, o que representa metade dos professores do secundário que eram os que tinham acesso). Também utilizaram o Classroom (12%), o Padlet (15%) a Escola Mágica (13%) e outras (10%). Alguns docentes (10%) não recorreram a nenhuma plataforma. O #EstudoEmCasa foi um recurso valorizado quer pelos alunos quer pelos encarregados de educação, acompanhado com regularidade por 86% dos alunos do 1.º Ciclo e 65% no 2.º e 3º Ciclos, e valorizado por 60% dos professores. Uma das críticas apontadas pelos encarregados de educação, que terá dificultado o processo de ensino à distância, foi a diversidade de plataformas utilizadas pelos professores, não havendo uma uniformização por turma. Este problema poderá ser ultrapassado no próximo ano, tornando o Teams extensível a todos os níveis de ensino. Sendo uma plataforma fechada do Agrupamento, permite uma melhor gestão dos seus membros.
As dificuldades foram várias, na perspetiva de todos os intervenientes (gráfico 3). Os encarregados de educação do 1.º ciclo referiram a “dificuldade na realização das tarefas de forma autónoma”, seguida da “dificuldade dos pais/enc. educação em prestar apoio” como sendo as dificuldades mais sentidas.
realização das tarefas de forma autónoma” e “problemas com a internet”. Este último foi o maior problema assinalado pelos alunos do secundário. As opiniões dos encarregados de educação são de um modo geral concordantes com as dos alunos, e admitem que tiveram dificuldades em prestar apoio ao seu educando. Também se destacam positivamente 8% dos alunos do secundário que não sentiram nenhuma dificuldade. Nas outras razões foram indicadas pelos encarregados de educação algumas tais como: dificuldades na utilização das plataformas, falta da rotina escolar e convívio, dificuldade de concentração, muitas tarefas, dificuldade em tirar dúvidas. Foi também salientado por muitos encarregados de educação que seria benéfico um maior recurso a videoaulas. Os docentes consideraram como maiores entraves à aprendizagem “dificuldade na realização das tarefas de forma autónoma”, “dificuldade dos pais/ enc. educação em prestar apoio” e “falta de interesse dos alunos”.
A avaliação foi sem dúvida uma das práticas mais difíceis de implementar.
Esta foi sobretudo formativa, com recurso a processos diversos para recolha de dados (Gráfico 4). Os mais utilizados pelos professores foram o grau de concretização das tarefas propostas, a assiduidade e a participação dos alunos nas aulas síncronas. No que concerne ao trabalho realizado pelos alunos, os professores defenderam que estes realizavam por norma
as tarefas, no entanto 97% assinalou entre 1 a 9 alunos que nunca ou quase nunca o fazia. Tanto os alunos como os encarregados de educação consideram que a maioria dos professores (79%) forneceu feedback pelo trabalho realizado pelos alunos. De acordo com os professores, o feedback foi distribuído de diversas formas, sendo as mais frequente: “Quando os alunos realizavam uma tarefa” (85%), “Sempre que era solicitado para esclarecer dúvidas” (68%), “Quando os alunos participavam nas sessões síncronas” (48%), mas também quando o aluno não cumpria a realização da tarefa (50%). Globalmente, docentes e encarregados de educação manifestaramse muito satisfeitos com implementação do Plano de E@D do AEDM (gráfico 5). Estas mudanças implicaram, para a grande maioria dos professores, novas formas de preparação de material e novas estratégias para
No 2.º e 3.º ciclos, os alunos referiram como maior dificuldade “outra”, mas não especificaram qual, seguida de “dificuldade na 4
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Clube da Ciência CARLA MARTINS
ensinar. Cerca de 70% dos docentes sentiu necessidade de formação, sendo que 55% realizou alguma formação durante este processo. Todo este processo implicou, como é natural, algumas dificuldades. A falta de contacto direto entre docentes, alunos, pais e encarregados de educação foi uma delas. O trabalho de equipa entre os vários intervenientes do processo educativo ficou mais limitado. As reuniões através das plataformas digitais não têm a mesma eficácia na resolução dos desafios. Alguns alunos não se adaptaram a este processo de ensino à distância e o apoio específico a alunos foi mais difícil. Esta modalidade de ensino exige aos alunos uma maior motivação, organização e sentido de responsabilidade. É necessária uma melhor gestão de tempo, do horário das sessões síncronas e assíncronas, dando resposta ao cumprimento das tarefas propostas por cada professor. Também surtiram vantagens. Tanto os alunos como os docentes desenvolveram novas competências ao nível da utilização das plataformas e recursos digitais, contribuindo para aumentar a literacia digital. Toda a humanidade foi posta à prova perante os desafios da pandemia Covid -19. A comunidade educativa demonstrou capacidade de adaptação à mudança, mas é preciso um maior investimento na formação de professores e responder às necessidades das escolas, docentes, alunos e famílias no acesso a recursos digitais e equipamentos. No próximo ano, iremos certamente enfrentar vários desafios, mas com a experiência passada estaremos mais bem preparados para os enfrentar do que estávamos em março de 2020.
Vai ficar tudo bem!
Após a candidatura e aprovação, o Clube de Ciência do Agrupamento de Escolas de Miranda do Douro (AEMD) faz parte da Rede de Clubes Ciência Viva na Escola, “uma iniciativa conjunta da Direção-Geral da Educação e da Ciência Viva – Agência Nacional para a Cultura Científica e Tecnológica, que pretende criar espaços de ciência abertos a toda a comunidade, para promover o acesso a práticas científicas inovadoras e de Clubes Ciência Viva na Escola”. O Clube de Ciência do AEMD é um espaço de ciência aberto a todos os alunos que queiram experimentar e divulgar a ciência. Pretende contribuir para o desenvolvimento da literacia científica e tecnológica dos alunos e da comunidade educativa, promovendo as diferentes áreas de competências consignadas no Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória. No âmbito do Clube de Ciência, foram estabelecidas relações de cooperação e parceria com o IPB, com o Centro de Ciência Viva de Bragança, com Centro de Investigação em Astronomia/ Astrofísica da Universidade do Porto, com a Galeria da Biodiversidade da UP, com Associação Palombar e com a autarquia de Miranda do Douro. O plano de atividades privilegia, no âmbito da Autonomia e Flexibilidade Curricular, o trabalho prático e experimental, a interdisciplinaridade e o trabalho colaborativo, contextualizando as aprendizagens em situações que se aproximem dos problemas reais que caracterizam a ciência e tecnologia do século XXI. As principais áreas de intervenção do clube são: 1-Ciências Experimentais do 1.º Ciclo; 2- Laboratório em Ação na EBS de Sendim e EBS de Miranda do Douro; 3- Participação em Projetos de outras Instituições; 4- Visita de estudo a Instituições de Ensino Superior e Centros de Ciência Viva; 5- Divulgação de ciência nas Jornadas da Ciência e na Tarde de Ciência do 1.º Ciclo; 6- Participação em encontros/reuniões a nível nacional e regional. Ao longo do 1.º e 2.º períodos realizaram-se algumas das atividades previstas no plano de atividades, nomeadamente: atividades experimentais nas escolas do agrupamento, participação na semana da Ciência e Tecnologia do IPB (10.ºA e 11.º A); participação na Masterclasses Internacionais em Física de Partículas - Ser Cientista por um dia...Com as Mãos nas Partículas no IPB (10ºA); visita de estudo à galeria de Biodiversidade da UP (7ºA e B); visita ao Planetário do Porto (8º ano); visita ao Pavilhão do Conhecimento (12º ano) e a participação dos nossos docentes no Encontro de Lançamento da REDE de Clubes Ciência Viva na Escola - Ano letivo 2019/2020 e na Ação de Capacitação do Programa de Competências Científicas e Tecnológicas. Todas as atividades planificadas para o final do 2.º período e para o 3.º período tiveram de ser reagendadas para o início do próximo ano letivo, devido à pandemia Covid-19. Assim em outubro serão realizadas as visitas ao Centro de Ciência Viva de Bragança e em janeiro de 2021 serão realizadas as Jornadas da Ciência e a participação dos nossos alunos no Fórum Nacional da Rede … Esperamos que seja possível!
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Notícias
O coronavírus e o Pangolim ANTÍDIO FERNANDES
Quem ainda não ouviu falar do coronavírus ( denominado nCoV- 2019)?
mundial. Se o hospedeiro morresse rapidamente, a probabilidade de alastramento era menor. Mas qual é a origem deste vírus? Segundo uma equipa de cientistas chineses, o material genético deste vírus é 99% igual ao material genético de um vírus encontrado em pangolins, o que faz deste animal em vias de extinção, em virtude do seu trafico para fins culinários, intermediário entre o primeiro animal hospedeiro do vírus e o homem. No entanto permanecem dúvidas.
Sabias que este vírus pertence a uma família de vírus bastante contagiosa que afeta maioritariamente os animais e infectam raramente as pessoas? O coronavírus é uma família de vírus que causam doenças respiratórias. Já houve num passado recente outos vírus da família coronavírus, como sejam o SARS ( Síndrome Respiratória Aguda Grave) ou o MERS ( Síndrome Respiratória do Oriente Médio) bastante mais letais que o vírus atual. O atual vírus tem uma taxa de mortalidade de 2% o que comparado com o SARS ( 10%) e o MERS ( 34%) o torna menos agressivo . Então porquê todo este alarme? Acontece que o vírus atual se propaga lentamente, mantendo o hospedeiro vivo mais tempo, e consequentemente potencia o seu alastramento a nível
Como se previne o coronavírus ( nCoV-2019)? Entre outas medidas, deve-se evitar contacto próximo com pessoas que sofrem de infeções respiratórias agudas, lavar frequentemente as mãos e cobrir a boca e o nariz quando se espirra ou tosse.
A minha geraçao diz NÃO! No dia 25 de novembro é assinalado o Dia Internacional pela Eliminação da Violência Contra as Mulheres. Este dia foi instituído pelas Nações Unidas (ONU) em 1999 em homenagem às irmãs Mirabal (Pátria, Minerva e Maria Teresa), assassinadas pela ditadura de Leônidas Trujillo na República Dominicana. Esta data visa alertar a sociedade para os vários casos de violência (física, psicológica e sexual) contra as mulheres, que ocorrem diariamente em Portugal e em todo o mundo. Para assinalar esta data, no dia 25 de novembro, foi exposto, no átrio do bloco de aulas da EBS de Miranda do Douro, o Mural “A minha Geração Diz Não…” realizado com o contributo de várias turmas, que ao longo da semana pesquisaram e discutiram o tema no âmbito da Cidadania e Desenvolvimento e do PRESSE. 6
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Nova aventura de Astérix já em Mirandês! Foi já editado em mirandês La Filha de Bercingetorix, o novo álbum da série Astérix, da dupla Jean-Yves Ferri / Didier Conrad. “”A indiscutível universalidade do fenómeno Astérix” leva a que continuemos a apostar nestas edições em mirandês, sendo esta também uma for-
ma da LeYa e da ASA contribuírem “para a promoção e defesa daquela que é a segunda língua oficial do nosso país””, explica em comunicado Vitor Silva Mota, editor da ASA. Com tradução de Carlos Ferreira e José Pedro Ferreira.
O mês de outubro é associado, desde a década de 90, à luta contra o cancro da mama, assumindo-se como o “Mês Rosa”. Por isso, entre os dias 15 e 31 de outubro, o Departamento de Educação para a Saúde da Liga Portuguesa Contra o Cancro-NRN promove a "onda rosa" que se alastra a toda a zona Norte do país. Esta iniciativa tem o objetivo de promover a consciencialização sobre a doença, partilhar informações e sensibilizar a população para a temática da prevenção e diagnóstico precoce do cancro da mama. Na nossa escola, esta atividade foi assinalada no dia 31 de outubro. Ao longo do dia, a
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maioria dos elementos da comunidade escolar vestiu uma peça de roupa cor-de-rosa, os alunos distribuíram laços de lapela, foram colocados laços “Rosa” grandes nos portões das escolas e foram expostos trabalhos realizados pelos alunos nas aulas sobre a temática. Os alunos da EB1 e Préescolar de Miranda do Douro, do 12ºA, 10ºD, 11ºC e 12ºE e 9ºA participaram durante a tarde na atividade promovida pelo município, com uma coreografia preparada pelos Jovens Promotores da Saúde (12ºA), que culminou com a realização de um laço humano e com a atuação do Grupo de pauliteiros da nossa escola.
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Cidadania digital: riscos e desafios! ALBERTINA AMADO
Este ano, as turmas da EB de Miranda do Douro, com a colaboração do professor Sérgio Ruano, decidiram participar no projeto “Segura Net”, com o objetivo de promover a cidadania digital e uma utilização esclarecida, crítica e responsável das redes sociais. É deveras importante levar os alunos a conhecer os perigos das redes sociais, como agir para evitá-los e assim minimizar os danos que possam trazer à nossa vida real. Os alunos devem ser alertados para duvidar do que leem e para os perigos da exposição pública, pois, ao perfil criado, podem aceder pessoas individuais, com boas ou más intenções, pondo em risco a sua segurança. Uma publicação deve ser um ato pensado, refletido e consciente, não expondo informações demasiado pessoais. Essa exposição pode afetar negativamente a sua vida pessoal e, futuramente, a sua vida profissional. É preciso ter sempre presente que as ações no mundo virtual podem trazer graves consequências para o mundo real. Os alunos já elaboraram cartazes, que já foram submetidos, para participar no primeiro desafio que lhes foi proposto. Venham os próximos…
O poder da imagem EQUIPA DA BE / 4.ºA e 4.ºB da EB1 DE MIRANDA DO DOURO
Os alunos do quarto ano, turmas A e B, deslocaram-se à biblioteca da Eb1 para desenvolverem a atividade subordinada ao tema “Com imagens também aprendemos”… Esta atividade teve como objetivo formar leitores e incentivar os alunos para a leitura e a escrita a partir da observação e análise de imagens. Foram dadas aos alunos várias imagens para que cada um selecionasse uma à sua escolha. Pediu-se a cada um que registasse numa folha
as principais características da imagem selecionada. As imagens foram recolhidas, coladas num cartaz, aleatoriamente e de seguida, cada um leu a respetiva descrição para a turma cabendo a um colega identificar a respetiva imagem. Os alunos revelaram bastante interesse e participaram com empenho e entusiasmo. Concluíram que com imagens também se aprende e que as imagens podem contar histórias, transmitir mensagens, ideias e 8
informações que nos motivam, emocionam e nos fazem pensar. Está provado que o nosso cérebro retém mais conteúdo visual do que textual. Como dizia o filósofo chinês Confúcio “uma imagem vale mais que mil palavras!”
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“InclusivaMente – desenvolver competências de estudo” Projeto interdisciplinar das turmas de 7º ano envolveu toda a comunidade!! ELISABETE BARROSA Durante o primeiro e o segundo períodos, as turmas A e B do sétimo ano da EBS, em Área de Projetos, desenvolveram o projeto “InclusivaMente”, no âmbito do Domínio de Autonomia Curricular (DAC). Um projeto que partiu de um programa teórico-prático desenhado e orientado pela Drª Natália Vara, a nossa psicóloga escolar, e cujo objetivo era desenvolver e consolidar competências de estudo, através de variadas estratégias que levaram os alunos a consciencializarem-se da necessidade de serem proativos nas aulas, de saberem gerir o seu espaço e o seu tempo de trabalho, e, finalmente, da necessidade de variarem os métodos de estudo , tudo de acordo com o seu estilo de aprendizagem. Este projeto de caráter interdisciplinar assentou em princípios e desenvolveu valores e áreas de competências (conhecimentos, capacidades e valores) desenhados no perfil do aluno, já que não só foi ao encontro da dimensão
No Dia dos Projetos, dia 20 de fevereiro, os alunos estavam preparadíssimos para apresentar à comunidade escolar o que aprenderam…! E não foi um mero “debitar de matéria”, pelo contrário! Traziam “na manga” atividades práticas que demonstravam como eram importantes as competências de estudo!! Durante a manhã realizaram apresentações às turmas dos 5º e 6º anos e também aos professores que acompanharam as turmas e, da parte da tarde, as apresentações foram para os pais e encarregados de educação. Os produtos desenvolvidos por estas turmas incluíram: simulações/representações de aulas de Inglês e Ciências Naturais, com exercícios práticos para testar conhecimentos; quizes sobre rotinas e métodos de estudo; panfletos e folhetos com dicas para estudar; uma fotonovela sobre como melhorar os resultados e se preparar para os testes; vídeos sobre
inclusiva da escola, como também permitiu o trabalho de múltiplas literacias e a prática de valores como a curiosidade, a participação e a responsabilidade. Para além disso, desenvolveu competências no âmbito das linguagens e textos, informação e comunicação, pensamento crítico e criativo, relacionamento interpessoal, entre outros. 9
vantagens do programa de competências de estudo e um podcast de rádio com entrevistas a alunos sobre as estratégias que utilizam para estudar. Já em tempo de E@D, foram entregues aos alunos os diplomas de mérito e de participação, numa sessão online síncrona em que esteve presente a Drª Natália Vara. Estes produtos foram compilados e estão visíveis num Padlet, no seguinte endereço: https://padlet.com/ elisabetebarrosa/inclusivamente Os questionários aplicados no Dia dos Projetos, na EBS de Miranda do Douro, revelaram um impacto muito positivo, quer ao nível do interesse das atividades que os alunos propuseram aos visitantes, quer pela aprendizagem de estratégias para estudar. As percentagens evidenciam a importância de trabalhar competências de estudo (Gráficos 1 e 2) não só com os alunos, mas também com os professores e com os pais.
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IPB, aqui vamos nos! ALUNOS DO 11.º A
Dia 27 de novembro, as turmas do 10º e 11º ano do Curso de Ciências e Tecnologias da Escola EBS de Miranda do Douro, acompanhados pelos professores Carla Martins e Antídio Fernandes, participaram na “Semana da Ciência e Tecnologia” promovidas pelo IPB de Bragança. No passado dia 27 de novembro, os alunos das turmas 10.ºA e 11.ºA da Escola Secundária de Miranda do Douro visitaram, no âmbito do Clube da Ciência e das disciplinas de Biologia, Geologia, Física e Química A, o Instituto Politécnico de Bragança (IPB) a fim de participar em algumas das atividades da Semana da Ciência e Tecnologia, promovidas pelo próprio Instituto.
Alunos da EBS de Miranda do Douro no IPB
muitas desconfianças. Para finalizar a manhã, os alunos, do 11.º A, participaram, no Centro de Investigação de Montanha (CIMO), na atividade “Vacinas para plantas? Vem descobrir o que é”. Os alunos assistiram a uma palestra alusiva ao tema. As doenças e pragas que afetam diversas culturas agrícolas têm sido tradicionalmente combatidas com pesticidas químicos. A nova abordagem para a proteção das culturas envolve a vacinação das plantas com moléculas de RNA ou com microrganismos benéficos que aumentam a defesa das plantas. Os alunos através desta atividade ficaram a conhecer o funcionamento desta nova tecnologia e os estudos a decorrer no CIMO no âmbito do desenvolvimento de vacinas contra pragas e doenças do olival.
Saíram logo pela manhã, de autocarro, e no IPB encontraram-se com os respetivos guias, na ESA. Iniciaram com a atividade “Caviar de groselha na cozinha molecular”. A técnica responsável fez uma explicação, básica, do que é uma cozinha molecular e, de seguida, os alunos formaram pequenos grupos e, seguindo um protocolo experimental, realizaram a experiência, produzindo caviar de groselha. Na segunda atividade, procedeu-se à pesquisa de sulfitos, aditivos comuns no ramo alimentar, mas com efeitos nocivos para a saúde, em salsichas enlatadas. Utilizou-se, como indicador, o verde de malaquite, um corante que, na presença de sulfitos, passa de verde azulado que é, por sinal, uma cor bastante viva, a incolor. Depois do processo, concluímos que as salsichas em estudo, não possuíam este aditivo, pelo que ficamos mais descansados em relação a este produto alvo de
Após o almoço na cantina do IPB, que agradou à maioria, e de uma sobremesa bem merecida no McDonald’s, iniciamos as atividades propostas para a tarde,
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Lanche saudável na cantina da escola desta vez promovidas pela ESTIG. Os alunos participaram em 3 atividades, desta vez relacionadas com a robótica: “Aquisição de Dados controlada via Smart Phone”, “Afinar a Voz com Suporte Visual” e “Robótica Colaborativa e Inteligente”. Adquiriram conhecimentos sobre a programação, monitorização e controlo de sistemas elétricos por wireless, a afinação computorizada da voz humana para fins educativos e a utilização de robôs colaborativos nas indústrias, respetivamente. Satisfeitos com a visita, cuja diversidade de atividades conseguiu chegar aos vários interesses, regressaram à escola com novos conhecimentos adquiridos de forma ativa e cativante, bem como mais esclarecidos acerca dos estudos que poderão seguir no futuro.
Comemoração do Dia Mundial da Alimentação 12.ºB_GEOGRAFIA C
No passado dia 16 de outubro, os alunos de Geografia C do 12ºB, com a colaboração do 11ºA, organizaram um lanche saudável na cantina da EBS de Miranda do Douro com base na Dieta Mediterrânica. A comemoração do Dia Mundial da Alimentação iniciou-se dias mais cedo com a realização de campanhas de sensibilização sobre a referida dieta, considerada um dos padrões alimentares mais saudáveis do mundo. O objetivo foi dar a conhecer à comunidade escolar os princípios deste estilo de vida, classificado pala UNESCO como Património Mundial e Imaterial da Humanidade desde 2013. Para tal, a turma anfitriã realizou várias etapas de trabalho: planificação, pesquisa, cartazes, exposição às turmas e, por fim, a confeção de produtos alimentares, em conjunto com 11ºA, que rechearam, ao lanhe, a mesa da cantina. Este dia foi também comemorado na Escola Básica de Sendim cuja organização esteve a cargo dos alunos do 9 A /S. A atividade contou com grande afluência por parte da comunidade escolar, que destacou a qualidade das receitas e a organização do evento. O impacto foi positivo, já que contribuiu para a formação de todos.
Porque a SIDA existe,… mais vale prevenir!!! No dia 28 de novembro, foi assinalado, na EBS de Miranda, o Dia Mundial da Luta contra a Sida. Este dia é comemorado no dia 1 de dezembro em todo o mundo para alertar as populações para a necessidade de prevenção contra o vírus da SIDA e lembrar todas as vítimas que faleceram ou que estão infetadas com a doença. Os trabalhos realizados no âmbito do PRESSE nas disciplinas de Cidadania, Educação Visual, Área de Projetos, Ciências Naturais e Biologia e Geologia foram expostos no átrio do bloco de aulas. Os alunos do 11º A colocaram um laço no portão da escola, distribuíram laços vermelhos de lapela a toda a comunidade educativa e apresentaram a dramatização “Pode acontecer a todos”. Nesta dramatização enfatizou-se, de uma forma lúdica, os meios de transmissão do HIV e as formas de prevenção. As Enfermeiras Filipa e Luísa realizaram, na Unidade Móvel do Centro de Saúde, o Rastreio HIV/Sida – teste rápido, distribuíram materiais fornecidos pela Coordenação Nacional para a Infeção do VIH/Sida e esclareceram as dúvidas colocadas pelos alunos. 11
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Saber mais com "O Cavaleiro da Dinamarca" (Re)Visitar Sophia, para alem da sua vida e da sua obra!
A visita de estudo à Casa Andresen, que abriga desde 2017 a Galeria da Biodiversidade/Centro Ciência Viva, e ao Jardim Botânico do Porto, foi "a cereja no topo do bolo" para os alunos do 7º ano da EBS de Miranda do Douro. Para além de ter coincidido com o final da exploração da obra "O Cavaleiro da Dinamarca", na disciplina de Português, decorreu no mês (e quase no dia!) em que se comemoraram os 100 anos do nascimento de Sophia de Mello Breyner Andresen (1919-2004), o que foi uma feliz coincidência! O dia 29 de novembro de 2019, sexta-feira, prometia ser um dia de descoberta para os alunos das turmas A e B da EBS de Miranda do Douro que, acompanhados pelas professoras Carla Martins, Elisabete Barrosa e Marisa Alves, partiram bem cedinho para o Porto, rumo à Galeria da Biodiversidade. Era o "pontapé de saída" de um ambicioso projeto interdisciplinar, designado "Saber+ com O Cavaleiro da Dinamarca", que está a ser desenvolvido no âmbito do Domínio de Autonomia Curricular (DAC) em ambas as turmas, e que pretende dotar os alunos de conhecimentos e competências que vão para além das aprendizagens essenciais de cada disciplina. No Porto, a simpática equipa do Serviço Educativo da Galeria da Biodiversidade esperava os jovens visitantes, entusiasmados por pisar com os seus próprios pés os espaços habitados, há muitos anos, pela jovem
Sophia!
O dia foi, de facto, repleto de descobertas e novas experiências, e, não fossem o atraso de meia hora logo no início da visita e a chuva que começou pelas duas da tarde, teriam percorrido todos os cantos deste magnífico lugar! Durante a manhã, os alunos foram divididos em dois grupos e acompanhados por guias especializados pelas salas da exposição temporária "Sharks", uma missão de Brian Skerry, da National Geographic, e pelos espaços temáticos da Galeria da Biodiversidade. A exposição "Sharks", como nos diz a Beatriz Raimundo do 7ºA, que a achou muito interessante, pretendeu "dar a conhecer o mundo dos tubarões e alertar para o perigo da sua extinção". Os alunos também destacaram, na avaliação que fizeram da visita, as experiências interativas e os espaços 12
da Galeria da Biodiversidade, tais como a experiência de descobrir pelo cheiro alimentos escondidos, a sala dos veados e outros animais da floresta e a sala "do mundo". Pelo caminho, os guias faziam o paralelo com a vida e as obras de Sophia de Mello Breyner Andresen, o que tornou a visita ainda mais enriquecedora! O almoço decorreu em formato "piquenique", debaixo do comprido e largo varandim das traseiras da casa, enquanto as nuvens se adensavam sob os "Jardins de Sophia"... A partir das 14h, decorreram duas atividades paralelas: a visita ao Jardim Botânico e o workshop "Paleontólogo por um dia", sem dúvida as atividades mais apreciadas, já que mais de 50% dos alunos as avaliaram com Muito Bom! Por um lado, a variedade de plantas e a simbologia de alguns jardins, nos quais So-
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Notícias phia se inspirou para escrever contos como "O Rapaz de Bronze" ou "A floresta", e, por outro lado, a experiência tão real com os fósseis (embora a alguns alunos tenha faltado a paciência e a minúcia dos verdadeiros paleontólogos!!!), fizeram com que o tempo voasse e logo chegasse a hora da despedida, por volta das 15h30. O grupo visitante despediu-se do "mundo de Sophia", com uma fotografia de grupo, como manda a tradição, e deixou um grande agradecimento à Drª Rosário Cardoso, que colaborou na organização e concretização desta visita com muita simpatia, dedicação e empenho. De salientar que esta atividade foi completamente gratuita para os alunos e professoras já que contou com a parceria entre o Clube da Ciência da nossa escola e o Centro Ciência Viva do Porto, e com a colaboração do Município de Miranda do Douro que gentilmente cedeu o transporte.
As opiniões dos alunos, algumas das quais aqui se transcrevem, mostram que este dia foi marcante e enriquecedor:
Para cumprir o programa, e apesar da hesitação devido ao trânsito e à chuva, o autocarro rumou até ao NorteShopping, onde os alunos puderam "experienciar" a loucura de uma "Black Friday" ao fim da tarde... Chegar ao centro comercial e sair do Porto foi mais uma aventura, mas uma aventura aborrecida que atrasou em duas horas a chegada a Miranda do Douro.
E, já agora, para aguçar a curiosidade de quem ainda não conhece a Casa Andresen, aqui ficam algumas perguntas elaboradas pelos alunos (e eles sabem as respostas!!):
Para que deste dia restassem boas recordações, muito contribuíram a paciência do Sr. Carlos Castro, o condutor do autocarro, a compreensão dos pais e encarregados de educação, e, claro, a dedicação das professoras acompanhantes!
- Como se chama a personalidade representada numa das salas, sentada e com dois coelhos no colo? (Damião São Pedro, 7ºA)
- "Agradeço à equipa que nos acolheu de braços abertos, nos explicou e nos deu referências sobre a Sophia e "O Cavaleiro da Dinamarca". A grandiosidade da casa e a beleza do jardim fascinaram-me." (Tomás Domingues, 7ºA); - "Obrigada pela paciência e pela magnífica experiência!" (Filipe Nobre, 7ºB); - "Do que mais gostei foi da sala do mundo!" (João Tavares, 7ºB); - "Gostei imenso e quero voltar lá com a minha família!"(Leonor Martins, 7ºB); - "Gostei de conhecer mais Sophia, gostei de ver tudo, de ouvir todas as explicações... Também gostei muito dos jardins, é um sítio único!" (Leonor Gomes, 7ºA).
- Quantos hectares do jardim original foram destruídos para se fazerem os acessos à autoestrada? (Sara Vicente, 7ºA)
- O jardim dos "Jotas" é um tributo a que pessoas? (David Miguel, 7ºA)
- Quem habitou esta casa? (Gabriel Afonso, 7ºB)
Para saber mais: https://mhnc.up.pt/servico-educativo/ 13
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Notícias
Comemorar para sensibilizar... CÉLIA PIRES
No Agrupamento de Escolas de Miranda do Douro, assinalaram-se alguns dias comemorativos: 16 e 30 de outubro, 11, 17 de novembro, 1 e 3 de dezembro. Fizemos as exposições no bloco de aulas com os trabalhos dos alunos do 3º ciclo, realizados nas disciplinas de Educação Visual e CEAT no âmbito do projeto PES. No dia 16 de outubro, assinalou-se o Dia Mundial da Alimentação com várias atividades. Para além de salientar a importância de uma alimentação saudável, os alunos fizeram atividades enriquecedoras do currículo. Realizaram cartazes, jogos didáticos e alimentos tridimensionais. Trabalhei com os alunos do 9º ano, turma B, em articulação com a Diretora de Turma. Eles foram à sala da Educação Especial e jogaram e sensibilizaram os colegas da
ça. No dia 30 de outubro, comemorou-se o “Dia Nacional de Prevenção do Cancro da Mama”. Os alunos realizaram cartazes, com o objetivo de comemorar e sensibilizar a comunidade educativa para a prevenção do cancro. No dia 17 de novembro, comemorou-se o dia Mundial do Não Fumador, no dia 1 e 3 de dezembro assinalou-se o dia Mundial da Luta Contra a Sida e o dia da Pessoa com deficiência. No dia 31 de outubro, comemorou-se o Dia das bruxas (Halloween): os alunos do 3º ciclo fizeram a exposição, no bloco de aulas, de trabalhos (cartazes, postais e marcadores) realizados com a colaboração da professora de Inglês. Os alunos realizaram ainda cartazes alusivos ao Natal e fizeram a decoração dos espaços da escola.
Educação Especial para a necessidade de adoção de hábitos de uma alimentação saudáveis. Estas atividades tiveram por objetivo transmitir a toda a comunidade Educativa a Sensibilização e promoção para a necessidade de adoção de hábitos de vida saudáveis, sensibilizar a comunidade escolar para a problemática em questão e sensibilizar a comunidade educativa para a diferen-
Os alunos revelaram grande motivação, participação e entusiasmo por todas estas atividades.
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Ambiente
É urgente proteger o ambiente! ORQUÍDEA XAVIER
Apesar de a maior parte das pessoas ter consciência da degradação ambiental, os nossos comportamentos diários continuam a não ser os melhores. E, como achamos que urge mudarmos as atitudes face a esta problemática, o Departamento do Pré-Escolar decidiu que, para o biénio 2019-2021, o Projeto Pedagógico terá como objetivo a preservação ambiental, designando-se “ Preservar também é coisa de criança”. De acordo com a sabedoria popular” de pequenino se torce o pepino”, por isso procuramos desenvolver ações educativas sobre educação ambiental, não só com as crianças, mas também com os encarregados de educação, algumas de forma direta e outras tendo as crianças como agentes de sensibilização junto dos pais.
Eis algumas das atividades deste ano letivo:
Histórias, poesias e visualização de PowerPoint alusivos à temática ambiental; Atividade dinamizada pela empresa “ Resíduos do Nordeste” a fim de sensibilizar as crianças e Pais a terem consciência ecológica; Pintura de sacos de pano para as compras, e oferta aos encarregados de educação com o objetivo de reduzir o plástico e mudar comportamentos;
Na escola, nas rotinas diárias, fazer sempre a separação dos resíduos; Elaboração de mural volante (planeta que passou em todos os jardins) e de marcadores de livros apelando à sensibilização ambiental, para participação na feira do fumeiro; No desfile de carnaval, reutilização de sacos da farinha com mensagens alusivas, sendo estas elaboradas pelos encarregados de educação e crianças;
Recolha de pilhas, lâmpadas, óleos alimentares usados e tampinhas de plástico;
Produção de composto nos Jardins onde existe compostor e cozinha (Sendim), onde não há, colocar as folhas do outono existentes no recinto, no compostor comunitário;
Experiências sobre a poluição da água;
Limpeza de uma rua em par15
ceria com uma associação da localidade;
No Dia da Família, recolha de lixo com os pais e encarregados de educação e posterior jogo de separação em conjunto, nos respetivos ecopontos;
Elaboração de desdobrável sobre a temática e distribuição pela comunidade;
Piquenique de fim de ano com todas as crianças do agrupamento com a recolha de lixo do respetivo recinto;
Sempre que possível todas as atividades de expressão plástica, ao longo do ano, serão elaboradas com materiais que possam ser reutilizados.
Pretendemos que estas dinâmicas tenham um papel preponderante na sensibilização dos nossos alunos, nos hábitos e atitudes da comunidade em geral e, sobretudo, que amanhã sejam cidadãos conscientes e comprometidos com o futuro.
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Opinião
A Escócia e o Brexit ANDRÉ XAVIER*
A 23 de junho de 2016, fomos surpreendidos com a notícia de que os britânicos pretendem sair da União Europeia, arrastando a Escócia e a Irlanda do Norte.
muito tempo e será muito pouco provável. Conseguirá a Escócia manter-se, economicamente?
Apesar de ter sido pedido várias vezes um novo referendo, pois 27% da população eleitora não compareceu nas urnas e a margem da vitória foi apenas de 2%, o certo é que definiu o destino da nação, revestindo-se de um caso insólito, pois a Escócia e a Irlanda do Norte discordam da posição até hoje.
Numa entrevista, o ministro das finanças escocês afirmou que o país podia “mais do que apenas se sustentar” mesmo com um défice de 15 bilhões de euros, devido ao petróleo do Mar do Norte, facto que teria motivado o referendo de independência escocês de 2014.
A primeira-ministra escocesa mencionou a possibilidade de ser feito um novo referendo sobre a saída da Escócia do Reino Unido, tal como já tinha sido feito em 2014. Porém, para a legalidade deste processo, precisa do consentimento de Westminster (parlamento inglês) e, dada a maioria conservadora no mesmo, é muito improvável que tal aconteça.
Porém, o outro lado da moeda também nos mostra que quase 50% das exportações do país são para os membros do Reino Unido. Por isso, também não faz muito sentido erguer uma barreira com o único país com o qual faz fronteira e é ao mesmo tempo o maior parceiro económico. Isto poderia não só prejudicar comunidades, como erguer uma rivalidade semelhante à que existiu na fronteira entre a Irlanda (república) e a Irlanda do Norte (parte do Reino Unido).
Já no fim de 2019, foram convocadas eleições antecipadas para o parlamento inglês, que tiveram como assunto principal o Brexit e NHS (SNS britânico). Devido ao fraco posicionamento do Partido Trabalhista, o Partido Conservador conseguiu, facilmente, uma maioria parlamentar. Todavia, esta vitória não foi só protagonizada por Johnson, mas também por Nicola Sturgeon que, além de aumentar os assentos parlamentares, reafirma o SNP (Partido Nacionalista Escocês) como a maior fação política da Escócia. Além disso, reapareceu o problema da fronteira da Irlanda do Norte que já antes tinha sido difícil de resolver.
Concluindo, para os escoceses o melhor seria permanecer em ambos os blocos, o que não é possível, mas com a saída do Reino Unido da União Europeia não têm nada a ganhar.
Mas porque é que os escoceses querem tanto permanecer na UE ? Porque estes julgam que o parlamento britânico desconsidera os interesses escoceses, enquanto que a UE os valoriza. Por isso se demonstram tão céticos quando ouvem Johnson dizer “vamos recuperar o controlo” . Tendo em conta que o Brexit já foi aprovado pelo Parlamento Europeu em 31 de janeiro de 2020, a Escócia teria de se separar do Reino Unido e voltar a fazer o pedido de adesão como um país independente o que levaria *EMBAIXADOR JÚNIOR DA ESCOLA EMBAIXADORA DO PARLAMENTO 16
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Opinião
A relação do Reino Unido com a União Europeia Um ponto de vista
Alunos prosseguem com os projetos… em casa!
CISNANDO FERREIRA*
O período que medeia o referendo de 2016 e a consumação do divórcio do Reino Unido e da União Europeia, no recente 31 de janeiro de 2020, foi um filme em que só de um lado da barricada estiveram três protagonistas, encarnados nos três primeiros-ministros, com cenas dramáticas e controversas ocorridas no Parlamento Britânico. Mas os britânicos já nos habituaram a cenas insólitas. O Primeiro Ministro, na altura, David Cameron, que despoletou o plebiscito, em resultado do mesmo acabou por se demitir. Depois de mais de quarenta anos de integração europeia, a diferença de 2% dos eleitores britânicos derrubou um edifício que tanto custou a construir.
O problema é que as consequências são mais profundas e abalam outras construções. Não se restringe à saída da União Europeia e às negociações com os restantes vinte e sete países mas, em sequência, ganharam mais dois problemas: a reivindicação da independência da Escócia e a reunificação irlandesa, pois manter a unidade territorial do País é outro grande desafio. A democracia também tem destas coisas. Numa democracia, por vezes o mais fácil é mandar a maioria decidir, mas antes de convocar a população para decidir seria fundamental avaliar a conjuntura política, económica e social do momento que, por vezes, pode ditar uma sentença que pode não ser benéfica para o País, para a Europa ou mesmo à escala Mundial.
Os britânicos ingressaram na Comunidade Económica Europeia em 1973 e logo em 1975 foram chamados a pronunciar-se, em referendo, sobre a continuidade ou não, tendo o resultado sido favorável à permanência. Recuando um pouco no tempo, mesmo antes da constituição da Comunidade Europeia do Carvão e do Aço e da Comunidade Económica Europeia, alguém falava assim num discurso proferido em Zurique, a 19 de setembro de 1946, logo após o fim da segunda Guerra Mundial, tendo em conta a tragédia que assolara a Europa: “Existe um meio de solucionar (referindo-se à recuperação da Europa) (…). Em que consiste a solução? Consiste em refazer a família europeia, na medida do possível, e depois acarinhá-la de tal forma que ela se possa desenvolver na paz, na segurança e na liberdade. É necessário edificar uma espécie de Estados Unidos da Europa (…).
ANGELINA FERNANDES Área de Projetos do 5.º A/S não ficou esquecida e os alunos fizeram as suas próprias plantações de Plantas Aromáticas. Deixaram-se contagiar pelo gosto do cultivo de Plantas Aromáticas e puseram mãos na terra para dar continuidade ao projeto iniciado na escola na disciplina de AP e que foi suspenso com a chegada da pandemia do COVID-19. No próximo ano letivo, daremos continuidade a este projeto, alargando a nossa plantação de aromáticas para consumo da nossa cantina, continuando com novas experiências e utilidades para este tipo de plantas.
Quem teria dito isto? Um grande britânico – Winston Churchill.
Tudo vale a pena...
Insólito é também não serem membros fundadores nem da CECA nem da CEE. Qual será a justificação? Talvez os princípios que orientam as decisões. Em vez de se privilegiar a paz, a segurança e a liberdade, que tanto se apregoa, dá-se primazia exclusiva ao princípio económico.
JULIETA FERREIRA
Estaremos a pensar e a decidir bem?
*EMBAIXADOR SÉNIOR DA ESCOLA EMBAIXADORA DO PARLAMENTO EUROPEU
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O ano letivo chegou ao fim. Muitas foram as mudanças, encontros e desencontros (mais desencontros), mas nesta turma verificou-se que nada nos trava quando queremos andar para a frente. A maioria dos alunos aprendeu tanto, e, em algumas coisas, atrevo-me a dizer mais, do que se estivesse na escola fisicamente. Houve partilhas, jogos, pequenas brincadeiras e algum suor.
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Opinião
Para além do “Leandro, Rei da Helíria”, de Alice Viera
A minha opinião sobre as injustiças sociais “Será que eu sonho? Será que eu choro? Será que é sangue igual ao deles o que me escorre das costas quando apanho chibatadas por alguma inconveniência que disse? Que sabem eles de mim? Nem sequer o meu nome eles conhecem. Pensam que já nasci assim, coberto de farrapos, e que «bobo» foi o nome que me deu minha mãe. (Pausa) Se é que eles sabem que eu tenho mãe, e pai, e que nasci igualzinho ao rei, ao conselheiro, a todos os nobres deste e doutros reinos.” (Bobo, cena I, ato 1). Sim, as injustiças sociais continuam presentes no nosso dia a dia. Atualmente, vemos nas notícias alguns alunos que não têm acesso à internet para poderem acompanhar as aulas virtualmente. É um exemplo, mas há outros tipos de injustiças sociais. A desigualdade de género, a desigualdade racial, os sem-abrigo e as crianças que têm que trabalhar para sustentar as famílias também são exemplos de injustiças sociais. Também os diferentes estratos sociais são a causa de muitas injustiças, porque as classes mais baixas não têm acesso aos mesmos bens que as classes mais altas. Mas, e para concluir, o que mais me preocupa são as crianças que são prejudicadas por qualquer tipo de injustiça social, pois todas têm o direito à igualdade enquanto seres humanos. Leonor Marques Martins, 7ºB (EBS)
Neste discurso que dirige à plateia, o Bobo reflete e faz-nos refletir sobre a injusta diferença entre as classes sociais. Enquanto o rei se preocupa com os seus sonhos, o Bobo é explorado e tem de se preocupar em trabalhar para não ser castigado. Achas que, atualmente, continuam a existir injustiças sociais? Os alunos das turmas A e B deram a sua opinião.
Injustiça social é quando dois indivíduos semelhantes recebem tratamentos diferentes. A injustiça social é uma consequência da desigualdade social. Este é um tema que me preocupa porque ainda afeta a sociedade atual. Há vários exemplos de injustiças sociais… Começo por falar da desigualdade de género: não é por sermos mulheres que temos sempre de fazer as tarefas domésticas, não é por sermos homens que não podemos chorar, não é por sermos mulheres que temos de ganhar menos do que um homem no mesmo emprego, não é por sermos homens que temos de ser fortes, não é por sermos mulheres que não temos direito à educação… Por isso, o movimento feminista é importante para estabelecer a igualdade de direitos entre homens e mulheres. A perseguição das minorias é um outro exemplo e, infelizmente, 18
apesar de ter sido a causa de milhões de mortes na 2ª Guerra Mun dial, ainda continua a ser uma realidade nos nossos dias. A cor, a raça, os gostos e orientações não podem ser motivo de gozo ou violência! Finalmente, considero também que o ensino à distância neste tempo de pandemia tornou visíveis desigualdades sociais, já que nem todos os alunos têm acesso ao computador e à internet para acompanharem as aulas, logo estes vão ficar prejudicados. Isto é injusto. O Bobo, na obra “Leandro, Rei da Helíria”, usa as palavras certas para denunciar a injustiça da injustiça social, já que o sangue que corre nas veias é igual em todos os seres humanos, logo todos devíamos ser tratados com o mesmo respeito e ter as mesmas oportunidades. Sara Vicente, 7ºA (EBS)
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Inglês
Halloween Postcard Contest
As part of the Halloween festivities, the English teachers of EBS Miranda do Douro School promoted a Halloween Postcard Contest.
The postcards were exhibited during two weeks. English and Art teachers were part of the jury. The winning postcard was that of stu-
dent no. 16, 9th grade, class A, Miguel Martins! Congratulations Miguel!
CHRISTMAS CRACKERS The students of the 9th grade class A made these CHRISTMAS CRACKERS. They “stuffed” the crackers with a chocolate lollipop, paper confetti and of course a very “bad” Christmas cracker joke (e.g., -What do Elves learn at school? – The elf-abet J) . A cracker may also contain a paper crown. Traditionally, a Christmas Cracker is placed next to each plate on the Christmas dinner table and during the dinner the British usually wear a paper crown. Unfortunately my students´ crackers did not end up on the Christ-
mas dinner table because they have a sweet tooth and pulled the crackers at school.
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História
Vandalismo e as Invasões Francesas FERNANDO PEREIRA
Propus-me discorrer sobre vandalismo numa região correspondente ao distrito de Bragança, já que conheço grande parte das aldeias, vilas e cidades que o compõem, e, principalmente, porque acredito no “poder” dos estudos regionais como elementos sine qua non para a concretização de estudos de carácter nacional ou outros. Se extrair os desastres provocados por conflitos militares, não se conhecem formas de vandalismo propositadas no património edificado. É certo que, paralelamente a este tipo de destruição, há casos de desleixo, de abandono voluntário ou involuntário, alguns dos quais motivados pela falta de investimentos para a recuperação. Acontece tanto com os edifícios privados como com os públicos. Neste caso, estou a falar muito especificamente das antigas estações da CP, agora abandonadas e com utilizações abusivas, ao mesmo tempo que vão surgindo alguns atos de vandalismo, tanto no que toca aos elementos decorativos como aos estruturais.
na ausência ou presença de um motivo. Neste artigo, usaremos o termo “vandalismo” e mais precisamente do vandalismo associado às guerras com Espanha e às Invasões Francesas. Não poderemos passar à abordagem do que foram as Invasões sem fazermos antes uma breve alusão à destruição feita pelos espanhóis em terras de Bragança, por efeitos da Guerra da Sucessão e da Guerra dos Sete Anos.
Por parte das autarquias tem-se feito um esforço na tentativa de captar dinheiros públicos para recuperar alguns elementos edificados. Por parte dos privados tem havido uma intenção recuperadora e, em muitos casos, já estão integrados no Turismo Rural, muito solicitado e uma boa fonte de rendimento para quem investiu. Desta forma, o edifício voltou a ter vida.
A primeira notícia que nos surge, para esta região, é a da invasão feita pelas tropas castelhanas durante a Guerra da Sucessão (1704-1713). O pior resultado deste conflito foi ter-se perdido a cidade de Miranda do Douro no ano de 1710, só se tendo recuperado no ano seguinte. O bispo D. João Franco de Oliveira, em relato enviado ao papa Clemente XI, descreve o cenário como vandálico, sem qualquer tipo de escrúpulos nem respeito para com locais nem pessoas: “em 1710, Miranda foi ocupada pelas tropas castelhanas... militares de Castela nem pouparam os lugares sagrados. Da igreja catedral somente deixaram uma cruz de prata e um grande vaso do mesmo metal. Das outras igrejas levaram lâmpadas, turíbulos e cruzes de prata e grande quantidade de dinheiro que aos povos pediram como feudo… em Algoso partiram o sacrário, deitaram por terra as partículas consagradas e levaram os vasos de prata em que estavam. Despedaçaram a imagem do crucificado e partes dela foram encontradas pelos caminhos. Trataram indecente e sacrilegamente as imagens de Nossa Senhora, conver-
O termo “vandalismo” anda associado à Revolução Francesa e mais especificamente ao Abade Grégoire, que, diz-se, inventou o termo, no entanto, o termo já era conhecido em Inglaterra desde o século XVII para designar uma conduta bárbara. Outra terminologia que lhe anda associada é a iconoclastia e os que a praticam, os iconoclastas. Tanto um termo como o outro viram o seu campo semântico alargado. O significado de iconoclastia passou da destruição de imagens religiosas, para destruição de quaisquer imagens e obras de arte e por vezes pode ser conotada com radicalismo e “vandalismo”. Para além de designar a destruição de obras de arte e monumentos, passou a abranger a destruição de qualquer objeto. A razão da utilização de um termo ou outro está 20
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História Com as Invasões Francesas, o interior não foi tão massacrado e, como se diz na gíria popular, por vezes “há mal que vem por bem”, é que não havia acessos que permitissem a passagem de um exército desde o centro para o interior, o ataque a darse teria que vir da fronteira com Espanha o que não chegou a acontecer mas, pelo sim pelo não, houve necessidade de proceder à defesa de alguns pontos estratégicos.
teram alguns templos em estábulos e tomaram tudo como penhor das igrejas, que tudo permanece no reino de Castela porque os povos consternados não puderam resgatar a prata das igrejas”. Esta atitude para com os templos e para com os recheios dos mesmos será inúmeras vezes repetida quando lermos outros relatos respeitantes às invasões francesas. Vandalismo e roubos em pé de igualdade! Em 1762, estalou a guerra dos Sete Anos. Nessa altura Portugal pretendia manter-se neutro na rivalidade que opunha a França e a Espanha à Inglaterra. Miranda foi cercada pelos espanhóis e acabou por sucumbir ao fim de três meses, sendo tomada no dia 9 de maio de 1762. No dia anterior uma forte explosão, no paiol da pólvora, arruinou completamente a 1
A 19 de novembro, o exército entrou em território português. Para além das tropas francesas, entraram em Portugal mais três divisões espanholas submetidas ao comando sutorre de menagem e fortificações de premo de Junot. defesa da praça, o que tornou imposJosé Acúrcio das Neves deixousível a sua resistência. Nestas ruínas nos a frase que tanto procurávamos: pereceram cerca de quatrocentas “… A província de Trás-os-Montes foi pessoas. A principal destruição do ainda mais feliz porque não conheceu património imóvel acontece no sécu- franceses nem espanhóis; o que prolo anterior às Invasões. cedeu talvez de terem discordado Durante as Invasões, tanto soldados como oficiais e os próprios comandantes, Junot, Soult e Massena, têm um conotação vandálica. Muitas obras de arte foram engrossar o espólio privado dos invasores. Outras terão sido encaminhadas para os museus de França2. Luís Georges Bréquigny, desde a última década do século XVIII, tinha como meta criar uma rede de museus por toda a França. Napoleão, mais tarde, irá concluir este grande projeto para o qual a Revolução e a Guerra deram o seu grande contributo.
Junot e Taranco a respeito do governo dela. Ambos expediam ordens para essa província, mas chegavam frias porque nenhum a ocupou com as suas tropas apenas alguns pequenos destacamentos de espanhóis entraram a pretexto de procurarem desertores” (com esta frase pomos fim a uma série de mal-entendidos no que toca à presença de franceses nesta zona do país. Uma simples frase repõe a verdade sobre um assunto nada dignificante para uma freguesia e de modo geral para uma região)1.
nome veio mais tarde a ser associado aos franceses, e daí atribuírem às mulheres de Malhadas a prática horrorosa e tão vexatória que aconteceu em grande parte do país. Claro que quem largava o insulto fugia a bom fugir, não fosse voar pedra certeira! Hoje em dia, parece que os ânimos já não andam tão exaltados, mas do nome não se livram! Sem razão, é claro!
Se os franceses não estiveram, presencialmente, por estas ban-
das, as mulheres e raparigas não se livraram da chacota que ainda hoje-em-dia lhe fazem os habitantes das redondezas ao chamarem-lhe TODAS. Este nome é considerado um ultraje para as mulheres de Malhadas. Isto porque na igreja da freguesia, o general Lescort, quando da sua passagem a fazer um recenseamento da população, decidiu escrever nas portas GEN LECORT, 1813 . Este
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Leituras
Adeus, Luis Sepúlveda! Regressado ao Chile após o exílio, o autor continuou a escrever, publicando obras como Mundo no Fim do Mundo , Patagónia Express, Diário de um Killer Sentimental, Encontro de Amor num País em Guerra, As Rosas de Atacama, Os Piores Contos dos Irmãos Grimm, O fim da história, entre outros.
Escritor chileno, Luis Sepúlveda nasceu a 4 de outubro de 1949, em Ovalle, uma pequena aldeia no Norte do país. Os seus pais eram menores e haviam fugido juntos mas, perseguidos pelas autoridades, chegaram por fim a uma hospedaria onde a sua mãe deu à luz o fruto dessa aventura de amor. Luis Sepúlveda começou a escrever contos e poesia quando frequentava o Liceu de Santiago do Chile. Ingressou nas fileiras da Juventude Comunista chilena em 1964. Em 1969, publicou Crónicas de Pedro Nadie, compilação de contos que lhe valeu o Prémio Literário da Casa das Américas. Em 1970, conseguiu um diploma em Encenação Teatral, atividade que começou a exercer, dedicando também parte do seu tempo à política, à direção de uma cooperativa agrícola e à locução de programas de rádio.
Em 1973, tornou-se militante do Partido Socialista, chegando a fazer parte da segurança pessoal de Salvador Allende. Era ainda um estudante quando, nesse mesmo ano, o General Augusto Pinochet, um ditador, chegou ao poder. Aprisionado, Sepúlveda foi julgado por um tribunal militar em fevereiro
de 1975, e acusado de traição à pátria e conspiração, entre outros crimes. Escapando à pena de morte, habitual em casos semelhantes, foi condenado a vinte e oito anos de cadeia. Encarcerado em Temulo, estabelecimento prisional político, conviveu com alguns dos mais de trezentos professores universitários que Pinochet tornou cativos. Em 1977, graças à persistência da Amnistia Internacional, viu a sua pena ser comutada para oito anos de exílio (expulsão da sua pátria) na Suécia. Viajou e trabalhou no Brasil, Uruguai, Paraguai e Peru. Viveu na Amazónia durante oito meses. O motivo foi bom. E o resultado ainda melhor. Isto porque se inspirou na convivência com os índios de etnia shuar, com quem viveu durante esses meses na selva amazónica, para escrever O Velho que Lia Romances de Amor (1989), consolidando a sua carreira enquanto escritor. O livro alcançou um feito raro – foi um sucesso comercial e foi aclamado pela crítica simultaneamente – e preconizou os temas que caracterizam a escrita de Sepúlveda: o amor pela natureza, a luta pela justiça e o valor (e igualdade) da vida humana.
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Além de livros para adultos, Luis Sepúlveda tem vários livros publicados para os mais novos. E o amor pelos animais é um dos traços da literatura infanto-juvenil deste autor. Em História de Um Cão Chamado Leal, inspirou-se na história de um menino mapuche que ficou sem o seu melhor amigo porque a polícia considerou que um miúdo pobre não poderia ter um pastor alemão (e, como tal, o cão devia ter sido roubado). Já História de Um Caracol que Descobriu a Importância da Lentidão surgiu a partir de uma pergunta do neto sobre a razão pela qual os caracóis andam devagar. Escreveu também História de uma Gaivota e do Gato que a Ensinou a Voar (1996) e História de um gato e de um rato que se tornaram amigos (2012). Depois de viver em Hamburgo (Alemanha) e Paris, fixou a sua residência em Gijón, Espanha. Em 2016, recebeu o Prémio Eduardo Lourenço. Muito recentemente, entre 18 e 23 de fevereiro de 2020, esteve em Portugal para participar no Festival Correntes d’Escritas, na Póvoa do Varzim. A 29 de fevereiro, foi diagnosticado com Covid19, naquele que seria o primeiro caso de infeção nas Astúrias, e consequentemente internado no Hospital Universitário Central de Astúrias, onde veio a falecer a 16 de abril.
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Leituras
O velho que lia romances de amor Uma história de amor pela Natureza HELENA RODRIGUES
Este pequeno livro de Luis Sepúlveda encerra nas suas páginas uma história de amor pela Natureza, de gosto pela leitura e de repulsa à sobre-exploração de recursos e ao menosprezo por parte dos Homens em relação aos bens mais preciosos do nosso planeta: as florestas e a sua biodiversidade.
nante e profundamente verde, que nos insere nas entranhas da Amazónia. Este livro foi-me muito elogiado por um professor, que mo indicou como um must-read e uma experiência incrível de imersão numa cultura muito diferente da nossa. "O velho que lia romances de amor" é, de facto, isso e muito mais. Apaixonei-me, desde o início, pelo prefácio, no qual o autor narra a sua experiência na selva Amazónica em que se inspirou para este romance. A linguagem simples, o estilo atual, as palavras certas, as ideias-base e a sua expressão são cativantes e aconchegam o leitor. A situação que dá início à história é inesperada, a ação tem picos de adrenalina intercalados com uma calma tropical, as descrições são realistas e permitem-nos visualizar o que é narrado como se se tratasse de um filme. O conhecimento que o autor revela em relação às tribos da Amazónia e aos seus recantos é impressionante, e esse saber é-nos transmitido através de todas as letrinhas, que sintetizam o coração da floresta Amazónica e dos que lá habitam (quer humanos, quer animais). Por último, mas de modo nenhum menos importante, é um livro com uma forte mensagem ambiental, alertando-nos para a avassaladora desflorestação e destruição de habitats que o Homem tem levado a cabo a um ritmo terrível, deixando sequelas na vida de tantos seres. Com frases curtas e poderosas que fazem arder no peito a revolta, Sepúlveda capta a urgência do combate à sobre-exploração de recursos e à redução desmesurada da biodiversidade.
A narração inicia-se com mais uma visita do dentista Rubicundo Loachamín a El Idilio, uma pequena povoação no seio da Amazónia. Somos apresentados ao Velho a que se refere o título quando o dentista o encontra no cais para lhe entregar mais alguns romances de amor, de que Antonio Jose Bolívar Proaño (o Velho) tanto gostava. A conversa entre os dois é interrompida pela chegada do administrador de El Idilio, também conhecido por "A Babosa" (devido ao facto de suar abundante e continuamente) e pela notícia da morte de um "gringo", que tinha matado cinco crias de onça. É sob a ameaça dos ataques vingativos da onça fêmea que se desenrola a ação do livro, intrinsecamente ligado ao poder da astúcia animal e à força da Natureza, que o Homem se esforça por subjugar. Numa analepse, conhecemos a história de Antonio, o seu casamento com Dolores Encarnación del Santísimo Sacramento Estupiñán Otavalo, a dificuldade em conceber um filho, a vinda para a floresta e a morte de Dolores, vítima das febres da malária. Depois de enviuvar, Antonio Proaño adota o modo de vida dos shuar, "era como se fosse um deles, mas não era um deles". Graças aos ensinamentos dos shuar, o Velho conhece a floresta como a palma da sua mão, todos os seus ruídos, perigos e os comportamentos dos animais, e é por isso um dos escolhidos para colaborar na caça à onça enfurecida. Um livro tocante, emocio-
Um livro curto, acessível e que vale mesmo a pena. 23
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Leituras
Cuidado com a língua!
Uma historia de perseverança
ELISABETE BARROSA
BEATRIZ RAIMUNDO
A “caça ao erro” continua…! Divulgamos mais algumas das descobertas dos nossos “caçadores de erros”, muito atentos ao que leem e ao que ouvem, participando assim neste desafio cujo objetivo é alertar para a necessidade de saber escrever e pronunciar bem a nossa língua - a língua portuguesa . Assim, não se correrá o risco de ser “apanhado”!
A “História de uma gaivota e do gato que a ensinou a voar”, de Luis Sepúlveda, é, sem dúvida, uma obra ecológica porque é um alerta para os perigos da poluição para todo o meio ambiente. A irresponsabilidade dos homens com a ânsia do poder económico coloca em risco a sobrevivência dos animais, das plantas e da própria espécie humana.
Participa tu também nesta “caça ao erro” e envia os “melhores erros” para elisabete.barrosa@gmail.com
Queria dizer
Para além disso, é uma história divertida onde diferentes espécies de animais convivem com harmonia, espírito de entreajuda e com um certo humor resolvem as dificuldades.
SALSICHAS??
Posso ainda acrescentar que é uma obra agradável de ler, escrita de forma simples, com personagens que cativam e nos levam para dentro da história. Também tem momentos tristes, como quando a Kengah morre, ou quando, no final, Zorbas chora de saudades. É também uma história de perseverança: para se conseguir algo tem de se tentar e insistir, apesar das dificuldades. O Zorbas conseguiu ensinar a gaivota a voar e não era tarefa fácil!: “Nunca se voa à primeira tentativa, mas vais conseguir. Prometo-te.” Finalmente, acho que também estão presentes outras mensagens relacionadas com aquilo que os homens deviam ser e não são, por exemplo honrar os compromissos assumidos, ser solidários, sensíveis aos problemas dos outros, leais e amigos. Devíamos ser todos um pouco como o Zorbas, sensíveis e destemidos, responsáveis e de bom coração, para fazer do mundo um lugar melhor.
Queria dizer PEPINO???
“Higienização” e
Em suma, a “História de uma gaivota e de um gato que “distanciamento” a ensinou a voar”, de Luís Sepúlveda, é uma obra que se não têm acento!! deve ler, pois é uma história de vida, de várias vidas que se cruzam com o único objetivo do bem comum: “Vamos todos. Os problemas de um gato do porto são problemas de todos os gatos do porto”. Fala-se de animais, mas, na verdade, as mensagens transmitidas são para os humanos. 24
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Leituras
“Miúdos a Votos - qual o livro mais fixe?”
Este ano, foi assim…
Foram estes os livros candidatos na EBS de Miranda do Douro e a campanha estava “a todo o vapor” quando, no dia 13 de março, tivemos de confinar por causa da situação de pandemia por Covid19.
do 7º e do 9º anos) e os “Gângsters” (alunos da turma A do 7º ano) deram o seu melhor na defesa dos livros candidatos durante a campanha, mas só um podia ser o vencedor! Na nossa escola, o livro mais votado, no 3º ciclo, foi “O Principezinho”, mas a nível nacional os resultados foram outros, tendo sido “O Diário de Anne Frank” o livro vencedor.
“Os Principezinhos” (alunos das turmas A e B
Podes rever alguns dos meios de campanha dos nossos alunos nesta iniciativa nacional, aqui: https://padlet.com/elisabetebarrosa/ MV2020 “Miúdos a Votos- qual o livro mais fixe?” é uma iniciativa da Visão Júnior e da Rede de Bibliotecas Escolares, promovida pela Biblioteca Escolar e pelos professores do Agrupamento de Escolas de Miranda do Douro, que permite o desenvolvimento de competências de leitura e de comunicação oral e escrita, a criatividade e a consciência cívica. 25
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Banda Desenhada
DIA DE TAROWEAN de Rubén Pellejero / Juan Díaz Canales Edição: Geomais, 2019 ANTÓNIO SANTOS
Após o lançamento da fabulosa obra A Balada do Mar Salgado, em 19671969, em Itália, na revista Sgt. Kirk, os leitores de Hugo Pratt interrogavam-se sobre as circunstâncias que tinham levado Corto Maltese a encontrar-se atado a uma jangada à deriva no mar, ao largo da ilha La Escondida., no Pacífico sul. Cinquenta anos depois, graças à dupla Pellejero / Díaz Canales, com a publicação de Dia de Tarowean, em novembro de 2019, podemos finalmente compreender um dos mais célebres mistérios do Pacífico. De facto, esta obra é uma espécie de prequela, situando-se num tempo da narrativa imediatamente anterior à Balada do Mar Salgado. Evidenciando um grande trabalho de pesquisa e um excelente conhecimento da obra de Pratt, o responsável pelo argumento, Juan Díaz Canales, delicia-nos com mais uma aventura de Corto Maltese, talvez a melhor das três que já realizou.
As aventuras de Corto Maltese surgem em 1967 na obra já citada de Hugo Pratt, e logo conquistaram milhões de seguidores em todo o mundo. Trata-se de um aventureiro romântico, filho de um marinheiro da Royal Navy e de uma cigana de Sevilha, que traçou com uma navalha a própria linha do destino, e cujas aventuras podemos acompanhar, um pouco por todo o globo, em busca de um tesouro escondido, de um amigo… ou de uma causa perdida que é necessário defender. 26
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julho de 2020
Banda Desenhada
Curiosamente, Tarowean significa o dia das surpresas, o dia de todos os santos, e é precisamente no dia 1 de novembro de 2019 que é apresentada a obra em Portugal, no festival de BD da Amadora. Outras obras de Corto Maltese:
Nas palavras de Pedro Cleto, «Este álbum é uma sublime surpresa, um conjunto de pequenas histórias, de paixões e vinganças, de castigos e coincidências, de encontros tardios e reencontros condenados ao afastamento…». As aventuras de Corto Maltese não poderiam estar em melhores mãos. A não perder! 27
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Mais um ano, mais uma visita de estudo a Lisboa, Sintra e Mafra. No âmbito das disciplinas de Português e História e do «Clube da Ciência», organizou-se uma visita de estudo a Lisboa, Sintra e Mafra, com os alunos das turmas A, B e E do 12.º ano, nos dias 27, 28 e 29 de fevereiro de 2020.
redores do Museu Nacional de Arte Antiga e apreciámos as maravilhas que lá se encontram. Ainda tivemos tempo, no final da tarde, de visitar o Mosteiro dos Jerónimos. Sábado, dia 29, foi de grandes emoções, pois, de manhã fizemos uma visita guiada ao romântico Palácio da Pena e, de tarde, logo depois do almoço, visitámos, também com um guia, o Palácio/Convento de Mafra.
Depois da longa viagem de autocarro, na tarde do primeiro dia, percorremos a «cidade de Pessoa», orientados por técnicas da Casa Fernando Pessoa. No segundo dia, de manhã, visitámos o Pavilhão do Conhecimento, graças ao financiamento do projeto «Clube da Ciência da Rede Ciência Viva». De tarde, percorremos os cor-
Tendo cumprido tudo o previsto, regressámos a casa, mais ricos pelas experiências vividas. Aqui deixamos alguns registos fotográficos.
No autocarro cedido pelo Município.
Na «Cidade de Pessoa».
No Pavilhão do Conhecimento.
Nos Jerónimos.
No Palácio / Convento de Mafra
No Museu Nacional de Arte Antiga 28