O Calçadista Ano I - nº 02 - jan/fev/mar 2013
www.ocalcadista.com.br
Produção e Vendas
Expectativa positiva para Ano I - nº 02 - 2013
2013
Preview do Couro
Inverno luminoso
Verão 14 Miscigenação de raças é fonte de inspiração
ExpoRiva Schuh Cada vez mais internacional
Varejo
Lojistas discutem cronograma de entregas
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o calçadista
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sumário
O Calçadista O Calçadista ANO I - Nº 02 - JAN/FEV/MAR 2013
WWW.OCALCADISTA.COM.BR
Produção e Vendas
Expectativa positiva para Ano I - nº 02 - 2013
2013
Preview do Couro
Inverno luminoso
Preview Couro Inverno 14 Inspirações, cores e texturas
Pesquisa revela comportamento 20 Mercado do Varejo
ExpoRiva Schuh Cada vez mais
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VAREJO
Lojistas discutem cronograma de entregas
CAPA Produção deve reagir em 2013
Verão 14 Conceitos e direcionamentos
Os desafios do novo 28 Entrevista presidente da ABLAC
internacional
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Verão 14 Miscigenação
de raças é fonte de inspiração
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Ano I - Número 02 - jan/fev/mar 2013
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Franquia Você está preparado para ser um franqueador?
Brasileiros na 40 Internacional ExpoRiva Schuh Memoria Exposição de sapatos 46 exóticos em NY Nova Serrana 48 Estratégia diversifica produção
50 Estratégia Delivery de calçados de luxo SEÇÕES 10 Em Dia 25 Na Estante 34 Vitrine 44 Novidade
ARTIGOS 24 Produção 36 Gestão
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O calçadista
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carta ao leitor
Um passo de cada vez Nestes tempos em que a indústria enfrenta forte desaceleração, todos esperam que, se houver crescimento em 2013, ele possa ser não tão expressivo , mas que ajude a reconquistar a confiança de um mercado forte e em recuperação. Em contato com muitos empresários, a sensação é de que as coisas estão melhorando, as cotações já voltaram a ser feitas e o mercado está muito mais animado. Fica, porém, a desconfiança do que vem por aí - e acho que este é o maior dos problemas que enfrentaremos, a resistência em acreditar que as coisas tendem a melhorar. Acredito que este ano será bom para o mercado em geral, mas que os empresários darão um passo de cada vez, fazendo seus planejamentos a curto prazo até se sentirem confiantes para voos mais altos. Parece que o avião embicou novamente para cima e as noticias já são bem melhores que em 2012. Então, vamos voar o mais alto que pudermos ou acreditarmos que possamos ir. Sempre dando um passo de cada vez. Tenha uma boa leitura e faça grandes negócios
Júlio César G. Mello
Diretor Geral Revista O Calçadista. juliocesar@ocalcadista.com.br
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editorial
Atenção plena
Depois de dois anos seguidos de queda na produção, decorrente de entraves como concorrência dos importados e crise mundial, sobretudo nos Estados Unidos, União Europeia e Argentina, a indústria calçadista brasileira pode ter um pequeno avanço em 2013, mas ainda não atingirá os patamares de 2010 – ano em que o consumo – e a produção - se elevou de forma atípica. Além de investir em valor agregado e acompanhar os direcionamentos de moda das estações, a indústria, no mercado interno, tem acertos a fazer com seus clientes lojistas no que se refere às épocas em que as novas coleções chegam às vitrines, conforme mostra levantamento feito no varejo, publicado nesta edição. Há outros ajustes a serem feitos ainda, como a uniformização dos tamanhos dos calçados em relação ao calce, como citado pelo novo presidente da Ablac, Antoniel Marrachine Lordêlo, em entrevista exclusiva. No mercado externo, Argentina começa a
O Calçadista Diretor-Geral - Júlio César Mello juliocesar@ocalcadista.com.br Diretora de Relações com o Mercado Bernadete Pelosini bernadete@ocalcadista.com.br Diretora de redação - Vera Campos (MTb 12.003) redação@ocalcadista.com.br Editora de Arte - Marisa Corazza Colaboraram nesta edição: Aluisio Ávila, Camila Guesa, Gustavo Campos, Natalia Gela (textos)
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dar sinais de flexibilização de suas barreiras protecionistas, o que resolve, em parte, os entraves à exportação àquele país e deixa os empresários brasileiros da área de calçados respirar mais aliviados. Continua firme também a busca por novos mercados. China, Rússia e África do Sul estão na mira do Brazilian Footwear, entidade que promove as indústrias calçadistas brasileiras no exterior. Quatorze delas estiveram, em janeiro, com estandes próprios na ExpoRiva Schuh, em Riva Del Garda, na Itália, feira que apresentou o preview das coleções do outono/inverno 2013/14. A revista O Calçadista procura acompanhar de perto todas essas movimentações do mercado, bem como as inovações tecnológicas e necessidades do setor. Essa é a nossa missão, para bem servi-los. Boa leitura
Vera Campos
Diretora de Redação redação@ocalcadista.com.br
Internet - Mulisha - rafael@mulisha.com.br Financeiro - Mauro Gonçalves financeiro@ocalcadista.com.br Publicidade comercial@ocalçadista.com.br Executivos de Negócios Leandro Galhardi leandro@ocalcadista.com.br Impressão -Uniongraph Gráfica e EditoraTiragem - 10.000 exemplares. Distribuição Nacional O Calçadista é uma publicação trimestral
da Impressão Editora e Publicidade Ltda., distribuída aos empresários da indústria de calçados. É vedada a reprodução total ou em parte das matérias desta revista sem a autorização prévia da editora. Todas opiniões e comentários dos articulistas e anunciantes são de responsabilidade dos mesmos. Redação - Rua Teodureto Souto, 208, Cambuci – São Paulo – SP. CEP: 01539-000 - Fone: (11) 2769-0399
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em dia
Senai coordenará 38 Institutos de Tecnologia até 2018
Promovendo setor calçadista paraibano
Com o objetivo de destacar o Nordeste e a Paraíba, o Gira Calçados 2013 terá vasta programação em sua segunda edição. Marcado para 4 a 6 de junho, o evento será palco para a indústria calçadista nordestina apresentar a coleção Verão 2014 num ambiente referenciado para a rodada de negócios. “Nesta segunda edição, o evento pretende surpreender ainda mais os empresários participantes, promovendo o acesso a negócios de qualidade, além de oportunizar a busca pelas novas tecnologias em máquinas e componentes. Ainda pensamos na capacitação empresarial, importante para o desenvolvimento intelectual dos participantes”, explicou a gestora do projeto de Calçados, do Sebrae Paraíba, Éricka Vasconcelos.
Fórum de Inspirações De março a junho, 24 cidades receberão o pré-lançamento do Fórum de Inspirações Inverno 2014, com palestra sobre os direcionamentos da temporada, exposição de 650 lançamentos de componentes (couros, fivelas, laços, pedrarias, solados, cabedais, materiais sintéticos entre outros aviamentos e componentes), realização de oficinas de criação e distribuição de encartes com indicações do Preview Verão 2015. A realização é da Assintecal, FootwearComponents by Brasil, Abicalçados e CICB com apoio do ABEST, ABIT, TEXBRASIL, IBGM, In-mod e Instituto By Brasil. A pesquisa e desenvolvimento de materiais são coordenados pelo designer Walter Rodrigues e pelo Núcleo de Design da Assintecal Confira a agenda: Caxias do Sul (RS)- 05 de março; Novo Hamburgo (RS) - 14 de março; São Paulo (SP) – até o fechamento desta edição a data ainda não havia sido confirmada; Americana (SP) - 10 de abril; Franca (SP) - 16 de abril; Presidente Prudente (SP) - 18 de abril; Jaú (SP) - 23 de abril; Belo Horizonte (MG) - 11 de abril; Divinópolis (MG) - 25 de abril; Rio de Janeiro (RJ) - 07 de maio; Maringá (PR) - 09 de maio; Nova Serrana (MG) - 14 de maio; Uberlândia (MG)- a confirmar data; Caruaru (PE) - 15 de maio; São João Batista - 21 de maio; Goiânia (GO) - 24 de abril; Birigui (SP) - a confirmar data; Campina Grande (PB) - 04 de junho; Teresina (PI) - 05 de junho; Juazeiro do Norte (PB) - 06 de junho; Cuiabá (MT) - a confirmar data; Blumenau (SC) - a confirmar data; Fortaleza (CE) - 18 de junho; Belém (PA) - 20 de junho. O Inspiramais – Salão de Design e Inovação de Componentes está marcado para os dias 10 e 11 de julho, no Centro de Convenções Frei Caneca, em São Paulo.
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país vizinho. A anulação das licenças não-automáticas era um desejo de empresários brasileiros, que viam nas normas uma forma de protecionismo. As travas fizeram as exportações brasileiras para a Argentina caírem 20% de janeiro a outubro de 2011, enquanto as importações de produtos argentinos caíram 5%.
FotoS: Divulgação
Barreiras derrubadas
O governo da Argentina eliminou, no final de janeiro, as travas para importação de calçados. A medida facilita o processo de entrada de produtos com licenças não automáticas, mas não se aplica aos que necessitam de Declaração Juramentada Antecipada de Importação (DJAI), que continuam a sofrer com a burocracia do
Indicação de Procedência
O Projeto da Indicação de Procedência “Franca SP, A Cidade do Calçado” vai de vento em popa. O movimento municipal de fortalecimento e visibilidade permanente de Franca como tradicional centro produtor de calçados do Brasil e do mundo reúne esforços de empresas calçadistas, organizações empresariais e laborais, poder público, escolas, lideranças e organizações comunitárias. Na segunda quinzena de fevereiro, um encontro entre parceiros serviu para alinhar detalhes sobre o andamento do projeto e formar grupos de trabalho: Festa do Calçado, Roteiro de Compras, Exposição de Fotos e Centro Cultural Calçadista. O intuito é que, com isso, os participantes tenham foco e conheçam em que parte do projeto dedicarão suas forças.
Lei do Couro
Afirmar que determinado produto é feito em “couro sintético” ou “couro ecológico” é considerado crime no Brasil. A expressão “couro legítimo” é igualmente proibida por Lei. Os produtos devem ser identificados apenas como couro, desde que seja realmente esse o produto utilizado. A Lei 4.888 existe desde 1965, mas ainda é desconhecida por muitos. Para divulgá-la junto à indústria e à população, o Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB) promoverá uma série de ações durante o ano. A infração constitui crime de concorrência desleal previsto no artigo 195 do Código Penal, cuja pena é a detenção do infrator de 3 meses até 1 ano, ou multa.
Crédito presumido
Entre fevereiro e maio deste ano, os fabricantes gaúchos de calçados terão crédito presumido de 2% sobre as operações interestaduais realizadas a 12%, o que representa redução na alíquota de 16,6%. A intenção do governo estadual é aumentar a competitividade das empresas gaúchas em período de alto volume de negócios. Em valores reais, o incentivo equivale a cerca de R$ 30 milhões. “É uma medida inteligente, que pode impactar na formulação do custo e melhorar as vendas. Se tivermos desempenho regular, já poderemos atender à expectativa do Governo”, declarou o diretor executivo da Associação Brasileira de Indústria de Calçados (Abicalçados), Heitor Klein.
Incentivo ao consumo
“Calçado, o Melhor Presente” é o nome da campanha que a Associação Brasileira de Lojistas de Artefatos e Calçados (Ablac) realiza em parceria com outras entidades setoriais, veículos de comunicação e promotoras de feiras com intenção de incentivar o consumidor a dar calçado de presente em todas as datas promocionais e faça crescer o consumo no Brasil. Para divulgar a campanha, os parceiros colocam em seus materiais os selos dos segmentos (feminino, masculino, infantil e esportivo) que integram a ação. “Sugerimos que indústrias e lojas façam uso do selo da campanha em impressos, embalagens, anúncios etc”, afirma o presidente da Ablac Antoniel Marrachine Lordêlo.
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verão 2014
Saiba como explorar os vestígios, manifestações e expressões culturais da multiplicidade de raças que compõem o povo brasileiro, baseado em pesquisas do Núcleo de Design da Assintecal 12
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Fotos: Divulgação
Miscigenação de raças é fonte de inspiração
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miscigenação brasileira é o eixo para o desenvolvimento das coleções de calçados, confecções, bolsas, cintos e outros produtos de moda para o verão de 2014. Cores, tramas, geometrias, camadas, sobreposições, barroco, franjas, rendilhados, pin-ups, transparências são algumas das referências europeias, indígenas e africanas que revelaram a plataforma de apresentação do Fórum de Inspirações, apresentado em janeiro no Salão Inspiramais, em São Paulo. Walter Rodrigues, o coordenador do Núcleo de Design da Associação Brasileira de Empresas de Componentes para Couros, Calçados e Artefatos (Assintecal), detalha como foram explorados os vestígios, manifestações e expressões culturais dessa multiplicidade de raças para gerar as criações da estação quente de 2014. “A ideia é de vestir o verão com a multiplicidade das raças, culturas e os sentimentos que a envolvem”, diz Rodrigues. Segundo ele, o Brasil de contrastes, de mil caras e cores, de exuberante natureza e de sorrisos hospitaleiros é o laboratório de ideias e o caminho a percorrer para a elaboração de novos componentes (como saltos, cabedais). Com o tema Testemunho e a proposta de resgatar a identidade brasileira, três conceitos compõem a pesquisa – Africanos, Indígenas e Europeus. O resultado
desse trabalho é um conjunto de tendências que referendam a fusão dessas três culturas e seus hábitos, agora explorados em cores e texturas. A cartela de tons aponta para o predomínio do azul que contracena com cores quentes como vermelho, laranja, rosa e amarelo. A sobriedade reside na variação dos marrons, cinzas e beges.
OS CONCEITOS
A multiplicidade é o elemento central para entender a autenticidade da cultura de um povo. As influências de várias raças e costumes formam a identidade de um só lugar: índios, africanos e europeus criaram os alicerces do Brasil. O vestígio, a manifestação, a expressão; enfim, o Testemunho de cada indivíduo, sua história e sua vivência passam a ser essenciais na construção dessa identidade, assim como o conjunto dos elementos que fazem a paisagem de um entorno único. Nessa estação, portanto, o olhar se volta para a predominância destas três etnias responsáveis para a formação refletida no que hoje somos: Os índios, reflexo da natureza, mimetizam-se (Conceito 3); Os negros, arrancados de suas origens, são obrigados a construir um novo entorno (Conceito 2); Os brancos, em busca de uma nova vida, resgatam as origens, recriando tudo à sua volta. (Conceito 1). o calçadista
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verão 2014
Conceito
Os Brancos Um Testemunho Imagético
Aplicação Feminino
Estamparia: desenhos românticos das louças,
florais, motivos dos ladrilhos e dos tapetes e todas as recordações da década de 1950: carros, Havaí, pin-ups, rock-and-roll e as divas do cinema. Cabedais: Mary Jane com sua pulseira característica, formas femininas inspiradas nas pin-ups, formas esportivas com recorte e detalhes coloridos, rasteiras com pedras, fullplastic. Superfícies: aspectos perolados, fosco e brilhante. Transparentes e opacos, esportivos e luxuosos, neutros e coloridos, speccio, brilhos encerados, laser com desenhos de renda. Bordados: ponto cruz, ponto cheio e arraiolo. Solados: injetados com materiais transparentes versus opacos, fosco versus brilhante, neutro versus colorido, meias patas, flat para rasteirinhas e salomés, solados de cordas para alpargatas.
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Saltos: anabelas, saltos grossos, altos e médios. Bicos: bicos arredondados com acabamentos de cores
contrastantes ou material metalizado brilhante. Bolsas: bolsas pequenas compactas – câmera bag, doctors bag, retangulares com alças a tiracolo, para noite bordadas em ponto cruz ou crochê. Cintos: finos e delicados, com pequenas fivelas, com uma ou mais voltas, em correntes, em malhas de metal e largos em couro paramarcar bem a cintura. Metais: românticos, delicados como flores, folhas e pequenos animais inspirados na Art Nouveau e contrastando temos vistosos spikes que aparecem para acentuar o clima rock-and-roll. Banhos: cromados, cobres e em tons pastel.
Masculino
Solados: coloridos, listrados, em corda para alpargatas,
injetados emcores contrastantes, anatômicos e macios para sandálias e chinelos. Cabedais: efeito used e manchados com escovação, em cores diversas,franja na gáspea, estilo creep. Bolsas: modelos esportivos em náilon. Esportivo: recortes coloridos em materiais contrastantes, releituras deantigos clássicos do universo esportivo utilizando novas tecnologias.
Infantil
Formas: arredondadas, delicadas e nostálgicas. Estampas: florais e animais inspirados na Art
Nouveau, poás, xadrezinhos e micro estampas. Enfeites: bordados delicados, lacinhos, rendas, babados, flores de crochê. Superfícies: laminados com efeitos perolados, verniz. Solados masculinos: combinações de cores suaves e neutras. Desenhos aerodinâmicos e esportivos. Solados femininos: injetados com motivos de rendas e flores em tons suaves, e injetados em material transparente, deixando visualizar desenhos através da sola.
Fotos: Divulgação
Povos que trazem histórias e raízes que resgatam da terra natal, incorporando-as ao local que os acolhe; isto é, recriam seu ambiente onde escolhem morar: alemães, italianos, espanhóis, sírio-libaneses, poloneses, suíços... Assim, nesse novo lugar deixam sua marca por meio da tradição e do pitoresco, da culinária, da literatura, da música, da arte e de ofícios que carregam memórias e cores seculares. Mais do que marcar a paisagem ao seu redor, esses povos imprimem uma dinâmica pulsante no cotidiano que se reinventa. Seres que transformaram o ambiente à nossa volta, sobrecarregados, de tempos em tempos também olham para o passado, procurando uma brecha no espaço, onde podem achar uma zona de conforto diante da realidade frenética, buscando inspirações e vivências, entretanto também vislumbram um futuro próximo, no qual o tecnológico e o artesanal vivem em perfeita comunhão.
Conceito
Os Negros Um Testemunho Musical
A rebeldia como força motriz. Um não conformismo que exalta valores de expressão que vão além dos desejos individuais; a busca pela espontaneidade livre e a música como refúgio, grito, lamento, alegria, catarse e manifestação. No passado, arrancados de seus locais de origem e hostilizados, os negros não se adaptaram ao entorno imposto e, para tal, precisaram desenvolver uma extensão variável onde pudessem viver com dignidade. Revolucionários, buscaram por meio da música, do esporte, da contracultura e da rebeldia um posicionamento na sociedade. Dessa energia transformadora e transgressora nasceu um entorno repleto de sensualidade, cor, ritmos, humor, no qual a música exerce um fator determinante para marcar diversos momentos, sejam tristes, festivos, religiosos ou pagãos.
Aplicação Feminino
Estamparia: movimentos ondulados, contrastes de
volumes, elementos ritmados, brilhos, foil metalizado, efeitos 3D que podem ser aplicados em tecido, laminados, peles, solados, saltos, palmilhas e enfeites. Cabedais: recortes sensuais, traços arredondados, aberturas e tiras unidas por cadarços recriam o efeito dos corseletes sobre o peito dos pés, detalhes em silicone desnudando os pés. Superfícies: ornamentadas, efeitos 3D, brilho, relevos, recortes a laserem formas sinuosas e detalhes de outras cores dão sensação de ritmo. Bordados: lantejoulas, vidrilhos e pedrarias. Solados: anabelados, sinuosos e metalizados recebem encaixes edetalhes em dourado, estampados, bordados e com a planta do soladocom motivos barrocos.
Saltos: salto agulha reto (quase a alma de metal) e salto fino em formade vírgula suave. Bicos: bicos alongados, cap toe metalizados. Bolsas: médias e estruturadas com alças de mão, decoradas com metais, bordadas e com relevos em diferentes materiais. Cintos: fivelas ornamentadas, enfeites de metais e pedrarias ao longo do cinto. Metais: fivelas de formas sinuosas e relevos barrocos. Enfeites inspirados nos volumes dos entalhes e também no ritmo dacultura afro-brasileira. Banhos: dourados brilhantes e envelhecidos, vermelho e laranja.
Masculino
Solados: brancos ou cores ritmadas como lateral de
uma cor e planta em outra, desenhos de elementos repetidos na planta dos solados. Cabedais: clássicos renovados com recortes – vale a utilização de elásticos e zíperes no fechamento. Palmilhas: coloridas, estampadas e com relevos. Bolsas: sacolas – tote bags, pastas. Esportivo: movimento de cores contrastantes em camadas, aplicações com tecnologia de nano impressão e sublimação, recortes soldados com alta frequência.
Infantil
Formas: sapatilhas e sandálias. Estampas: laços e anjos inspirados nas imagens
barrocas, efeitos ópticos e de listras ritmadas. Solados masculinos: com desenhos ondulados ou sequenciais. Solados femininos: curvas e acúmulos de elementos ornamentais e com aplicação de glitter. o calçadista
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Conceito
Os Índios
Um Testemunho Oral
Aplicação Feminino
Estamparia: animal prints com desenhos geométricos
e simplificados, como a representação da onça na pintura corporal dos índios e estampas gráficas (vale para saltos, solados, tecidos, peles). Cabedais: tressês inspirados na cestaria, recortes gráficos, tiras largas. Desenhos de superfícies: traços simplificados, texturas.
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Bordados: miçangas, sementes, contas naturais. Recortes gráficos, tiras largas.
Solados: injetados ou de madeira – formas retas. Saltos: geometrizados, angulosos, cobertos com tressê
e agulha inspirado sem flechas. Bicos: quadrados ou redondos de formas robustas e definidas. Bolsas: simples e estruturadas, funcionais – envelopes e clutchs –tramas em palhas – tressê. Cintos: couro cortado a fio + trançados + apliques de metal. Metais: fivelas, enfeites inspirados em folhas e texturas de plantas, desenhos indígenas – geometrizados. Banhos: onix, marrons e verdes profundos.
Masculino
Solados: cores claras, tratorados ou estampados com
desenhos indígenas. Desenhos art decô – desenhos de tramas simplificadas. Cabedais: vazados, assandalhados, tiras largas, papete. Palmilhas: anatômicas, estampadas. Bolsas: mochilas e bolsas weekend.
Infantil
Formas: limpas, bem definidas, gráfica. Estampas: texturas de folhas, efeitos desgastados
e manchados. Mimetizar: estampar solado, palmilha, forro, cabedal, cadarço com a mesma estampa. Viras: em corda. Solados: motivos indígenas geometrizados. Artesanal: palhas e ráfias coloridas.
Fotos: Divulgação
O olhar se volta à paisagem selvagem em contraposição à sociedade moderna. Ela é mãe em seu significado, levado à sua maior potência, é a fonte da vida e é por meio desta que o índio tira o sustento, o alimento, a proteção, a arte, as grandes histórias passadas de gerações em gerações, a continuidade...Mais do que integração, a Natureza representa o local sagrado, de onde o indígena tira somente o necessário, sem agredi-la, tratando-a com respeito, entendendo seu exato tamanho no universo, fazendo parte dele, sem em nenhum momento querer ser seu dono. O mundo é observado sob a ótica de diversas tribos, por meio de profusões de cores, penas, contas, adornos, cestarias delicadas, texturas e estampas que evocam os mais diversos animais, representando o imaginário inocente de um povo forte e mágico. O mundo de hoje busca preceitos de valorização do natural, do artesanal e do manual.
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inverno 2014 preview couro
Preto, prata, pontos de luz e brilho (pele de jacaré Arte da Pele)
Luar inspira a temporada O Preview do couro Inverno 2014 foi apresentado durante a 7ª edição do Inspiramais, em janeiro, em São Paulo e em março começa a maratona do Fórum de Inspirações da temporada
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Fotos: Divulgação/CICB
mais fria do ano
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Luar é a fonte de inspiração, referências de cores, formas, texturas e brilhos do Inverno 2014. “Trabalhamos com o tema Luar, que traz na cartela os mais variados desdobramentos: o brilho, o prata, os pontos de luz, as estrelas e a galáxia, além do preto e do iridescente”, explica Vitor Fasolo, que atua no Núcleo de Design da Assintecal, promotora do Fórum de Inspirações. A cartela também traz o couro com sua “grana” natural e sem fantasia. “Muitos dos efeitos são antigos, mas sob um olhar revisitado”, esclarece Fasolo. Cores frias, como preto e branco, são iluminados com brilhos eternos do verniz e do glitter. Banhos prateados são bem-vindos, efeitos iridiscentes refletem as cores do arco-íris e iluminam a cartela de cores da temporada. Vermelhos, azuis, verdes e violetas complementam as primeiras cores da estação. As peles exóticas, de arraia, pirarucu, cobra e jacaré, são iluminadas, tomadas de efeitos metálicos e iridescentes, que de maneira sutil valorizam cada detalhe do aspecto natural destes materiais. Nas peles de avestruz e elefante há a valorização da cor e da estampa original do animal, que também é aplicada sobre pelos macios e sedosos de coelho e da chinchila, estes preservando o visual selvagem e os aspectos de cor criados por sua própria natureza. No couro vacum é importante prestar atenção às texturas aveludadas e sedosas em contraste com pelos rústicos e de aspecto natural, aos acabamentos com ceras que proporcionam queimas localizadas, as texturas pesadas de efeitos desuniformes em estampas e gravações, que são essenciais para a coleção. No entanto, também é essencial a presença da luz e do brilho, aplicado em efeitos metálicos na cor e no acabamento, produzindo superfícies cintilantes, refletivas, irisadas e de efeito furta-cor, que compõem com os minerais de brilho opalinado e vitrificado as primeiras inspirações para o Inverno 2014.
Couro trabalhado em tons de azul (Corium Química)
Peles exóticas com efeitos metálicos e iridiscentes (pele de cobra Arte da Pele)
Cartela de cores inclui ainda vermelhos, azuis, verdes e violetas
Couro em tom verde (Natur)
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capa
Melhores dias c
Melhora no câmbio, desoneração da folha e demanda interna reprimida devem estimular a produção de calçados em 2013, embora a indústria continue ainda pressionada pela elevação de custos por Vera Campos
oncorrência dos importados da Ásia, consumo interno com demanda reprimida e mercado externo em recessão, agravada pela crise na comunidade europeia, protecionismo da Argentina e valorização do real frente ao dólar. Após enfrentar esse cenário desfavorável nos últimos dois anos, com recuo na produção (mas não no faturamento), a indústria brasileira de calçados deve voltar a crescer em 2013. A projeção, feita pelo IEMI Inteligência de Mercado, é de que os volumes produzidos sofram acréscimo de 3,8% em relação a 2012, o que resultará num total de 835 milhões de pares confeccionados. O estudo “Projeções de Mercado”, do IEMI, atribui a recuperação a fatores como valorização do dólar, reação do varejo e ações macroeco-
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O calçadista
Desempenho do setor Calçados
2009
2010
Produção (em % sobre pares) -0,3% Produção (em % sobre R$) Varejo (em % sobre pares) Varejo (em % sobre R$)
2011
2012*
2013*
9,9%
-8,4%
-1,8%
3,8%
0,6%
14,9%
0,2%
5,5%
5,0%
3,7%
8,9%
-5,0%
4,0%
4,5%
0,05%
17,2%
3,3%
6,4%
6,5%
Fonte: IEMI * projeções
nômicas como taxa de juros abaixo de 8% e ações pontuais para a redução de encargos trabalhistas. “Se hoje o câmbio não é o ideal, está melhor do que outrora”, assinala Heitor Klein, diretor-executivo da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados ( Abicalçados), lembrando que o patamar ideal da moeda norte-americana seria em torno de R$ 2,40 a R$ 2,50, conforme pesquisa realizada pela entidade junto aos associados. Além disso, ao longo de 2012 a indústria calçadista foi beneficiada com a desoneração da folha de pagamento (substituição dos 20% de contribuição do INSS por 1% do faturamento), o que possibilitou preços mais competitivos, especialmente para a indústria exportadora. Houve ainda a prorrogação do Reintegra e do PSI. Em relação a valores, a expectativa do IEMI é de resultados positivos tanto para quem produz como para quem vende no varejo. “O índice de crescimento da produção deverá acompanhar o crescimento previsto para o PIB, embora a indústria continue ainda pressionada pela elevação dos custos em 2013”, diz o diretor do IEMI Marcelo Villin Prado. Mas é no varejo que residem as maiores oportunidades de crescimento, não só pelo aumento da renda das famílias, do emprego e da facilidade do crédito, mas também pela redução do frenesi causado pelo consumo de automóveis, eletrônicos e linha branca, fomentados com a redução do IPI. “A redução do IPI para os bens duráveis gerou uma demanda reprimida por outros produtos, caso dos calçados. E essa demanda tende a ser atendida já nos primeiros meses de 2013”, avalia o diretor do IEMI.
Defesa comercial
A Abicalçados assegura que a indústria nacional tem tudo para se aproveitar desse bom momento do consumo interno, mas “cabe ao governo acionar mecanismos de defesa comercial que evitem a avalanche de produtos importados subfaturados que inundaram as vitrines brasileiras ao longo de 2012”, sustenta o diretor executivo Heitor Klein. Ele analisa que a desoneração da carga tributária brasileira, que está entre as maio-
res do mundo, deveria ser um processo contínuo. E cobra do governo federal ações que devolvam a competitividade para o calçado brasileiro, especialmente que vetem a entrada de produtos subfaturados por meio de ilegalidades como a triangulação e a circunvenção nas importações.
Argentina em questão
No final de janeiro, o governo de Cristina Kirchner aboliu a necessidade das licenças não automáticas para importação de calçados, liberando um grande volume de pares e destravando, em parte, os negócios entre os países. Por outro lado, o governo argentino manteve as chamadas DJAIs (Declaração Juramentada Antecipada de Importação), documento em que o exportador precisa se comprometer a investir no País ou reexportar o produto. Informalmente, o processo é chamado de “uno por uno”, pois o exportador precisa, a cada dólar exportado para lá, se comprometer a investir um dólar seja com importação de produtos argentinos ou produção local. A Abicalçados está desenvolvendo um levantamento junto aos associados para sondar o quanto ainda temos de barreiras para exportar ao país vizinho. o calçadista
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E é sobre estes pontos que a Abicalçados vai continuar se apoiando em 2013: redução da carga tributária, reforma trabalhista e regulamentação do trabalho terceirizado, entre outros. A entidade continuará marcando presença em feiras de calçados, apoiando e ouvindo o setor. E manterá projetos de cunho internacional, como o Brazilian Footwear, que promove o calçado brasileiro nos quatro cantos do mundo, por meio de missões comerciais e feiras setoriais.
Mercado Externo
O Brasil é o terceiro maior produtor mundial de calçados, com 819 milhões de pares produzidos, e o 10º maior exportador, com 113 milhões de pares exportados (dados de 2011). Mas, na avaliação da Abicalçados o câmbio desvalorizado e da importação predatória dos calçados asiáticos tem contribuído – e muito – para a perda de competitividade do Brasil no mercado internacional. Para este ano, a Abicalçados trabalha com uma projeção de crescimento nas exportações. “A base de comparação é muito fraca – em 2012 tivemos o pior resultado em 25 anos”, justifica Klein. No ano passado, as vendas de calçados brasileiros ao mercado externo caíram 15,7% em valores, mas se mantiveram estáveis em número de pares. Contribuíram para isso a crise econômica na Europa e nos EUA, o que reduziu as venda e incrementou a procura de calçados brasileiros de menor preço médio, e a valorização do real em relação ao dólar. Em 2013, as ações positivas do governo federal para desoneração da folha e a consolidação do programa de apoio às exportações, o Brazilian Footwear – Programa de Exportação do Calçado Brasileiro, da Abicalçados e Apex-Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos), devem contribuir para alavancar os negócios no mercado externo. “A expectativa é recuperar as vendas perdidas em 2012 e, ainda, crescer. Por isso nossa estratégia é a de diversificação de mercados”, justifica o coordenador de Projetos da Abicalçados, Cristiano Korbes.
Novos mercados
Rússia e China estão entre os novos mercados explorados pelo Brazilian Footwear – e estão se revelando bons compradores. “São mercados interessantes, pois os preços médios dos calçados embarcados para esses países, em 2012, foi bem superior à média de preços do total das exportações, de US$ 9,65”, conta Cristiano Korbes. Nas vendas para a Rússia, o preço médio girou em torno de US$ 18,11 e as vendas somaram US$ 26,5 milhões, valor esse 4,1% superior ao registrado em 2011. Já o mercado chinês absorveu 125,9 mil pares de calçados brasileiros ao preço médio de US$ 16,83, o que gerou divisas de US$ 2,1 milhões.
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Parceria renovada
No início deste ano, a Abicalçados e a Apex-Brasil renovaram o convênio para manutenção do programa Brazilian Footwear. O valor total a ser investido no biênio 2013/2014 é de R$ 34,9 milhões. Desse total, 47,6% serão investidos em ações de promoção comercial e 40,9% no fortalecimento da imagem do calçado brasileiro no exterior. Os recursos serão aplicados em ações de gestão, design, imagem e promoção comercial, por meio de consultorias, missões internacionais e participação das principais feiras calçadistas internacionais. “Sem o apoio financeiro e de inteligência da Apex-Brasil ficaria mais difícil enfrentar a dura competição global e traçar os planos para o futuro de um setor tão complexo e importante para o nosso País”, declarou o presidente da Abicalçados, Milton Cardoso.
No primeiro mês do ano a Rússia tomou o posto que era da Argentina e passou a ser a segunda colocada nas exportações de calçados. Não à toa, em 2013, esse mercado será trabalhado com bastante força pela Abicalçados. Já em janeiro, a entidade apresentou aos associados, em sua sede, em Novo Hamburgo/RS, um estudo específico sobre o comportamento de compra de calçados naquele país. A África do Sul é outro mercado-alvo, e será objeto de estudos da Abicalçados ainda este ano. A Índia, em função do tamanho de seu mercado e por estar ascendendo economicamente no cenário mundial, também está na mira de estudos, provavalmente a partir de 2014.
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dica de produção
Uma das maiores preocupações das indústrias calçadistas na atualidade é atender às crescentes exigências do consumidor com relação ao conforto e a saúde dos pés. Para auxiliar as empresas nesse sentido, o segmento coureiro-calçadista vai contar com uma nova ferramenta para medir o conforto oferecido pelos produtos desenvolvidos pelas indústrias de base. Trata-se da Norma de Conforto e Qualidade em Fôrmas que, após passar por consulta nacional, já se encontra em trâmites para a publicação pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), o que deve ocorrer em breve. A nova norma vai se somar às outras três - relativas a palmilhas, solados e forros -, que foram elaboradas pelo Comitê Brasileiro de Couro, Calçados e Artefatos de Couro (CB-11) em 2012, com o objetivo de fornecer subsídios aos fabricantes de calçados que buscam matérias-primas com diferenciais de conforto para seus produtos. O processo de regulamentação destas quatro normas demorou três anos para ser finalizado, e contou com a participação de profissionais e pesquisadores de todos os segmentos envolvidos - desde os fornecedores de insumos até os fabricantes de componentes e de produtos acabados. A grande inovação na certificação de conforto nos componentes é que, além de contemplar as especificações físico-mecânicas proporcionadas pelas matérias-primas, também atesta a ausência de substâncias restritivas. Desta forma, os fabricantes terão mais segurança na seleção dos materiais, além
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de otimizar os próprios processos internos para a caracterização dos seus produtos. Na prática, os materiais seguirão um roteiro de testes, sendo que na etapa inicial deverão passar pelo Laboratório de Análises de Substâncias Restritivas, onde serão submetidos a verificações sobre a composição dos materiais. Se for detectado algum elemento com restrição, será estudado se os níveis estão dentro dos padrões permitidos, conforme as normas préestabelecidas. Os componentes aprovados seguem para a próxima etapa, onde testes físico-mecânicos comprovarão a qualidade. Aqueles que estiverem de acordo com as normas seguem então para a última fase, que são os testes biomecânicos com os componentes já aplicados no produto final. O objetivo destas avaliações funcionais é, num futuro próximo, o de atingir um nível de especificações tão avançado que as exigências para as matérias-primas serão diferenciadas, de acordo com o tipo de calçado em que serão utilizadas. Desta forma, componentes destinados a calçados infantis deverão ter algumas características, enquanto os EPIs precisarão apresentar outros atributos, assim como os calçados adultos para o dia a dia e os para a prática de esportes de alto, médio ou baixo impacto. Entretanto, esta condição só será possível a partir dos resultados dos ensaios que passarão a ser realizados. Ainda não sabemos quanto tempo esse processo vai demorar, pois, para as normas se consolidarem, precisam comprovar a sua aplicabilidade, o que muitas vezes exige correções ao longo do percurso.
Foto Divulgação
Dr. Aluisio Avila
é Coordenador do Laboratório de Biomecânica do IBTeC – Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos
Aprovada Norma de Conforto e Qualidade em Fôrmas
Na estante
Conhecendo o consumidor
Título: Código Y – Decifrando a geração que está mudando o país Autores: Alfredo Motta e Marcos Calliari Editora: Évora
“Sete vidas” de uma marca
No mundo moderno, a marca passou a ter importância fundamental para a sobrevivência das empresas, podendo render a elas muito mais lucros, conforme seu peso. Com e exemplos do cotidiano, texto simples, conciso e claro, o autor lança um manual sobre as novas técnicas e procedimentos de fortalecimento de marcas. Voltado a empresários tanto de pequeno como de grande porte, o livro apresenta a metodologia de trabalho com as marcas, a importância da equipe interdisciplinar e, de forma inovadora, traça um paralelo entre os espaços comerciais e o design como instrumento preponderante nessa relação, contando ainda com o capítulo: Design, inovação e visão do futuro: sustentabilidade. Título: Branding - Design e Estratégias de Marcas Autor: Alvaro Guillermo Editora: Demais
Gestão de pessoas Assumir um cargo de liderança não é tarefa fácil. Todo líder, seja veterano, seja iniciante, enfrenta todos os dias uma avalanche de pressões e responsabilidades e ainda precisa acompanhar as mudanças tecnológicas que influenciam fortemente o mercado de trabalho. Em Fundamentos de Gestão, o leitor conta com respostas sobre como gerir melhor sua equipe e ajudar suas organizações a alcançar objetivos. Para tanto, traz estudos de casos baseados em situações reais e fictícias e exercícios para fixação do conteúdo. É indicado como livro-texto para os cursos de Administração, Processos Gerenciais e Gestão Empresarial, e faz parte da linha editorial da Editora Saraiva desenvolvida para atender aos cursos profissionalizantes e de graduação tecnológica, o SaraivaTEC. Título: Fundamentos da Gestão Autores: David A. DeCenzo, Stephen P. Robbins e Robert Wolter. Editora: Saraiva
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FotoS: Divulgação
Atualmente, a informação é instantânea, a comunicação é rápida e a vida é conectada. Por isso, a geração que reinventa o país foi escolhida como tema deste livro: uma nova geração que, aliada a recursos artísticos e tecnológicos, questiona, redefine e transforma tudo. Esse novo grupo é o tema do livro “Código Y - Decifrando a geração que está mudando o país”, e que resultou num estudo entre a relação com a família, a universidade, o entretenimento, e, por fim, chega a temas como dinheiro, trabalho e carreira. A partir desta leitura é possível conhecer melhor quem é e o que esperam esses consumidores.
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mercado varejo
O que e quando entregar?
vender
A
Trabalhando com estoques menores, lojistas clamam por ajustes nos ciclos de renovação das coleções
Apesar das dimensões continentais do território brasileiro, o varejo nacional de calçados tem demandas similares, ao menos no que se refere a hábitos de compra, níveis de mark-up, giro médio de estoque e tamanho dos estoques. Esses e outros aspectos do comportamento dos lojistas foram apresentados durante o 17º Congresso Brasileiro do Calçado, realizado em São Paulo, em janeiro, com base em pesquisa realizada em outubro de 2012 pela Couromoda, com apoio da Ablac- Associação Brasileira de Lojistas de Artefatos e Çalçados. O levantamento envolveu 3 mil lojas de 200 cidades. O estudo revela hábitos de compra dos lojistas, com base em aspectos como níveis de mark-up praticado, giro médio de estoque, tamanho dos estoques, porte das lojas por faturamento e número de filiais, e aponta os meses mais adequados para o varejo receber e vender cada coleção. Além de médias gerais, os dados
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foram apresentados por regiões geográficas, por porte das lojas e por linhas de produtos: feminino, masculino, infantil, tênis e bolsas. Veja, em linhas gerais, o que foi apurado no estudo.
Coleções nas lojas
Entre as duas principais coleções do ano – Primavera/Verão e Outono/Inverno, ocorrem renovações constantes e quase mensais. No Congresso Brasileiro do Calçado de 2012 não se discutiu a necessidade dessas renovações, que são entendidas por todos como fundamentais para atender à exigência de um mercado ávido por novidades e moda. A pesquisa procurou saber, principalmente, qual a posição das lojas com relação às suas necessidades reais. A coleção mais complexa nesse sentido é a Outono/Inverno. Lojistas alegam que estão recebendo cada vez mais antecipadamente
esses produtos, mas que o inverno chega cada vez mais tarde. Alegam também que têm sido comum chegarem às lojas, a partir de fevereiro, lançamentos de produtos de Inverno, o que gera liquidações antecipadas em maio ou envelhecimento dos modelos, quando chega o pico da estação em maio/junho. Mesmo na região Sul, onde a estação fria é mais presente e rigorosa, os lojistas foram enfáticos: na região, 100% deles declaram querer Verão em suas vitrines de outubro a fevereiro. Apenas 25% querem ter Inverno em fevereiro e 60% querem a coleção dessa temporada já em março. Todos os entrevistados concordam ao querer produtos para inverno entre abril e julho. Na região Sudeste, 100% dos lojistas querem produtos de Inverno em abril/maio/junho e Verão em janeiro/fevereiro. Apenas 85% deles desejam que os produtos da temporada mais quente permaneçam nas vitrines até março. Nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, coleções Verão e meia estação são as vedetes, ocupando praticamente toda a agenda dos lojistas.
Tamanho dos estoques
Sempre houve muita curiosidade a respeito desta informação, pois muito se fala sem comprovações. Há quem defenda a tese de que a grande maioria das lojas atua com mais de cinco meses de estoque (150 dias) e outras com apenas dois meses (60 dias). “A pesquisa mostrou que o estoque médio gira em torno de 110 dias ou seja, há 3,6 pares em estoque para cada par vendido por mês. Aspecto importante é de que há sinais de que o estoque está sendo ajustado pelo varejo para níveis menores, pois cerca de 60% dos entrevistados declararam atuar com, no máximo, 90 dias em estoque. Com isso, estão girando seu estoque médio mensal quatro vezes no ano. Isso acarreta menor custo financeiro, menor risco de encalhe e de pontas e, por consequência, menores vendas com descontos.
Mark-Up
O mark-up médio do varejo brasileiro de calçados gira em torno de 110%, não havendo diferenças significativas entre as diversas regiões: Sul 112%, Sudeste 111% e Norte/Nordeste, 110%. O Centro-Oeste apresentou uma média um pouco mais baixa: 107%. Analisando-se o tamanho das empresas de varejo, percebe-se que há uma diferença mais efetiva: empresa com um ponto de venda tem mark-up médio de 107%. Redes com mais de 20 pontos de venda já atuam com mark-up de 120%. “Isso não quer dizer necessariamente que o preço de venda da rede seja maior do que o da loja menor, pois isso depende das condições de compra e da carga tributária, por exemplo”, explica o diretor da Couromoda Airton Manoel Dias, que apresentou o estudo.
Problemas de calce em femininos
O número gravado no calçado/etiqueta não é o que melhor se ajusta ao pé da consumidora. O problema vem afligindo o lojista e se agravou nos últimos três anos. A pesquisa mostrou que o problema é real e altamente preocupante para todos: 78% dos lojistas afirmam conviver com a situação de ter, por exemplo, o número 38 no estoque, mas ele servir num pé 37 ou 39. “Além de gerar irritação na consumidora, isso está criando um problema sério nos estoques das lojas, que passam a ter um estoque no papel e outro irreal, que não calça o número nele gravado”, enfatiza Manoel Dias. Para o diretor da Couromoda, o setor precisa discutir e resolver esta situação, pois todos são prejudicados, inclusive a própria indústria.
Varejo cresce 3% em 2012 As vendas do varejo brasileiro de calçados tiveram crescimento médio real de 3% no ano que passou, e em 2013 devem aumentar em 5%. A conclusão se baseia em um levantamento realizado entre os associados presentes à assembleia geral da Associação Brasileira de Lojistas de Artefatos e Calçados (Ablac), que aconteceu em janeiro, no auditório da Couromoda. A ‘pesquisa’ mostra que o desempenho do setor no ano passado foi influenciado por fatores como endividamento do consumidor e crise europeia, que determinaram altos e baixos nas vendas das lojas. Para 2013, entretanto, a perspectiva dos lojistas é mais otimista. A necessidade do consumidor de voltar a comprar calçados, após um período de prioridade à aquisição de automóveis e linha branca, incentiva pela redução do IPI, é a principal esperança do varejo de um ano melhor. A recente desoneração da folha de pagamento do comércio varejista, que ‘troca’ 20% dos encargos por um por cento do faturamento, é considerada positiva pelos dirigentes, que acreditam em um ganho financeiro este ano com a entrada em vigor dos novos critérios de tributação. “Acreditamos que a medida deve nos permitir uma maior sobra no caixa no período”, afirmou o ex-presidente da Ablac, Carlos Ajita, que transmitiu informalmente o cargo a Antoniel Marrachine Lordêlo, após dois anos de gestão.
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entrevista
Antoniel Marrachine Lordêlo Presidente da Associação Brasileira de Lojistas de Artefatos e Calçados
Acertando os ponteiros O empresário Antoniel Marrachine Lordêlo acaba de assumir a presidência da Associação Brasileira de Lojistas de Artefatos e Calçados (Ablac) para o biênio 2013/14. Vai comandar a entidade que representa um setor constituído por 60 mil pontos de venda e que, em 2012, comercializou 650 milhões de pares e faturou cerca de R$ 23 bilhões. Lordêlo, 52 anos, é lojista desde 1991. Dirige a Azul Calçados, com lojas em Itu/SP e outras cinco cidades próximas, além de uma operação virtual inaugurada em novembro de 2012. Tem especial interesse por temas como tecnologia para automação de lojas, moda, economia, relacionamento institucional e outros. Desde 2003, está ligado à Ablac, onde ocupou diversos cargos diretivos, como a vice-presidência na gestão de Carlos Ajita (2011-2012), período em que teve a oportunidade de conhecer mais profundamente as atividades desenvolvidas e qualificar-se para assumir o posto máximo, em janeiro último, em São Paulo, por ocasião do 10º jantar anual de confraternização da entidade, durante a 49ª Couromoda.
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O CALÇADISTA - Como avalia o desempenho do varejo brasileiro de calçados em 2012? Esteve acima ou abaixo das expectativas? O que contribuiu para esse resultado? Antoniel Marrachine Lordêlo - De um modo geral, o desempenho ficou ligeiramente abaixo das expectativas. As vendas do varejo brasileiro de calçados tiveram crescimento médio real de 3% em 2012. Levantamento realizado entre lojistas filiados à Ablac mostra que o desempenho do setor no ano passado foi influenciado por fatores como o forte endividamento do consumidor e a crise europeia, que determinaram altos e baixos nos negócios das lojas.
Foto: Divulgação
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Novo presidente da Ablac fala sobre as expectativas do varejo para 2013 e reforça a necessidade de estabelecer com os fabricantes ajustes nos meses de entrega das coleções
O CALÇADISTA - Qual a expectativas da Ablac em relação a vendas em 2013? A que se deve isso? Antoniel Marrachine Lordêlo - Para 2013, a perspectiva dos lojistas é um pouco mais otimista. O auge da crise europeia já passou e, além disso, há a necessidade de o consumidor voltar a comprar calçados, após um período de grande aquisição de automóveis e linha branca, incentivado pela redução do IPI. As facilidades de pagamento disponibilizadas pelos lojistas, tanto em crediário quanto através de cartão de crédito, e as novidades desenvolvidas pelos fabricantes, que as lojas expõem em suas vitrines, também devem contribuir para um ano melhor. Outro fator que deve contribuir para o resultado positivo das lojas este ano é a recente desoneração da folha de pagamento. O comércio varejista ‘troca’ 20% dos encargos por 1% do faturamento, medida que é positiva. Os dirigentes acreditam num ganho financeiro maior este ano com a entrada em vigor dos novos critérios de tributação. O CALÇADISTA - Como avalia a produção brasileira de calçados em termos de qualidade, diversidade e preços? Antoniel Marrachine Lordêlo - Há uma variedade de tipos de produtos, estilos, marcas e preços à disposição do varejo e do consumidor. Isso permite a cada loja escolher o melhor conforme o perfil do público, o mercado em que atua e a sua política de vendas. De um modo geral, estamos satisfeitos com o que as indústrias nos disponibilizam. Precisamos, no entanto, evoluir no que diz respeito à troca e reposição de produtos com defeito de fabricação. Salvo exceções, o processo atual é demorado e geralmente implica em perdas para as lojas, que efetuam a troca com rapidez ao consumidor, mas são ressarcidas muito tempo depois pelas fábricas.
“O aumento do consumo no mercado interno passa necessariamente pela união de todos os segmentos da cadeia produtiva” O CALÇADISTA - O preço médio de venda, de R$ 30, tem se mantido nos últimos anos? O consumidor brasileiro, com melhor poder de compra, não tem ainda condições de elevar esse padrão? Antoniel Marrachine Lordêlo - O preço médio tem aumentado nos últimos anos tendo em vista a elevação do poder de compra da população, a agregação de valor aos produtos por parte dos fabricantes e a preocupação dos lojistas em oferecer calçados de melhor qualidade aos clientes. Hoje, situa-se em R$ 35,00, como indicam pesquisas realizadas em diferentes regiões do país. Acreditamos que é possível manter a trajetória de crescimento do valor médio e da melhoria do calçado brasileiro. O CALÇADISTA - E o mercado de luxo, tende a crescer no país? Antoniel Marrachine Lordêlo - É um segmento em franca expansão no Brasil e, de alguma forma, imune a crises. Diversas marcas de calçados já atuam no mercado de luxo e registram desempenho positivo. A atuação, entretanto, requer cuidados especiais em relação a fatores como qualidade, design, ambiente de lojas, atendimento, etc. As lojas voltadas a este segmento localizam-se principalmente em regiões nobres e shopping centers, por onde o público alvo circula. Quem sabe atender a este público seleto e exigente obtém resultados positivos.
O CALÇADISTA - Graças a esforços da Ablac, o varejo de calçados no Brasil ampliou significativamente seu mark-up inicial nos últimos dez anos: o percentual médio passou de 90% para 110% entre 2003 e 2013, o que significou, só em 2012, um crescimento de R$ 6 bilhões no faturamento do setor em nível nacional. O que justifica esse índice? Não é considerado elevado? Antoniel Marrachine Lordêlo - O aumento do mark-up deve-se à atuação da entidade junto aos fabricantes e justifica-se pela necessidade de o varejo ter margens maiores para cobrir os custos crescentes e registrar uma performance operacional positiva. Desta forma, as lojas podem operar com maior segurança e atender às transformações do mercado, que requer constantes investimentos para manter o negócio viável. Os fabricantes têm sido sensíveis aos apelos dos lojistas nesta área, mas precisamos evoluir ainda mais em algumas regiões, onde o markup está abaixo de outras. O crescimento obtido em 2012 refere-se a todo o Brasil e permite que as lojas qualifiquem suas instalações, os produtos e o atendimento e remunerem melhor o capital investido. O CALÇADISTA - O consumo per capita é de 3,41 pares ao ano. A Ablac pretende ampliar esse índice durante este biênio? De que forma? Antoniel Marrachine Lordêlo - O objetivo é elevarmos o índice atual para
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4,0 pares ao ano até o final de 2014. O aumento do consumo no mercado interno passa necessariamente pela união de todos os segmentos da cadeia produtiva. Se todos derem sua parcela de contribuição, os resultados certamente serão positivos. Acreditamos ser possível elevar o consumo através, por exemplo, de uma ação junto ao governo federal para oferecer benefícios que incentivem o consumo de calçados por parte da população brasileira, a exemplo do que foi feito em outros setores. A indústria e o varejo de calçados são grandes empregadores de mão de obra e, com incentivos aos seus negócios, podem abrir novas vagas rapidamente. Há outro aspecto relevante. Após um período dedicado à aquisição de automóveis e linha branca, devido aos incentivos oferecidos pelo governo federal, o consumidor precisa voltar a comprar sapatos. Este ano as vendas devem crescer 5% em termos reais no mercado nacional, elevando a média per capita. O CALÇADISTA - Outro objetivo de sua gestão é a utilização dos mesmos códigos de identificação de produtos dos fabricantes de calçados. Como pretende implementar isso e o que essa ação deve agregar ao setor? Antoniel Marrachine Lordêlo -Através do Grupo de Automação do Varejo (GAV), que reúne representantes de entidades e lojas, estamos mantendo diálogo com indústrias calçadistas e empresas de TI para a utilização do padrão GS1, com abrangência internacional e utilizado em diferentes cadeias produtivas, inclusive entre os fabricantes de calçados e seus fornecedores. Devemos em breve realizar um projeto piloto com uma indústria de calçados e duas redes de lojas que se encontram em estágio avançado nesta área. A ideia é testar na prática um sistema de codificação que viabilize a integração efetiva entre fabricantes e lojistas de calçados, resultan-
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“O ciclo das renovações precisa ter prazos melhor definidos, para que as lojas possam se prepara para recebê-las e evitar que os produtos ‘velhos’ acabem por encalhar” do em ganho de tempo, mais rapidez na disponibilização dos produtos à venda nas lojas e fim do retrabalho nesta operação. O CALÇADISTA - Um tema que está na ordem do dia diz respeito às entregas das coleções ao varejo. Entre as duas principais coleções do ano – primavera/verão e outono/inverno –, os fabricantes de calçados fazem renovações constantes e quase mensais. Avalia essas renovações como positivas? Por que? Antoniel Marrachine Lordêlo - As renovações são positivas, pois os consumidores gostam de novidades nas vitrines. Mas elas devem ser feitas com a observância de prazos e critérios. Hoje, de um modo geral, as indústrias estão antecipando o lançamento de suas coleções principais e oferecendo reforços seguidos, que as lojas não têm condições de acompanhar. O ciclo das renovações precisa ter prazos melhor definidos, para que as lojas possam se preparar para recebê-las e evitar que os produtos ‘velhos’ acabem por encalhar. O CALÇADISTA - A antecipação das coleções, sobretudo a de outono/ inverno, parece estar causando problemas aos lojistas. Por quê? Antoniel Marrachine Lordêlo - Os produtos de inverno têm chegado muito cedo às lojas, geralmente em pleno ve-
rão. Em janeiro, já há botas nas lojas, mas as vendas iniciam-se somente em abril. Poucos dias depois, já há novos lançamentos por parte das indústrias, fazendo com que os primeiros modelos fiquem ‘velhos’ e não vendam ou vendam menos do que deveriam, precisando ser liquidados. É preciso ordenar a chegada das coleções às lojas: março para as coleções de inverno e setembro para as de verão no Sul e no Sudeste. Estas duas regiões têm a mesma característica climática, com inverno definido. No Norte, Nordeste e Centro-Oeste ocorre o contrário. O inverno é menos relevante, mas o clima quente e a moda têm grande impacto sobre as vendas, por isso o calendário de lançamentos para o comércio local precisa obedecer a esses fatores. O CALÇADISTA - A seu ver, como os fabricantes podem atender as reais necessidades das lojas quanto às renovações e entregas? Antoniel Marrachine Lordêlo - Os fabricantes têm procurado ouvir os lojistas e, assim, temos conseguido progredir neste campo. Em janeiro de 2012, debatemos o tema durante o Congresso Brasileiro do Calçado e ficou evidente a necessidade da observância da temperatura e do clima para as vendas de calçados nas lojas. Se é verão, os produtos logicamente têm que ser abertos e adequados ao clima quente. No inverno, ao contrário, as modelagens devem ser fechadas. Qualquer alteração nesta ‘regra’ causa confusão na cabeça dos consumidores e prejuízos às lojas.
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Franquia:
oportunidade para crescer
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Ampliar número de lojas com capital de terceiros é tentador, mas se tornar franqueador demanda preparo e apoio ao franqueado
Uma estratégia para crescer. Assim é o franchising, sistema pelo qual o franqueador concede a franqueados o direito de operar um ponto de venda que leva não só a sua marca, mas o conceito de trabalho da empresa franqueadora. O modelo de negócios é uma boa opção para quem que já atua no varejo com lojas próprias ampliar sua rede de lojas e, com isso, aumentar a visibilidade da marca, ter escala e melhores preços. E isso sem ter de usar capital próprio e arcar com os impostos
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que uma empresa de maior porte normalmente tem de enfrentar. “Um dos maiores atrativos das franquias é o fato de poder crescer utilizando recursos de terceiros”, diz Danilo Andreoli, sóciodiretor da Dubnet Varejo & Franchising. Para que o projeto dê certo, deve trazer bons resultados para toda a cadeia: franqueador, franqueado, fornecedores e colaboradores. Por isso, ter um bom planejamento estratégico e formatar a franquia de antemão é o caminho para chegar lá, acrescenta o
Vantagens do franchising em relação a lojas próprias: • Não é preciso mobilizar capital: o crescimento é possível graças a recursos de terceiros, no caso os franqueados. • O franqueado geralmente se empenha mais para o sucesso do negócio que um gerente. • Diferentemente da empresa franqueadora, o franqueado geralmente conhece a região onde vai se instalar, está próximo dela. • Impostos: quem está no Simples tem o faturamento anual limitado e na franquia isso consegue ser superado.
diretor da Dubnet. “É preciso planejar como crescer e de que forma, definir quantas lojas quer ter, aonde e em que prazo, ou seja, saber o que vai ser o negócio no médio e longo prazo. E preparar a produção e os fornecedores para o aumento da demanda”, diz. Além disso, o franqueador precisa estar atento a inovações, incrementar o desenvolvimento de produtos e ter uma boa estratégia de marketing, pois o franqueado tende a exigir novidades, sobretudo em se tratando de moda. E mais: é necessário acompanhar o desempenho das lojas, ter uma estratégia de apoio para quem está entrando no negócio. Isso tudo demanda investimento. “É indispensável que a empresa que deseja se tornar franqueadora faça uma avaliação financeira para verificar se tem ou não condições de cumprir todos esses requisitos”, completa André Friedheim da Francap Consultoria de Franchising.
Experiência no varejo
Além do mais, o franqueador tem de ter a experiência de varejo para poder transferir esse conhecimento ao franqueado. “Antes de iniciar uma operação de franquia, o modelo tem de ter sido bem testado, pois os franqueados devem seguir o mesmo conceito e padrão de operação”, completa o consultor. “Os padrões operacionais desenvolvidos numa unidade piloto devem transformados em manuais e repassados por meio de programas de treinamento”, ensina o especialista Marcus Rizzo, da Rizzo Franchise. Ele explica que a unidade piloto é a instalação experimental e prática em que o franqueador testa produtos e serviços, e procedimentos operacionais são examinados com o objetivo de desenvolver o melhor fluxo de trabalho possível para
atender o consumidor e incrementar a lucratividade do negócio. Rizzo ressalta que, antes da abertura da primeira franquia, todas as questões devem estar amplamente respondidas e as respostas totalmente conhecidas. “Isso se chama ‘know-how’ ou conhecimento operacional do negócio e que só acontecerá através do conhecimento obtido no dia a dia, na operação do negócio”, destaca. A localização das lojas é outro aspecto a ser observado. “A escolha deve ser sempre do franqueador, que utiliza seu conhecimento adquirido na instalação de negócios em locais que derem certo e também em locais que não deram certo. Não há possibilidade de deixar o franqueado errar, e especialmente na escolha do ponto”, completa Rizzo. “Para expandir bem uma rede de franquias, é preciso dominar o mercado em que ela já está. Se você tem espaço no seu mercado, não arrisque em outro que você ainda não conhece. Consolide-se, domine onde você já está”, recomenda.
Apoio total
Mas não é só abrir as lojas e esperar pelos resultados. O franqueador precisa acompanhar as lojas franqueadas, ter uma estratégia de apoio para quem está entrando no negócio. “O franqueador se torna um ‘prestador de serviço’ para o novo canal que está sendo montado, tem de ajudar o franqueado, apontar as melhores práticas, ter equipes de supervisores que visitam as lojas da rede, treinar e retreinar o franqueado, ter uma intranet para manter comunicação” enumera André Friedheim, da Francap. É preciso ainda saber ouvir o franqueado. “O franqueador tem de ser um gestor de pessoas, ter coragem de tomar decisões por terceiros, dividir decisões, não ser centralizador, saber filtrar, ser inovador”, ressalta Andreoli, da Dubnet. Como o relacionamento entre franqueador e franqueado é próximo, é preciso escolher bem. “Gestor de loja dá para mandar embora, trocar quando necessário, mas com o franqueado isso já é mais difícil”, conclui o consultor.
Requisitos para se tornar um franqueador: • Maturidade e conhecimento do negócio. Mais que uma marca e preço bom, o franqueado demanda transferência de conhecimento. • Estar há pelo menos 3 ou 5 anos no segmento de atuação • Ter algumas unidades próprias, para poder replicá-las • Ter um modelo vencedor e que dá retorno financeiro. • Necessidade de investimento e qualidade na operação,
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vitrine Criatividade
A Kidy, fabricante de calçados infantis, também entrou na onda esportiva. A linha Kidy Olé oferece chuteiras infantis acompanhadas de bola. Já a Kidy Colors Futebol Baby, para bebês, traz tênis que simulam chuteira e vêm acompanhados por uma bola- chocalho. Os produtos são comercializados por todo o Brasil e podem ser encontrados em outros 20 países.
Sapatos em linha
Copa das Confederações
Há mais de 35 anos no ramo de malas e bolsas, a Le Postiche ingressa no segmento de calçados. Os modelos Le Postiche de calçados femininos estão disponíveis na Mega Store e no São Bernardo Plaza, na Grande São Paulo. Os produtos, com design exclusivo, são confortáveis e podem ser usados no trabalho ou em momentos de lazer. Além das sapatilhas básicas, a coleção apresenta modelos bicolores, o verniz em tons diversos e o metalizado, hit da estação. Destaque para o sapatênis na versão metalizada que combina com todos os looks.
A Amazonas Brands é uma das marcas licenciadas para a Copa das Confederações FIFA Brasil 2013. A linha de sandálias traz dez diferentes modelos, com estampas que fazem referência às cores, formas, fauna e flora brasileiras, além de ostentarem o logotipo e slogan oficial do evento “Juntos, num só ritmo”. Fuleco, o mascote do evento, também é retratado em algumas estampas com referência à Copa e ao Brasil.
Diversidade
Conforto
As apostas da Democrata para a estação mais fria do ano são materiais aveludados e acamurçados que transmitem um toque aconchegante, macio e delicado a seus calçados. O couro aparece em diferentes acabamentos, do tradicional liso até composições com texturas e informações visuais nas cores como fendi, rato, café e preto. Na linha Denim, os modelos de tênis Fan continuam em cena, com o inovador conceito de conforto térmico. Em couro perfurado em todo o cabedal, palmilha de látex (totalmente vazada) e tecido atoalhado na calcanheira.
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O calçadista
Oxfords, sleepers, mocassim, sapatilhas, sandálias abotinadas, botas baixas, casuais esportivos, hiking boots, escarpins, botas de montaria, biker boots, sandálias fechadas, creepers, shoties, cowboy boots, maxi meia patas, saltos blocados, sapatilhas, modelos apache, alpargatas e anabelas. Com diversidade de estilos, a coleção inverno 13 da Dakota vem repaginada, destacando o design, o conforto e materiais diferenciados. Detalhes em matelassê, metal, hot fix, bordados (barrocos e divertidos) e biqueiras.
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dica de gestão
Sócio-diretor do Núcleo de Posicionamento da Focal Pesquisas www.focal.com.br e coach comercial. Também é professor convidado dos cursos de MBA da UNISINOS - RS e Publisher do Blog do Pensador Mercadológico www. pensadormercadologico. com.br .
Pense nos significados para você das seguintes palavras – que geralmente estão associadas a qualquer profissão: (1) trabalho, (2) sucesso, (3) meta, (4) equipe e (5) vendas. Se você deseja fazer o exercício, antes de continuar a ler, escreva no papel o significado dessas palavras, pois será de maior valia se você assim o fizer. Costumo fazer isso em meus atendimentos coach, com gerentes comerciais, vendedores e donos de empresa. O efeito, ao longo do tempo, é incrível. Entendendo estes conceitos, entre outros tantos que podem ser mais significativos para o seu contexto profissional, você conseguirá decifrar o seu código. Entendendo o que você realmente valoriza em cada conceito, poderá, se assim desejar, mudar partes dos significados para que você obtenha novas formas de interpretar os fatos que ocorrem ou a maneira como você pensa sobre determinado aspecto da sua profissão. Pensar de forma diferente é o primeiro passo para uma mudança de comportamento e consequente mudança de resultados. Chamo isso de ressignificação profissional. Pense em dois gerentes comerciais, sendo que um deles entende o “trabalho” como algo que depende dele para ser realizado, algo que tem que controlar dia após dia para que o resultado seja alcançado. Possivelmente, um trabalho bastante estressante. Saber que tudo depende dele e que deve controlar, sem descansar por um minuto, faz com que o corpo se esgote ao longo do dia. Mas, para exemplificar outra
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O calçadista
realidade, poderíamos ter um segundo gerente, que agrega outros significados para o que define como “trabalho”. Para ele, trabalho é um momento de sua vida onde ele pode exercitar o seu potencial de liderança, tendo como missão o alcance do potencial pleno de sua equipe. Para isso, ele buscará entender cada indivíduo e orientá-los para que eles entreguem o máximo que podem de motivação, energia e vibração. Entende que o resultado desse trabalho será o quanto ele consegue fazer com que seus liderados se realizem e façam conquistas, em termos de objetivos profissionais e pessoais. Talvez, o nível de ansiedade e estresse desse segundo gerente seja menor. Nos dois exemplos acima, o entendimento do que deve ser alcançado profissionalmente passa pelo filtro “trabalho” de forma diferente. E isso refletirá em resultados diferenciados. Note que ambas as situações são verdadeiras. Não estou dizendo que estão erradas ou que uma é melhor do que a outra. Estou apenas dizendo que existe uma alta probabilidade de trazerem resultados diferentes para as pessoas, tanto na questão financeira como na satisfação pessoal. Ambas as definições são válidas. O que cabe questionar é se os seus códigos o estão levando para onde gostaria de estar? Se a cada dia você se aproxima do profissional que deseja ser? Se os resultados que você está atingindo estão satisfatórios? Caso você goste da vida que leva e dos resultados consequentes, não altere nada em seu conceito de
Foto Divulgação
Gustavo Campos
Desvendando o código pessoal de resultados profissionais
“trabalho” e busque outros conceitos de seu código para serem explorados. Realizando essa dinâmica com muitos profissionais de diversos segmentos, consigo entender que um conjunto reduzido de palavras, aquelas que estão em primeiro e segundo nível associadas ao seu trabalho e às suas responsabilidades, definem os resultados que você está obtendo. É algo absolutamente forte, a ponto de fazer com que você não enxergue oportunidades ou ameaças, apenas o caminho que você traçou com base nas informações que passaram por esses filtros conceituais. Todos esses conceitos relacionados formam um mosaico único de como você interpreta o mundo e age nele. Chamo esse mosaico de código. Abaixo, vou ensinar passo a passo os caminhos dessa técnica. Podem existir outras variações, mas é assim que gosto de aplicar, e sugiro que seja a técnica adotada pelo leitor. Caso queira aplicar o exercício em você mesmo, sugiro que faça cada etapa antes de passar para a próxima. Primeiros pensamentos: Tenha em mente que uma pessoa comum nunca pensou sobre isso de forma organizada antes. E você também faz parte deste grupo. Então, amplamente, fale sobre o seu trabalho, suas rotinas, suas responsabilidades, seu contexto, seus desafios, suas angústias e suas vitórias. Vá anotando palavras e expressões ditas ou pensadas, que no passo “2” poderão lhe ajudar a fazer uma sintonia fina desta grande imagem. Definições básicas: Tendo como base um conjunto de palavras geralmente associadas a quaisquer profissões (como as cinco palavras que coloquei no primeiro parágrafo), acrescido daquelas que você foi destacando da etapa de “primeiros pensamentos”, escreva conceitos, ideias e pensamentos associados a cada uma dessas palavras. Escreva tudo sem julgamento. O que significa trabalho para você? Por que trabalho é importante? O que é bom no trabalho? O que é ruim no trabalho? Por que preciso trabalhar? E por ai segue, cada uma das palavras (substitua a palavra trabalho por outra que você listou e faça as perguntas acima até o ponto que consiga definir com clareza o que ela significa para você). Escreva cada conceito em uma ficha, tendo a palavra bem em cima da página destacada (“trabalho”, por exemplo), e o conceito, em letras menores, abaixo (a resposta às diversas perguntas). Pode sublinhar, ao final, palavras e expressões negativas que tenha registrado. Mosaico (mapa mental): O melhor, nesta etapa, é construir esse mapa mental sobre uma grande cartolina, na qual colocará, no centro, o conceito de trabalho. Ao redor, você irá colando as demais fichas e as unindo por linhas. No final, você poderá ter
um mapa, um esquema gráfico, que genericamente represente como você pensa, como os conceitos se relacionam com o trabalho e entre si e em que hierarquia eles estão para você. Simulador de demandas: Entenda por qual lado do mosaico geralmente entram as demandas. Será pelo lado das metas (imaginando que meta seja um conceito usado por você)? Como está relacionado esse assunto na sua cabeça? Quais conceitos se associam a isso? Como geralmente você reage a essas demandas? Por quê? Veja tudo isso em seu mosaico. Entenda esses motivadores que você construiu. Durante a simulação, veja se surgem outras palavras ou refinamentos dos conceitos envolvidos. É algo normal neste estágio. Prototipagem: Acredite nesse mapa que você construiu e pense nele a todo final de dia, durante 30 dias. Vá acrescentando ou ajustando cada local, relação, conceito, inserindo ou eliminando. Ao final de 30 dias, você terá algo bem mais real para começar o passo seguinte, um dos mais importantes. Ressignificação: Pense nos resultados que você quer atingir nos próximos meses e veja quais os conceitos que deveriam ser reinterpretados / ressignificados. Entenda que esses conceitos que estão registrados no mapa foram construídos sob circunstâncias e contextos passados, que não mais se repetirão (pelo menos não naquela forma, intensidade e contexto). Mas também entenda que você vem ao longo dos anos investindo emocionalmente nesses conceitos e nessa maneira de fazer gestão. Entendendo isso, você terá a sua permissão para alterar o que for preciso, modernizando a sua maneira de pensar a gestão de sua empresa. A grande pergunta é: Para os novos resultados que desejo, essa forma de pensar irá me entregar o que quero? Novo simulador de demandas: Simule novamente aquelas situações do passo 4, imaginando como agora seriam suas reações e pensamentos para cada uma das demandas anteriormente definidas. Está mais próximo do modelo que você deseja atuar? Se sim, ótimo. Sinta todo este prazer de ter conseguido esse grande avanço com pequenos ajustes na sua maneira de estruturar o mundo na sua cabeça. Da mesma forma, sinta como era desfavorável a sua antiga maneira de pensar. Sinta como era “pior” antes do que pode ser agora, com esse novo conceito. Decida viver sob esse novo conceito, esse pequeno aspecto de sua vida. Repetição e monitoramento: Continue repetindo o passo 6, conceito por conceito, de forma gradual, até que você tenha uma nova plataforma para enxergar e interpretar o mundo. Não tente fazer tudo ao mesmo tempo. Vá conceito por conceito. Aconselho aqui a ter um caderno para ir diariamente registrando como o calçadista
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foi o dia sob aquele prisma que você quis mudar. Desta forma, refletindo diariamente sobre o conceito, ele fará parte da sua vida em alguns dias. Enfim, esse é um exercício de liderança poderoso, para ser feito individualmente. Se tiver um bom clima e entrosamento entre as pessoas da mesma empresa, pode ser feito individualmente por toda a equipe e os progressos discutidos em reuniões com esta finalidade, fazendo com que, em um clima aberto, as pessoas possam dar feedbacks e apoio para os demais. Mas como é algo potente e íntimo, cabe a ressalva de que você deve estar preparado para conduzir isso em grupo, bem como o grupo deve apresentar a maturidade necessária para esses feedbacks. Para essa técnica ficar ainda melhor, você poderia associar modelos de pessoas que você acha que já estão a sua frente nos quesitos que você quer mudar. Como elas são? O que fazem? Como reagiriam e/ou agiriam nas demandas que você tem como desafio? Se você não tem ninguém para servir de modelo, pense já em como seria o “você ideal”. O que você mesmo faria. No livro de minha autoria, “Ressignificando Vendas – Como melhorar 1% a cada dia, todo dia, e acelerar o seu
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negócio de vendas” eu apresento para as pessoas seis modelos de profissionais de vendas para serem usados como modelos. Cada um teve um sucesso de alguma forma. Uns foram sozinhos, outros com um grupo de prepostos, outros com o apoio da tecnologia, outros com base no relacionamento pessoal e networking, etc. Não importa a maneira, todos tiveram sucesso. E peço então que identifiquem em um destes seis modelos genéricos aquelas características que gostariam de incluir ou de ressignificar em seu mapa mental. É uma atividade intensa, de gestão comportamental pura, mas que preza a inteligência em vez da força bruta. São para empresas e gestores que entendem que não é trabalhando 10 horas a mais por dia ou dando 10 vezes mais duro do que já estão fazendo hoje que resultados novos e melhores irão aparecer. Mas sim trabalhando com mais inteligência. Enxergue o mundo de uma forma diferente, por meio de novos conceitos e mapas, e você verá como novas portas irão se abrir para você. Portas nunca antes percebidas. Bom 2013 e espero que você realize tudo o que planejou para este ano. Boas vendas e até breve.
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internacional
Preview outono inverno 2013/14
Primeira feira internacional da temporada de inverno, ExpoRiva Schuh reúne mais de 1200 indústrias calçadistas, dentre elas 14 brasileiras por vera campos
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Riva Del Garda é uma das poucas cidades italianas fora dos grandes centros que conseguem, ao mesmo tempo, gerar turismo e negócios. Situada ao norte da Itália, na região Trentino Alto Ádige, na província do Trento, é um povoado com não mais que 15 mil habitantes que, no verão, consegue atrair de turistas de toda a Europa, por sua localização privilegiada às margens do extenso lago de Garda, famoso por suas águas cristalinas. Se no verão a cidade ferve, hotéis e restaurantes lotam, o mesmo não se pode dizer do inverno, quando praticamente fica deserta e “hiberna”. Essa calmaria, no entanto, é quebrada durante alguns dias em janeiro, quando lá se realiza a edição Outono/Inverno da ExpoRiva Schuh, a primeira feira do calendário internacional da indústria calçadista, com um preview das coleções das marcas do mundo todo para a temporada. Direcionada a grandes compradores – magazines, redes de lojas e atacadistas/ distribuidores, a ExpoRiva Schuh se caracteriza por oferecer volume e calçados na faixa média de preços e atrai público do mundo todo. Bianual, ocorre desde 1973 a 80ª. edição (Primavera/Verão) acontece entre 15 e 16 de junho e será comemorada em grande estilo, com uma grande festa.
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Duas vezes por ano, Riva Del Garda recebe a ExpoRiva Schuh
Feira internacional
Realizada entre 12 e 15 de janeiro, a edição Outono Inverno 2013/14 reuniu, em 32 mil m2 de área de exposição, cerca de 1200 empresas provenientes de 38 países. Dessas, 2/3 eram fabricantes não italianos, entre eles 14 marcas brasileiras: Andacco, Capelli Rossi, Carrano, Cecconello, Huberto S. Muller, Klin, Madeira Brasil, Pampili, Pegada, Piccadilly, Stéphanie Classic, Vizzano, Werner e Wirth - Jorge Bischoff-ADG. Todas participam do Brazilian Footwear, programa de promoção
de exportações de calçados, uma parceria entre a Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) e Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimento (Apex-Brasil). A cada edição, expositores de outros países se unem aos já tradicionais. Este ano, foi a vez de México, Lituânia e Albânia se agregarem aos demais. China e índia ganharam pavilhões só para eles. Entre o público presente, Estados Unidos e Canadá lideraram em número de visitantes, superados apenas pelos compradores da União Europeia.
“O evento reúne um mix de produtos interessantes, capazes de atrair visitantes e novos mercados, mas, ao mesmo tempo, permanece como um ponto de referência para os nossos visitantes ‘históricos’. Essa é a nossa força hoje e que representa o nosso valor agregado”, afirmou o presidente da Riva del Garda Fierecongressi, Roberto Pellegrini.
Contatos e negócios
Para o coordenador da Unidade de Projetos da Associação Brasileira da Indústria de Calçados (Abicalçados) Cristiano Körbes, a feira é uma excelente oportunidade das fabricantes brasileiras com tradição em exportação e perfil de atendimento a grandes compradores estreitarem contato com clientes de várias partes do mundo. “A ExpoRiva Schuh não é uma feira não para vendas imediatas, e sim um termômetro para as fabricantes entenderem melhor o que o cliente está buscando”, assinala. Mas as 14 empresas brasileiras presentes ao evento não tiveram do que reclamar. A expectativa é a de que os contatos feitos gerem negócios no valor de US$ 20,7 milhões. “Foram realizados mais de 340 con-
tatos durante os quatro dias de feira, boa parte deles com novos clientes”, informa Juliana Kauer, da Unidade de Eventos da Abicalçados. Ela atribui os resultados positivos à melhor localização dos estandes, que atraiu visitantes focados em fechar negócios. “Além disso, percebemos que as marcas focaram em um design mais quente, o que atraiu o público europeu”, completa. Outro aspecto que fez a diferença, de acordo com Juliana, foi a valorização do dólar frente ao real. “Aos poucos, nossos preços estão voltando a ser competitivos”.
Roberto Pellegrini
Brasileiros em cena
Participando pela primeira vez da Expo RivaSchuh, a Calçados Beira Rio expôs todas suas marcas: Vizzano, Moleka, Molequinha e Beira Rio. A supervisora de Exportação do grupo Gabriela Oliveira avaliou que a feira proporciona a oportunidade de prospectar novos clientes e fazer negócios, o que vai ao encontro da estratégia de expandir vendas na Europa, Oriente Médio, Leste Europeu e Ásia. Com 37 anos de atuação no mercado de calçados, o grupo já exporta para 52 países. Para Leonardo Sauter, representante de
Cristiano Korbes
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internacional Exportação da Werner, que há mais de dez anos participa do evento, a ExpoRiva é a janela da primeira apresentação das coleções no exterior a um público composto de clientes que precisam trabalhar antecipadamente as amostras, caso dos compradores de redes de lojas, ou mesmo de distribuidores, que fornecem para lojistas independentes. “Recebemos a visita de nossos clientes tradicionais, alguns deles colocaram pedidos e outros agendaram reuniões, foi uma movimentação muito boa”, concluiu. Participando da ExpoRivaSchuh há cerca de cinco anos, a Andacco é a marca da Fábrica de Calçados Cacique, com sede em São Sebastião do Paraíso (MG). No mercado externo, atende Europa, América do Norte, Oriente Médio e Oceania. Cerca de 50 % dessa demanda é feita pela Rússia e Estados Unidos, informa o diretor Benevenuto Arantes. Com a Madeira Brasil, marca utilizada para vender seus calçados na Europa, a Bottero marca presença na Expo Riva há cerca de oito anos, de acordo com Paulina Klein, analista comercial de Exportação. Quem procura o estande da empresa são os clientes tradicionais. A marca exporta para o Mercosul, Europa, Israel e Turquia. Presença recorrente na feira, a Piccadilly aproveita o evento para prospectar novos clientes e estreitar relacionamento com os tradicionais, conta o representante Felippe Tiago Fleck. “São, na maioria, são distribuidores e grandes lojistas que vêm conhecer a linha e escolher amostras”, diz. A Piccadilly exporta para mais de 90 países, que absorvem cerca de 30% de suas vendas. A Pampili, fabricante de calçados para meninas, tem 20 anos de tradição em exportação e clientela em mais de 40 países, mas está sempre disposta a ampliar mercado. Na ExpoRivaSchuh, em que expõe há cerca de nove anos, visa clientes da Europa, Oriente Médio e Ásia. Este ano, novas frentes estão sendo abertas na Europa (Portugal, Espanha e Itália), na Grécia e em Israel, coloca a analista de exportação Tatiana Sanchez Lopes. Com tradição em exportação, a Pegada, de calçados masculinos, tem clientes em
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Negocios, relacionamento com clientes e prospecção de novos: resultados positivos para as marcas brasileiras
vários países da Europa e na América Latina, mas seus maiores compradores são os do Oriente Médio. “A ExpoRiva é uma boa vitrine de negócios”, afirma o representante Juliano Fontes, que expôs a coleção de inverno completa, incluindo a linha para trecking. Pela segunda vez na feira, a Cecconello apresentou sua linha de calçados femininos de moda. A empresa já exporta para 40 países, com destaque para França, Rússia, Espanha e Colômbia. Na feira, estreitou relacionamentos. “Os resultados foram dentro do projetado”, avalia Gustavo Schweitzer, da área de vendas ao mercado externo. * A jornalista viajou a convite dos organizadores da feira.
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novidades
Braskem apresenta ao setor calçadista nova resina EVA para produção de entressolas Reduzir custos, aumentar a produtividade, otimizar o tempo. Esses são os principais desafios encontrados pelas indústrias de confecção em geral. E não seria diferente para o setor calçadista, que só no Brasil produziu mais de 800 milhões de pares em 2011. Focando nessas questões, a Braskem, produtora de resinas termoplásticas, lança nova resina EVA (copolímero de etileno e acetato de vinila), que elimina o processo de cura UV na colagem de solas, permitindo uma confecção mais rápida e sustentável. De acordo com Cláudia Arruda, diretora comercial de polietileno da empresa, nesse segmento, a colagem das entressolas à base de EVA é uma etapa importante do processo, pois a durabilidade de um calçado está diretamente vinculada à qualidade de aderência dos seus componentes após o processo de cura. A resina é indicada para a confecção de calçados esportivos, sendo a entressola a sua principal aplicação. Dentre as suas vantagens, podem ser destacadas a não geração de ozônio (nocivo ao meio ambiente e ser humano), ganho na produtividade, redução do custo energético, redução de custos de equipamentos e com troca de
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lâmpadas UV, além da segurança de processo de colagem. “A nova resina possibilita ainda ganho na qualidade dos solados, o que resulta na redução da devolução de calçados por conta de defeitos e, por consequência, custos ainda menores aos transformadores”, explica a diretora comercial. De acordo com a empresa, essa inovação pode gerar uma redução de custo de até 26% na etapa de colagem do processo de produção do calçado, bem como possibilitar designs mais diferenciados na confecção da entressola. A qualidade dos solados deve-se ao desenvolvimento, feito em parceria com a empresa Killing, de um novo primer aplicado a frio, o que complementa a colagem da resina em diferentes substratos, tais como: couro sintético, borracha e PVC. Segundo Arruda, é preciso utilizar a resina EVA PLUS em conjunto com o primer específico, seguindo a formulação indicada, pois esses dois componentes são necessários para a aderência. Mesmo com o setor cada vez mais competitivo, a empresa espera atingir 60% do mercado nacional nos dois primeiros anos de atuação.
Economia de energia
Representante exclusiva das máquinas de costura industriais Zoje no Brasil, a Rolemak apresenta máquinas de costura eletrônicas para calçados de couro, esportivos e infantis, equipadas com motor robusto e sustentável, que promove a redução de até 70% no consumo de energia quando comparado aos motores convencionais. O destaque fica por conta da linha de Coluna com 1 e 2 agulhas, com sistema completo de levantamento de calcador, arremate e corte de linha. O grande diferencial dessa linha é o motor Eco Drive, que entra em standby quando não está em funcionamento, reduzindo assim o consumo de energia. Outra novidade é a máquina Filigrana com campo de 30x20 cm para costura de palmilha, pontos decorativos, costura de reforço e bordados personalizados, e a travete eletrônica multifuncional, que possibilita fazer reforço de costura, pregar etiquetas e costuras especiais.
Fotos: Divulgação
De olho na produtividade e sustentabilidade
Palmilhas e avessos Impressão digital
A AHB Máquinas está trazendo da Itália a Ecogenio, um equipamento para impressão que revoluciona pela variedade de materiais aos quais ela se aplica, e pelo fato de ser sustentável, na medida em que usa tinta base U.V., que não polui o ambiente. A aplicação de estampas e desenhos em materiais como PVC, EVA, PET, borracha, couros, lonas, tecidos de algodão, tecidos sintéticos e papel agora pode ser feita de diretamente no produto. Com o lançamento, a empresa pretende atender aos fabricantes na hora de aplicar imagens em solados, palmilhas e no próprio cabedal. A máquina substitui a impressão com transfer por impressão digital direto no produto. Imprime imagens em quadricromia na velocidade de 24 metros lineares por minuto, com resolução de até 1.040 DPIs.
Palmilhas flexíveis e avessos que atendem todas as normas do exigente mercado calçadista, desenvolvidos para garantir melhor desempenho e conforto aos calçados. Estas são algumas das novidades da Freudenberg Não Tecidos apresentadas durante a 37ª Fimec (Feira Internacional de Couros, Produtos Químicos, Componentes, Máquinas e Equipamentos para Calçados e Curtumes). “Nosso objetivo é apresentar os lançamentos e atualizar o mercado com os produtos que desenvolvemos e fabricamos, além de divulgar nossa estrutura comercial e de serviços em toda a América Latina. Recebemos visitantes de diversos países e, assim, estreitamos o relacionamento com os clientes”, conta o gerente comercial da Divisão Shoe Components da companhia, Danilo da Costa Paula.
Peles de animais
Especializada em processamento de peles de peixe, avestruz e coelho, a Peltica apresentou no Inspiramais, em janeiro, a linha para o Inverno 2014. Destaque para peles de coelho em novas serigrafias e acabamentos, como os metalizados e o animal print. Entram em cena também acabamentos no carnal, que possibilita colorações nos dois lados da pele. Em relação às peles de peixe, as novidades são as de pirarucu de manejo, que resultam em pelos acima de 1m². Outros destaques são as mantas de peixe bordadas, que podem ser desenvolvidas no mais variados desenhos. o calçadista
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memória
Obsessão por sapatos Calçados de grifes e design extravagantes ganham as ruas e uma exposição em Nova iorque
Pigalle heels, modelo vermelho cereja de Christian Louboutin
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O Museum at the Fashion Institute of Technology (MFIT), de Nova Iorque, apresenta até 13 de abril a exposição Shoe Obsession (Obsessão por Sapatos), uma clara demonstração do fascínio de nossa cultura por calçados elegantes e extravagantes. Há quem observe que os sapatos do século XXI se tornaram tão altos, que até saltos de 10 cm hoje são considerados baixos por muitos. Shoe Obsession traz cerca 150 exemplares de sapatos criados nas duas últimas décadas por designers considerados icônicos como Christian Louboutin, Manolo Blahnik e Roger Vivier, entre outros, além dos jovens Nicholas Kirkwood, Charlotte Olympia e do brasileiro Alexandre Birman. A mostra traz ainda modelos de grande marcas de moda, como Givenchy, Prada, Alexander McQueen, Gucci e Azzedine Alaïa.
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Modelo do brasileiro Alexandre Birman, resort 2013
Obras de arte
Há sapatos que são quase obras de arte, como o Lady Pointe, desenvolvido por Noritaka Tatehana para Lady Gaga. Outro destaque é a versão do sapato cor de prata de Manolo Blahnik, que marcou presença no episódio “A Woman’s Right to Shoes” da série Sex and the City, em 2003. Christian Louboutin, designer dos mais famosos, conhecido também pelo solado vermelho como marca registrada de suas criações, está presente com Pigalle heels, do outono 2012, modelo vermelho cereja cravado de pontas. A marca Ferragamo, famosa já na década de 1930, participa com vários modelos contemporâneos da coleção Glam outono de 2006. Bruno Frisoni, como diretor artístico Roger Vivier, tem mantido que o legado da marca de opulência e artesanato impecável. Na mostra, sua estética moderna e sedutora é demonstrada com o Eyelash Heel pump, do outono 2012/13, em edição limitada da linha Rendez-Vous. Vale conferir ainda os sapatos de Pierre Hardy, cujo trabalho é definido por fortes, silhuetas gráficas e combinações de cores ousadas. Enquanto própria marca de Hardy tem crescido constantemente desde o seu lançamento em 1999, o designer também é conhecido por suas colaborações com Balenciaga, Hermès, e até mesmo Gap. Exemplares de coleções de mulheres apaixonadas por sapatos estão lá, como os da designer de jóias Lynn Ban, com 20 pares de saltos por Azzedine Alaïa e três pares da primavera 2012 da Prada. A baronesa Monica von Neumann, cujo amor pelos saltos altos requintados foi registrado em 2011 documentário God Save My Shoes, apresenta seus modelos de marcas de luxo como Gucci e Hermès.
Modelo de Azzedine Alaia
Modelo prata de Manolo Blahnik, 2003
Fotos: Divulgação
Chama de couro vermelho e branco da Prada
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Estratégia
Decisão acertada a
Produzir calçados femininos, a alternativa para as indústrias calçadistas de Nova Serrana, tradicional polo produtor de calçados esportivos, driblar a crise e a concorrência dos importados
região mineira de Nova Serrana, conhecida como Capital Nacional do Calçado Esportivo, por concentrar a produção de mais da metade do total nacional de produção de tênis, teve de abrir novas frentes em 2012, para escapar da crise que rondou o mercado. E direcionar parte da produção para calçados femininos foi uma delas. “Até 2011, a produção do polo era concentrada no mercado esportivo, mas, em 2012, o feminino atingiu 40% de todo montante” revela Júnior César Silva, diretor do Sindinova - Sindicato Intermunicipal das Indústrias de Calçados de Nova Serrana .
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Essa mudança de estratégia repercutiu na quantidade de pares fabricados. “O tempo e o custo de produção de calçados femininos são menores. O número de sapatos produzidos em um único dia chega a ser o dobro dos tênis”, diz . No entanto, foi um ano de reposicionamento de mercado e adaptação, uma vez que muitas empresas deixaram o calçado esportivo e migraram para o feminino. Como resultado, as empresas calçadistas locais, apesar de terem enfrentado queda significativa de produção no primeiro semestre do ano passado, foram surpreendidas por um desempenho melhor que o previsto segundo semestre. Mesmo
FotoS: Divulgação/SINDINOVA
por Camila Guesa
APL de Nova Serrana em números
Capital Nacional do Calçado Esportivo • 12 municípios: Nova Serrana, Bom Despacho, Pitangui, Divinópolis, Leandro Ferreira, São Gonçalo do Pará, Perdigão, Araújo, Pará de Minas, Conceição do Pará, Igaratinga e Onça do Pitangui • Empresas: 1,2 mil • Produção: 105 milhões de pares produzidos em 2012; • Empregos: 44 mil diretos e indiretos • 40% do total dos pares destinado às mulheres e 60% esportivos (2012)
Você sabia? assim, os 105 milhões de pares produzidos representaram um recuo de 4,5% na produção em relação a 2011, quando foram fabricados na região 110 milhões de pares. “Conseguimos chegar a este patamar graças à agilidade em adaptação das empresas locais que, em sua maioria são pequenas e médias e conseguiram moldar seus processos às demandas e rapidez da moda calçadista”, afirma o presidente do Sindinova, Pedro Gomes.
Polo reconhecido
Terceiro polo produtivo de calçados no país e o primeiro em vendas de calçados esportivos populares, o Arranjo Produtivo Local (APL) Nova Serrana reúne cerca de 1.200 indústrias calçadistas, distribuídas em doze municípios, liderados por Nova Serrana. Ali estão reunidos mais de 30% dos estabelecimentos produtores de calçados de Minas Gerais. São um conjunto de cidades reconhecidas pela grande concentração de profissionais talentosos e por desenvolver produtos inovadores de grande valor agregado.
Superação
Para 2013, as perspectivas são de crescimento, tanto de mercado como de produção. “Em análise de dados divulgados pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), podemos perceber que as expectativas para os próximos três anos são de crescimento da indústria, devido, principalmente, aos grandes eventos esportivos que o país vai receber”, conclui o diretor do sindicato.
Desafios e oportunidades
Entre os principais desafios do setor, o presidente do Sindinova destaca a concorrência de produtos de baixo preço da China e outros países asiáticos, a baixa capacitação da mão de obra, informalidade e alta rotatividade de pessoal. “Para driblar esses problemas, estamos nos preparando tecnologicamente, automatizando o que dá para automatizar para agilizar ainda mais a produção. Além disso, damos suporte para que essas empresas possam se qualificar
e se enquadrar dentro das normas do Ministério do Trabalho”, diz o presidente Pedro Gomes. “Também buscamos, através do Fiem, Senai, Sebrae e outras instituições governamentais, treinar e capacitar trabalha-dores para atender a demanda local.” Além desses desafios, os calçadistas da região enfrentam cobranças por condições de produção ambiental e socialmente corretas; tentam se desvencilhar do rótulo de ‘falsificadores de marcas famosas’ e se ressentem da falta de insumos para a cadeia produtiva do APL.
Fenova
Nascido despretensiosamente, o APL local tem suas raízes nos anos 20, quando funcionava como rota dos retirantes do Nordeste e ponto de parada de boiadeiros que desciam para o sul para vender gado. A partir daí, a região iniciou a sua especialização em artigos de couro (arreios e botinas), voltados para a demanda dessa população. Em 1940, foi instalada a primeira fábrica artesanal de botinhas, que comprava suas matériasprimas de Divinópolis. A partir da década de 40, a atividade cresceu e desenvolveu-se com a modernização das fábricas e a diversificação da produção. Atualmente, são mais de mil indústrias voltadas para a fabricação de calçados esportivos, não havendo a existência de uma empresa âncora.
Para incentivar ainda mais a indústria local, a 12ª. Fenova – Feira de Calçados de Nova Serrana, aconteceu este ano na capital mineira, de 26 a 28 de fevereiro. “É uma forma de facilitar o acesso de lojistas de todo o Brasil”, justifica Júnior César Silva, do Sindinova. Realizada pelo sindicato, a mostra ocupou dois pavilhões do no Expominas, uma área de 5.800m2. Lá, mais de 200 estandes apresentaram a coleção outono/inverno 2013 de mais de 350 marcas de calçados do polo de Nova Serrana. A expectativa dos organizadores é que o público de dez mil pessoas movimente cerca de R$ 50 milhões em negócios.
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estratégia
Marca de sapatos femininos exclusivos inova ao oferecer às clientes a opção da escolha dos calçados em casa por Camila Guesa nxergar uma oportunidade naquilo que poderia ser um empecilho para o crescimento da marca. Foi assim que a designer Adriana Pedroso, dona da Masqué, de sapatos femininos de luxo, criou a “Masqué em Sua Casa” – um serviço de delivery para a venda dos produtos. “Muitas clientes reclamavam que não tinham tempo para vir à loja, então criamos este serviço para atender suas necessidades e assim fazê-las se sentir cada vez mais VIPs e à vontade para escolherem seus sapatos”, conta Adriana. “Estamos cientes da correria do dia a dia, por isso pensamos em uma maneira simples de levar toda a qualidade Masqué para a casa de nossas clientes”, completa.
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Para usufruir do serviço, as clientes podem selecionar no site (www.masque.com. br) as peças de seu interesse e entrar em contato com a empresa. Os sapatos são entregues em uma mala, conforme agendamento prévio que pode ser feito, inclusive, às sextas-feiras, praticidade essa que permite às consumidoras provarem e decidirem com calma, durante o final de semana, o que desejam comprar. “As mulheres também podem informar o estilo dos sapatos que preferem, o tipo e o tamanho de salto. A partir daí, fazemos uma seleção que atenda o que ela quer”, explica a designer. Caso optem pela compra, o pagamento pode ser feito por meio de cheque, dinheiro ou depósito bancário. A iniciativa está sendo muito bem aceita pelas clientes, e as vendas no delivery crescem mês a mês. Em media, por esse sistema, a Masqué vende 40 pares por mês. “Para nós é compensador, pois trabalhamos com mercado de luxo, no qual as clientes querem ser cada vez mais tratadas com ex-
Sapatos são entregues em casa para clientes escolherem os que preferem
clusividade”, ressalta Adriana. Em vista disso, a criadora da marca está amadurecendo a ideia de ter um e-commerce próprio. A Masqué foi criada em 2010, em São Paulo, segundo o conceito de oferecer sapatos exclusivos que aliam design e conforto para um público-alvo de mulheres antenadas que gostam de estar bem vestidas. “Os sapatos da marca são um misto de design e arte, super exclusivos. Atrás de cada modelo tem um estudo, uma pesquisa e um desenvolvimento que os torna diferenciado dos demais do mercado”, completa a designer. São calçados artesanais e repletos de detalhes, atemporais e que, por isso, podem ser usados em qualquer época do ano. “Não seguimos tendências, mas procuramos produzir o que as clientes gostam”, explica. Entre os materiais utilizados, a pelica de cabra é um dos mais frequentes. Não à toa, os preços dos sapatos da marca variam entre R$ 600 e R$ 700. Além do delivery, os calçados da marca são ofertados em lojas multimarcas e em uma unidade própria – que também é atelier, na capital paulista.
Fotos: Divulgação
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