confeccionista ANO IX - Nº 48 - NOV/DEZ 2018
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IMAGEM POSITIVA Conheça o segredo das marcas de sucesso
ERA DIGITAL Como fica o capital humano
RETOMADA DO VAREJO Moda íntima tem o melhor desempenho
CONSUMO Trend Session Jeanswear
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TRANSPOSIÇÃO É NOVO CONCEITO
CONFECÇÃO 4.0
Projetos são lançados em evento do Senai
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CARTA AO LEITOR
Ano novo, governo novo, esperança nova Já faz muito tempo que não temos uma mudança tão grande na direção de um governo para outro. Estou falando da política socialista do presidente Lula, passando pelo capitalismo político do presidente Temer e agora, com o neoliberalismo militar do novo presidente Bolsonaro. Os empresários com quem tenho conversado demonstram uma euforia contida, depois de inúmeras decepções com o andamento da economia que por várias vezes deu a impressão que iria decolar, mas sempre foi um voo de galinha. Agora é ano novo, as vendas do comércio parecem que estão em uma alta consistente e os empregos começam a aparecer e mesmo em ritmo lento, parece que estamos no caminho certo, só falta colocar lenha na fogueira. Nós, da revista O Confeccionista, já estamos acreditando nesse futuro melhor e estamos voltando a contratar profissionais para os novos produtos que estamos lançando em 2019, o Portal O Confeccionista e Portal O Calçadista, ambos sites de classificados que, temos certeza, serão de grande interesses desses setores. Também voltamos a produzir a revista O Calçadista, uma vez que o mercado de Calçados está em forte crescimento e precisa de muita informação e prestação de serviços, que é o que a revista se propõe a fazer. Estamos acreditando em 2019 e não vamos esperar para ver o que acontece para depois tomar as decisões, um grande futuro espera os que acreditam e não desistem, afinal, o que mais nos resta? Tenha uma ótima leitura e faça grandes negócios. Um abraço.
Júlio César Mello
Diretor-executivo Revista O Confeccionista juliocesar@oconfeccionista.com.br
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SUMÁRIO
confeccionista
Ano IX – Número 48 – novembro/dezembro 2018
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confeccionista
SENAI CETIQT
ANO IX - Nº 48 - NOV/DE Z 2018
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CONGRESSO INTERNACIONAL ABIT
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Conheça o segredo das marcas de sucesso
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TREND SESSION JEANSWEAR
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VAREJO
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CURSOS DE MODA
IX- Nº 48- NOV/DEZ -2018
PESQUISA O CONFECCIONISTA - ANO
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ERA DIGITAL
Como fica o capital humano
RETOMADA DO VAREJO
Moda íntima tem o melhor desempenho
CONSUMO
Trend Session Jeanswear
SEÇÕES 12 EM DIA 16 EMPRESA DE DESTAQUE 32 SUSTENTABILIDADE DICAS DO ESPECIALISTA
20 Confecção 34 Seguros 66 Rede Varejista 54 Gestão
confeccionista Diretor-Geral - Júlio César Mello juliocesar@oconfeccionista.com.br Diretora de Relações com o Mercado Bernadete Pelosini bernadete@oconfeccionista.com.br Editora: Aurora Ayres editora@oconfeccionista.com.br Editora de Arte - Marisa Ana Corazza marisacorazza@gmail.com Colaboraram nesta edição: Barbara Poci, Cristiane Santos de
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CONFECÇÃO 4.0
Projetos são lançados em evento do Senai
capa 48.indd 1
CAPA
12/20/18 2:15 PM
TRANSPOSIÇÃO NA SPFW
38 Conceito marca nova fase do evento MERCADO
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Abit divulga balanço da cadeia têxtil
DICA DO ESPECIALISTA
60 Conheça o segredo das marcas de sucesso
Carvalho, Richard Freitas, Edmundo Lima, Gisele Ghanem Cardoso e Samuel Gonsales (artigos) Internet - Mulisha rafael@mulisha.com.br Financeiro - Vanessa Mello financeiro@oconfeccionista.com.br Publicidade comercial@oconfeccionista.com.br Impressão - Gráfica Referência Distribuição Nacional O Confeccionista é uma publicação bimestral da Impressão Editora e Publicidade Ltda., distribuída aos
empresários da indústria de confecção. É vedada a reprodução total ou em parte das matérias desta revista sem a autorização prévia da editora. Todas opiniões e comentários dos articulistas e anunciantes são de responsabilidade dos mesmos. Impressão Editora e Publicidade Ltda Rua Alcides de Almeida, 184, Centro, S.Bernardo do Campo,SP. CEP: 09715-265 - Fone: 11-4235 0061
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FOTO DE CAPA: DESFILE AMIR SLAMA/AGÊNCIA FOTOSITE
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EDITORIAL
Otimismo para 2019 Apesar de que o cenário político e econômico ainda seja visto como crítico, o otimismo dos brasileiros cresceu e atinge a maior parte da população (60%) pela primeira vez desde 2015. Esse dado faz parte de um recente estudo de mercado da Acrefi, publicada na seção “Pesquisa”, desta edição. O resultado da pesquisa, feita em todas as regiões do país, demonstra aumento de confiança por parte do brasileiro, o que contribui para uma retomada de crescimento do país, com investimentos consistentes e expectativa em relação a novos empregos. O dirigente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (ABIT), Fernando Pimentel, também comunga desse otimismo responsável em relação ao ano que vem, ao projetar a retomada do desenvolvimento deste que é o quarto maior parque industrial do mundo. Segundo ele, a expectativa é crescer 3% na produção nacional e expandir 3,5% no varejo de vestuário. Saiba dos números do setor na seção “Mercado”. Relevante e de importância gigantesca para a economia do país, o mercado têxtil vem se destacando devido ao forte avanço na área tecnológica. Mas, como a cadeia têxtil pode se manter em tempos de grandes transformações digitais? São várias as respostas. Uma delas é por meio de competências, oriundas da capacitação da força e trabalho. Tal capacitação se apresenta como um desafio trazido pela indústria 4.0: o de educar em um mundo que se transforma diariamente. O leitor encontrará na matéria “Congresso Internacional Abit”, as outras respostas para a pergunta acima. Respostas que podem nortear a tomada de decisão na indústria e no varejo para 2019, a partir da melhoria dos fatores econômicos – redução da inflação e juros; emprego e massa salarial e expansão do crédito. Após um 2018 impactado pela interferência de movimentos externos ao mercado consumidor de moda, como a greve dos caminhoneiros, Copa do Mundo e as incertezas das eleições, as estimativas preliminares do IEMI-Inteligência de Mercado, apontam crescimento para o segmento de vestuário. Leia sobre o assunto na seção “Varejo”. Desejo a todos um excelente e promissor 2019!
Aurora Ayres
Editora editora@oconfeccionista.com.br
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EM DIA PRODUÇÃO VOLTA A CRESCER
O Estado de São Paulo comemora resultado divulgado pela Fundação Seade em que foi apontado que o PIB paulista teve aumento de 2,6% no acumulado de 12 meses (agosto/2017 a agosto/2018). Números indicam que território se mantém na rota de investidores brasileiros e estrangeiros. De acordo com dados do Seade e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2017, o PIB paulista correspondia por 31,46% do PIB nacional. No mesmo período, o estado paulista registou 1,67% de alta, enquanto a taxa de crescimento do Brasil foi de 0,99%. O PIB paulista também fica à frente de estados em ascensão, como Shangai e Pequim (China) e Georgia, Massachusetts, Carolina do Norte, Washington (Estados Unidos), de acordo com informações do National Bureau of Statistics of China e Bureau of Economia Analysis.
A produção da indústria brasileira voltou a crescer e alcançou 54,7 pontos em outubro. O indicador de número de empregados ficou em 50 pontos, mostrando que o emprego no setor ficou estável no mês passado, informa a Sondagem Industrial divulgada no dia 26 de novembro, pela CNI. Os indicadores variam de zero a cem pontos. Quando ficam acima de 50 pontos mostram aumento da produção e do emprego. O nível de utilização da capacidade instalada aumentou 1 ponto percentual na comparação com setembro e alcançou 69% em outubro. A pesquisa aponta que a utilização da capacidade instalada se mantém, pelo terceiro mês consecutivo, 2 pontos percentuais acima do registrado nos mesmos meses de 2017.
Fonte: Investe SP
Fonte: Sinditêxtil
São Paulo na rota dos investidores
O Conselho Deliberativo Nacional do Sebrae, órgão colegiado de direção superior da instituição, elegeu no dia 29 de novembro os novos dirigentes da instituição para o período 2019/2022. O novo presidente do conselho será José Roberto Tadros, atual presidente da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). A diretoria executiva será composta ainda por João Henrique de Almeida Sousa, na posição de diretor presidente; Vinicius Nobre Lages, como diretor-técnico e Carlos do Carmo Andrade Melles, na função de diretor de Administração e Finanças. 12
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FOTO: CHARLES DAMASCENO
Sebrae elege nova diretoria
Vinicius Lages, João Henrique de Almeida Sousa e Carlos Melles
Inspiramais 2020_I Oito estúdios irão integrar a nova edição do Projeto + Estampa durante o Inspiramais 2020_I, que acontece dias 15 e 16 de janeiro, no Centro de Eventos Pró-Magno, em São Paulo. São eles: Estúdio Capim, Estúdio Certain, Oficina Lamparina, Studio Aurum Brasil, Nomad, Adriana Boulos, Traço Ousado e Bloom Print. Os estúdios foram convidados a decodificar elementos da cultura brasileira para a criação de novas estampas e apresentação de novas aplicações, incorporando a originalidade brasileira como forma de reduzir a cultura da cópia e também a compra de estampas internacionais por parte de empresas do setor de confecções. Nos dois dias, o Salão reunirá cerca de 7 mil profissionais da moda ávidos por conhecerem os principais lançamentos de
matérias-primas para roupas, calçados, joias, móveis e outros segmentos ligados ao Sistema Moda Brasil, além de centenas de materiais para 2020_I - componentes, tecidos, estampas, sintéticos, couros, saltos, enfeites e aviamentos. A entrada é gratuita para profissionais do setor e as inscrições podem ser feitas pelo site www.inspiramais.com.br. Dias 15/01 e 16/01 das 9h à 19h.
LEI GERAL DE PROTEÇÃO DE DADOS
Marco fundamental no setor de Data & Analytics, a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) – promulgada em agosto – soma-se a uma série de outros instrumentos legais, (desde a Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH/1948), passando pelo Marco Civil da Internet brasileira (Lei nº 12.965/2014), até a Regra Geral de Proteção de Dados Europeia (Diretiva 2016/680 & 2016/281) e cria um cenário completamente novo para as empresas que operam com dados. É o que apontam os especialistas da Cosin Consulting, consultoria de negócios e tecnologia do grupo Dentsu Aegis Network (DAN).
“Algumas práticas já eram comuns e existiam regras esparsas, mas o LGPD consolida este cenário criando leis específicas, mecanismos de controle e punições severas. Com isso, as empresas devem se preparar sob pena de riscos financeiros, jurídicos e para sua imagem. Acreditamos também que uma estrutura bem adaptada a esta nova realidade possa gerar uma vantagem competitiva, especialmente no relacionamento com o consumidor”, afirma Mario Hime, vicepresidente da Cosin Consulting. Antonio Cipriano, também vice-presidente da Cosin completa que “os novos instrumentos legais trouxeram apreensão, mas é preciso ficar claro que a Lei não impõe a confidencialidade ou impossibilidade total de manipulação dos dados. O que é necessário é uma estrita proteção e a necessidade de se pedir o consentimento de pessoas físicas”. Fonte: Cosin Consulting
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EM DIA
EMPREENDEDORES ESTÃO OTIMISTAS
Segundo o relatório IDC Retail Insights, os varejistas que utilizam o conceito Omnichannel, ou multicanal – estratégia de marketing que integra todos os meios de atendimento de uma empresa e facilita o acesso do shopper aos produtos e serviços oferecidos – notaram um aumento de 15 a 35% no ticket médio das transações, e uma alta de 5 a 10% na rentabilidade dos clientes leais. Patricia Cotti, diretora executiva do Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo e Mercado de Consumo (Ibevar), a implementação do Omnichannel já é uma realidade no mercado. “Essa estratégia vem para atender o novo consumidor, cada vez mais digital, que busca novas experiências na hora de comprar. A proposta é integrar os canais de atendimento e tornar a compra mais fácil e agradável para o shopper”, explica.
Pesquisa “Expectativa para a economia e para a empresa”, feita pelo Sebrae entre agosto e outubro, com mais de 5.8 mil empreendedores revela que sete em cada 10 empreendedores apostam que 2019 será melhor. Para 30% dos micro e pequenos empresários, a corrupção foi um dos problemas que prejudicaram suas empresas, um fator acima da taxa de juros, do desemprego e da recessão. Mas 67% dos empreendedores estão otimistas com o próximo ano. Segundo a pesquisa, 46% dos entrevistados apontam o ano de 2018 como pior para a os negócios. Para o futuro, a maioria (67%) tem expectativa positiva; apenas 9,9% estão pessimistas e acham que o próximo ano será pior. Para 29,8% dos entrevistados o problema que mais prejudicou sua empresa em 2018 foi a corrupção, enquanto 19,7% dos empresários se queixaram da taxa de juros e 18,7% apontaram os elevados níveis de desemprego como o vilão para seus negócios.
Fonte: Ibevar
Fonte: Agência Sebrae
CONCEITO OMNICHANNEL NO VAREJO
BNDES CAPTA US$ 750 MI PARA PME'S O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) teve aprovados US$ 750 milhões pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) em uma captação de recursos que visa financiar o aumento da produtividade de mais de 4.900 micro, pequenas e médias empresas (MPMEs) no Brasil. Os recursos serão direcionados às linhas de crédito elencadas no Canal do Desenvolvedor MPME (www.bndes.gov.br/canalmpme), plataforma digital que permite aos empreendedores submeter pedidos online 14
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de financiamento aos agentes financeiros credenciados a operar com o BNDES. No total, estarão disponíveis US$ 900 milhões em crédito para as micro, pequenas e médias empresas nacionais, já que o BNDES também fará um aporte de US$ 150 milhões em recursos próprios no âmbito da parceria com o BID. As empresas elegíveis serão aquelas que demonstrem capacidade administrativa, técnica, financeira, jurídica e ambiental para a execução de investimentos. Fonte: BNDES
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EMPRESA DE DESTAQUE ABRAMACO
ABRAMACO elege presidente para próximo biênio
Presidente eleito é o empresário Dong Wu Kang, mais conhecido como Paulo Kang. Eleição aconteceu no dia 5 de dezembro
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presidente eleito para a nova gestão da Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos para Confecção (Abramaco) é o empresário coreano Dong Wu Kang, mais conhecido como Paulo Kang, presidente da GGTech Sistemas. As eleições foram realizadas no dia 5 de dezembro, na sede da entidade localizada no Bom Retiro, 16
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durante Assembleia Geral Extraordinária para apresentação das chapas para o biênio 2019/2020, votação e apuração. Na ocasião, Paulo Kang comentou que “como presidente eleito gostaria de dizer que me sinto honrado pela chance de representar o setor perante a sociedade. Vou cumprir a minha missão com muita seriedade e dedicação. Conto com o apoio e suporte
do vice-presidente e da nossa diretoria, eleitos junto comigo”. Kang comentou também sobre a conjuntura atual do setor. “Infelizmente, a última assembleia teve um quórum muito baixo, o pior da história da Abramaco, reflexo direto da situação econômica brasileira, com encerramento das atividades de muitas empresas do nosso setor. Crise não só do nosso setor, mas de toda cadeia têxtil, da fiação até o varejo, passando pelas tecelagens e confecções”. Os poucos sobreviventes – prossegue o novo presidente da entidade – já podem ser considerados vitoriosos. “Todos esperamos um futuro melhor sob um novo governo, que pelo menos já deu sinais que entende que o Brasil atravessa a maior crise da história e que empresários brasileiros não são os vilões. É histórico e sintomático o novo presidente dizer ‘não é fácil ser empresário no Brasil’. E o vice-presidente dizer ‘13º salário é jabuticaba, só tem no Brasil’. Mostra que estão conectados com a realidade brasileira”, analisou.
História de Kang
Nascido em Seoul, Coreia do Sul, Dong Wu Kang imigrou para o Brasil aos 10 anos de idade, na década de 1970. Ele conta que no início teve certa dificuldade de adaptação e como filho de imigrante ajudou em casa e depois trabalhou na empresa da família. Como muitos imigrantes coreanos baseados em São Paulo, a família começou uma pequena confecção na Liberdade no final dos anos 70 e depois a instalaram no bairro do Brás. Atualmente, a empresa está sob o comando do seu irmão, como rede de varejo de roupas. Kang conta que trabalhou na confecção
Tai Lamento, presidente da Abramaco e Paulo Kang
da família até os anos de 1980, época em que se formou engenheiro de Produção na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (POLI-USP). Casou-se e tornou-se sócio de uma empresa de software de gestão para confecção e varejo de roupas. De 1989 até 1996, passou a desenvolver programas e a implantar sistemas; foi nessa fase que começou a usar nome Paulo Kang, para facilitar a identificação junto a clientes, fornecedores e colaboradores. Em 1996, fundou a empresa GGTech Sistemas juntamente com os irmãos Zylberkan, que na época eram herdeiros e sócios da empresa Mold Plast, para representar e distribuir produtos da empresa Gerber Technolgy na área de CAD/CAM. Com a saída de dois dos três irmãos/sócios (um mudou para EUA e o outro se aposentou) da Mold Plast e também da GGTech Sistemas no começo dos anos 2000, a Mold Plast foi incorporada à GGTech Sistemas. O irmão remanes-
A GGTech Sistemas é associada da Abramaco desde a fundação em 2000 e Paulo Kang sempre foi um membro ativo da associação, tendo participado de muitas reuniões e atuado como diretor de CAD/CAM, primeiro secretário e tesoureiro. O CONFECCIONISTA NOV/DEZ 2018
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EMPRESA DE DESTAQUE ABRAMACO cente, Décio Zylberkan, continua na ativa como sócio-diretor da GGTech Sistemas junto a Paulo Kang. De 2000 a 2015, o executivo também foi sócio uma outra empresa de software de gestão para mercado de confecção e e-commerce chamada Millennium Network, um dos líderes do mercado nacional. A GGTech Sistemas é associada da Abramaco desde a fundação em 2000 e Paulo Kang sempre foi um membro ativo da associação, tendo participado de muitas reuniões e atuado como diretor de CAD/CAM, primeiro secretário e tesoureiro.
Gestão 2019/2020 Diretoria eleita para o biênio 2019/2020: Presidente: Dong Wu Kang (GGTech Sistemas) Vice-presidente: João Nogueira Ribeiro (Sun Special) Tesoureiro: Eduardo Del Priore (Estamac) 1ª Tesoureira: Yokiko Takara (Takara Máquinas) Secretário: Tai Lam (Lanmax) 1ª Secretária: Regina Woldmann (Woldmack)
Em sua gestão, além das atividades do dia a dia da associação, Kang frisa dois principais objetivos: Desoneração/Isenção de Impostos de Importação e de IPI das peças de reposição dos equipamentos importados, que têm ex-tarifário e/ou isenção de imposto de importação. “Presidentes anteriores já conseguiram esses benefícios (entre muitos outros) para alguns setores, mas infelizmente não para todos os setores da entidade. Temos que lutar por todos os setores da Abramaco”, promete. O outro ponto importante, segundo o novo presidente, será alterar ou incluir cláusulas da NR-12 para que os equipamentos importados, que já têm certificação de segurança americanos e/ou europeu e/ou japonês e/ou ISO, possam ser importados e vendidos no Brasil sem outras alterações e modificações. “Se o nível de segurança desses equipamentos é considerado suficiente nesses países, porque não seria no Brasil? Conto com a adesão e participação de todos os associados”, finalizou. 18
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SOBRE A ABRAMACO A Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos para Confecção foi fundada em 1999 por iniciativa de um grupo de empresários do setor de máquinas e equipamentos para a indústria de confecção, que almejavam uma entidade dedicada especificamente ao setor. Constituída para fins de estudo, coordenação, debates, proteção e representação legal da categoria econômica e de cada um dos seus associados, a Abramaco tem como objetivo atuar em favor do fortalecimento da Indústria Nacional através da colaboração com os poderes públicos e as demais associações da Cadeia Têxtil e de Confecção. Entre os trabalhos desenvolvidos pela associação estão: a criação e renovação de ex-tarifários para redução do imposto de importação para as máquinas e equipamentos que não possuem produção nacional; cadastro de máquinas e equipamentos sem similar nacional para venda através do Cartão BNDES, com valor especial para associados; envio mensal das estatísticas de importação de máquinas, peças e equipamentos e dos informes econômicos do setor têxtil e de confecção; envio semanal de newsletter com assuntos de interesse do setor; parcerias que trazem descontos especiais e facilidades aos associados; apoio em feiras e eventos; participação e representatividade do setor no Comitê da Cadeia Produtiva da Indústria Têxtil, Confecção e Vestuário (Comtêxtil) da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp); palestras e cursos gratuitos para os associados; e assessoria em assuntos específicos, como Inmetro, NR-12, assuntos jurídicos entre outros temas. Conheça mais sobre a associação acessando o site www.abramaco.org.br
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DICA DO ESPECIALISTA CONFECÇÃO
Confecção 4.0 A Confecção 4.0 deve traduzir na roupa a diversidade corporal feminina BARBARA POCI é especialista em Design de Estamparia e em Didática do Ensino Superior e professora de cursos técnicos e de graduação do Senai Cetiqt. CRISTIANE SANTOS DE CARVALHO é mestre em Ciências Cardiovasculares, especialista em Ergonomia e professora de cursos técnicos e de graduação do Senai Cetiqt.
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A ditadura pelo corpo perfeito realmente mexe com as mulheres. Mas qual seria o corpo perfeito? No Brasil, os corpos femininos têm vários padrões, uma vez que a população é fruto de enorme miscigenação. O corpo violão, que trouxe fama mundial às curvas da brasileira, já não é o mais encontrado por aqui. As formas brasileiras agora se destacam no mundo por sua diversidade. Estudo recente trouxe à tona uma discussão sobre os biótipos brasileiros e a tentativa de homogeneização do corpo feminino pela mídia e pela moda. O corpo vem sendo vítima de modismos cíclicos e passageiros e a subordinação feminina aos padrões de beleza é cada vez mais intensa. Os efeitos causados nas mulheres que tentam se adequar à essa padronização, podem levar a problemas psicológicos e de saúde. São tentativas de esculpir os corpos a todo custo, com atividades físicas de grande intensidade, cirurgias plásticas e uma infinidade de procedimentos estéticos. Os noticiários exibem reportagens sobre casos de morte de mulheres pela busca desenfreada por corpos ‘perfeitos’. É preciso que as mulheres aceitem o seu corpo – seja ele de que tipo for –, aprendam a lidar com suas formas e aperfeiçoá-las, se for o caso, mas pensem essencialmente na saúde e bem-estar. E a roupa tem papel primordial nesse processo. O Senai Cetiqt produziu estudo antropométrico que considera a diversidade das formas brasileiras no desenvolvimento de modelagens que levem em conta tabelas de medidas industriais mensurando as proporções atuais. Essas modelagens já estão sendo aplicadas por professores e alunos do curso de Design de Moda da instituição. Com base na análise de quatro medidas corporais – busto, cintura, quadril e quadril
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alto – de cerca de seis mil mulheres, chegou-se a uma tabulação que amplia de cinco para oito, os biótipos femininos do país. E sinto dizer que a maioria das formas corporais encontradas não é a tida como ideal no imaginário coletivo. O sonho da maioria é ter um corpo com formas esculturais e proporcionais, como o biótipo ampulheta. Porém, o estudo revelou que a forma que prevalece na população feminina brasileira é o biótipo retangular, ou seja, um corpo pouco curvilíneo. É preciso entender o corpo como uma estrutura fisiológica, reflexo de nós mesmos, dentro de um contexto político, social e cultural. E, como cúmplice dessa comunicação corporal, está a roupa. Quantas mulheres já entraram em cabines para experimentar peças que parecem não terem sido feitas para seu tipo de corpo? Essa dificuldade ajuda na busca incessante pelo corpo ideal determinado por um padrão de beleza coletivo. Espera-se que a partir desse estudo, designers, modelistas, confeccionistas e os segmentos da área de produção do vestuário possam desenvolver roupas baseadas em corpos reais, os que desfilam pelas ruas e são a fotografia da nossa sociedade. Outra esperança que revolucionará o consumo de roupa é a Confecção 4.0. No lugar de estoques abarrotados de peças padronizadas, espelhos virtuais ou escaners irão tirar as medidas para confeccionar a roupa com base no biótipo de cada mulher. Parece coisa de outro mundo, mas está perto de virar realidade. Que a 4ª Revolução seja o que faltava para as mulheres se aceitarem como são. Que o corpo almejado seja o que traga saúde e não um conjunto de padrões veiculado pela mídia, chancelado pela moda e esculpido pela medicina estética.
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Modelo de Confecção 4.0: primeiros projetos
J
á imaginou um body que é capaz de medir a febre do bebê e ainda enviar informações sobre a curva térmica da criança via bluetooth para um aplicativo no celular dos pais, que por ventura possam estar longe de seu filho? Ou ainda comprar um vestido customizado, não apenas com base em medidas corporais, mas no escaneamento do volume de cada pedacinho do seu corpo? Parecem 22
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coisas de filme futurista, mas já é realidade. Esses foram alguns dos projetos desenvolvidos por 44 empresários e altos executivos de 32 empresas do setor têxtil e de confecção durante os seis meses de MBI em Indústria Avançada: Confecção 4.0, realizado pelo Senai Cetiqt. A apresentação dos oito projetos que trazem conceitos da Indústria 4.0 ocorreu no dia 20 de outubro, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. A data já é consi-
FOTOS: DIVULGAÇÃO/SENAI CETIQT
Evento no Rio de Janeiro marca o início da Indústria 4.0 no setor têxtil e de confecção do país
MBI em Indústria Avançada: Confecção 4.0 é um projeto multiestados que leva conhecimentos para a região Nordeste
derada um marco para o setor, uma vez que tais projetos foram as primeiras sementes para o início da Quarta Revolução Industrial no setor têxtil e de confecção brasileiro. “Este é um dia marcante para o setor e para o Brasil, pois foi dada a largada para o processo de implantação da 4.0 em nosso segmento”, afirmou Fernando Pimentel, presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (ABIT), presente no evento. Segundo ele, apesar da indústria têxtil ser tradicional, está cada vez mais focada em tecnologia, inovação e sustentabilidade e, para dar conta das transformações, é preciso formar profissionais capazes. “Aqui temos sementes de projetos que são nitidamente parte relevante da Quarta Revolução Industrial. O segmento têxtil foi, é e continuará sendo um grande protagonista desses movimentos. Esse protagonismo é possível graças a esse grupo pioneiro que aqui está”, declarou. Os projetos foram apresentados a uma banca altamente qualificada composta por players da indústria e do mercado financeiro. Fernando Pimentel, da ABIT; William Respondovesk, gerente do Departamento Operacional da Finep, em São Paulo; Job Rodrigues, gerente de estudos setoriais do BNDES; Felipe Morgado, gerente-executi-
vo de Educação Profissional e Tecnológica do Senai; Renato Boaventura, presidente da Unidade de Fibras da Rhodia; Pedro Bastos, CEO da Coteminas e Sergio Baltar, professor do Senai Cetiqt assistiram e debateram com os alunos-executivos os detalhes dos projetos. “Ouvir todas essas ideias foi fantástico. Vimos projetos em potencial, com inovações de serviços, produtos e processos que certamente irão acontecer”, disse William Respondovesk, da Finep. O evento contou ainda com uma premiação da ABIT, que entregou às empresas participantes um troféu como reconhecimento formal do pioneirismo das corporações no movimento de implantação da Indústria 4.0 no setor têxtil e de confecção. Os troféus, em formato de peças de quebra-cabeça, formam um grande cenário, no qual cada empresa representa uma peça e a junção delas costura o processo produtivo de confecção. “O prêmio tem um significado especial, pois demostra que são essas 32 empresas que começam a partir de agora a modificar o cenário da indústria têxtil brasileira. A semente que plantaram aqui é o começo de algo grandioso para o Brasil e para a nossa Quarta Revolução Industrial”, ressaltou Sergio Motta, diretor-geral do Senai Cetiqt. Os participantes receberam ainda um carO CONFECCIONISTA NOV/DEZ 2018
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SENAI CETIQT
Conheça as ideias inovadoras apresentadas pelos oito grupos de empresários e executivos formados no MBI promovido pelo SENAI CETIQT:
Players da indústria e do mercado financeiro analisam projetos em Confecção 4.0
tão de benefícios do Senai Cetiqt, com desconto em cursos oferecidos pela instituição, além de um crédito de 3 mil reais para indicação de um participante para a próxima turma do MBI em Indústria Avançada, que será regionalizada. A Edição Nordeste 2019 do MBI em Indústria Avançada: Confecção 4.0 é um projeto multiestados com objetivo de levar conhecimentos da Confecção 4.0 para o empresariado da região. “O projeto é resultado do reconhecimento do Nordeste como área estratégica para a transformação da indústria têxtil e de confecção nacional”, explicou Robson Wanka, gerente de educação do Senai Cetiqt. O início do curso será em 5 de abril, no Ceará, mas Paraíba, Bahia, Pernambuco, Alagoas e Rio Grande do Norte também irão receber encontros presenciais do MBI. “Não há saída para a indústria nacional se não tivermos uma cadeia pujante, forte, com conhecimento e profundidade. Esse curso em Confecção 4.0 vem de pronto sinalizar uma perspectiva, um caminho importante para o futuro do setor. A indústria têxtil é responsável pela geração de emprego para quase seis milhões de pessoas e a confecção é a mola propulsora desse processo têxtil nacional”, concluiu Agnaldo Diniz Filho, presidente do Conselho Técnico Consultivo do Senai Cetiqt. 24
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CONGRESSO INTERNACIONAL ABIT
Era digital: o futuro do setor têxtil e de confecção Congresso Internacional ABIT 2018 debate a importância do capital humano nas empresas em meio à transformação digital
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presidente da SP Negócios, do presidente emérito da Abit e vice-presidente do Ciesp, Rafael Cervone, que representou a Fiesp, entre outras autoridades.
FOTOS: DIVULGAÇÃO ABIT
“P
essoas: transformando e sendo transformadas na era digital” foi o tema da terceira edição do Congresso Internacional ABIT, realizado nos dias 17 e 18 de outubro, em São Paulo. O evento contou com 24 palestrantes nacionais e internacionais e reuniu mais de 350 congressistas, profissionais do setor têxtil e de confecção. Na cerimônia de abertura, o presidente da Abit, Fernando Pimentel saudou os presentes e ressaltou a importância da qualificação profissional em tempos de grandes transformações digitais: “o Congresso é uma oportunidade para discutirmos um futuro que a indústria têxtil e de confecção estão construindo!” A abertura do evento contou com a presença do ministro Marcos Jorge de Lima, do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), do prefeito de São Paulo, Bruno Covas e de Flavio Roscoe, presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg). Também prestigiaram o Congresso Juan Quirós,
Fernando Pimentel: “Vamos discutir o futuro que juntos estamos construindo”
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CONGRESSO INTERNACIONAL ABIT Capital humano em transformação
A preparação das pessoas para o mercado de trabalho em tempos de indústria 4.0 e os aspectos relacionados à qualificação profissional foram os pontos fortes do Congresso. Para abrir os trabalhos, o evento contou com a participação de Ana Karina Dias, sócia da consultoria McKinsey & Company. Durante o painel intitulado “Dogmas em risco: o futuro da força de trabalho em um ambiente de rápida mudança”, a executiva apresentou pontos importantes de pesquisas realizadas pela McKinsey. Um dele ressalta que se toda tecnologia existente for automatizada, a ação impactaria em $ 14,6 trilhões os salários e até 5% de profissões deixariam de existir. O estudo também aponta o crescimento da economia baseada em curtos ciclos de trabalho, mais comum em empresas de pequeno porte. “Até 2020, cerca de 40% dos colaboradores atuarão como freelancers”, alertou Ana Karina. Ana Karina Dias: Em se tratando apenas de “A indústria tem uma Brasil, a pesquisa indica que contribuição muito as organizações por aqui teimportante” rão de desenvolver ao menos 45% as novas habilidades para qualificar as pessoas até 2030. “A indústria tem uma contribuição muito importante aqui”, acentuou.
Era digital x profissional qualificado
As mudanças tecnológicas, a globalização e o envelhecimento da população afetarão as profissões futuramente. Durante o evento, especialistas frisaram que as instituições de ensino também têm o desafio de alinhar a oferta de cursos com a demanda do mercado e que é preciso desenvolver um sistema capaz de identificar as necessidades de competências do país.
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Da esq. para esq.: Mario Conde, Paula Pizzani, Paulo Correa, José Roberto Mendonça
Para a gerente de DHO da Cedro Têxtil, Paula Pizzani, o caminho que vem à frente é mais importante do que o ficou para trás e que a participação dos colaboradores é essencial para a existência e longevidade da tecelagem. Rumo ao progresso científico e tecnológico, indústrias e universidades devem caminhar na mesma direção. Isso ficou claro no painel “Interação Academia Indústria no Desenvolvimento de Ecossistemas de Inovação”. Na ocasião, Naira Bonifácio, vice-presidente SCI-BR Foundation ressaltou que esse “ecossistema da inovação” – vínculo entre empresas e academia – “deve ser cada vez mais viável para o mercado e para a pesquisa”.
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CONGRESSO INTERNACIONAL ABIT
O perfil da cultura empresarial está sendo alterado. De acordo com Mario Conde, líder de Prática de Digital da Bain & Company, os três principais pilares atualmente são: mudança demográfica, modelo organizacional e automação. “Dentro desse contexto, nos próximos 20 anos, o número de pessoas que vai entrar no mercado é de 1/4 do que foi há duas décadas. Essa retração será compensada pela produtividade da automação”, disse. Para a gerente de DHO da Cedro Têxtil, Paula Pizzani, o caminho que vem à frente é mais importante do que o ficou para trás e que a participação dos colaboradores é essencial para a existência e longevidade da tecelagem. “Na Cedro, desde 2010, temos um programa de ideias. Registramos mais de 19 mil sugestões vindas dos trabalhadores das mais diversas funções, principalmente da área operacional. Essa política nos fez passar pela crise de 2015 imunes”, salientou.
Oportunidades da indústria 4.0
A fim de discutir como a cadeia têxtil pode se manter em meio às transformações atuais, foi convidada a especialista Denise Sakuma, vice-presidente da Abrafas. Em seu discurso, ela frisou a importância de se “abraçar” o movimento tecnológico e destacou alguns pontos, dos quais as empresas podem se debruçar para inovar e acompanhar as mudanças. Entre os principais pontos, analisados por Denise, estão: redução da defasagem tecnológica no setor, participação na economia colaborativa, pensar em sustentabilidade e dominar a tecnologia. “Temos um mundo novo e precisamos nos comprometer a solucionar problemas. A matéria-prima não se faz sozinha, dependemos do sucesso da cadeia têxtil para existir”, colocou. Mas como se manter e acompanhar as rápidas mudanças que não param? O presidente do Google Brasil, Fabio Coelho provocou os congressistas afirmando que as empresas não estão prontas para toda essa transfor-
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Fabio Coelho: “Nunca estaremos prontos para acompanhar as mudanças”
mação, justamente porque elas ocorrem a todo momento. “Nunca estaremos prontos no mundo de hoje. Mas, o importante não é estar pronto e, sim, estar dentro. Temos que continuar perseguindo esse consumidor cada vez mais dinâmico”, observou. Estudo recente do Fórum Econômico Mundial demonstra que a quantidade de empregos extintos pela automação será inferior aos criados por ela. Sobre isso, Robson Wanka, gerente de Educação Profissional do Senai Cetiqt acredita que pensamento analítico e inteligência emocional são competências que se sobressairão. São as oportunidades e desafios trazidos pela indústria 4.0. Competências essas que são oriundas não só por meio de experiências vivenciadas, mas pela capacitação dessa força de trabalho. Tal capacitação se apresenta como um desafio: o de educar em um mundo que se transforma diariamente. “A tecnologia está mudando a força de trabalho e algumas funções estão acabando, mas novos empregos estão surgindo. Por isso, temos que treinar as pessoas para que estejam capacitadas a essas novas tarefas”, ressaltou Robin Goldberg CEO da Minerva University. Para o pessoal de Recursos Humanos, Robin deixou uma dica: “os RH’s devem implantar um feedback ativo para ter um processo formador verdadeiro. Se não preparamos a próxima geração, determinados problemas irão se perpetuar”, lançou.
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SUSTENTABILIDADE
Moda sustentável Principal semana de moda sustentável da América Latina, Brasil Eco Fashion Week mescla inovação e diversidade Fotos: Agência Fotosite
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riada para fomentar a moda sustentável nacional, gerar negócios, inspirar e apontar alternativas em prol da moda consciente, a Brasil Eco Fashion Week tornou-se a principal semana de moda sustentável da América Latina. Em sua segunda edição, o evento reuniu cerca de 4 mil pessoas entre os dias 15 e 17 de novembro na Unibes Cultural, em São Paulo. Palestras, workshops, oficinas e 17 desfiles de marcas pioneiras em moda sustentável fizeram parte de uma programação intensa durante os três dias do encontro. Além do Espaço ECOnomia, que abrigou rodadas de negócio, capacitação para empresários e outras atividades para fomentar o empreendedor do setor. Entre as novidades, um espaço dedicado a Amazônia reuniu marcas, palestras e workshops que trouxeram a floresta para mais perto dos participantes. "O Brasil Eco Fashion Week foi um momento
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Palestra mostra educação nas comunidades ribeirinhas para um futuro sustentável
de encontros, trocas de ideias e projetos inovadores, com diversas empresas realizando negócios, ampliando suas redes de contato e informações, potencializando a moda sustentável nas esferas nacionais e internacionais", comentou Rafael Morais, diretor e produtor executivo do evento. No showroom, mais de 60 marcas de roupas e acessórios venderam produtos no atacado e no varejo. Houve também uma exposição, a Mostra e Moda e Design Sustentáveis, sob a curadoria do Instituto Rio Moda, parceiro da BEFW.
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DICA DO ESPECIALISTA SEGUROS
Falar sobre planejamento é chover no molhado RICHARD FREITAS é sócio-diretor da Protect Soluções, microfranquia de operação home based especializada em soluções de gestão e seguros para PME’s
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Se você, leitora ou leitor, imaginava que estas mal traçadas linhas abordariam temas filosóficos de gestão empresarial, pode ficar tranquila ou tranquilo. Não que eu tenha ojeriza a teorias de gestão, muito pelo contrário. A ideia, aqui, é deixar a teoria um pouco de lado e falar de coisas práticas, objetivas e com as quais nos esbarramos diuturnamente. Enquanto refletia sobre qual caminho seguir, a realidade veio ao nosso encontro de maneira inquestionável e, lamentavelmente, triste: um prédio de três andares foi consumido pelo fogo, afetando, minimamente, quatro empresas que operavam na rua 25 de Março, centro de São Paulo (uma lanchonete, uma loja de fantasias, uma loja de tecidos e um depósito de tecidos e outros materiais). O único dado positivo do ocorrido é que, aparentemente, não houve feridos. Mas, tirante este fato “menos ruim”, todo o contexto é um oceano de lamentações. A começar pelo fato de que o prédio, de 1924, não possuía o AVCB (Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros), o que é uma afronta à Lei. E não estamos falando de uma construção irregular no meio da Mata Atlântica, mas de um imóvel localizado em um dos pontos mais movimentados da maior cidade brasileira. A ausência do AVCB elimina a possibilidade destes quatro empresários fazerem uso de uma das mais importantes ferramentas de planejamento financeiro e de proteção de patrimônio: o Seguro Empresarial. Esta importante ferramenta não só cobriria o ris-
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co de incêndio do prédio severamente afetado, mas, também, poderia ser utilizada para cobrir os prejuízos sofridos pelos empresários ocupantes dos prédios vizinhos, através de uma cobertura ainda pouco compreendida pelos brasileiros: Responsabilidade Civil (RC). Se o prejuízo patrimonial é uma tragédia, o que dizer se alguma das pessoas que trabalham no prédio incendiado ou vizinhos viessem a se machucar? Nestas horas, por mais que as dores psicológicas sejam irreparáveis, um seguro de vida serviria, ao menos, para minimizar as perdas econômicas das famílias afetadas. O pior deste cenário talvez seja o fato de que o seguro contra incêndio, uma das coberturas do Seguro Empresarial, é obrigatório por Lei para toda empresa; e o Seguro de Vida é item presente em Acordos Coletivos de inúmeras categorias. Ainda assim, apenas cerca de 30% das empresas brasileiras contratam o Seguro Empresarial e, quando o contratam, em boa parte das vezes as coberturas e capitais não são os adequados. No caso do Seguro de Vida, as estatísticas são ainda piores, pois nem 10% da população possui tal produto. Duas boas ferramentas de planejamento financeiro acabam deixando de ser usadas por... desconhecimento e falta de cultura de seguro. Estas são as únicas explicações plausíveis, pois um Seguro de Vida para pequenas e médias empresas pode custar, mensalmente, algo como R$5 a R$7 por funcionário. E, mesmo que o empresário
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DICA DO ESPECIALISTA SEGUROS não queira assumir esta despesa, ele pode apenas abrir as portas do seu CNPJ e permitir que seus colaboradores tenham acesso a esta importante proteção a um custo inferior ao que ele encontraria no mercado. Da mesma sorte, há desenhos de Seguros Empresariais que custam anualmente algo como R$80 a R$100. Obviamente, que um desenho tão enxuto como este não serve para empresas de maior porte e que necessitam de coberturas mais amplas, como as de lucros cessantes e despesas fixas. Ou para empresas que possuem mais de uma fábrica e podem contratar um Seguro Empresarial Multilocal, uma forma mais simples de se proteger o patrimônio de mais de uma planta em uma única apólice: gestão mais fácil e, também, econômica. Culpa dos empresários? Definitivamente, não. O empresário brasileiro é um verdadeiro herói da resistência, que luta diuturnamente pela própria sobrevivência, tendo que se virar com carga tributária excessiva, regulamentações descabidas, burocracia etc. Assim, se ele, empresário, não recebe o aconselhamento correto e apropriado, acaba fazendo uso apenas de algumas ferramentas de proteção que estão mais frequentemente sendo utilizadas no seu negócio ou que ele percebe como mais prementes. No caso das empresas têxteis, os Seguros de Transportes, Máquinas e Equipamentos (para ser mais preciso, RD - Riscos Diversos) e Garantia, definitivamente, acabam se encaixando neste contexto; e podem, realmente, prevenir prejuízos recorrentes e de cifras elevadas ou serem necessários para a participação em licitações. Enfim, os seguros acima mencionados são apenas o básico do que deveria ser parte do planejamento financeiro de uma empresa têxtil e são essenciais para quem sabe o significado da palavra “planejar”. Apenas como mero exemplo, dado que estamos no século XXI, como não pensar em benefícios para o colaborador como forma de incentivá-lo a produzir mais e 36
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Planos de saúde, odonto e previdência privada são, hoje, ferramentas essenciais em um bom pacote de benefícios de uma empresa.
melhor? Não são também ferramentas de planejamento e gestão de pessoas? Planos de saúde, odonto e previdência privada são, hoje, ferramentas essenciais em um bom pacote de benefícios de uma empresa. Infelizmente, nem sempre as empresas sabem que todas estas ferramentas não precisam gerar despesas para o CNPJ. Pelo contrário, cada vez é mais fácil a abertura de portas do CNPJ para que os colaboradores tenham acesso a produtos mais adequados às suas necessidades e paguem integralmente pela contratação do produto (em regra, bastante mais em conta do que encontrariam no mercado). Enfim, estamos em fim de ano e o planejamento para o ano de 2019 ou já está pronto ou está em vias de ser finalizado, que tal se revisitássemos o conjunto de proteções patrimoniais e pessoais das nossas empresas e, também, o pacote de benefícios oferecido aos colaboradores? Um ex-chefe me dizia que o planejamento anual, por melhor que seja, nunca será integralmente cumprido, pois sempre aparecem fatos inesperados e impossíveis de serem sequer imaginados, alterando o contexto empresarial da noite para o dia. Isto até é verdade, mas o ponto fundamental é: um bom plano de seguros de uma empresa pode minimizar prejuízos de 98% destes fatos inesperados. Os outros 2% são ações que dependem do pessoal de Brasília e, para esses eventos, só nos cabe torcer pelo melhor. Boas festas!
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SPFW
TRAN[SP]POSIÇÃO NA SPFW Conceito marca nova fase do maior evento de moda da América Latina. Tema da temporada concentra sua essência na força da transformação e inaugura novo ciclo na história de mais de duas décadas da mais badalada semana de moda brasileira Fotos: Agência Fotosite
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o trabalhar o conceito de Transposição, a 46ª. edição da São Paulo Fashion Week, trouxe uma semana intensa de programação entre os dias 21 a 26 de outubro, em dois pontos criativos da capital paulista. O Farol Santander, no cen38
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tro, e o espaço Arca, nova casa da semana de moda, na zona oeste, inauguraram um novo ciclo na história de 23 anos do calendário que consolidou e projetou a moda brasileira para o mundo. Realizado pelo IMM Moda e pelo Instituto Nacional de Moda e Design (IN-MOD) e
apresentado pelo Banco Santander e Jeep, o SPFWN46 concentra sua essência na força da mudança, convidando todos a sair da zona de conforto e experimentar novos tempos e espaços. O Farol foi o ponto de partida dessa edição que seguiu até o outro lado da cidade em um antigo galpão industrial na Vila Leopoldina. Paulo Borges, idealizador e diretor criativo do SPFW contou que, desde o início, estavam iniciando um projeto de 30 anos e que, nesta etapa deste processo, a criatividade é ressaltada em diferentes níveis, em novos espaços. “É a vontade de expandir fronteiras e ir além, ressignificar espaços a partir da criatividade alinhado à vocação de São Paulo para as novas economias, integrando e conectando a cidade com os grandes centros de inovação do mundo”, destacou. A cineasta e cenógrafa Daniela Thomas foi a inspiradora do SPFWN46. A edição tira partido desse legado industrial de São Pau-
lo ao colocar em evidência símbolos ícones do espírito empreendedor do maior centro econômico do país. São espaços que evocam essa potência. “A ideia foi preservar ao máximo as características próprias desse grande galpão, em uma ocupação que reforça o uso de materiais industriais e transparências para criar espaços arquitetônicos em contraposição ao glamour de grandes cortinas de tecido que ajudam a aquecer o ambiente inicialmente árido,” explicou Daniela. Transformadas em grandes telas de projeção, as antigas estruturas acústicas metálicas receberam diversos conteúdos mapeados ao longo da edição. A narrativa audiovisual foi um dos elementos que contribuiu para materializar a nova vocação criativa do espaço. ➤ O CONFECCIONISTA NOV/DEZ 2018
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SPFW Projeto Estufa 2018
Destaque da temporada e em sintonia com o novo ciclo de transformação, a segunda edição do Projeto Estufa nasceu e foi nutrida pela vocação e crença do São Paulo Fashion Week em conectar iniciativas e movimentos dedicados a pensar e criar agora o futuro. A plataforma buscou promover diálogos e reflexões em torno da criatividade, inovação e empreendedorismo a partir de conteúdos artísticos, estéticos e de conhecimento com uma agenda que incluiu desfiles, exposição, labs, feira de startups, talks e masterclasses. Nesses dois últimos, as discussões giraram em torno de questões que estão moldando o futuro como biomimetismo, inteligência artificial, sustentabilidade, neurociência, economia circular e futuro do trabalho. O projeto, idealizado por Graça Cabral e assinado por Daniela Thomas e Mari Nagem, reuniu 17 artistas contemporâneos e apresentou desfiles de sete novas marcas, escolhidas pelos curadores Olivia Merquior, diretora do Centro Brasileiro de Estudos em Design de Vestuário e Augusto Mariotti, diretor de conteúdo do SPFW, entre outros nomes. As marcas Aluf, ÃO, Helena Pontes, Korshi, Lucas Leão, Mipinta e VHM também apresentaram suas coleções.
SPFW no CEU
Os Centros Educacionais Unificados (CEUs) da capital paulista receberam mais uma vez o projeto “Moda no CEU”. Essa foi a 9ª. edição da iniciativa, realizada pelo SPFW em parceria com a Secretaria Municipal da Educação. O objetivo foi o de promover ações inspiracionais e vocacionais a fim de gerar experiências positivas de conhecimento em áreas de atuação na Economia Criativa, ampliando horizontes de trabalho e oportunidades. Após ter levado desfiles até as unidades ao longo desses anos de existência, pela primeira vez, o CEU participou do evento. A ação foi organizada pelo IN-MOD e, durante a semana de moda, quatro grupos de 40 pessoas participaram de vivências.
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Na ocasião, alunos, frequentadores e coordenadores dos CEUS vivenciaram uma programação que incluiu visita aos ambientes de exposição, áreas de convivência e desfiles do Projeto Estufa, a fim de permitir acesso a um ambiente de conhecimento, inspiração, inovação e oportunidades no São Paulo Fashion Week, resultando em experiências de forte impacto educacional e vocacional. Em um movimento de aprendizado de mão dupla, alunos, professores e comunidade do entorno tiveram a oportunidade de se apropriar da história que a cidade de São Paulo tem com a moda brasileira e trocar conhecimentos sobre as diversas áreas profissionais que se relacionam com uma das principais semanas de moda do mundo. Por meio de encontros e palestras com profissionais renomados do mercado de moda e de outras áreas técnicas e criativas que mantém relações transversais com a moda, foi possível oferecer aos jovens dos CEUS um espaço motivacional de conhecimento com atividades multidisciplinares que expandem o horizonte de possibilidades e oportunidades de atuação no mercado.
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PESQUISA
Cenário promissor para 2019 Pesquisa da Acrefi/ Kantar TNS aponta que otimismo do brasileiro cresce e atinge 60% pela primeira vez desde 2015
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pesar de que o cenário político e econômico ainda seja visto como crítica, o otimismo dos brasileiros cresceu e atinge a maior parte da população (60%) pela primeira vez desde 2015 (veja no gráfico 1). Foi o que constatou a nova edição da pesquisa Perspectivas 2018: ‘Expectativa dos Brasileiros com o Cenário Político & Social”, realizada pela parceria Acrefi/ Kantar TNS nos dias logo após o resultado das eleições. De acordo com o estudo, esse aumento da confiança melhora a expectativa em relação à emprego e aumenta a propensão à tomada de crédito e financiamento.
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A pesquisa, realizada em todas as regiões do Brasil, foi feita a partir de mais de 1.000 entrevistas online (60% de mulheres e 40% homens) que capturaram as expectativas e impressões da população brasileira em relação à situação econômica do país, o governo e o impacto em suas decisões pessoais.
Crédito e emprego
O levantamento conseguiu captar o sentimento de melhora das famílias, além da percepção da concessão de crédito para a população: 51% acreditam que vai melhorar a oferta de crédito; 54% estimam que o consumo também acompanhe a expectativa. ➤
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PESQUISA
Hilgo Gonçalves: “o crescimento do crédito será ainda mais sustentável”
Quanto ao ‘Crescimento do País e Taxa de Juros’, o sentimento de otimismo também acompanhou o levantamento: 66% acreditam no crescimento do país; 52% na redução da taxa de juros. Na questão de emprego, 53% dos entrevistados ainda estão atentos ou preocupados mas quase Valkiria Garré: “otimismo do brasileiro contribui para a 70% da população acreretomada do crescimento do país” dita que o mercado de trabalho irá melhorar nos próximos meses (veja no gráfico 2). O presidente da Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento (Acrefi), Hilgo Gonçalves, acentua que o Crédito com Recursos Livres para Pessoa Física deve alcançar 7% até o final de 2018 e acredita que, para 44
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o próximo ano, o crescimento atinja entre 9 e 12%. “Tão logo o cadastro positivo esteja definitivamente implantado, o crescimento do crédito será ainda mais sustentável. Junto também com a iniciativa da Cidadania Financeira do BC, que incentiva a inclusão e uso mais consciente do crédito, vamos avançar ainda mais”, projeta. Para Valkiria Garré, CEO da Kantar TNS Brasil “o resultado da pesquisa demonstra um claro otimismo dos brasileiros e aumento de confiança, o que contribui para uma retomada de crescimento do país, com investimentos consistentes e expectativa em relação a novos empregos”. Gonçalves acredita em um crescimento do PIB2018 na ordem de 1,4%. “Temos um cenário de juros que deve ficar em torno de 6,5% e a inflação abaixo do teto da meta, em 4,4% (meta é de 4,5%). Embora a percepção esteja em alerta, o sentimento em relação a melhora prevalece. Acreditamos na parte cheia do copo” e, por isso, projetamos um PIB na ordem de 2,5 a 3% para 2019”, prevê. * A pesquisa foi realizada com 1.000 entrevistados online de todas as regiões do Brasil, de 18 a 65 anos, entre os dias 29 de outubro a 05 de novembro (pós-eleição) de 2018. A maioria dos ouvidos é do sexo feminino.
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MERCADO
Indústria têxtil prevê crescimento de 3% para 2019 Abit divulga balanço de 2018 e perspectivas da cadeia têxtil e de confecção para 2019
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setor têxtil e de confecção no Brasil deve fechar 2018 em queda de 2% real no volume de produção ante 2017, com estimativa de faturamento em torno de US$ 43 bilhões, conforme a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit). Quanto às projeções para 2019, a expectativa é crescer 3% na produção nacional e expandir 3,5% no varejo de ves46
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tuário – que deve registrar apenas 0,8% em volume real de vendas este ano. Em comparação com o ano passado, o desempenho do setor ficou abaixo das expectativas. De acordo com os mais recentes indicadores conjunturais – apresentados pela entidade durante coletiva online no dia 13 de dezembro –, a produção registrou queda de 2,6%, com 5,7 bilhões de peças e o varejo, queda de 2,3%, com 6,7 bilhões de peças
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movimentadas. Em volume, as importações registraram crescimento de 5,8% e as exportações queda de 1,9%. Na análise do presidente da entidade, Fernando Pimentel, os números foram impulsionados por um conjunto de fatores ocorridos no primeiro semestre que não permitiram a evolução do setor nos últimos seis meses do ano. “O ano não foi positivo como esperávamos. Começamos 2018 bem, mas o panorama mudou com a greve dos caminhoneiros, Copa do Mundo e as incertezas sobre o cenário eleitoral. Não conseguimos recuperar o que perdemos”, acentuou. Apesar de estável, o varejo não atendeu às expectativas, aparecendo como resultado de toda uma cadeia de distribuição pressionada. “Praticamente não houve ajustes nos últimos 12 meses e a indústria ficou sacrificada. O varejista não conseguiu repassar isso ao consumidor, também por um inverno que quase não existiu”, refletiu o dirigente da Abit.
Termômetro
Ao falar sobre as expectativas para o governo de Jair Bolsonaro, Fernando Pimentel salientou o otimismo do brasileiro e revelou que a associação comunga desse quadro de otimismo responsável. Recente Pesquisa de Conjuntura da Abit aponta que 74,38% da classe empresarial de todo o país tem boas expectativas até o momento.
Fernando Pimentel: expectativa de retomada a partir de 2019
Quanto às projeções da entidade para 2019, são melhores que as do corrente ano, desde que as reformas estruturantes pendentes no Congresso Nacional saiam do papel. “A indústria têxtil brasileira só chegará nos esperados 2,5%, se o governo avançar nas reformas Previdenciária e Tributária”, frisou Pimentel. De acordo com a Abit, a indústria fechará o ano com 27 mil vagas a menos do que no ano passado, mas prevê a abertura de cerca de 20 mil postos de trabalho em 2019. Este ano, mesmo diante de um cenário incerto, empresas e entidades pretendem adotar medidas para 2019. Entre as ações levantadas pelo estudo estão o desenvolvimento e a contratação de pessoas; ampliação dos investimentos; avanço no processo de internacionalização e a diversificação de negócios, entre outras. De acordo com Pimentel, em relação aos projetos para impulsionar o setor, a associação trabalhará a partir de 10 tópicos estratégicos (veja quadro abaixo):
PROJETOS PARA IMPULSIONAR O SETOR DE TÊXTEIS E CONFECCIONADOS 10 TÓPICOS ESTRATÉGICOS
1. Evolução da cadeia de valor Maximizar o valor adicionado 2. Capacitação Melhorar habilidades e produtividade por meio de Programas de qualificação
10. Sustentabilidade Melhoria da sustentabilidade social e ambiental
3. Matérias primas Melhorar vantagens do algodão e endereçar gaps de MMF
9. Cluster Criação de mini eco-systems (centros de excelência)
4. Marketing & promoção Aumentar a visibilidade da cadeia têxtil e de confecção do Brasil
8. Financiamento Financiamento competitivo para investimentos e inovação
7. Acesso a mercados Maior acesso às exportações Brasileiras e defesa de interesses
5. Integração global Conexão com a cadeia global de valor. Ações de Promoção Comercial e Inteligência Competitiva 6. Negócios Melhoria da competitividade
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TREND SESSION JEANSWEAR
Trend Session
Jeanswear Lycra® traz inovação Evento revela dados de pesquisa feita pelo Ibope Inteligência que confirma o jeanswear como a peça mais democrática do guarda-roupa Fotos: HK Agência
O
jeans ainda é o favorito do brasileiro quando pensa em comprar uma calça. Pesquisa realizada pelo Ibope Inteligência para a marca Lycra®, revela que 92% dos brasileiros costumam comprar calças jeans enquanto 26% optam pelo brim. O estudo foi apresentado durante o Trend Session Jeanswear, evento do segmento têxtil e de confecções que aconteceu no dia 27 de novembro, em São Paulo. Esta foi apenas uma das informações trazidas pelo evento que reuniu parceiros das áreas de tecelagens, confecções, varejistas, imprensa e formadores de opinião, além de terem acesso às inovações quanto aos hábitos de consumo, necessidades e preferências dos usuários de jeanswear. Na visão de Robson Ferreira, gerente do negócio de Tecidos Planos da marca Lycra® para a América do Sul, a predominância do jeans sobre o brim está relacionada ao fato de que cerca de 70% dos brasileiros o utilizam para atividades rotineiras. “O brim é mais usado para momentos de lazer e compromissos formais”, esclareceu. Realizada em outubro deste ano, a pesquisa contou com a participação de 1.000 entrevistados (48% homens e 52% mulheres) entre 15 e 54 anos, das classes ABCD, que compraram calça jeans ou brim nos últimos 12 meses para homens e seis meses para mulheres. Entre os aspectos abordados na pesquisa estão 48
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Robson Ferreira: “70% dos brasileiros usam jeans para atividades do dia a dia”
os principais locais de compra (com destaque para o crescimento da venda online), marcas preferidas, preço médio, modelos, frequência de uso e partes do corpo que buscam valorizar com a calça, por exemplo. O Trend Session Jeanswear da marca Lycra® divulgou ainda as principais tendências da Kingpins Amsterdam 2018, além de cases dos parceiros Black Jeans, Delucci Modas e Riachuelo, que dividiram suas experiências de trabalho em conjunto com a marca Lycra® e como as colaborações contribuíram para o sucesso de suas coleções. Na ocasião, o público ainda pôde conferir a exposição que apresentou as principais inovações tecnológicas da marca, demonstradas com experimentações Instagramáveis, traduzindo o que cada uma delas oferece de benefício ao usuário. Denise Sakuma, diretora de Negócios da Lycra®, considera que o evento atrai a participação das grandes cadeias de varejo, marcas bem posicionadas, confecções de larga escala, influenciadores e dirigentes de empresas líderes de setores para os quais o conteúdo tem relevância. “A marca está na vanguarda das tendências mundiais e é uma das principais formadoras de opinião do setor, conectando toda a cadeia têxtil, com conteúdo relevante, atual e provocativo”, analisou a executiva.
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VAREJO
Varejo brasileiro de vestuário deve fechar o ano com R$ 224 bilhões em valores Estudo sobre os Canais de Varejo de Vestuário, lançado pelo IEMI Inteligência de Mercado, traz estimativas para o fechamento de 2018 e a demanda potencial dos consumidores brasileiros
A
análise sobre os Canais do Varejo de Vestuário, lançada pelo IEMI - Inteligência de Mercado, traz dados relevantes para a tomada de decisão da indústria e do varejo. O estudo abrange os últimos cinco anos (de 2013 a 2017) e estimativas para 2018. Segundo a entidade, o varejo brasileiro de vestuário movimentou 6,2 bi50
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lhões de peças e R$ 220 bilhões em 2017, com crescimento de 8% em volumes e 9% em valores, em relação ao ano anterior. A estimativa para 2018 é fechar o ano com movimentação de 6,3 bilhões de peças e R$ 224 bilhões em valores, um crescimento de, respectivamente, 1,5% e 2,7% sobre o ano passado. Marcelo Prado, diretor do IEMI, afirma
Varejo de vestuário em valores (R$) 187bilhões
195 bilhões
197bilhões
2013
2014
2015
220bilhões
224bilhões1
2017
2018
202 bilhões
2016
Fonte: IEMI Nota: (1) Estimativa (novembro/2018).
que, com a melhoria dos fatores econômicos em 2019 (redução da inflação e juros; melhoria no emprego e massa salarial; e expansão do crédito) as estimativas preliminares apontam que o segmento de vestuário deverá apresentar crescimento de 2,6% em volumes e 4,2% em valores nominais. Mesmo com a queda no número de peças comercializadas a partir de 2015 (-3,9%), observa-se que no gráfico acima, de acordo com a análise de 2015 a 2017, a receita manteve-se crescente devido ao aumento no preço médio das peças vendidas (mais de 17% no período de 2015 a 2017) atribuído também à alta no preço médio por peça na indústria, 26% no período.
Lojas de departamento especializadas lideram em receita
As lojas de departamento especializadas em vestuário, onde estão inseridas as grandes lojas de departamento, as redes monomarcas e multimarcas e as lojas independentes representaram 98,6% dos pontos de venda espalhados pelo Brasil. Das 149 mil lojas especializadas em vestuário, 37,2% estão distribuídas pelos 571 shoppings do país e os 62,8% restantes são lojas de rua.
Marcelo Prado: segmento de vestuário deve apresentar crescimento
O canal mais representativo em volume de vendas é o de lojas independentes com 36,5% dos volumes comercializados. Esse perfil é comum a todos os públicos, exceto o feminino infantil, que tem como principal canal o de lojas de departamento especializadas. Já em valores, as lojas de departamento especializadas em moda se sobressaíram nos últimos cinco anos, ganhando maior participação de mercado e tornando-se o
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VAREJO Participação dos anais do varejo em valores (em % dos valores) Canais do varejo
2017
Lojas de departamento especializadas (1)
31,4%
Redes de pequenas lojas (2)
26,6%
Lojas independentes (3)
27,6%
Lojas de departamento não especializadas (4)
8,8%
Hipermercados (5)
5,6%
Total Fonte: IEMI Notas: (1) C&A, Riachuelo, Renner, Marisa, etc. (2) Mono/multimarcas, etc. (3) Butiques, lojas de bairro, etc.
principal canal de distribuição do varejo de vestuário brasileiro, em receitas. O canal é responsável por 31,4% das vendas; as lojas independentes respondem por 27,6%; as redes especializadas por 26,6%; lojas de departamento não especializadas por 8,8% e os hipermercados por 5,6%.
Moda íntima tem o melhor desempenho
De todas as linhas de produto, a de moda íntima/dormir foi a única que apresentou resultado positivo quanto ao volume de peças comercializadas, crescendo 5,5% no período. Em valores, o aumento foi de 28,7%, em termos nominais, sem descontar a inflação. Com relação ao ano de 2016, a alta em 2017 foi de 9,3% em peças e 8,6% em valores. “O segmento de moda íntima/dormir sofreu com a crise em 2015 e 2016, tanto quanto os demais segmentos do vestuário, mas obteve uma recuperação bem mais rápida na retomada. Contribuíram o fato de que é um produto de primeiríssima necessidade, de menor durabilidade com peças leves e de uso diário, e que custam bem menos que as roupas em geral”, acrescenta Prado. Segundo ele, a recuperação em 2017 foi
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100,0%
(4) Americanas, Pernambucanas, etc. (5) Carrefour, Extra, Walmart, etc.
lenta e seletiva para o vestuário em geral, mas por suas características, a moda íntima/dormir perdeu menos com a crise e se recuperou melhor na retomada. Ainda numa análise da segmentação do varejo de vestuário por linha de produto, verifica-se que a linha casual é a mais representativa, com 45,2% das peças e 52,9% dos valores comercializados no ano de 2017. A segunda linha em volume de peças é a íntima/dormir com 13,8% das peças comercializadas. Já em valores movimentados no varejo, a segunda colocação fica para a linha de moda esportiva com 12%. No ano de 2017 em comparação com 2016, a linha casual foi a que obteve o maior resultado, quando cada segmento é analisado separadamente, tendo um crescimento de 10,3% em volume de peças e de 11,8% em valores. “O ano de 2018 foi impactado pela interferência de movimentos externos ao mercado consumidor de moda, como a greve dos caminhoneiros, Copa do Mundo e as incertezas da eleição. Mesmo assim, as expectativas são de um crescimento nas vendas do segmento, ainda que em pequena monta, mas com perspectivas melhores para 2019”, conclui Prado.
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DICA DO ESPECIALISTA GESTÃO
Tecnologia aliada à gestão de produção SAMUEL GONSALES é CPO na Millennium Network, especialista em Omnichannel, Sistema de Gestão (ERP) e e-Commerce.
A tecnologia tornou-se indispensável na rotina das organizações. Principalmente pela automatização de processos, bastante popular, pois além de aumentar a produtividade das industrias têxtis, ela ainda reduz consideravelmente os custos, possibilitando que as empresas possam administrar a forma como produzem produtos e serviços. O processo de automatização garante para a indústria têxtil visibilidade para entender o que fazer em determinada situação, e assim, realizar seus objetivos e metas de maneira mais eficiente. A indústria passou a contar também com diversos sistemas para auxiliar na gestão de produção, desde a chegada da matéria prima passando por todo o fluxo de produção até a finalização com a embalagem das mercadorias. Mas não basta apenas automatizar os processos investindo em máquinas e sistemas com arquitetura evoluída, é necessário entender o panorama da empresa e as tendências tecnológicas do mercado, para saber quando agir estrategicamente de forma que os bons resultados cheguem para a organização. Com base nessas questões, abordaremos nesse artigo a gestão de produção e os benefícios de uma tecnologia como o sistema de gestão para administrar a produção.
Sobre a gestão de produção
A gestão de produção é uma atividade que busca orientar todo o processo de produção desde a entrada da matéria-prima (inputs) até a finalização do produto (outputs). É através da gestão de produção que as empresas conseguem definir seus objetivos
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e metas e, com base nessas informações, a melhor estratégia para evitar perda de produto, erros, perda de lucro, etc.
Na gestão de produção os objetivos são:
Planejamento: Nessa fase a empresa deve definir os passos importantes para o funcionamento da produção com base em entender qual o capital de giro da empresa, para então poder definir a compra dos materiais, as horas de atividade de produção, mão de obra e espaço disponível para estoque. Depois de ter essas questões definidas, é muito importante que a empresa crie um preço para o seu produto com base nos custos fixos e variáveis da organização – esse processo pode ser feito automaticamente com ajuda de um sistema de gestão. Realizando o planejamento corretamente a empresa não terá surpresas com gastos excessivos, perdas de materiais ou custos desnecessários com armazenamento em estoque. Controle: Na segunda etapa é preciso acompanhar o consumo dos materiais e o desempenho dos processos a fim de evitar desperdícios e identificar o período em que há uma demanda maior. Nesta etapa encaixa-se também o controle de qualidade, pois garante que todos os processos sejam finalizados dentro dos requisitos anteriormente estabelecidos pela empresa lá na fase de planejamento. Monitoramento: Na terceira e última etapa o passo final é o monitoramento, através dele é possível verificar erros que não tenham sido identificados anteriormente e resolver antes que o produto seja encaminhado para distribuição.
Benefícios na implementação de um sistema ERP na gestão de produção Os pontos mencionados anteriormente são extremamente importantes para a saúde da produção e, garantir que cada etapa ocorra sem interferências é a chave para gerenciar todos os processos de forma assertiva. Para auxiliar nesse processo a indústria pode contar com o auxílio do sistema ERP, tecnologia desenvolvida para entender às necessidades da empresa, garantir mais produtividade, eficiência e segurança.
Confira os benefícios: Redução de custos fixos e variáveis Esse benefício com certeza é unanimidade para que a empresa opte por implementar o ERP na gestão de produção, pois por meio dos indicadores é possível identificar gastos desnecessários, perdas na produção e até mesmo criar preço de acordo com resultados mais sólidos.
Aumento da produtividade Automatizar processos permite que os funcionários direcionem seus esforços para atividades mais complexas e urgentes, pois favorece a tomada de decisão e, consequentemente, eleva a eficiência operacional da produção.
Diminuição dos erros Como o sistema realiza uma análise completa das atividades e apresenta dados em tempo real, a empresa consegue evitar práticas que prejudiquem o desempenho dos negócios.
Segurança de dados Com um sistema de gestão os processos são centralizados em um servidor, aumentando a segurança das informações industriais, como receitas, fichas técnicas, fichas de custos, dentre tantas outras que são específicas de cada negócio e garantem vantagens competitivas frente aos concorrentes.
Padronização de processos Com a padronização dos processos é possível integrar dados de todos os departamentos da empresa, possibilitando uma análise ilimitada dos resultados obtidos.
Otimização dos processos Otimização de processos é uma das práticas mais eficientes para se destacar no mercado e ter um ERP permite realizar esse processo, pois ele diminui o tempo das atividades sem impactar a eficiência, elimina erros, desperdícios, evita retrabalhos, melhora o desempenho etc.
Conclusão O setor têxtil tem feito uso de modernas tecnologias para otimizar a produção e o sistema ERP é essencial para auxiliar a empresa a definir melhor seus objetivos, pois as diversas funcionalidades presentes na arquitetura do software conseguem automatizar processos mais complexos e garantir resultados cada vez mais efetivos.
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CURSOS DE MODA
A moda na teoria e o contexto profissional
O
mercado de moda é bem exigente, mas também muito abrangente. O campo de atuação para o profissional formado nessa área é vasto e vai muito além da criação e venda de roupas e acessórios. Além do estilismo, quem é formado em moda pode atuar com modelagem, produção, consultoria de imagem e fotografia, entre outras possibilidades. Fundamental para quem quer entrar na área é buscar formação técnica através de 56
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uma instituição reconhecida pelo MEC, ser curioso e estar atento às novidades e tendências, pesquisar e conhecer o mercado e seus segmentos, a realidade brasileira, entre outros aspectos. A duração do curso superior pode variar de acordo com a instituição de ensino, mas a média do bacharelado é de quatro anos. A estrutura curricular do curso conta com disciplinas sobre estilismo, gestão, estamparia, história da arte, estética, semiótica, modelagem, entre outras.
FOTOS: DIVULGAÇÃO
A importância do curso de Moda para a profissionalização do setor
Negócios da Moda
A Universidade Anhembi Morumbi lançou seu primeiro curso superior em Moda em 1998. Foi o segundo curso superior de moda no Brasil. A professora Eloize Navalon, coordenadora dos cursos de Design de Moda e Negócios da Moda salienta que a universidade direciona seus dois bacharelados em Moda (Design de Moda e Negócios da Moda) para projetos que visem o Desenvolvimento Sustentável e a Nova Economia. Em sua visão, o contexto dos negócios da moda exige sofisticados padrões econômicos de produção e comercialização de bens, portanto conhecimentos mais complexos e formação especializada. “Ainda dentro deste cenário, a formação de pessoal responsável por funções de gerência e direção para atender a evolução das empresas é um fator essencial e decisivo em meio à intensa concorrência empresarial”, comenta Eloize. Desta maneira, as competências do profissional formado no curso de Negócios da Moda desdobram-se em pesquisas de mercado e de macrotendências, seja na identificação de oportunidades para novos produtos, serviços e negócios criativos, no gerenciamento e comercialização de pro-
Eloize Navalon: “O contexto dos negócios da moda exige formação especializada"
dutos e coleções, no desenvolvimento e gestão de planos de marketing, negócios e comunicação para marcas, produtos e serviços de moda. Eloize destaca que o projeto pedagógico da Anhembi Morumbi para os dois bacharelados está alinhado aos conceitos e práticas mais inovadoras do mercado. “Nossos egressos têm encontrado ampla facilidade de colocação profissional, seja na indústria ou no varejo de moda, atuando em empresas como Santista, Vicunha, Focus Textil, C&A, Riachuelo, Marisa; assim como apresentam sucesso em seus projetos empreendedores, como o designer Igor Dadona”, comenta.
Fomento à pesquisa
Há 18 anos, a FIAMFAAM Centro Universitário oferece o curso de bacharelado em Moda, direcionado aos interessados pela área e profissionais que desejam se aprimorar na área, sendo
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CURSOS DE MODA essa sua primeira ou segunda graduação, profissionais que já atuam no mercado de moda, empreendedores que possuem conhecimento e vivência nesse setor mas desejam qualificação na área, dentre outros. A coordenadora do curso de Moda da FIAM, Laura Nóbrega, ressalta que o curso é generalista, focando tanto em disciplinas que apresentam um viés mais criativo, como desenho, estamparia, moulage e planejamento e desenvolvimento de coleção, quanto em disciplinas que abordam temas operacionais, como compras, planejamento estratégico, administração de empresas etc. “O curso tem como diferencial o preparo do aluno para o mercado de trabalho, disponibilizando conteúdo preciso, propondo desafios e trazendo para a sala de aula uma didática cada vez mais comparada ao dia a dia profissional, por meio de docentes qualificados e fazendo com que na maioria dos momentos o aluno seja protagonista do seu próprio desenvolvimento, gerando independência e maturidade”, salienta Laura. Eventos na área, participação de grandes profissionais, fomento à pesquisa e parcerias com grandes marcas e instituições marcam o dia a dia extraclasse do curso. Nomes como a “Sou de Algodão”, promotora da 44ª Casa de Criadores, ocorrida recentemente e apoiadora em potencial do último Fashion Revolution
Laura Nóbrega: o aluno deve ser protagonista do seu próprio desenvolvimento
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FIAM-FAAM, assim como a “Escola de Samba Colorado do Brás”, mantenedora do Projeto de Estágio Interno do Curso, desvendando uma das subáreas em potencial do Mercado de Moda para o nosso alunado, são parceiros que valem a pena ser citados e reconhecidos.
Visão estratégica
O curso de Produção de Vestuário é outra opção para quem quer ingressar nesse universo. Uma das faculdades que oferece esse curso é a Faculdade de Tecnologia Senai Antoine Skaf, implantada em 2000. O professor Marcelo Costa, diretor da Escola Senai Francisco Matarazzo, de São Paulo, especializada na área Têxtil, esclarece que o curso superior de Tecnologia em Produção de Vestuário do Senai tem por objetivo habilitar profissionais em planejar, dirigir e controlar o processo produtivo do vestuário, com visão estratégica e tática, e assessorar tecnicamente os diferentes setores da empresa, considerando os aspectos referentes à gestão da qualidade, aos princípios éticos e à responsabilidade sócioambiental, com foco nos resultados organizacionais. O principal direcionamento do curso, segundo Costa, está em propiciar o desenvolvimento das competências constitutivas do perfil profissional estabelecido pelo Comitê Técnico Setorial da área de Vestuário para a graduação – Tecnólogo
em Produção de Vestuário. “O norteador de toda ação pedagógica são as informações trazidas pelo mundo do trabalho, em termos das competências requeridas pelo setor de vestuário, numa visão atual e prospectiva, bem como o contexto de trabalho em que esse profissional se insere, situando seu âmbito de atuação, tal como apontados pelo Comitê Técnico Setorial”, informa, ressaltando que, na definição do perfil profissional do Tecnólogo em Produção de Vestuário, o Comitê teve como referência essencial a caracterização da área da Indústria, estabelecida na legislação vigente. Quanto ao contexto profissional, pode se dar durante o desenvolvimento do curso ou após a sua conclusão atuando na indústria de Vestuário ou como empregado, prestador de serviço ou empreendedor relacionado com a área de gestão, nos níveis estratégicos e tático do processo produtivo.
Paris à vista
O Curso Superior Tecnológico de Design de Moda Anhanguera Vila Mariana existe desde 2011, quando o grupo Educacional iniciou seu trabalho na cidade de São Paulo. É direcionado à interessados em ingressar no mercado de moda, podendo depois de formados atuar no desenvolvimento de produto em confecções, comércio varejista ou atacadista, e-commerce, produção de moda, entre outras áreas. O curso também traz competitividade a profissionais que já atuam no mercado mas que desejam agregar conhecimento técnico às suas habilidades no intuito de obter progressão em sua carreira e consequentemente salários mais convidativos. Para quem deseja ter seu próprio negócio, o curso traz como diferencial a disciplina de empreendedorismo que favorece aos
egressos de nossa instituição uma ampliação das possibilidades de ingresso no mercado de moda. De acordo com a coordenadora Heloisa de Sá Nobriga, o curso tem como norteador o preparo do profissional para os desafios reais da profissão, seja com relação às novas tendências de mercado, seja por meio das diversas parcerias com eventos oficiais de moda brasileira. “Os alunos de todos os semestres têm a possibilidade de ver suas criações nas passarelas do FW Express (Fashion Week Express, oriundo do Osasco Fashion Week) e no evento Fashion International Brazil, onde são revelados novos talentos das passarelas e novos designers, o que permite ao aluno uma vivência completa do ciclo do produto: da criação até a sua apresentação ao consumidor final”, comenta. Estudando na Anhanguera Vila Mariana o aluno tem a possibilidade de fazer um curso de extensão “Moda, Arte e Cultura” em Paris, acompanhados por um professor Doutor. Os alunos visitam os principais pontos turísticos relevantes para compreender as tendências internacionais e as referências históricas da moda, tais como o Louvre, o castelo de Versailhes, o museu da Moda, lojas de criadores, entre outras atividades. O CONFECCIONISTA NOV/DEZ 2018
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DICA DO ESPECIALISTA JURÍDICO
O Segredo das marcas de sucesso No Brasil a “entidade marca” ainda não é explorada e bem compreendida pela maioria dos empresários GISELE GHANEM CARDOSO é advogada do escritório Ghanem Leal Advocacia e presidente da Comissão de Direito da Moda da OAB/SC.
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Falar em marcas parece redundante, pois o modo que a indústria da moda foi construída está diretamente ligado às marcas. Mas o que acontece é que no Brasil a “entidade marca” ainda não é explorada e bem compreendida pela maioria dos empresários. É perceptível o grande prejuízo pelo não registro da marca quando se trata do produto final de moda, mas o mesmo não acontece com o resto da cadeia produtiva que por muitas vezes é esquecida. Pode parecer incomum, até desnecessário, mas o resto da cadeia produtiva também precisa ter marca. Você já parou para pensar que somente no Brasil se compra “Tigre” e não somente um cano de PVC? E acontece também com outros produtos/serviços como Moroccan Oil, Xerox, Lycra, Sucrilhos, Nescau etc. Se um cano de PVC pode ter marca, uma bateria de carro, uma empresa de serviços depilatórios, uma das tantas fornecedoras da Chanel, porque você não tem também? Alguns empresários entendem que por produzirem, por exemplo, tintura para colorir tecidos não precisam de marca, no máximo um nome empresarial. Mas pode começar a repensar essa questão para ontem! Quem sabe seja inimaginável agora que as pessoas perguntem na loja se as peças foram coloridas pelas tintas sustentáveis, mas se o consumidor foi educado para procurar por um cano “de marca”, com certeza pedirão por produtos de moda com tinta “de marca”. Uma empresa que faz maquinários para indústria da moda deve ter uma marca para se destacar das demais, mesmo que não seja da melhor qualidade, ou que não tenha o melhor preço, ou que não seja a mais mo-
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derna... O poder da marca influencia até nisso, afinal, quem nunca comprou um produto ou contratou um serviço mesmo sabendo que não era o mais barato /o mais moderno /o melhor somente por causa da marca? Já as private labels, as confecções, os fornecedores e outros podem (e devem!!!) ter sua marca própria, que não se confunde com o produto produzido para o cliente. A empresa em si é a sua própria marca, é sobre o serviço que está prestando. A empresa deixará de ser um fornecedor e passará a ser o fornecedor, será lembrado pelo nome, ou seja, será lembrado antes dos outros, será mais visado no mercado e terá uma comunicação melhor com seus clientes. E o principal, que falta em muitas empresas, é realizar o “guarda-chuva de marcas”. Imaginemos que uma empresa de tecnologia para indústria da moda tenha sua marca registrada como FashionTech, porém não precisa parar por aí, pois cada equipamento, software e produto de reposição para as fábricas terá um nome e cada nome desse deve ser registrado como marca (além da devida proteção legal por direito de autor ou patente ou desenho industrial). O grande segredo é que muitos empresários pensam que ter o nome fantasia registrado na junta comercial garante a titularidade da sua marca. No entanto, uma marca só existe se estiver registrada no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI). Não é o nome que está na junta comercial, não é o nome fantasia, não é seu nome civil... Marca só é aquela que estiver registrada no INPI. Sabendo disso, pode-se evitar muitos problemas. Na prática acontecem muitos casos
como o de uma conhecida marca de moda do Nordeste. Esta empresa de roupas não registrou seu nome no INPI. A empresa cresceu, expandiu, abriu mais de 10 franquias por vários estados do Norte/Nordeste. O nome não era incomum, por isso, um terceiro de um estado do Sul realizou o pedido de registro no INPI. Como o nosso atual sistema é o “first to file”, ou seja, o primeiro a pedir ganha o registro não importa quanto tempo de mercado uma empresa tenha em relação a outra, mas sim o momento que o pedido foi feito no INPI. Sendo assim a empresa do Sul, de boa-fé, teve o pedido de registro deferido e passou a usar a marca para si com todos os direitos garantidos: exclusividade em território nacional sobre marca e impedir que terceiros utilizem sem seu consentimento. Com isso, a marca do Sul pode solicitar que a empresa que já tinha franquias e já era estabelecida no mercado seja obrigada a
deixar de usar a marca, terá que trocar todo seu layout, etiquetas, identidade visual, site, sacolas e todos os bens que possuem aquela marca. Porém, com uma negociação feita entre as partes, a marca foi vendida por mais de R$ 100.000,00 (cem mil reais) para a empresa nordestina. No final até foi um bom negócio, pois gastaria mais de R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais) para renovar a rede de franquia toda. Ainda não está convencido? Bem, vamos lá! A Nike todos os anos está constando no ranking de empresas mais valiosas do mundo sem ter sequer mais de 2 estabelecimentos próprios e quase nenhum bem material tangível. O valor da empresa está basicamente na marca. Pois bem, isso só ocorre porque ela está devidamente registrada e protegida. Um trabalho de crescimento e fortalecimento de marca pode levar anos, mas para ser destruída pode levar minutos. Fique atento, registre sua marca e se previna!
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GESTÃO PÚBLICA
Governo de São Paulo lança programa JURO ZERO INOVAÇÃO
Startups e PMEs terão acesso a linhas de crédito para inovação da Agência de Desenvolvimento Paulista sem juro e prazos de até 10 anos
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Governo do Estado de São Paulo lançou no dia 28 de novembro, o Programa Juro Zero Inovação, que irá subsidiar, com recursos de R$ 8 milhões do Fundo Estadual de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Funcet), os juros das linhas de crédito para inovação da Agência de Desenvolvimento Paulista (Desenvolve SP). A iniciativa, inédita no país, tem como objetivo de ampliar a competitividade do Estado, oferecendo condições ainda me62
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lhores no financiamento de projetos de alto potencial inovador de startups e pequenas e médias empresas (PMEs). Inicialmente, poderão pleitear financiamentos por meio do Programa Juro Zero Inovação somente empresas que já tenham concluído o PIPE – Programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas, da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). A estimativa é de que 192 empresas estejam aptas a apresentar seus projetos a Desenvolve SP, que poderão ser financiados em até 100%.
“Neste momento, queremos alavancar projetos maduros, já validados pelo seu potencial inovador, e que necessitam de condições especiais de financiamento para decolar no mercado, evitando assim o fenômeno conhecido como ‘vale da morte’ onde um grande número de empresas potencialmente inovadoras perecem”, explica Álvaro Sedlacek, presidente da Desenvolve SP. Ainda segundo o executivo, a iniciativa viabiliza caminhos para que o conhecimento acadêmico produzido no Estado seja transformado em produtos e serviços concretos e disruptivos. “Com condições de financiamento ainda mais acessíveis, estamos oferecendo mais uma ferramenta para que empresas inovadoras possam desenvolver todo o seu potencial”. Para Carlos Américo Pacheco, diretorpresidente do Conselho Técnico- Administrativo da Fapesp o Programa Juro Zero Inovação será um importante complemento ao esforço que o Estado de São Paulo vem fazendo no apoio de empresas inovadoras. “Por meio do PIPE da Fapesp, já apoiamos mais de 1.500 empresas inovadoras, mas faltava a esse público o acesso ao crédito de longo prazo com condições realmente acessíveis. Temos certeza de que o Programa será um sucesso e irá garantir que as empresas cheguem ao mercado com novas soluções e possam crescer, que é nosso objetivo central”, diz.
Como funciona
O Programa Juro Zero Inovação subsidiará duas linhas de crédito já disponibilizadas pela Desenvolve SP no Estado de São Paulo. São elas: Linha de Incentivo à Tecnologia, para empresas com faturamento anual entre R$ 360 mil e R$ 300 milhões; e a Linha Inovacred, da Finep, para empresas com faturamento anual até R$ 90 milhões. Com condições e critérios específicos, as linhas de crédito podem financiar projetos de inovação que abranjam desde a introdução de novos produtos, serviços e
Os empresários com dificuldades em apresentar garantias reais para a tomada de crédito poderão ainda contratar junto ao financiamento os Fundos Garantidores oferecidos pela Desenvolve SP. processos no mercado, incluindo a compra de máquinas e equipamentos, até mesmo o aperfeiçoamento de tecnologias já existentes, inovações organizacionais e de marketing. O prazo para pagamento dos empréstimos pode chegar até 10 anos, já incluso período de carência de até dois anos. O juro zero será concedido para as empresas que mantiverem as prestações do financiamento pagas em dia. No caso de inadimplência, os juros cobrados poderão variar de 0,33% a 0,56% a.m. (+ Selic) por parcela em atraso. Os empresários com dificuldades em apresentar garantias reais para a tomada de crédito poderão ainda contratar junto ao financiamento os Fundos Garantidores oferecidos pela Desenvolve SP.
Como solicitar
As empresas aptas poderão submeter seus projetos para análise de viabilidade econômica e enquadramento da linha de crédito no próprio site da Desenvolve SP por meio do Office Banking “Solicitações Online”. Ao criar um login e senha, os empresários devem preencher as informações de cadastro necessárias, bem como anexar toda documentação exigida pela instituição financeira. Para mais informações, os interessados podem ligar no 11 3123-0464 ou enviar um e-mail para atendimento@desenvolvesp. com.br Confira no quadro a seguir o descritivo das linhas de crédito. As informações também estão disponíveis no site da Desenvolve SP (www.desenvolvesp.com.br). O CONFECCIONISTA NOV/DEZ 2018
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GESTÃO PÚBLICA ITENS
Tipo de Projeto
Perfil da empresa (faturamento anual)
Juros
Prazo e Carência
Itens financiáveis
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LINHA INCENTIVO À TECNOLOGIA
INOVACRED
Financia projetos para o desenvolvimento e a transferência de tecnologia, criação de novos produtos, processos ou serviços, investimentos em infraestrutura, pesquisa e desenvolvimento, que incorporem ganhos tecnológicos ou processos inovadores às pequenas e médias empresas.
Financia projetos inovadores para a introdução de novos produtos, processos, serviços, marketing, inovação organizacional, e aperfeiçoamento de tecnologia já existente.
De R$ 360 mil até R$ 300 milhões
Até R$ 90 milhões
0,00% a.m (+ SELIC) para prestações pagas em dia ou 0,33% a.m. (+SELIC) para prestações em atraso
0,00% a.m. para prestações pagas em dia ou 0,56% a.m. para prestações em atraso
Até 120 meses e 24 meses de carência
Até 96 meses de prazo e 24 meses de carência
Máquinas, equipamentos, consultorias, laudos técnicos, certificações, análises laboratoriais, reformas e outros itens essenciais para a execução do projeto; Aquisição de material permanente e de insumos utilizados no projeto de pesquisa; Aquisição, transferência e absorção de tecnologia, desde que incorporadas ao projeto, e exceto quando relativas a empresas pertencentes ao mesmo grupo econômico que o cliente; Aquisição de softwares ou simuladores de processos; Desenvolvimento de tecnologia de informação; Capital de giro associado; Desenvolvimento de produtos e processos, incluindo gastos com compra, absorção e adaptação de tecnologia; Implantação de programas e contratação de consultorias especializadas em gestão empresarial, ambiental, da qualidade e do conhecimento, inclusive os direcionados à obtenção de certificações de qualidade; Capacitação e treinamento em técnicas e métodos de gestão de empresas, voltados para a qualidade, inovação, meio ambiente e marketing; Adequação às especificidades de produtos e embalagens, com vistas à inserção em novos mercados;Despesas com registros de marcas, certificações e patentes.
Equipes participantes do projeto; Equipamentos e instrumentos (nacionais e importados); Matériasprimas e material de consumo; Compra de tecnologia; Assistência técnica e serviços de consultoria; Obras civis diretamente associadas ao projeto; Patenteamento e licenciamento; Aluguel de material promocional pertinente à difusão da inovação; Serviços de engenharia consultiva; Acesso à banco de dados;Treinamento no país e no exterior, através de cursos e estágios ligados ao projeto de inovação; Softwares customizados; Concepção e desenvolvimento de software; Ferramental associado a desenvolvimento tecnológico.
Peças de reposição originais ou genéricas para máquinas de costura Lançadeiras, Loopers, Calcadores, Facas entre outros
Componentes eletrônicos
(11) 3333-6383
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(11) 9
7471 4063
Fonte: Portal do Governo O CONFECCIONISTA NOV/DEZ 2018
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DICA DO ESPECIALISTA REDE VAREJISTA
Programa ABVTEX Implantando o fornecimento responsável na cadeia têxtil e de calçados
EDMUNDO LIMA é diretor executivo da Associação Brasileira do Varejo Têxtil (ABVTEX)
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Nós da Associação Brasileira do Varejo Têxtil (ABVTEX), que representa quase 90 grandes marcas do varejo de moda, estamos muito orgulhosos por duas importantes conquistas para o Programa ABVTEX neste final de ano. O case “Programa ABVTEX - Implantando o fornecimento responsável na cadeia têxtil e de calçados” ficou com o 1º lugar na categoria Promoção e Defesa dos Direitos Humanos, na premiação concedida pelo Ministério dos Direitos Humanos. No início de novembro, o programa já havia recebido o Selo Direitos Humanos e Diversidade 2018 da Prefeitura de São Paulo. Temos motivos de sobra para comemorar os frutos do relevante trabalho realizado ao longo dos anos de implantação do programa. Este tipo de reconhecimento é muito importante para a entidade continuar a trilhar o caminho da valorização dos trabalhadores e respeito à dignidade humana, tendo como foco o combate ao trabalho análogo escravo, infantil ou de estrangeiro irregular na cadeia de fornecimento da moda. Hoje, a grande discussão nos fóruns nacionais e internacionais gira em torno das boas práticas e respeito às relações de trabalho e ao meio ambiente. As varejistas associadas à ABVTEX uniram-se contra a precarização do trabalho no monitoramento dos fornecedores e em prol do desenvolvimento socioambiental. Lançado em 2010, o programa teve ampliado, mais recentemente, seu caráter inclusivo abrindo adesões entre empresas fornecedoras e suas subcontratados que ainda não fornecem às associadas justamente para fazerem parte deste grande movimento da sustentabilidade na moda e se beneficiarem das oportunidades de crescimento que
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o programa proporciona. Desde sua criação, foram realizadas 30.048 auditorias com 3.902 empresas certificadas no momento, beneficiando diretamente 349.326 trabalhadores formais com seus direitos garantidos. O programa atua num ambiente desafiador diante da complexidade e pulverização da cadeia produtiva têxtil com mais de 28 mil confecções (com mais de cinco empregados), distribuídas em todo o território nacional (97% enquadradas na categoria de micro e pequenas empresas). Como agravante, os recursos humanos e financeiros de controle por parte das autoridades governamentais são insuficientes para a fiscalização. O objetivo principal do programa é promover o desenvolvimento sustentável na cadeia de valor da moda incluindo vestuário, calçados, acessórios e artigos para o lar, coibindo o uso de mão de obra análoga à escrava, infantil e estrangeira irregular. Sua meta é tornar-se referência internacional no monitoramento da cadeia produtiva da moda. Os públicos beneficiados são as próprias redes varejistas signatárias, empresários e trabalhadores da cadeia de fornecimento, consumidores, autoridades e órgãos de fiscalização do Ministério do Trabalho e Emprego, Ministério da Justiça e Direitos Humanos, Ministério Público Federal e a sociedade civil como um todo. A despeito dos desafios encontrados pela cadeia de valor para adotar as regras de governança, a maior parte sente a diferença positiva no ambiente interno e nas relações com os trabalhadores. Portanto, o Programa ABVTEX vem transformando a realidade da cadeia de valor da moda brasileira.
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Excelência na Consultoria em Confecção
Excelência na Consultoria em Moda
Excelência na Consultoria em Modelagem
Soluções ágeis e customizáveis com foco no aumento da produtividade e na melhoria da qualidade de todos os setores de confecção e sua cadeia de fornecedores.
Planejamento, pesquisa e criação de coleções, visando reduzir custos e prazos na entrega de valor ao consumidor.
Desenvolvimento e aplicação de métodos de modelagem, produção de peças piloto e análise de custos por produto, de forma direcionada a processos de produção.
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