O Conffecionista ED 17

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ANO III Nº17 MARÇO/ABRIL 2012

www.oconfeccionista.com.br

Verão 2013

Confira as tendências da estação

SETOR

Pacote de medidas do Governo

Moda praia

Pesquisa revela comportamento de compra das consumidoras

TeCnologia O que ela pode fazer por você?

Vestidos de Noiva Um mercado que não sai de moda

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carta ao leitor

Lá vem o Sol

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u sei que você deve estar em dúvida se a luz no fim do túnel é a saída da escuridão ou se é o trem que vem em sentido contrário. Mas, em minha opinião, temos tudo para ver a luz do sol logo ali adiante. Se até o governo já enxergou que a indústria brasileira sofre com uma competição desleal e tomou várias medidas para tentar minimizar as distorções e reativar a atividade do setor têxtil, as confecções precisam respirar fundo, tomar um novo fôlego e se preparar para um segundo semestre de muita produção e perspectivas renovadas. Sei que estamos parecendo o sujeito que quebrou a perna, ficou seis meses engessado e que agora está com medo de por o pé no chão, mas estamos entrando na melhor época do ano para o setor e com dólar mais apreciado, juros baixos, importação controlada, demanda reprimida, vai sobrar pra quem abastecer o mercado? Por isso, compre novos óculos escuros e prepare-se para um lindo dia de sol que está chegando. Acredite nisso. Faça grandes negócios e tenha uma ótima leitura. Um abraço.

Júlio César Mello Diretor-geral juliocesar@oconfeccionista.com.br

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editorial

Tradicional modernidade

Q Errata: Na edição número 15, de novembro / dezembro de 2011, o artigo da Sonia Duarte, autora do livro Modelagem Industrial Brasileira e articulista da Revista O Confeccionista, saiu com a última frase cortada. A frase completa é: “Então, comparem as posições dos bebês com a modelagem do ‘Cobre Fralda’”.

Linha Direta

redação O Confeccionista editora@oconfeccionista.com.br (11) 2769-0399 www.oconfeccionista.com.br

uantas vezes ouvimos a frase “a moda é cíclica”, referindo-se a como os estilistas inspiram-se em looks do passado para compor suas novas coleções. Bem, estas coleções não são baseadas em nada, há por trás disso um trabalho grande de pesquisa, realizado por equipes de bureaux de diversas partes do mundo. Nesta edição, por exemplo, trouxemos os resultados colhidos pelo pessoal do Senac, apresentados durante o Senac Moda Informação. Estas pesquisas são baseadas não somente em vestuário, mas também em comportamento e contexto global. E sempre há alguma evidência comportamental que aponta para um saudosismo de determinada época, seja ela qual for, por alguma razão. Neste momento de crise, por exemplo, nos voltamos a um período em que tudo era esperança. No entanto, a moda não copia o passado. Ela se reinventa em uma releitura divertida, onde tradição e modernidade caminham juntas. E esta edição da Revista O Confeccionista está exatamente assim. Aproveitamos a deixa de maio, o mês das noivas, e trouxemos uma matéria sobre um mercado que não perde lugar, por mais que

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Diretor-Geral - Júlio César Mello juliocesar@oconfeccionista.com.br Diretora de Relações com o Mercado Bernadete Pelosini bernadete@oconfeccionista.com.br Editora - Laura Navajas (Mtb 64646) editora@oconfeccionista.com.br

Vera Campos redacao@oconfeccionista.com.br Internet - Mulisha rafael@mulisha.com.br Financeiro - Mauro Gonçalves financeiro@oconfeccionista.com.br Publicidade comercial@oconfeccionista.com.br Executivos de Negócios Leandro Galhardi leandro@oconfeccionista.com.br

Editor de Arte - Leandro Neves criacao@inovdesign.com.br

Assinaturas assine@oconfeccionista.com.br Impressão - Gráfica Oceano Tiragem - 16.000 exemplares.

Colaboraram nesta edição: Sonia Duarte, Luiz Américo Zeballos

Distribuição Nacional

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tudo se renove, pois o desejo de subir ao altar ainda permanece. Em contrapartida, temos uma matéria sobre a confecção de lingeries e fantasias eróticas, algo que tem se modernizado cada vez mais, já que é um mercado crescente devido à quebra de tabus da juventude atual. Em um momento em que o mercado não está tão favorável ao setor, é importante perceber onde e de que maneira fazer estas releituras, para ampliar horizontes. Também é importante observar como a tecnologia pode ajudar a economizar e otimizar processos, ou ainda evitar desperdícios. Por isso, trouxemos também alguns dos principais lançamentos para confecções, em uma matéria cheia de novidades tecnológicas. Enfim, espero que, mais uma vez, esta edição da Revista O Confeccionista cumpra com o que se propõe: informar e auxiliar aos confeccionistas nos seus negócios. Boa leitura! Laura Provenzano Navajas Editora editora@oconfeccionista.com.br

O Confeccionista é uma publicação bimestral da Impressão Editora e Publicidade Ltda., distribuída aos empresários da indústria de confecção. É vedada a reprodução total ou em parte das matérias desta revista sem a autorização prévia da editora. Todas opiniões e comentários dos articulistas e anunciantes são de responsabilidade dos mesmos.

Redação - Rua Teodureto Souto, 208, Cambuci – São Paulo – SP. CEP: 01539-000 - Fone: (11) 2769-0399

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sumÁrio

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ANO III • NÚMERO 17 • MAR/ABR • 2012

FOTO CAPA: SHUTTERSTOCK

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capa Governo anuncia novas medidas. E agora?

16 Novidades tecnológiCas para auxiliar as confecções 22 Noivas – a confecção dos vestidos mais sonhados pelas mulheres

SEÇão 62 Em dia

Artigos 34 Modelagem 58 Produção

FOTO: DIVULGAÇÃO

28

Peças íntimas “apimentadas”

36

Pesquisa comportamental de moda praia

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Tendências para o verão 2013

44

Especial tendências têxteis Senac Moda Informação

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Entretelas: elas mudam a sua roupa

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Energia Elétrica – um custo que não é só seu

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AlteNburg comemora 90 anos com estilo

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SETOR/CONJUNTURA

O alívio ainda não veio

Custo Brasil, câmbio e tributos continuam na pauta de discussões para tornar a indústria brasileira mais competitiva POR VERA CAMPOS

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esmo que insuficientes para resolver os problemas enfrentados pelas indústrias brasileiras, as medidas constantes do pacote anunciado no início de abril pelo governo federal estão sendo consideradas por muitos representantes de entidades do ramo têxtil e de confecção como positivas, um primeiro passo para uma série de ações que ainda precisam ser tomadas em prol do setor, tais como alterações tributárias, queda nos juros e acerto no câmbio. Afinal, só em 2011, a diferença entre as importações e as exportações de têxteis e confeccionados chegou a quase US$ 5 bilhões, o que significou a não geração de 200 mil postos de trabalho. As importações aumentaram 24,2%, enquanto as exportações sofreram queda de 1,5% em relação a 2010, gerando um aumento de défict de 34,8%, de acordo com a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit). Com 30 mil empresas em atividade no setor, o Brasil se destaca por ser o quinto maior produtor têxtil do mundo, o segundo maior empregador da indústria brasileira de trans-

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formação e o quarto maior parque industrial produtivo do mundo. A eficiência das indústrias não deixa a desejar e o setor não teme a concorrência e a disputa pelos mercados e consumidores. O que propõe é condição isonômica para concorrer.

Fique por dentro Conheça as principais medidas que devem afetar o setor têxtil e de confecções: - Desoneração da Folha de Pagamento: redução da alíquota de 1,5% , em vigor desde dezembro/11, para 1%. Essa mudança promove a inclusão do setor têxtil, que tinha ficado de fora. Agora isso vale para confecção e têxteis. O setor pleiteava 0,8%, mas acredita que 1% é satisfatório. Destaque importante também nessa desoneração é que a alíquota de 1% não incidirá sobre as vendas de exportação. A alíquota da PIS/Cofins dos importados, porém, aumentará em 1%. - Postergação do prazo de recolhimento do PIS/Cofins: o pagamento de abril e maio será feito em novembro/dezembro. Isso dará um fôlego de cerca de 9,25% sobre o faturamento, que o empresário pode utilizar como

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capital de giro. Contudo, é preciso se programar muito bem no final do ano para pagar as sobreposições (o atual e o postergado). - Linhas Creditícias: instrumentos importantes para o setor, como o Revitaliza e PSI, receberam aportes maiores, e vão disponibilizar taxas menores e prazos de financiamento mais longos. O Proex e Préembarque também foram estendidos e desonerados. De acordo com a Abit, as demais medidas não causam impacto no setor. A margem de preferência para o setor Têxtil e de Confecção nos processos de licitação para produtos manufaturados para o governo já tinha sido anunciada no ano passado e fixada em 8%. No entanto, governo e empresários do setor ainda devem voltar à mesa de negociação para aumentar essa margem. Também não houve novidades em defesa comercial e nem nas ações relativas ao câmbio. O setor, contudo, está em fase de conclusão do processo de salvaguardas para o segmento de confecção e deve receber amplo apoio do governo, como foi declarado pela presidente Dilma e Guido Mantega.


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“As medidas foram positivas, certamente causarão impacto no setor têxtil, mas precisam e devem ser evolutivas, como disse a presidente Dilma. Vejo o pacote como uma clara demonstração de vontade política em favor da indústria. Contudo, não são algumas medidas pontuais que irão resolver toda a situação da indústria brasileira. É preciso mudanças contínuas e profundas nas estruturas de produção. As medidas anunciadas no início de abril mostram uma sensível preocupação com a desindustrialização e redução dos empregos no País. Não tornam o Brasil competitivo, mas o coloca no caminho certo.

Paulo Skaf–presidente da Fiesp e do Ciesp “As medidas são positivas, mas não resolvem o problema mais grave, que é a falta de competitividade do Brasil. Precisamos de medidas mais profundas, que resolvam de forma global essa questão. Hoje ficou muito caro

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Ronald Masijah – presidente Sindivestuário-SP “As medidas anunciadas não deverão aumentar substancialmente a competitividade da indústria nem estimular o crescimento industrial este ano, mas servirão para dar fôlego às empresas. Em janeiro, o governo já havia permitido ao setor de vestuário fazer a troca de base tributária, mas o

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índice sobre o faturamento havia sido estabelecido em 1,5%, quando o setor pedia 0,7%. Mas precisamos de redução forte na carga tributária. Se a desoneração fosse apenas da folha, sem contrapartida, estaríamos caminhando nesse sentido. É um bom começo, mas o governo não quer falar em diminuir a arrecadação.”

FOTO: Edison Pelence

Aguinaldo Diniz Filho presidente da Abit

FOTO: Junior Ruiz/ Fiesp

FOTO: Divulgação

produzir no Brasil. O real está sobrevalorizado, os juros são muito elevados, a energia é uma das mais caras do mundo, os custos com transportes e logística são mais altos que em outros países. Precisamos atacar esses problemas para voltarmos a competir em condições de igualdade no mercado global. Da porta pra dentro, nossas empresas são competitivas, mas o cenário adverso rouba essa competitividade. Corrigir essas distorções não está ao alcance das empresas, é uma atribuição do governo.”

FOTO: Divulgação

SETOR/CONJUNTURA

Ulrich Kuhn – presidente do Sintex-SC “O governo novamente deu uma série de remédios para os sintomas, mas nenhum efetivo sobre as causas. Evoluímos em


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relação ao Pacote Brasil Maior, de agosto de 2011, pois foi reduzido de 1,5% para 1% o valor da alíquota a incidir sobre o faturamento bruto. Como princípio, como preocupação do governo a iniciativa é positiva, mas não vai resolver os problemas do setor. Falta atacar a base: mexer no custo Brasil, na carga tributária – e aí, como consequência, os juros caem e teremos um câmbio menos pressionado.”

FOTO: Divulgação

SETOR/CONJUNTURA

FOTO: Divulgação

pode ser um peso para quem fatura muito. Mas a Abravest desde 1987 já falava em desoneração da folha. A melhor coisa do programa foi a elevação de 80% para 100% do valor financiado pelo BNDES para a indústria, o que favorece as confecções.”

FOTO: Divulgação

Mauro Andrada – presidente da Abramaco

Roberto Chadad – presidente da Abravest “As medidas são paliativas porque incompletas, o grande entrave do Brasil é o câmbio. Se tivéssemos um dólar a 2,40, hoje estaríamos exportando US$ 6 bilhões. Já a retirada dos 20% sobre o INSS da folha pode não ser um grande alívio para quem tem poucos empregados, assim como 1% sobre o faturamento

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Germano Maia - presidente do Sinditêxtil-CE "As medidas que o Governo Federal divulgou são paliativas. Não evidenciam nenhum tratamento eficaz para a competição desleal com produtos chineses. É necessário que os problemas de toda a cadeia produtiva sejam tratados de maneira contundente para que as empresas possam sentir o impacto positivo, rapidamente. As melhorias deverão ser estruturais, nos quesitos logística, tributário e de relações comerciais com outros países".

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“Vejo a iniciativa com bons olhos, mas ainda é cedo para avaliar os resultados, saber se as medidas serão efetivas, se contribuirão reduzir custos das indústrias, sobretudo das confecções, pois a maioria delas está no Simples e creio que a desoneração da folha terá mais efeitos sobre as confecções maiores. O mercado está em marcha lenta, temos de esperar para ver. A equação do dólar, no entanto, ainda precisa ser resolvida. Embora 95% das máquinas utilizadas pelos confeccionistas sejam importadas, é preferível que a moeda americana esteja um pouco mais valorizada, a fim de combater a inundação de importados no mercado. Pois o sucesso das vendas de máquinas de costura industriais, componentes e equipamentos está atrelado ao sucesso do confeccionista.”


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TECNOLOGIA

Ao seu dispor

POR LAURA NAVAJAS

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ime is Money é um velho clichê que, mesmo usado em inglês, é muito compreendido inclusive por quem não fala quase nada da língua estrangeira. E parece que, cada vez mais, ele se aplica ao dia a dia das confecções nacionais. Além da rapidez no lançamento, as novas coleções devem ser criativas e, de preferência, não gerarem prejuízos ao longo dos processos de produção e venda. Ainda bem que hoje em dia o confeccionista pode contar com uma gama cada vez maior de produtos desenvolvidos especialmente para auxiliá-lo em todas as partes do processo, desde o desenvolvimento, a produção e a venda das peças, contando com a gestão e controle de tudo isso. O cenário nacional infelizmente não é dos mais fáceis. Até a busca por mão de obra qualificada está cada vez mais disputada. Mas até para isso os processos tecnológicos trazem solução. “A tecnologia não

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veio substituir a mão de obra, mas veio otimizar processos. Uma modelista que fazia seis peças, por exemplo, consegue dobrar este número, no mesmo período de tempo, com o uso de um software adequado”, explica Adriana Papavero, diretora da Lectra América do Sul, empresa francesa especializada em software e hardware CAD/CAM. “Nós estamos falando em redução de tempo. Os profissionais se dedicam a traFotos: divulgação

Máquinas e softwares cada vez mais modernos possibilitam economia financeira e, principalmente, de mão de obra e tempo

Adriana Papavero, diretora da Lectra América do Sul


Softwares modernos auxiliam na produção e gestão das confecções

balhar com mais criação, já que a indústria demanda cada vez mais produtos, mais novidades em prazos mais curtos”, finaliza.

Um modelo de software que auxilia bastante é o de gestão, mesmo que seja o modelo mais simples. “De uma forma geral, o confeccionista, até pouco tempo, dava muito mais ênfase para a tecnologia de geração de produtos ou de design e nunca deu muita bola para a tecnologia de gestão do seu próprio negócio”, afirma Alfred Achkar, presidente e fundador da Verup Sistemas. A empresa foi criada em 1967 e trabalha exclusivamente com o desenvolvimento de ferramentas de sistemas voltadas para a área de gestão do confeccionista. “A nossa especialidade é transformar os negócios em números, para que se possa saber exatamente se o negócio está bem e para que lado se fazer investimentos a fim de que o negócio melhore cada vez mais”, explica Achkar. Para ele, a eficiência de um software de gestão para confecção é demonstrada quando ele é preventivo e pontual. “Toda coleção é composta de produtos perecíveis, hoje em dia. Um bom software de gestão deve mostrar quais produtos têm sucesso, para serem repostos, aumentando as vendas, e quais não têm, para que não sejam mais produzidos e se evite prejuízos”, explica. “Descobrir isso depois que acabou a coleção não adianta nada”, completa.

Fotos: divulgação

Gestão

Por isso, Achkar acredita que os sistemas ERP (de gestão) devem ser cada vez mais específicos para seus públicos-alvo. “Uma confecção tem necessidades diferentes de uma empresa automobilística”. Ele finaliza lembrando que uma tecnologia completa tem que permitir acesso, de qualquer lugar e de qualquer computador do mundo, e tem que oferecer informações fielmente atualizadas, sem risco de erros e incompatibilidade nos números.

com 150 sensores instalados para que seja gerenciada remotamente e 80% é software”, diz, acrescentando que o foco da empresa é em serviços, agregar valor para aos clientes. Essa quantidade de sensores instalados nas máquinas permitirá que elas tenham um atendimento proativo, ou seja, gerem relatórios que avisarão a Lectra sobre uma possível quebra, queima de motor ou placa e

Lançamentos A francesa Lectra investiu, no último ano, 18 milhões de Euros em pesquisa e desenvolvimento. Por causa disso, explica Adriana Papavero, em um intervalo de 15 meses (começados em outubro de 2011), lançará mais produtos do que nunca. Seu mais recente sucesso é uma nova gama de máquinas de corte, a NGV - New Generation Vector, de tecnologia dez anos à frente das outras. “A máquina conta

Alfred Achkar, presidente da Verup

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Fotos: divulgação

TECNOLOGIA

Paulo Pereira, diretor de vendas da Audaces

a empresa entrará em contato com o cliente, para que a manutenção seja efetuada antes da quebra. Ainda na linha de acelerar a produção, a Audaces, empresa 100% nacional, também se empenha em apresentar produtos que atendam aos desafios atuais dos confeccionistas. “O principal desafio é produzir mais rápido, com melhor qualidade e menor custo”, afirma o diretor Paulo Pereira. Entre os lançamentos recentes, o Audaces Vestuário vs10, software CAD para modelagem, graduação, encaixe e

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risco, chega ao mercado com novas funcionalidades, mais rápido e eficiente. A empresa apresentou também o Audaces Jet Lux 120 - plotter de 1,20m de largura útil de impressão, com velocidade de 70m2/hora, ideal para pequenas empresas, prestadores de serviço ou ainda quem trabalha com tecido tubular. Para controlar a produção, quem está lançando uma novidade que promete revolucionar o mercado é a sul-coreana SunStar.

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Conhecida no Brasil pelas máquinas de bordados (de marca SWF, uma das quatro do grupo) e pelas máquinas retas (principalmente para o segmento denim), a fábrica coreana agora investiu também em software. Com um departamento próprio de pesquisa e desenvolvimento na Coreia, onde engenheiros pensam e testam novos projetos incansavelmente, a SunStar desenvolveu o SDMS, software que gerencia produção e se comunica com máquinas de costura e de bordar, e o NNS - New Network Sistem -, ambiente digital onde ele funcionará. “Isso é extremamente inovador, é uma patente da SunStar sem concorrentes, que pretende revolucionar o mercado nos próximos 100 anos”, afirma Leandro Pinheiro, gerente comercial da empresa. A partir de um computador central, todas as máquinas de costura e bordado (também SunStar ou SWF) poderão ser geridas e receber ordens por meio deste sistema, que contará com informações sobre a peça a ser produzida. “Essas informações saem do computador do gestor e caem direto na máquina de costura, que assume regulagens automáticas para cada tecido e para cada operação que ele for fazer, sem a necessidade de

Máquinas modernas também são responsáveis pela produção acelerada


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Leandro Pinheiro, gerente comercial da SunStar

uma chave de fenda ou da mão de um operador”, explica o gerente comercial. Ou seja, voltamos ao ponto inicial de soluções para o problema da mão de obra especializada e para agilizar a produção, reduzindo custos e economizando tempo.

Custos Um dos problemas apontados na hora de se automatizar costumava ser a falta de recursos. No entanto, a situação atual já é diferente. Há produtos acessíveis a todos. Claro que, para toda atualização, é necessário um investimento, que deve ser cuidadosamente avaliado. “Existem muitas empresas que oferecem tecnologia de automação para confecções, e os confeccionistas devem ter em mente que basear sua decisão de compra pelo preço é extremamente arriscado. O que o confeccionista deve buscar é valor, ou seja, qual investimento irá lhe trazer mais retorno e benefício e, para tanto, uma análise detalhada da empresa e dos produtos oferecidos é fundamental”, aconselha Paulo Pereira, diretor de vendas da catarinense Audaces. No caso da SunStar, o sistema

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pode ser encomendado por confecções de todos os tamanhos, já que é quase que feito sob medida, pois a implantação é feita de acordo com a realidade e necessidade de cada um dos seus usuários. Uma consultoria por parte da SunStar torna-se indispensável para o sistema ser mensurado e adquirido pelos interessados. No entanto, Leandro lembra que é necessário investir na modernização do parque fabril. “A tecnologia só funciona em máquinas modernas, no mínimo eletrônicas, que ainda assim precisam ser adaptadas”, afirma. “Tudo isso demanda um investimento financeiro, já que uma máquina antiga tem limitações, ela não se comunica, não tem software, hardware, além de ser lenta, quebrar”, completa. E ele lembra que não é necessário aumentar o número de máquinas, mas sim modernizá-las, daí a necessidade da consultoria antes de instalar o sistema. O software de gestão da Verup segue mais ou menos a mesma linha, com uma ferramenta que se adapta tanto a uma confecção pequena quanto a uma grande empresa. Uma aquisição completa, com todos os

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Fotos: divulgação

TECNOLOGIA módulos e treinamentos necessários, exige um investimento inicial de 25 a 30 mil reais, mais um custo de manutenção mensal. Este valor aumenta na medida em que aumenta o tamanho da confecção a ser gerida pelo sistema, já que, segundo explica o presidente Alfred Achkar, o sistema vai precisando de mais módulos para se adequar. Adriana Papavero explica que a empresa que quer adquirir as soluções da Lectra deve estar alinhada com a estratégia de investir em valor agregado, de saber que vai investir um valor mais alto em um primeiro momento, mas o retorno do investimento será mais rápido. “Temos relatos de clientes que pagaram seus investimentos no Optiplan (software de gestão da sala de corte) em menos de seis meses”, conta. No entanto, para o melhor funcionamento do software, o ideal que a empresa já tenha uma sala de corte inteligente, com uma máquina moderna e, nesse caso, o investimento já é mais alto. Alto ou baixo, o investimento é necessário. O importante é que se faça uma boa análise das reais necessidades da empresa para que se invista de maneira correta. Paulo Pereira, da Audades, ainda lembra que muitas soluções tecnológicas podem ter retorno a curto prazo e, considerando as atuais linhas de financiamento, por exemplo do BNDES, todas as empresas podem se beneficiar. “Como qualquer investimento, o confeccionista deve buscar informações sobre a idoneidade da fornecedora, descobrir que tipo de infra estrutura de serviço e suporte tem disponível, quantos anos está no mercado, quantos clientes atende atualmente e conhecer se a tecnologia oferecida irá atender as necessidades da empresa”, completa.#


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Mercado

Sonho e fantasia

Solaine Piccoli

A indústria de casamentos no Brasil vive um momento de aquecimento, impulsionado pelo aumento da renda familiar, crescimento da economia e retomada das festas tradicionais POR VERA CAMPOS

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articipando ativamente da sociedade e do mercado de trabalho, a mulher brasileira hoje planeja mais a sua vida, prioriza a carreira e os estudos, de olho na estabilidade financeira e num futuro melhor. Mas, quando o assunto é casamento, o desejo de ser rainha por um dia e entrar numa igreja com um vestido deslumbrante continua o mesmo de sua mãe e avó. Entre festas, vestidos, convites e outros, a estimativa é de que, neste ano, esse negócio movimente 10% a mais que os R$ 11 bilhões de 2011. Em 2010, cerca de 1,9 milhão de pessoas se casaram legalmente no Brasil, um incremento de 4,5% em relação a 2009, segundo as últimas pesquisas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De olho nesse mercado promissor,

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proliferam feiras e salões para noivas e festas. Só no início de 2012, em São Paulo, pelo menos quatro eventos foram dirigidos a esse segmento. Em janeiro, a já tradicional Expo Noivas & Festas contabilizou 30 mil visitantes nos quatro dias de evento e um volume de negócios em torno de R$16 milhões. Em março, foi a vez da primeira edição do CasaModa Noivas, que gerou negócios na ordem de R$ 5 milhões. No final de abril, acontece mais uma ExpoNoivas, além da Bride Style (conhecida como a Fashion Week dos Noivos), reunindo os principais nomes da alta costura e prêt-à-porter do país. Até mesmo quem não atuava nesse mercado cedeu aos encantos dos vestidos de noivas. Estilistas brasileiros famosos, como Victor Dzenk


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e Glória Coelho, habituados a participar de semanas de moda, começam a apostar em coleções voltadas a esse público. Conhecido pelos seus vestidos coloridos, com shape sexy e estamparia digital, Dzenk apresentou no CasaModa Noivas uma coleção com forte influência grega, com vestidos fluidos e drapeados, inspirados também no trabalho de Madame Grés, famosa estilista dos anos 1930. Quase todas as peças foram adornadas com flores e confeccionadas em renda italiana, organza, chiffon, cetim de seda e seda. Já as noivas de Gloria Coelho são românticas, arquitetônicas e futuristas. Os tecidos usados nos vestidos são cetim, organza, tule, seda e renda em cores claras e tons off-white, com aplicações de plumas, pedras, pérolas e flores. Aparecem também bandagens, fitas e bordados cuidadosamente aplicados. As inspirações da estilista provêm de várias fontes - anos 50, 60 e 70, Arquitetura, Símbolos, Duquesas etc. “Criamos roupas de festa (noivas e madrinhas) desde o primeiro Morumbi Fashion”, diz Gloria Coelho. “Ao longo dos anos, a procura por esse tipo de roupa cresceu

Gloria Coelho

ExpoNoivas & festas: 30 mil visitantes

em nossas lojas. É ocasião em que realmente as pessoas investem, pois casamento é uma vez na vida”, diz.

Objetos de desejo Embora a demanda por vestidos de noiva esteja aquecida, não é tarefa fácil para os confeccionistas e estilistas atendê-la. O mercado oferece muitas opções e preços, o que acirra a concorrência. E mais: além de disputar as noivas em feiras e eventos e nas próprias lojas, as vendas pela internet e os vestidos importados aos poucos vão ganhando força. Mas há públicos para todos os bolsos e gostos. Saber identificar o seu cliente, atender o que ele quer, aliando qualidade e preços, ainda é uma fórmula que dá certo. Vestidos de noivas de celebridades e de princesas sempre se transformam em objeto de desejo. Que o diga a princesa Grace Kelly, cujo modelo dos anos 1950 até hoje serve de inspiração para quem está prestes a subir o altar (vide a duquesa de Cambridge Kate Middleton e seu vestido usado no casamento com o príncipe William, herdeiro do trono inglês). Mas, para que uma noiva tenha seu dia de rainha, convém não pecar pelo exagero. Já estão fora de moda vestidos cheios de volume, como o da Princesa Diana nos anos 1980, com destaque nos ombros e tecido armado. O volume ganha leveza e pouco movimento. “Vestidos rodados já não têm procura. Está se usando mais o evasée, com pouco movimento de saia”, garante o estilista e consultor Antonio Viella, que há 23 anos mantém o Ateliê Viella Bernardes em São Paulo, fazendo alta costura em parceria com o estilista e modelista Pedro Bernardes. A

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Mercado

moda e, quando procuram seu ateliê, geralmente já sabem o que querem. Na Viella Bernardes, as criações são feitas de acordo com o perfil, a “alma” das clientes, e em consonância, é claro, com aquilo que o biotipo delas permite. “A menina romântica gosta de vestidos com mais movimento; já as executivas se identificam com os modelos mais clássicos”. A escolha dos materiais também segue o gosto e estilo de cada criador. No caso da Viella Bernardes, o ponto alto são os tecidos de seda, a renda (francesa), os moulages e bordados com cristais exclusivos. A cor predominante é o off white, “mesmo porque a base dos vestidos é a seda, cuja cor

Victor Dzenk

Antonio, da Viella Bernardes

não é 100% branca”. No estilo, destaque para o retrô.

Menos é mais Victor Dzenk

dupla já fez vestidos para várias famosas e teve suas criações estampadas nas capas de várias revistas do segmento. “Não vendemos aqui a fantasia de princesa e sempre buscamos apelar para o bom senso da cliente”, destaca Viella, para quem as noivas hoje têm personalidade, não vão atrás de

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No Athelier das Noivas, situado na famosa Rua São Caetano (também conhecida como Rua das Noivas), em São Paulo, a noiva tradicional ainda prefere os modelos clássicos, com corpete ajustado, saia godê. “Hoje o menos é mais elegante”, garante o estilista da loja Ronaldo Cordeiro, do alto de sua experiência de 27 anos na área. Ele afirma que estão em alta os vestidos


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Mercado

mais clean , com menos volume de saia e menos pedrarias. Por conta disso, entram em cena os tecidos de maior qualidade como os tafetás, as zibelinas e gaza de seda pura. E continua forte a demanda pelos modelos tomara-que-caia. As rendas também têm sido muito procuradas, sobretudo por influência do vestido de Kate Middleton. “Houve um boom na Rua São Caetano após o casamento real, e a demanda ainda permanece”, ressalta Cordeiro, para quem o vestido pode ser todo feito em renda tendo como base o cetim ou ter a renda apenas em aplicações. Em bordados, segundo o estilista, as opções são as pedrarias, os paetês franceses, o strass e os cristais austríacos (estes bem alta ultimamente), nas cores do vestido ou em tons rosa ou verde claro nos bordados feitos à mão.

Pela internet Ana Cristina Arruda, uma das sócias da Bello&Bella, que pela internet vende vestidos de noiva com preços bem acessíveis, variando de R$ 390,00 até R$ 2.500,00, diz que as clientes estão fugindo dos mode-

Cristina: vestido pela internet

C

los tomara-que-caia, mas concorda que as rendas estão em alta, assim como os tecidos mais leves como organza e tules. As pedrarias também estão mais clean, nos tons branco ou claros, e em baixa os dourados ou metalizados. “Trabalhamos com uma oficina terceirizada e oferecemos modelos já consagrados, seguindo o que o mercado disponibiliza”, salienta Ana Cristina. Os pedidos vêm de todas as regiões do país: do Amapá, de Rondônia ao Rio Grande do Sul e

Athelier das Noivas, rua S.Caetano

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as entregas são feitas pelo Correio. O surpreendente sucesso da iniciativa levou as sócias a abrirem um ateliê em São Paulo, com atendimento com hora marcada, onde as futuras clientes podem ver de perto os vestidos e escolher o preferido. Cristina Pressuto, de Porto Alegre, que se casou este ano, não hesitou em comprar seu vestido pela internet, na Bello&Bella. “Eu precisava de um vestido pronta entrega, pois em 20 de dezembro marquei a data do casamento para o dia 28 de janeiro. Procurei no google e encontrei a Bello&Bella. Entrei em contato com a Ana Cristina após ver as fotos no site, passei minhas medidas e ela me enviou fotos de vários modelos que estavam de acordo. O que escolhi parecia que tinha sido feito para mim, não precisei fazer nenhum ajuste, nem mesmo na barra. Fiquei muito feliz com a escolha, mas fiquei mais feliz quando meu marido me viu entrando e ficou em prantos. Ao me aproximar, ele disse que nunca tinha visto uma noiva tão linda.... coisas de homem apaixonado...”#

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FOTO: UEHARA

MERCADO

Mais do que sensual, Erótica! Produção de lingerie responde por 70% de um mercado que supera preconceitos e não para de crescer POR LAURA NAVAJAS

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pesar de toda a liberação sexual dos anos 70, mercadologicamente falar de sexo ainda era um tabu há até bem pouco tempo. Como quebrar tabus virou um dos principais objetivos da juventude empresarial moderna, atualmente sexo é considerado essencial para a saúde e bem estar, com direito a propaganda nesse sentido. Isso acabou por gerar um segmento de mercado no mínimo interessante para as confecções: o das lingeries e fantasias eróticas. Há poucos anos, as vitrines costumavam exibir preferencialmente modelos mais comportados de calcinha e sutiã. As mulheres ainda tinham medo ou vergonha de comprar peças mais apimentadas. Hoje em dia, este comportamento ainda é visto, mas já diminuiu bastante e quanto mais rendas e enfeites as lingeries tiverem, melhor. Mais do que isso, quanto mais sensuais forem as peças, mais elas se afastam da classificação dia a dia

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e mais se aproximam de ser um produto erótico. E tornam-se totalmente sensuais quando adquirem um tema, como policial, enfermeira, sadomasoquista e quantos mais a criatividade dos fabricantes permitirem. E mais agradam ao público consumidor.

Mercado Uma das provas do crescimento do mercado erótico no Brasil é que o país tem hoje a 4ª maior feira erótica do mundo, perdendo apenas para a China, Alemanha e Estados Unidos, e a maior da América Latina, a Erótika Fair, criada em 1997 pelo promotor de eventos Evaldo Shiroma, com o intuito de movimentar o mercado nacional e quebrar preconceitos. Parece que a iniciativa deu certo. Neste ano, a feira chegou à 19ª edição e, com vinte mil visitantes, movimentou cerca de R$18 milhões em negócios. Segundo dados da ABEME, Associação Brasileira das Empresas


Tecidos diferenciados

Leila VS

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MERCADO do Mercado Erótico, em 2011, o segmento cresceu 18,5% em relação ao ano anterior, com dez mil pontos de venda, 125 mil empregos diretos e indiretos gerados, a maioria para mulheres que sustentam famílias, e 7 milhões de itens vendidos por mês. Do público consumidor, 68% são mulheres. As lingeries e fantasias são o 3º produto mais procurado por elas. “A mulher compra produtos eróticos em três ocasiões: para surpreender seu parceiro, para celebrar momentos especiais e para apimentar a relação. O primeiro passo para isso está na escolha de uma boa lingerie”, explica Paula Aguiar, presidente da ABEME. Este dado é revelador. É que, como parte de um conceito antigo, o consumidor de produtos eróticos não era muito bem identificado. No entanto, os dados da Associação indicam que, não só mulheres são maioria, como delas, a maior parte são novas (entre 26 e 35 anos) e 84 % tem um parceiro (namorado ou marido).

Fantasias Quem confirma a estatística é Carlos Joaquim, proprietário da Priapus, marca de Fortaleza especializada em fantasias eróticas. Aberta há 15 anos, durante dez sua fábrica fazia apenas cuecas convencionais. Há cinco, percebeu este filão de mercado e resolveu investir, para “sair do lugar comum”, afirma. Pelo visto, a mudança foi certa. Hoje, depois de 4 anos expondo na Erotika fair, atende clientes no Acre, Manaus, Belém, Recife, São Paulo e Belo Horizonte, vendendo 11 modelos

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Paula Aguiar, presidente da ABEME, e Evaldo Shiroma, promotor da Erótika Fair

mais livres do que eles para expor seus fetiches, seus desejos”, afirma. Marta Moraes, diretora da Elos do Amor, representante da Americana Baci no Brasil, lembra que as fantasias de cada um variam. “Há quem tenha fantasias por pés, por exemplo. Mas um bom estímulo ajuda”, diz. Assim, a campanha da empresa traz mulheres usando lingeries pra lá de sensuais em cenários que mexem com o imaginário deles para elas. “Cerca de 35% dos nossos clientes são homens, que compram para suas parceiras ficarem poderosas assim”. A 1ª importação da Baci, presente em cerca de 30 países, chegou ao Brasil em dezembro do ano passado. E a empresa pretende abrir franquias dentro de aproximadamente seis me-

masculinos e 44 femininos, entre os quais os mais vendidos são os de marinheiro e policial para eles e estudante e enfermeira para elas. “É o momento em que a pessoa libera o fetiche dela”, explica Carlos Joaquim. Sem lojas próprias, a Priapus Feira erótica movimentou cerca de R$ 18 milhões chega a distribuir cerca de 5 em negócios mil peças por mês, e não vende mais porque não produz, já que há demanda, garante o proprietário. Além disso, os donos de sex shops que compram seus produtos o mantém informado. “O maior percentual de consumidores é de mulheres que vêm comprar fantasias para seus maridos. Elas são

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FOTOS: DIVULGACÃO

MERCADO

... para novos investimentos dos confeccionistas.

Lingeries e fantasias eróticas...

ses. Marta também começou tentando vender lingeries mais comportadas para fora do país. No entanto, só viu seus negócios ampliarem quando partiu para o lado mais picante da produção nacional. Com a virada do câmbio, decidiu mudar de lado e fazer o contrário: ajudar quem está fora a entrar. Outra marca internacional de olho neste segmento do mercado brasileiro é a sueca Lelo, com uma linha mais luxuosa, toda em seda, que apela para a fantasia do poder, da sedução indireta. “Qualquer lingerie pode ser usada para seus momentos íntimos, desde que ela seja bem ela-

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... tornam-se boas opções...

borada”, afirma Eliane Said, executiva de vendas e marketing da Lelo Internacional. A marca é uma das mais conhecidas em produtos eróticos de luxo, chegando a produzir vibradores e outros brinquedinhos em ouro, para os mais excêntricos.

Diferença Mas, afinal, o que diferencia uma lingerie do dia a dia ou até mesmo uma apenas mais enfeitada de uma que se considera erótica? Para Paula Aguiar, da ABEME, trata-se de uma

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questão de momento e conforto. “A lingerie torna-se erótica a partir do momento em que é usada com a intenção de seduzir”, explica. Carla Rossi, gerente da Milli, loja de produtos eróticos, vai mais além. “A lingerie do dia a dia é, geralmente, de malha, não tem tanto glamour. Já a erótica tem paetês, muita renda, muita lycra e vem com alguma fantasia implícita. Mexe com vários sentidos, visão, olfato, paladar, tato”, explica, referindo-se, além dos tecidos mais suaves e delicados, às calcinhas comestíveis ou cheirosas, artigos bastante comuns nas sex shops espalhadas pelo país.#


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dica do especialista modelagem

Modelagem e ergonomia Q

uem disse que seu bichinho de estimação pode usar qualquer tipo de roupa, tecido ou modelagem? Há quem corte a manga de uma blusa pessoal em malha para vestir o seu mimoso, mas logo percebo o tamanho desconforto dos indefesos bichinhos dentro dessas roupas inadequadas ou adaptadas. Logo eles, tão acostumados a ter liberdade de movimentos!

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As calopsitas – aves de fácil convívio doméstico, falantes e resistentes a doenças – são as mais exigentes ao uso das roupas, sendo elas blusinhas ou calcinhas para aparar suas necessidades fisiológicas. O nervosismo dessas aves é tamanho, que, quando cansam de bicar as roupinhas, começam a bicar seus donos como se soubessem que eles são os causadores desse transtorno. E é claro que foram os seres racionais que deixaram de procurar os especialistas em modelagem para desenvolver as coleções pets. Vamos entrar na onda da capacitação na área de moda e começarmos a pensar sobre ergonomia – estudo voltado para o conforto e a liberação dos movimentos da roupa sobre o corpo – na modelagem de peças do vestuário, sejam elas para os seletos grupos de pessoas que se encaixam nas tabelas de medidas, como também para os que pertencem aos diversos grupos com medidas diferenciadas das tabelas: altura, largura, altura de busto... O Brasil é um país formado de relações inter-raciais. Embora pessoas de estatura e peso medianos sejam a maioria, em contrapartida pessoas altas e baixas fogem à regra, nas larguras que se acumulam em algumas partes do corpo, além das

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Sonia Duarte é pesquisadora, professora e autora do livro MIB Modelagem Industrial Brasileira www.modelagemmib.com

pessoas especiais com hemiplegias, hemiparesias naturais ou acidentais. Tratando-se de pessoas diferenciadas, as roupas não devem ser apenas moda ou abrigo e sim ser um projeto ergonômico que se adapte às diferenças de forma que as pessoas se sintam livres e confortavelmente vestidas com liberdade de todos os movimentos de forma adequada.

Sobre a modelagem Em tecido rígido, a manga é uma das partes da roupa que muito preocupa o usuário, seja ela em paletó ou qualquer tipo de manga básica que não tenha franzido e drapeado. Quem trabalha com tecido plano sabe muito bem que a modelagem e o estudo ergonômico são de grande valia para que uma roupa vista bem.

Ergonomia Muitas vezes as mangas repuxam às cavas. Outras vezes, travam os braços causando pregas nos mesmos locais e um grande desconforto ao movimentá-los. A posição das mãos sobre o volante do carro é um ótimo exemplo de incômodo. Venho observando os políticos e as apresentadoras dos jornais de televisão que, ao colocar as mãos sobre as mesas, deixam bem à mostra o tal defeito de modelagem e a falta de conhecimen-


to ergonômico quanto às mangas dos paletós. Alguma observação e estudos dos movimentos são capazes de corrigir tais defeitos. Experimente aumentar a largura da cabeça da manga, ou aumentar a medida da cava à cava costas no molde das costas do paletó. Quem sabe, distribuir o aumento responsável pelo conforto entre as costas e as mangas da peça?

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Fotos: divulgação

COMPORTAMENTO

Vai dar praia Pesquisa mapeia comportamento das consumidoras de moda praia no Brasil e no mundo POR LAURA NAVAJAS

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universo das confecções, por mais amplo que seja, gira em torno de um ponto complexo: o desejo do consumidor final. Pensando em auxiliar os seus clientes, a INVISTA, detentora da marca LYCRA® e de outras fibras têxteis, contratou o instituto de pesquisa Strategic Insights para promover, em 2011, uma pesquisa com 2576 consumidoras de moda praia, para analisar seu comportamento na hora da compra no uso e também no cuidado e conservação das peças após utilizadas. “É uma pesquisa muito elucidativa para nossos clientes, que podem replanejar suas coleções e ainda suas estratégias de venda e marketing”, afirma Danielle Freitas, gerente de moda praia e activewear da Invista. Participaram da pes-

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quisa mulheres entre 18 e 49 anos, atuantes profissionalmente, com alguma consciência de moda, que tivessem comprado moda praia e que não usassem maiôs ou biquínis somente para a prática de esportes aquáticos, da Alemanha, Itlália, EUA, Brasil, Reino Unido e França. De acordo com o estudo, a brasileira é a mais preocupada com os seus produtos de praia, o que é de se esperar em um país de clima tropical e costa extensa como a nossa. Curiosamente, quem mais se aproxima nos hábitos são as italianas. A comparação com outros países é muito interessante para quem produz para exportação, já que a moda praia brasileira é muito apreciada no exterior e 82% das entrevistadas disseram possuir um biquíni e pelo menos 46% um maiô, além de 26% que têm um tankíni – conjunto composto por camisete e parte inferior do biquíni. Por aqui, cerca de 88% das mulheres possui um biquíni no armário, 41% tem um maiô


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COMPORTAMENTO

Surpresas O principal motivo para comprar uma nova roupa de praia apontado pelas entrevistadas realmente é sair de férias (59%), mas há muitas mulheres que compram porque uma peça despertou seu interesse ou ainda por estar cansada do que possui no guarda-roupas. O estudo mostrou, também, que a maior parte das compras é planejada antes de entrar na loja (82%). Uma surpresa encontrada nas entrevistas foi o preço que as brasileiras estão dispostas a pagar por peça. A maioria, 70%, dispõe-se a pagar entre R$ 21 e 60 por peça. “É um preço bem inferior ao que cobram muitas marcas”, lembra Danielle. A maior surpresa da pesquisa, no entanto, ficou por conta da relação com as lojas e marcas. O local preferido para compras no Brasil são as lojas de moda praia, seguidas pelas lojas de departamento. No entanto, o principal motivo de escolha das lojas não é a marca, mas a qualidade das peças (66%), seguido pelo preço (63%) e variedade (59%). A marca apareceu em apenas 30% das respostas, como fator motivacional de compra. E a fidelidade à marca também não é tão grande quando o produto é maiô ou biquíni. Apenas 17% das mulheres comprarm as 2 últimas peças de uma mesma marca, em um período de um ano. “Talvez seja o caso de se pensar em uma estratégia que associe a marca a um estilo de vida”, aconselha Danielle Freitas.

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Qualidade Mas, então, o que querem as consumidoras? “Acima de tudo, qualidade e durabilidade”, afirma Danielle. De fato, entre as características mais importantes apontadas em uma roupa de praia, 79% apontaram não lacear, 77% fazer sentir bem, 74% ficar no lugar, 72% não ser transparente e 70% ser confortável. Além disso, a maioria das brasileiras (49%) acredita que uma

Outros dados apurados são referentes à peça em si. Uma consumidora brasileira se preocupa, sim, em olhar a etiqueta do produto. E busca informações sobre conservação e sobre composição do tecido. Fotos: divulgação

e 14% um tankíni. “Podemos observar o crescimento no uso do maiô, motivado por uso de personagens de novelas, uso na moda casual ou resort, como corpete, ou ainda o aumento de viagens para lugares elegantes, ou de cruzeiros”, explica Daniele.

Danielle Freitas, gerente de moda praia e activewear da Invista, e Luiza Barros, gerente de comunicação

“Ficamos satisfeitos em saber que uma das coisas que elas procuram é o fio LYCRA®, além de observarem informações sobre porcentagens das fibras e país de fabricação”, conta Danielle. LYCRA® é marca registrada da INVISTA para seu fio elastano e hoje está entre as mais conhecidas em todo o mundo. Por fim, 69% das mulheres acreditam que uma peça confeccionada com um tecido desenvolvido específicamente para este fim pode durar mais.

Curiosidade

peça deve durar por pelo menos duas estações. Ou seja, a consumidora quer, sim, estar na moda, mas espera que, antes de mais nada, seu produto tenha durabilidade e não estrague antes da hora. “Ninguém quer comprar uma roupa de banho e correr o risco de perdê-la durante um mergulho”, lembra Danielle.

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Uma curiosidade descoberta no estudo é que a mulher brasileira é a que tem mais cuidado com suas peças. Grande parte (86%) lava-as após utilizá-las; 67% pendura para secar e 60% enxágua para eliminar os resíduos da água do mar e do cloro, que aceleram o processo de desgaste das peças. Nos outros países, estes números são curiosos, com mulheres respondendo que chegam a lavar as peças apenas uma semana após o uso. Neste caso, haja durabilidade de tecido!#


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Verão 2013

Um mundo sem fronteiras O

Equipe de estilo do Senac apresentou resultados de pesquisas na Europa

Fotos: divulgação

POR LAURA NAVAJAS

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cenário mundial de crise reflete-se na moda. Mas não nas cores preto e cinza. Pelo contrário, teremos mais cor e flores, segundo mostrou a equipe do Senac, recém-chegada de pesquisas na Europa, durante a 39ª edição do Senac Moda Informação. “O consumo pode até estar passando por um momento difícil, mas não é o que queremos aparentar e nem como queremos ficar, precisamos encontrar artifícios que despertem interesse de compra”, explica Luciana Parisi, consultora de moda do Senac. É importante lembrar que vivemos a era da comunicação, da imagem, do culto às celebridades. O acesso às informações é cada vez mais fácil e rápido e o desejo de consumo é estimulado por isso. Assim, em épocas de crise, ao mesmo tempo em

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que busca o novo, o público se sente nostálgico. Por isso, cada vez mais as tendências apontam para uma certa nostalgia. “As passarelas trazem coleções que nos remetem a décadas passadas, que ficaram conhecidas como anos loucos e dourados, numa clara resposta ao desejo das pessoas de se refugiarem em lembranças de tempos idealizados como melhores”, afirma Luciana. Além disso, a ideia de se aproveitar o que cada cultura possui de individual, seus aspectos étnicos, tribais, também está cada vez mais em evidência. As tendências foram compiladas em quatro grandes temas, a partir dos resultados das pesquisas, de acordo com suas características principais, apresentados no evento, Rainhas do Mar, Neo Nostalgia, Tribal Naive e Sport à Porter. Confira a seguir um resumo de cada um!


aç ão Fotos : div ulg

• Rainhas do Mar O estilo praiano, visto em muitas cidades brasileiras, dada a nossa vasta costa, foi muito lembrado nas passarelas este ano. E este tema é bastante rico para o país, em evidência por ser considerado a bola da vez nos negócios e por estar a beira de sediar eventos que trarão muitos turistas. Neste tema, tecidos como

chiffon, musseline, organza e outros, enfeitados com muito paetê, glitter e fios lurex, com efeito transparente, cintilantes, nacarados, gloss, metalizados, líquidos. Na cartela de cores, tons aquáticos, azul, turqusa e verde, suavizados por brancos e areia, além de coral e lilás. Pode-se observar também alguma coisa de cores vibrantes inspiradas na flora e fauna dos paraísos tropicais. Para as formas, muitos tops, shorts acinturados, saias justas acima dos joelhos, mini-vestidos, tomara-que-caia, vestidos e saias sereia, drapeados, babados, barras assimétricas, roupas esvoaçantes, camisas amplas, túnicas, cinturas marcadas e pernas largas, enfim, tudo bem resort e praiano.

• Neo Nostalgia O saudosismo dos tempos em que tudo prometia ser melhor, efeito do momento de crise, também se reflete na moda. Esta tendência traz reinterpretações sofisticadas dos anos 20, 50 e 60, com silhuetas que combinam requinte e frivolidade, ostentando uma feminilidade exagerada. Técnicas de costura e modelagem são os pontos chave deste tema. Nos tecidos, chiffon, organza, seda, cetim, tricoline, pique, com bordados (corrido, localizado e inglês), aplicações, renda renascença, richelieu, guipure, suíça, crochês, com acabamentos metalizados, canutilhos e pedrarias, além de franjas. Tons pastéis adocicados, cores vintage como preto, nude, dourado e prateado enfeitam saias plissadas ou pregueadas, casaquetos boxy com mangas bracelete, pin-ups, saias lápis, boleros e mini-jaquetas, vestidos com franja, abotoamento duplo, silhuetas arredondada e cinturas rebaixadas.

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VERÃO 2013 • Tribal Naive

Fotos: di vulga

ção

Inspirada em um sentimento (também nostálgico) de volta às origens, resgate de raízes, esta tendência valoriza as diferenças entre povos e culturas, que se aproximam cada vez mais, pela facilidade de acesso. Assim, o “local” é valorizado, sem deixar de estar integrado ao “global”. Esta tendência celebra o encontro entre o exotismo dos países africanos e a vivacidade dos povos latino-americanos, em uma mistura sensual e apimentada. Tecidos rústicos tipo cestaria ou tapeçaria tribal, texturas orgânicas, ráfia, linho, seda (tecidos os mais naturais possíveis), denim, algodão, camurça e couros leves são vistos em cores inspiradas na natureza, nas savanas africanas e no folclore latino. Preto e

tons terrosos unem-se a verdes, alaranjados e vermelhos, em vestidos soltos e longos, túnicas, batas, roupas estilo safári e utilitária, recortes e aplicações bordadas com elementos étnicos, decotes tomara-que-caia ou de um ombro só, pantalonas, vestido flamenco, bata ciganinha, franjas, customizações.

• Sport à Porter Outro tema que tem muito a ver com o momento brasileiro, já que o país se empolga cada vez mais com a expectativa de sediar copa e olimpíadas. O ano de 2012 também traz jogos olím-

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picos, o que acende o interesse pelo esporte no mundo todo. Soma-se a isso, o desejo de praticidade e conforto de um estilo urbano-chic, inspirado na modernidade da metade do século XX e no streetwear dos anos 90. Como não podia deixar de ser, nos tecidos muitas malhas duplas, furadinhas ou transparentes, moletinhos, telas esportivas, neoprene, cotton, couro fino natural ou sintético, tecidos com elastano, stretch, sarjas leves em tons neutros como branco e preto formando jogos com tons pastéis vivos ou cores luminosas, como amarelo, coral, turquesa, tangerina e verde cítrico. As formas são as mais esportivas possíveis, como bermudas ciclistas, leggins, mini-blusa, regata nadador, calças retas, vestidos regata, mini-saia faixa, parkas leves, calças jogging, zíperes e recortes anatômicos ou assimétricos, rlhoses e reguladores, sobreposições, formas cônicas e rígidas, jaquetas e alfaiataria esportivas.


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MUNDO TÊXTIL

Tecidos, cores e padronagens S

Confira um resumo do que virá para o verão 2013, com destaque para grande variedade de texturas e marcado pela cor da tangerina

Foto: divulgação

POR LAURA NAVAJAS

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e para elaborar todas as coleções de roupas da sua confecção a escolha dos tecidos certos para cada peça é um dos itens da sua lista, para o verão 2013 este passou a ser um dos mais importantes passos. Nesta estação, os tecidos e suas texturas assumem papel de destaque antes dado às cores e estampas, segundo apresentou a consultora de moda Luciana Parisi, no Senac Moda Informação. “Nosso principal objetivo aqui é, mais do que mostrar tendências, organizá-las para promover o acerto, a agilidade no trabalho do confeccionista”, afirma a consultora. Ela lembra também que a composição de looks que coordenem texturas e aspectos variados de matérias-primas é importante, instiga os consumidores. E a oferta é grande,

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já que a indústria têxtil está preparada para oferecer uma grande gama de produtos. Confira o que foi visto nas principais vitrines do mundo! Para os tecidos mais pesados, destacam-se algodões, como sarjas, gabardines e cetins com elastano, seguidos por tricô lines, jacquards leves e piquês. Nos pesos médios, viscoses predominam em crepes, challis pesado, javanesa opaca e ctim sem elastano; mas tecidos em poliésters também foram vistos. Novidade para a estação mais quente do ano, as malhas crescem um pouco, juntamente com os jérseis, o que traz a possibilidade de oferecer um produto atraente, não só na moda, mas no preço. Na malharia básica, o destaque fica para a viscolycra, principalmente estampada. Também há malhas 100% viscose, viscolinho, algodão com fio botonê (uma possibilidade diferente de explorar a cor neon, presente na temporada) ou flamé. Os efeitos macramê ou rendão tipo arrastão, telas esportivas e tules também aparecem, assim como malhas tricô leves.


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Cores A cartela de cores é uma das maneiras para tornar a vitrine de uma confecção mais intrigante para o consumidor, fazer com que ele tenha vontade de comprar, segundo Luciana Parisi. Ela explica que, diante da crise, a cartela de cores não teve grandes alterações em relação à temporada anterior, mas as novidades trazem uma mensagem de otimismo. “O que se observou no verão 2012 foi o retorno de cores vivas. Para 2013, isso tende a crescer, inclusive com o encolhimento das cores neutras, apesar de algum espaço para tons de areia”, afirma. A cor do ano é o tangerina, e os alaranjados e terrosos em geral, seguindo a tendência tribal. Os tons de nude e rosa ganham um espaço bastante expressivo, junto com prata, dourado e preto, em um jogo de nostalgia. Os azuis crescem, não só os fortes, mas os aquáticos (seguindo a tendência Rainhas do Mar). Por fim, nos tecidos esportivos, cores luminosas ou pastéis vivos se misturam com tons neutros em jogos bem criativos.

Estampas “Teremos um dos verões mais estampados. Em tempos de crise, a indústria se vale de todos os recursos para estimular o consumo”, explica Parisi. A ingenuidade dos anos 50 se revela em poás, que chegam aos jeans. O mercado

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As bases mais leves e transparentes estão concentradas em viscose ou poliéster. Na alfaiataria, predominam os mistos de viscose/ poliéster stretch ou 100% poliéster, em construções pesadas ou duplas, e os cetins de algodão com elastano, para a confecção de peças mais estruturadas. Por fim, tecidos com brilho, como com paetês também estarão presentes, dessa vez em versões transparentes, nacaradas ou em cores leitosas. Os couros também ganham versões metálicas e o lurex também estará presente.

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de moda jovem está cada vez mais trabalhado, com estampas de lacinhos, coraçõezinhos, bichinhos. Em clara influência dos anos 90, sarjas e brins foram vistos com listras verticais. As horizontais vêm na influência náutica, mas com menos impacto e mais na malharia. As estampas figurativas estão mais elaboradas, mais gráficas, vistas em malhas e poliésteres, cada vez mais localizadas, temáticas, coloridas, com muito neon, dourado, tons metálicos. Os florais também são destaque, especialmente porque vêm também em fundo preto, em bases transparentes, acetinadas, algodão sobre elastano. “Os florais em fundo claro têm um fundo mais romântico, parecem fotos de jardins”, explica a consultora. Tropicais, coloridas e vibrantes, não importa se em fundi escuro ou claro. A novidade é que estas estampas não vêm necessariamente em formas esvoaçantes, para inovar. Elas podem vir também em um terninho, por exemplo.#


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Item essencial P

Quase todo produto confeccionado utiliza alguma entretela em sua montagem ou no processo industrial. Saiba como usá-las corretamente

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POR VERA CAMPOS

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resentes em vários segmentos do mercado de confecção camisaria, moda feminina, alfaiataria masculina e feminina, bordados, lingerie, bonés, gravatas, roupas infantis, patchwork – as entretelas são utilizadas para dar “alma” aos artigos confeccionados. “Elas ajudam a melhorar o caimento, preservar o corte, oferecem suporte para os bordados, aceleram os processos produtivos e asseguram a qualidade em áreas críticas, como áreas curvas ou em diagonal, colarinhos de camisas, cós de calças e peitilho de camisa polo”, exemplifica Marcos Menezes, gerente técnico e de produto da Freudenberg, empresa de origem alemã e uma das maiores fabricantes mundiais de entretelas tecidas e de nãotecidos. “Ao escolher a entretela, é importante verificar se queremos que a peça fique com um toque duro, firme ou macio, e analisar como é o teci-

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do a ser dublado”, ressalta Vinicius Esteves Lopes, gerente financeiro da Ciabrafe, fabricante nacional de entretelas tecidas e não tecidas, colantes e não colantes, para aplicações em confecções masculina, feminina e infantil, em colarinhos, golas, vistas e punhos de camisas, e em paletós, calças e bermudas. E mais: o uso da entretela adequada para determinado fim garante, em grande parte, a eliminação de problemas que poderiam ocorrer no processo de colagem. Alguns deles, porém, só poderão ser evitados com a introdução de métodos de revisão dos materiais e de controle dos processos de risco, corte, embalagem intermediária e de fusionamento. “Medidas como essas permitem avaliar, antecipadamente, o desempenho de todos os componentes que envolvem a colagem: os tecidos e malhas, a entretela e o equipamento fusionador”, completa Marcos Menezes.


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MUNDO TÊXTIL zadas entretelas tecidas. No entanto, algumas aplicações (como, por exemplo, suporte para bordados) requerem o uso específico do nãotecido. “Podemos afirmar que a escolha por uma entretela nãotecida ou tecida depende da percepção do confeccionista e não da vantagem oferecida por uma ou outra”, coloca o gerente da Freudenberg.

colagem sempre que for iniciada a operação com um novo componente, seja ele tecido, malha ou entretela.

Não tecida ou Tecida? Nãotecido é uma estrutura plana, flexível e porosa, constituída de véu ou manta de fibras ou filamentos, orientados direcionalmente ou ao acaso, consolidados por processo mecânico (fricção) e/ou químico (adesão) e/ou térmico (coesão) ou pela combinações deles, diz a norma NBR-13370, da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Hoje, graças ao avanço tecnológico, as entretelas produzidas em nãotecido podem ser utilizadas por todos os segmentos da indústria de confecção, inclusive nas aplicações onde antes só poderiam ser utili-

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Para se decidir por um ou outro tipo de entretela, deve-se levar em conta alguns fatores, tais como: o tecido utilizado, a área onde será aplicada, a textura e caimento desejados e os equipamentos disponíveis para a colagem. “O vendedor técnico é a pessoa mais indicada para auxiliar o design ou modelista na escolha da melhor opção e na orientação técnica adequada para a sua aplicação”, avalia Menezes. Além de seguir corretamente a orientação do vendedor técnico e as instruções contidas na Ficha Técnica de Especificação do Produto, o gerente da Freudenberg sugere que se faça uma revisão sistêmica do trabalho do operador da máquina de fusionamento, com intervalos definidos, bem como a avaliação da

Termocolantes Segundo Marcos Menezes, o mercado oferece uma grande diversidade de entretelas nãotecidas termocolantes, inclusive em maior número que as entretelas tecidas. “As aplicações das entretelas, no entanto, são bem distintas, já que o adesivo termocolante estrutura em menor ou maior grau a área aplicada”, explica. Em algumas aplicações, as entretelas termocolantes são utilizadas como guia para a costura: cós de calça, peitilho de camisa polo, colarinhos e punhos de camisas.

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Escolha acertada

Como entretelar Mesmo tendo escolhido a entretela adequada para o tipo de tecido e área a serem entretelados, o resultado pode ser insatisfatório caso não sejam respeitados alguns pontos básicos na aplicação. Veja as dicas da Freudenberg para não errar: • a primeira precaução a tomar ocorre na hora do corte, quando devemos fazer com que o sentido da entretela acompanhe o sentido do tecido (no fio); • em se tratando de entretelas termocolantes, a segunda precaução é seguir cuidadosamente as condições de termocolagem indicadas nas suas fichas técnicas: tempo, temperatura e pressão. Sabendo que a termocolagem pode ser realizada utilizando-se prensa esteira, prensa bandeja ou ferro industrial, informamos a melhor regulagem para cada equipamento nessa ficha técnica; • a terceira precaução se aplica àqueles que utilizam ferro de passar na entretelagem, pois para que se obtenha um resultado perfeito deve-se entretelar por partes e nunca passar a entretela.

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Principais fatores a serem levados em conta na escolha de uma entretela: 1º) Tipo de tecido que será entretelado, ou seja, se é uma lã pesada ou uma seda delicada, se é um linho puro ou uma microfibra 100% poliéster. Devemos considerar também as diferenças existentes entre os diversos tipos de tecido, tais como: encolhimento, acabamento, peso, composição, reação ao calor e outras, que requerem diferentes tipos de entretelas. 2º) A área a ser entretelada: pode ser uma grande área, como uma frente de paletó, ou uma pequena área, como um colarinho de camisa ou um cós de calça. 3º) O toque / caimento que se quer dar à peça confeccionada. Se o objetivo é uma peça mais leve e desestruturada, deve-se trabalhar com uma entretela mais leve e talvez sem adesivo. Se o objetivo for uma peça mais pesada e estruturada, o ideal é trabalhar com uma entretela mais pesada. Fonte: Freudenberg

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Inteligentes Atenta às demandas do mercado, a Ciabrafe desenvolveu uma entretela para boné que, depois de ser amassada ou dobrada drasticamente, retorna ao formato original. A Ciboné Mono é fruto de pesquisa feita com produtos existentes no exterior. “Desenvolvemos o fio e a tecnologia de acabamento com resinas sintéticas, o que confere uma ‘memória’ à entretela", explica o gerente financeiro Vinicius Lopes.


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FOTOMONTAGEM: SHUTTERTOCK / LE NEVES

PRODUÇÃO

Energia elétrica: Uma conta a mais O confeccionista pouco pode fazer para driblar esse custo que também é problema seu POR LAURA NAVAJAS

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A energia elétrica é um recurso de uma importância estratégica fundamental para a cadeia do vestuário. Precisa chegar ao seu destino de maneira constante e sempre da mesma forma, sem interrupções. Afinal, os aparelhos de todos os elos da cadeia dependem de um bom fornecimento de energia, pois nada mais na indústria têxtil e de confecção (ou muito pouco) funciona manualmente. Assim, as perdas de produtividade podem ser enormes caso ela falte. Porém, o valor que a indústria brasileira paga pelo fornecimento de energia é o terceiro mais caro do mundo, segundo dados da ABIT Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção. “Nossa matriz energética, basicamente hidráulica, é barata. O problema está nos custos de transformação e de distribuição, somados aos inúmeros impostos agregados, que fazem com que o preço final da energia seja muito

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alto”, explica Sylvio Napoli, gerente de infraestrutura da entidade.

Inflação Um dos pontos que mostram o quanto nossa energia é alta e o esforço que toda a cadeia têxtil faz para combatê-la é a relação com a inflação acumulada de 1994 até 2012. Segundo dados apurados pela ABIT, o setor de vestuário foi âncora da inflação nacional, com aumento de 170%, enquanto a energia elétrica aumentou mais de 500%, no mesmo período. “Nós gostaríamos de estudar com as concessionárias fornecedoras algum trabalho mais efetivo em relação à demanda que é contratada geralmente e em relação ao fornecimento de energia elétrica no mercado livre, enfim, tentar medidas para baratear o custo para a cadeia têxtil, porque, mesmo com todo o aumento da energia (e outros produtos), o nosso foi dos menores”, observa


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PRODUÇÃO

Sylvio. “A ABIT também tem solicitado à ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica (que regulamenta e fiscaliza a produção, transmissão e comercialização de energia no país) um cuidado maior, primeiro nos aumentos indevidos de tarifas. Segundo, no próprio custo da energia que tem que ser revisto”, completa.

Custo diluído Para o confeccionista, o custo maior com energia elétrica é invisível. E pouco, sozinho, se pode fazer para resolver essa questão. Isso porque esse é um dos fatores que elevam o custo da cadeia produtiva do setor de vestuário como um todo, de maneira que o valor da conta que uma confecção paga não é a pior parte. Explica-se: o maquinário usado pelas confecções não demanda consumo alto, portanto não pesa tanto no valor da conta de energia do final do mês. Representa apenas 2% do custo de produção, calcula a ABIT. O problema maior está no início do processo, na cadeia têxtil, onde o custo com a energia elétrica chega a pesar, em alguns casos, até mais do que os gastos com mão de obra. Na fiação, por exemplo, representa 10% do custo de produção. Na tecelagem, 17%; na malharia, 10%. E esses custos chegam aos confeccionistas embutidos nos valores de matéria-prima. “O impacto no processo é pequeno. Porém, a confecção se vale da matéria-prima que chega para ela, e que já vem carregada de todos esses custos indiretos”, completa Sylvio Napoli. Claro que, à medida em que se caminha em direção ao produto final, os custos vão se diluindo. No entanto, eles existem. E uma redução no valor da energia seria benéfica a toda a cadeia.

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O que podemos fazer? Em atividade comum com todos os elos da cadeia, o confeccionista pode apoiar as lutas das entidades de classe por uma energia mais barata de maneira geral, pois isso beneficiaria a todos. No entanto, vale lembrar que há medidas simples que todos devem tomar para maximizar o uso da energia. “Há formas de não desperdiçar, coisa que as empresas têm necessidade e obrigação de fazer, utilizando equipamentos que garantam a eficiência da energia, avaliada por meio de um índice chamado de ‘fator de potência’, que revela exatamente a eficiência de uso de consumo de sua energia elétrica”, diz o gerente de infraestrutura da ABIT. O fator de potência é calculado nas empresas a fim de se evitar o desperdício. É a relação entre aquilo que se usa e aquilo que lhe é oferecido em energia. “O que está abaixo de 100% é considerado desperdício”,

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afirma Sylvio, explicando que esse índice deve ser de, no mínimo 92%. “Abaixo disso, os usuários pagam até multa”, explica. Chegar a 100% de eficiência é impossível, mas o desperdício, segundo Napoli, geralmente é muito pequeno, e sempre ocasionado por fatores como instalação, distribuição da energia, disposição das máquinas, manutenção de motores. “O problema começa abaixo do patamar de 90%, mas isso hoje em dia praticamente inexiste”. O gerente ressalta que é importante o empresário dotar sua confecção de equipamentos que corrijam o máximo possível essas deficiências. Além disso, o confeccionista deve observar os princípios básicos de redução de consumo, como lâmpadas e insolação apropriada (usar mais a luz do sol). E ficar de olho no contrato de fornecimento de energia, que pode variar de acordo com a demanda e consumo.#

Sylvio Napoli, da ABIT: Custos de Energia chegam ao confeccionista embutidos na matéria-prima.


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dica do especialista

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Prevenção e Redução de Custo Para os seres vivos e plantas, o Criador impôs como condição de sobrevivência o estado permanente de transformação. O mesmo vale para os objetivos de um empreendimento por meio de seus produtos e serviços, frutos da criação humana, que têm que melhorar sempre. Isto para conseguir a sobrevivência dentro da sua missão. O produto é definido pelos seguintes atributos: Conformação, Preço e Prazo de Entrega. A melhoria da conformação se dá com programas de melhoria de desempenho e de qualidade. O preço melhora com programas de prevenção e de redução de custo. A melhoria na conformação e a redução de custo têm impacto no prazo de entrega, que também é melhorado com programas de logística. Para melhorar qualquer atributo acima mencionado, temos que estabelecer projetos com essa meta. Vamos começar pela prevenção e redução de custo. O primeiro passo é a procura de área onde a economia possa ser significante. Partimos do princípio de que as grandes redu-

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ções de custo estarão nos grandes números. Para localizar essas áreas, usamos o método de classificação baseado na Lei de Paretto: Em torno de 15 a 20% do possível número de itens em estudo será responsável por em torno de 80% do valor consignado. 1- Em torno de quinze a vinte por cento dos itens de inventário serão responsáveis por aproximadamente oitenta por cento do montante em reais. 2- Da mesma forma, em torno de quinze a vinte por cento dos possíveis itens de rejeição serão responsáveis por aproximadamente oitenta por cento das rejeições. 3- Também em torno de quinze a vinte por cento dos centros de custo contarão com montante de aproximadamente oitenta por cento do custo total. As aéreas de oportunidade obtidas com auxílio da Lei de Paretto seguirão o seguinte procedimento para identificar a causa geradora do excesso: 1- Coleta de Informações. 2- Depuração das informações. 3- Coleta de informações adicionais.

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Luiz Américo Zeballos é Engenheiro Mecânico Eletricista, formado pela Escola Politécnica, na USP

4- Segregação das informações pertinentes. 5- Análise das informações pertinentes. 6- Identificação do problema. O enfoque técnico dentro da sistemática de redução de custo é a operação em que se aplicam ferramentas para a solução de problemas. Após a identificação da causa geradora do excesso de custo podemos, através de ferramentas já consagradas, como as mencionadas a seguir, eliminá-las. 1- Aplicar técnicas já em uso para enfrentar o absenteísmo e presenteísmo. 2- Análise múltipla de regressão pode ser aplicada para previsão de vendas. 3- Programação linear pode ser aplicada em problemas de participação dos itens em programa de produção (mix). 4- Aplicar a Lei de Paretto no consumo de Energia Elétrica. 5- Amostragem. Pode ser aplicada sempre que estivermos envolvidos com grandes volumes. 6- Lote Econômico. Pode ser apli-


cado para auxiliar o estabelecimento de política de inventário e no controle de produção. O plano de ação demanda a definição de projetos que são estabelecidos com o enfoque técnico. Para análise devemos preparar a seguinte informação sobre cada projeto: 1- Descrição do projeto. 2- Custo para implantar o projeto. 3- Redução de Custo Quantificável. 4- Vantagens de implantar o projeto. 5- Consequência de não implantar o projeto. 6- Volume de produção. 7- Complexidade do projeto. 8- Concorrência. Muitas vezes impõe meta de redução de custo que torne o produto líder de custo. 9- Tempo estimado de implantação. 10- Margem de lucro antes e após

implantação do projeto. Nos projetos teremos itens que podem ser quantificados e outros somente qualificados. Com esses elementos montaremos uma matriz onde os projetos serão listados nas colunas e as características nas linhas. O estabelecimento de prioridade se obtém por meio de Matriz de Soluções. No preparo dessa matriz para estabelecer prioridades precisamos criar uma métrica para avaliar os itens qualificados. Fazemos isso estabelecendo o peso de cada item numa escala de 01 até 10, colocando a nossa sensibilidade a trabalhar sem interferência de pré-julgamentos. Em Outubro de 1967 , quando trabalhava num grande conglomerado internacional, tive um treinamento sobre redução de custo realizado no Vale do Silício onde se

aplicava esse método de avaliação dos itens qualificados. O programa tinha o nome de SPCL (Single Product Cost Leadership ).O objetivo do programa era o de obter-se redução de custo que levasse o produto à liderança de preço. Observação: Ocorre que na procura por redução de custo, são analisados somente alguns aspectos e o custo é reduzido em alguma área, mas verificou-se depois que, como consequência, os custos subiram em outros setores. Para evitar esta situação, uma análise global deve ser conduzida. Para permitir a medida de resultados, devemos estabelecer padrões. Quando introduzimos padrões não estamos fazendo economia, se alguma houver indica a falta de eficiência gerencial.

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PERFIL

Altenburg: jovem aos 90 anos F

Sob o lema “Bem Dormir, Bem Viver”, empresa se renova e amplia mercado com abertura de novas lojas próprias

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POR VERA CAMPOS

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oco no mercado e uma estratégia de marketing bem-sucedida, apoiada em produtos criativos, com design atraente e materiais bem escolhidos. Completando 90 anos de vida em 2012 e seguindo a máxima “Bem Dormir, Bem Viver”, a Altenburg se posiciona hoje como uma das maiores empresas de artigos para cama e banho do país e a maior em travesseiros. Tudo começou em 1922, em Blumenau (SC), por iniciativa de Johanna Altenburg, a avó do atual presidente da empresa, Rui Altenburg. De suas mãos saíram os primeiros acolchoados em algodão, pluma, lã de carneiro e penas, que acabaram garantindo o sustento da família e que, pela reconhecida qualidade e aceitação, deram origem, anos mais tarde à fábrica Acolchoados Arno Altenburg Ltda, capitaneada pelo filho Arno e pela nora Anna. Pioneira na propagação do conceito de acolchoados no

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Brasil (mais tarde substituídos por edredons), a empresa logo entrou no segmento de travesseiros e ampliou a linha para cama. Nove décadas depois, a Altenburg tornou-se uma empresa com 1.200 colaboradores diretos e três unidades fabris: duas em Blumenau e uma em Sergipe. Produz uma linha completa de cama: lençóis, colcha, edredons, travesseiros e protetores de colchão e de travesseiros, que complementam o Bem Dormir, além de toalhas. O faturamento se divide de forma equânime entre as duas linhas. Cerca de 7% da produção é exportada, “muito embora a competitividade no mercado externo seja baixa, o que nos exige esforço ainda maior no atendimento a clientes de outros mercados”, informa a gerente de Marketing Diva Castro. Hoje a Altenburg se faz presente em mais de 20 países, da América Latina ao Oriente Médio.


Inovação

o que o consumidor deseja”, assegura Diva. A Altenburg também foi a primeira em seu segmento a investir na produção de tecidos a partir de fios provenientes de garrafas PET, com a Malha Eco e o travesseiro Ecofriendly. Atenta às questões ambientais, acaba de lançar a coleção Bionatural, em que o algodão dos tecidos que compõem os lençóis, colchas e edredons não passa pelo alvejamento. Este processo, além de utilizar menos substâncias agressivas ao ambiente, economiza milhares de litros de água. Outra novidade para a temporada

FOTOS: DIVULGACÃO

As inovações mercadológicas da empresa são marcantes. A valorização do número de fios, uma tendência mundial, foi logo percebida e incorporada pioneiramente no Brasil pela Altenburg, com o lançamento da Home Colection, em 190 fios, na década de 1990. Hoje, os artigos da linha cama podem ser encontrados em 150 fios a 250 fios. A aposta na malha de fio penteado também se mostrou acertada. “Primamos por selecionar matéria prima de qualidade superior, mais espessa e confortável, segundo

outono/inverno 2012 é a mistura de materiais: na coleção Blend, edredons, cobre leitos e porta travesseiros vêm com tecidos diferentes – plush e malha - em cada uma das faces. Os lençóis são em malha.

Varejo A abertura novas de lojas próprias é uma das estratégias da empresa para estar ainda mais próxima de seu consumidor. Hoje são quatro Altenburg Store: uma em Camburiú (SC) e três em São Paulo, capital, além de um outlet em Blumenau.

E outras virão por aí. “Temos um plano de expansão de lojas próprias para este ano, mas antes estamos estruturando a gestão de varejo. Literalmente, aprendendo a conjugar o verbo ‘VAREJAR’!”, revela Diva. Mais do que aumentar o faturamento, as lojas alavancam a marca e possibilitam conhecer melhor o mercado. “É uma forma de entender rapidamente as preferências e comportamento de consumo, o que se traduz em melhorias significativas em coleções e produtos distribuídos entre nossos mais de 9 mil pontos de venda multimarcas”, explica a gerente de Marketing. “Além disso, as lojas mostram-se estratégicas para traduzir a essência da marca, coordenações e coleções, algo difícil de se atingir em lojas multimarcas”, completa. A Altenburg mantém o sonho de levar um produto para cada lar brasileiro. E este sonho será alcançado com o crescimento da empresa pautado na qualidade dos produtos, no design contemporâneo, na ampliação da cobertura de mercado e no fortalecimento da marca. Sonhos ambiciosos de uma empresa que completa 90 anos.#

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em dia Nova ferramenta de pesquisa de moda

O Instituto QualiBest (www. institutoqualibest.com.br), pioneiro no segmento de pesquisas online no Brasil, apurou recentemente os resultados de uma pesquisa realizada com internautas brasileiros sobre o mercado de moda no país. O estudo apontou as marcas mais lembradas em seis categorias. Realizada em janeiro, a pesquisa recolheu a opinião de 2163 consumidores cadastrados cadastrados no Painel QualiBest, incluindo homens e mulheres das cinco regiões do Brasil, com idade de 18 anos ou mais, das classes A, B e C. No segmento de Moda Feminina, a Lojas Marisa foi a mais lembrada por 15% dos internautas. Para Jeans, a Levi’s foi a campeã, seguida pela Sawary Jeans, que tem Sabrina Sato como garota propaganda e que, na mesma categoria, foi apontada pela classe C como top of mind. Na categoria Lingerie - Moda íntima, o primeiro lugar ficou com a DeMillus, com 17% de lembrança – e forte presença na classe C. A Avon foi a marca mais lembrada no tema Maquiagem, com 25% das menções. Um empate técnico deixou Adidas e Nike em primeiro lugar entre os internautas pesquisados sobre Artigos Esportivos, respectivamente com 32% e 30% das citações. Entre todos os pesquisados, 90% disseram buscar algum tipo de informação sobre moda, inclusive os consumidores do sexo masculino (84%). Para a maioria, a principal fonte sobre o tema é Internet (79%), com destaque também para TV (61%) e Vitrine das Lojas (60%). Revistas Impressas e Catálogos ou Folhetos de Lojas, foram apontados por 48% e 47% dos entrevistados, respectivamente. Entre os usuários que buscam informações de moda na Internet, os sites de lojas lideram a pesquisa, com 59%. Segundo Daniela Daud Malouf, diretora executiva do instituto, o estudo marca o lançamento de uma importante ferramenta de pesquisas voltada a este mercado: o Qpainel Fashion. “Nossos dados apoiam a tomada de decisões no setor, especialmente por orientar o desenvolvimento de ações sob o ponto de vista do próprio consumidor”, explica.

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Fiscalização conta com convênio entre Receita Federal e INMETRO

No dia 03 de abril, uma importante medida de defesa comercial foi assinada entre o presidente do INMETRO – Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia, João Jornada, e o secretário da Receita Federal, Carlos Alberto Freitas Barreto. O convênio permitirá a entrada de fiscais do INMETRO nos portos para verificação de produtos importados. O presidente do Sinditêxtil, Alfredo Bonduki, estava presente na cerimônia, pois um dos estudos da entidade norteará os fiscais na averiguação de produtos que causam mal à saúde, como índices de toxidade de elementos químicos utilizados em produtos têxteis. “Esse é um parâmetro de fiscalização muito importante, pois aqui no Brasil deixamos de usar essas químicas há anos, enquanto os asiáticos ainda usam e esses produtos entram aqui livremente. Na Europa são extremamente proibidos. Essa fiscalização protegerá o consumidor e tornará a concorrência mais igualitária”, declarou Bonduki. Outros parâmetros de fiscalização do INMETRO estarão concentrados nas informações contidas nas etiquetas das roupas que aqui no Brasil dão multas pesadas e nos importados não são obedecidas.


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Local

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em dia

Moda brasileira no Canadá

UBRAFE elege nova diretoria

A UBRAFE – União Brasileira dos Promotores de Feiras elegeu sua nova diretoria para a gestão 2012-2014. O executivo Juan Pablo De Vera foi eleito o novo Presidente do Conselho de Administração. Entre os diretores regionais, está o empresário HeLvio Roberto Pompeo Madeira, diretor-presidente do Grupo FCEM, representando o Rio Grande do Sul, além de 1º suplente no Conselho Fiscal. Com 26 anos de atuação, a UBRAFE é a entidade privada que congrega e representa as empresas responsáveis pela realização das mais de 200 principais feiras de negócios brasileiras. Sob sua liderança, o setor de feiras cresceu 680% e profissionalizouse, garantindo o ingresso das feiras brasileiras na agenda mundial de negócios de mais de 35 segmentos econômicos diferentes. A FCEM promove eventos como a Febratex - Feira Brasileira para a Indústria Têxtil, realizada em Blumenau, SC e a Maquintex - Feira de Máquinas, Equipamentos e Serviços para a Indústria Têxtil, em Fortaleza, Ceará, entre outras.

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A marca Soddi, criada em Salvador pelo designer de moda Solon Diego, apresentou sua coleção de inverno 2012 na 10ª edição da semana de moda canadense, a Vancouver Fashion Week, no dia 25 de março. A participação da Soddi no evento permitiu a exposição da marca soteropolitana a mais de 15.000 expectadores em diversos países, como EUA, China, Coreia do Sul, França, Itália e Japão. Com uma coleção inspirada na trasformação do corpo humano, as peças apresentam silhuetas justas e cortes assimétricos. Algumas peças da coleção contam com tecidos fornecidos para a RVB malhas, que apoia o estilista desde o lançamento da marca, em 2005. O apoio da malharia tornou possível a apresentação da marca em um dos mais importantes eventos da Costa Oeste Canadense. Para a RVB, o desfile reforça a capacidade do designer brasileiro Solon Diego em ultrapassar as fronteiras regionais e apresentar seu produto ao mercado fashion internacional – bem como à mídia especializada e ao público de diferentes culturas.


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SEMINÁRIO TECNOLÓGICO COORDENAÇÃO: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE TÉCNICOS TÊXTEIS

REGIÃO SUL 2012

Mais informações: FCEM SÃO PAULO: (11) 5589.2880 • saopaulo@fcem.com.br FCEM SEDE: (51) 3338.0800 • fcem@fcem.com.br Apoio:

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