ANO III Nº14 SETEMBRO/OUTUBRO 2011
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Plano Brasil Maior
Ellen Roche em desfile no Oscar Fashion Days
As ações do governo
MAQUINTEX 2011 SETOR SE MOVIMENTA E GERA NEGÓCIOS
Mostre seu produto
E atinja o consumidor final
Polos de rua Conheça mais sobre vendas ao ar livre
Uniformes
Estilo e beleza garantem este mercado
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carta ao leitor
Tudo vai dar certo!
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oi impressionante a indignação dos economistas diante da redução dos juros pelo governo. Uma decisão que já era tardia veio demonstrar que nem todo mundo gosta de boas notícias, principalmente para a indústria e comércio. Todas as manhãs, quando ouço os analistas financeiros e de mercado falarem, tenho vontade de voltar para casa junto da minha família e esperar o mundo acabar. Decidi então que, daqui para frente, só quero ouvir boas notícias. Ninguém precisa lhe dizer que nesse ano o mercado andou de lado, que não teremos um ano como 2010 e que temos muitas incertezas pela frente. Mas, quais são suas opções? Sentar e esperar tudo melhorar? Que alguém pegue na sua mão e diga que vai resolver tudo para você? Meu amigo, você é um empreendedor, um líder, um comandante com muitos seguidores esperando suas ordens para enfrentarem juntos essa e outras crises que possam vir, um empresário que pode olhar para trás e ver que já fez muito e sabe que tem muito por fazer, que não pode dar ouvidos aos profetas do apocalipse que, independentemente do mercado, têm seus altos salários garantidos no final do mês. Você é o Cara! E você pode e precisa agir como tal. Eu, seus funcionários, sua família e o mercado esperamos que seus planos para 2012 sejam de crescimento, de abrir novos horizontes e de novos planos. Temos certeza que tudo vai dar certo! Tenha uma boa leitura e faça grandes negócios.
Júlio César Mello Diretor-geral juliocesar@oconfeccionista.com.br
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editorial
Negócios para crescer
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Linha Direta
redação O Confeccionista editora@oconfeccionista.com.br (11) 2769-0399 www.oconfeccionista.com.br
ara a indústria brasileira, o ano é de mudanças. O governo apresentou, a partir do Plano Brasil Maior, ações que buscam valorizar os produtores nacionais. Ainda não é o suficiente para a maioria, mas já sinaliza que há vontade de negociar. Nesta edição, publicamos matéria que ajuda os confeccionistas a entenderem direitinho o que muda com o plano. Mostramos também, em detalhada cobertura da Maquintex 2011, realizada em Fortaleza no início de agosto, como o setor continua aquecido e movimentado. Durante a feira, foram gerados mais de R$ 320 milhões em negócios, com a movimentação de mais de 20 mil pessoas. Eventos paralelos serviram para sinalizar o setor e mostrar as ações tomadas pelo governo para crescer cada vez mais. A Rodada de Negócios de Pernambuco também mostrou bons resultados. Acompanhe a cobertura do evento! Falando em negócios, a revista traz, como sempre, dicas para a sua empresa alcançar o sucesso. Uma delas é ir direto ao ponto de maior interesse:
o Diretor-Geral - Júlio César Mello juliocesar@oconfeccionista.com.br Diretora de Relações com o Mercado Bernadete Pelosini bernadete@oconfeccionista.com.br Editora - Laura Navajas (Mtb 64646) editora@oconfeccionista.com.br Repórteres - Camila Guesa, Roberto Carlessi (Mtb 10.854-SP) carlessi@oconfeccionista.com.br Editor de Arte - Leandro Neves leneves@oconfeccionista.com.br
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Colaboraram nesta edição: Vivien Barna, Luiz Américo Zeballos, José Luiz Leal de Oliveira (artigos) Internet - Mulisha rafael@mulisha.com.br Financeiro - Mauro Gonçalves financeiro@oconfeccionista.com.br Publicidade comercial@oconfeccionista.com.br Executivos de Negócios Leandro Galhardi leandro@oconfeccionista.com.br Assinaturas assine@oconfeccionista.com.br Impressão - Gráfica Oceano Tiragem - 20.000 exemplares.
o consumidor final. Além de investir em desfiles de tendência, invista também na apresentação direta ao seu comprador, com dicas de uso das peças, por exemplo. Veja, nesta edição, exemplos de eventos onde você poderá estar em breve. Os especialistas em assuntos diversos também continuam aparecendo nesta edição, com dicas importantes sobre gestão e produção. Além disso, trouxemos uma prévia das tendências têxteis para o outono/inverno 2013 e também as principais lavagens de jeans que serão utilizadas na próxima estação. Tudo para a sua confecção crescer mais. Como nova editora da Revista O Confeccionista, aproveito para dar as boas-vindas a todos os leitores e desejar ótimas leituras e muito sucesso para a sua empresa. Agora e sempre! Boa leitura!
Laura Provenzano Navajas Editora editora@oconfeccionista.com.br
O Confeccionista é uma publicação bimestral da Impressão Editora e Publicidade Ltda., distribuída aos empresários da indústria de confecção. É vedada a reprodução total ou em parte das matérias desta revista sem a autorização prévia da editora. Todas opiniões e comentários dos articulistas e anunciantes são de responsabilidade dos mesmos.
Redação - Rua Teodureto Souto, 208, Cambuci – São Paulo – SP. CEP: 01539-000 - Fone: (11) 2769-0399
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Distribuição Nacional
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SUMÁRIO
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FOTO CAPA: RENÉ MARTINS - OSCAR FASHION DAYS
ANO II • NÚMERO 14 • SET/OUT • 2011
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CAPA PLANO BRASIL MAIOR
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MOSTRE SEU PRODUTO - Desfiles ao consumidor final
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MAQUINTEX 2013 - Brasil Fashion Designer
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UNIFORMES - bonitos e funcionais
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POLOS DE RUA - vendas ao ar livre
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MUNDO TÊXTIL - Preview fios e cores
Frente Parlamentar
Jeans - lavagens da moda Bojos - úteis e confortáveis Silicone na indústria têxtil
SEÇÕES
18 Negócios 72 Em Dia 78 82 Perfil Sustentabilidade 82 Sustentabilidade
FOTO: DIVULGAÇÃO
ARTIGOS
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40 Produção 50 Gestão 74 Gestão 2 52 Modelagem 76 Gestão Modelagem 74 2
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PLANO BRASIL MAIOR
Bom começo para reduzir o custo Brasil POR LAURA NAVAJAS
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foi bastante pleiteado, já que trata da defesa do mercado interno. Nele, estão inseridas medidas de desoneração da folha de pagamento, regime especial por setor, regência sobre compras governamentais e um acordo para harmonizar políticas de financiamento.
Folha de Pagamento afirma Roberto Chadad, presidente da Abravest – Associação Brasileira do Vestuário.
Plano As medidas anunciadas foram baseadas em três principais objetivos. O primeiro é estimular o investimento e a inovação com desoneração tributária, como a redução de IPI sobre bens de investimento, e está diretamente ligado ao financiamento em si, com ampliação de prazos para pagamento e por meio do retorno de programas específicos para isso. O segundo diz respeito ao Comércio Exterior e inclui medidas que tratam desde a desoneração das exportações, como o Reintegra, programa que devolve ao exportador de bens industrializados 3% sobre o valor exportado, e também contempla medidas de defesa comercial ou ainda que garantam financiamentos e garantias especiais para exportadores. Por fim, o terceiro objetivo também
FOTOS: SHUTTERSTOCK
Entenda as principais medidas anunciadas pelo governo e saiba como elas podem influenciar seus negócios
om o intuito de aumentar a competitividade da indústria nacional, recentemente o governo anunciou um conjunto de medidas idealizadas para o período 20112014, que fazem parte do Plano Brasil Maior. A principal ideia é fortalecer as cadeias produtivas, com medidas de estímulo à inovação, defesa da indústria e do mercado interno e para regulamentar o comércio exterior. O setor têxtil e de confecção foi atingido em cheio pelo anúncio das medidas, a maioria delas benéficas. Mas também há medidas polêmicas, que não satisfazem todas as categorias do setor. “Essa avaliação deveria ter sido feita com mais entidades. Nós achamos que o Plano não resolve o problema geral, porque o setor não é único. Estamos elaborando uma pesquisa junto aos 76 sindicatos regionais, para ver a opinião de todos. Não vai dar para atender às necessidades específicas de cada um, mas tem que haver consenso”,
Plano incentiva crescimento da indústria
Uma das medidas anunciada e das mais esperadas pelo setor trata da desoneração da folha de pagamento, reivindicação frequente dos industriais para reduzir o custo Brasil. Agora, com essa medida o empresário abre mão de pagar os 20% referentes ao INSS e contrapõe esse custo com recolhimento de 1,5% sobre o faturamento. Mas é aí que entra a discrepância do setor, que conta com micro, pequenas, médias e grandes empresas. Para algumas, a medida significa prejuízo. Tanto a redução não agradou a todos, que o setor têxtil ficou de fora, explica Aguinaldo Diniz Filho, presidente da Abit – Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção. “O setor têxtil não viu vantagem nisso. Queremos discutir mais. Estamos propondo uma mudança disso e acreditamos que ela possa vir. Por exemplo, jogar a alíquota para 1%. Eu tenho certeza que continua atendendo mais a uns do
que a outros, mas já é uma vantagem”, afirma. Para a indústria do vestuário, a redução do INSS ainda não é suficiente para reduzir de forma significativa o custo Brasil, que é um dos mais elevados do mundo, opina Chadad. Ele lembra que não só a China, mas países como Turquia, Índia, Paquistão e Tailândia conseguem trazer seus produtos para o País por um custo muito menor do que o nosso. “Além disso, quando o produto é importado ganha financiamento, pois o imposto pode ser pago ao longo de um ano, enquanto o confeccionista nacional precisa comprar a matéria-prima a vista ou com prazo muito menor do que este”, explica.
Importação Por essa mesma questão, outra medida que agradou bastante o setor de vestuário diz respeito ao aumento da
fiscalização dos produtos importados, visando combater a ilegalidade. “Quando o produto se espalha pelo Brasil, fica difícil verificar a procedência dele. A fiscalização facilita tudo”, afirma Chadad. Para ele, esta é a melhor medida, além da fiscalização mais forte e efetiva nos portos para evitar o contrabando, que “está muito alto no setor”. O Plano prevê o aumento de 30 para 120 investigadores de defesa comercial. O presidente da Abit também diz concordar com a fiscalização. “Não somos contra a importação. Somos contra a importação predatória. De tudo o que a gente consome hoje no Brasil, 22,7% é importado. É quase um terço do nosso consumo. É muita coisa”, afirma. Ele também aponta vantagem na medida que diz respeito às compras governamentais. “Me agradou muito a margem de preferência de 25% para produtos nacionais”, afirma. Todas as entidades dizem concordar que o Plano Brasil Maior é um bom começo, já que mostra vontade do governo em lutar contra os problemas da indústria nacional. “Não vai resolver todos os problemas do setor têxtil e de vestuário, mas é um primeiro passo importante, que abre a janela para o diálogo e a gente vai continuar conversando, com toda a certeza”, complementa Diniz Filho.#
Ainda há muito o que fazer, mas diálogos estão acontecendo.
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CONSUMO
Onde tem estilo, tem HI Etiquetas.
De olho no consumidor final O
Apresentar a coleção diretamente a quem toma as decisões finais de compra pode fazer com que as confecções aumentem suas vendas
mundo fashion é mesmo fascinante, mas para a maioria das pessoas é também algo muito distante, que atinge apenas profissionais do setor. Alguns eventos, no entanto, estão mudando este conceito, com desfiles abertos diretamente para os consumidores finais. Artifícios como luzes, maquiagem, glamour e principalmente a presença de celebridades nos desfiles fazem com que as marcas atinjam em cheio o coração de quem é fundamental para todo o processo produtivo, o real comprador. Conheça um pouco sobre eles e repense como fazer para a sua confecção estar presente no próximo!
POR LAURA NAVAJAS
FOTOS: Paulinho Leitte
Oscar Fashion Days
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A 11ª edição do Oscar Fashion Days, realizada entre os dias 15 e 17 de setembro, em São José dos Campos (SP), levou às passarelas 37 marcas de calçados, roupas e acessórios. O público presente ao evento foi estimado em 18 mil pessoas, que
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circularam também por estandes onde as grifes investiram em ações para interagirem com os visitantes. “O evento tem a missão de democratizar a moda brasileira, aproximando-a do consumidor final por meio de estrutura 100% fashionista e atmosfera de glamour e entretenimento”, explica José Oscar Constantino, diretor da Oscar Calçados, que organiza o Oscar Fashion Days. Segundo ele, não se trata apenas de realizar desfiles para as pessoas, mas de uma ação que leva referências e informação de moda para quem consome. “Como resultado, temos homens e mulheres inclinados a consumir o que faz bem, tem estilo próprio e promova bem-estar”, afirma. A exploração da relação com os consumidores começou no tema do evento, “Conecte-se”, e saiu dos seus limites, já que muita gente acompanhou o que acontecia em tempo real pelas redes sociais Twitter e Facebook. Foram registradas 13,24
Inovação, design, tendência, qualidade, estilo, responsabilidade social e ambiental são algumas palavras que fazem parte da filosofia dos nossos clientes. Nós temos por filosofia incorporá-las à sua marca.
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FOTO: René Martins
Famosos estimulam consumidores finais
mil visualizações pela internet, sendo 131 registros da Austrália, 72 dos Estados Unidos, 69 da Venezuela, além de outros países como Itália, França, Alemanha e Turquia. “Começamos como um evento calçadista, mas como a cada dia a moda está mais integrada, então abrimos oportunidade também para outros segmentos. Para participar basta entrar em contato com o marketing da Oscar Calçados”, indica Constantino. Com direção executiva de Alvaro Mirapalheta, direção artística de Ivan Almeida, styling de Juliano Pessoa e Zuel Ferreira, beauty de Carlos Carrasco e trilha sonora de Max Blum, o evento incentiva todos os anos a movimentação econômica regional, registrando, por exemplo, geração de mil empregos diretos e indiretos – entre montadores, consultores, agentes de turismo, empresas de transporte, além de modelos e toda a estrutura necessária para sua realização, que recebeu investimentos cooperados da ordem de R$ 2 milhões entre os participantes. O Vale do Paraíba é região atu-
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almente colocada entre os 10 maiores PIBs do estado de São Paulo, com forte poder de compra de seus moradores. “Os confeccionistas e empresários de outros segmentos que desejarem investir nesta região certamente podem apostar no Oscar Fashion Days, já que temos registrado aumento de 20% a 30% nas vendas após o termino do evento”, conclui o empresário.
Tatuapé Collection Outro evento que contou com interação entre marcas e consumidores finais foi o Tatuapé Collecttion, série de desfiles realizados no Complexo Comercial Tatuapé, entre os dias 05 e 09 de setembro, para
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Desfiles garantem boas vendas a todos os setores
apresentar as coleções de verão. Lançado há oito anos, o evento mostra exatamente o que está nas lojas dos dois shoppings – Metro Tatuapé e Boulevard Tatuapé – ao consumidor final. Foram quatro dias de desfiles e cinco famosos participantes, os atores Henri Castelli, Guilherme Winter e Ricardo Tozzi, a atriz Thaila Ayala e o modelo Rodrigão (ex-BBB). Para Sylvia Navarro, gerente de marketing do Complexo Comercial Tatuapé, eventos como este são ótima oportunidade para as confecções apresentarem seus produtos. “Os desfiles mostram para o público que eles também podem compor looks bacanas com coisas que estão nas lojas, ao alcance das mãos deles”, comenta. Ela explica que as confecções têm grande retorno de vendas, pois as pessoas chegam com a ideia da combinação na cabeça, logo em seguida aos desfiles. “Nosso Tatuapé Collection 2012 vem para inspirar os clientes com as tendências do próximo verão e dar ideias de combinações e looks diferentes com produtos dos nossos lojistas.”# O Confeccionista SET/OUT 2011
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NEGÓCIOS
12ª Rodada de Negócios de Pernambuco agita a cidade de Caruaru e mostra o potencial da moda pernambucana para o Brasil e o exterior POR ROBERTO CARLESSI
Muita moda para fornecer
FOTOS: DIVULGAÇÃO
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12ª Rodada de Negócios da Moda Pernambucana, realizada em Caruaru de 17 a 19 de agosto, superou as expectativas de seus organizadores. De acordo com João Bezerra da Silva Filho, presidente da Associação Comercial e Empresarial de Caruaru, ( Acic), realizadora do evento, a Rodada reuniu 120 confeccionistas da Região Metropolitana de Recife e do Agreste Pernambucano. Elas comercializaram 1,6 milhão de peças, geraram negócios da ordem de R$ 21 milhões e atenderam mais de 550 compradores de vários estados brasileiros, da América do Sul e Central, de Portugal e da África. Além desses compradores, também contou com a participação de cinco grandes tradings, responsáveis por considerável parcela dos negócios realizados.
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A consultora Chistiane Fiúsa, da J&B Consultores, organizadora dessas Rodadas, diz que a expectativa para esta edição era de superar em 20% o resultado da Rodada realizada no primeiro semestre, que gerou R$ 11 milhões em negócios e para alguns expositores significou a comercialização de peças equivalente a três meses de produção. “Esta marca de R$ 21 milhões mostra que estamos no caminho certo de amadurecimento do Polo de Confecções do Agreste Pernambucano, baseado em capacitação e muita informação”, resume. Demonstrando entusiasmo com o resultado, o presidente da Acic diz que a missão dessas Rodadas é realmente fortalecer as criações pernambucanas no mapa da moda brasileira, apresentando o Polo de Caruaru como centro de produtos de qualidade,
é uma marca registrada da BARUDAN CO.,LTD - Japão
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design, tecnologia e logística sadias para todo o processo produtivo e comercial da indústria de confecções. “Nesta 12ª edição incentivamos negócios e a projeção da indústria de confecção de Pernambuco no mercado internacional, gerando oportunidades para os fabricantes do estado também comercializarem seus produtos com compradores de outros países”, complementou. O sucesso da Rodada também deve ser creditado a parcerias feitas entre a Acic, o Sebrae, a Agência de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco (AD-Diper), e ao apoio da Ascap, Acit, Aciasur, Acipa, Sindivest, Senac e Prefeitura de Caruaru.
FOTOS: DIVULGAÇÃO
Senso de oportunidade
prepará-las e habilitá-las, por meio de consultorias Rodada reuniu mais de 120 de criação e de processos confeccionistas do Agreste Pernambucano produtivos e de comercialização que visam capacitar a gestão dessas empresas. A agente do Senac em Caruaru, encontros promovidos pela J&B Maria Goretti Gomes, resume o Consultores e parceiros como o trabalho realizado: “Por meio de Sebrae e Senac, que prepararam e cursos sobre desenvolvimento, orientaram os gestores dessas conpesquisas e palestras com o tema fecções para desenvolverem suas “Produtos de Moda para o Verão coleções com base em informações 2012”, incentivamos os empresátécnicas que levaram em conta nerios a anteciparem suas coleções gociações, custos, visual, merchandentro das tendências de mercado. dising, tecnologia da informação. A Para atender esse objetivo, o Senac orientação também contemplou a realizou cursos ministrados pelo criação de normas e procedimentos consultor Luís Clélio nas cidades para as empresas atingide Surubim, Toritama, Santa Cruz rem suas metas, divulgáe Caruaru”, concluiu.# -las e elevar a imagem e a Senso de qualidade da indústria da Em três dias foram oportunidade moda pernambucana nos comercializados mais de 1,6 mercados brasileiro e internacional. Essas normas incluíram pontos fundamentais, como qualidade, conformidade, capacidade de produção e respeito aos prazos de entrega assumidos pelos expositores com os compradores de Mais de 550 compradores de seus produtos. todo o Brasil participaram da 12ª Rodada Mário César Freitas, gestor de projetos de confecções do Sebrae de Pernambuco, Profissionalização explica que foi realizado um traUm dos pontos básicos dessa balho de base integrado com toRodada foi a preparação das emdas as empresas que participaram presas participantes do evento em da 12ª Rodada, com o objetivo de
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Na 12ª Rodada, as expositoras apresentaram suas criações Primavera/Verão 2012 em moda feminina, infantil, íntima, masculina, praia, fitness e streetwear. O presidente da Acic, João Bezerra da Silva Filho, enfatizou que Pernambuco é um grande centro produtor de moda, tem mais de 15 mil indústrias ligadas ao setor de vestuário e potencial de produção para atender todo o Brasil. “Pretendemos incentivar o desenvolvimento econômico de toda a região do Polo da Moda do Agreste de Pernambuco e de todo o estado por meio das Rodadas de Negócios da Moda
Pernambucana”, complementou. Entre os 120 confeccionistas que participaram desta edição em Caruaru esteve a Babilônia, maior empresa confeccionista de moda feminina e malharia de Pernambuco. A empresa produz mais de 1 milhão de peças por mês e participou pela primeira vez do evento. A diretora comercial Juliana Costa disse estar satisfeita com o resultado, uma vez que ampliou sua carteira de clientes. A Babilônia já fornece para grandes magazines e pretende, segundo Juliana, ampliar seus canais comerciais com outros lojistas. O diretor da rede de lojas gaúcha Preço Único, de Passo Fundo,
RS, elogiou a qualidade da moda apresentada em Caruaru: “Gostei do jeans e das cores. As peças femininas são de grande beleza e aproveitei a oportunidade para abastecer minhas lojas com coleções de verão de ótima qualidade”. Também demonstrando entusiasmo com sua participação, a lojista paulista Maria das Dores Nascimento, da Birus/Timax, aproveitou a oportunidade para abastecer suas vitrines com peças da indústria de moda pernambucana: “A produção da região chamou muito a minha atenção. Aqui, como o verão, tudo é muito bonito e vibrante. Certamente nossas clientes paulistanas vão amar”, concluiu.
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Mercado em ascensão U A região Nordeste se firma como uma das mais importantes do país para o setor têxtil e de confecções ao reunir mais de 20 mil visitantes durante evento em Fortaleza POR LAURA NAVAJAS
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m dos pólos de confecção mais importantes do país, o Ceará foi palco, mais uma vez, da terceira edição da Maquintex 2011- Feira de Máquinas Equipamentos, Serviços e Química para a Indústria Têxtil. Com expectativa de negócios gerados de mais de R$ 320 milhões e mais de 20 mil visitantes, segundo a FCEM, grupo organizador da feira, o evento superou em mais de 20% a edição anterior, de 2009. “Esta feira veio para dar um estímulo a todos, foi um upgrade para uma visão otimista do mercado”, comemora Hélvio Roberto Pompeo Madeira, presidente da Maquintex. Para ele, o crescimento do setor depende apenas de medidas políticas. Muitos aspectos evidenciaram mudanças comportamentais importantes na feira, desde o confeccionista mais disposto a investir em tecnologia até aquele que percebeu a importân-
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MAQUINTEX
cia de participar de um evento como a Maquintex. “Alguns empresários achavam que trazer funcionários para a feira era ruim, pois perdiam um dia de trabalho. Nesta edição, encontramos alguns destes empresários trazendo ônibus inteiros de colaboradores, para conhecerem as máquinas e, sobretudo, as novas tecnologias. Assim, eles passam a sugerir mais e interagir nas empresas na busca de soluções e novas ações”, comenta o presidente da feira. A Maquintex aconteceu paralelamente ao XXVI Congresso Nacional de Técnicos Têxteis, evento que trouxe palestras e debates importantes para a indústria têxtil (e mesmo de confecção) nacional, além de dicas de negócios. Outro evento paralelo envolveu moda e a descoberta de novos talentos, que foi o Brasil Fashion Designers, etapa Nordeste. “Foi importante para nós agregar todos os
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eventos paralelos, porque conseguimos atingir toda a cadeia têxtil, desde o setor de moda, o de técnicos têxteis, confeccionistas, a indústria, as costureiras”, explica Madeira. De acordo com a organização da feira, visitantes de todo o país compareceram ao evento. “Para nós, é importante esse fluxo de pessoas, que nos surpreendeu”, elogia Pompeu. “Nossa meta é com 70% dos estandes para a edição de 2013 fechados. Lembrando que ela será realizada entre os dias 20 e 23 de agosto, no novo Centro de Eventos Expoceará, maior do que este, que ainda está em obras”, conclui Madeira. Confira um pouco do que as marcas trouxeram para a Maquintex 2011.
GGTech
A empresa veio de São Paulo apresentar um pouco do que oferece em seu portfólio. Segundo o diretor Paulo Kang, eles selecionaram o que melhor atingia o mercado local. “Nós sentimos uma necessidade por acessórios e equipamentos menores, para acabamento, etiqueta, por exemplo. Não adianta vender equipamentos caros, grandes, se não é o que o empresário precisa”, diz ele, que frisou a importância de divulgar a nova loja, aberta em Fortaleza no ano passado. Representante da Gerber no Brasil, a GGTech fornece soluções computadorizadas para design e sistemas de produção e, em parceria com a Moldplast, oferece um mix de produtos que são aplicados em todas as etapas da produção de uma confecção.
SunSpecial
Especialista em linhas diferentes de máquinas de costura como Retas, Galoneiras, Interloques, Overloques e centenas de outros modelos, a SunSpecial trouxe para a feira produtos com alta tecnologia. “Nossa intenção é automatizar as indústrias, mostrar onde as empresas podem melhorar seus rendimentos”, comenta o diretor João Nogueira Ribeiro. Ele aproveita para contar que a empresa está passando por uma mudança interna na maneira de trabalhar a região. Antes, tinha um representante direto ao consumidor final e vai passar a prestigiar os revendedores locais e negociar com eles, para que repassem as máquinas aos clientes.
120 cm
Barudan
A Barudan do Brasil trouxe os equipamentos da fábrica japonesa em lançamento concomitante ao resto do mundo. “O que foi mostrado na feira é o que está sendo lançado nos outros países”, diz Ricardo Liesegang, gerente nacional de vendas. A empresa trouxe ao evento diferentes modelos de máquinas de bordar. Segundo Liesegang, a expectativa de volume de negócios na feira estava sendo superada em até 10%. “O otimismo aqui tem prevalecido. Sem contar que, pela minha experiência em feiras, depois de mais de 15 anos expondo, posso dizer que a maior parte dos bons negócios vem no pós-evento”, declara.
O MAIOR KIT DE EXPANSÃO
BASTIDOR DO MERCADO
Mac-Len
Uma célula completa para produzir cuecas boxer foi o principal diferencial que a McLen trouxe para apresentar na feira. “É uma célula bem equipada, com todas as máquinas especiais, é a preparação do começo ao final de uma cueca”, explica o diretor José Carlos Dominguez Lens. A empresa apresentou também um tipo de uma máquina totalmente voltada ao segmento de jeans, com uma tecnologia diferenciada. “Na atual conjuntura, esta é uma das feiras mais importantes que temos no Brasil e a cada ano que passa ela se torna mais atraente, em vários sentidos. E a expectativa é grande para o novo centro de exposições”, declara Lens.
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maquintex
Etical
Sancris
A Sancris comemorou a visita de clientes de todas as regiões do país, durante a Maquintex 2011. “Eu senti uma necessidade grande de fornecedores, com mais opções de preços, não é nem de produtos”, conta Rodrigo Klann, gerente comercial da empresa. Além disso, ele comemora que a feira também possibilitou a reunião de toda a equipe de vendedores do Norte e Nordeste, para reciclar e trocar ideias. Com novidades principalmente em zíperes, a Sancris pretende fortalecer a marca. “Com essa evolução do zíper no mundo da moda, é cada vez mais importante frisar isso e ter esse mostruário com novidades”, afirma Klann. No segmento de linhas, a empresa completa 25 anos no mercado no próximo ano.
Cotex
Com máquinas automáticas de passante, de bainha de calças e uma unidade totalmente automática de fechamento de elástico, a Cotex veio para a Maquintex com planos interessantes, “mostrar ao público local que produtos de qualidade com mais produtividade e com valor agregado maior tenham mais influência pra eles”, explica Alan Deutschendorf, diretor. Por este trabalho importante de conscientização, ele considera importante estar na feira, além de o Nordeste representar um grande mercado potencial. “Indiscutivelmente é uma feira onde tem que ter cada vez mais investimento, porque o crescimento está no Nordeste”, conclui. Todo o maquinário apresentado é de ponta e uma das novidades ficou por conta do detector de falha de ponto na máquina filigrana, exclusivo da empresa, que também apresentou alimentadores com trocas de bobinas feitas automaticamente.
Imatec
A Imatec é voltada para o desenvolvimento de máquinas para a indústria têxtil e de confecção, como as enfestadeiras para tecido e as para malha, além de máquinas de enfesto com alinhamento eletrônico, enroladeira de elásticos e fitas, entre outras. Para a feira, a empresa levou um dos modelos de enfestadeira, pois, segundo a gerente financeira Valéria Bortolossi Fabeni, a região é mais carente deste equipamento. “Outras regiões também são, mas o Norte e Nordeste, principalmente”, afirma. O objetivo é fazer com que as pessoas conheçam melhor o equipamento. A gerente mantém boas expectativas sobre a feira. Ela acredita que esta edição seja melhor do que a passada. “Normalmente o melhor movimento é pós-feira, mas não é regra geral, nós sempre fechamos bons negócios por aqui”, afirma.
Andrade Máquinas
A Andrade Máquinas compareceu a esta edição da feira com produtos focados na região Nordeste. “A gente pensou em regionalizar as máquinas, porque não adianta trazer muita tecnologia, qualidade e beleza se não servir para os clientes”, opina Danielle Andrada, gerente de marketing da empresa. Assim, a Andrade trouxe máquinas voltadas para lingerie e malha, os fortes da região. Foram apresentadas inovações da Siruba, como a Flatseamer, para costura de reforço, e a Overlock 737FS, agulha com aplicador de elástico eletrônico, e da Japsew, como a J-872-A duas agulhas, ponto fixo, transporte duplo cilíndrica, para abertura de peitilho duplo. Também estavam em demonstração a Bordadeira Sansei oito cabeças e a Corte a Laser Sansei Premium, que são máquinas que impressionam pelo desempenho e tecnologia. 26 O Confeccionista SET/OUT 2011
A fabricante de etiquetas de Caruaru trouxe uma novidade que ainda não chegou nem ao mercado: a etiqueta em três dimensões. Segundo o diretor João Bezerra, o lançamento é único no mundo, inspirado em lançamentos similares, mas não em 3D, vistos em uma feira na Suíça. “O tecido bordado pode ser visto com o uso de óculos apropriados”, conta. O produto já foi desenvolvido, mas ainda está em etapa de estudos de aplicação. “Vamos trabalhar linhas infantis, calendários e outros. Ele desperta muita curiosidade e, em termos mercadológicos, estamos montando as suas possibilidades de aplicação”, conclui Bezerra, que é só elogios para a Maquintex. “O nível dos expositores está bom, o fluxo de visitantes também. A gente viu uma divulgação bastante intensiva e isso trouxe volume de visitantes dentro do esperado. A gente faz um institucional na feira, com o objetivo de fortalecer a nossa imagem perante o mercado”, completa.
MetalSete
A blumenauense MetalSete veio mostrar sua nova enfestadeira semiautomática, com painel digital, com recursos para medir, cortar folha, recolher o tecido. Segundo Charles Chefer, um dos diretores, “a aceitação do produto está muito boa, quem compra uma sempre indica algum amigo para comprar outra”, orgulha-se. Para a MetalSete, a região Nordeste representa cerca de 15% do volume de negócios da empresa em geral. “Por isso, a feira é uma boa oportunidade, principalmente de divulgar o produto. Você tem que estar na feira, se não o seu concorrente vai estar lá”, afirma Schefer, que diz acreditar que os negócios serão realizados mais no pós-feira, pois muita gente apenas foi conferir os lançamentos e deixou para decidir depois pela compra.
Audaces
A Audaces desenvolve soluções tecnológicas para automação dos processos produtivos. Para a empresa, a Maquintex tem uma representação muito grande, com negociações interessantes. Segundo Paulo Cunha, gerente comercial corporativo, a mentalidade da região está mudando e há uma busca cada vez maior por tecnologia. Tanto que a máquina de corte Neocut foi levada pela primeira vez à região. Além dela, no estande as pessoas tinham contato com o Digiflash XT, moderno software de digitalização. Durante a Maquintex, a Audaces trouxe os irmãos gêmeos de Tanque D’Arca, Fernando e Felipe Santos, jovens estilistas de apenas 16 anos que já são sucesso no país inteiro com a grife Los Santos D’Arca, para usarem os softwares de criação. “Podemos dizer que eles irão brincar com o produto, porque é realmente uma coisa gostosa de usar. Nossa ideia é levar essa facilidade da criação para a vida profissional deles”, finaliza Cunha.
Belém Máquinas
A Belém máquinas também vislumbrou o mercado local quando escolheu o que traria para a Maquintex. A máquina a laser, uma das principais atrações do estande, está relacionada ao bordado, ao corte de tecido, à gradação. A máquina overlock direct drive com motor eletrônico proporciona economia de energia. E trouxeram, também, uma máquina específica com aparelho para elástico que faz o papel de uma galoneira. A empresa esteve algum tempo sem um representante atuante na região e aproveitou a oportunidade da feira para resgatar esta relação e ficar mais presente no Norte e Nordeste. “É um bom polo, pelo seu tamanho. Vale a pena investir”, afirma José Luiz, gerente administrativo da Belém Máquinas. O Confeccionista SET/OUT 2011 27
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Singer
Com proposta um pouco diferente, a Singer monta seu estande apenas para mostrar seus lançamentos, não para fechar negócios, já que não vende ao consumidor final. Os revendedores locais é que são convidados para estabelecer um relacionamento com os clientes da Região Norte e Nordeste. “O mercado têxtil daqui é excelente, para a gente é muito importante estar aqui, é uma boa oportunidade para fazer relacionamento com nossos clientes, conhecer o que tem de novidade no setor têxtil e ver o que estão lançando por aí”, explica Milena Olivati Fratim, analista de comunicação. A empresa levou para o estande os produtos mais vendidos na região, como galoneira, overloque e travete, máquinas mais usadas em confecções de lingerie e malha. Durante a Maquintex, no dia 12 de agosto a Singer comemorou 160 anos de idade.
Marbor
A Marbor trouxe máquinas para costura, bordado e impressão digital. A intenção é apresentar equipamentos nessas três linhas que podem ser solução para a confecção, com economia, qualidade e tecnologia aplicada a um custo acessível. A empresa é a revendedora mais antiga da japonesa Tajima no mundo. Enquanto a fabricante celebra 60 anos de história, a Marbor revende seus produtos há 40. “Nós abrimos o mercado de confecção no segmento de bordados. Isso ainda hoje é uma realidade”, orgulha-se Eduardo Fuentes Molinero, gerente nacional de vendas da Marbor. Para ele, a região Nordeste é uma das melhores de se trabalhar e foi negligenciada por fornecedores por um tempo, por falta de conhecimento. “É uma região onde o governo dá incentivos por meio de bancos, com linhas de financiamento que tornam o produto acessível. A empresa que quiser estar forte no segmento de confecção precisa estar presente no NE”, conclui.
Roland
A Roland veio com um equipamento da linha de sublimação, que é a RS640S, impressora com alta velocidade que garante alta produtividade. Além disso, trouxe a VersaStudio BN20, o primeiro equipamento no mundo que imprime e recorta. Outro destaque foi para alguns equipamentos que fazem moldes e para a GX24, que funciona também como impressora de molde para costura. Para ele, é importante estar na feira para divulgar seu produto também para a área têxtil. “A Roland é muito conhecida por impressoras, e tem muitos equipamentos para esse mercado”, explica Wiliam Lotti, supervisor de produto da empresa. “Eu percebi pelas pessoas que visitam aqui que esse polo é muito grande, dá para crescer bastante”, anima-se.
TRM Pilotelli
A empresa, que estava à época se preparando para visitar também a Ittma, trouxe uma máquina de meia malha, monocultura, modelo J3.0 da Pilotelli, que tece meia malha com elastano, em um tear circular de malharia. Segundo Fernando Ferrari, diretor comercial da TRM Pilotelli, a realização de negócios para ele se dá de forma diferenciada, pois cada equipamento que a empresa trabalha demora algum tempo para ser transportado e montado. Assim, a feira funciona para eles muito mais como institucional do que como geradora de negócios rápidos, como é o caso de quem vende máquinas menores. No entanto, Ferrari se mostrou encantado com o mercado local. “Há uma movimentação forte do mercado do Ceará, que vem crescendo muito, cria expectativas e gera negócios para todos os que estão expondo”, conclui.
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Silmac
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Para o gerente nacional de vendas Edson José de Souza, “este continua sendo o principal evento do Nordeste do Brasil, no ramo de indústria de confecção. Nós dispensamos sempre muita importância a esta feira, porque ela gera negócios para os nossos próximos seis meses”. A Silmac trouxe uma máquina de bordar de 12 cabeças fabricada pela chinesa SunStar, “que é adequada ao mercado do Nordeste, onde as confecções procuram por melhores preços de equipamentos, já que ela é muito mais acessível do que nossa linha normal de equipamento”, explica Souza. Uma das preocupações da empresa é apresentar novas tecnologias para as confecções, para que o processo produtivo seja acelerado sem perder qualidade e o produto brasileiro se torne cada vez mais competitivo.
Concursos
3º Concurso Sinditêxtil de Costura, Modelagem, Design e Blog de Moda. O presidente do Sinditêxtil, Ivan Bezerra Filho, e representantes da FCEM e do Sebrae presentearam costureiras e modelistas da região com máquinas e dinheiro. Na categoria costureira, a grande vencedora foi Francineide Mendes da Costa. O segundo lugar ficou com Regina Eliane da Silva Araújo e o terceiro com Maria Liduína Cardoso. Já na categoria modelista, a dupla vencedora foi Maria Rafaele de Moura Nobre e Antônio José Façanha da Silva, seguida por Francisca de Paula Silva de Menezes. Terezinha Uchoa dos Santos ficou em terceiro lugar. Foi uma noite de alegrias para muita gente.#
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resistem, não só para sobreviver, mas para mostrar suas tradições”, conta o estilista, que, ao mesmo tempo, acredita não ter mostrado um sertão clichê. Como prêmios, uma viagem de pesquisa de moda para Berlim, na Alemanha, uma licença do Audaces Idea Full (software de criação), treinamento via Ead do software e contrato do Clube Audaces por um ano, no valor de R$ 21.000,00 (vinte e um mil reais). Além disso, o jovem criador ainda teve uma grande surpresa: será um dos estilistas convidados da Expotêxtil Peru 2011, que acontece de 20 a 23 de outubro na cidade de Lima. O segundo lugar do concurso ficou com Pedro Oliveira, da Universidade Federal do Ceará, que apresentou a coleção “A Lavadeira do Rio”. Já o Prêmio Excelência destacou o talento e o profissionalismo da jovem Camila Farias, também da Universidade Federal do Ceará. Junto com o Brasil Fashion Designers, também houve a entrega dos prêmios aos vencedores do
FOTO: Giselle Seibel
para valorizar novos talentos O
utro evento realizado durante a Maquintex 2011 foi a etapa Nordeste do Brasil Fashion Designers, concurso de estilistas que busca descobrir novos talentos da moda brasileira. Resultado de uma parceria da FCEM com o Sinditêxtil CE e apoio do Sebrae e de empresas como Audaces e Adar Tecidos, entre outras, o evento movimentou a primeira noite da Maquintex, no dia 9 de agosto, com desfiles conceituais dos dez finalistas, além da entrega dos prêmios aos vencedores. O projeto teve como tema "Opará – Rio Mar, meu Velho Chico", em uma alusão ao Rio São Francisco. O jovem cearense Cacau Júnior, de apenas 20 anos, sagrou-se o grande vencedor da noite com uma coleção voltada ao povo do sertão e modelagens baseadas em insetos. “Eu usei os sertanejos, que normalmente são vistos como criaturas frágeis, sofredores, e os cobri com elementos que funcionassem como armaduras, para mostrar que eles são fortes, que
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Panoramas e medidas
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têxtil e de confecção movimente US$ 856 bilhões. “Nós não estamos em um setor que está minguando, apenas tem graves problemas dentro do Brasil, é outra coisa diferente”, afirma Diniz.
FOTO: Dieter Heiss
Encontro de empresários e políticos do setor, além de apresentação do Sindicato, mostrou um pouco do panorama geral no país e na região, além de medidas que estão sendo tomadas para melhorias Em paralelo à Maquintex, aconteceu o XXVI Congresso Nacional de Técnicos Têxteis. Na abertura do evento, houve a reunião da Frente Parlamentar Mista José de Alencar. À mesa de debate estavam presentes Ricardo Steinbruch, 1º vice-presidente da Abit, Ulrich Kuhn, conselheiro da Abit, Ivan Bezerra Filho, presidente do Sinditêxtil Ceará, Aguinaldo Diniz Filho, presidente da Abit, o deputado federal Chico Lopes, do PCdoB/ CE, Reinaldo Rozatti, presidente da ABTT, Sérgio Marques, vice-presidente da Conaccovest, Alfredo Emílio Bonduki, vice-presidente da Abit, Oskar Rache, do Conselho Consultivo Abit, Dilézio Ciamarro, vice-presidente do Sinditec de Americana, o vereador Chico Barbeiro, presidente da Câmara Municipal de Maracanú, Estevão Mascarenhas, do conselho da Cedro, e Fernando Pimentel, diretor-superintendente da Abit. A Frente foi estabelecida para lutar por melhorias políticas que favoreçam o setor. Por isso, une empresários e políticos para construir medidas que serão levadas ao governo. Durante a reunião, Aguinaldo Diniz Filho, da Abit, apresentou um panorama do setor, lembrando sua importância mundial. Segundo ele, a previsão para 2014 é que no mundo o setor
Lideranças políticas, comerciais e industriais prestigiaram o evento
Ele lamentou o fato de estarmos vivendo uma desindustrialização na indústria de transformação. “Isso está ocorrendo e uma característica fundamental é a perda paulatina do dinamismo empresarial, da geração de renda e do emprego”, apontou o presidente da Abit, exemplificando a onda de violência nos países desenvolvidos, atualmente em crise pela falta de emprego. Por fim, a frente discutiu a questão da balança comercial do setor e as medidas tomadas pelo governo no recém-lançado Plano Brasil Maior. Finalizando a reunião, os deputados presentes ao evento apresentaram sua vontade de alterar o cenário de problemas da indústria têxtil e de confecção e se comprometeram a
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levar medidas ao governo. Ainda durante a Maquintex, o Sinditêxtil CE reuniu jornalistas durante um café da manhã, no qual o presidente Ivan Bezerra expôs
um pouco sobre o setor têxtil e de confecções no Ceará. Segundo ele, o estado está se mobilizando cada vez mais para valorizar a mão de obra, tanto de estilistas, quanto de costureiras e modelistas. “Somos o maior produtor de índigo e lingerie do país, temos que melhorar nossa escola têxtil”, declarou Bezerra. Assim, ele anunciou o projeto de uma nova escola do Sesi/Senai, que será inaugurada no próximo ano. Além disso, em 2010 o estado capacitou 204 confecções com consultorias técnicas de gestão e inovação. Por meio de um programa do governo, foram capacitadas duas mil costureiras. Isso porque o setor é responsável por 34% dos empregos gerados no Estado.# O Confeccionista SET/OUT 2011
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UNIFORMES
O mercado de uniformes vem se profissionalizando cada vez mais e as peças unem tecnologia, conforto e estilo para atender à demanda POR LAURA NAVAJAS
Funcionais
e cheios de estilo
FOTOS: Divulgação
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ara onde vamos, por onde passamos, existe um profissional capacitado para nos recepcionar, manobrar nosso carro, limpar e outras funções. O número de uniformes consumidos por indústrias, shopping centers, lojas de varejo, supermercados, hospitais, hotelaria e empresas de serviços abre um leque enorme de oportunidades para os confeccionistas do setor. Só na capital paulista, segundo dados da pesquisa deste ano do Sindicato de Asseio e Conservação de São Paulo (Seac-SP), já existem 2.500 empresas nesse segmento, com 370 mil trabalhadores, que consomem entre uniformes e EPIs (equipamentos de proteção individual) o equivalente a quase R$ 60 milhões
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por ano. Ao se projetar este número para o Brasil inteiro, cujo batalhão de agentes de limpeza chega a 1,5 milhão de profissionais, esse montante certamente é bem mais elevado. Agora, a palavra de ordem das confecções de uniformes é se modernizar cada vez mais, em busca de estilo unido a tecnologias que otimizem a função dos uniformes. Os uniformes profissionais seguem um padrão de uso de tecidos específicos, em função de sua durabilidade. Há grandes fornecedores do mercado que apresentam tecidos de alto valor agregado, mas que só são utilizados por empresas compradoras de primeira linha, aquelas que realmente se preocupam com a estética, a imagem e o conforto do usuário. O Confeccionista SET/OUT 2011
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CONHEÇA O LANÇAMENTO Informalidade “O mercado de uniformes é grandioso. Entretanto, é movido principalmente por pequenas empresas terceirizadas, algumas ainda na informalidade”, observa Lea Lobo, diretora da Nettoyage Roupas Profissionais. Segundo ela, todos querem ou precisam de uniformes, mas muitas empresas ainda não os veem como ferramenta de marketing e sim como mais um item da planilha de custo. Por isso, querem pagar pouco, fazendo com que as empresas de uniformes continuem pequenas. “Para competir, algumas delas precisam baixar seus preços, pois o mercado se baliza pelos preços das empresas informais. Muitas vezes, são usados tecidos, na maioria importados, de baixo custo e quase nenhum conforto”, diz. Para contornar o problema, Lea dirige a Nettoyage procurando trabalhar com empresas que vejam o uniforme com um cartão de visita, uma extensão da marca e da imagem empresarial. “Ele é importante para que os clientes possam reconhecer cargos e funções”, explica. Sua empresa existe há dois anos e hoje produz cerca de 10 mil conjuntos por mês.
Preconceito Já faz algum tempo que os uniformes profissionais deixaram para trás a imagem de que utilizá-los era uma obrigação ruim para a maioria dos usuários. A estética agregada ao uniforme contribuiu para essa mudança de conceito e seu uso tem sido cada vez mais procurado pelas empresas por causa da imagem de profissionalismo que a padronização proporciona, além de ser incentivado pelos próprios colaboradores, diante da praticidade que os uniformes proporcionam no dia a dia. “O profissional de limpeza, por
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exemplo, às vezes é malvisto pela própria característica da função. O uniforme ajuda a transformar isso”, afirma Danilo Volante, diretor comercial da Abralimp – Associação Brasileira do Mercado de Limpeza Profissional e diretor da Seven, confecção de uniformes especializada em atender à recepção de hotéis e empresas de segurança com vesti-
aparas que sobram na hora do corte dos tecidos para confeccionar peças de roupa e ainda promove a reciclagem dos uniformes usados, que é transformado em matéria-prima combustível para a fabricação de cimento. Segundo Danilo Volante, da Abralimp, atualmente se fala muito em tecido reciclado. Muitas empresas buscam esse tipo de uniforme, porque
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mentas mais sociais. “Por isso, algumas empresas que compram uniformes priorizam um pouco mais o estilo do que a tecnologia”, explica.
Ecologia “Um dos grandes problemas na utilização dos uniformes está ligado às questões ambientais, tanto no que se refere ao destino das roupas descartadas após o uso pelas empresas, como no próprio processo de produção. É importante encontrar soluções para solucionar esse problema”, conta Lea Lobo. A Nettoyage, por exemplo, utiliza
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elas também têm um processo de ISO que requer o máximo possível de aproveitamento para serem sustentáveis. A Fujiro Ecotextil é outra confecção conhecida por produzir camisetas e ecobags com tecido 100% reciclado. A empresa percebeu o filão disponível para o mercado de uniformes e desenvolveu um tecido de gramatura semelhante à do brim, que, segundo o diretor Bruno Sedrez, é bastante resistente e foi muito bem aceito pelas equipes de chão de fábrica de metalúrgicas e de outros segmentos industriais. “A ideia existe desde o ano passa
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UNIFORMES do, mas só seria realizada com um tecido 100% reciclado”, explica Sedrez. As pesquisas deram certo e o tecido desenvolvido conta com 70% de algodão reciclado de sobras de confecções e 30% de garrafa pet. A linha foi lançada em julho deste ano. “Para cada calça que produzimos, tiramos do meio ambiente quatro garrafas pet”, orgulha-se Sedrez. Quanto ao custo, ele garante que ele se mantém equivalente ao do tecido convencional. “A gente se preocupa com isso, porque não adianta ter um produto ecológico se a pessoa não puder pagar por ele”, justifica.
ca Marcelo Strauss, diretor da empresa, cujo destaque é o uso de dry-fit nos paletós para chefs, o que proporciona ao usuário muito menos incômodo com o suor quando ele trabalha sob temperaturas mais elevadas. “Dentro da cozinha, mesmo no inverno o clima é sempre quente. Assim, o uniforme proporciona mais conforto para as pessoas”, conta Strauss.
Segurança Algumas empresas
o tecido apresenta alta resistência ao rasgo, perfuração e abrasão, e é até três vezes mais resistente que tecidos similares em poliéster”, explica Luciano Salazar, gerente do Negócio de Superfícies e Materiais de Performance da Invista. “Além disso, a utilização de fibra de poliamida 6.6 em conjunto com a de algodão, associada a tratamentos retardantes à chama, oferece excelente desempenho a tecidos específicos para as indústrias do segmento elétrico que precisam atender às normas NR 10 e NFPA 2112”, conta Salazar.#
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Uso doméstico Muitas confecções se especializaram em uniformes com foco em varejo, não apenas para atender a terceirizadores de serviços. É o caso da AB Uniformes, que apresenta uma linha de aventais e uniformes para chefs de cozinha, que não só atendem a grandes redes de hotéis e restaurantes, como também a donos ou donas de casa que queiram estar vestidos com estilo na hora de realizar determinadas tarefas domésticas. “Muitos uniformes de cozinha são comprados apenas por hobbie”, expli-
têxteis se especializaram em atender melhor ao segmento de uniformes, oferecendo tecidos com tecnologias específicas para o uso da vestimenta. É o caso da Invista, na área de segurança, com seu Cordura®, produzido com nylon 6.6, feito para durar e destinado a diversas aplicações, como uniformes, calçados, bolsas, malas, mochilas, acessórios, etc. O Cordura® Nyco é obtido a partir da mescla de fibra de poliamida (nylon) 6.6 de alta resistência com a fibra de algodão, na composição de 50% por 50%. A fibra foi desenvolvida em conjunto com as Forças Armadas dos Estados Unidos e é utilizada em 100% dos uniformes dos soldados americanos. “Pela sua composição,
A importância do estilo e da boa aparência dos uniformes é tanta que eles até ganharam um desfile próprio, durante a Higiexpo – Feira de Produtos e Serviços para Higiene, Limpeza e Conservação Ambiental. “Com isso, as empresas puderam mostrar a todos os públicos o esforço e a preocupação que este mercado tem em mostrar seu trabalho propriamente dito, mas com requinte e elegância”, opina Danilo Volante, diretor comercial da Abralimp e um dos organizadores da Higiexpo. Uma boa limpeza também está relacionada a uma ótima aparência. Por isso, as empresas do setor estão buscando cada vez mais estilo para seus colaboradores. “Um dos objetivos é demonstrar que um profissional de limpeza começa sua dedicação ao assunto com ele mesmo”, finaliza Danilo Volante.
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PRODUÇÃO
O sistema passo a passo
José Luiz Leal de Oliveira é microempresário do ramo de confecção.
Planejamento facilita a vida de empresários e costureiras O empresário de confecção precisa entender que administra uma montadora de peças que passa por várias etapas de produção até chegar à peça pronta. Na maioria das vezes, micro e pequenas empresas passam por dificuldades, seja para manter a fábrica dentro da regularidade, seja para aplicar procedimentos e logística corretos. Entre as dificuldades mais evidentes nas empresas que trabalham com marca própria ou fazem facção estão qualificação dos funcionários, prazos de entrega, manutenção dos equipamentos e adequação do local de trabalho. Além disso, muitos funcionários não estão sintonizados com a totalidade do processo industrial em todas as suas etapas, por estarem com sua produtividade comprometida, gerando erros que vão resultar em peças prontas com baixa qualidade.
Organização
Independentemente do tipo de tecido, linha, aparelho e outros, a costura precisa ser muito bem planejada, tornando-se necessário definir a costureira que melhor se adapta a cada etapa, entender quais aparelhos vão ser usados e, sobretudo, a finalidade do ato de confeccio-
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nar, para evitar gargalos na linha de produção. Assim como o engenheiro precisa da planta baixa para dar seguimento à obra, o confeccionista precisa entender todas as etapas da montagem da peça e que tipo de aparelhos vai usar ou não. Por isso, o sistema passo a passo em toda a sua simplicidade é essencial para que haja produtividade e qualidade no que se vai montar. Cabe ao empresário adentrar e compreender a linha de produção, dialogar com seus funcionários e transmitir seu conhecimento.
Medidas certas
Para se atingir um alvo em movimento, é preciso apontar para onde ele vai estar. Com este sistema, possíveis problemas podem ser detectados com antecedência, facilitando o posicionamento do maquinário e sua devida regulagem para montar peças de modo mais rápido e eficiente. O ganho de produtividade torna a empresa mais competitiva e gera renda maior. A partir deste ponto, o empreendedor inicia as etapas seguintes do processo industrial, lembrando que no ramo de confecção é permitido reinventar a roda, desde que com medidas certas.
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EXEMPLO DO SISTEMA E DICAS SOBRE ACERTO DAS MÁQUINAS
1 A medida da perna é a seguinte: P-26cm M-27cm G-28cm, feita com a peça ao avesso e em linha reta
2 Após passar na galoneira, a medida aumenta em torno de 1cm, ficando com aproximadamente 10% de franzimento da medida da perna sem elástico. O Confeccionista SET/OUT 2011
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dica do especialista
PRODUÇÃO
3 O cós a ser sobreposto à calcinha deve ser emendado em máquina overloque com zeromatic, tendo um pequeno franzimento, conforme figura.
6 Para ter um franzimento adequado, deve- se reparar a lateral da calcinha, que não recebe cós e fica bem lisa.
As pregas devem ser feitas de maneira uniforme, respeitando os piques laterais. Depois, deve-se overlocar o bojo para facilitar a colocação do viés.
4 O cós deve ser costurado à calcinha em máquina reta, respeitando os piques de início e fim. A emenda deve coincidir com a da calcinha pelo lado de fora e o elástico do cós não deve ser costurado sobreposto e sim um ao lado do outro, conforme figura anterior, evitando ficar espesso. Esta emenda não deve ser feita em overloque, para evitar dificuldades na medida e no franzimento da cintura ao passar o elástico.
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7 Ao montar o bojo, o tecido deve sobrar cerca de 0,5 cm de cada lado na parte de baixo.
9 5 A medida da cintura da calcinha é de P-32 M-34 G-36, feita com a peça no avesso e em linha reta.
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Ao se passar o viés, deve-se deixar 1 cm de distância entre os bojos e efetuar reforço com travete na parte de baixo dos bojos e nas pontas do viés.
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dica do especialista
PRODUÇÃO SUGESTÕES PARA REGULAGEM DE MÁQUINAS
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Para se pregar a fivela não é necessário overlocar nem a alça nem o bojo, pois este tipo de tecido não desfia. Basta um bom acabamento.
Para melhor desempenho da máquina é bom observar que, ao se colocar um pedaço de tecido, como na figura, ele passe pela máquina sem jogar para nenhum dos lados. O ideal é ter 7 pontos por cm, com a tensão e a puxada da máquina alinhadas e a faca devidamente amolada. Muitas vezes, em função do tempo ou dos resíduos do tecido, o caucador começa a segurar o tecido e compromete o rendimento. Neste caso, basta polir.
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12 Às vezes o desempenho da máquina pode não ser satisfatório ao se overlocar, ou ao se passar o elástico, como na figura acima. Pode acontecer de o caucador estar desalinhado. Para alinhá-lo, basta pôr embaixo dele um pedaço de papel e verificar se ele o prende de maneira igual de ambos os lados. Caso isso não aconteça, basta regular o caucador.
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Para se alinhar de maneira uniforme todas as máquinas retas, o ideal é deixá-las com 7 pontos por cm. Depois dessa regulagem, solta-se o parafuso da roda em que se marca o nº em que ela está, colocando todas as outras na mesma numeração.
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14 Para passar o viés de maneira adequada deve-se observar que ele esteja na mesma altura do aparelho e não passe forçando nem para baixo, nem para cima. Deve-se observar a regulagem de 7 pontos por cm e que a catraca e a puxada da máquina estejam uniformes OBS.: A altura dos dentes da máquina e a pressão do caucador variam conforme o tipo de tecido e a espessura da operação realizada. O Confeccionista SET/OUT 2011
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FOTOS: SHUTTERSTOCK
fashion
Vendas mais abertas e ao ar livre
Concentração de varejistas em locais abertos é modelo de comércio que tende a crescer e ampliar as vendas de produtos da indústria de confecção POR ROBERTO CARLESSI
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arejistas de todo o Brasil focam suas ações para conquistar consumidores principalmente da classe C, que atualmente representa 53% da população do País e em 2014 deverá chegar a 56%, com a melhora da renda das classes D/E. Esses dois estratos sociais representam 25% da população brasileira e em pouco mais de dois anos uma importante parcela deles deverá migrar para a classe C e subir mais um degrau na classificação socioeconômica. Esse quadro certamente fará muita diferença para a indústria de confecções, pois significa oportunidade de ampliar
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a oferta de produtos para a faixa da população que mais consome no País e vai crescer o equivalente a mais três pontos percentuais. Nesse universo, são vários os formatos de venda para a indústria de confecção mostrar seus produtos: shoppings, lojas de departamentos, hipermercados e lojas de vizinhança. Agora, também surge a oportunidade de a indústria de confecção ampliar sua participação em polos comerciais de rua, conforme mostrou o seminário “Polos comerciais de rua, uma opção estratégica para a expansão”, organizado pelo GVCev (Centro de Excelência em Varejo), da Fundação
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POLOS 480, em 37 mil m2, e em Capão Redonda numa área de 22 mil m2 estão instaladas 150 lojas. O Seminário também mostrou que nos polos de rua a intenção de compras do consumidor é maior que nos shoppings e os maiores proporcionam mais satisfação ao consumidor que os pequenos.
Getúlio Vargas, apresentado em São Paulo dia 25 de agosto. Essa forma de comercializar já é bastante utilizada por importantes redes de varejo, como a Lojas Marisa, que já está com 141 lojas nesse formato e representam 48% das suas 295 unidades. Desse total, 154 estão instaladas em shoppings.
No centro e nos bairros Os polos comerciais de rua são um modelo de comércio semelhante a centros comerciais não planejados, instalados em locais onde exista concentração de lojas com evolução espontânea, como, por exemplo, as ruas Direita, São Bento, Barão de Itapetininga e 24 de Maio, no centro da capital paulista. Eles também podem estar localizados em bairros como Santana, na Rua Voluntários da Pátria; em Santo Amaro, no Largo 13 de Maio; em Pinheiros, na rua Teodoro Sampaio, e na Lapa, na rua 12 de Outubro. Alguns desses polos são mais especializados, como o
Espaço democrático Shoppings concentram lojas voltadas para as classes AB
da rua Teodoro Sampaio (móveis) e da rua da Consolação (lustres). Mas o Brás e a rua José Paulino se tornaram importantes polos de venda de confecções, com foco principalmente na classe média. Agora, o consumidor das classe A/B vai encontrar no polo dos Jardins, em São Paulo, principalmente na rua Oscar Freire, produtos de grife e lojas de alto luxo. O seminário mostrou que esses polos de comércio maximizam a incidência da proximidade de negócios visando aumentar o intercâmbio de consumidores, uma vez que agre-
Lojas inovam na apresentação
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gam concorrentes um ao lado do outro e permitem ao consumidor a experiência de compras comparadas, compras por impulso e compras por conveniência.
Formatos de exposição se diferenciam para atrais clientes de todas as classes
Modelo americano Esse conceito, denominado de Lifestyle Center pelos norte-americanos, procura buscar novos estilos de vendas, feitas em ruas, praças e avenidas, aliadas a lazer, alimentação e proximidade das residências, tudo num mesmo empreendimento. O professor Juracy Parente, da FGV, diz que esse modelo de comércio tem pontos bastante positivos para o consumidor, como facilidade de acesso por transporte coletivo, é mais aberto e integrado ao tecido urbano das cidades e também mais democrático. Em contrapartida, tem pontos negativos, como limitações para estacionamento, pouca segurança, pouca comodidade e mix de lojas e serviços não equilibrados. Na cidade de São Paulo e em sua Região Metropolitana, por exemplo, alguns números mostram a importância desses pólos. Em São Miguel Paulista, 700 lojas estão instaladas numa área equivalente a 85mil m2; na Vila Nova Cachoeirinha elas são
Agora, considerando a faixa de renda dos consumidores, 14% dos que optam por comprar nesse formato de varejo têm renda mensal inferior a R$ 800, 70% estão na faixa de R$ 800 a R$ 3.000 e 16% ganham mais que R$ 3.000 por mês. O seminário concluiu que apesar da força desse formato
de venda, a avaliação, a satisfação e a intenção de compra dos consumidores podem declinar na medida em que eles avançam para estratos socioeconômicos de faixa mais elevada. Isso porque renda mais alta significa mais mobilidade e uso mais intensivo de automóvel. Considerando esse aspecto, os shoppings ganham ponto importante, principalmente com o avanço da classe C. “Várias cidades do mundo procuram revitalizar os polos de rua, muitas vezes por meio de parcerias público-privadas, visando incentivar a integração social e a ajudar a preservar a qualidade de vida dos cidadãos. Agora, um dos maiores desafios dos administradores públicos é encontrar soluções criativas para implantar novos polos e revitalizar os já existentes”, concluiu professor Parente.#
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dica do especialista
Confecção
Zero Defeitos (Parte 1)
Tive a satisfação de trabalhar com Philip Crosby, criador do conceito Zero Defeitos (ZD), um estado de alma em que se adota a atitude de prevenir erros. As pessoas estão condicionadas a acreditar que errar é humano. Com esta postura, não somente aceitamos o erro, mas também os antecipamos. Independentemente de qual seja a nossa atividade, não nos aborrece o fato de cometermos alguns erros, que já estão aceitos pela administração como ocorrência normal. Acontece que não mantemos esse padrão de tolerância quando se trata de nossas coisas pessoais. Não admitimos receber um centavo a menos no pagamento, nunca erramos nosso endereço. Enfim, não admitimos o erro. Isto implica que temos pelo menos dois padrões de exigência: um pessoal e outro para a companhia. Nos anos 50, a questão dos erros era assunto exclusivo da produção. Com a introdução dos programas de ZD, Crosby estendeu ao campo das atividades de apoio a atitude de prevenir erros. Com isso, todas as atividades da organização tive-
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ram que aderir ao ZD, que mostrou a forte participação dos erros humanos nos custos. Ao salientar a participação do pessoal, Crosby fez os empresários levarem em conta essa contribuição. É interessante notar como minha vida esteve ligada desde a infância com o ZD. Fui criado em uma cidade que já o praticava e já tinha conhecimento do impacto do pessoal indireto nos custos. Guaíra, no Estado do Paraná, Cidade Particular, existia para possibilitar a exportação da Erva-Mate. Pelo impacto nos custos, a parte mais bem cuidada de todo o sistema era o pessoal. O recurso humano, em qualquer nível, tinha consciência da importância do seu papel no sucesso do empreendimento. A administração da operação da infraestrutura de Guaíra partia da premissa de que está incorporado no ser humano um padrão de julgamento e de desempenho para os assuntos de interesse pessoal, onde se exige padrão de excelência, e outro para os assuntos de interesse de terceiros, que vamos até onde somos solicitados ou levados pelos nossos interesses. Ou seja, o erro é
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Paulo Roberto de Almeida Gonzaga Gerente do setor de Confecção Industrial do Senai-Cetiqt
a medida do nosso interesse pelo que estamos realizando. Os erros são cometidos por dois motivos: falta de conhecimento ou falta de atenção. Na hipótese de alguém ter todos os meios requeridos à sua disposição para realizar uma tarefa, só pode errar por falta de atenção. Então, o plano estratégico estabelecia uma metodologia para criar na pessoa o desejo de desempenhar tudo o que realiza dentro de padrão de excelência, a forma de ser do artesão. Criar no colaborador este estado de alma era o desafio. A postura do artesão nasce do fato de que é ele quem recebe todos os méritos pela realização de um bom trabalho. O colaborador era convencido de que a sua tarefa não se limitava ao que estava executando, mas em manter a integridade da erva-mate para poder levar até o consumidor essa iguaria com seu paladar e aroma. O que observamos é que, com o passar do tempo, as pessoas incorporavam esta forma de agir em todas as suas atividades, desde as profissionais até as pessoais. Não estamos falando aqui de treinamento, mas de educação, que é
consolidada pela conscientização e se manifesta pela participação. Esse conceito se transforma em cultura quando atingimos a participação. Para isso, identificamos quatro etapas: Alertar, Despertar, Conscientizar e Participar. Alertar: é a fase na qual se têm os primeiros contatos que nos mostram a existência e a ocorrência de trabalhos realizados corretamente na primeira vez. Despertar: é a fase em que a pessoa, já conhecedora da viabilidade de agir como artesão, de fazer corretamente na primeira vez, passa a observar o seu comportamento e o de terceiros, em relação a padrão de julgamento e de desempenho.
Conscientizar: ocorre quando incorporamos na nossa atitude o fato de aceitar somente padrão de excelência no que fazemos ou recebemos. Passamos a exigir de todos que não cometam erros. Participar: Para atingir o engajamento das pessoas nessa conscientização é preciso que ela se sinta como participante nas atividades da empresa. Isso não nasce com estímulos externos, tais como pagamentos em dinheiro. É uma das manifestações mais sublimes do ser humano, nascendo no seu interior espontaneamente. Para gerar isso, todo o pessoal era informado sobre planos e desempenho da empresa. Dava-se grande destaque ao reco-
nhecimento pelas metas atingidas. Dessa forma, o colaborador se conscientizava e levava para a execução de tarefas de interesses de terceiros o seu padrão de excelência. Cada um acabava tendo orgulho da sua profissão e da forma como a desempenhava. Por exemplo, o Acosta, garçom de um hotel, tinha um ritual de preparação para assumir o seu papel no salão de refeições. Sua vestimenta era impecável na limpeza e apresentação, tudo muito branco e engomado. Ele era bem treinado e, mais que isso, sua postura física e de comportamento era de alguém que sabia da importância do seu papel na satisfação dos clientes.
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dica do especialista
MODELAGEM
Olha que coisa mais linda Mais cheia de graça É ela menina Que vem e que passa No doce balanço, a caminho do mar
Sonia Duarte é pesquisadora, professora e autora do livro MIB Modelagem Industrial Brasileira www.modelagemmib.com
Vinicius de Moraes
Galeria de Modelos
Fios e texturas para o inverno 2013 Lavagens que dão vida ao jeans Bojos vieram para ficar Silicone nOS Tecidos
Foi se o tempo em que o short era peça de balneário ou roupinha de ficar em casa. Hoje em dia, peça presente em quase todas as coleções, virou modo de se arrumar para a menina, a moça e a mulher. Nos mais variados estilos: justo ou longo, cintura alta ou cintura baixa, cujo único ponto em comum é o comprimento. Sempre curtinhos.
C.F.
C.C.
Modelagem Visual
Modelagem
Moldes Prontos Fio
Cortar 1 X Braguilha
Cortar 1 X Limpeza da Braguilha
Cortar 2 X Limpeza do Bolso Frente
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Fio
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Cortar 2X Frente
Cortar 2 X Fundo do BolsoFrente
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Cortar 2X Costas
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Cortar 2 X Pala Costas
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Cortar 2 X Cós
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Cortar 2X Bolso Costas
Fio
. C.C ra b Do
C.C. Fio
A modelagem de um short é construída sobre as bases de calça. Os ajuste e as técnicas de construção são os mesmo da construção de uma calça. Os detalhes das pernas são estilosos e variados: retos, curvados, bufantes, assimétricos, franzidos, com limpezas, bainhas italianas, aletas reguláveis. Enfim, divirta-se com as variações.
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PREVIEW
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Saiba quais cores e texturas estarão nas ruas no inverno 2013 POR LAURA NAVAJAS
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nquanto as confecções apresentam suas coleções de primavera/verão 2011/12, os estilistas já estão elaborando as coleções para o inverno 2012 e até mesmo do verão 2012/2013. Há também muitas pessoas já mobilizadas na pesquisa e apresentação do outono/ inverno 2013, como é o caso da equipe do Senai Cetiqt. A professora Maria Lúcia Rezende apresentou, durante o XXIV Congresso Nacional de Técnicos Têxteis, em Fortaleza, um preview dos fios, fibras, tecidos e cores que devem ser vistos por aí, daqui a dois anos.
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Nylon resinado. Jet Form
Jet Form
Pesquisadora para consultoria têxtil, a professora trabalha no Instituto de Design do Senai Cetiqt. As tendências que compõem o preview são pesquisadas nos principais books e feiras do mundo inteiro, como Première Vision, TexWorld, Fashion Daily News e outras. “A partir daí,
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adaptamos o que vemos lá fora à realidade têxtil e da moda brasileira”, conta a professora. “A próxima feira na Europa, o Première Vision, já vai lançar o inverno 2013. A feira anterior a ela já havia lançado o preview, os principais books já estão sendo lançados”, completa. Este preview dá origem à cartela definitiva de cores e tendências, que, neste caso, será apresentada oficialmente no próximo Encontro Nacional de Tecelagem e Confecção, o Enat, que será realizado pelo Senai Cetiqt em novembro. Antes disso, há um fórum de cores, onde se reúnem, além da equipe do Cetiqt, estilistas e designers de indústrias brasileiras, para fazer a cartela de cores. Nas tendências comportamentais, tem-se falado cada vez mais em resgate de costumes, que será combinado a referências modernas, juntando-se à personalização. “As pessoas estão buscando o seu bem-estar, procuram cada um o seu estilo, a melhor maneira para se vestir. Por isso, a criatividade têxtil é algo que está em evidência e cada vez mais vai valoriza o produto. Acabamentos modernos, que agregam valor, já que é o cliente final que dita as regras. O mercado dita a moda”, aconselha Maria Lúcia. A estação traz fibras, fios, estruturas, enobrecimentos e cores totalmente novos, agregados e modificados ou transformados. “No momento em que as pessoas fazem misturas de fibras, elas procuram um toque dife-
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Resgate do passado nas formas e cores
renciado, facilidades dentro da própria tecelagem”, explica a professora. Quando se começou a falar de inverno 2013, ainda havia um resquício da crise do algodão. Então, houve a busca por materiais de design mais leves e compactos que usassem menos essa matéria-prima. A preocupação com o meio ambiente também é um conceito obrigatório na criação de novos produtos. Entre as tendências, formas triangulares, origamis e efeitos 3D são referências para um design tecnológico. Nos tecidos, algodão em mistura com lã, linho, cânhamo e rami para tecidos rústicos e autênticos; fios de lã e filamentos texturizados de tencel em tecidos aconchegantes de exímia leveza. Jerseys têm toque natural e são confortáveis como uma
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segunda pele, e o jeans recebe diversos tipos de enobrecimento. Tecidos elásticos destacam-se quando o foco é conforto. A seda, mohair, cashmere, angorá, microlã e micromodal são considerados materiais preciosos para a estação. Na cartela de cores, a proposta é unir o avanço tecnológico a referências naturais. Assim, cores fortes e frias combinam com tons pastel luminosos, neutros, empoeirados com clássicos vermelhos e queimados-alaranjados. Cores em tons pastel como o rosa-pálido, amarelo-aquoso e lilás-acinzentado, combinados com azuis, verdes e amarronzados, são referência para camisaria masculina e feminina. A tendência dos amarronzados destaca-se nos tons de grãos, terra, caramelo, areia e achocolatados. Azul, verde e suas misturas continuam referenciando a natureza em poderosas tonalidades. O preto é enfatizado por fortes nuances de laranja, violeta e esverdeado. Cores para provocar a criatividade têxtil em grandes combinações: fios multicoloridos, tom a tom, listrados, xadrezes, maquinetados simples e jacquard.#
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PERFIL
Ecovintage,
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muito mais que uma tendência
Brasil já conta com o uso de tecnologia que permite lavagem de jeans 100% a seco POR LAURA NAVAJAS
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jeans nunca sai de moda. Com mais ou menos acessórios, todo mundo tem no armário pelo menos uma calça daquelas de que não abre mão. Muitos apostam em diversos modelos com tonalidades diferentes ou apliques que dão um toque pessoal. Para se obter estes efeitos, além de conforto nas peças, faz-se necessário lavar o tecido, processo que gera muita poluição ambiental. Isso, no entanto, já virou coisa do passado. As novas tecnologias já permitem que se use processo de lavagem 100% a seco, ou seja, totalmente ecológico. O Grupo GB Canaã realizou, no dia 15 de setembro, a quinta edição do Laundry Show, evento que reúne clientes e parceiros para apresentar
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novas tecnologias e tendências no segmento de lavagem de jeans. Entre as peças apresentadas, as que causaram maior furor foram as que utilizaram o processo de ozônio para causar o efeito vintage, ou seja, a lavagem a seco. "O jeans virou um produto de aceitação mundial quando trouxe um sentimento de conforto. Para isso, precisa aparentar ser mais desgastado. A alma dele é vintage, sua identidade é ser surrado”, opina Silfarley Peterli, sócio diretor do Grupo Canaã. “Só que, quanto mais vintage for, mais resíduos vai produzir. Por mais que você trate a água, você está usando química. Assim, se puder não usar água, é melhor”, conclui.
Parcerias Uma parceria com a Jeanologia, O Confeccionista SET/OUT 2011
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PERFIL marca espanhola que tem o único birô de jeans no mundo, havia sido anunciada no início deste ano. A parceria apresentada agora foi com a Torello, empresa italiana produtora de máquinas para lavanderia. A Torello é uma empresa familiar, que começou no Norte da Itália, pequena, e cresceu muito, contando atualmente com mais de cinco mil máquinas no mercado. E ela chega ao Brasil para crescer ainda mais. “Acredito que o Brasil é muito parecido com a Itália em termos de moda. Tem muita energia, criatividade, produtos bons, exclusivos”, elogia Antônio Busato, representante da empresa presente no Laundry Show. Durante o evento, Busato fez uma pequena apresentação da empresa e das máquinas adquiridas pelo Grupo GB Canaã. Entre elas, a Antartic Batik, que causa efeito especial no jeans, e a Bohemia, que faz na roupa uma lavagem vintage bem natural, além do efeito 3D. “Nosso principal foco é em tecnologia, observamos muito o funcionamento das máquinas para inovar. Temos todo um sistema automático, que traz valor agregado”, conta Busato. A Torello conta ainda com um laboratório de desenvolvimento de moda, onde se pensam peças novas com acabamentos diferenciados, para depois serem criadas máquinas que possam produzi-los. “A moda é muito rápida, sobretudo na Itália. Sempre há novos efeitos, novos acabamentos, temos que estar adiantados nas tendências para atender a essa demanda”, diz. Outro foco importante da Torello é no meio ambiente. “Procuramos construir máquinas com o menor impacto ambiental, nos modernizamos sempre para isso”, explica o italiano. Assim, o resultado desta parceria é a entrada da tecnologia de lavagem a seco no país, simultaneamente
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ao resto do mundo. “Quando fizemos a parceria com a Jeanologia, eles já falavam em lavagem ecologicamente correta. Agora, trouxemos o conceito para o mercado”, explica Peterli, do Grupo GB Canaã.
Tendências Para as peças nesta estação, a tendência continua sendo a busca pelo vintage, por novos estilos de desgaste. No entanto, a busca por peças mais escuras cresceu, pelo fato de usar menos água na lavagem. Além disso, as peças com o detalhe em 3D no cavalo, imitando o efeito “tanque” de uma calça usada, também vêm com força. Segundo Peterli, 80% das calças atualmente apresentam o detalhe. “Mesmo uma peça escura pode ser vintage, mantendo a identidade do jeans”, afirma. Com a nova tecnologia de lavagem a laser, é possível copiar fielmente modelos de jeans realmente surrados. “Hoje você pode pegar uma pessoa como exemplo do perfil da sua confecção, deixá-la usar por um ano uma calça pura. Escaneia o resultado e constrói peças semelhantes”, explica Peterly. Depois da queima, a peça vai para a máquina de ozônio, onde a limpeza é feita. O aparelho é totalmente lacrado e atinge o mesmo resultado que a lavagem a água, mas é completamente seco (a gás) e 100% não poluente. Quanto mais tempo a peça ficar lá, mais clara ela sai.
Produção Para se ter um volume de produção em larga escala, é preciso que a tecnologia seja aceita pelo mercado. “Os equipamentos são específicos, de valores bem elevados, não posso comprar vários e fazer um pilo-
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Antônio Busato, da Torello, fala sobre suas máquinas
to, porque é muito caro”, explica Peterly. O primeiro equipamento adquirido pelo Grupo GB Canaã já está com o seu volume de peças comprometido por um primeiro cliente, o que demonstra que a procura pode crescer mais rápido do que se espera.
Custos “Tudo o que é ecológico é mais caro, porque é a demanda”, afirma Peterly. Ele lembra, porém, que é tudo uma questão do que se investe e a quantidade que se vende, para diluir o investimento no custo. “Esse sentimento ambiental ainda é conceitual, as pessoas estão se preparando para pagar. Isso está se popularizando e não tem para onde correr. Se é para desbotar, desbota no ozônio. Se é para ser escuro, que seja sem deixar de ser vintage, para não perder a identidade”, comenta. “O nível de consciência ecológica do consumidor vai crescer tão rápido, que eles não vão mais comprar algo que não seja ecológico. Por isso eu digo que em cinco anos não haverá mais lavagem com água. Este é o futuro das lavanderias”, conclui Silfarley Peterli.# ‘ O Confeccionista SET/OUT 2011
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BOJOS
Estética, moda e conforto em primeiro lugar N
Fabricantes de lingerie estão cada vez mais sintonizados com as tendências da moda, em busca de beleza, conforto e praticidade para sutiãs, peças mais íntimas e até calças jeans
FOTOS: DIVULGAÇÃO
POR ROBERTO CARLESSI
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a indústria de lingerie, o bojo moldado é utilizado em praticamente todos os modelos de sutiã, resultando em elegância tanto para a peça quanto para o corpo feminino. Em alguns modelos de lingerie, eles podem até passar a imagem de seios maiores, como acontece com os modelos bolha. Mas não é só na confecção de sutiãs que essa peça se destaca. Algumas confecções também já a utilizam para “aumentar” o volume do bumbum, ajudando a melhorar a estética do corpo feminino. Fabiana Alves Ramon, da área de desenvolvimento de produtos da Nova Dublagem, explica que no Brasil
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o mercado de bojos está em franco crescimento, tanto na linha de lingerie quanto na moda casual. “Isso porque as mulheres buscam conforto e beleza no uso de peças íntimas e estão cada vez mais exigentes por qualidade, estética e bom gosto.” Atualmente, a tendência da moda para essas peças, acrescenta Fabiana, são os bojos mais confortáveis, de uma linha batizada de soft, feita com espuma macia, que realça os seios de forma bem natural, e os da linha push, mais profundos, que também continua bem forte no mercado. Para produzir bojos, a Nova Dublagem utiliza cartela de cores variadas e matérias-primas de qualiO Confeccionista SET/OUT 2011
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BOJOS Sustentabilidade
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para as mulheres.” Com maior concentração de vendas no Norte e no Nordeste, os fabricantes de bojos seguem a tendência de produzir essas peças de acordo com as variações da moda. Atualmente, boa parte dos bojos está migrando para a linha soft, com peças mais profundas e macias. Na Nova Dublagem, por exemplo, que produz 1,4 milhão de pares mensais, as vendas são bem expressivas para
dade, e está sempre testando o efeito deles em vários tipos de tecido e em modelos de lingerie. “Os modelos mais procurados são o meia taça, bolha, cortininha e tomara que caia, para a confecção de roupas femininas em geral, assim como os modelos top e biquíni. Mas além da beleza estética todos devem ter uma característica comum: proporcionar beleza, sensualidade e, acima de tudo, muito conforto
Modelos realçam os seios e a sensualidade feminina
a linha “menina moça”, destinada a crianças com mais de oito anos de idade, de acordo com Fabiana. Agora, para realçar o “bumbum” feminino, a Nova Dublagem desenvolveu e patenteou, segundo Fabiana, o bojo Contorno, com uso crescente na confecção de calças jeans para o público feminino. O empresário Alex Sandro dos Santos, da Ela Confecções, de Nova Friburgo, RJ, acrescenta que atualmente 95% das mulheres utilizam sutiãs com bojo e hoje não há como visualizar esse mercado sem a utilização de bojos moldados. “Esse material garante elegância à peça e, por consequência, ao corpo feminino. Outro fator relevante é que os bojos podem até mesmo proporcionar volume aos seios da mulher, visto que existem alguns modelos moldados, os "bolhas", já específicos para proporcionar esta sensação”, complementa.
FOTOS: DIVULGAÇÃO
95% das mulheres utilizam sutiãs com bojo
Seguindo a onda mundial de sustentabilidade baseada no aproveitamento de matérias-primas recicladas, a Confecção Elas, fundada em 2010, produz lingerie, top underwear e ecobags feitos com fibras de garrafas pet, atuando como empresa terceirizada para atender confecções de grande porte existentes no Polo de Confecções de Nova Friburgo. O diretor da Elas, Alex Sandro dos Santos, explica que a empresa já produz marca própria, ainda em pequena escala, e criou o projeto ambiental Elas Preservando, que aproveita as sacolinhas de bojos moldados que embalam separadamente cada par dessa peça, fornecidas pelas confecções da região, para cultivar mudas
de árvores nativas da Mata Atlântica. Por conta do Projeto Elas Preservando, no ano passado a empresa foi contemplada com o Prêmio Sesi Qualidade no Trabalho (PSQT), na Categoria Socioambiental, ficando em 1º lugar na etapa regional e em 2º lugar na etapa estadual. Juntamente com a Stam Metalúrgica, também de Nova Friburgo, integra o grupo de 94 empresas classificadas para concorrer à etapa nacional desse Prêmio. A Elas também possui Selo Verde, concedido pela ONG ambiental Ecolmeia, de São Bernardo do Campo, SP, e foi a primeira
empresa do segmento de confecções a receber o Selo do Ministério do Meio Ambiente do Governo Federal do Brasil da campanha nacional “Saco é um Saco”, que visa alertar as pessoas sobre os prejuízos que as sacolas plásticas causam ao meio ambiente.
Modelos meia taça, bolha e cortininha são os preferidos
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SILICONE
Silicone nas passarelas POR ROBERTO CARLESSI
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assarelas da moda criam glamour e tendências em todo o mundo, não só pelos desfiles de estilistas consagrados, como John Galliano, Alexandre Herchcovitch, Marc Jacobs e muitos outros, mas também por tecidos e modelos confeccionados com diferentes matéria-prima. Uma delas é o silicone, utilizado pela indústria têxtil para conferir maior maciez e flexibilidade a eles. Isso porque o Passarelas da
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Versátil, com uso em diversos segmentos industriais, o silicone também é utilizado na produção de tecidos, proporcionando a eles mais maciez, aumento de vida útil e de valor agregado
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Seu negócio é Máquina de Costura? moda criam glamour e tendências em todo o mundo, não só pelos desfiles de estilistas consagrados, como John Galliano, Alexandre Herchcovitch, Marc Jacobs e muitos outros, mas também por tecidos e modelos confeccionados com diferentes matéria-prima. Uma delas é o silicone, utilizado pela indústria têxtil para conferir maior maciez e flexibilidade a eles. Isso porque o efeito do silicone Passarelas da moda criam glamour e tendências em todo o mundo, não só pelos desfiles de estilistas consagrados, como John Galliano, Alexandre Herchcovitch, Marc Jacobs e muitos outros, mas também por tecidos e modelos confeccionados com diferentes matéria-prima. Uma delas é o silicone, utilizado pela indústria têxtil para conferir maior maciez e flexibilidade a eles. Isso porque o efeito do silicone sobre os tecidos é semelhante ao proporcionado aos cabelos: ele interage com os fios dos tecidos e os deixa macios, agradáveis ao toque e com maior durabilidade. Para compreender como o silicone contribui para melhorar a qualidade de produtos têxteis, basta comparar a textura de roupas novas com a de roupas mais desgastadas por sucessivas lavagens. Conforme o silicone vai sendo eliminado, as peças se tornam mais ásperas. A capacidade de resiliência dessa matéria-prima para a produção dos mais variados tipos de tecido é inegável: o silicone suporta variações de temperatura de -65º C a + 200ºC sem causar danos a estampas, principalmente quando elas são submetidas à ação direta dos ferros de passar roupa. Além da questão durabilidade, o silicone também proporciona mais maciez aos tecidos e contribui para a sustentabilidade, já que, ao prolongar
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de valor agregado que adiciona aos tecidos, o silicone também é utilizado como revestimento para produzir tecidos que têm funções específicas, como proteção contra chuva, isolamento térmico e elétrico, resistência ao calor e aos raios UV. “Esses tecidos são usados em diversas indústrias, equipamentos esportivos e uniformes. O tecido do airbag dos Freire, da Abiquim: além da automóveis, por exemplo, é aplicação em tecidos, o silicone revestido de silicone, assim também é utilizado em estampas como os equipamentos de esportes radicais como paraquedas, a vida útil deles, adia descartes no cordas de escalada, barracas e sacos meio ambiente. Com essas propriede dormir, além de velas de barcos e dades todas, uma coisa é certa: a outros. Quando um tecido precisa ter moda sempre muda, mas o silicone alto desempenho, ele é revestido de sicontinuará reinando nas passarelas, licone por processos específicos, sem com o aval de qualidade de empreprovocar nenhum efeito colateral na sas como Dow Corning, Bluestar pele humana nem se modificar diante Silicones e Wacker, que integram a de intempéries”, diz Lucas Freire. Comissão Setorial de Silicones da Hoje já existem estampas de siliAbiquim (Associação Brasileira da cone que são aplicadas sobre os teIndústria Química). cidos. Elas têm um pequeno relevo O coordenador da Comissão, Lucas e sua aparência é semelhante à de Freire, acrescenta que o silicone pode uma borracha bem fina, com cores ser aplicado em todos os tecidos, inmuito vivas e excelente acabamento. teragindo com os fios e deixando-os Além das qualidades estéticas, essas macios, agradáveis ao toque e com estampas mantêm a elasticidade ao maior durabilidade. “Algumas formas longo do tempo, acompanham o moe aplicação nos tecidos são imersão, vimento do tecido sobre o qual estão pulverização, extrusão, por meio do aplicadas, não racham e sua cor perrolo Kiss, serigrafia rotativa e revestimanece vívida. Isso porque o silicomentos dos tipos Knife, Rotogravura ne é inerte e não reage com outros ou Bar. Na maioria dos processos, os produtos que poderiam desbotá-las. tecidos passam por rolos de aplicaAlém de sua utilização em tecidos, ção do silicone e processos de cura”, esse produto químico também é utiexplica Freire. lizado nas indústrias de cosméticos, automobilística, farmacêutica, na Vantagens construção civil e na própria indúsAlém do maior conforto que protria química, entre outras.# porciona aos usuários e do aumento
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Completa linha de máquinas de costura domésticas, semi-industriais, industriais e especiais.
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em dia Negócios pela América do Sul
Nova coleção
A Daspre apresentou, no dia 06 de setembro, sua nova coleção. A presidente do Fundo Social de Solidariedade do Estado de São Paulo, Lu Alckmin, e o secretário da Administração Penitenciária, Lourival Gomes, prestigiaram o desfile da grife. A marca ela faz parte dos projetos desenvolvidos pela Fundação Professor Dr. Manoel Pedro Pimentel (Funap), órgão vinculado à Secretaria da Administração Penitenciária, e seu objetivo é oferecer formação educacional e qualificação profissional às mulheres presas. Desde a sua criação, já passaram pelo projeto mais de 300 detentas e a reincidência tem sido zero. Nas oficinas, elas aprendem não só um ofício, mas também regras de convivência e de conduta. “Através da Escola de Moda elas aprenderam a fazer essas roupas. Assim, quando saírem terão uma profissão, uma fonte de renda”, explicou Lu Alckmin.
Abest tem novo conselho deliberativo
A Associação Brasileira de Estilistas (Abest) anunciou os novos integrantes de seu Conselho Deliberativo para a gestão 2011/2014: Benny Rosset e Roberto Davidowicz (vice-presidentes) e os conselheiros Alexandre Herchcovitch, Ronaldo Fraga, Cecília Prado, Doca Redorat, Paola Robba e Maurício Medeiros. O presidente da Associação, Valdemar Iodice, informa que uma das metas de sua gestão é estreitar as relações entre marcas brasileiras, utilizando plataformas eletrônicas de comércio e conteúdo como importantes ferramentas para aumentar as vendas e a exposição da imagem da moda brasileira em todo o mundo. A Abest organiza ações durante o ano todo, principalmente nas principais semanas de moda do Brasil, visando alinhar estratégias com as grifes para que a moda brasileira ganhe cada vez mais projeção no mercado internacional
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prodv
A etapa final da Missão Empresarial do Brasil à América do Sul foi realizada no final de agosto, no Chile. A Missão terminou com uma estimativa de negócios, entre imediatos e para os próximos 12 meses, de US$ 78,7 milhões para as 43 empresas brasileiras participantes. O resultado superou em 77% a expectativa de vendas das missões realizadas à Colômbia, ao Peru e ao Chile em 2010, que totalizou US$ 44,5 milhões. Os exportadores brasileiros estiveram em rodadas de negócios com 530 compradores dos três países, além de fazerem visitas técnicas a fábricas e escritórios de empresas locais. A Missão, organizada pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), pelo Ministério das Relações Exteriores (MRE) e pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), teve participação dos setores de máquinas e equipamentos, casa e construção, moda e saúde.
Technology Fair for the Textile Industry
Feira da Serigrafia e Tecidos para Indústria Têxtil Textile Serigraphy Expo
SEMINÁRIO TECNOLÓGICO COORDENAÇÃO: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE TÉCNICOS TÊXTEIS
Apoio:
Agência de viagens oficial:
Montadora Oficial:
Empresa associada:
Promoção:
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dica do especialista
Gestão
Da concepção à especificação Novas ferramentas de gestão voltadas às áreas de criação de moda e compras, já muito difundidas globalmente, começam a chegar no Brasil e prometem substanciais ganhos de performance para toda a cadeia do vestuário.
Conhecidos como PLM (Product Lifecycle Management), esses sistemas vindos de outras indústrias complexas se integraram e se adaptaram ao mercado de moda, tendo como foco o processo de ciclo de vida do produto, desde sua pré-concepção, inspiração/tema, combinação, cores, tecidos, aviamentos, design, desenvolvimento, protótipo, produção, preços e até distribuição e vendas. Hoje, empresas de todos os portes no Brasil iniciam seus controles em sistemas após o nascimento do pro-
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duto e não conseguem controlar e medir umas das principais áreas de seu negócio, a criação do produto. O PLM provê uma visão geral de todas as fases pelas quais uma roupa passa até chegar ao consumidor. Ele integra pessoas, dados, processos e sistemas de negócios e fornece o histórico completo de todas as informações sobre o produto para as empresas e parceiros, com o objetivo de garantir a comunicação de todos, possibilitando medir a performance dos envolvidos, focando na qualidade do processo e do produto. O conceito Product Lifecycle Management (PLM) tem ajudado inúmeras empresas de vestuário e varejistas no mundo a reduzir custos, aumentar a produtividade, melhorar a eficiência e a frequência de suas linhas de produtos. Permite que as empresas de moda criem desenhos, especificações de estilo, estrutura de produto, formem preço, mostruário, requisição de cotação (RFQ’s) e gerenciem aprovações, tudo de forma integrada e de fácil acesso a todos os envolvidos.
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* Vivien Barna é Gerente de Negócios da Millennium Network.
O suporte ao compartilhamento de informações com os diferentes departamentos (locais ou globais) garante o aumento da produtividade e a assertividade de toda a cadeia. O principal benefício da colaboração de fornecedores e outras partes envolvidas é gerenciar coleções em banco de dados em plataforma única, de modo que tudo fica organizado, bem gerido e cuidadosamente planejado. Anteriormente, os sistemas de automação de ciclo de vida eram utilizados somente por empresas de grande porte com altos orçamentos de TI, para investir em implementações caras e de longo prazo. Com a necessidade cada vez maior de aumentar a eficiência, deu-se origem aos sistemas PLM, que, ao contrário do sistema convencional, são mais leves no orçamento e requerem menos tempo de implementação. A chegada desses sistemas à nossa realidade será o novo passo no mercado nacional. Sistemas adaptados à realidade nacional e com foco em pequenas e médias empresas estão desem-
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PLOTTERS barcando por aqui e são capazes de revolucionar a cadeia do vestuário, permitindo ao departamento de criação de moda lidar com a informação e aos gestores medir a performance de toda a cadeia.
PLM "Must be"
No mercado altamente competitivo de hoje, um sistema de PLM se torna a próxima onda de automação das empresas de vestuário. Ele não só permite que empresas da moda mantenham o ritmo acelerado, como permite atender a crescente demanda da moda, oferecendo vantagem sobre a concorrência.
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Características do PLM:
• Elimina o Processo manual • Sistema de Comunicação integrada - Colaboração com fornecedores, agentes, clientes, etc. • Sistema personalizado e focado no mercado • Alto ROI (retorno de investimento) • Baixo TCO (Custo Total de Propriedade)
Os principais benefícios incluem:
• Maior Eficiência • Redução de Custos • Melhoria da Qualidade • Time to market
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Presença em muitos lares e confecções FOTOS: DIVULGAÇÃO
PERFIL
Uma das mais tradicionais fabricantes de máquinas de costura do mundo, a Singer completou 160 anos de existência POR LAURA NAVAJAS
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ona da marca mais lembrada pelos consumidores de máquinas domésticas, a Singer fez aniversário em agosto. Fundada em 1851, a empresa atua no Brasil desde 1858, o que a torna uma das marcas registradas mais antigas do país, explica Fabio Massaru Narahara, gerente de marketing para a América Latina. Com a força da marca como principal diferencial, a empresa investe pesado em comunicação para atingir seus consumidores em diversos setores e continuar crescendo. “Nosso objetivo é perpetuar a marca e poder celebrar 175, 200 e muito mais anos de existência”, conta Narahara.
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Passado Presente em mais de 150 países, a história da empresa começa em 1851 com a construção de um dos primeiros modelos de máquina de costura, elaborado por Isaac Merrit Singer, que era mecânico, ator e inventor, A empresa foi inovadora ao lançar a compra a crédito, atingiu todas as classes sociais interessadas em adquirir o produto e logo se tornou a primeira manufatura norte-americana de larga escala no setor de aparelhos domésticos a transformar-se em multinacional de sucesso. A marca chegou por aqui há mais de 150 anos, quando foi aberto no O Confeccionista SET/OUT 2011
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PERFIL
Rio de Janeiro, na rua Ouvidor nº 117, o primeiro ponto de venda de máquinas de costura do Brasil. “A história da Singer se confunde um pouco com a do próprio país”, declara Narahara. Ele conta que, em 1888, a própria Princesa Isabel assinou o decreto que autorizava o funcionamento da empresa no país. Logo a máquina de costura se tornou presença obrigatória nos lares e em 1955 a Singer inaugurou sua fábrica em Campinas, que também foi a primeira da América do Sul e exportava para o mundo todo. O então presidente da República, Dr. João Café Filho, esteve presente à inauguração. Alguns dos produtos lançados pela Singer ainda são lembrados pelas consumidoras e hoje são utilizados como objeto de decoração, como a máquina 15C, mais conhecida como “Pretinha”, lançada no início da década de 1960. O passo seguinte foi a inauguração da unidade de Juazeiro do Norte, Ceará, para onde foi transferida, no início dos anos 2000, toda
Modelo de máquina antiga, usada atualmente para decoração
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a sua produção. “A fábrica tem custo mais baixo do que no Estado de São Paulo. Assim, aumentamos a competitividade dos produtos fabricando-os lá”, explica Narahara.
Presente Desde a criação da empresa, o mercado mudou muito, acrescenta Narahara. “Os costumes do passado eram diferentes dos atuais, as mulheres não trabalhavam, todas sabiam costurar e a máquina fazia parte do enxoval de casamento. Hoje as mulheres são independentes, têm sustento próprio e nem todas sabem costurar. Essa foi a principal mudança que a marca sentiu, desde a sua fundação até hoje”, conta. No entanto, não foi uma mudança suficiente para abalar a companhia, que, atualmente, mantém cerca de 700 funcionários em três unidades fabris, a matriz e fábrica de agulhas, em Indaiatuba, a fábrica de óleo lubrificante e o armazém, em Elias Fausto, ambas no Estado de São Paulo, além da fábrica de máquinas de costura em Juazeiro do Norte. Narahara explica que a empresa acompanhou
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Trabalhadores na produção em Juazeiro Fabio Massaru Narahara, gerente de marketing da Singer
bem os processos de mudanças do mercado. A começar pela entrada, já há alguns anos, no mercado de máquinas industriais e da divisão de objetivos de acordo com os produtos. “A máquina doméstica acaba sendo quase um eletrodoméstico, tem que ter valorização estética, enquanto a industrial tem concepção diferente, é uma ferramenta de produção.” A Singer mantém parcerias com diversas instituições de ensino, que acompanham as tendências da moda e vêm formando estilistas brasileiros. A empresa apoia salas na Faap, Santa Marcelina e Senac para a instalação das salas Singer, que são oficinas utilizadas para aulas de costura nas quais os alunos dedicam seu tempo à formação prática. Também apoia outras iniciativas no país para capacitar mão de obra para confecções, contribuindo inclusive para um futuro melhor de muitos jovens de regiões carentes.
e atualizado. “Nos últimos três anos temos lançado quase dez produtos ao ano, sejam máquinas de costura domésticas ou industriais, e planejamos manter esse ritmo em 2012”,
conta o gerente de marketing. A empresa não se assusta com a concorrência internacional, apesar de esse mercado ser altamente influenciado pela baixa do dólar e os produtos chineses estarem muito mais competitivos, o que também se reflete nas exportações. Narahara lembra que outro desafio é a questão tributária, que reduz a competitividade da fábrica, mas diz acreditar que o governo já tenha começado a tomar providências para mudar esse quadro, uma vez que o setor gera muitos empregos. “O maior desafio da empresa é manter a posição alcançada nos setores em que atua, acompanhando as características dinâmicas do mercado e investindo bastante na força
de sua marca. A Singer é frequentemente utilizada como sinônimo de máquina de costura, mas isso é válido para as gerações mais antigas, talvez não seja óbvio para as novas consumidoras. A ideia para 2012 é investir mais pesado em marketing do que nos últimos dois anos e participar de inúmeras feiras.” Por fim, Narahara diz considerar importante observar a relação das pessoas com a costura. “É legal perceber a costura no cotidiano, nos lençóis e colchas, nas roupas, no banco do carro, numa toalha de mesa ou até mesmo no sofá em que descansamos no final do dia. Além disso, máquina de costura não serve apenas para juntar dois materiais diferentes com uma linha, tem também uma função decorativa. Por tudo isso, dificilmente ela será extinta ou substituída por alguma outra tecnologia”, conclui.#
Futuro Já há algum tempo a Singer lança produtos de forma frequente para manter o seu portfólio competitivo
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SUSTENTABILIDADE
Artesanato na moda
Criatividade e sobras de etiquetas são os ingredientes usados pela Associação dos Moradores do Bairro Divinópolis em parceria com a Etical, em Caruaru
FOTOS: DIVULGAÇÃO
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oje, a preocupação com o meio ambiente é fundamental para o bom andamento de qualquer empresa. Se ela vem unida a uma ação social, então, melhor ainda. A Etical, localizada no Distrito Industrial de Caruaru (PE), produz por mês cerca de 20 toneladas de etiquetas e em uma parceria com a Associação de Moradores do Bairro Divinópolis tomou a iniciativa de aproveitar as sobras desse material, chamadas ourelas, que antes eram incineradas. As mulheres da Associação agora transformam as ourelas em bolsas, tapetes, almofadas, conjuntos para banheiro, porta-lápis, espanadores, chapéus e quadros. “Nosso resíduo é poliéster e havia muita dificuldade para aproveitá-lo. Agora, encerramos uma atividade poluidora em prol de outra, que além de tudo garante renda para quem precisa. Sem dúvida, isso é muito gratificante”, orgulha-se João Bezerra, diretor da Etical. Mensalmente a empresa produz entre 600 e 800 toneladas de ourelas. Em peso não parece muito, mas o material é leve, o que garante grande volume de
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POR LAURA NAVAJAS sobras e dá para fazer muito artesanato com ele, segundo Bezerra. Silvia Lanusa, pintora e produtora de artesanatos, foi escolhida para ministrar o curso, que começou com dez associadas, que concluíram as oficinas já com encomendas de produtos para vender. “O importante é usar a criatividade para transformar qualquer material em arte”, diz Silvia, que é especialista no assunto, ou, como ela gosta de definir, tem o dom para isso. A primeira turma começou em abril e ficou por quatro meses aprendendo técnicas de costura ou mesmo de colagem, para elaborar as peças. As aulas foram gratuitas e aconteceram duas vezes por semana, às quartas e quintas pela manhã, e em pouco tempo as costureiras e artesãs começaram a transformar a matéria-prima. A Etical doa linha, cola, tecido, tesoura e o que mais precisar para compor essas peças, que ficam pa-
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ra as associadas e se transformam em fonte de renda para elas. Além desta turma, Silvia Lanusa diz que gostaria de estender o projeto para outras associações. E certamente pode contar com o apoio da Etical, que também pretende continuar doando o material, inclusive para as mulheres que já terminaram o curso, para que elas continuem produzindo. “A gente espera que isso tome uma proporção cada vez maior. Estamos em busca de novas parcerias”, conclui João Bezerra.#
Silvia Lanusa: bolsas e outros itens artesanais
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