ANO IV Nยบ22 JANEIRO/FEVEREIRO 2013
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Tecidos para o Verรฃo 14
Cleo Pires, a Bianca de Salve Jorge!
Franquia
Como chegar lรก
Polo de Caruaru se profissionaliza
Otimismo no setor de mรกquinas
Moda de Novela A arte imita a vida 1
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carta ao leitor
Um passo de cada vez
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esses tempos em que a indústria apresentou uma forte desaceleração, todos esperam que 2013 seja um ano com crescimento não tão expressivo, mas que ajude a reconquistar a confiança de um mercado forte e em recuperação. Em contato com muitos empresários, a sensação é que as coisas estão melhorando, as cotações já voltaram a ser feitas e o mercado está muito mais animado. Fica porém a desconfiança do que vem por aí e acho que esse é o maior dos problemas que enfrentaremos, a resistência em acreditar que as coisas tendem a melhorar. Acredito que 2013 será um bom ano para o mercado em geral, mas que os empresários darão um passo de cada vez, fazendo seus planejamentos a curto prazo até se sentirem confiantes para voos mais altos. Parece que o avião embicou novamente para cima e as noticias já são bem melhores que as do ano passado. Então, vamos voar o mais alto que pudermos ou acreditarmos que possamos ir. Sempre dando um passo de cada vez. Tenha uma boa leitura e faça grandes negócios. Um abraço. Júlio César Mello Diretor-geral
juliocesar@oconfeccionista.com.br
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editorial
O ano já começou
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Linha Direta
Verão 2014, com seus tecidos, cores, acessórios e tendências já bate às portas das confecções. Pascaline Wilheim, diretora de Moda do Première Vision, conceituado salão de moda internacional, dá as dicas sobre as inspirações que vão reger a próxima temporada mais quente do ano. E informar-se no tempo certo a respeito do que, quanto e quando comprar é fundamental. Nesse embalo, apresentamos aqui novidades das fabricantes de denim e de algumas tecelagens que estiveram presentes ao Première Brasil, evento que, de agora em diante, passa a chamar-se Première São Paulo. Atentos às perspectivas de aquecimento da economia, fornecedores de máquinas e equipamentos asseguram sua participação nas feiras do setor neste primeiro semestre de 2013 trazendo lançamentos.
A moda imita a arte ou a arte imita a moda? Elas se completam, como mostrado na matéria de capa, que revela onde figurinistas de novelas da Tv Globo buscam inspiração para vestir seus personagens. A edição está recheada ainda de muita coisa boa. Falamos sobre Franquias, um caminho para quem quer crescer no varejo, sobre o Direito da Moda, segmento que pretende nortear as indústrias do setor a respeito de direitos e infrações. Esperamos que o ano corra com tranquilidade para todos, regado a otimismo e muito trabalho! Boa leitura! Vera Campos Editora editora@oconfeccionista.com.br
redação O Confeccionista editora@oconfeccionista.com.br (11) 2769-0399 www.oconfeccionista.com.br
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Assinaturas assine@oconfeccionista.com.br
Diretor-Geral - Júlio César Mello juliocesar@oconfeccionista.com.br
Pessoa, Marcelo Souza da Silva, Vanderlei Dorigon (textos).
Diretora de Relações com o Mercado Bernadete Pelosini bernadete@oconfeccionista.com.br
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Editora - Vera Campos (MTb 12.003) editora@oconfeccionista.com.br Editor de Arte - Leandro Neves criacao@inovdesign.com.br Colaboraram nesta edição: Carlos de Oliveira Lima, Karina Galego
Financeiro - Mauro Gonçalves financeiro@oconfeccionista.com.br Publicidade comercial@oconfeccionista.com.br Executivos de Negócios Leandro Galhardi leandro@oconfeccionista.com.br
Impressão - Lótus Gráfica Tiragem - 16.000 exemplares. Distribuição Nacional O Confeccionista é uma publicação bimestral da Impressão Editora e Publicidade Ltda., distribuída aos empresários da indústria de confecção. É vedada a reprodução total ou em parte das matérias desta revista sem a autorização prévia da editora. Todas opiniões e comentários dos articulistas e anunciantes são de responsabilidade dos mesmos. Redação - Rua Teodureto Souto, 208, Cambuci – São Paulo – SP. CEP: 01539-000 - Fone: (11) 2769-0399
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sumÁrio
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ANO IV • NÚMERO 22 • JAN/FEV • 2013
FOTO TV GLOBO | JOÃO MIGUEL JÚNIOR
capa 28
PRIMAVERA/VERÃO 14: O que vem por aí
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MERCADO: Moda de novela
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Mercado: Franquias
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REGIONAL: Polo de Caruaru
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TECNOLOGIA: Novidades em máquinas
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MUNDO TÊXTIL: : Denim para o Verão 14
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MERCADO: Pesquisa jeans
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MUNDO TÊXTIL: Tecidos na Première Brasil
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MERCADO: Importação x Produção Nacional
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MERCADO: Venda de resíduos on line
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GESTÃO: Fashion Law – o Direito Na Moda
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TECNOLOGIA: Software para produção e vendas
SEÇÕES 10 Em Dia
ARTIGOS 40 Gestão de Estoques 46 Slow Fashion 58 Produção 64 Modelagem
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em dia
Foto: DIVULGAÇÃO
Revisão de tributos Aguinaldo Diniz Filho
A Abit (Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecções) vai encaminhar ao governo federal, ainda no trimestre de 2013, uma proposta de Regime Tributário Competitivo para Confecção (RTCC), com o objetivo de desonerar, simplificar e desburocratizar a carga tributária incidente no setor. “O custo Brasil tem de ser revisto enquanto é tempo. Não podemos deixar a indústria brasileira desaparecer. É preciso reduzir encargos, a fim que as empresas do setor possam crescer”, afirma o presidente da entidade, Aguinaldo Diniz Filho. Segundo dados do IBGE apresentados pela Abit, 90% confecções brasileiras são de micro e pequeno porte, têm até 30 funcionários, mas respondem por apenas 28% da receita bruta do setor. Para se beneficiar de uma carga tributária menor, grande parte delas se enquadra no Simples Nacional, recolhe até 12% em impostos, mas tem seu crescimento limitado ao teto de R$ 3,6 milhões de faturamento anual. Caso ultrapassem esse teto, têm de ser tributadas por regimes convencionais, bem mais
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onerosos. É o caso, das confecções de maior porte, cuja somatória dos impostos federais (IRPJ, CSLL, PIS/PASEP, INSS, IPI, Cofins) gira em torno de 24%. Na média, a carga de tributos federais do setor é de 18%. "A indústria de confecção teve o crescimento limitado pela tributação. O que queremos é um regime que permita a elas crescerem", afirma Diniz. Ainda em fase final de elaboração, a proposta da Abit visa, entre outras coisas, reescalonar a carga de tributos federais. A entidade estima que se o percentual dos tributos cair para a faixa entre 5% e 10%, a produção física do setor poderia crescer 69% até 2025, com geração de mais 300 mil postos de trabalho.
Balanço e Perspectivas Faturamento de US$ 53 bilhões, crescimento de zero a 2 % no volume de produção. Essa é a estimativa da Abit para o setor em 2013, caso se concretize a previsão de crescimento de 3% na economia no período e taxa
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média de câmbio superior à dos últimos anos. Contam pontos a favor a realização, no Brasil, de grandes eventos como a Copa das Confederações e a Jornada Mundial da Juventude, além dos efeitos das medidas tomadas em 2012, como a desoneração da folha de pagamentos, redução no custo de energia, o fim da guerra dos portos e a redução da taxa de juros. “A expectativa, pelos indicadores positivos, é a de que 2013 seja um ano melhor”, afirma o presidente da entidade.
Combate às importações No ano passado, o setor deve ter faturado US$ 56,7 bilhões, estima a Abit. O volume de produção de vestuário, porém, vem em queda desde 2010. Em 2012 foi 10,5% inferior ao de 2011 que, por sua vez, foi 4,4% menor que o de 2010. As importações de itens de vestuário saltaram de US$ 100 milhões para US$ 2,7 bilhões nos últimos dez anos (incluída a previsão para 2013). Para tentar conter esse descompasso, a Abit protocolou junto ao governo brasileiro, em agosto do ano passado, um pedido de salvaguarda para 60 produtos (calças, bermudas, camisetas, camisas, saias, vestidos, etc), que representam 82% das importações do setor. Os países asiáticos, em especial a China, são os principais concorrentes das
indústrias têxtil e de confecção brasileiras. A competitividade chinesa se dá pelo Preço baixo, que por sua vez é conseguido pelo baixo custo da produção. "Não somos contra as importações, mas queremos condições de igualdade para competir com elas", finalizou o presidente da Abit.
Importação de Vestuário (em US$ milhões) 2013* 2.754 2012 2.177 2011 1.721 2010 1.073 2009 767
2008 694 2007 487 2006 347 2005 227 2004 148 2003 100 * Estimativa Abit Fonte: ALICEWEB/MDIC
Vendas em Volume (Evolução) 2010
2011
JAN-NOV 2012
TÊXTEIS
4,3%
-14,9%
-4,6%
VESTUÁRIO
7,2 %
-4,4%
-10,5%
VAREJO
10,6%
3,6%
3,4%
Fonte: IBGE-Abit
Trabalho escravo
O governador de São Paulo Geraldo Alckmin sancionou, em 28 de janeiro, a Lei que fecha por dez anos as empresas flagradas explorando mão de obra em condições análogas à escravidão. A Lei prevê que, além da empresa flagrada utilizando trabalho escravo, a responsabilidade pelo crime pode ser estendida a toda a cadeia produtiva. "Quem contrata tem de saber se está contratando alguém que se utiliza de trabalho escravo", afirmou Eloísa de Sousa Arruda, secretária estadual de Justiça e Cidadania. As empresas infratoras terão a inscrição no cadastro de contribuintes do ICMS cassada e serão impedidas de entrar com novo pedido de registro e de exercer o mesmo ramo de atividade por dez anos. Os envolvidos também perderão o direito de receber créditos do Tesouro do Estado de São Paulo.
O trabalho em condições análogas à escravidão foi a modalidade que mais se destacou em 2012 nos atendimentos contabilizados pela Secretaria da Justiça do Estado de São Paulo. Das 77 vítimas de tráfico de pessoas, 59 eram exploradas em condições degradantes na indústria têxtil, agronegócio e construção; dessas, seis eram crianças e dois adolescentes. Bolivianos e paraguaios estão entre as principais vítimas estrangeiras desse tipo de crime. São Paulo tem hoje entre 300 mil e 400 mil imigrantes bolivianos, peruanos e paraguaios."Apenas um terço desse contingente é de imigrantes legais. Dois terços são, provavelmente, usados por alguns setores como mão de obra escrava", disse Luiz Fabre, encarregado do núcleo paulista do Ministério Público do Trabalho (MPT) para o combate ao trabalho escravo.
Texprocess em junho
A Texprocess, maior feira internacional de processamento de têxteis e materiais flexíveis, acontece de 10 a13 junho em Frankfurt, na Alemanha. Os expositores apresentarão no evento suas tecnologias de ponta e soluções de alta tecnologia para uma maior sustentabilidade, eficiência energética e automação das confecções. A expectativa dos organizadores é que o evento, em sua segunda edição, atraia cerca de 25 mil visitantes e reúna 1.200 expositores de 50 países. Lançada e organizada pela Messe Frankfurt, a feira é realizada simultaneamente com Techtextil, Feira, Internacional de Têxteis Técnicos e Não Tecidos, que ocorre de 11 a 13 de junho de 2013. negócios e a produtividade.
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em dia Première São Paulo
O Première Brasil, salão que antecipa às confecções as novidades em tecidos, acessórios e design, mudou de nome. A partir da 8ª. edição, que acontece em 10 e 11 de julho, passa a se chamar Première São Paulo. A mudança, no entanto, não tira o caráter latinoamericano do evento. Pelo contrário. “Vamos procurar reforçar a presença de compradores da Colômbia, Peru e Argentina”, disse Carolina Riente, diretora de Negócios. A 7ª edição aconteceu em 22 e 23 de janeiro, no Expo Center Norte, e contou com 128 expositores (50% deles nacionais e 50% internacionais), vindos de 17 países. Uma novidade foi a inclusão de um novo segmento de produto, o de Sport & Beach, com empresas produtoras de tecidos de alta performance em esporte.
Abest na China
A Associação Brasileira de Estilistas – Abest está empenhada em estimular novos negócios entre as marcas brasileiras e consumidores asiáticos. “Assim como Estados Unidos e Europa, a China é alvo da nossa estratégia de mercado. Desde o ano passado, a Abest vem participando de missões de prospecção, com o apoio do projeto de internacionalização da Apex-Brasil", conta o presidente da associação, Valdemar Iodice. O trabalho de divulgação continuou neste Carnaval, quando a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex) convidou para seu camarote na Sapucaí o blogueiro do site de moda Jing Daily e um executivo da multimarca FEI Space. O investimento inicial de R$ 360 mil no projeto inclui a participação da Abest, em março, pela primeira vez, do ENK Mode Shanghai, principal salão de negócios de moda daquele país.
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Licenciados para as Copas
Os primeiros produtos licenciados para a Copa das Confederações da FIFA 2013 e da Copa do Mundo da FIFA 2014™ estão previstos para chegar aos consumidores a partir de março. A Globo Marcas, Master Licenciada para a fabricação dos produtos oficiais desses eventos, já tem 34 empresas parceiras em diversas categorias, que vão do mascote a peças de vestuário, bolas, cadernos, bonés, mochilas, canecas, brinquedos, entre outros itens. No segmento de Vestuário, Calçados e Acessórios, as empresas que já assinaram contratos para o licenciamento de produtos oficiais dos eventos são: Drastosa (confecção); Malwee(confecção adulta e infantil); Amazonas (chinelos); Bottero (calçadosfemininos); Pralana (bonés e chapéus) e Bali Blue (cangas).
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Calça em tecido superstretch Cedro
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Verão colorido Denims a toda prova, leves, macios e com acabamentos diferenciados antecipam na Première Brasil a temporada mais quente de 2013/14
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s tecelagens brasileiras que atuam no segmento de jeanswear continuam aprimorando suas linhas e agregando valor aos produtos. Ultra stretch, aspecto de couro, cores diferenciadas e acabamentos inusitados caracterizam a coleção Primavera-Verão 2014 de algumas das maiores do setor. Entre as novidades da Cedro estão os tecidos elastizados super stretch das linhas Denim e Color, com power entre 34% e 50%, e acabamentos resinados brilhantes nas sarjas elastizadas que preservam o toque suave e o potencial de stretch. A empresa
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também aposta em sarjas estampadas – são mais de 100 diferentes desenhos -, que podem se transformar em calças, saias ou shorts coloridos para o verão. Um dos pontos fortes da marca é o desenvolvimento de estampas exclusivas e personalizadas, que já responde por 40% da demanda de estampados. Na linha Denim, os lançamentos da Cedro vão do denim elastizado com tingimento special dark, azul acinzentado, azulado, blue black, super Black e ultra blue com avesso colorido , nas cores amarela, verde e vermelha. Destaque para os aca-
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bamentos mercerizados e resinados e para a versatilidade na lavanderia. No segmento Colours, entre as cinco opções apresentadas vale destacar a linha Lótus, de sarjas em estrutura cetim super stretch e comfort, com toque e brilho diferenciado, indicada para a confecção de peças muito justas.
Marketing e Desenvolvimento Decidida a ampliar seu espaço nesse disputado mercado, a Cedro, nos últimos anos, vem ampliando investimentos e ações voltadas a ma-
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rketing, pesquisa e desenvolvimento, tecnologia e serviços. Com isso, não só o leque de produtos se diversificou e cresceu, como também o quadro de pessoal foi melhor qualificado. Tudo para atender a um mercado que está cada vez mais fashion, pedindo diferenciação e agilidade nos lançamentos. “Agora lançamos uma coleção a cada dois meses, estamos sempre nos reinventando para apresentar coisas novas”, conta o diretor comercial Luiz Cesar Guimarães. O diretor ressalta a versatilidade que a Cedro tem de transitar entre o denim e a sarja colorida. “Temos
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capacidade e tecnologia para ir de um para o outro, na medida que a moda assim exigir”, afirma. Entre os investimentos mais recentes da empresa está uma máquina de estampar. Nisso Eleonora França, gerente de Marketing, Produtos e Serviços da Santanense concorda: “Se não investirem em tecnologia, as fabricantes do setor não sairão do lugar. É preciso inovar sempre”. Assim como a FOTO: DIVULGAÇÃO
FOTO: DIVULGAÇÃO
Diversidade em cores e power na Cedro
Santanense: investindo em tecidos, texturas e lavagens
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Metalizados e perolados Para a Primavera-Verão 14, na linha Color, a empresa apresenta cinco versões de tecidos, com acabamentos que vão do resinado e aparência couro black a resinado e aparência de brilho dourado ou perolado translúcido, ou mesmo espatulado em cores diferenciadas sobre fundos contrastantes e desbotáveis, com aparência de dupla face. Em denim, são oito versões, das quais quatro com acabamento resinado, com tons variando entre prata e dourado ou aparência de couro ou parafinada. Marca posicionada no segmento Premium, a Canatiba preparou para a temporada denims de diversos pesos, estruturas, high density e composições com misturas de fibras nobres, tingimentos exclusivos, acabamentos especiais e efeitos de fios em novos sistemas operacionais que privilegiam o conforto e proporcio-
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nam visuais diferenciados. Integram a coleção produtos com uma ampla gama de tonalidades de blue denim, denims colors e prontos para tingir. Uma das novidades são os denims coloridos com aspecto de couro – como o Morror Color – com mais de dez cores, entre elas azul, verde, vermelho, preto, ferrugem e berinjela. Merecem destaque também os denims Gold e Silver, os denims Color, os metalizados e perolados em ouro, prata, cobre e branco, além dos denims da linha MakSkin, entre eles o 100% Modal. Na linha Megaflex Comfort® com fio especial LYCRA® T400 com tecnologia LastingFit®. .#
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Santanense
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Cedro, a empresa pertencente ao grupo Coteminas atua nos segmentos de moda e de roupas profissionais. Na área fashion, a Santanense tem dado maior atenção para o desenvolvimento, buscando novos tipos de tecidos, acabamentos, texturas, lavagens. O segmento, porém, responde hoje por 40% da produção da empresa, ou cerca de 2,2 milhões de metros/ mês. Desses, 30% a 35% são índigo e 70% tecidos coloridos e estampados. “Entramos no índigo há cerca de sete anos. Porém, nossa expertise é em coloridos”, reforça a gerente.
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Paixão nacional Usuários de jeans têm nove peças, em média, em seu guarda-roupa, e compram sete peças ao ano
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s usuários de jeans compram, em média, sete dessas peças ao ano. Disparada, à frente dos demais modelos, está a calça, adquirida com maior frequência. Vêm a seguir a bermuda, o short e a saia. A maior parte das compras é feita em magazines ou lojas de departamentos (54%) e em lojas multimarcas (51%). É o que demonstra recente pesquisa realizada pelo IBOPE Inteligência a pedido da INVISTA, empresa produtora do fio LYCRA®. Com o objetivo de analisar o comportamento na hora de compra e no uso das peças, o IBOPE entrevistou 1000 consumidores de jeans , homens e mulheres entre 18 e 50 anos, das classes A, B e C de 10 capitais brasileiras: São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília, Goiânia, Curitiba, Florianópolis, Porto Alegre, Recife e Salvador. O levantamento mostrou ainda que quase a metade (46%) dos consumidores de jeans usa diariamente uma peça confeccionada com denim. E, na média geral, cinco vezes na semana. Os jovens (18 a 24 anos) são os usuários mais frequentes e os que valorizam mais a lavagem. Entre as capitais, a frequência maior se uso é em Goiânia (76%), seguida por
Brasília (59%) e Curitiba (58%). O conforto é o atributo mais levado em conta tanto quando as peças são utilizadas no lazer como no trabalho. O segundo, para os que usam jeans no trabalho, é a praticidade. Já para passeio, os usuários valorizam, em segundo lugar, o caimento. E por falar em caimento, no que se refere a calças a modelagem tradicional é a utilizada por 73% dos homens, seguida pelos modelos justos (25%) e pelos mais largos (19%).
Preferência nacional Entre as mulheres usuárias de jeans, o bumbum é a parte do corpo que mais da metade delas (58%) deseja valorizar ao vestir as peças. Mas há as que querem valorizar o quadril (17%), as pernas (13%), as coxas (4%), o busto (2%) e a barriga (1%). A modelagem tradicional ainda é a mais utilizada (64%), seguida pela
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Usuárias valorizam o bumbum
skinny (46%), cigarrete (41%), capri (24%) e saruel (15%).
Decisão de compra Na hora da compra, a modelagem é o principal item levado em conta, tanto para homens como por mulheres. E mais da metade (54%) costumam usar peças que levam elastano na composição. O gasto médio, por peça, é de R$ 95,00. Mas 29% dos entrevistados dizem gastar mais que R$ 101,00 quando compram um jeans; 25% deles investem entre R$ 81,00 e R$ 100,00; 22% entre R$61,00 e R$ 80,00 e 5% menos que R$ 40,00. Em relação a marcas, muitas disputam esse mercado Brasil afora. Na pesquisa, pelo menos 250 foram citadas. A TV, os amigos e familiares, e as vitrines são os principais canais onde os entrevistados buscam informação sobre moda.#
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Foto: divulgação
A 7ª Edição do Première Brasil reuniu 128 expositores de 17 países. São fabricantes brasileiros e estrangeiros agrupadas nos seis universos do salão: Denim & Sportswear, City & Glam; Yarns & Fibers, Designs Studios, Accessories e Sport& Beach. Veja aqui uma pequena mostra dos lançamentos
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Mundo Têxtil Foto: divulgação
RVB Malhas
A coleção Amuleto inspira-se nos poderes de proteção, harmonia e energia da simbologia de elementos da cultura oriental. Na linha Fashion feminina, enrugados e drapeados com superfícies lisas ou bicolores, linho e brilho. No segmento masculino, tramas diferenciadas têm efeito acentuado. Misturas de listras, pontos e relevo formam minipadronagens sóbrias e retrôs. Na linha infantil, entrelaçam-se fios distintos, listras e cores que oscilam entre nuanes luminosas e texturas irregulares. Destaque para a fibra de algodão. Em fitness, as apostas são em duas linhas. A String, de tecidos 100% poliamida, é apresentada em oito cores. A Runner, malha 100% poliéster, conta com a tecnologia Dry, que facilita a evaporação do suor.
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VARIANTE 01
Coleção: Verão 2014 - Artigo: ALL FLEX EJ8246
Malhas Elizabeth Além dos tradicionais lançamentos de malhas estampadas, a principal novidade da empresa é uma malha de algodão com acabamento retardante a chamas. O tecido foi desenvolvido para aliar proteção e conforto para trabalhadores expostos ao risco de fogo repentino, arco elétrico e fagulhas. Para a Primavera/Verão 2014, no Salão, a Malhas Elizabeth apresentou tecidos com temas que remetem à brasilidade, com temas como o carnaval, natureza, fauna e flora, folhas, e animal prints, aplicados através de cores, acabamentos especiais (glitter) e estampas. A cartela de cores traz 30 cores, com predominância de tons vivos e tonalidades vindas da fauna e da flora, com adição de cores claras e vibrantes das festividades brasileiras. Outro lançamento é o Moleton PA Light flanelado, leve, indicado para streetwear, surfwear, sleepwear e uniformes. 24
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Foto: divulgação
Foto: divulgação
Moda Cores Participando pela terceira vez do evento, a empresa paulistana apresentou uma linha de tecidos planos importados, que veio se somar à sua linha de malhas. Sete temas nortearam a criação dos tecidos, entre eles: 60 Mod Pop, de inspiração minimalista, traz tecidos como bordado suíço em preto e branco, renda guipure, paetês e malhas com efeitos óticos. Completam o tema piquê e piquês iridiscente, jacquards geométricos e malhas lurex. In Blue, a Moda Cores trouxe índigos e chambrays, em tecido plano e em malha. Entram em cena também tecidos lisos, listrados, bordados e com devorês, entre outros. Boudoir, com tecidos macios e sofisticadospara a lingerie noite: cetins chiffons, renda, tule bordado e renda guipure. A nova coleção também pode ser conferida no showrom da marca em São Paulo.
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Foto: divulgação
Mundo Têxtil
Lenzing Fibers
A Lenzing Modal®, fibra proveniente da madeira de faia e produzida pela empresa austríaca com exclusiva tecnologia eco-friendly, ganha a versão colorida. A Lenzing Modal® Color vem nas cores azul-royal, vermelho, amarelo-ouro e preto. A fibra pode ser utilizada em misturas de cores, proporcionando novos efeitos em tecidos dos segmentos de lingerie, camisetas ou loungewear, em especial meias. Segundo a fabricante, a cor dos produtos fabricados com Lenzing Modal® Color se mantém mesmo após várias lavagens. Idem para a maciez, que é uma das características dos tecidos produzidos com a fibra.
Tecelagem Britânnia
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Os destaques da fabricante de fitas rígidas e elásticas, laços, flores e aplicações para lingerie, moda, decoração e artesanato são alças elásticas, tramas e fitas. A coleção para lingerie remete ao romantismo, com acabamentos de aparência artesanal e toque de modernidade, como nas alças e cavas/cós elásticos com bico colorido de renda, e alças elásticas listradas com babados. Produtos com desenhos e bordados lembram os da vovó, acrescidos do brilho de fios irisados. Outro destaque são as tramas, como as que combinam fitas de cetim e fios irisados, com pontos de luminosidade. A menina dos olhos é a trama de cordonê franjado inteiramente verticalizada pela empresa, desde a construção do fio.
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Os rumos da estação
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Primavera/Verão 14
Diretora de Moda do Première Vision fala dos direcionamentos para a temporada e dos pontos fortes para os tecidos
Olhar para o futuro com liberdade e gosto. O Verão 14 vai impor audácias com fineza e recusar o meio-termo e as imitações sem invenção. Aclama a cor, esquiva a excentricidade, acentua as personalidades, escapa da desarmonia, constrói transparências. Esse é, em resumo, o tom da temporada, apresentada na Première Brasil, em janeiro, por Pascaline Wilhelm, diretora de moda do Première Vision. Na Conferência de Moda, Pascaline destacou ao três principais eixos que vão nortear a temporada. Segundo ela, a estação será regida pela mistura de componentes que remetem a substâncias gelificadas, aspectos terrosos e arenosos, híbridos, transparências arquitetônicas, geometria angular, listras e vertigem de cores. Pascaline também ressaltou a cartela de cores e aviamentos que serão explorados na temporada.
Intensidades Materiais O design é inovador, mas bebe na fonte do primitivo e recusa clichês e repetições. Mescla precisa de ingredientes étnicos e
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Pascaline Wilhelm
da modernidade. Valem aqui as associações volumes/materiais, o quadrado e o arredondado, mais longe do corpo. Pontos fortes dos tecidos: jacquards com efeitos, texturas; ráfia e tweeds, bordados brutos, moletons rústicos, mistura com linhos. Fluidez da seda e do algodão, motivos de pedras, bordados e aplicações minerais, toques arenosos, etc. Grafismos bicolores ou tricolores, trançados e entrelaçados, desenhos étinicos, etc.
Mutações Voluptosas Misto entre esporte e glamour, entre sintéticos e naturais. Tecidos com toques estranhos, laminados, gelificados. Sensualidade do toque envolvente, que modela ou toca o corpo de leve. Elasticidade em todo o guarda-roupa. Pontos fortes dos tecidos: misturas, laminações, heterogeneidade – renda/neoprene, seda/plástico,
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granuloso/ultraliso. Mistura de seda, viscose. Os brilhos continuam em alta, com aspecto gelificado, fluidez líquida. Desenhos florais e de animais bizarros, tudo o que remete à natureza estranha.
Construções Energéticas Pensar a roupa como uma arquitetura leve, com armações graciosas, volumes estruturados. Entram em cena as transparências, a leveza. Cores sobrepostas, porém multicoloridos suavizados com efeitos brumosos. Listras e geometrias traçadas à mão. Pontos fortes dos tecidos: construções aéreas, translúcidos para sobrepor (gazes, organzas, organdis, malhas, voil). Geometria vazada, perfurada, devorada, bordados, rendas 3 D leves, multitransparências. Leveza, algodão/ poliamida, sintéticos com toques de papel. Pequenos quadriculados, pied-de-poule ou camisaria.
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Importar é o que importa? P
roduzir ou importar, eis a questão que atormenta muitas indústrias têxteis no Brasil. Se não importar, como concorrer com os produtos asiáticos? Se optar por trazer tecidos de fora, o que fazer com seu parque industrial? A centenária Werner, que se destaca na produção de uma linha de tecidos clássicos de seda e outra de diferenciados (inox shine, seda bambu, linho, crepe de shine com elastano, entre outros), optou também pela importação há cerca de dois anos, “para oferecer ao mercado nacional produtos a preços tão competitivos quanto os importados pela concorrência”, diz a coordenadora de Desenvolvimento de Produto Vanessa Bachiega. Mesmo atuando no nicho de tecidos mais sofistica-
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dos, de menor volume de produção e venda se comparado aos do dia a dia, cerca de 40% do que a empresa oferece hoje vêm de fora. “Algumas sedas e alguns poliésteres, sobretudo da China e da Indonésia,” completa. Aqui, a importação se dá apenas como complemento da produção, garante Vanessa. “As tecelagens são pressionadas pelo mercado a buscar essa alternativa. Nossa prioridade é a produção interna, o que nos possibilita também ter maior controle sobre a qualidade”, reforça. Verticalmente integrada, a fábrica da Werner, localizada em Petrópolis (RJ), emprega mais de 300 profissionais e opera com retorção, tecelagem, tinturaria, estamparia e acabamento. Para a coleção Primavera/ Verão 2013-14, apresentada na
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Mercado/Estratégia
Investir em tecnologia, em pessoal e em valor agregado é a alternativa para fugir da concorrência dos importados Première Brasil, em janeiro, em São Paulo, a empresa trouxe tecidos lisos e estampados, que dividem meio a meio o volume de produção. Dos estampados, 90% são desenvolvidos com exclusividade para clientes.
Incremento na oferta A importação também passou a fazer parte do dia-a-dia da Moda Cores, fabricante de malhas sediada em Itajaí (SC). Completando dez anos em 2013, a empresa vem adotando, desde o ano passado, uma série de medidas para incrementar sua atuação no mercado. Uma delas é a contratação da consultora de moda Aissa Basile como diretora de Estilo. Aissa chegou com a proposta de a empresa continuar investindo em tecnologia, pesquisa e capacitação,
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ção da empresa”, avalia Raduan, acrescentando que 80% dos clientes da empresa são confecções do bairro paulistano do Bom Retiro, além de grandes marcas. Investir na produção é também a estratégia da Artpreiss para se manter no mercado. “Importamos só tecnologia”, conta Daniel Lichtesnstein, da área de Estilo e Desenvolvimento. Com fábrica em Sorocaba (SP), a empresa produz rendas, laises, malharia, tules e jacquard. Em 2012, trouxe do exterior maquinário de tecnologia avançada para produzir jacquards eletrô-
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mas acrescentar opções de tecidos mais fashion aos básicos que produz. As novidades chegam para o Verão 13/14 com uma linha de tecidos planos importados, que vem complementar a linha de malhas desenvolvida pela Moda Cores. “São tecidos diferenciados, como chiffon estampado e guipures transparentes, com muito paetê, jacquards geométricos, organza, tule bordado provenientes da China e da Coréia”, diz Aissa. Entre esses, há uma linha exclusiva desenvolvida por ela e produzida na China, formada por malhas e tecidos planos como rendas, bordados, jacquards e guipures. “Não há como oferecer determinados tecidos diferenciados, de valor agregado a preços competitivos, a não ser quando provenientes do mercado externo”, assegura Aissa. Por isso, a intenção é aumentar ano a ano as importações, porém sem descuidar da produção interna. “Trazemos algumas cerejas, mas o bolo continuaremos fazendo aqui”, explica.
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Mercado/Estratégia
Caminho sem volta? Desde 1994 tecendo malhas com elastano e estampas para atender aos segmentos moda e esportivo, a Têxtil Farbe, de Santa Catarina é outra indústria do setor que incluiu os importados em sua estratégia de mercado. Segundo a gerente de Produto Ludmilla Fonseca, a coleção do Verão 14 está muito focada em produtos trazidos da Ásia. “São bordados, couros sintéticos, tecidos com corte a laser, brilhos, paetês”, exemplifica, dizendo que a importação é um caminho sem volta. Na linha moda e esportiva, os destaques da Farbe para o próximo Verão são tecidos trabalhados, perfurados ou com texturas geométricas. Ludmilla ressalta a linha de camisaria da empresa, também com alta demanda, com tecidos de poli-
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éster com poliamida, com tecnologia dry, que absorve o suor e mantém a peça sempre seca. Na área de estamparia, todo o mês são apresentadas novas e diferenciadas estampas. Rafael Raduan, responsável pelo marketing da Dalutex, acredita que “dá para driblar a concorrência dos importados”. Com fábrica em Sorocaba (SP) e atuando há cerca de 30 anos na produção de malhas e em estampas, a Dalutex não importa e continuamente investe em tecnologia, maquinario e na área de desenvolvimento, que cresceu nos últimos anos. “A criação é o cora-
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nicos (imitam tecidos de algodão, com efeito de renda, por exemplo). “Só não conseguimos concorrer com o impossível, com operários que ganham pouco, não têm direitos trabalhistas”, diz. Além disso, a empresa se esforça para entregar o produto de acordo com as necessidades do cliente, na hora certa. Os magazines são os principais clientes da Artpreiss, mas também um segmento de mercado que vem importando bastante da Ásia. “O governo brasileiro precisa nos dar força para continuar competindo”, conclui Lichtesnstein.#
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Mercado
Retalhos on line Portal recém-criado faz venda de resíduos sólidos provenientes de confecções e outros tipos de indústrias
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uem tem uma confecção sabe o transtorno que é dar um fim aos retalhos e outros resíduos sólidos. Agora, as empresas que quiserem optar por uma forma não poluente de descartar seus refugos e ainda ganhar algum dinheiro com isso podem anunciar gratuitamente no portal B2Blue.com (www.b2blue.com). Na ativa desde julho de 2012, a B2Blue. com é uma plataforma online que visa a valorização dos resíduos gerados pelas empresas e comércio por meio da negociação de serviços e soluções que os destinem adequadamente. “O que é resíduo para uns, pode ser matéria prima para outros”, enfatiza a gestora ambiental Mayura
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Okura, sócia da Maynis Company, empresa de novos negócios e investimentos sustentáveis, fundadora da startup. Esse é um modo, segundo ela, de auxiliar as organizações a se enquadrarem nas metas estipuladas pela Política Nacional de Resíduos Sólidos, que exige destinação ambientalmente adequada dos resíduos gerados, com potencial para aumentar as oportunidades de negócios. Mayura conta que a plataforma foi pensada inicialmente para categorias de produto como Plásticos, Madeiras, Borracha, Metais, Vidro, Papéis, Eletrônicos, e que Tecidos constavam da categoria Outros. “Mas a procura de empresas querendo anunciar seus
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retalhos foi tão grande, que vamos criar uma categoria só para esse tipo de produto”, diz ela, acrescentando que a participação de anúncios relativos a têxteis já corresponde a 10% do total o que considera uma partipação significativa. “Dispomos de uma equipe especializada em resíduos que valoriza os produtos e orienta os usuários sobre documentações exigidas para estarem em conformidade com a lei e sobre as melhores destinações aos seus refugos. E quanto mais detalhes forem informados sobre os resíduos no portal (fotos, quantidades, etc), maiores as chances de se conseguir um pedido”, finaliza.#
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FOTO TV GLOBO | JOÃO MIGUEL JÚNIOR
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HOLLYWOOD CARIOCA TV&Fashion
Figurinos das novelas influenciam a moda no Rio. Quando a história é contemporânea, abre a possibilidade dos figurinistas trabalharem com as tendências Por Heloisa Marra (*)
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ade in Brazil, as novelas têm na moda nacional o mesmo impacto que as séries de TV nos Estados Unidos exercem no estilo americano. O figurino de Janie Bryant para “Mad Men” foi decisivo na onda retrô anos 50 e 60 dos últimos tempos. No Brasil, assistimos ao efeito Carminha, com várias mulheres correndo atrás de camisas e bolsas, usadas pela vilã de “Avenida Brasil”.
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O Rio, cenário importante das gravações, reflete essa influência, reproduzindo nas lojas cada novidade. Do maxicolar usado por Débora, vivida por Nathalia Dill, aos leggings metalizados da piriguete Suelen (Isis Valverde) em “Avenida Brasil”.
Impulsionando o desejo do telespectador Humanizada pela atriz, a roupa pode ajudar a impulsionar o desejo.
e alegre bairro de “Avenida Brasil”. Quando começou a parceria entre a moda e o figurino? “Começou a acontecer comigo”, conta Marilia Carneiro, autora do figurino de “Guerra dos Sexos, e responsável pela famosa meia de lurex com sandália, usada por Sonia Braga em “Dancin’ Days”. “Antes havia figurinistas da linha de show, como Arlindo Rodrigues, que era carnavalesco. Eu tinha uma butique, a Truc, em Ipanema. Era o auge da Mary Quant, da Biba, final dos anos 60. Em vez de fabricar caseiramente, passei a usar nos personagens roupas da minha loja e de outras”, conta Marília.
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“Quando uma história é contemporânea, você tem a possibilidade de trabalhar com as tendências. E se consegue usar o que ainda vai entrar na loja, é melhor ainda porque pode ajudar a impulsionar o desejo do telespectador”, afirma Helena Gastal, figurinista de “Salve Jorge”. Em matéria de despertar desejo, o figurino de Livia, traficante de escravas brancas, vivida por Claudia Raia em “Salve Jorge”, deixa o público feminino com água na boca. Grifes como Pedro e Reinaldo Lourenço, alfaiataria, joias com brilhantes, como toda a vilã que se preza, ela tem a maior noção de estilo.
nista. Para encontrar o visual da Carminha, Marie Salles foi a muitos restaurantes da Barra da Tijuca . “Vi várias carminhas usando camisa de babados com medalha de santinha no pescoço. Minha base de pesquisa para a Olenka foi a Beyoncé, para a Suelen, a Jennifer Lopez dos anos 90”, diz Marie, que se baseou na influência do charme e do RAP, de cantoras como M.I.A. e Rihanna para vestir os personagens do Divino, o suburbano
Encontrando Carminhas nos restaurantes da Barra Além da passarela, muitas vezes o look do personagem vem da moda de rua, de comportamentos que já existem captados pela antena da figuri-
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Chemisier reciclado para "Guerra dos sexos" Em “Guerra dos Sexos”, Marília Carneiro pensou em Glória Swanson em ‘O Crepúsculo dos deuses’ (1950), e em Diane Keaton, no filme “Annie Hall” (1977), para construir a imagem de Charlô, feita por Irene Ravache. “Charlô usa turbantes, lenços, veludo molhado, túnicas com pantalonas e pele colorida para ninguém protestar”, diz Marilia, que para Mariana Ximenes acredita nas blusas com laço. Uma das apostas da figurinista é o visual de Roberta, interpretada por Glória Pires. “A peça-chave da personagem é o chemisier bem co-
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lorido e modernizado . Um modelo vermelho usado com pulseira de pedras turquesas. Achei o chemisier tão mulher sustentada!”, diz Marilia, que para Juliana, papel de Mariana Ximenes, acredita na blusa de seda com laço e sandálias super coloridas.
Perfume étnico em "Salve Jorge" “O Clone”, “Caminho das Índias” e agora “Salve Jorge”. Sempre que uma novela de Glória Perez está no ar, um perfume étnico invade a cidade. Mas se nas duas primeiras, ele foi muito acentuado, em “Salve Jorge”, o estilo é cosmopolita com
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cheiro turco. Emilia Duncan e Sabrina Patrocínio viajaram a Istambul e à Turquia para a pesquisa mas evitaram o caminho radical da fantasia. Segundo Sabrina Patrocínio, Oriente e Ocidente estão bem equilibrados. “Istambul é uma cidade globalizada. Não é Marrocos nem Índia. Não adianta esperar da novela a galera do Império Otomano”, avisa Sabrina. Estamparia de lenço, réplicas de joias em prata com turquesas, pedra símbolo da região, coletes bordados e estamparia ikat dão o toque étnico na medida exata. (*) matéria originalmente publicada no Rio Capital da Moda – Guia Oficial da Moda no Rio de Janeiro 2012, lançado pelo Senai Moda Design/ FIRJAN, Instituto Pereira Passos/ Prefeitura do Rio de Janeiro, Sebrae/RJ, e gentilmente cedida a O Confeccionista pela Firjan – Federação das Indústrias do Rio de Janeiro www.firjan.org.br
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dica do especialista Gestão DE ESTOQUES
Evite o descontrole e as perdas Entende-se como Gestão de Estoques a atividade de administrar os recursos materiais da empresa. Fazem parte dessa gestão as técnicas, métodos e ferramentas utilizadas para este fim. A figura do estoque está presente na indústria e não tem como ser diferente, pois para se atingir o objetivo de produzir e entregar, necessariamente deverá ocorrer uma compra, e neste momento começa o desafio do gestor industrial, que é o de responder a três questões: o que comprar, quando comprar e quanto comprar? A busca das respostas a esses questionamentos é uma das tarefas mais incertas na indústria de confecção; por isso não pode ser desprezada e realizada sem critérios.
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Com certa frequência encontram-se empresários que perguntam: onde está meu dinheiro? A resposta, via-de-regra é: olhe para o seu estoque! O mais curioso é que o tema estoque não é nenhuma novidade, sendo motivo de estudo, principalmente da Toyota, já no pós-guerra. Desde então, muito se tem falado sobre o assunto; e por incrível que pareça ainda é novidade para muitos confeccionistas. Desta forma o objetivo aqui é apresentar algumas técnicas que auxiliam nas decisões de estoque. Assim como ocorre em outros segmentos industriais, a confecção possui suas características próprias, como por exemplo, a dependência do clima, tendências de moda, variedade de tamanhos,
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Carlos de Oliveira Lima é Economista, Especialista em Consultoria EconômicoFinanceira de Empresas e em Desenvolvimento Regional. É sócio da Dulo & Lima Consultoria Empresarial e atua também como consultor do Sebrae/PR. carlos@pcpar.com.br
fatores esses que atuam isoladamente ou em conjunto como variáveis não controláveis, que causam impacto direto nas decisões relacionadas aos estoques. A gestão de estoque ocorre em dois níveis: físico e sistêmico. • Nível físico: trata-se do ambiente onde os materiais são armazenados e a forma como eles são tratados, compreendendo controle de entrada e saídas, codificação, localização dentro do ambiente, acuracidade. • Nível sistêmico: trata-se das técnicas, métodos, ferramentas e procedimentos adotados para planejar, avaliar e controlar. De forma prática, a gestão de estoque pode ser realizada fazendo-se uso das seguintes técnicas:
• Determinação do estoque mínimo ou de segurança; • Determinação do tempo de reposição de cada material (é o tempo necessário para repor o material considerando cotações, negociações, produção e entrega); • Definição do tamanho do lote de reposição (a quantidade que deve ser comprada a cada compra); • Definição do ponto de reposição ou ressuprimento (o momento em que deve ser liberada uma ordem de compra); • Determinação do tempo de cobertura (tempo em que o estoque atenderá à demanda); • Determinação do giro de estoque (quantidade de vezes que o material girou em um determinado período, podendo ser dia, semana, mês, ano); • Análise ABC (análise pelo método de Pareto, onde se busca identificar a importância relativa de cada material no total financeiro investido nos estoques); • Análise da criticidade para o processo pela falta de determinado item. • Determinação do Lote Econômico de Compra (mostra qual a quantidade ideal a ser comprada onde a empresa tem minimizados os custos de aquisição, estocagem e de capital); As informações obtidas por meio dessas técnicas auxiliarão na tomada de decisão do gestor industrial e ajudam a definir estratégias para enquadrar a atividade-fim da empresa de forma a gerar o lucro desejado.
Software de Gestão
Para que seja possível a implementação das técnicas citadas, a empresa precisará de um Software de Gestão Integrada para dar suporte às suas estratégias. Com o uso dessa ferramenta é possível adotar a técnica MRP (Material Requeriment Planning ou Planejamento das Necessidades de Materiais). Esta técnica pode ser utilizada paralelamente às outras já apresentadas, pois trata-se de uma forma de quantificar os diversos materiais num ambiente em que haverá diversos produtos, com suas variantes de cores e tamanhos, em diversas Ordens de Produção a serem entregues em diversos prazos, o que torna quase que impossível a gestão sem o auxílio deste tipo de ferramenta. Claro que no passado não existia computador e as empresas de alguma forma gerenciavam seus estoques, mas trata-se de outras épocas com suas características próprias, inclusive com um nível de exigência bem menor por parte do consumidor. Não dá para viver em 2013 e pensar e agir como se ainda estivéssemos na década de 90, ou antes. Assim sendo, faz-se necessário aproveitar ao máximo os recursos materiais, o que vai contribuir para aproximar a empresa de sua meta.
Prejuízos pela má gestão
Além das perdas diretamente relacionadas aos estoques, existe também a perda indireta em função de sua má gestão, como por exemplo, o tempo das pessoas envolvidas em procurar um material, discussões acerca da falta de determinado
item, realização de balanços inúteis, espaço físico ocupado improdutivamente, obsolescência, juros pagos em função do comprometimento do capital de giro da empresa. Estas situações, infelizmente, fazem parte do cotidiano de inúmeras empresas, o que gera uma descapitalização e consequentemente vai minando a capacidade de investimento e desenvolvimento, deixando-as vulneráveis às intempéries do mercado. Ao empresário da confecção é recomendado que alinhe suas práticas aos objetivos estratégicos, conscientizando-se e disciplinando-se a agir nos pontos que consomem a riqueza da empresa. Uma boa gestão dos estoques requer uma boa prática gerencial, que é conseguida através do conhecimento, que felizmente, hoje é universal e disponível para quem quer melhorar, tanto no nível profissional como pessoal. Cabe neste contexto, chamar a atenção também para as sobras de produtos ao final da coleção. Neste sentido recomenda-se que a empresa tenha sempre o “Plano B”, quanto às sobras. Esta é uma realidade e como tal, precisa de um plano para escoar os produtos que sobram (tanto matéria-prima como produto acabado). Esta é uma tarefa que requer iniciativa dos gestores. Recomendamos aos empresários da confecção que busquem informação e ajuda para gerir de forma eficaz seus estoques. Uma opção é são livros, revistas, palestras e contato com instituições de apoio ao empresário. Este é o caminho; não há outro.
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Oportunidade de expansão Ampliar número de lojas com capital de terceiros é tentador, mas se tornar franqueador demanda preparo e apoio ao franqueado
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ma estratégia para crescer. Assim é o franchising, sistema pelo qual o franqueador concede a franqueados o direito de operar uma empresa que leva não só a sua marca, mas seu conceito de trabalho. O modelo de negócios é uma boa opção para quem que já atua no varejo com lojas próprias ampliar os pontos de venda e, com isso, aumentar a visibilidade da marca, ter escala e melhores preços. E isso sem ter de usar capital próprio e arcar com os impostos que uma empresa de maior porte normalmente tem de enfrentar. “Um dos maiores atrativos das franquias é o fato de poder crescer utilizando recursos de terceiros”,
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diz Danilo Andreoli, sócio-diretor da Dubnet Varejo & Franchising. Para que o projeto dê certo, deve trazer bons resultados para toda a cadeia: franqueador, franqueado, fornecedores e colaboradores. Por isso, ter um bom planejamento estratégico e formatar a franquia de antemão é o caminho para chegar lá, acrescenta o diretor da Dubnet. “É preciso planejar como crescer e de que forma, definir quantas lojas quer ter, aonde e em que prazo, ou seja, saber o que vai ser o negócio no médio e longo prazo. E preparar a produção e os fornecedores para o aumento da demanda”, diz. Além disso, o franqueador precisa estar
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atento a inovações, incrementar o desenvolvimento de produtos e ter uma boa estratégia de marketing, pois o franqueado tende a exigir novidades, sobretudo em se tratando de moda. E mais: é necessário acompanhar o desempenho das lojas, uma estratégia de apoio para quem está entrando no negócio. Isso tudo demanda investimento. “É indispensável que a empresa que deseja se tornar franqueadora faça uma avaliação financeira para verificar se tem ou não condições de cumprir todos esses requisitos”, completa André Friedheim da Francap Consultoria de Franchising.
Experiência no varejo Além do mais, o franqueador tem de ter a experiência de varejo para poder transferir esse conhecimento ao franqueado. “Antes de iniciar uma operação de franquia, o modelo tem de ter sido bem testado, pois os franqueados devem seguir o mesmo conceito e padrão de operação”, completa o consultor.
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Mercado - Franquias
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bilidade de deixar o franqueado errar, e especialmente na escolha do ponto”, completa Rizzo. “Para expandir bem uma rede de franquias, é preciso dominar o mercado em que ela já está. Se você tem espaço no seu mercado, não arrisque em outro que você ainda não conhece. Consolide-se, domine onde você já está”, recomenda.
Marcus Rizzo
Investimento de peso
“Os padrões operacionais desenvolvidos numa unidade piloto devem transformados em manuais e repassados por meio de programas de treinamento”, ensina o especialista Marcus Rizzo, da Rizzo Franchise. Ele explica que a unidade piloto é a instalação experimental e prática em que o franqueador testa produtos e serviços, e procedimentos operacionais são examinados com o objetivo de desenvolver o melhor fluxo de trabalho possível para atender o consumidor e incrementar a lucratividade do negócio. Rizzo ressalta que, antes da abertura da primeira franquia, todas as questões devem estar amplamente respondidas e as respostas totalmente conhecidas. “Isso se chama ‘know-how’ ou conhecimento operacional do negócio e que só acontecerá através do conhecimento obtido no dia a dia, na operação do negócio”, destaca. A localização das lojas é outro aspecto a ser observado. “A escolha deve ser sempre do franqueador, que utiliza seu conhecimento adquirido na instalação de negócios em locais que derem certo e também em locais que não deram certo. Não há possi-
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Há quase três décadas fornecendo roupas femininas para lojas multimarcas e desde 2004 atuando também com lojas próprias, a Triângulo Modas levou pelo menos três anos se preparando para franquear a bandeira da grife, e inaugurou a primeira franquia em novembro de 2012. “Nesse período, foram feitos estudos de viabilidade, projeção de cenários futuros, planos de crescimento. Chegamos à conclusão de que a marca tinha potencial para ser franqueada e, em outubro de 2011, iniciamos o processo de formatação. A comercialização teve início em maio de 2012 e encerramos o ano com duas lojas franqueadas – uma em Poços de Caldas (MG) e outra em São Paulo (SP)”, conta o diretor
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Mauricio Santos. A expectativa da empresa é encerrar 2013 com quinze franquias e chegar ao final de 2014 com mais quinze. Para reforçar a marca e dar maior suporte ao projeto de expansão das franquias, a Triângulo Moda investiu, em paralelo, na ampliação do número de lojas próprias. Só em 2012 foram inauguradas seis unidades, das quais três em shopping centers. “São ações para fortalecer a marca, e lojas de shopping proporcionam maior visibilidade”, explica Santos. Com essas inaugurações, a Triângulo Moda soma hoje quinze lojas próprias. “Daqui para a frente, a expansão vai se dar apenas por meio de franquias”, completa o diretor. O investimento nesse processo não foi baixo: cerca de R$ 2 milhões, aplicados na abertura das novas unidades, contratação de pessoal e consultoria da Dub Net. “No varejo, quem não cresce encolhe, porque a pressão da concorrência é forte. E a franquia é a maneira mais rápida de crescer – e com capital de terceiros. E se cresce sem ter de aumentar custos fixos e pagar mais impostos”, conclui.
Planejamento seguro Na Tip Top, marca que desde 1952 atende o segmento bebê e infantil
Expansão planejada
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Mercado - Franquias
civil. Além de roupas, as lojas oferecem uma linha de acessórios, produzida por fornecedores homologados. Em quatro anos (de 2008 a 2012), a rede de lojas da TipTop se estendeu por 16 estados e pelo Distrito Federal, totalizando 68 unidades. Dessas, cinco são próprias. O foco para 2013 é crescer na região Norte e nos estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais, “onde há muito espaço ainda”. “Nossa meta é chegar a pelo menos 100 lojas nos próximos anos, a maioria delas em shopping centers”, coloca Marcondes. A razão da escolha de crescer por meio de franquias é atribuída a ganhos de escala e à possibilidade de crescer com maior velocidade. “O sistema de franquia possibilita ao franqueador crescer de forma mais rápida, atingindo mais facilmente os territórios do seu plano de expansão. Nosso objetivo é crescer, mas utilizando a marca e estrutura para tal, deixando nas mãos dos franqueados a gestão local dos negócios”, justifica o gerente da TipTop. “Com lojas franqueadas , o franqueador consegue se dedicar ao planejamento do negócio como um todo, aprimorando o seu marketing, produto, sistema, etc...”, acrescenta.
Mas não é só abrir as lojas e esperar pelos resultados. O franqueador precisa acompanhar as lojas franqueadas, ter uma estratégia de apoio para quem está entrando no negócio. “O franqueador se torna um ‘prestador de serviço’ para o novo canal que está sendo montado, tem de ajudar o franqueado, apontar as melhores práticas, ter equipes de supervisores que visitam as lojas da rede, treinar e retreinar o franqueado, ter uma intranet para manter comunicação” enumera André Friedheim, da Francap. “Além de criar um negócio que seja atraente para um investidor deve-se ter como foco a prestação de serviço ao franqueado, pois só assim uma rede cresce fortalecida e atinge seu objetivo”, concorda Marcondes, da Tip Top. É preciso ainda saber ouvir o franqueado. “O franqueador tem de ser um gestor de pessoas, ter coragem de tomar decisões por terceiros, dividir decisões, não ser centralizador, saber filtrar, ser inovador”, ressalta Andreoli, da Dubnet. Como o relacionamento entre franqueador e franqueado é próximo, é preciso escolher bem. “Gestor de loja dá para mandar embora, trocar quando necessário, mas com o franqueado isso não ocorrer”, conclui o consultor..# FOTO: DIVULGAÇÃO
(zero a dez anos), os estudos para implantação de uma rede nacional de lojas franqueadas começaram em 2005 e avançaram até 2008, quando foi inaugurada a loja piloto no Bourbon Shopping Pompéia, em São Paulo. “Essa loja própria testou todas as ferramentas desenvolvidas para o projeto, possibilitando em seguida iniciar o processo de expansão através de lojas franqueadas”, explica o gerente de Expansão Ricardo Mendes Marcondes. “Estudamos o mercado, analisamos concorrência e constatamos apontaram uma grande carência de redes nacionais atuando no segmento infantil. Aí montamos a estrutura da franqueadora!”, conta. Foi elaborado então um detalhado plano de negócios com todas as etapas para implantação da rede de lojas franqueadas, bem como cenários de mercado para os próximos cinco anos. Seguindo todas as etapas técnicas exigidas pelo projeto, foram contratados especialistas para cada uma das demandas e desenvolvido um novo projeto arquitetônico, nova comunicação visual, software de gestão do PDV e retaguarda, documentos legais (Circular de Oferta de Franquia e Contrato de Franquia), fabricante de mobiliários e construção
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Crescimento acelerado
Apoio total
André Friedheim
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dica do especialista
Gestão
Melhores produtos para um futuro melhor Os consumidores cada vez mais estão em busca produtos de qualidade com um custo barato, mas muitos estão aderindo ao sistema SLOW FASHION. O que seria o SLOW FASHION? É um movimento que pensa no reuso de materiais e de produtos que podem ser utilizados anos e anos pelo consumidor sem sair da “MODA”, ou que no seu projeto de desenvolvimento utilizem recursos e materiais que tenham menor impacto no meio ambiente. É o caso de projetos de produtos com materiais ecologicamente corretos (como tecidos que utilizam materiais reciclados em sua composição) e processos que reduzem a quantidade de produtos químicos que agridam
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Karina dos Santos Galego Pessoa é Engenheira Têxtil, especialista em Administração Industrial e Mestranda em Têxtil e Moda. Atua como Coordenadora e docente do Curso Superior de Tecnologia em Design de Moda da UNIBAN/ANHANGUERA – unidade Marte e como assessora técnica nas áreas Têxtil e do Vestuário pelo SENAI Têxtil/ Vestuário
ao meio ambiente (como processos de lavanderia em jeans que demandam menor consumo de agua devido a tecnologia de novos produtos, equipamentos e processos). Abaixo, algumas dicas que ajudam a preservar o meio ambiente e proporcionam economia considerável: - Repense os processos de construção do produto, ou seja, opte por modelagens mais versáteis, com bom caimento e com redução de processos nas partes a serem costuradas. - Utilize máquinas de costura com motores que consomem menos energia e que não demandam grande quantidade de óleos lubrificantes em seus componentes. - Utilize ao máximo a iluminação e ventilação naturais, que melhoram
o desempenho de seus colaboradores e aumentam a autoestima. - No processo produtivo, reutilize materiais como sobras de tecidos para realizar separação de lotes no setor de corte. - Recicle materiais como tubos e plásticos de tecidos ou separe agulhas para serem descartadas como materiais metálicos. - Pense sem sistemas logísticos que diminuam tempo de percurso interno da empresa, minimizando desgaste de seus colaboradores. E em sistemas externos com o uso de combustíveis ecologicamente corretos, como o biodiesel.
- Crie campanhas de conscientização do uso correto dos produtos por parte do consumidor, esclarecendo que o produto pode retornar (na logística reversa) como matéria-prima no desenvolvimento de novos produtos, após passar por processos que viabilizem sua utilização. Isso diminui o desgaste dos recursos naturais presentes em nosso planeta. - Utilize ferramentas como 3R´s (reduzir, reciclar e reutilizar) em processos de desenvolvimento e construção dos produtos. - Pense Verde – Projete produtos tendo em mente todo o ciclo de vida. - Escolha com sabedoria– Utilize
materiais favoráveis ao meio ambiente. - Crie–Fabrique produtos úteis com o mínimo de materiais e energia. - Entregue – Transporte os produtos com eficiência. - Diminua o uso – Minimize o impacto dos usuários. - Utilize com sabedoria – Reutilize os recursos. Essas são algumas das atitudes que a empresa pode ter seu dia-a-dia para incentivar a cultura de responsabilidade social e ambiental entre seus colaboradores, e pensar que podemos ter um futuro melhor, mesmo dentro das tendências.
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Moda praia, jeans e moda feminina ganham espaço
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Regional/Agreste Pernambucano
Mercado em ascensão O segundo maior polo de confecções do país se capacita e se profissionaliza para produzir melhor
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pólo de confecções do Agreste Pernambucano está em franco desenvolvimento. Formado pelos municípios de Caruaru, Toritama, Santa Cruz do Capibaribe e outras dez cidades, reúne, segundo estimativas do sindicato local, cerca de 20 mil empresas de confecção.”Temos agora um foco maior em ‘Moda’, e as tendências e tecnologias estão presentes em cada coleção que é lançada. Nossos empresários estão procurando constantemente novas capacitações para ele e sua equipe. O profissionalismo é a tônica do momento, todos estão conscientes de que este é o caminho do crescimento sustentável”, afirma Osíris Lins Caldas, presidente recém-empossado da ACIC – Associação Comercial e Empresarial de Caruaru.
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A ACIC tem grande responsabilidade por essa evolução profissional. Vem contribuindo no sentindo de estimular o empreendedorismo e a preparação técnica de todos os envolvidos na cadeia produtiva do setor de confecção, por meio das câmaras setoriais do APL – Arranjo Produtivo Local, em conjunto com entidades parceiras como Sebrae, Governo do Estado e Municipal, Sindivest e Associações Comerciais da Região. Desde 2002 o Sebrae acompanha a evolução do segmento de confecções em Caruaru e região. Lá, por meio do programa “O Negócio da Moda Pernambucana”, auxilia os empresários do setor a aprimorar seu desempenho no que refere a criação de produto, gestão da produção, gestão organizacio-
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nal e comercialização. “Promovemos palestras, cursos e damos consultorias, contando também com o apoio de parceiros como SENAI e outras instituições”, conta o gestor do projeto Mario Cesar Freitas Lins.
Osíris, presidente da ACIC, e João Bezerra, conselheiro
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Regional/Agreste Pernambucano
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Empresa na Rodada de Negócios
Agreste TEX
grande trabalho de conscientização dos empresários visando à profissionalização dos negócios, desde a capacitação técnica, passando pela melhoria dos processos e procedimentos operacionais, cumprimento de prazos, respeito aos contratos e importância do associativismo. “Hoje não existe mais motivo para Minas Gerais, São Paulo e Rio Grande do Sul não procurarem novos polos produtivos. Nossa região vem atuando com pesquisa e desenvolvimento e o resultado é visto no interesse, cada vez maior, desses estados em buscar nossos produtos, pois sabem que terão qualidade e criatividade de confecção, empresas formalizadas e adequadas aos padrões do mercado”, assegura.
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Helvio Madeira, da FCEM
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O maior exemplo desse processo evolutivo é a Rodada de Negócios da Moda Pernambucana, evento que consolidou a região como uma das mais promissoras do país, avalia o presidente da ACIC. A estimativa para a 15ª. edição, que aconteceu entre 27 de fevereiro e 1 de março, em Caruaru, é de que o volume de negócios ultrapasse os R$ 20,5 milhões registrados na 14ª edição, realizada em 2012. “O evento não para de crescer e recebe novos compradores de todas as partes do Brasil, como do Centro-Oeste, Sudeste e Sul, regiões que, cada vez mais, procuram o polo em busca de seus produtos têxteis”, completa Caldas. A Rodada de Negócios da Moda Pernambucana tem como objetivo fortalecer o estado como polo produtor de moda e vestuário e torná-lo uma opção de fornecimento para redes varejistas em todo o País. Ao todo, os 120 expositores de Pernambuco levaram ao evento mais de 4,5 mil itens em oito segmentos: moda masculina, feminina, infantil, jeanswear, bebê, íntima, surf, streetwear e praia & fitness. “Atualmente o jeanswear pernambucano é o que mais se destaca entre os produtos comercializados tanto na Rodada como fora dela, sendo um dos grandes atrativos da região”, afirma Osiris Caldas. “Porém, em todo o polo de moda do Agreste, percebe-se uma evolução de vendas em outras frentes, como os segmentos de moda masculina – com ênfase às camisas T-Shirt e polo e moda infanto/juvenil”. O presidente da ACIC explica que, para as confecções chegarem a esse nível de evolução, foi feito, no decorrer da última década, um
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Rodada de Negócios
A ACIC foi também a grande incentivadora da Agreste TEX – Mostra de Máquinas, Serviços e Tecnologia para a Indústria Têxtil, cuja primeira edição irá ocorrer entre 5 e 8 de março deste ano. “ Verificamos que eventos similares não estavam condizentes à qualidade que nossa região exige e tampouco satisfazendo os critérios profissionais que os empresários participantes desejavam. Portanto, procuramos um parceiro que reunisse as devidas capacidade técnicas e experiência e assim chegamos a FCEM, que realiza os maiores e mais tradicionais eventos deste segmento no Brasil”, conclui Caldas. Para o presidente da FCEM, Hélvio Roberto Pompeo Madeira, “a região do agreste pernambucano é um mercado em ascensão. A Agreste TEX levará para este importante polo de confecção - hoje o segundo maior do país, atrás apenas de São Paulo - o que há de mais moderno no segmento têxtil em tecnologia, serviços e informação”. João Bezerra, Conselheiro da ACIC e um dos idealizadores da Agreste TEX, destaca que o evento levará informações a cerca de 20 mil produtores da região e representa a chance para quem tem dificuldades de viajar para participar de feiras como esta, normalmente realizadas apenas em capitais.#
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TECNOLOGIA
Começando 2013 com o pé direito Agreste Tex em Caruaru em março, Feimaco e Tecnotêxtil em São Paulo, em abril. Veja o que alguns dos fornecedores de máquinas e soluções para confecções vão apresentar ao mercado
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s eventos esportivos que ocorrerão no País – Copa das Confederações (2013), Copa do Mundo (2014) e Olimpíadas (2016) – prometem aquecer a economia. Ao se tornar o centro das atenções no planeta nesse período, o Brasil cria novas oportunidades de negócios, inclusive para o setor têxtil e de vestuário. Não à toa, os fornecedores de máquinas e equipamentos para confecções estão a postos para suprir as necessidades de seus clientes, colocando seu leque de produtos em exposição em várias feiras que acontecem já neste primeiro semestre do ano. Representante de marcas reconhecidas como Siruba, Brother, Sansei,
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Macpi, Suzuki e Japsew, a Andrade Máquinas é uma das que se mostra otimista em relação aos futuros negócios. “Com a realização da Copa do Mundo no Brasil, o país terá grande exposição em âmbito mundial”, avalia a diretora de Marketing Danielle Andrada. Segundo ela, a empresa se esforça para mostrar aos clientes que, para conseguir um aumento na produção e melhorar a qualidade do produto final, é necessário investir em equipamentos melhores. Mas isso não é tarefa fácil, admite. “As empresas que vendem máquinas e equipamentos têxteis continuam sofrendo a concorrência desleal de equipamentos chineses com má qualidade e preços muito abaixo do mercado”, lamenta.
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Máquina de corte MACPI
além das novas máquinas Brother e de uma impressora de tecidos.
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s eventos esportivos que ocorrerão no País – Copa das Confederações (2013), Copa do Mundo (2014) e Olimpíadas (2016) – prometem aquecer a economia. Ao se tornar o centro das atenções no planeta nesse período, o Brasil cria novas oportunidades de negócios, inclusive para o setor têxtil e de vestuário. Não à toa, os fornecedores de máquinas e equipamentos para confecções estão a postos para suprir as necessidades de seus clientes, colocando seu leque de produtos em exposição em várias feiras que acontecem já neste primeiro semestre do ano. Representante de marcas reconhecidas como Siruba, Brother, Sansei, Macpi, Suzuki e Japsew, a Andrade Máquinas é uma das que se mostra otimista em relação aos futuros negócios. “Com a realização da Copa do Mundo no Brasil, o país terá grande exposição em âmbito mundial”, avalia a diretora de Marketing Danielle Andrada. Segundo ela, a empresa se esforça para mostrar aos clientes que, para conseguir um aumento na produção e melhorar a qualidade do produto final, é necessário investir em equipamentos melhores. Mas isso não é tarefa fácil, admite. “As empresas que vendem máquinas e equipamentos têxteis continuam sofrendo a concorrência desleal de equipamentos chineses com má qualidade e preços muito abaixo do mercado”, lamenta. Com sólida e ampla estrutura, a Andrade Máquinas tem matriz em Guarulhos/SP e filiais estrategicamente localizadas em São Paulo/ SP, Caruaru/PE, Maringá/PR e Blumenau/SC. “Apesar de 2012 ter sido um ano atípico para muitos se-
Bordados em alta Caseadeira Sansei
tores da economia, inclusive para a área têxtil, inauguramos a filial de Blumenau”, frisa a diretora. Neste primeiro semestre, a Andrade Máquinas estará presente na Feimaco – Feira Internacional de Máquinas e Componentes para a Indústria da Confecção, a ser realizada entre 2 e 5 de abril no Anhembi, em São Paulo. “É um estande de 324m², localizado bem na entrada do pavilhão do Anhembi”, conta Danielle. Entre as novidades apresentadas estão a Caseadeira de Olho Sansei, 100% eletrônica, com 4 tipos de caseados diferentes e tamanho de até 45mm. A máquina, segundo a diretora de Marketing, oferece excelente velocidade de costura (2500 rpm), o que colabora para a eficiência na produção. Outros destaques são a sala de corte completa para jeans, com enfestadeira e mesa de corte,
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Otimismo também é a tônica na Tajima do Brasil, de máquinas de bordar. “Nos próximos anos, o Brasil estará em evidência e, com certeza, a economia, no geral, irá se aquecer, o mesmo acontecendo com o segmento de confecções”, avalia o diretor Comercial Eduardo Fuentes Molinero. Atenta a esse cenário, a empresa irá participar de três grandes eventos em 2013: AgresteTex, em Caruaru (de 5 a 8 de março), Tecnotêxtil, em São Paulo (de 15 a 18 de abril) e Maquintex, em Fortaleza, em agosto. “Vamos expor um mix de máquinas de pequeno e grande porte e destacaremos as técnicas utilizadas e as novas tendências no bordado”, revela Molinero. 2012 foi um ano de decisões importantes para a Tajima. Em abril daquele ano a multinacional japonesa se estabeleceu comercialmente no país por meio da Tajima do Brasil Comércio e Importação de Máquinas de Bordar e, com isso, deixou de trabalhar com distribuidores. “O desempenho da filial no segundo semestre daquele ano deixou claro que a decisão foi acertada. Agora é trabalhar muito em busca da eficiência e de novas conquistas”, diz o diretor Comercial, acrescentando que o objetivo da empresa é apresentar soluções sempre criativas,
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Feira internacional para o processamento de têxteis e materiais flexíveis
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Máquinas de bordar Tajima
que, para conseguir um aumento na produção e melhorar a qualidade do produto final, é necessário investir em equipamentos melhores. Mas isso não é tarefa fácil, admite. “As empresas que vendem máquinas e equipamentos têxteis continuam sofrendo a concorrência desleal de equipamentos chineses com má qualidade e preços muito abaixo do mercado”, lamenta. Com sólida e ampla estrutura, a Andrade Máquinas tem matriz em Guarulhos/SP e filiais estrategica-
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Bordados em alta
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s eventos esportivos que ocorrerão no País – Copa das Confederações (2013), Copa do Mundo (2014) e Olimpíadas (2016) – prometem aquecer a economia. Ao se tornar o centro das atenções no planeta nesse período, o Brasil cria novas oportunidades de negócios, inclusive para o setor têxtil e de vestuário. Não à toa, os fornecedores de máquinas e equipamentos para confecções estão a postos para suprir as necessidades de seus clientes, colocando seu leque de produtos em exposição em várias feiras que acontecem já neste primeiro semestre do ano. Representante de marcas reconhecidas como Siruba, Brother, Sansei, Macpi, Suzuki e Japsew, a Andrade Máquinas é uma das que se mostra otimista em relação aos futuros negócios. “Com a realização da Copa do Mundo no Brasil, o país terá grande exposição em âmbito mundial”, avalia a diretora de Marketing Danielle Andrada. Segundo ela, a empresa se esforça para mostrar aos clientes
mente localizadas em São Paulo/ SP, Caruaru/PE, Maringá/PR e Blumenau/SC. “Apesar de 2012 ter sido um ano atípico para muitos setores da economia, inclusive para a área têxtil, inauguramos a filial de Blumenau”, frisa a diretora. Neste primeiro semestre, a Andrade Máquinas estará presente na Feimaco – Feira Internacional de Máquinas e Componentes para a Indústria da Confecção, a ser realizada entre 2 e 5 de abril no Anhembi, em São Paulo. “É um estande de 324m², localizado bem na entrada do pavilhão do Anhembi”, conta Danielle. Entre as novidades apresentadas estão a Caseadeira de Olho Sansei, 100% eletrônica, com 4 tipos de caseados diferentes e tamanho de até 45mm. A máquina, segundo a diretora de Marketing, oferece excelente velocidade de costura (2500 rpm), o que colabora para a eficiência na produção. Outros destaques são a sala de corte completa para jeans, com enfestadeira e mesa de corte, além das novas máquinas Brother e de uma impressora de tecidos.
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Otimismo também é a tônica na Tajima do Brasil, de máquinas de bordar. “Nos próximos anos, o Brasil estará em evidência e, com certeza, a economia, no geral, irá se aquecer, o mesmo acontecendo com o segmento de confecções”, avalia o diretor Comercial Eduardo Fuentes Molinero. Atenta a esse cenário, a empresa irá participar de três grandes eventos em 2013: AgresteTex, em Caruaru (de 5 a 8 de março), Tecnotêxtil, em São Paulo (de 15 a 18 de abril) e Maquintex, em Fortaleza, em agosto. “Vamos expor um mix de máquinas de pequeno e grande porte e destacaremos as técnicas utilizadas e as novas tendências no bordado”,
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dica do especialista
PRODUÇÃO
Vanderlei Carlos Dorigon é Engenheiro de Produção e diretor da DS Soluções Tecnológicas Ltda. www.dstecnologia.com
Balanceamento de Carga A técnica ajuda a reduzir o tempo de produção e a melhorar a produtividade, o que pode resultar em redução de custos O balanceamento de carga é a principal ferramenta para melhorar a produtividade e reduzir o lead-time ou, em português, o tempo de produção, e, com isso, contribuir significativamente para redução de custo e aumento da liquidez. Se a indústria de confecção possui um baixo lead-time, então as peças atravessarão todas as fases de produção com maior rapidez, reduzindo estoques intermediários, prazo de faturamento e tempo de entrega. O balanceamento de carga consiste na divisão da carga de trabalho de um determinado produto para a equipe de operadores, que podem estar posicionados em layout de linha ou em célula de produção. Nos dois casos, a estratégia
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deve gerar o máximo de equilíbrio de tempo entre operadores. Veja abaixo exemplo de distribuição de carga para um grupo de costureiras na montagem de uma peça. Neste exemplo, podemos observar que o tempo total de montagem da Referência D510 é de 841 segundos e deve ser executada por um grupo de seis operadores, num tempo médio de 140 segundos por operador, segundo o plano de balanceamento. Assim, o responsável pela produção deve juntar ou dividir operações entre a equipe de forma que cada operador desempenhe seu trabalho nesse período de tempo, em média. O Estudo de balanceamento deve levar em conta alguns fatores como: 1) Habilidade do operador em determinadas tarefas. 2) Disponibilidade de máquinas e dispositivos de produção.
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dica do especialista
3) Espaço físico para disposição das máquinas de costura. 4) Instalação elétrica flexível. 5) Necessidade de troca de cor de linha. 6) Volume do lote de produção por referência. O Estudo de balanceamento de carga é feito por referência. Para cada modelo de peça teremos, portanto, um plano diferente. Desta forma, quanto maior o mix de produtos, maior o volume e a complexidade do trabalho de distribuição de carga.
Definição do layout
O estudo do balanceamento de carga é pré-requisito para definir o layout das máquinas no setor de costura, bem como o nível da necessidade de flexibilidade .
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PRODUÇÃO
Nos estudos realizados procura-se definir um mesmo layout para atender vários balanceamentos de carga, evitando movimentação constante de máquinas. No entanto, muitas vezes ainda é necessário mover alguma máquina. Quando da troca de modelo de produto é comum que uma mesma operadora tenha disponível mais de uma máquina para trabalhar, visando atender várias operações, objetivando completar o seu tempo. Há exemplos de layouts para atender a vários balanceamentos. Há casos em que alguns operadores têm mais de uma máquina, algumas não serão usadas no balanceamento acima descrito, mas são necessárias para outro modelo de produto. O ganho de eficiência com o es-
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tudo de balanceamento de carga é compensador, pois aumenta a interdependência entre as costureiras, melhorando o ritmo de trabalho, aumentando a continuidade de fluxo das peças. Dessa forma, cada operadora tem como meta um tempo médio, e a cobrança dessa meta é feita automaticamente por sua colega no processo subsequente. O estudo de balanceamento de carga necessita da sequência operacional dos produtos, com registro de tempos, máquinas, operadoras etc... Isso pode ser feito em planilhas de Excel ou em softwares exclusivos para esse fim. O estudo em questão força a necessidade de se ter operadores multifuncionais, pois para completar o tempo médio é preciso ter habilidade em mais operações.
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Gestão
Vamos fazer direito?
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pesar parecerem tão distantes, o Direito e a Moda têm forte relação. Nos últimos anos, a indústria da moda (confecções e vestuário, acessórios, calçados e outros) vem ganhando importância na economia global, e em especial no Brasil, seja pelo tamanho do mercado, número de empresas, participação no PIB. A maior profissionalização das empresas, aumento na qualidade das exportações, acesso a novos mercados, marcas brasileiras se internacionalizando, franquias de moda se proliferando, entrada de grandes marcas de luxo no mercado
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brasileiro, aquisições de empresas e investimento de fundos estrangeiros, dentre outros fatores, demonstram que o mercado da moda está amadurecendo no país. De um lado temos um número cada vez maior de pequenas e grandes empresas com diversos desafios jurídicos (disputa entre marcas, pirataria, contratos com fornecedores, etc.). E para auxiliar o crescimento e desenvolvimento dessas empresas neste novo cenário econômico, advogados tem se especializado em assessorar diversas empresas da indústria da Moda. As empresas têm novos e crescentes desafios, e os ad-
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O Direito de Moda ou Fashion Law, como é conhecido nos EUA e na Europa, congrega várias áreas do Direito (Contratual, Comercial, Propriedade Intelectual, Concorrência, Internacional e outras), voltadas para solucionar problemas e desafios num novo cenário econômico vogados precisam entender a lógica envolvendo o fashion business para produzir contratos, assessorar na busca de financiamentos, proteger contra concorrência desleal e uso indevido de marcas, dentro outras formas de atuação. Para discutir essas questões, dois eventos já foram realizados em anos consecutivos (2011 e 2012) e um terceiro deve ser agendado para São Paulo este ano. Em novembro, a segunda edição do Fashion Law Brasil, no Rio de Janeiro, recebeu um público qualificado de cerca de 200 participantes, entre advogados, estudantes de moda, empresários e
Para preparar esses profissionais do futuro, o Grupo Tie está criando um Instituto de Negócios e Direito da Moda no Brasil, que auxiliará nesta formação.
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estilistas, que contribuíram ativamente nos painéis de discussão. “A edição de 2013 deve acontecer em São Paulo e, para isso, contatamos também profissionais da Europa que possam contribuir para o debate. Além disso, estudamos formas de ampliar o espaço de interatividade do público, visando colher contribuições para inovação em práticas de gestão e jurídicas, relacionadas ao tema, deixando um legado. Isso seria um avanço”, conta o advogado Michel Porcino, presidente do Grupo Tie, organizador do evento.
Moda X Direito
Temas em debate
Michel Porcino afirma que os pontos de intersecção entre Moda e Direito são inúmeros. Além de questões contratuais, direito de imagem de modelos, questões imobiliárias junto a Shopping Center, Combate a Pirataria, ele cita alguns exemplos:
A segunda edição discutiu a valorização das Marcas na Moda e quais os caminhos para proteger produtos contra Pirataria e Cópia Não Autorizada (Concorrência Desleal). “Trouxemos uma grande especialista do tema nos EUA, Staci Riordan, que destacou como profissionais do Direito têm contribuído para o crescimento da indústria nos Estados Unidos. Discutimos possíveis alterações na legislação brasileira, em comparação com práticas de sucesso nos Estados Unidos. Especialistas brasileiros falaram sobre a importância de inovar pela criação de Moda Autoral e como criar uma estratégia de crescimento pelas Franquias. Adicionalmente, trouxemos uma executiva da renomada agência Ford Models e realizamos um debate sobre Direito e Imagem e o papel das Modelos no crescimento das marcas no Brasil. Para fechar, um debate com profissionais da indústria revelou quais as perspectivas de crescimento da indústria e desafios a serem enfrentados nos próximos anos”, resume Porcino.
(1) Com um planejamento jurídico adequado realizado por advogados especializados, estilistas podem desenvolver e valorizar o seu trabalho criativo, protegendo sua Marca (DNA do criador) de cópias indevidas e pirataria. Com isso, podem potencializar seus ganhos, criando uma estratégia de crescimento. (2) Considerando a dinâmica da indústria, logística, fluxo de vendas, um planejamento tributário realizado por advogados contribui para a melhor destinação dos recursos, equalizando as despesas. (3) Recentemente, diversas empresas foram acusadas de mão de obra escrava na linha de produção. Um adequado planejamento trabalhista, principalmente num setor em que a terceirização e quarteirização são comuns, pode evitar essas situações, que além de infringirem a lei, causam prejuízo à marca. (4) Questões ambientais também t&em sido pauta para ad-
Michel Porcino
vogados que atuam com moda. Em 2012, após campanha global do Greenpeace, a Zara assumiu compromisso de eliminar todas as substâncias químicas perigosas de sua cadeia de produção. (5) Com a profissionalização, o mercado competitivo exige uma estratégia de crescimento para empresas. Com isso, percebemos a criação de novos grupos econômicos que podem virar conglomerados no futuro, utilizando-se de investidores estrangeiros (fundos de investimento), acesso ao mercado de capitais (como já fizeram Restoque – Le Lis Blan, Inbrands, Alpargatas, Arezzo, etc.). Advogados especializados no mercado da moda e nas estratégias de crescimento contribuem para o sucesso dessas empresas.#
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dica do especialista modelagem
Sistemas de CAD para confecção
Marcelo Souza da Silva é professor no SENAI CETIQT nas cadeiras de CAD de Modelagem (Sistemas Audaces e Lectra), Tecnologia de Confecção Industrial, Planejamento e Processos de Risco e Corte, nos cursos Bacharelado em Design - Habilitação Moda, Tecnólogo em Produção do Vestuário, Engenharia Têxtil e de Produção, e nos cursos técnicos e Confecção - Habilitação Vestuário
No mercado de confecção, os sistemas de CAD estão cada vez mais modernos. São uma necessidade num cenário cada vez mais competitivo Sistemas de CAD são softwares para criação de projetos gráficos. A sigla CAD significa, em português, Computer Aided Design - desenho (ou projeto) assistido por computador. Esses sistemas podem ser usados em várias áreas da indústria - existem CAD’s dedicados à arquitetura, como o famoso AutoCad, para desenho como CorelDRAW - e para área do vestuário, como Audaces, Lectra, Moda-01, Gerber, Investrônica e tantos outros que encontramos no mercado. Os sistemas CAD para área do vestuário (Audaces, Lectra, Moda-01, Gerber, Investrônica e tantos outros) atuam basicamente nos setores de modelagem e corte, duas áreas vitais no que diz respeito
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à qualidade do produto, economia de tempo e de matéria prima.
Usos do sistema Na Modelagem , o CAD é utilizado para fazer a digitalização ou fotodigitalização dos modelos, ou seja, introduzi-los no sistema; na Gradação, processo pelo qual a partir de um tamanho chamado de tamanho base fazem-se os demais tamanhos da grade de tamanho. Outra aplicação são eventuais correções e alterações nos moldes. Existe também a possibilidade criar os moldes diretamente no sistema, não sendo necessária a etapa de digitalização ou fotodigitalização. Já no setor de corte, o sistema é utilizado para se fazer o encaixe, também conhecido como risco marcador, que é
o encaixe das partes componentes do modelo nos tamanhos que se deseja cortar sobre o tecido, de forma a se obter o melhor aproveitamento possível.
Vantagens na modelagem As vantagens no uso desse tipo de sistema são inúmeras. A primeira é a velocidade com que o processo de modelagem começa a fluir, o que é muito perceptível na etapa de gradação. Uma calça jeans básica (Five pocket) com uma grade do 36 ao 50, pelo processo manual, leva em média uma hora para se fazer a gradação. Um modelista com experiência razoável em um sistema CAD pode levar menos da metade desse tempo, contando com o tempo de introdução do modelo no sistema. Outras vantagens são o reaproveitamento, correção e/ou alteração de modelagens, uma vez que um modelo está pronto (já com sua gradação feita) qualquer alteração feita no tamanho base é transferida automaticamente para os demais tamanhos, sem a necessidade de se fazer a gradação novamente. Existe a possibilidade de se utilizar uma parte de molde já existente, em outro modelo diminuindo assim ainda mais o tempo de modelagem, e aumentando a produtividade da empresa.
Vantagens no setor de corte Dependendo do sistema, as vantagens se multiplicam. Existem, no
mercado, sistemas que utilizam módulos de encaixe automático, no qual o próprio computador faz o encaixe das peças, que pode ser alterado pelo usuário para melhor atender as necessidades da empresa. O uso de encaixe automático tem aumentado sensivelmente nos últimos anos, graças às melhorias que as empresas fabricantes de sistemas CAD tem feito nos módulos de encaixe automático. E em alguns casos os encaixes ficam bem próximos da perfeição, mas caso o sistema não faça um encaixe satisfatório, o próprio operador pode optar em fazer o encaixe, sem precisar se preocupar com fio e quantidades de peças, pois o sistema verifica todos essas informações. Há que se preocupar apenas com a posição que os moldes devem ocupar. Outra vantagem é a velocidade com que o encaixe é feito. Mesmo um encaixe feito pelo usuário é bem mais rápido quando no sistema do que manualmente. No caso do encaixe automático, o operador programa o tempo em que o computador ficará “pensando” no encaixe, mas, na maioria das vezes, esse tempo não passa de 10 minutos.
Mão de obra Quando falamos em modernização do setor de modelagem e corte, nos referimos a investimento não só em equipamentos, mas também em mão de obra. Trabalho com sistemas de CAD há mais de 15 anos, e já acompanhei empresas que os implantaram
e tiveram resultados muito positivos, e empresas que chegaram ao extremo de se desfazerem deles devido ao resultado negativo na implantação. O sucesso da implantação do CAD está 50% na escolha de um bom sistema, que atenda as necessidades da empresa, e 50% na capacitação do modelista/operador do sistema. O modelista/operador será o principal responsável pelo sucesso ou não do uso do CAD, o sistema é apenas uma ferramenta, e como tal depende exclusivamente de quem a maneja. Além de saber lidar com modelagem, conhecer informática é muito importante. Os modelistas/operadores desses sistemas precisam ter segurança no uso do computador, evitando assim perdas de arquivos, o que gera retrabalho. Quem opera o CAD precisa ter uma visão ampla do sistema e de modelagem, para assim conseguir reproduzir no sistema, com ajuda de suas ferramentas, os mesmos resultados obtidos no processo manual. Alguns operadores não acreditam no uso do sistema e às vezes chegam a convencer os confeccionistas que o investimento é desnecessário. Nesse momento, o confeccionista deve procurar informações sobre a eficiência do sistema, tanto junto a instituições de renome como o SENAI, como junto a empresas que já utilizam sistemas de CAD ou mesmo na internet. Acesse: www.youtube.com/profmarcelosouza e www.facebook.com/ profmarcelosouza
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TECNOLOGIA
Empresas inteligentes
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onfecções terão à sua disposição, ainda neste semestre, um novo software de automação comercial. Desenvolvido pela Campina Tec-Serviços e Soluções em Informática, de Campina Grande (PB), o sistema, entre outros recursos, faz a emissão de cupons fiscais (PAF-ECF), de Documentos Auxiliares de Vendas (DAV) e de Nota Fiscal eletrônica (NF-e), sempre em conformidade com a legislação vigente no local da emissão. O sócio-gerente da Campina Tec, João Vitorino de Araújo, ressalta que o mercado de confecção carece desse tipo de software, sobretudo em
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função dos diferentes modelos de negócios das indústrias do setor. “Há confecções que vendem por atacado ou em consignação, outras produzem sob demanda, e por aí afora”, enumera. “Nosso software pode ser ajustado aos diferentes perfis de clientes, sejam eles de micro ou grande porte, e atender a suas necessidades específicas”, assegura o gerente. A Campina Tec disponibiliza ainda o software TecTêxtil, de controle da produção e da produtividade das confecções. “Um dos atrativos do sistema é o controle da produtividade, um gargalo no setor têxtil”, diz Araújo. “O software mede o de-
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A utilização de sistemas inteligentes para controle de informações dos processos industriais e comerciais traz segurança e facilita o gerenciamento de confecções sempenho de cada operador, apura quanto da matéria-prima se tornou produto acabado e o que virou resíduo no corte, o que possibilita rastrear lotes, saber o custo real do produto e remunerar o pessoal de acordo com a produção de cada um deles”, explica. Os clientes da Campina Tec, por enquanto, são do estado da Paraíba, mas a empresa tenciona expandir a venda para outros estados. “Estamos em conversações com representantes do polo têxtil de Pernambuco, do Ceará e do Rio Grande do Sul”, conta Araújo. A empresa mantém parceria com o Sebrae-PB, por meio do Programa Sebre-Tec, que custeia até 50% do custo do projeto das confecções.#
+ A Banana Danger se destaca no mercado de confecção pelo padrão de qualidade das suas coleções criadas por designers, estilistas e produtores de moda. A boa gestão dos processos se traduz numa das melhores taxas de atendimento de pedidos do mercado nacional.
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A empresa utiliza o software Millennium Business que garante eficiência na gestão e as melhores práticas nos setores: produtivo, financeiro, comercial e logística, garantindo o sucesso da Banana Danger. Com o Millennium Business, pedidos são rapidamente rastreados e controlados, graças à eficiência do software que permite tomadas de decisões no tempo certo, gerando excelente atendimento e produtos de qualidade. A Banana Danger investe continuamente em tecnologia. A empresa possui estamparia e bordadeiras de ultima geração, máquinas de corte a laser e processos automatizados com as soluções Millennium Network. .
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