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confeccionista ANO V - Nº 27 - NOV/DEZ 2013

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Alessandra Ambrosio pela Colcci, SPFW O CONFECCIONISTA - ANO V - Nº 27- NOV/DEZ -2013

outono inverno

As propostas do

SPFW Fashion Rio e do

Verão 2015

As macrotendências e novidades das tecelagens

capa confeccionista 27.indd 1

Sustentabilidade

Estudo inédito mede a “pegada da água” na cadeia de confecção

Mercado

O que esperar de 2014?

12/12/13 6:27 PM


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CARTA AO LEITOR

2014 já está no ar Acho que a grande marca de 2013 foi a instabilidade do mercado: às vezes parecia que ele iria se reaquecer e deslanchar, mas logo depois o que se via era um marasmo preocupante. Notei, no entanto, que a partir de junho os ânimos melhoraram e as empresas terminaram o ano com a sensação do dever cumprido, sem grandes crescimentos ou quedas em seus faturamentos. Um aspecto, ao menos, está diferente em relação a 2012: as expectativas para o ano seguinte são positivas, o receio de uma crise não existe, mas a preocupação agora é recuperar o que foi perdido. Muito mudou no mercado nestes três últimos anos, muitos paradigmas foram quebrados, mas acho que muita coisa ainda vai acontecer e o grande desafio será entender e se preparar para o que vem por aí. Se entendermos e aplicarmos as lições que essa crise nos ensinou e pensarmos sempre em novas alternativas e soluções com a rapidez que o mercado vem exigindo, acredito que ventos favoráveis e tranquilos estarão à nossa frente. O governo já percebeu que se a indústria não andar não teremos PIB, e isso pode ser um fator que contribua para que a indústria têxtil volte a ter bons resultados e alegre nossos corações. O avião rumo a 2014 já decolou e nós da revista O Confeccionista desejamos uma viagem tranquila e de ótimas realizações a você e a sua família, principalmente com muita saúde. Tenha uma ótima leitura e faça grandes negócios. Um abraço

Júlio César Mello

Diretor-geral Revista O Confeccionista juliocesar@oconfeccionista.com.br

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EDITORIAL

A bola da vez

Linha Direta REDAÇÃO O CONFECCIONISTA editora@oconfeccionista.com.br (11) 2769.0399

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Se, para muitos, um novo ano significa um recomeço, é também a oportunidade de fazer um balanço dos negócios, avaliar os percalços e as conquistas de sua empresa no período que passou, os erros e os acertos, e estabelecer objetivos e metas para o ano vindouro. Para o setor, o cenário que se apresenta para 2014 não é regado a chuvas e trovoadas, mas também não prenuncia o aquecimento no consumo, como pode ser constatado na entrevista com Marcelo Prado, diretor do IEMI – Inteligência de Mercado, instituto que há décadas traça um retrato da indústria têxtil e de confecções no Brasil. E, em períodos de mercado estável, todo o cuidado é pouco, pois haverá sempre os que ganham e os que perdem vendas, pois a concorrência tende a se acirrar. E, se sua empresa deseja ser vencedora, tem de tomar os devidos cuidados. É ponto pacífico entre os especialistas em moda e em negócios que uma confecção, para se sobressair no mercado, deve buscar a especialização, a diferenciação, a agregação de valor – e não competir por preço apenas, o que, por si, não assegura ganhos em relação aos concorrentes nacionais ou internacionais. Profissionalizar a gestão, ter um bom controle da cadeia de suprimentos e diversificar os canais de distribuição também tem se mostrado uma boa opção. O Brasil está na moda e, em 2014, ano da Copa do Mundo, a visibilidade internacional crescerá como nunca. Somos um país que ainda está aprendendo a fazer moda, que busca sua própria identidade, mas somos criativos e temos muito a ganhar se buscarmos a ‘brasilidade’ como fonte de inspiração. É isso que o mundo quer ver de nós e é a aposta para dias melhores. Um ótimo ano e que possamos continuar contribuindo para a evolução de seu negócio Boa leitura!

Vera Campos

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Diretor-Geral - Júlio César Mello juliocesar@oconfeccionista.com.br Diretora de Relações com o Mercado Bernadete Pelosini bernadete@@oconfeccionista.com.br Editora - Vera Campos (MTb 12.003) editora@oconfeccionista.com.br Editora de Arte - Marisa Ana Corazza marisacorazza@gmail.com Colaboraram nesta edição: Dario de Limas, Eduardo Blatt, Patricia Epperlein e Soeli de Oliveira

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Editora editora@oconfeccionista.com.br

Internet - Mulisha - rafael@mulisha.com.br Financeiro - Mauro Gonçalves financeiro@@oconfeccionista.com.br Publicidade comercial@@oconfeccionista.com.br Impressão - Indústria Gráfica Itu Ltda Tiragem - 14.000 exemplares. Distribuição Nacional O Confeccionista é uma publicação bimestral da Impressão Editora e Publicidade Ltda., distribuída aos

empresários da indústria de confecção. É vedada a reprodução total ou em parte das matérias desta revista sem a autorização prévia da editora. Todas opiniões e comentários dos articulistas e anunciantes são de responsabilidade dos mesmos. Impressão editora e publicidade Rua Alcides de Almeida, 184, Centro, S.Bernardo do Campo,SP. CEP: 09715-265 - Fone: (11) 2769-0399

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O CONFECCIONISTA NOV/NOV 2013

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SUMÁRIO

confeccionista o o Ano V - Número 27 - Nov/Dez 2013

confeccionista ANO V - Nº 27 - NOV/DEZ 2013

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MERCADO O que esperar de 2014?

Alessandra Ambrosio pela Colcci, SPFW

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VERÃO 15 . Macrotendências, por Isham Sardouk . Lançamentos na Première Vision São Paulo

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SUSTENTABILIDADE . Pegada de Água . Em prol do planeta

60 MODA INCLUSIVA Seções 10 56 64

EM DIA MUNDO TÊXTIL MERCADO

Dicas do Especialista 28 PRODUÇÃO Tempos & Métodos 50 GESTÃO Sucessão Empresarial 58 MARKETING O Marketing da Moda 62 RH Relacionamentos interpessoais

outono inverno

As propostas do

SPFW Fashion Rio e do

O CONFECCIONISTA NOV/DEZ 2013

Sustentabilidade

Verão 2015

As macrotendências e novidades das tecelagens

Estudo inédito mede a “pegada da água” na cadeia de confecção

Mercado

O que esperar de 2014?

CAPA

Outono Inverno 2014

30 .SPFW As propostas para a temporada . O melhor dos desfiles . A estreia da Lilica Ripilica Rio 42 FASHION . As propostas para a temporada . O melhor dos desfiles . Jeans em destaque

CAPA: Alessandra Ambrosio pela Colcci, SPFW FOTO: Agência Fotosite

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EM DIA

Grito de Alerta

Em 23 de outubro, data de início da GO TEX SHOW– Feira Internacional de Produtos Têxteis, trabalhadores, dirigentes e representantes da indústria têxtil e de confecção se reuniram em frente ao prédio do Anhembi onde o evento acontecia. A intenção era chamar a atenção da sociedade e do governo contra o processo de desindustrialização em curso e em favor da indústria brasileira. “Estamos neste ato em legítima defesa da indústria brasileira. Reivindicamos a isonomia concorrencial e combateremos as importações desleais”, declarou, na ocasião, o diretor-superintendente da Abit, Fernando Pimentel. “Queremos mais empregos, mais empresários investindo”, completou.

A polêmica da NR-12 Um dos membros da Frente Parlamentar Mista José Alencar para o Desenvolvimento da Indústria Têxtil e de Confecção, o deputado Silvio Costa (PSC/PE), apresentou ao parlamento, no final de novembro, o Projeto de Decreto Legislativo (PDC 1408/2013). A proposta, se aprovada, deverá sustar a aplicação da NR-12, do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), que se refere à segurança no trabalho em máquinas e equipamentos. As entidades representativas dos trabalhadores da indústria e o Ministério do Trabalho defendem a NR-12 como modelo de proteção à saúde do empregado. Criada em 1978, a norma passou por diversas revisões no decorrer dos anos e as indústrias receberam prazos escalonados para se adaptar às últimas exigências. Mas, segundo a Confederação Nacional das Indústrias (CNI), o setor produtivo teria de arcar com gastos superiores a R$ 100 bilhões para se adaptar ao novo texto proposto. A indústria se posiciona a favor da NR-12, porém pede ponderação, a fim de minimizar a necessidade de troca de quase todo o maquinário de seu parque fabril.

A “GO TEX SHOW– Feira Internacional de Produtos Têxteis”, realizada em outubro no Palácio das Convenções do Anhembi (SP), recebeu cerca cinco mil visitantes, que puderam conhecer os lançamentos para o setor têxtil nas áreas de fibras, fios, aviamentos, tecidos e produtos acabados (moda e homewear), entre outros, de fabricantes da China, Itália e Taiwan. Com 340 expositores, esta primeira edição do evento trouxe diversas inovações tecnológicas, como tecidos que mudam de cor ao entrarem em contato com a luz ou com a água, fabricados pela chinesa Jing Sheng Yuan, e sedas com fios metálicos que dão ao produto efeito de movimento, produzidas pela conterrânea Fareastetex. Promovido pelo Grupo China Trade Center com o apoio da CCCT - Câmara de Comércio da China para Importação e Exportação de Têxteis e Vestuário e do CCPIT TEX - Conselho da China para a Promoção do Comércio Internacional através do Sub-Conselho da Indústria Têxtil e organizado pela FCEM – Feiras, Congressos e Empreendimentos, o evento terá sua segunda edição entre 27 e 29 de outubro de 2014, no Pavilhão Amarelo, do Expo Center Norte, na capital paulista.

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FOTOS: DIVULGAÇÃO

FEIRA INTERNACIONAL


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EM DIA

Moda on line

A moda continua se destacando no comércio eletrônico. No período de janeiro a outubro de 2013, no marketplace Mercado Livre, a categoria constituída de roupas, calçados e bolsas registrou 450 mil anúncios, 37% a mais se comparado ao mesmo período de 2012. Em vendas, o crescimento foi de 24%. A subcategoria que mais cresceu em vendas foi a de Calças, Shorts e Bermudas (tanto femininas quanto masculinas): 73%. Vêm a seguir as Camisas (tanto femininas quanto masculinas) com 44%, tênis esportivos (35%); Casacos, Jaquetas e Coletes (32%); Acessórios (32%); Sapatos (com 29%); Roupa Íntima e Lingerie (23%); Camisetas e Blusas (13%) e Óculos (13%).

Entre as melhores

A Cedro, mais antiga empresa têxtil do País e uma das lideres na fabricação de tecidos para a confecção de artigos jeanswear e workwear, foi um dos destaques do prêmio “As Melhores da Dinheiro” – no segmento Vestuário, Têxtil e Calçados -, que distingue as melhores empresas brasileiras de diversos setores econômicos. A tecelagem conquistou a 1ª colocação nas categorias “Responsabilidade Social” e “Inovação & Qualidade”, além da 5ª posição no quesito “Governança Corporativa”.

TEXFAIR 2014

O Sintex – Sindicato das Indústrias de Fiação, Tecelagem e do Vestuário de Blumenau comunica ao mercado que, após consultas e sugestões obtidas junto à suas principais associadas e expositores, decidiu rever o formato da próxima edição da Texfair - Feira Internacional de Produtos Têxteis e, por isso, vai, suspender a realização do evento marcado para ocorrer no período de 25 a 28 de março de 2014. A fim de atender às necessidades estratégicas e comerciais de seus associados, a entidade está finalizando o planejamento de um novo evento, com características inéditas na América do Sul, que deverá fortalecer o Estado de Santa Catarina como o principal polo de têxteis para o lar do País, além de potencializar os negócios e o relacionamento entre empresas e clientes.

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EVENTOS

Programe-se: JANEIRO São Paulo Prêt-a-Porter – 12 a 15 de janeiro, ExpoCenter Norte, São Paulo-SP Encontro da Moda – 12 a 15 de janeiro, Centro de Convenções Frei Caneca, São Paulo-SP Couromoda – 13 a 16 de janeiro, Anhembi, São Paulo-SP Inspiramais – 14 e 15 de janeiro, São Paulo-SP Première Vision São Paulo - 21 e 22 de janeiro, ExpoCenter Norte- SP FENIM – 21 a 24 de janeiro, Gramado-RS

MARÇO FIMEC – 18 a 21 de março, Novo Hamburgo-RS AGRESTE TEX – 18 a 21 de março, Caruaru-PE SPFW - 31 de março a 4 de abril, prédio da Bienal, São Paulo - SP

ABRIL Minas Trend – 8 a 11 de abril, Expominas, Belo Horizonte-MG Fashion Rio – 8 a 12 de abril, Rio de Janeiro-RJ Salão Bossa Nova Moda e Negócios – 8 a 11 abril, Rio de Janeiro-RJ


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EM DIA

Combate à pirataria

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A pirataria saiu das feiras livres e camelódromos e ganhou fôlego com a internet. Em todo o Brasil e em países vizinhos como Bolívia e Paraguai, lojas estabelecidas legalmente vendem produtos piratas. Preocupados com esse avanço, empresários do setor têxtil e de confecções de Santa Catarina reuniram-se com o secretário executivo do Cecop - Conselho Estadual de Combate à Pirataria Jair Antônio Schmitt para encontrar formas de enfrentar o problema. O encontro, promovido pelo Sintex – Sindicato das Indústrias de Fiação, Tecelagem e do Vestuário, teve a participação de representantes da Dudalina, Hering, Lepper, Teka, Malharia Cristina, HC Brasil Têxtil, HI Etiquetas e Círculo. Na fabricante de camisas Dudalina, os investimentos privados com advogados e detetives para combater a pirataria já ultrapassam R$ 1,2 milhão. Teka, Lepper e Malharia Cristina também enfrentam a pirataria de produtos licenciados, mas dependem dos licenciadores para resolver o problema. “Precisamos comprar o produto pirata, pedir nota fiscal, enviá-los para a Sanrio (a licenciadora da marca Hello Kitty) e esperar que ela tome as providências cabíveis”, revelou Sandra Sabbagh, da Malharia Cristina, segundo informou a assessoria de imprensa do Sintex. Entre as iniciativas consideradas prioritárias na reunião estão a criação de delegacias regionais de combate à pirataria, que poderão atuar mais fortemente e de forma mais rápida, e a aprovação do projeto que altera as normas para combater violação de direito autoral, cuja proposta já foi aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). “A pirataria envolve trabalho escravo, informalidade, lavagem de dinheiro e sonegação fiscal, e é preciso acabar com ela”, destacou o presidente do Sintex, Ulrich Kuhn.

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As cobiçadas camisas da Dudalina: falsificação em massa e venda nas ruas e pela internet

Guerra sem fim

As iniciativas de combate às cópias ilegais das camisas Dudalina têm partido da própria empresa.Depois de constatar que as cópias são fabricadas tanto no Brasil como em países da Ásia e da América Latina, a empresa contratou não só escritórios de advocacia aqui, no Peru e no Paraguai para tentar resolver judicialmente a questão, mas também uma equipe de investigadores. As apreensões de peças piratas da marca variam de 300 a 3.500 ao dia entre os distribuidores e ambulantes. Outra equipe se encarrega de monitorar as vendas pela internet, chegando a eliminar cerca de 100 sites irregulares por dia. “Uma estrutura absurda”, contou o diretor de Varejo da marca, Rui Hess, ao jornal O Estado de S.Paulo. Ele responsabiliza o governo e sua fraca atuação no combate a delitos do tipo pela proliferação de produtos piratas. “A ação é limitada, quase que incentivadora da ilegali-

Dirigentes das indústrias de confecção em reunião com o secretário executivo do Cecop

dade. Na prefeitura de São Paulo chega a ser um absurdo a intenção declarada à informalidade”, disse o diretor ao jornal. Sem o apoio necessário do governo para a guerra contra a pirataria, a Dudalina decidiu aplicar nas etiquetas de seus produtos uma marca de segurança, uma linha holográfica que não pode ser copiada. A intenção é de que o consumidor pegue o produto e consiga identificar se se trata de uma peça original ou pirata.


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MERCADO

O que esperar de 2014? Consumo mais contido, concorrência mais acirrada: a ordem é oferecer diferenciais nos produtos, buscar identidade para sua marca e não competir por preço

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Ao que tudo indica, 2014 deverá ser parecido com 2013 para as vendas de vestuário, ou seja, um ano de sobe-e-desce no consumo, porém com pequeno crescimento em volume, avalia Marcelo Prado, diretor do IEMI – Inteligência de Mercado, que elabora os “Indicadores de Varejo e Produção do Setor de Vestuário do Brasil”. “O consumo em 2013 começou bem, em seguida caiu - agravado pela Copa das Confederações (com feriados nos dias dos jogos do Brasil) e pelas manifestações de junho, cresceu de novo com o Inverno a partir de julhoagosto (o que puxou as vendas no varejo no início do segundo semestre), mas logo declinou novamente”, constata. Diante desse quadro, o volume de peças produzido pelas confecções em 2013 não só não deverá crescer, como também deve ser um pouco inferior ao de 2012, podendo chegar a 3% negativos. Em valores nominais, porém, a expectativa é de que o setor produtivo finalize o ano com alta de 4% (ou seja, está produzindo menos, porém faturando mais). Já o comércio varejista pode encerrar 2013 com alta de 9,6% em valores e 3,5% em volume de peças. Prado ressalta que a queda na produção de vestuário prevista para 2013 não ocorrerá de forma generalizada para todas as indústrias de confecção. “As empresas maiores vêm promovendo uma série de ações para ter bons resultados: estão trabalhando de forma agressiva, mais voltadas para o mercado, com estratégias de suprimentos diferenciadas e investindo em multicanais de distribuição”, coloca. Já as menores, para serem bem-sucedidas, vão ter de encontrar nichos onde possam se especializar, oferecer diferenciais de produção, buscar uma identidade para sua marca e não competir por preço, analisa. O diretor do IEMI não credita o mau desempenho das confecções à concorrência dos importados, ainda que a expectativa para 2013 seja de que a importação cresça 4,5% em relação a 2012 e a participação dos importados no

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Marcelo Prado, diretor do IEMI

consumo interno chegue a 11,4%.“Apesar dos dissídios salariais terem sido bons durante o ano, o consumo desaqueceu, o consumidor está mais comedido nas compras, de olho no futuro”, diz ele. Esse cenário reflete o desempenho geral da economia e do PIB brasileiro, que em 2013 vai crescer menos que o previsto inicialmente. Ou seja, o mercado não está ‘puxando’ o consumo. “Vivemos uma fase de grande calmaria”, completa Prado. E 2014 não vai ser muito diferente. A Copa do Mundo, por exemplo, tende a ser um período não favorável para vendas em geral, salvo para algumas categorias de produtos mais específicas, como bebidas, alimentos, Tvs, etc. Além disso, se a trajetória da taxa de juros se mantiver ascendente em 2014, pode contribuir para elevar a inflação, o que tende a refrear o consumo. Por outro lado, a participação de roupas importadas pode se manter estagnada, caso o dólar continue em alta. “Enfim, 2014 não será um ano de consumo aquecido”, prevê o diretor. Diante dessa perspectiva, é de se esperar que a concorrência entre os fabricantes nacionais e em relação aos produtos importados se mantenha acirrada. E, para conquistar o consumidor, será preciso, cada vez mais, encantar o cliente, oferecer produtos diferenciados. Para vencer os desafios, o diretor do IEMI avalia que as indústrias devem investir em velocidade na produção e em inovação, atendendo ao fast fashion; devem investir em um mix de produtos mais qualificado que dê origem a looks completos, do vestuário aos acessórios. Coleções assinadas e o modelo multicanal de distribuição, com lojas próprias, franquias e vendas pela internet também são soluções positivas. “Para se destacar é necessário investir cada vez mais no marketing estratégico, ir além do produto. É preciso organização para construir diferenciais e crescer”, finaliza.


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VERÃO 2015

Antecipe-se para a temporada

Conheça as quatro macrotendências que deverão ser a base para a Primavera-Verão 2014/15

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Como parte da programação paralela do SPFW, foi realizado, no último dia do evento, o Seminário Stylesight Primavera Verão 2015. Isham Sardouk, editor chefe do Stylesight, bureau internacional de moda, apresentou as macrotendências para a temporada

Isham Sardouk, editor chefe do Stylesight

IMPULSE A regra é estar ligado aos sentidos. O espírito desta tendência é descontraído, divertido, de cores fortes e vibrantes. Algumas texturas e cores são até mesmo apetitosas. Mas as cores pasteis também têm sua vez. A abordagem é maximalista, com grandes contrastes, grandes estampas florais, listras, tecidos de neoprene.

HARMONY

CORE

O foco é a harmonia com o ambiente e consigo mesmo. Assim, as cores imitam as da natureza: são os verdes, os laranjas, o rosa pálido. As estampas reproduzem paisagens naturais ou imagens vintage. Os tecidos são macios como os de pele-de-pêssego e as silhuetas refletem essa suavidade.

Propõe uma volta ao essencial e a valorização do contato entre pessoas. As peças são estruturadas, em tecidos como linho e o denim, sozinhos ou misturados (o índigo aparece com força) e muita risca de giz. Preto e branco por toda a parte, evoluindo para o creme e para o marfim, em combinações gráficas e poás. Mistura do natural com o sintético.

MEMORY

DIVULGAÇÃO COLTEX

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Nesta conexão entre passado e futuro, várias décadas são revisitadas. Voltam o glamour e as estampas dos anos 1940: os vestidos dessa década tendem a ser peças essenciais, com retorno do roxo e das estampas florais e de frutas silvestres. Nas estampas, destacam-se ainda as difusas, as letras manuscritas, camuflagem mais sofisticada. O denim aparece com força, porém clean, na forma de jaquetas de ciclistas ou remetendo a marinheiros. Retornam também as estampas tropicais e havaianas dos anos 1950, os blazers, a alfaiataria (jaquetões duplos para os homens). Dos 1960, a bola da vez, para eles, é o look despojado, usado e surrado ao estilo ‘On The Road’ (‘Na Estrada’, em português), livro clássico da geração beat libertária e estradeira norte-americana.


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VERÃO 2015

Glow

Vitrine de

tendências

Primavera-Verão 2014/2015 começa no Première Vision São Paulo nos dias 21 e 22 de janeiro

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Os tecidos, fios, estampas e acessórios que vão compor os looks do Verão 14/15 estarão expostos ao público na 9ª edição do Première Vision São Paulo, que acontece em 21 e 22 de janeiro, no ExpoCenter Norte. A feira mantém a divisão em cinco universos, a fim de facilitar a organização dos expositores e otimizar a visita dos compradores: City & Glam, que agrupa os tecidos finos e sofisticados como sedas, cetins, rendas, bordados, tafetás, além de lãs, alpacas e tricolines, e tecidos para moda praia e lingerie, moda e praia e activewear; Denim & Sportwear, com as novidades em jeans, sarja, algodão, lavanderias e acessórios têxteis com foco nesse segmento; Yarns & Fibers, com fibras e fios; estúdios de design e Acessórios. Os principais lançamentos dos expositores estarão em destaque no Fórum de

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Tendências, com as amostras divididas de acordo com temas e universos. Para os profissionais, estudantes e formadores de opinião que precisam ainda mais de informações para as tomadas de decisão, há ainda duas ferramentas importantes: a Cartela de Cores, publicação que reúne os resultados de pesquisa da equipe de moda do Première Vision (especialistas, artistas, formadores de opinião e outros profissionais) e a Trend Vision, apresentação que reúne as principais tendências mundiais para o Verão 14/15, feita por Pascaline Willhelm, diretora de Moda do Première Vision. A Cartela de Cores e a inscrição no Trend Vision podem ser obtidas no local do evento, uma hora antes da abertura do salão. Veja uma pequena amostra do que alguns fabricantes vão levar ao evento:

Especializada em estampas digitalizadas, a Glow preparou uma coleção para atrair também os públicos jovem, teen e até o infantil. Por esse motivo, aposta em estampas lúdicas e divertidas, sem descuidar das tradicionais. A cartela de cores está bem diversificada, com destaque para o preto, branco, rosas e amarelo.


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VERÃO 2015

Coltex

Praia, esportes, pele bronzeada, gente animada e feliz. Esse é o clima de “Califórnia”, a nova coleção Verão 2014/2015 da Coltex. As estampas são inspiradas tanto nos encantos da cidade americana de Santa Monica, como nas paisagens das praias de Malibu e no charme de Hollywood e Beverly Hills. Nas cores, destaque para a Royal, para tons de verde e muito cítrico. Jacquards foram criados especialmente para o verão, com tons cítricos em desenhos florais, étnicos e com palmeiras. Os artigos Wave e Spa são as novidades com texturas para a praia. Outra novidade é o lançamento da estamparia digital.

Cristais Preciosa

Os destaque é a linha de pedras de base reta, direcionadas ao mercado de confecções, a exemplo das pedras termocolantes «Chaton Rose VIVA12», as mais procuradas. A empresa tem como diferencial a variedade de cores e a qualidade dos produtos, tanto no que se refere ao brilho das pedras como à qualidade da termocola que, no caso da Preciosa, é certificada.As pedras podem ser aplicadas em tecidos com elastano. A empresa comercializa também a linha de pedras com base reta fabricadas com furos para passar agulha (fixação por costura/bordado). Chamada de «Sew-On», essa linha de produtos se destaca pela variedade de formas e tamanhos e pelo brilho das pedras. As pedras da linha «Sew-on» serão usadas pelo estilista Victor Dzenk na criação do jeans que será exposto na feira como parte do projeto da Première Vision.

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Advance

Três temas serão trabalhados pela Advance nessa temporada. Elemento é uma homenagem à natureza e à terra. A cartela de cores é leve, com tons de pêssego e apricot (damasco), em harmonia com os verdes e o âmbar em cores desbotadas pelo sol. Elementos como pedras, animal print, efeitos desgastados, florais e frutos buscam transmitir a essência do tema. Resort é um tema que celebra a beleza da espontaneidade e remete aos tempos passados. Entram em cena os tons de sorvete com azuis, corais, cítricos leves e avermelhados. Cenários de águas tranquilas, palmeiras, efeitos gráficos de P&B, vichi, listrados de todos os tamanhos, além do geométrico e do étnico, marcam as estampas. Atemporal traz de volta o vintage e as cores azuis com tons de violeta e os verdes minerais. Flores marcantes e aquareladas, manchados, figurativos dos anos 40, elementos desfocados, geométricos interferindo em florais e em texturas.


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SUSTENTABILIDADE

Pegada da

água

Quanto de água é consumido na produção de uma camiseta? E de uma calça jeans? Estudo inédito revela a demanda desse recurso em toda a cadeia de produção de quatro artigos têxteis Por Vera Campos

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Que a água é um recurso essencial para a vida todos sabem. Nenhum ser vivo sobrevive muito tempo sem ela – o homem, por exemplo, consegue passar dias sem comer, mas não sem ingerir líquidos. Mas o que poucos parecem se dar conta é que, apesar da aparente fartura no planeta – e em especial no Brasil, a água é finita e corre o risco de faltar num futuro próximo, graças à poluição dos rios, lagos e aquíferos, às mudanças climáticas e ao desperdício. Portanto, fa-

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zer um bom uso desse recurso é vital para as gerações futuras e o próprio planeta. Aos poucos, a população vai se tornando consciente de que deve contribuir para reverter essa situação e busca adotar hábitos mais saudáveis e menos poluidores, e consumir produtos que agridem menos o ambiente. Os governos, a indústria e o comércio, por sua vez, tentam fazer sua parte, ainda que de forma tímida, diante da gravidade da situação.


Consumidor tende a ser mais exigente e a valorizar produtos sustentáveis

Water Traces

Uma nova ação nesse sentido é o projeto Water Traces (ou traços de água, em português), que calculou o volume de água utilizada na produção de uma camiseta, uma calça jeans, um tênis de couro envernizado e uma bolsa de palha de seda orgânica. O estudo foi realizado no Brasil com quatro produtos da marca Osklen, que é uma das parceiras do projeto ao lado do Instituto-E (ambos dirigidos por Oskar Metsavath), do IMELS – Ministério Italiano do Meio Ambiente e do Fórum das Américas. Os resultados foram anunciados no final de outubro, durante a São Paulo Fashion Week, em evento promovido pela revista ELLE.

Equipe multidisciplinar

Water Traces é um projeto pioneiro e original que chama a atenção para o consumo de um recurso natural vital como a água por um setor econômico relevante como o têxtil. Para a realização do projeto, uma equipe liderada por Nina Braga, diretora do Instituto-E, e Martina Hauser, coordenadora do programa de cálculo de pegada hídrica e de carbono do IMELS, e composta por especialistas do Ministério Italiano do Meio Ambiente e do Senai-Cetiqt rastreou toda a cadeia de produção desses

quatro produtos e analisou o dispêndio da água utilizada para a fabricação deles. Foram visitados produtores das matérias-primas (algodão, couro e seda, entre outras) e as de manufatura e beneficiamento, finalizando na Osklen, no Rio de Janeiro. A “peregrinação” pelas regiões Centro-Oeste, Sul e Sudeste absorveu meses de trabalho. Para cada tipo de produto a equipe considerou todo o tipo de água utilizada: água de chuva (green water), de rios, lagos e aquíferos (blue water) e a proveniente de reuso (grey water). Durante as visitas aos fornecedores, foram ainda recolhidos dados sobre os impactos sociais desses processos produtivos, examinada a extensão dos programas de responsabilidade social dos produtores e a quantidade de pessoas beneficiadas. De acordo com o levantamento, a produção de uma bolsa de palha de seda orgânica da Osklen demandou 4.878 litros de água, a de tênis 4.770 litros, a de uma çalça jeans com lyocel 3.556 litros e uma T-shirt 3.093 litros. Constatou-se, nas cadeias de produção estudadas, que o maior consumo provem da água de chuva, o que não deixa de ser positivo, pois demonstra que não se está exaurindo os mananciais para a produção de roupas e acessórios. Apesar de a produção da bolsa ser a que consome mais água, verificou-se que 95% dessa demanda são provenientes da água de chuva. Embora a produção de T-shirt seja a que demande menos água, é a que utiliza a maior proporção de água oriunda dos rios, lagos ou aquíferos (37% do total), seguida pelo jeans, com 23%.

Consumo (em litros) Produto

Água de chuva

Água de rios, etc

Água de reuso

Total

Bolsa de palha

6.619

189

70

4.878

Tênis

4.488

220

62

4.770

Jeans

2.323

805

428

3.556

1.713

1.155

225

3.093

Camiseta Fonte: Water Traces

Cadeia de Produção (localização) CAMISETA •Mato Grosso (Rondonópolis) •Santa Catarina (Jaraguá do Sul) •Rio de Janeiro (Osklen)

Bolsa de palha

95%

3,5%

Tênis

94%

5%

1%

Jeans

65%

23%

12%

JEANS •Mato Grosso (Campo Verde) •Alabama (EUA) •São Paulo (Americana) •Paraná (Cianorte) •Rio de Janeiro (Osklen)

T-shirt

56%

37%

7%

Fonte: Water Traces

Percentual de Consumo (em litros) Produto

Água de chuva

Água de rios, etc

Água de reuso 1,5%

Fonte: Water Traces O CONFECCIONISTA NOV/NOV 2013

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SUSTENTABILIDADE

Em prol do

Planeta Ser transparente no mercado e reduzir as “pegadas” que seus produtos deixam no planeta em relação ao CO² e à água é agregar valor, é a chave para ser competitivo num futuro próximo

A

A apresentação dos resultados do Water Traces durante o Forum Elle, em paralelo à São Paulo Fashion Week, foi complementada por um debate sobre a importância do consumo racional e sustentável da água. Conduzido pelo diretor criativo da SPFW Paulo Borges, o debate teve como participantes Oskar Metsavaht, diretor da Osklen e presidente do Instituto-e; Corrado Clini, diretor Geral para o Desenvolvimento Sustentável, Clima e Energia e ex-ministro do Meio Ambiente da Itália. Ambos são parceiros no projeto. Além deles, participaram da discussão Fernando Pimentel, diretor-superintendente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecções (Abit) e a redatora-chefe de ELLE Renata Piza. Projeto inédito em âmbito mundial, Water Traces calculou a pegada hídrica de quatro produtos da marca Osklen, desde o início da cadeia de suprimentos.

Mensurar o consumo

Dando início ao debate, Metsavaht destacou que ”vivemos hoje mais tempo, a população cresce e a água do planeta é finita. Água é vida, tem mais que valor econômico. Mas a população e a indústria não sabem o quanto é gasto de água para produção dos produtos – e por produto. É preciso começar a mensurar esse consumo, mas isso demanda uma mudança cultural. O Water Traces é o primeiro projeto a apurar a pegada de água na indústria têxtil e de confecção e aponta uma metodologia para se alcançar isso”, afirmou. Ao esclarecer o por quê da parceria do ministério Italiano do Meio Ambiente com a Osklen e o Instituto-e para a realização do Water Traces, Conrado Clini disse que “desde 2009 trabalhamos com as autoridades e ONGs brasileiras em muitos setores, e a cooperação tem se mostrado bastante eficaz. A área têxtil é um

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Conrado Clini e Oskar Metsavaht

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setor muito importante para a economia do País e grande parte das fábricas no mundo em desenvolvimento não segue regras ambientais ou se preocupa com proteção ambiental.Quando conhecemos Oskar Metsavaht, estávamos em busca de uma parceria com uma empresa do setor privado.

Projeto piloto

Clini acrescentou que a parceria com a Osklen não se resume à pegada de água. “É um projeto piloto para ajustar as metodologias, os objetivos e as metas para a melhora da qualidade do desempenho do setor têxtil em relação ao meio ambiente no mundo todo”, disse. Ele destacou que o desenvolvimento da economia mundial está atrelada à energia e à água. E a água é um recurso raro, escasso, e mais importante que o petróleo, até. “Devemos considerar que, para proteger o futuro, temos de economizar água, e isso em todos os segmentos: na indústria, na agropecuária, em serviços, ou seja, em todos os setores produtivos. E é preciso que as empresas comecem a avaliar de que forma farão isso”.

O novo luxo

Metsavaht afirmou que a moda pode ajudar a mudar a imagem da sustentabilidade. “É preciso entender que poupar água é luxo. Seguindo essa linha de raciocínio, entendemos que o design, quando bem feito, também é luxo. E custa mais caro porque é uma coisa nobre, sofisticada. Assim, produtos sustentáveis também são um luxo, pois são feitos com cuidado e atenção. Demandam inovação, pesquisa, trabalho. Por isso também são mais caros”, justificou. Segundo Conrado Clini, o Water Traces proporcionou a criação de uma metodologia que possibilita enxergar o quanto se gasta de água em alguns produtos têxteis confeccionados. “É um começo, é preciso medir, mensurar para se ter referências no dia a dia. Ser transparente no mercado, mostrar as pegadas de seu produto é agregar valor, é a chave hoje em dia para ser competitivo. Esse é o caminho para a mudança do mercado rumo à sustentabilidade!, finalizou.


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DICA DO ESPECIALISTA PRODUÇÃO

Tempos & Métodos O uso dessa ferramenta é essencial para pequenas e médias confecções de vestuário

EDUARDO BLATT é engenheiro têxtil e professor no Departamento de Engenharia de Produção na UNISA SP, consultor de Produção para confecções e diretor da Practicaltex (Sistema de Controle de Produção para Confecções de roupas Moda & Modinha - 100% WEB)

Na busca da excelência na produção, as indústrias do vestuário podem ter fichas técnicas com a descrição do melhor método de produção e os respectivos tempos das operações, a fim de facilitar a compreensão da forma correta de como produzir, e estipular valores da capacidade de produção com base no tempo padrão. Veja os passos a serem dados antes de definir os tempos e métodos de trabalho de sua confecção:

1. Determinar o nível de detalhamento do método: isso se dá pela quantidade de elementos de uma operação. Vale lembrar que um método pouco detalhado dará margem a várias interpretações e, consequentemente, a formas de se trabalhar diferentes da pretendida, o que resulta numa eficiência diferente e, logo, em um tempo diferente. Por outro lado, um método extremamente detalhado provoca burocracia, desmotivação, e exige um grande esforço para criar e depois treinar a equipe no método. Veja, no exemplo abaixo, duas descrições para um mesmo método de tornear uma peça - uma pouco detalhada e outra mais detalhada. Essa linha de raciocínio pode ser a mesma para operações nas confecções. Divisão da operação em elementos: Tornear uma peça (descrição 01) 1. pegar a matéria prima na caixa e posicionar no torno.

2. ligar o torno e aguardar a realização do processo, desligar ao término deste.

3. retirar a peça do torno, limpá-la e colocá-la na caixa.

Divisão da operação em elementos: Tornear uma peça (descrição 02) 1. ir em direção à caixa e apanhar a matéria prima. 28

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2. 3. 4. 5. 6.

ir em direção ao torno e posicionar a matéria prima. ligar o torno e aguardar o processamento da peça. retirar a peça do torno. limpar a peça para retirar sujeiras.

ir em direção à caixa e posicioná-la. O grau de detalhamento do método de trabalho deve, em primeiro lugar, ser fruto do bom senso, de saber qual o nível de detalhamento se deseja dar à forma de trabalho, a fim de que esses tópicos sejam facilmente compreendidos e sua equipe possa evoluir tecnicamente por meio do treinamento no método descrito. Controle dos tempos: Para registrar e controlar o tempo de uma operação, utiliza-se o cronômetro. Com a evolução dos celulares, já é possível “baixá-los” pela internet (stopwatch). Para o estudo de Tempos e Métodos, dá-se preferência ao cronômetro centesimal, que mede centésimos de minutos e possibilita realizar operações aritméticas nos valores encontrados. A seguir, deve-se avaliar quantas tomadas de tempo devem ser feitas para que o valor médio represente um tempo passível de ser utilizado para os cálculos produtivos.

2. Determinar o número de ciclos para coleta de tempos: O número de ciclos representa a quantidade de cronometragens (tomadas de tempo) que devem ser realizadas em função da precisão exigida e do nível de serviço que queremos obter. Também é considerado o Er (erro relativo), considerando que esteja na faixa entre 5% a 10%. O profissional que for fazer a cronometragem deve selecionar o operador que represente melhor a empresa, ou seja, um funcionário com um ritmo de 100%.

Envie e-mail para eduardo@practicaltex.com para encaminharmos a planilha de quantidade de coletas de tempos. .


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OUTONO/INVERNO 2014 SPFW

Novas propostas Moda sai do lugar comum e se faz presente em vários pontos da cidade, em busca da reflexão e da transformação Fotos: Agência Fotosite

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S

A moda sai às ruas: 40 modelos fazem performance no metrô de SP

Sair do lugar comum e provocar reflexões. Esse o objetivo e a razão do tema “Deslocamentos”, que batizou a 36ª edição do SPFW, realizada entre 28 de outubro e 1º de novembro, no Parque Villa Lobos. “Queremos propor novas perspectivas inspiradoras e transformadoras. Este é o princípio da criação. Um evento como o SPFW contribui sempre para fomentar novos olhares e pensamentos”, afirmou Paulo Borges, CEO da Luminosidade e diretor criativo do evento. O conceito permeou toda a semana e a moda se fez presente em diferentes locais da cidade. A temporada


Chique e confortável

Veja os principais destaques da temporada:

• Blusões e calças tipo jogging

em tecidos sofisticados e moletons O couro aparece com força em praticamente todas as coleções. Calça cropped: lembrando um bermudão, as pantalonas aparecem mais curtas e bem amplas Fendas: na frente ou atrás, dão um toque sexy aos looks Telas: redes e recortes aparecem com frequência Vazados: roupas construídas de modo a deixar bastante pele de fora sem necessidade de decotes Casacos amplos: casacões tipo casulo cobrem o corpo todo e fazem às vezes de peça inteira Peplun: um leve babado que ajuda a disfarçar barriguinhas

• •

teve início com um desfile performance no domingo, 27, quando 40 modelos cruzaram a cidade de oeste a leste, percorrendo toda a extensão da linha 2 (verde) do Metrô de São Paulo. Além do Parque Villa Lobos, o Teatro Municipal recebeu desfiles de Alexandre Herchcovitch e da Ellus. O estilista Fause Haten escolheu a Avenida Paulista como palco da apresentação de sua nova coleção. E Lino Villaventura reapresentou seu desfile da temporada no CEU Casa Blanca, como parte da programação. Os CEUs são Centros Educacionais Unificados mantidos pela Secretaria Municipal de Educação de São Paulo. Designers, estilistas, modelos e maquiadores participaram de encontros e workshops para alunos dos CEUs Parelheiros, Butantã, Paraisópolis, Perus, Tiquatira, Três Pontes, Parque Anhanguera, Jambeiro e Casa Blanca.

O estilista Lino Villaventura (acima) reapresentou seu desfile numa escola pública. E Fausen Haten escolheu a Av. Paulista

• • • • •

Fonte: blog Chic, de Gloria Kalil

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OUTONO/INVERNO 2014 SPFW

Animale

A inspiração veio dos povos místicos (celtas, druidas e pictos) da Grã Bretanha e a lã é o material principal, seguido pelo couro e a seda. Destaque para rendas e tules bordados com efeito tatuagem e nas feltragens com tricô. Dos kilts saem os plissados em detalhes nas jaquetas e calças, com bocas largas combinando com as mangas que também se abrem como sinos.

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Forum

Com ares esportivos e urbanos, a coleção é inspirafa em prédios, postes, fios, ruas, noite e carros, traduzidos em looks de formas arquitetônicas e muitos grafismos. As cores passeiam entre o cinza concreto, cinza claro, preto, verde café, amarelo solar, lilás, branco e off whites. As matérias-primas variam entre jacquards, lã mohair, algodões flanelados, denim e bordados.


Tecidos diferenciados

ARTLeila VS

Moda

COD: 10.301/M12

COD: 10.296/M14

Intima

COD:10.294/M12

COD: 10.282/M

COD: 14.066/K20

COD:14.070/M17

COD: 38.074/K14

COD:37.178/K13

COD: 38.061/K13

Fitness

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OUTONO/INVERNO 2014 SPFW

Fernanda Yamamoto

Com olhar voltado para os anos 1940, a coleção vem com saias e vestidos midi, ora amplas, ora mais próximas do corpo. Destaque para mangas volumosas e para estampas florais desenvolvidas em cetim, uma feita à lápis e outra com aquarela, e para o jacquard com pinceladas abstratas.

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Colcci

Minissaias, top cropped e tweed texturizado, com a barriga à mostra e transparências estrategicamente localizadas. O jeans ganha novos ares entre o mix de texturas, padronagens e cores. Peças ricas em grafismo, assimetria, quadriculados e bordados. O nylon e a lã mais leve também ganham destaque, mas a bola da vez é o moletom.


Lectra: Onde a Tecnologia e a Moda se encontram

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OUTONO/INVERNO 2014 SPFW

Pedro Lourenço

Inspirado em Carmen Miranda, cantora dos anos 1940, o estilista apresentou calças de camurça stretch e cintura bem alta e casacos de “pau-brasil”, uma técnica de estampa feita a laser e aplicada em outros tecidos. Sofisticação com tules bordados de paetês transparentes,

Osklen

Em ano de Copa do Mundo no Brasil, a inspiração da marca é o futebol, que aparece tanto na modelagem como nas estampas. Os materiais são sofisticados: lã bouclé, seda no look nude com vivos coloridos, gorgurão matelassado, couro vazado em forma de rede, bordado de linha, estampa de rede sobre organza.

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OUTONO/INVERNO 2014 SPFW

Ronaldo Fraga

O couro é a matéria-prima chave nesta coleção que remete a cangaceiros e a sertanejos. As silhuetas têm cintura marcada e recortes que valorizam as formas. Seda e linho também ganharam formas inusitadas. Vestidos em couro vazado, saias midi são destaque.

A África e sua riqueza cultural e ornamental permeiam a coleção: geometrias e grafismos, estampados, bordados e recortados em materiais como seda, couro, ráfia e fibras de lãs em diversas construções. Cartela de cores com pretos, crus e marrom, além de tons de vermelho e amarelo luminosos.

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FOTOS: DIVULGAÇÃO

Tufi Duek


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OUTONO/INVERNO 2014 SPFW

Adorável chocolate Principal símbolo da coleção da Lilica Ripilica, o cupcake aparece em camisetas e vestidos, estilizado em estampas ou em detalhes

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Fotos: Agência Fotosite

Única do segmento kids a fazer uma participação especial nesta edição do SPFW, a Lilica Ripilica, marca infantil feminina do grupo Marisol, fez sua estreia na passarela do evento com uma coleção inspirada no fantástico mundo do chocolate. O principal símbolo da coleção é o cupcake, que aparece em camisetas e vestidos, estilizado em estampas ou em pequenos detalhes. Cores e formas que remetem ao chocolate, como o granulado, aparecem em estampas clássicas como o listrado, o animal print e o xadrez. Os tons terrosos remetem à versão do chocolate meio amargo. Há ainda peças com babadinhos e as tradicionais jaquetas de pelo sintético.

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“O desfile da Lilica Ripilica na SPFW representa um novo momento para a moda infanto-juvenil, que vem ganhando espaço no Brasil e estamos muito felizes por termos dado o start inicial na entrada de grifes kids em semanas de moda”, afirmou Giuliano Donini, presidente do Grupo Marisol. Durante o evento, foi anunciado o São Paulo Future Kids, que deve ter sua primeira edição em outubro de 2014. Criado pela Luminosidade, empresa responsável pelo SPFW e Fashion Rio, o evento terá três dias de duração e contará com desfiles de marcas infantis, workshops, debates e atrações musicais, teatrais e de dança.


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OUTONO/INVERNO 2014 FASHION RIO

Leves e descolados A semana de moda carioca, realizada de 6 a 9 de novembro no Pier Mauá, reuniu 16 marcas e criadores e confirmou algumas das tendências já constatadas para a temporada Fotos: Agência Fotosite

O

Os shapes surgem mais amplos, diversificando a silhueta justa das temporadas anteriores. Volumes deslocam-se para as mangas, e os ombros são arredondados, caidos, evocando conforto e um estilo mais solto, descontraído. O couro se confirma como vedete da estação e recebe vários tipos de tratamento. Presença das transparências, dos metalizados (prateado e dourado) e do neoprene. O jeans aparece em diferentes propostas, desde o mais escuro ao clarinho, passando pelo estampado, envernizado, bordado, matelassado, em tiras, e em tons que vão desde o clássico azulado, preto e tons de cinza, até as cores vibrantes. Sobreposições em camadas estão muito presentes, assim como o mix de materiais e texturas, muitas vezes em uma mesma peça. Os comprimentos mais frequentes nas saias, vestidos, bermudas, e até de algumas calças são os curtos e médios, ficando por conta da ainda forte presença de calças skinny, além de camisas e casacos compridos.

Confira os destaques dos desfiles:

• •

Ombros arredondados, mangas mais amplas e redondas Comprimento variável das saias avulsas e das saias dos vestidos (desde micro, minis, no joelho e longas). Sempre movimentadas em pregas, plissados, godês ou justas com fendas enormes Calças amplas e curtas, ao lado das skinnies Túnicas e tops – com linhas muito simples e mangas arredondadas apareceram em quase todas as coleções acompanhando saias leves em todos os comprimentos, calças transparentes, bermudas. Podem ser em moletons, tricôs, neoprene, veludo Transparências, Metalizados, Jeans, Neoprene.

• •

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OUTONO/INVERNO 2014 FASHION RIO

COCA-COLA JEANS O futebol serviu como uma das principais inspirações para a construção das peças, nas aplicações, escolha de materiais (super tecnológicos). Os shapes trazem os ombros bem marcados, em peças amplas e com muito volume; as calças também ganham corte esportivo.

ANDREA MARQUES A silhueta é alongada marcante, os materiais utilizados são a seda, o veludo e a pele sintética, nas cores pink, açafrão e preto. O trabalho de estamparia, bastante presente, remete ao “surrealismo das divas modernas”. Destaque para as fendas nas saias e vestidos e para calças pantalonas mais curtas.

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OUTONO/INVERNO 2014 FASHION RIO

PATRICIA VIEIRA Sempre surpreendendo com as técnicas que transformam o couro em obras de arte, a estilista apresentou 28 looks com couro pintado, grafitado, cortado a laser, tie-dye, com pêlos, píton, aplicação de foil, animal print em forma de zebra, trama feita em tear e bordados com metal, miçangas e linhas que dão forma às flores.

OH, BOY O movimento pós-punk dos anos 90, o ballet russo e, principalmente, o lifestyle das bailarinas clássicas durante as horas de ensaio foram os temas abordados pela marca. As jaquetas, moletons e t-shirts vêm com uma proporção over, como as formas do começo dos anos 90, e usadas com vestidos canelados, justos e longos.

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OUTONO/INVERNO 2014 FASHION RIO

TNG Calças justas, tops estruturados, vestidos marcados, paletós alongados e jaquetas em diferentes matérias-primas, alfaiataria slim e alongada, camisaria western e saias de diferentes comprimentos são os principais shapes desta coleção inspirada na estética punk, em que se destacam o verde militar, bordô, azul marinho e preto.

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VICTOR DZENK O estilista procurou fazer um contraponto entre a estética do oriente e a estética do rock, acrescentando referências do universo fitness – o resultado foi uma coleção com peças desde um vestido de festa longo, esvoaçante e bordado até calças tipo pijama, bem casuais. Foi do moletom ao georgette de seda.


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DICA DO ESPECIALISTA GESTÃO

Sucessão empresarial

Os grandes dilemas na gestão de empresas familiares

Patrícia Epperlein é presidente da Mariaca, empresa especialista em gestão de capital humano

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A sucessão é sempre um momento crítico e, para ser bem sucedida, precisa de planejamento e profissionalização Cerca de 70% a 85% das empresas, em todo o mundo, são familiares, percentual que varia conforme o país. Embora representem uma possante locomotiva da economia mundial, as empresas familiares carregam uma triste sina: 65% delas desaparecem do mercado em função das disputas internas; 30% chegam à segunda geração e apenas 15% à terceira. O momento crítico é sempre o da sucessão que, para ser bem sucedida, precisa de planejamento e profissionalização. O sucessor precisa do apoio do sucedido e da aprovação dos demais membros da família. Grandes empresas, por terem contratado executivos profissionais ou aberto o capital ao mercado financeiro, têm maior facilidade nas transmissões sucessórias, especialmente se os familiares já estiverem compondo um conselho administrativo. Consultores experientes recomendam que a profissionalização e a contratação de gestores profissionais sejam incorporadas ao planejamento estratégico de longo prazo da empresa. Desta maneira, a família pode refletir com antecedência sobre seu futuro e o da sua empresa. Mesmo que no passado o fundador tenha sido alcançado o sucesso na gestão da organização, no mundo globalizado o processo de decisão precisa ser diferente. E algumas regras são essenciais para se atingir os melhores resultados. John Davis, uma das maiores autoridades mundiais em gestão de empresas familiares e líder do programa de educação executiva de negócios familiares da Harvard Business School, o “Generation to Generation”, aponta cinco desafios da empresa familiar: manter-se competitiva, lidar com o nepotismo e

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com o profissionalismo nos negócios, manter o controle nas mãos da família e transmiti-lo às demais gerações, e passar adiante o controle e a gestão da empresa. Pesquisas realizadas pelas melhores universidades indicam que o desempenho das empresas cujos gestores foram contratados, inclusive o CEO, é melhor que o das demais organizações. Mas é importante que o recrutamento dos profissionais para compor a direção das empresas leve em consideração a arquitetura organizacional. Empresas familiares têm visão e compromisso de longo prazo, não ficam presas aos números de cada quadrimestre e são comprometidas com o sucesso, que é indissociável do pessoal. Além disso, sua cultura organizacional estimula o comprometimento dos colaboradores e a preservação dos laços familiares por gerações. Os planos de sucessão e profissionalização das empresas familiares ocorrem de forma diferenciada em cada organização e devem preservar os altos padrões de desempenho e ética no ambiente de trabalho. Independentemente do modelo definido, os planos de sucessão devem levar em conta a preservação da família, o conceito de prioridade e a própria empresa. Na maioria dos casos, a companhia passa a ter uma diretoria executiva, um conselho de administração composto pela família e, às vezes, por conselheiros contratados. Quando abre seu capital, cria-se o conselho de acionistas. Mas mesmo sem lançar-se no mercado de ações, as empresas familiares profissionalizadas passam a atuar de acordo com os preceitos da moderna governança corporativa. A profissionalização das empresas familiares é, portanto, a peça-chave para a sua sobrevivência e perpetuação. Além de garantir altos padrões de governança, gestão e performance, a profissionalização é também um antídoto contra eventuais desavenças familiares que possam, no futuro, comprometer a saúde e até mesmo a sobrevivência do negócio.


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Tudo

blue

Tng

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Herchcovitch

Tng

Herchcovitch, tng e R. Groove souberam aproveitar ao máximo a versatilidade dos índigos e brins Vicunha para um visual moderno e cheio de atitude. Um ponto comum foi o uso do denim em sua versão mais raw, apenas amaciado, assim como os efeitos metalizados

Herchcovitch

A semana de moda carioca confirmou que o jeans é o highlight para o inverno 2014. Black denims, resinados, metálicos e o blue jeans original estiveram presentes nas passarelas, com variações no streetstyle e alfaiataria. Destaque também para as sarjas Fotos: Agência Fotosite


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Iódice

Sacada

Iódice

Sacada

Na Sacada, a cultura indiana é traduzida através da riqueza dos bordados artesanais, aplicados em bases rústicas, como o jeans Valdemar Iódice também apostou no algodão escuro e na sarja

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MUNDO TEXTIL NOTAS

DenimVerão 15

Transforming Energy

avesso tem o toque e o conforto de um moletom, porém com o visual denim. Trata-se de uma nova estrutura de índigo com alta elasticidade na trama, que promete oferecer versatilidade e conforto. Outro destaque é a linha Transforming Denim, criada a partir de uma tecnologia inovadora. Seu blue denim possui o diferencial de proporcionar diferentes cores e efeitos em lavanderia, resultando em três cores, de acordo com o grau de desgaste químico dos processos de lavagem. Já a linha Latitude Zero é composta de uma variada gama de índigos com azuis diferenciados para atender todos os segmentos, shapes e estilos de lavagem. São tecidos com média e alta elasticidade.

FOTO: MARCIO MADEIRA

Entre as principais novidades em índigos para o Verão 2015, a Vicunha Têxtil destaca a linha Athletic Denim, que, do lado

TECNOLOGIA A SEU FAVOR

O fio Emana ®, fio inteligente da Rhodia que promete reduzir os sinais celulite, amplia espaço entre as confecções. Em parceria com a tecelagem Canatiba, foi utilizado, no jeans, de forma inédita no mundo. O responsável pela façanha é o estilista Alexandre Herchcovitch, que apresentou sua nova marca no Fashion Rio, em novembro. Em seguida, foi a vez da Memo lançar uma coleção de fitness com a mesma tecnologia, assinada pela blogueira Gabriela Pugliesi. Entre as peças, estão bermudas, shorts, calças e saias-shorts, com o exclusivo fio que combina propriedades da poliamida com cristais bioativos e interagem com o corpo, trazendo equilíbrio térmico, reduzindo a fadiga muscular e aumentando o desempenho esportivo, além de estimular a microcirculação sanguínea.

A coleção Summer 14-15 da Tavex já está disponível para os clientes em quatro conceitos: Denim Couture by Tavex, The

authentic ‘savoir faire’ of denim faz um tributo aos princípios ‘Haute Couture’ e se traduz pela seleção de artigos de alta qualidade com aspectos sofisticados, toques especiais, estruturas refinadas e pela atenção a pequenos detalhes e acabamentos. Runway by Tavex, uma nova face para o tradicional denim, traz tecidos confortáveis e versáteis de aspecto chique. Absolute Fit by Tavex, Maxify your concept of stretch, é um denim de conforto extremo, com mais de 50% de elasticidade, que contorna o corpo sem perder a forma original ao longo do tempo. Denim Therapy® by Tavex – Svelt reafirma, tonifica e suaviza o aspecto da pele, é um exclusivo tecido com propriedades cosméticas que prometem melhorar o aspecto da pele de laranja. Complementam a linha novas versões de artigos já em catálogo, como Triblend technology® by Tavex, Maximum elasticity and resistance; Fitness Denim® by Tavex, Comfort fits for men; Jeather Denim® by Tavex e e Dualtex® by Tavex, The two faces of denim.

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Denim Therapy® Svelt

Dualtex®


2014

PROMETE

Estampas verão 15

A Cedro Textil, uma das lideres brasileiras no fornecimento de tecidos para o segmento jeanswear, apresenta 38 desenhos em bases de sarjas rígidas e elastizadas que resumem as principais tendências em estamparia para a temporada Verão2015. Os desenhos, desenvolvidos com exclusividade pelo departamento de criação da Cedro, foram inspirados em três temas que devem pautar os desenvolvimentos para o próximo verão: o Orient Express, que alia a riqueza cultural do oriente aos códigos ocidentais através do design arrojado, cores vibrantes e composição dos looks; o Elastic Body, que privilegia a liberdade de movimentos e desempenho, aliados a um estilo ultra urbano inspirado no ballet e na ginástica; Overload, que traz uma sobrecarga de informação, imagens e inspirações. Outra novidade para a coleção são as estampas digitais.

Como parte de um processo de reestruturação pelo qual passa há quatro anos, a Capricórnio Têxtil reforça o seu Planejamento Estratégico com a chegada de Maria José Orione, ex- gerente de Marketing da América do Sul da Tavex Brasil S/A. Para o próximo ano, a empresa prevê um novo calendário de suas coleções e dará continuidade aos eventos em diversos polos jeanswear do país, contando com um projeto especial de consultoria do WGSN, bureau internacional de pesquisa em tendências e notícias para a indústria de moda, estilo e comportamento. Além disso, investirá em novas tecnologias em acabamento, que contribuirão para um visual diferenciado das peças. Fundada, em 1946, a Capricórnio Têxtil é hoje uma das cinco maiores produtoras de denim do Brasil, atuante em toda a cadeia produtiva, desde a compra do algodão, fabricação de fios, até a construção do tecido.Mantém fábricas Bragança Paulista e em São Carlos, no interior de São Paulo.

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DICA DO ESPECIALISTA MARKETING

O marketing da moda Soeli de Oliveira é consultora e palestrante do Instituto Tecnológico de Negócios nas áreas de Marketing, Varejo, Atendimento e Motivação em Novo Hamburgo – RS

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Uma empresa voltada para o Marketing pesquisa as necessidades e desejos do mercado e faz aquilo que pode vender Marketing é definido como um processo ou conjunto de ações que identifica necessidades e as transforma em produtos ou serviços. Descobre onde estão os clientes, analisa a melhor maneira de alcançá-los e satisfaz suas expectativas de forma lucrativa para a empresa. Pelo exposto, percebemos que Marketing abrange um conjunto amplo de ações que não se resume somente à propaganda, como acredita a maioria das pessoas. Para compreender melhor o que é Marketing se faz necessário esclarecer o que significa necessidade, desejo, benefício e satisfação. Necessidade – É uma falta ou carência que os consumidores têm. Pode ser física ou psicológica. Desejo – É a forma como uma necessidade é atendida. Benefício – É tudo de positivo que um produto ou serviço gera de valor para o cliente. Satisfação – Depende do desempenho percebido em relação ao esperado. O composto de Marketing é formado por quatro palavras chaves que começam com a letra “p” (Produto, Preço, Ponto e Promoção), de forma a facilitar a sua memorização. Esses quatro elementos respondem a quatros questões básicas necessárias para a comercialização de produtos e serviços, que são: 1. O que o cliente quer? (sua necessidade, produto/serviço) 2. Onde ele pode encontrá-lo? (Ponto de distribuição)

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3. Como saberá que ele existe, para que ele serve e por que ele deveria comprá-lo? (Promoção) 4. Qual o seu preço? (Preço). Já a Moda lida com mudança, envolve novidade e inovação. É uma sucessão de tendências de pequena e curta duração. Tem ligação estreita com a criatividade e com o design e vem impregnada do significado e do ato de construir, formar, moldar e criar. Moda é um fenômeno social de rápida difusão. É percebida como um movimento, um ciclo. Obedece uma obsolescência contínua e planejada. Tem um caráter imitativo, acrítico, efêmero e transitório. O que era admirado, imitado, promovido, distribuído, um dia torna-se ultrapassado. Marketing da Moda é a aplicação de uma série de técnicas que visam tornar mais transparente, para a empresa, as necessidades e desejos dos consumidores, de tal forma que a empresa possa responder com produtos e serviços de moda que os atenda plenamente ou que até mesmo os surpreenda. O Marketing da Moda é responsável por assegurar, para a empresa e para os seus clientes, a obtenção do melhor proveito a alcançar por meio de planejamento, controle e gestão de um design criativo e vencedor. Uma empresa voltada às vendas vende aquilo que pode fazer. Por sua vez, uma empresa voltada para o Marketing pesquisa as necessidades e desejos do mercado e faz aquilo que pode vender. Quando uma empresa de moda não leva a sério o conceito de marketing pode fracassar nos seus lançamentos e até ir à falência.


S Ã O

P A U L O

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Inspirado na obra de Daniele Buetti, com sua devida autorização. Foto: G. Defaix


MODA INCLUSIVA

Criatividade e técnica Modelagem funcional, escolha correta de materiais e utilização criativa de aviamentos foram decisivos para a escolha do look vencedor

P

Patrícia Helena Galves (24), graduada em Design de Moda pelo Centro Universitário Belas Artes de São Paulo, foi a grande vencedora da 5ª edição do Concurso Moda Inclusiva, promovido pela Secretaria dos Direitos da Pessoa com Deficiência do Estado de São Paulo e apoiado pela Vicunha Têxtil. Aberto, a partir deste ano, a trabalhos oriundos de outros países, o concurso teve finalistas de diversos municípios do Estado de São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Distrito Federal e Amazonas, além de participação da Índia. Os vinte melhores trabalhos participantes da segunda fase, a da confecção das peças, foram apresentados aos jurados em 19 de novembro, no MuBE, na capital paulista.

C1AB

crição: 8E

Nº de ins

CROQUI

Patrícia ao lado do look: jaqueta, regata e calça adaptados e confortáveis

Mobilidade

Com um look voltado para cadeirantes femininas, a proposta de Patricia foi a de uma roupa versátil, elaborada e pensada em cada detalhe para aumentar o conforto por meio de uma modelagem funcional, escolha correta de materiais e utilização criativa de aviamentos. “A Moda Inclusiva não precisa de grandes revoluções, mas de pequenas mudanças e ajustes nas peças. É isso que faz o diferencial,” conta Patrícia, que também é Técnica em Vestuário pelo Senai-SP e hoje faz curso de Técnico Têxtil na mesma instituição. O look é composto por uma jaqueta, uma regata e uma calça. “Quando desenhei as peças, pensei em

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como deixá-las confortáveis e com mobilidade, porém com aspecto descontraído, bonito, que não as identificasse como roupas para uma pessoa com deficiência”, diz ela. Para chegar às peças, Patrícia ouviu cadeirantes, a fim de entender melhor esse universo, o que esse público gostaria de encontrar e não consegue, quais as maiores dificuldades e o que deseja. “Como as peças no guarda roupa feminino são mais exploradas pelo mercado, porém há essa carência, decidi ajudar as


cadeirantes a realizar o desejo de vestir as peças desejadas por todas nós. E sempre pensando que QUALQUER mulher poderia usá-las - eu mesma usaria com maior prazer”, explica.

Detalhes

Assim surgiu a jaqueta, com os detalhes de fole nas costas e elástico interno que possibilita o movimento do braço sem prender as costas (o que normalmente acontece em modelos desse tipo). Nas mangas há cotoveleiras de nervuras com malha interna que possibilitam flexionar o braço, e um recorte de malha para a peça ficar bem justa, porém confortável. Além das interferências na modelagem, Patrícia acrescentou bolsos internos e externos para aproveitar o espaço e enriquecer a peça. E criou uma abertura no decote com viés do próprio tecido, para facilitar o vestir da peça, e que pode ser utilizada para aparelhos celulares (fones de ouvido) com mais segurança. Colocou, ainda, detalhes de bordados nos ombros.

A blusa foi feita com malha em uma modelagem tipo A, bem leve e solta, muito fácil de vestir e com recortes na vertical para alongar a silhueta. Na calça, a intenção era a de produzir uma peça bem justa, porém fácil de vestir e confortável. “A parte traseira é de malha e da frente é de jeans com elastano”, diz. A calça tem cintura alta com passantes que ajudam muito o vestir das meninas, bolsos nas pernas, detalhes de matelassê e zíperes de metal. O fechamento é na frente com duas fileiras de botões seguindo os recortes, que vão até um pouco abaixo do quadril, o que facilita o uso de soldas e o vestir.

Nadir de Almeida e Eligolande, finalistas na terceira e segunda posição

Etiquetas tecidas, patches, termocolantes, fitas e tecido jacquard. Homologada pelos principais magazines.

O melhor prazo de entrega.

(47) 3387.8787

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DICA DO ESPECIALISTA RH

Relacionamentos interpessoais Dario de Limas é Consultor e Professor, Engenheiro de Vestuário, Técnico em Estudos de Tempos e Movimentos, Técnico em MTM (Methods-Time Measuremet) e tem 50 anos de experiência em confecção

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A atividade confeccionista absorve um elevado número de operadores. Conciliar os interesses pessoais de um grupo exige de suas lideranças um vasto conhecimento de procedimentos que possam estabilizar os relacionamentos Nesse ambiente de trabalho, a chefia tem três direcionamentos de relações que devem ser observados e para os quais deve manter uma perfeita e íntegra interdependência: Para Cima, Para os Lados e Para Baixo. O primeiro se exercerá perante os superiores (Gerentes, Diretores ou correlatos), enquanto o segundo estará presente nos relacionamentos para com os pares de função e, na última relação, quando se tratar do sentido de relacionamento para com os seus subordinados. O setor de produção de uma empresa confeccionista, independentemente dos artigos industrializados, não poderá alcançar bons índices de eficiência individual, boa qualidade nos produtos e elevados índices de produtividade setorial (compatíveis com as exigências de um mercado consumidor moderno), se os relacionamentos interpessoais no ambiente operacional não forem de alto nível. E estes têm variáveis múltiplas, como a educação, as normas da empresa confeccionista, o nível de qualidade dos produtos, os procedimentos operacionais adotados, os arranjos físicos e locais de execução dos trabalhos e ainda, o nível de desenvolvimento tecnológico, entre outras. Os relacionamentos interpessoais passam ainda por dimensões emocionais, o que impede a adoção de um padrão de comportamento gerencial único para com todos os subordinados. As reações destes também não serão de unanimidade, podendo mesmo ser de total imprevisibilidade, dentro dos princípios da relação humana, pois dependerão de muitos

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fatores e por vezes externos ao ambiente de produção. O supervisor tem a seu cargo a grande responsabilidade de harmonizar os grupos operacionais, provocar um clima de trabalho ideal para poder cumprir com os planos de produção, dentro dos padrões de qualidade e, acima de tudo, fazer com que sejam respeitados todos os métodos implantados pela Engenharia de Produto. O cumprimento dessas condições tem sua origem na formação de uma boa equipe de trabalho totalmente integrada, formada e conduzida por lideranças preparadas, permutando experiências e estabelecendo metas para uma imprescindível comunicação que deve existir entre as áreas de trabalho e os operadores, com o qual se unificariam os critérios de ação com a política definida, desde que esta responda a um conceito uniforme e racional. Um setor com operadores disciplinados e com um fluxo de trabalho harmônico demonstra uma supervisão com boa capacidade de liderança e de comando. Nenhum chefe pode se eximir da responsabilidade de influência imitativa de suas ações. Devem ser o exemplo para seus subordinados. Os conhecimentos técnicos e a experiência são indispensáveis para motivar, dar apoio e soluções rápidas no setor que dirige, pois do contrário, suas decisões afetariam a produtividade e a imagem de sua função. Isso implica na necessidade de conhecer suas funções técnicas e de gestão e dominar totalmente os mecanismos dos relacionamentos interpessoais, da aplicação da motivação positiva e outros enfoques que se demonstrarem necessários para a obtenção de todas as metas estabelecidas.


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MERCADO

PARCERIA ESTRATÉGICA

Garota-propaganda A Cativa escolheu a atriz Carol Castro, a Silvia da novela global Amor à Vida, para a campanha de Outono 2014 da marca. A atriz posou em diversos cenários urbanos de Curitiba evidenciando o conceito da coleção baseada em viagens para lugares incomuns. Nesta campanha, a Cativa pretende reafirmar seu perfil direcionado a mulheres jovens que gostam de se vestir bem sem dispensar o conforto e a praticidade. A campanha, dividida em diferentes peças publicitárias, será lançada aos lojistas ainda em 2013 e d urante os primeiros meses de 2014 para o consumidor final.

Empenhadas em elevar o status de sua marca, grandes redes de varejo prosseguem na estratégia de estabelecer parcerias com estilistas de renome. Em novembro, chegou às lojas da C&A a coleção assinada pelo italiano Roberto Cavalli, com 57 modelos entre roupas, bolsas e acessórios, com preços que variam entre R$ 39,90 (anel) e R$ 799,00 (vestido longo). Todas as peças foram produzidas com materiais nobres como a seda pura, jersey de seda, cotton alfaiataria e cotton satin. Já a nova coleção de Verão tem a parceria com a marca Lenny Niemeyer, de moda praia. A previsão é a de que mais de setenta peças com releituras de sucessos da estilista brasileira estejam nos pontos de venda a partir do início de dezembro.

COPA DO MUNDO

Foi apresentada ao mercado, em novembro, a nova camisa da Seleção Brasileira de Futebol. Produzida pela Nike será vendida em duas versões: uma idêntica à dos jogadores e outra para torcedores. Produzido no Brasil, o uniforme completo é 16% mais leve que o anterior e é confeccionado principalmente com poliéster reciclado e algodão orgânico. A tecnologia dry-fit mantêm as peças secas, por facilitar a evaporação do suor. Zonas de ventilação com pequenos furos cortados a laser foram desenvolvidas na camisa e no calção para permitir a circulação do ar pelo corpo dos atletas. As meias têm zonas de amortecimento para o dedão e o tornozelo. Um suporte em arco busca prevenir que o jogador escorregue e na região do calcanhar e na parte superior há camadas flexíveis que evitam o enrugamento.

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Tng jr De volta ao segmento infanto-juvenil, a tng apresenta a coleção Inverno 2014, composta de peças com toques de punk e rock, seguindo ícones e prints de sucesso da coleção adulta. Com foco no jeanswear, a coleção traz o denim em diferentes fits e lavagens, aplicações de tachinhas e rebites, peças com desgastes e puídos localizados. Na linha de t-shirts, prints de caveiras e bandeiras como a Union Jack Flag e a dos Estados Unidos. A marca aposta ainda em malhas diferenciadas - como o flamê e botonê - e em moletons com técnicas desagulhadas e aplicações de fio lurex. Na cartela de cores, destaque para o verde esmeralda, verde militar, vinho, vermelho, azul marinho, azul denim, cinza mescla, branco e preto.

Agrade o seu cliente e de quebra fixe melhor a sua marca no produto. Ao invés das incômodas etiquetas convencionais, utilize as etiquetas termoadesivas impressas da Etiqueta Confort. Muito mais práticas, confortáveis e duráveis, é só experimentar para aprovar. Você adquire um rolo com sua marca já impressa e a aplicação em vários tipos de tecido é tão simples que você mesmo pode fazer com uma Prensa Térmica Manual, onde e quando quiser. Peça já o seu rolo e descubra o verdadeiro sentido da palavra comodidade. Aproveite: FRETE GRÁTIS nas compras acima de R$ 500,00 e 3% DE DESCONTO nas compras pagas em boleto bancário

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MERCADO

VAMOS COMBINAR?

Neste Verão, a ÁGUA DE COCO por Liana Thomaz apresenta uma nova coleção de sandálias, em parceria com as Havaianas. São quatro modelos, dois com estampas exclusivas da coleção de verão 2014 da grife, inspirada nas riquezas, misturas e diversidades do Brasil, e outros dois modelos com os tons mais quentes do verão. As sandálias estão à venda com exclusividade nas lojas da marca de beachwear e custarão R$ 79,90 (estampadas) e R$ 84,90 (lisas com pin dourado).

Tudo de bom LINHA SHAPEWEAR

Pensando nas nas mulheres que buscam uma lingerie que molde o corpo sem marcar - a Forum Lingerie criou sua própria linha de shapewear. Desenvolvida com tecido compressor superleve, macio, e com técnicas inovadoras, a linha é composta de peças para serem usadas com vestidos justos e roupas de tecidos finos. São dois modelos de sutiã (um de alça removível) , duas hot pants, uma bermuda e uma camisete. Esta foi desenvolvida com decote profundo, sem bojo, a fim de que o sutiã possa aparecer discretamente.

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A Levi’s® lança no Brasil a linha Levi’s® Revel, desenvolvida com a tecnologia Liquid Shaping, uma modelagem líquida fundida ao jeans em áreas estratégicas, que permitem alongar e realçar a silhueta feminina. “A linha Curve ID atendeu o desejo das mulheres de encontrar o jeans perfeito para suas curvas. Agora, com a tecnologia Revel, queremos que essas mulheres experimentem o prazer de usar um jeans que realça suas curvas, alongue suas pernas, comprima a região do quadril e parte interna das coxas, e empine o bumbum”, diz Fabiana Santana, Gerente de Marketing da Levi’s® Brasil. No lançamento, as atrizes Carol Castro, Sophie Charlotte e Giovanna Lancellotti foram convidadas a experimentar Levi’s® Revel e comprovar os resultados da tecnologia exclusiva.


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A Alpha Sistemas é uma empresa com mais de 18 anos de experiência em desenvolvimento de sistemas, específico para o setor do vestuário, com atuação em vários estados do país. Líder absoluto no seu segmento, conta com mais de 10.000 usuários registrados, além de oferecer cursos, consultorias e treinamentos direcionados para as indústrias de confecção.

O Sistema lider absoluto no setor do vestuário na região nordeste do país. REVISTA

TOP OF BUSINESS

EMPREENDEDORES

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SUCESSO INTERNACIONAL

2013

A empresa Alpha Sistemas recebeu a premiação do Troféu Empreendedores de Sucesso 2013, concedida pela revista TOP OF BUSINESS.

O Sistema AlphaInd é um software completo, composto por 10 módulos, entre eles: Frente de Loja, Financeiro, PCP, Comercial, Almoxarifado, RH, AlphaRep (módulo para representantes), Audaces Ideia (integração), Compras e Fiscal, todos integrados para garantir a qualidade e segurança da informação.

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