confeccionista ANO V - Nº 28 - JAN/FEV 2014
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Varejo O CONFECCIONISTA - ANO V - Nº 28- JAN/FEV -2014
Expansão acelerada
Verão 2015 O que deve vir por aí •Cartela de Cores •Lingerie e Moda Praia •Denim e Sarja •Cores, estampas
Consumo Quem é quem na nova classe média
A Palavra do Presidente Marco Antonio Branquinho Jr, Cedro Têxtil capa 2confeccionista 28.indd 1
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CARTA AO LEITOR
Levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima... 2014 começou com boas perspectivas para as empresas que nesses dois últimos anos passaram por provações que nunca haviam sonhado enfrentar. Mesmo assim, com competência, muita criatividade e perseverança, acharam a solução para os problemas e seguiram adiante. Encontrei os que acharam que o copo estava meio cheio e os que achavam que estava meio vazio, os que choraram e os que venderam lenço, os que foram à luta e os que só reclamaram. Cada um teve o resultado que plantou. Tenho notado que a confiança dos empresários está aos poucos voltando e já começam a investir. Creio que a lição desse período vai deixar marcas profundas e, acredito, vai servir como base para os próximos anos. A inovação, a busca de novos mercados e clientes, o investimento em marketing e em profissionais qualificados e comprometidos foram os grandes diferenciais de quem saiu fortalecido. Só espero que esse trabalho não tenha retrocesso, pois estar à frente da concorrência daqui para a frente será a diferença entre as empresas que se destacam no mercado e as que não existirão mais. Temos ciência de que os veículos de comunicação voltados para o setor de confecções também tiveram que se adaptar às novas condições, mas saímos mais fortes após toda essa turbulência. Ano novo, perspectivas e projetos novos, vamos em frente, pois tenho certeza que o sucesso nos aguarda. Tenha uma ótima leitura e faça grandes negócios. Um abraço
Júlio César Mello
Diretor-geral Revista O Confeccionista juliocesar@oconfeccionista.com.br
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EDITORIAL
Agilidade é o nome do jogo
Linha Direta REDAÇÃO O CONFECCIONISTA editora@oconfeccionista.com.br (11) 2769.0399
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O ano mal começou e, ao que tudo indica, o primeiro semestre passará voando. Férias de verão seguidas pelo Carnaval em março e logo pela Copa do Mundo. Os turistas estrangeiros, potenciais consumidores, são aguardados com ansiedade. Já em fevereiro, as grandes redes de varejo já colocavam roupas de frio em exposição, ao menos na região Sudeste. Tudo isso leva a uma certeza: as entregas das coleções de inverno vão ter de ser antecipadas, o que leva a crer que as confecções já devem estar trabalhando a todo o vapor nessa produção e, ao mesmo tempo, escoando sobras do verão. Ainda que 2014 seja um ano atípico, nunca é demais enfatizar que a agilidade no atendimento é um quesito cada vez mais exigido pelos clientes. E passa, necessariamente, pela boa produtividade e entrosamento entre todas as áreas da empresa. Trabalhar nesse sentido, buscar se informar ao máximo sobre tendências, mercado e inovação, é o caminho para se destacar das demais. É sobre diferenciação e inovação que falam as confecções entrevistadas na reportagem Sem Crise. Essa é a estratégia delas para se manterem firmes e aumentar vendas. O varejo, por sua vez, não para de crescer, e as confecções têm de estar aptas a atendê-lo. De olho na moda, as grandes redes dão sequência a planos de expansão, ampliando número de lojas e chegando a praças ainda não exploradas, como se vê na matéria Expansão Acelerada. Para auxiliar o confeccionista nessa empreitada, apresentamos os rumos da moda para a Primavera-Verão 2014/15, com direcionamentos e temas propostos pelo Senai-SP para o feminino e pela marca Lycra para lingerie e moda praia. E fabricantes de denim e sarja mostram suas propostas para a temporada. Para quem deseja ir mais além, damos um preview do Outono-Inverno 2015. Boa leitura!
Vera Campos
confeccionista o
Diretor-Geral - Júlio César Mello juliocesar@oconfeccionista.com.br Diretora de Relações com o Mercado Bernadete Pelosini bernadete@@oconfeccionista.com.br Editora - Vera Campos (MTb 12.003) editora@oconfeccionista.com.br Editora de Arte - Marisa Ana Corazza marisacorazza@gmail.com Colaborou nesta edição: Silon de Oliveira Internet - Mulisha - rafael@mulisha.com.br
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Editora editora@oconfeccionista.com.br
Financeiro - Mauro Gonçalves financeiro@@oconfeccionista.com.br Publicidade comercial@@oconfeccionista.com.br Impressão - Indústria Gráfica Itu Ltda Tiragem - 14.000 exemplares. Distribuição Nacional O Confeccionista é uma publicação bimestral da Impressão Editora e Publicidade Ltda., distribuída aos empresários da indústria de confecção.
É vedada a reprodução total ou em parte das matérias desta revista sem a autorização prévia da editora. Todas opiniões e comentários dos articulistas e anunciantes são de responsabilidade dos mesmos. Impressão editora e publicidade Rua Alcides de Almeida, 184, Centro, S.Bernardo do Campo,SP. CEP: 09715-265 - Fone: (11) 2769-0399
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SUMÁRIO
confeccionista Ano V - Número 28 - Jan/Fev 2014
confeccionista ANO V - Nº 28 - JAN/FEV 2014
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Varejo
INVERNO 2014: COLEÇÕES MEGA POLO ENTREVISTA: PLANEJAMENTO DE COLEÇÕES
Verão 2015 O que deve vir por aí
64 INVERNO 2015: PREVIEW DO COURO
•Cartela de Cores •Lingerie e Moda Praia •Denim e Sarja •Cores, estampas
Seções 12 62
Expansão acelerada
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ESTRATÉGIA: INDÚSTRIA REAGE
Consumo Quem é quem na nova classe média
A Palavra do Presidente Marco Antonio Branquinho Jr, Cedro Têxtil capa 2confeccionista 28.indd 1
EM DIA
CAPA
MUNDO TÊXTI/NOTAS
Dicas do Especialista 56 MANUTENÇÃO DE MÁQUINAS
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MERCADO
26 Expansão do varejo 32 A classe C vai às compras PRIMAVERA-VERÃO 2014/15
38 Moda Feminina 44 Estamparia 46 Moda Íntima 50 Moda Praia 58 Denim e sarja A PALAVRA DO PRESIDENTE
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Marco Antonio Branquinho Jr,
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EM DIA
Planos para 2014
QR CODE
A Associação Brasileira de Estilistas (Abest) iniciou o ano disponibilizando uma nova tecnologia para as 93 grifes associadas. A entidade passa a empregar o QR Code (aquele que pode ser lido pelos aparelhos celulares com câmeras fotográficas) para substituir todo seu material gráfico oferecido nas feiras que participa no exterior para promover os negócios da moda nacional. Os conteúdos em QR Code, disponíveis online e nos eventos, trazem dados sobre o perfil e contatos de cada marca e poderão ser lidos em inglês e mandarim. A novidade também estará disponível no site do projeto + B Export, criado em parceria com a ApexBrasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos), com a proposta de incentivar as exportações do setor, além da promoção da imagem da moda brasileira e do Brasil.
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Valor agregado Empreendedores interessados em moda, criatividade, inovação, marca e como ampliar o acesso de seu negócio ao mundo da moda de alto valor agregado participaram de palestras ministradas por Paulo Borges, CEO da Luminosidade e diretor criativo do SPFW e Fashion Rio. Realizados em cidades de vários estados brasileiros, os encontros ocorreram em fevereiro e são fruto de parceria entre Sebrae e o Instituto Nacional de Moda e Design (IN-MOD), firmada em janeiro de 2012, e que já promoveu a participação de pequenos negócios em 12 plataformas de negócios de moda, realizou 303 palestras e 347 consultorias. A parceria entre as duas instituições tem como objetivo aproximar os pequenos negócios brasileiros do universo criativo, inserindo produtos e marcas em espaços qualificados de inovação e inspiração.
Novo MBA de Moda
A Trevisan Escola de Negócios criou dois novos programas de MBA para 2014, oferecidos na unidade São Paulo. Um deles é um MBA em Gestão de Negócios de Moda. A instituição, focada na área de negócios, identificou que a área necessita de inovação e capacitação específica de seus gestores em liderança, finanças e processos administrativos.“Nosso objetivo é formar profissionais que efetivamente atendam às necessidades do mercado e um gestor precisa se capacitar nessas habilidades. Para isso, oferecemos conteúdos e programas constantemente atualizados e em estreita relação com o mundo corporativo”, afirma o diretor da entidade, Fernando Trevisan.
FOTO: DIVULGAÇÃO
As indústrias do setor do Vestuário e Têxtil do Paraná deverão ter, em breve, um instituto exclusivo, voltado ao seu desenvolvimento, com ações que aumentam a competitividade frente a concorrentes nacionais e de outros países. A decisão foi tomada como uma das prioridades para 2014 pelo Conselho Setorial da Indústria do Vestuário e Têxtil da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep). Os integrantes do Conselho também definiram outras cinco ações que deverão ser colocadas em prática a partir de 2014, relacionadas à representatividade, financiamentos e qualificação profissional. O grupo quer reforçar a comunicação e o marketing do setor, reivindicar linhas de fomento diferenciadas que atendam às especificidades de sua cadeia produtiva e conseguir mais força política.
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EM DIA
Momento de decisão
Novo presidente da Abit assume a entidade com garra e disposição
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O ano mal começou e Rafael Cervone Netto, o novo presidente do Conselho de Administração da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), eleito para o triênio 2014/2016, já arregaçou as mangas para dar continuidade aos trabalhos de seu antecessor, o empresário Aguinaldo Diniz Filho, e encampar novas ações em prol do setor. Fundada em 1957, a Abit representa a força produtiva de 30 mil empresas que empregam mais de 1,7 milhão de trabalhadores e geram faturamento anual em torno de US$ 60 bilhões. Engenheiro Têxtil, 1º Vice-Presidente do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo - CIESP, Presidente Emérito do Sinditêxtil-SP e Diretor Executivo do Texbrasil - Programa de Internacionalização da Indústria da Moda Brasileira, Cervone Netto conhece a fundo os problemas e desafios que as empresas têxteis e de confecção enfrentam. Em 2013, o setor fechou o ano com déficit recorde no saldo da balança comercial, o oitavo consecutivo, devido, sobretudo, às importações de vestuário provenientes de países asiáticos, em especial da China. A produção física teve vários picos positivos e negativos ao longo do ano e, até novembro (último dado disponível até o fechamento desta edição) registrava crescimento negativo de 1,82% para as matérias-primas e de 2,43% em vestuário.
Foco na confecção
Concorrência exacerbada dos produtos importados, carga tributária excessiva são alguns dos fatores que atuam contra a competitividade do vestuário brasileiro tanto no mercado interno como no externo. “O foco principal de nossa gestão é em ações que estimulem a competitividade e a retomada da produtividade das indústrias do setor, em especial das de vestuário, que são o elo mais frágil da cadeia e estão sendo mais penalizadas”. Trata-se de empresas de pequeno porte, a grande maioria inserida no regime tributário Simples. Se, de um lado, o sistema possibilita redução e simplificação na cobrança e pagamento de tributos, de outro tolhe o crescimento das empresas, por limitar o faturamento anual delas a R$ 3,6 milhões. “Nossa meta é ampliar esse limite”, diz Cervone.
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Rafael Cervone Netto: apoio às confecções
Competitividade em questão
Já no início de fevereiro, a Abit esteve em Brasília para discutir várias reinvidicações pendentes, como a implantação do RTCC – Regime Tributário Competitivo para a Confecção, em que pleiteia a redução das alíquotas dos tributos federais para 5%, ante os 18% atuais. A agenda trabalhista também entrou na pauta de discussões, como parte de uma agenda mais ampla defendida pela Confederação Nacional a Indústria (CNI). “Defendemos uma nova lei a respeito das terceirizações de mão-de-obra e de serviços”, diz o presidente da Abit. A Abit defende ainda a alteração da NR-12, Norma Reguladora do Ministério do Trabalho e Emprego que dispõe sobre segurança no trabalho em máquinas e equipamentos. “Do jeito que estão, as normas são muito rígidas, mais até que as leis de segurança de máquinas em países da Europa, Japão e Estados Unidos, o que dificulta sua aplicação”, afirma Cervone. Outro tema que voltou à tona em Brasília foi a inclusão de artigos de cama, mesa e banho no programa Minha Casa Melhor. Promovido pelo governo federal, o programa disponibiliza hoje aos consumidores até R$ 5 mil de crédito nas compras de bens como móveis e eletrodomésticos, para serem pagos em até 48 meses.
Evolução tecnológica
Aprimorar a modelagem, agregar inovação aos produtos e processos de confecção de vestuário e resgatar a “brasilidade” dos produtos são outros aspectos a serem trabalhados pela entidade. Em conjunto com o Senai Cetiqt, Senai-SP, Unicamp, Faculdade de Engenharia Industrial-FEI, Universidade Federal de Santa Catarina e Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), a Abit participa de um projeto que discutirá o futuro da indústria têxtil e de confecção no Brasil e no mundo. O estudo conta com a participação de três universidades norte-americanas da Carolina do Norte. Em conjunto com o Centro de Inovação Têxtil de Portugal e outras entidades, a Abit vai discutir ainda a evolução tecnológica dos têxteis. “É um processo a médio prazo, porém muito importante e decisivo para o setor”, finaliza o presidente da Abit.
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Liderança Inovação
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ESTRATÉGIA
MALHARIA NACIONAL Diferenciais em tecidos e nos acabamentos são algumas das apostas
Sem crise
Saiba como algumas confecções de sucesso se prepararam para enfrentar 2014 Por Vera Campos
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Presença em feiras
Especializada em pronta-entrega e prestes a completar 25 anos de atividades, a Malharia Nacional, de Jacutinga (MG), está otimista em relação ao novo ano. “2013 foi um ano excelente para nós, apesar dos indicativos de que seria de crescimento negativo. Em 2014, se crescermos entre 3% e 5% teremos também um ótimo resultado”, avalia o diretor comercial Nobile Caramel Jr., filho dos fundadores. Focada em moda casual chic para mulheres de 26 a 50 anos de idade, a Malharia Nacional ocupa um parque fabril de 2 mil
FOTOS: DIVULGAÇÃO
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Depois de fechar o ano com queda na produção, as confecções de vestuário entraram em 2014 com expectativas nem tão positivas, face aos problemas que o setor vem enfrentando nos últimos anos, como concorrência dos importados e aumento da competitividade no mercado interno. Para complicar, na visão de alguns especialistas a realização da Copa do Mundo no Brasil pode mais atrapalhar as vendas do comércio que aquecê-las, pois o país praticamente vai parar durante esse período. Porém, em vez de reclamar, muitas empresas do setor vêm investindo e buscando estratégias para ampliar mercado.
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ESTRATÉGIA
metros quadrados e produz 150 mil peças/ ano entre malhas e tecidos planos, distribuídas para multimarcas em todo o país por meio de loja próprias de atacado instaladas em São Paulo (shopping Megapolo Moda, shopping Fashion Brás e no Bom Retiro) e em Minas (Jacutinga e Monte Sião). “Nossa linha é bastante diversificada, atendemos inclusive os tamanhos plus size”, completa Caramel Jr. Segundo ele, uma das estratégias para ganhar mercado é ampliar os espaços físicos que a empresa ocupa nas feiras das quais participa, como a São Paulo Prêt-à-Porter. Na edição de janeiro dessa feira, a Malharia Nacional expôs nada menos que 380 diferentes modelos para a coleção Outono/Inverno. “Como fazemos pronta-entrega, nossos lançamentos são semanais”, acrescenta o diretor. Outra aposta é em tecidos diferenciados, em alfaiataria bem acabada e em bordados manuais.
Ampliar distribuição
A distribuição da produção da Malharia Nacional está concentrada nas regiões Sul e Sudeste, mas a expectativa da empresa é que as próximas coleções estejam presentes também em novos pontos de venda que serão abertos nestas regiões e tam-
LIMITE URBANO Shapes clássicos com arrojo na composição de cores, estampas e matéria-prima
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bém no Centro-Oeste e Nordeste. Para um futuro próximo, está prevista a abertura de duas ou três lojas para atender o varejo. Os primeiros passos rumo à exportação também já foram dados. A empresa já mantém negócios com lojas do Canadá, Estados Unidos, Chile e Costa Rica. A expectativa da marca é consolidar ainda mais a presença nestes países e fechar parcerias com mercados da América Latina e Europa.
Nova visão do clássico
Ampliar a participação em feiras, fortalecer o relacionamento com os clientes e abrir novos mercados têm sido também a estratégia da Limite Urbano para enfrentar este momento crítico de concorrência com os importados e crescer. E inovar é uma das formas de conquistar e manter clientes. Há 27 anos no mercado de moda feminina, a empresa de Santa Maria (RS) tem como público-alvo a mulher jovem contemporânea e produz roupas do casual sofisticado ao coquetel. “O shape é clássico, mas com arrojo na composição de cores, estampas e materiais”, afirma o diretor Júnior Ruviaro. É só observar a coleção Inverno 14 para confirmar o uso diferenciado de cores e materiais: misturas de neoprene com malha nos blazers, tecidos com aplicação de resinas (caso do tweed), que dá um aspecto emborrachado, e aplicação de couro nos detalhes, além de estamparia exclusiva. “É uma nova visão do clássico’, avaliou Ruviaro durante a São Paulo Pret-à-Porter, em que participou ao lado de outras 13 confecções gaúchas de pequeno porte com apoio do Sebrae e do governo estadual.
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ESTRATÉGIA
Referência em pronta-entrega
Há quase duas décadas atuando na produção de moda em denim para adultos, a Sawary tornou-se uma das maiores fabricantes de jeans na América Latina e referência em pronta-entrega. E agilidade é a sua marca registrada. Da fábrica no bairro paulistano do Tatuapé e da loja de pronta-entrega no Brás saem as centenas de milhares de peças vendidas para clientes de lojas multimarcas, para revendedores que optam trabalhar somente com a marca e grandes varejistas. “Em jeans, lançamos uma media de 30 modelos ao dia”, conta a Relações Públicas Gabriella Tolomeotti. Propaganda e marketing são armas consideradas eficientes e para isso não mede esforços, a exemplo das campanhas estreladas pela ex-paniquete Sabrina Sato e o ator global Caio Castro.
SAWARY Explorando novas linhas, como fitness
Diversificação de linhas
Mas engana-se quem pensa que essas conquistas seriam suficientes para a empresa se acomodar nesse patamar. Há pouco mais de um ano a Sawary deu início a uma política de diversificação de linhas e passou a emprestar sua marca a produtos de moda de outros segmentos, como o infanto-juvenil, de malharia e de acessórios. No início de 2014, lançou uma coleção para fitness composta de mais de 45 modelos entre tops, camisetas, shorts, bermudas, saias-shorts e calças confeccionados em tecidos tecnológicos de poliamida e Lycra® e com estampas exclusivas. Todos fabricados por empresas licenciadas, já que a Sawary continua se dedicando apenas à produção de jeans e derivados. “O fato de a marca Sawary já ter se tornado bastante conhecida abre caminho para a empresa atuar em novos segmentos de mer-
JEANS FOR KIDS Tecidos e acabamentos diferenciados
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cado”, explicou a Relações Públicas. “O jeans, no entanto, continuará sendo nosso carro-chefe. Estamos crescendo e investindo – e otimistas em relação a 2014”, assegurou. Os produtos da marca são distribuídos para mais de 10 mil pontos de vendas no Brasil. Além de lojas multimarcas, a Sawary tem presença assegurada em lojas de departamentos, cuja participação nas vendas é crescente, e para quem também cria modelos exclusivos. E mantém um showroom em Miami, nos Estados Unidos.
Investir no premium
Outra confecção que não tem do que reclamar é a Parizi Jeans for Kids. Há dez anos produzindo jeanswear com o conceito “for fun” para a faixa de público de bebês a adolescentes, a empresa vende somente no atacado, por meio de uma loja no bairro paulistano do Brás, mas está presente em todo o Brasil em lojas multimarcas. A produção gira em torno de 200 mil peças/mês em jeans e em sarja e as vendas se mantêm em escala ascendente ano a ano. Como a ordem é se diferenciar para ampliar mercado, em 2013 a Parizi Jeans for Kids lançou uma linha Premium, com produtos, tecidos, acabamentos e aplicações diferenciadas. “Essa é uma demanda do mercado,” assegura a sócia-proprietária e também coordenadora de estilo Samara Nabhan. Ainda naquele ano iniciou um esforço de ampliar a participação de outros estados nas vendas, por meio da contratação de representantes nas regiões Nordeste, Sul, Sudeste e Centro-Oeste. E começou a participar de feiras, “o que é bom para vender e para divulgar a marca”, completa a proprietária. As expectativas para 2014 são boas, inclusive em função da Copa do Mundo que, na avaliação de Samara, deve aquecer um pouco a venda do comércio. De olho nessa oportunidade, a marca irá lançar uma minicoleção temática formada por shorts e bermudas para meninos e meninas “Temos de estar preparados para não deixar faltar mercadorias para o cliente”, diz.
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INVERNO 2014
Leveza
e sofisticação
Moletom e floral
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“O inverno vem bastante escuro neste ano. Eu vejo a mistura do preto e branco, o animal print e o xadrez com o floral como as grandes apostas da estação. As peças chaves são as saias que podem ser usadas em todos os comprimentos, inclusive os mais curtos, já que no Brasil o inverno não é tão rigoroso”. A constatação é do consultor de tendências Reginaldo Fonseca, que dirigiu o desfile Coleções do Mega Polo Moda, realizado em fevereiro, com tendências e lançamentos de mais de 350 marcas para a coleção Outono/ Inverno 2014, um total de 1.400 looks. Cerca de cinco mil clientes conferiram as novidades que devem chegar às lojas em março. A seleção das peças e a produção do evento tem o objetivo de preparar gerentes e vendedores sobre o vocabulário fashion que chegará ao mercado no próximo mês. Com 400 lojas, o Mega Polo Moda é o maior centro atacadista de moda do Brasil e abastece lojas de todo o País com moda jovem, feminina, masculina, infantil, tamanhos especiais e acessórios.
FOTOS: MARCIA FASOLI
Coleções do Mega Polo Moda apresentam os looks e tendências que devem reger a estação mais fria deste ano
Animal print
Couro e floral
Floral Sucesso no verão 201, a estampa floral continua em alta no Inverno. Adaptada ao clima mais frio, chega com cores fortes e marcantes. Acompanhado de muito preto, bordô, marrom e roxo, ganha um ar mais sofisticado e ousado.
Jeans
Confira abaixo as tendências que estarão em alta durante a estação mais fria do ano: Xadrez O xadrez volta forte e inspirado no estilo despojado dos anos 70 e 90. Com um ar punk grunge, as peças estão mais ousadas e modernas. Acompanhado de estampas florais, animal print e elementos geométricos as peças ganham força e estilo para o inverno 2014.
Preto Clássica na estação, a cor chega com um toque rock’n’roll. Presente em looks total black ou ganhando destaque em uma determinada peça, dá o toque de sobriedade, elegância e sofisticação.
Couro Explorado em calças e jaquetas, o couro é uma das principais tendências. Clássico e democrático, chega às vitrines rico em detalhes vazados, costuras aparentes e algumas estampas.
Com lavagens intensas e estampas em alto relevo, as peças em jeans ganham versões nada básicas. O tecido ganha exuberância e novas texturas: lixadas, acetinadas e emborrachadas.
Animal print O animal print continua com tudo no inverno 2014. As estampas de bicho ganham novas cores e pegada mais moderna e feminina, além de um mix de elementos. A estampa chega acompanhada de detalhes em renda, pedrarias e bordados.
Moletom Mais arrumado, sofisticado e misturado com outros tecidos, o moletom do inverno 2014 ganha um ar glamuroso e ao mesmo tempo confere um ar despojado em visuais mais ousados e sofisticados.
Etnia geométrica Valoriza a diversidade, onde é possível identificar diferentes culturas em uma única peça. Além da mistura de estampas, as peças trazem diversidade de texturas e tons com referências em pinturas, esculturas e outras expressões de arte. O CONFECCIONISTA JAN/FEV 2014
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MERCADO
Expansão acelerada Redes de fast-fashion expandem número de unidades no País, remodelam a imagem de sua marca e associam sua imagem à moda Por Vera Campos
E C&A: 28 lojas inauguradas e 28 reformadas em 2013
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Estimuladas pelo crescimento do mercado consumidor e pelo maior acesso das classes C e D ao consumo, as grandes redes varejistas de moda continuam aumentando o número de lojas e contabilizando bons resultados em vendas. A expectativa é que, em 2013, essas empresas tenham fechado o ano com alta de 9,6% no faturamento e de 3,5% em volume de peças, segundo o “Indicadores de Varejo e Produção do Setor de Vestuário do Brasil”, elaborado pelo IEMI - Inteligência de Mercado. As redes, no entanto, consideram que o crescimento esteve abaixo do esperado. Para 2014, de acordo com o IEMI, as vendas em volume de peças devem crescer menos (3,2%), assim como as vendas em valores nominais (8,1%), que devem somar R$ 186,3 bilhões. “Contribui para isso o cenário de juros e de inflação, que não deve mudar neste ano”, prevê José Luiz Cunha, diretor executivo da Associação Brasileira do Varejo Têxtil (ABVTEX) , entidade que congrega 17 grandes empresas como C&A, Riachuelo, Renner, Leader e Marisa, além não especializadas como grupo Pão de Açúcar, Carrefour e Wal-Mart. Em 2012, segundo a ABVTEX, o varejo de moda das grandes redes de magazines encerrou o ano com 4.771 lojas, 13,38% a mais que em 2011. Os números de 2013 ainda não foram fechados. Se o número de lojas e as vendas do varejo crescem, consequentemente a demanda de trabalho das confecções fornecedoras aumenta. E é preciso estar preparadas para isso. “A indústria vem conseguindo, de certa forma, corresponder a esse crescimento”, diz José Luiz Cunha. “Mas a ABVTEX entende que as confecções precisam reforçar investimentos em inovação, em maquinário e qualificação de mão de obra, a fim de atender as exigências dos consumidores e preencher os gaps de fornecimento ainda existentes”, afirma.
Quanto à crescente participação dos importados nas vendas dessas redes -- que vem incomodando as indústrias do setor, a ABVTEX assegura que seus associados vendem na maior parte do mix, artigos fabricados no Brasil, ficando 25% do volume comercializado, em média, para os artigos importados (que incluem também roupas para o inverno). “É importante que o governo estabeleça políticas de desenvolvimento e incentivo à indústria nacional para que o produto fique mais barato. Isso desestimularia o viajante a trazer roupas do exterior, já que esta situação penaliza a indústria nacional, o varejo e o governo”, assinala Cunha.
Novos mercados
A C&A encerrou o ano com 28 lojas inauguradas e outras 28 totalmente reformadas, em linha com o novo conceito de design e arquitetura e, em 2014, pretende manter o ritmo da expansão de 2013, segundo informou sua assessoria de imprensa. No ano passado, a rede ampliou a operação em regiões onde ainda não estava presente, como o Estado do Amapá e os municípios de Betim (MG), Marabá (PA), Linhares (ES), Itapecerica da Serra (SP), Ceilândia (DF), Valparaíso (GO), Arapiraca (AL), Nossa Senhora
do Socorro (SE) e Maringá (PR). Com isso, fechou o ano com 261 pontos de venda no País. Atuando há 37 anos no Brasil, a empresa está presente em 23 Estados e no Distrito Federal. A Marisa, por sua vez, fechou 2013 com 407 lojas – 39 a mais em relação a 2013. Todas as lojas abertas dão do formato Marisa Ampliada. A companhia acredita que a expansão de seus negócios por meio da abertura de novas lojas, ampliação de lojas existentes e do aumento da variedade de produtos contribui para elevar o volume de vendas. Essa política deverá acarretar um volume maior de produtos negociados com os atuais fornecedores e, eventualmente, demandar a contratação de novos parceiros. Fundada há mais de 60 anos, a Marisa tem a classe C como público-alvo. Seu modelo de negócios se baseia em lojas multi-formato -- Marisa Ampliada, Marisa Feminina e Marisa Lingerie -- distribuídas de forma equilibrada entre lojas de rua e de shopping. A varejista de moda Lojas Renner deve adotar, em 2014, um plano de expansão de sua rede semelhante ao do ano passado, informou o diretor financeiro e administrativo da companhia, Laurence Beltrão Gomes, à agência Reuters, em janeiro. Ele acrescentou que os investimentos deste ano focarão as áreas de infraestrutura e logística. No fim de outubro, a companhia havia elevado o número de inaugurações previstas para 2013 de 25 para 29 lojas Renner.
FOTOS: DIVULGAÇÃO/EDUARDO REZENDE (LENNY) E DIVULGAÇÃO/LUCIANA PREZIA (PATBO)
Parceria com grifes famosas: Lenny em moda praia e PatBo, moda festa
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MERCADO Riachuelo: novo conceito de loja em São Paulo
Marisa: 39 pontos de vendas abertos em 2013
A primeira foi aberta em novembro, na esquina das ruas Oscar Freire e Haddock Lobo, no bairro dos Jardins, um dos endereços mais sofisticados da capital paulista. Ocupando área de 1.200 m2 divididos em três pavimentos , abriga moda feminina, masculinos, lingerie e roupas esportivas O acesso aos andares pode ser feito por uma escada envidraçada circular ou por elevador. A fachada é composta por um gigantesco painel de led e a vitrine exibe uma grande tela de TV, com as novidades de cada estação. A loja se transformou no cartão de visitas da rede, com bar e varanda, onde serão realizados eventos. Na ocasião, foi feito o lançamento de uma coleção especial assinada por dez nomes do universo fashion, como Adriana Degreas, Camila Coutinho, do blog Garotas Estúpidas e Dudu Bertholini.
Flagships
A Riachuelo vem se preparando para aumentar o número de lojas até 2016: quer passar das atuais 212 para 330 unidades. Em 2013, abriu nada menos que 43 delas, totalizando 212 lojas espalhadas pelo Brasil. Dessas, 102 estão no Sudeste. Uma das inaugurações mais importantes da rede deve acontecer no final do mês de junho: uma megaloja instalada na Avenida Paulista, esquina com a rua Bela Cintra, em São Paulo. Com projeto avaliado em R$12 milhões e ocupando um prédio de seis andares, a nova unidade, além de coleções masculinas e femininas, terá uma área dedicada ao homewear, batizada de moda casa. Esta será a segunda flagship da rede, como são denominadas as lojas em que a essência da marca está representada de uma maneira inovadora, devido ao alto grau de investimento e conceito revolucionário, que denotam a grandeza e posição da empresa no segmento de varejo ao qual pertence. São lojas que comunicam a força e potência de uma marca.
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Além da expansão do número de lojas, muitas das redes de varejo continuam oferecendo o fast-fashion, mas com ênfase ao apelo de moda. “As grandes redes estão trabalhando mais com coleções, porém sem deixar de lado a moda básica”, diz o diretor executivo da ABVTEX. “Hoje, com o acesso à internet, TV e meios de comunicação em geral, a nova classe de consumidores tem mais acesso às tendências e, além de preço, buscam moda e qualidade do produto. Isso faz com que as grandes redes respondam com agilidade a essa demanda. Mas a indústria também precisa acompanhar esta exigência”, adverte. Em 2013, a C&A lançou o projeto C&A Collection, novo selo para as linhas de produtos assinadas por renomados profissionais do cenário fashion, iniciativa essa que, adotada em 2005, tem trazido novos clientes às unidades em que são disponibilizadas. “A estratégia é oportuna, a cada coleção lançada os feedbacks das consumidoras são positivos”, destacou o vice-presidente comercial Paulo Correa Jr. . “O crescimento
FOTOS: DIVULGAÇÃO
Parceria com grifes famosas
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MERCADO
econômico e a ascensão da classe C também contribuem para o sucesso desses lançamentos”, completa. Com identidade visual própria, no primeiro semestre do ano passado chegaram a algumas lojas da rede coleções exclusivas das marcas 284, Carina Duek, Santa Lolla, Isabela Giobbi e Ágatha. No segundo semestre, a C&A lançou uma coleção assinada por Roberto Cavalli, um dos maiores e mais influentes nomes da moda internacional. Cavalli transpôs seu lifestyle para o fast fashion, com 57 modelos de peças produzidas com materiais nobres como a seda pura, jersey de seda, cotton alfaiataria e cotton satin. Em seguida, foi a vez da C&A Collection PatBo – assinada pela estilista mineira Patricia Bonaldi, especializada em moda festa e na riqueza de detalhes nos bordados feitos à mão. Em dezembro, a estilista Lenny Niemeyer levou às lojas uma coleção de moda praia com cerca de 70 peças de releituras dos principais best sellers da marca.
Imagem de Moda
A Marisa não ficou atrás. Atenta às mudanças do perfil de consumo da mulher brasileira nos últimos anos, a empresa, com 407 lojas, decidiu democratizar o acesso à moda para seu público-alvo (mulheres da classe C). Em setembro de 2013 lançou uma grande campanha, chamada “Achados Marisa”. O objetivo estratégico era o de fortalecer a marca e ofertar roupas e acessórios que seguem as últimas tendências de moda, mas a um “preço acessível”. Para tornar isso possível, buscou auxílio de fashionistas de revistas de moda para escolher o mix de uma coleção. A coleção Achados Marisa por Marie Claire foi disponibilizada em todas as unidades da marca e ganhou destaque nas vitrines das lojas, com identidade visual que reproduziu o layout das revistas. “O varejo de moda no Brasil é um mercado ainda pouco consolidado”, avalia Lais Bisordi, gerente de Projetos de Consultoria da GS&MD Gouvêa de Souza, empresa especializada em Varejo. “Diferentemente de outros mercados, concentrados nas mãos de poucos players, aqui a pulverização é grande. E o desafio é atender esse mercado não concentrado e concorrido”. No entanto, esse tipo de varejo tem avançado, na opinião de Lais. Se até há algum tempo atrás as redes “importavam” o modus operandi do varejo americano, hoje trabalham melhor a imagem de sua marca, têm um posicionamento de moda, estilo próprio e acompanham as tendências da moda lá fora. “Afinal, o consumidor está melhor informado, mais exigente, busca moda a preço mais acessível”.
Presença em shopping centers
O crescimento do número de shopping centers no País tem impulsionado a expansão das redes varejistas de moda. Só em 2013 foram inaugurados 38 empreendimentos do tipo – um número recorde. Para 2014, a previsão é de que mais 43 sejam abertos. E lá estão as lojas de fast-fashion, geralmente como âncoras. “O shopping center responde por boa parte do fatu-
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José Luiz Cunha, da ABVTEX: as grandes redes respondem com agilidade à demanda
ramento das redes e, por esta razão, as maiores delas estão presentes nesses pontos de venda”, diz o diretor executivo da ABVTEX José Luiz Cunha. Há, no entanto, uma preocupação em relação à velocidade com que os lançamentos estão ocorrendo, muitas vezes sem o planejamento adequado em termos de proximidade geográfica com outros já existentes. “Isso acaba afastando o pequeno e médio varejista dos novos empreendimentos. Eles não têm capacidade de investimento para estar presente em todos eles. Com menos lojas, observa-se menor fluxo de pessoas, e as grandes redes também são afetadas”, avalia Cunha. De acordo com a Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce), a região Sudeste foi a que recebeu a maior quantidade de novos empreendimentos em 2013: 20, no total. Foram contempladas também, pela ordem, as regiões Sul, Nordeste, Centro Oeste e Norte. E um fato inédito: pela primeira vez na história, o percentual de shoppings inaugurados fora das capitais praticamente se equivaleu à abertura de novos shoppings nas capitais. Dos 38 empreendimentos abertos em 2013 no País, apenas 15 estão nas capitais dos estados. Com perfis variados, a maior parte deles foi construída em municípios com até 500 mil habitantes, com tamanho médio de 26.142 mil m2 de Área Bruta Locável. A Abrasce acredita na continuidade do cenário favorável para o desenvolvimento do setor em 2014, tanto que prevê a inauguração de mais de 43 shoppings até o final do ano, 30 deles em cidades que não são capitais.
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MERCADO
As várias faces da
classe
média
Quem são os consumidores emergentes, protagonistas de um mercado interno crescente? Onde eles estão? Como se comportam e quais seus sonhos de consumo? O estudo Faces da Classe Média pretende responder essas questões
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N
Nos últimos anos, o Brasil tem passado por uma das mais profundas mudanças de sua história. A pirâmide de classes econômicas se transformou com o crescimento da classe média. A classe C, como também é conhecida, composta de famílias com renda per capita entre R$ 320 e R$ 1.120, cresceu compõe-se hoje de cerca de 108 milhões de pessoas que movimentaram nada menos que R$ 1,17 trilhão e 58% do crédito no Brasil em 2013. Neste ano, os gastos devem ser 8,5% maiores. Encarar esse contingente de pessoas como uma massa homogênea, com o mesmo tipo de perfil e aspirações é um grave engano. Afinal, trata-se de uma extensa faixa de consumidores, com remunerações diferenciadas. Entender as várias faces deste público é fundamental para que empresas e o poder público desenvolvam estratégias mais eficientes de marketing e comunicação. Quem são os consumidores emergentes que se tornaram os protagonistas de um mercado interno crescente: onde eles estão, qual o comportamento e intenção de consumo deles? Essas informações são importantes, pois ajudam na otimização de investimentos tanto das empresas que já atendem esse público consumidor como das que procuram atingir nichos desse segmento de mercado. Para dar suporte na definição do público-alvo e das estratégias e ações das empresas, bem como de políticas públicas, a Serasa Experian, especializada em serviços de informação, e o Institu-
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MERCADO
to Data Popular, focado em mercados emergentes, realizaram, durante um ano, estudos inéditos sobre a classe média. Juntos, desenvolveram a solução “Faces da Classe Média”, que dá às empresas munição para entender melhor esse público. “Isso possibilita empreender novas frentes de consumo e abordar com precisão esses mercados, gerando melhores condições de crédito para o consumidor e movimentando a economia do Brasil”, avalia o presidente da Serasa Experian Ricardo Loureiro. “Entender as várias faces deste público é fundamental para que empresas e o poder público desenvolvam estratégias mais eficientes de marketing e comunicação”, completa o presidente do Instituto Data Popular, Renato Meirelles.
Onde estão esses consumidores
Hoje a classe média se concentra na região Sudeste do Brasil (43%), seguida de Nordeste (26%), Sul (15%), Centro-Oeste (8%) e Norte (8%). Em 2014, pretende consumir 8,5 milhões de viagens nacionais, 6,7 milhões de aparelhos de TV, 4,8 milhões de geladeiras e 4,5 milhões de tablets, como mostra a tabela
INTENÇÃO DE COMPRA PARA OS PRÓXIMOS 12 MESES Bens individuais
Bens domiciliares
8,5 milhões de viagens nacionais 7,8 milhões de notebooks 4,5 milhões de tablets 3,9 milhões de smartphones 3,2 milhões de viagens internacionais
7,8 milhões de móveis para casa 6,7 milhões de aparelhos de TV 4,8 milhões de geladeiras 3,9 milhões de máquinas de lavar 3,0 milhões de carros 2,5 milhões de casas/apês
Os diferentes perfis
Para conhecer melhor os diversos perfis dessa população, foi feita uma avaliação com base em 400 variáveis, levando-se em conta ainda informações geográficas, demográficas, creditícias e comportamentais. Após essas análises, o estudo concluiu que a classe média pode ser agrupada em quatro diferentes perfis: os Batalhadores representam a maioria, 39% do total; são seguidos pelos Experientes, com 26%, pelos Empreendedores (19%) e pelos Promissores (16%).
Batalhadores
Quem são: representam a maioria da classe média (30,3 milhões de pessoas, 39% do total), têm idade média de 40,4 anos. 48% possuem ensino fundamental completo. Os solteiros são 72% deles, 49% possuem registro profissional com carteira assinada e 41% acessam a internet. Fazem largo uso do crédito a que têm acesso, com foco em prioridades geralmente vinculadas ao bem-estar familiar. O acesso ao crédito é
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uma alternativa para os momentos de aperto financeiro e fundamental para assegurar importantes conquistas, como a compra ou a reforma da casa. Membros desse grupo gastam seu dinheiro em turismo nacional, veículos, eletroeletrônicos, imóveis, móveis, eletrodomésticos e seguros. O emprego é considerado o caminho para a estabilidade, possibilita a realização de sonhos e desejos. A casa própria, o carro, o estudo dos filhos tornam-se palpáveis e, por conseguinte, há a expectativa de um futuro ainda melhor para a geração seguinte. O estudo é visto como uma oportunidade para ascensão social. Por ano, destinam R$ 388,9 bilhões ao consumo. Onde estão: 45% no Sudeste, 24% no Nordeste, 16% no Sul, 8% no Centro-Oeste e 7% no Norte. O que querem: Os produtos e serviços desejados para este ano são: viagens de avião para destinos nacionais, móveis para casa, máquina de lavar, TV (Plasma, LCD e LED), imóvel e carro.
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MERCADO
Empreendedores
Quem são: 11,6 milhões de pessoas (16% da classe média), um grupo mais escolarizado que os demais. 42% estão cursando ou já concluíram o ensino médio e,19%, o ensino superior. É o grupo que apresenta maior renda per capita e 43% dessa população tem carteira assinada. Seu consumo anual é de R$ 276 bilhões, gastos em educação, eletroeletrônicos, turismo internacional, tecnologia, veículos e entretenimento. Além disso, 60% acessam a internet. A idade média dos membros deste grupo é de 43 anos. A liberdade é bastante valorizada pelos Empreendedores e o trabalho reúne a necessidade do sustento com o gosto pela atividade, em busca da realização dos sonhos de vida. Onde estão: 48% deles estão no Sudeste, 17% no Nordeste, 18% no Sul, 9% no Centro-Oeste e 8% no Norte. O que querem: Os produtos e serviços desejados para este ano são: curso profissionalizante, viagem de avião ao exterior, móveis para casa, notebook, tablet, TV (Plasma/LCD/LED) e carro.
Promissores
Experientes
Quem são: neste perfil se enquadram 20,5 milhões de pessoas da classe média(26% dela). São consumidores com idade média de 65,8 anos. Entre eles, 41% são viúvos e 36% de autônomos. Apenas 7% têm acesso regular à internet. Do total, 59% têm ensino fundamental completo e 31% não têm instrução. Para os Experientes, o momento pós-aposentadoria pode ser sinônimo de depressão e preconceito por parte dos mais jovens. Ainda assim, mantêm-se no mercado de trabalho, em busca de uma vida ativa para preservar o seu padrão de compra. Seu consumo anual é de R$ 274 bilhões e é aplicado em turismo nacional, eletroeletrônicos, serviços de saúde, móveis e eletrodomésticos. O que querem: para este ano, os produtos e serviços dos sonhos são: viagem de avião para lugares nacionais, móveis para casa, geladeira, máquina de lavar e TV (Plasma, LCD ou LED). Onde estão: 42% no Sudeste, 29% no Nordeste, 16% no Sul, 7% no Centro-Oeste e 6% no Norte.
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Quem são: o grupo é representado por 14,7 milhões de pessoas (19% da classe média) jovens, com idade média de 22,2 anos e predominância dos solteiros. Mais da metade deles têm ensino médio completo e 57% têm emprego com carteira assinada. 72% acessam a internet e, mesmo jovens, já vivenciaram situações de aperto e a necessidade de endividamento. 51% deles revelaram que se descontrolam financeiramente. São mais propensos a gastar em beleza, veículos, educação, entretenimento, itens para casa e tecnologia. Onde estão: 42% no Sudeste, 25% no Nordeste, 15% no Sul, 9% no Centro-Oeste e 9% no Norte. O que querem: Os principais produtos e serviços que querem consumir em 2014 ano são academia de ginástica, faculdade, curso profissionalizante, móveis para casa, notebook, smartphone, carro e moto. Para eles, a vida é feita de oportunidades e o acesso a crédito ajuda a melhorar as condições, mas a falta de prática faz com que acabem se colocando em situação de descontrole nas dívidas. Seus gastos somam R$ 230,8 bilhões. Promissores Experientes
16% 26%
Batalhadores Empreendedores
19% 39%
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PRIMAVERA/VERÃO 14/15
Elementos da Natureza no mundo da moda Terra, Ar, Água e Fogo, os elementos da natureza, são a base dos temas e direções para a temporada mais quente do próximo ano
A
A Primavera/ Verão 2014/2015 está aí e as empresas de confecção, a esta altura do ano, precisam estar inteiradas sobre tecidos, cartelas de cores e modelagens que deverão utilizar em sua coleção. Por isso, como ocorre a cada temporada, a equipe do Senai-SP pesquisou comportamento e consumo, cartelas de cores e materiais, sempre considerando o mercado e a cultura brasileiros, com o objetivo de ajudar as confecções a traduzir essas informações em produtos ou serviços. O resultado está no Senai Mix Design, composto de uma série de cadernos que trazem a análise das tendências de moda para Vestuário, Calçados, Artefatos de Couro, Joias Folheadas e Bijuterias, além de um volume voltado para macrotendências de comportamento e consumo . A pesquisa para o diagnóstico das direções se baseou nas análises dos principais birôs de moda, feiras nacionais e internacionais, relatórios de tendências direciona-
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dos à América do Sul, sites especializados e monitoramento dos principais canais e veículos de comunicação em âmbito local e global. O direcionamento proposto se apoia no equilíbrio de características estéticas ligadas aos elementos da natureza (ar, terra, fogo e água), e também traços de comportamento e consumo embasados na simbologia de cada um deles. No volume Vestuário, as informações foram decodificadas para o segmento e aplicadas em forma de tendências de moda, cartela de cores com proporções de uso e harmonias, estampas, materiais, desenhos e análise de desfiles. Apresentamos aqui apenas um apanhado das tendências para Moda Feminina, segundo as quatro direções criativas propostas pelo Senai-SP: Autenticidade, Mutação, Calor Humano e Onipresença. O Box Vestuário completo inclui ainda as direções para a Moda Masculina e Infantil.
1) Autenticidade
Direção relacionada ao elemento terra, tendências conectadas à rusticidade, ao apelo bruto e natural, mesclados com tecnologia e sofisticação. Olhar voltado para as raízes, caatinga serve de inspiração: frutos, grãos, sementes, raízes conferem um cenário realista às estampas, texturas e detalhes. Tecidos – toque rústico, aspecto desgastado ou corroído. Algodão orgânico, sarjas, lonas, linho misturados a devorés e patchworks remetem ao aspecto cru da cerâmica. Mistura da seda e algodão traz aspecto acetinado às superfícies. Couro aparece em detalhes. Looks - Nos looks femininos, destacam-se estampas relacionadas a motivos étnicos, como pinturas
manuais africanas (de apelo geométrico e ultracolorido) e delicados florais japoneses e desenhos abstratos com motivos tipicamente mexicanos. As modelagens vêm com recortes geométricos, amarrações e inspirações em quimonos, silhueta quadrada ampla, com cavas deslocadas e ombros caídos. Silhuetas leves e confortáveis (túnicas e danshiks), acompanhadas de bordados, detalhes manuais e listras étnicas. Cartela de Cores - Predomínio de tons terrosos, passando pelos amendoados, caramelos, até o chocolate, aliados aos tons queimados do rosa e do verde. Terra é a cor coringa e pode receber interferência dos demais tons.
ILUSTRAÇÕES: HATAWATA
2) Mutação
Direção atrelada ao elemento água e ao constante estado de mutação do mundo subaquático. Seres marinhos, movimento das águas e o brilho das escamas de peixes servem de inspiração, seja em estampas, volumes e efeitos. Tecidos - de propriedades tecnológicas funcionais, voltados para a performance, com apelo esportivo. Efeitos luminosos, futuristas, transparências, degradées, efeitos molhados, escamados, estampas de listras onduladas e splash, tricôs com tramas orgânicas abertas. Denins azuis verdadeiros, com acabamentos encerados e lavagens com sutis nuances de manchas orgânicas. Looks – O apelo esportivo é transportado para o casual, com destaque para as silhuetas assimétricas, uso de elásticos mangas raglã, náilon e tecidos com aspecto emborrachado. A mutação se traduz na desconstrução de modelagens. Transparências de sobrepõem a tecidos metalizados ou com aspecto iridescente e conferem sensação de leve luminosidade às peças. Cartela de Cores – Tons azulados, passando pelo cyan, cobalto, Royal até o marinho. Os tons frios – verdes (água e esmeralda) e o lilás completam os tons frios, e são balanceados por tons de laranja e amarelo. O royal é a cor coringa. O CONFECCIONISTA JAN/FEV 2014
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3) Calor Humano
A inspiração é o elemento fogo, traduzido pela energia dos raios solares, pela positividade do toque na pele humana. Os looks se misturam à pele ou funcionam como uma extensão dela, associando bem-estar e aconchego. Atmosfera de final de tarde de verão. Tecidos - Confortáveis, maleáveis, flexíveis, irregulares, com efeitos amassados e enrugados para enaltecer a imperfeição. Aposte nos ares nostálgicos dos gabardines e das rendas delicadas, com toque bem macio. Sedas e tecidos leves acetinados aliam conforto e sofisticação. Os pregueados conferem
volumes regulares nas saias abaixo dos joelhos. Estampas com olhar baseado em estruturas celulares, abstracionismo orgânico como fonte de inspiração. Looks – Romantismo e suavidade são a marca dos looks desta direção. Predomínio da atmosfera vintage, da linha A característica dos anos 50, plena de romantismo, saias rodadas de comprimentos variados e vestidos com cintura marcada. Voltam as saias lápis, os vestidos na altura dos joelhos, em tecidos acetinados e alças finas, estilo camisola dos anos 90. Modelagens amplas, porém delicadas, com apelo de refinamento, peças com efeitos transpassados. Cartela de Cores – Tons nude com variações até o avelã traduzem os tons de pele propostos para a estação. Para aquecer as composições, juntam-se a eles os tons de amarelo e laranja e também os rosados.
4) Onipresença
O elemento ar orienta esta direção, representa a brisa que refresca. Nuvens são um cenário a ser explorado. Texturas e estampas retratam a linguagem tecnológica de gadgets. Tecidos - Esvoaçantes e com gramatura leve remetem à desmaterialização de formas e revelam silhuetas desestruturadas. No visual urbano e minimalista, destaque para as transparências, com detalhes direcionados nas mangas e na barra das saias. Denins com lavagens acinentadas, azuladas e esverdeadas. Looks – Destaque para silhuetas mais amplas, que facilitam a mobilidade, vestidos estilo t-shirt, saias longas com camadas esvoaçantes, mangas curtas duplicadas e sobrepostas tanto em camisetas como em vestidos. Cartela de Cores – O verde glass é a cor chave da cartela, pois traz frescor e pode ser combinada com os tons de azul e verde propostos. Destaque também para os tons de cinza. Cores brandas traduzem o cenário urbano em conjunto com o céu de dias azuis a nublados, porém sempre com uma névoa no ar. Acompanhado de palestras, o Senai Mix Design Primavera/Verão 2015 foi lançado nos principais polos produtivos relacionados aos setores de vestuário, calçados e acessórios do Estado de São Paulo: São Paulo, Franca, Jaú, Birigui, Americana, Santo André, Limeira, Cerquilho, São José do Rio Preto e Araçatuba, onde foi distribuído gratuitamente. Agora, pode ser adquirido na Editora Senai-SP, fone: 11 3146-7308 (www.senaispeditora.com.br).
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ENTREVISTA
Planejamento de coleções Neste momento em que de todos os lados surgem informações sobre direcionamentos de moda para o Verão de 2014/15, uma indagação deve preocupar empresários da confecção: como pegar carona nessas tendências para criar a próxima coleção? De onde surgem essas ideias? Nesta rápida entrevista, Alessandra Andrade Lanzeloti, designer da Escola SENAI Francisco Matarazzo e uma das responsáveis pela elaboração dos cadernos Senai Mix Design Primavera Verão 2014/15, nos dá uma ideia de como a coisa funciona.
“A coleção precisa ser planejada com base no público para quem eu quero vender meus produtos e na história que iremos contar através dela”.
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O Confeccionista- A cada mudança de estação, muito se fala em tendências, direcionamentos de moda, inspirações para a próxima coleção. Como o confeccionista pode tirar proveito disso? Alessandra - Para se entender de tendências de consumo e de moda é preciso estar constantemente ligado. O departamento de design e os proprietários das empresas confeccionistas precisam monitorar diariamente as transformações do mundo, num cenário global, em termos de economia, finanças, comportamento das pessoas. Também é fundamental ir afunilando esse olhar para algo mais local, e de curta duração. Quando se monitoram as transformações, fica mais fácil adaptá-las à empresa, reorganizar o trajeto. Um exemplo muito simples são as cores. Sabemos que a cada estação são propostas novas cores dentro da cartela, mas quais trabalhar dentro da marca? Simples, a coleção precisa ser planejada com base no público para quem eu quero vender meus produtos e na história que iremos contar através dela. O Confeccionista- Como se chega a essas tendências? Quem está envolvido nesse processo? Alessandra - Trabalhar com tendências é um processo para pessoas que já tenham experiência. Nada surge do nada. Existem muito materiais disponíveis no mercado global que nos permitem o entendimento
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delas. Mas são apenas um caminho. Cada marca deve trabalhá-las de forma diferente pois, caso contrário, veríamos uma massa homogênea de coleções iguais. O Confeccionista- A indústria de confecção deve seguir cegamente as tendências? O que deve levar em conta ao adequar sua produção a elas? Alessandra - Deve-se ter o entendimento das tendências e analisar quais delas estão de acordo com o perfil da marca, com o público que ela atende. Não é possível trabalhar tendências sem saber o perfil da marca, para quem vendo, onde vendo e como vendo. São informações muito úteis quando bem entendidas e trabalhadas por uma equipe de design dentro da empresa. O Confeccionista- O que é identidade da marca? É importante para quem produz ter uma marca com identidade própria? Alessandra - No meu ponto de vista, se a empresa for uma facção que produz apenas para terceiros e não opina nada nas questões de design, ou seja, não cria nada, não precisa necessariamente ter uma identidade. Mas precisa ter padrões de qualidade nos processos técnicos, como negociar prazos e atendimento às marcas. As empresas que têm uma identidade própria estão mais propensas a se distinguirem das outras e não brigarem apenas por preço. Acho que o brasileiro, pelo menos a grande maioria, ainda não refletiu sobre essa indústria da cópia. O Confeccionista- O que se deve levar em conta no planejamento de uma coleção? Alessandra - Planejar as coleções envolve muitos dados e pessoas de áreas diferentes da empresa. A grosso modo (pois isso é assunto para um curso de 160 horas), deve-se analisar os dados comerciais, de estilo e de finanças das coleções passadas, projetar para o ano que virá. Sempre é uma decisão importante e estratégica da empresa. Sabemos o que acontece com um exército que vai para a guerra sem planejar.
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315 bolsos
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PRIMAVERA/VERÃO 14/15
Estamparia bem brasileira Bem afinadas com a identidade nacional, seis estúdios de design mostram suas criações para a temporada
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S
Seis estúdios de design traduziram em 36 estampas exclusivas as inspirações para o Verão 15. Eles integram o projeto + Estampa, que estreou na 9ª. edição do Inspiramais – Salão de Design e Inovação de Componentes para Calçados e Vestuário, em janeiro deste ano, para agregar opções aos confeccionistas. Realizado duas vezes por ano, o evento apresenta os materiais e produtos nos quais a indústria de componentes investiu e trabalhou durante o semestre com base nos conceitos e cartela de cores propostos pelo Núcleo de Design da Assintecal (Associação Brasileira das Empresas de Componentes para Couro, Calçados e
Artefatos) para a temporada. Os estúdios participantes do projeto +Estampa - 02 Gatos, do Rio de Janeiro/ RJ; Caju Collective, de New York (EUA); Natural Cotton Color, de João Pessoa/PB; Rebeca Duarte, de Vila Velha/ES e Capim Puro e Karin Feller, ambas de São Paulo – receberam consultoria do designer Lucius Vilar, do Instituto ByBrasil. Vibrante e colorido, o Brasil com suas cidades cheias de contrastes, seus balneários esparramados por quilômetros de costa, e sua natureza luxuriante, é fonte de inspiração constante. “O resultado são estampas que têm muito da identidade local”, avalia Vilar.
Natural Cotton Color
Rebeca Duarte:favela, pássaros, arte em crochê
2 gatos
Caju Collective
Capim Puro
Fórum de Inspirações Com o tema Caminhos, as inspirações para o Verão 15 desenvolvidas pelo Núcleo de Design da Assintecal se apoiaram em três conceitos: Conceito 3 - NOVO MUNDO – propõe o olhar para o caos urbano como catalizador de uma nova estética. A poluição visual da cidade passa a ser uma fonte de inspiração, e os espaços públicos são transformados pela street art. Formas geométricas, simples e coloridas parecem simplificar, simbolicamente, a vida estressante e confusa dos citadinos. Conceito 2 - SOL DA LIBERDADE - enfoca o hedonismo das cidades litorâneas, onde o sol, a praia e o mar são o ponto de encontro e de partida, de tudo e todos. A vegetação tropical, as cores do por do sol e a arquitetura das favelas fornecem os elementos para a criatividade. Conceito 1 - TERRA ADORADA - o grafismo ingênuo dos letreiros interioranos, a pintura manual dos caminhões e as texturas das madeiras envelhecidas são alguns dos pontos que estimulam e despertam os sentidos. O CONFECCIONISTA JAN/FEV 2014
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a m i t n í a d o m
PRIMAVERA/VERÃO 14/15
sensual retrô,
e colorida Para lingerie, o Verão 2015 deve ser caracterizado por uma onda retrô, com muitas hot pants(calcinhas mais altas), cores e estampas que remetem ao passado Tons básicos e neutros, rendas estampadas, florais, animal print, jardins de verão, cores quentes, além das padronagens geométricas e gráficas. Confira as tendências que a Invista, dona da marca LYCRA®, aponta para a temporada:
Simplicidade
O menos é mais, o simples é o sofisticado, a ênfase é para a sobriedade, com a combinação do design funcional e toque de sutil de sedução, luxo e refinamento. Cores: básicas, tons neutros e clássicos como preto, cinza, marinho, pela marrom, caramelo e off-white. Estilo: simples e atemporal; blocos de cores neutras e recortes Tecidos: finos, transparentes, com brilho discreto, como o cetim opaco; mistura de tecidos. Silhueta: despojada de excesso, porém dominada pela modernidade.
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Tranquilidade
Pede a volta do equilíbrio, a reconexão com o Planeta, uma consciência sobre o bem-estar. Traz uma visão de paciência e paz. Cores: tons suaves de pérola, amêndoa, creme, rosa pálido, azul claro e verde maçã. Estilo: romântico e sedutor. Tecidos: mistura de lisos e estampados, rendas com bases leves e estampadas. Silhueta: calcinhas de cintura alta, inspirada nas formas do artista plástico francês Jean Paul Gautier. Estampas: floral, misturas de animais com flores. O CONFECCIONISTA JAN/FEV 2014
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a moda íntim
Alegria
Tendência que celebra a importância da espontaneidade. Volta à suavidade. O movimento é rumo ao passado, looks retrôs porém com olhares modernos. Cores: tons de sorvetes e doces, azul piscina, batom rosa, Pink, vermelho, verde amarelo. Estilo: jovem e divertido, sobreposição e mistura de cores. Tecidos: cetim e renda são fundamentais. Silhueta: estruturada, faixas de rendas e laços. Estampas: gráficas e geométricas.
Nostalgia
A volta ao passado remete à lingerie rica e sensual. A emoção é a marca, proveniente dos sentidos. Clima de convivência com os amigos para relembrar o passado e reunir as pessoas, preservando os laços. Cores: matizes de azul e verde, lilás, violeta, índigo, rosa e bordô. Estilo: grande influência das modelagens retro. Tecidos: rendas trazem classe e conforto . efeito degradé nas rendas estampadas. Silhueta: calcinhas altas com ar retro anos 50. Estampas: florais e aquareladas.
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moda praia
Bling Ring
Filmes famosos Quatro temas baseados em filmes famosos, que retratam épocas e comportamento distintos, são fontes de inspiração para a temporada
Hunger Games
Vertigo
O visual dos anos 50 e 60 de Vertigo (Um corpo que cai), com referências geométricas; o clima romântico do filme Summer of 42 (Houve uma vez um verão); looks com inspiração esportista e futurista de Hunger Games (Jogos Vorazes); e o luxo e ostentação jovem retratado por Sofia Coppola em Bling Ring. Essas são as apostas para Moda Praia no Verão 2014/15, de acordo com levantamento de tendências feito pela equipe da Invista, dona da marca LYCRA®.
Vertigo - Tendência vintage, inspirada na arquitetura e no visual clássico chique dos anos 50 e 60. Maiôs com estruturas diferenciadas e hot pants com cropped tops são as apostas para a estação. A estampa geométrica e muito P&B conferem aspecto refinado e chique às mulheres. Summer Love
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Summer Love - Da comédia romântica dos anos 70 partem algumas inspirações para uma
mulher mais romântica que aposta em peças com detalhes como rendas, babados, fitas e ousa com tiras no estilo bandage. O animal print ainda aparece com força, mas o destaque é a estamparia floral.
Hunger Games - A mistura do mundo dos esportes e fitness na praia está cada vez mais forte e é uma das tendências mais comerciais da estação. Este mix traz uma cara futurista à moda praia, com tops hiper trabalhados. As estampas são fractais e com um toque do futuro. Tecidos com aspecto mais tecnológico ganham destaque.
Bling Ring - A aspiração ao luxo dos jovens, destacada pelo filme de Sofia Coppola, tem tudo a ver com essa tendência para a moda praia no verão 2015. Estampas divertidas, animal prints exagerados, étnicos modernos e muita cor. Dourado, brilho, exagero. Todas estas referências ganham força no verão do ano que vem.
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PALAVRA DO PRESIDENTE Marco Antonio Branquinho
Acreditar no País e nas possibilidades por ele oferecidas sempre foi o principal estimulo da Cedro Têxtil nesses seus 142 anos de atividades. Essa crença também é compartilhada pelo novo diretor-presidente da empresa Marco Antonio Branquinho Júnior, que falou a O CONFECCIONISTA sobre o processo sucessório na empresa, projetos para o futuro e dificuldades do setor têxtil no Brasil
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A
Aos 41 anos, Marco Antonio Branquinho Júnior assumiu em janeiro deste ano o cargo de diretor-presidente da Cedro Têxtil, uma das quatro maiores produtoras de denim e sarja do Brasil e líder nacional em tecidos para uniformização. Branquinho, que já havia ocupado os cargos de gerente de RH e de diretor de Recursos Humanos e Gestão da Cedro, é o primeiro executivo sem ligação com a família dos fundadores a ocupar a presidência da empresa, uma das mais antigas do país. Com quatro fábricas instaladas em Minas Gerais, a companhia em 2014 completa 142 anos de atividades e tem capacidade para produzir anualmente 168 milhões de tecidos. Em 2013, a produção superou a marca de 90 milhões de metros lineares. Graduado em engenharia mecânica
pela UFMG em 1995, Branquinho tem MBA em Gestão Estratégica de Negócios (UFMG) e em Comércio e Finanças para Economia Têxtil Internacional (SenaiCETIQT). Chegou à Cedro em 2002 por meio do Instituto de Desenvolvimento Gerencial (INDG), como consultor líder na área de Gestão pela Qualidade. Ao final do projeto, em 2004, foi convidado a trabalhar na empresa como assistente de diretoria. Como consultor das equipes da Fundação de Desenvolvimento Gerencial (FDG) e do Instituto de Desenvolvimento Gerencial (INDG) já havia atuado em organizações nacionais e multinacionais como Acesita, Belgo Mineira, Gerdau, Volkswagen, Ambev, Votorantim Metais, Cia Vale do Rio Doce, Ministério da Fazenda e Secretarias da Fazenda dos Estados de Mato Grosso e Pernambuco.
FOTOS: DIVULGAÇÃO
Visão de futuro
“O conhecimento do que chamamos de “chão de fábrica”, que inclui o entendimento a respeito do processo produtivo e gerencial da empresa, o seu “DNA”, é a melhor forma de atender as necessidades de crescimento e demanda junto aos consumidores.” O Confeccionista- Como decorreu, na Cedro, o processo de escolha do novo presidente? A intenção era mesmo a de escolher alguém da própria diretoria, e não de fora da empresa? Branquinho - A consultoria contratada para gerenciar a transição constatou que dentro dos quadros da empresa havia profissionais aptos a participar do processo e que, dentre eles, seria escolhido o próximo diretor-presidente. Diante do fato, não houve necessidade da participação de candidatos externos. Foram seis candidatos avaliados, e ao final fui escolhido. O Confeccionista- O ex-presidente Aguinaldo Diniz Filho teve participação no processo de sucessão? Branquinho - Aguinaldo Diniz Filho, que assumirá a presidência do Conselho de Administração em abril, liderou a empresa durante os últimos 13 anos e foi, na minha opinião, o principal responsável pelo sucesso da transição. Durante sua gestão, Aguinaldo se preocupou em preparar a diretoria para que, quando chegada a hora, nela fossem encontradas as opções de escolha para a sua sucessão. Em vários momentos ele delegou a cada um dos diretores atribuições específicas do diretor-presidente, para que exercêssemos funções com as quais poderíamos vir a ser demandados no futuro. O Confeccionista - Quando começou, formalmente, o processo de transição? Branquinho - Essa preparação criou as condições para o processo de sucessão que começou formalmente em 2011, com a contratação de uma consultoria especializada para estruturar o processo.
Foi um trabalho que se caracterizou, especialmente, pelo planejamento e pela profundidade das avaliações, destacando a necessidade de um perfil profissional para o escolhido que combinasse a capacidade de dar continuidade ao processo de modernização e investimentos da empresa iniciado na gestão anterior e, ao mesmo tempo, a habilidade de se relacionar em um ambiente complexo, característico de uma empresa com um trajetória tão extensa. O Confeccionista-Que atributos e competências acredita terem sido fundamentais para o Sr. ser escolhido para comandar uma empresa de porte como a Cedro e que possibilitaram a rápida ascensão na empresa na qual ingressou em 2004? A experiência profissional anterior também ajudou? Branquinho -Sem duvida, a experiência adquirida na área de consultoria, aliada ao trabalho na diretoria de Recursos Humanos da Cedro, área extremamente sensível e com grande impacto corporativo e econômico, colaborou, sobremaneira, para a conquista desse novo desafio. A seleção para o cargo fundamentou-se em características profissionais, detectadas a partir de uma série de exercícios e laboratórios que abordavam temas como gestão, relacionamento, liderança e diferenciais competitivos. O Confeccionista- Acha que hoje a formação acadêmica ou a especialização em gestão empresarial é fundamental para se comandar uma empresa têxtil de porte no Brasil?
Branquinho - A formação acadêmica torna-se cada vez mais importante em processos de profissionalização. Porém, o conhecimento do que chamamos de “chão de fábrica”, que inclui o entendimento de todos a respeito do processo produtivo e gerencial da empresa, ou seja, seu “DNA”, é a melhor forma de atender as necessidades de crescimento e demanda junto aos consumidores. Mais do que nunca, precisamos entender a empresa para posicioná-la de forma competitiva. O Confeccionista- Qual o tamanho de sua responsabilidade à frente da Cedro? Branquinho - Responder pela presidência da mais antiga e de uma das maiores tecelagens do país é um grande desafio e uma enorme responsabilidade para qualquer executivo. Acredito que o maior desafio da Cedro, neste momento, seja o de melhorar a rentabilidade do negócio e manter o crescimento que a empresa alcançou nos últimos anos, por meio da melhoria, a cada dia, da qualidade e do valor agregado dos nossos tecidos. Dessa forma poderemos remunerar de forma justa o nosso acionista. Concomitantemente, gerenciar e maximizar os investimentos na qualificação de nossos colaboradores e nas nossas responsabilidades sociais, comunitárias e ecológicas. O Confeccionista -Com a troca de presidentes, o modelo gerencial seguido pela Cedro sofrerá alguma alteração? Branquinho -Não existem alterações no modelo, que já é consolidado e O CONFECCIONISTA JAN/FEV 2014
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PALAVRA DO PRESIDENTE sólido. Temos que destacar que o processo de transição na Cedro foi tratado de forma bastante profissional e serena. Ao todo, foram mais de dois anos entre o inicio e o fim do processo, período em que a empresa, e seu colaboradores, foram preparados para que as mudanças acontecessem sem traumas ou instabilidades. Com o processo de transição integrado dentro do planejamento estratégico da Cedro, as alterações de organograma e gestão foram gradativamente implantadas e assimiladas em todos os níveis. O Confeccionista -Quais as principais metas e objetivos da Cedo Têxtil para os próximos anos em que estará à frente dos negócios? Branquinho -Nosso objetivo é consolidar a Cedro como fabricante de tecidos “premium”, que possam agregar valor e aumentar a competitividade de nossos clientes, seja na linha moda ou na linha profissional. Nossa intenção é aumentar no nosso faturamento a participação de produtos diferenciados, que hoje já ocupam mais da metade da nossa produção de moda e que possibilitam aos nossos clientes o desenvolvimento de coleções com atributos que os permitem competir em mercados exigentes e mais rentáveis. O Confeccionista - Como isso irá ocorrer? Branquinho -Nossos investimentos estão focados em melhorias tecnológicas nos nossos processos que aumentem o valor agregado dos tecidos. Umas de nossas novidades é o lançamento da linha BioFashion, de brims que usam uma tecnologia nova no processo de fabricação do tecido que proporciona economia de água e energia para a
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indústria e para as confecções que são nossos clientes (veja matéria adiante). O mais interessante no BioFashion é que transferimos esse benefício para o cliente, o que o torna mais competitivo no mercado. Essa linha permite que ele tenha uma redução de até 30% na água e 40% na energia no processamento. O Confeccionista - A Cedro investiu pesado nos últimos cinco anos: cerca de R$ 30 milhões ao ano. No que esses recursos foram aplicados? Branquinho -Investimos em novas tecnologias (fabris e de sustentabilidade) e na ampliação da capacidade de produção. Aumentamos ainda nosso mix de produtos em cerca de 50%. O Confeccionista - Qual a previsão de investimento para os próximos anos? E no que o montante será aplicado? Branquinho -Manteremos nossa média de investimentos, agora com foco na melhoria dos processos produtivos e em novos desenvolvimentos para aumento de valor agregado e diferenciação dos tecidos. O Confeccionista - Quais os principais desafios enfrentados pela Cedro e como pretende superá-los? Branquinho -O mercado têxtil é um dos mais concorridos do mundo. Na base
estão os concorrentes que se valem do preço para conquistar participação especialmente os produtos importados da Ásia, que são atrativos pelos subsídios e incentivos concedidos pelos governos daqueles países, e que distorcem seu custo real gerando um ambiente de concorrência predatória. Gostaria de ver uma empresa têxtil chinesa ser competitiva e rentável produzindo aqui no Brasil, sob as mesmas condições e exigências as quais são submetidas as empresas nacionais. Nossa estratégia, porém, é apostar nos tecidos top ou premium, artigos com alto valor de moda e variadas possibilidades de acabamento. Acreditamos que dessa forma, criamos diferenciais extremamente competitivos em relação aos importados. Nós apostamos na qualidade, na entrega e na inovação para tornar nossos clientes competitivos. O Confeccionista - O Governo brasileiro já foi tachado como protecionista. Concorda com isso, no que se refere a têxteis? Branquinho -Definitivamente não. Acreditamos não em protecionismo, mas em ferramentas que possam aumentar a competitividade da indústria têxtil brasileira em relação aos produtos importados. Medidas governamentais, como desoneração da folha de pagamento e redução das taxas de energia elétrica para o setor, são bem-vindas e colaboram para um
cenário mais equânime para os negócios. Nossa expectativa é que o governo exerça seu papel de agente de promoção da isonomia concorrencial. No que depender de do custo, da qualidade, da produtividade e da inovação, dentro das nossas empresas, temos plenas condições de concorrer com qualquer indústria do mundo.
adequada as demandas da cadeia têxtil. Entre as várias propostas que aguardam um posicionamento do Governo Federal, a que trata do Regime Tributário Competitivo para Confecção (RTCC[1]) é a que pode representar uma verdadeira revolução de competitividade para o nosso setor, alavancando a geração de empregos e o aumento da arrecadação.
período, com a história econômica, social e politica brasileira. Mesmo diante de diversas incertezas, a Cedro aliou tradição e modernidade, mantendo seus valores sempre com visão de futuro. Acreditar no País e nas possibilidades que ele oferece sempre foi o principal estimulo da companhia. É essa visão e caminho que gostaria que o setor compartilhasse.
O Confeccionista - O que o governo federal poderia fazer pela indústria têxtil brasileira, no curto prazo? Branquinho -Apoiamos as iniciativas da Abit – Associação Brasileira da Industria Têxtil e de Confecção que, como entidade porta-voz do setor, vem encaminhando de forma extremamente
O Confeccionista - Sua mensagem como presidente de empresa aos demais empresários do setor têxtil? Branquinho -A mensagem que gostaria de passar não é minha, mas sim da própria Cedro. Afinal, não é comum uma empresa chegar aos 142 anos de produção ininterrupta convivendo, nesse
[1] O RTCC é a proposta de um Regime Especial de Tributação (RET), visando ao fortalecimento do setor tanto no mercado doméstico, como internacional. Prevê a redução da atual carga tributária para as empresas de confecção (cerca de 18% sobre a Receita Bruta) para 6% (sobre a Receita Bruta), carga considerada de equilíbrio para o nível adequado de competitividade da indústria e arrecadação de impostos. Apesar desse estudo ter como foco principal o impacto da redução da carga tributária sobre as confecções, também são avaliados os desdobramentos sobre a indústria Têxtil, em termos igualmente de produção, emprego, arrecadação e investimentos (leia nesta edição matéria com o novo presidente da Abit).
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DICA DO ESPECIALISTA MANUTENÇÃO
Organização e controle da manutenção de máquinas Silon de Oliveira é formado em Engenharia Mecânica, tem mais de 30 anos de experiência na indústria de confecção e também é palestrante maqsilon@gmail.com
Cumprir as suas finalidades com eficiência e eficácia, a custos sob controle, é o grande desafio enfrentado atualmente pelo setor de manutenção no país. Hoje a atividade representa o 2ºou 3º maior custo de uma empresa. Portanto, merece cuidados especiais, principalmente neste momento de contenção econômica, quando as confecções necessitam priorizar os investimentos. Para melhor entender o assunto, observe as duas simulações:
Atendimento corretivo (máquina quebrou): Máquina parou às Começou ser atendida Fim do conserto
Se:
09h00 09h30 10h20
Tempo de espera (Te) 30 min Tempo de conserto (Tc) 50 min Tempo total (Tt) 01h20 min
Te for grande – deve-se analisar o número de mecânicos Tc for grande – deve-se analisar o treinamento dos técnicos
Custo de manutenção devido à parada técnica:
Custo (C) = C técnico + C peças substituição + C costureira parada + Lucro cessante
Dicas para manter as máquinas sempre em perfeito funcionamento: 1) Instalação elétrica: o primeiro passo para que a máquina não tenha problemas futuros é fazer sua instalação elétrica corretamente. Isso começa com um bom aterramento. 2) Lubrificação: a boa lubrificação evita quebras constantes e prolonga a vida útil do equipamento. É importante definir para cada modelo de máquina: • Tipos de lubrificante a utilizar (óleo ou graxa) • Frequência • Métodos de lubrificação • Organização do plano com treinamento da mão de obra 3) Limpeza: em determinados equipamentos (overlock/interlock) é importante que seja feita diariamente, evitando-se assim acúmulo de tecidos, fios e sujeira. Para outros tipos de máquinas, programar. 4) Manutenção preventiva: a grande vantagem é que a parada da máquina pode ser programada. Os itens de reparo são determinados por meio da inspeção de um check list feito anteriormente no equipamento.
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5) Manutenção corretiva: esse tipo de manutenção (quando a máquina quebra) é a mais grave e onerosa de todas as manutenções. Por esse motivo, temos de ter cuidados para minimizá-la, como: • manter peças de maior consumo em estoque; • treinar os mecânicos para resolver os problemas; • ter máquinas reserva de alguns modelos (quando possível). 6) Manutenção produtiva total: feita por uma pessoa da supervisão produtiva, devidamente treinada, elimina o tempo de máquina parada e melhora a qualidade de costura. As principais ações nesse sentido devem ser: • troca de agulhas; • regulagem de tensão das linhas; • regulagem de pontos/polegada. 7) Dimensionamento da quantidade de técnicos por setor: muitas vezes manter equipe superdimensionada é mais econômico, pois os salários adicionais são compensados pela redução da ociosidade das máquinas enquanto aguardam atendimento. 8) Indicadores a serem melhorados e estudados: Padrão Ações Empresa Mundial Brasileira Capacidade Fabril utilizada
73%
95%
Tempos mortos na produção em relação ao produtivo
30%
5%
Horas paradas x trabalhadas 4% 1% (manutenção) 9) Sugestões de aprimoramento para tornar a indústria de confecção mais lucrativa: • Organização e Administração da Manutenção • Processos produtivos: Células x Linha de produção (vantagens e desvantagens) • Qualificação da Supervisão • Critérios para automação dos equipamentos
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MUNDO TEXTIL DENIM
Verão
colorido
A recém-lançada coleção Verão 2015 em denim e sarja da Cedro Têxtil está sendo apresentada nos principais polos confeccionistas do Brasil
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Depois de lançar oficialmente a coleção Verão 2015 no Première Vision São Paulo, em janeiro, a Cedro partiu para o seu tradicional tour de tendências, visitando os principais polos confeccionistas de jeanswear do País: Em março será a vez de Goiânia (13) e de São João Nepomuceno (27), em Goiás. Os confeccionistas da capital paulista poderão conhecer as apostas da empresa para a temporada no dia 10 de abril. As apresentações são gratuitas para clientes e profissionais do setor que, além de conhecer as novidades da empresa, recebem orientação sobre as principais tendências em cores, estampas, formas e aparências, e orientação técnica e de estilo sobre desenvolvimento de coleções.
Inspirações e novidades
A cartela de cores traz um mix de tons pasteis com opções mais vibrantes e fechadas como o roxo e o lilás. Tons de verde e amarelo não poderiam faltar, em virtude da Copa do Mundo. As estampas florais continuam em voga, em sobre-
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posições e misturas de elementos. As formas abstratas e os camuflados revisitados também surgem como aposta para o próximo verão, sempre em visuais contrastantes que evidenciam looks casuais e com forte apelo fashion. A linha Top Denim - de artigos em denim com alto valor agregado, construções de alta densidade, tingimentos intensos e acabamentos diferenciados - vem com quatorze novos artigos entre tecidos elastizados e rígidos em novos tingimentos como o acastanhado, o azul brilhante, o blue black e o special dye.
Menos consumo de água
Na busca por diferenciais de mercado, a Cedro lançou a família BioFashion, composta de tecidos de sarja coloridos que demandam menor consumo de água no processo industrial e de lavanderia e economizam energia na produção. Esse desempenho se deve à utilização de uma linha de corantes auxiliares100% ecológica e não poluente. A tecnologia é uma
exclusividade da fabricante de corantes Archroma para a Cedro por um período de seis meses e possibilita a utilização de apenas 10% de água no processo industrial, se comparada ao processo tradicional. Além disso, o tempo de máquina na lavanderia industrial é reduzido para 1/3. Nessa linha, a Cedro apresenta a coleção Vintage Biofashion e a Coated BioFashion. Na primeira, obtêm-se desbote uniforme da cor, mais efeitos de lavagem e desbote inicial e marcação de costura com menos tempo de máquina, entre outros diferenciais. Produzida segundo o mesmo processo, a coleção Coated BioFashion apresenta a mesma resposta de um denim na lavanderia. Ou seja, responde a hipoclorito e permanganato, oferecendo variações de tempo de máquina para que se atinja o resultado esperado. Proporciona desbote inicial e marcação de costura com menos tempo de máquina e efeitos bicolores: o tingimento em duas cores revela a cor de fundo para lacerados através do desgaste do tom da resina.
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MUNDO TEXTIL DENIM
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tons de azul
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Azuis intensos, delavés e muito stretch
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A coleção Verão 14/15 da Capricórnio Têxtil, tradicional fabricante de denim e sarja, já está disponível para o mercado. Para looks vintage e lavagens mais intensas e agressivas, os artigos da linha Clássicos, inspirada no jeans usado pelos trabalhadores das minas norte-americanas do século passado, são os mais indicados. Os tecidos são 100% em algodão ou com stretch, e cartela de tons de azuis tradicionais Blue e Blue Black (Topping), acinzentados (Grey) e pretos (Black). Entre os best sellers estão os artigos Aveiro, Astúrias, Braga, Saragoza, Sevilha e Cerpa. Já a linha Stretch tem ‘power’ na proporção exata para auxiliar na modelagem das peças e proporcionar a sensação de conforto que o jeans pede no dia a dia. Com grande gama de cores e pesos, os destaques são os artigos Lisboa, Porto, Madrid, Turin, Londres, Dover, Ares e Héstia. A linha Platinum, lançada em 2013, foi ampliada e apresenta seis novos artigos com características de leveza e tingimentos especiais, que aumentam as possibilidades de efeitos de lavanderia. As propostas das cartelas de cores são: Intense Blue - um azul profundo em puro índigo, que permite variações desde os tons escuros trabalhados, até os délavés; Ice Dye - um azul intenso
e brilhante, também em versão dupla face; e Inside Green - uma tonalidade diferenciada de azul que aflora tons esverdeados em lavanderia. No tom Intense Blue, são quatro novidades. Uma delas é o artigo Atlas, com sarja em 100% algodão, construção 3x1 e peso de 8,0oz, indicado para calças masculinas, femininas, tops, vestidos e saias. O artigo Parcas é uma sarja 3x1 100% em algodão, superfície lisa e peso 9,0oz; Circe, uma sarja 3x1 composta de 97% algodão e 3% de elastano, com peso 8,0oz e elasticidade ‘Super Power’, ideal para a confecção de skinny; e Perseu, sarja 3x1, composição de 73% algodão, 25% poliéster e 2% elastano, com peso de 9,5oz e efeito ring sutil. No tom Ice Dye, introduzido na coleção em 2013, o lançamento é o artigo, Moorea, em azul brilhante dupla face, composto por 68% algodão, 30% poliéster, 2% elastano, construção em sarja 3x1 e peso de 10oz. Já na tonalidade Inside Green, são dois lançamentos: Curaçao, em 97% algodão, 3% elastano, construção 3x1 e peso de 8,0oz; e Barbado, em 80% algodão, 18,5% poliéster, 1,5% elastano, construção 3x1 e peso 9,0oz. Enquanto o Curaçao tem grande poder de elasticidade e é recomendado para calças skinny, o Barbado apresenta um efeito ring sutil, que valoriza as peças.
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Visual vintage, conforto e versatilidade em lavagens são as apostas em denim e em sarja da Capricórnio Têxtil
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MUNDO TEXTIL NOTAS
Lingerie e beachwear
Flora Botânica
Luxo Safari
Novo Nautico
De olho no Verão 15, a TDB Têxtil apresenta sua coleção de a coleção de tecidos para lingerie, fitness e de beachwear. Para lingerie, a empresa investiu em três temas: Doce Turista, em que predominam cores suaves e apasteladas, com direito a cartões postais, bicicletas antigas e florais ingênuos; Luxo Safari, em que peles de animais selvagens (zebras, serpentes e felinos) ganham distorções e fusões em desenhos tribais, rústicos e estilizados; Flora Botânica, com estamparia que remete à estética art-nouveau e aos traços sutis da pintora especializada em natureza Margareth Mee: colibris, flores e insetos. Já a linha beachwear traz referências da natureza e do universo tropical. Não faltam animal prints com cores intensas e selvagens em uma linguagem gráfica, pixelada e distorcida; borboletas, insetos e flores delicadas; descolorações, pincelados, ombrés e camuflados referentes à Polinésia Francesa, segundo a ótica do pintor francês Paul Gauguin, além de um náutico chic, com cartela de cores que vão do náutico tradicional (azul, branco e vermelho) a tons mais vivos.
Estampas exclusivas
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FOCO EM JACQUARD
A nova coleção da Etical acaba de sair do forno. O book de sugestões de etiquetas bordadas está segmentado de acordo com os diferentes mercados para quem a empresa fornece: Casualwear, Jeanswear, kidswear, Sportwear, Surfwear e Underwear. O carro-chefe são etiquetas em jacquard. “Procuramos tirar de um tear de jacquard o que ele tem de melhor para a produção das etiquetas personalizadas”, afirma o gerente nacional de Vendas Neri Schotten. Uma dessas possibilidades são as etiquetas com um mix de jacquard e de material sintético.
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Após duas décadas fazendo acabamentos e beneficiamentos em tecidos para calçados, a Comlasa, de Novo Hamburgo (RS), decidiu explorar novos mercados e começou, este ano, a atuar também no segmento de vestuário. A apresentação da nova linha de produtos, já para o Verão 14/15, ocorreu durante o salão Inspiramais– Salão de Design e Inovação de Componentes, realizado em janeiro em São Paulo. “Nosso objetivo é oferecer propostas de design criativas e desenvolver estampas exclusivas”, destacou a diretora de criação e imagem da marca Zilá Cicolella. As apostas para a temporada incluem estampas florais aquareladas e tropicais, grafismos, listras, manchas, poás e animal print em tecidos
Acabamentos em destaque
Para o Verão 15, a Texprima apresenta uma coleção de tecidos composta de mais de 200 artigos. No Inspiramais - Salão de Design e Inovação de Componentes, realizado em janeiro em São Paulo, a empresa destacou seis deles: a Malha Prene Dublada com Malha 1855, de poliéster e elastano, a Musseline Silky Estampada e Plissada, também em poliéster, com superfície levemente acetinada e transparente, caimento leve e plissado médio; Nilo Rayon Estampado, com aspecto rústico, estampa moderna e toque macio, composto de viscose e linho; Twill Chalis Pesado Estampado, em viscose, com toque macio, superfície sarjada e caimento leve; GGT Prima Plissado, de poliéster e ligamento com crepe, com plissado médio e Mesh Sport Estampado, uma malha de poliéster e elastano com transparência, devido ao efeito de tela. Nesses, foram utilizados três tipos de acabamentos: a dublagem vem como inovação para favorecer a construção de peças versáteis, originais e diferenciadas. O acabamento plissado é sempre um clássico, onde se pode “brincar” com diferentes texturas e estampas de tecidos, além de possibilitar vários tipos de desenhos de plissado. E a estamparia digital consegue traduzir a fidelidade dos desenhos em tecidos, com mais cores e riqueza de detalhes do que nos métodos clássicos. Outro fato é que esse processo é menos poluente.
SUPER DEFINIÇÃO
Especializada em etiquetas bordadas e segunda maior fabricante do país no segmento, a HI Hitech lança uma etiqueta com super definição, um artigo diferenciado das demais do mercado, com maior densidade de fios, para aplicação na parte interna ou externa das roupas. Sediada em Pomerode (SC), a empresa atende a todos os segmentos de mercado de confecção e tem como filosofia oferecer produtos que valorizem a marca do cliente, com o melhor prazo de entrega do mercado. Equipe afinada e um novo parque fabril são elementos que, segundo o diretor comercial Luís Gustavo Tierling, asseguram essas premissas. O CONFECCIONISTA JAN/FEV 2014
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INVERNO 2015
Tons de amarelo e bege, laranja avermelhado intenso, marrons e cinzas são as primeiras cores sugeridas para a estação
Consultores apontam as primeiras inspirações sobre o que deve permear as coleções na temporada mais fria do próximo ano no Brasil 64
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A chuva, as nuvens e raios são a base das inspirações para o Inverno 15 proposta pela equipe de pesquisadores do Núcleo de Design para Preview Couro, ligado à Assintecal (Associação Brasileira das Empresas de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos). “Em um país continental como o Brasil, a chuva tem importância vital, deixa tudo mais verde, traz fartura e frescor. Assim, buscamos na chuva, nas nuvens e nos raios das tempestades o motivo para repensarmos o momento atual da moda, excessiva-
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Novos rumos para a moda
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mente colorida, adornada e fugaz. E a chuva, metaforicamente, nos ajuda a limpar todos os excessos, clareando as ideias”, afirma o estilista Walter Rodrigues, coordenador do Núcleo. Para o estilista, este é o momento da moda brasileira buscar novos rumos, diferenciar-se, criar pensando em potenciais clientes globais e não apenas no mercado interno. ”Daí a presença da chuva”, destaca. Como ocorre a cada temporada, as inspirações propostas pelo Núcleo de Preview do Couro constituem o ponto de partida para que as indústrias do setor de calçados e componentes - – e por que não de vestuário? - criem e desenvolvam materiais de design e tecnologia inovadores.
Pássaros e penas Buscando inspirações bem brasileiras, os pesquisadores do Núcleo encontraram histórias folclóricas relacionadas aos presságios dos tempos de seca e de chuva que evidenciam o papel de aves como o falcão acauã, as garças brancas e os guarás-vermelhos. Assim, do acauã vêm os tons amarelo e bege que iluminam e suavizam a cartela de cores do inverno; do guará, o laranja avermelhado e intenso, com variação dos tons mais escuros aos mais claros, em rosa. As penas dessas aves podem servir também de inspiração para a estamparia. Já as borboletas-coruja trazem os tons de marrom e cinza que compõem as dez primeiras cores sugeridas para a estação e inspiram as estampas, entre elas o tom charuto, o verde e o marrom, profundos, “um novo escuro”, segundo Rodrigues. Destaque também para a ausência de cor, tecidos de cores neutras que se misturam às mais fortes.
Couro “molhado” No couro vacum, acabamentos inspirados na chuva dão aspecto molhado ou com texturas de escorridos e em forma de gotas de água, ou imitam efeitos de raios e tempestades sobre o couro, em contraste com o uso da cor. As peles de peixe e as exóticas cobras python podem receber tratamento especial e acabamentos que valorizem seus desenhos originais, com manchados irregulares e toques de brilho metalizado.
Preview do Couro Um preview da concretização dessas propostas foi apresentado durante a 9ª edição do Inspiramais -Salão de Design e Inovação de Materiais, realizado em janeiro, em São Paulo, com exposição de materiais confeccionados por 23 curtumes, sob consultoria de Marnei Carminatti, Ramon Soares e Victor Barbieratto, do Núcleo de Preview do Couro. Em julho, depois da equipe de consultores do Núcleo de Desing da Assintecal percorrer o país divulgando as inspirações para a temporada, indústrias de couro, tecidos e componentes vão expô-las e comercializá-las durante a 10ª, edição do Inspiramais.
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Cores das penas do Guará-Vermelho transportadas para couro vacum
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