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ANO I Nº2 FEVEREIRO/MARÇO 2011
região Première Brasil Temas para o Verão 2012
Infanto-juvenil
Desfile Neon SPFW
Tecidos tecnológicos: conforto e praticidade
Blumenau
Texfair mostra sua força
Cianorte
A capital do vestuário
Jeans
Vintage é o destaque na ‘Bread And Butter’
SPFW A moda no centro das atenções
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carta ao leitor
O ano já começou
Escrevi em uma edição passada que as empresas não podem mais se dar ao luxo de perder quatro meses do calendário anual (novembro, dezembro, janeiro e fevereiro) para colocar em prática seus planejamentos. Percebi que, neste início de 2011, muitos confeccionistas já foram às compras, estão fazendo grandes negócios e já colocaram em prática suas ideias. Não estão esperando o Carnaval passar para dizer que o ano começou. São pessoas que buscaram alternativas criativas e com certeza irão fazer a diferença no balanço final do ano. Essa visão mais arrojada certamente terá como consequência a seleção natural da sobrevivência de empresas e fornecedores do setor. Quem acordar tarde para o que está acontecendo no mercado poderá não ter uma segunda chance. Precisamos dar ao tempo a real importância que ele tem e aproveitar a cada dia, cada hora, as oportunidades que nos são oferecidas pelo mercado e que, talvez por paradigma ou comodidade, deixamos para depois do Carnaval. As oportunidades nunca são perdidas. Se uma empresa não as aproveita, outras não as deixarão passar. Estamos fazendo a nossa parte. Em fevereiro/março, publicamos as edições regionais Sul e Sudeste de O Confeccionista, com apoio de um número expressivo de empresas fornecedoras, sindicatos, associações e consultores, que estão visualizando em nossas revistas uma forma de contribuir para a expansão desse mercado e de fazer negócios. Contamos com você. Tenha uma ótima leitura e faça grandes negócios. Um abraço Júlio César G. Mello Diretor-Geral juliocesar@oconfeccionista.com.br
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ANO I • NÚMERO 2 • FEV/MAR • 2011
região
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Colaboraram nesta edição: Roberto Carlessi (revisão); Adilson Jenck, Vanderlei Carlos Dorigon, Francisco Barbosa Neto, Soeli de Oliveira (artigos).
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Impressão - Prol Gráfica Tiragem - 10.000 exemplares. Distribuição Regional - correios O Confeccionista Região Sul é uma publicação da Impressão Editora e Publicidade Ltda., distribuída aos empresários da indústria de confecção do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. É vedada a reprodução total ou em parte das matérias desta revista sem a autorização prévia da editora. Todas opiniões e comentários dos articulistas e anunciantes são de responsabilidade dos mesmos.
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editorial
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ANO I • NÚM. 2 • FEV/MAR • 2011
Boa leitura!
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capa Première Brasil - Os temas para o verão 2012
14 SPFW - Educação para o consumo de moda 22 Cianorte - A capital do vestuário recebe a Expovest 32 Blumenau - Texfair Home: lançamentos da indústria 40 Infanto-Juvenil - Tecidos para atrair consumidores 08 24
Em Dia Sul Sustentabilidade - Fujiro: compromisso com a natureza e o social
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Paraná B. ColLection - A força da moda no Estado
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CAPACITAÇÃO - Projeto em Londrina prepara
Jeans - Marcas internacionais na Bread and Butter Berlin
Associativismo - Costureiras de Peabiru (PR) se unem e se capacitam.
mulheres para a profissão
AS DICAS DOS ESPECIALISTAS
Vera Campos
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moda brasileira continua dando provas de seu amadurecimento. Prova disso são os 15 anos da São Paulo Fashion Week, evento que hoje figura entre os maiores de moda no mundo. Na esteira desse sucesso, outras semanas de moda foram criadas no País e conquistaram destaque nacional. Outro evento de peso, que sinaliza a importância das criações nacionais para negócios, é a Première Brasil, versão tropical da já tradicional Première Vision, de Paris, que ocorre pelo segundo ano consecutivo em terras tupiniquins. Por conta disso, a corrida para capacitar mão de obra, sobretudo de costureiras, continua incessante, bem como os investimentos em maquinário e nas formas de gestão, como verificado nas reportagens desta edição. As confecções também continuam gerando renda e dando emprego a muitas famílias. Um bom exemplo é Cianorte (PR). Chamada de “a capital do vestuário”, a cidade responde por pelo menos 20% da produção nacional de jeans. A cada cinco cianortenses, três trabalham em confecções. Em Peabiru, no noroeste do Paraná, o associativismo, aliado à capacitação, assegura trabalho às mulheres da cidade e auxilia na produção industrial de confecções de porte. Em Londrina, no mesmo estado, profissionais são capacitadas e logo contratadas pela indústria. Em tempos de aumento de demanda provocada pela melhoria do poder aquisitivo da população, em especial da classe C, nada melhor que se qualificar para abastecer esse enorme mercado. Se não, certamente os chineses o farão.
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50 Gestão
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Outlet no RS
Um novo empreendimento promete movimentar ainda mais a economia no setor de vestuário no Rio Grande do Sul. A Construtora São José, especializada em imóveis de alto padrão, planeja para 2012 a inauguração do Platinum Outlet, em Novo Hamburgo, o maior shopping de descontos do país. Ainda na planta, o empreendimento já tem 65% das lojas alugadas. Lá, o consumidor poderá encontrar as grandes grifes do mercado nacional e internacional com descontos de
28ª Pronegócio
A cidade de Brusque, em Santa Catarina, foi palco de um dos mais bem sucedidos eventos de negócios no setor. Entre 10 e 14 de janeiro, a 28ª edição da Pronegócio movimentou a região, em paralelo com a 13ª Rodada Internacional de Negócios, ambas realizadas pela Associação das Micro e Pequenas Empresas de Brusque e Região (AMPE). Os resultados apresentados pela AMPE foram positivos e condizentes com as expectativas, com 1, 327 milhão de peças comercializadas e desfiles de 80 looks de vinte empresas expositoras.
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até 80%. Com um investimento de R$ 85 milhões, o outlet ocupará uma área de 176,7 mil metros quadrados de terreno e terá aproximadamente 125 lojas, 1238 vagas para automóveis, restaurantes, praça de fast-food e lojas satélites. A localização do complexo foi planejada para aproveitar o fluxo constante de consumidores da região metropolitana de Porto Alegre e principais cidades do Estado do Rio Grande do Sul, além do potencial turístico e gastronômico da Serra Gaúcha.
FENIM 2011
Nova diretoria
O recém-empossado presidente do Sindivest/RS, Sindicato das Indústrias do Vestuário e do Calçado do Nordeste Gaúcho, Thiaraju Vieira Barbosa, pretende aumentar a base territorial do sindicato, que abrange 24 municípios e 150 empresas associadas. Além disso, quer fortalecer as associadas, via capacitação de mão de obra, entre outras ações para garantir produtos de qualidade. “Nossa região tem um histórico muito forte no setor têxtil e de confecção. Nossas empresas precisam continuar a gerar emprego e renda, devemos insistir com os órgãos federais e estaduais para regular e fiscalizar os contrabandos e as importações subfaturadas de vestuário e de calçados”, afirma.
A Fenim, Feira Nacional da Indústria da Moda Inverno, chegou à sua décima quinta edição reunindo cerca de 600 expositores em Gramado (RS), que mostraram as novidades em roupas e acessórios de mais de mil marcas. Entre os dias 25 a 28 de janeiro, 27.735 pessoas de 26 estados do Brasil e de outros 11 países puderam conferir estandes de até 1200 metros quadrados, que fizeram com que a Fenim 2011 ganhasse o título de a mais charmosa dos últimos tempos. No geral, os negócios foram cerca de 20% maiores que em 2010, segundo estimativas dos organizadores.
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em diaiã- o Sul
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Primavera/Verão 2012
Première Brasil
Leque amplo Saiba o que vem por aí para a temporada mais quente do próximo ano
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Laura Navajas Pascaline Wilhelm, diretora de moda da Premiére Vision
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Uma estação para ver grande e longe”, nas palavras de Pascaline Wilhelm, diretora de moda do Première Vision. Depois de um verão de 2011 muito dinâmico e criativo, o de 2012 não deixará por menos. “Será tempo de inovar com tecidos, associações, acordos entre elementos. É tempo de abrir-se com apetite”, disse ela, durante a Première Brasil, em janeiro. As cores virão numa gama ousada, elegante, com jogos de equilíbrio e desequilíbrio, dando uma ideia de desordem. “É uma gama mais sutil em relação às estações passadas; não precisamos de excesso para contar as coisas,” completou, apontando três grandes temas para a estação: Perspectives – busca de novas pistas para criar e construir a roupa. Inspiração vem de materiais de construção, brilhos contidos, geometria variável, o bruto civilizado, com uma profusão multicor de misturas caóticas. Na moda feminina, destaque para o mix de diferentes materiais, volumes que se movem, associação de cores quentes e frias. Nos tecidos, a transparência tende a ser trabalhada sobreposta. Mistura de algodão com poliamidas, tecidos opacos, macios. Para eles, as camisas virão com estampas inspiradas, por exemplo, nos insetos, nas asas de uma libélula, com uma geometria suave. Já a moda esporte traz tons claros, doces e ácidos, opacos, em tecidos impermeáveis (mas que respiram), com secagem rápida. Denim mais chique e mais leve, trabalhado com viscose.
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Open Mind - refere-se ao inovar, ousar. As influências do primitivo se chocam com as da cidade, do esporte, resultando em misturas caóticas. Na moda feminina, tons escuros se misturam e há associações mais plásticas para os tecidos, com buclês, fundos crus, rendas mais espessas. Em alta os algodoados, românticos e grafitados. Os homens usarão tons terra, tecidos mais fortes, mais naturais, brutos, porém civilizados. O denim se mistura ao linho, com toque mais seco, menos sujo. Para sportswear, cores intensas e brilhantes, flores, ideia de exotismo contemporâneo. Tecidos divertidos, ultrastrech, dinâmicos, com listras, xadrez, desenhos com simplicidade gráfica. Sense e Essence - o ponto de partida é aquilo que é essencial à vida. Enfoca o consumo sob a ótica de serviços sob medida para cada cliente, produtos mais ajustados ao indivíduo. Aqui, a moda se rende à tecnologia com um único objetivo: oferecer funcionalidade. Essa tendência retrata a busca do equilíbrio. Assim, flores, pássaros, desenho com coloridos suaves, em roupas de malha e algodão conviverão com tecidos refrescantes, anti bacterianos, anti-UV. Para as mulheres, simplicidade é o nome, com destaque para contrastes de cores. Os homens usarão lavagens ou sobretintos, além de listras e xadrezes. Para o sportswear, a ordem é a descontração.#
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Primavera/Verão 2012
Première Brasil
Burocracia e impostos elevados atropelam expansão de negócios de fabricantes internacionais de tecidos e aviamentos no País
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Sinal Amarelo
terceira edição da Première Brasil, realizada entre 19 e 20 de janeiro em São Paulo, atraiu quase 5 mil visitantes, que puderam conferir o que será tendência em tecidos e aviamentos para a Primavera/ Verão 2012. A participação de 45 indústrias estrangeiras - cerca de 40% do total de expositores - confirmou que o Brasil é a bola da vez no mercado mundial. Itália e França foram as presenças mais marcantes, mas também vieram indústrias têxteis e de aviamentos da Espanha, Inglaterra, Turquia, Alemanha, Holanda, Chile e até da Bulgária. Que nosso país é o mercado do futuro, todos concordam. Por isso, querem estar por aqui. Isso ficou claro nas conversas com alguns expositores. “Estamos na Première Brasil pela segunda vez, já temos representantes no país e no último ano as vendas melhoraram muito. Já pensamos em ter loja própria aqui, e até produzir. O mercado está crescendo muito, o Brasil é o lugar para se estar”, afirma Daniele Chizzolini, da italiana De Bernardi, produtora de fitas em tecido. “É a primeira vez que participamos da Première Brasil. Decidimos vir para
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cá, a fim de avaliar as possibilidades deste mercado, e percebemos que há boas chances de negócios”, explica Franck Mettetal, da francesa Mettetal Creation. No entanto, uma preocupação ainda é comum a todos os estrangeiros que pleiteiam negócios no Brasil. “Os entraves burocráticos e os problemas de impostos ainda existem”, afirma Corrado Cipollini, representante do Instituto Italiano para o Comércio Exterior (ICE), de Roma, que trouxe ao evento uma delegação de 16 fabricantes interessados em promover seus produtos aqui e avaliar a aceitação do mercado. “Já há empresas se organizando para isso, mas todas ainda veem dificuldades em relação aos preços dos produtos finais aqui, por conta das elevadas taxas de importação”, diz Cipollini. O francês Stellio Lestienne, da Fashion Lestienne Trade, que faz negociação para trazer marcas francesas para o Brasil, concorda. “Aposto tanto no Brasil que estou aqui há seis anos. Mas há diferenças na cultura brasileira às quais o europeu ainda precisa se adaptar. Além disso, a burocracia e os impostos precisam ser revisados”, comenta. (L.N.) #
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negócios/SPFW
Paulo Borges comemora, ao lado de Gilberto Kassab e outras personalidades, o sucesso da SPFW
Cultura de moda Sob o tema “Manifestear”, a SPFW comemorou 15 anos levando a ideia de moda transformadora à Bienal do Ibirapuera
FOTOS: DIVULGAÇÃO / AGÊNCIA FOTOSITE
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POR Camila Guesa E VERA CAMPOS
ebutar é sempre um momento importante para uma menina. É comemorar uma evolução, um amadurecimento e, acima de tudo, uma transição. E é esse o momento que a moda brasileira está vivendo – e que foi comprovado durante a 30ª edição da São Paulo Fashion Week. “O Brasil e a moda estão vivendo um momento especial e isso é bom para estarmos cada vez mais construindo este trabalho, pensando em inovação”, lembrou o idealizador da semana da moda e presidente do Grupo Luminosidade, responsável pela organização e realização da SPFW, Paulo Borges. “Agora é tempo de olhar de outra forma para o futuro, sem nenhum tipo de nostalgia,
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visualizando no passado apenas um pilar do que está para acontecer”, completou.
No centro das atenções Consagrado como o primeiro evento de moda no mundo a tratar da sustentabilidade e buscar a neutralização do CO2 emitido durante os seis dias de evento, a SPFW reuniu coleções para o Outono/Inverno 2011/2012 de 32 grifes e, entre as novidades, as presenças do ator norteamericano Ashton Kutcher para a Colcci, tendo a mulher Demi Moore na primeira fila; da transexual Lea T., que estreou nas passarelas brasileiras ao desfilar para a coleção feminina de Alexandre Herchcovitch; da socialite
Paris Hilton, que se apresentou pela segunda vez consecutiva para a Triton, e da cantora Christina Aguilera, que lançou uma coleção para a C&A. “Nesses 15 anos, a SPFW criou um protagonismo que se provou capaz de mostrar o que o Brasil pode fazer e fez durante todos estes anos”, disse Borges. Graças a eventos como a SPFW, São Paulo tem muito que celebrar. Nos últimos anos, a cidade subiu mais de 25 posições no ranking das capitais mais influentes da moda no mundo, segundo o Global Language Monitor, e ocupa hoje a 8ª posição. Além disso, em 2010 a cidade bateu recordes na economia de turismo, com crescimento de 11,7% em relação a 2009, conforme divulgou o prefeito Gilberto Kassab, presente na abertura do evento. “A SPFW tem sido fundamental não apenas para exportar moda, revelar talentos, mostrar a criatividade brasileira e empregar centenas de pessoas. É também um evento que, para São Paulo, é essencial para mostrar a cidade em suas competências criativas”, disse.
30a edição da semana de moda de São Paulo recebe nomes como Ashton Kutcher, Demi Moore e Christina Aguilera
Mudança cultural Concordando com o prefeito, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, afirmou que o evento posiciona o Brasil ao lado dos grandes polos da moda internacional. “A SPFW nasceu em uma época em que a indústria têxtil brasileira passava por uma abertura econômica abrupta. Hoje, figura ao lado de Nova York, Paris, Milão, Londres e outros principais centros de moda do mundo. Aqui se agrega valor, o país se projeta, geram-se empregos”, assinalou Alckmin. Para ele, o evento marca uma importante mudança cultural, na qual países pobres exportavam matéria-prima e os
ricos, talento e criatividade. “Agora essa sentença está se invertendo”, disse. Aos confeccionistas, Paulo Borges aconselha perder o preconceito e abrir a mente para informar. “A SPFW gera o desejo e a educação de consumo de moda para o consumidor e a mídia. Popularizada a ideia, toda a cadeia se beneficia. Mas, antes de tudo, é preciso saber aproveitar esta oportunidade e tirar proveito”, disse, com exclusividade para a revista O Confeccionista.
SPFW em números
24 mil m² ocupados na Bienal Mais de 3.000 profissionais na produção e realização Mais de 350 modelos Mais de 2.500 jornalistas Mais de R$ 1,5 bilhão em negócios movimentados em São Paulo, sendo R$ 85 milhões de movimentação direta Mais de 100 mil pessoas durante os seis dias de evento Mais de R$ 300 milhões em investimentos diretos desde 1996 São Paulo ocupa a 8ª posição no ranking das capitais mais influentes da moda no mundo, segundo a Global Language Monitor, um salto de 25 posições nos últimos anos O Confeccionista/sul fev/mar 2011
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passarela/SPFW Colcci O jeans e a alfaiataria foram os pontos fortes da coleção, que teve Ashton Kutcher, Gisele Bundchen e Alessandra Ambrósio. As formas vão do superjusto, com shortinhos e calças skinny, ao amplo, com jaquetas e paletós. Os materiais: couro, denim, lã e cinza. Cores: cinza, caramelo, azul, salmão.
Cavalera Os estilistas Fabiano Grassi e Igor de Barros, sob a direção criativa de Alberto Hiar, não deixaram por menos: a marca fechou a SPFW debaixo de chuva, sob o tema Nova República, “que proclama o contato humano, celebra o coletivo, reclama o beijo, protesta contra o solitário espetáculo do mundo da fama, instigando o imaginário desse desejo esquecido”. Destaque para o índigo, a malha, couro, algodão e seda. Cores: preto e cinza, com pontos de dourado, rosa, lima e verde.
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passarela/SPFW
Juliana Jabour
Ronaldo Fraga O painel de azulejos do Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek, em Brasília, criado pelo artista plástico Athos Bulcão, também foi a fonte de inspiração do estilista. Na passarela, looks com as cores laranja, preto, azul, branco e cinza se destacavam nas estampas que reproduziam parte da obra. Modelagem fluida, mistura de tecidos como o linho, seda, algodão e tule. Bordados com paetês e brilhos se aliavam à simplicidade.
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Estreante na SPFW, a estilista mineira apresentou formas com comprimentos variados, silhuetas estruturadas ou amplas e confortáveis. Os materiais são: algodão acetinado, crepe de chine, gaze de viscose, malha com lurex, tafetá texturizado e sarja de algodão. As cartelas de cores incluem o azul, beterraba, preto, verdemilitar e vermelho.
Maria Bonita Buscando inspiração nas obras do artista plástico Athos Bulcão, a marca interpretou o Brasil sob o viés dos trabalhadores que vieram de várias partes do mundo para construir a capital do País. Simplicidade e despretensão permeiam os looks em formas descomplicadas e linhas retas. Materiais: seda pura, malha de lã, algodão dublado. Cores: azul, marrom, preto, cinza e off-white.
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passarela/SPFW Ellus Uma viagem por um espaço virtual em um futuro imaginário foi o ponto de partida para criar o inverno 2011 da Ellus, que tem como núcleo a ideia de “stars riders”, nômades espaciais e viajantes do tempo. Fazendo uso de tecidos tecnológicos, texturas e acabamentos diferenciados, que aparecem principalmente no denim, e modelagens que valorizam o corpo, a marca fez um desfile inovador, filmado em 3D, com os tops Aline Weber e Rafael Lazzini vestindo peças com referências futuristas.
Triton Alfaiataria, calças secas, camisas de corte clássico, paletós e casacos de diversos tamanhos, saias assimétricas, vestidos e paletós com cintura marcada com um cinto fino. Essas foram as principais formas apresentadas pela grife, que mais uma vez trouxe a socialite Paris Hilton às passarelas. Materiais: matelassê, algodão, brocados, lã, metalizados, peles falsas, rensas, veludo. Destaque para as estampas “mix and match”, que reproduzem padronagens florais com efeitos metalizados.
Neon Sob o tema “Boemia Subversiva”, a marca abusou do preto e do branco, de grafismos, blocos de cores e estampas We Love Néon em silhuetas justas, no caso dos vestidos e bodies, nas calças e nos paletós. Entre os materiais, a seda, o tafetá, gorgurão, malha, plush, jersey, couro, camurça, veludo, tricô, crepe e linho.
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Cidade paranaense se prepara para a Expovest, que acontece de 20 a 22 de março
O apogeu de
Cianorte FOTOS: DIVULGAÇÃO
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município de Cianorte, no Paraná, tem pouco mais de 70 mil habitantes. Ainda assim, ganha cada vez mais destaque na indústria da moda. A cidade é responsável, por exemplo, pela produção de 20% de todos os jeans comercializados no país. “As grifes do município vêm conquistando um espaço significativo no mercado nacional. A qualidade dos produtos, aliada ao conforto e preços competitivos, trouxe às empresas locais o reconhecimento nacional e deu a Cianorte o título de Capital do Vestuário”, conta o prefeito Edno Guimarães. Há quase três décadas o município ancora sua economia no segmento. A cada cinco cianortenses, três trabalham nas confecções, o que significa que mais da metade da população economicamente ativa tem sua renda proveniente da fabricação e venda de roupas e acessórios. “Não é por menos que Cianorte está entre os dez municípios que mais geram emprego no Paraná.
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Dados do Ministério do Trabalho e Emprego revelam que o polo de confecções, entre os anos de 2003 e 2008, foi responsável pela geração de empregos a uma taxa de 10% ao ano”, conta Guimarães. O prefeito Edno Guimarães No seu expressivo polo de confecções, a cidade conta com cerca de 400 indústrias, que produzem mais de 6 milhões de peças/mês. “Esta vocação industrial inata surpreende por transformar um cenário antes dominado pela agricultura e pecuária num imenso parque, que hoje emprega mais de 30 mil pessoas direta e indiretamente e tem seu produto conhecido nacional e internacionalmente”, orgulha-se o prefeito. Cianorte tem seis shoppings atacadistas e a Rua da Moda, que abriga mais de 450 lojas.
Expovest Um dos maiores eventos de negócios de moda, a Expovest, que acontece neste semestre entre 20 e 22 de março, é realizada pelo Arranjo Produtivo Local (APL) de Cianorte e pela Asconveste (Associação das Indústrias de Confecções e do Vestuário de Cianorte), junto com a Prefeitura e Câmara Municipal de Cianorte e Asamoda (Associação dos Shoppings Atacadistas de Moda de Cianorte). O evento acontece duas vezes ao ano, já conta com número aproximado de 400 expositores, representa mais de 600 grifes e recebe em torno de 35 mil lojistas e visitantes ligados ao mundo da moda de todo o País e do exterior, gerando negócios imediatos e futuros. “É a maior concentração de ponta-entrega do país”, destaca a presidente da Asconveste, lembrando que cerca de 1 milhão de peças (60% da produção mensal das confecções) já foi negociada, num só ano, na Expovest.
Incentivos Incentivos oferecidos pelo governo municipal na instalação das fábricas, com concessão de terrenos, serviços como terraplanagem e construção de vias de acesso, além da isenção de impostos, atraíram marcas famosas do Brasil e do exterior, que passaram a transferir para as confecções cianortenses a produção de suas peças. Além disso, a região investe em mão de obra. Cianorte conta com duas faculdades que oferecem curso superior de moda, a UEM – Universidade Estadual de Maringá e a Unipar – Universidade Paranaense. Os cursos de formação técnica, como os do Sebrae, Senai e das escolas de formação mantidas pelo município também são frequentes. “Isso nos coloca à disposição uma gama de profissionais altamente qualificada nas áreas de criação, gerenciamento de produto, engenharia têxtil, estilo e design”, elogia Lucidalva Pereira de Souza Oliveira, presidente da Asconveste – Associação das Indústrias de Confecções e do Vestuário de Cianorte. “Com esta sólida base, a região desenvolve produtos com alto valor agregado, a partir de pesquisas e investimento nos núcleos de desenvolvimento de produto, no posicionamento de suas marcas, no processo de fabricação e logística”, completa.
Estrutura eficiente Como capital do vestuário, Cianorte tem estrutura funcional preparada para atender os atacadistas que chegam de todas as partes do Brasil. Entre os serviços oferecidos, translado gratuito que interliga os shoppings atacadistas e a Rua da Moda. Hotéis, pousadas, bares, restaurantes e centros de eventos dão suporte e complementam a rede atacadista do município.
Mulheres produzem a todo o vapor
O sucesso da indústria e comércio de confecções da cidade se dá em razão da união entre o governo municipal e os empresários, representados pela Asamoda (Associação dos Shoppings Atacadistas de Moda de Cianorte), que definiu uma única orientação para o setor, sem dispersão de ideias e recursos. Foi essa união que garantiu a Cianorte a implantação de um dos primeiros Arranjos Produtivos Locais (APLs) do Paraná, com orientação da Secretaria de Estado do Planejamento e Coordenação Geral. Em parceria com o Senai, o APL desenvolve ações de qualificação de mão de obra e responde pela inserção das empresas no mercado externo, por meio de parceria com a Secretaria de Estado da Indústria, do Comércio e Assuntos do Mercosul.# O Confeccionista/sul fev/mar 2011
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Sustentabilidade
A partir do controle de todo o processo de produção, a catarinense Fujiro se destaca como uma empresa ecológica de verdade
Visão de mercado POR Laura Navajas
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ustentabilidade é a palavra do momento. Cada vez mais empresas tentam se adaptar para reduzir os impactos causados ao meio ambiente e às pessoas. No entanto, este conceito envolve muitas ações, que vão desde a escolha dos parceiros até a conscientização dos funcionários. Esse desafio está sendo encarado hoje por um número crescente de empresas têxteis e de confecção, entre elas a Fujiro Ecotêxtil, de Blumenau. Desde sua fundação, em 2006, o compromisso com a sustentabilidade e a consciência ecológica pautam a conduta da empresa, que hoje produz camisetas, uniformes e acessórios a partir de malhas fabricadas com o poliéster obtido de garrafas PET recicladas. “Nossa filosofia nada tem a ver com marketing empresarial. Pelo contrário, adotar o compromisso com a ecologia é uma maneira de contribuir com a natureza”, afirma Bruno
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Casal de proprietários comemora sucesso do empreendimento
Henrique Sedrez, diretor comercial da empresa e sócio de Ana Paula Sedrez. A fim de obter maior qualidade na produção, a Fujiro produz desde o fio até o produto final. A opção deu tão certo que em apenas quatro anos de vida a empresa já recebeu importantes premiações. Uma delas, no final de 2010, foi o troféu Prêmio Empreendedor de Sucesso, parceria entre a Revista Pequenas Empresas & Grandes Negócios e o Centro de Empreendedorismo e Novos Negócios da Fundação Getúlio Vargas. A empresa foi uma das dez finalistas entre 374 inscritas, em virtude da sua trajetória e da maneira como aborda a questão ambiental. A Fujiro também é uma das que concorrem ao GreenBest (o primeiro prêmio nacional de consumo e iniciativas sustentáveis) na categoria Moda, ao lado de grifes famosas como Carlos Miele, Alexandre Herchcovitch e Osklen.
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Equipe Fujiro: copos numerados e ecobags para todos os colaboradores
Compromisso com o planeta
Vendas em alta Assegurado pelo compromisso ambiental e pela qualidade dos produtos, o faturamento da Fujiro continua numa escalada de alta. Em 2008, algumas boas vendas a clientes institucionais garantiriam faturamento o ano todo. A empresa ganhou uma sede de 400 metros quadrados – que, hoje, já tem o dobro do tamanho. Em 2010, embalada sobretudo pela Copa do Mundo, a demanda cresceu 47% em relação ao ano anterior, o que elevou o faturamento para R$ 5,3 milhões. Além da Copa, a Fujiro teve outros pontos importantes para registrar tamanha expansão. Entre eles está o início de atividades voltadas ao varejo, com a criação de sua marca própria, a Fujiro E-concept, de camisetas pet, ecobags (sacolas ecológicas) e cases com design e estampas modernas, tudo feito com malhas produzidas a partir da reciclagem de garrafas pet. Até o primeiro semestre de 2010, a marca era encontrada apenas em lojas multimarcas, mas a empresa optou por criar pontos de venda em quiosques em shoppings – já foram inaugurados dois –, um em Blumenau e Camburiú . A idéia é expandir os pontos em todo o Brasil por meio de franquias. “A expectativa é de chegar a ter 30 pontos de venda fixos distribuídos pelo país, em um período curto de tempo, além de continuar marcando presença em lojas de moda jovem”, conta Sedrez. O comércio eletrônico também já é uma das ferramentas de vendas da empresa. Pelo site é possível adquirir qualquer um dos modelos comercializados pela marca. Os preços também já estão mais competitivos. “Em 2011, com o aumento do preço do fio de algodão, em
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O nome Fujiro é uma homenagem a um professor de pós-graduação que contribuiu para lapidar o lado empreendedor dos fundadores da empresa. “Quando abrimos a confecção, sabíamos que o sustentável não era apenas uma onda, vinha para ficar. A empresa tem que respirar todos os dias o lado ecológico, engajar essa ideia para os seus colaboradores, não pode só querer vender o produto eco e ela própria não se adaptar”, opina o diretor comercial Bruno Sedrez. Segundo ele, todo funcionário, ao ser contratado, recebe um jogo de ecobag para uso próprio no mercado, farmácia, padaria, entre outros. A empresa também substituiu copos descartáveis de café e água por canecas e copos individuais numerados. Além disso, o lixo reciclável é vendido para depósitos e a renda revertida para os trabalhadores. Até os serviços terceirizados necessitam de critérios sustentáveis para fazer parte da lista de parceiros da Fujiro. virtude da Índia e da China estarem comprando praticamente toda a plantação do Brasil, a malha pet, pela primeira vez, está mais barata do que a não ecológica”, conta o diretor comercial da Fujiro. Apesar de o produto ecológico hoje estar mais barato que a malha convencional, a preocupação da empresa é mesmo com o ambiente, não apenas a margem de lucro. “Por nossa forma de trabalhar, já conseguimos chegar a quase 3 milhões de garrafas pet retiradas do meio ambiente”, comemora o diretor.#
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dica do especialista
RH
Cuide das pessoas e elas cuidarão do seu negócio Treine e capacite sua equipe o mais rápido possível, porque seus concorrentes, neste momento, estão fazendo exatamente isso
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As pessoas constituem a alma de uma organização. O momento da escolha de colaboradores é fundamental para o sucesso da empresa, pois as pessoas são as peças mais importantes de todo o sistema. Portanto, a escolha não pode ser leviana, superficial ou apressada. Uma boa dica é sempre analisar no mínimo três candidatos, pois isso aumenta a capacidade de acerto na escolha. Pergunte-se: que necessidade de pessoal você tem em número, prazo e perfil profissional? Para isso, defina o CHA, que tipo de Conhecimento, Habilidades e Atitude os candidatos devem ter. Converse com eles buscando informações de seu histórico, experiências profissionais e habilidades. Informe como é seu método de trabalho. Esclareça todas as questões sobre funcionamento e remuneração. Defina bem as funções e responsabilidades do dia-a-dia e deixe claro que só permanecem na empresa pessoas ensináveis, dispostas a aprender, a mudar e a melhorar. Toda e qualquer instituição que deseja se destacar e se perenizar no mercado deve estabelecer uma estratégia de capacitação interna bem definida, baseada nos objetivos delineados em seu planejamento estratégico, e não apenas
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Soeli de Oliveira é consultora e palestrante nas áreas de Marketing, Varejo, Atendimento e Motivação do Instituto Tecnológico de Negócios, de Novo Hamburgo (RS). soeli@sinos.net
em treinamento esporádico e sem foco. Aprender hoje é vital, portanto toda equipe tem de se reciclar e se desenvolver, a começar pela direção e gerências, que deverão dar o exemplo. Programas de treinamento não podem ser vistos como custo operacional, mas um necessário investimento para que a estratégia empresarial seja bem sucedida. Investir no desenvolvimento de pessoas exige um profundo interesse da direção da empresa, e nem sempre traz um retorno de curto prazo, mas cria as condições necessárias para que o empreendimento garanta sua continuidade no longo prazo, ainda que estes profissionais treinados acabem com o tempo deixando a empresa. Pior que perder esporadicamente funcionários capacitados é não treiná-los, e eles permanecerem na empresa até se aposentarem. Não se esqueça de realizar o esforço necessário para reter os bons funcionários. Certifique-se de que as pessoas certas estão nas funções certas, promovendo o devido reconhecimento quando necessário. A promoção de ambientes motivadores, de alegria, bem-estar e reconhecimento profissional, é sem dúvida um fator chave para retenção dos recursos humanos. #
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gestão
Vender ou Lucrar?
Nem sempre vender muito e faturar bem são sinônimos de que a empresa está tendo lucro. Isso tem de ser calculado na ponta do lápis POR camila guesa
E
ngana-se quem pensa que, quanto mais se vende, mais se lucra. O que realmente determina se o negócio é ou não uma boa oportunidade é a quantidade de lucro. Mas também não serve qualquer lucro. O que deve ser buscado é o montante que compense a empreitada, isto é, que supere em ganhos o retorno que poderia ser obtido em outros negócios e investimentos. E lucrar não é apenas vender bem a um preço alto. Segundo o consultor financeiro do Sebrae-SP, Ari Rosolem, não basta apenas o faturamento ser grande; o que importa realmente é que, após tudo ter sido somado (gastos e ganhos), as despesas sejam menores que o valor ganho por unidade. “O preço precisa ser bom e ter uma margem boa para valer a produção”, diz Rosolem. Organização, investimento, funcionários competentes e, acima de tudo, planejamento, é o que uma confecção precisa para ter uma vida longa e saudável, pois nem tudo são flores no mundo dos negócios. Todos esses fatores juntos certamente reservam um futuro promissor à companhia e um lucro capaz de manter a saúde do negócio. “O lucro é o capital de giro no qual toda empresa deve se basear para crescer e se sustentar no mercado competitivo”, completa o consultor do Sebrae-SP.
Na ponta do lápis
Entre as alternativas para organizar as finanças e alcançar um valor de venda por peça que compense o investimento na coleção, Rosolem recomenda, principalmente aos pequenos empresários, montar um Demonstrativo de Resultados do Exercício - DRE (vide
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quadro), que deve conter o faturamento, os custos, as despesas fixas e variáveis, além dos gastos financeiros. Vale lembrar que os cheques futuros e créditos de cartões, se existirem, compõem o faturamento e não o fluxo de caixa, a não ser que sejam recebidos no mesmo mês. A partir disso, é possível saber qual o valor (preço) ideal por unidade, lembrando sempre da importância de se deixar uma margem para negociação com o cliente e que não afete os ganhos totais. “O demonstrativo não serve apenas para definir preço de vendas, mas também para montar um gráfico de metas, analisar as coleções com base nas vendas passadas, investimentos em maquinário e estrutura física, entre outras decisões do empresário”, afirma.
Competividade
negócio está indo bem. Dentre eles, ter capital para viajar para outros Estados e planejar a coleção; estar capitalizado ao ponto de não precisar mais passar cheques pré-datados a fornecedores, e ser suficientemente saudável financeiramente para negociar taxas menores de juros com os bancos, entre outros pontos. #
Demonstrativo de resultados
Faturamento da empresa - quanto vende (fatura) e entrega mensalmente Custos e despesas fixas - não geradas pelas vendas e nem decorrentes dela (salários, pró-labore, depreciação dos equipamentos, materiais, internet), pagas mensalmente Despesas variáveis – variam em função do faturamento (impostos, matéria-prima consumida, embalagens, comissões sobre vendas, frete, entre outras) Despesas financeiras – provenientes das negociações e operações bancárias (juros e taxas de cartão, cheque especial, duplicata, entre outras) Lucro
O ponto de equilíbrio (ou ponto de ruptura, ou de break-even) a ser perseguido pelas empresas é obtido por meio de uma metodologia de cálculo que indica qual o volume de faturamento deve ser atingido com o propósito de cobrir todos os custos operacionais, ou seja, a determinação de um montante de vendas que deverá ser alcançado pelo empreendimento. Nesse aspecto, o consultor sênior do Instituto MVC, J. W. Camurça, ressalta uma questão estratégica a ser levada em conta: “Eventualmente, precisamos lançar produtos abaixo do ponto de equilíbrio para podermos bater concorrentes. Mas esse prejuízo temporário deve ser levado em conta na estratégia. E, após o Utilizando o DRE aumento da venda e redução do A função do Demonstrativo de Resultados do Exercício é a de custo de fabricação unitária, a informar se a empresa está obtendo lucro ou não nas operações margem seria novamente atingipertinentes a um determinado período, geralmente de um mês. da”, diz o especialista. Os valores que compõem o DRE devem corresponder ao “Mas, para isso, é importante ter mês que está sendo analisado, portanto, não necessariamente, consciência do tempo e do capital se houve a efetivação dos pagamentos dos custos e dos recebimentos para lançar produtos nessas condas vendas naquele determinado mês. dições, dento de um planejamento O DRE possibilita diversas análises, como a do Lucro Líquido ou de lançamento”, lembra. Prejuízo. Se a empresa estiver com valor negativo, isso pode significar: Nessa empreitada, Camurça • Faturamento abaixo do ponto de equilíbrio – faturamento destaca a importância dos pronecessário para pagar os custos e despesas. dutos carros-chefes, que dão su• Custos Fixos elevados em relação ao faturamento. porte ao negócio e segurança para • Formação dos preços de venda com margens muito baixas de o empresário poder se arriscar em lucro ou até mesmo zeradas ou negativas – possivelmente os outros lançamentos. preços estão sendo calculados sem a inserção dos custos fixos. Com tudo planejado, desenvol• Despesas financeiras muito elevadas, devido, provavelmente, vido e controlado, é possível obao desconto de cheques ou duplicatas. servar os sinais que indicam se o Fonte: Sebrae O Confeccionista/sul fev/mar 2011
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mercado
Texfair 2011
Feira apresentou lançamentos nacionais do setor cama, mesa e banho e confirmou o potencial do polo têxtil e confeccionista de Santa Catarina
FOTOS: DIVULGAÇÃO
A
cidade de Blumenau abrigou em fevereiro a Texfair Home – Feira Internacional de Produtos Têxteis para o Lar, maior evento de lançamentos em cama, mesa, banho, cortinas, tapetes e decoração da América Latina. Em 26 mil m² de área, cerca de 400 marcas apresentaram seus produtos a mais de 20 mil compradores de todo o Brasil e do exterior. Em um único local - o Pavilhão de Exposições da Vila Germânica -, que oferece moderna infra-estrutura de apoio e serviços para os visitantes, os lojistas especializados puderam abastecer seus estoques com as últimas tendências em lençóis, edredons, mantas, toalhas de banho, tapetes, cortinas e acessórios, roupões, artigos para copa, cozinha e banheiro, entre outros. A Feira é promovida pelo Sintex – Sindicato das Indústrias de Fiação, Tecelagem e do Vestuário de Blumenau. Confira os lançamentos apresentados por algumas marcas.
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Altenburg Entre os lançamentos da marca, destacam-se a Malha Eco, coleção feita em algodão e fios de garrafa pet, a Unique, desenvolvida em 100% algodão 180 fios, que aposta nos padrões florais e oferece opções diferenciadas para o público masculino, a Vida & Cor, inspirada na brasilidade, ecologia e nas referências vintage, a Premier Malha, em 100% algodão, fio penteado e tratamento antipeeling, e a Premier, fabricada com puro algodão 150 fios.
Produttex Os fanáticos por futebol adoraram o lançamento da catarinense Produttex, a linha de mantas licenciadas “Times do Coração”. Apresentados no tamanho solteiro, os produtos trazem as cores e os emblemas de quatro grandes clubes brasileiros: Flamengo, Vasco da Gama, Corinthians e Palmeiras. Segundo a empresa, as peças são leves, confortáveis e extremamente macias, revelandose ideais para serem usadas em todas as estações do ano.
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Lepper Além dos novos “Rio” e “My Little Poney”, a empresa apresentou as novas coleções “Barbie e o Segredo das Fadas”, ‘Sininho”, “Ben10 Alienforce”, “Moranguinho” e “Hello Kitty”. São mantas fleece e compõem a linha de produtos licenciados da Lepper. Na marca “Lepper”, o destaque ficou para as novas coleções de cama e banho e uma linha de toalhas para mesa e panos de copa inspirados no universo dos vinhos.
Incomfral
Teka Uma das maiores fabricantes de artigos de cama, mesa e banho da América Latina – apresenta a Coleção 2011 na Texfair Home trazendo produtos para vários estilos de consumidores. São três temas: Dream – A emoção transferida para decoração através dos acessórios, laços e fitas são apresentadas, com estampas florais nas cores pastéis, em azuis, rosas e lilases. Casual - As coleções sugerem uma linha de produtos em tons sur tons atenuando o ambiente, coordenando com formas retas e simplificando a decoração. Innovation - Para ambientes estilizados conforme tendências modernas. As coleções apresentam produtos com cores fortes e vibrantes, estampas entre o clássico e o contemporâneo. Dentre os destaques, a linha de cama TEKA dispõe de várias opções de tecidos e tamanhos, atendendo as necessidades dos consumidores. São tecidos que vão desde o misto, algodão com poliéster, 100% algodão e com várias quantidades de fios, destaque para o tecido com 200 fios da coleção Special Plus. Já a linha banho dispõe de várias gramaturas e tamanhos, com um diferencial a coleção Special Plus com 620g/m². A coleção 2011 da marca apoiou-se em três temas: Dream: de peças com estampas florais e cores pastéis em azul, rosa e lilás, com laços e fitas. Casual: traz uma linha de produtos em tons sur tons, coordenando formas retas e simples. Innovation: traz peças próprias para ambientes estilizados, seguindo as tendências mais modernas. Os tecidos usados vão desde o misto de algodão com poliéster até um com 2 00 fios da coleção Special Plus. www.teka.com.br
Fabricante de enxovais para o público infanto-juvenil, a empresa mineira ilustrou suas coleções com os famosos personagens nacionais e internacionais, como os da Disney e Turma da Mônica, a fim de tornar divertidos os momentos do sono e banho da garotada. Os produtos lançados na Texfair vão de jogos americanos, toalhas, cobertores, protetores para berço, segura bebê, babadores, mantas, cueiros, a edredons, babetes e colchas.
Mannes Apresentou uma linha de travesseiros com fronhas em tecidos especiais, como fibras de bambu, coco e banana, e com aroma de camomila. A espuma em visco-elástico proporciona conforto sem interromper a circulação sanguínea; a baixa resiliência do material permite que as peças adquiram memória do formato do corpo, não aquecendo ao contato humano. Os travesseiros da Mannes são feitos de espuma com tratamentos antiácaro, fungos e antialérgico.
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Mundo Têxtil /Jeans
Velhos, puídos e desbotados ‘Bread And Butter’ confirma: vintage continua sendo o destaque das marcas internacionais de jeanswear por Grupo GB/CanAÃ
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maior feira mundial de jeanswear continua em crescimento absoluto. Acontece duas vezes ao ano em Berlim, no histórico aeroporto de Tempelhof, apelidado de Avião da Moda. Tempelhof é impressionante, e, ousamos dizer, belo edifício. Ele é majestoso. Durante os dias 19, 20 e 21 de janeiro foi o templo da moda e de seus seguidores. Do alto do terraço, a vista do salão principal era incrível, a multidão que se amontoava nos portões de entrada parecia atraída por um ímã gigante. Antigas esteiras de bagagem foram realçadas e em vez de bagagens carregaram catálogos e sacolas de presentes BBB. O fundador da feira, Karl-Heinz Muller, e o prefeito de Berlim, Klaus Wowereit, examinavam a cena como se fosse o seu reino. Para se inteirar das últimas novidades e tendências, o Grupo GB Canaã reuniu um time de pesquisa composto por 16 profissionais, entre eles sete clientes de grandes marcas brasileiras (Byzance, Zune, R.I.19, Pitbull, Union Bay, Edwin) e nove da própria GB Canaã. Leia o que a GB Canaã apurou durante a BBB:
Vintage Ecológico A maioria das marcas presentes à BBB apostou em duas versões para o jeans: Mega Vintage – Peças surradas, desgastadas pelo emprego de lixas e de corrosões, ozonizadas, puídas, sobretingidas, tudo o que dá ao jeans novo um aspecto de usado, com 10, 15, 20 anos. Vintage Ecológico – O jeans vem com desgastes de lixas e de corrosões, recebe puídos menores e bigodes a laser e/ou 3D, mas o fundo permanece escuro, intacto. Faz-se apenas uma limpeza com ozônio. A utilização de
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Multidão percorre o hall de Tempelhof
produtos químicos é muito pequena neste processo; por isso, os formadores de opinião do evento o batizaram de Víntage Ecológico.
Diesel: apostou no mega vintage, puindo, derrubando, envelhecendo; abusou do uso do ozônio e do processo trapo, além de lançar seu jeans neon, aquele que brilha no escuro. O neon é impressionante, ele absorve luz durante o dia e a armazena como se fosse bateria. Quando o jeans é colocado sem luz, no escuro, ele acende gerando luminosidade na peça e no local. Fantástico! Salsa: a marca portuguesa - uma das líderes de mercado jeanswear na Europa - apresentou mais uma vez muita sofisticação em seus processos de lavanderia, utilizando o Vintage como carro-chefe de sua coleção. Pontos de luzes evidentes realçam a silhueta feminina, tanques (bigodes) arredondados, corrosões evidentes, luzes sobre pinos e processo trapo são os grandes diferenciais da coleção.
Tempelhof: avião da moda O pavilhão do aeroporto Tempelhof, com 750m de comprimento por 80m de largura, foi subdividido em sete seções distintas: Sport Street: uma combinação de paixão e amor pela busca da cultura street Street Fashion: reunindo um mix de marcas independentes, líderes de mercado, esse setor compartilha a sensação óbvia para a cultura pop, através de design gráfico e streetwear. Style Society: as marcas deste segmento jamais seguem moda ditada pelo mercado. Muito pelo contrário. Estão sempre à frente do seu tempo, são os chamados lançadores de moda. Denim Base: considerado o coração da Bread and Butter, a área onde se localiza o maior número de
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Destaques de lavanderia
Jeans de marcas famosas em exposição
marcas participantes do evento fica na entrada e bem no meio do salão. É o setor mais visitado e onde o coração realmente bate mais forte. Urban Superior Feminino: qualidade unida aos detalhes discretos de luxo, são as principais características dos recursos de estilo dessa área. Urban Superior Masculino: área destinada ao homem moderno que preza a elegância discreta; constituída de peças que se adaptam ao seu cotidiano. L.O.C.K.: “Labels of Common Kin” (marcas de parentesco em comum). Esta área é admirada pelos visitantes pela história agregada pelas marcas presentes, consideradas clássicas, com forte herança e valores, baseadas em Denim Premium: AG Adriano Goldschmied, Denham, Edwin, Levi’s, Vintage Clothing.
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Mundo Têxtil /Jeans
A Levis® acaba de lançar a coleção Water<LessTM, com jeans feitos para ajudar o planeta a reduzir o consumo de água. Enquanto o jeans padrão utiliza cerca de 42 litros de água no processo de acabamento, a redução de água na nova coleção chega a 96% em alguns produtos. Das linhas de produtos do Outono/Inverno 2011 da marca, mais de 1,5 milhão de jeans serão fruto dessa proposta, que deverá resultar na economia de aproximadamente 16 milhões de litros de água. São mais de 12 modelos de jeans clássicos Levi’s®, incluindo o jeans Levi’s® 501® e os jeans 511 e 514, assim como a trucker jacket. A linha também incluirá jeans feitos com o acabamento rígido tradicional da marca que, por natureza, quase não utilizam água em sua produção. A redução do consumo de água no processo de acabamento resulta de iniciativas simples aplicadas pela Levi’s®, como a diminuição do número de ciclos da máquina lavadora, incorporação do processamento com ozônio na lavagem de roupas e remoção da água da estonagem, entre outros. “Ainda estamos usando os mesmos materiais e técnicas para criar os acabamentos de nossos jeans, porém, reduzimos substancialmente o papel da água nesta equação”, resume Carl Chiara, diretor de Conceitos da Marca e Projetos Especiais da Levi’s®.
Jeans que brilha no escuro
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A maior semana de moda da América Latina apresentou, em primeira mão, o Luminato Denim. O jeans que brilha no escuro estreou na passarela do inverno 2011 da Ellus, durante a São Paulo Fashion Week. O inovador tecido é a mais nova criação exclusiva do BEM – Bi Elastic Movement, marca de tecidos bielastizados do Grupo Santana Textiles. Para que a luminosidade seja revelada, é necessário que as peças entrem em contato direto com uma fonte de luz solar ou artificial (lâmpadas de luz branca, amarela e negra), capaz de “carregar” suas fibras com propriedades de efeito fotoluminescente, e assim, como em uma bateria, passam a emanar brilho próprio, desde que em ambiente escuro.
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Menos gasto de água
dica do especialista modelagem
O modelista hoje Diante de um mercado dinâmico, não basta dominar a técnica e a tecnologia. O profissional de modelagem precisa também atualizar seu conhecimento
É comum encontrar modelistas que acreditam que a competência adquirida há dez ou 15 anos seja suficiente para exercer seu trabalho hoje. Mesmo indústrias que atendem um público muito específico e tradicional, dez anos é muito tempo. As medidas humanas variam a cada seis ou oito anos. As diferenças não são grandes, mas podem tornar uma peça antiga ou moderna, uma construção elegante ou desajeitada. Quando a modelagem informatizada se popularizou, as confecções acreditavam estar incorporando qualidade de construção e agilidade no processo. Muitos se especializaram nos mais diferentes programas de CAD, deixando de lado a pesquisa e o desenvolvimento de técnicas de construção para uso industrial. A modelagem informatizada agilizou o processo, mas não substituiu o conhecimento necessário para a criação de moldes. O profissional ficou cada vez mais restrito ao seu espaço, à sala de modelagem e aos recursos que os programas proporcionam, deixando de manipular o tecido e o molde. Um recurso muito utilizado na modelagem é a pence, usada por muitos como elemento de ajuste, mas que pode ser vista como criadora de volume. O ápice da pence é o ponto de maior volume.
Adilson Jenck é formado em Estilismo pelo SENAI-CIETEP, docente e consultor do SENAI CTM Bureau de Moda em Modelagem e Desenvolvimento de Coleção, de Maringá
Mantendo-se o ápice, a pence pode ser girada sem comprometer o volume, abrindo várias possibilidades de efeitos em qualquer parte do vestuário. O ponto onde a pence será posicionada pode variar, conforme o público-alvo. Não é algo padrão, fixo, com medidas pré-definidas. Veja o exemplo a seguir. Três pessoas do sexo feminino, com peso de 55 kg e altura de 1,65 m, com 15, 25 e 60 anos de idade. Apesar da mesma altura e peso, a massa delas é distribuída de forma diferente, fazendo com que tenham medidas diferentes. Assim, o ápice das pences também mudará . Este tipo de estudo e compreensão só é possível quando as técnicas são aplicadas manualmente. Parece um retorno às origens, mas é o que o mercado sinaliza. O profissional que não fica restrito a sua sala de modelagem, que busca novos conhecimentos e acompanha a evolução e complexidade do mercado da Moda, já percebeu o que precisa desenvolver melhor para atender às expectativas da indústria. Saber o que grandes Marcas estão propondo a cada estação, os novos materiais e o comportamento de consumo estimula a percepção do profissional e o prepara para o novo. As indústrias buscam hoje modelistas que procuram ampliar seus horizontes.#
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negócios
Paraná
Business Collection Quinta edição do evento reuniu mais de 50 expositores e comprovou a importância da moda para a economia paranaense POR Laura Navajas
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O
estado do Paraná já é conhecido pela intensa produção têxtil de modo geral. O objetivo, agora, é consolidar-se como um produtor de moda, de conceito. A quinta edição do Paraná Business Collection veio exatamente para confirmar esta tendência. O evento aconteceu entre os dias 14 e 19 de fevereiro, no Centro de Convenções da Federação das Indústrias do Paraná – Fiep. “Esperamos que o Paraná possa ter destaque e reconhecimento à altura da complexidade que já tem a indústria que existe por aqui. O evento contribui para promover nossas marcas, inclusive no exterior, já que a participação internacional foi grande este ano, por meio de parceria com a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de ConfecçãoAbit e Agência Brasileira de Promoção de Exportação e Investimentos-Apex, que trouxe compradores e jornalistas estrangeiros para o evento”, conta Rodrigo da Rocha Loures, presidente da Fiep, instituição responsável pelo evento, em conjunto com o Sebrae/PR. Para Loures, a importância do setor é muito grande para a economia do estado, que conta com cerca de 6 mil
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indústrias têxteis e de confecção. “A maior parte delas é pequena ainda, mas gera aproximadamente 100 mil empregos”, afirma. Ainda de acordo com o dirigente, o setor registrou crescimento de 10% no estado em 2010, apesar da concorrência dos importados. “Isso evidenciou que existe espaço para produtos de qualidade; a estética da roupa brasileira é boa, nossa indústria de moda é muito significativa. É uma cadeia importante, porque todo mundo precisa de roupas”, conclui. A expectativa para 2011 é que o crescimento não seja tão expressivo quanto no ano passado, já que 2009 foi uma má base de comparação. A estimativa é aumento de volume de 5%. Dentro desse contexto, o Paraná Business Collection consolida sua importância para o setor. Sob o tema “A Moda que Traz Felicidade”, o evento abre espaço para os novos designers. “A moda tem muito a ver com bemestar e está preocupada com o meio ambiente, inclusão social, associada a conteúdo, criatividade e novos talentos”, opina Rocha Loures. #
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infanto-juvenil
Tecnologia
aliada da moda
Confecções inovam na utilização de tecidos e outros artifícios tecnológicos para dar mais conforto e praticidade às roupas dos pequenos
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amisetas com estampas que brilham no escuro, roupas ecologicamente corretas ou que emitem sons ao serem pressionadas... Criatividade e inovação não faltaram aos 140 expositores da 36ª FIT 0/16 – Feira Internacional do Setor Infanto-Juvenil e Bebê, realizada em janeiro, em São Paulo, para apresentar ao mercado as coleções para o outono/inverno 2011. Durante os quatro dias do evento, os 12 mil visitantes – entre lojistas e representantes – comprovaram que conforto, beleza e tecnologia podem
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andar de mãos dadas e deixar a roupa divertida e atraente aos olhos dos pequenos. Atenta a esses apelos, a Marisol levou várias novidades à feira. Uma delas é um pijama que exala aroma de erva-doce. Outra inovação são roupas com estampas que emitem sons, quando tocadas. A das meninas vem com som de latidos de poodle; a dos meninos, com barulho de hélices nas estampas de helicóptero. Lançadas na última temporada, as camisetas com estampas que se iluminam e piscam quando as crian-
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Tecidos anti U.V. e com fios PET estão na ordem do dia
ças se movimentam estão de volta na coleção de inverno da Marisol. Para os meninos, o pisca-pisca vem do farol de uma imagem de carro radical. Para as meninas, as estampas buscaram inspiração em Paris e são românticas, em tons aquarelados. “Produtos com os efeitos de led e sons vêm atender a uma tendência que pede roupas que interajam com a criança, que tenham também uma função lúdica e ajudem a desenvolver a criatividade dos pequenos”, afirma o gerente de Marketing e Produto da Unidade de Consumo
Mantas térmicas e tecidos com aromas
da Marisol, Inácio Krug. Já a aplicação de aromas visa proporcionar tranquilidade à criança e também fixar a identidade da marca junto ao público consumidor, que passa a relacionar o “cheirinho agradável” da roupa à sua marca preferida. “Estes lançamentos foram de muito sucesso na FIT e resultaram em várias mídias de repercussão nacional”, completou o gerente.
Ecológicas As roupas feitas de tecido de garrafas PET recicladas também marcaram presença na FIT. A grife Cobra D’água, que já produz vestuário de adultos, utilizando esse material, o incluiu agora nas camisetas para o público de 6 a 16 anos. “Os tecidos com PET são muito práticos para crianças, porque secam rápido após a lavagem e são confortáveis”, assegura a gerente de Estilo, Célia Vieira. Outra novidade da grife é uma malha mescla, com 50% de fibras de PET reciclado, em que o tingimento ocorre no fio de poliéster. “Essas peças estão entre as mais vendidas na coleção para jovens de 15 a 25 anos e em breve serão lançadas para o público juvenil (de 6 a 16 anos)”, conta a gerente. A escolha das tonalidades foi fundamental na construção dos tecidos com padronagem de rapport, uma repetição de listras que cria um produto com identidade única. Nas bermudas para praia (boardshort), as inovações ficaram por conta do tecido neostrike, com tecnologia impermeabilizante e de secagem rápida. “As bermudas são sublimadas. Os desenhos têm tendência geométrica com mistura de quadriculados e listras. O efeito degradê também está presente. E não deixamos de lado opções mais clean e aquelas que trazem a marca em maior destaque”, explica
Efeitos lúdicos, brilhos, aromas, proteção contra raios solares, uso de PET, tecidos tecnológicos invadem universo das confecções infantis Célia. Em microfibra, o neostrike é apresentado em duas versões: com ou sem acabamento peletizado. As bermudas vêm ainda com ajuste na cintura, o que amplia a vida útil das peças mesmo quando a criança cresce um pouco.
Proteção solar Para proteger as crianças dos efeitos nocivos dos raios solares, a Biramar Baby, de Ibitinga (SP), apresentou um roupão térmico com tecido com efeito de proteção solar
50. Outra novidade foi uma manta dupla face com acabamento antibacteriano. “A aceitação dos artigos na feira foi grande, o que cria uma boa expectativa de vendas em relação a eles. E certamente continuaremos investindo em tecidos tecnológicos”, assegura a proprietária Thayane Ramalho. Os produtos fazem parte da linha Soft Polka, lançada em junho de 2010. Antes disso, a empresa, especializada em enxovais para bebês e acessórios complementares, já havia colocado no mercado um travesseiro antissufocante e antiácaros. Já a GBaby, de Londrina (PR), que acaba de criar a divisão GBaby Licenciados, inspirou-se em personagens do canal Discovery Kids e no desenho animado Dinotrem para apresentar uma linha completa de camisetas, moletons e conjuntos para meninos de 1 a 8 anos. O tecido Petclean, que não absorve água de imediato, foi utilizado nas mangas longas das camisetas da linha, o que evita que sejam manchadas com sucos e outras bebidas, ou encharcadas, quando a criança lava as mãos.#
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dica do especialista produção
Cronometragem na costura Os tempos de produção são uma referência do rendimento e da produtividade de um operador ou de sua equipe. Sem medi-los, não há como definir metas e comparativos nem obter eficiência do processo produtivo
Conhecer o tempo de produção de cada peça e estabelecer um tempo de fabricação padrão não é tarefa fácil. Mas essa é a única forma de se medir efetivamente a produtividade dos operadores na produção sequencial de peças. É uma iniciativa que dá trabalho, mas é compensadora por seus benefícios, como: • Maior precisão no cálculo do custo de produção, no que tange ao custo/ hora/ homem e custo unitário da mão de obra de cada peça. • Mensuração da capacidade produtiva para o atendimento dos pedidos de venda no prazo solicitado. • Distribuição equilibrada dos tempos de produção entre operadores (balanceamento). • Identificação total das perdas de produção.
sabedoria e participação de todos na empresa, de forma a buscar comprometimento e entendimento dos envolvidos na necessidade da coleta dos tempos, de acordo com os parâmetros estabelecidos em consenso. Lembre-se: não existe tempo cronometrado 100% certo, mas sim a comparação Antes x Depois, seguindo sempre o mesmo critério. A cronometragem, de início, é uma operação trabalhosa e requer manutenção posterior. Por esses motivos, muitas vezes acaba sendo deixada de lado. Porém, determinar e acompanhar os tempos de produção das peças, bem como a sequência das operações, e formar, assim, os roteiros das operações, é pré-requisito para obter os benefícios acima mencionados.
Cronometragem
Muitas vezes, a cada nova coleção a empresa repete a cronometragem das mesmas operações sem necessidade. Isso é muito trabalhoso e acaba desmotivando a continuidade das medições. A atividade de cronometragem pode ser menos dispendiosa se montarmos um banco de operações padrão, pois muitas dessas operações se repetem dentre os vários modelos de
A implantação de roteiros das operações que incluam os tempos de produção é o passo inicial para o entendimento de perdas na confecção e melhoria da produtividade. As ações de diagnóstico e melhoria na fábrica dependem de um processo de cronometragem correto e coerente com a sua realidade. Então, utilize esta ferramenta com
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Vanderlei Carlos Dorigon é diretor da DS Inovação e Tecnologia, desenvolvedora de soluções para empresas têxteis e de confecção
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Operações padrão
uma coleção. Dessa forma, conseguiremos aproveitar cerca de 70% dos tempos de uma nova peça com operações já cronometradas anteriormente. E faz-se necessária, então, uma cronometragem somente parcial (30%) de um novo modelo.
Quando repetir?
A ocorrência de uma nova cronometragem é sempre justificada quando há mudanças nas condições de trabalho, como troca de operadora, troca de máquina, incremento de um novo aparelho de costura etc. Há ainda fatores relacionados ao ambiente de trabalho: motivação das operadoras, conforto térmico, clima organizacional etc. Mas não podemos ter um tempo diferente na mesma operação, a cada mudança de situação citada. Então, devemos criar padrões de tempo em uma situação previamente definida, com consenso de critérios e aprovados
pelas diferentes empresas que os utilizam. Alguns desses parâmetros são: melhor máquina para a determinada operação; costureira com mais habilidade e qualidade na operação; aparelho mais adequado (se for o caso); cronometragem no ritmo normal de trabalho.
ou mesa de apoio. Ao fim de cada operação cronometrada, anota-se o tempo encontrado.
Tempos-padrão
É importante que a cronometragem inicial seja repetida no mínimo três vezes por operação, a fim de se fazer um comparativo destas. Quando um dos tempos obtidos estiver muito diferente dos outros dois, deve-se fazer uma nova medição eliminando-se o tempo mais distinto. Podemos trabalhar com uma diferença de até no máximo + ou - 15%. Acima disso, podemos concluir que o processo de cronometragem não foi eficiente e demanda nova tomada de tempos até chegarmos ao mínimo de três tomadas similares. Abaixo, temos um exemplo de um roteiro de fabricação. Na próxima edição, veja como cronometrar os tempos do corte, um problema comum no setor de confecção. #
O que conta
Não devem ser levados em conta na cronometragem o tempo das perdas no processo de costura como: troca de linha; troca de aparelho; retrabalho nas peças; manutenção preventiva ou corretiva de máquina; reuniões, intervalos etc.; transporte interno ou movimentação de materiais. Ou seja, o tempo a ser cronometrado é tão somente o das operações que resultam na efetivação da costura, a saber: pegar a peça e posicionála na máquina; efetuar a costura; inspecionar a costura feita; soltar a peça ao lado sobre a máquina
ROTEIRO DE FABRICAÇÃO REF: 1001 OPER.
DESCRIÇÃO
01
Unir a base e o cinto
02
PRODUTO: soutien
FUNCION.
TEMPO
MÉDIA
EQUIP.
Deni
32
28
30
30”
Over 3
Passar elástico no cinto
Josélia
18
18
23
20”
Eslastiq
03
Marcar e virar o cinto
Josélia
58
62
60
60”
Reta
04
Forrar o bojo
Ligi
53
50
48
50”
Over 3
05
Por bojo no cinto
Ligi
33
28
29
30”
Over 3
06
Passar viés e por aro
Nelci
61
60
59
60”
Vieseira
07
Mosquinha no viés
Deizi
8
12
9
10”
Travete
08
Passar dobrável
Nelci
55
46
50
50”
Galoneira
09
Travetar
Deizi
92
94
100
95”
Travete
10
Limpar e por tag
Franci
70
70
70
70”
Manual
11
Embalar
Franci
14
11
16
14”
Manual
Total em segundos Total em Minutos
489” 8´
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Associativismo
Trabalho com qualidade e rapidez
União de todos Associação de Costura Industrial de Peabiru (PR) cresce graças ao trabalho das associadas e dos idealizadores do projeto
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A
por Laura Navajas
contratação de oficinas de costura por grandes confecções é uma prática comum e saudável, pois reduz custos para os empresários e gera renda para os pequenos grupos de prestadores de serviços. Muitas vezes, porém, a iniciativa pode não ser bem-sucedida se as facções não forem organizadas, o que faz com que elas encerrem suas atividades em pouco tempo. Neste quesito, a Acipe – Associação de Costura Industrial de Peabiru -, no noroeste do Paraná, dá um ótimo exemplo. Por isso, cresce cada vez mais e se firma no mercado.
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A Acipe preza pelos fatores prazo e qualidade, o que faz com que seu trabalho já seja referência entre indústrias na região. “Para manter a pontualidade e garantir a qualidade, dois itens bastante exigidos pelos clientes, as cooperadas verificam a costura correta da peça e planejam o ritmo de produção”, afirma Elvio Saito, consultor do Sebrae/PR. O professor Adalberto Dias, coordenador da associação, concorda. “A Acipe tem tido uma grande demanda de trabalho. Além disso, já trabalha na confecção de peças próprias, para as quais futuramente será criada uma grife”.
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Negócios O grupo paranaense Morena Rosa tem 14 unidades próprias de confecção, mas utiliza parcerias para produzir o excedente. “O pessoal da Fecilcam (Faculdade Estadual de Ciências e Letras de Campo Mourão) nos apresentou o projeto da Acipe junto com costureiras que já conhecíamos, e resolvemos apóia-los”, conta o gerente industrial Jorge Antônio Simoneli. Louvando esse tipo de iniciativa, ele lembra que na região há muito potencial de mão de obra. “Falta qualificá-la e organizá-la”, avalia. “São muitas as pequenas facções ou oficinas de costura, mas na maioria das vezes falta a elas planejamento financeiro, administrativo, de layout, ao contrário do que ocorre
na Acipe, onde as associadas recebem essa orientação, o que garante a qualidade do produto.” O Grupo Morena Rosa manda para a Associação as peças já cortadas, com uma peça-piloto e a ficha técnica, e recebe o produto final. Assim também funciona para a Sajama Malhas, que atua no setor têxtil há 24 anos tecendo e tingindo malhas. Em julho do ano passado, criou um setor de confecção para produzir peças a partir da própria malharia. Por meio de contatos com o Sebrae, contratou o trabalho das costureiras, em agosto passado. “O retorno da peça acabada é muito mais vantajoso. Além disso, a mão de obra no setor ainda necessita de treinamento, e a Acipe já está apta a desenvolver vários tipos de peças com qualidade e rapidez. Assim, podemos manter o foco apenas no desenvolvimento dos moldes e padronagens têxteis”, explica Adriana Iara Dias, gerente de desenvolvimento da Sajama. “A Associação tem boas referências; a qualidade do trabalho desenvolvido e o cumprimento do prazo de entrega foram os principais fatores para a escolha”, completa a gerente.
Dificuldades No entanto, antes de atingir esse reconhecimento, a Acipe enfrentou muitas dificuldades, desde o pouco apoio do poder público local até a resistência de alguns integrantes da associação de participar das diversas ações de capacitação realizadas, sejam de cunho pessoal ou voltadas para o associativismo e a formação gerencial. “A maior dificuldade é a aquisição de consciência, pelas cooperadas, sobre o que é uma empresa e seu funcionamento. Muitas delas nunca tinham tido a experiência de atuar no mercado de trabalho. Além
Mão de obra capacitada para operar máquinas de costura e bordar
Prestação de Serviços
A Acipe conta, hoje, com dez associadas fixas e presta serviços de facção de costura e bordado industrial para confecções de Campo Mourão, Cianorte e região. Conta com o apoio técnico de professores, egressos e acadêmicos da Fecilcam (Faculdade Estadual de Ciências e Letras de Campo Mourão), além de parcerias importantes para cursos. O Ceja – Centro Educacional de Jovens e Adultos - presta capacitações nas áreas de compra, gestão e produção. O Sebrae/ PR auxilia com a realização de treinamentos na área de gestão e oferece orientações sobre qualidade de produção e de produtos. Além disso, promove caravanas técnicas, para que as cooperadas conheçam outros polos de confecções e eventos. A maior parte da receita da Acipe é oriunda da prestação de serviços para empresas da região que têm grifes famosas, entre elas Morena Rosa, Maria. Valentina, Zinco e Sajama Malhas. disso, faltou apoio de entidades que ajudassem no processo de profissionalização, principalmente da mão de obra. As mulheres da Acipe precisam ser capacitadas para costurar e bordar com máquinas industriais”, opina Saito, do Sebrae. A fim de melhorar continuamente a qualidade dos produtos fabricados e dos serviços prestados, a coordenação do projeto, juntamente com integrantes da associação, trabalha na criação e implantação do Sistema de Gestão da Qualidade Acipe, baseado na norma NBR ISO 9001:2008. “Acreditamos que estamos no caminho certo, pois a demanda pelos serviços da associação tem aumentado considera-
velmente”, diz Adalberto Souza. Para Souza, o desenvolvimento deste projeto é “mais uma forma de a Universidade intervir no meio social, aplicando diretamente os conhecimentos adquiridos no meio acadêmico, com o intuito de melhorar a qualidade de vida das pessoas”, ressaltou. “Este é um modelo de trabalho que desenvolvemos em Peabiru, mas que pode ser replicado em qualquer parte do Brasil. Empreendedores que almejam iniciar uma cooperativa na área de facção podem entrar em contato com o Sebrae, porque temos a metodologia de como trabalhar ações integradas em um sistema de cooperativa”, completa Elvio Saito.#
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Moda, emprego e cidadania
CAPACITAÇÃO
Projeto de Londrina capacita mulheres para o mercado de trabalho e investe na promoção da saúde e do bem-estar delas POR Laura Navajas
FOTOS: DIVULGAÇÃO
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indústria da moda não para de crescer. Para que esse crescimento aconteça de maneira eficiente, é importante que os profissionais que entram no mercado estejam capacitados. Assim, o projeto “Mulheres Inventando Moda”, desenvolvido pelo Sesi/Senai Paraná em parceria com a Prefeitura de Londrina, tem participação fundamental neste sistema. O projeto surgiu a partir do programa “O Caminho da Profissão”, adaptado à necessidade local. Pelo novo escopo, em um curso de 160 horas as mulheres aprenderam a manusear a máquina reta e receberam noções sobre tecnologia da confecção. A ideia deu tão certo que as 17 alunas da primeira turma, depois de certificadas, já saíram do curso com emprego garantido. “Posso dizer que, por enquanto, estou bastante satisfeito com o resultado”, conta o empresário Fábio Guerra Pereira, da G Baby, uma das confecções de Londrina que abriram espaço para as novas profissionais. “Hoje, se houvesse mais 100 costureiras capacitadas, eu contratava”, acrescenta, dizendo que aguarda o término do novo curso iniciado em fevereiro para ver quantas alunas estarão disponíveis para nova contratação. A G Baby tem aproximadamente 350 funcionários diretos, e 50% da produção é terceirizada. Há quatro anos, era 100%. “A ideia é que cheguemos a ter 20% com terceiros e 80% internamente.” A intenção é cuidar de perto da produção. Como faço roupas para bebês e meu público-alvo são as classes A e B, tenho de ter controle total da qualidade”, diz Pereira
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Promoção social O “Mulheres Inventando Moda”, no entanto, é mais do que apenas um curso de capacitação. “Sabemos que a carência de mão de obra no setor de confecção é grande na região de Londrina, mas nosso projeto é ainda maior, tem também o objetivo de valorizar a participação das mulheres na sociedade por meio da promoção, da igualdade, do exercício de cidadania, contribuindo para o desenvolvimento sustentável. Trabalhamos com a autoestima, saúde e bem-estar”, acrescenta a gestora do projeto no Sesi/Senai Paraná, Kelly Carolina Bernini. O objetivo é proporcionar às mulheres com mais de 16 anos, que tenham concluído o ensino fundamental, noções de cidadania mais plenas e capacitação para conquistarem melhores condições de inserção no mercado de trabalho. Tanto é que elas também tiveram aulas na Casa da Mulher, da Prefeitura de Londrina, com profissionais do Sesi, que abordaram temas como autoconhecimento, relações interpessoais, cuidados com a saúde e o meio ambiente, relações de trabalho, ética e cidadania. #
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dica do especialista gestão
Empreendedor ou aventureiro? O empreendedor acredita em suas ideias, aplica sua identidade na empresa e se diferencia por acreditar que suas ações podem produzir algo bom para outras pessoas
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Seu Jorge é dono de uma indústria no interior de São Paulo e, como milhares de empresários, preocupava-se em chegar “vivo” ao próximo mês. Ele não entendia por que diariamente descontava duplicatas e antecipava cheques para pagar contas, apesar de as vendas crescerem continuamente. Sensibilizado, um amigo me chamou para ajudar. De imediato fiz três perguntas. A primeira: “Seu Jorge, qual é o seu sonho? ”Como ele não conseguia responder (afinal, eu estava ali para “resolver” o problema de fluxo de caixa), esclareci: “Sei que a pergunta parece fora de contexto, mas a resposta pode ajudá-lo a encontrar a solução do seu problema.” Questionei isso por um motivo: Sonho é mais que um mero pensamento. É o que nos motiva a desenvolver ações para realizar algo. A sociedade não nos ensina a buscar oportunidades, inibe as pessoas, pois ficam com medo de inovar, assumir riscos e serem criativas. Perguntei em seguida: “O que você mais gosta de fazer na sua empresa? ”Ele disse: “Conversar com clientes e vender, mas gasto todo o tempo tentando fabricar dinheiro para pagar contas.” “Seu Jorge, qual é o seu negócio?” A resposta foi: “Vender produtos de limpeza”. Respondi que,
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Francisco Barbosa Neto é sócio-diretor da Projeto DSD Consultores. Presta consultoria e ministra cursos e palestras para os que buscam conhecimento em Gestão Empresarial
na verdade, aquele era o ramo de atividade. “As empresas costumam dedicar tão pouco tempo a essa questão que talvez esta seja a mais importante causa do fracasso dos negócios”, já dizia Peter Drucker, o pai da administração moderna. O principal objetivo de uma empresa é escutar e servir as pessoas, para buscar soluções para suas necessidades, anseios ou desejos. É preciso descobrir se ela proporciona aos clientes algo que justifique o que pagam pelo produto/serviço. No fundo, empreendedor não é aquele que cria um negócio para ganhar dinheiro. Ele confia em suas ideias, aplica sua identidade na empresa e se diferencia por acreditar que suas ações podem produzir algo bom para outrem. Como não aprendemos empreendedorismo na escola, ficamos sujeitos à antiga forma de aprender: por tentativa e erro. A partir disso, seu Jorge começou a agir com atitude e determinação, assumindo a responsabilidade pelas decisões e focando as oportunidades de vendas, em vez de fabricar dinheiro. O que ele percebeu, e que muitos empresários nem sempre compreendem, é que a raiz da questão é que não somos limitados pelo mercado, mas sim pela falta de imaginação. #
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A mais
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