ANO II Nº12 MAIO/JUNHO 2011
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Especial
Preview Verão 2012 Tecidos, cores e looks
Mundo Têxtil
Verão 2013 Fibras, fios e cores
Produção Dez dicas para não errar
A top Gisele Bündchen desfila sua marca Brazilian Intimate
Entrevista
Jacques Brunel diretor geral do Première Vision
Tecnologia As demandas do mercado
Lingerie Sensualidade à flor da pele O Confeccionista maI/JUN 2011
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carta ao leitor
O Mundo Têxtil P ensando sobre os assuntos que nossos leitores gostariam de ver em nossa revista, percebemos que uma roupa tem como matéria-prima principal os tecidos, que são de diferentes tipos como malhas, jeans, sedas, algodão e outros. Sendo assim, resolvemos dar a essas matériasprimas a importância merecida, lançando o caderno Mundo Têxtil, dedicado a novidades, tendências em tipos, cores, estampas, lavagens, novas tecnologias de produção, enfim, tudo o que envolve o mundo da tecelagem e seu relacionamento com as confecções. Esta é mais uma grande novidade de nosso editorial. Ao longo desses dois anos de O Confeccionista temos colhido muitos elogios. Empresas, entidades de classe e instituições de ensino continuam apostando em nosso trabalho. Conquistar um lugar de respeito em um mercado onde já existem publicações tradicionais e de grande qualidade não é tarefa simples. Procuramos inovar e informar com isenção e profissionalismo, sempre cuidando da qualidade da impressão e da distribuição qualificada. Preocupamonos também em proporcionar retorno aos nossos anunciantes, o que vem ocorrendo, segundo eles. Prosseguimos olhando para cima e para frente, e esperamos que nas próximas edições você continue conosco. Procuramos ser cada vez melhores, pois o mercado merece. Tenha uma boa leitura e faça grandes negócios. Um abraço, Júlio César Mello Diretor-geral juliocesar@oconfeccionista.com.br
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sumÁrio
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ANO II • NÚMERO 12 • MAI/JUN • 2011
capa
FOTO CAPA: Marcia Fasoli.
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ENTREVISTA - Brasil no cenário mundial da moda PRODUÇÃO - Os dez mandamentos LINGERIE - A aposta da Hope em Gisele Bünchen MINAS TREND PREVIEW - Verão em cena ESPECIAL - Verão 2011/2012 – dicas para moda feminina,
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Seções 12 Em dia 98 Em pauta
Artigos
FOTO: © AGÊNCIA FOTOSITE
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TECNOLOGIA - As demandas atuais das confecções
INDÚSTRIA - Cativa Têxtil amplia mix de produtos CRIAÇÃO - Artesanato brasileiro inspira Conexão Solidária EXPOSIÇÃO - O rio S. Francisco navegado por Ronaldo Fraga EVENTOS - Sul Fashion Week acontece em junho em Floripa
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lingerie, jeans, moda praia e masculina
Concurso de moda inclusiva
MERCADO - Itália e Brasil em busca de parcerias na moda VAREJO - Confecção aposta na loja dentro da loja MUNDO TÊXTIL
Tecidos para o Verão 2011/2012 Lavagens e modelagens em jeans Fibras naturais inspiram Inverno 2012 Tavex e Rhodia vencem Prêmio Sinditêxtil Acontece
TECNOLOGIA - Rede social de Moda/Aplicativos Móveis ARTE - Bordado artesanal feito à máquina
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editorial
Leque de informações
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Linha Direta
redação O Confeccionista editora@oconfeccionista.com.br (11) 2769-0399 www.oconfeccionista.com.br
ferecer aos leitores informações que contribuem para melhorar o desempenho de suas confecções é o objetivo de nossa revista. Assim, às vésperas de mais uma temporada Primavera/Verão, fomos atrás de fontes seguras que, embasadas em muita pesquisa – caso dos competentes profissionais que elaboraram o Senac Moda Informação Verão 2012 - , fornecem o caminho das pedras no que se refere a tecidos, cores, moda feminina, masculina, jeans, lingerie e moda praia, abordados nesta edição em matéria especial. Os looks dos desfiles do Minas Trend Preview, a semana de moda realizada no início de maio, nos dão a primeira materialização do que poderá ocupar as vitrines do varejo brasileiro na temporada mais quente do ano. E mais. Com base em estudos do Senai-Cetiqt, antecipamos o que poderá vir a ser utilizado em termos de fibras, fios e tecidos no Inverno 2012 e no Verão 2013. Colocar os confeccionistas em contato
o Diretor-Geral - Júlio César Mello juliocesar@oconfeccionista.com.br Diretora de Relações com o Mercado Bernadete Pelosini bernadete@oconfeccionista.com.br Editora - Vera Campos (Mtb 12003) editora@oconfeccionista.com.br Repórteres - Camila Guesa camila@oconfeccionista.com.br Laura Navajas laura@oconfeccionista.com.br Editor de Arte - Leandro Neves leneves@oconfeccionista.com.br Colaboraram nesta edição: Paulo Roberto de Almeida Gonzaga, Soeli
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com o que há de novo em relação a matérias-primas (tecidos, fios, lavagens e acabamentos) é também fundamental para que a revista cumpra sua missão. Assim, decidimos reunir todas essas informações em um só lugar da publicação, um caderno denominado MundoTêxtil, agora com apresentação diferenciada para facilitar sua identificação pelos leitores. E nunca é demais bater na tecla da gestão empresarial e da produção. De nada adianta produzir aquilo que o mercado quer, mas deixar a desejar em termos de qualidade na costura, em prazos de entrega e no gerenciamento do negócio como um todo. Atentos a essa necessidade, continuamos a publicar artigos de especialistas que dão as dicas sobre os temas e a produzir reportagens que abrangem essa questão. Boa leitura!
Vera Campos Editora editora@oconfeccionista.com.br
Oliveira, Sonia Duarte, Vanderlei Carlos Dorigon (artigos).
Impressão - Prol Gráfica Tiragem - 22.000 exemplares.
Internet - Mulisha rafael@mulisha.com.br Financeiro - Mauro Gonçalves financeiro@oconfeccionista.com.br Ass. Adm - Talita Guesa talita@oconfeccionista.com.br Circulação - Ana Paula Candermo anapaula@oconfeccionista.com.br Publicidade comercial@oconfeccionista.com.br Executivos de Negócios Leandro Galhardi leandro@oconfeccionista.com.br Natalia Fonseca natalia@oconfeccionista.com.br Tatiana Oliveira tatiana@oconfeccionista.com.br Assinaturas assine@oconfeccionista.com.br
Distribuição Nacional
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O Confeccionista é uma publicação bimestral da Impressão Editora e Publicidade Ltda., distribuída aos empresários da indústria de confecção. É vedada a reprodução total ou em parte das matérias desta revista sem a autorização prévia da editora. Todas opiniões e comentários dos articulistas e anunciantes são de responsabilidade dos mesmos.
Redação - Rua Teodureto Souto, 208, Cambuci – São Paulo – SP. CEP: 01539-000 - Fone: (11) 2769-0399
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em dia Incentivo fiscal
Público qualificado
A Feimaco (Feira Internacional de Máquinas e Componentes para a Indústria de Confecções) voltará a integrar a Semana Internacional da Indústria Têxtil, ao lado da ITMEX Américas e da Fenatec, já confirmada para março de 2013. A última edição da feira aconteceu entre 29 de março e 1º de abril no Pavilhão de Exposições do Anhembi, em São Paulo, e reuniu mais de 30 expositores, dentre os principais importadores e distribuidores de máquinas para modelagem, corte, costura, bordados, passadoria, componentes, acessórios, partes e peças. Pelo evento promovido pela Reed Exhibitions Alcântara Machado com apoio da Abramaco passaram cerca de 11 mil profissionais do Brasil, da Argentina, do Peru e de Bangladesh, em busca das principais novidades e tendências do setor.
Os 11 sindicatos que representam empresas têxteis e de confecção do Paraná, sob a coordenação do Conselho Setorial Indústria do Vestuário da Fiep, a federação das indústrias daquele Estado, obtiveram do governo estadual o compromisso de que o desconto de 75% no ICMS para o segmento será mantido ao menos até o fim de julho. A prorrogação do benefício, que havia sido suspenso por decreto assinado em março passado, foi confirmada após reunião entre empresários e o secretário de Estado da Fazenda, Luiz Carlos Hauly, em 12 de abril. Integrantes do Conselho Setorial e da secretaria formarão um grupo de trabalho para discutir medidas que mantenham a competitividade do setor.
Salão Moda Brasil
A terceira edição do Salão Moda Brasil acontece entre os dias 19 e 21 de junho em São Paulo, no ExpoCenter Norte. Aberto a lojistas, o evento apresentará as novidades para o Verão 2012 de empresas como Valisere, Hope, Rhodia, Alto Giro, Invista, Fideli, Rosset, Delfa e Afinit Berlan, além de oferecer workshops direcionados aos varejistas. “Queremos oferecer aos visitantes informações atualizadas sobre o setor, para que incrementem seus negócios durante todo o ano”, explica Indhira Pêra, diretora da New Stage Eventos, empresa realizadora do Salão. O evento terá sua área de exposição ampliada para 12 mil m2 e agregará, nesta edição, mais 120 marcas dos segmentos feminino, masculino, fitness e moda praia. “De 2008 para 2010 tivemos crescimento de 150% e foram negociados R$ 310 milhões com lojistas brasileiros e de outros países, como Bélgica, Alemanha, França, Estados Unidos e Itália”, comemora Ana Flôres, também diretora da New Stage.
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Campanha ousada
A marca Lacoste, definitivamente, quer transformar o sportswear em estilo mais fashion. A grife do crocodilo acaba de lançar a campanha “Unconventional Chic”, em que propõe um estilo ainda mais cool e descontraído de se vestir a tradicional camisa polo 12.12. Quatro modelos entre os mais evidentes da atualidade foram escolhidos para o casting e exibem looks de festa sob camisas polo. A campanha poderá ser vista em iPad, internet, pôsteres e revistas no mundo inteiro. Os investimentos para as ações publicitárias previstas para ocorrerem ao longo do ano devem chegar a 30 milhões de euros. “Sentimos que bem-estar, atitude e elegância, além do desejo de não ser convencional, são primordiais. Essa vibração é transmitida para a nova campanha e também vai ao encontro dos valores da marca”, sintetiza o vice-presidente da Lacoste, Christophe Chenut.
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Redução de tarifas
O Sinditêxtil-SP solicitou à Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) adequação das tarifas cobradas pela Sabesp para as indústrias têxteis paulistas e agilidade na adequação das leis, para que as empresas possam instalar projetos ambientalmente corretos em seus parques fabris. “Nossa preocupação com o meio ambiente é um estandarte para o setor têxtil paulista”, disse o presidente da entidade, Alfredo Bonduki. Outra sugestão apresentada foi a criação, pelo governo estadual, de um imposto ambiental para produtos têxteis importados da Ásia. “Um dos diferenciais do Brasil na exportação é a produção sustentável. Essa nossa preocupação acaba sendo menosprezada quando são importados artigos confeccionados sem observar esses parâmetros, e que saem mais barato”, alerta o presidente do sindicato.
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INDÚSTRIA
Expansão acelerada Cativa Têxtil complementa marca Cativa In Colors com peças fitness, homewear e para o público juvenil
trução da sede própria da unidade sul-mato-grossense (a inauguração está prevista para primeiro semestre de 2012) e no treinamento de seus colaboradores.
Para malhar Para as roupas de ginástica, a Cativa buscou aliar conforto e visual moderno. “Nesta linha, os tecidos foram escolhidos para melhor atender aos praticantes das modalidades esportivas. Têm secagem rápida, conforto térmico, cores e estampas da moda, recortes diferentes e tecidos vazados, para dar comodidade ao corpo durante a transpiração”, complementa a diretora comercial Cátia Maria Sprung. Para essa linha, a Cativa Têxtil optou por tecidos como o Basic, o Trend e o Cluber. Para os momentos de bem-estar em casa, a Cativa preparou uma linha de pijamas e camisolas que chegarão ao mercado a partir no segundo semestre de 2011. As peças vêm ricas em detalhes e devem agradar pela simplicidade e romantismo das rendas, laços e babados.
Público juvenil
As atividades da Cativa Têxtil (com sede em Pomerode, SC) no Mato Grosso do Sul começaram em 2008. A filial deve produzir 1,5 milhão de peças este ano, um crescimento de 62% em relação a 2010. Para atender ao aumento do mix, foram feitos aportes de R$ 250 mil em equipamentos. A Cativa vem investindo também na cons-
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Cativa In Colors também chega para o público juvenil a partir da Coleção Primavera/Verão 2011. Para elas, decotes especiais como o nadador, e modelagem alongada, assim como babados e diferentes camadas, compõem roupas que chamam a atenção pelo bom gosto. Para eles, decotes em V, malhas flamê e mescla asseguram o estar na moda sem perder o ritmo tradicional.#
FOTOS: DIVULGAÇÃO
A fim de incrementar o mix de produtos e, principalmente, levar soluções ao pequeno varejo, que anseia por opções diferenciadas, a marca Cativa In Colors, da Cativa Têxtil, ingressa no segmento de fitness e de homewear, além de começar a produzir também para o público juvenil. Com isso, a empresa pretende abranger e consolidar sua participação em novos e atuais mercados, além de aumentar a produção na unidade sul-mato-grossense, explica a vicepresidente Valci Márcia Sprung Kreutzfeld.
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CRIAÇÃO
Com cara do Brasil Coleção Nó.Destino une criatividade a técnicas tradicionais de artesãos dos nove estados do Nordeste POR VERA CAMPOS
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trabalho artesanal típico de várias regiões do Nordeste do País mais uma vez serve de inspiração para estilistas e sobe às passarelas no Dragão Fashion, no Ceará. Canutilhos do Maranhão, renda irlandesa de Sergipe, tweed de chita giletada da Paraíba e rechiliê do litoral cearense são algumas das criações regionais que ajudaram a compor os mais de 30 looks da coleção Conexão Solidária, assinada este ano pelo cearense Lindebergue Fernandes.
Profusão de referências, texturas e cores
FOTOS: DIVULGACÃO
A inspiração Uma das referências dos looks apresentados no desfile é a camisola com pala bordada, que se desdobra em diversas outras peças. A religiosidade do povo nordestino se fez presente em silhuetas aparentemente conservadoras; a subversão aparece em elementos de roupas das beatas do interior, reinterpretadas com itens contemporâneos. Os sinos das igrejinhas inspiram o volume cilíndrico de saias midi e pantalonas de cintura levemente deslocada para o alto. Os tecidos utilizados na coleção são
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Tweed de chita giletada
100% algodão: chitas enobrecidas, linhos estruturados e cambraias delicadas. Na cartela, Fernandes brincou com as cores e deu novos olhares para as rendas, geralmente brancas e cruas. Já os acessórios chegam grandes, maximalistas e exuberantes, como nas megabolsas em retalhos de chita que brincam com o tweed internacional,
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nas meia-patas em madeira e couro de bode, além de detalhes em escama de peixe e viseiras em palha de piaçava trançada e tingida. Essa profusão de referências, texturas e cores está sintetizada no nome da coleção, Nó.Destino, que agrega todas as pontas do longo processo de transformar simples roupas e delicadezas artesanais em objetos de desejo.# A Conexão Solidária trabalha em favor da inclusão social por meio de geração de renda, do desenvolvimento de negócios justos e sustentáveis e da democratização econômica. www.conexaosolidaria.org.br
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entrevista
“Brasil, a bola da vez” FOTOS: divulgação
Jacques Brunel, diretor geral do Première Vision e do Première Brasil, aposta no sucesso da indústria da moda no País
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ão Paulo se prepara para receber, em julho, a quarta edição do Première Brasil, versão latino-americana do Salão Première Vision, a maior feira mundial da indústria têxtil com foco em tecidos, cartelas de cores, fios e acessórios. Com alcance mundial, o salão é realizado na França e em outros países de forte tradição têxtil, como Estados Unidos, Japão, China e Rússia. São 22 edições anuais, uma a cada semestre, que juntas atraem 3mil expositores e
O Confeccionista - Que balanço o senhor faz do Salão desde a primeira edição no Brasil, há um ano? Jacques Brunel – Nosso balanço é positivo, evidentemente. Com mais de 100 expositores e quase 5 mil visitantes em apenas três edições, alcançamos uma notoriedade que faz com que o profissional coloque o evento no seu calendário. A reputação do Salão é reflexo da seleção qualitativa dos expositores e do profissionalismo dos organizadores.
130 mil visitantes. No Brasil, nos dias 20 e 21 de julho, o salão reunirá 120 expositores nacionais e internacionais. Para o diretor geral do Première Vision, Jacques Brunel, “o Brasil é o maior país de moda do hemisfério sul, com uma indústria poderosa e muitos estilistas criativos e está em contínua expansão”. E a expansão da Première Brasil reflete esse profissionalismo. Leia a seguir a entrevista exclusiva concedida por Brunel, por e-mail, à editora Vera Campos:
Qual a importância de uma feira desse tipo para a América Latina e, sobretudo, para o Brasil? Brunel - Première Vision propôs ao mercado a criação do evento para atender a duas necessidades principais: o reforço do mercado brasileiro e latinoamericano, ao possibilitar aos fabricantes exporem seus produtos em um evento seletivo; a oferta ao mercado de uma plataforma de descoberta de coleções,
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PLOTTERS
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entrevista
orientada pela criatividade, qualidade e a informação de moda. Além disso, quando olhamos para Première Brasil vemos que é um evento original, pois reúne dois tipos de cultura: a cultura dos industriais latino-americanos e a cultura dos industriais do hemisfério norte. Cada uma está representada no salão de forma muito equilibrada. Por causa disso, pensamos que o salão é uma vantagem para os mercados, é de grande utilidade.
interessados em vender para a América Latina e, em especial, para o Brasil? Brunel - A participação internacional cresce ao mesmo tempo que cresce a participação latino-americana. Mas os países mais significativos no Première Brasil são Itália e França, que têm a criatividade mundialmente reconhecida e podem fazer face aos obstáculos da importação.
E quanto aos fabricantes brasileiros de tecidos e aviaÉ importante o Brasil estar alinhado ao calendário mentos, qual o seu recado para eles continuarem se de moda do hemisfério Norte? O que isso significaria mantendo competitivos? para o País e para a indústria da moda brasileira? Brunel - Nós temos a chance de ser seletivos, os Brunel - Não é fundamental, mas para nós o Brasil é o expositores de Première Brasil passam por um processo maior país de moda do hemisfério sul, com de seleção com um comitê formado por “Apesar das uma indústria poderosa e muitos estilistas diversos consultores. Isso faz com que barreiras de criativos. Por isso sonhamos com esse alitenhamos os melhores fabricantes de nhamento do calendário, como falamos no tecidos, que vêm para o Première Brasil importação, lançamento do salão, em 2009, para que se mostrar ao mundo. Eles se comPremière Brasil para o mercado latino-americano possa ganhar param à oferta internacional, eles estão é um suporte seis meses em criação e comercialização prontos para essa comparação. Então das coleções. Première Brasil deve tocar a são os melhores. Para eles nós dizemos: e uma ajuda partitura original do mercado, mas fica a diante do desafio parabéns!, venham se comparar com a pergunta: Por que não imaginar a coleção oferta criativa local e internacional. Se que representa vocês são criativos e querem se mostrar verão no Première Brasil em janeiro e, nove meses depois, nas vitrines de São Paulo, para o mundo, venham! o mercado da estando seis meses à frente da Europa? América Latina” O Première Vision já é realizado tamOs fabricantes estrangeiros compactuam dessa vibém na China e na Rússia, países do grupo BRIC. O são? O interesse deles pelo Brasil e América Latina que diferencia o Brasil desses países em termos de é grande? moda e de mercado? Brunel - Eles escolheram Première Brasil porque é o Brunel - Brasil é bem-estar, é sorriso, é sol. Como os único salão onde a seleção é garantida, onde a mistura de outros, é também um país sério, com forças e fraquezas. produtos e criações é coerente, além de ser o salão organiOs expositores europeus encontram grandes obstáculos zado por uma empresa que lhes é familiar e que eles seguem de importação para seus produtos estrangeiros. O Brasil por todo o mundo. Apesar das barreiras de importação no é um país em que contamos muito. A crescente demanda Brasil, Première Brasil é um suporte e uma ajuda frente e todas as demais qualidades justificam nosso esforço e ao desafio que representa o mercado da América Latina. nosso investimento. Tanto que, neste ano, criamos uma Sem Première Brasil eles não encontrariam 5 mil visitantes joint-venture entre Première Vision e Fagga|GL Events (a qualificados, potenciais compradores. organizadora do salão no Brasil), nascendo assim a Latef Eventos. É uma empresa brasileira a serviço do mercado A cada ano cresce a participação de fabricantes inlocal. Por toda essa conquista, agradecemos ao apoio da ternacionais no Salão. Que países se mostram mais Abit e do Sinditextil.#
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EXPOSIÇÃO
Cultura popular, moda e história estão retratadas na exposição Rio São Francisco navegado por Ronaldo Fraga, que deve percorrer 12 cidades brasileiras POR VERA CAMPOS
Fraga: inspiração na cultura ribeirinha
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ineiro de Belo Horizonte, Ronaldo Fraga dispensa apresentações como estilista. Mas depois de desfilar seus looks em várias semanas de moda do País e assumir a direção criativa do Minas Trend Preview, ele decidiu ir mais longe, ao montar a mostra Rio São Francisco navegado por Ronaldo Fraga: Cultura Popular, Moda e História, fruto das percepções colhidas nas mais de 20 viagens pelas barrancas do “Velho Chico”, que já serviram de inspiração para sua coleção Verão 2009, apresentada na São Paulo Fashion Week. Itinerante, a exposição (que teve sua estréia em 2010 na capital mineira) chegou em abril a São Paulo, onde deve ficar até
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26 de junho, no Pavilhão das Culturas Brasileiras, no Parque do Ibirapuera, e de lá segue para o Rio de Janeiro. No total, serão 12 cidades visitadas. “Eu já tinha a certeza de que o São Francisco é mais que um rio. Em 2008, satisfazendo antigo desejo, escolhi o “Velho Chico” como objeto de pesquisa para a coleção de verão 2009. Seria a desculpa para ir ao encontro de um universo que eu já conhecia das histórias e da literatura. Pirapora, Carrancas, Gaiolas a Vapor, Bom Jesus da Lapa, Piranhas e Lajedo, Petrolina e Juazeiro... palavras que no meu imaginário chegavam como um afago, agora se tornavam mundo real. Por três meses viajei e me embebi das águas e da cultura do rio”, relata Fraga. Na exposição, são dez ambientes permeados com cores, arte, história e moda. Conheça alguns deles:
FOTOS: DIVULGACÃO
Cultura itinerante
Foz: a entrada da exposição tem como principal elemento peixes coloridos feitos com garrafas pet.
Cidades Submersas: instalação que remete às cidades alagadas para dar lugar às usinas hidrelétricas. A essência dessa sala é o filme produzido pelo ator Wagner Moura.
Lendas e Contos do Rio: vestidos musicais ecoam a voz de Maria Bethânia declamando o poema “Águas e Mágoas do Rio São Francisco”, da obra “Discurso de Primavera e Algumas Sombras”, de Carlos Drummond de Andrade, escrito em 1977. O Confeccionista maI/JUN 2011
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EXPOSIÇÃO
Vestuário: relembra o desfile do estilista Ronaldo Fraga no SPFW em junho de 2008. A memória das bordadeiras, ofício muito presente nas cidades ribeirinhas, principalmente na região de Pirapora (MG), recebe justa homenagem por meio de grande parede simulando os bastidores de bordados.
Mercado: representa os cheiros e sabores dos mercados situados às margens do rio São Francisco. Seu principal elemento é uma parede de latas litografadas, cujas imagens são peixes próprios do rio.
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EVENTOS
A vez do Sul
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Primeiras edições do Sul Fashion Week e Denim Pret-à-Porter acontecem em junho em Florianópolis
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lorianópolis ganha, em junho, dois eventos de peso num só: o Sul Fashion Week e o Denim Pret-à-Porter, ambos no Hotel Majestic, sob a organização da Catarina Coletivo Criativo. Classificado como um trade show para o lançamento oficial das coleções de jeanswear no Brasil, o Denim Prêtà-Porter reunirá 35 grandes marcas, entre elas Iódice Denim, Renato Kerlakian (RK Premium), Zezzo + e Puramania. Lojistas e visitantes poderão conhecer as últimas novidades, avanços tecnológicos, lavagens,
modelagens, efeitos e texturas para o jeans. Já no Sul Fashion Week, grandes marcas desfilarão em diferentes pontos da cidade, e um trade show abrangerá desde beachwear até alfaiataria. A programação ainda inclui fóruns, palestras e uma mostra de filmes de moda.
Fortalecimento das marcas Segundo Patricia Lima, diretora da Catarina Coletivo Criativo e diretora criativa do Sul Fashion Week e do Denim Pret-à-Porter, “realizar um evento de moda, com abrangência
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EVENTOS nacional, era uma ideia que estava presente em nossos planos, esperando pelo melhor momento de ser concretizada. Decidimos colocá-la em prática no final de 2010, quando tivemos sinais de que eventos em shopping não satisfaziam mais o mercado de moda do Sul. Esses sinais vieram por meio de fabricantes que vinham até nós reclamar da dificuldade de posicionar sua marca em eventos de moda, visto que há uma enorme fila de espera nos eventos dos outros estados. Com o objetivo de movimentar o mercado, abrimos possibilidade para marcas de todos o País participarem do showroom premium para compradores e forta-
lecemos as marcas regionais através dos desfiles. Uma equação equilibrada que está gerando um resultado bastante positivo."
Cidade cosmopolita E por que Florianópolis? “Das capitais dos estados do Sul, Florianópolis é a cidade mais cosmopolita e que vem recebendo muito destaque no turismo mundial. A cada ano vemos a cidade se destacar em outros países e ganhando força com pessoas ligadas ao lifestyle. Moda está diretamente ligada a esse comportamento de consumo, que envolve música, gastronomia, arquitetura, design... Com um evento voltado
para os compradores é fundamental ter a atmosfera de comportamento e consumo, por isso acreditamos que Florianópolis é perfeita para a realização do evento. E há ainda a questão geográfica, é a cidade que está localizada no meio dos três estados", explica Todas as informações e notícias sobre os eventos, poderão ser acompanhadas nas plataformas on line do Denim Prêt-à-Porter e do Sul Fashion Week.# Inscrições pelos sites http://www.denimpretaporter.com.br, http://www.sulfashionweek.com.br ou mande e-mail para denim@denimpretaporter.com.br
o 3 Concurso de
Moda Inclusiva té o dia 15 de julho, em São Paulo, a Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência recebe inscrições para o 3º Concurso Moda Inclusiva. Os trabalhos devem ser entregues até 25 de julho e a divulgação dos 20 finalistas selecionados ocorrerá em 1o de agosto. O local e a data para a realização do desfile ainda não foram definidos. A Comissão Julgadora selecionará os 20 melhores trabalhos, que participarão da segunda fase do concurso. Os 20 looks selecionados pela Comissão Julgadora serão apresentados ao Corpo de Jurados no momento do desfile. Os critérios pelos quais os trabalhos serão avaliados são: (I) adequação ao tema; (II) pesquisa, desenvolvimento e inovação; (III) criatividade; (IV) estilo e linguagem de moda; e (V) ficha técnica. Podem participar estudantes matriculados em instituição de ensino superior ou escola técnica, ou profissionais formados na área de Moda. Cada participante poderá concorrer com apenas um número de inscrição, que lhe dará direito a apresentar até três trabalhos (looks). Para concorrer, os participantes deverão preencher a ficha de inscrição no site: http://www.sedpcd.sp.gov.br/modainclusiva/inscricao.php e enviar um "look" (croqui e ficha técnica) para a sede da Secretaria (Av. Auro Soares de Moura Andrade, 564, portão 10, Barra Funda - São Paulo - SP - CEP: 01156.001).
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FOTO: DIVULGACÃO
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Os trabalhos devem ser entregues até 25 de julho e a divulgação dos 20 finalistas selecionados ocorrerá em 1o de agosto
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MERCADO
Negócios aquecidos O Ano da Itália no Brasil oficialmente nem começou, mas o intercâmbio comercial entre os dois países já decolou POR VERA CAMPOS
FOTOS: DIVULGACÃO
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indústria da moda italiana (vestuário, calçados, bolsas, tecidos e acessórios) representa 11% do PIB da Itália e fatura anualmente cerca de 48 bilhões de euros, de acordo com o Instituto Italiano de Estatísticas. Mas, por considerar o Brasil como mercado potencial e buscando novas oportunidades de negócios, a Itália vem reforçando sua presença no país também no setor de moda. Desde o início de 2010, fabricantes das áreas de tecidos, confecções, calçados e acessórios, intermediados pelo ICE - Instituto Italiano para o Comércio Exterior, têm participado de várias feiras e eventos como Première Brasil, Capital Fashion Week e São Paulo
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Pret-a-Porter, só para citar alguns. “Além de ser uma das áreas mais promissoras do varejo brasileiro, o setor de vestuário apresenta grandes perspectivas de crescimento, o que o torna altamente atraente para investidores internacionais”, afirma Giovanni Sacchi, diretor do ICE no Brasil. Segundo ele, as empresas italianas vêm ao país com o objetivo de promover seus produtos, desenvolver parcerias e novos negócios e criar uma interface com o mercado consumidor.
Brasil na Itália Agora, estilistas e marcas brasileiras é que irão à Itália participar, como convidados, do Pitti Guest
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Nation, evento que ocorre pela primeira vez este ano como parte do calendário das feiras Pitti W (moda feminina) e Pitti Uomo (moda masculina), realizadas entre os dias 14 e 17 de junho em Florença. Projeto inovador, dedicado em especial aos países de economias emergentes, Pitti Guest Nation visa ao desenvolvimento do mercado da moda através do intercâmbio e troca de conhecimento entre os países. E o Brasil foi o país escolhido como convidado de honra da edição inaugural. O anúncio foi feito pessoalmente no Brasil por Raffaello Napoleone, CEO da Pitti Immagine, organização que realiza na Itália alguns dos eventos de moda mais importantes
Momento Itália-Brasil
Jovens estilistas brasileiros participam do projeto Pitti Guest Nation
e que, em 2010, inaugurou um escritório na cidade de São Paulo, em colaboração com o ICE. “Queremos abrir espaço para que novos estilistas e designers possam apresentar suas mais recentes criações ao mercado europeu”, disse. Segundo Napoleone, o Brasil foi o primeiro país a ser convidado por ser o centro de um grande movimento cultural, social e econômico, um protagonista absoluto no panorama internacional. Em um espaço desenvolvido especialmente para transmitir a atmosfera da criação brasileira, os jovens talentos estarão expondo as suas mais recentes criações, apresentando o estilo contemporâneo da moda e do design brasileiro. Entre as marcas e estilistas convidados estão Ana Beatriz Suassuna (Muggia), Marianna Mattos (New Order), Isabela Capeto, Peter Gaul (OEstudio), Guilherme Vieira (Clube
Bossa), Vanessa Montoro, Cristiano Bronzatto (Louloux) e Victor Dzenk.
Calendário Além de focalizar a moda, esta edição do Pitti Guest Nation abrirá espaço para a arte contemporânea brasileira. Eventos culturais também farão parte do calendário, com diversas manifestações artísticas no campo da fotografia, cinema e música, entre outros. Trata-se do projeto Tudo é, com curadoria de Alberto Salvadori e Andrea Lissoni e realização da Fundação Pitti Discovery, junto ao Observatório para as Artes Contemporâneas do Ente Cassa di Risparmio di Firenze e conta com o apoio do ICE, da Embaixada do Brasil na Itália e a colaboração da Região Toscana – Departamento para a Cultura, Turismo e Comércio.#
A ideia original era fazer de 2011 o Ano da Itália no Brasil, mas o nome e as datas mudaram: o Momento Itália-Brasil começará em outubro de 2011 e terminará em junho de 2012. O objetivo, no entanto, é o mesmo: consolidar os sentimentos de afinidade entre os dois povos e envolver 25 milhões de descendentes italianos residentes no País, dos quais cerca de 13 milhões só no Estado de São Paulo. Além dos eventos culturais, o Momento Itália-Brasil será marcado por diversos seminários comerciais, intercâmbios técnicos e tecnológicos em diferentes áreas do conhecimento.
Raffalello Napoleone, CEO do Pitti Immagine
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VAREJO
Espaço exclusivo Grife instala ponto de venda dentro de lojas multimarcas e prevê inaugurar uma série deles até o final do ano
FOTOS: DIVULGAÇÃO
A
POR LAURA NAVAJAS
recém-lançada Dominica, grife de moda feminina de São Paulo, já fincou as bases no varejo. No final de abril, abriu o Espaço Dominica, o primeiro de uma série a ser inaugurada até o final do ano. Instalado na Lena Boutique, no bairro do Brooklin, o espaço segue o modelo ‘corner’, ou seja, ocupa uma área exclusiva e independente para vender exclusivamente as roupas de sua grife. O investimento na montagem e apresentação do Espaço é da própria Dominica, mas as vendas ficam a cargo do lojista, que recebe as peças da marca em consignação – ou seja, só paga por aquilo que for vendido. Seus vendedores, por sua vez, recebem treinamento para conhecer os produtos e o conceito da marca. Nesse modelo de negócio, quem investe é o fabricante, no caso a Dominica, que, entre layout e arrumação do Espaço, desembolsou aproximadamente R$ 10 mil no primeiro ponto de venda, revelou a proprietária da marca, Juliana Saicali. Até o final de 2011, 14 Espaço Dominica serão inaugurados: dez na capital paulista, um no litoral, outro na Grande São Paulo e dois em capitais de outros estados. Para identificar os locais onde abrir os Espaços, a Dominica realizou estudos de mercado, baseados em pesquisas do IBGE e de outros institutos. “Dessa forma, sabemos, por região, quantas mulheres e de que faixa etária e de renda moram ali. E, assim, escolhemos lojas que se adequam ao perfil de nossa marca”, explica Silvio Augusto de Sá, diretor de marketing da confecção. “Com
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Maria Helena e Juliana: parceiras nos negócios
o tempo e a divulgação, os lojistas passarão a nos procurar, mas continuaremos utilizando os critérios de sempre: perfil do público consumidor, localização e experiência dos gestores da loja, etc.”, avalia.
RG da roupa Outra novidade nesse modelo de negócio é que cada peça recebe uma etiqueta com um número único (uma espécie de RG da roupa), o Código Dominica. “Com isso, poderemos fazer um mapeamento das vendas, descobrir quais peças vendem mais ou menos em quais lojas, para poder, por exemplo, fazer um rodízio e evitar peças paradas”, conta Juliana. “É uma segurança para o consumidor final, garantia de qualidade”, completa. Segundo ela, cada Espaço contará com um layout padronizado, adequado a diferentes ambientes, com decoração do arquiteto Alessandro Bergamin.#
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Dez lições
FOTO: FOTOLIA
PRODUÇÃO
para não errar Muitas vezes a culpa pela baixa produtividade é atribuída às costureiras quando, na verdade, a confecção é que tem de modernizar a gestão e as operações, e treinar muito seus funcionários
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conceito de produção numa confecção hoje é bem diferente de alguns anos atrás. Antes, bastava a operadora sentar na máquina e costurar. Agora, fatores diversos colocaram esse modelo de lado. “O empresário precisa aprender a produzir novamente.” Quem faz essas afirmações é o consultor José Roberto Schumacker, da Schumacker Consultoria de Produção. Formado em administração, com especialização em engenharia de produção, ele atua há mais de 40 anos no setor. “O pessoal que comanda o chão da fábrica utiliza mal sua mão de obra e não percebe que a culpa da falta de produção não é dos funcionários, mas sim da má gestão”, começa o consultor. Conheça as dez dicas que ele dá para ter a produtividade em dia e sob controle.
1) Abastecimento Pleno É extremamente importante a reposição de mercadoria no setor de costura. Todo serviço a ser produzido precisa ser suprido por tudo, principalmente aviamentos. Segundo Schumacker, há uma perda grande de tempo nesse processo, porque as costureiras param para buscar os aviamentos que faltaram. Então, o controle de estoque e abastecimento é imprescindível. 2) Fluxo de Mercadoria A produção precisa fluir. As operações devem acontecer simultaneamente. “Às vezes, uma empresa tem uma costureira maravilhosa que produz muitas mangas em um só dia. Mas não produz nenhuma camisa. Qual
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PRODUÇÃO
confecção vende mangas?”, questiona o consultor, para quem o foco deve ser sempre a peça, não as operações. O modelo em que cada um realiza apenas um tipo de atividade é, segundo ele, desmotivador, já que o ser humano passa a se confundir com as próprias máquinas. E isso, claro, gera perdas, já que ocasiona queda de rendimento. A tendência é culpar a costureira, quando, na verdade, a culpa é da fábrica, que não modernizou suas operações. 3) Ritmo das operadoras Todo o profissional de produção tem um inimigo natural: o tempo. E, para vencê-lo, o ritmo é fundamental, o que é bem diferente da prática. Uma costureira pode ter muita experiência em determinada função, mas se ela não tiver um bom ritmo de trabalho, vai produzir menos do que é capaz. E este ritmo precisa ser afinado ao dos demais envolvidos no processo. 4) Equilíbrio dos tempos padrões das operações Produção, como já foi dito, envolve a peça toda. Não adianta produzir 300 ombros e 500 barras, pois haverá sobra de um dos lados. Tudo tem que ser feito em tempos equilibrados e as costureiras deslocadas conforme for necessário, mudando de função para suprir onde houver carência. 5) Encarar cada grupo como se fosse uma fábrica Os grupos ajudam a melhorar a produção. As costureiras trabalham em células, mas precisam operar em conjunto. É preciso verificar o que, exatamente, dentro da filosofia celular, serve para cada confecção. Segundo Schumacker, todo produto tem um gargalo, alguma restrição ao sistema produtivo. O empresário tem que melhorar a operação exatamente onde está este gargalo. O líder tem que perceber o que está acontecendo ao seu redor e motivar as costureiras. 6) Controlar a produção hora a hora As operações têm que ser controladas, e fazer isso muitas vezes não é perda de tempo, ao contrário. A confecção precisa ter um cronometrista que realize
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um estudo das relações movimentos e tempos. Esse trabalho possibilita ter uma ideia de custo e fazer uma programação correta. Schumacker lembra que o objetivo desse tipo de controle não é cobrar as costureiras, mas sim controlar tudo e poder, assim, ter tempo para corrigir erros, se houver. Isso deve ser bem explicado a elas, para evitar problemas de baixo rendimento por desmotivação, caso se sintam vigiadas. 7) Corrigir qualquer desvio, quando necessário Parar a produção quando for preciso pode ser mais rentável do que mantê-la com erros. O grupo deve ser sempre informado de erros e acertos, para continuar motivado e corrigir junto o que quer que seja. 8) Transparecer os resultados, comprometendo o pessoal Um bom líder puxa a produção motivando a costureira, vibrando com resultados positivos e demonstrando tristeza (não rancor) quando o resultado for negativo. Isso se alcança, segundo o consultor, com treinamento. “Sempre deve haver uma verba para treinar a equipe e seus líderes”, afirma. 9) Não admitir retrabalho, encarar erro como acidente Não tem produção quem não tem qualidade. O erro não pode ser parte do dia a dia, tem que ser encarado como um acidente de trabalho, com gravidade. De novo, o consultor insiste no treinamento. “A responsabilidade pela qualidade é de todos na empresa. Mas a equipe deve ser preparada para isso. É um absurdo, na minha opinião, uma costureira perder tempo uma vez para fazer e outra vez para refazer”, conta. 10) Buscar soluções do cotidiano com a participação do pessoal Boa parte das decisões e das soluções necessárias para o chão de fábrica devem ser divididas com a equipe. “Quem melhor que as costureiras para buscar soluções para os problemas do setor em que elas passam a maior parte do seu tempo?” finaliza o consultor.
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dica do especialista modelagem
Conforto é fundamental
Sonia Duarte é pesquisadora, professora e autora do livro MIB Modelagem Industrial Brasileira www.modelagemmib.com
Camisas e paletós são os vilões da modelagem. Basta mudar o tecido ou alguns detalhes na estrutura do modelo para que as peças causem desconforto ao abraçar, dirigir e pegar coisas no alto. Como evitar isso? Por que as roupas com mangas travam os movimentos dos braços? Por que os movimentos ficam restritos quando as peças têm mangas? Todas as roupas, em tecido plano, com mangas, são desconfortáveis? Essas e outras perguntas do consumidor são frequentes, tanto quanto o desconforto proporcionado. Onde está o erro? Na modelagem? As empresas vêm dando atenção redobrada aos estudos ergonômicos e ergonométricos visando ao conforto que toda roupa deve oferecer: a liberdade de movimento. Peças largas, devido ao espaço entre a roupa e o corpo, são bem mais confortáveis. Já as camisas e os paletós são os vilões da modelagem. Basta mudar o tecido ou alguns detalhes na estrutura do modelo para que as peças causem desconforto ao abraçar, dirigir e pegar coisas no alto.
da escolhida como folga deve ter a metade da folga das costas, pois a cava da frente mais afastada da cava do corpo também prejudica os movimentos. Outro detalhe importante é o conforto dado à modelagem na lateral/cava das roupas com manga. Observe as representações gráficas.
A solução Seguem aqui algumas dicas para o conforto: Acrescente 1 cm a 2 cm à metade das costas na distância entre as cavas. Na cava da frente, a medi-
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Distância Entre os Ombros
Cava a Cava das Costas
Conforto
Base Costas da jaqueta
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LINGERIE
Sensualidade em alta Coleção Gisele Bündchen Brazilian Intimate, produzida e distribuída pela Hope, promete aquecer as vendas da fabricante
FOTOS: Marcia Fasoli.
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ão é de hoje que a sensualidade vem sendo um atributo muito requisitado pelas consumidoras de lingerie. Ciente disso, a Hope decidiu ir além do básico, prático e confortável. Há cerca de dois anos, trouxe ninguém menos que a top Gisele Bündchen para ser a garota propaganda de seus produtos. Agora, acaba de assinar um contrato de licenciamento com a modelo para produzir e distribuir a linha Gisele Bündchen Brazilian Intimate. A nova marca nasce para atender a uma demanda do segmento e será distribuída em aproximadamente 500 multimarcas e na rede de lojas próprias da Hope (atualmente com cerca de 60 pontos e previsão de chegar a 100 até o final de 2011). A coleção é composta por 40 peças, entre calcinhas, corpetes e camisolas ao estilo da badalada grife inglesa Victoria's Secret. Não por acaso, será um tanto mais cara que a linha usual da Hope. A top cuidou da direção criativa e fez questão de provar cada um dos modelos. A campanha publicitária, veiculada em mídia impressa e na TV, deve começar apenas na segunda quinzena de agosto. O contrato de dois anos entre Hope e Gisele prevê o lançamento de seis coleções com a marca da modelo que, além de aprovar o produto.
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coleção Glamour
é uma marca registrada da BARUDAN CO.,LTD - Japão
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LINGERIE Entre o romântico e o sensual
coleção Stripes
A coleção Brazilian Intimate segue as tendências atuais de moda e tecnologia e propõe cinco temas diferentes: Na linha Burlesque, a inspiração vem das dançarinas de cabarés dos anos 50 e suas roupas sensuais. Os modelos desenham o corpo por meio de tecidos leves como a laise. A renda dá um toque sensual e delicado, nos tons make e preto. Esta linha é composta por camisola, sutiãs, calcinhas, um corpete em renda e tule, além da cinta liga e um wasp (corselet estruturado que modela a silhueta). A coleção Glamour , sedutora e sofisticada, tem o toque delicado do cetim e a transparência da renda em formas que esculpem o corpo e propõem um clima de glamour e romance, nas cores preto, vermelho e powder. Integram a linha uma combinação com uma fenda lateral, sutiã, calcinha fio dental, hot pants e corselet tomara que caia finalizado em renda. Para arrematar, o kit sexy, composto por máscara de dormir em cetim, cinta liga, gargantilha de renda e um bracelete de guipure. A Hipnose traduz uma mulher sofisticada e contemporânea, que busca produtos básicos e com estilo. A coleção traz modelos em microfibra extra fine, que oferece maciez no toque e conforto no contato com a pele. São dois conjuntos de calcinha e sutiã nas cores make e preto, finalizados com o viés em contraste. A coleção Leo segue uma grande tendência dos desfiles internacionais. As peças apresentam estampa de leopardo, que combinada à transparência da renda resulta em modelos sexy e sofisticados. A coleção é composta por dois conjuntos de calcinha e sutiã, um short doll e uma combinação que faz as vezes de camisola. E para fechar, a coleção Stripes propõe uma silhueta minimalista que evidencia os recortes e transparências das peças com uma mistura de tecidos como o tule e o cetim, que juntos criam camadas irregulares em modelos de calcinhas e sutiãs.
Expansão A Hope é uma empresa 100% brasileira fundada em 1966 por Nissim Hara. Possui três unidades industriais, todas localizadas em Maranguape (CE), e emprega diretamente cerca de 1200 pessoas. Em 2005 a companhia entendeu que marcar presença no varejo era uma questão estratégica e inaugurou a primeira loja exclusiva, na capital paulista. De lá para cá os investimentos para estruturar a rede de franquias Hope só crescem. Hoje são 60 unidades localizadas nos principais shoppings do País e a meta é encerrar 2011 com mais de 100 lojas.#
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MINAS TREND PREVIEW
Negócios de moda A
Evento antecipa as novidades para o verão 2012 e comemora sucesso da rodada de negócios com presença de 255 expositores
FOTO: © AGÊNCIA FOTOSITE
POR LAURA NAVAJAS
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o final sua oitava edição, realizada entre os dias 11 a 14 de maio, o Minas Trend Preview confirmou por que pode ser considerado um dos mais importantes eventos de moda do país. O diretor criativo do evento, o estilista Ronaldo Fraga, elegeu Oxigênio como tema central da edição: “é o que nos mantém de pé, nos torna transformadores e nos transforma”. O tema permeou o desfile de abertura e os outros 21 desfiles individuais, que foram assistidos por mais de 5 mil pessoas. Na passarela da noite de abertura passaram 45 looks compostos por uma combinação de peças de 30 diferentes grifes selecionadas por Ronaldo Fraga, com styling de Daniel Ueda. Muitas roupas em tons de azul, verde, vermelho, amarelo, laranja e terra, além de colares e enfeites de cabelo feitos com folhas de diferentes espécies de plantas, cachos de banana, urucum e muitas penas. “É um evento
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onde tudo casa falando do mesmo tema: a música, o cenário, os acessórios e, claro, as roupas”, afirmou Fraga. Fora das passarelas a decoração do ambiente era baseada em elementos recicláveis, como caixas de papelão.
Expo Minas A oitava edição do evento foi realizada no Expo Minas, espaço com mais de 27 mil m2. O presidente da Fiemg – Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais, Olavo Machado Junior, promotora do evento, lembra que a mudança para esse local contribuiu para o sucesso da iniciativa. “Desde o lançamento do Minas Trend Preview já sabíamos que o local ideal seria o Expo Minas. Agora atingimos este objetivo, e a Fiemg conta com o apoio de órgãos governamentais de todas as esferas para que a próxima edição seja mantida no complexo. Já posso adiantar que, de 1 a 10, a possibili-
O presidente da Fiemg avalia ser importante que a indústria de confecções cresça e que obtenha auxílio do governo, pois isso impulsiona o crescimento da economia geral do país. “Aqui em Minas, a indústria da moda tem grande importância, gera praticamente 18% dos empregos do Estado. É assim que criamos consumidores, que farão a economia geral crescer”, afirma.
Expositores
dade de continuarmos investindo no local é de 9,5” garantiu. Machado Junior se mostra orgulhoso de organizar um evento focado na antecipação dos lançamentos para lojistas e varejistas com, no mínimo, 15 dias de antecedência, em comparação aos principais salões de moda do eixo Rio–São Paulo. “60% dos expositores são industriais mineiros. A importância grande dos outros 40% é justamente pela troca de experiência, pela sinergia que a indústria mineira encontra com a nacional”, afirma.
Rodada de Negócios Com a promoção de lançamentos de vestuário, sapatos, bolsas, acessórios e jóias para o Verão/2012, a Rodada de Negócios contou com um número de expositores 70% maior em relação ao da temporada maio/2010 e com cerca de 15 mil visitantes de todo o Brasil e exterior, 50% a mais do que o mesmo período do ano passado.
A mineira Patrícia Bonaldi não dispensa elogios aos evento. “É o principal de que participamos, já é nossa sétima edição. E minhas expectativas foram superadas, nossos dois estandes estiveram sempre cheios”, comemorou. Especializada em moda festa, a grife Patrícia Bonaldi completa oito anos e, para a proprietária, o Minas Trend fez toda a diferença, já que a marca começou com apenas 16 clientes e hoje está presente em 180 pontos de vendas multimarcas e abrindo a segunda loja própria em São Paulo (a primeira é em Uberlândia, MG), além de exportar para 16 países. “Acho que o mineiro é detalhista, o que fazemos tem cuidado, é diferenciado, por isso nossa moda faz sucesso”, opina. Há espaço no Minas Trend Preview mesmo para quem não é daquele Estado. A grife Ton Age,de Porto Alegre, trouxe para o evento roupas casuais e de festa. “Estou achando o evento ótimo, ele cresceu mas não perdeu o glamour, as melhores confecções do Brasil estão aqui”, afirmou Laís Helena T. P. Machado, diretora
presidente da grife. Ela conta que tanto as peças casuais quanto as de festa venderam bem, apesar destas últimas serem uma especialidade local. “A moda festa de Minas tem mais detalhes, bordados, enquanto nossa linha é mais limpa, tem um público diferenciado”, explica. Outra expositora satisfeita com o evento é a grife paulista Maria Garcia. Segunda marca da Huis Clos, comemora dez anos no mercado e é focada em mulheres jovens, antenadas e cosmopolitas. A grife foi uma das que desfilaram seus modelos e o resultado foi bem positivo, segundo a gerente comercial Sandra Bzantino. “Estamos crescendo bastante e o Minas nos dá uma boa exposição”, assegurou.# *a repórter viajou a convite da organização do Minas Trend Preview.
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MINAS TREND PREVIEW
Livres, leves e soltos
Tecidos leves, transparentes, fluidos, muitos vestidos (longos ou curtos), estampas e cores dos trópicos marcaram os desfiles do Minas Trend Preview. Confira a seguir. POR LAURA NAVAJAS
Blue Banana
FOTOS: © AGÊNCIA FOTOSITE
Tropicália, movimento cultural dos anos 60 e 70 que pregava a liberdade e a provocação, foi o tema escolhido pela grife mineira. Formas amplas são vistas em saias, túnicas e pantalonas, além de estampas com elementos bem brasileiros. Nas cores, laranja, coral, amarelo, roxo, azul e verde trazem alegria, junto ao brilho de paetês, texturas de pelos e degradês.
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MINAS TREND PREVIEW
Patogê
Homenageando a brasilidade, a marca trouxe uma coleção com peças baseadas nos anos 70, mas com sofisticação e astral contemporâneos. Frentes-únicas, vestidos, saias longas e camisas amarradas vêm conjugadas ao jeans, ponto forte da grife. Tiedye e tricôs artesanais aparecem bastante, além de lavagens vintage. A estampa floral vem com efeitos manchados e envelhecidos, com predomínio de branco, azul-acqua, turquesa e Royal.
Chouchou
A grife invadiu o universo das histórias em quadrinhos e utilizou uma cartela de cores baseada em tons de balas, com destaque para o Hot Amarelo, o Bic, o Grape Fruit e o Rosa, junto com estampas divertidas e irreverentes, que trazem as heroínas e vilãs da HQ para as peças - também muito brilho e textura.
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Áurea Prates
Da mistura de temas como riqueza e simplicidade, o momentâneo e o eterno saiu a inspiração da coleção apresentada pela estilista. As peças exploram, além do branco, cores como amarelo, rosa, laranja, queimado e azul-Klein. Tecidos como tricoline, cambraia e organza vêm com algodão com seda e rami, bases texturizadas com estampas que ficam com a cara de verão.
Patricia Motta
Flores, folhas e borboletas compõem a coleção denominada Jardim primavera-verão 2011/2012. A coleção dá um passeio pela estética dos anos 50 e 70, acrescida de novos shapes, ricas texturas e detalhes artesanais em silhuetas contemporâneas, com cinturas marcadas contrapondo-se com formas retas, um mix de matérias-primas que une o couro e o chamois à leveza da seda, do tule e do python.
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União de estilos Do brejeiro ao tecnológico, passando pelo retrô hippie e pela flora e fauna tropicais, saiba quais são os temas que devem inspirar a temporada mais quente do ano POR CAMILA GUESA
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verão 2012 deve ser leve e, sobretudo, inteligente. Essa é a avaliação da equipe do Senac Moda Informação para a temporada. Mantendo uma tradição de quase 20 anos, o Senac Lapa Faustolo, de São Paulo, reuniu consultores, estilistas e especialistas em moda para pesquisar e apresentar os temas, tecidos e materiais, cartelas de cores, estampas e padrões que devem permear a moda feminina, masculina, infantil, o jeanswear, a lingerie e a moda praia da temporada mais quente do ano. A revista O Confeccionista traz, nas próximas páginas, um resumo dessas informações.
Temas da estação
Jardim das Delícias – Feminino, fresco, romântico e delicado como um jardim na primavera, o tema estourou nas vitrines dos grandes magazines europeus e norteamericanos. Meninas camponesas com aventais, jardineiras e salopetes de alças
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VERÃO 2012
cruzadas nas costas, shorts, macacões, pantacourts, blusas ombro a ombro, batinhas, banhos de sol e miniblusas. Para o baile no jardim, vestidos com perfume de anos 50 e 20, fórmulas inspiradas na lingerie retrô ou ainda shapes simples, ressaltando o valor dos bordados. É o momento de ser feliz. Tecidos e materiais: rendas chantilly, renascença e guipure, bordados - inglês, suíço e laise -, crochê, chambray, denim, seda, voal, transparências, plissados e aplicações de flores. Estampas e padrões: florais, frutas, vichys, poás e abstratas aquareladas. Explosão 70 – Uma das décadas mais marcantes da moda é revisitada em vestidos com fendas vertiginosas, bainhas assimétricas, decotes, macacões frente única e calças retas, cenoura e palazzo (pijama). A jaqueta biker, em matelassê com tachas, é uma das peças-chave, com comprimentos variados. Túnicas - estampadas, com barrados ou bordados - prometem ser um dos hits da estação. Vestidos vaporosos, mais longos, com frente única, também marcam presença. Calças trompete e boca de sino, com cintura bem baixa, ganham versões atuais. O clima é de Studio 54, o clube nova-iorquino que marcou a década.
Tecidos e materiais: neoprene, segunda pele, mesh, metalizados, iridescentes, plastificados, emborrachados, nylon. Detalhes: costuras contrastantes, cadarços, cordões, amarrações, ilhoses, tic tacs, fivelas, zíperes. Festa na Floresta – As fontes de referência passam do velho mundo para o mundo novo e aí se encaixa o universo brasileiro. Insetos - de borboletas a besouros misturados a listras, flores e folhas agigantadas somadas a babados ajudam a criar um clima tropical. Tudo muito colorido e vibrante, com um quê de Carmem Miranda e Frida Kahlo. Cores vivas, como azul-royal, laranja, verde e amarelo em misturas blocadas.
Tecidos e materiais: couro, camurça, brilhos laminados, jérseis líquidos, transparências, tricôs de influência Missoni, lurex.
Tecidos e materiais: algodões puros ou em misturas, sarjas, sedas naturais ou sintéticas.
Estampas e padrões: geométricas e peles de animais – de todos os bichos, listras.
Estampas e padrões: Flores grandes, com animais ao redor. Estampas vibrantes com contra fundos pretos ou brancos entram em confronto com motivos de frutas e folhagem tropical.
MDC (Mínimo Divisor Comum) – Neste tema, os têxteis revelam maior impor-
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tância. A modelagem, os materiais e os acabamento são altamente valorizados. É a simplicidade exagerada em volumes, cores e shapes, enriquecida com detalhes metalizados e contrastes ópticos. Leggings com mistura de materiais e sobreposições estarão em alta, bem como roupas inspiradas nos trajes dos judocas. Anoraks e jaquetas moles desestruturadas, assim como a amarração paraquedas, são apostas ousadas. Sobreposições, brincadeira de texturas, o elástico como parte da própria roupa, vinil, o branco como novo luxo. O mínimo é o máximo!
O Confeccionista MAI/JUN 2011
O Confeccionista maI/JUN 2011
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VERÃO 2012
Moda feminina
Misturas de mulher A latinidade das cores fortes estará em alta na temporada, ao lado da delicadeza dos tons nude, rosa, azul-claro e lilás
F
lores, frutas, bichos do mato, amarelo, verde, azul e vermelho deverão marcar a Primavera/Verão 2012, temporada em que a mulher mostrará sua sensualidade em decotes profundos e poderá abusar das listras. De outro lado, babados, rendas e tule, de tons delicados como o nude, rosa-claro, azul-claro e lilás, em tecidos fluidos, que se sobrepõem. Batas, vestidos longos e calças “flare” estarão em alta, em consonância com o sentimento de liberdade, de saber o que somos e o que queremos, ilustrou a consultora Andréa Viés aplicado
Seda ou cetim
Estampa de flores grandes
Volume Godê
O Confeccionista MAI/JUN 2011
Festa na Floresta Vestidos transpassados com detalhes em babados multicoloridos, sob inspiração de uma mistura das cores usadas pela artista plástica mexicana Frida Khalo, das frutas de Carmen Miranda, de bichos da floresta e listras, ainda! Referência ao rococó com detalhes do minimal barroco sugerido pela marca italiana Prada. As saias, de cintura alta, delineiam o corpo e cobrem os joelhos ou aparecem transpassadas ou com fendas (quando no comprimento entre os joelhos e o tornozelo).
Explosão 70
Recorte
58
Araújo Pupelis durante sua apresentação no 37o Senac Moda Informação. Na outra ponta, o minimalismo surge no branco, preto, laranja, roxo, vermelho, verde. Cores complementares aparecem juntas em peças diferentes. Vamos aos temas:
O estilista Yves Saint Laurent é quem melhor caracteriza este tema, em que o brilho estará presente em lantejoulas, lurex e também em plataformas. Valem tecidos fluidos ou mais encorpados como a popeline. Batas estampadas vêm com mangas bufantes decoradas com barras ou bordados. Laços surgem como item funcional, para fechar uma abertura ou cintura. Saias amplas, no comprimento midi ou em
Popeline
Cinto de gorgurão
Jardim das Delícias No clima de festa no campo aparecem cores suaves, estampas menores de animais, pequenas flores. Blusas com detalhes em babados lisos ou plissados, aplicações de flores. Tule e renda ganham destaque em vestidos e blusas, seja como sobreposição ou como peça principal. Destaque para o tecido “vichy”.
Mínimo Denominador Comum Babados em camadas
camadas. Calças nos mais variados modelos, das retas com cintura alta às bocas de sino ou “flare” com cintura mais baixa. Vestidos ajustados na cintura e com saias amplas. Macacões com pernas mais largas e gente única.
O destaque é o minimalismo, onde o forte são as modelagens, os shapes diferenciados e a qualidade impecável dos detalhes e do produto final. Leggings e calças aqui aparecem com recortes. Tecidos como o neoprene, os metalizados e os emborrachados emolduram as peças. Detalhes como fivelas, zíperes e amarrações. Vestidos longos amplos ou curtos e sequinhos, com foco na simplicidade dos shapes, cores e columes. Calças presas no tornozelo ou mais curtas. Sobreposição de peças.
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VERÃO 2012
Lingerie
Muita cor e energia A regra é quebrar regras, abolir fronteiras e buscar arquivos que oferecem detalhes, delicadeza, refinamento e know-how, reeditando e avançando no que já foi visto
M
oda alegre, com energia e muita inspiração, onde tudo acontece”. Assim a consultora de Moda íntima Patricia Castellões resumiu no Senac Moda Informação o que vem por aí em termos de lingerie no próximo Verão. “Tudo deverá ser muito bem pensado, pois em coleções comerciais não se pode dar o luxo de errar”, diz. Nas cores, o foco está no “otimismo” emergindo claramente na riqueza de combinações inusitadas e nos acentos incomuns. Outra inspiração é a renovação da lingerie clássica e a linha de shapewear, que surge em opções vibrantes e iluminadas. Já o loungewear chega de forma importante, criando novo momento do prazer de ficar em casa, com conforto e formas atuais, junto ao diferencial de poder dar uma “saidinha rápida”, sem parecer estar usando pijama. Aqui, predominam tecidos fluidos, em sua maioria malhas de algodão com viscose, em cores básicas como preto, mesclas em todos os tons de bege, azul e cinza. Modelagens soltas e modernas, que podem ser usadas pela dona de casa para levar o filho à escola, ir à padaria ou fazer compras, por exemplo.
segundo Patrícia, é a estação onde tudo acontece. Inspiram o tema os florais delicados e os de porcelana, vichy de todos os tamanhos, frutas, poás e tudo que remete ao campo, com o frescor da brisa e os raios de sol. Cores adocicadas combinadas com pérola e cinza, além de muito branco. Bordado inglês, laises de algodão também bordadas, transparências, plissados, sedas e rendas completam com detalhes as coleções. O motivo náutico também tem lugar nas peças, com os azuis e jeans delavè, combinados com coral. Alguns acentos de cores em néon trazem o moderno e o novo para este tema.
Alça cetim Renda Recortes com viés
Viés de cetim
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O Confeccionista MAI/JUN 2011
Cetim
Renda Tule listrado
Sabor de primavera No tema Jardim das Delícias, ares de romantismo ao sabor da primavera que,
Bojo meia-taça
Cetim
Anos 70 Em Explosão 70, cores vibrantes saltam em estampas como em uma colcha de retalhos. Esse é um tema irreverente para aqueles que gostam de ousar com personalidade. A música e os grupos sociais ganham espaço aqui com o Rock, Disco, Movimento Punk, Hippie, além da influência praiana. Muito brilho, paetés, fru-frus com ar ingênuo em cores vibrantes, metais, estampas étnicas, cashmere, jeans, ilhoses, amarrações, tecidos que imitam couro. “Uma viagem pelo mundo onde guardamos cores e muitas influências de outros povos”, diz a consultora.
Da natureza Entrando em contato com a natureza em Festa na Floresta, Patrícia destaca o estado primitivo nas peças, com cores do deserto nos vários tons de nude, areia, muito linho e, principalmente, o efeito rústico. Rendas, laises, tules e passamanarias em algodão cru compõem os detalhes. Em
estamparia e nos desenhos de jacquard das rendas, todos os motivos de folhagens ganham espaço, além das estampas de pele animal como onças, zebras, partindo sempre da influência africana. Na linha de Loungewear, volumes tanto nas calças como nos tops e muitos caftans.
Luxo sublime No tema Mínimo Denominador Comum, o Máximo, o Sublime. Um tema onde o luxo é principalmente teatral, futurista, arquitetônico, tecnológico, moderno e urbano. Muito pouco minimalista, onde se pode tudo. Não faltam tules, cetins, laises, recortes, tiras vazadas que desenham o corpo, brilho, bijoux, efeitos nos tecidos e muita sofisticação. Uma renovação do estilo vintage, contrapondo com o novo futurista. Predominância da cor preta combinada com vermelho, com rosa ou com nude; ou simplesmente preta. No shapewear, o moderno e sensual, com recortes estudados e cores inusitadas como vermelho e fúcsia.
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VERÃO 2012
Moda masculina
Novos padrões O antigo universo de formas frias dá lugar a uma nova estética
C
lássico ou contemporâneo, o homem moderno abandona seu antigo universo de formas frias e cores óbvias para dar lugar a novas abordagens e incluir, de fato, a moda em seu estilo. Essa é a visão do consultor de moda especializado em moda masculina, Maurício Lobo, que mostrou no Senac Moda Informação um pouco do que este novo homem usará no Verão 2011/2012. No geral, os detalhes tomam conta dos looks, em paralelo aos recortes diferenciados e cores menos discretas. Nas camisas, por exemplo, a modelagem da gola aparece mais ajustada e com vista estreita. Fios tintos, bolsos variados com ou sem lapela, martingales (detalhes nas mangas) e muitos outros detalhes de acabamento. Destaque ainda, conforme Maurício pontua, para os pequenos xadrezes e listados e, em especial, para a camisa jeans.
Denim
Perna justa
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O Confeccionista MAI/JUN 2011
Corpo ajustado Blazers virão com silhueta seca, corpo curto em tecido casual (sarja retorcida, lavada, gabardine, jeans etc.), lapela estreita, decote baixo de um ou dois botões, com forro ou sem forro, utilizando viés em cores contrastantes para o acabamento. O requinte da camisaria aparece nas polos com golas estruturadas, e uso de tecido plano nos detalhes. Golas em contraste ou com listas quando em punho, abusando, aqui, dos recursos de acabamento. O decote “V” é bem usado nas camisetas, ao lado do revigorado decote careca, que desta vez vem estreito, com 1 ou 1,5 cm, ganhando novos ângulos de abertura. Há a opção também do decote “U” ou, em alguns momentos, do quase canoa.
Variedade Calças com barra virada mostrando a canela com sapato ou mocassim ou ainda tênis baixo são opções de looks vistos nas ruas mundo afora. Destaque para a chino com pregas, quadril folgado, gancho baixo e boca estreita, como evolução da modelagem cenoura. As bermudas aparecem justas, com joelhos à mostra e ares de alfaiataria ou, em alguns casos, com gancho baixo e boca estreita. Nas combinações, paletó com camisa e/ou sapatos baixos, remetendo à elegância. Uma versão com gancho baixo, barra abaixo dos joelhos e boca muito estreita é utilizada por algumas marcas.
Jeans Silk uma cor
Matéria-prima As estampas valorizam a postura, pois são aplicadas ao longo do tórax em quadricromia; destaque para fotos, textos com efeitos ou em desenhos ópticos. Modelagem justa com matéria-prima em algodão, algodão + poliéster + viscose e algodão + elastano. “Atenção para uma leve tendência de transparência na malha”, destaca Lobo.
O jeans não vai explorar muito a questão do desenho da peça, e aparece muito focado ainda na estrutura "five pockets", carregado de ferragens, variações de cores de linhas e pespontos, além de novos ângulos e formatos de bolsos, com mistura de recortes e filigranas bordados. Na modelagem, a skinny continua em primeiro plano, seguida pela slim, com um toque à alicate. Inspirado no tema “Oxidação da Luz”, as lavagens trazem efeitos fortes do ponto de luz sobre a sobreposição de efeitos no joelho ou coxa, que se alastram gradativamente ao longo da peça. Juntem-se a isso novos efeitos de desgastes no autêntico espírito vintage, com muito jato de areia e efeitos 3D.
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VERÃO 2012
Jeans
Peças-chave da estação
Minissaias, coletes, salopetes, camisas-vestidos, frentes-únicas, aventais, batas, macacões bootcut e macaquinhos
L
eves, confortáveis, com efeitos de luz e de corrosão, sob influência do estilo hippie dos anos 70 e destaque para o acabamento. Assim podem ser definidas as peças em jeans que o consultor de moda Robi Spatti pesquisou em viagens internacionais para antecipar o que virá por aí em denins e sarjas no Verão 2011/2012. “Todos lá fora estão buscando alternativas para vender o jeanswear e, para isso, recorrem a peças mais curtas e a tecidos mais leves”, disse Spatti. Para ele, o look vedete da estação será o vestido longo em jeans, com ares dos anos 70, porém bem leve, solto e confortável. É essa a peça que aparece tanto no tema Jardim das Delícias - muitas vezes estampado com listras e flores - quanto no Explosão 70, em chambray amaciado ou sarja leve. Ainda no Jardim das Delícias, as peças jeans aparecem estampadas com listras, flores e folhagem, corroídas e com flocagem colorida. Destaque para os microshorts e minissaias. No tema Explosão 70, voltam as bocas de sino e as peças sem elastano. Em Festa na Floresta, o jeans vem mais claro, com o liocel (fibra produzida a partir de celulose natural), por vezes substituindo o algodão. Já no tema Mínimo Divisor Comum, os tecidos sintéticos predominam, dando ares esportivos ao jeans.
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O Confeccionista MAI/JUN 2011
Modelagem Mundo afora, a calça skinny ocupa 55% das araras e passará a ser chamada de slean: bem justa, leve, macia e com bastante elastano. A cigarette toma 30% dos espaços das lojas, enquanto a cenoura 10% e a boca de sino somente 5%. Esta última, apesar de ainda não ter caído no gosto do consumidor, é a grande aposta das grifes estrangeiras. “A modelagem certa e que faz vestir bem não é fácil, mas ainda é o segredo”, disse Robi Spatti.
Sarja estampada
As bermudas virão ajustadas ou balonê, modelo também conhecido como short comfort (gancho maior entre as pernas). O bolso aparecendo por baixo continua. O cós tenta demarcar a cintura no lugar certo, mas, segundo Robi, enfrentará certa resistência das consumidoras brasileiras. Para o nosso País, a dica é investir em cinturas baixas com cós largo, de 3,5cm a no máximo 4,5 cm.
Estampas e lavagens Estampas dão ar alegre ao jeans, sejam elas espalhadas e/ou lavadas. Continuam ainda as aplicações feitas a mão. Os florais e as estampas tropicais todas bem pequenas dominam, em paralelo aos listrados com efeito xadrez, aos efeitos de animal (principalmente dos répteis), e às listras, sempre na diagonal. Estampas internas aparecem nos bolsos e no avesso do jeans.
Na lavagem, grande uso dos efeitos de corrosão e de luz, sendo este último recurso a aposta do consultor. Ela aparece nos bolsos e joelhos, por exemplo. Taidai, pigmentos e amaciados também ganham espaço.
Detalhes Lenços usados como cintos e jeans resinado imitando couro prometem atrair o público jovem. Efeitos como cristal cravejado e botões na frente e atrás para prender os suspensórios também estão em alta lá fora. Grande preocupação no acabamento, para valorizar a peça, com rebites combinando em cores (ex.: vermelho e amarelo na mesma peça), além da mistura entre jeans e sarja. Efeitos de modelagens que erguem o bumbum, zíperes da cor da peça, pesponto com destaque para o acabamento e efeitos degradês também estão predominando no exterior.
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VERÃO 2012
Moda praia
Estilo e frescor
Peças desenvolvidas em novos tecidos, mais leves, fluidos, estampados, lisos, recortados e descoordenados migram da moda para a praia e vice-versa
P
ara a moda praia, os temas da estação abrangem um mix de estampas, cores e formas em peças livres, leves, soltas e descoordenadas. “O verão é muito democrático. Tudo que já se viu continua com novas leituras, alimentadas por novas cores e estampas. O que pesa mais é o estilo”, afirma a consultora de moda Tima Baddini, no Senac Moda Informação. A extensa gama de novas texturas, padrona-
Estampa de folhagem
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O Confeccionista MAI/JUN 2011
gens e cores proporciona liberdade de criação e movimento. Peças desenvolvidas em novos tecidos, mais leves, fluidos, estampados, lisos, recortados, descoordenados, que possibilitam que o corpo “respire”, migram da moda para a praia e vice-versa. No Verão 2012 tudo será possível: uma viagem ao passado, presente e futuro.
MDC Neste tema, a moda praia aparece superligada ao complemento, com sobreposições que se casam. Predominam peças confortáveis, em neoprene, por exemplo, junto aos contrastes de cores e da tecnologia. O degradê volta como opção de estampa em matérias primas resistentes, em muito amarelo e azuis fortes, em coletes e peças bem transparentes, empregadas como saídas de praia. Para ilustrar, misturas de telas, muita simetria, listras, xadrezes ou opções em monocromia. Influência do meio náutico em listras e recortes. Os biquínis podem ter cós altos ou baixos, com cordão de algodão aparecendo na lateral. Detalhes em zíperes e texturas com rápida secagem, coordenação de
cor, um ombro só, variações de tomarasque-caia, telas, ilhoses e alças mais largas.
Explosão 70 Mais colorido e alegria embasam o tema, influenciado também por mosaicos indianos, listrados desiguais e regulares e muita bata. Os biquínis aparecem mais cavados com lacinhos e/ou faixas e em tricô, a grande aposta em 2011/2012. Já para resorts, muito poá e listrados. Vestidos também ganham espaço, com estampas de asa de borboleta, em tecidos leves e fluidos e, nos detalhes, contas coordenando com listas. Bastante influência de estampas de corações e do desordenado, e de muita aplicação e bordados. “A imaginação é a criação; é a identidade de cada um”, ressalta Tima, que acredita muito no modelo tomara que caia substituindo cada vez mais o cortininha.
Festa na Floresta Aqui, as cores remetem à natureza: verdes, vermelhos, pretos e azuis são empregados em estampas grandes, com tema de fundo de mar e de floresta, onde figuram bichos, penas, etnias, cestaria e o tricô, em patchwork. As modelagens da moda resort vêm curtas, por vezes com um só ombro, bem vaporosas e soltas, com vestidinhos com bojo e estampas localizadas para dialogar com elementos naturais.
Jardim das Delícias Tecidos leves sobrepostos nos pesados prevalecem no Jardim das Delícias, estampados com florais miúdos, frutas, folhas, rendas e rendas estampadas. Como complemento, vestidos e macaquinhos e outras constituições desestruturadas. “Quem faz moda praia não pode deixar de ter este complemento de resort."
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dica do especialista produção
Cronometragem no setor de corte Com frequência meus clientes me consultam sobre como cronometrar os tempos de corte de cada peça. A principal dúvida está em como obter o tempo padrão dentro das mesmas diretrizes do método de cronometragem da costura, já que o processo de corte tem uma variação de tempos muito grande, dependendo do tamanho do enfesto. O importante em qualquer processo de medição na empresa é saber que objetivo queremos atingir. Na maioria das vezes, a medição deve ser feita para fins comparativos entre a situação atual x futura
Vanderlei Carlos Dorigon é diretor e consultor da DS Tecnologia e Inovação vanderlei@dstecnologia.net
O método
do resultado de um processo. Pois bem, a medição somente é válida se você puder comparar resultados atuais, anteriores e posteriores. Tenho visto também, em muitas empresas do setor têxtil, a cronometragem incessante, a busca pelo tempo “correto”, tanto no setor de corte como costura. Mas, pelo fato de esses trabalhos serem manuais, a busca pode não terminar nunca. No caso do corte, essa variação é constante de um enfesto para outro. Portanto, não temos como medir um tempo de corte de uma determinada peça a cada enfesto.
O importante é estabelecer tempos - padrão de corte em acordo com alguns critérios que sua empresa vai definir, de forma que exista coerência, lógica e facilidade de medição. Não recomendo que vocês sejam excessivamente assertivos, pois a busca dessa precisão nos levaria a um processo muito demorado e não eficiente. Pois bem, vamos a algumas dicas de como estabelecer o tempo padrão de corte. Segue abaixo tabela com as etapas de cronometragem recomendadas:
ROTEIRO DE FABRICAÇÃO CORTE
REF: 1010
PRODUTO: Calça
OPER.
DESCRIÇÃO
FUNCION.
TEMPO
MÉDIA
EQUIP.
01
Pegar o rolo de tecido e posicioná-lo na mesa de corte
Nadia + Elena
1
1,5
1,3
1,27
Manual
02
Espalhar o tecido formando o infesto em tantas camadas como forem necessárias e ou definidas no plano padrão da empresa.
Nadia + Elena
15
17
18
16,67
Manual
03
Espalhar a Folha do Ploter com o plano de corte ou demarcação com os modes.
Nadia + Elena
3
3,7
2,8
3,17
Manual
04
Prender o enfesto
Nadia + Elena
2
1,9
2,4
2,10
Manual
05
Efetuar o corte
Nadia + Elena
15
16
17
16,00
Disco corte
06
Separar as peças do enfesto
Nadia + Elena
12
13
14
13,00
Manual
07
Recolher restos de tecido
Nadia + Elena
4
4,5
4,8
4,43
Manual
Tempo total em minutos
56,63
Número de operadoras
2
Quantidade de peças cortadas no enfesto
40
Tempo unitário por peça/operadora
2,83
2 68
O Confeccionista MAI/JUN 2011
2011 prodv
OGIA L O N C E T , A D , MO INFORMAÇÃO OCÊ V M A R E P S E CIOS E BONS NEGÓ ZA EM FORTALE
FEIRA DE MÁQUINAS, EQUIPAMENTOS, SERVIÇOS E QUÍMICA PARA A INDÚSTRIA TÊXTIL EVENTOS PARALELOS:
Centro de Convenções do Ceará - Fortaleza
VALORIZANDO ODESIGN EDESCOBRINDO NOVOSTALENTOS
XXIV CONGRESSO NACIONAL DE TÉCNICOS TÊXTEIS www.abtt.org.br NORDESTE 2011
Apoio:
Idealização do Congresso:
www.brasilfashion-d.com.br
Organização e Secretaria Executiva do Congresso:
Hotel Oficial:
Empresa Associada:
O Confeccionista maI/JUN 2011
Promoção:
69
dica do especialista produção
Plano de Cronometragem do corte
Critérios
TEMPO % TOTAL DE CORTE/ COSTURA/ COSTURA PEÇA
Família
Modelo
Camadas do Enfesto
Calças
Ref. 1010
10 camadas
2,83
19
14,89%
Vestidos
Ref. 2030
20 camadas
5
42
11,90%
Bermudas
Ref. 0234
6 camadas
3
27
11,11%
Camisas pólo
Ref. 1430
12 camadas
3,5
18
19,44%
Recomendo que a cronometragem das etapas acima seja aplicada em um só modelo por família de produtos de sua coleção. Não é necessária a cronometragem de todos os modelos. Também devemos definir o número de camadas de enfesto e/ou número de peças que represente um padrão na sua empresa. Este padrão pode ser oriundo do que é mais usual em sua empresa em termos de volume x camadas de enfesto, como, por exemplo 10 camadas. Se esta é a situação que mais se repete na sua empresa, seu tempo padrão deve ser cronometrado nessa condição. O número de camadas a cronometrar pode mudar de acordo com as famílias de produtos que integram sua coleção, pois podemos ter tamanhos de lotes diferentes.
70
TEMPO TOTAL DO CORTE/ PEÇA (MIN.)
Outro fator importante é que a cronometragem deve ser repetida no mínimo três vezes na mesma situação padrão. Vejamos: Famílias: Calças – 01 Modelo; Vestidos – 01 Modelo; Bermudas – 01 Modelo; Camisas Polo – 01 Modelo. Lembramos que estamos estabelecendo comparativos coerentes para a medição de tempos e para, posteriormente, conhecermos a produtividade do setor de corte. A tabela acima demonstra o comparativo entre o tempo de corte cronometrado na situação padrão definida pela empresa e o tempo de costura do mesmo modelo. Assim, teremos a relação % entre tempo de corte x tempo de costura do modelo. Este padrão percentual poderá ser aplicado a todos os modelos de uma determinada família de produtos, para que saibamos o tempo
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de cada produto. É coerente dizer que se o tempo de costura variar, teremos a mesma variação no corte, sem a necessidade da medição de tempos de cada modelo. Isso facilita a mensuração do tempo e, inclusive, pode ser usado em várias coleções. Veja exemplo abaixo: Modelo: Calça Ref. 1011 Tempo de costura: 22 minutos % Aplicável da família Calças: 9,74% Tempo de Corte= (22 min. x 9,74%) = 2,14 minutos.
No exemplo acima, obtemos o tempo da ref. 1011 e de todas as outras calças da coleção, aplicando sempre o percentual da família de produtos sobre o tempo de costura do mesmo. Na próxima edição veja como medir a produtividade da sua indústria de confecção.#
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MUNDO TÊXTIL
Verão 2012
Tecidos
cores e padronagens Do brejeiro ao tecnológico, passando pelo retrô hippie e pela flora e fauna tropicais, saiba quais são os temas POR CAMILA GUESA
S
e a escolha das cores, tecidos e padronagens é sempre feita com muito cuidado pelas tecelagens e confecções, em época de alta no preço de uma das mais importantes matérias primas - o algodão -, o cuidado na seleção desses itens deve redobrar. Para auxiliar os empresários nessa decisão, a consultora de moda Luciana Parisi levou ao Senac Moda Informação um resumo do que viu no exterior, e que tende a ser usado no Verão 2011/2012 em termos de cores, fios, fibras e tecidos.
FOTO: SHUTTERSTOCK
Romântico e bucólico
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Com a proposta de dividir as inspirações da estação em temas, Parisi abriu a apresentação com o Jardim das Delícias, que exalta a natureza e pede o uso intensivo de tons naturais. Nesse tema, predominam os estilos romântico e bucólico, que evocam a qualidade de vida e o contato com a natureza. Cores de sorvete, tons terrosos e um leve toque de vermelho fazem parte da cartela de cores, junto aos beges e tons cosméticos levemente acinzentados e rosados. O tule é um dos tecidos mais fortes no tema.
O Confeccionista MAI/JUN 2011
Tecidos planos, fibras e acabamentos macios obtidos por meio de lavagens naturais são outros exemplos de materiais. Muito algodão ou fio tinto, bordados, chambray, tricoline, crepe e linho de viscose, sarja leve, rendas de algodão e de poliéster. Os florais predominam nas padronagens e rendas, e bordados são alternativas à estamparia. Listras delicadas também marcam presença.
Presença hippie O tema Explosão 70 é considerado o mais comercial pela consultora Luciana Parisi, já que rende desdobramentos. É uma continuidade da vertente boho hippie e homenageia Yves Saint Laurent. Resgata também os grandes ícones da moda dos anos 70. Nesse cenário, as cores empoeiradas e tons terrosos, como abóbora queimada, entram em composição com outras como, por exemplo, marrom, mostarda, mel e azul-índigo (inspirado no jeanswear). Roxo, verde-jade e vermelho-alaranjado também estarão em alta, tudo em uma vertente brechó, com tons azulados e acinzentados. Os tecidos mantêm aspecto simples e natural, porém com bases sofisticadas. O universo jeanswear
ganha destaque, assim como o look glam, traduzido por babados, transparências, voal de algodão, chiffon e voal de viscose, uma excelente alternativa para o algodão. Plissados também são importantes. Cetim com brilho, crepe de seda ou poliéster e algodão em fio tinto com bordados também serão vistos em muitas coleções. Aqui, os padrões pedem um mergulho nos arquivos de estampas e designs dos anos 70, apelando para os miniflorais e florais em estilo retrô, que ganham espaço em inúmeras peças, assim como o patchwork e estampas digitais psicodélicas.
Etnia em alta Inspirado nas culturas oriental, latina e americana, o Festa na Floresta é marcado pelo espírito de aventura. Tendo muito a ver com o Brasil e os países tropicais, o tema sugere um clima de férias e viagens exóticas com muito charme. Cores terrosas
e neutras, extremamente vibrantes e inspiradas na natureza, podem ser vistas na cartela, com os verdes vegetais e amarelos em destaque. Construções marcantes feitas em voal de viscose, algodão maquinetado, crepe de poliéster, seda, sarjas leves, tweeds de verão e moletinho. Poás, listras de diversas proporções, frutas – pequenas ou grandes -, borboletas étnicas, florais e folhagens exuberantes são algumas das padronagens.
Esportividade O encontro entre o minimalismo e o maximalismo marca o tema Mínimo Divisor Comum, com forte influência do design, traduzido nos tons neutros e frios, em contraste com cores supervibrantes. Nos tecidos, a estrutura aqui é fundamental. Os acabamentos são tecnológicos e o mundo dos esportes exerce forte influência. As padronagens predominantes serão listras largas e blocos de cor.#
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A melhoRrEGA
ENT PRONTA sil! a r B o d s a de malh 74
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Varejistas | Confeccionistas em Geral
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FOTO: DIVULGAÇÃO
MUNDO TÊXTIL
As lavagens da estação
Grupo GB Canaã apresenta novidades no mundo da lavagem de jeans, incluindo processos que quase não usam produtos químicos POR LAURA NAVAJAS
V
intage não é uma palavra nova no mundo do jeans. Pelo contrário, evidencia-se cada vez mais. Lavagens variadas destacam peças simples, com poucos acessórios, mas que se tornam exclusivas, diferenciadas. E as tendências para o verão foram apresentadas pelo Grupo GB Canaã, na quarta edição do Laundry Show, em São Paulo, evento que reuniu clientes, estilistas, designers e formadores de opinião. “Nosso principal objetivo é o de aproximação com clientes e apresentação das nossas ideias novas ao público”, conta Silfarley Peterli, sócio-diretor do Grupo. Segundo ele, o evento contou inclusive com a presença de concorrentes, o que é um bom sinal, pois ninguém caminha sozinho e o mercado
76
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brasileiro ainda tem muito o que crescer”. O evento contou com lounges sensoriais: Ozônio, Shine Confort e Bordados, e mais dois lançamentos: Vintage Ecológico e Stradivarius.
Nova lavagens Vintage Ecológico reúne uma coleção com lavagens variadas que, graças ao uso de técnicas modernas, tornam o desgaste da peça menos agressivo ao ambiente. “Tem que estar na moda, tem que ser vintage. Mas isso tem que ser feito com cuidado, temos que fazer de tudo para minimizar os efeitos do processo de lavagem no meio ambiente”, diz Peterli. A linha Stradivarius, premium,
faz alusão ao requinte de marca de um dos violinos mais valiosos do mundo. Shine Confort remete a uma lavagem que deixa o tecido com brilho discreto e maciez inigualável. “Existe similar desse resultado na Europa. Queríamos trazer para cá, então fechamos parceria com uma lavanderia na Turquia e conseguimos”, comemora o sócio diretor do Grupo GB Canaã. Por fim, a linha Mega Vintage se vale de lavagens que usam tecnologias diferenciadas para produzir modelos de jeans com desgastes que se assemelham muito aos causados pelo uso constante. O desfile técnico do 4o. Laudry Show foi finalizado com a peça Riversibol, que pode ser vestida dos dois lados. “É o jeans que vai direto do trabalho para a balada, uma peça única”, comenta Peterli.
Parceria O Grupo GB Canaã aproveitou o evento para divulgar a parceria fechada com a Jeanologia, empresa espanhola do Grupo Eurotrend especializada em pesquisas de tendências mundiais sobre jeans, o único bureaux especializado em lavanderias, com clientes em mais de 45 países. “Esta união representa um salto grande, pois poderemos apresentar o que há de melhor no resto do mundo com antecedência. O Brasil precisa disso para absorver moda mais rápidamente”, afirma Silfarley Peterli, sócio-diretor da GB Canaã. Segundo ele, a Jeanologia é parceira de apenas uma lavanderia em cada país: Itália, China, Espanha, Estados Unidos e, agora, Brasil. “É a nossa grande conquista da temporada”, comemora.
Na moda, a tendência é o conforto O conforto tem se tornado um elemento cada dia mais importante nas confecções. Independente da estação do ano ou do segmento de moda, vestir-se bem é estar de bem com a roupa que usa. Foi pensando no conforto ao consumidor que as etiquetas Confort ® foram desenvolvidas.
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Inverno 2012
Novidades em
fibras naturais
Duas fibras inovadoras são destaques para o Inverno 2012, segundo o Senai/Cetiqt: a fibra da bananeira e a da paina Fibra de Bananeira
Fibra de Paina (Kapok)
Em tecidos planos e de malha, a fibra de bananeira pode ser usada em misturas íntimas e mecânicas, com algodão, viscose, bambu, poliéster, modal, tencel e seda. Nessas misturas, a porcentagem ideal é de 35%. Trata-se de uma fibra proveniente de fonte renovável e totalmente biodegradável.
É uma fibra natural que reúne todos os preceitos da sustentabilidade: é orgânica, socialmente responsável e biodegradável. Foi muito utilizada como enchimento de travesseiros e edredons. Atualmente, misturada ao algodão, é usada para produzir casualwear.
Características:
Características:
• Isolação térmica • Boa absorção de umidade • Baixo coeficiente de alongamento • Aparência brilhante (dependendo da extração e processo de fiação) • Antiestática
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Antimicrobiana Antibactericida Impermeabilidade natural Respirabilidade Leveza Isolamento térmico
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Verão 2013
Fibras
fios e cores Senai/Cetiqt apresenta um preview de tendências para a estação mais quente do ano
FOTO: AGENCIA FOTOSITE
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legria, originalidade e dinamismo são as propostas para o Verão 2013. Segundo Michelle Carvalho, do Instituto de Design do Senai/ Cetiqt, uma das palestrantes no Enat (Encontro Nacional de Tecelagem e Confecção), “fibras e fios aparecem combinados em um caminho ‘mais verde’ e buscam ricas e exuberantes ideias que ressaltam o brilhantismo”. Veja o que vem por aí: Materiais sintéticos e artificiais crescem em promessas de novas possibilidades e buscam o equilíbrio, onde a natureza e a inovação tecnológica unem forças para um mundo sustentável. - Poliéster reciclado de fontes diversas como: tecidos recuperados, embalagens, sobras de estoque, entre outros, emprestam aos fios cores específicas. - Novos derivados dos tecidos planos e malhas básicas prometem beleza extraordinária. - Texturas rústicas, naturais e ecológicas são essenciais na estação. - Enobrecimentos são cada vez mais valorizados, seja no nanotêxtil ou em referências passadas. - Os fios fantasia denotam originalidade, marcados por irregularidades naturais. - Xadrezes e minixadrezes brincam com cores e listras simétricas e assimétricas. Muita estamparia digital: jogo de camadas, véus, figuras complexas e
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místicas e técnicas reinventadas. - Efeitos bicolores e tricolores em cambraias de linho e algodão com acabamentos de silicone misturam tecnologia e natureza. - Cores iluminadas, como um lindo e vivo pink, amarelo-solar, coral-aventura, vermelho-pimenta e azul-turquesa são propostas de referências para um quente verão. - Numa mistura inspirada em culturas variadas, cores são básicas: amarelo-ensolarado, marinho, branco, vermelho, bege e cinza-prata para tecidos clássicos. - Cores dinâmicas são refinadas por fios e estruturas, criando uma atmosfera de calma claridade. - Contraste do fosco e do brilhante aparecem no jogo das misturas de fibras e cores. - Abstrato, chique e deslumbrante, as cores neutras são reinventadas em tecidos acetinados, texturizados, drapeados e em estampas vanguardistas.#
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Nova diretoria toma posse
Tavex e Rhodia vencem Prêmio Sinditêxtil A premiação ocorreu em 28 de abril no Jockey Club de São Paulo, durante a posse da nova diretoria do sindicato têxtil paulista
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té 2007, os efluentes oriundos dos processos de tingimento e acabamento do denim produzido pela Tavex no Brasil eram neutralizados com ácido sulfúrico. Após estudos técnicos, essa substância altamente corrosiva e tóxica foi substituída pelo dióxido de carbono (CO2) proveniente do próprio processo industrial. Implantada inicialmente na planta de Tatuí (SP), a nova tecnologia chegou às fábricas de Americana (SP) e Socorro (SE) no ano seguinte. Graças a ela, três mil toneladas de CO2 deixaram de ser lançadas na atmosfera anualmente pela empresa, uma redução de 4,5% no total que a Tavex emite na queima de combustíveis fósseis no País. A iniciativa proporcionou ainda economia de cerca de R$ 2,5 milhões e conferiu à empresa o prêmio Sinditêxtil na categoria Gestão Ambiental.
Inovação Na categoria Inovação Tecnológica, a vencedora foi a Rhodia do Brasil, responsável pelo desenvolvimento do Emana, fio têxtil de poliamida 6.6, considerado uma das maiores inovações do grupo no mundo nos últimos anos. Trata-se de um fio inteligente, que
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absorve o calor do corpo humano para devolvê-lo sob a forma de raios infravermelhos longos, que penetram na pele e promovem a bioestimulação do metabolismo. Os benefícios oferecidos - redução nos sinais de celulite, melhora na elasticidade da pele e redução da fadiga muscular - foram comprovados por estudos científicos. As vendas do produto tiveram início em 2010 e hoje as mais conhecidas marcas de lingerie e de roupas esportivas já criam a partir dessa tecnologia.
Outras categorias Na categoria Mérito Exportador, a ganhadora foi a Coats (antiga Linhas Corrente), a primeira indústria têxtil exportadora do Estado. O empresário Fuad Mattar, presidente do grupo Paramount Têxteis, o maior lanifício da América Latina, foi premiado na categoria Personalidade Têxtil. O governador Geraldo Alckmin, pela redução do ICMS dos têxteis de 18% para 12% em 2003 e, em 2011, de 12% para 7%, além de ter aperfeiçoado o decreto e incluído mais empresas no benefício, foi agraciado com o Prêmio Principal.#
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Temas para o Verão Quatro temas permeiam os lançamentos em tecidos da Adar. Gypset, de inspiração nos anos 70, traz para as mulheres transparências, brilhos e animal print; tecidos leves com estampas étnicas e florais para os homens, e rendas, sarjas, malhas e camurças para crianças. Resort destaca cores como berries, azul e damasco em camisas xadrezes para os homens, em modelagens que valorizam o corpo da mulher, em tons de tangerina, coral, amarelo e verde e, para as crianças, o estilo náutico em tons como o azul-marinho, vermelho, branco e dourado. Dolce Vita, de inspiração romântica, propõe looks despojados, mas elegantes. Cores como cinza, preta e neutras dominam as peças masculinas; tules, bordados, rendas e babados, em cores como off white, azul-ilusion e rosa-pálido predominam nas femininas e, para as crianças, estampas florais, pois, xadrezes e babados. O estilo marcante do motorcycle são as maiores influências da linha Summer Rock, que tem como destaque o jeans.
Fios multicoloridos A indústria da moda sobrevive sempre buscando o novo. Não à toa, a tecelagem catarinense RenauxView, com 86 anos de mercado, desenvolveu internamente uma máquina de tingimento que produz fios multicoloridos, o que possibilita que um mesmo carretel tenha três cores. Enquanto no método usual, o rolo é submerso num caldeirão e tingido de uma mesma cor, no processo de tingimento de fios multicoloridos o carretel não é submerso e recebe três jatos de cores diferentes. O diferencial é que, quando desenrolado, cada parte do fio exibirá uma das cores. Quando esse fio for usado na tecelagem, proporcionará um visual final inusitado ao tecido. Com o novo equipamento é possível ainda retingir o rolo, de forma a obter seis ou nove cores diferentes. O efeito final pode ser usado como diferencial nas criações de xadrezes, jacquards, etc, afirma a empresa. Segundo a RenauxView, o processo pode ser realizado em qualquer tipo de fio.
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Acontece
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Sustentabilidade Para o verão 2012, a fabricante de malhas Beckhauser apresenta a Coleção Amazônia, inspirada nos recursos da maior floresta brasileira. Nas peças, predominam os tons de bege, kaki, verde-intenso, laranja e azul, além de texturas de peles de animais, relevos, canelados e bases em malha, linho e flamê. A coleção tem tudo a ver com a empresa, que adota práticas que minimizam os danos ao meio ambiente. Entre elas, um sistema de recuperação de calor que reduz o consumo de combustível em 20%; a redução de consumo de água, redução de resíduos sólidos, gases e produtos químicos.
Resistente ao fogo
Um denim resistente a chamas, para a produção de roupas profissionais. Essa novidade da Santista Workwear acaba de chegar ao mercado nacional. Denominado Denim-X, o tecido atende à demanda dos setores elétrico, industrial e petroquímico, nos quais os trabalhadores são expostos ao risco de arco elétrico e/ou fogo repentino. Apresenta ATPV (Arc Thermal Performance Value) de 16,4 cal/cm2, o que, segundo a fabricante Tavex, garante excelente performance de proteção, além de alta resistência e durabilidade.
Malhas PET
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Chega ao mercado Vivus, nova marca da Malhas Teda. Resultado de investimento contínuo em pesquisa e desenvolvimento, os produtos da Vivus são desenvolvidos com fios advindos da reciclagem de embalagens PET. A coleção é formada por quatro linhas de malha: a Disco, com florais exóticos, brilho da cabeça aos pés, muita festa e emoção. Pop Art, baseada em histórias em quadrinhos que mesclam a energia das cores, com listras, poás e geométricos. Divindade tem no ballet sua principal inspiração. Lady, com cores suaves, excêntricas e elegantes.
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Novas entretelas Uma entretela conhecida como “papel cola” e dotada da tecnologia “Power Dot” é a novidade da Freudenberg Não Tecidos. “Esta nova tecnologia possibilita que a entretela seja a única do mercado com aplicação termoadesiva de poliamida e grande capacidade de fixação em vários tipos de tecido, malhas e feltros”, afirma o gerente comercial da divisão de entretelas da empresa, Reinaldo Cinquin. As novas entretelas AU 1640 PA são comercializadas em rolos com 0,90 x 0,50 m, 0,90 x 25 m ou 0,45 x 50 m.
Anos
Tudo na fita
A fabricante de fitas Britânnia investiu pesado em pesquisa de mercado para desenvolver a nova coleção, trabalhada sobre os quatro elementos: terra, água, fogo e ar, além de um quinto, chamado sopro da inspiração. Há fitas que lembram o Litoral da Espanha, outras que remetem ao passado, que expressam latinidade (baseadas principalmente na figura da mexicana Frida Kahlo) e até utilizam o jeans. “O tecido é o jeans, mas a cor o cliente escolhe, como nos outros modelos de fita”, diz a consultora de moda da empresa, Renata Veloso.
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TECNOLOGIA
Rede social de moda
FOTOS: SHUTTERSTOCK
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uem não gostaria de compartilhar suas criações nas redes sociais ou mesmo com clientes? Pois a Audaces – especializada em automação para confecções – acaba de lançar a primeira rede social de moda voltada para a divulgação de criações. Esse novo ambiente online é totalmente colaborativo e integrado ao software Idea NasNuvens, da Audaces, e tem acesso gratuito. Por meio dele, o usuário se depara com uma ampla galeria de desenhos vetoriais e imagens, pode postar e compartilhar suas próprias criações e interagir com outras pessoas. Segundo Jonas Engler, gerente comercial do Audaces IDEA, essa rede social chega para democratizar o acesso à tecnologia de moda e re-
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forçar a marca Audaces nesse segmento. Para marcar o lançamento, a Audaces lançou um concurso cultural que premiará as melhores criações apresentadas na rede. O compartilhamento de arquivos é opcional, ou seja, o dono do perfil decide se permite ou não a divulgação de suas criações e se compartilha apenas com seus amigos ou com toda a rede. Como a interação é uma forte característica das redes sociais, este serviço dispõe de um espaço exclusivo para fóruns de discussão, destinado à troca de informações, resolução de problemas e esclarecimento de dúvidas. Além disso, é possível comentar as criações de outros membros e se comunicar com outras redes sociais, como Twitter e Facebook. www.audacesidea.com.br #
Aplicativos Móveis
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epresentantes de vendas do segmento de confecções têm agora à sua disposição recursos do ERP Millennium Business para smartphones e tablets equipados com o sistema operacional Android. O aplicativo Millennium ITMobile possibilita acesso remoto a bancos de dados da empresa, o que viabiliza, por exemplo, a consulta de informações sobre os clientes e o lançamento de pedidos. Outra característica do aplicativo é a possibilidade de trabalhar mesmo em regiões sem conexão 3G, e até mesmo offline. Para casos desse tipo, os dados são sincronizados de forma automática ao ERP Millennium Business, posteriormente, assim que o sistema detecta uma conexão. Em uma segunda fase, o aplicativo vai viabiizar também o acesso a um
conjunto mais amplo de informações gerenciais, incluindo gráficos de desempenho das vendas e relatórios de faturamento. A ideia é que o uso seja estendido a gerentes e diretores de lojas de confecção.
Grade de produtos Segundo Rodrigo Motono, diretor comercial da Millennium Network, especialista em softwares de gestão para a indústria e o varejo de moda e vestuário, o principal diferencial do aplicativo é a mobilização completa da grade de produtos. “É possível visualizar na tela do aparelho diversas categorias e subcategorias de informações, tais como peças, cores, tamanhos, preços, etc. Por meio desse recurso, a ferramenta dá acesso a um grande volume de dados sem ter a performance pre-
judicada,” afirma. O lançamento é fruto de parceria entre a Millennium e a IT Mobile (especialista em desenvolvimento de softwares para tecnologia móvel). Além do Millennium Business, a Millennium planeja levar a mobilidade para o Millennium Basic, voltado para micro e pequenas empresas de confecção. www.millennium.com.br #
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dica do especialista
gESTÃO
Acerte na mosca (Parte 2)
Profissionalismo e competência são necessários em todas as áreas da empresa, a começar pelos dirigentes, que devem ser o modelo
O sucesso de uma confecção depende de como a gestão está sendo conduzida nas várias áreas: planejamento estratégico, produção, RH, finanças e mercado. E todas elas devem ir bem; afinal, são partes importantes da mesma engrenagem. Nesta edição, falaremos sobre os erros e acertos da Gestão de Pessoas Erro: investir pouco nas pessoas Acreditar que já sabe tudo sobre o negócio de confecções. Humildade é uma atitude fundamental para se continuar aprendendo. Palavras convencem, exemplos arrastam. Acerto: as pessoas constituem a alma de uma organização. O desenvolvimento dos colaboradores é uma grande vantagem competitiva para garantir sua permanência no mercado. Conforme um provérbio Chinês: “Se você quer um ano de prosperidade, cultive trigo. Se você quer dez anos de prosperidade, cultive árvores. Se você quer cem anos de prosperidade, cultive pessoas”. Deve haver estratégia de capacitação interna bem definida e não apenas treinamento esporádico e sem foco. Treine e capacite sua equipe o mais rápido possível, porque seus concorrentes, neste mo-
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Soeli de Oliveira é consultora e palestrante nas áreas de Marketing, Varejo, Atendimento e Motivação do Instituto Tecnológico de Negócios, de Novo Hamburgo (RS). soeli@sinos.net
mento, estão fazendo exatamente isso. Todo o time da empresa, administração, vigilância, produção, direção, limpeza, etc., deve estar treinado e em sintonia na busca por resultados. Programas de treinamento não podem ser vistos como custo operacional, mas como investimento necessário para que a estratégia empresarial seja bem sucedida. Investir no desenvolvimento de pessoas exige profundo interesse da direção da empresa e nem sempre traz retorno de curto prazo, mas cria as condições necessárias para que o empreendimento garanta continuidade no longo prazo, mesmo que estes profissionais treinados não permaneçam nele para sempre. Erro: selecionar mal e não valorizar os colaboradores Acerto: O momento da escolha de colaboradores é fundamental para o sucesso da empresa, pois as pessoas são as peças mais importantes de todo o sistema. Portanto, a escolha não pode ser leviana, superficial ou apressada. Uma boa dica é sempre analisar, no mínimo, três candidatos, pois isso aumenta a capacidade de acerto na escolha.
Algumas dicas para seleção de novos colaboradores:
- Pergunte-se: que necessidade de pessoal você tem em número, prazo e perfil profissional? - Converse com os candidatos, buscando informações do histórico de cada um deles, experiências profissionais e habilidades. - Para isso, defina o CHA, que tipo de Conhecimento, Habilidades e Atitude o candidato deve ter. - Informe como é seu método de trabalho. Esclareça todas as questões de funcionamento e remuneração. Defina bem as funções e responsabilidades do dia a dia. Certifique-se de que as pessoas certas estão nas funções certas, promovendo o devido reconhecimento, quando merecido. A promoção de
ambientes motivadores, de alegria, bem-estar e reconhecimento profissional é sem dúvida um impulsionador de resultados positivos. Cabe à empresa e a seus líderes o compromisso com a criação de um ambiente harmônico, estimulante, transparente, de valorização e de justas recompensas. Quando isso ocorre, naturalmente resulta em clima favorável ao comprometimento e à motivação, com ganhos para ambas as partes. Um chefe pode obrigar um funcionário a fazer um trabalho, especialmente durante tempos economicamente difíceis, mas não pode obrigá-lo a entregar sua paixão e sua imaginação nesse trabalho. É necessário definir e monitorar
indicadores. Ter objetivo de trabalho diário é um fator de motivação e comprometimento com os planos da empresa. É importante na contratação deixar bem claro ao novo colaborador quais as metas mínimas que ele deverá atingir todos os dias. Estabelecer metas a atingir é fundamental para cobrar desempenho.
Algumas estratégias motivacionais:
- O discurso da empresa deve ser coerente com a prática. - Praticar a comunicação interna de modo claro e objetivo. - Ouvir e dar “feedback”, para que as pessoas saibam como estão realizando suas atividades e, assim, possam compreender a a importância delas para a organização.#
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dica do especialista
Confecção
Tecnologia para todos (Parte 1) A tecnologia aplicada à confecção não para de avançar. É preciso estar atento a essas novidades para poder escolher as que melhor se aplicam às condições de sua empresa
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Nas últimas feiras internacionais e nacionais temos observado a evolução das tecnologias aplicadas à indústria de Confecção. Sistemas de CAD para modelagem, graduação, encaixe e risco, máquinas automáticas de corte, máquinas de costura automáticas, máquinas para passadoria, sistemas de gerenciamento e informações têm sido apresentados em todas estas feiras. A maioria dos fabricantes aperfeiçoou os produtos existentes, adequando-os a novas necessidades e tornando-os mais acessíveis ao mercado. Os escâneres de corpo (body-scanners) e a modelagem tridimensional, com o uso de avatares, podem ser encarados como uma efetiva evolução nas tecnologias aplicadas ao segmento. Não se pode esquecer que a informatização dos ambientes de trabalho e dos equipamentos alavancam todas essas novas tecnologias. E que essas tecnologias vêm ao encontro do que o mercado está pedindo, como, por exemplo:
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Paulo Roberto de Almeida Gonzaga Gerente do setor de Confecção Industrial do Senai-Cetiqt
Automação e flexibilidade
É cada vez mais frequente o uso de máquinas de costura automáticas, onde o operador é treinado em pouco tempo e o resultado em produtividade e qualidade são excepcionais. Esse equipamento pode substituir quatro a cinco costureiras experientes (hoje em falta no mercado). Porém, os novos equipamentos aliam essa condição à flexibilização, ou seja, é possível, na mesma máquina, realizar automaticamente diferentes padrões de um mesmo tipo de operação, pois em poucos minutos o próprio operador, sem a necessidade de mecânicos especializados, ajusta o equipamento para uma nova característica de produção. Como exemplo podem ser citadas as máquinas de pregar bolso automáticas, que chegam a produzir até 600 variações de bolso (forma e pesponto), bem como as máquinas com campo programável, que podem realizar qualquer variável de costura nesses campos (desenhos, logotipos, aplicações).
Equipamentos multiuso
Uma mesma máquina pode ser programada para realizar uma sequência de operações de um mesmo produto, ou mesmo todo o produto, desde que estas operações tenham alguma similaridade. Isso se faz necessário, pois cada vez mais os lotes de produção são menores. Com isso, pode-se otimizar o uso do equipamento e fazer com que o produto chegue mais rápido ao mercado consumidor. Há equipamentos que fazem uma camiseta completa e outros que realizam vários tipos de travete em um mesmo produto.
Adequação da tecnologia ao porte do cliente
Até há algum tempo se dizia que um sistema de CAD só era aplicável a um grupo específico de empresas que produziam acima de um determinado valor. Porém, o que se vê hoje é que algumas dessas novas tecnologias estão disponíveis para empresas de qualquer porte, seja ela pequena, média ou grande, pois existem soluções compatíveis com o tamanho de cada uma. Há sistemas pré-pagos ou por aluguel e ainda se podem adquirir novos módulos à medida que a empresa evolui. Os sistemas de CAD para modelagem, gradua-
ção, encaixe e risco e os de bordado estão aí para provar isso.
Produção personalizada em larga escala
A indústria de confecção, em vez de produzir em massa, tentando definir um padrão médio de pessoa, passa a produzir a roupa para um indivíduo específico. Discutese muito preço e custo desse processo, fator que inviabiliza a adoção por parte de um número maior de empresas. Esquece-se, porém, do custo de manter os estoques, do custo das sobras, das lojas e das fábricas. O segmento da confecção que põe em prática essa forma de trabalho é o que produz ternos, pois, normalmente não entrega o produto no momento certo da venda ao cliente e ainda tem custos de ajuste da roupa. Porém, para desenvolver essa tendência com sucesso, é preciso investir em tecnologia, como body-scanner, modelagem sob medida, encaixe automático, enfesto e corte automático de folha única, bem como sistemas de produção unitária.
Interface entre sistemas
Essa interface entre sistemas permite que o ponto de venda esteja interligado à fábrica e vice-
versa, podendo assim, imediatamente, transferir as informações de um local para o outro, on-line. Entre essas informações podem estar as medidas do corpo de um comprador ou as vendas de um determinado produto. Esta interface permite, ainda, que uma empresa de confecção tenha o CAD de modelagem, o plotter, a enfestadeira e a cortadora de diferentes fabricantes. Ainda que visto pelo mercado, principalmente pelas grandes empresas de tecnologia, como algo discutível, vê-se que as empresas consideradas menores cada vez mais conseguem a interface dos seus sistemas com a tecnologia das empresas maiores.
Fast Fashion
O menor prazo possível do processo de criação até a entrega ao cliente. Essa tendência já é atendida pelas empresas de tecnologia mediante simuladores de produtos (modelagem em 3D), sistemas de venda on-line, processos automáticos (encaixe e corte automáticos), sistemas de costura por lote ou unitário, passadoria do produto completo e gestão da coleção via web (Product lifecicle management). Acompanhe na próxima edição de O Confeccionista os detalhes de algumas das novas tecnologias.#
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arte/bordado
Como antigamente
Bordadeira do Paraná se vale da tecnologia das máquinas industriais para fazer bordados artesanais
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bordado artesanal é uma atividade que exige grande habilidade manual, certo? Não mais. As máquinas industriais podem, sim, ser utilizadas para criar peças com a cara das que nossas avós faziam, como prova Almira Costa de Lima. “Tudo começou quando procurei uma máquina para me auxiliar a fazer crochê. Mas em vez disso, encontrei uma máquina de bordar doméstica - que logo substituí por uma industrial - e me apaixonei pelo bordado”, conta. A artesã utiliza uma máquina industrial de duas cabeças para criar bordados em toalhas, panos de prato, caminhos de mesa e outras peças, como se tivessem sido feitos à mão. O segredo? Criatividade. “Eu tenho uma teoria: o artesão não necessariamente precisa trabalhar apenas com a agulha de mão. Ele pode seguir as possibilidades que sua época oferece”, justifica.
FOTOS: LAURA NAVAJAS
Gosto pela arte Como toda boa menina do interior, Almira aprendeu a bordar ainda criança. Sua carreira, no entanto, enveredou por outros caminhos. Como pianista, aprendeu a desenvolver o dom da sensibilidade e criatividade. Como bancária, conviveu com o que o mundo moderno pode lhe oferecer. Ao se aposentar, por motivos de saúde, há 12 anos, retomou o bordado da adolescência, adaptando o que sabia ao que há de mais moderno na tecnologia. Tanto é que ela segue os mesmos passos, a mesma sequência do bordado à mão, independentemente de a atividade estar sendo feita na máquina. “Começo com os preparos, a costura, o corte e o acabamento e, sem ter bons conhe-
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cimentos de bordado manual, isso tudo ficaria muito difícil”, explica. Almira cria seus próprios desenhos ou, de acordo com o que pretende elaborar, encomenda pela internet. Um recurso que Almira tem usado muito é um tecido solúvel como suporte ao bordado. Pronto o trabalho, esse tecido é dissolvido em água.
Vendas Para vender suas peças, Almira expõe em feiras artesanais ou atende sob encomenda. Nenhuma loja, nem no interior do Paraná, de onde vem a artesã, nem em Minas, para onde pretende se mudar. Os preços podem variar, mas ela não se desvaloriza. “A máquina pode baratear os custos, mas é fato que muitos artesãos vendem barato demais, o que é muito ruim. Existe um investimento de tempo e dinheiro em aprimoramento que precisa ser valorizado”, conclui. (L.N).# Almira: criatividade
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em pauta
Ecológica e justa União de entidades de seis estados do país garante produção em esquema sustentável e gerador de renda por laura navajas
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FOTOS: divulgação
oupas com algodão agroecológico, bolsas, colares. A produção da Justa Trama é totalmente verticalizada, tem início no plantio do algodão e envolve diversas comunidades de seis estados do Brasil. Cada etapa da produção das peças da grife é feita por mais de 700 trabalhadores do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Minas Gerais, Rondônia e Ceará. “Todos são proprietários da marca”, resume Nelsa Inês Fabian Nespolo, diretora presidente da Cooperativa Central Justa Trama. Além de ser ecológica, a Justa Trama consegue, com a produção direta das cooperativas - e, portanto, sem o atravessador - agregar valor em todas as etapas, com ganhos de 50 a 100% acima do mercado, ainda que seus preços sejam bastante acessíveis. “Houve muita reflexão a respeito do valor a ser cobrado nas peças. Em 2005, na primeira produção, definimos que valor justo seria aquele acessível a quem produz”, explica Nelsa. Os produtos podem ser adquiridos pela internet, pelo site www.justatrama.com.br
Em etapas A produção do algodão agroecológico cabe à Associação de Desenvolvimento Educacional e Cultural de Tauá – ADEC, que agrega associados
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em nove municípios do Estado do Ceará. São agricultores faCooperados têm trabalho miliares que recebem as semene rendimento justo tes e, após o cultivo, beneficiam e comercializam o algodão em pluma para o restante da cadeia. Porto Alegre, na Cooperativa Univens A Coopertêxtil - Cooperativa de (Cooperativa de Costureiras Unidas Produção Têxtil de Pará de Minas Venceremos) - as roupas em série. É (MG), com 289 cooperados, produz na capital gaúcha também onde está o fio e o tecido da Justa Trama. Já a a sede, o estoque e a administração confecção das roupas ocorre em três da Justa Trama. estados: em São Paulo, no municíMas não é só. Em Porto Velho (RO), pio de Santo André, pelas mãos da mulheres e homens participantes da Coopstilus - Cooperativa Industrial Cooperativa Açaí coletam e benefide Trabalhadores em Confecção ciam sementes da Amazônia que se Stilus (só peças infantis); em Santa transformam em botões, colares e Catarina (Itajaí) - as peças artesa- outros acessórios que acompanham nais; e no Rio Grande do Sul, em as roupas da grife.#
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