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EDITORIAL O que é?
Este jornal é uma inciativa do projeto de pesquisa Natureza Urbana associado ao Programa Extensionista Ind.Lab - Laboratório Nômade do Comum que faz parte do conjunto de ações do Grupo de Pesquisa Indisciplinar-UFMG. Natureza Urbana busca conectar cidadãos, movimentos sociais e associações comunitárias locais em torno da defesa das áreas verdes da região metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) e do compartilhamento livre de uso público destas áreas com a população. A logo prazo nesta iniciativa, pretendemos fomentar com informações, projetos e planos urbanísticos, políticas de preservação e ampliação de áreas verdes, áreas destinadas à agricultura urbana e áreas de lazer/ parques aberto ao público na RMBH.
Um pouco da história Em fevereiro de 2013, o grupo de Pesquisa
Indisciplinar inicia sua participação efetiva na teia formada ao redor do movimento Fica Ficus. Desde então, muitas conexões com outros grupos e movimentos em defesa da qualidade de vida urbana aconteceram. Entre 2013 e 2015, com a intensificação dos movimentos multitudinários contra os processos de urbanização neoliberal no Brasil, constituiu-se uma rede de apoio mútuo compartilhando experiências ativistas e aos poucos, agregando movimentos sociais, culturais e ambientais, tanto da Região Metropolitana de Belo Horizonte quanto de outras regiões do país como o Parque Augusta de São Paulo ou o Ocupe Estelita de Recife. Em 2014 o grupo decidiu desenvolver uma coleção de posters/ cartilhas que resumissem suas ações e uma delas foi o Natureza Urbana que resumia todo o processo realizado junto ao Fica Ficus até aquele momento.
Processo de pesquisa Como parte do processo cartográfico, a produção do con-
hecimento de todas as pesquisas extensionistas do grupo Indisciplinar têm como objetivo principal gerar tecnologia social. Neste sentido, toda a metodologia e os processos de investigação partem do encontro cotidiano entre universidade, movimentos sociais, culturais e ambientais envolvidos nas lutas territoriais e desdobram-se em múltiplos campos de ação compartilhados em rede: participação em reuniões, representações em Ministério Público, qualificação do debate para audiências públicas, produção de monografias, dissertações de mestrado, teses de doutorado, TCCs, projetos de pesquisa e extensão, disciplinas que participam do cruzamento destes projetos com os movimentos, produção de artigos científicos, eventos e ocupações culturais. O grupo vem atuando diretamente no design, desenvolvimento e manutenção de wikis, blogs, fanpages, mapas georreferenciados, projetos gráficos, infográficos, fanzines, cartilhas, dentre outros. Assim, nos instrumentalizamos do potencial das tecnologias de informação e comunicação (TICs) para discutir, numa abordagem prática e cotidiana, técnicas, metodologias e políticas de empoderamento e autonomia de ações coletivas que enriquecem a vida urbana contrapondo processos de alienação cidadã. Deste modo, construímos tecnopolíticas por meio de processos de democratização que garantem a neutralidade das conexões dadas no sistema urbano. Percorrendo processos de politização das informações do urbano, que são de direito público, fomentamos questões e processos de agenciamento autônomos que emergem em práticas cotidianas, nos movimentos sociais e nas lutas pelo direito à cidade. Nossas ações buscam sempre criar, experimentar e aplicar processos que democratizem e sensibilizem a informação. Em processo constante de retroalimentação (feedback), a informação é coletada, distribuída e após um processo de politização coletiva retorna alimentando novos processos de idéias e ações coletivas. Esta metodologia sistêmica de trabalho sempre busca eleger práticas culturais de tecnopolíticas e urbanismo entre pares. A Rede Verde, uma teia de lutas pela preservação do ambiente natural em nossas cidades, é um movimento do qual fazemos parte num processo de copesquisa, ação de investigação engajada, ou seja, na qual não separamos teoria da prática. Este processo não dissocia sujeito de objeto e se faz de maneira aberta a mudanças de perspectiva, possuindo uma tendência política na qual a produção de conhecimento e o ativismo se sobrepõem.
A Rede Verde, um dos parceiros do projeto Natureza Urbana, é um movimento que emerge na conexão das ações coletivas pela defesa da Mata do Planalto, do Parque Jardim América e das demais áreas verdes da cidade ameaçadas pelo Projeto de Emenda à Lei Orgânica (PELO) de Belo Horizonte que propõe mudanças nas regras de ocupação das áreas verdes da cidade. De autoria da prefeitura, a proposta PELO nº 7/2014 permite a instalação de equipamentos públicos de saúde, educação e assistência social em praças, parques, reservas ecológicas e espaços tombados, onde até então é proibida qualquer construção. Parques, praças, jardins, áreas de preservação ambiental são fundamentais para a qualidade de vida e garantem uma vida mais saudável e locais coletivos para que os cidadãos possam viver parte das suas vidas também em espaços de convívio que não sejam necessariamente shoppings, instituições, condomínios fechados, entre outros. O direito à vida de qualidade nas cidades deve fazer parte da vida cotidiana de todos!
índice EDITORIAL REDE VERDE LAGOA DO NADO SERRA DO GANDARELA FICA FICUS PARQUE JARDIM AMÉRICA PARQUE AUGUSTA AÇÃO CULTURAL
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200 m 1000 ft
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Apr 2012
Auto
2012
AGRICULTURA URBANA
-19.93494, -43.94282
De:
Apr 2012 Feb 2013
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Mais informações
May 2015
HORTA Dec 2013
2014
2015
May 2015
POMAR PERMACULTURA ARQUITETURA VERDE CAVAS DE MINERAÇÃO DESATIVADA
OUTRAS CAMADAS [ OCULTAR ]
BACIAS ELEMENTARES DE BELO HORIZONTE
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Agricultura Urbana Arquitetura Verde
Campos de Futebol Áreas Residuais do Sistema Viário
Cavas de mineração desativada
O QUESTIONÁRIO NÃO É OBRIGATÓRIO Horário e funcionamento O espaço é aberto ou fechado? Aberto
Fechado
Não se aplica
Qual seu horário de funcionamento?
Gestão e domínio
Qual o tipo de gestão do espaço? Público Patrocínio
Privado
Comum/Autônomo
Parceria Público-Privada
Qual o domínio do espaço? Municipal
Estadual
Federal
Áreas de proteção ambiental
O espaço é uma Área de Proteção Ambiental? Sim
Não
Se sim, de qual tipo?
Contrapartidas de Empreendimento
ttps://naturezaurbana.crowdmap.com/reports/submit/
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A Rede Verde
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NATUREZA URBANA REDE VERDE rede verde
falas dos alunos bolsistas do indlab sobre a imporância da rede verde para o documentário “natureza”.
A Rede Verde, um dos parceiros do projeto Natureza Urbana, é um movimento que emerge na conexão das ações coletivas pela defesa da Mata do Planalto, do Parque Jardim América e das demais áreas verdes da cidade ameaçadas pelo Projeto de Emenda à Lei Orgânica (PELO) de Belo Horizonte que propõe mudanças nas regras de ocupação das áreas verdes da cidade. De autoria da prefeitura, a proposta PELO nº 7/2014 permite a instalação de equipamentos públicos de saúde, educação e assistência social em praças, parques, reservas ecológicas e espaços tombados, onde até então é proibida qualquer construção. Parques, praças, jardins, áreas de preservação ambiental são fundamentais para a qualidade de vida e garantem uma vida“mais saudável e locais coletivos para que os cidadãos possam viver parte das suas vidas também em espaços de convívio que não sejam necessariamente shoppings, instituições, condomínios fechados, entre outros. O direito à vida de qualidade nas cidades deve fazer parte da vida cotidiana de todos!
No contexto que a gente está vivendo de crise ambiental e crise hídrica, o espaço verde se torna muito mais importante do que meramente uma questão estética. É uma área de regeneração do meio ambiente, área que não está concretada, onde as árvores podem respirar e os pássaros podem habitar lá.” [Nuno] “Temos que pensar a rede verde também tanto ela como rede de seres que dependem uns dos outros, que somos nós e as árvores e todo esse bioma, e a rede de movimentos também, que acaba que um dos propósitos da criação desta rede foi fortalecer os movimentos uns aos outros fazendo com que eles se conheçam.” [Anne]
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“E tem a questão também de que o ambiente não funciona de forma isolada. O parque isolado do resto. É todo um ecossistema, um ambiente que toda a cidade faz parte (...) É muito importante fazer uma rede, de conectar toda a belo horizonte para entender que toda e qualquer área que está em Belo Horizonte e toda e qualquer ameaça que aconteça a elas é importante não só para o local, ou para o bairro ou vizinho que acha bonitinho o passarinho, mas é para o todo, para a água, para o meio ambiente, pro céu, etc.” [Octávio] “Uma importância também que eu vejo na rede, a questão de uma luta enxergar a outra, acaba que uma luta acaba aprendendo com a outra também. Seus instrumentos pra lutar e agir realmente. Às vezes a gente pega alguns exemplos do que tem acontecendo em São Paulo é o mesmo que está acontecendo aqui e o que a gente pode fazer é muito parecido com o que eles fazem.” [Anne]
“Entender que existe um anseio geral também. Que apesar das lutas serem de causas específicas, tem muito similar o que acontece no parque augusta e na mata do planalto. Estão presentes não só nas comunidades como também na sociedade como um todo, porque vem da necessidade.” [Octávio]
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“Também entender que é uma coisa comum a todos. não é um interesse individual de um partido ou de um movimento. é um sistema né. é entender que o mundo inteiro funciona como um sistema e sistema pode ou não entrar em colapso dependendo do que fizermos.” [Nuno e Octávio]
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Lagoa do Nado
NATUREZA URBANA REDE VERDE LAGOA DO NADO
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Área importante para a conservação da bio-diversidade, fauna, FLora e bens naturais como a água e o solo. É também um rico espaço de manifestação cultural, criando uma harmonia entre uso público e a preservação do meio ambiente.
por clair “izinho” benf ica Clair José BenfIca, Izinho, é ambientalista e membro fundador da Associação Cultural Ecológica Lagoa do Nado
P
arque Municipal Fazenda Lagoa do Nado, está localizado entre os bairros
Planalto e Itapoã, na região norte de Belo Horizonte MG, a uma altitude de 770m, Coordenadas geográficas (43o 57’ 34’’’W, 19o 49’ 56’’S). Possui uma área de 300 mil m² e sua vegetação é constituída por três formações básicas: uma área de cerrado, um trecho de mata ciliar circundando uma lagoa de 2,2 hectares com profundidade máxima de 7 metros, formada pelo repres-
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amento da água de três nascentes localizadas dentro do parque e algumas áreas de eucaliptal com sub-bosques. O Córrego do Nado é um afluente do Córrego Vilarinho que deságua no Ribeirão da Onça, unindo-se ao Rio das Velhas, fazendo parte da Bacia do Rio São Francisco. Área importante para a conservação da biodiversidade, fauna, flora e bens naturais como a água e o solo. É também um rico espaço de manifestação cultural, criando uma harmonia entre uso público e a
preservação do meio ambiente. A primeira vez que se falou na construção do Parque foi em 1973, através de um decreto indicando a desapropriação da área e que previa a destinação do espaço para a “construção de um Parque ou qualquer obra de interesse público”. Entretanto em 1981, um decreto estadual desapropria a área (propriedade da família Giannetti) destinando-o à construção de um conjunto habitacional. A partir daí iniciou-se a mobilização da comunidade local e as
primeiras manifestações a favor da implantação do PMFLN, culminando com o surgimento da Associação Cultural Ecológica Lagoa do Nado (ACELN), ONG que liderou as negociações para criação definitiva do Parque. A história da preservação dessa área se assemelha a tantas outras em nossa cidade, estado e país. Ameaçada pela degradação de suas nascentes no fim da década de 70 e pela especulação imobiliária no início da década de 80, o Parque Lagoa do Nado só existe devido à ação incansável da comunidade do entorno, que conseguiu mobilizar a população da Cidade de Belo Horizonte e vários atores e instituições nacionais e internacionais a favor da preservação desse espaço. Costumamos dizer que o movimento em defesa da Lagoa do Nado, é uma
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ideia de vida, uma forma de viver. Respeitamos a diversidade sociocultural sendo firmes na ação colaborativa dos que se envolve no movimento, tendo a arte como forma de manifestar, a criatividade como combustível no dia a dia, a complementariedade na ação, a potencialização do que há de melhor em cada ser, o afeto, a compreensão e tolerância no trato com o outro, a horizontalidade nas decisões e contra a idolatria de lideranças. O acreditar que o respeito ao indivíduo nos leva a ser plurais, que posso e quero fazer o bem sem esperar nada em troca, que posso fazer por mim, por minha consciência, minha evolução, tem a ver com ética, com amor ao próximo e ao ambiente que vivemos. De algum modo, somos responsáveis pela vida sustentável das futuras gerações.
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O movimento em defesa da Lagoa do Nado passou por vários momentos de pressão. Além do jeito de fazermos as coisas, um fator importante foi o de trabalharmos desde o começo com a mobilização de todos, principalmente a comunidade local, todos eram protagonistas desta história. Foi um processo lento e muito forte, não tínhamos tantos recursos tecnológicos de comunicação como existem nos tempos atuais. Nossas interações aconteciam no corpo a corpo, no boca a boca, olho no olho, como ação natural e estratégia de formação, participação e mobilização. Não excluímos ninguém em nossas mobilizações, atuamos juntos em todas as instâncias de organização da sociedade: Governo, executivo, legislativo e judiciário, em todas as esferas, Municipal, Estadual e Federal, além do
por clair “izinho” benf ica Clair José BenfIca, Izinho, é ambientalista e membro fundador da Associação Cultural Ecológica Lagoa do Nado
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setor empresarial, imprensa e os estabelecimentos de ensino. O fato de não partidarizarmos o movimento e não deixa-lo ser cooptado por nenhum partido, mesmo tendo a consciência que cada indivíduo, membro do movimento tinha sua liberdade de participação partidária, levou-nos a nadar contra a maré, já que grande parte dos movimentos sociais pós regime ditatorial, tinham sido engolidos pelo governo e ou partidos políticos da época, exceto algumas organizações principalmente as ligadas a igreja e as poucas entidades ambientalistas. Esse foi nosso diferencial, construímos a história da Lagoa do Nado com o máximo de participação social e depois de vários anos, conseguimos cumprir todo o processo, desde a aquisição da área, elaboração do projeto até a implantação do Parque em 1994. O Parque Lagoa do Nado era um exemplo de espaço público, onde a comunidade se sentia pertencente e se apropriava coletivamente tanto do uso público com o cuidado necessário a sua preservação. O envolvimento de qualquer fre-
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NATUREZA URBANA REDE VERDE LAGOA DO NADO
quentador mostrava a relação cidadã com o bem público. Falo no passado, pois infelizmente após a prefeitura de Belo Horizonte assumir a “gestão do espaço” os “gestores” fizeram e fazem de tudo para apagar a história e ou contá-la a partir da ótica do poder público. Hoje é um espaço da prefeitura e não mais aquele espaço público da comunidade. Parece que aquela máxima de que Governo oprime e afasta o cidadão, continua valendo. Os Parques e espaços públicos da cidade cada vez mais são privatizados pela Prefeitura, afastando o cidadão da utilização do bem comum. A confusão é tamanha, que os gestores da cidade não conseguem separar o público do privado, na realidade considera tudo como privado. Ou trata o público como seu exclusivamente, ou repassa o “direito de uso” a um grupo que o privatiza. Temos que reinventar o cuidado com o que é de todos. Não sei se apenas uma reforma Política resolva essa questão tão próxima do dia a dia de cada um de nós. Além da reforma das instituições governamentais (executivo, legislativo
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saiba mais em: lagoadonado.blogspot.com
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Bulco bracauda curta chyurus
ALGUMAS ESPÉCIES AVISTADAS NA CHÁCARA PARQUE JARDIM AMÉRICA
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NATUREZA URBANA REDE VERDE SALVE A SERRA DO GANDARELA
A luta por uma serra da gandarela da coletividade
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por gustavo gazzinelli
Gustavo é ambientalista e jornalista
A
defesa da Serra do Gandarela situada a sudeste de Belo Horizonte, entre os muCaeté, Santa Bárbara e Rio Acima, ganhou força em 2007, quando movimentos sociais da região detectaram as ameaças que pairavam sobre este importante conjunto natural e cultural – hidrológico, eco e geossistêmico, arqueológico, paleontológico e paisagístico. Desde iniciativas de avaliação de áreas prioritárias para conservação em Minas Gerais e no Brasil, nos anos 1990 e 2000, a região conhecida como Quadrilátero Ferrífero é em boa parte abarcada pelo decreto estadual que criou a Área de Proteção Ambiental Sul da Região Metropolitana de Belo Horizonte (APA Sul-RMBH), com o objetivo de “proteger e conservar os sistemas naturais essenciais à biodiversidade, especialmente os recursos hídricos necessários ao abastecimento da população da Região Metropolitana”. Em 1996, o decreto estadual 37.812 alterou o de 1994, firmando dentre outras medidas a realização de zoneamento
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ecológico-econômico da APA-Sul, que deveria indicar “as atividades a serem encorajadas em cada zona e as que deverão ser limitadas, restringidas ou proibidas”. Em 2004 e, reiteradamente, em 2007, o Quadrilátero Ferrífero (QF) é reconhecido como área brasileira com prioridade de conservação “extremamente alta” pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA). A ficha do QF aponta como características dele a “formação geológica única”, os “endemismos de fauna e flora” (campos rupestres ferruginosos) e o fato de “abrigar importantes mananciais de abastecimento da RMBH”. A mineração e a urbanização são apontadas como ameaças. Em 2006 e 2008 foram instituídos respectivamente a Lei 11.428, “sobre a utilização e proteção da vegetação nativa do Bioma Mata Atlântica” e o Decreto 6660, que a regulamentou. A lei e o decreto tratam das “formações florestais nativas e ecossistemas [a elas] associados”. O bioma da Mata Atlântica não deve ser visto, portanto,
como somente constituído pelas formações florestais que lhe são inerentes (as florestas ombrófilas Densa, Aberta e Mista, também denominada Mata de Araucárias, e as florestas estacionais Decidual e Semidecidual, esta última mais característica de nossa região). Ele é também formado pelos “campos de altitude; áreas das formações pioneiras, conhecidas como manguezais, restingas, campos salinos e áreas aluviais; refúgios vegetacionais; áreas de tensão ecológica; brejos interioranos e encraves florestais [...]; áreas de estepe, savana e savana-estépica; e vegetação nativa das ilhas costeiras e oceânicas” associados a estas formações florestais. Nos anos 2000, os municípios que compõem a Serra do Gandarela estabeleceram planos diretores, ressaltando sua relevância natural e turística e a necessidade de proteção de seus atributos, as formações geológicas e botâni cas raras, os mananciais e cachoeiras que nascem nas vertentes das bacias dos rios das Velhas e Piracicaba, e o potencial ecoturístico e de promoção do desenvolvimento limpo neste território.
Este é um contexto positivo que justifica a proteção da Serra do Gandarela. O contexto negativo que também justifica sua proteção é o licenciamento desmedido da atividade mineradora em toda a região conhecida como Quadrilátero Ferrífero, o que coloca em questão as premissas da criação da APA Sul e a definição desta área prioritária para conservação, de acordo com o MMA. Na verdade, a criação da APA Sul, até hoje, não teve nenhuma eficácia como instrumento de proteção e as áreas que hipoteticamente ficariam proibidas de determinados usos nunca foram estabelecidas pelo governo estadual, desde a instituição da APA, há mais de 20 anos. Neste sentido, em 2007, a Vale S.A. usou
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de subterfúgios para obter o licenciamento de um projeto que dizia ser pequeno, mas que na verdade almejava minerar toda a extensão da serra do Gandarela. As artimanhas jurídicas da empresa, em associação com agentes do Estado, foram rapidamente detectadas por movimentos sociais que até hoje lutam em defesa desta serra. Em 2007, uma primeira denúncia foi apresentada ao Ministério Público Estadual que prontamente atuou e conseguiu evitar que o pior acontecesse. Uma dissertação de mestrado propondo a criação de uma unidade de conservação na serra do Gandarela estava em andamento e os movimentos aproveitaram a abertura para recepção de propostas de criação de parques no
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âmbito federal, para apresentar o projeto. A proposta foi bem recebida pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), que empenhou esforços para conhecer melhor a área e fazer a proposta do parque nacional . A Vale também correu com o Estudo de Impacto Ambiental para implementação do que batizou como projeto Apolo. A ideia da empresa era aprovar um grande projeto, mas ainda assim de escala menor do que suas reais pretensões, desmascaradas durante a realização de audiências públicas e reuniões de conselhos. À medida que ficou mais clara a importância estratégica da Serra do Gandarela para o abastecimento presente e
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futuro da RMBH, à medida que se entendeu que boa parte do Quadrilátero está comprometido e prometido à atividade mineradora, cresceu a adesão à campanha pela criação do Parque Nacional e, posteriormente, para que parte deste parque fosse tratada como uma Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) , atendendo a pedidos de comunidades dos municípios de Santa Bárbara e Barão de Cocais que demandaram a continuidade de algumas atividades (apicultura, coleta de musgos etc) no interior do território. A defesa da Serra do Gandarela, situada a sudeste de Belo Horizonte, entre os municípios de Caeté, Santa Bárbara e Rio Acima, ganhou força em 2007, quando movimentos sociais da região detectaram as ameaças que pairavam sobre este importante conjunto natural e cultural – hidrológico, eco e geossistêmico, arqueológico, paleontológico e paisagístico. Desde iniciativas de avaliação de áreas prioritárias para conservação em Minas Gerais e no Brasil, nos anos 1990 e 2000, a região conhecida como
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NATUREZA URBANA REDE VERDE SALVE A SERRA DO GANDARELA
Quadrilátero Ferrífero é em boa parte abarcada pelo decreto estadual que criou a Área de Proteção Ambiental Sul da Região Metropolitana de Belo Horizonte (APA Sul-RMBH), com o objetivo de “proteger e conservar os sistemas naturais essenciais à biodiversidade, especialmente os recursos hídricos necessários ao abastecimento da população da Região Metropolitana”. Em 1996, o decreto estadual 37.812 alterou o de 1994, firmando dentre outras medidas a realização de zoneamento ecológico-econômico da APA-Sul, que deveria indicar “as atividades a serem encorajadas em cada zona e as que deverão ser limitadas, restringidas ou proibidas”. Em 2004 e, reiteradamente, em 2007, o Quadrilátero Ferrífero (QF) é reconhecido como área brasileira com prioridade de conservação “extremamente alta” pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA). A ficha do QF aponta como Nestes anos, ficou clara a relevância ecológica da área originalmente proposta para o Parque Nacional: com a segunda maior área contínua de Mata
<<<<<<<<< <<< << Atlântica de Minas Gerais (a primeira é o Parque Estadual do Rio Doce) e as maiores áreas de cangas ferruginosas ainda preservadas do QF, associadas às formações florestais. A combinação destas florestas com as cangas ferruginosas, e sua proximidade com um grande centro urbano, como a RMBH, é que tornaram essa área merecedora da condição de unidade de conservação federal. Como parque nacional é a única com estes atributos instituída no Brasil. Desde os anos 1990, estudos revelam que as jazidas de minério de ferro (formação Cauê) são os principais aquíferos desta região (aquíferos Cauê). Quanto maior o teor do mineral da jazida, maior a capacidade de armazenamento de água. As jazidas/aquíferos ferruginosos não explorados pela mineração ainda o serviço de limpar a água que recarrega seus interstícios, sendo depois servida em altíssima qualidade nas nascentes locais. Esta constatação enseja que doravante tratemos esta região como ela merece, do ponto de vista da maior parte da nossa população – um Quadrilátero Aquífero e Ferrífero (QAF),
de onde vem mais de 80% da água de abastecimento público da RMBH. Preservar os aquíferos e a biodiversidade que está sobre eles na Serra do Gandarela ou permitir que este patrimônio seja usurpado de forma totalmente desequilibrada por uma atividade que já consumiu e comprometeu toda nossa região é o que está agora em jogo.
REDE VERDE
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suficiente para que não haja acordo, mas nos dá a esperança de que o bom senso no final prevalecerá.
O decreto da presidente Dilma criando o Parque Nacional da Serra do Gandarela só atendeu parcialmente ao propósito de proteção deste bem coletivo que deve ser guardado na sua integridade para glória da presente e usufruto das futuras gerações. Ficou claro que nas negociações finais do governo para a criação deste parque, só foram ouvidos a Vale, o Instituto Brasileiro de Mineração e seus lobistas (deputado Gabriel Guimarães, entre outros) e o governo Anastasia, que se empenharam para proteger os interesses da Vale S.A. e de outras mineradoras. Há momentos em que a conciliação torna-se impraticável. O governo federal, por muito pouco, não fez uma grande realização, mas este pouco é o
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NATUREZA URBANA REDE VERDE FICA FICUS
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MOVIMENTO FICA FÍCUS E SUA REDE DE CONEXÃO por Carolina Sobrinho Carolina é Arquitetura Urbanista. Colaborou como bolsista no INDLab; apresentou seu TCC sobre mapeamento colaborativo que resultou nas ações do Movimento Fica Ficus.
O
O Movimento Fica Fícus nasce da indignação através do Facebook de um grupo de pessoas ao perceberem que as árvores da espécie Fícus, localizadas na Avenida Bernardo Monteiro, região central de Belo Horizonte, estavam sendo podadas silenciosamente na quarta-feira de cinzas, 13 de fevereiro, do carnaval de 2013. Visto o sentimento de insatisfação com a gestão municipal atual, presente em parte da sociedade, dando conotação politica as manifestações do carnaval daquele ano, que acabará de acontecer, a articulação em rede acabou sendo fomentada por ativistas, estudantes e moradores e usuários da região dos Fícus. Cinco dias vereiro, foi evento no população
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após as podas, 18 de Fecriado o chamado para um Facebookque convidava a para se reunir no dia se-
guinte no local e discutir as notícias que repercutiam pela rede, foram convocados a participar do encontro também biólogos e especialistas capazes de explicarem a realidade técnica da situação das podas e dos cortes até então realizadas nos Fícus. O que se teve em menos de 24 horas foi a confirmação da presença no evento do Facebook por 1.374 pessoas e o convite sendo feito a 11.213 usuários da rede social.
própria pagina do evento, mantendo atualizados aqueles que não puderam comparecer e fortalecendo a rede de conexões. Foram também articuladas as ferramentas digitais que serviriam de suporte para a continuidade e fortalecimento da comunicação horizontal e da troca de informação, grupo de e-mail, grupo de Facebook e a Fanpage foram criados possibilitando as articulações das próximas ações e encontros.
O primeiro encontro do movimento se deu no dia 19 de Fevereiro, marcada pela presença da imprensa, em uma reunião realizada em baixo dos Fícus na Avenida Bernardo Monteiro, onde foram discutidas as primeiras linhas de ação, como as denuncias feitas no ministério publico e a necessidade de um nome.
Antes mesmo de completar uma semana da primeira reunião o convite para a próxima foi lançado na rede, segunda, dia 25 de Fevereiro as 19horas, sempre em baixo dos Fícus. Dessa maneira se
Esse primeiro momento, foi também relatado de forma colaborativa na
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Natureza Urbana
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OUTRAS VERSÕES DO USHAHIDI [ O C U L T A R ]
REDE VERDE
Cartografia colaborativa dos Fícus (e todas outras formas de verde da cidade) ameaçados de extermínio pela Prefeitura de Belo Horizonte
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FICUS CORTADOS/PODADOS
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seguiu os próximos encontros, as segundas, 19 horas, no mesmo local, 200 m 1000 ft que começaram de forma semanal, passando quinzenal e que acaScale = 1 : 14K -19.93117,para -43.95728 baram perdendo a frequência com o estouro das manifestações de junho Relatos de 2013.
timento de alerta no movimento, atcaso, uma ferramenta digital capaz ravés das conexões em rede constatde colher, agrupar e ilustrar inforava-se cada vez mais que as podas mações que davam/dão suporte para Dados cartográ,cos ©2015©2015 Google Imagens ©2015 , CNES / Astrium, Cnes/Spot Image, DigitalGlobe Informar erro nodemapa Dados cartográ,cos Google Imagens ©2015 , CNES / Astrium, Cnes/Spot Image, Termos DigitalGlobe Uso aconteciam deliberadamente por as ações/articulações do movimento. todo território de Belo Horizonte e A conexão em rede criada desde o que as Notícias ameaçasoficiais não estavam e dosapenas meios de comunicação principio pelo Fica Fícus, acabou por nos Fícus centenários. permitirDATAe facilitar a interdisciplinTÍTULO LOCAL DATA TÍTULO FONTE Fícus que Turkey o movimento aridade de seus componentes, tendo Poda, No fraturaentanto, e eliminação...os ações do AvFica Brasil em Apr 16 2015 De tal maneira Fica Ficus /Istanbul, From Gezi Park... Fícus na Jun 14 2013 frente ao MPF web não se limitaram aos acontecimentos acabou se tornando um vigilante das o movimento extrapolado o caráter Que pode é está PBH? Praça Boa Apr 15 2015 Ato Turquia Livre – BH 09/06/2013 Fícus na Jun 12 2013 Viagem, webambiental, para se inserir em uma da Bernardo Monteiro, o engajamento questões relativas ao verde da ciRegional Convite II Seminario: Copa pra quem? Fícus na Jun 12 2013 de indivíduos e grupos deCentro-Sul, diferentes dade, fazendo surgir a necessidade webdiscussão politica, não lutando apeBelo Horizonte regiões da cidade demonstrando sua de uma ferramenta que fosse capaz nas a supressão ou podas inApoiamos esta causa Fícus na contra Jun 10 2013 web PODA DRÁSTICA INDEVIDA Avenida Jul 31 2014 insatisfação pela forma com as de refletir as situações cada vez mais devidas de árvores, mas também por Prefeito que Gil Manifesto Burlemarxista 1: Jardins da Fícus na Jun 10 2013 Diniz, Centro, webprocessos mais democráticos de conpodas e supressões vinham sendo relatadas Resistência... e compartilhadas. JustifiSede, Contagem Picnic junino S‡bado, 15 de ¥ a... Fícus na Jun 6 2013 feitas em outros locais, como: entorno cando-se assim a ¥criação dojunho mapeastrução dos planos e ações da cidade. web Corte de árvores -Bairro Amazonas-Contagem Avenida Jul 30 2014 Alvarenga da lagoa da Pampulha e Bairro Santo mento colaborativo [ficaficus.crowdFICA FICUS = Movimento de Ação Popular Fícus na May 29 Peixoto, web 2013 Industrial, Antônio, acabou culminando um senmap.com], que se tornaria, nesse Contagem, Microrregião Belo Horizonte, Região Metropolitana de Belo Horizonte, Mesorregião Metropolitana de Belo Horizonte, Minas Gerais, Região Sudeste, Brasil
Construtora x árvore
ps://ÞcaÞcus.crowdmap.com/
Av Brasil
Ecoc’dio ¥ 28 de maio de 2013
Fícus na web
May 29 2013
Fica Fícus – Sérvio Pontes. A Importância...
Fícus na web
May 29 2013
Petição AVAAZ.ORG
Fícus na web
May 3 2013
Mais
May 15 2014 Página 1 de 2
Natureza Urbana
Linh
Essa cartilha surgiu a partir da Copesquisa realizada pelo grupo Indisciplinar em parceria com o Movimento Fica Ficus. O Movimento Fica Fícus nasceu, em fevereiro de Essa 2013, para a Floresta degrupo Fícus da Av. Bernardo Monteiro cartilha surgiu proteger a partir da Copesquisa realizada pelo Indisciplinar parceria com o Movimento Fica Ficus. O Movimento Fica Fícus nasceu, em ameaçada porem podas extremas. Tais podas tinham como objetivo acabar com a fevereiro de 2013, para proteger a Floresta de Fícus da Av. Bernardo Monteiro ameaçada por podas extremas. Tais podas ter tinham sido como objetivo acabar com a forma a não levar a praga da mosca branca, que poderia tratada de praga da mosca branca, que poderia ter sido tratada de forma a não levar a 14 fev das árvores mostrando o descaso do poder público com a natureza supresão dassupresão árvores mostrando o descaso do poder público com a natureza urbana. Nosso movimento em defesa dessas árvores obteve ampla adesão local, urbana. Nosso movimento em sendo defesa dessas árvores obteve ampla adesão 2013 local, nacional e internacional, parte de uma rede global. nacional e internacional, sendo parte de uma rede global.
Natureza Urbana
Linha do Tempo Fica Fícus
Desde então, temos nos mobilizado para assegurar que toda essa área não seja atingida por projetos desenvolvimentistas da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) que, em função de obras para grandes eventos ou para deixar empreiteiros felizes, priorizam o trânsito de automóveis ou viabilizam vagas de estacionamento, estreitando os canteiros centrais e os passeios, diminuindo o espaço dos pedestres e exterminando milhares de árvores em toda a cidade.
Desde então, temos nos mobilizado para assegurar que toda essa área não seja atingida por projetos desenvolvimentistas da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) que, em função de obras para grandes eventos ou para deixar empreiteiros felizes, priorizam o trânsito de automóveis ou viabilizam vagas de estacionamento, estreitando os canteiros centrais e os passeios, diminuindo o espaço dos pedestres e exterminando milhares de árvores em toda a cidade.
#global revolution
Devido a e a um conhecim desde 20 tratados pela Def acompanh desolado um clamo da região se artic e convoc
Homem Árvore que fez uma aparição e Performace espontânea no 1o Pic-Nic Fica Ficus
11 abr 2013
#global revolution
Poda de doentes n
“o movimento Fica Ficus de Belo Horizonte falou com o Gezi Park turco no dia 9 de junho, antes mesmo que com São Paulo. O #direnODTU turco (plantação coletiva de árvores) se espelha no Movimento PróÁrvore (Fortaleza) ou no Planta na Rua RJ (Rio de Janeiro).O movimento Salve o Cocó (Fortaleza) e o grupo Direitos Urbanos (Recife) têm sido tão importantes para os protestos do Brasil como foram o IMECE ou o Mülksüzletirme Aları (Networks of Dispossessions) da Turquia. O movimento Parque Augusta, última mutação dos protestos de São Paulo, já está dialogando com espaços urbanos coletivos de outros países, como o Campo de Cebada, de Madri.” http://www.cartacapital.com.br/politica/os-protestos-do-brasil-dialogam-com-as-revoltasglobais-4371.html - Por Bernardo Gutierrez — publicado 10/03/2014
Audiência pública
comparecimento maciço de ativi chamada pelos vereadores Leonard Presença da Promotora Lilian Mar Fica Ficus. MPE anuncia RECOMEN para cancelar a autorização a Encaminhamentos solicitados ao Patrus: (1) acesso às informaçõ pelo Município, quanto aos grand à Mobilidade Urbana e Ocupação Belo Horizonte; (2) apresentaç suprimidas, compensações e outr pelo Poder Público Municipal; CUIDADO no manejo das árvores d mista (Vereadores-PBH-Movimento definitivas para estes problema
“o movimento Fica Ficus de Belo Horizonte falou com o Gezi Park turco no dia 9 de junho, antes mesmo que com São Paulo. O #direnODTU turco (plantação coletiva de árvores) se espelha no Movimento PróÁrvore (Fortaleza) ou no Planta na Rua RJ (Rio de Janeiro).O movimento Salve o Cocó (Fortaleza) e o grupo Direitos Urbanos (Recife) têm sido tão importantes para os protestos do Brasil como foram o IMECE ou o Mülksüzletirme Aları (Networks of Dispossessions) da Turquia. O movimento Parque Augusta, última mutação dos protestos de São Paulo, já está dialogando com espaços urbanos coletivos de outros países, como o Campo de Cebada, de Madri.” http://www.cartacapital.com.br/politica/os-protestos-do-brasil-dialogam-com-as-revoltasglobais-4371.html - Por Bernardo Gutierrez — publicado 10/03/2014
#parqueaugusta São Paulo
#ficaficus
Belo Horizonte
#Salvecoco Fortaleza
15 jun 2013
Desde 29 de dezembro de 2013 o terreno destinado a abrigar o Parque Augusta está fechado, pouco mais de um mês depois da compra pelas incorporadoras Cyrela e Setin, o espaço tem muros e seguranças particulares. Agora, além de brigar pela criação de uma área verde pública ali, os frequentadores brigam para voltar a usar o espaço de 25 mil m² no entroncamento das ruas Caio Prado, Augusta e Marquês de Paranaguá, na região central de São Paulo. Já procuraram a prefeitura, fizeram ativismo nas redes sociais e até um piquenique-protesto em frente ao local para pedir a reabertura. http://www.parqueaugusta.cc/
Este grupo nasceu do movimento em defesa dos Fícus da Av. Bernardo Monteiro e de todos os fícus de BH. Mas vai além da defesa de árvores adoecidas pelo descaso e pretende defender e lutar pelo aumento de áreas verdes em nossa cidade. www.ficaficus.concatena.org
O Parque cocó em fortaleza tem o mesmo nome do rio que o corta formando um bioma de mangue, e é o maior parque ecólogico urbano da américa latina. Este se encontra ameaçado por uma decisão do tribunal de justiça que liberou o loteamento de uma área equilalente a 15 quarteirões no parque para a construção de um empreendimento imobiliário chamado “Jardim Fortaleza”. Foi iniciado um movimento de resistência contra o empreendimento com protestos violentamente reprimidos no inicio de 2013. A luta continua para proteger o parque de empreendimentos públicos e privados, para que este não vire um mosaico do que era, mas continue sendo o pulmão de Fortaleza. http://salvecoco.blogspot.com.br
19 jan 2014
P
M A e d F F
Nova poda drástica dos ficus na av Bernardo Monteir
É iniciada uma sequência de pod drásticas realizadas em 201 ainda usando a justificativa d pragas, não tratadas pelas pod anteriores.
Linha do Tempo Fica Fícus
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14 fev 2013
11 abr 2013
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16 mar 2013
19 fev 2013
A 1a reunião do fica fícus Com a presença de ambientalistas, acadêmicos e cidadãos em geral, o encontro teve o objetivo de defender as árvores, a ambiência da região e seu perfil urbanístico acolhedor e originário dos anos primevos de Belo Horizonte. Na reunião nasce o Movimento Fica Fícus, e começa a ser planejada a primeira ação no local.
1o pic-nic fica fícus Ocupa bernardo monteiro Foi realizado na Av. Bernardo Meoteiro Um Manifesto no formato Pic-Nic/Praia da Estação com grande presença da população onde foram executadas instalações artisticas nos Fícus, troca de mudas, arvorismo, mapeamento coletivo, Perfomaces e uma concientização geral dos moradores em relação a violência praticada contra as árvores pela prefeitura.
Audiência pública comparecimento maciço de ativistas e simpatizantes à Audiência Pública chamada pelos vereadores Leonardo Mattos, Pedro Patrus e Adriano Ventura. Presença da Promotora Lilian Marotta, Ouvidoria Estadual, PBH e Movimento Fica Ficus. MPE anuncia RECOMENDAÇÃO ao CONSELHO DO PATRIMÔNIO CULTURAL para cancelar a autorização ad referendum para o corte das árvores. Encaminhamentos solicitados ao final da audiência pelo vereador Pedro Patrus: (1) acesso às informações e cumprimento da Lei da TRANSPARÊNCIA pelo Município, quanto aos grandes projetos relacionados à Copa do Mundo, à Mobilidade Urbana e Ocupação do Espaço Público na Região Central de Belo Horizonte; (2) apresentação das ações de “replantio” de árvores suprimidas, compensações e outras que não têm tido a merecida divulgação pelo Poder Público Municipal; (3) exigência de melhor PLANEJAMENTO e CUIDADO no manejo das árvores do espaço urbano; (4) formação de comissão mista (Vereadores-PBH-Movimentos Sociais) para encontrar soluções mais definitivas para estes problemas.
Corte da Leucena no Map
30 ABr 2013
O Corte da Leucena fez parte de uma restauração do Projeto original de Burle Marx para o Jardim do Museu de Arte da Pampulha implementada pela PBH, que tinha nos planos outras podas e cortes. O “restauro” é incompatível com os preceitos conceituais básicos do paisagista. Este projeto de recuperação, requalificação ou maquiagem estética da Pampulha, não necessitaria passar pela supressão de NENHUMA espécie viva, pois, “Burle Marx declarava que a planta ‘goza, no mais alto grau, da propriedade de ser instável. Ela é viva enquanto se altera’.”
natureza morta - Map
5 Mai 2013
O MOVIMENTO FICA FICUS organizou um PICNIC no MAP como uma manifestação em prol da VIDA e contra todos os processos culturais, ambientais, políticos, artísticos, econômicos que se sobreponham à qualquer forma de vida! O evento tinha como objetivo denunciar as ações de extermínio da natureza emplacadas pela PBH realizando uma exposição intitulada NATUREZA MORTA.
Nova poda drástica dos ficus na av Bernardo Monteiro Ato Turquia Livre Pic-nic Junino
15 jun 2013
tá o ma il ão is
ma ra ma to ia A ue
Devido a uma praga (Mosca branca) e a um fungo, que já eram de conhecimento da prefeitura desde 2007 e poderiam ter sido tratados, os fícus foram mutilados pela Defesa Civil sem o devido acompanhamento técnico.As imagens desoladoras da poda despertaram um clamor entre os frequentadores da região da Bernardo Monteiro que se articuram pelas redes sociais e convocaram...
Homem Árvore que fez uma aparição e Performace espontânea no 1o Pic-Nic Fica Ficus
mo óo o a, os
os de
Poda de 43 fícus ditos doentes na av. bernardo monteiro
19 jan 2014
Mais uma ocupação da Av. Bernardo Monteiro em defesa dos Fícus dessa vez realizada no Formato de Pic-nic com Festa Junina.
09 jun 2013
A praça Duque de Caxias, em Santa Tereza, na região Leste de Belo Horizonte, foi ocupada por movimentos que discutiram a ocupação dos espaços públicos na capital. o evento foi articulado como uma ação de solidariedade aos manifestantes agredidos pela polícia e o governo no parque Gezi, na Turquia. Com música, intervenções e arte circense, cada grupo envolvido na iniciativa se manifestou de forma diferente. O Fica Fícus participou junto com artistas independentes, produtores e agitadores culturais. A ação foi retribuída e vários manifestantes na turquia demostraram, com fotos, apoio ao Fica-Ficus.
28 Mai 2013
Nova poda drástica dos ficus na av Bernardo Monteiro É iniciada uma sequência de podas drásticas realizadas em 2014, ainda usando a justificativa das pragas, não tratadas pelas podas anteriores.
Pic-nic Fica Ficus + Praia
25 jan 2014
Como reação as podas inesperadas do início do ano foi realizado o Primeiro Pic-nic ocupação de 2014,lembrando que os fícus são um Patrimônio Natural da nossa Cidade .
Bloco do peixoto + Fica FIcus
4 mar 2014
Durante o Carnaval de BH, o Fica Ficus se uniu ao tradicional Bloco do Peixoto e a Festa em 2014 começou na Av. Bernardo Monteiro.
Fica FIcus ganha prêmio gentileza urbana 5 mai 2014 A mais recente vitória do Movimento fica Fícus, o recebimento do prêmio Gentileza Urbana de 2013 por todas ações realizadas em prol da Floresta urbana de BH.
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NATUREZA URBANA REDE VERDE LAGOA DO NADO
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Ao Jornal Hoje Em Dia,
A PREFEITURA E SEU PODER DE ENGOLIR! por lúcia formoso é ambientalista e membro fundador da Associação Cultural Ecológica Lagoa do Nado
Em relação à matéria “Projeto para substituir fícus sairá de Concurso”, publicada no dia 30 de janeiro de 2015, o Movimento Fica Fícus esclarece que não concorda com a proposta e a postura da Secretaria Municipal de Meio Ambiente. Processo O Movimento, os feirantes e os moradores das avenidas Bernardo Monteiro e Barbacena foram convidados para discutir as diretrizes para um projeto de revitalização dessas avenidas, a ser implantado pela Prefeitura Municipal de Belo Horizonte. O Movimento Fica Fícus participou de três reuniões, mantendo a posição de permanência dos fícus vivos com tratamento (irrigação e adubação) e a introdução de uma vegetação arbórea intermediária, de crescimento rápido, nas áreas mais afetadas, além do plantio de novas mudas de fícus, ampliação das áreas permeáveis e jardinamento. Durante todas as reuniões, os participantes do Movimento afirmaram que o quadro de adoecimento das árvores, para além da presença da mosca branca, foi provocado pelo descaso do Poder público com essas áreas. Além disso, o Movimento vem afirmando que as ações da prefeitura, nesses quase dois anos, só privilegiaram a poda das árvores, em detrimento a um trata-
mento contínuo e permanente. Esses encontros contaram também com a participação da Promotoria de Justiça de Meio Ambiente e Patrimônio Histórico e Cultural do Ministério Público do Estado de Minas Gerais, Dra. LiliamMarotta, que na reunião do dia 18 de dezembro de 2014, reiterou nossa
constante demanda e solicitou que a Prefeitura promovesse a adubação e o tratamento intensivo das árvores sadias com o objetivo de recuperá-las, para, com isso, evitar-se o corte. O Movimento Fica Fícus reitera a importância da paisagem e da ambiência proporcionada pela presença
dessas espécies nessas duas avenidas e teme que qualquer ação da Secretaria Municipal de Meio Ambiente descaracterize esse patrimônio da cidade.
REDE VERDE
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• limpeza urbana. 2) Introdução gradual e manejada de novos indivíduos, sem perder os componentes de habitats já presentes:
Diretrizes para restauração ecológica do corredor de Ficus na Avenida Bernardo Monteiro, para a diversificação artístico-paisagística do ambiente
Nos parece de grande importância que se retenha, com as devidas intervenções, tanto fitossanitárias quanto artísticas, os troncos das figueiras mortas. Além de serem elementos paisagísticos tombados pelo Patrimônio, ocupam uma volumetria importante naquele cenário, além de contribuírem para a preservação e a vocalização da história biológico-paisagística de Belo Horizonte.
O diagnóstico da infestação dos ficus da Avenida Bernardo Monteiro pela mosca branca, apresentado pelo Movimento Fica Ficus à Prefeitura de Belo Horizonte, discorreu sobre questões ecológicas e urbanas que possibilitaram o ataque da mosca. Esse diagnóstico foi o que embasou a definição de diretrizes de restauração ecológica da Avenida Bernardo Monteiro que serão apresentadas.
• Manutenção dos troncos mortos isolados entre árvores vivas, com a alternância de retirada de alguns e a manutenção de outros troncos, no conjunto de árvores mortas na esquina da Rua Padre Rolim, sempre com a substituição com novos Fícus, para obter um cenário rico, mostrando esse modelo de arborização desde a árvore jovem, de 5 a 6 metros de altura, até os indivíduos post mortem.
1) Restauração de condições ecológicas mínimas para o ecossistema urbano da Av. Bernardo Monteiro:
• Proposta de que junto a cada tronco tratado e mantido em pé, devidamente protegido, agregue-se elementos florísticos diversos, inclusive espécies arbóreas pioneiras compatíveis com a coexistência do tronco. Uma proposição é a buganvília (Bougainvilleasp., Nyctaginaceae), gênero nativo da
Nessa oportunidade, encaminhamos o diagnóstico da infestação dos fícus realizado por especialistas do Movimento Fica Fícus e a proposta para a recuperação das árvores das duas avenidas.
• adubação; • revolvimento do solo e jardinamento; • irrigação constante;
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mata Atlântica, que evoluiu exatamente para formar seu tronco em clareiras, encostada em troncos mortos de outras espécies. • Manutenção dos troncos e inclusão de novos Fícus no cenário, visando uma recomposição a médio prazo do corredor de Fícus da Avenida. Belo Horizonte, 03 de fevereiro de 2015 Movimento Fica Fícus
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NATUREZA URBANA REDE VERDE FICA FICUS
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MANIFESTO BURLEMARXISTA 1: JARDINS DA RESISTÊNCIA X NATUREZA MORTA por Luciana Bragança, Marimar POBLET, Natacha Rena e Movimento Fica Ficus
Repudiamos a recuperação estética em detrimento da qualidade ambiental, em detrimento das sombras das copas das árvores, para “melhorar” visualmente o território, para fazer aparecer os edifícios num processo de entendimento de que a cidade é uma empresa e precisa ser negociada. Entendemos que a cidade é para ser vivida e não para ser vista e comercializada. Para o paisagista Frances Gilles Clémento conceito de Jardins de Resistência é o de uma área, pública ou privada, onde a arte da jardinagem – para o sustento, prazer, parques ou outros programas de acompanhamento, urbano ou rural, é praticada em harmonia com a natureza e o homem, livre da dominação de mercado. Diversidade, tanto biológica e cultural, bem como a preservação da água, do solo e do ar é incentivada para o bem comum. Para ele, acima de tudo, os jardins são vivos e estão sempre em movimento.[2]
No contexto atual da cidade de Belo horizonte faz-se esclarecedor recorrer a tal conceito. Crescida sob o status de cidade Jardim será que a cidade ainda honra tal título? O bem comum é objetivo da construção dessa cidade? Políticas públicas de gestão e planejamento do espaço urbano vêm, sistematicamente, podando o “Belo Horizonte” em nome de um progresso econômico e da criação rápida e eficiente de uma cidade preparada para a Copa do Mundo que nada tem a ver com a construção de qualquer bem comum. A falta de diálogo com a população no que diz respeito à concepção dos projetos reforça o estranhamento causado pelo corte de milhares de árvores saudáveis em nome de tais projetos[3].
O ensejo de se tornar relevante no cenário turístico internacional tem sacrificado árvores e jardins. Um dos projetos que nos tem chamado atenção ulti-
mamente é o de recuperação de todo o paisagismo dos jardins que conformam o complexo da Pampulha, de autoria de Roberto Burle Marx. Inserido no conjunto de intervenções que almeja garantir o título de patrimônio da humanidade ao complexo, o projeto prevê em seu escopo a supressão de dezenas de árvores sadias que, por motivos variados, cresceram em meio aos jardins do paisagista, mas que não faziam parte de seu projeto original. Mas tal ação se contrapõe à essência do pensamento do paisagista para quem os jardins estão sempre em movimento sob a ação transformadora do tempo. Burle Marx declarava que a planta “goza, no mais alto grau, da propriedade de ser instável. Ela é viva enquanto se altera.” Segundo alguns pesquisadores de sua obra, o paisagista não se preocupava apenas com o aspecto estético de seus jardins. A condição de botânico lhe deu um amplo conhecimento do ciclo de vida das plantas, prevendo as suas mutações e transformando-as em parceiras de sua obra. O conhecimento da botânica lhe revelou que as plantas vivem em associação. Burle Marx dizia que apenas iniciava o trabalho dos jardins, pois “o tempo completa a ideia.” [4] A trajetória de Burle Marx sempre foi pautada no respeito com a natureza e em sua investigação. Segundo o próprio paisagista sua influência vem de sua mãe. “Quando eu comecei a trazer plantas do mato que eu gostava ela nunca disse ‘ai Roberto isso é mato’. Ela dizia: ‘Roberto que coisa bonita, eu nunca tinha visto, isso é uma espécie de manifestação divina.’ “[5] O argumento do replantio das árvores suprimidas tenta justificar e acena com uma possibilidade de restauração am-
biental e compromisso ecológico. Mesmo que numa realidade remota onde paisagistas e jardineirosse tornem elementos importantes das políticas urbanas oficiais, não estarão eles sendo instrumentos de um esverdeamento tardio? A manutenção de árvores adultas possibilita a sobrevivência de vários ecossistemas já em equilíbrio rompendo com uma ecologia urbana constituída. Uma recomposição demandaria a necessidade do plantio de 100 árvores para cada uma derrubada sem o mesmo efeito das árvores adultas segundo o biólogo Sérvio Pontes Ribeiro[6]. Gilles Clément acredita que os jardins são formas de reflexão sobre o que é público e de fazer política. Apoiado sob o tripé conceitual do Jardim Planetário, do Jardim em Movimento e da Terceira Paisagem ele aponta para o Jardim da Resistência como possibilidade. Segundo Olivier Mongin num mundo de fluxos, pressões econômicas e do urbano generalizado, o jardim “se torna um espaço que se abre para o comum como uma raridade.” [7] Ele deve criar mundos e tecer o acesso a um espaço comum: lugar partilhado e também ordinário que se move com o tempo. A Carta de Florença (1981), sobre a salvaguarda dos jardins históricos, estabelece que: “A intervenção de recuperação deve respeitar a evolução do jardim em questão. Em princípio, não se deve privilegiar uma época em prejuízo das demais, a não ser em casos excepcionais quando o grau de degradação ou destruição que afeta certos elementos do jardim seja de tal envergadura que aconselhe a sua reconstrução…”
Em entrevista, Carlos Fernando de Moura Delphim[8] coloca de forma clara e precisa qual seria para nós do Movi-
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mento Fica Ficus, a postura correta a ser seguida na restauração de um Jardim Histórico. Questionado sobre como proceder na restauração dos Jardins da Agronomia da UFRGS onde um roseiral existente inicialmente foi substituído por um bosque e onde as condições de luminosidade impediam a convivência harmoniosa entre o roseiral e as árvores ele respondeu: “Não retirarei um bosque vivo e adulto para voltar a plantar roseiras. Recomendarei que, quando as árvores forem morrendo, não sejam replantadas. O bosque não impede uma solução híbrida que concilie o roseiral com as árvores: exposições anuais, na primavera, de mudas de roseira em flor, promovida pelos produtores para venda no local. Quando um dia, todas as árvores estiverem mortas, as roseiras poderão ser replantadas, se então isto for considerado conveniente nos padrões da época.”[9] No que diz respeito à questão urbanística destacamos a possível liberação da construção de dois HOTÉIS de 13 andares na Avenida Alfredo Camarate, numa área localizada a apenas um quilômetroda orla. Como ficará a paisagem horizontal da Pampulha? Quais os critérios e a coerência interna de um projeto que não foca na despoluição da orla, condena as árvores e libera a verticalização?
Segundo Roberto Burle Marx “sem compreender as necessidades de uma cidade e, principalmente, sem compreender as funções das áreas verdes [que é servir as pessoas], um paisagista não poderá realizar jardins.”[10] A partir dessa premissa estamos nós do Fica Ficus aqui para pensarmos juntos o que seria a restauração dos jardins de Burle Marx com a proposta de restaurar não só a imagem do jardim mas também o pensamento ecológico, focado nas pessoas e na pesquisa com respeito à natureza do nosso grande paisagista. E ainda acreditando ser possível um diálogo entre o Poder Público e a Sociedade Civil Organizada, entregamos este documento ao mesmo tempo que solicitamos ao ExmoSr.Prefeito Márcio Lacerda que interrompa os cortes previstos pelo Projeto de Revitalização dos Jardins de Burle Marx e inicie uma escuta dos anseios e apelos dos cidadãos que não se conformam com a perda desse “patrimônio arbóreo” em nosso Município. Será manifestação de sensibilidade política a decisão de rever o corte de árvores que cresceram sob os
auspícios das antigas gestões. O “jardim domado” – que é tese da maior parte dos arquitetos que defendem os projetos originais – não ocorreu no decorrer dos anos. Será injusto para o nosso Meio Ambiente Urbano que ele seja implantado à custa de árvores adultas, úteis e sadias, com grande prejuízo para o ecossistema que delas se beneficia. Dessa forma, solicitamos também o repasse e publicidade de toda a documentação referente à aprovação do corte dessas árvores, incluindo a prerrogativa que a sustenta, a saber, onde está escrito que para que consigamos o título de Patrimônio Cultural da Humanidade faz-se necessário “assassinar árvores”, incluindo algumas que são objeto de preservação.
Sem mais, agradecemos a oportunidade de intermediarmos um diálogo com o Poder Público, como representantes legítimos de pelo menos parte da população de Belo Horizonte. Belo Horizonte 17 de maio de 2013
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NATUREZA URBANA REDE VERDE PARQUE JARDIM AMÉRICA
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PARQUE JARDIM AMÉRICA rose aquino Rose é integrante do GOMUJA - Grupo de Moradores e Usuários do Jardim América
A área verde conhecida como chácara Jardim América possui de 21.528m², situada à Av. Barão Homem de Melo, próxima ao número 600, no Bairro Jardim América, região Oeste de Belo Horizonte, com várias espécimes arbóreas de grande porte (árvores centenárias), importante reduto de pássaros e animais silvestres da mata atlântica. A chácara é o último remanescente da antiga fazenda das goiabeiras que orig-
inou o bairro jardim América em 1929, alem do valor histórico a área contribui para a qualidade do ar e controle da temperatura da região. O movimento do Parque Jardim América surgiu em 2011 com participação de moradores vizinhos a chácara após tomar conhecimento através do DOM (Diário Oficial do Município), do processo de pedido de licenciamento para o desmatamento da área verde com o
objetivo de implantar um empreendimento imobiliário, tendo como interessada a construtora Masb, Diante dessa informação os moradores fizeram um abaixo assinado e encaminharam ao Ministério Público de Minas Gerais, bem como a Secretária Municipal de Meio Ambiente, a fim de demonstrar a importância. O Ministério Público de Minas Gerais demonstrando sua preocupação com a preservação do meio
REDE VERDE
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< <<<<<<<<<<< <<<< ambiente propôs uma Ação civil pública, obtendo uma medida liminar suspendendo a intervenção de qualquer edificação na área até a decisão final do processo.
realizando intervenções culturais de conscientização, audiências públicas, e com participação de associações de bairros, movimentos sociais e entidades filantrópicas.
No que tange a secretaria Municipal de Meio Ambiente (COMAM), a comunidade não obteve o resultado esperado, sendo aprovado a favor da construtora as licenças Prévia (LP) e Licença de Implantação (LI), causando grande decepção á comunidade.
Em 02 de Agosto de 2014, na 4ª Conferência Municipal de Política Urbana, os delegados municipais da comissão de meio ambiente votaram de forma unânime pela PRESERVAÇÃO DA ÁREA e manutenção da zona PA-1 (Proteção Ambiental de nível 1 - que garante proteção total à fauna e flora da região).
Embora as licenças foram concedidas, o grupo organizado de moradores & usuários do bairro jardim América e adjacentes pretende resistir ao projeto e vem atuando com reuniões semanais,
Está em andamento Câmara Municipal de Belo Horizonte, Projeto de Lei apoiado por VÁRIOS VEREADORES de forma a salvar a área verde, por com-
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preenderem ser a área imprescindível ao sustento da cidade, sobretudo com a notícia da crise hídrica que estamos adentrando. O Projeto de número 44714 propõe a CRIAÇÃO DE UM PARQUE ECOLÓGICO com objetivo de trazer além do equilíbrio já mencionado. Os moradores lutam pelo direito constitucional à um ambiente saudável e equilibrado, à preservação da natureza, à espaços de lazer e espera que o poder público dentro da sua legitimidade decida pelo bem estar de todos, tratando a situação como bem comum, sob o princípio administrativo do benefício à coletividade.
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NATUREZA URBANA REDE VERDE PARQUE JARDIM AMÉRICA
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REDE VERDE
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PARQUE JARDIM AMÉRICA LAGOA DO NADO
que
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não, obrigado
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REDE VERDE NATUREZA URBANA
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sim, por favor
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ANDARES
21.528 m
2
2011
última área verde remanescente da fazenda das goiabeiras, que deu origem ao bairro jardim américa, em 1929, com espécimes arbóreas centenárias.
ANO EM QUE FOI PUBLICADO NO DIÁRIO OFICIAL DO MUNICÍPIO O PROCESSO DE PEDIDO DE LICENÇA PARA D E S M A T A M E N T O DA ÁREA VERDE SITUADA NA AV. BARÃO HOMEM DE MELO
gom&uja
diante de tal publicação, o grupo organizado de moradores & usuários do bairro jardim américa e adjacentes encaminham abaixo assinado ao ministério público e à secretaria municipal de meio ambiente em defesa da preservação da área.
inúmeras
espécies de aves e animais vivendo no ecossistema existente.
qualidade
ambiental. uma extensão de área arborizada e permeável deste porte pode reduzir a temperatura do ambiente em até 4 graus, além de garantir a qualidade do ar e do ciclo hídrico,
MPMG
o MINISTÉRIO PÚBLICO DE MINAS gerais, em apoio à preservação da área, propôs AÇÃO CIVIL PÚBLICA, obtendo LIMINAR DE SUSPENSÃO De qualquer INTERVENÇÃO.
COMAM
apesar das reivindicações, o PRÓPRIO CONSELHO MUNICIPAL DE MEIO AMBIENTE (secretaria de meio ambiente) cONCEDEu LICENÇA PRÉVIA PARA A INTERVENÇÃO.
CÂMARA MUNICIPAL EM AGOSTO DE 2014, na QUARTA Conferência Municipal de Política Urbana, A COMISSÃO DE MEIO AMBIENTE VOTOU UNANIMENTE PELA PRESERVAÇÃO TOTAL DA ÁREA.
2015
GOM&UJA, COM O APOIO DOS movimentos sociais, entidades filantrópicas, redes de defesa ao meio ambiente E redes nacionais de preservação dos parques e áreas verdes, REUNE FORÇAS PARA AÇÕES E MANIFESTAÇÃO DO DESEJO DA COMUNIDADE, POR UMA BH COM MAIS PARQUES. FIQUE ATENTO!!! AJUDE NESTA CAUSA, ELA TAMBÉM É SUA!
#PARQUEJARDIMAMÉRICA #redeverde
APTOS LOJAS SALAS VAGAS
trânsito o impacto de um empreendimento deste porte agravaria ainda mais a situação caótica da mobilidade nesta região; com as vias já saturadas e sem o investimento em meios alternativos e planejamento eficiente de transporte, a população fica refém do trânsito.
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molde
NATUREZA URBANA REDE VERDE PARQUE JARDIM AMÉRICA
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stencil da logo do parque jardim américa: aprenda a fazer!!!
REDE VERDE
você vai precisar de:
estilete [peça a ajuda de um adulto]
molde
rolo de espuma bandeija de isopor e tinta
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ou tinta spray
superfície
passo-a-passo
corte
transferência
1_ escolha um local de apoio onde você possa cortar o molde sem danificar o local de trabalho. você poderá usar um papel mais grosso por debaixo do molde para proteger a mesa de trabalho, por exemplo.
1_ fixe a sua camiseta a um suporte (mesa) de forma que a superfície para a pintura esteja plana.
2_ você poderá fixar o molde ao papel mais grosso e à mesa caso ache melhor.
3_ UTILIZANDO O ROLO DE ESPUMA, VOCÊ DEVERÁ DESPEJAR UMA QUANTIDADE DE TINTA NA BANDEIJA DE ISOPOR PARA EMBEBEDAR A ESPUMA. utilizando tinta spray, veja instruções no rótulo da embalagem.
3_ recorte do molde somente as partes em branco, dexando a parte cinza totalmente inteira. Poderá ser trabalhoso. mas quanto mais cuidado tiver, mais bonito ficará o seu stencil. 4 - descarte as partes brancas, elas não nos servirão. 5 _ stencil pronto!
2_ Fixe o seu stencil na camisa, deixando as partes vazadas livres para que a tinta passe por elas.
4_ PINTE 5_ ESPERE SECAR 6_ USE!
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NATUREZA URBANA REDE VERDE PARQUE JARDIM AMÉRICA
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Ação Cultural Moradores de Belo Horizonte e rede de apoiadores realizam atividades culturais, ambientais e artísticas pela criação do Parque Jardim América para a preservação da última área verde da Região Oeste de Belo Horizonte
Conheça a história:
defesa à área.
dentro da sua legitimidade e também
Em 2011, os moradores do bairro
A área verde que se pretende, com
demonstrando sua preocupação com a
tomaram conhecimento da possibili-
esse projeto, desmatar, apresenta
preservação do meio ambiente, propôs
dade da perda da mata que até então
vegetação nativa expressiva, com es-
uma Ação Civil Pública, obtendo uma
era refúgio à fauna e flora da região. O
pécimes arbóreas de grande porte (ár-
medida liminar que suspende a inter-
anúncio se deu através do DOM (Diário
vores centenárias); espécies animais
venção de qualquer edificação na área
Oficial do Município), com o proces-
raras - segundo pesquisa realizada
até a decisão final do processo. Ou seja,
so de pedido de licenciamento para o
pelo biólogo Cássio Nunes, várias es-
é proibido o desmatamento da área e
desmatamento de uma área verde de
pécies de pássaros ameaçadas de ex-
construção, valendo para tal uma mul-
21.528m², situada à Av. Barão Homem
tinção vivem no local, e grande valor
ta de R$5.000,00 pelo descumprimento
de Melo, próxima ao número 600, entre
histórico e patrimonial é característica
e 50.000,00 por espécime derrubada.
as ruas Daniel de Carvalho, Sebastião
da area, já que, é a última área rema-
E obriga a prefeitura a incluir o devido
de Barros e Rua Gama Cerqueira, no
nescente da extinta fazenda das Goia-
planejamento urbano reconhecendo a
Bairro Jardim América, região Oeste
beiras, que deu origem ao Bairro Jar-
área como preservação ambiental. Esta
de Belo Horizonte. A área em questão
dim América, em 1929.
liminar foi apreciada pelo judiciário.
trata-se de um espólio e, como é sa-
Caso o empreendimento venha acon-
Acontece que mesmo após a liminar,
bido, não se pode vender a área sem
tecer serão afetados a qualidade do
derrubou-se algumas árvores na chá-
o devido tramite legal, documentação
ar, o aumento de lixo, além do grande
cara, o que gerou investigação ainda
necessária e aval de todos os herdeiros.
fluxo de veículos na região, que já é
em andamento e aguarda a punição do
O imbróglio jurídico serviu à uma ma-
caótico.
responsável pela derrubada ilegal das
nobra na tentativa de passar a área de
árvores. Um crime ambiental.
forma indevida como contrato de como-
É importante ressaltar que a Região
dato com o objetivo de implantação de
Oeste possui o menor índice de área
Na secretaria Municipal de Meio Ambi-
um empreendimento imobiliário, tendo
verde por habitante de Belo Horizon-
ente (COMAM), a comunidade não obteve
como interessada a construtora MASB.
te e que a defesa de sua última área
o resultado esperado, sendo aprovado a
O projeto, em andamento, propõe o
verde é de extrema importância para a
favor da construtora as Licenças Prévias
desmatamento de grande parte da área
vida de todos que ali vivem.
(LP) e Licença de Implantação (LI), cau-
verde para a edificação de 2 torres com
sando grande decepção à comunidade.
23 pavimentos, 276 apartamentos, pi-
Diante disto, moradores do bairro fiz-
lotis e 3 níveis de garagem com 752 va-
eram um abaixo assinado e encamin-
Em 02 de Agosto de 2014, na 4a Con-
gas, além de 23 lojas e 48 salas.
haram ao Ministério Público de Minas
ferência Municipal de Política Urbana,
Gerais, bem como à Secretária Munici-
os delegados municipais da comissão de
Por não ser uma medida lícita e legal,
pal de Meio Ambiente, a fim de demon-
meio ambiente votaram unanimamente
moradores vizinhos à chácara indig-
strar a importância ambiental da área
pela preservação da área e manutenção
nados com a possível manobra que le-
verde em questão para a cidade de
da zona PA 1 (Proteção Ambiental de
varia à irreversível perda da área verde,
Belo Horizonte e seus moradores.
nível 1 que garante proteção total à
se organizaram em um movimento de
O Ministério Público de Minas Gerais,
REDE VERDE
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< <<<<<<<<<<< <<<< fauna e flora da região). Esperase que
da aprovação das medidas da 4ª Con-
o mesmo ocorra na ocasião da apro-
ferência pelos vereadores da cidade,
vação das medidas da 4a Conferência
quando o movimento dos moradores
pelos vereadores da cidade, quando o
e rede de apoiadores do movimento -
movimento dos moradores e rede de
que cresce a largos passos - pretende
apoiadores do movimento que cresce a
lotar o plenário Câmara Municipal de
largos passos pretende lotar o plenário
Belo Horizonte.
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Câmara Municipal de Belo Horizonte. Por fim, corre na Câmara Municipal de Diante do quadro de total descaso por
Belo Horizonte, Projeto de Lei apoiado
parte do município e dos seus órgãos
por vários vereadores de forma a sal-
competentes, os diversos movimentos
var a área verde, por compreenderem
em defesa dos ambientes naturais na
ser a área imprescindível ao sustento
cidade se uniram na criação da Rede
da cidade, sobretudo com a notícia da
Verde. Essa surgiu da necessidade de
crise hídrica que estamos adentrando.
se criar uma teia de lutas que visam à
O Projeto de número 44714 propõe a
preservação de áreas que ainda pos-
criação de um Parque Ecológico com
suem ambientes naturais dentro das
objetivo de trazer além do equilíbrio já
cidades. Entendemos que os parques,
mencionado, lazer à região que carece
praças, jardins, rios, lagos, mangues,
de áreas de convivência.
córregos e as áreas de preservação são
A luta do GOM&UJA e seus apoiadores,
fundamentais para a qualidade de vida
pensando no presente e no futuro dos
e garantem um dia a dia mais saudável.
moradores de Belo Horizonte, pre-
São espaços urbanos que se tornam
tende arregimentar os moradores das
locais coletivos para que os cidadãos
imediações para juntos conquistarmos
possam conviver. O direito à vida de
a preservação da área e sua trans-
qualidade nas cidades deve fazer parte
formação em um Parque Ecológico, o
da vida cotidiana de todas/os!
Parque Jardim América. que os cidadãos possam conviver. O di-
Atualmente a situação agrava-se e, di-
reito à vida de qualidade nas cidades
ante da crise da água, entende-se ser
deve fazer parte da vida cotidiana de
uma irresponsabilidade irremediável
todas/os!
permitir-se que seja extinto o úlltimo remanescente verde da Região Oeste de Belo Horizonte.
Diante do quadro de total descaso por parte do município e dos seus órgãos
Em 02 de Agosto de 2014, na 4ª Con-
competentes, os diversos movimentos
ferência Municipal de Política Urbana,
em defesa dos ambientes naturais na
os delegados municipais da comissão
cidade se uniram na criação da Rede
de meio ambiente votaram unanima-
Verde. Essa surgiu da necessidade de
mente pela preservação da área e ma-
se criar uma teia de lutas que visam
nutenção da zona PA-1 (Proteção Ambi-
à preservação de áreas que ainda pos-
ental de nível 1 - que garante proteção
suem ambientes naturais dentro das
total à fauna e flora da região). Espe-
cidades. Entendemos que os parques,
ra-se que o mesmo ocorra na ocasião
praças, jardins, rios, lagos, mangues,
Apoaim o GOM&UJA e a criação do Parque Jardim América: ACPC – Associação Comunitária Prado e Calafate ACSCD – Associação Cultural Social Comunitária AUÊ! Estudos em Agricultura Urbana UFMG BAixo BAhia Futebol Social Brigadas Populares Espaço Comum Luiz Estrela Fundação Relictos Indisciplinar - Escola de Arquitetura/ UFMG MAMBH- Movimento das Associação Municipais de BH. Mata do Planalto MOC – Movimento de Organização Comunitária Parque Augusta/SP Projeto Manuelzão
CONTATOS para imprensa Luara Colpa: (31) 9181-0478 Anito Mário Mendes: (31) 9171.6247 João Batista: (31) 8784-8915
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NATUREZA URBANA REDE VERDE PARQUE AUGUSTA
VIVA O COMUM DA RESISÊNCIA MULTITUDINÁRIA!
Viva o Parque Augusta! por natacha rena
*texto de Natacha Rena, arquiteta urbanista e designer, doutora em comunicação e semiótica pela PUC-SP, Professora do Curso de Arquitetura da EAUFMG e compõe o Grupo de Pesquisa INDISCIPLINAR (CNPQ_UFMG) e o projeto Mapeando o Comum.
O
sistema-rede que conecta Estados e empresas do capitalismo financeiro pode
ser também denominado Império. Diferente do capitalismo fordista, no qual a mais-valia era prioritariamente explorada do trabalho nas fábricas, atualmente, na era do capitalismo cognitivo, se expande por todo território, atua dentro e fora das fábricas, em toda a metrópole. Além disso, o tempo do trabalho envolvido na produção do capitalismo industrial, referia-se ao tempo da jornada na qual o trabalhador estava dentro das fábricas. Atualmente, o tempo de expropriação do capitalismo é todo o tempo de nossas vidas. A exploração da vida passa inclusive e primeiramente pela captura dos desejos e neste sentido todo um sistema simbólico abduz a subjetividade e nos torna trabalhadores e consumidores obedientes. Na sociedade contemporânea do capitalismo cognitivo, além de vermos configurar (via Estado-capital) a construção de sujeitos dóceis (próprios da sociedade disciplinar em que o controle incidia – e ainda incide – diretamente sobre os corpos), estamos imersos em práticas de controle mais sutis e flexíveis. O Estado foi definitivamente tomado pelo capital, que agora atua de dentro dos processos políticos institucionais e por meio de mecanismos de gestão pública; e no caso das metrópoles, estão visíveis na lógica do grande canteiro de obras que se tornaram. Uma multiplicidade de instrumentos urbanísticos neoliberalizantes que fazem parte,
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Este texto foi abaixo foi escrito a convite do OPQ-Organismo Parque Augusta em 2014 para o primeiro número da revista OPA que nos inspirou a fazer este Jornal Natureza Urbana. Decidimos reedita-lo, já que trata-se de utilizar este veículo para articular as lutas pelos commons urbanos em nossas metrópoles! Então vai um Viva: ao Parque Jardim América, à Mata do Planalto, ao Fica Ficus, à Serra da Gandarela, aos Rios de Belô, à Izidora e à todas as lutas sócio-ambientais locais e globais.
muitas vezes, do próprio Estatuto das Cidades, que afeta fortemente o novo modo de planejar e construir o espaço urbano tem sido o instrumento denominado Operação Urbana Consorciada, uma espécie de parceria público-privada que determina as regras do jogo para o uso e a construção do es-
paço que pertence a um determinado território pré-definido para a utilização do instrumento urbanístico. Mas, mesmo quando não há o uso explícito destes instrumentos liberalizantes, a lógica das gestões das cidades contemporâneas, no mundo e visivelmente no Brasil dos últimos anos, seja nos governos de esquerda, seja nos governos de direita, é a lógica da cidade-empresa, da especulação imobiliária, da gentrificação (enobrecimento e expulsão dos pobres que não conseguem viver mais nas áreas valorizadas), das políticas de revitalização
(substituindo vidas pobres por vidas ricas e turismo), das intervenções utilizando equipamentos culturais (museus, bibliotecas, salas de música e afins) e às vezes até mesmo dos parques e áreas de preservação ambiental, quando é o caso dos condomínios fechados cercados por áreas verdes! Estas lógicas encabeçam os eixos principais dos processos de gentrificação de grandes regiões, e tirando o caso das APAs, é nos centros urbanos, que já detêm meios de transporte e serviços abundantes, onde elas incidem com mais eficácia e visibilidade. Portanto, é utilizando o discurso da arte e da cultura, da melhoria do espaço, do embelezamento e da segurança, ou até mesmo da natureza, que o Estado-mercado avança por toda a cidade expropriando os bens comuns e expulsando os pobres. Mas, para fazermos um recorte mais preciso aqui, o verde urbano tem sido talvez o bem mais exposto à ameaças do mercado imobiliário, porque devido às grandes obras de mobilidade, por exemplo, milhares de árvores são suprimidas todos os dias. Em todo o mundo, vide Parque Gezi (em Istanbul), Gamonal (na Espanha), Fica Ficus Mata do Planalto, Parque Jardim América (em BH), Parque Cocó (em Fortaleza), Ocupa Estelita (em Recife), ou Parque Augusta (em São Paulo), vemos surgir uma multidão de singularidades e grupos de ativistas, artísticos, de moradores locais e vizinhos, população de rua e comerciantes, universitários e pesquisadores, todos interessados em recuperar o debate político sobre a cidade e a construção, com
ação direta, do ambiente que pertence às suas vidas cotidianas. Pra falar do óbvio, a democracia representativa já não mais representa o cidadão comum e vem deixando de lado os interesses de todos para garantir o interesse do mercado que financia o Estado e suas campanhas políticas que garantem a permanência de grupos no poder. Contudo, a sociedade se rebela, e faz isto atualmente, em grande parte, resistindo coletivamente por meio de redes conectadas globalmente, nacionalmente e localmente. O espírito imanente da multidão (conceito negriano que não é povo-estado, nem massa-mercado) encara o Império de frente e exige democracia real e o direito de ter os seus bens comuns administrados autônoma e coletivamente. Estas novas organizações ativistas trazem a frescura da coleção subjetiva das diferenças e a pauta ampliada para além do direito ao verde urbano. O mais interessante é que estes movimentos são horizontais, sem lideranças definidas, e possuem uma dinâmica de articulação, que, por ser rizomática, é impossível de ser cooptada. Vemos o Estado-capital na tentativa desesperada de se aproximar destes movimentos para capturar a sua dinâmica de máquina de guerra que tanto incomoda o Aparelho de Estado (pra usar termos bem deleuzeanos). A autonomia e a autogestão é tudo o que o Estado-capital não pode suportar. Há uma explícita tentativa de controlar os movimentos multitudinários, criando-se conselhos nos quais o Estado participa ativamente. Mas os movimentos que, desde 2013, não foram capturados pelo Estado-capital se fortaleceram e ganharam redes e ruas e,
REDE VERDE
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principalmente, apoio popular. A construção da subjetividade via mecanismos oficiais do poder imperial (grandes mídias) já não convence mais a sociedade, e assistimos a uma ampliação dos campos de luta pela construção do comum, seja nas ruas, seja nas redes. Não se trata somente do território verde dos parques e praças, mas também da exigência de função social para a propriedade. Pode-se detectar essa demanda nos movimentos pró-habitação como o MTST; a força política dos movimentos pela mobilidade como o MPL ou o Tarifa Zero; a força estética e afetiva dos movimentos de ocupas culturais que se proliferam pelo país, como o Espaço Comum Luiz Estrela (em BH) ou a Ocupa Casa Amarela (em SP). Abrindo um parênteses: muitos dizem que estes novos ocupas culturais são apenas novos squats (releituras de modelos europeus), mas nós que estamos envolvidos nestas luas de perto sabemos que é há um movimento muito maior e que este faz parte de uma nova ontologia trazida também pela redes que conectam as lutas globalmente e que, claramente, estão associadas à globalização, mas também possui relação direta com a derrocada do capitalismo neoliberal no norte e a chegada de um novo mundo biopotente, mundo no qual o poder sobre a vida é substituído pelo poder da vida. Apostamos que estes novos espaços do comum são habitados por jovens, crianças, artistas, ativistas, militantes de todas as ordens, idosos, comerciantes, gays, lésbicas, bis, trans, queers, e muitas outras cat-
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egorias e gêneros que representam uma nova sociedade ativa e plural, e isto faz toda a diferença se compararmos com a lógica viciada na centralidade e na autoridade dos movimentos da esquerda clássica, que acreditam na ideia unitária e identitária de povo. Mas também a ontologia multitudinária atua fora da lógica do mercado que encara os cidadãos como indivíduo pronto para o consumo em massa. A multidão é plural e atua no trabalho vivo, material e imaterial, produzido em rede coletivamente e criativamente. Portanto, estancar a força que move estes movimentos não vai ser tarefa fácil para o Estado-capital, já que o que os move é o amor, o afeto e o próprio sentido ativo da vida. Portanto: viva a diferença incapturável da multidão e viva as resistências verdes urbanas conectadas globalmente! Viva Parque Gezi, Fica Ficus, Parque Augusta, Parque Jardim América, Mata do Planalto e todos os outros nós biopotentes ativando novas singularidades e construindo um novo mundo!
Referências teóricas HARDT, M.; NEGRI, A. Multidão. Rio de Janeiro: Record, 2005. HARDT, M., NEGRI, T; Commonwealth. Cambridge e Massachusets: The Belknap Press of Havard University Press, 2009. PELBART, P. P. Vida capital. Ensaios de biopolítica. Ed. Iluminuras: São Paulo. 2003.
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NATUREZA URBANA REDE VERDE MATA DO PLANALTO
Moradores unidos pela defesa da
Mata do Planalto em BH
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Em uma cidade carente de áreas verdes não é lógico perder nem um por cento da área de Mata Atlântica, defendem ambientalistas e integrantes do Movimento Salve a Mata do Planalto.
Desirée Ruas
Jornalista, Especialista em Educação Ambiental e Sustentabilidade e coordenadora do Movimento Consciência e Consumo;
Raissa Faria
Relações Públicas e membro do Movimento Salve a Mata do Planalto.
D
entro de Belo Horizonte ainda há moradores da região Norte da cidade que
Norte da cidade que podem acordar ouvindo o canto do bem-te-vi, o embate sonoro do pica-pau, e apreciar a beleza silenciosa de tucanos ou as barulhentas interações de araras, saguis, micos e soins. Isso só é possível porque um dos últimos fragmentos de vegetação nativa da capital mineira e última área verde preservada da região Norte da cidade, a Mata do Planalto, ainda resiste em pé. A mata começou a ser ameaçada no ano de 2010, quando a construtora ROSSI pretendia construir na área setecentos e setenta unidades residenciais. E, novamente em 2015 quando o Conselho Municipal de Meio Ambiente (COMAM) aprovou uma licença prévia de construção na área para as empresas ROSSI, Petiolare e Direcional no último dia 28 de Janeiro sem a participação de nenhum representante do movimento pró- Mata do Planalto. O terreno é uma propriedade particular e foi negociada com as três construtoras para dar lugar a pelo menos sete torres de apartamentos, totalizando mais de setecentos e cinquenta unidades, além de mil e trezentas vagas de garagem. A Associação Comunitária do Planalto e Adjacências (ACPAD) en-
cabeçou grande mobilização social durante os últimos cinco anos contra o desmatamento da área junto a diversos colaboradores como, Associações dos bairros vizinhos, o Movimento das Associações de Moradores de Belo Horizonte (MAMBH), o Grupo de Estudos de Temáticas Ambientais da UFMG (GESTA) e com a orientação voluntária do advogado Wilson Ferreira Campos, presidente da Comissão de Defesa da Cidadania e dos Interesses Coletivos da Sociedade, da OAB-MG. O movimento conta ainda com o apoio dos moradores de ocupações da região da Isidora, no vetor Norte da capital, que também estão sendo ameaçados pela construtora Direcional. A área de 119.630,89 mil metros quadrados se situa no bairro Planalto e faz divisa também com os bairros Vila Clóris e Campo Alegre. A Mata do Planalto abriga ampla diversidade de fauna e flora sendo 60 espécies de pássaros e diversos outros animais. O pesquisador Iury Valente identificou aproximadamente vinte nascentes no local da construção e outras localizadas de 50 a 100 metros do local previsto para o empreendimento. Essas nascentes ajudam a compor o corpo d’água do Córrego Bacuraus, um afluente do Ribeirão Isidoro, que alimenta o Rio das Velhas, uma das fontes
de captação de recursos hídricos que atende à população de Belo Horizonte. Além disso, a região serve como banco de sementes para Belo Horizonte, e como barreira para não inundar a avenida Vilarinho em dias de chuvas fortes, além é claro, de seu potencial para absorção da água da chuva. Irregularidades De acordo com a professora doutora Andreia Zhouri, coordenadora do Gesta-UFMG, a falta de participação popular na concessão da licença pelo Comam feriu a legislação em vigor. “Faltou publicidade ao processo. Além disso, houve alterações no projeto inicial, com entrada de novos empreendedores e mudanças nas características da obra, o que demandaria a abertura de um novo processo administrativo para o licenciamento, o que não ocorreu”, afirmou a pesquisadora. Para ela, o argumento das construtoras Direcional Engenharia, Rossi Residencial e Petiolare que os problemas viários serão resolvidos com o alargamento das vias significa que “vão retirar os moradores que estão ali. E isso não é solução”. “O projeto de especulação imobiliária que avança sobre o vetor norte de Belo Horizonte não contribui em nada com quem mora ali. A cidade não é mercadoria. A especulação imobiliária é uma apropriação desumanizada”, aler-
tou Andreia Zhouri. “Precisamos de um projeto de apropriação urbana, cultural e afetiva da cidade”, disse. Impactos ofuscados O biólogo e morador do bairro por 25 anos, Iury Valente afirma que o processo de impermeabilização do solo para a construção de torres de apartamento é muito profundo e que, mesmo que todas as nascentes fossem preservadas, esse processo já impediria a drenagem da água, que é o que alimenta os lençóis freáticos. “Hoje, desce muita água para a mata quando chove. Com a construção dos prédios essa água vai parar de se infiltrar no solo”. O
REDE VERDE
biólogo alerta que os impactos que a construção causará sobre a biodiversidade, microclima e nascentes da região são preocupantes. Para ele, há uma relação de proximidade entre a comunidade e a Mata. “Se ela está preservada até hoje é por causa dos moradores. É como se fosse o quintal da casa de todo mundo”, conta. Iury foi responsável por um levantamento da biodiversidade no local e das nascentes, estimadas em vinte. Ele verificou a existência de 60 espécies de aves, cinco de anfíbios, três de répteis e ainda mamíferos como o mico-estrela, gambás e camundongos. Segundo Iury, a fauna que
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compõe o lugar é a mesma da Lagoa do Nado e Pampulha. Para ele, a alteração da Mata do Planalto pode influenciar nesses outros dois ecossistemas. “Dentro desse fragmento foram encontrados o jacarandá-caviúna, espécie em extinção em Minas Gerais e no Brasil, e vários ipês-amarelos”. Essa última, embora não esteja em extinção, tem o corte proibido por lei estadual. Recomendação do Ministério Público A representante do Ministério Público de Minas Gerais, a procuradora Cláudia Souza, afirmou em Audiência Pública realizada em março deste ano que a mata é preservada e por isso não
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justifica a utilização da área para a construção de um condomínio. Ela questionou os impactos oriundos de um empreendimento desse porte e frisou a importância da área e a falta de lisura no processo que resultou na concessão da licença pelo Comam em janeiro de 2015. Ela destaca dois pontos a serem considerados como a não publicidade das decisões do Comam e a desatualização dos dados do Estudo de Impacto Ambiental que foram feitos há cinco anos. Uma ação civil pública é movida pelo MPMG contra o empreendimento e, em dezembro de 2014, um pedido de liminar para suspender o projeto foi negado. “A Justiça negou o pedido de liminar mas o processo está apenas no início e não podemos desanimar”, lembrou a procuradora. Em outra audiência pública, realizada em 2011, na Câmara Municipal de Belo Horizonte, o Ministério Público de Minas Gerais já tinha apresentado um estudo técnico sobre os impactos ambientais da possível construção de um condomínio residencial na Mata do Planalto. O documento recomendou ao Comam a não concessão da li-
NATUREZA URBANA REDE VERDE MATA DO PLANALTO
cença prévia. O estudo técnico revela que a área de mata atlântica, bioma protegido por lei, tem cursos d’água, represas, abriga fauna diversa e constitui uma ilha verde numa região densamente ocupada por construções e pavimentada. De acordo com o documento, a Mata do Planalto tem papel essencial para purificar o ar, melhorar o microclima, amortecer ruídos e drenar águas pluviais. Mas apesar do estudo e das recomendações do Ministério Público e da intensa mobilização popular, o Conselho Municipal de Meio Ambiente da Prefeitura de Belo Horizonte concedeu no dia 28 de janeiro de 2015 a licença prévia para a construção dos prédios. Incansável na luta pela preservação da área, a presidente da Associação de Moradores do bairro Planalto e Adjacências, Magali Ferraz Trindade, diz que o Comam, que deveria proteger, “está se mostrando um verdadeiro devorador de área verde. Ele mais parece um cartel. O órgão votou a licença na calada da noite.” Ela lembrou, durante a audiência pública, que a Mata do Planalto é abrigo para dif-
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erentes espécimes da fauna e da flora, além de nascentes, e que é direito de todos o meio ambiente ecologicamente equilibrado.
Pela proteção integral da Mata E em uma cidade já tão carente de áreas verdes não é lógico a perda de nem um por cento dessa área, defendem ambientalistas, integrantes do Movimento Salve a Mata do Planalto e também moradores de outras regiões da cidade que consideram fundamental a proteção de toda a área. Os moradores da região e as lideranças contestam a informação das construtoras de que existe apenas uma nascente na área do empreendimento e que as outras nascentes não serão afetadas pelas obras. A comunidade acha que a área deve ser protegida integralmente e não acredita na proposta feita pela construtora de reservar 70% desse terreno para a criação de dois parques: um destinado aos moradores do condomínio e outro aberto ao público, em área que seria doada para a Prefeitura
REDE VERDE
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CONTATOS
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de Belo Horizonte. Para os moradores, esse é apenas um discurso das construtoras para convencer a população sendo que não há garantias de que o projeto não seja alterado. Eles afirmam que a construção dos prédios irá impactar negativamente toda a região. Uma das alternativas que o grupo defende para não prejudicar o proprietário é a aquisição do terreno pela Prefeitura por meio do pagamento de medidas compensatórias de outros empreendimentos, que chegam ao montante de R$ 420 milhões e, com isso, seria possível a proteção integral da área. “Com a Operação Urbana Consorciada no vetor Norte, que será votada na Câmara Municipal, os im-
pactos ambientais e transtornos nos corredores principais do bairro serão irreversíveis na vida dos moradores, com construções de prédios altíssimos com mais de 11 andares e no entorno de 4 a 6 andares. Por que as grandes construtoras, inclusive a Direcional, não doam a área da Mata do Planalto para a população, como compensação ambiental?”, sugere Magali Trindade. História da luta pelo verde na região No dia 2 de abril de 1982 alunos de escolas como a Municipal Lídia Angélica, moradores e ambientalistas fizeram uma passeata em favor de uma outra área verde da região norte de Belo Horizonte, a Lagoa do Nado, que fica na divida entre os bairros Itapoã e
Planalto. A Prefeitura na época queria construir ali um conjunto habitacional. Diversos abraços à Lagoa do Nado na década de 80 contribuíram para a criação do parque que só aconteceu em 1993. Na década de 80, o uso do espaço para eventos culturais marcou a história do que viria a ser o Centro Cultural Lagoa do Nado. A grande atração do parque, localizado na região da Pampulha, é a Lagoa do Nado, de 22.000 metros quadrados. Além dela, a área verde conta com 12 nascentes e o córrego do Nado, afluente do córrego Vilarinho, que deságua no ribeirão do Onça, unindo-se ao rio das Velhas, integrante da bacia do rio São Francisco.
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NATUREZA URBANA REDE VERDE
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A idade da árvore é uma agregação de valor ambiental porque ela aumenta a quantidade de habitats, aumenta a quantidade de pássaros, de aves, de uma série de coisas. Quem é daqui e já pensava nisso na década de 70 e 80… eu tenho o privilégio de morar na mesma casa desde então, eu lembro dos pardais cantando… e eles discursam no campo da biologia que os pardais invadiram a cidade e deslocaram as aves nativas. Bom, o meu quintal, como vocês podem imaginar, é uma floresta. Embora seja pequeno, hoje não tem 1 pardal em volta da minha casa. Então as partes da zona sul de Belo Horizonte que envelheceram, florestamelmente falando, e acumularam arvores antigas, hoje não têm pardal, que é um pombo, que é um rato, que é um transmissor de doenças. Hoje tem anu-preto, sabiá, bem-te-vi, ou seja, tem uma série de espécies de aves que são o que? Insetívoras. Então eles, na hora que você tiver um boom de insetos pragas, se você tiver um bando de anu-preto passando você vai ter esse problema bastante reduzido. E um outro problema que eu publiquei uma nota no facebook do grupo sobre os dados de um mestrado que foi defendido há duas semanas no meu laboratório, que coincidentemente eu trabalho com Aedes também, Aedes aegipty. O nosso interesse era entender quando o a dengue invadiu as montanhas mineiras. Invadiram de 2007 pra cá, a gente tinha esta expectativa de que invadiu talvez em 2006 e 2007… e resolvemos estudar o Aedes nas áreas verdes e nas áreas urbanas. O que que a gente descobriu? Que dentro das áreas verdes eu tenho o Aedes menos da metade que eu tenho na área que é intensamente pavimentada. Quando você olha os mapas da prefeitura… os próprios mapas da prefeitura de 2002, que foi um ano critico pra dengue mas não tanto quanto é hoje, e você olha as regionais com relação à dengue. Você olha na regional Centro Sul, que ainda é a mais arborizada; a ocorrência de casos registrados dos moradores da zona centro sul é menos da metade das outras regiões. É quase um terço das regiões menos arborizadas como a oeste, por exemplo. Então é claro para a gente que você tem um efeito na ciência, que na ecologia e na epidemiologia, na ecologia de vetores de doença, chama-se efeito de diluição. Ou seja, reforça aqui uma série de informações o que tinha falado a Marimar. Nós, ao termos uma cidade conectada enquanto um ecossistema, ela tem que funcionar com serviços ecossistêmicos. Ela tem que neutralizar carbono; ela tem que provir habitats para espécies que nos são benéficas; ela tem que nos dar condições múltiplas de existência. E nós temos que trabalhar, eu como professor tenho tentado trabalhar a cabeça das pessoas, o rompimento com esse medo do que é o problema. É uma questão que eu chamo de sanitarista. A gente olha pra natureza como algo que nos ameaça e tentamos desinfetar o mundo, quem sabe por que a nossa geração de crianças tem mais alergia que qualquer outra geração? A lógica por trás disso é toda a mesma: a gente não pode afastar tanto do movimento do qual evoluímos. A gente evoluiu em contato com essas criaturas e a cidade adoece por falta de manejo destas questões. Finalmente, para concluir. Uma árvore velha, mesmo sem copa, enquanto ela brota tem o genótipo da árvore velha. Aqueles genes daquela árvore foram tombados pelo município. Não só aquele indivíduo e sua função de sombreamento, mas o gene da árvore. (…)Desta forma, se eu tenho que recuperar a copa pra uma outra árvore, que eu recupere a copa esperando o broto restabelecer, se assim for necessário. E se eu precisar de mais árvores, que eu as plante também. Se uma árvore vai ser cortada eu tenho que rastrear qual a substitui, senão cria um deficit de carbono e bem estar que não terá compensação possível em menos de 50 anos. E a pergunta é: nós temos 50 anos? E, falando em 50 anos, eu quero saber, numa cidade e num país que envelhece, como é que a gente fala para um idoso… pra pessoa que vai acumulando suas dificuldades, seus problemas de saúde que uma árvore velha não pode estar lá? Como é que eu falo para uma pessoa que ela acumula rugas, frestas, problemas de saúde, e que então eu preciso tirá-la e colocar uma árvore saudável? Mas o que há que a árvore velha não é doente? a árvore velha é um habitat maravilhoso de uma série de espécies, e nós precisamos dela. Muito obrigado.
< Salve as árvores Velhas as arvores antigas beneficiam especies nativas de aves (anupreto, sabiá, bem-te-vi) e reduzem o numero de Pardais,que são transmissores de doenças Número de espécies de artrópodes benéficos em uma árvore velha chega a triplicar se comparada com outra que tenha metade do seu porte ou biomassa. aumento
do número de habitats naturais
Co2 Co2
Co2
Co2 Co2
aumento na absorção bruta de CO2 redução da população de aedes aegypti transmissor da dengue
Referências
http://www.nature.com/ http://www.youtube.com/watch?v=6UoJDdYoNf8