TURNÊ “CARTOLA-O MUNDO É UM MOINHO” CHEGA A MACEIÓ NOS PRÓXIMOS DIAS 8 E 9; ESPETÁCULO SERÁ NO TEATRO GUSTAVO LEITE
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ARBITRAGEM
Charles Hebert diz que chegou a era onde todos terão chance 6
Alagoas l 2 a 8 de julho I ano 05 I nº 0227 l 2017
redação 82 3023.2092 I e-mail redacao@odia-al.com.br
ARTIGO 90 DO CTB diz que não pode haver autuação se não houver sinalização suficiente
TERRENO DO PRODUBAN Cacá Santiago
MULTAS NA FAIXA AZUL SÃO ILEGAIS
As multas aplicadas pelos agentes da SMTT na faixa azul onde não há “sinalização suficiente” são irregulares.
Em pelo menos dois trechos da Avenida Fernandes Lima não há pintura no asfalto nem tachas de concreto. 4
TEMPO RUIM
Previsão de chuvas no final de semana O final de semana será de chuvas intensas.A previsão é da Secretaria do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos. No
sábado e domingo, e chuvas do Litoral e Zona da Mata. No Agreste e Sertão, possibilidade de chuvas leves.
TRABALHADORES MAIS CARA
Prédio de apartamentos, na Ponta Verde, foi construído pela Delman em lotes que pertenciam ao Produban; operação suspeita
Fraude no Luna Dorata A venda de quatro lotes que pertenciam ao Produban pode ter envolvido um
esquema fraudulento. No local, a Delman construiu o Luna Dorata, onde moram
dezenas de famílias. O Ministério Público deve decidir sobre o caso nos próximos dias. 3
Protesto em Maceió reúne mais de duas mil pessoas
Cobrança extra na conta de luz em julho
Pelo menos duas mil pessoas participaram dos protestos, na sexta-feira, 30, contra as Reformas Trabalhista e Previdenciária. A chuva e o ponto facultativo no Município prejudicaram as manifestações. 9
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) informou) que a bandeira tarifária de julho será amarela, o que implica em uma cobrança extra nas contas de luz de R$ 2 a cada 100 kilowatts-hora (kWh) consumidos. 7
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O DIA ALAGOAS l 2 a 8 de julho I 2017
EXPRESSÃO
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Traidores disfarçados de heróis “A
verdade é que a Polícia Militar do Rio de Janeiro tem que acabar!” A frase é do personagem Capitão Nascimento, interpretado pelo ator Wagner Moura, numa das cenas finais do segundo filme “Tropa de Elite”. É bem verdade que ele antecede a esta frase dizendo da dificuldade que ele tem em assumir aquilo, dados todos os anos de sua vida dedicados ao trabalho na mesma corporação. Os filmes em questão fizeram duras críticas à corrupção policial no País e de forma mais específica, à do Rio de Janeiro. Pois eis que é esta mesma polí-
cia que assiste, nesta semana, vários de seus membros serem presos na operação denominada “Calabar”, em referência a um homem que a história brasileira classificou como traidor. Os policiais participavam de um milionário esquema de propina e corrupção, digno mesmo das cenas de cinema. Muitos vão atribuir esse tipo de atitude aos salários “baixos” recebidos pelos agentes de polícia, mas a verdade é que isso demonstra muito mais a corrupção endêmica que passou a marcar nossa cultura. Ninguém os obrigou a serem policiais. Eles prestaram concursos públicos e se
habilitaram já cientes de suas remunerações. Além do mais, milhares de outros trabalhadores, inclusive policiais, preservam a honestidade mesmo ganhando pouco. É uma questão de princípios. A estes policiais, cabe mesmo o título de traidores de sua corporação, do povo que lhe pagou salários e da história. São responsáveis por nos fazer pensar se aquela afirmação do Capitão Nascimento não seja mesmo o único caminho. Mas, conferir a eles uma referência ao alagoano Domingos Fernandes Calabar, nascido em Porto Calvo, não foi justo. Calabar ficou imortalizado como traidor
(por isso o nome da operação) por ter se aliado aos holandeses quando da invasão de sua região. Mas há de se recordar que a história brasileira escrita pelos portugueses é que o classifica assim. Mas Calabar lutou contra os holandeses até perceber que o modelo de colonização que eles propunham era muito melhor e mais avançado para o seu povo. A partir daí, mudou de lado. Mas não por trair sua gente, e sim por enxergar com mais condições (era um homem de posses e estudado) que o futuro de seu povo poderia ser melhor do que aquilo que eles tinham (e que se davam por satisfeitos).
Esse não é o caso dos policiais cariocas. Estes sim, são traidores. Seus métodos e práticas ilícitas visavam apenas o lucro e o benefício fácil e próprio. E eram os mais nefastos: chegavam a sequestrar os bandidos quando não recebiam sua propina no prazo combinado. A Calabar, a história holandesa confere o título de herói, inclusive o sepultou com honras após ter sido esquartejado pelos portugueses. A estes militares e tantos outros que praticam a corrupção, a história em qualquer lugar, lhes reservará o título de bandidos, piores que aqueles a quem deveriam combater.
Em tempos líquidos, é preciso ser sólido Jayanne Andressa dos Santos Lima é aluna do curso de Administração da UFAL, campus Arapiraca
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econhecer nossa fragilidade requer força. É bem paradoxo isso. Mas, na vida fomos ensinados a temer nossos limites, segurar nosso choro, tornar falso o nosso sentimento e esconder as nossas fragilidades. Por isso, às vezes nos esquecemos que a vida é um processo. E ela é feita de pequenas derrotas também. Só conseguimos chegar ao pódio quando sabemos enfrentar a dura lição de ser o último. Não existe problema em dizer que não sabe a equação da matemática. Não existe problema em dizer que não sabe a conjugação verbal ou até mesmo os segredos da ciência. Não é feio dizer que não conseguiu. Seria feio se não houvesse luta. Não é feio chorar. Isso comprova a nossa fragilidade humana. O choro lava a alma, desnuda os sentimentos. Além disso, o choro nos torna mais humanos. Engraçado como algumas vezes nos perdemos em nós
mesmos, querendo ser aquilo que não somos. Mudamos a cara, mudamos o tom, trocamos as notas, colocamos e retiramos as máscaras. Nos tornamos estranhos para nós mesmos. Desconhecemos quem somos e nos tornamos aquilo que os outros gostariam que fôssemos. É aí que a vida perde seu sentido de ser, quando perdemos nossa essência e a nossa identidade. Algumas vezes precisamos olhar para dentro de nós com sinceridade. Precisamos sair das nossas prisões internas. Ser quem somos de verdade. A vida precisa ser vivida na sua totalidade. Somos seres únicos e nossas digitais comprovam isso. Em tempos líquidos, o que o mundo espera de nós é a firmeza de um abraço, a segurança de uma palavra dita na hora certa e a certeza de um amor solidário e restaurador. Karl Marx, disse: “Tudo que é sólido desmancha no ar”. Eu não posso deixar que vidas se
Para anunciar, ligue 3023.2092 CNPJ 07.847.607/0001-50
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desmanchem nessa terra sem, no mínimo, fazer algo por elas. O filósofo e sociólogo polonês, Zygmunt Bauman, defende a tese da sociedade líquida. Líquida no sentido de que as relações, com o passar do tempo, estão ficando cada vez mais superficiais e o contato entre os indivíduos é cada vez menor. Uma de suas mais famosas frases é que “as relações escorrem entre os dedos”. Essa perda de valores, porém, não se traduz em seus estudos em uma falta ou uma necessidade de recuperar aspectos do passado, mas sim em uma necessidade de reinventar e redefinir os valores da atualidade. Nada é permanente. Em entrevista a revista Isto é, Bauman caracterizou a “modernidade líquida” como sendo líquidos que mudam de forma muito rápida, sob a menor pressão. Na verdade, são incapazes de manter a mesma forma por muito tempo. No atual estágio “líquido” da modernidade, os líquidos são deliberadamente impedidos de
EXPEDIENTE ODiaAlagoas
se solidificarem. A temperatura elevada — ou seja, o impulso de transgredir, de substituir, de acelerar a circulação de mercadorias rentáveis — não dá ao fluxo uma oportunidade de abrandar, nem o tempo necessário para condensar e solidificar-se em formas estáveis, com uma maior expectativa de vida. O importante quando se fala em laços humanos nessa sociedade líquida é perceber que nada deve ser generalizado, mas é preciso se dispor a fazer uma autocrítica e uma autoanálise sobre o tema. Com o passar do tempo, as pessoas e a sociedade se modificam, mas como defende Bauman, os bons valores não devem ser perdidos, mas reinventados. O conceito de amor líquido está ligado diretamente a ideia de que um “amor” deve ser mantido por perto enquanto houver algo a oferecer, enquanto ainda levar satisfação a outra pessoa. Quando isso deixar de acontecer é fácil
Eliane Pereira Diretora-Executiva
Deraldo Francisco Editor-Geral
Conselho Editorial
Jorge Vieira
substitui-lo por outro amor que prometa ainda mais satisfação. O “amor líquido” é então a substituição da qualidade pela quantidade. Zygmunt Bauman, encerra a entrevista dizendo: “Eu desejo que os jovens percebam razoavelmente cedo que há tanto significado na vida quando eles conseguem adicionar isso a ela através de esforço e dedicação. Que a árdua tarefa de compor uma vida não pode ser reduzida a adicionar episódios agradáveis. A vida é maior que a soma de seus momentos”. É importante não se deixar levar por esta “modernidade líquida”. E isso pode ser possível quando solidificamos nossa identidade e assim descobrimos quem somos de verdade, quando modificamos nossa perspectiva e o que valorizamos de fato e também quando aprendemos a nos comprometer, tendo compromisso e a responsabilidade, estando dispostos a arriscar e se entregar.
José Alberto Costa
Rua Pedro Oliveira Rocha, 424 B - Farol - Maceió - Alagoas - E-mail: redacao@odia-al.com.br - Fone: 3023.2092
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PODER
redacao@odia-al.com.br
Queda dolorida
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m quase 30 anos de vida política, o vereador Davi Davino nunca tinha sofrido tamanha derrota política como a da última semana: quando foi retirado da Mesa Diretora da Câmara para o próximo biênio, já que a eleição (mesmo judicializada) foi antecipada em um ano e meio. Derrotado, Davino não poupou críticas e ataques aos adversários, especialmente ao prefeito Rui Palmeira e ao vereador Ib Breda, que atualmente ocupa a Secretaria de Infraestrutura – e que ficará com a vaga que era do colega na Mesa.
Maldade O prefeito Rui Palmeira ganhou antipatia ainda maior dos sindicalistas ao transferir para sexta-feira, dia 30, o ponto facultativo dos servidores municipais. A decisão foi tomada como manobra para esvaziar os protestos contra as Reformas da Previdência e Trabalhista.
EX-LIQUIDANTE DO PRODUBAN, Jânio Marcelo é suspeito de operar no caso
Moradores do Luna Dorata podem perder apartamentos
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suspeita de uma manobra fraudulenta na venda de quatro lotes - numa área privilegiada de Maceió - pertencentes ao patrimônio público mantém apreensivos moradores do Edifício Luna Dorata, na Ponta Verde. O prédio de apartamentos foi construído pela Construtora Delman Sampaio Ltda que - conforme denúncia formulada ao Ministério Público Estadual (MPE) – seria a beneficiada pelas irregularidades no processo de venda dos lotes que pertenciam ao extinto Produban. A negociação suspeita se deu em 2008, no primeiro mandato do Governo Téo Vilela, quando os lotes foram vendidos de forma suspeita - a pessoas físicas que os revenderam à Delman. Além da denúncia de irregularidade na negociação, por se tratar de um bem público – que exige procedimentos bem específicos – a reclamação feita
ao MPE ainda questiona os valores que, após consulta – restou evidenciado que os lotes foram vendidos a preços bem abaixo dos praticados pelo mercado imobiliário à época. A construtora apresentou documentação que comprovaria a compra dos Lotes 09, 10, 14 e 15 da Quadra “C”, do Loteamento Santo Inácio de Loyola, na Rua Professor Sandoval Arroxelas, Ponta Verde. O problema é que, conforme as suspeitas encaminhadas ao MPE, a venda desse patrimônio envolveu uma “operação casada fraudulenta”, que incluiria, inclusive, o então liquidante do Produban, Jânio Marcelo dos Santos. Outras seis pessoas físicas e duas jurídicas teriam se envolvido no esquema, cujo objetivo seria deixar os lotes “limpos” para serem vendidos a preços camaradas à Construtora Delman. O questionamento do negócio feito ao MPE dá conta
de que, para que ocorresse essa operação, haveria a necessidade de um leilão dos lotes, do certame licitatório e ainda da autorização da Assembleia Legislativa Estadual (ALE). Quando chegou ao MPE, a denúncia sugeria a imediata suspensão das obras para que a situação fosse totalmente resolvida sem riscos para os futuros moradores do prédio. Na documentação enviada ao MPE, as pessoas físicas e jurídicas envolvidas no processo de venda dos lotes pertencentes ao poder público são acusadas de crimes de: corrupção ativa e passiva. Peculato; contra administração pública e sonegação de impostos. Motivo pelo qual, o pedido ao Ministério Público é de instauração de um Inquérito Civil Público ou a propositura de uma Ação Civil Pública com o objetivo de punir todos os envolvidos, anular o negócio jurídico realizado sob fraude e a reposição ao patrimônio público. Cacá Santiago
DA REDAÇÃO
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Sujou O ex-prefeito Cristiano Matheus vive um crepúsculo político e pessoal. Depois de perder o comando de Marechal Deodoro, ele agora se vê envolvido com um “barraco de família” que serviu para queimar ainda mais a sua imagem. A ex-mulher acusando-o de agressão é apenas mais um capítulo do que se desenha como um fim de carreira melancólico.
Outra vez O prefeito de Boca da Mata, Gustavo Feijó, aparece novamente envolvido em um escândalo. Dessa vez, um clube cearense o acusa de fraudar documentos da CBF, do qual é vice-presidente, para beneficiar um jogador que seria negociado com o futebol árabe. Feijó que ganhou fama (e muito dinheiro) na cartolagem tem evitado comentar o assunto.
Situação chata E na eleição da Câmara de Maceió, a manipulação de bastidores conduzida pelo prefeito Rui Palmeira desagradou até mesmo o vice-prefeito Marcelo Palmeira, possível herdeiro da caneta caso o tucano de fato renuncie tentando uma vaga ao Senado ou a disputa para o Governo. Marcelo desabafou a vários aliados que Rui não confia nele e deixou provas disso devido ao apoio irrestrito à chapa do vereador Kelmann Vieira, seu antigo desafeto e que será presidente do Legislativo caso ele de fato vire prefeito.
Pancada O prefeito Júlio Cezar nunca imaginou o tamanho da força da oposição que iria encontrar. Qualquer coisa que faça, seja negativa ou positiva mesmo, é fortemente criticada, inclusive por setores da mídia com interesses eleitorais em Palmeira dos Índios. A história da licitação do coffee break é uma prova disso. Foi feita totalmente dentro da legalidade, mas foi vendida por alguns jornalistas como algo fora da lei ou imoral apenas pelo valor ultrapassar a casa dos R$ 5 milhões.
Enfraquecido O deputado Paulão sentiu que as coisas não estão fáceis para o seu lado. Participando ativamente dos atos que paralisaram Maceió em torno da greve geral, ele viu que muitos sindicalistas não curtem mais a sua liderança e querem renovar os nomes da esquerda em 2018.
Virou O prefeito de Pão de Açúcar, Flavinho Almeida, deu um golpe de mestre ao enfraquecer a oposição quando atraiu para o grupo governista, o ex-vereador Edson Lira, que foi candidato a vice-prefeito na chapa derrotada da última eleição. A medida é uma vitória depois de um começo com tantos erros e atropelos na gestão.
Área em questão fazia parte de lotes na Rua Professor Sandoval Arroxelas, Ponta Verde, onde hoje está o Edifício Luna Dorata
Negócio fraudulento para beneficiar a Delman Conforme a representação feita ao MPE, Jânio Marcelo dos Santos, na qualidade de Liquidante do Banco do Estado de Alagoas vendeu a outras seis pessoas, sem leilão e sem certame licitatório, os imóveis denominados Lotes 09, 10, 14 e 15 da Quadra “C”, do Loteamento Santo Inácio de Loyola, na Rua Professor Sandoval Arroxelas, Ponta Verde, pelo valor “simbólico” de R$ 900.000,00 (novecentos mil reais) em 15 de setembro de 2008, representando o “ínfimo valor” de R$ 225.000,00 (duzentos e vinte e cinco mil reais) por cada lote. Conforme a denúncia enviada ao MPE, numa operação aparentemente casada os lotes 09 e 10 foram repassados diretamente pelos primeiros compradores para a empresa Construtora
Delman Sampaio Ltda pelo valor de R$ 480.000,00 (quatrocentos e oitenta mil reais), em 25 de junho de 2009. Consta na denúncia que, ao “revenderem os lotes 14 e 15 por praticamente R$ 400.000,00 (quatrocentos mil reais) cada, fica comprovado que Jânio Marcelo dos Santos deu um prejuízo ao erário de comprovadamente R$ 700.000,00 (setecentos mil reais), considerando que ele, na qualidade de liquidante do Banco do Estado de Alagoas, não realizou o leilão dos imóveis e vendeu cada lote por apenas R$ 225.000,00 (duzentos e vinte e cinco mil reais) cada”. Mas a denúncia chegada ao MPE também chama a atenção do promotor responsável pelo caso quanto às escrituras públicas que as partes anexaram aos autos. Destaque para o fato de
que, “aparentemente”, todas foram lavradas no mesmo dia, uma vez que a ordem numérica dessas escrituras obedece a uma sequência de: AAA-N 107185 A AAA-N 107.190. Quando o pedido foi feito ao Ministério Público Estadual, houve ainda o pedido para que, com “devida urgência”, fosse determinada, por medida cautelar, a paralisação das obras do empreendimento. Havia a possibilidade, como ainda há hoje, de a conclusão do inquérito ensejar a nulidade absoluta do negócio realizado por fraude. E, neste caso, como a construção não havia sido concluída, os prejuízos seriam menores. Hoje, dezenas de famílias moram no edifício e, caso seja comprovada essa fraude, os prejuízos e transtornos serão maiores.
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COTIDIANO
PODERGrisalho Francisco Silvestre silvestreanjos@bol.com.br
Absurso e lamentável!
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arece que as pessoas idosas residentes em Alagoas são invisíveis ou inexistentes. Por mais que o segmento seja a sustentação econômica, com suas rendas de aposentadorias, em vários municípios.Em Maceió, aonde se encontra uma concentração maior dessas pessoas, ainda se torna pior a obscuridade dispensada à faixa etária, pelos poderes governamentais e pela sociedade. A comprovação está fundamentada por a capital ter o segundo pior índice de desenvolvimento humano do país – IDH, entre as outras capitais dos estados brasileiros; além de ter uma cultura conservadora de modelos ultrapassados,nos convívios intergeracionais e sociais, os três poderes governamentais em relação as suas atribuições não se dedicam a criarem e desenvolver politicas públicas que venham a trazer benefícios para o idoso alagoano. Absurdo e lamentável é o tratamento discriminativo, desleixado e desumano que o executivo municipal dispensa aos munícipes de idades avançadas.
Disparidade cultural
Está em duas peças publicitárias veiculadas nos principais canais de televisão do nosso Estado, em que ambas, a pessoa idosa é o principal protagonista. Uma delas, que tem a chancela de uma cervejaria e que também é exibida em rede nacional, envolve um idoso contracenando com jovens esnobando jovialidade, poder de inclusão, saúde, autoestima, ser energético e estar feliz. A outra, cuja assinatura de um hospital local, a chamada é o lançamento de um serviço de emergência e tem a peça publicitária envolvendo uma idosanuma queda e depois hospitalizada. Configuração situacional essa, em fase de extinção e vem de encontro a atual conjuntura social que o idoso é um ser fragilizado, vulneral a quedas, tombos e outros acidentes e que esses eventos são típicos e exclusivos das pessoas de idades avançadas.
Negligências
Não é de agora que as campanhas de utilidades públicas de prevenção de doenças e promoção de saúde para idosos foram menosprezadas ou esquecidas pelos governos municipais e estadual de Alagoas. Podemos até frisar que o governo federal, também foi um pouco relapso. Como aconteceu nas campanhas anteriores, a exemplo da vacinação do idoso no mês de abril, as convocações publicitárias foram tímidas e frias. E repetindo o mesmo feito, os órgãos responsáveis pela conscientização do combate à violência contra a pessoa idosa e o dia de prevenção de quedas, preferiram mais uma vez, ir de encontro, contrariando e ferindo vários artigos do Estatuto do Idoso, tornando assim, as datas insensíveis e inexpressivas. O dia 24 de junho, que foi o dia nacional de prevenção a quedas dos idosos, só não ficou sem registro devido a excepcional e magnífica reportagem publicada neste semanário, produzida pela jornalista Iracema Ferro.
Em primeira mão
Vem aí a segunda edição do festival de férias julina de frases, provérbios e ditados populares de Alagoas. O evento ainda está sem data e local previstos. Mas é certeza acontecer na penúltima semana do mês de julho e vai oferecer troféus e vários prêmios. O evento tem a característica exclusiva de só poder participar dos concursos, desafios e outras atividades especificas, pessoas das terceira idade. No entanto, convites para outras faixas etárias estarão disponíveis. A programação do segundo festival terá novos atrativos e entretenimento. Para você que é nosso leitor e que pretende ser um participante, e ir se preparando para as atividades do Festival, vamos disponibilizar em primeira mão, para que você conheça os concursos e desafios.
Concursos e desafios
A participação no evento terá duas opções para a galerosa. Como convidado e como protagonista. Os protagonistas poderão se inscrever: no “concurso de textos criativos com ditados e provérbios populares” e no “concurso de interpretação de ditados e provérbios”. Esses, a participação é individual e na inscrição estaremos disponibilizando um regulamento próprio e exclusivo. Os outros dois eventos que são livres e grupais serão uma “olimpíada de jogos de memória” e da atividade “complete o bem-dito e o mal-dito”.
Idoso e cultura
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É de conhecimentos de todos que idoso quer dizer também pessoa que tem idade avançada, e conforme o Estatuto do Idoso, seu inicio é a partir dos 60 anos de idade. Já o termo cultura adquiriu diversos significados através dos tempos e, mesmo na atualidade, mantém seu caráter polissêmico. Possuidor de tempo livre e condições facilitadas, o idoso tem acesso à cultura e ao lazer disponibilizado, através dos centros de convivências, faculdades abertas à terceira idade e outros espaços.Hoje o idosopassou a ser consumidor, produtor, preservador e transmissor de nossa memória cultural para as novas gerações. Este processo vital passou a ser um indicativo de um envelhecimento bem-sucedido, enfatizado como idade cultural, cujas evidências referendas conceitua como idade subjetiva.
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ÓRGÃO DE TRÂNSITO aplica multas em trechos da faixa azul sem sinalização
SMTT monta armadilha para multar motoristas Deraldo Francisco Repórter
B
oa parte das multas aplicadas pelos agentes da Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito (SMTT) por trafegar na faixa azul deve ser anulada. Têm direito à anulação dessas autuações todos os motoristas que foram autuados nos últimos meses por trafegar na faixa azul nos trechos onde não há sinalização horizontal, ou seja, a pintura no asfalto. Por conta dos reparos que foram feitos em alguns trechos da Avenida Fernandes Lima – especificamente entre o cruzamento da Casa Vieira e a Praça do Centenário – a pintura em azul sinalizando a faixa exclusiva para ônibus foi apagada. Assim, não há base legal para aplicar a sanção. Desta forma, os agentes da SMTT estão multando sem garantia na legislação de trânsito. Em total desacordo com o que preconiza o Artigo 90 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB) que trata da obrigatoriedade da sinalização. Diz o artigo: “Não serão aplicadas
Agentes da SMTT ficam à espreita para aplicar multas na Fernandes Lima
as sanções previstas neste Código por inobservância à sinalização quando esta for insuficiente ou incorreta”. A situação piora porque, dentro da própria SMTT – que deve trabalhar com o regulamento embaixo do braço – há o entendimento de que essas autuações são ilegais. Enquanto não houver o restabelecimento da sinalização horizontal, não há previsão de penalidade a nenhum motorista. Muito pelo contrário, o CTB prevê, inclusive, que os acidentes ocasionados em decorrência desta “inexistência de sinalização” devem
ser de responsabilidade do órgão gestor do trânsito, no caso, a SMTT. De aplicador da lei, o órgão passa a ser atingido por ela (a lei). A legislação prevê, inclusive, que a SMTT – na condição de órgão gestor da via – seja responsável por indenizações. Vale salientar que, quando da implantação da faixa azul em Maceió, com o propósito de beneficiar os usuários do transporte feito por ônibus, foram exatamente as empresas de ônibus que custearam esta sinalização. Tanto com placas como pintura e tachas no asfalto.
Papel dos agentes estaria sendo desvirtuado A SMTT também está descumprindo o que determina o Manual Brasileiro de Fiscalização quanto às condições do agente de trânsito para a lavratura da autuação. Conforme a legislação vigente no País, “os agentes encarregados de regular o trânsito serão facilmente reconhecidos e visíveis à distância, tanto de noite como de dia.” A legislação fala em “regular o trânsito”, não fala em apenas multar os motoristas. Aqui em Maceió, uma equipe escolhida a dedo e com direito a regalias, sai todos os dias da base da SMTT com um único objetivo: multar motoristas. Conhecidos como “Coração de Pedra”, os 16 integrantes deste grupo ficam escondidos – inclusive escondem a viatura do órgão – para aplicar as multas. Quando a legislação exige que, para aplicar a multa o agente de trânsito deve estar visível ao motorista. A presença ostensiva é o requisito básico para a aplicação da multa. Muito embora a legislação entenda
que o papel do agente de trânsito é muito mais educativo do que punitivo. Ocorre que, “educar motorista” não gera receita para a Prefeitura. A reportagem identificou dois pontos onde os agentes de trânsito ficam escondidos para autuar condutores. Uma dessas tocas fica numa calçada, na Avenida Fernandes Lima, no trecho que fica logo depois da sede do Tribunal de Contas do Estado (TCE). O outro fica num posto de combustíveis, na Avenida Juca Sampaio, no Barro Duro. A estratégia é a mesma, bem como a finalidade: multar condutores. No Farol, os agentes de trânsito se camuflam para flagrar veículos na faixa azul, que não está sinalizada. Portanto, uma covardia em dose dupla: multar às escondidas (que não é permitido) numa via sem sinalização. No Barro Duro, os agentes ficam escondidos atrás de um muro para flagrar condutores que trafeguem pela ciclofaixa. No horário de
“pico”, é comum motoristas mais apressados “pegarem” a ciclofaixa para escaparem do trânsito. Ocorre que, nessa manobra, eles correm o risco de cometer graves acidentes. Caso houvesse a presença ofensiva dos agentes da SMTT, com o giroflex da viatura ligado, não haveria necessidade disso. OUTRO LADO A reportagem ouviu a Assessoria de Comunicação (Ascom) da SMTT sobre o assunto. A informação oficial do órgão de trânsito dá conta de que não há prejuízo aos motoristas quanto à sinalização. Que “a sinalização é suficiente com pórticos dizendo que existe faixa exclusiva, além das tachas de concreto segregando as pistas e pintura”. A Ascom informou ainda que o pessoal da SMTT “ia começar a demarcação essa semana, mas que, diante das chuvas, não foi possível”. A Assessoria negou ainda que os agentes de trânsito façam fiscalizações às escondidas.
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CAFÉ&NEGÓCIOS
Edição ouro
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redação 82 3023.2092 e-mail redacao@odia-al.com.br THÁCIA SIMONE - thaciasimone@gmail.com
Ki Delícia
Dadas as circunstâncias econômicas, a demanda por capital de giro é cada vez mais importante, já que as empresas precisam desse recurso para aumentar sua produção e seu faturamento. Graças ao diferencial competitivo do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE), o Banco do Nordeste pode reduzir, de maneira substancial, os encargos cobrados para essa linha de crédito” Marcos Costa Holanda, presidente do Banco do Nordeste, durante coletiva de imprensa realizada na semana passada onde anunciou redução das taxas de juros do Giro Insumos, linha de crédito de capital de giro da instituição, com queda de 15% a 20% nos encargos.
Cantora gospel prepara CD Para refrescar, nosso arraiá, teve água de coco Ki Delícia. Uma ideia do jovem empresário alagoano Juares Junior e que tem conquistado mercado. Está presente em mais de 50 cidades de Alagoas. A fábrica está localizada na Serraria, Maceió. Contatos: 3025- 5371. Instagram: @kidelicia_mcz
Esta é a edição 50 da Coluna Café & Negócios. Nosso primeiro ano fazendo parte da equipe do jornal O Dia Alagoas. Neste espaço dedicado a compartilhar informações sobre empreendedorismo ouvimos várias histórias inspiradoras de empresários, das mais diversas áreas, que acreditaram nas suas ideias e colocaram em prática o plano de ação. Esta semana reunimos a equipe do jornal para celebrar este momento. Agradecemos a cada leitor que nos acompanha, cada entrevistado que fez parte desta história e a toda equipe envolvida no processo de construção deste espaço. Em especial, agradecemos também aos diretores do jornal, Eliane Pereira e Deraldo Francisco, pelo convite para fazer parte deste time de sucesso.
A foto
A partir desta edição, a coluna apresenta uma foto clicada pelo competente Itawi Albuquerque. Ele é jornalista, formado pela Universidade Federal de Alagoas e atua como freelance em fotojornalismo. @itawialbuquerque é um profissional reconhecido e muito premiado. Agradecemos a contribuição.
Delícia de bolo
O arraiá Café & Negócios ficou mais saboroso com o bolo trufado preparado pela Chocoominds, empresa alagoana especializada na elaboração de bolos, trufas e doces para os mais variados eventos. Os produtos são elaborados pela empresária Aline Valença que atende pelo 82 9 8842-4856/ 98213-0246. No Instagram @chocoominds tem fotos das delícias.
Varejo de Alagoas apresenta crescimento Há pouco mais de um ano atuando profissionalmente como cantora gospel, a pastora Amélia Guimarães anuncia a pré-produção do seu segundo CD. Com todas as canções autorais, o primeiro single do disco, ‘Faz Morada’, já é sucesso entre o público gospel e traz uma mensagem sobre a necessidade de buscar a Deus, em família, dentro dos lares. Com canções de adoração e ministrações ao vivo, o objetivo da alagoana é, através da música, levar pessoas para mais perto de Deus. De acordo com ela, até o final do ano o projeto será lançado e estará disponível para venda. Já com alguns arranjos definidos e alinhados com o produtor Niltinho de Moura, o CD conta, ainda, com a participação do marido de Amélia, o psicólogo Leonardo Naves, em três composições.
Alagoas apresentou, no primeiro quadrimestre de 2017, a maior alta no desempenho do comércio varejista (+5,8%), no ranking composto pelos Estados nordestinos, mais Minas Gerais e Espírito Santo. O resultado contraria a média nacional do segmento, que foi de queda de 1,6%, em relação ao acumulado de janeiro a abril de 2016. O crescimento também foi identificado em Minas Gerais (+2,8%), Pernambuco (+ 1,5%) e Paraíba (+0,3%). A análise é do Escritório Técnico de Estudos Econômicos do Nordeste (Etene), do Banco do Nordeste, com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A pesquisa está no documento Diário Econômico, disponível no site do Banco do Nordeste no endereço www.bnb.gov.br/diario-economico-2017.
Serviços jurídicos gratuitos
A comunidade que não tem condições financeiras para arcar com os custos das demandas jurídicas e nem com os honorários de advogados pode procurar o Núcleo de Práticas Jurídicas (NPJ) da Estácio, no bairro de Mangabeiras. No espaço, alunos do curso de Direito, supervisionados pelos professores, atuam nas áreas cível, de família, previdenciária e consumo. Entre os serviços oferecidos gratuitamente estão divórcio consensual, regularização de pensão alimentícia e casos relacionados ao Código de Defesa do Consumidor, Estatuto do Idoso, Legislação Previdenciária, entre outros. O NPJ funciona de segunda a sexta, de 08 até 12h, na sede da faculdade.
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ESPORTES
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FELIPE FEIJÓ tirou Hércules Martins da presidência da CEAF/AL após comandar a arbitragem alagoana por cerca de uma década
Na era Charles Hebert, a regra é clara: “Todos terão chance” Marcelo Alves Repórter
Á
rbitros alagoanos com escudo da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) terão concorrência muito maior para manterem o brasão após o fim da era Hércules Martins que presidiu a Comissão Estadual de Árbitros de Futebol de Alagoas (CEAF/AL) durante cerca de uma década. Profissionais do apito que abandonaram ou nem sequer seguiram o ofício por suposta falta de espaço e até por discordar da gestão passada estão sendo convocados para retornarem. A convocação é da nova gestão da CEAF/AL que promete dar oportunidade a todos os juízes de futebol e assistentes. De acordo com informações obtidas pela reportagem, na gestão de Hércules
Gerge Alves e Charles Hebert juntos a Felipe Feijó e Júnior Beltrão, ambos da FAF
Martins, um grupo de árbitros teria supostas regalias em escalas de jogos de expressividade. Considerado da ala de oposição a Hércules Martins, o árbitro Charles Herbert (CBF), que assume a presidência da CEAF/ AL, já estaria sendo temido pelos supostos “apadrinhados” do ex-mandatário, pois perderiam possíveis regalias. A reportagem apurou que árbitros torciam pelo fim do mandato de Hércules Martins para ter chances.
Para se ter uma ideia, profissionais do apito que nunca tiveram oportunidade nos Campeonatos Alagoanos das 1ª e 2ª Divisões foram exercer o ofício e ganhar dinheiro na várzea. Há relatos de que árbitros preferiam apitar “pelada” a jogos das categorias Sub-15, 17 ou 20. Há casos em que árbitros que teriam sido colocados para “escanteio” se juntaram, formaram grupos conhecidos com ligas de arbitragem e firmaram contratos
financeiros com comissões de futebol de várzea para faturarem apitando aos sábados e domingos em campos de torrão de bairros. Outros foram para o futebol society ganhar entre R$ 30,00 e R$ 50,00 por hora apitada À reportagem, Hércules Martins disse que colocou o cargo à disposição como, segundo ele, sempre fez ao término de cada temporada do Alagoano e o presidente da Federação Alagoana de Futebol (FAF), Felipe Feijó, decidiu mudar. O ex-presidente da CEAF/AL disse que Felipe Feijó quis dar uma “sacudida” no quadro de árbitros. Já o ex-árbitro Otávio Correia, que integrava a gestão da CEAF/AL contou que o presidente da FAF decidiu mudar porque percebeu um desgaste. A reportagem pediu para Otávio Correia explicar o tipo desgaste: “Sobre
o desgaste, Felipe Feijó não falou para a gente (integrantes da CEAF), nem que tipo e nem como aconteceu esse desgaste”, disse. Ainda sobre a mudança, ele citou questões políticas. Quando foi pedido detalhes deste assunto, outra vez ele disse não saber explicar e alegou desconhecimento de qualquer fato político. OPORTUNIDADE PARA TODOS Ex-árbitro, George Alves Feitosa é o novo vice-presidente da CEAF/AL. Ele já deixou claro que todos os árbitros terão oportunidades. “Estamos conhecendo o grupo e vamos dar a todos a oportunidade necessária com o objetivo de revelar novos talentos. No próximo ano, nosso objetivo é começar e terminar o Campeonato Alagoano com árbitros alagoanos atuando em todas as partidas”, disse George Alves.
Selaj promove primeira edição do Fórum de Comunicadores do Esporte Ascom/Selaj Jornalistas, radialistas, estudantes de comunicação e apaixonados pelo esporte terão uma grande oportunidade de aprender e compartilhar experiências. Na próxima quarta-feira (5), acontece a primeira edição do Fórum de Comunicadores do Esporte, organizado pela Secretaria de Estado do Esporte, Lazer e Juventude (Selaj), no Centro de Convenções, em Maceió. A programação do evento terá início às 18h com o credenciamento dos participantes e às 19h acontecerá a solenidade de abertura com a participação da a secretária estadual do Esporte, Lazer e Juventude, Claudia Petuba e do secretário estadual de Comunicação, Ênio Lins. Logo em seguida, as estrelas do Fórum de Comunicadores do Esporte entram em ação. A palestra principal será feita pelo ex-goleiro do Flamengo, que atualmente é jornalista esportivo e comentarista dos canais Esporte Interativo, Getúlio Vargas. O tema será A vida após a bola. “Estou muito ansioso para chegar em Maceió e trocar ideias, falar do jornalismo esportivo, dos desafios de uma
forma geral, como foi a minha transição, das dificuldades, do que me facilitou a chegar
onde cheguei. Muito animado com essa oportunidade”, disse Vargas.
Após a palestra, será realizado um debate sobre os desafios da comunicação esportiva,
com Getúlio Vargas e cronistas esportivos locais, como Alberto Oliveira, editor do site Esporte Alagoano, repórter da Gazeta de Alagoas e comentarista da Rádio CBN Maceió; Marlon Araújo, comentarista da Rádio Pajuçara FM e da TV Pajuçara; Junior de Melo, editor de esportes da Tribuna Independente e apresentador do programa Pajuçara Futebol Clube da TV Pajuçara e Charlene Araújo, assessora de comunicação do Governo de Alagoas e repórter do Esporte Interativo. A secretária Claudia Petuba destacou a importância de um verdadeiro encontro da comunicação esportiva. “O esporte e a comunicação estão interligados. Diariamente convivemos com atletas, jornalistas, radialistas e estudantes. Pensando nisso nós idealizamos o Fórum de Comunicadores do Esporte para unir esse público e promover a troca de experiências”, disse a secretária. O Fórum de Comunicadores do Esporte acontece na próxima quarta-feira, das 19h às 22h no Centro de Convenções, bairro de Jaraguá em Maceió. As inscrições são gratuitas e devem ser feitas no link: https://doity.com.br/ forum-de-comunicadores-do-esporte.
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O DIA ALAGOAS l 2 a 8 de julho I 2017
MERCADO
Notícias de Valor
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Serivaldo Araújo mercado@odia-al.com.br
Crise política piora confiança do consumidor, do comércio e de serviços
A
confiança do consumidor no Brasil voltou a piorar em junho diante do aumento das incertezas devido à crise política, mostrou a Fundação Getulio Vargas (FGV). O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) da FGV registrou queda de 1,9 ponto neste mês e foi a 82,3 pontos, devolvendo a alta vista em maio. A crise política em curso no Brasil estourou em maio e vem alimentando a cautela entre os consumidores. De acordo com a FGV, a confiança do comércio brasileiro também recuou com força em junho devido ao aumento das incertezas provocadas pelo
cenário político conturbado e com a piora da demanda. O Índice de Confiança do Comércio (Icom) do Brasil registrou queda de 2,9 pontos no mês passado e foi a 85,7 pontos, retornando ao nível de março. “A redução da confiança do comércio em junho foi bastante influenciada pelo aumento da incerteza a partir de 17 de maio”, explicou em nota o superintendente de estatísticas públicas da FGV/IBRE, Aloisio Campelo Júnior. A FGV informou ainda que o Índice de Confiança de Serviços (ICS) do Brasil registrou em junho a maior queda em um ano e nove meses e indica
Desempregados já são 13,771 milhões
O número de desempregados no país atingiu quase 13,8 milhões de pessoas no trimestre encerrado em maio, segundo divulgou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No final de abril, 14,084 milhões de brasileiros estavam sem emprego. O IBGE considera desempregadas as pessoas que buscam, mas não conseguem ocupação formal. A taxa de desocupação representa a porcentagem da população em condições de trabalhar que não conseguiu emprego no período pesquisado. Em comparação com o mesmo trimestre do ano passado, são 2,3 milhões a mais de desempregados no país.
que a atividade do setor permanecerá fraca em um ambiente de incertezas políticas. Segunda a Fundação, no mês, o ICS recuou 2,8 pontos e atingiu 81,9 pontos, depois de ter avançado no mês anterior. Essa queda foi a maior desde setembro de 2015 (3,0 pontos).A turbulência acontece após as delações que levaram o presidente Michel Temer a ser investigado por suspeita de cometer crimes de corrupção passiva, participação em organização criminosa e obstrução da Justiça, o que vem abalando a confiança em geral.
Alta da Cide não torna o etanol competitivo
A elevação da alíquota da Cide tem sido defendida por empresários do setor de etanol sob o argumento de que o tributo para os combustíveis fósseis poderia evidenciar vantagens ambientais do biocombustível, além de aumentar sua competitividade no mercado. A presidente da União da Indústria da Cana-de-Açúcar (Unica), Elizabeth Farina, endossa o pleito dos produtores nacionais e pede medidas de incentivo ao desenvolvimento do setor no país. “Perdemos nossa competitividade para a gasolina com o aumento do PIS/Cofins no etanol. Além disso, regras da ANP (Agência Nacional de Petróleo) desfavorecem a produção nacional de etanol e favorecem outros países exportadores”, comentou Farina. De acordo com a executiva, o produto brasileiro tem perdido mercado para o etanol norte-americano, produzido a partir do milho e mais poluente que o etanol de cana. A proposta é de que o produto norte-americano seja taxado em 17% – atualmente é zero. “A maioria dos países faz essa taxação e o Brasil ainda não”, lembrou.
Dívida Federal atinge R$ 3,253 tri
A Dívida Pública Federal – que inclui o endividamento interno e externo do Brasil – aumentou em maio. O estoque da dívida subiu 0,26%, passando de R$ 3,244 trilhões, em abril, para R$ 3,253 trilhões, em maio, informou a Secretaria do Tesouro Nacional do Ministério da Fazenda. A variação do endividamento do Tesouro pode ocorrer por meio da oferta de títulos públicos em leilões pela internet (Tesouro Direto), pela emissão direta ou pela assinatura de contratos de empréstimo, quando o Tesouro toma empréstimo de uma instituição ou de um banco. De acordo com o Plano Anual de Financiamento (PAF), a dívida pública poderá fechar este ano entre R$ 3,45 trilhões e R$ 3,65 trilhões.
Meta fiscal ameaçada
O Banco Central (BC) informou que o governo central (governo federal, BC e INSS) registrou déficit primário de R$ 32,106 bilhões no mês passado. No acumulado em 12 meses até maio, segundo o BC, o déficit primário do setor público somou R$ 157,707 bilhões, ou 2,47% do PIB, acima da meta oficial de déficit de R$ 143,1 bilhões para 2017.
Mais um ano de PIB negativo
A escalada da crise política desde a delação da JBS pode postergar ainda mais a recuperação da economia e fazer o Brasil registrar o terceiro ano consecutivo de crescimento negativo do Produto Interno Bruto (PIB), afirma a pesquisadora do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), da Fundação Getulio Vargas (FGV), Silvia Matos. “Temos 0,2% para este ano, mas, excluindo o agronegócio, pode ficar negativo em 0,3%. Esse era um ano de transição, não de recuperação, de colocar todas as variáveis no lugar certo.”
Energia com bandeira amarela
A bandeira tarifária que será aplicada nas contas de energia em julho será amarela, o que significa um acréscimo de R$ 2 a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos. Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o fator que determinou o acionamento da bandeira amarela foi o aumento do custo de geração de energia elétrica.Neste ano, as contas de luz já tiveram bandeira vermelha, nos meses de abril e maio, e em junho a bandeira ficou verde.
Renda do trabalhador estagnou
O rendimento médio real habitual do trabalhador brasileiro ficou em R$ 2.109 no trimestre encerrado em maio deste ano. O valor é relativamente estável em relação aos observados no trimestre encerrado em fevereiro deste ano (R$ 2.102) e em abril de 2016 (R$ 2.062).Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).Na comparação com fevereiro, entre os grupamentos de atividade, apenas os trabalhadores domésticos tiveram crescimento no rendimento (1,5%), os demais se mantiveram estáveis.
ATENÇÃO - ÚLTIMAS VAGAS. GARANTA A SUA INSCRIÇÃO CURSOS DA SEMANA (1º A 08/07/2017)
SENAR/PRISMEL: Segurança no Trabalho – FAT, em São Miguel dos Campos. SENAR/SERIS: Vestimenta (Moda Íntima), em Maceió. SENAR/SEBRAE: Programa Negócio Certo Rural, em Arapiraca, Igreja Nova e Mar Vermelho; Programa Sertão Empreendedor - Informática Básica (móvel) e Informática Básica, em Água Branca e Pão de Açúcar. SENAR/SINDICATOS: Eletricista Rural, em Maceió; Plantas Medicinais, em Palmeira dos Índios, Fruticultura (enxertia), em São Luís do Quitunde; Informática Básica, em Viçosa. SENAR/SINDICATO/LUNA AVÍCOLA: Avicultura Básica – JAA, em Arapiraca. SENAR/USINAS: Relações Interpessoais, na Usina Santo Antônio (em São Luís do Quitunde); Administração Rural – JAA, na Usina Seresta (em Teotônio Vilela); Mecanização Agrícola – JAA, na Usina Serra Grande (em São José da Laje) e na Usina Triunfo (em Boca da Mata).
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MERCADO
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PROPOSTA do encontro realizado pela Seagri foi debater o licenciamento simplificado de empreendimentos da carcinicultura
Camarão vira tema de fórum Marta Moura Ascom
A
definição de um processo simplificado de regularização de empreendimentos que trabalham com a cultura do camarão em Alagoas foi o tema principal
da segunda edição do Fórum Estadual de Aquicultura, realizado na última quarta-feira, dia 28, pela Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária, Pesca e Aquicultura (Seagri). Durante a reunião, que teve a participação de técnicos da Seagri, da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Code-
vasf, Piscicultura Du Bosque, produtores e Associação dos Criadores de Camarão de Alagoas (Accal), foi apresentada a demanda do Instituto do Meio Ambiente (IMA), para a simplificação do licenciamento ambiental para a prática da carcinicultura. Na avaliação do presidente
da Accal, Alfredo Pereira, o encontro foi de fundamental importância para a consolidação da carcinicultura em Alagoas, bem como para uma relação mais estreita entre os órgãos governamentais que lidam com a atividade. O professor da Ufal e e n g e n h e i r o d e Pe s c a ,
Luciano Amorim, apontou a necessidade de reativação do Congresso Estadual da Agricultura, bem como da realização de um macrozoneamento que apresente os pontos geográficos favoráveis da Zona Costeira, no sentido de potencializar a atividade e atrair empresários.
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ESTADO
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TRABALHADORES e estudantes mostraram que são contra reformas trabalhistas e previdenciária, além da permanência do presidente
Fora Temer: protesto leva 2 mil maceioenses às ruas Iracema Ferro Repórter
A
c h u va , q u e caiu copiosamente na última sexta-feira, dia 30, nem a mudança do feriado de São Pedro funcionalismo público da capital do dia 29 para dia 30, ou mesmo o feriadão acompanhado de festejos juninos conseguiram minar os protestos contra a permanência de Michel Temer (PMDB) na presidência da República e as reformas Trabalhistas e Previdenciárias. Indignados com as acusações de corrupção contra o presidente que vieram à tona nos últimos dias e que foram entregues pelo procurador-geral da República Rodrigo Janot à Câmara dos Deputados, integrantes de movimentos sociais de reforma agrária,
sindicalistas, estudantes, trabalhadores das mais diversas áreas e desempregados bloquearam a principal via de Maceió, a Avenida Fernandes Lima, no Farol, nos dois sentidos. Eles realizaram uma passeata em direção ao Centro da capital, onde realizaram um protesto na Praça dos Martírios. A manifestação foi convocada pela Central Única dos Trabalhadores (CUT), que estimou cerca de 2 mil manifestantes, mesmo número informado pela Polícia Militar, que mobilizou um pequeno efetivo para acompanhar o ato público. A maior parte das lojas do Centro atendeu ao chamamento da CUT para fechar as portas. “Temos que lutar pelos nossos direitos e essas reformas são mesmo um retrocesso, muito diferente do que o governo fica dizendo o tempo
todo na propaganda de rádio e televisão”, afirma o comerciante Antônio Souza, que liberou seus empregados para participar do protesto. “Não aceitamos a retirada dos nossos direitos. Esse governo não nos representa. A propaganda diz que mudando as leis mais pessoas vão ter empregos, mas em que condições serão? O trabalhador quer emprego, um salário digno e qualidade de vida”, defende a vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Educação de Alagoas (Sinteal), Célia Capistrano. “Se existe rombo na Previdência ele deve ser resolvido com a cobrança do imposto de forma correta aos grandes empresários, que são os que mais sonegam. Em vez disso, o governo utiliza propaganda enganosa para aprovar essas reformas, querendo punir o
trabalhador”, afirma o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Seguridade Social e Trabalho no Estado de Alagoas (Sindprev), Célio dos Santos. Em Arapiraca, a estratégia das centrais sindicais foi diferente: pela manhã foi realizada uma passeata pelas ruas do Centro convocando os trabalhadores para a manifestação que aconteceria à tarde, na praça Luis Pereira Lima, conhecida como Praça da Prefeitura, também do Centro. A ideia deu certo e, centenas de arapiraquenses enfrentaram a chuva para mostrar que eram contra as reformas propostas pelo governo federal bem como a permanência de Michel Temer na presidência. SERVIÇOS PARALISADOS Os rodoviários suspenderam os serviços às 8h e só reto-
maram as atividades depois do meio-dia. Deixando milhares de maceioenses sem transporte coletivo. De acordo com o Sindicato dos Bancários, com exceção das agências localizadas no Centro, que ficaram fechadas até o meio-dia, as demais agências da capital funcionaram normalmente. Os servidores da Companhia de Saneamento de Alagoas (Casal), da Eletrobras, do Judiciário Estadual e da Educação suspenderam as atividades. Os servidores da saúde também aderiram ao movimento nacional; permanecendo apenas o atendimento no Hospital Geral do Estado (HGE) e dos pronto-socorros. O Porto de Maceió teve seus serviços suspensos. No interior, houve bloqueio das rodovias BR-101, em Rio Largo e Junqueiro; BR-104, em União dos Palmares; e BR-423, em Delmiro Gouveia.
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CULTURA
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MEGA-PRODUÇÃO assistida por mais de 70 mil espectadores realiza sessões dias 8 e 9 de julho, no Teatro Gustavo Leite
Turnê de “Cartola - O Mundo é um Moinho” chega a Maceió A
Fotos: Divulgação
festa não pode acabar! Em continuidade às celebrações pelo centenário do samba, comemorado em dezembro de 2016, chega a Maceió o musical “Cartola – O Mundo É um Moinho”, nos dias 8 e 9 de julho. As duas sessões acontecem no Teatro Gustavo Leite, às 20h e 19h, respectivamente. Com 18 atores em cena e orquestra de oito músicos, espetáculo é uma ode ao legado e à vida de um dos pais fundadores da Estação Primeira de Mangueira, e já emocionou 70 mil pessoas em suas temporadas em São Paulo e no Rio de Janeiro. Compositor de “Alvorada” e “As Rosas não Falam”,
Cartola é um ícone da música brasileira. Considerado por diversos músicos e críticos como o maior sambista da história da música brasileira, agora é homenageado por suas próprias composições. Durante duas horas e meia, seus principais sucessos são revisitados pelos personagens, servindo de trilha para contar sua própria história. A dramaturgia é de Artur Xexéo, em pesquisa de Nilcemar Nogueira, neta do Poeta das rosas. É claro que o samba e o Carnaval não podiam ficar de lado. A trama se desenha em meio a um universo familiar para Cartola: dentro de uma escola de samba que desen-
volve justamente o cantor e compositor como enredo. O Carnavalesco apresenta o tema para os componentes da agremiação e, a partir daí, inicia-se uma deliciosa e rica história que passeia por fatos marcantes da vida do Divino – como também era conhecido –, temperados por suas belas canções, e abordando os conflitos do cotidiano da construção de um desfile de Carnaval. Naturalmente, o musical também mergulha fundo no coração do sambista, ao falar da paixão pela Mangueira e pelo amor a sua eterna companheira Dona Zica, com quem foi casado por 26 anos. As canções são conhecidas e reconhecidas por qualquer fã Serviço “Cartola – O Mundo É um Moinho” Local: Teatro Gustavo Leite. Endereço: Rua Celso Piatti, s/n – Jaraguá. Datas: 08 de julho (sábado) às 20h e 09 de julho (domingo) às 19h. Valores dos Ingressos: Plateia A – Inteira: R$ 140 Meia: R$ 70 Plateia B – Inteira: R$ 120 Meia: R$ 60 Mezanino – Inteira: R$ 100 Meia: R$ 50 Benefício de meia-entrada: estudantes, idosos, professores e clientes da Porto Seguro Seguradora. Ingresso solidário: (adquirido com doação de 1 kg de alimento) Plateia A - R$ 84 Plateia B - R$ 72 Mezanino - R$ 60 Pontos de venda: Viva Alagoas (Maceio shopping), Folia Brasil (G Barbosa Stella Maris) e Acesso Vip (Parque Shopping e Unicompra Farol) Vendas online: www.lojasdeingresso. com Duração: 150 minutos Classificação indicativa: 12 anos Informações: (82) 3032-5210 / 99601-2828
do samba, e também estão no imaginário de todo brasileiro. Apenas uma composição é inédita: a faixa que encerra o espetáculo, escrita por Arlindo Cruz e Igor Legal, uma samba-enredo chamado “Mestre Cartola”. No elenco, 18 atores-cantores dão vida a personagens reais e fictícios, membros do cotidiano da Escola de Samba. A seleção dos atores foi um capítulo à parte: foram 3000 inscrições, vindas de todo canto do país; mais de 400 audições; 17 candidatos selecionados e um convidado: Flavio Bauraqui (Cartola). Todo composto por negros, o elenco realça o talento de um povo que historicamente foi
o criador e difusor do ritmo, nascido no Brasil com forte influência das tradições africanas. “É uma resposta artística para a sociedade, mostrando que a cultura negra tem sim grande importância cultural, e nada melhor para provar isso do que o próprio Samba”, conta Jô Santana, idealizador do espetáculo. Desde a estreia, em setembro de 2016, o musical arrastou mais de 70 mil pessoas ao teatro. A apresentações em em Maceió acontecem nos dias 08 e 09 de julho, no Teatro Gustavo Leite. Os ingressos já estão à venda nos estandes Viva Alagoas, Acesso Vip e Folia Brasil, além do site www. lojadeingresso.com.
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ZUADAdaMÍDIA Caro repórter, O Trevesti não existe
Chegou 2017 e a imprensa ainda não aprendeu a respeitar a identidade de gênero de cidadãos e cidadãs travestis e transexuais. Na última semana, mais uma travesti foi morta no Brasil, a vítima assassinada com golpes de faca foi a 85ª transgênero a ser morta com requintes de crueldade por transfobia, no dia Internacional do Orgulho LGBT, 28 de junho.
Nome social
Carla, natural de Joaquim Gomes, teve direito apenas a uma característica noticiada na imprensa: “O travesti”. A sua identidade de gênero se colocou mais importante do que sua ocupação ou naturalidade, porém foi por vários veículos, escrita de forma incorreta. O TRAVESTI NÃO EXISTE!
Direito primário
Para uma pessoa travesti ou transexual, ter sua identidade de gênero respeitada é a coisa mais importante, ponta da lança que mira na garantia de direitos para esta população. A imprensa existe para informar corretamente a sociedade, mas ao noticiar casos como o da Carla, cometeu erros primários. Por este caso e outros esclarecemos que:
O travesti não existe
Se a personagem é travesti, então o artigo tem que ser usado no feminino. Travestis se reconhecem com o gênero feminino.
Travesti não é homossexual
Homem gay é a mesma coisa que homossexual. Travesti é uma mulher. Se reconhecem com o gênero feminino.
Homofobia ou transfobia?
Neste caso seria transfobia e não homofobia. A violência foi cometida com uma pessoa transgênero e não homossexual.
Publicar nome de registro é desrespeito
Uma travesti se identifica com o gênero feminino. Publicar o nome de registro constrange a personagem e se for morta, pior ainda. É violentar a dignidade da pessoa e sua memória
Morte pela imprensa
Apesar de informados, alguns veículos da capital e do interior, optaram por desrespeitar o movimento LGBT e a memória da Carla no dia da sua morte publicando o nome contido no seu registro civil. Este ato deixou claro que a ignorância parte também das camadas mais intelectualizadas da sociedade. A publicação do nome civil na imprensa, de acordo com a população de travestis e transexuais, não serve para nada, além de impor uma segunda morte para vítima: o assassinato do respeito e da dignidade de uma pessoa transgênero.
“
Divulgar o nome de registro de pessoas travestis e transexuais, ainda mais quando essas pessoas são assassinadas ou mesmo vindo a óbito de maneira natural é matá-las duas vezes. É muito indigno e desumano divulgar o nome de Registro Civil de uma pessoa, quando ela não deseja que isso seja feito” Disse a colunista do Mídia Ninja e vereadora suplente do Rio de Janeiro, Indianara Siqueira
redação 82 3023.2092 e-mail redacao@odia-al.com.br Márcio Anastácio - redacao@odia-al.com.br
Lei João Nery Já! O Brasil não possui legislação específica sobre a retificação do nome civil de nascimento para pessoas transexuais. O Projeto de Lei 5002/2013, dos deputados federais Jean Wyllys (PSol) e Erika Kokay (PT), tramita no Congresso Nacional. Uma lei semelhante, na Argentina, possibilita a retificação, diretamente, no cartório e inspirou a proposta brasileira. O projeto de lei brasileiro assegura o direito da identidade de gênero das pessoas transexuais na documentação e também para fazer o processo de transexualização no âmbito do SUS. A lei que baseia a João Nery é considerada a mais avançada do mundo, aprovada por amplíssima maioria na Câmara dos Deputados do país vizinho e por unanimidade no Senado, com o apoio da ex-presidenta Cristina Kirchner e das principais lideranças da oposição.
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PUBLICIDADE
redação 82 3023.2092 e-mail redacao@odia-al.com.br
MEMÓRIA COTIDIANO MEMÓRIA COTIDIANO MEMÓRIA COTIDIANO MEMÓRIA COTIDIANO
CAMPUS
Alagoas l 2 a 8 de julho I ano 05 I nº 0227 l 2017
A morada da minha infância tem fachada com porta e grade, uma alta, maciça, a outra menor, detalhada e dividida em duas, com postigos e duas janelas. Retorno à visão da casa e nela adentro. Ando pelos seus quartos e salas, seu quintal, seu beco que acompanha em paralelo um corredor estreito, onde um tanque de cimento testemunha nossa vida em movimento.
redação 82 3023.2092 I e-mail redacao@odia-al.com.br
LEMBRANÇAS SERTANEJAS: COTIDIANO E TERRA
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Dois dedos de prosa Arquivo do autor
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CAMPUS
E
ste é mais um trabalho da jornalista Goretti Brandão. Campus/O Dia espera que ela nos ajude sempre a manter o sertão em nossas páginas. Há neste seu texto, uma bela junção entre memória, cotidiano a expressão da sensibilidade sobre um vida e um lugar. Goretti sempre nos trará as cores e os modos do sertão, andando por sua vida e pelo lugar, alinhando sua circunstância com os tempos vividos junto a seu povo. Campus/O Dia agradece e convida a todos a ver a vida feita sobre o terreno do encantamento com o tempo e a circunstância no espaço. Vamos ler! Parceira, muito obrigado!
Sávio de Almeida
Minha mãe e minha avó
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CAMPUS
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Quem é quem?
M
aria Goretti Brandão - Jornalista, Assessora de Comunicação. Foi editora do blog Ensaio Geral no Portal CadaMinuto, tem publicação no Caderno B do Jornal Gazeta de Alagoas. É autora dos contos Para Comer, Beber e Dormir Comigo, O Conto das Alagoas, Recife: Ed. Bagaço, 2007, Carlito Lima, Edilma Bomfim, (orgs.). Coisa de Homem, Agosto, À Sombra do Umbuzeiro, Casos e Loas, São Paulo, Gráfica Epitaciana, 2006. Só Para Contar, Zilma e Eu Meio às Penas, À Sombra do Juazeiro, São Paulo, Gráfica Epitaciana, 2008. Buraco de Entulhos, Entre a Vida e o Tempo, À Sombra da Quixabeira, São Paulo, EditoraEpitaciana, 2010.
O rio de São Francisco e o seu Pão de Açúcar Goretti Brandão Arquivo do autor
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enho do litoral rumo ao sertão alagoano. Após uma comprida e demorada viagem, cheia de estradas de barro e solavancos e descendo uma longa ladeira que serpenteia a serra, avisto o Cristo Redentor sobre o Morro do Cavalete e as águas azuis do Rio São Francisco que o festejam. Na quentura das três horas da tarde, contemplo o mundo até onde meus olhos alcançam. A rua principal é uma imensa linha reta, larga e plana e possui um corpo de onde outras linhas, perpendiculares e paralelas, enchem-na de braços e pernas e saem a distribuir casas e gentes. É a Avenida Bráulio Cavalcante, que se estende desde o Grupo Escolar que leva o mesmo nome, até a Cadeia Pública Municipal. Veste-se majestosa com centenárias e frondosas árvores, que fazem sombra sobre os bancos de suas praças. É a Cidade Branca com sua alma sertaneja, cercada de xique-xiques e mandacarus. Cheguei. Estou à porta de casa. Eis-me aqui em minha pequena pátria, a Terra do Sol, Espelho da Lua, Pão de Açúcar. É assim que começo, abrindo o meu portal de memórias e deixando que elas criem asas. A morada da minha infância tem fachada com porta e grade, uma alta, maciça, a outra menor, detalhada e dividida em duas, com postigos e duas janelas. Retorno à visão da casa e nela adentro. Ando pelos seus quartos e salas, seu quintal, seu beco que acompanha em paralelo um corredor estreito, onde um tanque de cimento testemunha nossa vida em movimento. Ela é grande, simples, iluminada, antiga e de muitos anos antes de mim. Tem cumeeira com telhado bem alto que declina abruptamente, e
Minha mãe e minha avó
no corredor quase tocamos os seus caibros e ripas. Duas janelas e uma porta lateral com portais de madeira tosca dispostas neste vão emolduram avencas penduradas e no chão, vasos com antúrios viçosos estão sob o céu azul ensolarado, onde pequenas porções de luz brilham sobre as sombras das folhagens. Brinquedo espalhado pelo chão, vozes, e eu seguindo a caminho da cozinha, que tem fogão à lenha cuspindo fuligem por todos os lados e realiza em si a alquimia dos nossos afetos. Minha mãe está de costas, voltada para ele e tem um abanador de palha em uma das mãos. Na outra um mexedor de brasas, que ela atiça e estrelinhas douradas saem voando de dentro
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do fogo. Sento-me. A velha cadeira de balanço feita de bambus e cordas provoca-me desconforto, que só a saudade o torna, agora, desejável. Aqui, os mais variados aromas penetram em mim. Os doces, as comidas, as frutas e todas as presenças que transitam pela cozinha, tatuam-se nos meus sentidos através dos seus cheiros que os chamarei para mim mais tarde e eles ressuscitarão. O tempo muda de uma hora para outra. Fecha-se. No inverno as sombras descem sobre esse mesmo lugar e as cores, cinzas, diversos tons enegrecidos e azuis desbotados, constroem um cenário melancólico. É neste canto aqui da casa que vivem o nosso papagaio e uma parreira
EXPEDIENTE ODiaAlagoas
ocupa-se em esparramar-se e enfeitar minha vista, com pequenos e novos cachos de uva. Essa imagem dá-me a sensação de estar contida, estática, em memória fotográfica, que quando evocada, aparece da mesma forma e que por essa razão vence o tempo. A chuva vai se anunciando aos poucos. Primeiro a ventania que varre a poeira das telhas e em seguida o pó que cai sobre nossas cabeças. ‘Vai chover dona Demantina’. Raulina corre para o quintal e tira às pressas as roupas que secam no varal. Volta depressa pela porta dos fundos, derrubando algumas peças entre o quintal e o último aposento da casa. É março e um chover com
Eliane Pereira Diretora-Executiva
Deraldo Francisco Editor-Geral
Conselho Editorial
Jorge Vieira
trovoadas e relâmpagos enche a tarde de sons estrondosos. Tudo parece parar de repente. O barulho rítmico dos pingos d’água principia. O cheiro de terra molhada invade meu olfato e expira através da minha respiração, uma espécie de magia que constela a presença de outros sentires dentro e fora de mim e algo me desperta para o desejo de que esse instante sobreviva ao tempo, acrescentando-se às páginas de todas as recordações do mundo, para que a beleza dessa vivência nunca se perca e que seja eterna. Acompanho a música da água sobre o telhado. A mãe da minha mãe, uma grande contadora de estórias e histórias, anuncia que a abóboda celeste está sendo lavada. Descreve com riqueza de detalhes a cena lá em cima, onde Nossa Senhora, dona de casa, celestial, agora de carne e osso e que eu a imagino com lenço na cabeça, igualzinha à minha mãe e a todas as mulheres da vizinhança, determina com sua voz pura e suave, que a limpeza seja feita. Aos montes os anjos trazem nas mãos suas vassouras, acendem e apagam luzes, arrastam os móveis divinos e despejam sobre a Terra as águas do céu. Os pingos engrossam e as goteiras aparecem. ‘Chega Raulina!’ grita diligente a minha avó, que some e volta às pressas com panelas velhas, baldes e bacias, espalhando-as pela casa quase toda. Nova estação. É um dia de segunda-feira, a claridade do sol chega à janela do meu quarto. Acordo ouvindo o homem que vende vassouras de palha gritando um pregão. Barulho de cascos de animais, rumor de carros de bois, de metal batendo um no outro, um cheiro forte de fumo e o burburinho da feira livre abrem as cortinas desde outro momento que descrevo.
José Alberto Costa
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3 redação 82 3023.2092
O DIA ALAGOAS l 2 a 8 de julho I 2017
CAMPUS fantasia, e estaremos calados vivenciando a sacralidade despejar-se sobre as coisas, até a névoa se dissipar e a avenida revelar-se novamente, longa e definida. Acode-me outra lembrança de um dia de domingo ensolarado. Estamos em frente ao portão da casa dos meus avós paternos, meus pais, eu e meus irmãos. Do lado direito estende-se um jardim que vai até o quintal, e de lá avança até os pés de um morro cheio de pedregulhos. Duas goiabeiras frondosas, uma com frutos vermelhos e a outra brancos, uma pitangueira e talvez outras que me escapam à memória, ali brilham sob a luz da manhã. Na sala um comprido banco de madeira está próximo à porta de entrada e compõe um simples e quase harmônico conjunto com o restante dos móveis. Há retratos antigos na parede. Do lado oposto, onde elas formam um vértice, uma rede liga os pontos e cria um ângulo reto. Minha avó tem nela o seu lugar preferido. Izaura Brandão, a mãe do meu pai, é franzina, com feições graves, cabelos grisalhos sempre presos por trás da nuca. Em ser tão miúda, contrasta com a sua personalidade forte. É uma mulher de curtas, firmes e diretas palavras, que soam sempre como ordens. Ela costuma usar uma saia inteiriça e uma blusa leve. Sobre ela, um casaco vermelho de lã. O seu balançar é bem proporcionado. Vai e vem, em um ritmo quase perfeito e que não sobra, senão bate-lhe a parede nas costas. A nossa visita é conveniente e sempre se faz breve. Sobre o meu avô paterno. Todas as tardes ele vem nos visitar. Descansado, atravessa toda a extensão da avenida a
passos lentos. Usa costumeiramente chapéu, bermuda e sandálias de couro. Antes dele, Turco, o seu cão, anuncia-se entrando casa adentro, seguro e tranquilo - um território fora do seu, incorporado aos próprios domínios -, e vai deitar-se aos pés da cadeira onde ele costuma ficar. Vovô que tem preferência em estar entre as mulheres da casa, o que o faz muito à vontade, é sempre bem vindo. Sua conversa é descansada e cheia de pausas. Fala sempre sobre coisas passadas ou sobre aquelas as quais os anos tornaram-nas mornas. Sua antiga canoa rio acima, rio abaixo, o calor sufocante do verão, os tempos do plantio e da cultura do arroz ao longo das margens ribeirinhas. O gosto do café quente. Reclama do suor que lhe desce à testa, e que o enxuga com um lenço que traz no bolso e sobre os parentes vivos e mortos, deles e da minha avó Izaura. Alonga-se nas histórias e conta-as com riqueza de detalhes, personagens, nomes e sobrenomes, sem errar nenhum deles ‘Lembra dona Fulana de Tal, dona Diamantina?’ ‘Não estou bem lembrada, Seu Antônio Hilário’ Minha avó recorre à memória, passa a mão no rosto, inclina um pouco a cabeça, ergue a sobrancelha direita e espera. Ele quase se angustia. Ambos esperam. Se falha a lembrança, não há como a prosa andar. O silêncio estabelece-se. Ela, beirando a aflição, entorta a boca, fecha o punho e dá pancadas leves em uma das têmporas e depois cruza os braços bem abaixo dos seios. E de súbito, lembra. A tensão se desfaz. Meu avô restabelece-se da expectativa e da possibilidade da sua narrativa esfiapar-se e a conversa entre eles prossegue
animada, até que outro breve hiato aconteça. É assim todas às vezes. O maior de todos os meus amores e que me ensinou sobre muito do pouco que sei é minha avó materna, que acima contracena com o pai do meu pai. Nesse momento, cálida e serena, ela está sentada à máquina de costura. É professora de música e por isso fica atenta quando qualquer um de nós aventura-se a cantar. Quando falta à gente, voz, para chegar ao final das melodias, ela antecipa-se e recomenda que façamos um falsete. Encostada à parede, Maria Emília, uma rapariga velha e aposentada do ofício. No dizer dela, quer despejar em seus ouvidos, todas as novidades que colheu na rua. ‘Quero saber não, mulher. Estou correndo de coisas que me acrescentem mais pecados. Conte a outra. Isso é tentação do inimigo’ e ela desanimada, senta-se em uma das extremidades da mesa, deita a cabeça sobre um dos braços e aceita o café com pão, que a minha mãe vem trazer como consolo. À memória da minha infância, ainda nela estou, aprendendo encantos para fazer a vida ser do jeito mesmo que será. Das minhas lembrançassurge nítido o timbre vocal da minha avó, que sem enxergar direito, mobiliza todo mundo para procurar seus óculos que se esconderam dela e da gente, meninos, nus da cintura para cima. Temos muitas brotoejas e as costas cobertas de uma mistura de goma e cachaça para aliviar as coceiras que elas provocam. Somos assistentes às agonias de minha mãe que se vexa por qualquer coisa e uma vez ficamos sabendo sobre o meu pai, que saiu a serviço e voltou acidentado, duma viagem inexplicá-
vel na companhia de amigos e uma meia dúzia de mulheres alegres. E que como era previsível, a minha mãe ficou sabendo, entristeceu-se e encheu-se de lágrimas. Outra vez, uma festa de Ano Novo, cuja alegria foi interrompida com a notícia do suicídio do meu primo Zezinho. Eu não entendia como aquilo veio comprometer a beleza do meu vestido de cassa azul com gola branca, incompleto, sem o belo laço vermelho. Minha mãe, brusca, o arrancou sem nenhuma justificativa. Que tem ele a ver com a morte? Passa-se algum tempo. Estou viajando no banco de trás de um automóvel que faz a curva estrada de barro afora. Em meio à secura da vegetação, o clima hostil, olho dois meninos barrigudos sentados no chão, e que à minha passagem, também me olham. Parecem dois anjos sujos e sem asas, protegendo um cachorro vira-lata, que se passa por protetor deles. A visão traz-se à memória outra memória, anterior, de uma espetacular paisagem, onde há na imensidão da terra nua e ocre, a única árvore florida. Toda amarelinha, sem uma folha sequer. Só flores. Uma craibeira. A sua beleza entra pelos meus olhos e deixa a minha alma agitada de tanto amarelo. Meu coração enche-se de água e derrama-se pelos olhos. Emoção em ver meninos, cachorro e aquele amarelão, todos misturados. É um sertão que sei de cor. Outro dia que já amanhece dado às surpresas. Jipes e Pick-ups verdes chegam a Pão de Açúcar e distribuem, ao longo das praças, soldados do Exército em Campanha Para a Erradicação da Varíola. Estamos não sei ao certo, em 1967. Fotos: Arquivo do autor
Matutos emidas e vindas para lá e para cá, as duas anãzinhas que sentadas bem próximas uma da outra em seus banquinhos, dispõem à venda suas bonecas de pano em um grande balaio. O colorido de suas roupas me deixa maravilhada e se não é minha avó que me chama, não saio mais de onde estou. Bêbados trôpegos saem dos botecos, atrapalham-se e à marcha dos transeuntes. Caminho por entre as barracas atravessando a avenida até chegar onde minhas quatro tias-avós, Amélia, Sinhá, Dora e Prazerinha, muito afetivas, vendem cocada, broa, sonho e modinha, sobre uma mesa improvisada com o encosto do banco da praça e algumas tábuas. Atrapalho-me neste turbilhão de tantas lembranças que se evocam a si mesmas e perco ao tempo sua linearidade. Procuro buscar-me entre os anos como se em mim tivesse guardado pedacinhos de memórias escritas em rodapés de textos ou presas na parte superior das páginas deste caderno empoeirado, onde a vida já escreveu tantos capítulos. Fecho os olhos e as lembranças inauguram outra cena. Acordamos muito cedo, eu e meu irmão, e estamos vestidos em pijamas de flanela, sentados no batente, e com a porta principal entreaberta. É uma manhãzinha fria de agosto e a rua está coberta por uma espessa neblina. Ficamos em silêncio mergulhados na opacidade que esconde de tudo os seus limites e formas, vendo vultos saírem de dentro dela, como fantasmas vindos do nada. De súbito consigo ter a noção materializada do mistério. Ficaremos assim, contidos entre a perplexidade e a
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Praça Bráulio Cavalcante
Rua da Frente
A opinião dos autores pode não coincidir no todo ou em parte com a de Campus.
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O DIA ALAGOAS l 2 a 8 de julho I 2017
CAMPUS casa entramos em clima de seriedade e somos chamados à contrição e às orações. Voltamo-nos à penitência. Um ar quase sombrio, exalando sacralidade paira sobre nós. Mergulhamos na prática católica exigida. Tenho a estranha sensação de estar sendo vasculhada. Tendo que tomar uma espécie de óleo de rícino santo ou algo especial para purificação da alma. Chega a Semana Santa. A música é banida e o silêncio é pontuado pelos gestos comedidos e a expressão grave com a qual somos policiados. Minha avó nos observa pelo canto do olho. Às vezes algum de nós esquece-se da tristeza imposta e diz ou faz algo engraçado. O riso é reprovado. Voltamos todos à representação da tristeza. Somos oito irmãos e dentre eles, os maiores, mesmo crianças estamos comprometidos com os sofrimentos do Cristo, submetidos em uma espécie de vigília à dor sagrada, vivendo mesmo sem qualquer jeito, o luto santo e querendo sofrer, o mistério, sem sabermos como vivê-lo. Agora mesmo o lugar onde me acomodo chama-se mãe. Nele a presença forte
dela invade todos os espaços de quem sou, cantando cantigas de notas tristes, depois alegres, que se intercalam e abastecem-na quando retraída. Alguma vez destempera-se reclamando de tudo ao mesmo tempo, às vezes cheia de mágoas. Outras vezes por coisas tolas, explode em sonoras gargalhadas de intensidades variadas, que repercutem no humor da casa. Suas disposições emocionais trafegam ondulantes entre dois opostos em frações de minutos. Ela é alva, de aparência agradável e de boa estatura. Tem cabelos curtos, veste-se com discreta elegância, embora não ostente vaidades. Vejo-a bonita, fisionomia cotidiana, de uma beleza comum que se confunde entre outras sem destaques. É amante da leitura, bem educada, sensível e ocasionalmente suave... Minha mãe tem atitudes infantis algumas vezes, e agora eu a entendo melhor. Dona de uma constante ansiedade, não admite que opinião nenhuma seja diferente da sua, portando-se como a palmatória do mundo. Quando contrariada irrita-se com facilidade e perde toda suavidade. Vive colhendo dos livros, as estó-
rias todas de amor e entre um capítulo e outro, deixa-se estar por um tempo com os olhos entre tristonhos e perdidos. Consterna-se, fica meio desiludida e encosta-se à poltrona, imaginando com certeza, que a sua vida está distante de incorporar elementos que configurem os romances lidos. Suspira. Lê mais algumas páginas, abandona o livro sobre o colo e volta a suspirar. Eu a observo com certa angústia, sentada no chão de cimento frio, enquanto decoro a tabuada. Em outras ocasiões é dada a pieguices, dramatizando situações vistas por onde anda o que me arranca tanta lágrima e soluços, que ela acaba se aborrecendo comigo. Meu pai é um homem taciturno, de pouquíssimas palavras e de olhos graves. Tem a testa vasta, cabelos sedosos, dentes alvos e um sorriso que até agora não sei definir, pois nem sempre é de satisfação ou aprovação, o que para descobrir é preciso se arriscar muito. Com enorme talento para o desenho, retrata de memória, belas canoas que margeiam as areias do rio. O que faz cuidando em retratar-lhes toda a beleza nos mínimos detalhes e de
maneira realista. Também desenha cavalos maravilhosos. Às vezes me coloca no colo, me beija no rosto e anda de mãos dadas comigo, quando vamos buscar mamãe no trabalho dela. Mas esconde-se sempre no silêncio durante todo o trajeto. Boêmio, amigo das farras quase intermináveis, ele canta divinamente bem e faz-me de vez em quando, ler em voz alta, para que ele e eu escutemos a poesia de Catulo da Paixão Cearense. Entre um verso e outro, levanta sereno uma das mãos. Faço uma pausa. Ele quer saber de mim o que entendi e quase ordena ‘ Minha filha, sinta a beleza do que ler’. Descanso temores nas cantigas que ambulantes circulam pela casa. Inauguro todas as novas certezas, ciente de que, as boas lembranças são como um antídoto às coisas ruins. A felicidade instala-se, soberana e mágica. Contamina o ontem e o agora, solicitando da simplicidade, a razão da vida lá no futuro, onde me encontro. Tudo é simbólico e profundo. Recolho à memória o que me sustém e ao meu próprio universo de saudades, incandescentes como as estrelas.
Arquivo do autor
Todos serão vacinados. Um dia medonho às crianças. Uns se escondem, enquanto outros choram. Estou com sete anos e tenho medo. Choromingo. Dou sinais de que cairei no berreiro. A minha mãe segura firme a minha mão e explica ‘não dói. Será como picada de formiga’. Confio nela e entrego o braço ao soldado. É por essa época que passam em frente à minha casa, cortejos fúnebres de crianças vindas de uma desses locais esquecidos, chamados de pontas de rua. Corremos a vê-los. Mortas, as criancinhas parecem enceradas, pintadas de azul, de olhinhos fechados, mãozinhas cruzadas sobre o peito. Tudo indo ser anjo no céu. É o que me diz a minha avó, para alívio à minha tristeza. A vida me aturde mudando apressada os cenários e um carro de boi passa com rodas que rangem cheio de moringas e esteiras. Os bois vão-se aguentando, um encostado no outro. Mas, aquela história da minha mãe sobre que agulhada de vacina era igual à picada de formiga, é tudo mentira. É como saudade. Ainda hoje quando lembro ela dói. É tempo de quaresma. Em
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