FUTEBOL ALAGOANO: QUANTO MAIS SE INVESTIGA, MAIS FALCATRUAS PROMOVIDAS POR CARTOLAS SÃO DESCOBERTAS NO ESTADO
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CULTURA
Exposição traz a Arte Contemporânea e o presente pensante para o Deodoro 11
redação 82 3023.2092 I e-mail redacao@odia-al.com.br
CÓDIGO DE ÉTICA Eduardo Leite/arquivo
Neno Canuto Agência Alagoas
Alagoas l 4 a 10 de junho I ano 05 I nº 0223 l 2017
Marinela, conduta suspeita
Conselho da Ordem deve investigar Marinela A conduta ética da advogada Fernanda Marinela poderá ser alvo de investigação pelos Conselhos Nacional e Seccional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/ AL), entidade que ela preside em Alagoas. Marinela está sendo acusada de infração aos artigos 19 e 20 do Código de Ética e Disciplina da OAB, que tratam do conflito de interesses no exercício profissional.
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SEM EUFORIA
Crescimento de 1% do PIB não é o fim da recessão Especialistas alertam que é preciso cautela, pois qualquer euforia pode ser precipitada. O recado é sobre o crescimento ínfimo de 1% do PIB anunciado com muita festa pelo Governo Federal. 7
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EXPRESSÃO
redação 82 3023.2092 e-mail redacao@odia-al.com.br
Faltam ações preventivas A
s e m a n a passada começou com tragédia, sequenciou com o atendimento, acomodação e assistência às pessoas desabrigadas ou desalojadas e terminou com o retorno para casa, com um cheque assinado pelo prefeito [Rui Palmeira] na mão. A título de “aluguel social” – que nada mais é do que uma ajuda em dinheiro; dispensando o eufemismo, na verdade é uma esmola – quase mil famílias receberam um cheque no valor de duzentos e cinquenta reais. Custo de duzentos e onze mil reais para
a Prefeitura de Maceió. O propósito desta ajuda financeira é garantir um lugar seguro para morar – por um mês – enquanto se recupera o imóvel que foi derrubado ou avariado em consequência das chuvas. Mas, por conta da falta de fiscalização, esse dinheiro será usado da forma que o beneficiário quiser. Como se faz quando se doa algo: o doador não pergunta em que será usado. Confia que é para o propósito do pedido e da necessidade de quem recebe. Mas, muitas vezes, essa doação, principalmente em
dinheiro, não é usada para a necessidade de quem a recebeu. Por isso, há estudiosos que não recomendam que se dê esmolas nos sinais de trânsito. Há sociólogos que acreditam que dar esmola estimula a mendicância e engessa a capacidade real de produção de quem pede. Sejam como for, há quem de fato precise. Que os desabrigados precisam da ajuda e do apoio do poder público, isso não há dúvidas. Que há responsabilidade do Estado como a sua população, isso está previsto na Constituição. Mas, prevenir também
é uma ação em benefício da população. Moradia digna e de segurança é um direito. Cabe ao poder público disponibilizar a infraestrutura necessária à concretização desse direito. Em Maceió, a atual gestão esqueceu dessa obrigação. Por isso, está contabilizando os mortos e doando cheques para amenizar a dor de quem perdeu a sua casinha. E como fica a família daqueles que morreram debaixo do bairro? Tragédias ocorrem mas, quando as ações preventivas são postas em prática, elas [ás tragédias] se tornam quase improváveis.
Não é o caso do que aconteceu com Maceió. São sete pessoas mortas – um bebê e uma criança pequena entre elas – e a oitiva vítima fatal ainda “escondida” no meio do barro. Isso é muito para Maceió. Uma morte que fosse seria muito. A cidade registrou quatro vezes mais o número de mortos em Recife pelo mesmo motivo. Ao invés de contar e sepultar seus mortos e doar cheques para desabrigados, o poder público deveria atuar, no restante do ano, ações preventivas para evitar mortes, desabrigados e transtornos.
A universidade se faz concreta quando é levada para fora da sala de aula João Batista Neto Gama da Silva e Larissa Oliveira Lima – Acadêmicos do curso de Administração da UFAL, campus Arapiraca. Fabiano Santana dos Santos – Doutor em Serviço Social e Professor no curso de Administração da UFAL, campus Arapiraca.
A
universidade não se faz tão somente quando o graduando está em sala de aula.Sua busca por conhecimento vai muito além do ensino, de um lugar onde se vê assuntos pertinentes ao curso na teoria. Cabe ao universitário buscar seu diferencial ao se integrar em projetos de extensão, pesquisa e estágios que, além de darem uma bagagem maior de conhecimentos práticos, irão transformá-lo em um profissional diferenciado, capaz de reunir as competências e habilidades necessária num cenário de constante competitividade. Devido ao aumento de formações complementares entre os universitários e profissionais formados, é crucial garantir seu diferencial no mercado desde a graduação. Desenvolver atividades extra sala é importante
para fomentar no estudante competências, tais como autoconhecimento, que envolve desde entender qual a área de atuação lhe chama mais atenção, até tomar conhecimento dasmelhores técnicas pessoais de trabalho, isto é, conhecer qual maneira o satisfaz e, concomitantemente, o faz ser produtivo. Outra característica crucial nesse processo é a liderança, o que desenvolve também aprendizagem sobre como agir em momentos de tomada de decisão, visto que, ao exercer seu cargo, o indivíduo passa a ser líder de si próprio e, não raro, de outras pessoas.Para isso, ele precisa tomar decisões que podem ser determinantes para sua instituição e/ou organização; além de potencializar sua vivência empresarial, networking, negociação, dentre vários outros aspectos essenciais para um bom profissional. Todos
Para anunciar, ligue 3023.2092 CNPJ 07.847.607/0001-50
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os pontos citados fazem com que o acadêmico amadureça profissional e pessoalmente, passando a gerar valor à sua imagem. A oportunidade de poder vivenciar o que está nos livros e nos discursos de tantos professores é uma experiência necessária para todo estudante. Porém, o ensino faz parte de um tripé - ensino, pesquisa e extensão sendo que,nesses dois últimos, a universidade tem deixado à desejar, limitando a vida acadêmica às atividades em sala de aula. Dessa forma, o tripé básico da educação tem se afastado, o que preocupa a todo a toda comunidade acadêmica que defende a ideia de que os três devem ser indissociáveis para uma formação qualificada. Vale ressaltar, dessa maneira, iniciativas que se destacam e mostram-se comprometidas em mudar tal realidade. É o caso de empresas juniores - associações
EXPEDIENTE ODiaAlagoas
civis sem fins lucrativos, caracterizadas como extensão, formadas exclusivamente por alunos de graduação, os quais prestam serviços de consultoria para outras empresas -, pois levam para a sociedade o que é aprendido em sala de aula. De acordo com Antônio Carlos Gil, famoso pesquisador de Metodologia da Pesquisa, a pesquisa pode ser definida como um procedimento racional e sistemático cujo objetivo é proporcionar respostas às questões que são propostas. O autor complementa informando que a pesquisa é desenvolvida por meio do concurso dos conhecimentos disponíveis e o uso cuidadoso de métodos, técnicas e demais procedimentos científicos. Além disso, existem empresas públicas e privadas que se preocupam com o crescimento profissional do graduando,
Eliane Pereira Diretora-Executiva
Deraldo Francisco Editor-Geral
Conselho Editorial
Aldo Ivo
oferecendo-lhes estágios remunerados ou não, com o objetivo de proporcionar ao estudante uma experiência laboral e garantir o aprendizado necessário para desenvolver-se em sua futura profissão. Através da vivência no cotidiano de uma empresa ou indústria, o estudante passa a compreender os processos já ensinados na teoria em suas aulas, presentes nas organizações. Tudo isso, contribui demasiadamente com o desenvolvimento do indivíduo, tanto como estudante, quanto, futuramente, um profissional diferenciado, visto que é possível aprender da mesma forma que se aprende em classe, isto é, prática e teoria, quando somadas, moldam um curso superior completo. Afinal, a universidade se faz concreta quando é levada para fora da sala de aula.
Jorge Vieira
José Alberto Costa
Rua Pedro Oliveira Rocha, 424 B - Farol - Maceió - Alagoas - E-mail: redacao@odia-al.com.br - Fone: 3023.2092
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PODER
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conflito de interesses no exercício profissional ficaria evidente ao advogar para Ademi em ações contra proprietários de cartórios
Marinela é acusada de infringir o Código de Ética da Ordem A
conduta ética da advogada Fernanda Marinela poderá ser alvo de investigação pelos Conselhos Nacional e Seccional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/AL), entidade que ela preside em Alagoas. Marinela está sendo acusada de infração aos artigos 19 e 20 do Código de Ética e Disciplina da OAB, que tratam do conflito de interesses no exercício profissional. Contrariando a legislação para a qual ela foi eleita para zelar, a presidente da OAB/AL está advogando para a Associação das Empresas do Mercado Imobiliário (Ademi) no Tribu-
nal de Justiça de Alagoas (TJ/ AL) e no Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em ações contra os interesses dos proprietários de cartórios do Estado, representados pela Associação dos Notários e Registradores (Anoreg). Acontece que o escritório Marinela e Nicholas Sociedade de Advogados, no qual a presidente da OAB/AL é sócia do marido, o advogado Paulo Nicholas, tinha, simultaneamente, contrato assinado com a Associação dos Registradores de Pessoas Naturais em Alagoas (Arpen), cujos associados foram diretamente atingidos pelas ações ajuizadas pela Ademi contra a Anoreg, enti-
dade a que também são filiados. Todo o caso está documentado em notificações extrajudiciais trocadas entre a Arpen e o escritório Marinela e Nicholas Sociedade de Advogados. As notificações são documentos públicos e estão registrados no 2º Cartório de Títulos e Documentos e Pessoas Jurídicas. Justa Causa Na primeira delas, datada de 23 de dezembro de 2016, o presidente da Arpen, Cleomadson Abreu Figueiredo Barbosa, questiona as razões da rescisão do contrato de honorários advocatícios, solicitada pelo escritório de Fernanda Marinela um
“Escritório quis criar desarmonia entre as partes” A resposta da Arpen-AL veio em 25 de janeiro, por meio da terceira notificação estrajudicial, assinada pelo presidente Cleomadson Barbosa. Segundo ele, os argumentos apresentados pelo advogado Paulo Nicholas só fortalecem as razões de agir da Arpen-AL. “O escritório de advogados deixa claro o conflito de interesses quando admite que incomodado com a reação da Arpen, procurou dirigentes da Associação para encontrar soluções paliativas que, em última análise, desatendiam aos interesses da Ademi-AL, sua nova cliente”, diz o documento. “Depois de já caracterizada sua atuação em favor da Ademi e, inegavelmente, em desfavor dos interesses dos associados da Arpen, o escritório reconhece que se apressou em propor a extinção do contrato que tinha em vigor com essa última”, complementa. “Como justificar que uma sociedade de advogados tenha proposto, em nome de terceiro, medida administrativa manifestamente contrária aos interesses legítimos da Arpen-AL, sua constituinte? Como justificar, ainda, que mais tarde tenha se reunido com a Arpen-AL, através do seu advogado e sócio Paulo Nicholas, visando a provocar ajustes que inutilizariam a iniciativa de sua nova constituinte, a Ademi-AL?”, questiona. O presidente da Arpen-AL ainda alega na notificação
mês antes, em 22 de novembro. Para a Arpen – autora da notificação extrajudicial – não se trata de uma simples rescisão consensual, mediante a formalização de distrato, mas sim por justa causa, “depois que o escritório aceitou advogar para a Ademi-AL, tendo promovido e estando a acompanhar, o processo administrativo TJ/ AL nº 2016-7930, patrocinando interesses absolutamente contrários aos da Arpen-AL”. No mesmo documento, a Arpen deixa claro que os advogados “não contam mais com a confiança contratual da associação” e informa considerar o contrato extinto por justa causa contratual.
Eduardo de Leite/Arquivo
Marinela, denúncia por falta de ética
Em contranotificação, sócio se diz surpreso A resposta do escritório, assinada pelo sócio Paulo Nicholas, veio um mês depois, em 23 de janeiro de 2017, numa contranotificação extrajudicial à notificação registrada sob o número 146814. Dizendo-se surpreso e perplexo, o marido da presidente da OAB/AL afirma que as alegações da Arpen são improcedentes. Para os advogados, a demanda da Ademi-AL não conflitaria de modo algum com os interesses da Arpen-AL, haja vista que os pedidos feitos dizem respeito à alteração da Tabela B do Código de Custas do Estado, que diz respeito aos registradores de imóveis, e não aos atos do registro de pessoas nascidas vivas.
Eles alegam ainda que desde quando tiveram conhecimento da decisão do presidente do TJ-AL no processo administrativo 2016-7930, datada de 11 de outubro de 2016, teriam se colocado à disposição da Arpen para rescindir o contrato, caso a entidade entendesse haver conflito de interesses, o que só ocorreu dois meses depois. Nicholas e Marinela ainda alegaram que a Arpen teria concordado expressamente com os argumentos da Ademi-AL, quando esta propôs a revogação da Resolução TJ-AL 32/2016, que reajustou a tabela de Emolumentos (taxas remuneratórias de serviços públicos, tanto notarial, quanto de registro.
Através de nota, advogada se defende
extrajudicial, que o escritório de Fernanda Marinela procurou criar desarmonia entre os associados da Arpen e os registradores imobiliários, quando sugere que a entidade teria se acumpliciado com a Ademi, na medida em que teria sustentado, formalmente, que a Resolução que reajustou a tabela de emolumentos seria nula no ponto em que se refere aos cartórios de imóveis. O casal de advogados ainda foi acusado de, ao aceitar representar a Ademi-AL contra os interesses dos
associados da Arpen-AL, ter violado o dever de lealdade profissional. “É em razão dessa conduta que os filiados da Arpen-AL continuam a prestar serviços mediante a paga de emolumentos em valores defasados desde 2006, como também sujeitos a exigências de restituições de valores recebidos entre junho e outubro de 2016, dada a revogação retroativa provocada pela Ademi-AL, representada por Vossas Senhorias”, diz o documento endereçado a Fernanda Marinela e Paulo Nicholas.
A presidente da OAB, advogada Fernanda Marinela, respondeu às acusações por meio de nota: O escritório jurídico Marinela e Nicholas Advogados informa que sua sócia, advogada Fernanda Marinela presta serviço advocatício específico à Associação das Empresas do Mercado Imobiliário (Ademi-AL) referente às taxas de Registro de Imóveis e que o escritório mantinha um contrato com a Associação dos Registradores de Pessoas Naturais em Alagoas (Arpen), cartórios com atribuições distintas.
No entanto, o Contrato mantido entre o escritório e a Arpen-AL foi extinto por mútuo consentimento, conforme atesta a ARPEN-AL em documento datado de 20.02.2017. Neste caso específico, o escritório foi contratado pela Ademi-AL não para atender interesse exclusivo da entidade, mas em defesa de toda a sociedade, já que a cobrança das taxas de cartórios de registro de imóveis de Alagoas é absurda, considerada uma das maiores do Brasil, como o próprio Pleno do Tribunal de Justiça de Alagoas já reconheceu e corrigiu.
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DA REDAÇÃO redacao@odia-al.com.br
Acertamos
N
a semana que passou a coluna apontou com exclusividade que Rui Palmeira iria recuar da decisão de implantar a Zona Azul em Maceió tamanho o desgaste que ele vinha sofrendo na classe média e alta. Não deu outra, o tucano recuou e atendeu ao pedido do Ministério Público de Contas suspendendo o funcionamento da medida – que não era bem claro e transparente, tanto na aplicação das multas, quanto na gestão dos recursos. Sem contar que nunca ficou bem explicado o processo de contratação da empresa para administrar aquilo que se tornou o maior calo da gestão do prefeito Rui.
Líder O governador Renan Filho demonstrou força política e liderança durante a semana que passou. Visitou as cidades atingidas pelas enchentes, conseguiu articular a vinda do presidente Michel Temer e, principalmente, não se afastou do problema. Convocou secretários, pediu apoio da iniciativa privada e por mais de uma vez se emocionou com o drama que encontrou.
Demorou Buscando correr atrás do prejuízo, pois demorou muito para aparecer, o deputado JHC chegou aos 45 minutos do segundo tempo nas principais cidades atingidas pela enchente. Ele fez questão de ser recebido pelo Cláudio Filho, em Marechal Deodoro e foi visitar pontos alagados em Pilar, com Renato Filho.
Devagar, devagarinho O prefeito Rui Palmeira como já é de praxe evitou aparecer nas principais áreas atingidas pelas chuvas em Maceió. Ele sequer foi até o Santo Amaro, principal tragédia registrada, com oito mortes e apenas delegou funções. Quem bateu perna foi o vice, Marcelo Palmeira, cada vez mais perto de assumir o comando da capital.
Alô Duas chapas disputam a eleição do Sindicato dos Trabalhadores em Telecomunicações de Alagoas. Desde 2001, o SINTTEL não tem uma eleição forte e disputada, sem contar que desde então aquele que já foi um dos maiores sindicatos alagoanos perdeu força e virou algo muito mais cartorial. Como a disputa é grande a eleição foi adiada e terminou indo parar na justiça, com a próxima audiência marcada para o dia 19.
Vai ficar
O procurador de Contas Rodrigo Siqueira Cavalcante, indicado pelo governador Renan Filho para o cargo de conselheiro do Tribunal de Contas foi sabatinado na Assembleia Legislativa e deu um show. Vários deputados fizeram perguntas sobre Administração, Direito e Economia, e atividades inerentes ao cargo de conselheiro, recebendo respostas objetivas e técnicas bastante convincentes.
De olho Superintendente da Slum, Davi Maia, bateu forte na Arsal, órgão estadual regulador de serviços, que aprovou o aumento de quase 10% da tarifa cobrada pela Casal – velha adversária do jovem líder político, cada vez mais forte na disputa para deputado estadual. Ele gravou um vídeo destacando que são quase 40% de aumento em três anos.
Vem com força A entrada de Pedrinho Acioli na corrida por uma vaga na Assembleia agita a região do Vale do Paraíba, especialmente a cidade de Viçosa. Advogado bem sucedido com um dos mais famosos escritórios de Brasília, ele decidiu voltar ao Estado para cuidar do pai, o ex-ministro do STJ, Pedro Acioli, que chegou aos 91 anos.
Repaginado Tentando melhorar sua imagem depois de sucessivos problemas no ano passado, o deputado estadual Dudu Hollanda retomou o trabalho de assessoria de imprensa com um renomado profissional do setor, sem contar que tem evitado participar de festas que viram a madrugada.
e-mail redacao@odia-al.com.br
MORADORES DE ENCOSTAS RECLAMAM da falta de obras para contenção de barreiras, abertura de canais e construção de escadarias; “tragédia anunciada”
Sem ações preventivas, Prefeitura registra oito mortes e doa cheques Deraldo Francisco Repórteres
O
ito pessoas m o r t a s debaixo do barro, uma desaparecida com a possibilidade de estar morta, 844 famílias desabrigadas ou desalojadas e um socorro do Governo Federal de R$ 2,2 milhões para a compra de cestas básicas, colchões e lonas. Este é o resultado de apenas uma semana de chuvas em Maceió. Esse tempo ruim, inclusive, estava previsto. Houve ainda mais duas mortes, cujos corpos foram encontrados na Lagoa Mundaú e no Riacho do Silva, em Bebedouro. A relação dessas mortes com as chuvas ainda não foi comprovada. O que pode elevar para nove o número de vítimas fatais. Se a pessoa que está desaparecida numa grota na periferia de Maceió estiver morta, subirá para dez. Considerando
que no estado de Pernambuco ocorreram que no Recife ocorreram duas mortes, a situação fica complicada para Maceió. Entre as pessoas mortas sob o barro, uma família de seis pessoas, com um bebê de sete meses e uma criança de três anos entre os membros. O corpo do bebê foi encontrado pelos bombeiros três dias após a barreira da Grota da Cycosa, no bairro do Santo Amaro, “engolir” o barraco em que ele morava com os pais, o irmãozinho e os avós. Além dessa tragédia, vários pontos de interdição de vias na cidade por causa das chuvas. Centenas de toneladas de lixo foram parar na areia da praia. Maceió não suportou a pressão da natureza. Ou seja, não está preparada para uma chuvarada forte. O lixo descartado nas ruas pela população pode até servir de desculpas, mas não serve de prova concreta para o caos que se instalou na cidade com as chuvas passadas.
Deslizamento de barreira na Grota da Cycosa, no Santo Amaro, ‘engoliu’ o barraco onde morava família de Marlene Silva; uma tragédia que poderia ter sido evitada
Quem mora nas encostas e saiu da casa com medo de deslizamento está voltando. E para onde vai quem perdeu a casa?
Liderança responsabiliza Rui Palmeira No meio da chuva e diante de toda revolta com a falta de estrutura nas grotas de Maceió, surgiu uma voz que fez barulho aos ouvidos do prefeito e de seus assessores. Trata-se da líder comunitária Edilene Regina Santos. Ela mora na Comunidade Ipanema, também chamada de Grota do Macaco, que fica nos fundos do Shopping Miramar, no Barro. À reportagem, Edilene Santos contou que pelo menos 45 famílias de sua comunidade ficaram desabrigadas ou desalojadas. Ela confirmou o deslizamento de terras na grota, desmoronamento de casas, mas não falou em mortes. “Felizmente, ninguém morreu. Mas foi pela graça de Deus e pela união da comunidade”, disse ela. Edilene Santos é presidente da Associação dos Moradores da Comunidade Ipanema e se queixa da falta de atendimento da Prefeitura de Maceió. Por conta disso, ela ingressou na semana passada com uma ação na Justiça para obrigar a Prefeitura a realizar obras na grota. “Essa foi a única forma que encontramos. Não adiantava mais ir falar com prefeito [Rui Palmeira] ou com os assessores dele. Procurei a Defensoria Pública, fui ao Ministério Público e, por último, à Justiça.
O prefeito Rui Palmeira assinou 844 cheques nominais no valor de R$ 250 cada, totalizando R$ 211 mil, a título de aluguel
social. Esse “dinheiro” foi entregue às pessoas cadastradas. A ideia do benefício é que os recursos
sejam usados para o aluguel de um domicílio. Necessariamente, nessa linha de preço, bem abaixo do mercado
Vítimas fatais por soterramento DIA 27 - SÁBADO:
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. Marli Santana de Oliveira, 48 anos de idade, natural de São Paulo. Oriunda da Rua dos Coqueiros, Alto da Boa Vista, Chã da Jaqueira, Maceió. (Próximo à Cavalaria da PM). Corpo liberado por familiares.
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. Criança Não Identificada do sexo masculino. Oriundo da Rua São Francisco, Grota do Santo Amaro, Maceió. (Grota por trás da Cycosa). Observação: Aguardando documentação para liberação do corpo.
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. Marlene Silva de Siqueira, 71 Deslizamento de barreira no Santo Amaro deixou cinco mortos da mesma anos. Oriundo da Rua São Fran- família cisco, Santo Amaro, Maceió. (Grota tação e resultado de exame de necro- documentação e resultado de exame por trás da Cycosa); Corpo liberado papiloscopia para liberação do corpo. de necropapiloscopia para liberação por familiares. do corpo.
4 Edilene: “Se morrer uma pessoa na minha comunidade, coloco na conta do Rui”
Agora, eu tenho certeza que a Prefeitura de Maceió fará algo pela nossa comunidade”, disse Edilene Santos. Ela explicou que, na ação judicial, a comunidade pede obras de contenção de encostas, abertura do canal e reforma nas escadarias. “É um absurdo a comunidade precisar acionar
a Justiça para obrigar o poder público a cumprir a sua obrigação. Nesse inverno e nos próximos que virão, se ocorrer uma morte aqui na comunidade Ipanema vamos responsabilizar o prefeito Rui Palmeira por ela. Essa morte será colocada na conta do prefeito”, disse Edilene Santos.
. Benedito Valdevino da Silva, natural de Atalaia, 56 anos. Oriundo da Rua Jardim Manguaba, Grota do Pau D’arco, Feitosa, Maceió. Aguardando documentação para liberação do corpo. DIA 29 - SEGUNDA-FEIRA:
5
. Vítima Adulta Não Identificada do sexo masculino. Oriundo da Rua São Francisco, Grota do Santo Amaro, Maceió. (Grota por trás da Cycosa). Observação: Aguardando documen-
DIA 30 - TERÇA-FEIRA:
6
. Criança Recém-nascida Não Identificada do sexo feminino. Oriundo da Rua São Francisco, Grota do Santo Amaro, Maceió. (Grota por trás da Cycosa). Observação: Aguardando documentação para liberação do corpo.
7
. Vítima Adulta Não Identificada do sexo feminino. Oriundo da Rua São Francisco, Grota do Santo Amaro, Maceió. (Grota por trás da Cycosa). Observação: Aguardando
DIA 1º DE JUNHO: QUINTA-FEIRA
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- Corpo encontrado na margem do rio Silva em Bebedouro, vítima de afogamento não identificada.
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- Corpo encontrado na margem do rio em Satuba, vítima de afogamento não identificada. Fonte: Perícia Oficial do Estado de Alagoas/ Instituto de Medicina Legal Estácio de Lima
Correntes solidárias mobilizam Alagoas Passado o susto com o impacto das chuvas em várias cidades alagoanas, a solidariedade mostrou sua força em diversas mobilizações ao longo da semana. Desde os primeiros e urgentes pedidos por água, alimentos e agasalhos, as mobilizações para recolher donativos para os desabrigados tomam formas diversas. Teve grupo trocando 1kg de alimento não perecível por cartela de bingo, no Bebedouro, agasalhos e lençóis por sanduíches no Sanduba do Careca, roupas e comidas por vaga em aulão solidário em academias. Até grupos de música estão mobilizados – o Maracatu Baque Alagoano e Coletivo Afro Caeté mobilizaram seguidores durante toda a semana para arrecadar roupas, alimentos e cobertores para as vítimas das chuvas. Alunos de Gastronomia da Faculdade de Tecnologia de Alagoas (FAT), por sua vez, começaram a cozinhar para os desabrigados. Os ingredientes para o “sopão” foram pedidos pelas redes sociais, em uma mobilização que ganhou força e já entregou sopas em abrigos de Marechal Deodoro, Vergel do Lago, comunidades à beira da Lagoa Mundaú e Pilar.
Entre as ações do poder público, os 400 voluntários que compõem a Força Tarefa do Governo de Alagoas distribuíram 4,6 toneladas de donativos, entre leite, mortadela, papel higiênico, absorventes, creme dental, fraldas descartáveis e colchões. Em Marechal Deodoro, voluntários e servidores trabalham, desde o último sábado (27), na produção de refeições e lanches tanto para as vítimas quanto equipes de resgate, com uma produção de aproximadamente 4,5 mil refeições diárias. Foram montadas 7 cozinhas coletivas em escolas, algumas delas que servem de abrigos para famílias afastadas de suas casas pela enchente. A base de todas essas ações é a solidariedade de grupos religiosos, empresas, escolas e pessoas, que têm atendido ao chamado para ajudar quem perdeu o esforço de toda uma vida quando a água subiu. Há pontos de coletas fixos em Maceió, Marechal Deodoro e Arapiraca, por exemplo. Nesta sexta (02), o aplicativo de transporte Uber fez o UberSolidário, liberando carros para buscar donativos nas residências de forma gratuita, voltada para as milhares de pessoas afetadas pelas chuvas.
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CAFÉ&NEGÓCIOS
redação 82 3023.2092 e-mail redacao@odia-al.com.br THÁCIA SIMONE - thaciasimone@gmail.com
Oportunidade de negócios A empresa Adereço – acessórios femininos está com uma oportunidade de negócios que combina com as festas juninas. São acessórios, a preço de atacado, para você ganhar dinheiro. Variedade de brincos, cintos, pulseiras e colares. Modelos que vão completar o look da mulherada. Veja o portfólio digital pelo WhatsApp: 82 9 99805026. O endereço é: Rua Barão de Penedo, 61, Maceió-AL. Atendimento por hora marcada.
Forró aquece economia Junho é mês de festas juninas, muito forró, comidas típicas e fogueiras. Vizinho a Alagoas, distante 195 km, Caruaru é o destino mais procurado de Pernambuco e aposta numa programação repleta de cantores de renome nacional para atrair público, além do festival de comidas típicas gigantes. A programação diversificada reflete diretamente na economia local e das cidades vizinhas. Além da diversão, o público tem a opção de visitar a tradicional Feira da Sulanca (a partir das 5h de segunda-feira), a Feira de Artesanato (de segunda a sábado, das 5h às 17h), o Polo Caruaru (de domingo a domingo, das 9h às 18h) e o Centro comercial (De segunda a sexta, das 8h às 18h, e sábado de 8h às 13h). A programação das festividades está disponível no blog: thaciasimone.blogspot. com.br .
“
O Agroamigo Sol beneficiará pequenas propriedades rurais com financiamentos em energia solar fotovoltaica, gerando cada vez mais desenvolvimento e renda para as famílias Nordestinas”,
afirmou Daniel Tenório, gerente de Microfinanças Rural do Banco do Nordeste em Alagoas.
Banco do Nordeste disponibiliza crédito O Agroamigo Sol, nova linha de financiamento do Banco do Nordeste voltada a projetos de energia solar para agricultores familiares, foi lançada esta semana, em todas as capitais do Nordeste, Norte de Minas Gerais e do Espírito Santo. Em Alagoas, o evento reuniu representantes de diversas instituições parceiras, das três esferas governamentais e de empresas fornecedoras de placas fotovoltáicas. Na ocasião, foi assinada a primeira proposta de crédito do Estado, já no âmbito do programa, oriunda de Santana do Mundaú. O novo modelo de financiamento é destinado à implantação de sistemas de micro e minigeração de energia solar. Com taxas a partir de 0,5% ao ano, os recursos podem ser aplicados em obras de melhorias nas propriedades, como sistemas de bombeamento, irrigação e dessalinização de água, além de eletrificação de cercas, entre outros, contribuindo para a redução dos gastos com energia elétrica em iluminação e utilização de máquinas e eletrodomésticos, a exemplo de freezer para armazenamento de produtos. Leia mais no meu blog: thaciasimone.blogspot.com.br .
Ganhando dinheiro com a chuva Imagina aquele dia bem chuvoso e você sem um guarda-chuva? Eis que no meio do caminho você encontra esta facilidade: uma máquina onde você pode comprar o tão necessário guarda-chuva. Ainda não encontrei este tipo de negócio aqui por Alagoas, mas fica a dica para quem quer investir. Esta foto foi na Rodoviária do Tiête, em São Paulo.
thaciasimone@gmail.com você pode contar sua história de sucesso, compartilhar o nome do seu livro preferido e sugerir pautas para esta coluna.
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MERCADO
Notícias de Valor
redação 82 3023.2092 e-mail redacao@odia-al.com.br
Serivaldo Araújo mercado@odia-al.com.br
Ainda é cedo para comemorar o fim da recessão, diz economista
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nte à ameaça de ser a qualquer momento afastado da Presidência da República, Michel Temer tenta desesperadamente reforçar a chance – quase nula – de permanecer no cargo, chegando a querer creditar ao seu governo o mérito por um feito que não passa de uma simulação do que ele, juntamente com seu ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, batizaram de “fim da recessão”. Não foi outro o intuito do governo ao comemorar efusivamente o ínfimo crescimento de 1% do PIB. Porém, os especialistas alertam que é preciso cautela, pois qualquer euforia com o resultado pode ser precipitada. Para o economista Affonso Celso Pastore, ex-presidente do Banco Central e membro do Comitê de Datação de Ciclos Econômicos (Codace), da Fundação Getúlio Vargas (FGV),
que estabeleceu oficialmente o início da atual crise econômica no segundo trimestre de 2014, é “extremamente prematuro” analisar o resultado como evidência para o fim desse ciclo, tanto sob o ponto de vista técnico quanto em uma análise mais ampla do cenário econômico. Pastore afirma que para dizer que acabou a recessão, o Codace tem de se reunir e verificar se existem ou não dois trimestres consecutivos de crescimento, que é o critério adotado. Se crescer também o PIB do segundo trimestre, aí decreta-se o fim da recessão no último trimestre de queda – que, no caso, seria o quarto trimestre de 2016. Agora, se no segundo trimestre de 2017 o PIB voltar a cair, o Codace não tem condições de decretar o fim do processo recessivo. Ele entende que é muito cedo ainda
Risco político forçou perspectiva negativa A mudança na perspectiva da nota de crédito Ba2 do Brasil pela Moody’s, de estável para negativa, ocorrida no dia 26 de maio, reflete a maior incerteza em torno das reformas, gerada pelos recentes episódios políticos, e a crescente ameaça à recuperação do País e à força de sua economia no médio prazo, segundo a agência de classificação de risco. “As denúncias de corrupção contra o presidente do Brasil elevam o risco de reverter a estabilização econômica”, avaliou a Moody’s em nota. Segundo a agência, os últimos acontecimentos no cenário político provavelmente afetaram a capacidade do governo federal de concluir a reforma da Previdência, que é considerada fundamental para que o rápido avanço nos gastos com funcionários públicos de Estados e municípios desacelere nos próximos três a cinco anos. Desemprego atinge mais de 14 milhões de pessoas O contingente de desempregados no País contava com 14,048 milhões de trabalhadores no trimestre encerrado em abril de 2017, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado significa que há mais 2,636 milhões de desempregados em relação a um ano antes, o equivalente a um aumento de 23,1%. Ao mesmo tempo, o total de ocupados caiu 1,5% no período de um ano, o equivalente ao fechamento de 1,395 milhão de postos de trabalho. Como consequência, a taxa de desemprego passou de 11,2% no trimestre até abril de 2016 para 13,6% no trimestre até abril de 2017, a mais alta para esse período do ano já registrada na série histórica da pesquisa, iniciada em 2012. A taxa de desemprego só não foi mais elevada porque 556 mil brasileiros migraram para a inatividade no período de um ano. O aumento na população que está fora da força de trabalho foi de 0,9% no trimestre encerrado em abril ante o mesmo período de 2016. O nível da ocupação, que mede o porcentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar, foi estimado em 53,2% no trimestre até abril. Em apenas um ano de governo Temer, o exército de trabalhadores sem emprego no Brasil foi ampliado com cerca de 2,6 milhões de novos desempregados.
Petrobras cortou mais de 125 mil empregos A Petrobras divulgou aos seus investidores um relatório mostrando que em dois anos, a empresa cortou cerca de 125,6 mil postos de trabalho, entre empregos diretos e terceirizados. Ao final de 2014, a estatal contava com 311,9 mil funcionários, sendo 231 mil terceirizados e 80,9 mil funcionários diretos. Já no último mês do ano passado, os números passaram a 186,3 mil funcionários, sendo 117,5 mil terceirizados e 68,9 mil vagas diretas. A companhia informou também que, desde 2014, quando um programa de demissão voluntária foi aberto, 13.239 funcionários já foram desligados e a previsão é que outros 6.420 sejam em um futuro próximo.
para decretar o fim da recessão. De acordo com o economista, no resultado do primeiro trimestre, nós tivemos um crescimento do PIB da agricultura que é o maior da história. Sem ele, o PIB não teria subido 1%, mas sim 0,2%. Isso não irá se repetir no segundo trimestre, de forma que essa força desaparece. O crescimento do PIB da indústria não é uma recuperação, é apenas um carry over (espécie de herança estatística) do dado de dezembro. A boa notícia da indústria é que ela parou de cair, está estável, mas ainda não mostrou tendência de crescimento. Outra notícia muito negativa é a queda da Formação Bruta de Capital Fixo, que mostra que a economia não está investindo. E, sem investimento, não há crescimento.
Brasil tem o pior PIB entre 39 países O Brasil ficou em último lugar entre 39 países em um ranking de crescimento divulgado pela Austin Ratings. Números divulgados pelo IBGE mostram que o PIB subiu 1% no 1º trimestre de 2017 em relação ao 4º trimestre de 2016. Mas comparando o 1º trimestre de 2017 com o mesmo período de 2016, o PIB continua caindo: 0,4%. Na lista da Austin, todos os outros países tem números positivos nessa conta com exceção da Grécia (-0,3%). No topo da lista estão China (6,9%), Filipinas (6,4%) e Índia (6,1%). As estimativas da Austin para o crescimento brasileiro estão em 0,7% para 2017 e 2,2% em 2018.
PLANO AGRÍCOLA E PECUÁRIO SERÁ LANÇADO DIA 7 DE JUNHO O Ministério da Agricultura e Pecuária confirmou nesta terça-feira (30/5), que o Plano Agrícola e Pecuário 2017/2018 será lançado no próximo dia 7 de junho, às 10 horas, no Palácio do Planalto. O valor destinado ao crédito agrícola no próximo ano deve ficar um pouco acima dos R$ 185 bilhões deste ano, conforme o ministro Blairo Maggi. Por sua vez, os juros das principais linhas de financiamento do meio rural devem cair 1 ponto porcentual em relação à última temporada. Se confirmado, os juros praticados em 2017/2018 devem variar de 7,5% a 11,75% ao ano. As regras do plano safra precisam ser aprovadas em uma reunião extraordinária do Conselho Monetário Nacional (CMN).
AVISO CONTRIBUIÇÃO – PESSOA FÍSICA Terminou no dia 22 último, o prazo para o produtor rural, pessoa física, recolher a Contribuição Sindical Rural/2017. A contribuição é um tributo obrigatório, previsto no artigo 578 e seguintes da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), regulamentada pelo Decreto nº 1.166/1971. Quem não efetuou o pagamento deve comparecer imediatamente no Departamento Sindical da Federação da Agricultura, ou entrar em contato com a sra. Carla, através do fone (82) 3217-9803, ou e-mail carla@senar-al.org. br. O não pagamento deixa o produtor irregular perante o Ministério do Trabalho.
CURSOS DA SEMANA (4A 10/06/2017) SENAR/GRUPO LUIZ JATOBÁ: Irrigação Agrícola - Relações Interpessoais – FAT, em São Miguel dos Campos. SENAR/PREFEITURAS: Informática Básica, em Major Izidoro. SENAR/SINDICATOS: Programa de Inclusão Digital Rural, Eletricista Rural e Informática Básica, em Palmeira dos Índios; Eletricista Rural e Informática Básica (móvel), em Arapiraca; Informática Básica, em Pão de Açúcar; Plantas Medicinais, em Posto Calvo. SENAR/USINAS: Mecanização Agrícola (FAT), Relações Interpessoais (FAT), Segurança no Trabalho (FAT) e Primeiros Socorros; na Usina Camaragibe (em Matriz de Camaragibe); Mecanização Agrícola (FAT), Relações Interpessoais (FAT) e Segurança no Trabalho (FAT), na Usina Santo Antônio (em São Luiz do Quitunde); Administração Rural (JAA) e Mecanização Agrícola (JAA), na Usina Seresta (em Teotônio Vilela).
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MERCADO
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Documento analisa a regularidade fiscal do contribuinte, inclusive atraso em parcelamentos, pode ser solicitada eletronicamente
Sefaz disponibiliza nova CND Felipe Miranda e Maynara Rocha Ascom
A
Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz/AL) disponibiliza, desde a última quinta-feira, dia 1º, um novo formato
para a Certidão Negativa de Débito de Tributos Estaduais (CND). O documento, que apresentava apenas os débitos inscritos em dívida ativa dos contribuintes, ganha novas funcionalidades. Após a mudança, também são considerados dados sobre inadimplências do parcela-
mento de débito, omissões na entrega de documentos e a verificação de regularidades fiscais. De acordo com a gerente de arrecadação da Sefaz, Ivone Salvador, a certidão com as novas funções traz mais transparência para o Estado e credibilidade sobre as relações de
empresa e contribuinte. “O nosso modelo de certidão era especificamente voltada para os débitos. A nova é um documento que analisa a regularidade fiscal do contribuinte, observando aspectos como a omissão de obrigações acessórias e o seu cumprimento ou não. Trata-
-se de uma verificação mais a fundo, que vai considerar se o indivíduo deixou de entregar um SPED, uma DAC, se atrasou algum parcelamento, por exemplo”, explica a gerente. Fornecida pela Fazenda, a certidão pode ser solicitada eletronicamente pelo site da Sefaz.
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ESTADO
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RECURSOS FEDERAIS serão destinados para a compra de alimentos, água, colchões, material de higiene e de limpeza
AL recebe R$ 13,3 mi para atender os desabrigados N
a próxima segunda-feira, 5, o Governo de Alagoas terá em sua conta recursos na ordem de R$ 13,3 milhões, disponibilizados pelo Governo Federal, para atender as necessidades das famílias atingidas pelas chuvas. O deslizamento de barreiras, em Maceió, provocou a morte de sete pessoas, sendo cinco da mesma família. O governador Renan Filho confirmou que o dinheiro já foi enviado e, assim que estiver disponível, será aplicado, imediatamente, na compra de alimento, água, colchões e material de higiene e limpeza. “O valor é suficiente para este primeiro momento. Vamos ficar acompanhando a utilização dos
recursos e, se houver a necessidade de mais dinheiro, o estado vai pedir. E se sobrar, vamos devolver”, afirmou Renan Filho. O governador informou que os recursos serão usados de forma emergencial durante 30 dias. Caso haja necessidade solicitará mais ajuda ao Governo Federal. “Da mesma forma será se não utilizarmos todo o valor. Caso haja sobra iremos devolver”, enfatizou o governador. Renan Filho explicou que duas forças-tarefas estão estrategicamente em ação em dez das 27 cidades que estão em situação de emergência. As equipes estão auxiliando na limpeza das ruas e na avaliação das residências que foram inundadas. As famílias só devem retornar após a autorização da equipe responsável.
Todas as cidades atingidas serão contempladas Severino Carvalho Assessoria O governador Renan Filho afirmou que os recursos do Governo Federal destinados à ajuda emergencial às vítimas das chuvas em Alagoas, na ordem de R$ 13,3 milhões, já foram depositados e serão creditados na conta do Estado ainda nesta sexta-feira (2). “Os recursos viabilizados pelo Ministério da Integração Nacional já estão entrando nas contas do Estado na sexta-feira, dia e nós esperamos, a partir de segunda-feira (5),
com toda a parte de licitação organizada, adquirir os produtos para iniciar a distribuição nas 27 cidades atingidas pelas enchentes, tanto na capital quanto no interior”, afirmou Renan Filho. Na tarde deste sábado (3), o governador recebeu o ministro da Integração Nacional, Helder Barbalho, que visitará as áreas afetadas pelas chuvas em Alagoas. Juntos, eles também vão observar a instalação do Hospital de Campanha no Polo Industrial de Marechal Deodoro. “Esse Hospital de Campa-
nha será administrado pelo Exército, com médicos e enfermeiros, e vai ajudar na estabilização sanitária para que não tenhamos surtos de doenças nessas cidades”, acrescentou. Renan Filho falou ainda das ações desenvolvidas pelo Governo do Estado para socorrer emergencialmente as vítimas das chuvas, a exemplo da força-tarefa, que vem mobilizando, diariamente, mais de 400 servidores estaduais na ajuda às famílias afetadas nas 27 cidades, e as operações Limpeza e Volta para Casa.
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ESPORTES
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SÚMULAS DO SETE E DO FLAMENGO trazem nome RG e CPF do preparador de goleiros Jorjão que não se encontrava em AL
Jogo cada vez mais sujo Marcelo Alves Repórter
“V
ou citar o físico Isaack de Newton: ‘dois corpos não ocupam o mesmo lugar’”. A declaração é do preparador de goleiros Jorge Pereira da Silva, 46 anos, que disse estar surpreso ao saber que mesmo estando em Aracaju-SE desde o último dia 2 de maio – onde trabalha no time do Sergipe –, seu nome consta em súmulas de partidas do Sete de Setembro e do Flamengo do mesmo mês, no Campeonao Alagoano Sub-20. Conhecido como Jorjão, ele disse que atuou na equipe profissional do Sete durante o Estadual da Primeira Divisão deste ano e ainda esteve com o grupo Juniores até o último 8 de abril. Ele contou até que não recebeu os R$ 6 mil referentes aos salários de três meses de trabalho. A reportagem entrou em contato com Jorjão que se mostrou surpreso e indignado com a notícia. “Fiquei surpreso.
Jorjão (centro) ao lado do ex-goleiro Rogério Ceni durante visita ao CT do São Paulo para aprimoramento profissional
Estava trabalhando tranquilamente aqui no Sergipe quando soube da notícia. Trabalho como preparador de goleiros há dezesseis anos. Sempre zelei pelo trabalho honesto”, disse Jorjão. Nos documentos dos jogos constam ainda os números de documentos de identificação como RG e CPF.
Como se sentisse traído pelo patrono do Sete de Setembro, João Batista, que ocupa a vice-presidência de Patrimônio e Registro da Federação Alagoana de Futebol (FAF), Ele disse que vai analisar o caso para tomar providências. “Na luta contra o rebaixamento, prometi ao João Batista
JOGODuro
que ficaria no Sete até o fim. Cumpri minha palavra. Agora surge essa história”, disse. Jorjão disse que já está reunindo documentos para provar que desde o último dia 2 de maio está em Aracajú-SE. Entre as provas, a passagem que o presidente-executivo do Sergipe, Silvio Santos,
comprou para o preparador de goleiros ir para Aracajú-SE, e as súmulas dos jogos do time sergipano pelo Brasileiro da Série D e que na ocasião Jorjão trabalhou no mesmo período. “Pior que não tenho irmão gêmeo. Neste caso, eu deveria ser trigêmeos Estive em três times no mesmo mês (Sergipe, Sete e FLA)”, disse. Durante a entrevista, Jorjão chamou um homem chamado Neguinho, que ele o identificou como massagista do Sergipe e pediu para que a reportagem o entrevistasse para comprovar o que havia dito. “Ele está aqui desde o início de maio. Ele é um cara trabalhador”, disse o homem identificado como massagista Neguinho. A reportagem conversou com o zagueiro Ramom, do FLA, que jogou na derrota: 17 a 0 para o Sete. Ele negou que foram orientados a sofrer a goleada. “Não foi pedido para tirar o pé. Só falaram que a gente (FLA) não tinha mais chances na competição e o Sete precisa golear. Vergonhoso, mas aconteceu”, disse Ramom.
Jorge Moraes jorgepontomoraes@gmail.com
Acabou o elemento surpresa
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epois do desastre que foi no Campeonato Alagoano, o CSA surpreendeu no início da Série C do Campeonato Brasileiro. Com o mesmo time do Alagoano, foram dois jogos e duas vitórias, com cinco gols marcados e nenhum sofrido. Mas, depois do jogo contra o Botafogo/PB, quando foi derrotado por 2 a 0, o treinador Ney da Mata está à vontade para começar a mexer no time, promovendo a estréia de alguns jogadores que aguardam com muita expectativa essa oportunidade. É possível que o time seja modificado em cinco posições.
Até a partida de João Pessoa, Da Mata não tinha como pensar em trocar jogadores. O time estava vencendo e tinha que ser escalado sempre o mesmo. Como foi muito mal no último compromisso, algumas mudanças já estão sendo esperadas e em todos os setores. Na defesa, Raul ou Dick na lateral direita, saindo Celsinho; Jorge Felipe, na zaga, no lugar de Leandro Souza; Boquita entrando no meio-campo, substituindo Éwerton Heleno que foi para o Atlético/GO; e Maxwuel Samurai no setor de ataque. Essa é a expectativa.
O Oeste pela frente Depois do fechamento dessa coluna, o CRB jogou a sua quarta partida pela Série B do Campeonato Brasileiro. Do jogo não podemos falar, mas do trabalho que a diretoria vem fazendo, sim. Depois de contratar e regularizar o atacante Ítalo, o CRB acertou com outro jogador para o setor: Zé Carlos. Ainda sem as condições físicas ideais, o Zé vai esperar um pouco para entrar no time. No momento, o titular é Neto Baiano, depois vem o Ítalo. Alguma dúvida que Zé Carlos vai forçar a barra para ser o titular?
O ASA e a vitória Depois da derrota, em casa, para o Sampaio Correia, o time do ASA precisa, urgentemente, da vitória jogando nesse final de semana, contra o Fortaleza, no Ceará. Se tivesse vencido o último compromisso, o time arapiraquense estaria no bolo, com a mesma pontuação do CSA, que é o líder. Com a derrota, está lá embaixo na tabela e todos sabem que não será fácil vencer em Fortaleza, o vice líder da competição. O treinador Maurílio Silva promete fazer mudanças no time que vem jogando.
E o Murici? Recebe em Murici o lanterna do grupo, o Sergipe. Com as chuvas que caíram na cidade do interior, os jogadores fizeram seus treinamentos finais, em Maceió, no Centro de Treinamento do Corinthians Alagoano. Como o Murici é o terceiro colocado do grupo, o treinador Bilu sabe que não pode facilitar e que só um resultado interessa: a vitória. Por isso, vai escalar um time bastante ofensivo para ganhar o seu segundo compromisso na Série D.
Enquanto o Ney da Mata trabalha uma nova formação para o time principal do CSA, a diretoria continua tentando a contratação de mais um homem de ataque, o chamado camisa 9 de referência. O grupo do CSA já conta com 30 jogadores, inclusive dois atacantes de área, mas entende o treinador que é bom contar com mais um para fortalecer o setor. Segundo ele, com a competição que pode chegar a um total de 24 jogos até a decisão, nunca é demais ter um grupo maior. O próximo adversário é o Moto Clube/MA, nesse domingo, no estádio Rei Pelé
Enquanto isso, o Coruripe ... ... vive uma situação das mais delicadas na Série D: dois jogos e duas derrotas. Agora, não só depende dele para buscar uma classificação e qualquer tropeço afasta, definitivamente, as suas chances de chegar a próxima fase da competição. O técnico Jaelson Marcelino sabe disso e aposta na reação do time. O adversário desse final de semana é o Souza, na Paraíba, o que dificulta muito mais as pretensões do Hulk. Para o Coruripe daqui para frente só tem uma saída: vencer sempre.
A Chape é líder Para quem imaginava que a Chapecoense iria precisar de pelo menos três anos para se recuperar da tragédia que acabou com a delegação, na Colômbia, o clube está dando uma demonstração de total recuperação e de uma administração bastante competente. Esse ano já conquistou o Campeonato Catarinense; fez uma campanha boa na Libertadores da América, não se classificando pelos pontos que perdeu pela inclusão de um jogador irregular; mas garantiu a vaga na Copa Sul-Americana. Como se não bastasse, o time é líder da Série A do Campeonato Brasileiro. Dá-lhe Chape...
Cobrança Quem estava na bronca depois da derrota do CSA para o Botafogo, em João Pessoa, era o dirigente Raimundo Tavares. Ele chegou a conversar com algumas pessoas e disse que o CSA tinha que promover mudanças na escalação do time;
ALFINETADAS... l Depois dos entreveros entre Marcos Barbosa, presidente do CRB, e o atacante Zé Carlos, já podem convidar os dois para a mesma mesa. Depois dos pedidos de desculpas, o Zé foi até contratado para jogar no Galo; lConversei com alguns conselheiros do ASA e eles falaram que uma nova derrota ameaça o técnico Maurílio Silva. Duas broncas: a eliminação no Alagoano e a campanha ruim na Série C. lDepois do disse-me-disse pela mídia ainda não saiu a decisão quanto ao envolvimento de dirigentes, inclusive da FAF, e clubes amadores no interesse de resultados. O Sete de Setembro precisava aplicar uma goleada no Flamengo e conseguiu: 17 a 0. E ai, vai dá em quê?
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CULTURA
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III SALÃO Nacional está em cartaz com obras de 25 artistas e curadoria de Fredy Correia; exposição vai até 10 de julho
A Arte Contemporânea e o presente pensante Aline Alves Ascom
E
ntre fotografias, desenhos, instalações, intervenções em grafite, esculturas e artes plásticas, a memória visual alagoana, e por que não dizer nordestina, se remonta. Pelos salões de vidro do Anexo do Deodoro, identidades distintas ganham forma e conversam entre si, celebrando um fazer artístico que se tornou notável dentro e fora do estado por sua gênese, tão forte e singular como o seu povo. Dos folguedos da terra à urbe e à natureza ao redor, ver e ter de perto este contato é fonte infindável de inspiração. E assim, 200 anos de história são contados através de olhares. Olhares que falam por nomes de um acervo de valor inestimável e por tantos outros nomes que vêem no hoje o momento de buscar seu lugar em um cenário em efervescência. É com essa premissa que o Salão Nacional de Arte Contemporânea em Alagoas (Saca) chega à sua terceira edição. Em cartaz desde a última há 15 dias, no Complexo Cultural Teatro Deodoro, a mostra é promovida anualmente pela Associação dos Artistas Visuais de Alagoas, contando com o suporte da Secretaria de
Cultura do Estado de Alagoas (Secult) e da Diretoria de Teatros do Estado de Alagoas (Diteal). A edição deste ano presta uma homenagem aos 200 anos de Emancipação Política do Estado, trazendo peças de 60 artistas selecionados. São 35 artistas inscritos na modalidade de participação espontânea, contemplados pelo edital da Secretaria Estadual de Cultura (Secult) e 25 artistas convidados, com nomes como Fernando Perdigão, Celso Brandão e Robertson Dorta, só para citar alguns. A curadoria é encabeçada por Fredy Correia, que também soma ao elenco do Salão com suas já consagradas obras. Além de curador de arte, Fredy Correia é um artista autodidata e realizador que busca, ao estabelecer um paralelo entre sua obra e a cultura genuinamente alagoana, fomentar a produção artística local com a promoção e o patrocínio de eventos na cena. Em um acervo multitécnicas, é natural que chamem a atenção do observador nomes que, como um feixe de luz, imprimem novo fôlego a um fazer artístico que envolve pela diversidade. Participando pela primeira vez no Salão, evento que marca também sua estreia oficial no circuito artístico alagoano, Afonso Sarmento integra a nova geração das artes visuais
Complexo Cultural Teatro Deodoro recebe a mostra, que é promovida pela Associação dos Artistas Visuais de Alagoas
de Alagoas. Para ele, “dividir esse espaço com pessoas que já estão até há 40 anos produzindo vitaliza o cérebro, pois os artistas com quem conversei compartilham de uma cabeça indiferente à idade, sempre rejuvenescida pela arte.” Na avaliação do ilustrador, que participa como um dos 25 artistas convidados, conhecer histórias distintas e trocar figuras sobre arte é uma experiênciaenriquecedora. Sobre o processo de seleção da obra, ele conta que discutiu junto a Fredy Correia o que seria pertinente expor. Fredy
cedeu a Afonso um painel de madeira de quase três metros de altura onde o artistapôde desenhar sobre, ajudando assim a compor o desenho expográfico de um salão todo pensado para que as obras dialoguem com o público e também entre si. Em seu balanço sobre a importância de eventos deste porte para o cenário artístico-cultural do estado, Afonso acredita que o eventose realiza e se firma em uma ocasião não apenas oportuna, como também necessária em meio ao momento de incerte-
zas que hoje o país vivencia. “São pequenos momentos de reflexão solitária e novas percepções que nos ajudam a desintoxicar a mente da guerra psicológica a qual estamos expostos, afinal, todo mundo precisa se desligar das tomadas de vez em quando”, finaliza. O III Salão Nacional de Arte Contemporânea segue aberto à visitação até o próximo dia 10 de julho, das segundas às sextas-feiras (das 8 às 18h) e às quartas-feiras (das 8 às 20h), ao lado do Teatro Deodoro. A entrada é gratuita.
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HISTÓRIA POLÍTICA MONARQUISMO HISTÓRIA POLÍTICA MONARQUISMO HISTÓRIA POLÍTICA
CAMPUS
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Alagoas l 4 a 10 de junho I ano 04 I nº 0223 l 2017
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MONARQUISTAS EM ALAGOAS - II
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Dois dedos de prosa
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Brasão do Movimento Monárquico Barão de Penedo
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Perguntaram-me por ocasião do lançamento do meu livro de ficção científica “A Ordem dos Reis” em 2014 qual era a minha orientação política. Respondi prontamente que não penso em partidos, mas em um sistema de governo que funcione. E que “o sistema de governo que funciona pelo mundo, inquestionavelmente, é a monarquia parlamentar.” Quando escutei aquelas palavras saindo de mim, pensei (sim! como um eureka!, mesmo) “seria esta a solução para o Brasil? Seria possível para o Brasil? Por que não?” Tais questões vieram com pungência.
ampus/O Dia traz um texto de Isaac Vasconcelos Barros, um dos integrantes do Movimento Monárquico Barão de Penedo. É nossa obrigação dar voz a todo e qualquer movimento que opere em Alagoas. São poucos os temas para os quais Campus não abre espaço; posta-se ferrenhamente contra a droga, apologia ao crime e violência, sendo contra, também, a qualquer defesa de ditadura. Jamais publicaremos apologia à droga, violência, crime em geral e à ditadura, embora, é bem verdade, reconhecemos que elas acontecem e a função de Campus é a de documentar e formar um painel sobre Alagoas. Vai ficar faltando este viés. Campus agradece ao Professor Alexandre Toledo e a Isaac Vasconcelos Barros. Vamos ler. Um abraço!
Sávio Almeida
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Quem é quem?
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saac Vasconcelos Barros. Nascido em 24 de julho de 1984, em Maceió, Alagoas. Médico graduado pela Universidade Federal de Alagoas em 2009, especialista em anestesiologia pelo Hospital Universitário Professor Alberto Antunes em 2013. Escritor, tendo publicado romances, contos e artigos. Monarquista atuante desde 2014. Co-fundador do Movimento Monárquico Barão de Penedo. Exerce atividades comunitárias como membro de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, tendo sido missionário desta igreja nos anos de 2004 a 2006.
A Bandeira do Império do Brasil
O Movimento Monárquico Barão de Penedo Isaac Vasconcelos Barros
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om as crises de identidade nacional, com as frustrações sobre os representantes políticos, com os conflitos de valores, principalmente de ordem moral e intelectual em nosso país, vimos estourar grandes manifestações no ano de 2013. Foram convulsões sociais que se protestava por tudo, e fazia-se de tudo, mas ninguém chegava a lugar algum. “O que fazer?” Era a pergunta ecoante na alma dos brasileiros de bem que queriam uma solução para um problema sentido mais que compreendido. Um cancro oculto dentro da alma da brasilidade. Um instinto que dizia que o animal está ferido. Vimos um país cheio de líderes, mas sem
qualquer liderança. “O QUE FAZER?” Pessoas se uniram. Procuraram estudo, conhecimento, em livros, em dados estatísticos, em vídeos na rede, nas redes sociais. Procuraram a ciência. Procuraram soluções. Uma busca que rejeitava por instinto qualquer “solução” proposta pelo estamento burocrático de então. “O Brasil é o país do futuro.” Um futuro que parecia nunca chegar. Como um faminto que dorme, e sonha que come, mas acorda e ainda está com fome. Pe r g u n t a r a m - m e p o r ocasião do lançamento do meu livro de ficção científica “A Ordem dos Reis” em 2014 qual era a minha orientação política. Respondi pronta-
Para anunciar, ligue 3023.2092 CNPJ 07.847.607/0001-50
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mente que não penso em partidos, mas em um sistema de governo que funcione. E que “o sistema de governo que funciona pelo mundo, inquestionavelmente, é a monarquia parlamentar.” Quando escutei aquelas palavras saindo de mim, pensei (sim! como um eureka!, mesmo) “seria esta a solução para o Brasil? Seria possível para o Brasil? Por que não?” Tais questões vieram com pungência. Fui pesquisar. Eu havia ouvido falar de um tal de Dom Joãozinho, que ficou famoso na época do plebiscito de 1993, quando eu ainda era uma criança. Comecei por aí. E foi um BUM! Foi como a descoberta de um mundo novo! Ou, melhor ainda, um Brasil que eu nunca
EXPEDIENTE ODiaAlagoas
havia conhecido. Um Brasil de se orgulhar. Conheci finalmente a bandeira do Império do Brasil. QUE BELEZA DE BANDEIRA! Aprendi finalmente que o verde é da Casa de Bragança, e não “do verde das nossas matas”. E que o amarelo é da Casa de Habsburgo, e não “das nossas riquezas minerais”. Descobri que “Ordem e Progresso” é um lema de uma religião atéia, chamada Igreja Positivista, cujos princípios seduziram uns militares ociosos com o fim da trágica Guerra do Paraguai, e com ideias utópicas levantaram uma quartelada, manipularam um marechal e deram um golpe de Estado em 15 de novembro 1889. Desco-
Eliane Pereira Diretora-Executiva
Conselho Editorial
bri que Deodoro da Fonseca era monarquista, e que na “proclamação” que fizera, havia gritado “Viva o Imperador!”, mas enganado, os canhões estouraram e os seus manipuladores berraram por cima “Viva a república! Viva a república!”. E mesmo sendo presidente (eleito tão somente pelos golpistas), Deodoro sempre posava para retratos com todas as suas condecorações imperiais, entre elas, a Ordem da Rosa – uma condecoração íntima da Casa do imperador, dada para aqueles que demonstraram amor e fidelidade à Família Imperial. Que ele ameaçou os golpistas diversas vezes de acabar com a república e chamar “o velho de volta”, mas nunca teve a coragem para tal.
Deraldo Francisco Editor-Geral Jorge Vieira
José Alberto Costa
Rua Jovino Lopes Silva, 964 - Pinheiro - Maceió - Alagoas - E-mail: redacao@odia-al.com.br - Fone: 3023.2092
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CAMPUS Descobri que a música do hino nacional é a música da coroação de Dom Pedro II, e que Deodoro se recusou a abandonar; e que apenas em 1922 por meio de um concurso, foi comprada a letra que usamos hoje, a “Ouviram do Ipiranga”. Aprendi que o verdadeiro hino nacional, o Hino da Independência, o “Já podeis da pátria filhos”, fora composto por Dom Pedro I, e sua letra fora escrita e doada por Evaristo da Veiga, um jornalista português que adotou o Brasil por sua pátria. E sucedeu uma miríade de descobertas… um reencontro. Horas e horas de estudo dentro de Eduardo Prado e Joaquim Nabuco, artigos, vídeos de debates, palestras, etc. Conheci pela internet o herdeiro constitucional do trono dos brasileiros, Dom Luiz de Orleans e Bragança, e seus legítimos sucessores. Falei com os príncipes. Encontrei pessoas que se diziam “monarquistas”. Percebi que meu conhecimento estava completamente adulterado pelo ensino imposto pela república através do MEC. Tive que reaprender toda a história do Brasil, o que me lançou a um novo entendimento sobre o mundo. E uma nova compreensão de onde estou e qual o meu papel. Enfim, tornei-me também um monarquista. Enfim, encontrei a resposta daquela fatídica pergunta “O que fazer?”. “Será que existem monarquistas em Alagoas além de mim?” Fiquei curioso, ansioso. E, incrível! Existiam sim. E não eram poucos. E não eram recentes, noviços como eu. Desde sempre houve monarquistas em Alagoas. Mas todas as Constituições republicanas proi-
biam a discussão sobre outras formas de governo que não a república. Os textos, os símbolos, os encontros, o ensino, eram proibidos. Monarquistas ficaram na clandestinidade por quase cem anos! Até que na ocasião da Constituinte de 1987, Dom Luiz corajosamente lhes escreveu um manifesto: “Quando o Império era vigente, aliás, tal discriminação não se suportaria contra os republicanos, que aqui gozavam de toda a liberdade. Se coisa diversa acontecesse, muitos dentre os próprios monarquistas haveriam de cerrar fileiras em torno de seus adversários políticos, para que tal liberdade lhes fosse concedida. Como explicar que o regime republicano — o qual se pretende ainda mais cioso das liberdades do que o regime monárquico — tolha entretanto à causa monárquica o direito de existir no coração de muitos brasileiros, de se propagar e de disputar ante o Pais livre as preferências para si mesma? Não é isto amordaçar o Pais, impedindo-o de escolher seus rumos quando e como ele quiser?” Na época do plebiscito houve um grupo forte aqui em Alagoas. Tentaram fundar um Círculo Monárquico Brasileiro alguns anos depois. Mas a ilusão republicana, a massificação dos povos, e o caráter mesquinho-prepotente comum ao alagoano médio reduziram os monarquistas ao isolamento e deste, ao ostracismo. E assim permaneceram até virem novamente as bofetadas que esse sistema de governo lança em rosto dos brasileiros de tempos em tempos. São bofetadas segui-
e-mail redacao@odia-al.com.br das de sopros de consolo, mas com um hálito de uma carne comida de véspera. Lançam em rosto, os escarnecedores, políticos de carreira, que o parlamento não é balcão de pedido do povo. Mas do povo, os parlamentares tiram suas legitimações com o fito de exercer suas efêmeras autoridades a fim de intervir em sua vida. Intervenções, estas sim, de efeitos perpétuos. Fazem e desfazem, a despeito da opinião pública. Manipulam, fragmentam, confundem o pensamento de um povo disperso. Votam às escondidas, os mais funestos projetos à revelia dos anseios dos indivíduos. Colocam palavras confusas em seus textos-lei dúbios. Não há nada que os freie, senão a ameaça ou vantagens entre eles mesmos. Diante disso, o sentimento de impotência. É necessário ir trabalhar, conseguir o dinheiro para o leite das crianças. Voltamos para casa cansados… precisamos relaxar e nos divertir um pouco, quem sabe? Tentar usufruir alguma coisa dessa vida miserável, repetitiva… pensar em política? Mas que estorvo! “Deviam ser todos presos.” “Mereciam uma boa vala” “Os homens do botão dourado deviam colocar uma azeitona na testa desses!” Interessante como o brasileiro odeia a política e os políticos de carreira, mas adora o sistema e o defende! “Monarquistas?! Kkkkk” São os comentários de muitos nas redes sociais. “Monarquia parlamentar? Ilusão! O brasileiro não tem cultura para isso.” É a fala mais amena nas conversas cara a cara. A verdade é que precisamos amadurecer e ser pragmáticos. Não dá mais para
viver a política como a um time de futebol, ou achar que é um corpo cósmico que aparece a cada dois anos diante de um computador com uns botões. Se verdadeiramente nos importamos conosco e com os nossos semelhantes, com nossa progênie, precisamos fazer uma busca ativa pelo que comprovadamente dá certo na administração da coisa pública. Precisamos nos expor: expor nosso parco conhecimento, expor nossas vulnerabilidades. Admiti-las. Aprender com o passado, não se esquivar do presente, e se preparar para o futuro. Em 2015, quando nos encontramos através da internet, os monarquistas de Alagoas estávamos desconfiados. Marcamos um encontro. Foram apenas dois. Estenderam a bandeira do Império do Brasil sobre os braços de suas poltronas e conversaram por duas horas sobre as virtudes do sistema de monarquia constitucional parlamentar, sobre os erros e acertos de Dom Pedro II, as honras e vícios do Império, e o estado precário da república presidencialista na qual estamos presos. Por fim, despediram-se com uma foto para postar na rede, é claro. Fizeram uma página na rede, continuaram a procurar mais pessoas dispostas a discutir sistemas de governo e meios para reordenar o Brasil. Trabalho árido, em terreno pedregoso. Quando as circunstâncias mais uma vez empurravam os novos monarquistas de Alagoas ao mesmo destino que seus desconhecidos antecessores, Mário Jorge, um novo monarquista ligado ao Conservadorismo os encontrou. Em 2016 ele provocou uma reunião
mais compromissada. Daquela vez compareceram 7 pessoas. Ainda tímidas. Uns com o conhecimento sobre o monarquismo ainda em broto verde, e de convicção cautelosa. Decidimos iniciar alguma coisa. Uma coisa que reunisse pessoas, que espalhasse os ideais monárquicos a todos os alagoanos, que promovesse elevação na moral de nossos conterrâneos. Começou naquela reunião um esboço. Semanas depois, encontramos Krystian Patrick, um monarquista aguerrido de Arapiraca, que havia tempos divulgava os ideais monárquicos e o sistema de governo moderno em sua cidade e por todo o Brasil por meio de eficiente ativismo digital. E muitos outros que se achegaram para avolumar o grupo. Assim, o que seríamos? Aventou-se o nome de “instituto monárquico”. Mas não desejávamos, como grupo, ser reconhecidos por gente atrás de uma mesa, ou dentro de um escritório, a tratar de tradição, ideologia, cultura e história. Era o nosso desejo fazer, agir, realizar: ir portas afora. Éramos um movimento. Um Movimento Monárquico. João Paulo, um monarquista em Alagoas voltado ao estudo nobiliárquico histórico nos alertou da necessidade de distinção. Afinal, estamos na terra dos Marechais… não podemos ser confundidos. É no mínimo algo ousado essa empreitada! João Paulo nos lembrou do Barão de Penedo, do Visconde de Sinimbu, e outros eminentes alagoanos do Império do Brasil, pessoas que por uma vida cheia de atos nobres receberam o reconhecimento de sua nobreza.
SIGNIFICADO DOS ITENS DA BANDEIRA
Dom Luiz de Orleans e Bragança, nosso Imperador de jure
A opinião dos autores pode não coincidir no todo ou em parte com a de Campus.
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CAMPUS
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O Movimento Monárquico (I)
Escolhemos levar o nome do Barão de Penedo. Seu nome era Francisco Inácio de Carvalho Moreira. Nasceu em Alagoas, na Vila do Penedo. Formou-se na Faculdade de Direito de São Paulo, obteve doutorado pela Faculdade de Direito de São Paulo. Foi advogado no Rio de Janeiro, deputado por Alagoas de 1849 a 1852. Em 1852, foi nomeado para representar o Brasil junto aos Estados Unidos, entrando para o serviço diplomático. Exerceu vários cargos na Europa, entre eles o de ministro plenipotenciário na Grã-Bretanha. Na Grã-Bretanha, o barão de Penedo foi honrado com o doutoramento de Oxford, o primeiro até então concedido a um cidadão do Novo Mundo. Recebeu, entre outras condecorações, a Grã-Cruz da Ordem Militar de Cristo e a Imperial Ordem da Rosa. Há brasileiros com nível (ou nobreza) semelhante ao de Barão de Penedo hoje? Há, sim. Só não são bem-vindos no sistema que está. Podem até entrar, mas não antes de efetuarem algumas mudanças de caráter. Como podemos negar que os políticos de carreira não sustentam uma cleptocracia? Como defender eles? Pretensamente podem advogar que o sistema republicano e a Constituição de 1988 promovem um progresso rumo a justiça social, a uma sociedade igualitária. Que “nossa democracia é jovem”. Que vivemos num país livre. Que a culpa é da desigualdade social. Monarquia é loucura. Estamos no
caminho certo, e essa história de monarquia é retrocesso. A verdade é que somos um povo de diversidade, espalhado sobre um território continental. A humanidade já é desigual por natureza. É a consequência da liberdade. Lutar contra essa desigualdade só é possível por meio de intervenções na vida particular das pessoas, que por fim, limitam em graus variados a sua liberdade. Mas somente com a diversidade de ideias, de construções, de vontades – enfim, com a liberdade – que se pode iniciar a busca por união. Esta busca nem sempre é consciente ou voluntária. Nem sempre é pacífica e harmoniosa. Aliás, é comum haver a falta de harmonia, que leve a disputas, e das disputas a conflitos, e destes a destruição. Uma solução hipotética é a aniquilação dessas desigualdades, para atingir uma perfeição social utópica. A busca pela igualdade é uma desvirtuação do sentido de ser humano. Essa busca de “igualdade social” acontece tipicamente em sistemas de governo afastados dos indivíduos, autocráticos, em que há uma cisão entre o Estado e o povo. Um governa um território por meio do trabalho de seus habitantes, o outro formaria uma nação autodeterminada. O governo impõe a construção de uma ideia social. E assim, passa a ser desumano. A suposta ou aparente união é uma farsa, imposta por um poder operante, ilegítimo por não ter sido originalmente procurado por vontade voluntária. FICHA TÉCNICA COORDENADORIAS SETORIAIS
CAMPUS
Alessandra Marchioni Direito e cidade
O respeito às diferenças é fundamentada no respeito à liberdade e a tudo que foi construído por meio do exercício dela. Quando não existe este respeito, sequer pelos indivíduos entre si, temos a anarquia. E novamente, os conflitos. Os que sobram, feridos e cansados, enfim aquiescem por uma convergência. Chegam afinal os divergentes a almejarem a ordem, a justiça e a paz. A suportarem-se para encontrar um destino comum a realizar. Assim, todos com este intuito cercam um que interpreta este ponto em comum no meio de tantos anseios. Este um integrante destes diferentes, mas como tal por eles reconhecido, passa a ser o elemento de união. É o legítimo monarca. O que seria o equilíbrio entre um governo autocrático e a anarquia. É a monarquia. Para existir a monarquia é necessária a liberdade e a busca ativa pela manutenção da ordem. Isto fomenta a união real, e disto, um verdadeiro povo. Por isso se diz que o poder emana do monarca. Não significa isto que o poder emana do sangue de uma dinastia, ou da pessoa do herdeiro, mas sim da união de um povo. Este povo disperso, desunido, vimos que não gera poder algum, apenas a ruína. Se aquele que ocupa o cargo de monarca, por outro lado, deixa de interpretar os anseios do povo, ou passar a ser um fator de desunião, seu sangue e seu nome já não valem nada. Não passa de um impostor sob a coroa. Poder algum emana dele. O monarca continua exisL. Sávio de Almeida Coordenador de Campus
Carlos Lima Movimentos sociais
tindo, e o poder permanece a emanar dele, só não é aquele impostor sentado num trono do qual não é digno. Por 127 anos vemos indignos sentarem sobre um trono que sequer é trono. Porem uma faixa, com mais poderes sobre o povo que uma coroa. Isso mesmo. TODOS os presidentes de república tiveram mais poderes que nosso último imperador, Dom Pedro II. Basta ler as Constituições de 1824 e as seis republicanas. Como seria o nosso Brasil se o Chefe de Estado não fosse ligado a nenhum partido político? Se não tivesse que pleitear com o interesse da oligarquia o apoio para vencer eleições a cada quatro anos? Se fosse preparado desde criança para este cargo? Se pudéssemos conhecer por décadas o futuro sucessor? Se pudéssemos votar se queremos que ele continue ou que seja destituído? Se esse Chefe de Estado pudesse dissolver o parlamento e convocar novas eleições mediante a desconfiança do povo? Se o Chefe de Governo fosse apenas mais um ministério? Se ele pudesse ser retirado por voto do parlamento ou do povo? Ou ainda, pelo Chefe de Estado? Se tivéssemos plebiscito, em média, duas vezes a cada mês? É assim que funciona nas monarquias parlamentares pelo mundo hoje. Compreendendo a nossa verdadeira história e o funcionamento da moderna monarquia; conhecendo nossos príncipes de hoje, a inequívoca ruína da república, e tendo em
Melissa Mota Coordenador Editorial
Cícero Albuquerque Semiárido
Cícero Rodrigues Ilustração Eduardo Bastos Artes Plásticas
vista quem são as excelências dela, o Movimento Monárquico Barão de Penedo tem ido às ruas, com as bandeiras do Império do Brasil, com os peitos e braços. Monarquistas alagoanos distribuem panfletos, explicam princípios, dão entrevistas. Para todos, convidando a todos, de todos os partidos, de todos os pensamentos. Buscando uma união mais excelente mesmo através de nossas diferenças. Somos todos brasileiros. O movimento de independência hoje tomou outra forma. O Império do Brasil é a união política de todos os brasileiros. Não dependemos dos políticos de carreira, nem de seu sistema corrupto e ilegítimo. Dependemos uns dos outros, inclusive para nos libertarmos desse sistema que nos aprisiona num labirinto enlameado de chorume. Suas promessas sempre foram ilusões. Seu apelo é pela miséria que eles mesmos provocam. As benesses que alardeiam nos presentear são meras devoluções parciais do que nos fora por eles confiscado. Se a monarquia constitucional parlamentar é um sonho, a república é um pesadelo difícil de se acordar. Nós, o Movimento Monárquico Barão de Penedo, estamos aqui para isso. Para o despertar. Para levar a efeito nossa independência. Para tomarmos nosso Brasil de volta, e sermos novamente brasileiros. Diferentes, mas com um destino em comum a realizar. Pesquise, comprove. Torne-se monarquista.
Jobson Pedrosa Diagramação Félix Baigon Música Popular
Iracema Ferro Edição e Revisão Amaro Hélio da Silva Índios