Director Custódio João Pais Dias custodias@net.sapo.pt Director Técnico Josué Morais josuemorais@netcabo.pt Direcção Executiva Coordenador Editorial: Miguel Ferraz T. 225 899 628 m.ferraz@oelectricista.pt Director Comercial: Júlio Almeida T. 225 899 626 j.almeida@oelectricista.pt Chefe de Redacção: Helena Paulino h.paulino@oelectricista.pt Design Jorge Brandão Pereira em colaboração com Publindústria, Lda. Webdesign Martino Magalhães m.magalhaes@oelectricista.pt Assinaturas T. 225 899 620 livraria@publindustria.pt Colaboração Redactorial Custódio Dias, Josué Morais, Ana Vargas, Pedro Lacerda Vale, Maria Manuel Costa, José Cordeiro, André F. Ribeiro de Sá, Jorge Castilho Cabrita, Manuel Teixeira, Paulo Peixoto, Carlos Coutinho, André Moreira, Eduardo Soares, João Nabo Alexandre Chamusca, António Gomes, Sérgio Ramos, Henrique Ribeiro da Silva, Sandra Saldanha, Edgar Bender, Manuel Peneda, Hilário Dias Nogueira, Paulo Monteiro, Ricardo Sá e Silva Miguel Ferraz, Helena Paulino Redacção e Administração Publindústria, Lda. Praça da Corujeira, 38 . Apartado 3825 4300-144 Porto . Portugal T. 225 899 620 . F. 225 899 629 www.publindustria.pt geral@publindustria.pt Propriedade Publindústria, Lda Empresa Jornalística Registo nº 213163 Impressão e Acabamento Publindústria, Lda. Publicação Periódica Registo nº 124280 ISSN: 1646-4591
LUZES quando o simples se torna difícil ou até impossível 2 REDES ENERGÉTICAS NACIONAIS REN, uma empresa ao serviço do país 4 ESPAÇO VOLTIMUM.PT um ano de actividade do voltimum Portugal 6 ESPAÇO AMB3E pilhas e acumuladores 8 ESPAÇO QUALIDADE momentos e factores críticos na implementação de sistemas de certificação da qualidade 10 a arte de estar em comunicação! 14 NOTÍCIAS 16 ARTIGO TÉCNICO protocolos de domótica por corrente portadora - domótica PLCbus: novo protocolo bidireccional encriptado 30 EFICIÊNCIA ENERGÉTICA E ENERGIAS RENOVÁVEIS transportes 34 FORMAÇÃO lições de electricidade 38 notas biográficas 40 práticas de electricidade 42 ventilação 46 BIBLIOGRAFIA 48 REPORTAGEM WEIDMÜLLER distingue parceiros em Portugal 50 segunda edição do Escola Electrão 52 produtividade, liderança e competitividade - Aveiro acolheu 4ª edição do PLC 54
Tiragem 7000 Exemplares
ARTIGO TÉCNICO-COMERCIAL PHOENIX CONTACT: relatórios em tempo real dos consumos de energia eléctrica com e sem recurso a uma base de dados SQL 60 FLUKE: novas soluções em multímetros digitais 62 KAISER - Instalação personalizada de luminárias e altifalantes encastrados em betão à vista 64 DEC.MEDIDA: tektronix lança multímetros digitais de precisão de bancada 66
Os artigos assinados são da exclusiva responsabilidade dos seus autores.
CALENDÁRIO DE FEIRAS E CONFERÊNCIAS 68
Protocolos Institucionais STIEN, SIEC, SIESI, AFME, SINDEL, Voltimum, ACIST-AET, CPI
DOSSIER cabos e cablagem eléctrica 70
Patrocionador Institucional
MERCADO TÉCNICO 94
INPI Registo nº 359396
PROJECTO 112
LUZES
quando o simples se torna difícil ou até impossível Quando o Decreto-Lei n.º 363/2007, relativo ao Regime Simplificado Aplicável à Microprodução de Energia Eléctrica, foi publicado parecia que tinha sido encontrada a fórmula mágica. Pretende-se que esta actividade constituísse um grande mercado e, por isso, para facilitar a massificação pretendida, o procedimento teria de ser simples e eficaz. À época, ao analisar o referido documento, parecia que a solução adoptada correspondia às exigências do que se pretendia. Um procedimento de pré-registo simples, passível de ser feito em qualquer ponto onde se disponha de um computador com acesso à internet, ao qual se segue uma aceitação provisória, que se torna definitiva após o pagamento, também ele simplificado, da devida taxa, dando lugar à instalação dos equipamentos num prazo curto e passando-se logo à fase final da certificação da exploração. Este procedimento, que teoricamente parece perfeito, na prática revelou-se um desastre. A periodicidade da abertura do portal para o pré-registo parece não ter uma lógica evidente, ou pelo menos suficientemente bem explicada e justificada; quando está aberto ele parece não suportar a avalanche de utilizadores que pretendem efectuar o pré-registo e, finalmente, parece que quase metade dos que conseguem pré-registar-se, por alguma razão não evidente, rapidamente desistem da vontade de ser microprodutores e acabam por não pagar a taxa prevista. Em face desta realidade parece que tudo está a correr mal e as empresas que apostaram nesta área de negócio começam a ver goradas as expectativas que tinham de desenvolvimento e a não ter retorno dos investimentos que fizeram. Como se chega a esta situação num mercado que se previa de forte expansão? Será que é mais uma área de negócio condenada à falência, quando se pretendia a utilização generalizada desses equipamentos? É urgente fazer uma reflexão objectiva sobre a situação e as dificuldades que ela apresenta, para que rapidamente se possam fazer os ajustes necessários a um bom funcionamento do sistema. Um primeiro aspecto que deverá ser alterado está ligado à não responsabilização de quem faz o pré-registo, permitindo-se que possa pagar posteriormente após haver uma avaliação favorável. A enorme quantidade de casos de pré-registo aprovado e, posteriormente, não concretizado leva-nos a pensar que, ou as empresas não estão a informar devidamente os seus clientes relativamente aos encargos financeiros inerentes, fazendo
Custódio Pais Dias Director
com que eles desistam quando são confrontados com o valor total do investimento, ou há empresas que abusivamente usam clientes “fantasma” com o objectivo de garantir posições de pré-registo aprovado, para poderem apresentar-se no mercado dando garantia prévia de pré-registo. Em qualquer dos casos estamos perante situações de falta de ética na actividade profissional, a qual será diminuída se no acto de pré-registo se obrigar ao pagamento (por exemplo, através de recurso ao cartão de crédito) da totalidade da taxa associada, a qual será devolvida na íntegra no caso do pré-registo não ser aceite e não será devolvida no caso da entidade não concretizar o projecto, à semelhança do que acontece com outras compras “on-line” em que se pretende responsabilizar o comprador e evitar casos que resultem em prejuízo para a entidade que presta o serviço ou para outros utilizadores. Associando a incompreensibilidade dos prazos de abertura do portal de pré-registo com o facto daquele não suportar a enorme quantidade de utilizadores que pretende aceder-lhe em simultâneo, a solução parece clara: a metodologia da pré-inscrição terá de ser alterada, deixando de basear-se no critério dos primeiros a conseguir o pré-registo numa janela temporal muito limitada para passar a estar aberto em permanência. Havendo uma quota de potência disponível durante um determinado período, isso implicaria que os pré-registos não contemplados numa determinada quota, se estiverem em condições de serem aprovados, passariam pela ordem de chegada para a quota seguinte e assim sucessivamente, sendo o cliente informado de qual seria o tempo de espera até poder concretizar a instalação e dando-lhe a possibilidade de desistir do pré-registo sem qualquer penalização se considerar que o prazo é excessivo. Enfim, haja vontade e a situação conseguirá mudar para algo mais razoável. Por ser o último número do ano, toda a equipa da revista “o electricista” envia aos leitores, colaboradores e clientes, sinceros votos de Boas Festas e de um excelente Ano Novo com vista para o fim da crise.
ESPAÇO QUALIDADE 10
Momentos e factores críticos na implementação de Sistemas de Certificação da Qualidade por Pedro Lacerda Vale
Sendo as Auditorias uma ferramenta para a monitorização e verificação da implementação eficaz da Política da Qualidade, são também uma parte essencial das actividades de avaliação da conformidade com pressupostos anteriormente definidos pela Gestão. Em anterior artigo, abordei a “Implementação de um SGQ – Sistemas de Gestão da Qualidade – principais dificuldades”. Agora, e numa perspectiva mais dirigida, gostaria de evidenciar a minha opinião sobre alguns exemplos que geralmente se podem traduzir em dificuldades nesta matéria, tanto para as Empresas como para os Auditores.
Tende-se a construir uma estrutura sem conteúdo sustentado, visando apenas obter um certificado ao mais baixo custo, rapidamente, e muitas vezes sem a afectação dos necessários meios e recursos.
Exemplos: Para as empresas Motivações ligeiras Excessiva burocracia Mudanças superficiais
Para os Auditores Decisões da empresa, “faz de conta” para auditor ver
Deve reflectir-se com algum cuidado, de modo a tomar a decisão enquadrada nos objectivos estratégicos da empresa de forma a construir um sistema sólido e robusto.
Auditoria encarada como uma “inspecção”, como um “exame”
Tendência à acomodação Hierarquias, as responsabilidades, definições e departamentos excessivos ou mal definidos Falta de empenho efectivo da gestão de topo e das chefias intermédias Pouco envolvimento os colaboradores Reduzida utilização de ferramentas da Qualidade e de práticas estatísticas A ideia da complexidade das Normas Pouca persistência A euforia após Auditoria
Assim: 1. PARA AS EMPRESAS; › Motivações ligeiras Quando se decide enveredar pela certificação, sem a necessária reflexão, nomeadamente ao nível das mudanças organizacionais, das práticas instaladas, da definição clara de objectivos e se segue simplesmente a tendência dos incentivos financeiros, ou das exigências de clientes corre-se o risco de entrar na via do “facilitismo”.
› Excessiva burocracia Grande parte das entidades que se Certificam, queixam-se que um processo desta natureza implica muita burocracia. Na realidade não precisa de ser assim, pretendem-se sistemas “documentados” e não “sistemas documentais” É importante perceber que não são as normas em si mesmas que obrigam a criar suportes documentais muito pesados, só se justificando manter essa estrutura se for útil, por exemplo: › processos especiais (soldadura, formação, etc.) › planos de inspecção e ensaios para procedimentos operativos complexos (máquinas de controlo numérico, râmulas, etc.) Pode recorrer-se à aplicação de software de gestão documental, a fim de agilizar a gestão da documentação, ou ter como orientação a NP 4433/2003.
ARTIGO TÉCNICO
revista técnico-profissional
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o electricista José Cordeiro MKTi – Domótica e Iluminação
protocolos de domótica por corrente portadora {DOMÓTICA PLCBUS: NOVO PROTOCOLO BIDIRECCIONAL ENCRIPTADO}
O Powerline Communication Bus (PLCbus) é um novo protocolo de domótica que utiliza a rede eléctrica como suporte de comunicação. Este protocolo de domótica foi desenvolvido pela ATS na Holanda em 2002. O nome utilizado inicialmente, na fase de desenvolvimento, foi Power Line Communication Bus. Posteriormente, aquando da sua produção e comercialização, o nome comercial adoptado foi PLCbus. A comunicação digital encriptada e a bidirecionalidade são as principais características deste protocolo. O PLCbus apresenta diversas vantagens acrescidas quando comparado com outros protocolos de domótica por corrente portadora, nomeadamente na fiabilidade e rapidez de execução das ordens executadas. Nos testes comparativos efectuados verificou-se uma rapidez três vezes superior relativamente aos sistemas por corrente portadora mais conhecidos como o X10 (protocolo de domótica por corrente portadora mais antigo e conhecido). No PLCbus as ordens enviadas pela rede eléctrica através da encriptação do sinal permitem a utilização de até um máximo de 64.000 endereços numa mesma instalação. A bidirecionalidade permite o retorno da informação acerca do sucesso da execução da ordem. A fiabilidade dos comandos executados é elevada, ou seja, é superior a 99.98 %. A encriptação do sinal permite também
evitar a passagem de sinais entre edifícios e isolar cada instalação de forma segura. A resistência ao ruído na rede eléctrica é também superior à do convencional X10. A opinião generalizada dos utilizadores desta
Figura 1 . Esquema de Domótica PLCBus.
tecnologia é unânime, no que diz respeito à fiabilidade e rapidez de execução dos comandos. A bidireccionalidade do sinal permite, como foi referido, saber a todo o momento o estado dos micro módulos ON ou OFF ou % de Dimmer.
EFICIÊNCIA ENERGÉTICA E ENERGIAS RENOVÁVEIS
revista técnico-profissional
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o electricista André Fernando Ribeiro de Sá Engenheiro Electrotécnico, Gestor de Energia do Grupo Têxtil Riopele
transportes O transporte de matérias-primas, produto acabado e pessoas é indispensável para o normal desenrolar da operação industrial. Existem várias frentes de ganho de eficiência nos transportes: através da tecnologia, da gestão da procura, dos fluxos e dos comportamentos dos condutores. Existem, essencialmente, quatro famílias de instrumentos de intervenção sobre o sistema de transportes: preços, regulamentos, informação e usos de solo. A figura seguinte ilustra que mais de um terço da energia final é consumida no sector dos transportes.
›
› › › › Figura 1 . Balanço energético de 2006, de energia final em Portugal (fonte: ADENE - Agência para a Energia, 2009).
1› CONDUÇÃO MAIS EFICIENTE Uma condução do tipo “Eco-Driving” – condução ecológica, sustentável, eficiente, responsável – contribui para uma eficiência energética nos transportes e nos impactos negativos associados, bem como aumento da segurança nas estradas. › Efectuar a partilha dos veículos, sempre que possível, de e para o trabalho; › Planear antecipadamente os percursos e escolher percursos descongestionados; › Conduzir suave e eficientemente em antecipação, evitando travagens e mudanças de velocidade inúteis. A antecipação das condi-
›
› ›
ções de tráfego, ao evitar travagens e acelerações bruscas, proporciona cerca de 5 a 10% de economia de combustível. Este tipo de condução, dita defensiva, reduz também o desgaste do motor, dos pneus e dos travões; Reduzir a velocidade – a condução a velocidades altas aumenta os consumos específicos de combustível. Como curiosidade a primeira limitação de velocidade fora das localidades foi devida ao choque petrolífero de 1973; A uma velocidade constante, utilizar a mudança mais alta possível; Mudar, logo que possível, para a mudança mais alta seguinte, sempre que o tráfego permita; Desligar o veículo sempre que esteja em filas de espera prolongadas, desde que este facto não acarrete situações de insegurança; Evitar alterar as características aerodinâmicas dos veículos, com barras ou outros acessórios. A resistência aerodinâmica é a principal força a vencer a partir dos 60 km/h. Um veículo que leve o porta bagagens montado poderá ter um aumento de consumo de 2% a baixa velocidade, até 20% a 120 km/h. Conduzir com os vidros abertos também modifica a aerodinâmica, originando maiores consumos; Evitar pesos desnecessários quer no porta bagagens, quer no tejadilho. Além da resistência aerodinâmica, as outras resistências a vencer são ao rolamento e a inércia, ambas dependentes do peso do veículo. Uma sobrecarga pode chegar a produzir não só um aumento do consumo, entre 3 a 5% por cada 100 kg de peso adicional, mas também um aumento nos custos com manutenção, nomeadamente nas suspensões, travões e motor; Executar os planos de manutenção / revisão de acordo com as recomendações do fabricante; Ajustar a pressão dos pneus do veículo, em função da sua carga e
FORMAÇÃO
o electricista
revista técnico-profissional
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Jorge Castilho Cabrita Engenheiro Electrotécnico (IST)/Professor do Ensino Secundário
lições
LIÇÕES DE ELECTRICIDADE 29º. PARTE
Electroquímica (4ª parte) – Pilhas primárias (1ª parte)
Com este artigo dá-se início ao estudo da pilha primária, que constituiu o primeiro gerador eléctrico artificial capaz de fornecer uma corrente contínua de forma continuada. Este tipo de gerador, conhecido simplesmente por pilha, foi concebido pela primeira vez por Volta em 1800. Começamos por uma breve introdução histórica que começa muito antes de Volta. 58.3› PILHAS PRIMÁRIAS 58.3.1› Introdução histórica Em 1936, um arqueólogo austríaco encontrou um objecto perto de Bagdad, no Iraque, onde era a antiga Mesopotâmia.
Figura 260 . Vaso de barro originário da Mesopo-
Não se encontrou outra explicação para o vaso que não fosse de se tratar duma pilha eléctrica. O vaso foi encontrado na casa do que parecia ser um mágico e a utilização do vaso como pilha poderia eventualmente ser a de servir para tirar dores, pois os mágicos funcionavam na época como médicos. É uma hipótese e possivelmente não será fácil vir a saber a verdade. O que é um facto é que dois metais num meio ácido produzem uma diferença de potencial e é este facto que está na origem da pilha eléctrica, como adiante se refere. No final do século XVIII, o fisiologista italiano Luigi Galvani1 fez diversas experiências em rãs dissecadas e entre elas verificou
que as coxas das rãs se contraíam quando em contacto com um arco constituído por dois metais diferentes. Na época, os conhecimentos sobre electricidade restringiam-se à electrostática. Galvani pensou que a causa do fenómeno residia numa forma de “electricidade animal”, característica dos seres vivos. Uma das pessoas que se opuseram a esta interpretação foi o Professor de Física da Universidade de Pavia, Alessandro Volta2, para quem só havia uma forma de electricidade e para quem a origem da electricidade estava nos metais (que entram na constituição dos seres vivos) e não nos animais. Uma experiência que Volta fez foi apertar a
tâmia.
O objecto era um vaso de barro e foi datado como sendo do século I . No seu interior encontrava-se um tubo de cobre e um fio de ferro suspenso perto do tubo de cobre.
Figura 261 . Vaso de barro em corte.
Figura 262 . Imagem de uma das primeiras pilhas de Volta.
FORMAĂ‡ĂƒO - PRĂ TICAS DE ELECTRICIDADE
revista tĂŠcnico-profissional
o electricista
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Manuel Teixeira e Paulo Peixoto Formadores da ATEC - Academia de Formação
ficha prĂĄtica n.Âş 20 {MOTORES PASSO-A-PASSO: PARTE II} MODOS DE EXCITAĂ‡ĂƒO HĂĄ trĂŞs modos de excitação usualmente usados: passo normal, meiopasso, e micro-passo.
› Passo Normal (Full-Step) Na operação de passo normal, o motor usa o ângulo de passo normal, como por exemplo: um motor de 200 passos/revolução em passo normal anda em passos de 1.8 graus, enquanto em operação de meio-passo, opera com passos de 0.9 grau. Hå dois tipos de passo normal: › Única excitação de fase: o motor Ê operado com só uma fase energizada de cada vez. Este modo só deve ser usado onde o binårio e a velocidade não são importantes, por exemplo, onde o motor Ê operado a uma velocidade fixa e com condiçþes de carga bem definidas. Problemas com ressonância podem impedir operação em baixas velocidades. Este modo requer menos potência do que os demais modos de excitação. › Excitação dual: Ê onde o motor Ê operado com as fases energizadas duas de cada vez. Este modo proporciona um bom binårio e velocidade com poucos problemas de ressonância. Excitação dual disponibiliza aproximadamente 30 a 40 % mais binårio do que a excitação única, mas tambÊm requer o dobro de potência da fonte.
› Meio-Passo (Half-Step) A excitação de meio-passo Ê a excitação única e dual alternadas, que resulta em passos com metade do tamanho de um passo normal. Este modo dobra a resolução. O binårio do motor varia ao alternar o passo, e isto Ê compensado pela necessidade de se usar um passo com metade do ângulo normal. Este modo Ê totalmente livre de problemas de ressonância. Pode operar motores numa grande faixa de velocidades e com quase qualquer carga comummente encontrada.
Sequência de Controlo a Passo Normal - excitação a uma bobina Cada uma das bobinas Ê ligada sequencialmente.
SequĂŞncia de Controlo de Passo Normal - excitação a duas bobinas As bobinas adjacentes sĂŁo ligadas simultaneamente. Note que neste caso o campo magnĂŠtico resultante serĂĄ multiplicado pela raiz de dois. Logo, o binĂĄrio do motor aumentarĂĄ. Outra vantagem deste algoritmo ĂŠ que a bobina 2 ĂŠ sempre o inverso da bobina 4, e a bobina 3 ĂŠ sempre o inverso da bobina 1. Assim, ĂŠ possĂvel controlar o mesmo motor utilizando apenas dois sinais ao invĂŠs de quatro.
› Micro-Passo (Micro-Step) No modo de micro-passo, o ângulo de passo natural de um motor pode ser dividido em muitos ângulos menores. Por exemplo, um motor com 1.8 graus tem 200 passos/revolução, com o modo micro-passo em divisor de 10, ele passaria a ter passos de 0.18 graus e 2.000 passos/revolução. Tipicamente, modos de micro-passo variam de divisor de 10 a divisor de 256 (51,200 passos/revolução para um motor de passo de 1.8 graus). Os micro-passos sĂŁo produzidos proporcionando corrente nas duas bobinas, de acordo com o seno e co-seno. Este modo sĂł ĂŠ usado onde ĂŠ necessĂĄrio um movimento “macioâ€? ou uma maior resolução.
FORMAÇÃO
revista técnico-profissional
o electricista
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Texto cedido por Soler & Palau, Lda.
casos de aplicação {VENTILAÇÃO DE UM GINÁSIO COM PISCINA} O PROBLEMA Um ginásio tem, na sua zona central, uma pequena piscina climatizada pelo que, devido à temperatura ambiente, a evaporação da água provoca humidade nas paredes bem como a formação de bolores. DADOS A TER EM CONSIDERAÇÃO O ginásio tem uma superfície de 144 m2 e 2,5 m de altura, o que dá um volume de 360 m3. A piscina central tem uma superfície de 16 m2.
DETERMINAÇÃO DAS NECESSIDADES
A SOLUÇÃO
Nos recintos onde haja piscinas, produz-se uma elevada evaporação de água que posteriormente se condensa nas zonas mais frias do recinto.
Uma vez que se trata de uma instalação “mista” (ginásio e piscina), sugere-se a realização de uma instalação de extracção, através de uma conduta para o caudal total a extrair e uma segunda conduta para impulsão, mas com um caudal menor e que aspire o ar do exterior e o introduza no interior depois de passar numa bateria de aquecimento, descarregando na zona posterior à piscina. Conseguese deste modo, para além da ventilação do próprio ginásio, também o controlo da evaporação da piscina criando-se uma suave corrente de ar que conduza o ar húmido até à extracção.
Consequentemente, é necessário um certo grau de ventilação para se eliminarem as condensações mas, por outro lado, deve controlar-se a temperatura do ar introduzido para não arrefecer bruscamente a massa de ar interior e provocar um efeito de neblina em simultâneo com uma sensação desagradável para os utilizadores. Neste caso, estando a piscina localizada no interior do próprio ginásio, é difícil calcular o caudal adequado para a correcta eliminação da humidade (caudal que seria relativamente baixo se apenas considerássemos a superfície da piscina, uma vez que são necessários caudais da ordem dos 15 m3/h.m2 de superfície da piscina), pelo que, em função do tipo de instalação, se opta pela aplicação do Regulamento de Instalações Térmicas nos Edifícios (Norma Espanhola ITE 02.2.2, “Qualidade do ar interior e ventilação”) o qual determina que se terão em considerarão os critérios da norma em questão para a ventilação deste tipo de recintos.
› Referências dos equipamentos escolhidos Sistema de extracção CVB-240/180 1/3 CV (Monofásica 220 V)
Sistema de impulsão CVB-4/180 – 180 1/5 CV (Monofásica 220 V)
Essa norma aplica caudais de ventilação em função, neste caso, da superfície do recinto em causa. Assim, para piscinas o caudal é de 2,5 l/s m2 enquanto que para ginásios é de 4 l/s m2. Em face do exposto, propõe-se que se façam cálculos com base no valor mais elevado, pelo que o caudal adequado para a ventilação do ginásio será de Q = 144 x 4 = 576 l/s = 2074 m3/h
Figura 1 . CVB-CVT
FEIRAS . CONFERÊNCIAS
calendário
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FEIRA
TEMÁTICA
LOCAL
DATA
CONTACTO
SEMICON
Feira sobre semicondutores: produção técnicas e materiais
Seul Coreia do Sul
3 a 5 Fevereiro 2010
SEMI semihq@semi.org www.semi.org/en/index.htm
E-WORLD ENERGY & WATER
Feira e congresso sobre geração de energia
Essen Alemanha
9 a 11 Fevereiro 2010
Messe Essen GmbH info@messe-essen.de www.messe-essen.de
INTERCLIMA + ELEC HOME
Feira de climatização
Paris França
9 a 12 Fevereiro 2010
Reed Exhibitions www.reed.fr
MODERNI VYTAPENI
Feira Internacional para profissionais de aquecimento e ar condicionado
Praga Rep. Checa
25 a 28 Fevereiro 2010
Terinvest S.R.O modernivytapeni@terinvest.com www.terinvest.com
SINERCLIMA
Feira de climatização e energias renováveis
Batalha Portugal
25 a 28 Fevereiro 2010
ExpoSalão info@exposalao.pt www.exposalao.pt
ENEX2010
Feira internacional de energia
Kielce Polónia
3 a 5 Março 2010
KielceTradeFairs biuro@targikielce.pl www.targikielce.pl
CABEX - CABLE, WIRE AND ACCESSORIES
Exposição internacional especializada de cabos, fios, fixação de hardware, instalação e tecnologias
Moscovo Rússia
16 a 19 Março 2010
MVK mns@mvk.ru www.mvk.ru/eng
AMPER 2010
Feira internacional de eletrotécnica e eletrónica
Praga Rep. Checa
13 a 16 Abril 2010
Terinvest Ltd. amper@terinvest.com www.terinvest.com
HANNOVER MESSE 2010
Feira internacional de tecnologias industriais
Hanôver Alemanha
19 a 23 Abril 2010
Câmara do Comércio e Industria Luso-Alemã info@hf-portugal.com www.hf-portugal.com
EXPO ELECTRONICA 2010
Exposição de componentes electrónicos e equipamentos de assemblagem
Moscovo Rússia
20 a 22 Abril 2010
Crocus Expo electron@primeexpo.ru www.primexpo.ru
EWEC 2010
Conferência e exposição europeia de energia eólica
Varsóvia Polónia
20 a 23 Abril 2010
EWEC info@ewec.info www.ewec2009.info
EXPOCONSTRÓI 2010
Feira de equipamentos e materiais para a construção civil
Batalha Portugal
21 a 25 Abril 2010
ExpoSalão info@exposalao.pt www.exposalao.pt
TEKTÓNICA
Feira de construção e obras públicas
Lisboa Portugal
11 a 15 Maio 2010
FIL - Feira Internacional de Lisboa fil@aip.pt www.fil.pt
GENERA 2010
Feira internacional de energia e meio ambiente
Madrid Espanha
19 a 21 Maio 2010
Ifema (Feira de Madrid) lineaifema@ifema.es www.ifema.es
AUTOMÁTICA 2010
Feira de automação
Munique Alemanha
8 a 11 Junho 2010
MundiFeiras mundifeiras@mail.telepac.pt www.messe-muenchen.de
DOSSIER
revista técnico-profissional
o electricista
PROTAGONISTAS
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REDES ESTRUTURADAS André Moreira, Departamento de Engenharia Informática do Instituto Superior de Engenharia do Porto SOLUÇÕES DE CABOS PARA APLICAÇÕES EXIGENTES Eduardo Soares e João Nabo, Policabos, S.A. SISTEMAS ELECTRÓNICOS DE SEGURANÇA: ANÁLISE DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO Alexandre Chamusca CABOS DE FIBRA ÓPTICA - O FUTURO DAS TELECOMUNICAÇÕES António Gomes e Sérgio Ramos, Departamento de Engenharia Electrotécnica do Instituto Superior de Engenharia do Porto
dossier
CABOS E CABLAGEM ELÉCTRICA
DOSSIER 72
o electricista
revista técnico-profissional
André Moreira Professor Adjunto do Departamento de Engenharia Informática do ISEP
redes estruturadas O projecto e a instalação de redes de dados em edifícios são actividades reguladas por um conjunto de normas dispersas em diversos documentos, publicados por organismos internacionais. Sob o ponto de vista de normalização, o tema “redes de dados” é abrangente, incluindo aspectos relativos ao fabrico do “hardware”, como por exemplo características eléctricas e mecânicas de cabos e conectores. Partes de algumas destas normas têm aplicação efectiva no projecto e instalação de redes. A abordagem presente incide sobre a utilização dos princípios aplicáveis presentes nestas normas, aliados a um conjunto de “boas práticas”.
CABLAGEM ESTRUTURADA O sistema de cablagem deve ser organizado de forma hierárquica em subsistemas de cablagem que reflectem a realidade física das instalações. Esta organização designa-se cablagem estruturada. Cada subsistema consiste numa estrela centrada num ponto de distribuição de cabos, designado distribuidor. O subsistema de backbone de campus é necessário quando a instalação envolve mais do que um edifício, é constituído por um distribuidor de campus (CD – Campus Distributor) e o backbone de campus. O backbone de campus é um conjunto de cabos, dispostos em estrela, que interligam o distribuidor de campus a cada um dos distribuidores de edifício existentes.
Cada edifício possui o seu próprio subsistema de backbone de edifício, constituído por um distribuidor de edifício (BD - Building Distributor) e backbone de edifício que interliga o distribuidor de edifício a cada um dos distribuidores de piso. O subsistema de piso forma uma estrela centrada no distribuidor de piso (FD – Floor Distributor), contendo na extremidade de cada cabo uma tomada de rede acessível aos utilizadores finais. Considera-se que a cablagem estruturada termina nestas tomadas. Se necessário, é possível definir um subsistema adicional para uma zona particular de um piso. O subsistema de área de trabalho justifica-se quando um determinado local, afastado do distribuidor de piso, necessita de uma densidade de tomadas de rede superior ao normal. Nestes casos, criar no local um subsistema de área de trabalho é uma solução interessante que evita a necessidade de um elevado número de cabos até ao distribuidor de piso. A arquitectura óptica centralizada, contemplada nas normas, representa uma alteração em sentido contrário, eliminando o
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o electricista
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Eduardo Soares, João Nabo Policabos, S.A.
soluções de cabos para aplicações exigentes
O presente artigo tem como objectivo informar sobre as soluções actualmente existentes, abordando três gamas particularmente actuais: Cabos para aplicação em sistemas Fotovoltaicos; Cabos Resistentes ao Fogo; Cabos para Redes Estruturadas. CABOS PARA SISTEMAS FOTOVOLTAICOS A crescente necessidade de dar respostas eficazes e duradouras na produção de energia a partir de fontes renováveis impõe um desenvolvimento técnico crescente e assente em parâmetros de qualidade, sendo que dos sistemas fotovoltaicos actuais é expectável um tempo mínimo de durabilidade de 20 anos. Nos sistemas fotovoltaicos os cabos apresentam-se como um componente fundamental, sendo usados nas interligações entre os módulos dos sistemas e como extensão dos cabos que provêm do local de controlo. Estes cabos são compostos por fios de cobre estanhados e têm uma bainha externa em TPE (Elastômeros Termoplásticos Especiais, com-
ponente que conjuga a flexibilidade da borracha com a rigidez e performance do plástico) ou copolímero reticulado (o que permite uma exposição directa aos UV), tendo como principais características: › Resistência a UV e ozono; › Alta temperatura de Curto-Circuito; › Resistência à abrasão mecânica na instalação; › Flexibilidade Classe 5; › Resistência ao envelhecimento causado pelo calor; › Resistência à hidrólise provocada pela água quente. A qualidade e segurança destes cabos são garantidas pelos rigorosos e minuciosos testes a que são submetidos, de acordo com as normas TÜV específicas para todos os componentes utilizados em sistemas fotovoltaicos.
CABOS RESISTENTES AO FOGO Devem ser instalados cabos resistentes ao fogo em todo o tipo de instalações onde se exija um elevado grau de protecção de pessoas, tais como: Hospitais, Escolas, Hotéis, Centros Comerciais, Estádios, Salas de Espectáculos, entre muitos outros. Ou seja, em todos os locais onde o índice de concentração de pessoas e/ou bens se considere elevado. Um cabo ou instalação são considerados resistentes ao fogo, sempre que estejam de acordo com as seguintes normas:
Sistema fotovoltaico instalado no edifício sede da Lapp Kabel
Norma IEC 60331 - FE90 / FE120 / FE180: a nomenclatura FE90, FE120 ou FE180 está associada à norma IEC 60331 que define a resistência do isolamento dos cabos ao fogo em carga.
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revista técnico-profissional
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o electricista Alexandre Chamusca Engenheiro de Sistemas de Segurança
sistemas electrónicos de segurança {ANÁLISE DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO}
Os diferentes meios de comunicação dos sistemas electrónicos de segurança são fundamentais para adaptar as soluções às condições de instalação do local a proteger. Conhecer o princípio de funcionamento de cada um desses meios é fundamental para compreender e avaliar a versatilidade e eficácia de cada sistema de segurança. Existem sempre várias hipóteses de realizar uma instalação técnica de segurança. São sempre possíveis várias soluções para uma mesma aplicação. Tudo depende do objectivo da instalação. Uma tecnologia, um sistema, um produto, pode ser ideal para uma determinada aplicação e ser completamente despropositado para outra. É importante conhecer as principais tecnologias já disponíveis no mercado mundial, para se poder aconselhar, projectar e instalar convenientemente, o que de melhor se aplica caso a caso.
› Rede Eléctrica › Cablagem Coaxial › Cablagem de Baixa Tensão › Rádio Frequência › Infravermelhos
Cada fabricante propõe, usando uma determinada tecnologia, um sistema e uma linha de produtos que ele considera mais indicada para o seu mercado. No entanto, se por um lado são evidenciadas só vantagens, é óbvio que todos os sistemas também têm as suas desvantagens. É, consoante as aplicações e o grau de integração que elas exigem que é possível encontrar um compromisso satisfatório entre aquilo que se pretende e aquilo que se propõe. É tudo uma questão de escala e de preço.
O conceito é simples: recorre-se a um pequeno sinal de potência que existe na rede eléctrica das nossas casas, modula-se esse sinal numa alta frequência e injecta-se de novo na rede eléctrica, através de um módulo emissor. Do outro lado da instalação, está um módulo receptor, sintonizado para sinais modulados de alta frequência, podendo assim ser programado para responder a um determinado impulso. Isto dá-nos a possibilidade de enviar e receber sinais entre vários aparelhos que estejam simplesmente ligados à rede eléctrica da casa. O problema de se comunicar pela rede eléctrica é ficar-se sujeito aos “ruídos” que essa rede possa ter. Basicamente, os “ruídos” são
São 5 os principais meios de comunicações empregues nos sistemas electrónicos de segurança:
1› REDE ELÉCTRICA O sistema que usa a rede eléctrica para comunicar é, sem dúvida, o que acarreta menor investimento, uma vez que permite instalar os equipamentos em casas já construídas.
os sinais eléctricos indesejáveis que podem eventualmente existir na mesma rede eléctrica a par com os sinais desejados. Podem ser várias as fontes de “ruídos” nas redes eléctricas: › De uma forma geral, a cablagem da rede eléctrica das casas não é blindada e pode captar alguns tipos de “ruídos”, como se se tratasse de uma antena (interferências electromagnéticas). › As cablagens podem, por vezes, ser afectadas por aparelhos ou sistemas que lhes estejam ligados. Exemplos: Intercomunicadores sem fios, motores eléctricos, luzes fluorescentes ou qualquer outro dispositivo que crie um campo electromagnético suficientemente forte enquanto funciona. É por isso que os sistemas que usam a rede eléctrica para comunicar possuem filtros que eliminam os sinais indesejáveis. É também para evitar interferências com os vários tipos de ruído que, geralmente, estes sistemas usam baixas velocidades de transferência de dados, pois, caso contrário, os “ruídos” poderiam aumentar significativamente a taxa de erros nas comunicações.
DOSSIER 88
revista técnico-profissional
o electricista
António Gomes e Sérgio Ramos Instituto Superior de Engenharia do Porto - Departamento de Engenharia Electrotécnica
cabos de fibra óptica {O FUTURO DAS TELECOMUNICAÇÕES}
1› INTRODUÇÃO Ao longo da última década o sector das telecomunicações em Portugal tem sofrido uma verdadeira revolução e evolução tecnológica, verificada pela promoção da abertura de um mercado concorrencial, pela cada vez maior qualidade dos serviços oferecidos pelos diversos operadores, pela utilização de equipamentos e tecnologias de última geração e, ainda, por uma legislação dinâmica, actual e vanguardista. Assistimos a um verdadeiro choque tecnológico neste sector. Com efeito, a vulgarização do uso de telemóveis, a recepção e transmissão de dados a velocidades cada vez maiores, o surgimento de televisão de alta definição (TVAD), em substituição do actual formato PAL, as ofertas de novos serviços como o “Vídeo on Demand” a par da emergente Televisão Digital Terrestre (TDT) constituem, seguramente, uma nova revolução nas infra-estruturas de telecomunicações domésticas e profissionais. Regozijamo-nos por verificar que o sector das telecomunicações tem sido aquele que se encontra em pleno crescimento, com os fabricantes e operadores a lançarem novos produtos e soluções de forma continuada, bem como uma atenta e perspicaz reacção por parte dos legisladores. Assiste-se na indústria das telecomunicações a um movimento relacionado com a convergência para
as redes IP (Internet Protocol, ou Protocolo de Internet).
comunicações.
A edição do novo Manual ITED, prevista para o início de 2010, não sendo um Manual de ruptura relativamente à 1.ª edição, é ainda assim, extremamente inovador tanto em conceitos de infra-estrutura como de equipamentos e respectivas especificações. A defesa dos interesses dos consumidores de comunicações electrónicas passa por infraestruturas de telecomunicações modernas, fiáveis e adaptadas aos serviços dos operadores públicos.
2› NOVOS SERVIÇOS DE TELECOMUNICAÇÕES
Há neste novo Manual uma clara preocupação em adaptar os edifícios às Redes de Nova Geração de encontro com as Novas Normas Europeias. Uma das novidades de novo Manual ITED será a da obrigação de instalação de fibra óptica (FO) nos edifícios, proporcionando num futuro próximo a oferta de serviços de nova geração a velocidades cada vez maiores. A fibra óptica constituirá, pois, um pilar basilar na revolução das tecnologias de telecomunicações que entrarão em nossas casas. O presente artigo visa expor a tecnologia de fibra óptica e potenciar a sua mais que provada utilização nas instalações de tele-
A oferta de novos serviços de telecomunicações, decorrentes da procura por cada vez maiores larguras de banda, apenas tem sido possível pelos grandes investimentos realizados pelos operadores, de forma a dar uma resposta satisfatória às necessidades de operabilidade e de inovação de serviços aos consumidores domésticos e empresariais. Tem-se assistido a uma estratégia comum por parte dos diversos operadores em fornecer aos seus clientes “pacotes” de serviços de telecomunicações. A oferta desses serviços, denominados por “Triple Play”, disponibiliza numa única plataforma: telefone, internet de banda larga, “video on demand” e televisão. Do ponto de vista económico estes serviços disponibilizados pelos operadores poderá ser vantajoso na medida em que os clientes, tendencialmente, pagarão menos pelo conjunto de todos os serviços do que pagariam por eles em separado. Assim, e para que estes serviços possam chegar ao consumidor final, no seu potencial máximo de exploração, é necessário criar e dotar as infra-estruturas de telecomunicações que suportem tais serviços.
o electricista
NOTA DE ABERTURA
revista técnico-profissional
112
projecto Feiras e Mostras Tecnológicas, que se passa? Ouvimos por vezes dizerem os “mais antigos” que “os tempos de hoje já não são como os de antigamente…” Efectivamente, lembro-me muito bem da azáfama e da “confusão” que vivi na minha primeira visita à Endiel (penso que já se designava assim), decorria o ano de 1975. Há “apenas” 34 anos. Recordo como novidade, á época muito arrojada, que era nem mais nem menos que um disjuntor equipado com pernos/ficha para encaixar nas bases dos fusíveis “Gardy”, substituindo estes por um equipamento que não era necessário substituir (ou recarregar…) bastando o rearme em caso de disparo! Nesse tempo e noutros mais contemporâneos, bastando recuar uma dezena de anos, ainda as feiras tecnológicas fervilhavam de novidades e de gente ávida de as conhecer.
Josué Morais Director Técnico
Os tempos porém são outros, e da azáfama que então se vivia, apenas restam alguns, poucos, eventos do género capazes de mobilizar visitantes bastantes para que as feiras não se tornem num rotundo fracasso técnico-comercial. Verificamos que as grandes marcas já não marcam presença, e que as novidades que agora se conhecem antecipadamente pela internet, não são já suficientemente aliciantes que possam cativar e mobilizar visitantes suficientes para garantir interesse pelos eventos.
ARTIGO TÉCNICO projecto de postos de transformação: 6ª parte - sistemas de terra e considerações finais 113 REPORTAGEM ITED, uma nova realidade! 117 associação KNX aposta em Portugal 119 construção sustentável e eficiência energética: embaixada da Áustria organizou jornada técnica 123 viagem anual do clube do instalador 127
Talvez esteja na hora de encarar novas ideias, novos conceitos, que possam contribuir para o gradual restabelecimento do interesse perdido por parte do público. O que pode levar à motivação e à mobilização do público? Porque não optar por “mini-feiras” mais dirigidas aos interesses regionais e detrimento de um todo nacional? Relativamente às temáticas também haverá por certo algo a fazer, porquanto existem feiras “mistas” que agregam vários sectores do tecido industrial, tornando a mostra numa amálgama de produtos, que não formam na maioria das vezes, um todo coerente. Houve-se falar de crise, como a responsável por esta situação. Porém, em tempo de crise existem sectores que avançam, pela criatividade ou pela oportunidade que a crise também pode gerar. Se o sector habitacional está em crise, procurem-se novos sectores, novas áreas industrias, novos interesses, que o público lá estará para reagir e dizer presente. Porque não apelar à criatividade, buscando novos conceitos, novas áreas, novos interesses?
ARTIGO TÉCNICO-COMERCIAL ABB: Controlo de Isolamento em instalações de segurança (emergência) 129 DEC.MEDIDA: medida da resistência de cabos de energia em máquinas de encordamento 131 EPLAN ELECTRIC P8: dados do projecto - cabos e condutores 133 FORMAÇÃO 135 ITED requisitos técnicos gerais, segundo o manual de ITED 2º edição de 24 de Novembro de 2009 137 CONSULTÓRIO ELECTROTÉCNICO 141
ARTIGO TÉCNICO
revista técnico-profissional
o electricista
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Henrique Ribeiro da Silva Dep. de Engenharia Electrotécnica (DEE) do Instituto Superior de Engenharia do Porto (ISEP)
projecto de postos de transformação {6ª PARTE - SISTEMAS DE TERRA E CONSIDERAÇÕES FINAIS}
Num posto de transformação, tal como em qualquer outra instalação eléctrica, a segurança é fundamental; por isso, o dimensionamento dos sistemas de terra assume tanta importância como o cálculo de qualquer outro componente.
1› INTRODUÇÃO
3› CIRCUITO DE TERRA DE PROTECÇÃO
Os níveis de tensão eléctrica presentes num posto de transformação podem representar perigo para quem tem de trabalhar nele. Embora os equipamentos usados nos postos sejam concebidos de forma a impedir que as partes sob tensão estejam directamente acessíveis a quem tem acesso a ele, como consequência de uma avaria esses níveis de tensão podem encontrar-se em partes dos equipamentos que habitualmente não estão sob tensão. Por isso, para evitar que essa situação possa representar perigo, há que prover a instalação de sistemas de protecção, cujo cálculo tem por isso uma grande importância.
À terra de protecção ligam-se as partes metálicas normalmente não sob tensão, tais como bastidores de quadros, ferragens dos aparelhos de manobra, carcaças de transformadores, malha de equipotencialização do posto com excepção das portas metálicas e componentes metálicos de janelas e grelhas de ventilação.
2› SISTEMAS DE TERRA DE PROTECÇÃO E SERVIÇO Partindo do conhecimento da corrente máxima de defeito à terra pode calcular-se a impedância do neutro da MT (ou pode-se solicitar essa informação ao Distribuidor). A impedância é do tipo indutiva pelo que
3.1› Parâmetros característicos dos eléctrodos A resistência dos eléctrodos de terra pode ser representada sob a forma seguinte assim como as tensões de passo (1 m) e contacto: Rt = l x Kr
Up = l x Id x Kp
Uc = l x Id x Kc
Onde: Rt – resistência do eléctrodo, em 1 l - resistividade do solo, em 1.m Kr – parâmetro do eléctrodo, ou resistência unitária, em 1/(1.m) Up – tensão de passo, em V Id – corrente de defeito à terra, em A Kp – tensão unitária de passo, em V/(1.m).(A) Uc – tensão de contacto, em V Kc – tensão unitária de contacto, V/(1.m).(A) Com este tipo de formulação a resistência do eléctrodo resulta função do parâmetro Kr e da resistividade do solo.
RN 0 1 e XN ZN ZN =
U 33 x Id
Para os eléctrodos normalizados, existem configurações típicas agrupando malhas, varetas, etc. para as quais são definidos os valores Kr, Kp e Kc.
REPORTAGEM
revista técnico-profissional
117
o electricista Helena Paulino
ITED, uma nova realidade! {ATEC PROMOVE EVENTO DE ABORDAGEM AO NOVO MANUAL}
Cerca de 85 profissionais compareceram ao Fórum “ITED... uma nova realidade!” na ATEC do Porto, no passado dia 29 de Outubro, e participaram num debate final onde levantaram questões pertinentes que, na globalidade, enriqueceram a qualidade do evento. A ATEC – Academia de Formação do Porto realizou em parceria com a revista “o electricista”, um Fórum subordinado ao tema “ITED... uma nova realidade!” Neste evento, vários especialistas da área das ITED – como Paulo Mendes, Luís Peixoto, Rui Ramos, Paulo Monteiro – fizeram uma abordagem analítica ao novo manual ITED (2.ª edição), que previsivelmente, será publicado em 2010. Entre as alterações mais relevantes impostas pelo novo manual, foram alvo de discussão a nova rede de cabo coaxial, as fibras ópticas e a nova geração de ATIs, consideradas pelos especialistas na área das telecomunicações, como as mais controversas da área.
gação Norte. Ambos falaram de uma forma abrangente da formação da ATEC, e das suas vantagens.
regras técnicas no contexto das RNG, como a tipificação dos edifícios. Será obrigatória a cablagem em fibra óptica e a instalação da CVM, para além das reservas de espaço para operadores. Também haverá indicações de como deve ser implementada a fibra óptica, informações sobre higiene e segurança no trabalho, classificações ambientais (MICE), sistemas de terra, domótica, e os sistemas de segurança. Além disso ainda aborda como adaptar à fibra óptica os edifícios já construídos, e ainda as regras técnicas que dizem respeito à cablagem, tubagem, pontos de fronteira, ligações de terra e eléctricas e os ensaios obrigatórios.
Hans Müller, Administrador Financeiro e Paulo Peixoto, Coordenador da Delegação do Porto abriram o evento, falando sobre aquilo que a ATEC pode oferecer em termos de formação e como academia de formação em si. Relembraram que a ATEC tem-se revelado como um elemento de relevância estratégica para o tecido industrial eléctrico e electrotécnico, sem descurar, a área da indústria metalúrgica e metalomecânica, em particular para o cluster automóvel, razão pela qual a ATEC entendeu que devia suprimir uma lacuna e dispôr de uma oferta formativa na área do automóvel na Dele-
NOVO REGIME JURÍDICO DO ITED-ITUR Paulo Mendes da Direcção de Fiscalização da ANACOM – Autoridade Nacional de Comunicações abordou o novo regime de ITED – Infra-estruturas de Telecomunicações em Edifícios e o ITUR – Infra-estruturas de Telecomunicações em Loteamentos, Urbanizações e Conjunto de Edifícios, segundo o Decreto-Lei n.º 123/2009 de 21 de Maio, que dita a obrigatoriedade da fibra óptica nos edifícios e como vai decorrer o regime transitório. A 2.ª edição do Manual ITED, que será publicado em 2010, terá um alinhamento com as normas europeias e novas
Relativamente ao ITUR (Infra-estruturas de Telecomunicações em Loteamentos, Urbanizações e Conjunto de Edifícios), Paulo Mendes falou da legislação e regulamentação que diz respeito à 1.ª edição do Manual ITUR. Este manual foi feito a partir do Decreto-Lei n.º 123/2009 de 21 de Maio, que fala sobre a ITUR pública e privada e como funcionam, e ainda sobre o Sistema de Informação Centralizado (SIC). Também aqui haverá uma harmonização com as normas europeias e uma obrigatoriedade de infra-estruturas subterrâneas. Os ITUR públicos são os loteamentos e urbanizações e as privadas são os
REPORTAGEM
revista técnico-profissional
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o electricista Helena Paulino
associação KNX aposta em Portugal {KNX APRESENTA-SE EM PORTUGAL COM NOVO WEBSITE}
Numa época em que a eficiência energética está na vanguarda, a Associação KNX implementou-se em Portugal e apresenta o KNX como sendo o único protocolo aberto standard que torna uma casa mais inteligente e eficiente. A conferência de 3 de Novembro serviu para apresentar o novo website da KNX Portugal, e quais os objectivos desta associação no nosso país. Numa conferência denominada “Apresentação da Associação KNX em Portugal”, a KNX apresentou as suas actividades nacionais e internacionais e apresentou o seu website português. O evento decorreu no Hotel Olissipipo, em Lisboa, e contou com a participação de mais de 150 pessoas e comunicações de Carla Brito da Siemens e Presidente da KNX em Portugal que abriu o encontro, e Heinz Lux, Director da KNX Association em Bruxelas. Ribeiro da Costa da Hager e da Direcção da KNX Portugal apresentou o novo website, e Carlos Lima da ABB e igualmente da Direcção falou sobre o Concurso Internacional. Darren Burford, Managing Director ATL, apresentou algumas empresas estrangeiras inovadoras que ganharam os Prémios KNX devido aos seus projectos inovadores e excelente. Com mais de 100 membros, a Associação KNX tem acordos de parceria com mais de 21.000 empresas integradoras em 70 países, mais de 50 universidades técnicas, e em mais de 100 centros de formação. A Associação KNX também é exigente no que diz respeito ao nível de controlo de qualidade e produção, durante todas as fases da vida do produto. Em Portugal, já possui 115
ETS3 licenças, 164 parceiros, um centro de treino certificado – a ATEC – Academia de Formação na Quinta do Anjo, e muitos fabricantes de KNX activos no mercado.
O grande motor onde assenta o KNX é a Associação KNX, criadora e proprietária desta tecnologia, um grupo de empresas líderes em várias áreas da gestão técnica de edifícios. Esta é a única norma internacional aprovada em todo o mundo, baseada na especificação EIB, e que foi desenvolvida para todas as aplicações de domótica, abrangendo desde a iluminação, electrodomésticos, passando pelo som e muito mais. Para os membros da Associação KNX – das quais
fazem parte a Casa das Lâmpadas, ABB, Hager, Morgado & Ca e Siemens – o sistema está livre de cotas e pode ser implementado em qualquer plataforma de processadores. Todos os produtos que tenham o logo KNX estão certificados para garantir compatibilidade do sistema, conjugação e interoperabilidade. O KNX é a única norma global para domótica, com uma ferramenta de programação e concepção única e independente do fabricante (ETS), um conjunto completo de meios de ligação suportados (TP, PL, RF e IP), um conjunto completo de modos de configuração suportados (modo fácil e de sistema), entre outros.
KNX, O PROTOCOLO PARA UM CONTROLO INTELIGENTE Depois da apresentação do evento por parte de Carla Brito da Siemens, Presidente da KNX em Portugal, Heinz Lux, Director da KNX Association International apresentou a Associação e da tecnologia que lhes pertence. O uso eficiente de energia, um maior conforto e segurança são cada vez mais relevantes, mas apenas podem ser
FORMAÇÃO
revista técnico-profissional
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o electricista Hilário Dias Nogueira (Eng.º) com o patrocínio de: IXUS, Formação e Consultadoria, Lda.
formação
{ARTIGO TÉCNICO FORMATIVO Nº. 10}
Neste número, apresentamos a resolução do exercício colocado na revista anterior. Apresenta-se também novo exercício cuja resolução será incluída na revista 31. RESOLUÇÃO DO EXERCÍCIO 10
u=2x
Enunciado proposto na revista 29: Qual a secção e protecção que deve ser escolhida para alimentar a potência de 10,35 kVA em cabo monofásico XAV, que será estabelecido em vala sem protecção complementar e se destina ao troço da instalação eléctrica de utilização de uso individual, com 60 metros de comprimento. Dados a Utilizar
Potência Total
P = 10,35 kVA circuito monofásico
6u% = 100 x
u 48,6 = 100 x = 21,13% U0 230
Como a queda de tensão se situa acima de 1,5%, a secção da canalização, para aquele comprimento, é inadequada. Então, analisando a correspondente tabela anterior utilizaremos a secção de 35 mm²:
Canalização: cabo XAV 60 m enterrado
u=2x 1º Determinação da corrente de serviço por fase Utilizando a fórmula: 10350 S IB = (VA) = = 45 A U0 230
lxL 0,0225 x 60 x IB = 2 x x 45 = 48,6 V S 2,5
lxL 0,0225 x 60 x IB = 2 x x 45 = 3,47 V S 35
6u% = 100 x
u 3,47 = 100 x = 1,50% U0 230
Nota: se não utilizássemos a fórmula aproximada este valor seria mais baixo (está 20% acima dos valores reais).
2º Encontrar o Método de Refª e determinar a corrente Segundo as Regras Técnicas (RTIEBT), na Secção 5.2, encontra-se o modo de instalação da canalização escolhida (cabo enterrado sem protecção mecânica), que é classificado como, Método de Referência D
Calculando a protecção, encontramos o valor da corrente estipulada (calibre) possível sendo o fusível de In=50 A e que verifica as duas condições das protecções. 1ª condição IB ) IN ) IZ , --> 45 A ) 50 A ) 208 A (RTIEBT 433.2) 2ª condição I2 ) 1,45 x IZ --> 80 A ) 321,6 A
A tabela a consultar para determinação da corrente admissível, da secção do cabo e correspondente Método a adoptar é a do, Quadro Q 52-C30.
4º Canalização eléctrica escolhida Cabo XAV 2x35 mm2 Verificamos que para este comprimento de canalização, a queda de tensão é realmente preponderante, e na escolha da secção, tanto utilizando o cabo VAV como o XAV, não era relevante para a potência que se pretende alimentar, pois a secção nunca poderia ser diminuída se tivéssemos como objectivo a maior capacidade de transporte do cabo, que é sem sombra de dúvida a do cabo com isolamento em polietileno reticulado (XLPE). Assim, a optar por um cabo VAV a mais valia poderá ser apenas num mais baixo custo da obra.
A corrente admissível da tabela: IZ * IB : IZ * 45 A Consultando o quadro, encontramos a corrente admissível, IZ = 48 A. (RTIEBT 523) A correspondente secção será, S = 2,5 mm2. 3º Verificação da queda de tensão absoluta e percentual (RTIEBT 525)
Utilizando a fórmula simplificada, para circuitos Monofásicos, e sabendo que o comprimento é 60 metros determina-se a queda de tensão, u em volt, e em percentagem (6u%),
EXERCÍCIO Nº 11 Enunciado: Qual a secção e protecção que deve ser escolhida para alimentar a potência de 20,7 kVA em cabo Trifásico XV, que será estabelecido em vala de terreno muito seco (Cinzas) com protecção complementar e se destina ao troço da instalação eléctrica de utilização de uso individual, com 58 metros de comprimento.
ITED
revista técnico-profissional
o electricista
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Paulo Monteiro Formador da ATEC - Academia de Formação
ficha técnica n.º 8
{REQUISITOS TÉCNICOS GERAIS, SEGUNDO O MANUAL DE ITED 2º EDIÇÃO DE 24 DE NOVEMBRO DE 2009}
CONSIDERAÇÕES PRÉVIAS SOBRE MATERIAIS CONSTITUINTES DA TUBAGEM Os materiais a serem utilizados como constituintes da Rede de Tubagens não devem ter características que se traduzam em comportamentos indesejáveis, ou mesmo perigosos, nomeadamente quando sujeitos a combustão. A fim de minimizar os riscos em caso de incêndio, só é permitida a utilização de materiais nas redes de tubagem que sejam não propagadores de chama. Os tubos com diâmetros externos (equivalentes a diâmetros nominais, comerciais), inferiores a 20 mm não são permitidos nas redes de tubagem. Os cabos são instalados numa tubagem que permite a sua protecção, através da acomodação em tubos, calhas ou caminhos de cabos. Para uma melhor compreensão do conceito de tubagem, considera-se as seguintes classificações:
LOCAL DE INSTALAÇÃO
DESCRIÇÃO
Enterrado
Abaixo da superfície do solo
Laje
Lajes de betão armado, aligeiradas ou madeira
Parede
Tijolo, Itong, ou alvenaria
Parede em gaiola
Gesso cartonado ou estrutura metálica
Saliente
Instalação saliente, ou exterior às paredes ou tectos
Esteira
Esteiras plásticas ou metálicas
Courette
Ocos de construção, verticais ou horizontais
Tecto
Lajes de betão armado, aligeiradas ou madeira
Tecto em gaiola
Gesso cartonado ou estrutura metálica
Atenção › Não são permitidos tubos com diâmetro exterior inferior a 20 mm; › Na rede colectiva o diâmetro mínimo será de 40 mm; › Não são admitidos Tubos pré-cablados; Requisitos mínimos nas redes individuais e colectivas: › Com paredes lisas e instalações embebidas › Material isolante; › Não propagador de chama; › Rígidos ou maleáveis. › Instalações à vista › Tubos rígidos. › Zonas ocas, paredes ou tectos › Tubos de interior não liso, vulgo anelado.
CALHAS As calhas são condutas cuja utilização está limitada a instalação à vista (ver quadro seguinte). Atenção › A dimensão mínima do compartimento de uma calha a utilizar numa rede colectiva é de 500 mm2. › Admite-se a utilização de calhas metálicas, nas situações físicas suplementares dos sistemas de cablagem, nomeadamente em al-
CONSULTÓRIO ELECTROTÉCNICO 141
revista técnico-profissional
o electricista IXUS, Formação e Consultadoria, Lda.
consultório electrotécnico O “Consultório Electrotécnico” continua a responder às questões sobre Regras Técnicas, ITED e Energias renováveis que nos têm sido colocadas. O e-mail consultoriotecnico@ixus.pt está também disponível no sítio www.ixus.pt está ao dispor. Aguardamos as vossas questões. Nesta edição publicamos as questões que nos colocaram entre Agosto e Novembro de 2009. P1: Tenho uma dúvida em relação aos projectos de ITED ao abrigo do novo Decreto-Lei que é a seguinte: Nos novos projectos de ITED as especialidades de Intrusão e de Detecção de Incêndio, etc., já têm de ser parte integrante do projecto ITED? Ou seja, temos de ter as peças desenhadas e escritas referentes à intrusão e detecção de incêndio, etc., no projecto ITED, ao contrário do que era feito até agora em que estas faziam parte do projecto eléctrico? R1: Apesar de existir o novo DL123/2009, o novo manual de ITED, só entra em vigor depois de ser aprovado pela comunidade europeia, o que vai levar algum tempo, até Fevereiro ou Março do ano 2010. Até lá devese projectar conforme o manual de ITED 1º versão de Julho de 2004. P2: Efectuamos uns trabalhos para uma junta de freguesia, “iluminação do adro da igreja”. Embora seja de caracter particular, pertence á junta de freguesia, que vai ser ligada á rede de iluminação publica. A iluminação que foi colocada são projectores de superficie. A Câmara Municipal éstá a pedir-nos o seguinte: 1 - Certificado de cabos e materiais; 2 - Termo de responsabilidade e execução; 3 - Auto de entrega e recepção da obra; 4 - Certificado da Certiel da respectiva instalação R2: A Certiel em princípio não tem nada a ver com essa instalação. Se a potência for inferior a 100 kW não careceria de certificação especial não fora o caso de se tratar de uma instalação de carácter público. Devem consultar a DGGE (DRE da vossa área) e esclarecer o assunto com essa entidade que indicará os trâmites para certificação da instalação. P3: Numa instalação que não tenha caixa de terra, pode fazer-se uma terra isolada só para a instalação fotovoltáica? Ou pode sempre fazer-se uma terra isolada para cada instalação fotovoltaica? R3: A ligação à terra deve ser a mesma da instalação de utilização. Só em casos específicos com distâncias elevadas entre a instalação FV e a instalação de utilização é que se permite uma terra independente. P4: Tenho uma questão em relação aos condutores de terra que é
a seguinte: Qual deverá ser a secção mínima para os condutores de terra? O Quadro 54A das RTIEBT apresenta as secções mínimas para estes condutores mas a dúvida reside em quando é que se considera que um condutor de terra está protegido contra a corrosão? Por exemplo um condutor H07VV-R 1G25mm2 entubado em tubo VD está protegido contra a corrosão? No caso do condutor de terra estar protegido contra a corrosão a secção mínima do condutor de terra é dada pela secção do condutor neutro de entrada da instalação? R4: Normalmente um condutor isolado, não nu portanto, considera-se protegido contra a corrosão. Os condutores e cabos nús quando enterrados sem qualquer protecção (isolamento ou tubo) consideram-se não protegidos contra a corrosão. A secção mínima dos cabos de terra, quando protegidos contra a corrosão, é de 16 mm2. É o caso do cabo H07VV-R 1G16 mm2 enterrado mesmo sem qualquer tubo de protecção adicional. Sendo difícil encontrá-lo no mercado (encontra facilmente o H07V-R 1G16, que não é o indicado para enterrar sem tubo de protecção), então pode usar o H07VV-R 1G25, de isolamento verde-amarelo e bainha exterior preta. P5: Os cabos de tensão estipulada 300/500V podem ser instalados à vista no exterior fixos por braçadeiras? Por exemplo no caso particular de um cabo 05VV-U que tem tensão estipulada de 300/500V pode ser instalado nas condições indicadas acima? R5: O cabo H05VV-U desde que protegido contra as acções climatéricas e os efeitos dos raios ultravioletas pode ser instalado no exterior. Normalmente deve ser munido de bainha de cor preta para protecção contra os ultravioletas (já existem cabos doutras cores que também resistem). Em Portugal é o cabo mais usado, existindo também o XV (450/750 V) que também é usado. P6: Tenho uma questão em relação a um projecto que estou a realizar de uma Farmácia que é a seguinte: este tipo de estabelecimento insere-se em algum edifício recebendo público? R6: Uma farmácia é um estabelecimento comercial que recebe público. Logo, é um estabelecimento recebendo público.