N • E • W • S – CdO#17 Inverno 2016

Page 1

Cadernos do

Inverno 2016

OLHAR#17 N

W

E

S N •E •W •S


The images I am interested in show us things we can’t possibly be seeing: things so far away, so faint, so large or soft or bright that they couldn’t possibly be contained in the rectangular frame of a picture—and yet they are. These are pictures of objects that literally don’t exist—that couldn’t exist as they are pictured—but somehow do. They are abstractions of abstractions, feeble symbols for objects that have no reality of their own. They are formless things, blurred until they are unrecognizable. They are images of almost nothing, of single sparks of light, of inexplicable blazing color, of thin lines and dots that stand for objects that cannot be understood. […] They seemed to have a common theme: they were images that did not simply depict objects, but demonstrated how some objetct resist depiction. James Elkins Six stories from the end of representation, Stanford, 2008


0 000

0

0 0 0 00

0 00

Abstractions of abstractions Abstrações de abstrações

ZERØ

0

0


Meu nome é vermelho Orhan Pamuk


� O vermelho não pode ser explicado a quem não o vê. Mas não se esqueça que as cores não são para ser compreendidas, e sim sentidas. ¶ Caro mestre, procure então explicar o vermelho a quem nunca conheceu o vermelho. ¶ Se o tocarmos com a ponta dos dedos, sentiremos algo entre o cobre e o ferro. Se puséssemos na palma da mão, ele queimaria. Se o provássemos, teria um gosto encorpado como, charque salgado. Se o colocássemos entre nossos lábios, ele encheria nossa boca. Se o cheirássemos, teria um cheiro de cavalo. Se fosse uma flor, teria um aroma que lembraria mais a margarida do que a rosa.


Let the guanche drums resound and the conch shells blow, the mysterious island is appearing in the midst of the waves; here comes San Borondón, showing up in the mist like a queen with the surf as suite... From: ricard maritinez pinyol Date: March 31, 2014 11:46:59 AM GMT-03:00 To: Claudio Ferlauto <claudio@qu4tro.com. br> Subject: Olhares Estimat Claudio, avui ha arribat Um olhar gráfico, i a primer cop d’ull promet. Aquesta Pasqua me’l llegiré amb els ulls i el cervell.Fa uns dies vaig rebre el Caderno5 A ilha. Molt bonic: aquarel.les, dibuixos i textos molt inte_ ressants. Em va fer pensar en la illa de San Borondon, una illa que també apareix i desapareix a les Iles Canaries, diuen que si es tracta de l’espatlla d’un monstre marí. Deliris de mariners... Ricard


Resuenen tambores guanches y canten las caracolas, que la isla misteriosa se divisa entre las olas; que San Borondón ya viene San Borondón Cabrera/Santamaría dibujándose en la bruma como si fuera una reina con su cortejo de espuma...

À esquerda. Ilhas dos Corais, SC Foto Sauê Burger Ferlauto

A 10º 10’ de longitud y a 29º 30’ de latitud situó Juan de Abreu Galindo la enigmática isla de San Borondón cuyas formas dibujó Pizzigano a corta distancia de El Hierro en su mapa de 1367 o Toscanelli en 1476. No eran los únicos puntos en los que esta isla errante había sido divisada antes de desaparecer como por arte de magia al anochecer. .El portugués Pedro Vello relató que en cierta ocasión en la ruta del Brasil, hallándose cerca de las Islas Canarias, los vientos le obligaron a buscar refugio en San Borondón, donde desembarcó junto a otros marineros de Setúbal y descubrió unas enormes huellas de hombre. Se encontraban explorando la isla cuando se levantaron vientos huracanados. Vello llamó a sus hombres, pero al no obtener respuesta y temiendo perder su barco, volvió a él en la chalupa dejando allí para siempre a los dos marineros. Mônica Arrizabalaga





Usciti i greci nell’Oceano, vi distesero la breve idea d’ogni mare que fosse d’indeterminato prospetto (onde Omero diceva l’isola Eolia esser cinta dall’Oceano), e, con l’idea, il nome, ch’or significa il mare che cinge tutta la terra, che so creder esser una grand’isola. E si ampliò al accesso la potestà di Nettunno, che dall’abisso dell’acque, che Platone pose nelle di lei viscere, egli col gran tridente faccia tremare la terra : i rozzi principi della qual fisica sono stati da noi spiegati. Giambattista Vico, La scienza nuova


� A cor é o toque do olho, a música do surdo, a palavra quem vem das trevas. Como tenho ouvido há dezenas de milhares de anos sussurrarem, como o vento nas noites de tempestade, de livro em livro, de objeto em objeto posso lhes dizer que meu toque se parece com o toque dos anjos. ¶ Uma parte minha, a parte séria, mobiliza nossa visão, enquanto a parte brincalhona voa nas alturas, seguida por vossos olhares. ¶ Que sorte tenho de ser o vermelho! Sou o fogo, sou a força! Todos me notam e admiram, e ninguém resiste a mim.


Meu nome é vermelho Orhan Pamuk


¶ ¶ ¶¶ ¶

¶¶

¶ ¶


Parágrafo (do grego: paragraphos, "escrever ao lado" ou "escrito ao lado") é uma unidade autossuficiente de um discurso, na escrita, que lida com um ponto de vista ou ideia particular. Seu símbolo é §. início de um parágrafo em um texto é indicado iniciando-se numa nova linha. Por vezes, esta primeira linha é indentada; por vezes, ela é indentada sem que se inicie uma nova linha. Ocasionalmente, o início de um parágrafo é indicado através de um pé-de-mosca: ¶. Um parágrafo consiste tipicamente de uma ideia, pensamento ou ponto principal que o unifica, acompanhado por detalhes que o complementam. Um parágrafo de não-ficção costuma se iniciar com algo mais geral e avança rumo aos específicos, de maneira a propor um argumento ou ponto de vista. Cada parágrafo constrói sobre o que veio antes e prepara para o que vem adiante de forma coerente e coesa, podendo consistir de uma ou mais orações. Quando o diálogo é citado em obras de ficção, um novo parágrafo é usado cada vez que há uma mudança da personagem que fala. Wikipidia

§


#01

Desenhado em agosto 2016. Composto com as famílias tipográficas Bodoni, Stone Sans, Courier, Zapfino. Textos Orhan Pamuk, Cabrera/Santamaría. Mônica Arrizabalaga. Ricardo Pinyol, Giambattista Vico, Fotos Sauê Burger Ferlauto Wikipida Design ilustração, fotos e edição Claudio Ferlauto

Notas de paisagens & viagens Outono 2013

#09

olhar

cadernos do #09 VERÃO 2014

alunos e

mestres

Alunos e mestres suíços Armin Hoffman, Wolfgang Weingart, Dan Friedman, Octavo. Verão 2014

#05 A ilha Registros da ilha dos Corais SC Verão 2014

CDO#17

REDLANSCAPE

#06 La nit, la casa Visão de um jardim maiorquim Texto Ricardo Pinyol Outono 2014

Cadernos do olhar

the apple a maçã la poma

#10

O oceano Paisagens marinhas Verão 2015

#12

#08

A maçã Imagens de impressos litográficos Primavera 2014

Um dia, um século Os ancestrais Primavera 2015


Cadernos do

Inverno 2016

OLHAR#17 N

W

E

S N •E •W •S


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.