Lisboa porto de saída:
Latitude, 38° 43’ 0” N. Longitude, -9° 7’ 59”
Sampa centro histórico:
Latitude 23°33’01’’ S. Longitude 46°38’02’’
Nus de nuvens Quarentena Maio 2021
Prefácio
Caro Claudio, fins avui no havia fullejat el Quadern de Cumulus, acúmulus e precipitaçoes. Gosté de leer. interessant lligar els somnis amb els núvols i els deliris, amb l’entreson, les emocions i la ciència, i el bonic viatge pels núvols dels pintors... Adorei. Muito obrigado per enviar-me els Quadernos do Olhar. Veuràs que l’últim poema del meu llibre Arrels d’aire és un poema que també parla dels núvols “mà de núvol”. Serà que els poetes estem sempre als núvols? Forta Abraçada Amic! Ricard
Mão de nuvem Ricard Martínez Pinyol
Diz: – Esta nuvem é um anjo, uma canoa do céu. Esta nuvem nasceu no mar e vem do rumor e da calma. Esta nuvem esconde raios e neve, areia, chuva e gelo. Esta nuvem é um pássaro de seda, vapor de água, poeira do deserto, filamentos de algodão, envoltório de uma voz silenciosa. Esta nuvem é uma mão, as penas de um pássaro sem rosto, uma lagoa repleta, uma sombra branca que flutua, pétalas, espuma d’água. Diz: - Não! Esta nuvem é a luz de outro ditado que passa e se vai, lenta como a fumaça, lenta como a neblina que abraça a cadeia de montanhas e acaricia os galhos. Esta nuvem desliza como um sonho, é uma forma adormecida, uma ideia extraviada, um anjo perdido, a luz cega de antigos oceanos.
Mà de núvol Ricard Martínez Pinyol
Diu: – Aquest núvol és un àngel, una canoa del cel. Aquest núvol va nàixer a la mar i ve del brogit i de calma. Aquest núvol amaga el llamp i la neu, l’arena, la pluja i el glaç. Aquest núvol és un ocell de seda, vapor d’aigua, pols del desert, filaments de cotó, embolcall de les veus callades. Aquest núvol és una mà, les plomes d’un ocell sense rostre, una llacuna engolida, una ombra blanca que sura, pètals, aigua d’escuma. Diu: – No! Aquest núvol és la llum d’un altre dictat que passa i s’en va, lent com el fum, lent com boira que abraça la carena i acarona les branques. Aquest núvol llisca com un somni, és una forma adormida, una idea extraviada, un àngel perdut, la llum cega d’antics oceans.
Peito Yoeri
Nus de nuvens Prefácio/Preface/Prefaci
Mà de núvol/Mão de nuvem, Ricard Martínez Pinyol
Sumário/Contents/Resum
Divagar com o andor Cavernas de plantão É por demais claro para ser normativo Meia volta vou ver Quatro movimentos Últimas notícias De volta às nuvens Os olhos que refletem olhares
Autores/Authors/Autors
Suiá Burger Ferlauto Claudio A R Ferlauto
Data/Date/Data
Lisboa, Portugal – Inverno-Primavera São Paulo, Brasil – Outono-Inverno Quarentena Maio 2021 ISSUU.com/olhargrafico
suiaferlauto@hotmail.com – clauf4455@gmail.com
13 março 21
Divagar com o andor. Um dia de outono de céu azul, azulzão, sem nenhuma nuvem sequer. Ninguém quer. Sem dúvidas ou indagações nebulosas ao caminhar. Sem uminha nuvem traiçoeira, criminosa, terrorista, asquerosa, comum na porta das cavernas. Em algum lugar da nuvem alguém, neste momento, responde um questionário tipo “Arte é…” (‘três pontinhos’, diz a tia na escolinha). Caminhos de cimento, pedras, cerâmicas, asfalto, grama, ervas daninhas. Sol. Trepadeiras desenhando, em suas fugas, planos verticais, ramos, braços, raminhos em direção ao alto, para a luz, para o muro do vizinho. Não uma, mas dezenas, de dois ou três tipos. Altas árvores deitam suas folhas e pequenos galhos pelo chão do caminho. Pau ferro, coqueiro, ipê, eucaliptus recortam o céu límpido de uma única nuvenzinha – cumulus esfacelado? cirrostratus desmilinguido? – tímida como em uma pintura naïfe, transparente quase azul. Azul bem clarinho. Sinta como os pés tocam as folhas secas, baganas de cigarro, sacos plástico de um supermercado, as rachaduras do calçamento. Do alto caem galhos, pequenos, secos ainda recheados de folhas verde mortas, ao lado de frutas cortadas servidas aos sabiás e outros seres voadores da redondeza que descem subitamente do alto azul depois de se fartarem de coquinhos, goiabas, amoras e até de abacates bem maduros. Divagar com o andor. Máscaras pretas e multicoloridas. Vestidinho de
muitas cores. Muitas. Catálogo de cores pantone desbeiçado pelo uso como alarmantes babados das mangas e da barra saiotada com dois dedos acima dos joelhos. Bom dia. Os pés se retorcem para acompanhar o movimento multicolorido. Bom dia.A engrenagem do relógio bate leve e constante elevando o ponteiro grande, e rápido, corre o fininho ponteiro vermelho dos segundos. É o tempo. Faz bom tempo, nenhuma nuvem. Nem nos grafites. Suiá, escrevemos agora para dar um arranque nessa escrevinhança, abs CF
18 março 21
Cavernas de plantão Vais dar a tua voltinha? Ela pergunta. Sempre que se possa. Um passeio. Não se trata de ir de um ponto ao outro. Não é sobre percorrer distâncias, é sobre tempo e batimentos cardíacos. No mínimo 40 minutos. O nariz metido dentro da máscara até chegar no bosque, se não houver gente no caminho. Então finalmente poder sentir o perfume das flores que a cada dia surgem em maior número. Aparecem lírios, margaridas, íris, mimosas. Não se trata de ir de um ponto ao outro, mas de avistar o horizonte. Alternar os músculos dos olhos, focar perto, focar longe, olhar além. Sentir o sol na pele do rosto e dos braços. Talvez não seja necessário tomar uma cápsula de vitamina D hoje.
A vegetação pinica as canelas. Ao pôr do sol há nuvens baixa serem tingidas de muitas cores. O tempo está bom. Às vezes bem mais do que 40 minutos. Uma hora, uma hora e meia. Ou até avistar o mar. Dá vontade de deitar, de se deixar na areia, de olhar o céu azul, azulzão. Por que não faz um calendário de nuvens? Só há nanquim no entanto. Ser artista é perceber que não se sabe fazer nada de útil. Viste as nuvens de grafitti que encontrei na passagem subterrânea da estação de trem Alcântara-Mar.? Aqui é a primavera que vem chegando e o ar está seco. beijos Suiá
22 março 21
É por demais claro para ser normativo Sentado na cadeira de palhinha, vestido na normalidade, olhava o bico dos sapatos de cadarços longos, cor de burro quando foge. Engraxados, as pontas refletiam a luz da lâmpada e a da janela, sair para caminhar, subir e descer escadas, atravessar o pequeno pátio e a área de serviços como se andasse na rua, normalmente. Faz um tempo que “pelas estradas das nuvens eles chegam, resmungando o trovão da rebeldia, os espectros das bestas”. (James Joyce, em Ulisses) Tempos ruins. Anda na avenida vazia, no
sentido Sul, vivalma, muita calçada, quarteirões e nenhuma nuvem. O som do celular próximo —“amar a terra, amar a terra”— é o forro de uma alma nordestina abandonada, sob a máscara negra. Som alto como recomendável para almas saudosas, a caminhada ainda tem muito chão e muito sol. Olha o sapato da direita, desamarrado, estanca, se abaixa, se apruma, o som passa acalmando as passadas. O bico ainda brilha modestamente, o silêncio ocupa seu lugar sob o céu claro: “é por demais claro para ser normativo” (Joyce, Ulisses) ou será apenas uma falsa memória. Visitar as memórias e considerar que nem todas são verdadeiras é entender que elas são invenções para tornar a vida mais interessante do que foi. Passado. Outro dia, de carro, dobra a esquina da barbearia Cavalera. Escola Estadual Maria José. Paróquia Nossa Sra. Achiropita. Blumenfree Floricultura. Pizza de Pedra. Mano 13 Pizzas. Cantina Concheta. Taverna Nicola. Depois do farol já dá para ver que tem fila. Lazzarella Cantina. Phota Editora. Basilicata Pão Italiano. Fica parado em frente ao Hotel Praça Orione. Desliga o motor. Espera. Uns onze carros à frente, parados e quando se movem, andam devagar. À direita a escadaria grafitada. Anda um tantinho e está em frente ao Espaço Gaia, um pouco mais e fica parado na esquina da rua que escoa o escasso mo-
vimento de veículos. Rua Fortaleza. — “Quanto tempo o senhor está na fila?” Quem é o próximo? Do outro lado da rua, na calçada de ladrilhos hidráulicos, um grupo de protos ou semi-executivos, de gravatas sem graça, sobre camisas claras, brancas, caminham a almoçar em um quilo sofisticado. Digo semi ou proto executivos porque os verdadeiros não usam mais suas pernas, andam de quatro rodas, e os que andam sentados no banco de trás, parecem sequer possuí-las. Correm pernas e gravatas, as nuvens negras que acompanhavam o movimento à distância, mandam seu primeiro recado e soltam baldes de águas. No carro se sente a salvo, seco, vacinado.
25 março 21
Meia volta vou ver Sentiam saudades de casa, de uma casa que não existia mais, de um país que não existia mais, que ardia incendiado, inflamado. Viviam povoados de memórias falsas, dessas invenções para tornar a vida mais interessante do que foi. E isso as vezes lhes custavam lágrimas quentes e gordas e por outras vezes ácidas.
BerlimChrista Dichgans, Plastikwolke, 1969, Berlim.
Queriam escrever sobre a nuvem artificial. Aprender a fazer sua própria, como fez Berndnaut Smilde, ou quem sabe comprar uma nuvem de fumaça das explosões de Roman Signer, ou ainda, atiçar as nuvens negras dos pneus a queimar nas barricadas contra o desgoverno. Entretanto não sabiam ser militantes ou artistas. Talvez só quisessem ler um livro de James Joyce. Não. Queriam compilar os diálogos onde a acupunturista dizia que sentir emoções não é saudável. Estavam nessa vida a passeio. Passeios dentro de casa, a mirar imagens-espectros no computador, a confabular o que seria essa realidade mais estranha que a ficção, o mundo afinal que se lhes apresentava nas telas. Onde quer que se estivesse, no feed, no history. Parecia-lhes mais fácil desejar o desejo dos outros. Pensavam que tantas atividades online os privavam de sentir ausência, ou o luto pelas coisas que morreram, pelas pessoas que morreram, e iludiam-se com a volta dos que não foram. Não havia volta. Suiá
31 março 21
Quatro movimentos Cara Suiá 1 Céus de outono sem nuvens tal um ‘céu de brigadeiro’. Diferentemente de céus nubladíssimos do verão com suas grandes massas brancas que dominam o espaço. Nuvens carregadas. Ameaçadoras. Horizontes fechados por nuvens negras que, na infância, anunciavam chuvas com certeza antes do anoitecer. Nuvens acompanhadas de trovoadas, menos assustadoras, que prometem chuva breve, rápida. Nuvens esquisitas que os ventos fortes rapidamente desanuviam. 2 Azul III. Um longo e fino fio negro recorta o espaço numa diagonal imperfeita. No alto encontra uma rubra mancha, vermelha, abaixo, como boiando no espaço, flutua uma figura negra de forma ovalada. O ano é 1961. Ainda dá para perceber pequenas nuvenzinhas, cinco ou seis núvols petits, como digitais deixadas ao léu sobre a massa azul/blau. Azul II. Aproximando da mancha vermelha, agora um longo e largo risco, as crescidas digitais esbranquiçadas desbotam o azul/blau. O negro ovalado desloca-se acompanhado de onze pontos negros, pequenos e circulares, irregularmente. A cor preta é sólida,
a vermelha tem diferentes tons. É um close, uma visão de binóculos. Azul I. A cena está desfocada. Uma nuvem em dissipação, muito transparente, como um véu adolescente, contem a forma vermelha com um halo escuro e oito formas negras, circulares que se diluem do mesmo modo como desaparece o comprimido efervescente na jarra de vidro azul/blau cheia d’água do Mediterrâneo. 3 Céu noturno, lua cheia, ventos do Sul. A luminosidade do ar é alterada constantemente pela passagem de nuvens em pedaços arrastadas pelo vento Sul. Cobrem as estrelas e presenteiam o infinito com tons de azuis/blaus tendo como cenário milhões de estrelas da Via Láctea. A lua, entretanto, sem maldade, esconde as estrelas mais distantes cuja luz já enfraquece a milhões de anos-luz. 4 Noite fechada, céu escuro, lua nova. Céu carregado de eletricidade, dá para sentir tensão na pele, mas não para enxergar algo nem ao Sul nem ao Norte. Raios, trovões, no entanto, revelam as grossas nuvens de chuva escondidas na escuridão. Sob a marquise lembramos como nos sentíamos, quando pequenos, acossados pelo negror das tempestades noturnas. Ah, se pudéssemos acender um cigarro, tragar, soltar uma nuvem de fumaça, como nos filmes antigos e relaxar. Fim. Lá vem chegando o ônibus. CF
10 abril 21
Últimas notícias Havia previsão de chuva, entretanto a manhã estava ensolarada. Ainda assim o asfalto molhado denunciava precipitações noturnas. Hoje a temperatura do dia acompanha os mesmos nuances de cor e densidade das nuvens, brancos, cinzas, chumbo, azuis, clarinhos, I, II, III. Já agora chove, e ao mesmo tempo se pode sentir o mormaço entrar pela janela da sala e aquecer o pescoço por trás. As plantas, se pudessem amar, amariam esse dia. De dentro de casa, ouve-se o chiado da roda molhada dos carros na rua, entre outros ruídos: o elevador, os pássaros, os passos no quarto adjacente. Há pouco procurava onde havia lido ser possível dissolver nuvens com a força do pensamento… Como é feito o bombardeamento de nuvens para provocar chuva? (Mundo Estranho, 2018). Também conhecida como pulverização ou semeadura de nuvens, essa técnica consiste em lançar no céu alguma substância que facilite a formação de gotas de chuva. O componente mais usado é o cloreto de sódio... Leia mais em: https://super.abril.com.br/mundo-estranho/como-e-feito-o-bombardeamento-de-nuvens-para-provocar-chuva/
Rússia vai dissolver nuvens com químicos para evitar mau tempo (Mundo Estranho, 2017). A Rússia vai utilizar aviões da Força Aérea para uma operação que tem como objetivo dissolver as nuvens, a partir das 00h00 de amanhã. Desde modo, será possível celebrar o Dia da Vitória sobre os nazis sem risco de chuva. Nove Antonov, aviões militares russos, vão sobrevoar a cidade de Moscovo, nesta terça-feira, para manipular o estado meteorológico e garantir bom tempo nas festas do Dia da Vitória. Dissolvendo as nuvens de pensamentos https://www.somostodosum.com.br/clube/artigos/espiritualidade/dissolvendo-as-nuvens-de-pensamentos-43092.html Talvez tenha sido no livro Fernão Capelo Gaivota, há algumas décadas atrás. Ai a memória… Também os sonhos voltaram a ser nebulosos, mas ao menos se pode dormir novamente. Suiá
11 abril 21
De volta às nuvens Uma delas contém raios, a outra, chuvas. Eletricidade e água. A terceira carrega o temor de tempestades. Fechar os olhos,
a paisagem ampla de horizonte amplia as imagens, sequência de cinema ou de série televisiva, a subconsciência de um sonho. Subterrânea, subcutânea, sobrenatural, sobretudo, sobremesa. Submaneiras do ver, não do olhar, pois sonhamos de olhos fechados (na porta do quarto do poeta: ‘Silêncio, estamos trabalhando’). No fundo do olho direito nascem frondosas árvores de palavras, no esquerdo, crescem poças d’água da chuva. Prosseguem as imagens sem fim, frustrantes em relação à realidade. O sonho incomoda, desconforta, angustia. (Mas é apenas um sonho) É preciso acordar. Acordar é sempre preciso. A paisagem geométrica no piso, em número de quadrados não maior que em um tabuleiro de xadrez, complexa, incompleta, limitada. Inverdade onírica porque projetada para iludir e negar com ironia a paisagem impossível de sons que determinam e paragonam o tempo irreal. Damos uma googlada na memória e o resultado é desestimulante: alguém está tirando uma do sonhador. É hora de acordar. Um raio rasga o espaço, num átimo do tempo e imprime no fundo dos olhos uma tênue linha no horizonte, ornada, à esquerda, por um grupo de montanhas, no olho direito, atrás das árvores, o plano infinito do oceano é pontilhado por quatro manchas escuras: uma grande em forma de baleia e as três restantes montículos de memórias, reais e falsas, concentradas e agrupadas, olhos que refletem olhares como espelhos refletem a luz solar. A obra, um trompe-l’oeil tridimensional, instalação, Etant donnés, que só pode
ser vista fresteando a antiga porta de madeira (também pode ser vista na web, é bom explicar…), resultado de cerca de vinte anos de pensamentos, é descrita simplificadamente como “uma paisagem onde protagonizam eletricidade (a lâmpada que pisca intermitentemente) e água (a cascata entre rochas), […] um pequeno lago, […] colinas de abundante vegetação […] um céu inevitavelmente azul. Duas ou três nuvenzinhas, inevitavelmente brancas, […] Quietude: um pedaço de tempo detido”, escreveu Octavio Paz sobre a obra de Marcel Duchamp. Memória (recente). Sonho (futuro). Três nuvenzinhas, quem diria, com trombones e pequenos mamíferos enrustidos nos seus bojos. Até mais, CF
9 maio 21
Os olhos que refletem olhares
[…] talvez seja isso que sinto, que há um fora e um dentro e eu no meio, talvez seja isso que sou, a coisa que divide o mundo em dois, de uma parte o fora, da outra o dentro, isso pode ser fino como uma lâmina, não estou nem de um lado nem do outro, estou no meio, […] talvez seja isso que eu sinto, me sinto vibrar, sou o tímpano, de um lado é o crânio, do outro o mundo…Samuel Beckett, O Inominável.
Em 2014 o artista norte americano Richard Tuttle em entrevista disse que artistas são como nuvens: “Artistas, eles vêm da natureza, são como as nuvens que simplesmente acontecem.” Apesar de todas as condições atmosféricas da vida. Ele diz que os melhores artistas são aqueles mais disciplinados. Há vários processos de formação das nuvens e das suas dimensões, que dependem da temperatura e da altura onde a nuvem se localiza… Nascido em 1941, em New Jersey, sua reputação como artista eminente do pós minimalismo se deu rapidamente na Europa. Nos Estados Unidos, a aceitação de seu trabalho foi mais lenta. Entretanto, suas obras em papel são consideradas obras seminais na arte americana. Em 1975 Tuttle teve uma exposição no Whitney Museum of American Art. A exposição foi tão polêmica que a curadora, Marcia Tucker, perdeu seu emprego, após uma crítica de Hilton Kramer. Kramer, então crítico de arte do The New York Times, escreveu, referindo-se ao ditado de Ludwig Mies van der Rohe ‘menos é mais’, “na obra de Tuttle, menos é inconfundivelmente menos… Alguém é tentado a dizer, no que diz respeito à arte, menos nunca foi tão menos do que isto”. John Cage dizia que sempre há menos a fazer. Talvez haja qualquer coisa desesperançada e despropositada em se fazer arte. Artistas, como nuvens, fazem-se e se desfazem constantemente… Saudades, Suiá
Atlas2, Berndnaut Smilde
Joyce, James. Ulisses. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1967 Pinyol, Ricard Martínez. Arrels d’aire, Barcelona, La Breu Edicions, 2021. Bach, Richard. Fernão Capelo Gaivota, Rio de Janeirto, Record, 2017. Paz, Octavio. Marcel Duchamp ou O Castelo da Pureza. São Paulo, Perspectiva, 2007. Calendário da capa: Suiá Burger Ferlauto. Fotos não creditadas são dos autores.
Quarentena Maio 2021
Lisboa porto de saída:
Latitude, 38° 43’ 0” N. Longitude, -9° 7’ 59”
Sampa centro histórico:
Latitude 23°33’01’’ S. Longitude 46°38’02’’
Nus de nuvens Quarentena Maio 2021