ESTATUTO DO IDOSO PROFA MSc: GHISÉLE ALVES FERREIRA
LEI N.º 10.741, DE 1.º DE OUTUBRO DE 2003: o Estatuto do Idoso.
• Art. 1.º É instituído o Estatuto do Idoso,
destinado a regular os direitos assegurados às pessoas com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos.
Art. 2.º O idoso goza de todos os direitos
fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-se-lhe, por lei ou por outros 7 meios, todas as oportunidades e facilidades, para preservação de sua saúde física e mental e seu aperfeiçoamento moral, intelectual, espiritual e social, em condições de liberdade e dignidade.
CONSTITUIÇÃO FEDERAL
Art. º 3. É obrigação da família, da
comunidade, da sociedade e do Poder Público assegurar ao idoso, com absoluta prioridade, a efetivação do direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária.
A garantia de prioridade compreende: • I - atendimento preferencial imediato e
individualizado junto aos órgãos públicos e privados prestadores de serviços à população;
• II - preferência na formulação e na execução de
políticas sociais públicas específicas;
• III - destinação privilegiada de recursos públicos
nas áreas relacionadas com a proteção ao idoso;
• IV - viabilização de formas alternativas de
participação, ocupação e convívio do idoso com as demais gerações;
E AINDA... • V - priorização do atendimento do idoso por sua
própria família, em detrimento do atendimento asilar, exceto dos que não a possuam ou careçam de condições de manutenção da própria sobrevivência;
• VI - capacitação e reciclagem dos recursos
humanos nas áreas de geriatria e gerontologia e na prestação de serviços aos idosos;
• VII - estabelecimento de mecanismos que
favoreçam a divulgação de informações de caráter educativo sobre os aspectos biopsicossociais de envelhecimento;
• VIII - garantia de acesso à rede de serviços de
saúde e de assistência social locais.
Art. 4.º • Nenhum idoso será objeto de qualquer
tipo de negligência, discriminação, violência, crueldade ou opressão, e todo atentado aos seus direitos, por ação ou omissão, será punido na forma da lei.
• § 1.º É dever de todos prevenir a
ameaça ou violação aos direitos do idoso.
• § 2.º As obrigações previstas nesta Lei
não excluem da prevenção outras decorrentes dos princípios por ela adotados.
Art. 5.º • A inobservância das normas de
prevenção importará em responsabilidade à pessoa física ou jurídica nos termos da lei.
Art. 6.º e Art. 7.º • Art. 6.º Todo cidadão tem o dever de
comunicar à autoridade competente qualquer forma de violação a esta Lei que tenha testemunhado ou de que tenha conhecimento.
• Art. 7.º Os Conselhos Nacional,
Estaduais, do Distrito Federal e Municipais do Idoso, previstos na Lei n.° 8.842, de 4 de janeiro de 1994, zelarão pelo cumprimento dos direitos do idoso, definidos nesta Lei.
DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS • CAPÍTULO I DO DIREITO À VIDA
• Art. 8.º O envelhecimento é um direito
personalíssimo e a sua proteção um direito social, nos termos desta Lei e da legislação vigente.
• Art. 9.º É obrigação do Estado, garantir à
pessoa idosa a proteção à vida e à saúde, mediante efetivação de políticas sociais públicas que permitam um envelhecimento saudável e em condições de dignidade.
DO DIREITO À LIBERDADE, AO RESPEITO E À DIGNIDADE • Art. 10. É obrigação do Estado e da
sociedade, assegurar à pessoa idosa a liberdade, o respeito e a dignidade, como pessoa humana e sujeito de direitos civis, políticos, individuais e sociais, garantidos na Constituição e nas leis. §
• 1.º O direito à liberdade compreende, entre
outros, os seguintes aspectos:
DO DIREITO À LIBERDADE, AO RESPEITO E À DIGNIDADE • I - faculdade de ir, vir e estar nos logradouros
públicos e espaços comunitários, ressalvadas as restrições legais;
• II - opinião e expressão; • III - crença e culto religioso; • IV - prática de esportes e de diversões; • V - participação na vida familiar e comunitária; • VI - participação na vida política, na forma da lei; • VII - faculdade de buscar refúgio, auxílio e
orientação.
DO DIREITO À LIBERDADE, AO RESPEITO E À DIGNIDADE • 2.º O direito ao respeito consiste na
inviolabilidade da integridade física, psíquica e moral, abrangendo a preservação da imagem, da identidade, da autonomia, de valores, idéias e crenças, dos espaços e dos objetos pessoais.
• § 3.º É dever de todos zelar pela dignidade
do idoso, colocando-o a salvo de qualquer tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor.
CAPÍTULO III: DOS ALIMENTOS • Art. 11. Os alimentos serão prestados ao
idoso na forma da lei civil.
• Art. 12. A obrigação alimentar é solidária,
podendo o idoso optar entre os prestadores.
• Art. 13. As transações relativas a
alimentos poderão ser celebradas perante o Promotor de Justiça, que as referendará, e passarão a ter efeito de título executivo extrajudicial nos termos da lei processual civil.
Dos alimentos... • Art. 14. Se o idoso ou seus familiares
não possuírem condições econômicas de prover o seu sustento, impõe-se ao Poder Público esse provimento, no âmbito da assistência social.
CAPÍTULO IV DO DIREITO À SAÚDE • Art. 15. É assegurada a atenção
integral à saúde do idoso, por intermédio do Sistema Único de Saúde - SUS, garantindo-lhe o acesso universal e igualitário, em conjunto articulado e contínuo das ações e serviços, para a prevenção, promoção, proteção e recuperação da saúde, incluindo a atenção especial às doenças que afetam preferencialmente os idosos.
Art. 15. 1.º A prevenção e a manutenção da saúde do idoso serão efetivadas por meio de:
• §
• I - cadastramento da população idosa em base territorial; • II - atendimento geriátrico e gerontológico em ambulatórios; • III - unidades geriátricas de referência, com pessoal especializado nas
áreas de geriatria e gerontologia social;
• IV - atendimento domiciliar, incluindo a internação, para a
população que dele necessitar e esteja impossibilitada de se locomover, inclusive para idosos abrigados e acolhidos por instituições públicas, filantrópicas ou sem fins lucrativos e eventualmente conveniadas com o Poder Público, nos meios urbano e rural;
• V - reabilitação orientada pela geriatria e gerontologia, para redução
das seqüelas decorrentes do agravo da saúde.
Art. 15. • § 2.º Incumbe ao Poder Público fornecer aos idosos,
gratuitamente, medicamentos, especialmente os de uso continuado, assim como próteses, órteses e outros recursos relativos ao tratamento, habilitação ou reabilitação.
• § 3.º É vedada a discriminação do idoso nos planos de
saúde pela cobrança de valores diferenciados em razão da idade.
• § 4.º Os idosos portadores de deficiência ou com
limitação incapacitante terão atendimento especializado, nos termos da lei.
Art. 16. • Ao idoso internado ou em observação é assegurado o
direito a acompanhante, devendo o órgão de saúde proporcionar as condições adequadas para a sua permanência em tempo integral, segundo o critério médico.
• Parágrafo único. Caberá ao profissional de saúde
responsável pelo tratamento conceder autorização para o acompanhamento do idoso ou, no caso de impossibilidade, justificá-la por escrito.
Art. 17. • Ao idoso que esteja no domínio de suas
faculdades mentais é assegurado o direito de optar pelo tratamento de saúde que lhe for reputado mais favorável.
• Parágrafo único. Não estando o idoso em
condições de proceder à opção, esta será feita:
Art. 17. • I - pelo curador, quando o idoso for interditado; • II - pelos familiares, quando o idoso não tiver curador
ou este não puder ser contactado em tempo hábil;
• III - pelo médico, quando ocorrer iminente risco de
vida e não houver tempo hábil para consulta a curador ou familiar;
• IV - pelo próprio médico, quando não houver curador
ou familiar conhecido, caso em que deverá comunicar o fato ao Ministério Público.
Art. 18. • As instituições de saúde devem atender aos
critérios mínimos para o atendimento às necessidades do idoso, promovendo o treinamento e a capacitação dos profissionais, assim como orientação a cuidadores familiares e grupos de auto-ajuda.
Art. 19. • . Os casos de suspeita ou confirmação de maus-
tratos contra idoso serão obrigatoriamente comunicados pelos profissionais de saúde a quaisquer dos seguintes órgãos:
• I - autoridade policial; • II - Ministério Público; • III - Conselho Municipal do Idoso; • IV - Conselho Estadual do Idoso; • V - Conselho Nacional do Idoso.
CAPÍTULO V • Art. 20. O idoso tem direito a educação, cultura,
esporte, lazer, diversões, espetáculos, produtos e serviços que respeitem sua peculiar condição de idade.
• Art. 21. O Poder Público criará oportunidades de
acesso do idoso à educação, adequando currículos, metodologias e material didático aos programas educacionais a ele destinados.
Art. 21. • § 1.º Os cursos especiais para idosos incluirão conteúdo
relativo às técnicas de comunicação, computação e demais avanços tecnológicos, para sua integração à vida moderna.
• § 2.º Os idosos participarão das comemorações de
caráter cívico ou cultural, para transmissão de conhecimentos e vivências às demais gerações, no sentido da preservação da memória e da identidade culturais.
Art. 22. • Nos currículos mínimos dos diversos níveis
de ensino formal serão inseridos conteúdos voltados ao processo de envelhecimento, ao res17 peito e à valorização do idoso, de forma a eliminar o preconceito e a produzir conhecimentos sobre a matéria.
Art. 23. e Art. 24. • Art. 23. A participação dos idosos em atividades
culturais e de lazer será proporcionada mediante descontos de pelo menos 50% (cinqüenta por cento) nos ingressos para eventos artísticos, culturais, esportivos e de lazer, bem como o acesso preferencial aos respectivos locais.
• Art. 24. Os meios de comunicação manterão espaços
ou horários especiais voltados aos idosos, com finalidade informativa, educativa, artística e cultural, e ao público sobre o processo de envelhecimento.
Art. 25. • O Poder Público apoiará a criação de
universidade aberta para as pessoas idosas e incentivará a publicação de livros e periódicos, de conteúdo e padrão editorial adequados ao idoso, que facilitem a leitura, considerada a natural redução da capacidade visual.
CAPÍTULO VI: DA PROFISSIONALIZAÇÃO E DO TRABALHO • Art. 26. O idoso tem direito ao exercício de atividade
profissional, respeitadas suas condições físicas, intelectuais e psíquicas.
• Art. 27. Na admissão do idoso em qualquer trabalho ou
emprego, é vedada a discriminação e a fixação de limite máximo de idade, inclusive para concursos, ressalvados os casos em que a natureza do cargo o exigir.
• Parágrafo único. O primeiro critério de desempate
em concurso público será a idade, dando-se preferência ao de idade mais elevada
Art. 28. • O Poder Público criará e estimulará programas de: • I - profissionalização especializada para os idosos,
aproveitando seus potenciais e habilidades para atividades regulares e remuneradas;
• II - preparação dos trabalhadores para a aposentadoria,
com antecedência mínima de 1 (um) 19 ano, por meio de estímulo a novos projetos sociais, conforme seus interesses, e de esclarecimento sobre os direitos sociais e de cidadania;
• III - estímulo às empresas privadas para admissão de
idosos ao trabalho.
CAPÍTULO VII: DA PREVIDÊNCIA SOCIAL
• Art. 29. Os benefícios de aposentadoria e pensão
do Regime Geral da Previdência Social observarão, na sua concessão, critérios de cálculo que preservem o valor real dos salários sobre os quais incidiram contribuição, nos termos da legislação vigente.
Art. 29. • Parágrafo único.
Os valores dos benefícios em manutenção serão reajustados na mesma data de reajuste do saláriomínimo, pro rata, de acordo com suas respectivas datas de início ou do seu último reajustamento, com base em percentual definido em regulamento, observados os critérios estabelecidos pela Lei n.° 8.213, de 24 de julho de 1991.
Art. 30. • Art. 30. A perda da condição de segurado não será considerada para a concessão da aposentadoria por idade, desde que a pessoa conte com, no mínimo, o tempo de contribuição correspondente ao exigido para efeito de carência na data de requerimento do benefício.
Art. 30. • Parágrafo único. O cálculo do valor do
benefício previsto no caput observará o disposto no caput e § 2.° do art. 3.° da Lei n.° 9.876, de 26 de novembro de 1999, ou, não havendo salários-de contribuição recolhidos a partir da competência de julho de 1994, o disposto no art. 35 da Lei n.° 8.213, de 1991.
Art. 31. • Art. 31. O pagamento de parcelas relativas a benefícios, efetuado com atraso por responsabilidade da Previdência Social, será atualizado pelo mesmo índice utilizado para os reajustamentos dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social, verificado no período compreendido entre o mês que deveria ter sido pago e o mês do efetivo pagamento.
Art. 32.
• Art. 32. O Dia Mundial do Trabalho, 1.° de
Maio, é a data-base dos aposentados e pensionistas.