Destaques de maio Cia das Letras

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Em junho:

Muito além do nosso eu, LANÇAMENTOS maio 2011

Miguel Nicolelis

O MUSEU DA INOCÊNCIA Orhan Pamuk Um par de brincos, um copo, um batom, um velocípede. Objetos que compõem um museu organizado como lembrança de um caso de amor vivido por um homem trinta anos antes, em Istambul, Turquia. Pamuk, no primeiro romance escrito depois de ser laureado com o prêmio Nobel, transforma a história em um microcosmo dos dilemas sociais e morais pelos quais a Turquia passava nos anos 1970 melancólico museu de objetos, que acaba sendo uma versão em miniatura dos dramas sociais da época e das relações entre homens e mulheres no país. Apesar do distanciamento cronológico, cada sofrimento e crise de ciúme do protagonista são rememorados nos mais íntimos detalhes, carregados de emoção e conduzidos com elegância pela prosa de Pamuk. O Museu da Inocência articula o impasse que viveu a Turquia dos anos 1970 — e que ainda repercute nos dias atuais —, dividida entre impulsos ocidentalizantes e tradicionais. O estilo de Pamuk mimetiza este momento histórico, prestando uma homenagem ao mesmo tempo aos sentimentais romances do cinema popular turco e aos grandes clássicos da literatura europeia, de Goethe a Flaubert. Orhan Pamuk nasceu em 1952, em Istambul, na Turquia. Prêmio Nobel de literatura de 2006, é autor de romances e ensaios, e foi traduzido para mais de quarenta idiomas. De sua autoria, a Companhia das Letras publicou O castelo branco, Istambul, O livro negro, A maleta do meu pai, Meu nome é vermelho, Neve e Outras cores.

Romance Tradução: Sergio Flaksman Capa: warrakloureiro 568 pp. (estimadas) 16 x 23 cm Tiragem: 3000 ex. R$ 67,00 ISBN e código de barras: 978-85-359-1857-1

“Esta representação dos órgãos internos do corpo humano foi tirada de um anúncio do analgésico Paradison, exibido nas vitrines de todas as farmácias de Istambul na época, e a exponho aqui para mostrar ao visitante do museu onde a agonia do amor apareceu primeiro, onde se tornou mais pronunciada e, depois, até onde se espalhou. É preciso explicar para os leitores sem acesso a nosso museu que a dor mais acentuada manifestava-se inicialmente no quadrante superior esquerdo do estômago. À medida que se intensificava, a dor se difundia, como indica o desenho, para a cavidade situada entre os pulmões e o estômago. A essa altura, sua presença não se limitava mais ao lado esquerdo do abdome, instalava-se também no direito, e eu tinha a impressão de que enfiavam em mim a ponta de um atiçador, ou uma chave de fenda.”

Spencer Platt

Kemal, homem nos seus trinta anos, descendente de uma família rica e tradicional, está prestes a se casar com Sibel, mulher inteligente e refinada. Na Turquia dos anos 1970, eles representam um casal moderno, que se arrisca a fazer sexo antes do casamento. A vida de Kemal, de fato, parece completa em todos os aspectos — financeiro, familiar e amoroso. No entanto, ao reencontrar-se com Füsun, uma prima distante de dezoito anos que trabalha como vendedora em uma boutique, toda a sua estabilidade colapsa. Ele passa a ter encontros sexuais frequentes com a jovem bela e esbelta, embora não considere romper o noivado com Sibel, a esposa perfeita aos olhos da sociedade turca. À medida que o dia do casamento se aproxima, a pressão sobre Kemal, que julgara ter tomado uma decisão muito moderna e europeia, aumenta. A partir dessa história de desilusão, obsessão amorosa e embate entre Ocidente e Oriente, tradição e modernidade, Orhan Pamuk desenha um panorama social e cultural da Turquia. Como prova da existência de sua estreita ligação com Füsun, o narrador, que conta a história a partir do presente, está organizando um


HERÓIS DEMAIS Laura Restrepo

Até onde uma ditadura interfere nas relações pessoais? Como ela molda o caráter de seus adversários? Em um romance ágil e irônico, em que mãe e filho recompõem sua história, Laura Restrepo narra um acerto de contas político e familiar com o passado Romance Tradução: Ernani Ssó Capa: Rita da Costa Aguiar 176 pp. (estimadas) 14 x 21 cm Tiragem: 4000 ex. R$ 39,50 ISBN e código de barras: 978-85-359-1864-9

LANÇAMENTOS MAIO 2011

“Laura Restrepo é uma escritora que ilumina o mundo.” — The Washington Post Heróis demais, oitavo livro de Laura Restrepo, traz a história clássica de um filho em busca do pai. Mas essa busca não é nada clássica, nem esse pai. Mateo, um adolescente de dezesseis anos, vai para Buenos Aires com a mãe, Lorenza, esperando encontrar o pai que não vê desde a infância. Para que Mateo entenda como e por que tudo aconteceu, Lorenza fala dos quatro anos de militância que ela e o pai de Mateo viveram, na Argentina nos tempos da guerra suja. Apesar do olhar cheio de saudade pelo passado, os retratos de Lorenza, dos demais companheiros e da própria luta são traçados com alguma ironia, e a complacência da mãe esbarra nas críticas do filho. Mateo, um adolescente mais interessado em jogos eletrônicos que em política, está cansado: cansado desse pai fantasma, cansado da mãe onipresente, cansado de ser arrastado por acontecimentos que não compreende. Há uma tensão ambígua entre Lorenza e Mateo, feita de culpas, desculpas, acusações, mas também de compreensões e de um afeto enorme, que muitas vezes leva a cenas tristemente cômicas. No centro do imbróglio está o silêncio. Por motivos de segurança, Lorenza e o amante calavam até o que não deviam, vivendo assim numa espécie de vácuo, sustentados quase que apenas pelo ini-

migo comum. Quando o inimigo sumiu, eles não se reconheceram mais, nem souberam o que fazer de si mesmos. Daí a dificuldade que Lorenza tem de falar para o filho sobre uma pessoa de carne e osso. Mas agora esse silêncio tem de ser rompido. O passado tem de ser amansado com palavras, ou continuará fazendo vítimas. Um assunto delicado e doloroso, mas que Laura Restrepo aborda com extraordinária leveza e bom humor. Com uma linguagem perfeitamente coloquial, mas que não dispensa o rigor técnico, o romance se estrutura numa montagem de tempos e cenários que faz lembrar Mario Vargas Llosa, deixando o leitor à espera do desfecho do drama até os últimos parágrafos, como numa boa história policial. Laura Restrepo nasceu em Bogotá, Colômbia, em 1950, e formou-se em letras e filosofia pela Universidad de los Andes. Atualmente escreve para o jornal espanhol El País e é professora na Universidade de Cornell, nos Estados Unidos. Escritora admirada por autores como García Marquez e Saramago e traduzida para mais de vinte idiomas, recebeu uma série de prêmios internacionais como o Prix France Culture, o prêmio Grinzane Cavour e o Prêmio Sor Juana Inês de la Cruz. Dela, a Companhia das Letras publicou A noiva escura (2003) e Delírio (2008). 2


O HOMEM DE BEIJING Henning Mankell

Primeiro lugar nas listas de best-sellers da Suécia, Noruega, Finlândia, Alemanha, Holanda e Espanha

Policial Tradução: George Schlesinger Capa: Kiko Farkas/ Máquina Estúdio 512 pp. (estimadas) 14 x 21 cm Tiragem: 5000 ex. R$ 46,00 ISBN e código de barras: 978-85-359-1854-0

Do autor dos romances protagonizados por Kurt Wallander, que venderam mais de 30 milhões de cópias no mundo

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Em um povoado do norte da Suécia, dezenove pessoas são assassinadas por um psicopata cruel e metódico, que antes de mutilar as vítimas com uma grande lâmina as amarra e submete a demorados tipos de tortura. Lendo por acaso os sobrenomes das vítimas nos jornais, a juíza Birgitta Roslin suspeita que os crimes estejam relacionados ao passado de pessoas muito próximas, e passa a investigá-los por conta própria “Henning Mankell é o rei do policial.” — The Economist A juíza distrital Birgitta Roslin vive e trabalha em Helsinborg, sul da Suécia, região próxima aos cenários enevoados em que Shakespeare ambienta a tragédia de Hamlet. Embora cansada, devido ao excesso de casos em julgamento, e exasperada com a infindável crise no casamento com Staffan, um calado condutor de trens, não pode reclamar da vida confortável de que ela e sua família podem desfrutar, após um começo difícil. Filha de uma mulher muito humilde e quase sem instrução, Birgitta teve de batalhar muito na vida, o que lhe incutiu grande consciência social — para lutar pela abolição das injustiças do mundo, a futura juíza, quando estudante, chegara a se envolver nos movimentos radicais de esquerda que se inspiravam na Revolução Cultural de Mao Tsé-Tung, lembrança da juventude ingênua que ainda se conserva em sua admiração pela grande história cultural da civilização chinesa. Mas o atual cotidiano pacato e previsível da juíza Roslin será chacoalhado pela notícia de um massacre de idosos, perpetrado num vilarejo do norte do país. Lendo por acaso os sobrenomes das vítimas nos jornais, Birgitta suspeita que o crime esteja relacionado ao passado de pessoas próximas, o que a leva a investigar os fatos por conta própria e à margem

da lei — após o fracasso da polícia e da promotoria em decifrar esse enigma horripilante e complexo. A heroína do novo romance de Henning Mankell possui uma inteligência analítica certamente comparável à do inspetor Kurt Wallander. No entanto, a inexperiência em casos criminais de grande envergadura logo coloca sua vida em grande perigo. Ligando o assassinato das dezenove vítimas inocentes ao rastro de fome, tortura e morte deixado pelo imperialismo ocidental no século xix, a trama de O homem de Beijing estabelece conexões inauditas com a política internacional da atualidade. Distribuída entre quatro continentes, a narrativa desafia as convenções do gênero policial, conduzindo a um vertiginoso labirinto de referências históricas, culturais e geopolíticas. Henning Mankell nasceu na Suécia, em 1948. Romancista, ensaísta e dramaturgo, há mais de quinze anos divide-se entre Estocolmo e Maputo, em Moçambique, onde dirige projetos de inclusão social. Grande sucesso de público e crítica, ganhou projeção internacional com as histórias protagonizadas pelo inspetor Kurt Wallander, entre as quais O homem que sorria, Os cães de Riga e O guerreiro solitário, publicadas no Brasil pela Companhia das Letras. LANÇAMENTOS MAIO 2011


AS VARIAÇÕES BRADSHAW Rachel Cusk A autora do celebrado romance Arlington Park entretece aqui um sutil panorama social por meio de consciências singulares. Composto de cenas fragmentárias, o romance se apoia na inquietude de um casal que decide trocar de papéis

Romance Tradução: Fernanda Abreu Capa: Elisa v. Randow 264 pp. (estimadas) 14 x 21 cm Tiragem: 2000 ex. R$ 48,00 ISBN e código de barras: 978-85-359-1868-7

Com quase quarenta anos e pais de uma filha de oito, Thomas Bradshaw e sua mulher, Tonie, têm uma vida estável nos arredores de Londres. No entanto, quando Tonie é chamada a trocar as aulas de literatura em tempo parcial pelo cargo de chefe do departamento de inglês na universidade, abandona a zona de conforto do trabalho entremeado à vida doméstica e avança com curiosidade por seu novo universo solidamente regulado. Movido por curiosidade simetricamente oposta, Thomas abdica de seu próprio emprego e assume o antigo lugar de Tonie, cuidando dos afazeres domésticos e estudando piano, à procura de resposta para a pergunta: “O que é a arte?”. O leitor terá diante de si um ano na vida dos Bradshaw, flagrados em cenas

do cotidiano em que não raro despontam o sinistro e o grotesco. Como um romance sem herói ou música que se faz no diálogo entre as partes executadas por seções diferentes de uma orquestra, a família se desdobra também pelos olhares de parentes e até da sublocatária imigrante, testemunhas da estranheza desse casal que decide conduzir uma nova experiência. Como uma boa faxina na casa ou uma sinfonia, que podem trazer seu próprio momento de iluminação, um dos acidentes da vida que fará que a resposta às perguntas do casal surja onde não era esperada. Rachel Cusk nasceu em 1967, no Canadá. É autora de nove livros. Foi finalista do Orange Prize em 2007 e ganhou o Whitbread First Novel Award por seu romance de estreia.

HIBISCO ROXO Chimamanda Ngozi Adichie Em um romance que mistura autobiografia e ficção, Chimamanda Ngozi Adichie — uma das mais aclamadas escritoras africanas da atualidade — traça, de forma sensível e surpreendente, um panorama social, político e religioso da Nigéria atual “Uma história sensível e delicada sobre uma jovem exposta à intolerância religiosa e ao lado obscuro da sociedade nigeriana.” — J.M. Coetzee

Romance Tradução: Julia Romeu Capa: Mayumi Okuyama 328 pp. (estimadas) 14 x 21 cm Tiragem: 3000 ex. R$ 49,00 ISBN e código de barras: 978-85-359-1850-2 LANÇAMENTOS MAIO 2011

Protagonista e narradora de Hibisco ro­­xo, a adolescente Kambili mostra como a religiosidade extremamente “branca” e católica de seu pai, Eugene, famoso industrial nigeriano, inferniza e destrói lentamente a vida de toda a família. O pavor de Eugene às tradições primitivas do povo nigeriano é tamanho que ele chega a rejeitar o pai, contador de histórias encantador, e a irmã, professora universitária esclarecida, temendo o inferno. Mas, apesar de sua clara violência e opressão, Eugene é benfeitor dos pobres e, estranhamente, apoia o jornal mais pro­gressista do país. Durante uma temporada na casa de sua tia, Kambili acaba se apaixonando por um padre que é obrigado a deixar a Nigéria, por falta de segurança e de

perspectiva de futuro. Enquanto narra as aventuras e desventuras de Kambili e de sua família, o romance também apresenta um retrato contundente e original da Nigéria atual, mostrando os remanescentes invasivos da colonização tanto no próprio país, como, certamente, também no resto do continente. Chimamanda Ngozi Adichie nasceu na Nigéria em 1977 e imigrou para os Estados Unidos aos dezenove anos. Muitas vezes premiada e anunciada como a nova voz da literatura nigeriana, vem sendo comparada a autores do porte de V. S. Naipaul, Chinua Achebe e Nadine Gordimer. Seu romance Meio sol amarelo (Companhia das Letras, 2008) ganhou o prêmio Orange Prize de Ficção. 4


BOMBAIM: CIDADE MÁXIMA Suketu Mehta Sucesso de público e crítica, este é um mergulho perturbador na metrópole mais populosa, violenta e fascinante da Índia. Reportagem inaudita e avassaladora das entranhas de Bombaim, foi indicada ao prêmio Pulitzer

Direitos de cinema comprados por Danny Boyle, diretor de Quem quer ser um milionário?

“O melhor livro já escrito sobre esta metrópole grande e arruinada!” — Salman Rushdie Mais de vinte anos depois de fixar-se com a família em Nova York, Suketu Mehta decidiu retornar à cidade em que havia passado a infância. Planejando escrever um livro sobre as ruas caóticas que nunca conseguira de fato abandonar, o autor mergulhou no universo dos pistoleiros, políticos, religiosos, prostitutas e atores de cinema que fazem de Bombaim (também conhecida como Mumbai) um espetáculo incessante de luxo e miséria, violência e tradições. O livro é o resultado grandioso da imersão de Mehta no cotidiano de uma das cidades mais populosas do mundo. Ele entra em contato com os tipos humanos mais variados, embrenhando-se na

imundície das favelas ao mesmo tempo que frequenta os salões da diplomacia, da política e da alta sociedade. Os conflitos religiosos que marcaram a década de 1990 na cidade fornecem a pista inicial de uma série de deambulações urbanas, guiadas pelas histórias de numerosas personagens reais. Comparado a V. S. Naipaul, o autor percorre os meandros infindáveis de Bombaim para registrar os contrastes da metrópole em sua pulsação frenética. Suketu Mehta nasceu em Calcutá, em 1963. Mudou-se ainda criança para Bombaim, de onde, em 1977, emigrou com a família para os Estados Unidos. Atualmente é professor associado de jornalismo na New York University.

Reportagem Tradução: Berilo Vargas Capa: Christiano Menezes 512 pp. (estimadas) 16 x 23 cm Tiragem: 4000 ex. R$ 58,00 ISBN e código de barras: 978-85-359-1862-5

VIDA DE UM HOMEM: FRANCISCO DE ASSIS Chiara Frugoni De modo simples, preciso e delicado, a historiadora medievalista Chiara Frugoni investiga a vida do homem (e santo) que forjou o conceito de individualidade e, para muitos, antecipou os valores do Renascimento

Biografia Tradução: Federico Carotti Capa: Mariana Newlands 176 pp. (estimadas) + 8 pp. (cad. de fotos) 14 x 21 cm Tiragem: 3000 ex. R$ 33,00 ISBN e código de barras: 978-85-359-1865-6 5

Francisco de Assis foi o responsável por uma das mudanças mais fundamentais por que passou o cristianismo: a decisão de se guiar pelo Evangelho e pela conduta de Cristo, que o aproximou da natureza e dos homens, afastando-o das posições que viam o mundo apenas como lugar da tentação e do pecado. Nesta biografia a um tempo acessível e rigorosa, Chiara Frugoni, respeitada medievalista italiana, mostra que o grande traço distintivo de Francisco de Assis foi, precisamente, saber responder com uma religiosidade ativa e generosa às trevas terrenas. Ele falava mais de perto a homens e mulheres às voltas com novos problemas e práticas, que não se deixavam guiar apenas pelo temor a um Deus punitivo. A fé de Francisco não assentava em

preceitos institucionais. Para isso bastaria a adesão a um mosteiro, o que nunca fez. Tinha Cristo por modelo, amava os cavaleiros da Távola Redonda e rechaçava a violência dos cruzados. Pregava a obe­diência, liderou uma profunda mudança no catolicismo e terminou em minoria den­tro de sua própria ordem. Ajudou a criar a noção moderna de individualidade e rejeitava o individualismo. Desprezava a arte e lançou as bases do Renascimento com sua revalorização do mundo sensível. Foi santo por não saber ao certo quem era Deus. Chiara Frugoni foi professora de história medieval nas universidades de Pisa, Roma e Paris. Publicou numerosos trabalhos sobre a vida de São Francisco, entre os quais Francesco e l’invenzione delle stimmate (1994). LANÇAMENTOS MAIO 2011


AGENDA BRASILEIRA

Temas de uma sociedade em mudança

André Botelho e Lilia Moritz Schwarcz (Orgs.) Nesta criteriosa seleção de artigos, elaborada para contribuir com o debate nas universidades mas especialmente para atrair o leitor não acadêmico, especialistas abordam as principais questões culturais, sociais, econômicas e políticas que estão no centro das discussões sobre o Brasil

Ensaio Organização e prefácio de André Botelho e Lilia Moritz Schwarcz Capa: warrakloureiro 312 pp. (estimadas) 16 x 23 cm Tiragem: 5000 ex. Preço a definir ISBN e código de barras: 978-85-359-1874-8

Os autores

André Botelho Antônio Flávio Pierucci Antonio Sérgio Alfredo Guimarães Bernardo Ricupero Bolívar Lamounier Brasilio Sallum Jr. Celso Athayde Celso Castro Dalila Andrade Oliveira Eduardo Gonçalves Andrade, Tostão

LANÇAMENTOS MAIO 2011

Dando continuidade ao projeto iniciado com Um enigma chamado Brasil (prêmio Jabuti 2010), que reuniu ensaios de importantes intérpretes do país, os organizadores Lilia Moritz Schwarcz e André Botelho, professores e pesquisadores da USP e da UFRJ, respectivamente, convidaram para esta Agenda brasileira cinquenta profissionais de diversas áreas para contribuir com o debate sobre as principais questões nacionais. Autores de interesses tão diferentes como o ex-jogador de futebol Tostão e o economista Luiz Carlos Bresser-Pereira, o cientista político Bolivar Lamounier, o crítico de teatro J. Guinsburg, o poeta Eucanaã Ferraz, a antropóloga Manuela Carneiro da Cunha e tantos outros, todos profundos conhecedores em suas áreas, integram a lista dos que aceitaram o desafio de pensar o país a partir de ângulos distintos. A questão dos índios, da periferia, do racismo, da segurança pública e do meio ambiente, entre outros temas, estão na pauta do dia e apresentam, cada um à sua maneira, diversos graus de complexidade. Os artigos foram organizados de modo a serem lidos separadamente, à escolha do leitor. Mas, ao ler o conjunto dos textos, as interpretações ganham outra dimensão, à medida que os temas se conectam e iluminam uns aos outros. Das consequências nefastas da escra-

Elide Rugai Bastos Esther Hamburger Eucanaã Ferraz Eugênio Bucci Fabio Feldmann Fernando Antonio Pinheiro Filho Gilberto Hochman Guita Grin Debert Heloisa Maria Murgel Starling Hermano Vianna Ismail Xavier J. Guinsburg e Rosangela Patriota Jairo Nicolau

vidão e do latifúndio sobre a distribuição de renda da população às mais sofisticadas realizações estéticas das artes plásticas e da literatura, este livro percorre questões relacionadas à natureza multifacetada do que se convencionou chamar de “o povo brasileiro”. Além de um núcleo especialmente dedicado às questões étnicas, os organizadores agruparam as atuais vertentes do pensamento social em grupos temáticos: sociedade brasileira, relações internacionais, cidadania, trabalho, ecologia e minorias, Estado brasileiro, cul­turas políticas e sociabilidade, incluindo subtemas como futebol e carnaval e, finalmente, movimentos culturais e cultura contemporânea. André Botelho é professor do Departamento de Sociologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e autor de Aprendizado do Brasil (Editora Unicamp, 2002) e O Brasil e os dias — Estado-nação, modernismo e rotina intelectual (Edusc, 2005). Lilia Moritz Schwarcz é professora titular do Departamento de Antropologia da USP. Seu livro As barbas do imperador — D. Pedro II, um monarca nos trópicos ganhou o prêmio Jabuti “Livro do ano” em 1999. Publicou também O espetáculo das raças e O sol do Brasil (prêmio Jabuti em 2009 como melhor biografia), entre outros livros.

José Murilo de Carvalho José Reginaldo Santos Gonçalves José Ricardo Ramalho Júlio Assis Simões Lilia Moritz Schwarcz Luciano Migliaccio Luiz Camillo Osorio Luiz Carlos Bresser-Pereira Luiz Eduardo Soares Luiz Werneck Vianna e Fernando Perlatto Manuela Carneiro da Cunha Marcelo Ridenti Maria Alice Rezende de Carvalho

Maria Laura Viveiros de Castro Cavalcanti Maria Tereza Aina Sadek Mariza Correa Neide Esterci Nísia Trindade Lima Ruben George Oliven Rubens Ricupero Sergio Adorno Silvana Rubino Silvia Figueirôa Valdemir Zamparoni Wander Melo Miranda

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COMO MORREM OS POBRES E OUTROS ENSAIOS George Orwell Em textos escritos ao longo de duas décadas sobre tópicos que vão desde os dilemas do pacifismo até a decadência dos pubs londrinos, George Orwell emerge como um agudo observador do mundo e ao mesmo tempo um combatente incansável contra a hipocrisia política e a covardia intelectual Para George Orwell, nada substituía a experiência direta da vida. E foi com base na vivência pessoal e na observação crítica do mundo que ele escreveu ensaios, artigos e crônicas ao longo de toda a vida. Alguns dos mais representativos desses textos estão reunidos em Como morrem os pobres e outros ensaios. Na primeira seção do livro, por exemplo, estão os relatos e reflexões de Orwell sobre sua vivência pessoal como sem-teto, colhedor boia-fria de lúpulo, presidiário e paciente de um hospital público. Em outra parte enfeixam-se seus vigorosos artigos sobre o uso da linguagem verbal no romance, na poesia, na propaganda política e no jornalismo. A gama de interesses do escritor é inesgotável. Com a mesma verve e co-

nhecimento de causa, ele fala sobre temas graves, como a hipocrisia intelectual, ao lado de assuntos mais leves e aparentemente até fúteis, como os trajes da elite britânica e o gosto do cidadão inglês por crimes sensacionalistas. De todos os tópicos, sejam grandes ou pequenos, Orwell extrai revelações sobre a estrutura da sociedade, as mudanças nos costumes, as transformações profundas operadas na Inglaterra e no mundo na primeira metade do século XX. George Orwell (pseudônimo de Eric Arthur Blair) nasceu em 1903, na Índia, e estudou em colégios tradicionais da Inglaterra. É um dos mais influentes escritores do século XX. Dele, a Companhia das Letras publicou A revolução dos bichos, 1984 e Na pior em Paris e Londres, entre outros.

Ensaios Seleção de João Moreira Salles e Matinas Suzuki Jr. Tradução: Pedro Maia Soares Capa: Kiko Farkas e Mateus Valadares/ Máquina Estúdio 416 pp. (estimadas) 14 x 21 cm Tiragem: 3000 ex. R$ 44,00 ISBN e código de barras: 978-85-359-1863-2

O LIVRO DE PRAGA Sérgio Sant’Anna Os sete contos de que compõem o sexto volume da coleção Amores Expressos narram a viagem improvável de Antônio Fernandes à capital tcheca. A ponte Carlos é o eixo geográfico de aventuras que insistem na ideia de que transcendência, arte e sexo convergem em morte

Contos Capa: Retina_78 144 pp. (estimadas) 14 x 21 cm Tiragem: 3000 ex. R$ 37,50 ISBN e código de barras: 978-85-359-1861-8

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No primeiro conto do Livro de Praga, “A pianista”, Antônio Fernandes acaba de chegar a Praga. Flanando pela cidade, ele vê o anúncio de uma exposição de Andy Warhol no Museu Kampa: Disaster Relics é o nome da mostra. Entre imagens terríveis de acidentes automobilísticos e retratos de personalidades conhecidas vistas como produtos em linha de montagem — e assim despojadas de sua identidade —, ele ouve o som de um piano. Quando se afasta da sala de exposições em busca da origem daquela música — “clarões sonoros com a brevidade de relâmpagos” —, ocorre uma cisão na serena ordem cotidiana: as situações bizarras se sucederão, de conto em conto, impregnadas de um sexo que parece fadado a jamais se satisfazer, a apontar para a perda e não para a satisfação, para a

morte e não para a vida. A impressão que se tem é de que os desastres da exposição de Warhol passaram para a experiência pessoal do protagonista, e que o desejo o conduzirá, fatal e invariavelmente, à perda, à despersonalização e à morte. Sérgio Sant’Anna nasceu no Rio de Janeiro, em 1941. Iniciou sua carreira de escritor em 1969, com os contos de O sobrevivente, livro que o levou a participar do International Writing Program da Universidade de Iowa, nos Estados Unidos. Teve obras traduzidas para o alemão e o italiano e adaptadas para o cinema. Recebeu quatro vezes o prêmio Jabuti, a mais recente pelos contos de O voo da madrugada (2003), que recebeu também o prêmio APCA e o segundo lugar no prêmio Portugal Telecom de literatura. LANÇAMENTOS MAIO 2011


O AMOR DO SOLDADO Jorge Amado/ Posfácio: Aderbal Freire-Filho Em sua única peça teatral, Jorge Amado narra a triste história de amor entre Eugênia Câmara e o poeta Castro Alves, dividido entre a paixão carnal e a luta pela liberdade nos últimos anos de sua vida Escrita em 1944 por encomenda de Bibi Ferreira, o atormentado e trágico romance entre Castro Alves e a atriz portuguesa Eugênia Câmara é o tema desta única obra de teatro de Jorge Amado. O texto não chegou a ser encenado na época, uma vez que a companhia de Bibi Ferreira se dissolveu, mas foi publicado em livro três anos depois, em home­ nagem ao centenário do nascimento do poeta dos escravos. A ação se concentra na última parte da breve vida de Castro Alves (1847-71), entre 1866 e 1870, em Recife, São Paulo e Rio de Janeiro. Em cenas rápidas e diálogos inflamados, alternados com versos célebres de combate, vemos um poeta que divide sua energia e sua inspiração entre duas paixões exigentes: Eugênia Câmara

e a luta pela libertação dos escravos e pela instauração da república. Moderno para a época, o texto inclui peças dentro da peça e um narrador que fala diretamente ao público, além de traçar paralelos entre o movimento abolicionista e a luta contra o nazifascismo no século XX. Pressupõe ainda uma encenação ousada, com atores misturados à plateia. Jorge Amado (1912-2001) foi um dos grandes nomes da literatura brasileira do século XX. Eleito deputado federal pelo Partido Comunista Brasileiro em 1946 e membro da Academia Brasileira de Letras, teve seus livros traduzidos para dezenas de idiomas. Entre os mais conhecidos estão Capitães da Areia, Gabriela, cravo e canela, Dona Flor e seus dois maridos e Tieta do Agreste. [www.jorgeamado.com.br]

Teatro Capa: Kiko Farkas e Mateus Valadares/ Máquina Estúdio 48 pp. (estimadas) + 8 pp. (cad. de fotos) 14 x 21 cm Tiragem: 2000 ex. Preço a definir ISBN e código de barras: 978-85-359-1869-4

CHÃO DE MENINOS Zélia Gattai Entre viagens a países longínquos e sentimentos ambíguos diante da política e da realidade, pequenas histórias do dia a dia e amigos que não param de lhe trazer surpresas, Zélia Gattai continua sua trajetória de narradora sábia e serena neste livro de memórias delicado

Memórias Capa: Rita da Costa Aguiar 232 pp. (estimadas) 14 x 21 cm Tiragem: 2000 ex. R$ 43,00 ISBN e código de barras: 978-85-359-1866-3

LANÇAMENTOS MAIO 2011

Lançado no ano em que Jorge Amado completou oitenta anos de idade, Chão de meninos retoma os temas que guiaram Zélia Gattai em sua travessia do mundo. Em primeiro lugar, a paixão por Jorge. Depois, a fé, às vezes vacilante, mas sempre forte, no socialismo. E, por fim, o amor incondicional pelos amigos, a aposta, sem receio, nos outros. O mundo de Zélia é filtrado pelos sentimentos de Jorge. Quando narra a morte de Stálin, mais do que relatar a perda de um ícone, ou expressar a própria dor, é na desorientação de Jorge que ela se detém — assim como se dedica a cuidar da perplexidade dele quando, reveladas as atrocidades, ambos se decepcionam com o líder russo. Na primeira vez em que embarcam

em um DC-7 da Panair, mesmo maravilhada com o novo avião, ela se angustia diante do pânico do marido. Ao contar a morte de Graciliano Ramos, é da aflição de Jorge diante da morte que ela nos fala. Guiada sempre pelo olhar do outro, Zélia preferiu o lado discreto da sombra. Desse modo, tornou-se uma mulher notável, capaz de fazer do outro um espelho, e de se ver até em um menino que, descalço, pisa o chão. Zélia Gattai (1916-2008) nasceu em São Paulo. Filha de imigrantes italianos, que chegaram ao Brasil no fim do século XIX, casou-se com Jorge Amado em 1945. Em 2001, foi eleita para a Academia Brasileira de Letras. É autora de livros de memórias, três infantojuvenis e um romance. 8


O CENTAURO NO JARDIM Moacyr Scliar Eleito como um dos cem melhores livros de temática judaica escritos nos últimos duzentos anos, este premiado romance narra a história de uma família judia na qual nasce um centauro — um ser metade homem, metade cavalo

Romance Capa: Jeff Fisher 216 pp. (estimadas) 12,5 x 18 cm Tiragem: 4000 ex. R$ 23,00 Previsão de lançamento: ISBN e código de barras: 978-85-359-1870-0

No interior do Rio Grande do Sul, na pacata família Tratskovsky, nasce um centauro: um ser metade homem, metade cavalo. Seu nome é Guedali, quarto filho de um casal de imigrantes judeus russos. A partir desse evento fantástico, Moacyr Scliar constrói um romance que se situa entre a fábula e o realismo, evidenciando a dualidade da vida em sociedade, em que é preciso harmonizar individualismo e coletividade. A figura do centauro também ilustra a divisão étnica e religiosa dos judeus, um povo perseguido por sua singularidade. Guedali cresce solitário, excluído da sociedade. Numa narrativa provocadora, ele rememora sua vida desde o nascimento em Quatro Irmãos, passando pela juventude em Porto Alegre, até chegar ao Marrocos.

IMPERIALISMO ECOLÓGICO Alfred W. Crosby Instigante análise da contribuição dos animais, das plantas e das doenças para o sucesso da colonização nas zonas temperadas do Novo Mundo

História/ Ecologia Tradução: José Augusto Ribeiro e Carlos Afonso Malferrari Capa: Jeff Fisher 384 pp. (estimadas) 12,5 x 18 cm Tiragem: 5000 ex. R$ 27,00 ISBN e código de barras: 978-85-359-1859-5

Em Imperialismo ecológico, o professor Alfred W. Crosby, da Universidade do Texas, conta a história da expansão europeia de um ponto de vista provocante e inovador. Em vez de estudar as batalhas militares ou a agressão cultural, Crosby concentra-se na pouco examinada invasão biológica das novas terras pelo que chama de “biota portátil”: o conjunto de animais, vegetais e doenças que embarcaram junto com os europeus nas caravelas e acabaram por expulsar ou liquidar a flora, a fauna e os habitantes nativos de várias regiões do mundo. Da formação dos diversos continentes aos grandes êxitos do “imperialismo” no século XV, Crosby descreve como europeus se espalharam com arrojo pelos mares e continentes. Em três capítulos fascinantes ficamos sabendo que armas poderosas os navegadores levavam na bagagem: uma avalanche de seres vivos capaz de transformar o mundo.

HISTÓRIA DO CERCO DE LISBOA José Saramago A história da tomada de Lisboa aos mouros no ano de 1147 e a crônica de um inesperado encontro amoroso na Lisboa do fim dos anos 1980: duas narrativas, tecidas e entretecidas de maneira brilhante, que exploram as possibilidades do romance como meio de recriar o passado e o presente

Romance Capa: Jeff Fisher 328 pp. (estimadas) 12,5 x 18 cm Tiragem: 4000 ex. R$ 25,00 ISBN e código de barras: 978-85-359-1875-5

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Um ato gratuito, sem explicações aparentes, compele o revisor Raimundo Silva a inserir um termo que falsifica a “verdade” histórica. Essa fraude que se impõe àquele fiel respeitador de textos alheios é a origem da fascinante fabulação que Saramago sobrepõe à história do cerco de Lisboa. A nova história do cerco é a crônica do amor tardio do revisor falsário por Mara Sara, que se espelha, oito séculos depois, no amor primevo do soldado Mogeuime por Ouroana, aos pés da cidade prestes a cair. Assim, a Lisboa de Saramago também se refaz nas ruas da cidadela moura e no arraial português, e o que surge desse amálgama é a um só tempo um thriller e um retrato histórico, como só a mais acabada literatura é capaz de fazer. LANÇAMENTOS MAIO 2011


ESTRELA AMARELA Jennifer Roy

Tradução: Ernani Ssó Capa: Mariana Newlands 144 pp. 14 x 21 cm Tiragem: 4000 ex. R$ 23,50 ISBN e código de barras: 978-85-359-1853-3

“Laranja. É esta a cor do meu casaco, que combina com um cachecol que me deram antes da guerra. Também deram um para Dora, só que azul e maior. Amarelo. É esta a cor da estrela de seis pontas que costuraram no meu casaco. Há uma lei que diz que todos os judeus devem exibir a estrela de davi, na roupa, sempre que saem de casa, senão serão presos. Como eu gostaria de arrancar a estrela (com cuidado, pouco a pouco, para não estragar meu casaco tão bacana), porque o amarelo deveria ser a cor da alegria, não a cor do ódio.”

LANÇAMENTOS MAIO 2011

Em setembro de 1939 os alemães invadiram a Polônia, dando início à Segunda Guerra Mundial. Pouco tempo depois, trataram de isolar os judeus em guetos, como o de Lodz, onde, entre 233 mil pessoas, havia uma menina de quatro anos chamada Sylvia — uma entre as doze crianças desse gueto que sobreviveram ao Holocausto. Em Estrela amarela, a própria Sylvia fala sobre esses seis anos, compartilhando as dúvidas, os medos e as pequenas alegrias de uma criança judia em meio ao nazismo Como tantos outros sobreviventes do Holocausto, Sylvia Perlmutter ficou em silêncio por muitos anos, tentando esquecer aquilo por que passou. Mas, aos poucos, com a chegada da velhice, as lembranças começaram a vir à tona; Sylvia sonhava com a guerra e se lembrava constantemente do sofrimento pelo qual havia passado. Era hora de contar a sua história. E foi o que ela fez: falou e falou à sobrinha, Jennifer Roy, escritora experiente, que soube transformar essas conversas em um relato tocante e ao mesmo tempo delicado. Roy se utiliza da voz da própria Sylvia para narrar o dia a dia da família e a sua luta pela sobrevivência durante os seis anos de guerra. No começo, com apenas quatro anos, Sylvia nem ao menos entende o que se passa à sua volta. “Minha boneca é judia?”, ela se questiona. Seus pais decidem fugir para Varsóvia, mas não conseguem trabalho. Ao retornarem a Lodz, são obrigados a abandonar sua casa para viver em um apartamento bem pequeno, sem banheiro, com as duas filhas. A partir daí, tudo passa a ser diferente: as meninas não podem ir à escola — a mais velha deve trabalhar, assim como os pais, e Sylvia fica em casa sozinha o dia todo —; é preciso reinventar as brincadeiras, já que não há mais brinquedos; co-

mer o que os alemães permitem, e muitas vezes morrer de fome; se acostumar com as cores tristes do gueto e com alguns acontecimentos assustadores, como o dia em que Hava, a grande amiga de Sylvia, some sem deixar rastro. As estações do ano se seguem e o plano de extermínio dos alemães se intensifica. Sylvia precisa passar as noites escondida em uma sepultura, no cemitério, e meses trancada com outras onze crianças pequenas, todas muito doentes, em um porão totalmente escuro e úmido. São “as crianças do porão”, as únicas sobreviventes do gueto. Quando os russos chegam, e Sylvia pensa em liberdade pela primeira vez, está a um dia de completar dez anos. Dividido em quatro partes cronológicas, cada uma com uma introdução sobre os acontecimentos históricos do período, Estrela amarela é um relato íntimo e tocante, feito a partir dos olhos dessa menininha, que mais de uma vez escapa da morte apenas com a ajuda do acaso. Jennifer Roy nasceu em Nova York. Autora de mais de trinta livros para crianças e jovens, graduou-se em psicologia e fez mestrado em educação. Por Estrela amarela, Jennifer recebeu diversos prêmios nos Estados Unidos. Atualmente vive no estado de Nova York com o marido e o filho. 10


A DIVINA COMÉDIA Seymour Chwast Dos nove círculos do Inferno ao Purgatório e ao Paraíso, uma adaptação para os quadrinhos do poema clássico de Dante “Dante + Seymour = Céu.” — Maira Kalman, autora de O princípio da incerteza “A releitura de Seymour deste eterno clássico não é apenas fascinante e inteligente, mas é feita de forma tão engenhosa que torna a complexa obra-prima de Dante facilmente compreensível para qualquer leitor. Divino.” — Chip Kidd, designer e autor de The cheese monkeys “Seymour Chwast! Como eu o odeio! Ele já é um grande artista! Já é um grande designer! E agora vai ser um grande quadrinista! Ele pode ir para o Inferno!” — Craig Yoe, editor de The art of Ditko

Romance gráfico Tradução: Alexandre Boide 128 pp. (estimadas) 20,5 x 27,5 cm Tiragem: 4000 ex. R$ 33,00 ISBN e código de barras: 978-85-359-1855-7

Nessa versão do designer americano Seymour Chwast para o poema épico renascentista, Dante e seu guia Virgílio vestem seus chapéus de feltro e vagam pelos domínios de um Inferno, um Purgatório e um Paraíso em estilo noir. No caminho, eles deparam com inúmeros pecadores e santos — muitos deles pessoas reais às quais Dante designa uma punição horrível ou prazeres indescritíveis — e ficam frente a frente com Deus e Lúcifer. Chwast cria uma fantasia visual a cada página, e suas ilustrações criativas resgatam a complexidade delirante desse clássico do cânone ocidental.

Seymour Chwast nasceu em 1931, em Nova York, nos Estados Unidos. É designer e ilustrador, além de ter criado inúmeras (e célebres) fontes tipográficas. Fundou, ao lado de artistas como Edward Sorel e Milton Glaser, o Push Pin Studios, que também publica uma importante revista de design. Seu trabalho figura em pôsteres, embalagens, capas de revista e peças publicitárias, e é conhecido por combinar um estilo de design inconfundível com doses de crítica social. A divina comédia é seu primeiro romance gráfico.

NA COLÔNIA PENAL Franz Kafka Versão em quadrinhos da clássica novela de Kafka, Na colônia penal narra, em tom de pesadelo, o funcionamento de uma terrível máquina de execuções Enviado a uma colônia penal para dar sua opinião sobre os métodos nela empregados, um viajante descobre ali um sistema judiciário bárbaro. Ele assiste a uma execução em que o condenado é preso a uma máquina, que inscreve em seu corpo a sentença, até que a morte venha. Além dele e do próprio condenado, participam da cena apenas um soldado e o oficial encarregado de ministrar a justiça, o que será feito com o auxílio da máquina, expressamente concebida para que cada condenado sinta na carne o peso e a especificidade da sentença que recebeu. Com esse texto, que evoca O jardim dos suplícios, do escritor francês Octave Mirbeau, Kafka retrata uma humanidade covarde e indiferente à sua própria vio11

lência. Novela cruel e sinistra que foi bastante criticada na época de sua publicação, Na colônia penal nada perdeu de sua pertinência, revelando a atemporalidade da obra de Franz Kafka. Franz Kafka nasceu em Praga, na Boê­ mia (hoje República Tcheca), em 1883. Fez seus estudos na cidade natal, formando-se em direito em 1906. Tuberculoso, alternou temporadas em sanatórios com o trabalho burocrático. Jamais deixou de escrever, embora tenha publicado pouco. A maior parte de sua obra foi publicada após sua morte, que ocorreu em 1924, num sanatório perto de Viena. Quase desconhecido em vida, é considerado hoje um dos maiores escritores do século xx.

Romance gráfico Tradução: Carol Bensimon 56 pp. (estimadas) 20 x 27 cm Tiragem: 4000 ex. R$ 33,00 ISBN e código de barras: 978-85-359-1856-4 LANÇAMENTOS MAIO 2011


NA CASA DO LEO — OS DINOSSAUROS Philip Ardagh/ Ilustrações: Mike Gordon

Segundo volume da coleção Na Casa do Leo, desta vez sobre o adorado tema dos dinossauros. Ao visitar essa casa incomum, o leitor vai descobrir, por exemplo, qual é o maior dinossauro de todos os tempos; que alguns dinossauros tinham penas, mas não podiam voar; e o que provocou a extinção desses animais

Tradução: Érico Assis 64 pp. 15 x 20 cm Tiragem: 3000 ex. R$ 27,00 ISBN e código de barras: 978-85-7406-485-7

Leo é um menino como outro qualquer, a não ser por um detalhe: em sua casa, costumam aparecer visitas extraordinárias. Desta vez, ele vai receber nada menos que os terríveis — alguns nem tanto assim — dinossauros. Acompanhado de Naftalina, seu cachorro de estimação, e Jarbas, o prestativo zelador da casa, Leo vai conhecer algumas características desses animais pré-históricos, bem como curiosidades acerca deles. Vai descobrir, por exemplo, que havia espécies herbívoras e carnívoras, que ainda não sabemos ao certo de que cor era a pele dos dinossauros, quais eram os predadores mais terríveis

e como eles agiam, entre muitas outras coisas. Nessa jornada, Leo vai deparar também com um personagem um tanto amalucado, o cientista Magnus Sabidus, cujo grande projeto é fazer reviver algumas espécies de dinossauros. Será que ele terá sucesso nessa tarefa? Em formato de história em quadrinhos, o livro tem linguagem acessível a leitores iniciantes, além de estar dividido em capítulos curtos, como convém a crianças que estão começando a aprender sobre ciên­ cias. Um glossário, ao final, complementa o volume com a explicação de alguns termos específicos sobre o assunto.

GRÉCIA ANTIGA

Histórias da Antiguidade Stewart Ross/ Ilustrações: Inklink e Richard Bonson Combinando uma história em quadrinhos sobre os Jogos Olímpicos com informações e ilustrações detalhadas sobre a vida na antiga Grécia — sua política, cultura, mitologia —, este livro é uma excelente leitura para aqueles que desejam conhecer mais sobre essa notável civilização

Tradução: Augusto Calil 32 pp. 25 x 30 cm Tiragem: 4000 ex. R$ 35,00 ISBN e código de barras: 978-85-7406-486-4

LANÇAMENTOS MAIO 2011

No século V a.C., a Grécia foi assolada por intensas batalhas travadas entre Atenas e Esparta. Atenas era a mais poderosa e rica cidade da região, e as outras cidades, lideradas por Esparta, tentaram derrubá-la por anos a fio. Mesmo depois do fim dos combates, a competição entre elas se manteve — não era apenas na guerra que as duas buscavam a vitória. Tendo como pano de fundo essa rivalidade, o livro conta, em quadrinhos, a história de Cinésias, o mais importante atleta de Atenas, em quem toda a cidade confia para disputar a principal prova dos Jogos Olímpicos que vão se realizar em 416 a.C. Mas, antes que isso aconteça, ele terá de enfrentar o desonesto Licurgo, o representante de Esparta. Será

que o ateniense conseguirá se desvencilhar das armadilhas de seu oponente espartano? No decorrer da leitura, o leitor vai descobrindo os cenários nos quais se desenrola a história, bem como o dia a dia da sociedade da época — desde roupas e alimentos até a crença em deuses e deusas de temperamento explosivo —, através de textos e ilustrações bastante detalhadas. Vai conhecer, por exemplo, como viviam os guerreiros espartanos, os navios usados pelos atenienses no comércio marítimo, o cuidado dos atenienses com a saúde do corpo e da mente. Da mesma coleção, a Companhia das Letrinhas já publicou Egito antigo, Roma antiga e China antiga. 12


ÁGUA SIM Eucanaã Ferraz/ Ilustrações: Andrés Sandoval Um poema sobre a água em todos os seus estados físicos, Água sim é uma espécie de iniciação à ciência e à ecologia: mostra, sem o didatismo incompatível com a liberdade do texto poético, a presença desse elemento na natureza e no ser humano

Capa e projeto gráfico: Andrés Sandoval 48 pp. (estimadas) 20 x 27 cm Tiragem: 3000 ex. Preço a definir ISBN e código de barras: 978-85-7406-487-1

Poesia combina com criança, é a mistura perfeita entre fantasia e brincadeira. Isso porque um poema não apenas conta uma história como propõe um jogo com as palavras, mostrando aos pequenos que a escrita pode ser manipulada, que existem associações inusitadas, sonoridades diferentes. Ao ler um livro de poesia, a criança encontra um mundo que lhe é familiar, aquele da diversão, da imaginação e da reflexão livre, sem fins estabelecidos nem objetivos a ser alcançados. Mas encontra, também, um espaço em que o cuidado com o texto é privilegiado, em que a palavra, antes do enredo, é o mais importante. Eucanaã Ferraz é um grande poeta, atualmente apaixonado pelos livros para

crianças. Depois de Palhaço, macaco, passarinho, com a parceria de Jaguar, escreveu um poema sobre a água, com ilustrações de Andrés Sandoval. A partir de frases extremamente simples, com pequenas mudanças a cada mudança de página, Eucanaã serpenteia com a água pelas pedras, árvores, nuvens, passando pelo gelo, pelo sol, pelo rio. As ilustrações de Andrés partiram de um desafio gráfico — o trabalho com a monotipia, uma técnica de impressão explorada a fundo neste livro — e alcançaram uma linguagem totalmente nova e específica. Recheados de texturas que remetem à água, os desenhos acompanham o jogo de experimentação de sensações que existe no texto. Uma verdadeira viagem poética.

HAMLET

Histórias de Shakespeare Andrew Matthews/ Ilustrações: Tony Ross Nesta adaptação em prosa de uma das mais famosas tragédias de todos os tempos, é o próprio Hamlet que conta a sua história. Conheça a tragédia e também um pouco mais sobre o teatro na época do grande dramaturgo inglês

Tradução: Érico Assis 72 pp. 14 x 21 cm Tiragem: 3000 ex. R$ 18,00 ISBN e código de barras: 978-85-7406-482-6

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“Ser ou não ser? Eis a questão”: quem não conhece essa frase, uma das mais célebres de todos os tempos? Pois foi justamente de Hamlet que ela foi retirada. Quando ouve o fantasma do pai dizer que sua morte não foi um acidente, mas sim assassinato, Hamlet passa a ser atormentado pela dúvida: o fantasma do velho rei diz a verdade ou seria um demônio tentando fazê-lo cometer uma loucura? Sobretudo porque, como afirma o fantasma, o assassino seria Cláudio, irmão do rei, que acabara de se casar com a mãe do jovem príncipe. Confundido e torturado pela dúvida, Hamlet não consegue decidir o que fazer. Resolve então investigar a morte do pai e, para isso, finge-se de louco. Assim, ninguém desconfiará da ter-

rível suspeita que lhe aflige o coração. Na adaptação é o próprio Hamlet quem conta a história dessa busca e dos caminhos que o levaram a finalmente vingar a morte do pai — mas com um custo terrível. Nesta edição de Hamlet, além de ter um primeiro contato agradável com o universo dos clássicos universais, as crian­ ças poderão ler um prefácio de Flavio de Souza sobre os atrativos desta tragédia e dois posfácios: um sobre o tema da vin­ gança na peça e outro sobre Richard Burbage, o ator mais famoso e requisitado no teatro de Londres nos tempos da rainha Elizabeth. Da mesma coleção, a Companhia das Letrinhas publicou Romeu e Julieta e Muito barulho por nada. LANÇAMENTOS MAIO 2011


ESSENCIAL KAFKA Franz Kafka Essencial Kafka reúne momentos antológicos do autor de O processo, incluindo contos, fábulas e a novela A metamorfose, na íntegra além de 109 aforismos. Tradução, seleção e comentários de Modesto Carone Aprisionado à sufocante existência burguesa a que as convenções familiares e sociais o obrigavam, Franz Kafka (1883-1924) chegou certa vez a afirmar que “tudo o que não é literatura me aborrece”. Muitas narrativas que compõem o cerne da obra kafkiana se originaram da forte sensação de deslocamento e desajuste que acompanhou o escritor durante toda a sua curta vida. Apesar de seu estado fragmentário, o espólio literário de Kaf­ka — publicado na maior parte em edições póstumas, graças à generosa traição de Max Brod, que se recusou a destruí-lo conforme a vontade do amigo — é considerado um dos monumentos artísticos mais importantes do século XX. Esta edição de Essencial Kafka reúne em um único volume diferentes momen-

tos da produção do autor de O processo. As traduções consagradas de Modesto Carone, realizadas a partir dos originais em alemão, permitem que clássicos como A metamorfose, Na colônia penal e Um artista da fome sejam lidos (ou relidos) com fidelidade ao estilo labiríntico da prosa kafkiana. Além disso, esta edição traz 109 aforismos e uma introdução assinada por Modesto Carone, também responsável pelos comentários que antecedem os textos. Franz Kafka nasceu em Praga em 1883. Formou-se em direito em 1906. Tuberculoso, alternou temporadas em sanatórios com o trabalho burocrático. A maior parte de sua obra foi publicada após sua morte, em 1924.

Contos/ Romance Tradução: Modesto Carone Capa: Raul Loureiro/ Claudia Warrak 304 pp. (estimadas) 13 x 20 cm Tiragem: 5000 ex. R$ 26,00 ISBN e código de barras: 978-85-63560-23-0

MEMÓRIAS DO SOBRINHO DE MEU TIO Joaquim Manuel de Macedo Uma história de corrupção, troca de favores e politicagem ganha contornos folhetinescos nas mãos de Joaquim Manuel de Macedo. Nesta deliciosa crônica ambientada no Brasil imperial, um herdeiro esperto e sua ambiciosa esposa fazem o que for preciso por dinheiro e poder. Introdução de Flora Süssekind “O diabo é que em política no século XIX quem fecha uma porta abre outra, e quando não quer abrir, às vezes o povo arromba”, observa o debochado e autocomplacente narrador de Memórias do sobrinho de meu tio, romance de Joaquim Manuel de Macedo escrito entre os anos 1867 e 1868. Fraude eleitoral, jornalistas a mando de poderosos e alianças espúrias são alguns dos temas da prosa ligeira dessa sátira política. O sr. F., narrador destas memórias, herda uma pequena fortuna, logo acrescida pelos outros tantos contos de réis de sua prima Chiquinha, com quem se casa. Juntos, os dois empreendem uma busca voraz por mais dinheiro e poder, este último representado pela eleição de F. a presidente de província (hoje o equivalente a governador). No meio do caminho, conLANÇAMENTOS MAIO 2011

chavos, amizades interesseiras e lances rocambolescos que parecem exemplificar a interpretação do crítico Antonio Candido sobre a obra de Macedo, que apresentaria duas tendências: o realismo e o tom folhetinesco. Egoísta, anárquico e paradoxalmente um moralista, o protagonista parece antecipar as vestes do conto “Teoria do medalhão”, de Machado de Assis, em que a busca de poder e prestígio no Brasil parece estar acima de tudo, inclusive e principalmente da honestidade. Joaquim Manuel de Macedo (1820-82) formou-se em medicina e estreou na literatura com o romance A Moreninha. É autor de O moço loiro, A luneta mágica e várias peças teatrais, sátiras políticas e crônicas sobre o Rio de Janeiro.

Romance Capa: Raul Loureiro/ Claudia Warrak 388 pp. (estimadas) 13 x 20 cm Tiragem: 5000 ex. R$ 27,00 ISBN e código de barras: 978-85-63560-21-6

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Walter e Patty Berglund estão às voltas com uma família problemática, escândalos ecológicos, um casamento em crise e a presença ambígua de um velho amigo roqueiro em suas vidas. Do mesmo autor de As correções, Liberdade é um painel comovente dos dilemas sociais e privados da vida contemporânea Liberdade, quarto romance do norte-americano Jonathan Franzen, foi um dos mais festejados lançamentos literários de 2010. Publicado nove anos após As correções (vencedor do National Book Award), o livro foi saudado como um painel amplo e profundo da sociedade americana contemporânea e um triunfo da prosa refinada que já fazia a fama do autor. A história de Liberdade gira ao redor de um trio de protagonistas. Walter e Patty Berglund formam, junto com os filhos adolescentes Joey e Jessica, uma típica família norte-americana liberal de classe média. Richard Katz é um roqueiro descolado que tenta fugir da fama que tanto buscava no passado. Os três se conhecem no final dos anos 1970, na Universidade de Minnesota, e a partir daí suas vidas se entrelaçam numa complexa relação de amizade, paixão, lealdade e traições que culminará com uma série de conflitos decisivos na primeira década do novo milênio, época em que o conceito de liberdade parece tão onipresente quanto fugidio. Como em As correções, Franzen mergulha numa tragédia familiar para dissecar, com incrível detalhe e personagens tão reconhecíveis quanto surpreendentes, a psique e os sonhos da classe média norte-americana, explorando temas como o choque entre as políticas liberais e conservadoras no contexto social e privado, os males da superpopulação e das ameaças ecológicas, a crise do politicamente correto e os dilemas afetivos de uma geração cada vez mais conectada, individualista e globalizada. Aclamado pela crítica, Liberdade também foi um fenômeno de mídia. A apresentadora Oprah Winfrey o selecionou para o seu popular círculo do livro, o Oprah’s Book Club, e a revista Time estampou sua capa com o romance, algo que não acontecia desde o ano 2000, quando Stephen King figurou no mesmo espaço. Nascido no estado de Illinois, Estados Unidos, em 1959, Jonathan Franzen vive atualmente em Nova York e na Califórnia. É autor de outros três romances e dois livros de ensaios. Dele, a Companhia das Letras publicou também o romance As correções, vencedor do National Book Award em 2001, e a coletânea de ensaios A zona do desconforto.

Romance Sérgio Flaksman Elisa v. Randon 620 pp. (estimadas) 16 x 23 cm Tiragem: 15 000 ex. R$ 46,50 ISBN e código de barras: 978-85-359-1867-0


“O romance mais comovente de Franzen — um livro que se revela ao mesmo tempo uma envolvente biografia de uma família problemática e um retrato incisivo do nosso tempo.” — Michiko Kakutani, The New York Times “Não é à toa que Liberdade menciona Guerra e Paz em todas as letras. Ele pede espaço na prateleira ao lado do tipo de livro que as grandes feras escreviam. Livros que eram chamados de importantes. Que eram chamados de os grandes.” — Benjamin Alsup, Esquire “O livro do ano, e do século.” — The Guardian “Assim como As correções, Liberdade é uma obra-prima da ficção americana. Liberdade é um livro ainda mais rico e profundo — menos reluzente na superfície, porém mais seguro em seu método. Como todos os grandes romances, Liberdade não conta apenas uma história cativante. Ele ilumina, pela profunda inteligência moral do autor, um mundo que julgávamos conhecer.” — Sam Tanenhaus, The New York Times Book Review “[Liberdade] é um trabalho de gênio: um lembrete do porquê todos se empolgaram com Franzen em primeiro lugar, e da inegável magia — mesmo hoje, nesses tempos digitais — do grande romance literário. Poucos escritores se comparam a Franzen naquela habilidade primária de criar vida, de nos fazer acreditar que uma série de padrões neuronais em texto, um evento puramente abstrato, seja de fato um ser humano tangível, que podemos amar, ter pena, odiar, admirar e, possivelmente, encontrar no mercado. Seus personagens são tão densamente construídos — suas vidas mentais anotadas até o menor grão cognitivo — que chegam a romper a barreira entre arte e realidade: eles nos tocam da mesma maneira que amigos, vizinhos, colegas de classe e amantes. É isso que faz dos livros de Franzen um acontecimento tão especial.” — Sam Anderson, New York Magazine “Épico.” — Vanity Fair “Um trabalho extraordinário. Não há equivalente na ficção contemporânea.” — Guardian

“Nos primeiros anos, quando ainda era possível ter um Volvo 240 sem ficar encabulado, o projeto coletivo da Ramsey Hill era readquirir certas habilidades elementares que os pais daqueles moradores tinham fugido dos subúrbios exatamente para desaprender, como de que maneira conseguir atrair a polícia local de fato a fazer o seu trabalho, e como proteger a bicicleta de um ladrão muito motivado, e quando era preciso se dar ao trabalho de expulsar um bêbado de suas cadeiras de jardim, e como ensinar gatos ferozes a cagar na caixa de areia das crianças dos outros, e como determinar se uma escola pública era ruim demais para se fazer qualquer tentativa de salvá-la. Havia também questões mais contemporâneas, como, era mesmo o caso de usar fraldas de pano? O trabalho valia a pena? E era verdade que ainda havia quem entregasse leite em casa em frascos de vidro? Os escoteiros eram aceitáveis do ponto de vista político? O trigo-sarraceno era mesmo necessário? Onde reciclar as pilhas? Como reagir quando uma pessoa pobre e de cor nos acusa de estragar sua vizinhança? É verdade que o verniz usado nas louças de cerâmica grossa Fiestaware contém uma quantidade perigosa de chumbo? Até que ponto o filtro de água da cozinha precisa ser moderno? O seu Volvo 240 às vezes não deixa de entrar em overdrive quando você aperta o botão de overdrive? Era melhor oferecer comida aos pedintes, ou nada? Seria possível criar filhos confiantes, felizes e brilhantes como nunca, com um emprego de tempo integral? Os grãos de café podiam ser moídos na véspera do uso, ou só na própria manhã? Alguém em toda a história de Saint Paul já tivera alguma experiência positiva com um colocador de telhado? E um bom mecânico de Volvo? O seu 240 também tinha algum problema com o cabo do freio de mão, que tendia a agarrar? E o botão com a etiqueta enigmática no painel, que produzia um clique sueco perfeito, mas dava a impressão de não estar ligado a nada: que diabo era aquilo?”


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