LANÇAMENTOS outuBRO 2010
SOLAR Ian McEwan
Neste romance construído com o rigor de uma demonstração algébrica, Ian McEwan mobiliza sua reconhecida habilidade de contador de histórias para ligar o destino tragicômico do protagonista — um físico britânico internacionalmente consagrado mas decadente e debochado no momento da narrativa — ao futuro do planeta, numa prosa irônica e alusiva aos acontecimentos marcantes da última década O ano é 2000. A maré de más notícias sobre o clima e o aquecimento global inunda o noticiário. Impossível ignorar o destino trágico do planeta Terra, traçado pelos especialistas com funesto alarde. Michael Beard, cientista consagrado e prêmio Nobel de física, não parece nada preocupado. Seus interesses atuais se limitam a fantasias eróticas — concretizadas ou não —, bebida e mesa farta, de preferência repleta de guloseimas pouco recomendáveis para um homem de sua idade. Autoindulgente e cínico, Beard não se comove mais com as homenagens que lhe são periodicamente oferecidas, apesar de apreciar as quantias que costumam acompanhá-las. Entrementes, o governo britânico, preocupado com as repercussões eleitorais do aquecimento global, resolve criar o Centro Nacional de Energia Renovável, e Beard é convenientemente convidado para sua presidência. Alheio, rodeado de pós-graduandos inexperientes e às voltas com um malfadado projeto de turbina eólica, o protagonista de Solar está obcecado pela traição de Patrice, sua quinta e jovem mulher. Apesar de ele mesmo lhe ter sido assiduamente infiel, não consegue compreender como pôde ser trocado por um pedreiro brutamontes e semia-
nalfabeto. A fixação patológica em conseguir Patrice de volta e salvar o casamento o leva às maiores sandices, inclusive uma furtiva visita à residência do rival. Em 2005, após um acidente ocasionar uma reviravolta em sua vida, Beard começa a colher os resultados de uma revolucionária pesquisa sobre o uso da luz solar para a obtenção de energia limpa e barata a partir da água. Segredos do passado, no entanto, insistem em ameaçar a prosperidade conquistada, tornando imperioso mantê-los submersos, a qualquer custo. Numa narrativa marcada pela fina ironia em relação ao discurso “ecologicamente correto”, Ian McEwan converte o protagonista de Solar numa espécie de anti-herói picaresco, cuja trajetória marcada pela amoralidade e pela cupidez espelha com precisão a pusilanimidade da espécie humana frente ao desastre inexorável. Ian McEwan nasceu em 1948, em Aldershot, Reino Unido. Vencedor do Whitbread Award de 1987 e do Booker Prize de 1998, publicou duas coletâneas de contos e, entre mais de dez romances, O inocente, O jardim de cimento, Na praia, Sábado e Reparação (adaptado pa ra o cinema como Desejo e reparação), todos publicados no Brasil pela Companhia das Letras.
Romance Tradução: Jorio Dauster Capa: Kiko Farkas e Thiago Lacaz/ Máquina Estúdio 344 pp. 14 3 21 cm Tiragem: 12 000 ex. R$ 48,00 Previsão de lançamento: 06/10/2010 ISBN e código de barras: 978-85-359-1751-2
“Um livro fantástico, talvez o melhor de McEwan.” — Financial Times “O pano de fundo científico de Solar é tão acurado que os pesquisadores do mit que estudam os temas abordados no livro poderiam desconfiar que McEwan roubou suas notas [...]. Mas o grande feito do livro é condensar na figura humana do protagonista todas as contradições das polêmicas sobre o clima e o aquecimento global.” — Time
outRAS CoRES Orhan Pamuk Reunindo crônicas, entrevistas, discursos e pequenas ficções, Orhan Pamuk revela em outras cores os bastidores de seu método literário
Ensaios tradução: Berilo Vargas Capa: warrakloureiro 472 pp. (estimadas) 16 3 23 cm tiragem: 4000 ex. R$ 57,00 Previsão de lançamento: 20/10/2010 ISBN e código de barras: 978-85-359-1742-0
Orhan Pamuk, prêmio Nobel de 2006 e um dos mais importantes escritores da atualidade, viu-se há alguns anos enredado numa trama de involuntária inspiração kafkiana. Após abordar, numa entrevista a um jornal suíço, o esquecimento deliberado do genocídio armênio promovido pela Turquia, Pamuk foi denunciado pela promotoria de seu país, acusado de “denegrir a identidade turca”. O constrangedor processo que se seguiu é contado por Pamuk em Outras cores com o distanciamento irônico que a situação permite, pois o episódio foi felizmente encerrado com sua absolvição. Essa e outras histórias, bem como numerosos fragmentos de natureza ensaística e reflexiva, compõem o vasto mosaico textual do livro. Resgatando as lembranças da infância em Istambul ou discutindo o atual “choque de civilizações”, de
que a Turquia é um posto de observação privilegiado, Pamuk compartilha generosamente com os leitores os bastidores de sua criação literária. Obcecado pela exatidão na ambientação de seus enredos, o escritor revisita os lugares em que seus personagens transitam em romances como O livro negro e Neve. Posfácios, discursos e pequenos momentos ficcionais que, segundo o próprio Pamuk, não puderam ser aproveitados nos romances, são reunidos em capítulos curtos, por meio de conexões temáticas e cronológicas. Outras cores sintetiza os interesses multifacetados de seu autor, e ajuda a esclarecer os mecanismos de sua escrita premiada. Orhan Pamuk nasceu em 1952, em Istambul. De sua autoria, a Companhia das Letras publicou O castelo do meu pai, A maleta do meu pai e Neve, entre outros.
toDoS oS HoMENS SÃo MENtIRoSoS Alberto Manguel Trinta anos depois do inexplicado suicídio do escritor argentino Alejandro Bevilacqua, um jornalista tenta recompor a imagem dessa figura secreta e esquecida. Entre o segredo e a mentira, o humor e a angústia, Alberto Manguel revive a atmosfera dos exilados latino-americanos na Europa dos anos 1970 O ponto de partida deste romance é a história secreta de Alejandro Bevilacqua, misterioso autor de um único livro, que se matou no exílio em Madri. O escritor desperta a curiosidade de um jornalista francês, que decide escrever um livro sobre ele. As fontes são quatro pessoas que conviveram com Bevilacqua e prometem revelar segredos importantes. O primeiro narrador é Alberto Manguel, uma espécie de alter ego homônimo do autor. Os dois seguintes são uma amante de Bevilacqua e um ex-companheiro de prisão, entrevistados pelo jornalista. Por fim, surge o surpreendente depoimento além-túmulo do editor do suicida, cheio de revelações inacessíveis aos vivos, e não muito favoráveis ao prestígio literário de Bevilacqua. LANÇAMENTOS outuBRo BR 2010 BRo
O perfil do escritor, entretanto, permanece incompleto e obscuro. Resta então uma última surpresa: enquanto o jornalista constata a impossibilidade de montar o quebra-cabeça das lembranças alheias, confundido entre equívocos e mentiras, Alberto Manguel demonstra com maestria a possibilidade de um romance dar vida nova ao passado — uma vida verdadeira, apesar de ficcional. Alberto Manguel nasceu em Buenos Aires, em 1948, e hoje é cidadão canadense. Atualmente mora num vilarejo medieval no interior da França. Dele, a Companhia das Letras publicou, entre outros livros de ensaio e ficção, Uma história da leitura (1997), Dicionário de lugares imaginários (2003) e A biblioteca à noite (2006).
Romance tradução: Josely Vianna Baptista 184 pp. 14 3 21 cm tiragem: 3000 ex. R$ 42,00 Previsão de lançamento: 13/10/2010 ISBN e código de barras: 978-85-359-1745-1 2
o BoM JESuS E o INFAME CRISto Philip Pullman 1º- LUGAR NAS LISTAS DE MAIS VENDIDOS DO REINO UNIDO
Philip Pullman imagina uma versão para a história de Jesus Cristo, transformando esse notório personagem em dois: os gêmeos Jesus e Cristo, de personalidades opostas. Neste livro polêmico, o grande contador de histórias britânico faz, com sua prosa enxuta e contemporânea, uma crítica do autoritarismo e da alienação professados pela Igreja Romance tradução: Christian Schwartz Capa: Kiko Farkas e Mateus Valadares/ Máquina Estúdio 184 pp. (estimadas) 14 3 21 cm tiragem: 8000 ex. R$ 37,00 Previsão de lançamento: 27/10/2010 ISBN e código de barras: 978-85-359-1762-8
“Esta é a história de Jesus e de seu irmão Cristo, de como nasceram, de como viveram e de como um deles morreu. A morte do outro não entra na história.” Haverá quem se incomode — e muitos já se incomodaram — com um começo assim, tão infiel à “verdade” dessa história. Lançado no exterior no começo deste ano, O bom Jesus e o infame Cristo chacoalhou a imprensa internacional. Ao revisitar uma das mais célebres narrativas do mundo ocidental, Philip Pullman retorna também à grande preocupação de leitores e ouvintes deste e de outros relatos, hoje e em todas as épocas: o que aconteceu de fato naquilo que nos é contado? Na encruzilhada em que invenção e realidade se tocam, assoma a curiosidade irresistível pelo que separa a História de uma história. Na engenhosa e fascinante reescrita do mito de Jesus a que se propõe Pullman, o personagem central assume duas personalidades: o primeiro, Jesus, é dado à imaginação dos milagres e do mistério sobre os quais, em última análise, será edificado o poder da Igreja; o segundo,
Cristo, é, porém, um homem comum, realista em sua fé e intransigente nos princípios que deveriam, para ele, nortear a convivência humana. O bom Jesus e o infame Cristo lança novas luzes sobre quem foi o fundador do cristianismo. Não para contestar sua presença capital na conformação da cultura do Ocidente nestes últimos dois milênios, mas para alimentar o debate em torno, justamente, da duradoura sobrevivência desse relato. Philip Pullman nasceu em Norwich, Inglaterra, em 1946, e foi criado no Zimbábue, na Austrália e no País de Gales. Trabalhou como professor de crianças e adolescentes por muitos anos. Escreveu seus primeiros livros a partir de peças que criava para seus alunos encenarem, as mesmas histórias que mais tarde alcançariam as listas de best-sellers em diversas línguas. Pullman consagrou-se como escritor com a premiada série His dark materials, que originou o filme A bússola de ouro. O bom Jesus e o infame Cristo é seu primeiro livro pela Companhia das Letras.
“uma fábula muito corajosa e deliberadamente provocadora [...]. Pullman no melhor estilo, claro e conciso [...]. uma narrativa ambiciosa, estimulante e profunda.” — The Guardian “Apesar de Pullman mostrar sua erudição de forma leve, como fazem os grandes contadores de histórias, não tenho dúvida de que ele domina perfeitamente a complexidade da busca por um Jesus histórico. um livro belo e impetuoso, que [...] vai tocar até aqueles que discordam dele.” — Richard Holloway, The Observer 3
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A SEGuNDA CoNFISSÃo Rex Stout Neste romance de 1949, o detetive bon-vivant Nero Wolfe enfrenta um caso envolvendo milionários, comunistas e gângsteres, num retrato irônico da atmosfera política dos Estados Unidos durante os anos do macarthismo Apesar de pouco instigante para um detetive de inteligência comparável a sua retumbante estrutura corporal, o gordíssimo Nero Wolfe aceita a tarefa de investigar o jovem advogado Louis Rony. O serviço, encomendado pelo magnata da mineração James Sperling, prometia bons pagamentos, e tudo o que ele precisava era comprovar a filiação do jovem ao Partido Comunista. As possíveis provas seriam usadas para convencer a filha do milionário a terminar o namoro com Rony. Mas quando o investigado aparece morto no jardim de Sperling, a sagacidade de Nero Wolfe será posta à prova. As perguntas começam a pipocar: teria o próprio magnata se livrado do que considerava um “câncer comunista”? Ou o corpo tinha alguma coisa a ver com o misterioso chefão do crime organizado
de Nova York, que advertira Wolfe de que a continuidade nas investigações produziriam retaliações inevitáveis? Cercado de pistas conflitantes, indícios que se anulam e policiais incompetentes, Wolfe não poupa artimanhas na busca por respostas. Encontrará o criminoso, nem que para isso seja preciso manipular a imprensa e encarar de perto os dirigentes do Partido Comunista Americano. Rex Stout (1886-1975) nasceu em Indiana, nos Estados Unidos. Antes de se dedicar à ficção, serviu à Marinha e trabalhou como contador e financista. Em 1934, lançou Serpente, o primeiro romance protagonizado pelo detetive Nero Wolfe, ao qual se seguiram mais de setenta histórias, muitas delas publicadas pela Companhia das Letras.
Policial tradução: Renata Guerra Capa: Elisa v. Randow 256 pp. 13 3 21 cm tiragem: 3000 ex. R$ 39,00 Previsão de lançamento: 13/10/2010 ISBN e código de barras: 978-85-359-1744-4
VERGoNHA Salman Rushdie Vergonha se debruça sobre o nascimento do Paquistão e a violenta disputa pelo comando do novo país, revelando jogos de poder nas esferas pública e privada
Romance tradução: José Rubens Siqueira Capa: Victor Burton 376 pp. (estimadas) 14 3 21 cm tiragem: 4000 ex. R$ 52,00 Previsão de lançamento: 28/10/2010 ISBN e código de barras: 978-85-359-1756-7 LANÇAMENTOS outuBRo BR 2010 BRo
Em seu terceiro romance, de 1983, Salman Rushdie aproveita a violenta história do Paquistão para tratar dos efeitos devastadores de uma emoção corrosiva. Em urdu, o significado de sharam, traduzido no Ocidente por “vergonha”, envolve também embaraço, decência, modéstia e conhecimento da própria origem. É isso o que se apreende da história de disputa pelo poder entre dois homens: o eminente oficial do Exército Raza Hyder e seu primo, Iskander Harappa, cada qual autoritário a sua moda. Ao redor das truculentas figuras estão Sufiya Zinobia e Omar Khayyam Shakil. Sufiya é a filha de Hyder, nascida depois da morte do esperado primogênito e desprezada desde o primeiro instante. Com a capacidade sobrenatural de absorver a vergonha e as emoções reprimidas de todos, a menina ruboriza a ponto de queimar as mãos de
quem a toque. Ela se casará com o médico Omar Khayyam, dando início à união simbólica do excesso de vergonha com a falta absoluta dela. Conduzindo o enredo de volta às esferas principais do poder, ou seja, aos efeitos que esse casamento absurdo irá provocar na disputa entre Raza e Iskander, Rushdie demonstra de maneira inequívoca que um povo regulado pela vergonha acaba recriando um cenário de violência. Salman Rushdie nasceu em Bombaim, Índia, em 1947. Aos treze anos mudou-se para Londres, depois se formou em história pelo King’s College. É autor de mais de uma dezena de livros, vários deles publicados pela Companhia das Letras, como Os filhos da meia-noite (vencedor do Booker Prize de 1981) e Os versos satânicos. 4
MÉtoDo PRÁtICo DA GuERRILHA Marcelo Ferroni Combinando história e ficção, Marcelo Ferroni narra a malfadada aventura de Che na Bolívia
Romance Capa: Kiko Farkas e thiago Lacaz/ Máquina Estúdio 232 pp. (estimadas) 14 3 21 cm tiragem: 4000 ex. R$ 41,00 Previsão de lançamento: 25/10/2010 ISBN e código de barras: 978-85-359-1748-2
Em maio de 2004, o Departamento de Estado dos eua libera a transcrição do interrogatório de Paul Neumann, ex-aluno de história da puc-rs, realizado em 1967, em um hospital militar na Bolívia, por dois renegados cubanos a serviço da cia. Esta é sumariamente a moldura ficcional deste thriller de espionagem, centrado na figura de um Che Guevara amargo, careca e barrigudo. Depois do fiasco no Congo, Che estava taciturno na Tanzânia, sonhando em levar a guerrilha à Argentina, onde os comunistas não se davam com Fidel. Mas o alvo, enfim, escolhido pelos revolucionários foi a Bolívia de Barrientos que, em 1966, nas palavras do autor, “era um estranho enxerto de nacionalismo e conservadorismo pró-americano importado do Brasil”, e é para lá que se dirige a Operação Fantasma. Valendo-se de paráfrases da história,
através de diários e relatórios, Ferroni apresenta desde os bastidores da ação, na formação das redes urbanas do movimento da esquerda internacional, até as frentes de batalha em Ñancahuazú, recriando em detalhes os acontecimentos daquela trágica (e por vezes cômica) guerrilha. Em Método prático da guerrilha, Ferroni põe à prova, com uma pesquisa minuciosa, os métodos preconizados pelo próprio Guerra de guerrilhas, de Che, e aponta, com algumas doses de ficção, as contradições da prática revolucionária. Marcelo Ferroni nasceu em 1974, em São Paulo. Foi editor da Globo Livros, por onde havia lançado o volume de contos Dia dos mortos, e hoje é editor da Alfaguara, selo de literatura da Nova Fronteira. Método prático da guerrilha é seu primeiro romance, e será publicado também na Espanha e em Portugal.
NADA ME FALtARÁ Lourenço Mutarelli Numa novela ágil, narrada somente com diálogos, Mutarelli conta a história de um homem que ressurge um ano depois de ter desaparecido junto com a mulher e a filha. Incapaz de se lembrar do que aconteceu, ele precisa enfrentar a cobrança dos amigos e as suspeitas da mãe e da polícia Nada me faltará narra a história de Paulo, um homem que desaparece misteriosamente junto com a mulher e a filha e ressurge um ano depois, sem explicações, na frente do prédio onde morava. Paulo é interrogado por médicos, policiais, amigos e familiares, mas não se lembra de nada do que aconteceu. Levado para a casa da mãe, ele se entrega a um estado de cansaço e desinteresse. A situação se complica conforme aumenta a cobrança para que ele volte a se comportar como antes, mas ninguém parece entender que, para Paulo, tudo está bem. O desinteresse pelo paradeiro da mulher e da filha alimenta a suspeita de um investigador e da própria mãe. Somente seu terapeuta, dr. Leopoldo, se mostrará compreensivo para tentar desvendar o caso de seu paciente. 5
Ao realçar o descompasso entre as realidades dos vários personagens, Mutarelli elabora como poucos o tema da incomunicabilidade. Com um registro coloquial preciso e um humor estranho e desconfortável, ele explora um dos elementos típicos de sua obra: o limite incerto entre sanidade e loucura. Lourenço Mutarelli nasceu em 1964, em São Paulo. Escritor, artista gráfico, roteirista e ator, publicou diversas histórias em quadrinhos, hoje cultuadas entre o público do gênero. Escreveu peças de teatro e os romances O cheiro do ralo (adaptado para o cinema por Heitor Dhalia e com Selton Mello no papel principal), Jesus Kid, A arte de produzir efeito sem causa, Miguel e os demônios e O natimorto, os três últimos publicados pela Companhia das Letras.
Novela Capa: Kiko Farkas e Mateus Valadares/ Máquina Estúdio 136 pp. (estimadas) 13,5 3 20,6 cm tiragem: 3000 ex. R$ 37,00 Previsão de lançamento: 22/10/2010 ISBN e código de barras: 978-85-359-1740-6 LANÇAMENTOS outuBRo BR 2010 BRo
o MAL-EStAR AR NA CIVILIZAÇÃ CIVILIZAÇÃo, NoVAS CoNFERêNCIAS INtRoDutó utóRIAS E outRoS tEXtoS obras completas, volume 18 Sigmund Freud
A publicação das obras Completas de Sigmund Freud (1856-1939) prossegue com o quarto lançamento, o do vol. 18, que inclui os textos aparecidos entre 1930 e 1936, entre eles o mal-estar na civilização e Por que a guerra?, uma longa carta aberta a Einstein
Psicanálise Coordenação: Paulo César de Souza tradução: Paulo César de Souza Capa e projeto gráfico: warrakloureiro 496 pp. (estimadas) 13 3 21 cm tiragem: 8000 ex. R$ 52,00 Previsão de lançamento: 20/10/2010 ISBN e código de barras: 978-85-359-1743-7
O mal-estar na civilização é considerado o mais importante trabalho de Freud no âmbito da sociologia e antropologia. Escrito às vésperas do colapso da Bolsa de Valores de Nova York (1929), é uma investigação sobre as raízes da infelicidade humana, sobre o conflito entre instintos e cultura e a forma que ele assume na civilização moderna. Também constitui, nas palavras do historiador Peter Gay, “uma teoria psicanalítica da política”. As Novas conferências introdutórias podem ser lidas como obra autônoma, pois sintetizam as principais descobertas da psicanálise e expõem seus desenvolvimentos após 1917. A mais influente delas é “A dissecção da personalidade psíquica”.
Por que a guerra? foi parte de uma troca de ideias com Einstein, feita por solicitação da Liga das Nações, antecessora da ONU. Impressionados com os horrores da Primeira Guerra Mundial, os dois refletiram sobre a natureza da guerra e a forma de evitá-la ou diminuir seu alcance. Entre os textos secundários do volume, destacam-se “Tipos libidinais”, sobre a possibilidade de classificar todos os indivíduos em “eróticos”, “narcisistas” ou “obsessivos”; “O prêmio Goethe”, sobre a relação entre Goethe e a psicanálise; e “Meu contato com Josef Popper”, sobre o filantropo e pensador que, escrevendo sob o pseudônimo de “Lynkeus”, prenunciou a teoria dos sonhos.
A ERA DA EMPAtIA
Lições da natureza para uma sociedade mais gentil Frans de Waal O primatólogo Frans de Waal mostra como a biologia predispõe os seres humanos a construir uma sociedade mais justa e solidária, para além do “cada um por si” dos mercados e da visão da natureza como basicamente “egoísta” Em A era da empatia, Frans de Waal mostra como diversos animais, incluindo os seres humanos, foram dotados pela evolução da capacidade de se colocar no lugar do próximo, de se apiedar da dor do vizinho e, em casos extremos, até de salvar-lhe a vida, colocando a própria em risco. Esse “instinto da compaixão” se choca com a visão tradicional do “gene egoísta”, segundo a qual os animais são programados apenas para satisfazer seus próprios interesses. Tomando por base estudos com macacos-prego e chimpanzés, De Waal mostra que o “gene egoísta” não se traduz em indivíduos ou sociedades egoístas. Ao contrário, parece haver ao longo da evolução uma tendência à empatia estabelecida a centenas de milhões de anos. Ao se colocar no lugar dos ouLANÇAMENTOS outuBRo BR 2010 BRo
tros, os animais sociais ajudam a construir grupos mais coesos — o que, por sua vez, auxilia sua sobrevivência. De Waal nos mostra camundongos piedosos, macacos socialistas, cachorros invejosos e chimpanzés que coçam as costas dos outros sem receberem nada em troca. Bem-humorado, repleto de casos instigantes, erudito e ao mesmo tempo escrito em linguagem acessível e informal, A era da empatia é um ótimo antídoto para estes tempos de individualismo extremado. Frans de Waal nasceu na Holanda, em 1948. É professor de psicologia da Universidade Emory e pesquisador do Centro Nacional de Primatas Yerkes, ambos em Atlanta, nos Estados Unidos. Dele, a Companhia das Letras publicou Eu, primata.
Ciência tradução: Rejane Rubino Capa: Flávia Castanheira 392 pp. (estimadas) 14 3 21 cm tiragem: 3000 ex. Preço a definir Previsão de lançamento: a definir ISBN e código de barras: 978-85-359-1763-5 6
uMA CERtA PAZ Amós Oz Em uma ma certa paz paz, publicado originalmente em 1982 e uma das obras mais aclamadas de Amós Oz, acompanhamos Ionatan Lifschitz, um jovem de 26 anos frustrado com a vida regrada e monótona em um kibutz “A obra mais poderosa de Amós Oz.” — The New York Times Book Review No inverno de 1965, Ionatan Lifschitz resolveu abandonar sua mulher e o kibutz onde nascera e crescera. Decidiu sair e começar uma vida nova. No entanto, a saída de Ionatan não se concretiza assim tão facilmente. Filho de Iulek, o líder da comunidade, sua insatisfação é contraposta à esperança que marcou a geração anterior. Os dilemas de Ionatan se agravam quando chega ao kibutz o sonhador Azaria Guitlin. Conversador, sempre repleto de opiniões, apaixonado pela ideia de um mundo justo, Azaria Guitlin é a antítese de Ionatan. Entre os dois se forma uma estranha amizade, que se torna ainda mais confusa quando Azaria se muda para a residência dos Lifschitz e se interessa por Rimona, a esposa que Ionatan negligencia e trata com desdém.
As difíceis relações familiares são a tônica desta obra de Amós Oz, que leva para o seio familiar as contradições e dificuldades políticas que o Estado de Israel enfrentava nos anos 1960, às vésperas da Guerra dos Seis Dias. Mais do que um retrato histórico, porém, Uma certa paz se revela uma meditação sobre o poder, a decepção e os relacionamentos amorosos. O talento de Oz está em não privilegiar um único ponto de vista. Pelo contrário, dá voz aos pensamentos das suas personagens, por mais rígidos e chocantes que sejam. Amós Oz nasceu em 1939, em Jerusalém. Pela Companhia das Letras publicou, entre outros, os romances Conhecer uma mulher, A caixa preta e Cenas da vida na aldeia.
Romance tradução: Paulo Geiger Capa: warrakloureiro 400 pp. (estimadas) 16 3 23 cm tiragem: 5000 ex. R$ 51,00 Previsão de lançamento: 27/10/2010 ISBN e código de barras: 978-85-359-1746-8
A CHAVE Do MAR Fernando Moreira Salles Em sua concisão, estes poemas desvendam horizontes. A percepção fina e a atenção aguda do poeta operam o passe de mágica que é prerrogativa da poesia: expor, desprotegido, o momento que passa. Terceira coletânea de Fernando Moreira Salles, A chave do mar confirma a presença de seu autor entre os novos nomes da poesia brasileira
Poesia Capa: Kiko Farkas/ Máquina Estúdio Ilustrações: Paulo Monteiro 80 pp. 14 3 21 cm tiragem: 2000 ex. R$ 35,00 Previsão de lançamento: 07/10/2010 ISBN e código de barras: 978-85-359-1752-9 7
Os poemas de Fernando Moreira Salles enganam o leitor: aparecem suaves, quase tênues, para inadvertidamente adquirirem o peso de uma revelação grave. O próprio poeta atenta para sua ferramenta poética: uma “Dicção de espuma.../ trilha e compasso/ deste ser”. Ferramenta contraditória no sentido de ser “de espuma” e de nomear com contundência o que é tão difícil de apreender: o tempo, a intimidade, as sensações e sentimentos mais fugazes. Nessa visita exemplar à intimidade do tempo, Salles recorre inúmeras vezes à metáfora do mar (invocada desde o título da obra), que ao mesmo tempo muda incessantemente e aponta para a eternidade: “A lembrança/ nasce/ no quieto horizonte/ como ondas/ de outras manhãs”.
É o mar, inclusive, que dá nome ao poeta, que o decifra e ao mesmo tempo expõe e acolhe: “Átimo/ instante/ entre marés/ Algo/ me nomeia”; “Só/ neste mar/ dispo/ minha sombra”. E está na conclusão do livro, em que o poeta faz a soma de si e define seu legado: “Estas/ poucas/ palavras/ e a chave do mar”. Fernando Moreira Salles nasceu no Rio de Janeiro, em 1946. É sócio da Companhia das Letras. Dirigiu o Instituto Moreira Salles, foi editor de revista, resenhista de livros e dramaturgo (Eu me lembro, 1995; Entrevista, 1998). Dele, a Companhia das Letras já publicou os livros Memorando (memória, 1993, em coautoria com Geraldo Mayrink), Ser longe (poesia, 2003) e Habite-se (poesia, 2005). LANÇAMENTOS outuBRo BR 2010 BRo
CoNtoS CoMPLEtoS Lima Barreto
Este volume reúne todos os contos publicados em vida por Lima Barreto e mais dezenas de inéditos, retirados de seus manuscritos. Organização e apresentação de Lilia Moritz Schwarcz
Contos Capa: Jeff Fisher organização e apresentação: Lilia Moritz Schwarcz 720 pp. (estimadas) 16 3 23 cm tiragem: 5000 ex. R$ 48,00 Previsão de lançamento: 28/10/2010 ISBN e código de barras: 978-85-359-1755-0
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A importância de Lima Barreto (1881-1922) na literatura brasileira tem sido objeto de sucessivas reavaliações. A oralidade despojada de seus textos, o tom memorialista e de crônica jornalística foram duramente criticados por contemporâneos como José Verissimo e, ao mesmo tempo, serviram de atrativo para as vanguardas modernistas. Embora tenha morrido cedo, aos 41 anos, Lima Barreto deixou uma importante produção de romances, crônicas e contos. Com organização, introdução e notas de Lilia Moritz Schwarcz, esta edição reúne os 149 contos do autor, resgatados por meio de pesquisas em manuscritos, edições originais, jornais e revistas da época. Tanto os contos menos conhecidos quanto alguns mais famosos, como “A Nova Califórnia” e “O homem que sabia javanês”, ressaltam o aspecto autobiográfico que, segundo a organizadora, perpassa toda a carreira de Lima Barreto. Testemunha ocular das convulsões políticas e sociais da República Velha, Lima Barreto foi um dos primeiros escritores a assumir sua negritude no Brasil. Ativista simpático ao anarquismo, descendente de escravos e protegido do Visconde de Ouro Preto, inseriu-se no mundo intelectual mas foi considerado um escritor de segunda categoria. Análises posteriores, como a do professor Antonio
Candido, diriam que Lima Barreto é um autor “vivo e penetrante”. E sua inclusão tardia no cânone dos grandes ficcionistas da língua portuguesa seria apenas uma das muitas contradições que caracterizaram sua vida e obra. Ao rever sua produção literária cem anos depois da publicação de Recordações do escrivão Isaías Caminha, seu primeiro romance, o que vemos é o gênio rebelde eternizado pela fúria quixotesca de Policarpo Quaresma e nas manifestações mais livres e reveladoras de seus contos. Lima Barreto nasceu no Rio de Janeiro, em 13 de maio de 1881, filho do tipógrafo João Henriques e da professora Amália Augusta. Seu padrinho era o Visconde de Ouro Preto, senador do Império. A mãe, escrava liberta, morreu precocemente, quando o filho tinha seis anos. É autor, entre outros, de Recordações do escrivão Isaías Caminha e Triste fim de Policarpo Quaresma. Lilia Moritz Schwarcz é professora titular no Departamento de Antropologia da usp. Em 1999 seu livro As barbas do imperador — D. Pedro II, um monarca nos trópicos ganhou o prêmio Jabuti de ensaio. Além deste, publicou O espetáculo das raças, D. João carioca — história em quadrinhos sobre a chegada da corte portuguesa ao Brasil, em coautoria com Spacca — e O sol do Brasil, entre outros.
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RECoRDAÇÕES RDAÇÕES D Do ESCRIVÃo ISAÍAS CAMINHA Lima Barreto Apoiando-se no tema do racismo e da exclusão social, este romance de estreia de Lima Barreto discorre sobre a incapacidade do país de incorporar os negros na sociedade e traça um panorama histórico e social do começo do século XX Filho de uma escrava liberta e um tipógrafo, Lima Barreto nunca teve em vida o reconhecimento que a sua obra merecia. Isso talvez se justifique, ao menos em parte, pela repercussão de Recordações do escrivão Isaías Caminha na sociedade carioca. Ao ambientar o personagem numa redação de jornal, Lima Barreto trata de maneira impiedosa a classe jornalística, que respondeu aos insultos banindo o autor da imprensa carioca. E, embora tenha sido publicada em 1909, em meio ao otimismo pós-Lei Áurea, a história de Isaías mostra um cotidiano bastante cruel para os negros. O jovem é culto e inteligente mas isso não basta para que ele seja
inserido na sociedade, pois será esmagado pelo preconceito racial. Resgatando a atualidade de Lima Barreto sob o viés da crítica literária, Alfredo Bosi defende na introdução do livro que Recordações é um dos grandes romances da literatura brasileira. Essa edição traz também um prefácio de Francisco de Assis Barbosa, historiador que fez um importante estudo sobre o autor, valendo-se de dados biográficos e contextualizando o livro à época em que foi publicado. E, ainda, mais de cem notas elaboradas por Isabel Lustosa, que comenta fatos históricos e nos revela quem eram as pessoas e os lugares retratados no livro.
oS ENSAIoS
Romance Capa: Raul Loureiro e Claudia Warrak Introdução: Alfredo Bosi Prefácio: Francisco de Assis Barbosa Notas: Isabel Lustosa 312 pp. (estimadas) 13 3 20 cm tiragem: 5000 ex. R$ 25,00 Previsão de lançamento: 28/10/2010 ISBN e código de barras: 978-85-63560-07-0
Montaigne Reunião dos principais textos de Michel de Montaigne, esta edição traz um rico panorama da obra daquele que é considerado o pai do gênero ensaio Personagem de vida curiosa, Michel Eyquem, Seigneur de Montaigne (15331592) é considerado o inventor do gênero ensaio. Herdeiro de uma fortuna deixada pelo avô, um comerciante de peixes abastado, foi alfabetizado em latim e prefeito de Bordeaux. A certa altura, retirou-se para ler, meditar e escrever sobre praticamente tudo. Esta edição oferece ao leitor brasileiro a possibilidade de ter uma visão abrangente do pensamento de Montaigne, sem que precise recorrer aos três volumes de suas obras completas. Selecionados para a edição internacional da Penguin por M. A. Screech, especialista no Renascimento, os ensaios desta edição passam por temas como o medo, a covardia, a preparação para a morte, a educação dos filhos, a embriaguez, a ociosidade. De particular interesse para nossos leitores é o ensaio “Sobre os canibais”, que foi inspirado no encontro que Montaigne teve, em Ruão, em 1562, com os
índios da tribo Tupinambá, e que foram levados para serem exibidos na corte francesa. Além disso, trata-se da primeira edição brasileira que utiliza a monumental reedição dos ensaios lançada pela Bibliothèque de la Plêiade, que, por sua vez, se valeu da edição póstuma dos ensaios de 1595. O crítico Eric Auerbach, que assina o prefácio do livro, afirma que a modernidade de Montaigne se deve ao fato de ser o primeiro autor a não se preocupar com um público determinado. Esta nova e fluente tradução permite que o leitor brasileiro descubra o pensamento rico (e vivo) de Montaigne. Michel Eyquem, Seigneur de Montaigne nasceu em 1533. Estudou direito e tornou-se conselheiro do Parlamento de Bordeaux. Casou-se em 1565. Foi eleito duas vezes prefeito de Bordeaux. Morreu em Montaigne, em 1592, enquanto preparava a edição final, e a mais rica, de seus Ensaios.
Ensaios tradução: Rosa Freire d’Aguiar Capa: Raul Loureiro e Claudia Warrak 624 pp. (estimadas) 13 3 20 cm tiragem: 7000 ex. R$ 34,00 Previsão de lançamento: 28/10/2010 ISBN e código de barras: 978-85-63560-06-3
o ALuFÁ RuFINo
tráfico, escravidão e liberdade no Atlântico Negro (c. 1822-c. 1853) João José Reis, Flávio dos Santos Gomes, Marcus J. M. de Carvalho As aventuras de um ex-escravo africano envolvido no tráfico negreiro são reconstituídas numa narrativa histórica acessível e bem documentada. Mais do que uma biografia convencional, a trajetória de Rufino serve como guia para uma história social do tráfico e da escravidão no mundo atlântico em meados do século XIX
História Capa: Mariana Newlands 520 pp. (estimadas) 14 3 21 cm tiragem: 3000 ex. R$ 62,00 Previsão de lançamento: 26/10/2010 ISBN e código de barras: 978-85-359-1736-9
Este livro, escrito a seis mãos por especialistas na história da escravidão no Brasil, reconstitui a movimentada biografia de Rufino José Maria e faz uma abrangente análise do contexto histórico do Brasil e da África no século xix. Nascido no antigo reino africano de Oyó, escravizado na adolescência por um grupo étnico rival, adquirido por traficantes brasileiros e levado para Salvador da Bahia, o protagonista destas fascinantes páginas da história do Brasil teve sua biografia dividida pelo oceano. A vida de Rufino foi plena de aventuras e desventuras. Após conseguir sua alfor-
ria, tornou-se cozinheiro assalariado de navios negreiros e, na maturidade, no Recife, alcançou o posto de alufá, guia espiritual da comunidade de negros muçulmanos. João José Reis é professor da ufba e autor de Rebelião escrava no Brasil, entre outros livros. Flávio dos Santos Gomes é professor da ufrj e autor de Histórias de quilombolas, entre outros livros. Marcus J. M. de Carvalho é professor da ufpe e autor de Liberdade: Rotinas e rupturas do escravismo e de numerosos artigos sobre a história da escravidão no Brasil.
AS AVENtuRAS DA VIRtuDE
As ideias republicanas na França do século xviii Newton Bignotto O filósofo político Newton Bignotto acompanha, em As aventuras da virtude, o tortuoso percurso do léxico republicano durante a Revolução Francesa Percorrendo desde as páginas plácidas de Montesquieu até os anos angustiantes que se seguiram à queda de Robespierre — quando a França teve de lidar com a triste herança do Terror —, As aventuras da virtude mostra que havia no século xviii uma linguagem republicana anterior às ameaças efetivas ao regime monárquico, e que encontrou nos anos decisivos da Revolução terreno fértil para se desenvolver. Recriada pelos iluministas em seus passeios pela Antiguidade, transformada por Rousseau, que a ela forneceu uma gramática rigorosa e inovadora, essa linguagem tornou-se um código obrigatório quando o Antigo Regime ruiu definitivamente. Nesse caminho, uma noção ocupou um lugar de destaque: a virtude. Seguir os caminhos e percalços da virtude é uma maneira não apenas de acompanhar LANÇAMENTOS outuBRo BR 2010 BRo
o processo de transformação da paisagem política e intelectual da França, mas também de assistir ao encontro da nova realidade do século das Luzes com ideias e concepções de um mundo que já desaparecera. Estas surpreendentes aventuras e desventuras da formação do pensamento republicano francês nos oferecem um material inestimável de reflexão, num momento em que, como lembra o próprio autor, “a interrogação sobre a república e a liberdade está longe de ser uma mera querela de eruditos”. Newton Bignotto (1957) é doutor em filosofia pela École des Hautes Études en Sciences Sociales e professor do departamento de filosofia da Universidade Federal de Minas Gerais (ufmg). É autor de Origens do republicanismo moderno (2001) e Maquiavel (2003), entre outros.
Filosofia política Capa: Victor Burton 384 pp. (estimadas) 14 3 21 cm tiragem: 3000 ex. R$ 53,00 Previsão de lançamento: 20/10/2010 ISBN e código de barras: 978-85-359-1747-5 10
A VIDA SECREtA DA GuERRA Peter Beaumont Neste volume da coleção Jornalismo Literário, o correspondente internacional Peter Beaumont investiga o cotidiano da guerra contemporânea. Posfácio de Arthur Dapieve
Jornalismo tradução: José Viegas Capa: João Baptista da Costa Aguiar 278 pp. (estimadas) 14 3 21 cm tiragem: 3000 ex. R$ 49,00 Previsão de lançamento: 29/10/2010 ISBN e código de barras: 978-85-359-1690-4
No passado, era simples escrever sobre guerras. Estados e ideologias colidiam; batalhas eram travadas entre exércitos nacionais ou milícias. Mas a guerra mudou. Neste relato pouco usual da guerra contemporânea, Peter Beaumont, jornalista e correspondente internacional do Observer, mostra que a privatização dos conflitos bélicos por pequenos grupos armados e a fragmentação de Estados nacionais instáveis transformaram a guerra em um modo de vida, o que representa um desafio quase intransponível para exércitos “tradicionais”. Para retratar essas sociedades em que a guerra é endêmica, Beaumont, em vez de focar sua análise nas grandes instâncias decisórias ou de comando, leva o leitor às engrenagens cotidianas do conflito: o sofrimento dos civis e combatentes, o
dia a dia dos embates, as aspirações dos envolvidos. No processo, o autor descreve encontros aterrorizantes, situações-limite e descobertas que só alguém que penetrou a fundo o território “inimigo” poderia realizar, como um plano secreto da Al Qaeda de ataque a Londres ou o refúgio bombardeado do mullah Omar. A vida secreta da guerra é resultado de um dos mais corajosos trabalhos de jornalismo investigativo dos últimos anos, que levou o autor a viajar muitas vezes sozinho e sem guarda-costas para os lugares mais perigosos do mundo e permitiu uma rara proximidade e intimidade com os entrevistados. Peter Beaumont é editor e correspondente internacional do jornal The Observer. Recebeu o prêmio George Orwell por suas reportagens sobre a segunda guerra do Iraque.
oS ANDARILHoS Do BEM Carlo Ginzburg História tradução: Jônatas Batista Neto Capa: Jeff Fisher 284 pp. 12,5 3 18 cm tiragem: 5000 ex. R$ 22,50 Previsão de lançamento: 14/10/2010 ISBN e código de barras: 978-85-359-1749-9
Um dos maiores historiadores contemporâneos, Carlo Ginzburg reconstitui um fato até então ignorado e que joga nova luz sobre a questão da feitiçaria. Os “andarilhos do bem” (benandanti) — como são chamados no Friuli, entre o final do século xvi e a primeira metade do xvii, os praticantes de um culto da fertilidade — apresentam-se, num primeiro momento, como defensores das colheitas contra bruxas e feiticeiros, a quem, em sonho ou durante um delírio semionírico, combatem com ramos de erva-doce nas mãos. Caso vençam, as colheitas de trigo ou de uva serão soberbas no ano seguinte; perdendo, o resultado será a fome. Descobridor de uma religiosidade não cristã, ligada à fecundidade agrícola e às crenças perigosas no além, Carlo Ginzburg demonstra neste livro magistral que a erudição mais escrupulosa muitas vezes tem afinidades estreitas com o fantástico.
A ASCENSÃo Do RoMANCE Ian Watt teoria literária tradução: Hildegard Feist Capa: Jeff Fisher 352 pp. 12,5 3 18 cm tiragem: 5000 ex. R$ 25,50 Previsão de lançamento: 14/10/2010 ISBN e código de barras: 978-85-359-1750-5
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A ascensão do romance é, com razão, considerado um clássico da teoria literária e da história cultural sobre as origens e a sedimentação deste que se tornou o mais popular dos gêneros literários na Inglaterra da primeira metade do século xviii: o romance. As razões dessa popularidade, assim como do realismo inerente ao gênero, são buscadas por Ian Watt no surgimento da classe média, no individualismo econômico, nas filosofias inovadoras de Descartes e Locke, na secularização da sociedade e nas mudanças ocorridas tanto no público leitor quanto no papel social da mulher. LANÇAMENTOS outuBRo BR 2010 BRo
TRILOGIA MILLENNIUM
LANÇAMENtoS SoLAR Ian McEwan outRAS CoRES Orhan Pamuk
oRFEu, o ENCANtAD t oR tAD Guy Jimenes o REI Do PICLES Rebecca Promitzer BIS Ricardo da Cunha Lima
toDoS oS HoMENS SÃo MENtIRo IR SoS IRo Alberto Manguel
CoM MIL DIABoS! — NARRAt ARRA IVAS Do FoLCLoRE ARRAt Ernani Ssó
o BoM JESuS E o INFAME CRISto Philip Pullman
É uM M LIVR LIVRo Lane Smith
A SEGuNDA CoNFISSÃo Rex Stout
REIMPRESSÕES
VERGoNHA Salman Rushdie MÉtoDo PRÁtICo DA GuERRILHA Marcelo Ferroni NADA ME FAL FALt tARÁ tARÁ Lourenço Mutarelli o MAL-EStAR tAR NA CIVILIZAÇÃo, t NoVAS CoNFERêNCIAS INtRo R DutóRIAS Ro E outRo R S tEXtoS Ro oBRAS CoMPLEtAS t , VoLuME 18 tAS Sigmund Freud A ERA DA EMPA EMPAtIA Frans de Waal uMA MA CER CERt tA t A PAZ Amós Oz A CHAVE Do MAR Fernando Moreira Salles CoNtoS CoMPLEtoS Lima Barreto
RELANÇAMENTO ESPECIAL DAS CAPAS ORIGINAIS
ANtES DE NASCER o MuNDo Mia Couto uM M AR ARtIStA tA DA FoME / A CoNStRuÇÃo t Franz Kafka o CoNtINENtE – VoL. 1 Erico Verissimo
A MARCA HuMANA Philip Roth
A ELEGÂNCIA Do ouRIÇo Muriel Barbery
oBJECto QuASE José Saramago
o EVANGELHo SEGuNDo JESuS CRISto José Saramago
PoESIA (1931-1935 E NÃo DAt DAtADA) tADA) Fernando Pessoa
ESPINoSA SEM SAÍDA Luiz Alfredo Garcia-Roza
RAÍZES Do BRASIL Sérgio Buarque de Holanda
o GARoto GAR No CoNVÉS John Boyne
SEIS PASSEIoS PELoS BoSQuES DA FICÇÃo Umberto Eco
HIR SHIMA HIRo John Hersey
CoNtoS E LENDAS DA MItoLoGIA GREGA Claude Pouzadoux o MENINo Do PIJAMA LIStRADo John Boyne
RECoRDAÇÕES Do ESCRIVÃo ISAÍAS CAMINHA Lima Barreto
ANtoLoGIA PoÉtICA (BoLSo) Vinicius de Moraes
oS ENSAIoS Montaigne
DoIS IRMÃoS (BoLSo) Milton Hatoum
o ALuFÁ RuFINo João José Reis, Flávio dos Santos Gomes, Marcus J. M. de Carvalho
oS VERSoSS SA SAtÂNICoS (BoLSo) Salman Rushdie
AS AVENtuRAS RAS DA VIR VIRtuDE Newton Bignotto
o AMoR E AS AVENtuRAS DE tRIStÃo E ISoLDA Maria Nazareth Alvim de Barros
A VIDA SECREtA tA DA GuERRA t Peter Beaumont oS ANDARILHoS Do BEM (BoLSo) Carlo Ginzburg A ASCENSÃo Do Ro R MANCE (BoLSo) Ian Watt SCott PILGRIM CoNtRA o MuNDo — VoL. 2 Bryan Lee O’Malley
LANÇAMENTOS outuBRo BR 2010 BRo
Editora Schwarcz Rua Bandeira Paulista, 702, cj. 32 04532-002 — São Paulo — sp Telefone: (11) 3707-3500 Fax: (11) 3707-3501 www.companhiadasletras.com.br
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FLoR Do CERRADo: BRASÍLIA Ana Miranda PENÉLoPE No LouVRE Anne Gutman QuEM É QuEM Lalau SEtE HIStóRIAS PARA SACuDIR o ESQuELEto Angela-Lago
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M
SCott PILGRIM CoNtRA o MuNDo — VoL. 2 Bryan Lee O’Malley
Neste segundo volume das aventuras de Scott Pilgrim: ninjas, rock’n’roll canadense, vegetarianismo radical e lojas de departamento satânicas
TO
História em quadrinhos tradução: radução: Érico Assis 408 pp. 12,7 3 19 cm tiragem: 6000 ex. R$ 35,00 Previsão de lançamento: a definir ISBN e código de barras: 978-85-359-1737-6
A vida de Scott Pilgrim parece estar se acertando. De saída, ele já mandou para a lona dois dos ex-namorados do mal de Ramona Flowers (faltam cinco). Além disso, o namoro com a misteriosa americana parece estar engrenando, e até mesmo sua banda, a Sex Bob-Omb, tem conseguido acertar um ou dois acordes. Claro que, num país tão tumultuado quanto o Canadá, as coisas nunca são fáceis, e o período de relativa tranquilidade é interrompido pela chegada da turnê do Clash at the Demon’s Head, a banda de rock mais incrivelmente poderosa de que se tem notícia. Não bastasse, o grupo é liderado por Envy Adams, ex-namorada de Scott, que o colocou numa espécie de coma emocional ao largá-lo, um ano e meio atrás. E o embate com o passado traz consigo um conflito de contornos mais épicos: o atual namorado de Envy Adams é ninguém menos que Todd Ingram, o vegan com poderes místicos que Scott precisa derrotar no seu caminho para o coração de Ramona. Dotado de poderes incríveis (“ele frequentou a academia vegan e tudo!”), Todd será o maior desafio de Pilgrim. Ou pelo menos é o que se imagina. No segundo capítulo deste volume, Scott irá descobrir outra faceta de sua enig-
mática namorada, será perseguido por ninjas e samurais e terá de lidar com os grandes dilemas da vida adulta: dividir ou não um apartamento com seu melhor amigo gay e, principalmente, arrumar um emprego ou continuar jogando Final Fantasy ii. Com a série Scott Pilgrim contra o mundo, Bryan Lee O’Malley criou um vibrante universo pop, recheado de referências a videogames, música, cinema e cultura japonesa. Em meio a tudo isso, há também espaço para um divertido e inteligente comentário sobre sua geração, e uma visão original sobre a natureza dos relacionamentos, da amizade e do amor. Sem as angústias carregadas dos dramas adolescentes, O’Malley mostra como o caminho para a felicidade pode ser alcançado com uma espada, doze litros de café e algum rock’n’roll canadense. Bryan Lee O’Malley nasceu em London, Ontário. Sua única meta na vida era ficar rico. Até o presente momento, ele ainda não é muito rico. A série Scott Pilgrim é a obra de sua vida, e depois dela ele planeja aposentar-se com uma casa perto do oceano onde vai comer salmão defumado em todas as refeições até a morte. Ele atualmente mora em um apartamento em algum lugar do Canadá com a quadrinista Hope Larson e dois gatos.
“Scott Pilgrim é o melhor livro de todos os tempos. É uma crônica do nosso tempo. Com Kung Fu, então: perfeito.” Joss Whedon 13
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oRFEu, o ENCANtADoR Guy Jimenes Uma das mais belas e trágicas histórias de amor de todos os tempos, o mito de Orfeu, o poeta que desce aos Infernos em busca de sua amada Eurídice, é o tema deste novo volume da coleção Histórias Sombrias da Mitologia Grega
Mitologia tradução: radução: Álvaro Lorencini Capa: Kiko Farkas e thiago Lacaz/ Máquina Estúdio 136 pp. (estimadas) 13,7 3 18,5 cm tiragem: 3000 ex. R$ 25,00 Previsão de lançamento: 19/10/2010 ISBN e código de barras: 978-85-359-1734-5
Orfeu é um dos heróis gregos mais conhecidos entre nós, talvez pela consagrada versão de Vinicius de Moraes, que transplantou o mito ao Carnaval e aos morros cariocas da década de 1950. Nesta nova adaptação, para o público juvenil, conhecemos a história do inventor da poesia, que, ainda menino, é presenteado pelos deuses com uma lira, instrumento do qual tira os mais melodiosos sons, que o tornam célebre em todo o mundo antigo. Tão célebre que é convidado a participar da expedição dos argonautas, que reuniu os principais heróis gregos da época. Com seu canto, ele os ajuda a resistir às sereias. Mas é na volta da expedição que Orfeu enfrenta a mais dura prova de sua vida. Encanta-se com a ninfa Eurídice, e os dois se casam. No dia do noivado, po-
rém, Eurídice é picada por uma serpente e morre. Desesperado, Orfeu desce aos Infernos — reino do temido deus Hades, de onde ninguém nunca retorna — para trazer Eurídice de volta à vida. Com sua arte, Orfeu consegue comover até mesmo Hades, que permite ao jovem levar sua amada de volta, com a condição de que no caminho ele não olhe para ela. O final da história, como muitos sabem, é dos mais trágicos. Como nos outros volumes da coleção — Medeia, a feiticeira e Antígona, a rebelde —, este traz um mapa da Grécia antiga, uma árvore genealógica das personagens, um glossário e um apêndice sobre a origem do mito e as várias interpretações que recebeu, além de apresentar as obras de arte inspiradas por ele, inclusive algumas realizadas no Brasil.
o REI Do PICLES Rebecca Promitzer Movidos pela curiosidade e pelo tédio das férias chuvosas, seis crianças e o cachorro mais sujo do mundo se envolvem numa história de mistério com laboratórios subterrâneos, civilizações secretas e muitos perigos A cidade de Elbow é conhecida por apenas duas coisas: chuva e picles. Chove todo dia em Elbow, principalmente no verão, e sem parar. E é de lá que vem o Chili Herman Língua do Diabo, o picles mais potente já criado pelo homem e o prato oficial da cidade. Mas Bea e seus amigos — as únicas crianças que não foram viajar nas férias de verão — vão descobrir que Elbow tem um terceiro ingrediente: mistério. Tudo começa quando Bea e Sam, seu melhor amigo, descobrem um corpo numa casa da parte antiga da cidade. Mesmo sem um olho, eles reconhecem aquele rosto: é Herman, o dono da fábrica de picles. Mas por que alguém mataria o adorável Herman? E, se Herman está morto, quem está no comando da empresa? A dupla decide formar uma equipe LANÇAMENTOS outuBRo BR 2010 BRo
com a riquinha Madison, o garoto inventor Eric, a impulsiva Butterfly e seu irmãozinho Nelson, além do cachorro mais sujo do mundo, Jellybean, para formar os Condenados da Chuva, a trupe que vai desvendar o mistério da morte de Herman. O Rei do Picles é a aventura de seis crianças e um vira-lata que, movidos pela curiosidade e pelo tédio das férias chuvosas, acabam por desvendar o segredo escondido de toda uma cidade. Fantasmas, civilizações secretas, laboratórios subterrâneos, vilões sem escrúpulos e muitos outros perigos os aguardam. Assim como muito picles. Rebecca Promitzer se define como uma contadora de histórias. Após estudar literatura e cinema, ela escreveu histórias infantis e produziu curtas-metragens. O Rei do Picles é seu primeiro livro.
Romance tradução: Érico Assis Capa: Elisa v. Randow 328 pp. (estimadas) 14 3 21 cm tiragem: 3000 ex. R$ 37,00 Previsão de lançamento: 28/10/2010 ISBN e código de barras: 978-85-359-1757-4 14
BIS Ricardo da Cunha Lima/ Ilustrações: Luiz Maia Poemas que falam de uma máquina de fazer chuva, e chuva com sabor de frutas, de uma geladeira de micro-ondas, que em vez de esquentar congela, e de muito mais, além de uma generosa lição de poesia, são os componentes deste Bis Quarto livro do autor dedicado à poesia — e às crianças —, este Bis encerra um ciclo do qual fazem parte De cabeça para baixo (Prêmio Jabuti), Cambalhota e Do avesso, todos de grande sucesso. Treze poemas tratam dos mais variados temas: vontades esquisitas (como a de querer “entrar para fora e sair para dentro”); casamentos inusitados; um bruxo que bagunça uma feira de ciência ao dar vida aos objetos; uma cama que engole gente (e que fornece uma boa desculpa
naqueles dias em que não dá vontade de levantar), entre outras situações divertidas. Há ainda um poema visual sobre um mapa do tesouro. Como nos outros volumes, o autor explica, em um apêndice, a diferença entre prosa e poesia, e fala sobre alguns dos principais conceitos desse gênero, como verso, estrofe, ritmo, verso branco, musicalidade. Assim, o leitor aprende não só a ler poesia, como também é incentivado a criar os seus próprios poemas.
64 pp. 20,5 3 20,5 cm tiragem: 3000 ex. R$ 33,50 Previsão de lançamento: a definir ISBN e código de barras: 978-85-7406-450-5
CoM MIL DIABoS! — NARRAtIVAS Do FoLCLoRE Ernani Ssó/ Ilustrações: Edgar Vasques Anhangá, beiçudo, bode-preto, canheta, cão-miúdo, capeta, coisa à toa, demo, diacho, excomungado, lúcifer, pé-cascudo, satanás, tinhoso... Se você acha que sabe tudo sobre o diabo, nem imagina quantas faces ele pode ter. É o que mostra Ernani Ssó nesta coletânea de contos sobre o nosso grande representante do mal
48 pp. 21 3 28 cm tiragem: 4000 ex. R$ 34,50 Previsão de lançamento: a definir ISBN e código de barras: 978-85-7406-454-3 15
Há muito tempo, quando os bichos falavam pelos cotovelos, um escritor resolveu escrever um livro sobre diabos. Depois de meses de pesquisa, desanimou: as histórias eram danadas de bobas. Mas, muito tinhoso, esse escritor foi em frente; pensou até em fazer um pacto com o próprio coisa-ruim. Ainda bem que isso não foi necessário, pois Ernani encontrou seis histórias deliciosas sobre esse anjo rebelde, que na verdade tem tantos nomes quanto faces diferentes. Tem história em que ele parece muito maldoso mas revela um coração mole; em outras é horroroso até o fim — porém, no final das contas, acaba em geral
levando a pior por uma incrível falta de esperteza. Ernani já lançou seis volumes de contos do folclore — sobre macacos, onças, fantasmas, gigantes, sobre encantamentos que transformam homens em bichos e até sobre a morte —, todos de grande sucesso. Cada livro é ilustrado por um artista diferente, que dá um tom pessoal para os volumes que compõem a coleção. Escritor de mão-cheia e extremamente zeloso, Ernani faz um extenso trabalho de pesquisa para encontrar as melhores narrativas, que são depois recontadas à sua maneira, preservando a oralidade da contação de histórias. LANÇAMENTOS outuBRo BR 2010 BRo
É uM LIVRo Lane Smith Uma verdadeira ode ao LIVRO, este LIVRO destina-se a todos aqueles que adoram o LIVRO à moda antiga: que não precisa de bateria nem senha eletrônica
tradução: Júlia M. Schwarcz 20,8 3 26,1 cm 32 pp. tiragem: 6000 ex. R$ 28,50 Previsão de lançamento: 01/10/2010 ISBN e código de barras: 978-85-7406-451-2
Na lista de mais vendidos do New York Times desde o seu lançamento
Ganha uma bolacha recheada quem responder primeiro a seguinte pergunta: qual O Assunto do Ano no mercado editorial? Sim, estamos falando do futuro do livro, dos tais e-books e a proposta de revolução que trazem consigo. E o que será do livro? E o que será dos direitos autorais? E o que será das prateleiras? E o que será dos pobres marcadores de página?! Muitos aproveitam a onda para reafirmar seu amor às letras impressas em papel, e dizem que o livro é uma espécie
de deus grego: não morre nunca. Sem enveredar pelas malhas da vidência, mas deixando claro que um livro é um livro e isso basta, Lane Smith criou uma história ilustrada, tanto para crianças quanto para adultos, sobre o nosso velho e bom — e amado — livro. Aquele que, ao contrário dos produtos eletrônicos, não apita, não interage, não conecta nem retwitta. Mas que, só pela emoção da narrativa e das imagens, prende a atenção (e ainda rouba o coração) de qualquer um.
Leia abaixo trechos de uma entrevista com o autor. Algum evento específico te inspirou a escrever É um livro? Não, foi um conjunto de coisas. Como não tenho filhos, não havia me dado conta da evolução tecnológica que vivemos e, de repente, para onde quer que olhasse, via pessoas com suas engenhocas. Percebi que a situação dava margem a uma brincadeira entre os dois lados, o do livro impresso e o do mundo eletrônico. Mas você não é antitecnológico, está sempre atualizando seu blog (Curious Pages) sobre livros infantis de que gosta. Pois é. Esse foi meu antídoto contra os blogs que declaram o que as crianças devem ler. Os livros indicados nunca eram os que eu gostava de ler quando criança, então resolvi fazer um para falar daqueles esquisitos que eu adorava. Não estou no Twitter nem no Facebook, só porque não sobra tempo, mas adoro o meu iPod e o meu iPhone e ando enlouquecido para comprar um iPad. O que você acha dos e-books? Sou daqueles que adoram segurar um livro de verdade. Não sei se o iPad vai conseguir reproduzir essa sensação. Mas adoraria criar alguma coisa para o iPad, que não fosse nem um livro nem uma animação, mas uma combinação dos dois. Sei que o futuro acontecerá em algum tipo de interatividade, mas o livro ainda é minha leitura favorita. Há uma ambiguidade na última fala do livro [veja o quadrinho ao lado]. Você acha que há mesmo uma briga entre os defensores do livro impresso e os do e-book ou foi a mídia que criou essa controvérsia? Acho que é mais uma coisa da mídia. É engraçado porque os professores e os livreiros gostam dessa brincadeira do final, e eu nunca tive problema nas leituras que fiz.
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