Destaques de fevereiro da Cia das Letras

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LANÇAMENTOS FEVEREIRO 2011

MENSAGEM DE UMA MÃE CHINESA DESCONHECIDA Xinran

Em Mensagem de uma mãe chinesa desconhecida, Xinran aborda com delicadeza um dos aspectos mais cruéis e polêmicos da sociedade chinesa contemporânea, e dá voz às mães que não puderam vivenciar a plena maternidade por terem dado à luz bebês do sexo feminino No Ocidente, temos um conhecimento apenas folclórico sobre a lei chinesa de planejamento familiar — da qual a política do filho único é a parte mais difundida — e, sobretudo, sobre a prática ainda presente em rincões pobres da China rural do infanticídio de bebês do sexo feminino, ou das mães que dão suas filhinhas para adoção. Se as razões sociais e o contexto histórico que levam a tais extremos são praticamente desconhecidos dos ocidentais, menos ainda se sabe sobre o que pensam e sentem as pessoas diretamente afetadas por esses trágicos fenômenos. Com Mensagem de uma mãe chinesa desconhecida, Xinran, jornalista e autora do best-seller internacional As boas mulheres da China, retorna às histórias verídicas de mulheres chinesas que a tornaram mundialmente conhecida. Desta vez ela aborda o sofrimento humano resultante da interação de uma milenar cultura machista com circunstâncias históricas, econômicas e sociais específicas. Em dez capítulos, são apresentadas dez histórias marcadas pela interrupção da relação mãe-filha, de meninas que nunca conheceram suas mães biológicas e mulheres que deram a filha em adoção a casais de camponeses que vivem sem endereço

fixo, viajando pelos quatro cantos da China para burlar a fiscalização da lei do filho único — eventualmente abandonando uma menina numa estação de trem. Ao longo dos anos Xinran foi tomando conhecimento das circunstâncias em que vivem tais mulheres. Após relutar, decidiu abordar esse delicado tema e dedicar um livro às centenas de milhares de mães chinesas que se viram levadas a rejeitar — e até mesmo a matar — suas bebês: pela primeira vez, elas teriam suas histórias ouvidas. São, é claro, histórias alarmantes, como a vez em que a própria autora testemunhou, em Yimeng, numa das áreas mais pobres da China, uma parteira afogar uma menina recém-nascida num balde de água suja. Mas o livro ainda é cheio de dados estatísticos também preocupantes: uma família chinesa gasta de 1,3 mil a 6,5 mil dólares para adotar um menino, mas apenas de 25 a 39 dólares por uma menina. Juntos, material humano, dados históricos e informações estatísticas compõem um envolvente panorama de tristes experiências de maternidade e confirmam a autora como uma das principais vozes a traduzir a complexa da realidade chinesa para o público-leitor ocidental.

Reportagem Tradução: Caroline Chang Capa: Rita da Costa Aguiar 272 pp. 14 3 21 cm Tiragem: 5000 ex. R$ 42,00 Previsão de lançamento: 18/02/2011 ISBN e código de barras: 978-85-359-1802-1

Xinran nasceu em Beijing, em 1958. Durante anos trabalhou como jornalista em Nanjing apresentando o programa de rádio Palavras na brisa noturna. Em 1997 se mudou para Londres, onde escreveu As boas mulheres da China. É colunista do jornal The Guardian e professora da School of Oriental e African Studies da Universidade de Londres. Em 2004, fundou The Mothers’ Bridge of Love, ong que busca auxiliar órfãos chineses e estreitar a compreensão entre o Ocidente e a China. De sua autoria, a Companhia das Letras publicou também Enterro celestial, O que os chineses não comem, Testemunhas da China e As filhas sem nome.


ONDE OS HOMENS CONQUISTAM A GLÓRIA A odisseia de um soldado americano no Iraque e no Afeganistão Jon Krakauer

Jon Krakauer reconstitui a trajetória de Pat Tillman — astro do futebol americano morto no Afeganistão e um dos principais ícones do patriotismo pós-11 de setembro — e expõe a farsa arquitetada para encobrir aquele que se tornaria um dos mais emblemáticos escândalos militares da era Bush

Reportagem Tradução: Ivo Korytovski Capa: Retina_78 400 pp. (estimadas) 16 3 23 cm Tiragem: 4000 ex. Preço a definir Previsão de lançamento: a definir ISBN e código de barras: 978-85-359-1809-0

Pat Tillman era um astro do futebol americano na época dos ataques terroristas ao World Trade Center. O evento despertou nele a obrigação moral de se juntar às forças armadas do então presidente George W. Bush em sua cruzada contra o terror. Às vésperas da temporada 2002 da Liga Nacional, Tillman renunciou a um contrato de quase 4 milhões de dólares para passar os três anos seguintes como soldado de infantaria. Enviado ao Iraque e ao Afeganistão, Tillman foi morto acidentalmente por um colega após uma sequência de manobras equivocadas de sua unidade de combate. A reação oficial foi um cínico encobrimento

da verdade aprovado pelos mais altos escalões do governo e uma série de investigações que resultariam ineptas não fosse a determinação de Dannie Tillman em descobrir o que acontecera com seu filho. Em uma pesquisa de fôlego, Krakauer reconstrói a trajetória de Pat Tillman e revolve a campanha de desinformação do governo americano para que a verdadeira causa de sua morte jamais viesse à tona. Jon Krakauer (1954) escreve para revistas e jornais dos Estados Unidos. É autor de Na natureza selvagem, Sobre homens e montanhas, No ar rarefeito e Pela bandeira do paraíso, todos publicados pela Companhia das Letras.

HONRA TEU PAI Gay Talese Neste clássico do jornalismo literário, o autor de O reino e o poder e A mulher do próximo narra a ascensão e a queda de uma das grandes famílias da máfia americana. Edição revista e ampliada pelo autor, com nova introdução de Pete Hamill Poucas mitologias de nosso tempo causam tanto fascínio quanto a máfia, e não por acaso esse universo já rendeu obras-primas como O poderoso chefão, Os bons companheiros e, mais recentemente, a série de tevê Família Soprano. Lançado em 1971, Honra teu pai (publicado originalmente no Brasil como Honrados mafiosos) é um livro-reportagem sobre os meandros desse mundo, centrado na história de Joseph “Joe Bananas” Bonanno, que controlava uma das chamadas Cinco Famílias de Nova York, e de seu filho Salvatore “Bill” Bonanno, protagonista de uma sangrenta guerra entre mafiosos. Partindo do sequestro de Joseph em 1964, o livro remonta à origem do clã Bonanno e descreve a ascensão do patriarca, que aos 26 anos já controlava uma das grandes famílias da máfia italiana de LANÇAMENTOS FEVEREIRO 2011

Nova York. Ao mesmo tempo, mostra em detalhes o confronto que surge após o sequestro de Joe, quando Bill, diante do vácuo de poder deixado pela ausência do pai, se vê emaranhado num embate pelo controle da própria família. Gay Talese, um dos pais do new journalism americano, obteve vasto acesso ao clã Bonanno, e pela primeira vez trouxe à tona uma visão de dentro da máfia, objetiva e despida de romantismo. Gay Talese nasceu em 1932, na ilha de Ocean City, New Jersey. Entre 1955 e 1965 trabalhou no New York Times, e a partir de 1960 tornou-se colaborador de várias revistas, em especial a Esquire. Dele, além de O reino e o poder, a Companhia das Letras publicou A mulher do próximo, Fama e anonimato e Vida de escritor.

Jornalismo literário Tradução: Donaldson Garschagen Capa: João Baptista da Costa Aguiar 496 pp. (estimadas) 16 3 23 cm Tiragem: 4000 ex. R$ 55,00 Previsão de lançamento: 25/02/2011 ISBN e código de barras: 978-85-359-1803-8 2


LIÇÕES DE FILOSOFIA PRIMEIRA J. A. Giannotti Em Lições de filosofia primeira, José Arthur Giannotti disseca os fundamentos da filosofia numa escrita simultaneamente acessível e rigorosa O novo livro de José Arthur Giannotti, professor emérito da Universidade de São Paulo e um dos fundadores do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (cebrap), é ao mesmo tempo uma introdução ao filosofar e uma profunda reflexão sobre o pensamento metafísico. Nas palavras do autor, enquanto “o poeta encontra uma pedra no meio do caminho, nós, que continuamos a estudar filosofia, encontramos um muro de pedras, que pode fechar ou abrir caminhos”. Nesse sentido, Lições de filosofia primeira trata justamente dos materiais incorpóreos que alicerçam as estruturas do ser e a linguagem, principais temas da investigação filosófica desde seus primórdios na Grécia antiga. Giannotti compõe um roteiro didático diferente das “introduções à filosofia” usuais. Em vez de apresentar um desfi-

le mais ou menos apressado de nomes, conceitos e sistemas, o autor prefere concentrar-se nos momentos que conduziram à grande crise do século XX, quando pensadores como Heidegger e Wittgenstein solaparam as bases do discurso filosófico tradicional. Dividido em duas partes, dedicadas respectivamente aos pensadores clássicos e contemporâneos, o livro percorre as principais questões da metafísica desde Platão e Aristóteles, proporcionando a estudantes e especialistas um excelente guia para a prática e o ensino da filosofia. José Arthur Giannotti (1930) é pro­fes­ sor aposentado de filosofia na usp. Além de artigos em periódicos especializados, é autor de, entre outros, Apresentação do mundo (1995), Certa herança marxista (2000) e O jogo do belo e do feio (2005), todos pela Companhia das Letras.

Filosofia Capa: Marco Giannotti 376 pp. (estimadas) 14 3 21 cm Tiragem: 3000 ex. R$ 49,00 Previsão de lançamento: 24/02/2011 ISBN e código de barras: 978-85-359-1799-4

A CULTURA-MUNDO

Resposta a uma sociedade desorientada Gilles Lipovetsky e Jean Serroy Que cultura caracteriza o mundo hoje? De que forma ela se relaciona com os principais eixos de nossa época: capitalismo globalizado, individualismo, consumismo, internet? Num ensaio iluminador, Gilles Lipovetsky e Jean Serroy explicam a gênese e os impasses desse novo e complexo sistema de valores

Ensaio/ sociologia Tradução: Maria Lúcia Machado Capa: warrakloureiro 208 pp. (estimadas) 14 3 21 cm Tiragem: 4000 ex. R$ 39,50 Previsão de lançamento: 22/02/2011 ISBN e código de barras: 978-85-359-1797-0 3

Um novo sistema de valores surge na esteira da “modernidade dilacerada e limitada”. Agora, os conflitos Igreja/ Estado, liberalismo/comunismo, burguesia/proletariado não são mais centrais. O mundo que se anuncia supera os modelos anteriores de relação entre cultura e sociedade, baseados na aceitação ou no enfrentamento das ideias de hierarquia, autoridade e riqueza. A cultura passa a ser “um setor econômico em plena expansão”, com excesso de oferta de bens mercantis e simbólicos que vão dos livros à moda, das inovações tecnológicas ao design, da música à gastronomia. Usando referências da história, da sociologia, da psicologia e da estética, Lipovetsky e Serroy defendem a tese de uma

“cultura-mundo” cheia de nuances: embora imediatista, não despreza a herança do passado; embora individualista, estimula a participação social; embora racional, vê nascer em seu interior a religiosidade como bálsamo para o “indivíduo diante de si mesmo, sem rede de proteção”. Gilles Lipovetsky nasceu em Millau, na França, em 1944. É filósofo, pesquisador e professor da Universidade de Grenoble. Dele, a Companhia das Letras publicou A terceira mulher, Luxo eterno, O império do efêmero e Felicidade paradoxal. Jean Serroy é professor e autor de várias obras sobre a literatura do século XVIII e sobre cinema. Com Lipovetsky, publicou também A tela global: mídias culturais e cinema na era hipermoderna (Sulina). LANÇAMENTOS FEVEREIRO 2011


AS ENTREVISTAS DA PARIS REVIEW VOL. 1 Vários autores

O processo de criação de grandes autores, e episódios trágicos, pitorescos e engraçados de suas vidas pessoais e trajetórias literárias, nesta coletânea das lendárias entrevistas da Paris Review. Projeto gráfico inovador: em uma tiragem de 3 mil exemplares, 3 mil capas diferentes Fundada em 1953 nos Estados Unidos, a Paris Review é uma das mais prestigiosas revistas literárias do mundo e publicou importantes autores em início de carreira, tais como V. S. Naipaul, Philip Roth e Jeffrey Eugenides. A publicação é mais conhecida, porém, por suas famosas entrevistas com escritores. Desde o primeiro número, que trouxe uma entrevista com E. M. Forster, entrevistou mais de trezentos autores. Aparecer nas páginas da Paris Review é, no mundo literário, um reconhecimento semelhante a um prêmio. Essa antologia traz uma seleção de catorze entrevistas da Paris Review, cobrindo as quase seis décadas de existência

da publicação. Fazem parte do volume autores como W. H. Auden, Paul Auster, Jorge Luis Borges, Truman Capote, Louis-Ferdinand Celine, William Faulkner, Ernest Hemingway, Primo Levi. Concebidas como um contraponto à crítica academicista e formal que impe­ra­ va nos Estados Unidos na época, as entrevistas buscam revelar o autor de forma profunda, cobrindo sua vida passada, sua visão de mundo, suas motivações e as peculiaridades de sua criação literária. Editadas com maestria, inclusive com revisão e aprovação dos próprios autores, elas transcendem o formato jornalístico e adquirem qualidade literária.

Entrevistas Tradução: Christian Schwartz e Sérgio Alcides Capa: Flavia Castanheira 464 pp. (estimadas) 14 3 21 cm Tiragem: 3000 ex. R$ 58,00 Previsão de lançamento: 25/02/2011 ISBN e código de barras: 978-85-359-1814-4

APEGO Isabel Fonseca Em seu elogiado romance de estreia, Isabel Fonseca disseca as inseguranças da meia-idade “Um romance magistral sobre o envelhecimento, pais e filhos, e o mistério que os cônjuges podem ser um para o outro.” — The New York Times

Romance Tradução: Alexandre Barbosa de Souza Capa: Elisa v. Randow 248 pp. (estimadas) 14 3 21 cm Tiragem: 3000 ex. R$ 41,00 Previsão de lançamento: 21/02/2011 ISBN e código de barras: 978-85-359-1811-3 LANÇAMENTOS FEVEREIRO 2011

Aos 46 anos, Jean Hubbard é uma pro­fissional de sucesso que leva uma vida doméstica relativamente feliz. Jornalista formada em Oxford, escreve colunas sobre saúde e bem-estar para inúmeras publicações e é casada com Mark, homem igualmente bem-sucedido, proprietário de uma das mais criativas agências de publicidade da Inglaterra. Sem problemas aparentes e com a liberdade que o dinheiro e a consagração profissional proporcionam, o casal resolvera dividir o tempo entre Londres e uma casa na pequena ilha de St. Jacques (um paraíso tropical no oceano Índico), onde Mark pretendia desacelerar o ritmo da vida e preparar-se para a aposentadoria. Mas essa harmonia cotidiana se dissolve quando Jean intercepta uma carta indecorosa remetida pelo escritório londrino de Mark. Em vez de apresentar sua des-

coberta e inquirir o marido, Jean decide acessar um endereço de e-mail fornecido pela signatária da carta — “Coisinha n°2”, uma australiana de 26 anos — e encontra fotos picantes da suposta amante. Tomada por um misto de ciúme, curiosidade masoquista e dependência, Jean começa a se corresponder com Giovana (o nome da “coisinha”), passando-se por Mark. Num crescendo de drama e suspense, Fonseca compõe um painel delicado e surpreendente da meia-idade, mostrando que a maturidade e o sucesso não trazem necessariamente segurança ou amadurecimento emocional. Isabel Fonseca nasceu nos Estados Unidos, de origem uruguaia. Jornalista, foi diretora-assistente do Times Literary Supplement. É autora de Enterrem-me em pé (Companhia das Letras, 1996). 4


A NINFA INCONSTANTE Guillermo Cabrera Infante No romance póstumo do cubano Guillermo Cabrera Infante — um dos mais geniais prosadores do século XX em castelhano —, uma história de amor, recheada de alusões autobiográficas, anuncia a revolução que se aproxima

Romance Tradução: Eduardo Brandão Capa: warrakloureiro 232 pp. 14 3 21 cm Tiragem: 3000 ex. R$ 40,50 Previsão de lançamento: 10/02/2011 ISBN e código de barras: 978-85-359-1800-7

Estela ainda não tem dezesseis anos nem entende o palavrório do crítico de cinema que por ela caiu de amores. Ele é bem mais velho, e tem uma esposa que cansou de esperá-lo acordada. Mas essa não é outra história de amor em que um intelectual maduro se deslumbra pela beleza de uma adolescente ingênua. Porque Estela é tudo, menos inocente. Ao ritmo do bolero e dos sons ruidosos e sensuais da Havana pré-revolucionária, A ninfa inconstante é construído sobre a mais sólida fundação do processo criativo, a memória. Romance inédito do cubano exilado Guillermo Cabrera Infante, o livro desdobra-se sob o olhar do leitor como o palimpsesto vitalista de uma época única na história de Cuba, em que as referências e alusões pessoais, literárias, musicais e cinematográficas adquirem uma importância primordial.

Obra de elegância formal inusitada, A ninfa inconstante mostra todas as facetas do estilo de Cabrera Infante: os jogos de palavras que tanto fascinavam esse infa­ ti­gável explorador da linguagem, as suas re­ferências cinematográficas e literárias, o gosto pelas expressões populares e o sentido de humor único que povoa suas páginas. Guillermo Cabrera Infante nasceu em Cuba, em 1929, e morreu em Londres, em 2005. Estudou jornalismo e, em 1954, começou a escrever crítica de cinema. Foi fundador e diretor da revista literária Lunes de la Revolución e adido cultural da Cuba revolucionária até 1965, quando se exilou na Europa. É autor de vasta obra, que inclui ensaios, crônicas e romances. Ganhou o prêmio Cervantes em 1997.

MECANISMOS INTERNOS Ensaios sobre literatura J.M. Coetzee

Numa série de encontros memoráveis com escritores do século XX, a voz ensaística que permeia alguns dos melhores romances de J.M. Coetzee se revela nos textos reunidos em Mecanismos internos. O prêmio Nobel de literatura de 2003 apresenta algumas de suas principais afinidades intelectuais e influências literárias J.M. Coetzee possui uma vasta bibliografia ficcional, em grande parte já publicada pela Companhia das Letras. O romancista de Desonra, vencedor do prêmio Nobel de literatura de 2003 e de dois Booker Prizes, detentor de títulos de doutor honoris causa por várias universidades, frequentemente comparado aos titãs da literatura do século XX, também é autor de uma sólida produção ensaística, ainda pouco conhecida no Brasil. Exercitada em sua vasta experiência como professor, tradutor e pesquisador de literatura, a verve crítica de Coetzee — que transparece na trama híbrida de seus melhores romances — é apresentada em sua plenitude nos 21 textos reunidos em Mecanismos internos, quase todos escritos para a prestigiosa New York Re5

view of Books. Coetzee oferece sua visão pessoal sobre a vida e a obra de alguns de seus maiores precursores e contemporâneos — Nadine Gordimer, Robert Musil e Walter Benjamin, entre outros —, reafirmando o papel histórico do escritor e intelectual criticamente engajado. J.M. Coetzee nasceu na África do Sul, em 1940. Um dos mais respeitados escritores contemporâneos, autor de ficção, ensaios de crítica literária e memórias, publicou mais de uma dezena de livros. Foi professor nos Estados Unidos e na Universidade da Cidade do Cabo. De sua autoria, a Companhia das Letras publicou, entre outros, Vida e época de Michael K., À espera dos bárbaros, Homem lento, Diário de um ano ruim, Juventude, Infância e Verão.

Ensaios Tradução: Sergio Flaksman Capa: Kiko Farkas/ Máquina Estúdio 360 pp. (estimadas) 14 3 21 cm Tiragem: 3000 ex. R$ 49,00 Previsão de lançamento: 26/02/2011 ISBN e código de barras: 978-85-359-1808-3 LANÇAMENTOS FEVEREIRO 2011


Uma AVENTURA SECRETA DO MARQUÊS DE BRADOMÍN Teresa Veiga Em um livro ganhador do Grande Prêmio de Conto Camilo Castelo Branco, concedido pela Associação Portuguesa de Escritores, uma das principais autoras da atualidade em Portugal apresenta três histórias em que as mulheres são a fonte e as guardiãs de todos os segredos e mistérios

Contos Capa: Sabine Dowek 128 pp. 14 3 21 cm Tiragem: 3000 ex. R$ 33,00 Previsão de lançamento:18/02/2011 ISBN e código de barras: 978-85-359-1786-4

Quem lê Uma aventura secreta do Mar­ quês de Bradomín tem a impressão de es­tar diante da narrativa dos feitos de ho­ mens que, por motivos diversos, são merecedores de alguma notoriedade: o marquês do conto que dá nome ao livro, o engenheiro Rui Pelágio de “As parcas” ou o médico Carlos Sampedro de “O maldito, Marianina, e o feitiço da Rocha da Pena”. No entanto, aos poucos, e com a naturalidade inerente a todo grande narrador, os acontecimentos tomam rumos inesperados, e o foco da lente precisa de Teresa Veiga se ajusta sobre as mulheres que são o verdadeiro motor a impulsionar seus contos. Em Uma aventura secreta do marquês de Bradomín, Teresa Veiga cria histórias em que o mais importante muitas vezes

parece ser o que não foi dito, e em que o transcendente e até o sobrenatural vêm à tona nos momentos mais inesperados, transformando suas personagens em criaturas tão cativantes e misteriosas quanto sua própria autora. Teresa Veiga nasceu em Lisboa em 1945. Formou-se em direito em 1968 e em filologia românica em 1981, exerceu funções burocráticas cartoriais na década de 1970 e foi professora de francês e português. Fora isso, pouco se sabe sobre ela, já que a autora não concede entrevistas, assina seus livros com um pseudônimo e se nega a revelar sua verdadeira identidade. Em quase trinta anos de carreira literária, publicou apenas seis livros, todos eles recebidos com entusiasmo pela crítica.

O PAÍS DO CARNAVAL Jorge Amado/ Posfácio: José Castello Sintonizado com os dilemas de seu tempo, o primeiro romance de Jorge Amado já revela uma literatura vívida e calorosa, em que a veia satírica convive com uma profunda compreensão das limitações humanas Romance de estreia, escrito quando Jorge Amado tinha dezoito anos, O país do Carnaval (1931) é, apesar do título irônico, mais sombrio e introspectivo que a maioria dos livros que fizeram dele o ficcionista mais popular da literatura brasileira. A narrativa começa no navio que traz de volta ao Brasil o jovem filho de fazendeiro Paulo Rigger, depois de sete anos em Paris, onde cursara direito e absorvera comportamentos e ideias modernas. Nos primeiros dias que passa no Rio de Janeiro, Rigger tenta compreender um país onde já não se sente em casa, um país que tenta timidamente superar seu atraso oligárquico e ingressar na era industrial e urbana. De volta a Salvador, ele participa de um grupo de poetas fracassados e jornalistas corruptos que giram em torno do LANÇAMENTOS FEVEREIRO 2011

cético Pedro Ticiano, cronista veterano. Todos se sentem insatisfeitos e buscam um sentido para a existência: no amor, no dinheiro, na política, na vida burguesa ou na religião. Nesse romance de geração, as dúvidas e angústias dos personagens espelham a situação do país, que naquele momento passava pela Revolução de 30 e procurava redefinir seus rumos. Jorge Amado (1912-2001) foi um dos grandes nomes da literatura brasileira do século XX. Eleito deputado federal pelo Partido Comunista Brasileiro em 1946 e membro da Academia Brasileira de Letras, teve seus livros traduzidos para dezenas de idiomas. Entre os mais conhecidos estão Capitães da Areia, Gabriela, cravo e canela, Dona Flor e seus dois maridos e Tieta do Agreste. [www.jorgeamado.com.br]

Romance Capa: Kiko Farkas e Mateus Valadares/ Máquina Estúdio 104 pp. (estimadas) + 8 pp. (caderno de fotos) 14 3 21 cm Tiragem: 2000 ex. Preço a definir Previsão de lançamento: a definir ISBN e código de barras: 978-85-359-1798-7 6


CLÁUDIO MANUEL DA COSTA Laura de Mello e Souza

Marcada por ambivalência e controvérsia, a vida de Cláudio Manuel da Costa é revisitada pela historiadora Laura de Mello e Souza, que pesquisou inventários, escrituras e processos judiciais para reconstituir os passos do poeta no Brasil e na Europa O mineiro Cláudio Manuel da Costa, consagrado pelos versos de Vila Rica, poema dedicado à fundação da capital “das Minas Gerais”, é revisitado de maneira inovadora nesse perfil biográfico escrito por Laura de Mello e Souza, que lança uma nova perspectiva sobre a vida, a obra e o destino do poeta brasileiro. O leitor é transportado à Minas Gerais do século XVIII, onde Cláudio Manuel da Costa exerceu a carreira de advogado paralelamente à de poeta, engajando-se também no movimento da Inconfidência Mineira. Um dos temas mais polêmicos de sua biografia, sua morte, cujas circunstâncias nunca foram totalmente esclarecidas, que continua a motivar muita especulação. Seu corpo foi encontrado em um cubículo na propriedade de um rico contratador, hoje conhecida como Casa dos Contos. A exaustiva pesquisa documental realizada em acervos brasileiros e portugueses permitiu à autora preencher lacunas da vida do poeta, tomar partido em várias disputas historiográficas, ao mesmo tempo que revelou um homem dividido profundamente entre o reino de Portugal e sua colônia na América; entre a ilustração e a escravidão; entre a liberdade e os valores do Antigo Regime.

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Gradativamente alçado a postos importantes da administração da capitania, Cláudio Manuel da Costa mantinha desde jovem um grande interesse pela poesia. O poeta integrava várias academias de letrados, principal instância de circulação da cultura erudita na América portuguesa da época. Escrito nos intervalos de suas obrigações públicas, Cláudio Manuel imprimiu seu único volume de sonetos, éclogas e liras em 1768, ampliando a reputação de literato no Brasil e na Europa. Como demonstra Laura de Mello e Souza, sua poesia, junto com a de Tomás Antônio Gonzaga, é uma das mais relevantes da li­teratura setecentista no Brasil, pois, ao mesmo tempo que se revela marcadamente dominada pela reverência aos modelos clássicos, incorpora aspectos importantes da paisagem e dos costumes brasileiros. Laura de Mello e Souza é professora de história da Universidade de São Paulo, autora de Desclassificados do ouro, Inferno atlântico, O diabo e a terra de Santa Cruz e O Sol e a sombra. É coautora de 1680-­ -1720 — o império deste mundo (coleção Virando Séculos) e organizadora de Cotidiano e vida privada na América portuguesa (coleção História da Vida Privada no Brasil), os cinco últimos livros publicados pela Companhia das Letras.

Biografia Coleção Perfis Brasileiros Capa: warrakloureiro 248 pp. + 24 pp. (caderno de fotos) 13,5 3 20,7 cm Tiragem: 5000 ex. R$ 39,50 Previsão de lançamento: a definir ISBN e código de barras: 978-85-359-1761-1

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Lançamentos mensagem de uma mãe chinesa desconhecida Xinran onde os homens conquistam a glória Jon Krakauer honra teu pai Gay Talese lições de filosofia primeira J. A. Giannotti a cultura-mundo Gilles Lipovetsky e Jean Serroy

jake cake e a professora lobisomem Michael Broad contradança Roger Mello triste fim de policarpo quaresma Lima Barreto os últimos dias de tolstói Liev Tolstói

reimpressões a sangue frio Truman Capote Contos completos de lima barreto Lima Barreto

as entrevistas da paris review vol. 1 Vários autores

desvendando o arco-íris Richard Dawkins

apego Isabel Fonseca

o diabo e a terra de santa cruz Laura de Mello e Souza

a ninfa inconstante Guillermo Cabrera Infante

a ditadura escancarada Elio Gaspari

mecanismos internos J.M. Coetzee

o fio das missangas Mia Couto

UMA aventura secreta do marquês de bradomín Teresa Veiga

Mitologia dos orixás Reginaldo Prandi

o país do carnaval Jorge Amado cláudio manuel da costa Laura de Mello e Souza um lugar incerto Fred Vargas

Mitos, emblemas, sinais Carlo Ginzburg Na praia Ian McEwan olhai os lírios do campo Erico Verissimo

Para viver um grande amor Vinicius de Moraes o sol se põe em São Paulo Bernardo Carvalho Tio tungstênio Oliver Sacks Alexandre o Grande e sua sede de fama Phil Robins Cinderela chinesa Adeline Yen Mah fernando pessoa o menino da sua mãe Amélia Pinto Pais o hospital hostil Lemony Snicket william shakespeare e seus atos dramáticos Andrew Donkin retalhos Craig Thompson chega de saudade (bolso) Ruy Castro o jardim de cimento (bolso) Ian McEwan a viagem de théo (bolso) Catherine Clément abre a boca e fecha os olhos Ricardo Azevedo

mortalha para uma enfermeira P. D. James

Antártica: um mundo feito de gelo Maristela Colucci

o navio negreiro Marcus Rediker o visconde partido ao meio (bolso) Italo Calvino

os direitos das crianças segundo ruth rocha Ruth Rocha

o negócio do brasil (bolso) Evaldo Cabral de Mello

divinas aventuras Heloisa Prieto

os combates de aquiles Mano Gentil ordinário Rafael Sica

Editora Schwarcz Rua Bandeira Paulista, 702, cj. 32 04532-002 — São Paulo — sp Telefone: (11) 3707-3500 Fax: (11) 3707-3501 www.companhiadasletras.com.br

Monstromática Jon Scieszka

o caderno de liliana Livia Garcia-Roza/ Taline Schubach gumercindo e a galinha garoupa Joaquim de Almeida/ Laurabeatriz cleópatra Fiona Macdonald/ Chris Molan

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UM LUGAR INCERTO Fred Vargas O delegado Adamsberg vai a Londres para um colóquio policial e se envolve em uma investigação macabra: vários pares de sapatos, com pés dentro, são achados no famoso cemitério de Highgate. De volta a Paris, Adamsberg terá de lidar com outros crimes sinistros. Mas os pés amputados, um assassinato na Áustria e vampiros sérvios continuam a perturbar seu raciocínio investigativo

Policial Tradução: Dorothée de Bruchard Capa: Elisa v. Randow 368 pp. (estimadas) 13 3 21 cm Tiragem: 3000 ex. R$ 44,00 Previsão de lançamento: 21/02/2011 ISBN e código de barras: 978-85-359-1807-6

Para o delegado Jean-Batiste Adamsberg seria apenas uma curta estada do outro lado do canal da Mancha, mas a participação em um colóquio sobre crimes ligados à imigração reservou surpresas macabras. Dezessete pés foram encontrados, dentro de sapatos, junto ao cemitério de Highgate. O local é famoso. Corre a lenda que Highgate tem um “mestre”, uma entidade vampiresca que assombra o cemitério e tem ligação com ninguém menos que Bram Stoker, o criador do conde Drácula. Mas Adamsberg tem de retornar à rotina em Paris, onde irá se confrontar com um crime não menos assustador e repulsivo: o corpo de um velho jornalista é encontrado em pedacinhos, estripado em sua residência em um subúrbio

de luxo. Pouco depois, descobre-se que um crime semelhante aconteceu recentemente na Áustria. Nessa galeria de personagens, crimes e lugares sinistros, só a imaginação e a argúcia de Adamsberg são capazes de deslindar as relações que ligam suspeitos, épocas e paisagens tão incertos quanto sombrios. Fred Vargas é o pseudônimo de uma historiadora e arqueóloga medievalista nascida em Paris, em 1957. Detentora de diversos prêmios e publicada em mais de quarenta países, é um dos maiores nomes do romance policial francês contemporâneo. Dela, a Companhia das Letras publicou Fuja logo e demore para voltar, O homem do avesso, O homem dos círculos azuis e Relíquias sagradas.

MORTALHA PARA UMA ENFERMEIRA P. D. James Para solucionar as mortes ocorridas em uma sombria escola de enfermagem, o detetive Adam Dalgliesh terá de adotar o sangue-frio de um legista e apurar seu conhecido senso de observação Mortalha para uma enfermeira (1971) — agora em nova tradução brasileira — é um dos primeiros e mais elogiados livros de P. D. James, tido pelo New York Times como “a narrativa de mistério em sua melhor forma”. Os métodos inteligentes e minuciosos de investigação de Adam Dalgliesh, o charmoso inspetor da Scot­ land Yard que protagoniza uma série de romances da autora, serão postos à prova por intrigas que envolvem algumas mortes misteriosas em Nightingale House, escola de enfermagem anexa a um renomado hospital do sul da Inglaterra. O assassinato de duas jovens estudantes inaugura a série de crimes. A primeira vítima foi envenenada e a segunda era uma bela aluna que, descobre-se, estava grávida de três meses. No cenário de um sombrio casarão vitoriano, com a atmos9

fera pesada dos ambientes hospitalares, os principais suspeitos serão os estudantes, professores e médicos — justo aqueles que deveriam proteger vidas. Phyllis Dorothy James White nasceu em Oxford, Inglaterra, em 1920. Trabalhou no Serviço de Segurança Britânico e no departamento de polícia do Ministério do Interior, onde aprendeu “coisas úteis” para seus livros. Iniciou a carreira literária aos 42 anos, com O enigma de Sally. Ganhou os prêmios Grand Master, da Mystery Writers of America, e o Diamond Dagger, da British Crime Writers’ Association. Da autora das séries protagonizadas pelos investigadores Cordelia Gray e Adam Dalgliesh, a Companhia das Letras publicou Morte de um perito, Paciente particular e O crânio sob a pele, entre outros.

Policial Tradução: Daniel Estill Capa: Elisa v. Randow 352 pp. (estimadas) 13 3 21 cm Tiragem: 4000 ex. R$ 44,00 Previsão de lançamento: 22/02/2011 ISBN e código de barras: 978-85-359-1806-9 LANÇAMENTOS FEVEREIRO 2011


O NAVIO NEGREIRO Uma história humana Marcus Rediker

Com base em documentação vasta e rica, Marcus Rediker examina, em O navio negreiro, a montagem da operação de travessia de escravos de um lado a outro do oceano, em seus mais diversos pormenores, sobretudo a angústia daqueles que viajavam no porão em condições desesperadoras

História Tradução: Luciano Vieira Machado 456 pp. (estimadas) 16 3 23 cm Tiragem: 3000 ex. R$ 64,00 Previsão de lançamento: 25/02/2011 ISBN e código de barras: 978-85-359-1805-2

Muito se escreveu sobre a escravidão e o sistema de plantations que empregou grande parte da mão de obra africana no Novo Mundo, mas pouco se sabe sobre a principal “tecnologia” que tornou tudo isso possível: o navio negreiro. Com base em mais de trinta anos de pesquisas em arquivos marítimos, Marcus Rediker, grande especialista em tráfico transatlântico, escreveu uma história sem precedentes dessas embarcações e de seus passageiros, voluntários e involuntários. O autor reconstrói com detalhes sombrios a vida e a morte de escravos e marujos, os desmandos e a perversidade dos capitães, o dia a dia do navio — com suas doenças terríveis, motins e violência —, sem se esquecer dos detalhes técnicos e das principais diferenças entre os vários

tipos de embarcação dedicados ao comércio de carne humana. Descrevendo casos impactantes — como o da escrava que foi jogada ao mar amarrada em uma cadeira para não contaminar os outros cativos com varíola, ao do capitão que nutria um prazer sádico em manter seu inferno particular —, Rediker torna tangível esse que foi um dos principais nexos daquilo que W. E. E. Du Bois chamou de o “mais grandioso drama da humanidade”. Marcus Rediker (1951) é professor de história marítima na Universidade de Pittsburgh. Grande especialista em história do tráfico transatlântico de escravos, é autor, entre outros, de Villains of All Nations, Between the Devil and the Deep Blue Sea e, pela Companhia das Letras, A hidra de muitas cabeças, com Peter Linebaugh.

O VISCONDE PARTIDO AO MEIO Italo Calvino Romance Tradução: Nilson Moulin Capa: Raul Loureiro 104 pp. (estimadas) 12,5 3 18 cm Tiragem: 5000 ex. R$ 16,00 Previsão de lançamento: a definir ISBN e código de barras: 978-85-359-1813-7

O visconde partido ao meio, publicado originalmente em 1952, veio a compor com O cavaleiro inexistente e O barão nas árvores, ambos publicados pela Companhia das Letras, uma trilogia a que Italo Calvino (1923-85) chamou de Os nossos antepassados, uma espécie de árvore genealógica do homem contemporâneo, alienado, dividido, incompleto. É a história de Medardo di Terralba, o voluntarioso visconde que, na defesa da cristandade contra os turcos, leva um tiro de canhão no peito, mas sobrevive, ficando absurdamente partido ao meio, a metade direita atormentada pela maldade e a esquerda, pela bondade. “Ainda bem que a bala de canhão dividiu-o apenas em dois”, comentam aliviadas suas vítimas.

O NEGÓCIO DO BRASIL Evaldo Cabral de Mello

Ensaio Capa: Jeff Fisher 277 pp. (estimadas) 12,5 3 18 cm Tiragem: 4000 ex. R$ 25,00 Previsão de lançamento: a definir ISBN e código de barras: 978-85-359-1812-0

Sessenta e três toneladas de ouro: esse foi o preço que Portugal pagou aos holandeses para que eles devolvessem o Nordeste aos lusitanos; essa negociação teria sido o arremate de uma guerra que já havia sido vencida pelos portugueses, que mesmo assim sentiam-se vulneráveis ao rivalizar com a principal potência econômica e militar do século XVII. A tese heroica de que os holandeses foram expulsos mediante a valentia dos portugueses, dos índios e dos negros é revista nessa reconstituição histórica feita por Evaldo Cabral de Mello, um dos maiores historiadores brasileiros, especialista em história regional e no período de domínio holandês em Pernambuco no século XVII.

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OS COMBATES DE AQUILES Mano Gentil A história do grego Aquiles, o herói da guerra de Troia que escolheu ter uma morte gloriosa em combate em vez de uma vida longa e comum, é narrado em forma de romance neste novo volume da coleção Histórias Sombrias da Mitologia Grega

Tradução: Álvaro Lorencini Capa: Kiko Farkas e Thiago Lacaz/ Máquina Estúdio 120 pp. 13,7 3 18,5 cm Tiragem: 3000 ex. R$ 25,00 Previsão de lançamento: 09/02/2011 ISBN e código de barras: 978-85-359-1801-4

Aquiles é um dos mais famosos e trágicos heróis de todos os tempos. Guerreiro exemplar, de coragem e força inigualáveis, tem também um senso sutil de honra e justiça. No entanto, quando é ferido, pode se tornar selvagem e sanguinário, contrariando as leis da civilização e dos deuses. Neste livro, a história desse fascinante personagem é narrada em forma de romance: o episódio em que sua mãe o mergulha, ainda recém-nascido, no fogo para torná-lo invulnerável — como ela o segura pelo calcanhar, este acaba sendo o único ponto em que ele pode ser atin-

gido —, os primeiros amores, a amizade fraternal com Pátroclo, a participação na guerra de Troia, a qual o conduzirá ao seu trágico destino — os deuses só dão a vitória aos gregos quando Aquiles sacrifica a própria vida. Como nos outros volumes da coleção, para que se possa compreender melhor a tragédia e seu alcance, um apêndice contextualiza o mito — sua origem, as várias interpretações que recebeu e algumas de suas representações nas artes — e um glossário explica termos destacados no texto.

ORDINÁRIO Rafael Sica Um dos maiores expoentes da nova geração de quadrinistas brasileiros, Rafael Sica retrata o cotidiano absurdo da vida na metrópole, misturando horror, solidão, tristeza e humor nessa coletânea de tiras em preto e branco e sem palavras da sua série Ordinário Ordinário é uma coletânea da série de tiras de mesmo nome, publicada por Rafael Sica em seu blog desde 2009. Essas tiras, em preto e branco e sem falas, retratam a vida na metrópole, marcada por sentimentos intensos como solidão, tristeza, medo e horror, sempre com um humor ácido e um toque de surrealismo. Nesse universo bastante particular — e facilmente reconhecível — criado por Sica, de um modo quase tragicômico questiona-se a vida urbana e o comportamento do homem contemporâneo. O resultado seria algo próximo de Macanudo, se fosse escrito por alguém como Tim Burton. Rafael Sica teve seu trabalho publicado em revistas como Piauí e +Soma, no caderno Folhateen da Folha de S.Paulo e 11

no fanzine Tarja Preta. Vencedor de dois prêmios HQ Mix (Desenhista Revelação e Web Quadrinhos), é considerado um dos mais influentes quadrinistas brasileiros da nova geração. A exposição “Cinza-Choque”, apresentada no Museu do Trabalho em Porto Alegre em 2009, contou com treze desenhos inéditos seus, feitos a lápis, e foi um reconhecimento ao valor da obra do jovem quadrinista gaúcho. Rafael Sica nasceu em 1979, em Pelotas, no Rio Grande do Sul. Suas tiras já foram publicadas em grandes veículos de imprensa. Atualmente, publica a série Ordinário em seu blog e faz parte do grupo Bestiário, responsável pela revista Picabu. Para acompanhar seu trabalho, acesse <www.rafaelsica.zip.net>.

História em quadrinhos 128 pp. 13 3 21 cm Tiragem: 3000 ex. R$ 29,00 ISBN e código de barras: 978-85-359-1777-2 LANÇAMENTOS FEVEREIRO 2011


O CADERNO DE LILIANA Livia Garcia-Roza/ Ilustrações: Taline Schubach

Liliana não entende por que a mãe não vai mais voltar para casa. E por isso a menina se põe a escrever. Contar sua rotina é uma forma de continuar conversando com a mãe. Palavra atrás de palavra, com a leveza e a sabedoria que só as crianças têm, Liliana vai aprender a dizer o que sente e a descobrir como dar sentido a sua tristeza, suas alegrias e sua maneira de ver o mundo

120 pp. 13 3 19 cm Tiragem: 3000 ex. R$ 27,00 Previsão de lançamento: 01/02/2011 ISBN e código de barras: 978-85-7406-459-8

Sem a mãe, a casa de Liliana ficou enorme e virou uma grande bagunça. Roque e Peu, os irmãos da menina, não param de aprontar. O pai não tem tempo para os filhos. A tia e a avó não a escutam. E Jacyra, a empregada, está sempre ocupada, fazendo faxina ou lavando roupa. Liliana descobre que viver sem a mãe é “horrível” e que tem de lidar com a falta dela. Para superar a tristeza, o ciúme e a raiva, a menina se distrai com as visitas da avó, com a barrigona de grávida da empregada Jacyra, faz o batizado da boneca Shirley e, em seu caderno, inicia um diálogo com a mãe. Por meio dessa “conver-

sa”, a menina vai descobrir por si mesma como elaborar essa ausência e deixar de ser uma “folhinha ao vento”. É por meio da vida de todo dia, da fala e da escrita a um só tempo infantil, espontânea e literária, que se constrói esta narrativa sobre o aprendizado do crescimento, a experiência da perda e a reorganização dos afetos. Numa história sensível e pontuada de humor, a ficção de Livia Garcia-Roza apresenta-se em sua melhor forma. As palavras se sucedem em ritmo acelerado e vão aos poucos construindo um relato ao mesmo tempo leve e reflexivo sobre a perda.

GUMERCINDO E A GALINHA GAROUPA Joaquim de Almeida/ Ilustrações: Laurabeatriz Ao encontrar uma galinha no meio da rua, em plena noite de sexta-feira 13, Gumercindo não imaginava que aquele seria o início de uma amizade que incluiria um desafio entre repentistas, uma maldição e uma viagem pelo sertão até o oceano. E tudo isso embalado pelos versos improvisados na levada do repente

Capa e projeto gráfico: Thereza Almeida 64 pp. (estimadas) 21 3 26 cm Tiragem: 3000 ex. R$ 32,50 Previsão de lançamento: 01/02/2011 ISBN e código de barras: 978-85-7406-467-3

LANÇAMENTOS FEVEREIRO 2011

Em uma sexta-feira 13, Gumercindo saiu tarde da noite da casa do tio. Sozinho e um tanto amedrontado, percebeu um vulto atrás de si e cuidou logo de se esconder. Quando viu de que se tratava, caiu na gargalhada: era apenas uma pobre galinha, tão ou mais assustada que o menino. Mas não é que a galinha se afeiçoou a ele? Acompanhou-o até sua casa e logo na manhã seguinte já se aboletava no caminhão e seguia com a família para mais um dia de trabalho na feira, onde Gumercindo e o pai vendiam histórias de cordel e animavam as pessoas cantando emboladas. Tudo ia bem até o dia em que o delegado do lugar reclamou a galinha dizendo que ela lhe pertencia. Para decidir quem ficaria com a ave, combinou-se então um desafio de repentistas. Gumercindo só

não podia imaginar que nesse desafio a galinha acabaria sendo alvo de uma maldição, o que o levaria, junto com toda a sua família, a empreender uma viagem pelo sertão até o oceano. Através da história de Gumercindo e seu inusitado bicho de estimação, Joaquim de Almeida introduz os jovens leitores no universo do repente. No final do volume, um texto informa sobre as origens e as características dessa tradição cultural e um glossário explica alguns termos do vocabulário sertanejo. As ilustrações de Laurabeatriz se destacam pelo traço e as cores cheios de brasilidade. Do autor, a Companhia das Letrinhas já publicou José Moçambique e a capoeira e Chico Cambeva no fundo do martelo, também ilustrados por Laurabeatriz. 12


GRANDE, PEQUENO Blandina Franco/ Ilustrações: José Carlos Lollo Ser grande ou pequeno pode ser complicado, mas uma coisa é inegável: não importa o nosso tamanho, todos temos algo interessante para contar... Dos mesmos autores de Quem soltou o Pum?

32 pp. 20 x 23 cm Tiragem: 4 000 ex. R$ 25,00 Previsão de lançamento: a definir ISBN e código de barras: 978-85-7406-471-0

Muito adulto jura de pés juntos que nunca fez aquelas coisas que criança sempre faz — pintar a parede com canetinha, vestir uma capa e pular da cadeira, tentando voar, enfiar o dedo no nariz... Pois os autores deste livro revelam alguns segredinhos de infância de personagens insuspeitos: um campeão de

natação que perdeu a sunga na piscina; a freira carmelita que usava vestido de chita, o segurança grandão que no teatro da escola fez papel de abelhinha; e muitos mais. Ser grande ou pequeno é mesmo curioso. E só depende do ângulo de que a gente está olhando.

CLEÓPATRA A Rainha dos Reis Fiona Macdonald/ Ilustrações: Chris Molan A vida de uma das mais famosas rainhas de todos os tempos é apresentada aos jovens leitores por meio de um texto claro e informativo, complementado por ilustrações e fotos que revelam aspectos do antigo Egito

Tradução: Augusto Pacheco Calil 48 pp. 21,5 3 27,5 cm Tiragem: 3000 ex. Preço a definir Previsão de lançamento: a definir ISBN e código de barras: 978-85-7406-458-1

Cleópatra morreu há mais de dois mil anos, mas sua vida ainda desperta curiosidade e fascínio. Quando ela nasceu, em 69 a.C., o Egito corria o risco de ser dominado por Roma. Ao tornar-se regente, Cleópatra mudou essa situação. Usando seus encantos e inteligência, conquistou os generais romanos Júlio César e Marco Antônio, tornando-os seus aliados, e

assim conseguiu manter-se no poder por cerca de duas décadas. Neste livro, o leitor conhece essa notável história, assim como diversos aspectos da vida no antigo Egito através de ilustrações, fotografias e textos complementares. Além disso, as páginas centrais do volume se desdobram, fornecendo uma visão panorâmica dos acontecimentos.

Jake Cake e a professora lobisomem Michael Broad Três aventuras de Jake Cake, narradas e ilustradas por ele, sobre: uma professora que se transforma em lobisomem; uma babysitter que vira monstro; e uma múmia que levanta do sarcófago para pedir ajuda

Tradução: Antônio Xerxenesky 144 pp. 13 3 20 cm Tiragem: 3000 ex. R$ 26,00 Previsão de lançamento: 03/02/2011 ISBN e código de barras: 978-85-7406-465-9

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Jake Cake é um menino que, além de ter nome de comida, gosta de escrever sobre as coisas que acontecem com ele, ou melhor, sobre as aventuras em que se mete. Ele também faz alguns desenhos — da mãe e sua cara de brava, da professora de matemática transformada em lobisomem, da babá-monstro estraçalhando todos os móveis da sala, da múmia que encontrou vagando por um museu, en-

tre outras doideiras. Claro que os adultos costumam não acreditar nas histórias do menino, mas ele garante que tudo realmente aconteceu. Este é o primeiro volume de uma coleção de diários do Jake Cake, cada um com três episódios. Neles, as crianças vão se divertir ao conhecer as aventuras e confusões do Jake, narradas e ilustradas pelo próprio trapalhão por trás delas. LANÇAMENTOS FEVEREIRO 2011


OS ÚLTIMOS DIAS DE TOLSTÓI Liev Tolstói Os últimos dias de Tolstói reúne alguns dos momentos mais significativos da fase tardia do escritor russo, marcada por sua conversão ao cristianismo e pela renúncia aos privilégios da aristocracia e à carreira de romancista. Prefácio de Jay Parini Em sua juventude, o conde Liev Tolstói (1828-1910) levava uma vida notavelmente desregrada, mesmo para os padrões dissolutos de sua classe social. Dado a frequentar bordéis, amante do jogo e da bebida, o aristocrático herdeiro de vastas propriedades no Volga não chegou a concluir os cursos de direito e letras orientais da Universidade de Kazan, onde se matriculou em 1844. Alistou-se no Exército em 1851. São dessa época seus primeiros textos literários. Após a experiência traumática da Guerra da Crimeia, viajou por diversos países da Europa, recebendo a influência marcante de Proudhon. Casou-se em 1862 com Sofia Behrs, com quem teve treze filhos e uma relação tumultuosa. Autor de romances como Anna Kariênina (1877) e Guerra e paz (1869), Tolstói já era comparado a gigantes como Goethe e Shakespeare quando se inicia a crise espiritual que culminaria com a publicação de Uma confissão (1882), livro-chave de sua conversão mística.

Traduzidos diretamente do russo, os ensaios, cartas, parábolas e fragmentos de obras de Tolstói reunidos neste volume, escritos a partir de 1882, pregam contra o hábito de se comer carne, contra o sexo sem fins reprodutivos, contra a excessiva cobrança de impostos, contra o patriotismo, contra o alistamento militar obrigatório e contra os dogmas e ritos das religiões que considerava como desvios da fé (ele foi excomungado pela Igreja Ortodoxa Russa). No imaginário russo, Tolstói passou a ocupar o lugar de profeta e uma legião de seguidores, mendigos e oportunistas passou a se dirigir a Iasnaia Poliana, a grande propriedade rural de sua família. Seus famosos ensaios estéticos “O que é arte?” e “Shakespeare e o drama” completam o volume. Os textos foram escolhidos por Jay Parini, autor do romance histórico A última estação: os momentos finais de Tolstói, que serviu como inspiração para o filme homônimo estrelado por Christopher Plummer, Helen Mirren e Paul Giamatti.

Organização: Elena Vássina Tradução: Anastassia Bytsenko, Belkiss J. Rabello, Denise Regina de Sales, Graziela Schneider e Natalia Quintero Capa: warrakloureiro 432 pp. (estimadas) 13 3 20 cm Tiragem: 5000 ex. R$ 29,50 Previsão de lançamento: 25/02/2011 ISBN e código de barras: 978-85-63560-11-7

O Conde Liev Tolstói nasceu em 1828. Participou da Guerra da Crimeia e casou-se com Sofia Andrêievna Berhs em 1862. Enquanto Tolstói administrava suas vastas propriedades nas estepes do Volga, dava continuidade a projetos educacionais, cuidava dos servos e escrevia Guerra e paz (1869) e Anna Kariênina (1877). Uma confissão (1882) marcou uma crise espiritual em sua vida; ele se tornou um moralista extremista e, em uma série de panfletos, a partir de 1880, expressou sua rejeição em relação ao Estado e à Igreja. Morreu em 1910, em meio a uma dramática fuga de casa, na pequena estação de trem de Astápovo.

“Lembro-me da surpresa que senti durante a primeira leitura de Shakespeare. Esperei receber o grande prazer estético. Mas ao ler, uma após outra, aquelas consideradas as melhores dentre suas obras, Rei Lear, Romeu e Julieta, Hamlet e Macbeth, não só não senti prazer como experimentei a repugnância irresistível, o tédio e o receio de estar louco por achar insignificantes e francamente ruins obras consideradas o auge de perfeição por todo o mundo erudito, ou então o valor atribuído por esse mundo erudito às obras de Shakespeare é insensato. Minha perplexidade aumentava porque sempre senti fortemente a beleza da poesia em todas as suas formas; por que, então, as criações de Shakespeare, consideradas por todo o mundo obras de arte geniais, não eram agradáveis para mim, mas repugnantes? Por muito tempo não confiei em mim, e durante cinquenta anos voltei várias vezes para me certificar, lendo Shakespeare em todas as possíveis formas: em russo, em inglês, em alemão na tradução de Schlegel, como me aconselharam; li muitas vezes, tanto dramas como comédias e dramas históricos, e inconfundivelmente experimentava o mesmo: a repugnância, o tédio e a perplexidade.” Trecho de “Sobre Shakespeare e o teatro” LANÇAMENTOS FEVEREIRO 2011

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