Destaques de Julho

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O pinguim chegou!

LANÇAMENTOS julho 2010

A teoria das janelas quebradas Crônicas

Drauzio Varella

Seleção de crônicas publicadas na Folha de S.Paulo ao longo de dez anos, A teoria das janelas quebradas traz a voz ponderada, a graça narrativa e a sabedoria sem artif ícios de Drauzio Varella. O cardápio é variado, incluindo desde histórias engraçadas de adultério, reflexões sobre o crime, temas atuais de ciência e medicina, até questões sociais, sempre abordadas pelo autor com seu olhar atento para os dramas humanos Drauzio Varella conquistou um espaço na literatura brasileira ao dar voz aos presidiários em Estação Carandiru. Mas sua atenção para a condição humana vai muito além do universo fechado de uma penitenciária. A teoria das janelas quebradas traz uma amostra dos interesses do médico oncologista que há muito tempo superou as paredes de seu consultório para penetrar no mundo amplo da cidadania. Para começar, muitas crônicas têm o delicioso tom de conversa de botequim. Nelas, Drauzio demonstra mais uma vez seu domínio da narrativa curta, criando em traços rápidos uma situação e concluindo de forma imprevisível. São histórias de traições amorosas reveladas por homens simples, que o autor conta sem fazer julgamentos de valor, mas com a graça, a simpatia e a compaixão que costumam caracterizar seus escritos. Como quando um marido diz à mulher, furiosa: “Meu amor, não leve a mal, foi um momento de luxúria”. Outras são episódios cômicos da vida de carcereiros e prisioneiros cuja narrati-

va recupera o linguajar típico deles. Como quando Luizão explica a hostilidade de um funcionário do presídio: “Meu jeito humano de ser feria a sensibilidade dele”. Mas, se o doutor não critica seus personagens, por mais adúlteros ou bandidos que sejam, ele certamente fica indignado com os males causados, por exemplo, pela corrupção em geral e pela indústria do cigarro. Para as mazelas sociais, Drauzio não tem meias palavras. Em vários textos, assume uma postura fortemente crítica, ou busca desmitificar ideias falsas, como a de que o pensamento cura ou provoca doenças, ou que precisamos normalmente de suplementos de vitaminas, ou ainda que a dor purifica. Em outros, procura transmitir informações científicas novas, e o faz na linguagem simples que todo médico deveria utilizar ao falar com seus pacientes. E, de repente, surpreende o leitor ao voltar seu olhar comovido para a inesperada presença de tantos sabiás e outros pássaros numa metrópole como São Paulo. Para o dr. Drauzio Varella, a coisa mais importante é a vida, em todas as suas formas.

Crônicas Capa: warrakloureiro 232 pp. 14 3 21 cm Tiragem: 15 000 ex. R$ 35,00 Previsão de lançamento: 20/07/2010 ISBN e código de barras: 978-85-359-1694-2

Drauzio Varella (São Paulo, 1943) é médico oncologista (usp) e trabalhou por vinte anos no Hospital do Câncer. Foi voluntário na Casa de Detenção de São Paulo (Carandiru) por treze anos e hoje atende na Penitenciária Feminina da Capital. Atualmente, dirige um projeto de análise de plantas medicinais amazônicas. Seu livro Estação Carandiru ganhou os prêmios Jabuti de Não Ficção e Livro do Ano. Nas ruas do Brás recebeu o Prêmio Novos Horizontes, da Bienal de Bolonha, e Revelação Infantil, da Bienal do Rio de Janeiro. Dele, a Companhia das Letras publicou também De braços para o alto, Por um fio, Borboletas da alma e O médico doente.


Atravessar o fogo 310 Letras

Lou Reed Atravessar o fogo reúne as mais de trezentas letras compostas por Lou Reed ao longo de seus quarenta e cinco anos de carreira. Um panorama abrangente da obra de um dos grandes poetas da música popular norte-americana contemporânea

Letras de música Tradução: Christian Schwartz e Caetano W. Galindo Capa: Jeff Fisher 794 pp. (estimadas) 16 3 23 cm Tiragem: 5000 ex. R$ 51,50 Previsão de lançamento: 26/07/2010 ISBN e código de barras: 978-85-359-1697-3

LANÇAMENTOS JULHO 2010

Enquadrar Lou Reed em alguma categoria artística específica não é tarefa fácil. Em seus mais de quarenta anos de carreira, ele já se mostrou e foi visto das mais diversas formas: o porta-voz da cultura underground de Nova York, o performer imprevisível que simula injetar uma dose de heroína em pleno palco, o glam rocker de cabelos descoloridos e unhas pintadas em busca de sucesso comercial e o irascível criador de experiências sonoras inclassificáveis que se recusa a fazer concessões. Sobre alguns fatos, porém, não restam dúvidas — ao lado de Neil Young, Reed é um dos únicos representantes do rock dos anos 1960 a manter uma produção constante e digna de nota ao longo das últimas quatro décadas e, como letrista, junto com Bob Dylan e Leonard Cohen, é um dos poucos compositores da música popular norte-americana a conquistar o status de grande poeta. À frente do Velvet Underground, Reed “trouxe dignidade, poesia e rock and roll a temas como as drogas pesadas, as anfetaminas, a homossexualidade, o sadomasoquismo, o assassinato, a misoginia, a passividade entorpecida e o suicídio”, nas palavras do lendário crítico musical Lester Bangs, com quem mantinha uma notória relação de amor e ódio. Com o fim da banda, em uma carreira solo capi-

taneada por álbuns monumentais como Transformer, Berlin e New York, Reed pôde dar continuação à exposição compulsiva de suas obsessões de forma ainda mais livre e inclassificável. Em Atravessar o fogo, por meio da tradução de suas mais de trezentas letras, é possível contemplar o gênio de Lou Reed em suas múltiplas facetas: o cronista do submundo nova-iorquino, o narrador de inegável talento para capturar as vozes das ruas, o fetichista depressivo com tendências suicidas e masoquistas, o amante da literatura e das artes de vanguarda. Um retrato completo da obra de uma das figuras mais polêmicas e influentes da música contemporânea. Lewis Allen Reed nasceu em 1942 no Brooklyn, em Nova York. Em 1964, formou-se na Universidade de Syracuse, onde conheceu, em um curso de escrita criativa, o poeta norte-americano Delmore Schwartz, que se tornaria seu amigo e mentor. No ano seguinte, junto com o galês John Cale, que já havia trabalhado com compositores do quilate de LaMonte Young, criou o Velvet Underground, banda que incorporou de forma definitiva os elementos da música de vanguarda ao rock and roll. Além de Atravessar o fogo, Reed já publicou dois livros de fotografia.

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Luka e o Fogo da Vida Salman Rushdie

lançamento mundial

Luka Khalifa precisa salvar a vida do pai, um contador de histórias famoso por toda a Índia. Um feitiço pôs o velho Rashid para dormir e irá levá-lo à morte, se não for desfeito o quanto antes Embora possa ser lido de forma independente, Luka e o Fogo da Vida retoma os protagonistas de Haroun e o Mar de Histórias, romance de Salman Rushdie pu­blicado em 1990: Rashid Khalifa, famoso contador de histórias, cuja imaginação prodigiosa o faz viver entre o mundo real e o mundo da fantasia; Soraya, sua mulher; e os dois filhos, Haroun e Luka. Neste novo livro, Luka tem doze anos e sonha em seguir os passos do pai e do irmão mais velho, que já se aventuraram pelo mundo da magia. É então que, sem querer, ele roga uma maldição contra um circo que visita a cidade, cujos animais são maltratados pelo dono, o Capitão Aag. Naquela noite, o circo é destruído por um incêndio. Mas o Capitão Aag se vinga, enfeitiçando o pai de Luka e fazendo-o cair num sono profundo, que acabará por matá-lo

se o feitiço não for quebrado. Luka então descobre que o único jeito de salvar o pai é roubando o Fogo da Vida do topo da Montanha do Conhecimento. Ao longo da odisseia de Luka, uma impressionante variedade de mitologias se sucede. Além de ser populado por deuses gregos, romanos, astecas, hindus e nórdicos, o livro também faz alusão ao que se poderia chamar de universo mitológico moderno, como os filmes de Walt Disney, a trilogia De volta para o futuro e o romance Um ianque na corte do rei Artur, de Mark Twain. Escrito num ritmo ágil e com um humor evidente nos jogos de linguagem que temperam a narrativa, Luka e o Fogo da Vida é uma declaração de amor à fantasia, ao mesmo tempo em que chama atenção para as ligações entre imaginação e realidade.

Romance Tradução: José Rubens Siqueira Capa: Victor Burton 208 pp. (estimadas) 14 3 21 cm Tiragem: 5000 ex. R$ 42,00 Previsão de lançamento: 28/07/2010 ISBN e código de barras: 978-85-359-1716-1

Haroun e o Mar de Histórias Salman Rushdie A epopeia do filho de um contador de histórias que tenta devolver o dom da palavra ao pai Rashid, um contador de histórias profissional, é o próprio “mar de ideias”. Um dia, porém, ele perde o dom da palavra, e com isso perde também seu ganha-pão e toda a alegria de viver. É então que seu filho Haroun descobre que toda história vem de um grande mar de histórias, o que o faz entregar-se à fantástica aventura de ir em busca das palavras. Escapando de muitos perigos, Haroun conseguirá vencer as tenebrosas forças da escuridão e do silêncio. Uma narrativa bem-humorada, uma defesa da criação, da fantasia e da liberdade, uma celebração da alegria de contar histórias e do prazer de ouvi-las.

Romance Tradução: Isa Mara Lando Capa: Jeff Fisher 184 pp. 12,5 3 18 cm Tiragem: 5000 ex. R$ 20,00 Previsão de lançamento: 28/07/2010 ISBN e código de barras: 978-85-359-1698-0

Salman Rushdie nasceu em Bombaim, na Índia, em 1947. Formado em história pela Universidade de Cambridge, estreou na literatura em 1975. Dele, a Companhia das Letras publicou, entre outros, Os versos satânicos (1988), O último suspiro do mouro (1996), ganhador do prêmio Whitbread de 1995, e Os filhos da meia-noite (2006), agraciado com o prestigioso Best of the Booker (2008). 3

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Fogo amigo Um dueto

A. B. Yehoshua Novo romance ratifica a posição central de A. B. Yehoshua na literatura israelense, explorando o território afetivo de uma família marcada pela tragédia da guerra

Romance Tradução: Davy Bogomoletz Capa: Mariana Newlands 400 pp. (estimadas) 16 3 23 cm Tiragem: 3000 ex. R$ 54,50 Previsão de lançamento: 20/07/2010 ISBN e código de barras: 978-85-359-1693-5

“Um livro sensível e inteligente sobre a diversidade da experiência humana, que irá ressoar por muito tempo na cabeça de seus leitores.” — The Washington Post “Fogo amigo intercala um retrato do cotidiano de uma família de classe média israelense com uma viagem emotiva e carregada de simbologia para o berço da civilização, a África. Yehoshua integra as duas partes da narrativa com maestria, confirmando sua proeminência na literatura israelense contemporânea.” — The New York Times LANÇAMENTOS JULHO 2010

A virtuosidade da arte narrativa de A. B. Yehoshua já é bem conhecida no Brasil. Os quatro romances de sua autoria publicados no país pela Companhia das Letras ilustram a maestria de sua vasta produção ficcional, completada por contos e peças teatrais e acompanhada por uma engajada produção ensaística. Em Fogo amigo, seu mais recente livro, a narrativa é pontuada pelo acendimento gradual das velas do candelabro festivo do Hanukah, e acompanha sete dias decisivos na vida de um casal israelense de meia-idade. Yaari, o protagonista, está às voltas com os cuidados exigidos pela doença do pai e as visitas devidas aos filhos e netos, enquanto os uivos lancinantes emitidos pelo poço de elevadores de um edifício ultramoderno recém-construído em Tel Aviv desafiam sua reputação de bem-sucedido engenheiro projetista. Sua esposa Daniela, professora do ensino secundário, aproveita o feriado escolar para viajar até um lugarejo perdido nas savanas da Tanzânia, procurando no silêncio de Yirmiyahu, ex-cunhado decidido a cortar todos os vínculos com Israel, os traços fugidios da presença da irmã morta. Ecoando os guinchos do elevador semiclandestino instalado por seu pai num velho apartamento em Jerusalém, assim como os lamentos das numerosas famílias israelenses dilaceradas pela violência da guerra, os misteriosos ruídos que perturbam a frágil tranquilidade do feriado

de Yaari sinalizam a magistral alegorização dos cenários do livro. Nas desoladas paisagens africanas, a ancestralidade arqueológica da espécie humana convive com as sombras do passado da pequena família israelense, perturbada pela morte de um de seus membros pelo “fogo amigo” das forças de ocupação na fronteira da Cisjordânia. Os acontecimentos soterrados na memória de Yaari e Daniela afloram de maneira inusitada, formando uma totalidade apenas resolvida, como numa delicada composição em contraponto, com o esperado reencontro das vozes amorosas do casal. Considerado pelo jornal Maariv “o mais hábil artesão da literatura israelense”, A. B. Yehoshua ratifica, com Fogo amigo, a posição central ocupada na cena literária de seu país, entre figuras como Amós Oz e David Grossman. A. B. Yehoshua nasceu em 1936, em Jerusalém, na quinta geração de uma família de judeus sefarditas que se radicara na cidade muito antes da criação do Estado de Israel. Formou-se em literatura e filosofia na Universidade Hebraica de Jerusalém, lecionou em Paris e, desde 1972, é professor de literatura na Universidade de Haifa. Romancista, contista, ensaísta e dramaturgo, serviu como paraquedista no Exército israelense entre 1954 e 1957. É autor de A mulher de Jerusalém, A noiva libertada, Viagem ao fim do milênio e Shiva, todos publicados no Brasil pela Companhia das Letras.

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Vultos da República

Os melhores perfis políticos da revista piauí Organização de Humberto Werneck Um ratrato mordaz — e certeiro — de figuras que, por afinidade ou manobra do destino, estão no centro do panorama político nacional Fernando Henrique Cardoso prefere mala de cor berrante e não guarda canhoto de cartão de crédito. José Dirceu fica “louco sem um hidratante”, não passa em frente a um espelho sem conferir o visual e tem em casa um quadro pintado por Jo­ sé Sarney. Dilma Rousseff confessa uma única tristeza na vida, a de não ser pintora. José Serra já foi “o galã das meninas” e nunca se sentiu tão bem quanto no palco, como ator. E Marina Silva só escreve com lapiseira e em letra de forma. Detalhes sem importância? Nem tanto, quando se trata de compor um bom perfil jornalístico — gênero em que a revista piauí vem se esmerando desde o primeiro número, de outubro de 2006. Numa era de minimalismo editorial, a piauí tomou uma bem-vinda contramão, dedicando largo tempo e espaço à elaboração de perfis caprichados, que já renderiam algumas coletâneas. A primeira delas, não fosse es­ te um ano de eleição presidencial, fecha o foco em personagens da cena política

brasileira. Não só os que disputam ou já disputaram votos — Serra, Marina, Dilma, fhc e José Dirceu — como outros influentes “vultos da República”, para usar a rubrica não isenta de ironia que a revista cunhou para uns e outros: o ex-ministro Márcio Thomas Bastos; Sérgio Rosa, presidente do Previ, o maior fundo de pensão da América Latina; e, exceção entre poderosos, o caseiro Francenildo dos Santos, que involuntariamente embaralhou a sucessão do presidente Lula. Escritos por quatro dos melhores jornalistas brasileiros da atualidade — Consuelo Dieguez, Daniela Pinheiro, João Moreira Salles e Luiz Maklouf Car­ va­lho —, os perfis reunidos neste livro certamente ajudam a iluminar as alternativas eleitorais de 2010. Mais do que isso: por sua alta qualidade, são textos sem data de validade, capazes de sobreviver à circunstância e continuar sendo, muito além de outubro próximo, uma leitura fascinante.

Jornalismo literário Capa: João Baptista da Costa Aguiar 296 pp. (estimadas) 14 3 21 cm Tiragem: 4000 ex. R$ 49,00 Previsão de lançamento: 21/07/2010 ISBN e código de barras: 978-85-359-1702-4

O beijo de Lamourette Mídia, cultura e revolução Robert Darnton

Em quinze ensaios que tratam da história em geral e da história dos meios de comunicação, o historiador norte-americano Robert Darnton mostra como o passado atua no presente e propõe a criação de uma disciplina particular: a história do livro

História Tradução: Denise Bottmann Capa: Jeff Fisher 400 pp. (estimadas) 12,5 3 18 cm Tiragem: 4000 ex. R$ 27,50 Previsão de lançamento: 21/07/2010 ISBN e código de barras: 978-85-359-1708-6

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Este é um livro que nos fala da história, dos meios de comunicação e da história dos meios de comunicação, mostrando a todo momento como o passado opera subterraneamente no presente, alicerçando e por vezes solapando nossa própria inserção no mundo. Nele transparece a análise límpida desse historiador mais interessado em desvendar a multiplicidade de sentidos e a polissemia dos significados do que em desenvolver teorias fechadas, interpretações acabadas e por isso mesmo impenetráveis — e ainda com a vantagem de se dirigir a um público pouco especializado. Robert Darnton nasceu em 1939, em Nova York. Filho de jornalistas, graduou-se em história em Oxford. Foi professor de história europeia na Universidade de Princeton. Fundador do programa Gutenberg-e, atualmente é professor da Universidade Carl H. Pforzheimer e diretor da Biblioteca da Universidade Harvard. Dele, a Companhia das Letras publicou, entre outros, Os best-sellers proibidos da França pré-revolucionária, O Iluminismo como negócio e A questão dos livros. LANÇAMENTOS JULHO 2010


O menino que odiava mentira M.J. Hyland Em O menino que odiava mentira, M.J. Hyland dá voz a uma atormentada psique pré-adolescente, incapaz de aceitar a mentira como instrumento obrigatório para o funcionamento da vida social “Escrita do mais alto nível [...] John Egan é um garoto corajoso, com impressionante autoconsciência, e, ainda assim, caminha próximo ao limite da loucura.” — J.M. Coetzee Poucas fases da vida são mais complicadas que a chegada da adolescência. John Egan é um garoto inteligente, prestes a fazer doze anos, que mora na casa de campo da avó em um pequeno vilarejo na Irlanda. Filho único de um pai desempregado, pouco atencioso e rude, e de uma mãe por quem nutre um carinho exacerbado, Egan, garoto solitário e de poucos amigos, tem dificuldade em se encaixar no mundo. Logo John descobre que possui uma aptidão bastante rara: consegue detectar quando alguém está mentindo. O garoto anota cada falsidade que escuta em uma lista, que guarda escondida debaixo do colchão. Mas John não tarda a descobrir que a mentira também tem uma função

social, e que se adaptar envolve aceitar que a sinceridade pode ser perigosa. A chegada de um novo professor, a crise no casamento dos pais e a mudança inesperada para um apartamento decadente em Dublin são eventos que encaminharão a mente do protagonista rumo a uma desordem cada vez maior. Narrada em primeira pessoa, a trama de O menino que odiava mentira nos transporta, pela voz de John, ao conflitado universo de uma psique pré-adolescente que tenta entender como funciona o mundo adulto. M.J. Hyland nasceu em Londres, em 1968. O menino que odiava mentira, finalista do prestigioso Man Booker Prize, é seu segundo romance.

Romance Capa: Marcos Kotlhar 376 pp. (estimadas) 14 3 21 cm Tiragem: 2500 ex. Preço a definir Previsão de lançamento: a definir ISBN e código de barras: 978-85-359-1703-1

A câmara de inverno Anne Michaels Numa prosa contundente e sedutora, Anne Michaels, uma das mais celebradas escritoras canadenses da atualidade, entrelaça as delicadas descobertas amorosas de Jean, uma botânica dividida entre dois amores, com a violência de grandes obras de engenharia e da guerra

Romance Tradução: José Rubens Siqueira Capa: Flavia Castanheira 320 pp. 14 3 21 cm Tiragem: 3000 ex. R$ 51,50 Previsão de lançamento: 14/07/2010 ISBN e código de barras: 978-85-359-1691-1 LANÇAMENTOS JULHO 2010

Com o domínio da linguagem aprimorado no exercício da poesia e fiel à preocupação com o lugar do indivíduo no coletivo, Anne Michaels cria em seu segundo romance um texto fascinante, entrelaçando o brutal deslocamento de povos inteiros e a delicada intimidade de vidas pessoais. A história de amor da botânica Jean e do engenheiro Avery se desenvolve contra o pano de fundo de grandes obras: a construção do canal de São Lourenço, entre os Grandes Lagos norte-americanos e o oceano Atlântico; o monumental trabalho de transferência do templo de Abu Simbel, para salvá-lo das águas da represa de Assuã, afogando para sempre cinco mil anos de história; e a destruição e reconstrução de Varsóvia na Segunda Guerra

Mundial, narrada por Lucjan, um artista plástico judeu polonês que emigrou para o Canadá e com quem Jean tem um breve e intenso relacionamento amoroso. À beira de mundos que desaparecem, Jean e Avery se reencontram diante da câmara de inverno (local em que os mortos são mantidos enquanto o chão está congelado e duro demais para que sejam enterrados) para sepultar o passado e dar início a um novo mundo. Anne Michaels nasceu no Canadá em 1958. Formou-se em inglês na Universidade de Toronto, onde depois foi professora de escrita criativa. Premiada por seus livros de poesia, estreou como romancista com Peças em fuga (1996), que lhe valeu novos prêmios e renome internacional. 6


O único final feliz para uma história de amor é um acidente J. P. Cuenca Destaque da nova geração de escritores brasileiros, J. P. Cuenca narra a tórrida e acidentada relação de um jovem executivo de Tóquio com uma garçonete do Leste Europeu. O casal é ameaçado pelo perverso pai do rapaz, um velho poeta que vive com uma boneca erótica e mantém uma rede de voyeurismo

Romance Capa: Retina_78 144 pp. (estimadas) 14 3 21 cm Tiragem: 3000 ex. R$ 36,50 Previsão de lançamento: 20/07/2010 ISBN e código de barras: 978-85-359-1700-0

Este romance de J. P. Cuenca se passa em um futuro próximo na cidade de Tóquio e é centrado na figura de Shunsuke Okuda, um jovem funcionário de uma multinacional. Conquistador inveterado, ele cria uma identidade para cada namorada que conhece nos bares do distrito de Kabukicho. Mas sua rotina é abalada pelo aparecimento de Iulana, uma garçonete por quem fica obcecado. Iulana é apaixonada por uma dançarina e mal fala japonês, mas nada disso impede que os dois mergulhem numa relação conturbada. O maior problema, contudo, é que estão sendo observados. O pai de Shunsuke, sr. Okuda, paira sobre o livro como uma figura onipresente e maligna que parece querer destruir qual-

quer chance de felicidade do filho. Operando um complexo sistema de espionagem, Okuda grava os passos de Shunsuke, e poderá pôr em perigo a vida do casal. Com uma estrutura caleidoscópica e narradores tão surpreendentes quanto uma melindrosa boneca inflável, o romance se apropria da cultura japonesa de ontem e de hoje — dos quadrinhos, dos seriados —, para narrar uma história de amor surpreendente e perturbadora, em que a vida fragmentada das metrópoles, o voyeurismo e a perversão figuram como vilões onipresentes. João Paulo Cuenca (Rio de Janeiro, 1978) é autor dos romances Corpo presente (Planeta, 2003) e O dia Mastroianni (Agir, 2007).

A máquina de Joseph Walser Gonçalo M. Tavares Iniciada com Jerusalém, romance que consagrou o português Gonçalo M. Tavares como um dos maiores talentos de sua geração, a publicação da tetralogia O Reino pela Companhia das Letras se completa com A máquina de Joseph Walser Gonçalo M. Tavares é uma das figuras-chave da literatura portuguesa atual. Entusiasticamente elogiado por José Saramago por seu impressionante domínio da língua — “não tem o direito de escrever tão bem aos 35 anos: dá vontade de lhe bater”, afirmou o prêmio Nobel em 2005 —, Tavares possui uma extensa obra, incluindo romances, teatro e poesia. Com A máquina de Joseph Walser, o autor de Jerusalém (prêmio Portugal Telecom 2007) volta a atrair as atenções no Brasil. O romance integra a tetralogia O Reino, dedicada ao mal, e é escrito numa prosa cuja habilidade narrativa é apenas superada pela desenvoltura com que Tavares combina ficção e investigação filosófica. O pacato funcionário Joseph Walser leva uma vida previsível, enquadrada pelos movimentos repetitivos da máqui7

na industrial que opera. Nem mesmo a guerra é capaz de afetar a estabilidade de seu cotidiano. Entretanto, Walser tem uma paixão secreta: a enorme coleção que mantém fechada à chave, protegida até mesmo dos olhares de Margha, sua calada mulher. Pela propriedade com que trata de temas universais como o poder, a morte e o acaso, A máquina de Joseph Walser merece ser comparado a obras-primas perturbadoras como Auto-de-fé, de Elias Canetti, e O processo, de Franz Kafka. Gonçalo M. Tavares nasceu em Luanda, em 1970, tendo ido logo a seguir para Portugal. Premiado e elogiado pela crítica, estreou em 2001 com Livro da dança, e vem se firmando como uma das maiores vozes do romance português contemporâneo.

Romance Capa: Kiko Farkas e Mateus Valadares/ Máquina Estúdio 168 pp. 14 3 21 cm Tiragem: 2000 ex. R$ 39,00 Previsão de lançamento: 07/07/2010 ISBN e código de barras: 978-85-359-1704-8 LANÇAMENTOS JULHO 2010


Coleção de areia Italo Calvino Último livro publicado por Italo Calvino, Coleção de areia é uma reunião de ensaios sobre os mais diversos temas, atestando a multiplicidade dos interesses do autor de O visconde partido ao meio Uma análise de A liberdade guiando o povo, de Delacroix. O aspecto inquietante dos museus de cera e dos teatros de aberrações. Relojoeiros e autômatos dos séculos xviii e xix. Reflexões sobre os primórdios da escrita. A coluna de Trajano transformada em relato de guerra. Uma homenagem a Roland Barthes nos dias de sua morte. Relatos de viagem ao Japão, México e Irã. Tudo isso cabe no último livro publicado por Italo Calvino, certamente sua obra mais heterogênea e, talvez, a mais insólita. Lançado originalmente em 1984, Coleção de areia é uma deriva contínua por temas e formas que sempre obcecaram o autor de As cidades invisíveis. Ao contrário do que fez ao organizar seus ensaios no volume Assunto encerrado, de 1980, aqui o escritor desiste deliberadamente de buscar uma síntese qualquer ou traçar um esboço de trajetória. Em textos

breves, muitos deles enviados de Paris entre as décadas de 1970 e 80, a atenção de Calvino agora se volta para o que está na periferia do olhar: a exposição aparentemente anódina, o fato bizarro, a galeria de monstruosidades, o efêmero. De certo modo, o conjunto de escritos que dá forma a este livro é menos uma coleção de objetos mínimos e díspares — como o título pode dar a entender — que uma sucessão de tentativas de compreen­ der o Outro, aquilo que se apresenta co­ mo culturalmente estranho, distante no espaço e no tempo. Mas não se espere deste último Calvino um pequeno tratado de antropologia cultural. Os textos se acumulam segundo o puro arbítrio, como diário em público e autobiografia tímida, sendo a expressão mais acabada da amplitude de perspectivas, da discrição e da curiosidade onívora do escritor.

Ensaios Tradução: Maurício Santana Dias Capa: warrakloureiro 232 pp. 14 3 21 cm Tiragem: 4000 ex. R$ 39,00 Previsão de lançamento: 07/07/2010 ISBN e código de barras: 978-85-359-1692-8

Um general na biblioteca Italo Calvino Ironia e leveza em 32 narrativas escritas ao longo de quarenta anos — entre 1943, quando Calvino tinha vinte anos, e 1984, um ano antes de sua morte

Contos Tradução: Rosa Freire d’Aguiar Capa: Jeff Fisher 240 pp. (estimadas) 12,5 3 18 cm Tiragem: 5000 ex. R$ 21,50 Previsão de lançamento: 13/07/2010 ISBN e código de barras: 978-85-359-1699-7

Um país onde os chefes políticos são decapitados ao final de seu mandato. O camponês que foi condecorado porque, na guerra, matou os inimigos da pátria, mas recebeu a pena de morte porque, na paz, matou o inimigo da aldeia. O homem que nunca soube dar laço no sapato. Um arquivo em que estão fichados todos os habitantes do planeta. Um corretor de seguros que se transforma em serial killer. Os clãs escoceses que se enfrentam numa guerra de religião. Os conjurados que matam o imperador César num dia ensolarado, enquanto os romanos fazem piquenique no campo. Selecionadas pela viúva do escritor, estas 32 narrativas, com estilos e linguagens diferentes, são como um roteiro da vasta obra de Calvino, desde o neorrealismo até as experiências de vanguarda. Em todas elas, testemunhamos seu talento para fazer literatura com ironia e leveza.

Italo Calvino nasceu em 1923, em Santiago de Las Vegas, Cuba, e logo mudou-se para a Itália com a família. Participou da resistência ao fascismo durante a guerra e foi membro do Partido Comunista até 1956. Publicou sua primeira obra, Il sentiero dei nidi di ragno, em 1947. Considerado um dos maiores escritores europeus do século xx, morreu em 1985. A Companhia das Letras está publicando suas obras completas. LANÇAMENTOS JULHO 2010

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Fumaça humana

O início da Segunda Guerra. O fim da civilização. Nicholson Baker Em um panorama aterrador da eclosão da Segunda Guerra Mundial, o ganhador do National Book Critics Circle Award Nicholson Baker desconstrói verdades incômodas e dá nova luz às raízes históricas do conflito “Um livro extraordinário — impossível de largar, impossível de esquecer.” — Simon Winchester, autor de O professor e o louco

História Tradução: Luiz A. de Araújo Capa: warrakloureiro 432 pp. (estimadas) 16 3 23 cm Tiragem: 3000 ex. R$ 58,00 Previsão de lançamento: 26/07/2010 ISBN e código de barras: 978-85-359-1701-7

Numa prosa extremamente original — encadeada a partir de pequenos blocos narrativos independentes centrados na citação de documentos —, Nicholson Baker revisa mitos e desconstrói verdades elaboradas pela ideologia dos vencedores. Sem jamais relativizar a barbárie nazista — e também o lado patético de lideranças do Terceiro Reich — Baker recupera verdades dolorosas, como o disseminado antissemitismo na Europa e nos Estados Unidos do entreguerras e a tergiversação da Inglaterra e da França, que num primeiro momento preferiram enxergar a Alemanha como o fiel da balança contra o avanço soviético no continente — culminando no desastroso Tratado de Munique, que concedeu os

Sudetos à Alemanha nazista e deu vazão aos delírios imperiais de Hitler. Na parte talvez mais surpreendente do livro, Baker procura também entender como o povo alemão aceitou placidamente um governo insano. Ao contrário da suposta adesão em massa ao nazismo, sobrepõem-se citações mostrando que grande parcela da população alemã não acreditava realmente na radicalização do regime (incluindo judeus de destaque, como banqueiros, grandes empresários e até Albert Einstein), e caiu nas trevas antes por embotamento do que por identidade de opiniões, ou mesmo submissão forçada. Nicholson Baker (1957) é romancista e ensaísta. Fumaça humana é seu terceiro livro publicado no Brasil.

A vitória de Orwell Christopher Hitchens Anarquista, conservador, misógino, visionário? Qual das contraditórias facetas do mito George Orwell mais se aproxima da realidade dos fatos biográficos? Em A vitória de Orwell, Christopher Hitchens demole os mitos criados em torno do criador de 1984, analisando aspectos centrais de sua biografia intelectual Sessenta anos após sua morte, George Orwell continua a despertar paixões e controvérsias. Adversários e admiradores do escritor ainda se digladiam nas páginas da crítica produzida em torno de seu legado intelectual, reivindicando para os respectivos partidos ideológicos os aspectos mais convenientes da vida e da obra do autor — ou denunciando os supostos deslizes éticos de suas opções políticas, caracterizadas por uma coerente defesa da liberdade e do arbítrio democrático dos povos. Em A vitória de Orwell, Christopher Hit­chens, um dos mais influentes escritores e polemistas da atualidade, se dedica à desconstrução das mitologias montadas em torno da vida e da obra de Orwell. Visões 9

à esquerda e à direita, bem como interpretações psicanalíticas e sociológicas, são implacavelmente confrontadas com documentação biográfica. Os numerosos textos publicados ao longo da sua carreira de pensador engajado e literato militante são revisitados por Hitchens em cotejo com as cartas e diários do autor, estabelecendo um roteiro crítico indispensável para a compreensão do pensamento orwelliano. Christopher Hitchens nasceu em 1949, em Portsmouth, Inglaterra, e vive em Washington, dc. É autor de diversos livros, colunista, editor e crítico literário. Colabora com várias publicações, entre elas The Atlantic Monthly, Vanity Fair e Harper’s. Dele, a Companhia das Letras publicou Cartas a um jovem contestador.

Ensaio Tradução: Laura Teixeira Motta Capa: Mariana Newlands 208 pp. 14 3 21 cm Tiragem: 2000 ex. R$ 43,00 Previsão de lançamento: 12/07/2010 ISBN e código de barras: 978-85-359-1695-9 LANÇAMENTOS JULHO 2010


Lançamentos

reimpressões

A teoria das janelas quebradas Drauzio Varella

AS BARBAS DO IMPERADOR Lilia Moritz Schwarcz

Atravessar o fogo Lou Reed

BOA COMPANHIA — CRÔNICAS Vários autores

Luka e o Fogo da Vida Salman Rushdie

CIDADE PARTIDA Zuenir Ventura

Haroun e o Mar de Histórias (BOLSO) Salman Rushdie

CLÁSSICO ANTICLÁSSICO Giulio Carlo Argan

Fogo amigo A. B. Yehoshua

OS DETETIVES SELVAGENS Roberto Bolaño

Vultos da República Os melhores perfis políticos da revista piauí

O ESPÍRITO E A LETRA (VOL. 2) Sérgio Buarque de Holanda

O beijo de Lamourette (BOLSO) Robert Darnton

UMA JANELA EM COPACABANA Luiz Alfredo Garcia-Roza

O menino que odiava mentira M. J. Hyland

A MARCA HUMANA Philip Roth

A câmara de inverno Anne Michaels

MAUÁ — EMPRESÁRIO DO IMPÉRIO Jorge Caldeira

POESIA COMPLETA DE ALBERTO CAEIRO (BOLSO) Fernando Pessoa

SEIS PROPOSTAS PARA O PRÓXIMO MILÊNIO Italo Calvino

A BELA DESADORMECIDA Frances Minters

O UNIVERSO ELEGANTE Brian Greene

DIVINAS AVENTURAS Heloisa Prieto

O UNIVERSO, OS DEUSES, OS HOMENS Jean-Pierre Vernant

O GATO E O ESCURO Mia Couto

O FIM Lemony Snicket TODOS CONTRA DANTE Luís Dill WILLIAM SHAKESPEARE E SEUS ATOS DRAMÁTICOS Andrew Donkin ESTAÇÃO CARANDIRU (BOLSO) Drauzio Varella FÁBULAS ITALIANAS (BOLSO) Italo Calvino

O único final feliz para uma história de amor é um acidente J. P. Cuenca A máquina de Joseph Walser Gonçalo M. Tavares Coleção de areia Italo Calvino Um general na biblioteca (BOLSO) Italo Calvino Fumaça humana Nicholson Baker A vitória de Orwell Christopher Hitchens A casa do Rio Vermelho Zélia Gattai Jonas e a sereia Zélia Gattai Brevíssima história de quase tudo Bill Bryson A história das coisas Neal Layton O rei e o mar Heinz Janisch Histórias de reis e rainhas Vários autores O grande circo do mundo Marta de Senna Muchacha Laerte

LANÇAMENTOS JULHO 2010

A BIBLIOTECA MÁGICA DE BIBBI BOKKEN Jostein Gaarder e Klaus Hagerup DUELO David Grossman

Editora Schwarcz Rua Bandeira Paulista, 702, cj. 32 04532-002 — São Paulo — sp Telefone: (11) 3707-3500 Fax: (11) 3707-3501 www.companhiadasletras.com.br

Acompanhe-nos em /cialetras

LÁ VEM HISTÓRIA OUTRA VEZ Heloisa Prieto MEU PRIMEIRO LIVRO DE CONTOS DE FADAS Mary Hoffman MEU TIO É UM PROBLEMA Babette Cole MINHA VIDA DE GOLEIRO Luiz Schwarcz NAS RUAS DO BRÁS Drauzio Varella PÍPPI NOS MARES DO SUL Astrid Lindgren PLANETA CORPO Sílvia Zatz

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A casa do Rio Vermelho Zélia Gattai Zélia Gattai e Jorge Amado viveram longos anos num belo casarão no bairro do Rio Vermelho, em Salvador. Casa festiva e cheia de amigos, distante da clausura dos gabinetes e das academias literárias, é ela o centro deste livro O improviso, a sinceridade e o desprezo pelo tempo cronológico são elementos cruciais da escrita de Zélia Gattai. Não é fácil impor uma ordem ao mundo. Tudo o que resta ao escritor é sobrevoar as palavras, conservar-se aberto e disponível para as surpresas da vida e da linguagem. Se escrever é lembrar, escrever é também aceitar a embriaguez das pequenas recordações. Nada melhor, nesse caso, do que narrar a história de uma casa. No bairro do Rio Vermelho, nos anos 1960, Zélia Gattai e Jorge Amado compraram uma bela casa, situada no topo de uma ladeira, que entraria para a história da literatura. Casa sempre pronta a acolher os amigos, a abrigar festas e a estimular o jogo das ideias. Já na porta de entrada, talhada pelo

artista baiano Calasans Neto, a figura sensual de Tereza Batista anuncia o acesso a um território regido pela alegria e pela invenção, que não se deixa abalar nem por um infarto de Jorge nem por uma difícil visita de despedida de Pablo Neruda. Casa que é aberta, com delicadeza e timidez, também para o leitor. “Para quem não conhece os detalhes, peço licença para contar novamente”, Zélia escreve, com a gentileza de uma amável anfitriã. Em A casa do Rio Vermelho, Zélia continua a narrar a saga de sua vida — que se mistura não só com a do marido Jorge Amado, mas com a aventura de toda uma geração de artistas. Sua grande proeza é fazer da literatura não só registro de emoções e de acontecimentos, mas uma maneira de se apropriar do mundo.

Memórias Capa: Rita da Costa Aguiar 328 pp. (estimadas) + 16 pp. (cad. de fotos) 14 3 21 cm Tiragem: 3000 ex. R$ 47,00 Previsão de lançamento: 20/07/2010 ISBN e código de barras: 978-85-359-1696-6

Jonas e a sereia Zélia Gattai/ Ilustrações de Flavio Morais Para falar da origem das sereias, a professora Carolina Spacaferro conta a seus alunos a aventura de um pescador que um dia se apaixonou por um peixe “Pra quem ama de verdade, o impossível não há.” É isso o que nos ensina a história de amor de Jonas e sua Auta Rosa, o peixe que ele pescou certo dia e por quem se apaixonou. Depois de muito conversarem — sim, nesta história os peixes falam — e de se apaixonarem, Au­ ta Rosa convida Jonas para mergulhar. Ele acompanha seu amor, mas é obrigado a voltar para a costa. A professora Carolina Spacaferro, que narra esta fábula para seus alunos, faz suspense sobre o que teria acontecido aos dois. Guardando a surpresa para o fi-

nal da história, ela conta às crianças que, depois de conhecer Auta Rosa, Jonas desistiu de ser pescador, apesar de navegar todos os domingos à procura da amada. Anos depois, ele encontra uma criatura maravilhosa tomando sol numa pedra. Metade peixe e metade mulher, a linda sereia o chama de pai. Carol diz ter escutado esta história do mestre Calasans e a narra aos alunos para ensiná-los de onde vêm as sereias. Escrito em versos, este livro é uma aula sobre a nossa cultura popular, assim como sobre o amor.

48 pp. 13 3 17,5 cm Tiragem: 3000 ex. R$ 30,00 Previsão de lançamento: 13/07/10 ISBN e código de barras: 978-85-7406-436-9

Zélia Gattai (1916-2008) nasceu em São Paulo. Filha dos imigrantes italianos Angelina Da Col e Ernesto Gattai, que chegaram ao Brasil no fim do século XIX, casou-se com Jorge Amado em 1945. Em 2001, depois da morte do marido, foi eleita para a Academia Brasileira de Letras. É autora de onze livros de memórias, três infantojuvenis e um romance. 11

LANÇAMENTOS JULHO 2010


Brevíssima história de quase tudo Bill Bryson O que aconteceu com os dinossauros? Qual o tamanho do universo? Quanto pesa a Terra? Por que o mar é salgado? De maneira didática e divertida, o talentoso contador de histórias Bill Bryson desvenda os principais mistérios do tempo e do espaço e nos mostra que fazer ciência pode ser muito prazeroso

Ciência Tradução: Hildegard Feist 176 pp. 21,5 3 28 cm Tiragem: 5000 ex. R$ 48,00 Previsão de lançamento: 26/07/10 ISBN e código de barras: 978-85-7406-416-1

Você sabia que cada átomo de seu corpo provavelmente fez parte de milhões de organismos, e de várias estrelas, antes de vir a ser você? Que uma pessoa de tamanho médio contém energia comparável à força de várias bombas de hidrogênio? Entre esses “comos” e “quens” das descobertas científicas, em Brevíssima história de quase tudo você conhece cientistas bizarros, teorias malucas que vigoraram por muito tempo e descobertas acidentais que mudaram os rumos da ciência. Grande contador de histórias, Bill Bryson um dia se deu conta de que conhecia muito pouco o planeta em que vivia. Essa constatação foi o empurrão necessário para que ele reunisse todas as suas perguntas sobre ciência e saísse em busca de respostas. Durante três anos, leu centenas de livros e revistas e entrevistou especialistas das mais diversas áreas. O resultado desse esforço para entender — e explicar — tudo sobre o mundo apareceu

primeiro em Breve história de quase tudo, e agora ressurge adaptado para o público infantojuvenil. Ao contrário do texto didático tradicional, a prosa de Bill Bryson descarta a linguagem difícil, mas não abre mão da abordagem detalhada de cada tema. A preocupação do autor está em entender como os cientistas realizam suas descobertas e explicar para o leitor comum não só os mistérios da ciência mas também como, contra todas as possibilidades, a vida conseguiu prosperar nesse planeta maravilhoso que chamamos lar. Bill Bryson nasceu em Des Moines, Iowa, em 1951. Radicou-se na Inglaterra em 1973 e recentemente voltou aos Estados Unidos. Para o público adulto, lançou Breve história de quase tudo, Uma caminhada na floresta, Crônicas de um país bem grande, Shakespeare e Vida e época de Kid Trovão, publicados no Brasil pela Companhia das Letras.

A história das coisas

Da Idade da Pedra à Idade Contemporânea em divertidas dobraduras Neal Layton/ Engenharia de papel: Corina Fletcher Desde o dia em que alguém transformou uma pedra redonda em afiada até a concepção dos circuitos eletrônicos, este livro apresenta às crianças o caminho da humanidade, e sua mente engenhosa, no domínio do mundo. Com dobraduras, abas e puxadores, como em A história de tudo Tradução: Eduardo Brandão 20 pp. 28,3 3 25,4 cm Tiragem: 5000 ex. R$ 45,50 Previsão de lançamento: 20/07/10 ISBN e código de barras: 978-85-7406-417-8

LANÇAMENTOS JULHO 2010

Há uma verdade incontestável: nós estamos rodeados de coisas. É só olhar para os lados — coisas, coisas e coisas! Mas nem sempre foi assim. Há 3 milhões de anos, na Idade da Pedra, por exemplo, não existia praticamente coisa nenhuma. Nem anzol para pescar nem prato para comer nem cadeira para sentar. É a partir dessa ótica que Neal Layton, também autor de História de tudo, lançado pela Companhia das Letrinhas em 2008, apresenta às crianças o caminho

percorrido pela humanidade, que foi aos poucos adquirindo o domínio das coisas e assim pro­duzindo mais e mais delas. Os egípcios, os gregos, os romanos, os chineses e todas as suas invenções são apresentadas em dobraduras muito originais. Em capa dura e fartamente ilustrado, o livro mostra às crianças como foi incrível o surgimento de um simples botão, e ensina que cada um, com sua mente engenhosa, pode criar novas coisas que modificarão o mundo. 12


O rei e o mar Heinz Janisch/ Ilustrações de Wolf Erlbruch Reis são pessoas muito poderosas. Todo mundo sabe disso. Só que, às vezes, acontece de toparem com quem pode muito mais do que eles. Conheça aqui 21 ótimas razões para começar a duvidar do poder dos reis

Tradução: Sergio Tellaroli 48 pp. 23 3 19,5 cm Tiragem: 3000 ex. R$ 34,00 Previsão de lançamento: 22/07/10 ISBN e código de barras: 978-85-7406-439-0

Quem é que pode com a chuva, quan­do ela resolve chover? Ou com um cachorrinho teimoso, quando ele se recusa a obedecer ao dono — ainda que esse dono seja ninguém menos que o rei? Manda aquele que pode; obedece quem tem juí­ zo. No dia a dia, o bom senso costuma ser ótimo conselheiro, o único problema é que ele só nos diz o óbvio. E o óbvio não nos ensina a pensar.

Pois O rei e o mar se propõe a fazer exatamente isto: dar o que pensar. Com ilustrações belíssimas e textos curtos e diretos, mas recheados de poesia, Janisch e Erlbruch (merecedor do prêmio máximo da literatura infantojuvenil: o Hans Christian Andersen), veterana e premiada dupla de autores de livros infantis, conseguiram formular, em 21 historinhas, uma única grande questão filosófica: existe poder absoluto?

Histórias de reis e rainhas Vários autores/ Vários ilustradores Histórias sobre reis e rainhas mais e menos opressivos, coletadas de diversas culturas e ilustradas por inúmeros artistas, falam às crianças sobre o poder e a inteligência, sobre o que é ter tudo e ao mesmo tempo não ter nada

Tradução: Eduardo Brandão 112 pp. 20,5 3 26,5 cm Tiragem: 3000 ex. R$ 39,00 Previsão de lançamento: 05/07/10 ISBN e código de barras: 978-85-7406-427-7

A humanidade já sofreu poucas e boas nas mãos de soberanos tirânicos e egoístas. Basta puxar da memória as histórias reais e fictícias que conhecemos a esse respeito. Um rei que pretende matar os doze filhos caso o décimo terceiro herdeiro nasça menina; um rei que abusava da autoridade e se metia na vida dos súditos mas que morria de medo de ficar velho e perder a autoridade; e, pasmem!, um rei que queria que todos em seu reino fossem extremamente felizes — as histórias deste

livro vêm de tempos e lugares distantes, mas tratam todas desses homens poderosos. Uns poucos têm bom coração, os outros estão sempre cometendo injustiças contra seu povo, exigindo dele os maiores absurdos. Ainda bem que o peso da coroa não vale mais que a inteligência, a esperteza e a persistência desses outros personagens — a gente do povo —, que conseguem levar a melhor sobre os abusos dos seus soberanos.

O grande circo do mundo Marta de Senna/ Ilustrações de Daniel Bueno Respeitável público, temos a honra de apresentar o grande circo do mundo! Aquele em que trabalham homens, mulheres e bichos, cada um com sua personalidade complexa, que nos fazem pensar em nós mesmos. Atenção, muita atenção, pois o show vai começar

72 pp. 15,5 3 22,5 cm Tiragem: 3000 ex. R$ 33,00 Previsão de lançamento: 19/07/2010 ISBN e código de barras: 978-85-7406-434-5 13

Inspirado numa peça escrita há mais de trezentos anos— O grande teatro do Mundo —, por Pedro Calderón de la Barca, O grande circo do mundo é uma peça de teatro e também um livro para se ler sozinho e quieto em casa. Escrito em verso, traz as falas do Mestre de Cerimônias intercaladas com as dos artistas deste circo, que é mais uma espécie de miniatura do mundo. Pois, apesar de as personagens serem aquelas que normalmente encontramos nos circos —

como o Domador, o Trapezista, o Palhaço, a Bailarina —, são gente como a gente, e falam de seus problemas, de suas conquistas, de seus medos, de suas alegrias. Para que o texto possa ser encenado, a edição traz ainda dicas sobre a montagem: encenação, figurino, cenário, música. E, para que a compreensão seja completa, a autora ainda explica as diversas referências a outros textos literários presentes na fala dos personagens. LANÇAMENTOS JULHO 2010


Muchacha Laerte

Graphic-folhetim Capa: Elisa v. Randow 96 pp. (estimadas) 20,5 3 19 cm Tiragem: 3000 ex. Preço a definir Previsão de lançamento: a definir ISBN e código de barras: 978-85-359-1707-9

LANÇAMENTOS JULHO 2010

Partindo dos bastidores de uma série de tevê da década de 1950 — e do enlouquecimento de um de seus protagonistas —, Laerte cria uma história que é ao mesmo tempo homenagem e reinvenção dos antigos programas televisivos de aventura Série publicada originalmente na Folha de S.Paulo, Muchacha é, nas palavras do autor, o primeiro “graphic-folhetim” de sua carreira. Tendo como mote os bastidores de um programa de tevê, Laerte, ao mesmo tempo que cria uma elaborada — e divertida — revisão dos seriados de aventura da década de 1950, também faz uma espécie de resgate afetivo de suas memórias de infância. Assim como o trabalho que vem apresentando em sua tira diária no jornal, Muchacha tem inúmeras chaves de leitura. Pode-se explorar suas páginas em busca da resolução do suspense da própria trama. Pode-se buscar o humor que, se não tão óbvio quanto nos antigos personagens do autor — os gatos, o Capitão, o zelador etc. —, firma-se mais no campo das insinuações e alusões, alçando o livro a algo muito além de uma simples paródia. Mas as aventuras do Capitão Tigre, de Sulfana e de Milhafre — e de Lairo, Djalma, Cabayba — são também um riquíssimo jogo sobre a própria natureza das histórias em quadrinhos e, por que não, sobre como contar uma história.

Quebrando constantemente a expectativa do leitor, Laerte transita entre ficção e realidade, entre drama e humor. Mas faz isso não para postular sobre os limites da narrativa ou alguma teoria do tipo, mas para abrir novas trilhas e percorrer novos caminhos na linguagem das hqs. Combinando suspense, romance, me­mória e política, Muchacha vem para confirmar o papel de Laerte como um dos grandes artistas brasileiros em atividade. Ao fim do livro, Rafael Coutinho — coautor do romance-gráfico Cachalote e filho de Laerte — ilustra uma aventura de oito páginas do Capitão Tigre. Laerte Coutinho nasceu em 1951, em São Paulo. É um dos mais prolíficos quadrinistas do Brasil, tendo colaborado com praticamente todas as grandes publicações do país. Também escreveu nas revistas Chiclete com banana e Circo, e foi editor de sua própria revista, a Piratas do Tietê, mesmo nome da tira diária que publica na Folha de S.Paulo desde 1991. Ao lado de Angeli e Glauco — e depois de Adão Iturrusgarai — criou a célebre tira Los três amigos.

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O BALNEÁRIO Manuel Vázquez Montalbán

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A CHAVE DE VIDRO Dashiell Hammett

O FAROL P. D. James

GONE, BABY, GONE Dennis Lehane

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A CONFRARIA DO MEDO Rex Stout ISBN 9788535902082 De: 48,00 Por: 29,00

CORRENTEZAS Frances Fyfield ISBN 9788535902488 De: 47,00 Por: 28,00


INFORMAÇÕES SOBRE A VÍTIMA Joaquim Nogueira ISBN 9788535902297 De: 47,50 Por: 28,50

O JOGO DE RIPLEY Patricia Highsmith ISBN 9788535903447 De: 46,00 Por: 27,50

NA MULTIDÃO Luiz Alfredo Garcia-Roza

PRETO NO BRANCO George Pelecanos

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PASSADO PERFEITO Leonardo Padura Fuentes

A PROMESSA DO LIVREIRO John Dunning

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O LADRÃO NO ARMÁRIO Lawrence Block

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um LUGAR ENTRE OS VIVOS Jean-Pierre Gattégno

OS RESSUSCITADOS Ian Rankin

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MORTE NO SEMINÁRIO P. D. James

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