106 Publicação da Sandvik Coromant do Brasil ISS nº 1518-6091 RGBN 217-147
Christian Castanho
Alta
produtividade
Verdés adota soluções para fresamento de engrenagens da Sandvik Coromant e ganha mais qualidade e economia
produtividade A Revolução 4.0 já é realidade no universo metalmecânico mundial
negócios da indústria
Uma rede social para organizar informações
entrevista Prof. Klaus Schützer fala sobre o Seminário de Alta Tecnologia e o diálogo entre academia e indústria
Quando o fluido refrigerante torna-se ferramenta líquida. When the coolant uma becomes a liquid tool.
Menores custos de produção
Melhor acabamento superficial Maiores taxas de remoção de material
Fluidos para retificação para otimizar a produtividade, a eficiência econômica e a qualidade da usinagem. Nossos especialistas auxiliam você a aproveitar ao máximo suas máquinas e ferramentas, com a ferramenta líquida.
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sumário
Soluções de usinagem
4
A Verdés conta como aumentou a produtividade com solução de alta tecnologia para fresamento de engrenagens
20 entrevista
expediente:
O professor Klaus Schützer fala sobre a aproximação entre academia e empresas
24
educação e tecnologia Trainee ou estagiário? Uma especialista explica qual é o melhor perfil para cada empresa
O MUNDO DA USINAGEM é uma publicação da Sandvik Coromant do Brasil, com circulação de seis edições ao ano e distribuição gratuita para 15.000 leitores qualificados. Av. das Nações Unidas, 21.732 - Sto. Amaro - CEP 04795-914 - São Paulo - SP. As fotos sem menção de créditos foram captadas no banco de imagem Shutterstock.
Fabio Ferracioli (Events Manager, Sandvik Coromant) é responsável pela publicação da revista “O Mundo da Usinagem”
Edição: Alfredo Ogawa (Kreab); coedição: Vera Natale (Sandvik Coromant); revisão: Luiz Carlos Oliveira (Kreab) Colaboraram nesta edição: Inês Pereira (coordenação editorial e reportagem); Samuel Cabral (edição de arte)
Jornalista responsável: Alfredo Ogawa - MTB 17077/SP Tiragem: 7.000 exemplares; Impressão: Pigma Gráfica Editora Ltda.
agosto.2015/106
Acompanhe a REVISTA O MUNDO DA USINAGEM digital em: www.omundodausinagem.com.br Contato da Revista OMU Você pode enviar suas sugestões de reportagens, críticas, reclamações ou dúvidas para o e-mail da revista O Mundo da Usinagem: faleconosco@ omundodausinagem.com.br ou ligue para: 0800 777 7500
edição 106 • agosto/2015
10 produtividade 1
O que é a Revolução 4.0 e como ela se conecta a todos os processos internos e externos da indústria
14 produtividade 2
A automação e a digitalização da indústria abrem as portas de uma era mais inovadora, rápida e acessível
26
produtividade 3
30
conhecendo um pouco mais
34
negócios da indústria
37
nossa parcela de responsabilidade
Os novos paquímetros inteligentes eliminam erros, são rápidos e resistentes
Aspectos fundamentais que compõem a arquitetura industrial sustentável
O mercado descobre o valor das redes sociais corporativas
A mensagem de Fábio Ferracioli, Events Manager da Sandvik Coromant o mundo da usinagem
3
soluções de usinagem
Crescimento com
inovação
A busca pelo aperfeiçoamento de seus processos levou a Verdés a adotar a solução da Sandvik Coromant Por Inês Pereira
N
a indústria de equipa-
com maior valor agregado. Des-
mico, Verdés é sinônimo
da a solução de ferramentas da
mentos para o setor cerâ-
de inovação. A empresa espanhola centenária encontrou no Brasil, em 1975, o ponto estratégico para atender a todo o mer-
sa necessidade, foi implementa-
módulo grande, a afiação é bem
Sandvik Coromant para usina-
contrar quem faça. Tanto é que
gem de dentes de engrenagens.
No processo de produção des-
sas engrenagens de grande por-
cado latino-americano. Líder em
te, diâmetro de 800 mm ou mais,
são de argila, desde os anos 1990,
passa-se por várias operações
máquinas de preparação e extru-
a planta brasileira produz a sua própria tecnologia. Localizada em Itu, interior de São Paulo, a
Verdés do Brasil é referência em soluções de ponta para o mer-
cado industrial cerâmico. Essa trajetória de crescimento vem
acompanhada de algumas importantes parcerias, entre elas,
com a Sandvik Coromant desde os primeiros anos da empresa.
No cenário atual, muito intensamente, a Verdés busca desen-
volver produtos mais eficientes, 4
o mundo da usinagem
“Quando se trabalha com um
como as produzidas pela Verdés, de usinagem como torneamen-
to, furação, entre outras, mas o
que demanda mais tempo é justamente a operação de denteamento. E havia um gargalo nessa
operação provocado pelo uso de ferramentas de HSS (aço rápido),
que perdiam o corte rapidamente
e precisavam ser constantemente afiadas. A difilculdade se acentuava porque a máquina usada
para essa operação não é CNC, e sim um modelo mais antigo, de programação manual.
mais específica e difícil de entínhamos que contratar o serviço
em outra cidade. Isso podia levar até 10 dias”, conta César Fal-
cão, coordenador de Métodos e
Processos da Verdés. No estoque circulante, três ferramentas eram
obrigatórias: uma, em funcionamento; outra, que invariavelmente estava em afiação, e uma tercei-
ra no estoque. “A ferramenta se
desgastava muito depressa e era preciso monitorar esse desgaste
constantemente. A operação de
denteamento demorava até 48 horas para ser concluída”, conta
o operador Elvis Aparecido da Silva. E por não trabalhar sem
monitoramento, a máquina ainda exigia a presença de um operador de plantão à noite.
agosto.2015/106
Fotos Christian Castanho
A Verdés Brasil é uma referência em equipamentos do setor cerâmico para toda a América Latina
Em 2013, a Verdés começou a
utilizar a fresa disco intercambiável CoroMill 172 para usinagem ®
de eixos estriados módulo 3. A solução oferecida foi embasada na redução do tempo, fator cru-
cial para a empresa, e na vanta-
gem de ser uma ferramenta que
se adapta a qualquer tipo de máquina, inclusive às mais antigas.
Verdés a investir na fresa caracol
diferença básica na rotina do ope-
176, pa-
dados de corte, que são maiores
com pastilhas intercambiáveis de metal duro CoroMill
®
tenteada pela Sandvik Coromant — inicialmente, uma para módu-
lo 10 e, mais recentemente, uma para módulo 9.
Benefícios importantes
Com esse conceito de ferra-
A partir de informações sobre
menta, os ganhos foram ainda
parâmetros de corte, limitações,
muitos anos com a Sandvik. Lá,
aplicação, tempo de execução,
entre outros fatores, a equipe da
Sandvik Coromant desenvolveu um estudo técnico demonstran-
do as possibilidades oferecidas pela ferramenta.
Em 2014, a satisfação com os
resultados alcançados levaram a agosto.2015/106
maiores. “Temos uma parceria de
os profissionais vão muito além da simples venda de ferramentas. Eles trazem a solução. É o que faz
a diferença. É disso que precisamos”, afirma Edson Vaz, gerente Industrial da Verdés. O uso da
ferramenta é bastante simples. A
rador é a seleção adequada dos e mais agressivos do que os que costumava trabalhar. Quanto a
troca das pastilhas, os cuidados a tomar e como identificar o desgaste faz parte do treinamento,
feito durante a instalação da ferramenta na máquina. “A vida útil
das pastilhas pode ser oito a dez vezes mais longa do que a de fer-
ramentas de aço rápido usadas antes no processo”, diz Francisco
Cavichiolli, especialista em fresamento, fresamento de engre-
nagens e sistemas de fixação da Sandvik Coromant, que acompa-
nhou a implementação da solução na Verdés.
o mundo da usinagem
5
soluções de usinagem a CoroMill® 176 há um ano e ainda
não trocamos uma pastilha”, con-
tabiliza. O líder de produção, Val-
decir Sanvezzo, lembra de dificul-
dades enfrentadas anteriormente,
especialmente com módulo 10: “Dependendo da roda que recebíamos, éramos obrigados a usar de
duas a três ferramentas durante o processo de usinagem”.
A Verdés economizou em
afiação, não tem mais fresas em
estoque, nem problema com qualidade ou material. Também eliminou a necessidade de ope-
A equipe da Verdés (a partir da esq.): Silva, Falcão e Sanvezzo, com
rador de plantão para controlar
Cavichiolli, de capa amarela, da Sandvik Coromant
Ao ser comparada às ferra-
mentas de HSS, a CoroMill 176 ®
pode trabalhar com parâmetros
mais altos, como velocidade de corte até quatro vezes maior; e
com qualidade muito superior
máquina de modelo mais antigo
precisa de refrigeração abundante para facilitar o escoamento dos
cavacos de seu barramento e evitar acúmulo de calor.
Rapidez e qualidade
ção, isso gera redução no tempo
obtidos a partir da opção pelas fer-
intercambiáveis da CoroMill 176
Além de aperfeiçoar os processos
de execução da peça. As pastilhas ®
suportam temperaturas altas e permitem que a máquina trabalhe sem refrigeração.
É grande a lista de resultados
ambiental. Porém, a versatilida-
de da CoroMill 176 também per®
mite trabalhar em operações em
que a refrigeração é necessária,
como foi o caso da Verdés. A 6
o mundo da usinagem
“Economizamos em gastos com do serviço e, principalmente, em tempo”, avalia César Falcão.
A rapidez conquistada tam-
Atualmente, o atendimento mui-
da máquina e facilitar o dia a dia
no chão de fábrica, a CoroMill 176 ®
sa um dia na máquina”, conta Cé-
do ponto de vista do impacto
então designava para terceiros.
de usinagem, diminuir o desgaste
custo com óleo, ambiente de tramas de descarte – uma questão,
voltou a usinar peças que até
bém impactou positivamente o
gerou aumento de produtividade.
balho mais limpo e sem proble-
para outros serviços, a Verdés
ramentas da Sandvik Coromant.
Na prática, trabalhar sem re-
frigeração significa redução de
noite. Com a máquina mais livre
transporte de peça, contratação
para uma operação de desbaste.
Somado ao fato de não exigir afia-
a usinagem durante o turno da
“Hoje, nenhum produto ultrapassar Falcão. As 48 horas utilizadas para fazer o denteamento de um
dos produtos foram reduzidas a seis, ou seja, a execução ficou oito
vezes mais rápida. “Tivemos muitos ganhos desde que começamos a trabalhar com as ferramentas.
Para dar uma ideia, estamos com
relacionamento com o cliente. to mais ágil é motivo de comemoração. “Ficou muito mais rápido
atender às necessidades dos nos-
sos clientes. Conseguimos dar um prazo mais curto, dependo do que
necessitarem”, afirma o operador de máquina. Na assistência técni-
ca, a rapidez também se tornou
um trunfo. “Um pedido que antes
demorava até quatro dias para ficar pronto, agora é executado em um dia”, diz Ivan Lourenço, analista de Marketing Pleno.
agosto.2015/106
Como se pode constatar, o
investimento da Verdés rendeu muitos frutos. A empresa acredita que a tecnologia é o caminho
Investimento certo
Os principais benefícios que a CoroMill® 176 trouxe para a Verdés
para sobreviver nesses tempos de recessão. “Já recuperamos o
valor investido. Só falta o mó-
Usinagem
calcula Falcão. Para Francisco
mais rápida
oito vezes
dulo 9, mas logo vai se pagar”, Cavichiolli, o caso de sucesso é
Menos consumo de energia
o melhor exemplo para atestar o desempenho da CoroMill® 176:
“Não se trata apenas de teste de
Dispensa
laboratório. Temos um caso real,
afiação da
em que estamos usando máqui-
ferramenta
na convencional e dados de cor-
Maior qualidade final do produto
te aquém do que a ferramenta
tem capacidade para trabalhar;
inclusive utilizando óleo, sendo
Redução geral
que a ferramenta dispensaria
de custos
esse uso. Mesmo assim, o ganho
Máquina
livre para ou-
tros trabalhos
foi muito expressivo”.
“A Verdés é uma empresa
que busca inovar sempre e levar
o conceito de tecnologia para o
em tecnologia e qualificação das
por meio dos equipamentos que
focada em tecnologias para trazer
cliente. Fazer com que ele ganhe fabricamos. Parceiros como a Sandvik Coromant nos ajudam
a ganhar em processo, melhorar a produtividade e transformar
isso em redução de custo, levando tecnologia e qualidade para o
nosso cliente. É o que buscamos”, destaca Edson Vaz. Visão positiva
A Verdés do Brasil tem 140 cola-
boradores, uma equipe de 18 vendedores e representantes por toda Vaz, da Verdés: contar com boas soluções faz diferença agosto.2015/106
a América Latina. Para a empresa, a chave do negócio é investir
pessoas. “Temos uma engenharia mais valor agregado ao produto
e mais benefícios ao cliente. Desenvolvemos treinamento com o
departamento técnico, intercâmbios entre Índia, Espanha e Bra-
sil”, conta Ivan Lourenço, analista de Marketing Pleno. A unidade
brasileira possui o Centro Tecno-
lógico mais moderno da América Latina, equipado com máquinas
CNC de última geração, que possibilitam desenvolver soluções
e equipamentos dotados com a mais avançada tecnologia existente no mercado mundial.
o mundo da usinagem
7
soluções de usinagem Sandvik Coromant do Brasil
Única empresa do setor cer-
gerada globalmente, pois a forma
lança seu foco principal em efici-
material também possibilita ao
tificada pela ISO 9001, a Verdés
ência energética. “Promovemos palestras por todo o Brasil falan-
do sobre o tema, o que é essencial
como nossas máquinas produzem nosso cliente que tenha uma economia em todo o processo.”
A Verdés também oferece
em meio a essa crise hídrica e
constantes workshops para os ce-
tria desenvolve máquinas, inves-
que estão em lugares remotos.
energética”, acrescenta. A indús-
te em motores e inversores de frequência que consomem muito menos energia. “Muitas em-
presas chegaram a economizar R$ 3.000 por mês em energia elétrica; outras reduziram horas em
produtividade, mudando apenas os equipamentos.”
A nova linha de máquinas toda
tem selo de eficiência energética,
essencial para a indústria cerâmica, como os laminadores e as
extrusoras. “Quando nossas má-
quinas compactam o barro de uma
ramistas, especialmente para os “Não só o dono da empresa, mas
os funcionários que são mais importantes para a gente, pois eles
é que ligam nosso equipamento e estão na linha de frente.” Eles
receberão o conhecimento ne-
cessário para tirar o máximo de
proveito da máquina, ao mesmo tempo em que ganham autono-
mia para resolver o problema ali, e não precisar ficar parado. “Nos-
sa bandeira aqui é não deixar o cliente em dificuldade”, resume.
Um dos destaques da Verdés
forma mais dura, mandam para
é o laboratório de ensaios que
significa menos tempo de seca-
tes. “Aqui, eles verão o resultado
o processo com menos água, isso
gem no secador. É uma economia
mantém para atender seus clienreal do produto, antes mesmo de
desenvolvê-lo”, resume Fabiana Bonfim, responsável pelas atividades no laboratório. Diariamente, são realizados testes com
diferentes materiais, levantadas
as informações sobre os equipa-
mentos, quais usar, que ganhos se pode obter e qual o tipo de economia pode gerar dentro da
empresa. Super equipado com moinho, extrusoras, misturado-
res, laminadores, entre outros recursos, o laboratório consegue
demonstrar a importância da No laboratório da Verdés: Reis, Lourenço, Fabiana e Falcão 8
o mundo da usinagem
tecnologia para transferir qualidade ao material produzido.
agosto.2015/106
Por dentro da CoroMill® 176 Conheça as principais características, aplicações e benefícios da ferramenta
A ferramenta pode ser utilizada em qualquer máquina, incluindo as mais antigas
Características
• Classe de qualidade B conforme DIN 3968;
• A grande quantidade de dentes efetivos reduz o tempo de usinagem por engrenagem;
• Interface iLock de fixação nas pastilhas para maior precisão e altas tolerâncias;
• Procedimento fácil para indexação da pastilha.
Aplicação
Benefícios
• Engrenagens externas com dentes retos
• Custo total reduzido comparado às fer-
• Desbaste, semiacabamento, acabamento;
• Velocidades de corte altas;
ou helicoidais;
• Perfis de engrenagens evolventes ou retos; • Faixa de módulos: 4–10;
ramentas de HSS;
• Vida útil mais longa, tempo reduzido de máquinas paradas;
• Aplicação em fresadoras de dentes con-
• Indexação e manuseio fáceis e repetití-
quer máquinas que possibilitem o uso
• Nenhum custo adicional de reafiação ou
vencionais ou CNC e também em quaisde fresas caracóis.
agosto.2015/106
veis da ferramenta; recobertura.
o mundo da usinagem
9
produtividade 1
O futuro
já começou
A chamada Revolução 4.0 usa a tecnologia para fazer máquinas trocarem informações entre si e conectar todos os processos internos e externos Por Raoni Costa
S
eja bem-vindo à Quarta
tâncias. Gerar os recursos com
até então despreparada? Muitas
Indústria 4.0, ou Smart
grar clientes, parceiros e fornece-
o espaço para a reflexão. Come-
Revolução Industrial ou
Manufacfturing. Um momento
histórico único e de alta complexidade tecnológica, em que tra-
balhadores, máquinas, produtos, matérias-primas e logística estão conectados, comunicando-se em período integral e cruzando dados para produzir mais, melhor
e de maneira mais flexível. Nesta nova era da tecnologia, as fábricas são inteligentes — smart manufacturing — e têm a capacidade
de se adaptar a todas as circuns10
o mundo da usinagem
maior eficiência de modo a intedores em processos que agregam
mais valor ao produto final. Um tema de tamanha relevância merece ser debatido com profundi-
são as perguntas. Aqui, abrimos çamos, nesta edição, com uma
breve introdução ao conceito de Revolução 4.0.
A fusão entre o mundo real
dade. Pensando nisso, a revista
e o virtual ganha gradualmen-
rá, sempre que possível e a partir
a digitalização dos processos e
O Mundo da Usinagem abordadessa edição, a Revolução 4.0 nos
diversos setores da indústria. De que forma acontecerá no Brasil?
Como superar o desafio de um parque de máquinas obsoleto?
Como capacitar a mão de obra,
te mais definição à medida que
da implantação de soluções de automação, que reduzem o des-
perdício e o tempo de produção, vão sendo incorporados no chão
de fábrica. Em um ambiente digital, todos os processos internos
agosto.2015/106
de uma indústria são simulados
informações e histórico operacio-
será automaticamente compensa-
tecipar problemas que poderiam
será sua capacidade de operação,
produção. A Revolução 4.0 pro-
previamente, o que permite ansurgir na fase final de fabricação
e prejudicar índices de produ-
tividade e tempos de ciclo por exemplo. Antes mesmo de insta-
lar uma unidade de produção, o investidor poderá ver a unidade
funcionando, verificar a qualidade do produto final, antecipar ga-
nal o sistema agrega, mais robusta
e, consequentemente, melhores
serão as decisões e as soluções. É da lógica humana descobrir ma-
neiras mais eficientes de operar. Mas capacitar uma máquina para
aglutinar, avaliar, prever e decidir sozinha aquilo que deve fazer é
do no estoque e na velocidade de põe a sincronização perfeita en-
tre todas as áreas de uma mesma companhia e o mercado, desde a concepção até a entrega final, pre-
vendo até mesmo dificuldades logísticas e de trânsito.
No Brasil, a digitalização po
algo realmente revolucionário.
de ser uma ferramenta para fa-
galos, na frente do computador.
presa, enquanto o departamento
mais competitivo frente a outros
nas para projetos de instalações
(P&D) se empenha em estudar e
nhos e solucionar quaisquer garAs novidades não valem ape-
ainda a serem efetivados. Empresas já em operação também
podem ter mais eficiência operacional utilizando-se dos recursos
digitais que a Revolução 4.0 oferece. Os novos sistemas baseiam-
se nos dados produzidos pelas máquinas para destacar soluções imediatas para problemas que implicariam futuros gastos, paralisa-
ções ou acidentes. Quanto mais agosto.2015/106
Em uma determinada em-
de pesquisa e desenvolvimento projetar um novo produto, o sis-
tema já está buscando soluções inovadoras e simulando o resul-
tado final. A área comercial pode demandar uma entrega persona-
lizada que será confeccionada na mesma linha de fabricação que os
demais produtos — mass customization. A equipe de compras pode incluir no sistema um problema relacionado à matéria-prima, que
zer com que o País volte a ser
mercados em um cenário global;
uma saída para esse momento de retração econômica, fazendo
com que as empresas voltem a se tornar rentáveis fazendo mais do mesmo, mas com muito mais efi-
ciência. Estudo desenvolvido pela Fundação Dom Cabral (FDC) e a
Siemens — apresentado no evento
“O Impacto da Digitalização para
o Brasil”, da Siemens, dia 16 de junho, em São Paulo — abordou
como as tecnologias relacionadas o mundo da usinagem
11
produtividade 1 à digitalização são adotadas no
os profissionais ocuparão dentro
Brasil souber aproveitar a opor-
produtivos, na infraestrutura e na
deverá ocorrer a interação entre
tecnológico significativo, gerando
país e sua influência nos setores
economia. Uma das conclusões do levantamento, realizado com 250 participantes de segmentos
estratégicos da economia brasilei-
ra: o Brasil precisa estar na vanguarda dessas mudanças.
Carlos Arruda, professor da
FDC que coordenou o estudo, destaca que o Brasil enfrentará um
desafio humano relacionado à di-
do processo de produção e como pessoas e máquinas. Existe o risco
de os empregos tradicionais perderem espaço, mas o trabalhador
pode aproveitar o momento para
buscar crescer profissionalmente,
aprendendo a lidar com esses novos equipamentos, sistemas e softwares, mantendo-se competitivo no mercado de trabalho.
Arruda também destaca que
tunidade, poderá dar um salto riquezas e inserindo o País neste
cenário globalizado”, afirma Ar-
ruda. Jovens empreendedores, fo-
cados em criar soluções por meio de startups, encontrarão na Revolução 4.0 espaço para levantar os
problemas ocultos nas empresas, agregando valor ao seu trabalho por meio da digitalização.
A pesquisa revela que a digi-
gitalização, uma vez que a mão de
o País precisará ter uma agenda
talização é percebida como um
forma, além de implementar essas
lo de inovação retroativa, preo-
desenvolvimento econômico: 85%
obra tem baixa qualificação. Dessa
novas tecnologias, também será necessário esclarecer que lugar
para o futuro, fugindo do modecupada em superar deficiências encontradas no passado. “Se o
fator importante para aumentar o dos entrevistados acreditam que ela aumentará a competitividade
Tempos de mudança Quatro fases que transformaram a indústria
Revolução 1.0
Revolução 2.0
substituir trabalhadores, por meio da mecaniza-
lógico, marcado por um aprimoramento e aperfei-
da fabricação manual para a maquinofatura, prin-
O motor a combustão interna e o emprego da ener-
As máquinas industriais a vapor passaram a
ção dos processos, até então manuais. Passagem cipalmente no setor têxtil. Posteriormente, avança para metalurgia, transportes, agricultura etc. Os inventos revolucionaram as técnicas de produção, transferindo a riqueza da atividade comercial para a industrial. 12
o mundo da usinagem
Momento de intenso progresso científico e tecno-
çoamento das tecnologias de produção em massa.
gia elétrica, transmitida em longas distâncias, foram fundamentais para a abertura de novos mercados e a aceleração do ritmo industrial. A engenharia se
voltou para o desenvolvimento de máquinas capazes de reduzir os custos e os tempos de fabricação.
agosto.2015/106
do Brasil, especialmente em ter-
nos relatam como a digitalização
como Alemanha e Estados Uni-
e gerenciamento de energia. Os
delando seus negócios e o ambien-
ção 4.0, têm focado seus esforços
mos de produtividade industrial benefícios estão relacionados principalmente à utilização eficiente
está mudando paradigmas, remote competitivo”, diz Kaeser.
“A digitalização tem poten-
dos recursos, tomadas de decisão
cial para duplicar ou triplicar
Apesar da desaceleração da
mos uma oportunidade históri-
e eficiência energética (90% a 95%).
economia brasileira, Joe Kaeser, presidente e Chief Information Offi-
cer (CIO) da Siemens AG, acredita
no potencial brasileiro para o crescimento sustentável. Segundo ele,
a digitalização está criando um novo cenário econômico de opor-
tunidades em todo o mundo. “Fa-
zemos negócios em mais de 200
países, e clientes do mundo todo
a produtividade brasileira. Teca para dar um grande salto no desenvolvimento
econômico”,
aponta Paulo Stark, CEO e pre-
sidente da Siemens Brasil. Para
ele, essa revolução poderá ajudar as companhias a lidar com gargalos de infraestrutura e de
produtividade industrial que são realidade no País.
Países mais industrializados
dos, que estão à frente da Revoluno fortalecimento da indústria, no aumento da produtividade e
na eficiência, melhorando seus
processos baseados na digitalização. O Brasil é a sétima economia
mais rica do mundo e a mais for-
te na América Latina. “Sendo assim, há uma percepção crescente
de que Brasil não deve perder a oportunidade de diminuir essa
brecha. Este é o momento pro-
pício para entrar na jogada e se tornar mais competitivo global-
mente”, conclui Carlos Arruda, da Fundação Dom Cabral.
Revolução 3.0
Revolução 4.0
que a partir dos avanços tecnológicos e científicos
ram esse movimento que torna a in-
biotecnologia, engenharia genética etc. Três fato-
cessos de toda a cadeia de produção
A Terceira Revolução Industrial ganhou desta-
na indústria, além de progressos na metalurgia, res são determinantes: a energia nuclear, a robótica nas linhas de montagem e o uso da internet em
computadores pessoais. A nanotecnologia se tor-
na uma aliada dos dispositivos tecnológicos, que
se tornam mais leves, mais fortes e mais duráveis. agosto.2015/106
Alemanha e Estados Unidos lide-
dústria inteligente. Máquinas e proestarão, daqui para frente, conectados.
Tomadas de decisões serão realizadas por equipamentos. A automação e a digitalização farão a orquestração deste momento histórico.
o mundo da usinagem
13
produtividade 2 Divulgação Siemens Brasil
14
o mundo da usinagem
agosto.2015/106
A Indústria está se
reinventando Produtos acessíveis, desenvolvidos em menos tempo e com mais inovação são parte das exigências do novo mercado Por Equipe Siemens Brasil
M
ais de um século atrás,
produtos, e aumentar a flexibili-
verem soluções e fabricarem pro-
uma revolução indus-
sa. Esses objetivos não podem
te, criando assim uma vantagem
Henry
Ford
iniciou
trial. Em 1913, o fabricante de carros ativou sua primeira linha
de montagem, criando assim a
base para a produção em massa
de hoje. A partir de então, graças
às inovadoras tecnologias de automação, engenheiros e cientistas
aperfeiçoaram o princípio de for-
ma tão completa que milhões de
produtos podem ser fabricados com baixos custos e com qualidade consistente.
dade e a customização em mas-
ser alcançados apenas otimizando ainda mais a automação. Hoje
toda a cadeia de valor e inclua
em vários sistemas, como ilhas
estratégia integrada que atinja
a complexa rede de fornecedores. Companhias de manufatura chegaram agora ao ponto em que
precisam automatizar todo o fluxo de trabalho para permanecer competitivas no longo prazo.
Muitas corporações e centros
ca dos clientes aumentaram: hoje
em novas tecnologias para criar
diretamente pela internet, o que querem comprar e quando. As
empresas precisam responder a essa mudança — para reduzir
o tempo que levam para lançar agosto.2015/106
Atualmente, a maioria das in-
formações digitais na indústria
de pesquisa perceberam isso e es-
eles podem dizer ao fabricante,
competitiva crucial.
elas precisam também de uma
Apesar disso, tanto as expec-
tativas como a capacidade técni-
dutos de forma rápida e eficien-
tão trabalhando de forma voraz os centros de produção do futu-
ro. Essa abordagem para a pro-
está espalhada em silos de dados no mar. Informações do design do
produto são gerenciadas em programas de design e engenharia; o
sistema de execução de manufa-
tura (MES) controla a produção, cuja eficiência é determinada por
sistemas de automação; e soluções de ERP (significa planeja-
mento dos recursos da empresa)
mantêm os dados sobre os aspectos comerciais do negócio.
Na fábrica digital do futuro,
dução depende, acima de tudo,
essas ilhas de dados vão se fundir
cessos. Ela abre oportunidades
rizontal, sobre todo o ciclo de vida
da digitalização de todos os pronovas para empresas desenvol-
em um continente – de forma hode um produto, do design ao servio mundo da usinagem
15
produtividade 1 ço; e de forma vertical, do chão de
da, inúmeras variáveis podem
e o módulo Comos Walkinside,
todos os envolvidos, que vão do
um baixo custo, evitando o uso
bricas que ainda não existem.
fábrica até a direção. Desse modo, designer de produto aos gerentes
de produção, passando por de-
ser testadas de forma fácil e com dos caros protótipos reais.
gitalização é a Internet das Coisas.
planejamento e desenvolvimen-
mazenamento e processamento, e
tem um papel ainda maior no
dados idênticos. Esse conceito de
to virtual de linhas de produção
integração global também se aplica ao compartilhamento com co-
legas em outras locações, comuni-
cação com especialistas externos
e fornecedores, e até mesmo com concorrentes.
A base para essa fusão dos
dados são as soluções para o ge-
inteiras. Com o software Siemens
Tecnomatix, por exemplo, empre-
sas podem simular a produção de fábricas inteiras e calcular a taxa
futura de uma linha de produção planejada, ainda durante o desenvolvimento do produto.
A indústria de processos tam-
renciamento do ciclo de vida do
bém se beneficia dessa forma de
softwares NX, da Siemens, criada
são especialmente complexas e
produto (PLM), como a suíte de para o desenvolvimento de produtos, e o Teamcenter, o sistema
de PLM mais usado em todo o mundo. A solução de simulação
NX combina, por exemplo, modelos analíticos com simulações interdisciplinares e gerenciamento de dados integrados. Já o Te-
amcenter armazena todos os dados de um produto em uma lo-
cação central, prevenindo assim
inconsistências e descontinuida-
desenvolvimento. Suas plantas
precisam funcionar de forma efi-
caz e confiável por décadas. Tempos de parada acarretam custos
dos real e virtual. Nesse contexto, as simulações têm um papel ainda maior durante o desenvolvi-
mento do produto. Com sua aju16
o mundo da usinagem
fones móveis onipresentes, bem
como um número praticamente
ilimitado de endereços IP –, cada vez mais objetos terão uma iden-
tidade digital e uma conexão com a internet. O Gartner, instituto
de consultoria especializado em tecnologia, estima que até 2020,
33 bilhões de objetos estarão ligados à rede na Internet das Coisas.
Muitos desses objetos vão andar por meio das fábricas do futuro.
cyber-físicos (CPS) também serão
uma das razões pelas quais até
tria 4.0. Com a Internet das Coi-
retamente desde o início. Essa é 80% do custo geral subsequente
é definido no início da fase de engenharia da planta.
As soluções podem reduzir
estágios iniciais. A Siemens ofe-
a partir da conexão entre os mun-
melhor – aliadas às redes de tele-
o que exige que funcionem cor-
que na indústria de manufatura,
Conexão estratégica
tem o aumento da produtividade
conexão com a internet cada vez
Memória digital
consideravelmente os custos e
gitalização da indústria permi-
Graças à queda nos custos de ar-
significativamente maiores do
de nos arquivos.
Softwares PLM e a crescente di-
O próximo grande passo na di-
A tecnologia de simulação
partamentos de marketing, téc-
nicos e de serviços, terão acesso a
que permite tours virtuais por fá-
aumentar a produtividade já nos
rece diversos softwares para todas as fases de desenvolvimento
de produtos e processos de pro-
dução para a indústria de processos. Isso inclui, por exemplo,
o Comos, software que armazena todas as informações da fábrica em um banco de dados central,
Sistemas conhecidos como
um componente central da Indússas, uma rede integrada de pes-
soas, objetos e máquinas estão
no centro da visão da Indústria 4.0. Em um mercado virtual, produtos, ferramentas e serviços de transporte vão negociar entre si
quais elementos de produção são mais adequados para operar no
próximo passo da cadeia. Dessa
forma o mundo virtual se conecta de forma direta com os objetos do mundo real.
Para isso funcionar, o CPS
deve ter uma memória digi-
tal que troca informação com o agosto.2015/106
ambiente durante o processo de
em TI, será necessário um conhe-
dividem a visão de crescimento
ção sobre o produto e os passos
plantas, bem como da tecnologia
gica, em âmbito mundial. Ambas
manufatura. “Toda a informanecessários são armazenados na memória do CPS”, diz Wolfgang
Wahlster, head do Centro Alemão de Pesquisas para Inteligência Artificial (German Research Center
cimento profundo de máquinas e
usada para mensuração. É por
isso que, no futuro, será ainda mais importante transformar big data em smart data.
A análise inteligente das mas-
for Artificial Intelligence). “É por
sas de dados abre espaço para
quinas qual é o próximo passo no
mercado para serviços digitais
isso que eles podem dizer às máprocesso”, acrescenta.
Esse diálogo entre máquinas
e produtos vai tornar o processo de manufatura do futuro mais flexível. “No futuro, será possível
produzir produtos customizados
pelo valor da produção em massa – com todas as variantes de uma família de produtos sendo
fabricadas na mesma linha, por exemplo”, diz Henning Kager-
mann, presidente da Academia
Nacional de Ciência e Engenharia da Alemanha (National Academy of Science and Engineering).
Os objetos conectados na In-
ternet das Coisas vão produzir
uma commodity muito desejada no
futuro: dados. Sensores em máquinas, estações de energia eólica e carros vão entregar informações
novos modelos de serviços. O
do centros de manutenção remo-
ta em diversos continentes, que servem mais de 250 mil fabricas
– de turbinas eólicas e de gás até motores de trens e navais, a usinas de aço e papel. A cada mês,
mais de 10 terabytes de dados
são processados pela plataforma
de serviços remotos da empresa. Esse volume de dados deve cres-
cer dez vezes, até 2020. Os dados dos sistemas de controle de milhares de prédios, trens e centros de produção podem ser usados, por exemplo, para fazer reco-
mendações aos operadores sobre como reduzir custos de energia.
especialista esperam que esse nú-
o Fraunhofer IAO estimam que
dados de maneira efetiva, os analistas precisam entendê-los primeiro. Além da capacitação agosto.2015/106
ção vão gerar um faturamento
adicional de até €31 bilhões por ano nos próximos anos, graças à Industria 4.0.
A busca em desenvolver a vi-
agora mesmo no mundo todo.
dústria 4.0 é alto. A associação da
Para poder interpretar esses
ca e de comunicação e informa-
mens, por exemplo, está operan-
ao ano no futuro próximo. A Sie-
o volume de dados no mundo já
mero quadriplique.
motiva, mecânica, eletroeletrôni-
são da Internet das Coisas para a
Caminho sem volta
aumentou sete vezes. Até 2020, os
preveem que as indústrias auto-
deve crescer em torno de 15%
sobre seu status e seu ambiente de forma contínua. Entre 2010 e hoje,
decorrente da revolução tecnoló-
O potencial econômico da In-
indústria de tecnologia Bitkom e o valor adicionado, por meio de novas tecnologias, pode aumen-
tar em mais de €267 bilhões na Alemanha, até 2025. As consultorias Strategy& e PwC também
fábrica do futuro está ocorrendo Nenhuma indústria internacio-
nalmente importante pode se
dar ao luxo de negligenciar essa tendência. “A internet industrial vai mudar os conceitos básicos
da concorrência. Empresas vão
precisar parar de focar em produtos e serviços individuais, e
começar a pensar de forma mais integral”, diz Pierre Nanterme,
CEO da consultoria Accenture. O que é considerado como certo
é que nenhuma empresa ou nação vai vencer individualmente a disputa pela tecnologia digital
da indústria do futuro. Entretanto, é quase certo que empresas e
economias nacionais que lidarem
com essas novas oportunidades e as implementarem de forma
rápida e completa serão mais be-
neficiadas com a digitalização.
Como Henry Ford e a indústria
automotiva, que elevaram a pro-
dutividade de todas as indústrias a um novo patamar, com a produção em massa baseada na divisão do trabalho.
o mundo da usinagem
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Interesses
O laboratório de pesquisas da Unimep mantém forte parceria com a indústria
em comum
O renomado professor Klaus Schützer explica como a união entre academia e indústria beneficia a todos Por Inês Pereira
A formação inicial de Schützer é a engenharia mecânica, de onde
nasceu sua paixão por desenvolvimento integrado do produto, fábrica
digital e usinagem com altíssima velocidade — suas linhas de pesquisa. O caminho trilhado pelo Professor Doutor Klaus Schützer, Coordenador do Laboratório de Sistemas Computacionais para Projeto e Manufatu-
ra da Universidade Metodista de Piracicaba (Unimep), foi guiado pelo
conhecimento, sua grande matéria-prima. Como transformar estudos, pesquisas, descobertas em legado para a humanidade é o motor que o
conduz. Nos eventos que organiza, como o Seminário Internacional de
Alta Tecnologia, que nesse ano comemora sua 20ª edição, e é considerado entre os mais importantes do setor no Brasil, convida as melhores cabeças
de países com indústria desenvolvida, como a Alemanha, entre outros,
para expor seus estudos e trocar conhecimento com nossos especialistas.
Revisor de diversos periódicos e conferências nacionais e internacionais, Schützer concedeu esta entrevista para a revista O Mundo da Usinagem. 20
o mundo da usinagem
Prof. Dr.-Ing. Klaus Schützer
comemora 20 anos de Seminários agosto.2015/106
OMU: O que o motivou a criar o Seminário de Alta Tecnologia? KLAUS SCHÜTZER: Durante meu doutorado
nufatura”. Tivemos muitos momentos significativos em nossa história. No evento deste ano, estaremos comemorando o jubileu de 20 anos do Seminário Inter-
na Alemanha, tive a oportunidade de colaborar na
nacional de Alta Tecnologia. Fazendo isso num ano
chining, dirigidos pelo Prof. Dr.-Ing. Herbert Schulz,
para um país que quer ter futuro e garantir boas con-
organização dos Seminários sobre High Speed Ma-
de crise para a indústria, queremos demonstrar que,
meu orientador. Esses eventos tinham o foco de
dições de vida para toda sua população, a indústria
quisa aplicados para a indústria, e eram um modelo
forte, não teremos como garantir um futuro com qua-
pus a ele realizarmos o mesmo modelo aqui, o que
mos o Teatro do Engenho Central de Piracicaba, uma
acadêmicos na área de engenharia de manufatura,
Piracicaba e do Salto. Um lugar muito especial para
levar as inovações alcançadas em projetos de pes-
tem um papel fundamental. Sem um setor produtivo
de grande sucesso. Quando retornei ao Brasil, pro-
lidade de vida para toda nossa população. Escolhe-
aceitou. Na época, 1995, tínhamos muitos eventos
antiga usina no centro da cidade, às margens do Rio
mas nada específico para a indústria. Um evento de
uma comemoração muito especial.
recursos por meio de três empresas que compraram
OMU: Pode comentar a participação crescente de em-
nio: Sandvik Coromant, Indústrias Romi e Siemens.
portância desse projeto?
Essas empresas continuaram a nos apoiar nos últi-
sempre novas empresas que assumiram conosco a
tribuindo para o sucesso do Seminário Internacional
se evento. Hoje se somam mais de 30 empresas que
um evento de qualidade, com palestras sobre o que
o reconhecimento da qualidade e a importância do
qualidade tem custo significativo, e conseguimos os
nossa proposta de evento e ofereceram seu patrocí-
presas que, por meio do patrocínio, acreditam na im-
Com isso, realizamos o primeiro evento em 1996.
KLAUS SCHÜTZER: Ao longo dos anos tivemos
mos 19 eventos realizados ininterruptamente, con-
proposta de trabalho nos apoiando na realização des-
de Alta Tecnologia. Nossa expectativa era realizar
em diferentes ocasiões nos apoiaram, demonstrando
empresas internacionais de sucesso estavam desen-
seminário no mundo empresarial.
gando em suas plantas. Nosso público-alvo sempre
OMU: Qual a contribuição e o papel desse evento para
totalmente nossas expectativas, pois um mês antes
KLAUS SCHÜTZER: Desde sua primeira edição,
de espaço em nosso auditório.
trantes. Na parte da manhã temos as apresentações
OMU: Qual a repercussão até os dias de hoje?
desenvolvem projetos de pesquisa aplicada em par-
volvendo em parceria com universidades e emprefoi a indústria. Esse objetivo foi alcançado e superou
ampliar o diálogo entre a academia e as empresas?
do evento precisamos fechar as inscrições por falta
nosso evento é composto por dois grupos de palespor quatro a cinco professores e pesquisadores que
KLAUS SCHÜTZER: A repercussão alcançada pelo
ceria com indústrias. Na parte da tarde, falam quatro
motivaram a continuar com esse trabalho e a aper-
realizam P&D em parceria com a universidade. Nos-
ainda sob o título “Usinagem com Altíssima Veloci-
conhecimento, mas focado em sua aplicação indus-
mos o nome para “Desenvolvimento Integrado do
internacionais procurando manter um balanceamen-
evento, com o tema “Inovações Tecnológicas na Ma-
internacionais. Com isso, não só apresentamos o que
primeiro evento e o apoio recebido da indústria nos
a cinco representantes da indústria que trabalham e
feiçoá-lo a cada ano. Em 1997, realizamos o segundo,
so objetivo é apresentar o que está na fronteira do
dade”. Em 1998, juntamos outros parceiros e muda-
trial. Também mesclamos palestrantes brasileiros e
Produto”. A partir de então, o intercalamos com outro
to entre as palestras por brasileiros e por convidados
agosto.2015/106
o mundo da usinagem
21
entrevista está sendo desenvolvido numa parceria Universidade-Empresa, mas criamos um fórum de contato que fomenta novos trabalhos conjuntos. A capacidade
de inovar é determinante para a competitividade
das empresas e dos países. A sociedade espera que a universidade seja instrumento de transformações
e atenda às necessidades de avanço tecnológico com vistas ao bem-estar de toda a população. Assim, tam-
bém as empresas anseiam por soluções aperfeiçoadas permanentemente, para responder ao mercado competitivo atual. A parceria universidade-empresa já foi
alvo de questionamentos, mas hoje parece claro que esse trabalho conjunto só traz benefícios, sob a forma
de melhores condições de vida, empregos e mais desenvolvimento econômico.
confirmados. Temos dois diretores de institutos de pesquisa alemães — Prof. Dr.-Ing. Eberhard Abele e
Prof. Dr.-Ing. Eckart Uhlmann, que irão discutir co-
nosco os desafios apresentados pela chamada Industrie 4.0 para a indústria alemã e o desenvolvimento de
sistemas de produção físico-cibernéticos (CPPS – Cyber-Physical Production Systems), bem como a eficiên-
cia energética, outro grande desafio para a indústria. Pelo lado brasileiro o diretor da VDI Brasil, Matthias
Neisser, vai apresentar o fórum que discutirá esses desafios para a indústria brasileira. Hoje também se
fala muito na China e no que significa para o Brasil a competição que a indústria daquele país nos impõe.
Justamente por isso traremos o consultor de tecno-
OMU: O sr. acha que, no Brasil, a Academia e o mercado atuam na consonância ideal? KLAUS SCHÜTZER: Ainda temos uma distância significativa entre a Universidade e as Empresas.
Por um lado, as universidades têm seus trabalhos
de pesquisa dentro de um enfoque muito acadêmico voltado para a publicação de artigos em periódicos
indexados, pelos quais elas são avaliadas. Por outro lado, as indústrias têm optado por desenvolver o que
precisam internamente, sem parcerias com a universidade, ou então desenvolvem em suas matrizes. No
caso da Alemanha, podemos observar um sólido trabalho de pesquisa aplicada entre universidade e empresa. Também temos no Brasil tra-
KLAUS SCHÜTZER: Seis palestrantes top já estão
logia e inovação de um dos maiores fabricantes de
máquinas-ferramenta da China, Dr. Ganiyusufoglu, para discutir a revolução industrial que ocorreu lá.
OMU: Quais são os caminhos que se destacam como tendência para a próxima década? KLAUS SCHÜTZER: O termo Industrie 4.0 foi cria-
do na Alemanha pela Academia Alemã de Ciência e Engenharia (Acatech). Nos EUA fala-se em Internet of Things, mas o contexto é o mesmo: uma nova Revolu-
ção Industrial, pela plena integração do mundo ciber-
nético e do mundo físico. O exemplo da Alemanha
é muito claro. O país optou pelo fortalecimento de sua indústria e hoje detém posição sólida num
mundo globalizado com uma indústria
balhos sendo desenvolvidos dessa
inovadora e o apoio governamental
maneira, mas ainda não podemos considerar como a regra. No entanto, os sinais são muito positivos para pesquisadores e professores que se esforçam para trabalhar em conjunto com a indústria.
OMU: Quais as principais novidades apresentadas no Seminário deste ano? 22
o mundo da usinagem
para garantir essa posição. É jus-
A capacidade de inovar é fator determinante para a competitividade das empresas e dos países
tamente desse diálogo iniciado pela indústria e pela universidade que temos a proposta da Industrie 4.0. Os EUA e a
Inglaterra sofreram nas últi-
mas décadas uma desindus-
trialização focando fortemente
na área de serviços e financeira,
respectivamente. Hoje os gover-
nos de ambos os países percebem os agosto.2015/106
problemas gerados no mercado interno de trabalho por essa decisão e bus-
“cursos de pós-graduação” usando essa terminologia para qualquer
cam novamente o fortalecimento de sua indústria. A pergunta que se apresenta para nós é o que a indústria no Brasil e o governo brasileiro preten-
dem. Não vejo lugar no futu-
ro para o Brasil como um país
dependente de sua agricultura
e da exportação de comodities.
Ou nós – indústria, universidades
conjunto de horas-aulas que se
A parceria Universidade-indústria traz melhores condições de vida, empregos e desenvolvimento econômico
e governo – percebemos os desafios e
as oportunidades que temos pela frente e
siga à chamada “graduação”.
Não há nenhuma distinção clara para o público entre o
significado de uma pós-gra-
duação stricto-sensu e uma
especialização lato-sensu. O
resultado final são profissio-
nais que recebem um título de
engenheiro, mas cuja graduação
não lhe ofereceu os fundamentos
para exercer de fato a profissão de enge-
caminhamos mediante a consolidação de parcerias
nharia, ou seja, alguém que consiga identificar um
e agregador de valor em bens para a exportação, ou
nar. A indústria vai trabalhar com esses profissio-
para a inovação no fortalecimento do setor produtivo
estaremos destinados a um significado periférico no mundo econômico.
OMU: Quais as maiores demandas detectadas na indústria de manufatura e como a Academia está preparando os futuros profissionais? KLAUS SCHÜTZER: No caso da Academia, e me refiro aqui ao ensino superior incluindo graduação, mestrado e doutorado, meu entendimento é que o
governo em nome de uma massificação do ensino superior abandonou qualquer critério de qualida-
problema técnico, estruturá-lo, modelar e solucio-
nais, sendo necessário investir em sua capacitação,
mas esse não é o único problema. Desenvolve-se pouco no Brasil, muitas vezes o desenvolvimento
é feito nas matrizes das empresas internacionais.
Esse é o cenário que precisamos reverter. Precisa-
mos de engenheiros com formação adequada e de universidades que tenham compromisso com pesquisa e ensino, portanto, com professores capacita-
dos para essa tarefa. E as indústrias precisam ousar mais e realizar P&D no Brasil.
de que existia no passado. Hoje se abrem faculda-
OMU: Gostaria de comentar sobre as mais importan-
abandonado que alugam. Nem sequer investem no
KLAUS SCHÜTZER: A Universidade Metodista de
fácil de mudar para outro lugar, caso o “mercado
-graduação stricto-sensu, e as informações detalhadas
des e centros universitários em qualquer barracão
estabelecimento de uma propriedade, para ficar educacional” não atinja as expectativas ou o lucro
almejado. Os “cursos” são anunciados por preço; um outdoor oferece um “curso” por R$ 299,98, mas
não se faz a mínima ideia sobre o que venha a ser esse curso. A legislação permite utilizar a abrevia-
ção “uni...” para qualquer dito centro universitário, sem exigência de contar com professores em tempo integral dedicados a ensino e pesquisa. Aliás,
pesquisa é algo desconhecido. Permite-se oferecer agosto.2015/106
tes linhas de pesquisa desenvolvidas na Unimep? Piracicaba (Unimep) tem vários programas de pós-
podem ser encontradas no site da universidade. Hoje temos vários trabalhos focados na área de fábrica digital, que se integra perfeitamente dentro do enfoque
da Industrie 4.0. Nessa linha de pesquisa, fechamos
fortes parcerias com a indústria, com a qual temos desenvolvido diversos projetos nos últimos anos com resultados muito positivos para a indústria e para a
formação de engenheiros, mestrandos e doutorandos que trabalham comigo nesses projetos.
o mundo da usinagem
23
educação e tecnologia
Trainees ou estagiários? Como entender qual faz mais sentido para minha empresa
Investir no jovem em formação representa plantar uma semente no solo da empresa, falar sobre o futuro.
A escolha do perfil ideal é o ponto de partida para abordar o tema “Jovens e o mercado de trabalho” — aqui, em artigo assinado por uma especialista em recursos humanos. Na próxima edição, as especificidades deste universo e tudo o que o mercado oferece às empresas que pretendem cultivar novos talentos.
Por Sandra Cabral*
D
úvidas sobre a contratação
sa pode ser justamente o que faz
uma estratégia sobre que tipo de
por meio de programas
lógica também vale no momento
esse investimento.
de jovens profissionais
de trainee ou estágio são comuns.
Mas será mesmo que essa é a solução que mais atende às necessidades de sua empresa? É bem possível que você esteja pensando em oficializar a porta de entrada de jovens em sua empresa; afinal de contas, esse público pulsa inovação e movimento.
Ao falarmos desse assunto,
com que ele saia de outra. E essa de decidir se é melhor contratar
profissional precisa e como fazer Outro aspecto que deve ser
um estagiário ou trainee e definir
analisado com cuidado é o de-
tendo apontar aqui todas as di-
sua empresa: como os colabo-
o que se espera deles. Não pre-
ferenças entre as duas opções de contratação de jovens. Mas gostaria de esclarecer as principais e provocar algumas reflexões sobre o assunto.
A primeira grande questão
senvolvimento de pessoas em
radores crescem e se desenvolvem; quais processos de gestão de pessoas são praticados, e se
os talentos da empresa estão sendo bem aproveitados.
Um fator de sucesso do pro-
vale trazer aqui um ponto que
é olhar para sua empresa e de-
grama dentro da empresa, se não
sempre ressaltar: cada empresa é
tura de colaboradores daqui a
res estão preparados para desen-
parece óbvio, mas é importante
única, assim como seus profissionais. Um estagiário pode ser óti-
mo para uma organização, mas
em outra, talvez não. O que en-
canta um jovem em uma empre24
o mundo da usinagem
senhar como deverá ser a estrucinco anos para dar sustentabi-
lidade a sua visão do negócio. É fundamental ter ciência de quais
são os gaps que precisam ser trabalhados e, só então, traçar
for o principal, é saber se os gesto-
volver e liderar jovens em início de carreira e, portanto, sem muito
conhecimento prático. Para que
sua estratégia seja bem-sucedida, a palavra desenvolvimento preci-
agosto.2015/106
sa estar incorporada nos valores e
Nada impede que, mesmo ten-
e o que cabe à empresa. Dessa
Tendo clareza desses pontos,
tas anteriores, você contrate um
zendo parte” do crescimento da
na cultura da organização.
trago mais alguns questionamen-
tos práticos. Se a parte da empre-
sa em que você precisa de mais “braços” é a base, e ela pode es-
perar alguns anos para que esses jovens assumam papéis estraté-
gicos, talvez a melhor alternativa seja começar com um programa
do todas as respostas às pergunúnico estagiário ou trainee. Outra vantagem de iniciar as contrata-
ções aos poucos é poder esperar
só por recursos humanos – o que é fundamental para o sucesso.
Por último, além de se preo-
tação, permite que você consiga
apresente com transparência as
resultados em longo prazo.
Agora, se sua empresa tem
menos tempo para esperar o de-
senvolvimento de futuros gestores/especialistas ou está em
busca de uma solução para pre-
encher uma lacuna no “meio da
ao seu trabalho.
abraçada por todas as áreas, e não
cupar com a entrada de jovens,
desenvolver jovens e promover
corporação e aporta mais valor
um tempo até que a causa seja
de estágio. Essa opção, além de envolver menor custo de implan-
forma, essa geração se sente “fa-
é importante que sua empresa
oportunidades de permanência na organização. O ideal é se preparar para responder, por
exemplo, sobre quais são as possibilidades de trajetória de carreira que existem e, dentro de
cada uma, o que cabe ao jovem
*Sandra Cabral é diretora da Unidade de Negócios Desenvolvimento & Carreira do Grupo DMRH.
pirâmide” de colaboradores, é possível que a contratação de trainees atenda melhor à sua de-
manda – visto que, muitas vezes, já fizeram estágios ou têm algu-
ma outra vivência profissional. Vale lembrar que um programa estruturado terá como objeti-
vo a aceleração de carreira e resultado. Então, existe aqui uma
correlação de custo e benefício
que deverá ser levada em conta na hora da tomada de decisão. Nessa alternativa, o programa
de desenvolvimento requer mais dedicação e adesão dos gestores desses jovens.
Independentemente de sua
decisão, saiba que o mais reco-
mendado é começar aos poucos. agosto.2015/106
o mundo da usinagem
25
produtividade 3
A Mitutoyo oferece garantia vitalícia
para a nova linha de paquímetros
Na medida dos novos tempos Paquímetros supertecnológicos somamse ao arsenal de ferramentas que a indústria busca para aumentar a produtividade com qualidade Por Inês Pereira
26
o mundo da usinagem
agosto.2015/106
C
om as necessidades cada
coder de Indução Eletromagné-
absoluto do instrumento de forma
indústria à beira da Re-
der), a leitura do paquímetro hoje
trumento for religado, seu ponto
vez mais complexas da
volução 4.0, que profissional não
sonha com um paquímetro digital que seja absolutamente pre-
ciso nos cálculos, rápido, imune
a umidade, respingos de óleo ou água? E se esse paquímetro ainda for utilizado no gerencia-
mento de dados de medição com sistemas de transmissão direta?
Alinhada com as urgências tecnológicas da indústria, a Mitu-
toyo no Japão desenvolveu um equipamento com inteligência e
resistência. No Brasil, a linha de paquímetros CD-AX/APX chegou no começo de 2015.
Graças à adoção da tecnologia de En-
tica AOS (AdvancedOnsite Enco-
está isenta de erros, mesmo com a presença de sujeiras na super-
fície da escala. “Nos modelos tradicionais que não incorpo-
ram essa tecnologia, os erros de leitura são frequentes e obrigam
os usuários a executar na escala um processo de limpeza, com a
permanente. Toda vez que o inszero será recuperado, evitando as habituais perdas de tempo no ini-
cio de cada medição. As medições comparativas podem ser realizadas sem prejuízo do zero absoluto, pois se retorna a ele pelo simples pressionar de um botão.
Uma característica muito apre-
consequente perda de tempo, es-
ciada nos instrumentos digitais
explica Ricardo González, geren-
bateria. Nessa nova linha de pa-
pecialmente no chão de fábrica”, te de marketing e treinamento da
Mitutoyo. Ainda que as impurezas ou a umidade entrem, o sistema desprezará a presença. “Na
apresentação, fazemos questão de frisar a garantia vitalícia do
produto. Ou seja, garantimos seu permanente funcionamento.” O
CD-AX/APX
incorpora
também a tecnologia Absolute,
que consiste na utilização de um
nos dias atuais é a duração de sua químetros, a duração da bateria é
de 3 anos e meio, considerando 14 horas de uso normal por dia. “Na prática, a duração pode ser de, no
mínimo, o dobro de anos. Dificilmente o uso do instrumento ul-
trapassaria oito horas, o que seria também incomum. Bateria não é uma preocupação nesse caso”, conta González.
Novo processo de acabamen-
transdutor capacitivo linear.
to superficial nas guias garante
nefícios é a fixa-
vel e confortável, e garante assim
Um dos principais be-
ção do zero
uma movimentação suave, estámaior durabilidade. Os modelos
tradicionais apresentam os sulcos da rugosidade em posição trans-
Tempo e precisão
versal ao movimento do cursor e acabamento de Ra=0,126µm.
Processo de utilização do paquímetro com a tecnologia Absolute
Já os paquímetros da nova linha AOS Absolute apresentam aca-
bamento de Ra=0,071µm e os sulcos orientados no sentido lon-
gitudinal. “Com isso, o desgaste é mínimo”, acrescenta. Desligado
agosto.2015/106
Ligado
Sem necessidade de zerar
Além de oferecer uma resolu-
ção selecionável de 0,01mm/.0005” com repetitividade de 0,01mm, o mundo da usinagem
27
produtividade 2 essa nova linha dispõe, também,
das funções de medição incremen-
tal (INC), alarme de bateria com carga baixa, congelamento (HOLD)
Desempenho comparado
Diferenças entre a leitura com e sem a tecnologia do Encoder AOS
da última medida (com acessório
Enconder Absolute de Indução Eletromagnética
opcional). Alguns modelos trazem saída de dados para processamen-
Enconder Absolute de Capacitância Eletrostática
to estatístico. Uma gama de acessórios opcionais, para modelos com
saída de dados, torna possível a utilização do paquímetro no gerenciamento de dados de medição
com sistemas de transmissão dire-
Display
Graduação 10 20 30 40 50 60 70
ta (com cabos USB ou interfaces) e (com unidades transmissora e receptora) por rádio frequência.
esteve presente na WorldSkills Com-
petition 2015. Um posto foi montado no estande da Mitutoyo para
O deslocamento do cursor diminui o desgaste maior
tro analógico e paquímetro digital
bas as medições de comprimentos
menor
as medições feitas com paquímeeletrônico. “Eles realizaram amcom tempos cronometrados por computador e comprovaram que
o tempo de medição do novo paquímetro é muito menor, além de oferecer uma leitura fácil, segura e
com a possibilidade de transmitir
os dados em tempo real para processamento estatístico”. González indica a utilização dos paquíme-
tros também nas escolas, não só por sua precisão e qualidade, mas também pela resistência. Segundo
ele, os professores do SENAI já ex-
perimentaram e aprovaram o produto. “De maneira geral, o mercado aceitou muito bem”. 28
o mundo da usinagem
A leitura da escala É afetada por sujeira (água, óleo, etc.) em sua superfície.
Movimentação mais suave
Aceleração
que os alunos pudessem comparar
10 20 30 40 50 60 70
A leitura da escala NÃO É afetada por sujeira (água, óleo, etc.) em sua superfície.
sem fio mediante interface U-Wave
A nova linha de paquímetros
11 21 31 41 51 61 71 11 21 ? ? ? 61 71
(m/s2) 0.035 0.030 0.025 0.020 0.015 0.010 0.005 0
Produtos antigos Mitutoyo SÉRIE CD-AX
1000
baixa
áspera
3000
5000
Vibração Sensação
7000
alta
9000 (Hz)
suave
Obs.: Avaliação feita a partir de análises de vibrações durante movimentação de sensores montados no cursor
Medição no mundo A Mitutoyo é uma multinacional de origem japonesa, fundada em
1934. Seu portfólio é voltado para o desenvolvimento de tecnologias e instrumentos de medição, além de soluções especiais de engenharia.
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agosto.2015/106
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A sede da Ambiental MS reúne as melhores práticas de reúso de água e economia de energia
A crise hídrica e a busca de eficiência energética mobilizam as empresas a investirem em fábricas sustentáveis 30
o mundo da usinagem
Por Inês Pereira
D
iversas boas práticas que
nas um ou outro recurso, mas um
construção civil já são am-
economizar água e atingir a alme-
vem sendo empregadas na
plamente difundidas. Sistemas de
captação da água da chuva ou os painéis de energia fotovoltaica são exemplos presentes em muitas de nossas indústrias. O que torna este
conjunto que une forças de modo a
jada eficiência energética, ou seja,
conforto térmico, visual e acústico
com baixo consumo de energia, reduzindo impacto ambiental.
Finalista da última edição do
momento marcante é o crescente
Prêmio Fiesp de Mérito Ambien-
o alicerce da estratégia. Não ape-
empresa do segmento de trata-
número de plantas erguidas sobre
tal, a nova sede da Ambiental MS,
agosto.2015/106
mento de água, esgoto e reúso,
ECO 800, ganhador do 1º Lugar
calor e proporcionam conforto tér-
Metalsinter, está equipada com
úso de Água”, promovido pela
ao longo de todos os ambientes.
e projetos ambientais do Grupo
algumas das mais modernas e conceituadas tecnologias sustentáveis. Localizada no bairro de
Tamboré, em Santana do Parnaíba (SP), ocupa 2.000 m² de terreno
e 3.500 m² de área construída. A
no 7º Prêmio “Conservação e ReFiesp”, conta Sérgio Cintra, pre-
sidente do Grupo Metalsinter. O abastecimento de água potável
da empresa é feito através de um poço artesiano, outorgado.
mico e visual e iluminação natural Conta ainda, com um teto de vidro retrátil, estrategicamente instalado em lugar central que fornece luz e
ventilação natural às áreas inter-
nas, auxiliando na climatização do ambiente e diminuindo a utiliza-
planta tem o projeto assinado pela
Eficiência energética
membro do Green Building Council
água quente nas torneiras graças
lâmpadas utilizadas na empresa
ternacional LEED de sustentabi-
região em que se encontra a sede
70% de economia em relação às
construtora Supporte Engenharia,
Brasil — certificadora do selo inlidade. Para evitar o impacto ne-
gativo ao ambiente desde o início
da obra, a construção do muro de arrimo foi executada com o sistema de “solo grampeado”, que é
rápido e de pouca interferência.
Optou-se pela utilização do sis-
Todos os banheiros possuem
ao aquecimento solar. “Como a registra temperaturas com diferença de até 3 graus com relação ao centro de São Paulo, houve a
necessidade de aquecer a água
dos banheiros, inclusive os fabris”, explica.
Para garantir eficiência ener-
tema de pré-moldado pela prati-
gética em iluminação, a Supporte
zação de madeiras para as escoras
totalmente em vidros reflexivos,
cidade na montagem, sem a utilie formas, com baixo custo de manutenção e 15% de economia.
Engenharia optou pela fachada
que controlam a incidência de luz,
ção do ar condicionado.
Na infraestrutura, todas as
são LED, que proporcionam até
tradicionais. Soma-se o sistema “Solatube”, que permite captar a iluminação natural de forma efi-
ciente do ambiente externo, trans-
ferindo a luz solar para a área interna através de um sistema de prismas e espelhos, em seu inte-
rior, sem gasto de energia. Como alternativa energética, um gera-
dor que, embora não sustentável,
terá uma redução de cerca de 80%
No quesito tratamento de chu-
va, a empresa instalou no prédio
um sistema de “potabilização” de águas pluviais. O esgoto, que é um problema grave na maioria das empresas, principalmente no
local onde fica a planta, que ainda não possui sistema de coleta e tratamento de esgotos, será todo
tratado para reúso em fins não potáveis como manutenção dos
jardins, descargas sanitárias e lavagens de pátio. “O polimento do esgoto, que o torna em condições
de reúso, é efetuado por meio de
um de nossos equipamentos, MS agosto.2015/106
Elevador não usa óleo e tem baixo consumo elétrico. Piso branco reflexivo valoriza a iluminação
o mundo da usinagem
31
conhecendo um pouco mais das emissões de gases tóxicos.
Intertravado, com bloquetes, man-
filtro de recirculação de diesel,
elevador leva os visitantes e fun-
“Ele opera em conjunto com um que demonstra sua eficiência com a economia de combustível”.
Os escritórios são de piso frio
branco, que favorece ainda mais a
economia de energia por ser refle-
xivo. Além disso, o Porcelanato é de fácil limpeza e manutenção. Na área fabril o piso é de Epoxi Auto-
nivelante, que apresenta grande
resistência a fortes impactos, é de
fácil manutenção e por ser impermeável, evita a contaminação do solo por produtos químicos ou abrasivos. Um sistema de cir-
culação de ar garante ventilação em toda a área, através de aber-
turas estrategicamente instaladas
nos painéis deslocados na parte Teto retrátil fornece luz e
ventilação às áreas internas
A planta ideal
Uso racional
de água tratada
Metais que reduzam o consumo da água
Fonte: Supporte Engenharia
32
o mundo da usinagem
inferior e no painel superior. No estacionamento externo, o piso
tém a permeabilidade do solo. O
cionários com conforto e sustentabilidade, já que não usa uma única
gota de óleo em sua lubrificação e é de alta eficiência, pois seu consumo de energia elétrica é mínimo —
em torno de 30% a menos que os
elevadores convencionais. Ainda conta com ar condicionado ecoló-
gico, com regulagem individual
de fluxo de ar, eficiência energética que gera 30% de economia e
alta performance, com isenção de gases tóxicos e poluentes. Apesar de mais cara que um projeto tradicional, a planta sustentável garan-
te economia para o negócio. Sem
falar que contribuir para a saúde
do meio ambiente é um valor com alta cotação no mercado e na sociedade. Uma conta que se paga.
Aspectos que não podem faltar num projeto sustentável
Reúso de
águas pluviais
Reúso de águas
servidas (esgoto)
Telhados com iluminação natural permanentes
Eficiência
energética
Otimização de insumos na obra como madeira para forma e escoramentos
agosto.2015/106
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0,01mm / .0005”
±0,02mm / ±.001”
530-104B-10
200mm / 8”
0,01mm / .0005”
±0,02mm / ±.001”
530-114B-10
530-312B-10 530-118B-10
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Capacidade 150mm / 6” 200mm / 8”
Exatidão ±0,05mm
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negócios da indústria
Além do Facebook Conectar-se em rede dentro das empresas virou uma ferramenta para informar, compartilhar e até fazer negócios Por Julio Augusto Vidotti*
É
difícil lembrar-se de tecnologias que tenham surgido
no passado e tido adesão
tão rápida quanto as redes sociais conseguiram nestes últimos anos. As experiências das redes
sociais na área de marketing têm sido muito bem exploradas pelas
grandes companhias, e também
chegam às empresas de médio ou pequeno porte, com o objetivo de
alcançar os novos consumidores que fazem parte desse universo. Tais experimentos, bem ou mal
sucedidos na geração de resultados para as empresas, convidam
à reflexão dos gestores na questão de utilizar esses mecanismos internamente para melhorar a comunicação entre os funcionários.
As primeiras experiências das
redes sociais corporativas alcan-
çaram bons resultados, permitindo colaboração de conteúdos
e trocas de informações. Mas, infelizmente, ficaram restritas a pe-
quenos círculos de participantes — grupos de pessoas com a mes-
ma afinidade, ou que atuavam em um projeto específico, ou até em
uma determinada área. Barreiras foram encontradas na tentativa de manter a rede social corpora-
tiva ativa, seja por questões de 34
o mundo da usinagem
agosto.2015/106
conflitos de visão entre os gesto-
redes sociais de forma intensa em
Sabem se relacionar dentro da
os princípios básicos da cultura
cia desses jovens quando chega-
processos, quem faz o que, quem
res, seja porque desrespeitariam
empresarial, única e exclusiva a cada empresa.
suas vidas. Como será a convivênrem às empresas?
E se olharmos para dentro das
Em paralelo a esse cenário, ob-
empresas? Do que elas realmente
vez mais estão abertas e atentas às
de comunicação interna? Mas e as
servamos que as empresas cada novas tecnologias. Muitos estão realizando estudos, mas acabam encontrando as tais barreiras na tentativa de utilizar algo que foi
desenvolvido para pessoas físicas e
seus relacionamentos, e não se apli-
ca na realidade às pessoas jurídicas. Segundo alguns dados que le-
vantei durante a participação de
um programa de educação executiva na Harvard Business School,
últimas décadas. Mas, como fica
zenadas da mesma forma? Deve-
ríamos desenvolver uma rede de informações internas nas empre-
sas de forma que os funcionários
busquem quaisquer informações de forma rápida e simples, assim como fazemos na vida pessoal ao
acessarmos os sistemas de buscas disponíveis no mercado externo.
trabalho, as informações sobre
dos sem sucesso. Outros dados de
finidas. E as informações que não
maioria dos CEOs globais não faz uso dessas ferramentas na vida pessoal, e logicamente não teriam condições de abrir tal uso para
dentro da empresa, muitas vezes por falta de conhecimento.
Do outro lado, a nova geração
de jovens que está chegando ao
mercado de trabalho traz um comportamento completamente dife-
rente da geração anterior. Esses
futuros profissionais não criaram o hábito do uso do e-mail no seu
dia a dia, não deixam recados em
Na maioria dos ambientes de
clientes e produtos estão bem de-
o relacionamento entre empresas
— seus fornecedores, distribui-
dores, representantes, corretores, franqueados, todo tipo de empre-
sa que tenha negócios com outras
empresas, o chamado B2B? Ele está devidamente equacionado quanto às informações que pos-
sam ser compartilhadas? Se o seu relacionamento entre empresas hoje é simplesmente feito por
e-mails, convido você a rever este
conceito, e desenvolver uma real
Rede de Negócios entre Empresas. Portanto, a gestão de pessoas,
de informações e de negócios entre
mações sobre processos, funções,
geram esta nova onda que chama-
e produtos? Por exemplo, infor-
campanhas, modelos de negócios e tantas outras que continuam
dispersas nas organizações? Elas
estão na cabeça das pessoas, ou
em arquivos individuais, ou tão
bem guardadas nos servidores que poucos têm acesso. Se criássemos um repositório único, ficaria fácil disponibilizar acessos a quem de direito. Isso se chama criar uma “rede de informações”.
E as pessoas? Estão correta-
mente administradas? Os cola-
nicações pelo costume de uso das
definido e publicado a todos?
agosto.2015/106
midores, muito tem sido feito nas
têm relação direta com clientes
caixas-postais, bem como exigem
respostas rápidas em suas comu-
E, por fim, os negócios? No que
informações? Continuarão arma-
com o objetivo de trazer a rede so-
pesquisas mostram que a grande
criarmos uma Rede de Pessoas?
tange os negócios com os consu-
Rede de informações
cial para dentro das empresas, to-
é responsável pelo que? Que tal
necessitam? Um novo processo
inúmeros ensaios e iniciativas fo-
ram testados nos últimos tempos
organização? E o vínculo com os
boradores têm seu papel bem
as empresas, combinados entre si,
mos de Rede Empresarial. A diferença da Rede Empresarial reside justamente na possibilidade de definição prévia das informações disponíveis para cada usuário pelo
agente de transição, quando este avaliar adequado. Cada vez mais, na era da informação, saber reconhecer os ambientes e maneiras
de comunicação torna-se essencial para o sucesso das organizações.
*Julio Augusto Vidotti é CEO da NewAgent, empresa desenvolvedora de plataforma de Comunicação Empresarial, Alumni AMP da Harvard Business School e membro do HBS Alumni Angels Club Brazil. o mundo da usinagem
35
nossa parcela de responsabilidade
A indústria e as novas gerações Por Fábio Ferracioli*
O
mundo está mudando, a
nicos no apoio de projetos e na
nas escolas, e a vivência prática
tante evolução, pesqui-
Essa união do conteúdo teórico e
abrange, não apenas transferên-
tecnologia está em cons-
sadores e cientistas buscam novos materiais mais leves, econômicos,
sustentáveis e possíveis de serem produzidos em larga escala para
transferência de conhecimento.
acadêmico com a experiência de
campo da indústria é muito rica para ambos os lados.
Somos apoiadores regulares
atender as demandas do futuro.
das Olimpíadas do Conhecimento,
mais de nove bilhões de habitan-
regional e nacional da competição,
Estima-se que em 2050 seremos tes, e já é comum ouvir que exis-
te uma carência de profissionais qualificados em diversas áreas.
Então, no meio de tudo isso você se depara com a WorldSkillls Competition, evento que envolve estu-
dantes técnicos do mundo todo, competindo em mais de 50 profissões em diversas categorias, e en-
tende o quanto é importante que eventos dessa magnitude sejam realizados no mundo.
Acabamos de acompanhar a
WorldSkills São Paulo 2015, que
promovidas pelo SENAI — etapas
que dão acesso a vôos internacio-
10 de prata e 6 de bronze, além
de 19 certificados de excelência) e mostrou ao mundo o potencial de seus jovens.
A Sandvik Coromant há muito
tempo identificou a importância de apoiar e incentivar as novas gerações de engenheiros e técagosto.2015/106
ca, comprometimento, espírito de equipe, entre outros, que fazem parte da formação de um bom profissional.
Nesta edição, o Brasil parti-
Somos um país em desenvol-
edição do evento, a Sandvik Coromant foi patrocinadora, apoiando
as habilidades de Torneamento CNC, Modelagem de Protótipos
e Polimecânica e Automação com ferramentas e suporte técnico. Para nós, patrocinar esse evento
é a coroação de anos de parceria e incentivo ao ensino técnico.
Em contato com as nossas fi-
constante com as delegações de
pódio: 27 medalhas (11 de ouro,
não menos importantes, como éti-
final desses campeonatos. Nessa
e WorldSkills global, que é a etapa
1.200 competidores de mais de 59
Brasil ocupou lugar de honra no
também transmissão de valores
cipou com a maior delegação ja-
liais ao redor do mundo, total-
países, durante uma semana. O
cia de conhecimento técnico, mas
nais como a WorldSkills Americas
aconteceu pela primeira vez na
América Latina e reuniu cerca de
da indústria. Uma vivência que
mente envolvidas e em contato
mais vista, o que é um ótimo sinal.
vimento. Precisamos, cada vez
mais, de profissionais qualificados e habilitados para lidar com as novas tecnologias, os novos
materiais e o contexto da Revo-
lução 4.0, que já é uma realida-
de em muitos países. Trabalhos como o do SENAI e o da indústria são fundamentais para manter o
Brasil no palco desse jogo competitivo, em que todos têm a ganhar. Acervo pessoal
seus respectivos países, pudemos perceber o tamanho do investi-
mento e suporte que é dado pela
Sandvik Coromant às futuras ge-
rações ao redor do mundo. Cumprimos nosso objetivo de fazer com que a WorldSkills São Paulo
2015 fosse uma oportunidade de
unificarmos todos os esforços em prol de um mesmo fim — estreitar
distâncias entre a teoria, ensinada
*Fábio Ferracioli é Events Manager da Sandvik Coromant, região das Américas o mundo da usinagem
37
106 Anunciantes nesta edição Blaser pág. 2
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