Omu109

Page 1

109 Publicação da Sandvik Coromant do Brasil ISS nº 1518-6091 RGBN 217-147

Duas

AB Sandvik Coromant

em uma Tecnologia da nova ferramenta M5B90 elimina problemas de rebarbas e aumenta qualidade de peças automotivas

negócios da indústria

O que os representantes do setor metalmecânico esperam para 2016

entrevista

Tendências do setor automotivo e desafios para a indústria no futuro

educação e tecnologia

A atuação do CIEE para o bom diálogo entre empresas e escolas



sumário

edição 109 • fevereiro/2016

4

soluções de usinagem

Fresa M5B90 une duas ferramentas em uma, e melhora a qualidade na produção de peças automotivas

22

educação e tecnologia

expediente:

O trabalho de 51 anos do CIEE para aproximar estudantes e empresas

negócios da indústria 1 O que esperar para 2016, segundo os representantes da indústria metalmecânica

18 entrevista

Eduardo Debone aponta tendências do mercado automotivo e os novos desafios da indústria

26

30

negócios da indústria 2

produtividade

32

conhecendo um pouco mais

37

nossa parcela de responsabilidade

Diretor da Trumph descreve a indústria 4.0 no mundo e as dificuldades do país para entrar na nova era

O MUNDO DA USINAGEM é uma publicação da Sandvik Coromant do Brasil, com circulação de seis edições ao ano e distribuição gratuita para 15.000 leitores qualificados. Av. das Nações Unidas, 21.732 - Sto. Amaro - CEP 04795-914 - São Paulo - SP. As fotos sem menção de créditos foram captadas no banco de imagem Shutterstock.

Fabio Ferracioli (Events Manager, Sandvik Coromant) é responsável pela publicação da revista “O Mundo da Usinagem”

Edição: Anatricia Borges (S/A LLORENTE & CUENCA); e Vera Natale (Sandvik Coromant); revisão: Luiz Carlos Oliveira (S/A LLORENTE & CUENCA)

Colaboraram nesta edição: Inês Pereira (coordenação editorial e reportagem); Samuel Cabral (edição de arte)

Jornalista responsável: Anatricia Borges - MTB 21 955/RJ Tiragem: 7.000 exemplares; Impressão: Pigma Gráfica Editora Ltda.

fevereiro.2016/109

10

Acompanhe a REVISTA O MUNDO DA USINAGEM digital em: www.omundodausinagem.com.br Contato da Revista OMU Você pode enviar suas sugestões de reportagens, críticas, reclamações ou dúvidas para o e-mail da revista O Mundo da Usinagem: faleconosco@ omundodausinagem.com.br ou ligue para: 0800 777 7500

Por que é tão importante para cada empresa cuidar da propriedade intelectual

Os compromissos firmados na COP 21 para reduzir a emissão de gases tóxicos no planeta

A mensagem de Claudio Camacho, presidente da Sandvik Coromant para as Américas do Sul e Central

o mundo da usinagem

3


soluções de usinagem

Combinação revolucionária

Fresa M5B90 – Faceamento de precisão sem formação de rebarbas

4

o mundo da usinagem

fevereiro.2016/109


Graças à tecnologia que soma dois métodos de usinagem, ferramenta melhora desempenho, aumenta qualidade e elimina rebarbas Por Christer Ritch, Sandvik Coromant/Suécia Traduzido e editado por Vera Natale

A

possibilidade de realizar

formato desejado. O princípio do

bem estabelecido e muito mais

usinagem com uma única

a usinagem de profundidades de

rotativas multiarestas, com tec-

mais de um método de

ferramenta pode trazer enormes vantagens para a produção. Um exemplo típico é o faceamento de

cabeçotes e blocos de motor em alumínio. Peças essas que normalmente representam um grande

desafio, pois grandes quantida-

des têm que ser processadas, com eficiência de custo e atendendo a

brochamento consiste em realizar corte menores e de maneira pro-

gressiva, conforme a sequência de dentes da ferramenta. Geralmen-

te, é um método muito produtivo e suave, com necessidade de

ajuste mínimo da ferramenta para desbaste ao acabamento em um único passe.

As peças que são executadas

parâmetros de qualidade bem ri-

pelo processo de brochamento são

ramenta trouxe, porém, um novo

que demandariam muito tempo

gorosos. Um novo conceito de fer-

patamar de desempenho e eliminou problemas com rebarbas.

Dois métodos e suas virtudes A operação de brochamento é

um método de usinagem bem estabelecido e aplicado quando são

peças que, em geral, têm perfis

de usinagem em máquinas convencionais com ferramentas tam-

bém convencionais, por exemplo: estrias internas, rasgo de chaveta

interno, o perfil do furo de uma fechadura etc.

Os perfis brochados são feitos

flexível, que usa ferramentas

nologia de pastilhas intercambiáveis, disponíveis em muitos for-

matos, para realizar um grande número de operações e produzir

superfícies planas ou curvas e

várias cavidades, canais, bordas etc. O faceamento é uma das operações mais usadas, em que um

corte axial uniforme é realizado

através de uma fresa que avan-

ça radialmente na peça, ajustada para produzir uma determinada

espessura de cavacos. Um método universal e produtivo para desbaste e acabamento, em que normalmente é necessário ajuste da fresa para se adequar às exigências do processo.

necessários resultados de preci-

somente com brocha e, normal-

Novo conceito

da, o brochamento de uma super-

dos) nessa operação. A brocha é

combinação

dos casos, em HSS ou em metal

do-os em uma única ferramenta.

são. Usado de maneira apropriafície pode ser muito efetivo para

a obtenção de acabamentos com tolerâncias estreitas, e é frequentemente realizado em operações com uma passada, em que a ferramenta é “empurrada” ou “pu-

xada” com relação à peça. No brochamento rotativo, a ferramenta

é rotacionada e pressionada contra a peça, de modo a produzir o fevereiro.2016/109

mente, já ficam prontos (acabauma ferramenta feita, na maioria

duro, e é como se fosse uma ser-

ra, em que o tamanho ou a altura dos dentes aumentam ao longo

do seu comprimento até o forma-

to ou a dimensão final do perfil a ser usinado, como em um cone.

O fresamento é um método

de usinagem obviamente muito

Uma nova tecnologia fez uma exclusiva

desses

dois métodos de usinagem, uninCom uma moderna tecnologia

de pastilha intercambiável, esses dois métodos foram combinados

de maneira bem sucedida, a fim de melhorar a superfície plana de usinagem de peças com liga

de alumínio, especificamente dos

cabeçotes e blocos automotivos. o mundo da usinagem

5


soluções de usinagem “Um conceito completamente

gressão axial total, típica no bro-

arestas de corte, permite altas ta-

corte axial convencional no fresa-

novo que elimina o ajuste das xas de avanço e gera acabamento de alta qualidade e com tolerân-

cias estreitas, sem a típica forma-

ção de rebarbas de alumínio bem Arquivo Sandvik Coromant

pronunciadas. Uma solução inteligente para uma operação normalmente problemática, reali-

zada em grande escala”, declara Francisco Cavichiolli, especia-

lista em fresamento na Sandvik Coromant.

A fresa M5B90 foi desenvol-

vida para combinar esses dois

métodos – o brochamento e o fresamento, o que resulta em pro-

chamento, ou profundidade de

mento, durante a rotação da fresa que avança como em uma opera-

ção de fresamento normal. A tecnologia por trás da M5B90 é que o

posicionamento das pastilhas no corpo da fresa, segue o princípio

da brocha, ou seja, as pastilhas são posicionadas em uma sequencia lógica de 1 a n (onde n é a última

pastilha da série) e cada pastilha é

posicionada em uma altura axial e radial diferente, sendo a primeira pastilha a mais baixa (axialmente)

e mais recuada (radialmente) em relação as demais. A última pasti-

Conceito inovador inspirado na tecnologia de brochamento.

6

o mundo da usinagem

fevereiro.2016/109


lha, ou n, é a mais alta (axialmen-

cas”, pondera Fernando Oliveira,

relação às demais.

motivo de peças de alumínio.

te) e mais aberta (radialmente) em Essa diferença na altura dos

Gerente global para o setor auto-

O único material de ferramenta

dentes da fresa faz com que a

capaz de fazer frente às essas exi-

distribuída ao longo de todos os

de PCD (polycrystalline diamond).

profundidade de corte axial seja dentes da fresa. Tipicamente, cada pastilha remove 0,1 mm axialmente, com avanço radial (avan-

ço por rotação) de 2 mm, normalmente. Isso determina a formação dos cavacos de cada aresta. Cada

pastilha pode ser vista como uma aresta de desbaste que é complementada por uma pastilha grande

que age como uma pastilha alisadora para gerar o acabamento e as tolerâncias desejadas.

As exigências na produção de

peças automotivas estão cada vez

mais altas, afetando, por exemplo, as produzidas em alumínio,

nas mais variadas ligas, fundidas e tratadas termicamente. As especificações desse material estão se

tornando cada vez mais severas com motores operando em altas

temperaturas, com maior pressão

de combustão e tensões mecânicas mais elevadas. Os cabeçotes

são desenhados com layouts mais

complexos como parte dos avanços no sistema de combustão. As ligas também variam de acordo

com o tipo de combustível usa-

do. “Dentro desse contexto, esse

conceito de fresa de facear está revolucionando o faceamento de

peças em alumínio, cada vez mais exigente e que desafia os fabrican-

tes a atingirem soluções econômifevereiro.2016/109

Arquivo Sandvik Coromant

gências são as avançadas classes Elas são extremamente duras –

duas vezes mais duras que o metal duro – e somente pastilhas em PCD podem proporcionar uma

vida útil satisfatória e manter os

limites de qualidade por um bom tempo. Na verdade, normalmente se atinge uma vida útil cinco ve-

zes maior ou mais, comparada ao metal duro e outros materiais, na

usinagem de ligas com inclusão de silício (Si 8 - 18%), que são muito abrasivas para as ferramentas.

Também, a pastilha certa de PCD tem boas propriedades mecânicas, o que as torna menos sensíveis a

Resumo de benefícios Em geral, os benefícios da inovadora combinação de característi-

cas de ferramentas para brochamento e fresamento, como na M5B90

para faceamento de alumínio, se tornaram mais claros com o número crescente de aplicações. Podemos resumidamente elencar os seguintes: • Faceamento com eliminação ou minimização expressiva da formação de rebarbas

• Controle total dos parâmetros de qualidade envolvidos

• Bons resultados quanto ao acabamento e tolerâncias,

bem dentro dos limites e com vida útil previsível

• Sem necessidade de ajuste da pastilha ou da ferramenta e

tempo de set-up reduzido, o

que elimina a logística rever-

sa para reenviar a ferramenta ao fabricante para o devido ajuste e troca de pastilhas

• Desempenho de alto avanço

e alta velocidade com poucas pastilhas

• Bom controle de cavacos

• Redução dos custos de usinagem e tempo por peça

o mundo da usinagem

7


soluções de usinagem

fabricantes de peças em alumínio

Conquistas da abordagem inovadora

desejam alcançar que podem ser

A M5B90 tem sido ado-

cargas de impacto em cortes inter-

tão bem dentro das exigências da

dem ser feitas como especiais para

Os desafios de usinagem nes-

rompidos. As classes também po-

indústria automotiva.

melhor se adequarem às caracterís-

sa área são cada vez maiores e os

ser desenhadas com microgeome-

têm vários objetivos e fatores que

ticas da liga e as pastilhas podem tria otimizada – para tornar a fresa

capaz de usinar com velocidades de corte extremamente altas, durante um processo confiável. Fresa inovadora A fresa M5B90 para faceamento

de blocos de alumínio é uma fresa de passo relativamente estreito,

precisando de poucas pastilhas, que foram otimizadas para cada

aplicação. As pastilhas PCD montadas tangencialmente são fixadas

proporcionados pela M5B90, entre eles:

• vida útil longa e consistente;

• produtividade alta e confiável;

• ajuste fácil e simples da ferramenta;

• bom controle de cavacos;

• controle completo de todos os parâmetros de qualidade;

• eliminação ou minimização significativa de formação de rebarbas.

Aliás, a questão da formação

em um anel de aço com alojamen-

de rebarbas tem sido um proble-

de alumínio. A ação de corte com-

“pedra no caminho” para se atin-

tos fixos, montados em um corpo

bina características de brochamento e fresamento. A fresa é projeta-

da considerando alguns fatores de aplicação como: diâmetro ideal da fresa, perfil da superfície a ser usi-

nada, sobremetal e parâmetros do

processo como velocidade e avanço, por exemplo. Somente uma pastilha de acabamento/Wiper é

necessária e não há necessidade de pré-set individual da pastilha

– apesar do fato dessa ferramenta ser uma fresa de alta precisão. As pastilhas tangenciais nessa fresa

de passo relativamente fino foram projetadas e posicionadas para proporcionar precisão, baixas for-

ças de corte e um processo de corte suave. Tolerâncias e acabamentos

gerados com o uso dessa fresa es8

o mundo da usinagem

ma dominante e uma verdadeira

tada por vários fabricantes de motores de alumínio. Cabeçotes de alumínio

provaram ser ótima área de

aplicação, onde a ferramenta proporcionou benefícios

significativos. A seguir, três exemplos de sucesso:

Exemplos de peças automotivas em que a M5B90 pode ser aplicada com sucesso

gir resultados satisfatórios nas

operações de usinagem. A ação de corte em muitas fresas de fa-

cear alumínio tende a gerar uma

formação e escoamento insatisfatórios de cavacos e quando a fresa alcança o final do corte e

Cabeçote automotivo em alumínio

sai da superfície usinada, fre-

quentemente deixa uma rebarba que cresce com o tempo, crian-

do um ressalto inaceitável o que acaba por tornar prematura a vi-

da útil da pastilha na fresa. Mui-

tas fresas precisam então de constantes trocas de pastilha e extensi-

vos ajustes. Isso causa, como consequência, frequentes paradas de

máquinas e caros e extensivos manuseios de ferramentas, impactando negativamente a produtividade.

Bloco de motor em alumínio

fevereiro.2016/109


CASO 1 Em um dos casos, foi necessária uma fresa

com diâmetro de 315 mm, com onze dentes, in-

nio possuiam teor de silício entre 6 e 9.5%.

A fresa usada anteriormente no processo para

cluindo uma pastilha alisadora – sem necessida-

faceamento de alumínio na linha transfer usinava

foram selecionadas, uma classe para as dez pasti-

troca da ferramenta ser necessária, devido à in-

de de ajustes. Duas classes em pastilhas de PCD lhas de desbaste e outra para a alisadora, a fim de

otimizar o desempenho em um sobremetal total de 0,7 mm. A velocidade de corte aplicada foi de

2500 m/min e o avanço por rotação 2,2 mm. O

avanço por dente usado foi de 0,19 mm e o avanço da mesa 5600 mm/minuto. As ligas de alumí-

uma média de 12.000 blocos de motor, antes da satisfatória formação de rebarbas ocorrer na face

fresada e nas bordas. A fresa M5B90 usinou mais de 40.000 blocos por set-up, proporcionando uma

planicidade superficial de um terço da tolerância necessária para a superfície.

CASO 2 Em outra aplicação, envolvendo blocos de

1.70, Rz 2.20 e Ra 0.35 – bem dentro das exigên-

de 9% de silício, a fresa M5B90, com diâmetro

velmente maior que a fresa que foi substituída.

motores em ligas de alumínio com percentual

de 160 mm, foi aplicada com uma velocidade de

corte de 1800 m/min, avanço da mesa de 7000 mm/min e avanço por rotação de 2 mm. A qua-

lidade superficial medida foi de Rmáx. 2.40, Wt

cias do fabricante, com uma vida útil consideraUma grande vantagem foi que quase 150 horas

foram economizadas no processo de produção, durante o primeiro ano – devido à troca para a nova ferramenta.

CASO 3 Em outra aplicação automotiva, a formação ex-

tas que passaram a ser feitas dentro da própria fá-

alumínio que estavam sendo faceados. A vida útil

ferramentas: anteriormente a ferramenta tinha que

cessiva de rebarbas foi eliminada nos cabeçotes de foi triplicada e a tendência à formação de rebar-

bas minimizada. Além disso, as onerosas paradas

de máquina puderam ser eliminadas com a fresa

M5B90, devido às trocas mais rápidas de ferramen-

fevereiro.2016/109

brica. O bônus foi a eliminação do caro manuseio de

ser devolvida ao fabricante para ser ajustada, toda vez que precisava de novas pastilhas. Além disso,

a fresa anterior precisava de 30 pastilhas, enquanto que a M5B90 só de 12.

o mundo da usinagem

9


neg贸cios da ind煤stria 1

Desafios e perspectivas 10

o mundo da usinagem

fevereiro.2016/109


O atual momento do país e o que a indústria de manufatura pode esperar para os próximos meses, segundo as principais entidades do setor Por Inês Pereira

O

que esperar para o Brasil em

Maquinas e Equipamentos (ABIMAQ).

fazem todos os brasileiros,

dando para trás, e que a nossa econo-

rios, estudantes, aposentados, inves-

anos. Nosso PIB caiu, e a queda no

2016? Esta é a pergunta que

sejam eles economistas, empresátidores, trabalhadores. Foi grave o impacto da crise política e econômica sobre a saúde do país. No final de de-

zembro, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores

(Anfavea) registrou o fechamento de

10,2% dos postos de trabalho. Durante o ano, foram produzidos 2.333.903

milhões de automóveis e comerciais leves, ou seja, 21,5% a menos do que no ano anterior.

mia regrediu muitos anos, nos últimos

setor industrial foi violenta, ultrapassando 5% com relação ao ano anterior,

que também não havia sido positiva. Porém, sempre no meio de adversida-

des e dificuldades, podemos encontrar oportunidades de crescimento e evo-

lução. Não importa o quão difícil seja a situação”, analisa Cláudio Camacho, presidente da Sandvik Coromant para as Américas do Sul e Central.

Camacho afirma: “Se continuar-

É fato. A indústria produziu menos,

mos focando somente nos problemas

menos dinheiro com presentes de natal.

severas, não teremos tempo nem vigor

o comércio vendeu menos, gastou-se Investidores vêm deixando de investir no país: a receita líquida do mercado brasi-

leiro fechou dezembro de 2015 em R$ 5,32 bilhões, contra R$ 7,69 bilhões no

mesmo período de 2014; e uma média

de R$ 9,21 bilhões no mesmo período entre os anos de 2010 a 2013. A que-

da de 14,4% das vendas de máquinas e equipamentos, registrada em 2015, se

e nas dificuldades, que são muitas e

para buscar as oportunidades no mercado. Temos que sair de alguma forma

dessa espiral descendente e negativa,

para começar a criar uma agenda positiva de ações e atitudes que certa-

mente contribuirão para sairmos deste imbróglio em que nos metemos — ou nos meteram!”.

Para avaliar o ano que passou e

soma às quedas de 11,6% em 2014/13

pensar nas perspectivas e nos desa-

uma retração da ordem de 30% nas ven-

esta, que é a primeira edição da revista

e 5% em 2013/12; acumula para o setor das ao longo dos últimos três anos. Dados levantados pelo Departamento de

Competitividade, Economia e Estatística

da Associação Brasileira da Indústria de fevereiro.2016/109

“É verdade que o Brasil está an-

fios que 2016 reserva para o Brasil, OMU do ano, traz a palavra de repre-

sentantes das principais entidades do setor metalmecânico. Acompanhe nas próximas páginas.

o mundo da usinagem

11


Divulgação ABFA

negócios da indústria 1

O barco tem que seguir

Por Milton Rezende, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Ferramentas, Abrasivos e Usinagem (ABFA) e do Sindicato da Indústria de Artefatos de Ferro, Metais e Ferramentas em Geral no Estado de São Paulo (SINAFER)

de produtos eminentemente indus-

especialistas em áreas importantes

parcerias com a APEX (Agência de

acompanharam para dar o necessá-

triais da Substituição Tributária,

Promoção de Comércio Exterior) no sentido de abrir horizontes inter-

um dos piores anos para a Indústria Brasileira. O setor de ferra-

mentas não poderia ter assistido cenário diferente e sombrio. Nossas estatísticas indicam forte re-

tração na produção, na ordem de 35% (trinta e cinco por cento), com reflexo imediato na perda de postos de trabalho e investimentos. E

mais grave, estamos infelizmente, sofrendo desinvestimentos no

país. Importantes e quase seculares indústrias de ferramentas instaladas no Brasil, encerraram

sua produção aqui, total ou parcialmente, por falta de condições

técnico (SENAI e IPT) e uma am-

NAFER, e o fato de estarmos lá re-

pla oferta de cursos de reciclagem profissional oferecidos aos nossos

associados. Além, evidentemente, da participação direta com as principais entidades do setor nas rei-

vindicações necessárias para que o

sição. Fizemos uma reunião com os associados no começo de janeiro para retomar nossos planos de ação e traçar estratégias para iniciar o ano. E, no dia 3 de fevereiro, fomos à Brasília entregar pessoalmente nossas propostas e reivindicações para as comissões repre-

respectivas áreas nas comissões.

Assim sendo, a ABFA fez sig-

nificativos avanços nas suas propostas para 2015, através de pleitos atendidos com relação à exclusão 12

o mundo da usinagem

ativamente das discussões; e assim seguiremos durante o ano, acompanhando as tarefas do Congresso.

Os avanços da ABFA ocorrem

cionamento que mantemos com

tão propalado processo de desin-

de às necessidades do setor.

poucos que podem participar mais

Abrimos 2016 com muita dispo-

ao longo do próximo ano.

abertura da volta dos trabalhos

demonstre qualquer sensibilida-

presenta um trunfo. Somos um dos

graças à nossa forte atuação, ob-

de recuperação no curto prazo.

dustrialização, sem que governo

nas comissões, como a ABFA e o SI-

setor possa almejar um crescimento

sentadas no Congresso Nacional.

Dessa forma, avançamos no já

Nem todas as associações e os

sindicatos patronais têm assentos

competitivas, estabilidade econô-

mica e política, sem perspectivas

rio respaldo técnico.

nacionais para nossas indústrias,

convênios com entidades do setor O ano de 2015 foi, sem dúvida,

como Trabalhista e Tributária, nos

Participamos do evento de

legislativos e de reuniões com as

Apresentamos e enviamos a todos

viamente, mas também ao relaa Confederação Nacional da In-

dústria (CNI) e o Congresso Nacional. Apesar de toda a crise pela qual atravessamos, e de o governo estar tão desacreditado perante a opinião pública e aos outros paí-

ses, não podemos parar de remar o barco. Senão ele afunda. Temos que continuar, seguir na condição

de colaboradores levando para

as comissões nossos argumentos técnicos, fazendo a nossa parte — neste e em todos os sentidos.

Continuamos esperançosos na

nove propostas que atendem os in-

busca de alternativas para enfren-

de incluir reivindicações de anos

tam em nosso caminho. A ABFA

teresses da ABFA, e não deixamos anteriores — que não foram atendidas, mas que, a nosso ver, continu-

am sendo importantes. Advogados

tarmos os desafios que se apresen-

continuará incansavelmente de-

fendendo os legítimos interesses de seus associados.

fevereiro.2016/109


Divulgação Abimei

2016 na visão dos importadores de máquinas Por Paulo Castelo Branco, economista e presidente da ABIMEI (Associação Brasileira dos Importadores de Máquinas e Equipamentos Industriais)

queda anual de importações de bens

ma de 10% e com o setor produtivo

cado brasileiro. Para piorar, a não

timas notícias. Segundo o IBGE, a

de capital desde a abertura do mer-

ser que haja alguma grande mudança no cenário atual, nossos estudos

indicam uma nova retração de 25%

em 2016, o que significaria dizer que

corremos o risco de terminar o ano As empresas ligadas à importa-

ção de máquinas e equipamentos in-

dustriais ainda não enxergam uma

luz no fim do túnel. O setor acaba de

fornecendo a fabricantes brasileiros quase metade do volume de máqui-

nas e equipamentos importados que fornecemos no início de 2015.

Esses números se tornam ainda

enfrentar um dos piores anos de sua

mais preocupantes quando nos da-

mento) e, por enquanto, nada indica

claramente não possui a capacida-

história (perdeu 20% de seu faturaque a situação econômica em geral

– e o cenário dos importadores de bens de capital em particular – será muito melhor em 2016.

A desvalorização abrupta e a

posterior instabilidade do câmbio, somadas ao cenário de reces-

são econômica e de inflação galopante – sem mencionar a flagrante

falta de ações concretas por parte do Governo, abalado por uma in-

terminável crise política – praticamente paralisaram os investimen-

tos do segmento importador de máquinas. Compras foram canceladas, remessas internacionais de-

volvidas. A demanda interna por bens de capital despencou.

Diante dessa realidade, os im-

portadores diminuíram em 25% o

volume de negócios com fornecedores internacionais. Trata-se da maior fevereiro.2016/109

aleijado, conforme mostram as úl-

produção industrial em novembro

caiu pelo segundo mês consecuti-

vo, algo inédito desde que a medição foi iniciada, em 2002. Quando

falamos da produção de máquinas, os números são ainda piores: no

ano passado, a produção de bens de capital sofreu uma redução de

25,1% em relação a 2014. Produzimos um quarto a menos.

Uma crise dessas proporções,

mos conta de que a indústria local

que depois de quase um ano não

de nem a tecnologia para suprir a

cria a perspectiva de uma verdadei-

demanda nacional por máquinas e

que, portanto, depende totalmente

de equipamentos importados para

aumentar sua produtividade e agregar valor a seus produtos.

Neste contexto, ainda há quem

teime em culpar o cenário externo pelos problemas que enfrentamos.

Na verdade, estamos colhendo hoje o que quase nove anos de uma polí-

tica econômica que privilegia o con-

sumo acima da produção plantou. Desde 2007, o Brasil vem inflando

uma bolha de consumo insusten-

mostra perspectivas de melhora, ra depressão na economia.

Para nos tirar dessa situação e começar uma lenta recuperação, é essencial que o Governo apresente uma política industrial bem definida e moderna, que reconheça a importância de se nacionalizar a manufatura, dê estrutura para a exportação decolar e que permita às importadoras de máquinas desempenharem seu papel vital: fornecer às fabricantes instaladas no Brasil bens de capital com tecnologia de ponta, possibilitando o aumento da

tável. Famílias passaram a poupar

produção e da competitividade.

dívidas, mas nada foi feito para au-

industrial é apenas um primeiro

Com a demanda aquecida e a

mos um cenário para 2016 menos

menos, adquiriram mais e mais mentar a produção no mesmo nível. oferta engatinhando, não é surpresa terminar 2015 com inflação aci-

A definição de uma política

passo, mas, sem ele, não enxerga-

sombrio do que o que presenciamos em 2015.

o mundo da usinagem

13


Divulgação Abimaq

negócios da indústria 1

Os desafios estão colocados!

Por Carlos Pastoriza, presidente do Conselho de Administração da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (ABIMAQ) e do Sindicato Nacional da Indústria de Máquinas (SINDIMAQ)

folha de pagamento e fim do REIN-

o justo argumento de que essas

zes de minimizar a perda de compe-

de seus parques fabris acreditando

TEGRA — que eram medidas capatitividade da já combalida indústria de transformação, ou seja, teremos grandes desafios pela frente.

Entretanto, em que pesem os

Estamos iniciando 2016 cientes

de que teremos um ano bastante

duro pela frente. Os indicadores

econômicos atuais e as projeções para o ano não são nada anima-

enormes desafios, nós (toda a

tas taxas básicas de juros do mun-

do, resultando em mais freio nos investimentos. A combinação desses fatores resultará em continui-

dade de queda da atividade produtiva, aprofundando a recessão e o desemprego.

Outro fator não mensurável,

mas que pode agravar ainda mais

o cenário econômico é a crise política instalada em Brasília, que torna o ambiente instável para qualquer

ses da nossa indústria.

Vamos continuar trabalhando

tas e cobrando ações do governo a baixa competitividade do nosso país, um problema crônico decor-

rente da falta de medidas estruturantes capazes de colocar o Brasil no rumo do desenvolvimento.

No campo político, continuaremos engajados em propor e cobrar ações que tenham foco na desoneração total dos investimentos, inovação, desenvolvimento tecnológico, mercado externo, defesa do mercado interno, melhores condições de financiamento e retomaremos a nossa batalha para implementação do MODERMAQ – Programa de Moderniza-

tentativa de retomada da economia.

ção do Parque Fabril Brasileiro.

pelo cenário econômico e pela crise

para obter um waiver (suspensão

ver com a extinção do programa PSI-

ciamentos contraídos pelas empre-

Além das dificuldades impostas

política, também teremos que convi-

-FINAME, perda da desoneração da 14

o mundo da usinagem

momento bastante delicado.

No que se refere àquelas ações

ta para dentro”), iremos intensifi-

que possam contribuir para reverter

a conviver com uma das mais al-

fôlego no caixa das empresas neste

motivados em defesa dos interes-

MAQ) estamos e continuaremos

plo, para uma queda de 3,5% no

Ao que parece, continuaremos

teceu. Essa medida ajudaria a dar

que não dependem do governo

arduamente, apresentando propos-

PIB brasileiro.

em uma demanda que não acon-

diretoria e corpo técnico da ABI-

dores. O Fundo Monetário Inter-

nacional (FMI) sinaliza, por exem-

empresas investiram na renovação

Também já iniciamos gestões

pelo prazo de um ano) dos finan-

sas através do PSI-FINAME, com

(as chamadas atividades “da por-

car o nosso trabalho no sentido de buscar oportunidades nos mercados externo (aproveitando o bom

momento da cotação do dólar) e interno (realizando eventos com

grandes empresas que desejam nacionalizar componentes, partes e peças). Promoveremos ações, cur-

sos e treinamentos voltados para a gestão das empresas, com foco na

melhoria da produtividade e estímulo à inovação, além de continu-

ar prestando os tradicionais serviços já oferecidos pela entidade nas áreas jurídica, trabalhista, financia-

mentos, feiras, tecnologia, cursos, competitividade, dentre outros.

Os desafios estão colocados e

são enormes! Vamos juntos, com o apoio das nossas empresas associadas, de ânimo renovado, conti-

nuar trabalhando em defesa dos

interesses das nossas associadas, em defesa de uma indústria competitiva, que gera tecnologia e empregos de alto valor agregado.

fevereiro.2016/109


SUA PRODUTIVIDADE NOSSO NEGÓCIO Idéias inovadoras a cada dia. Soluções personalizadas, com foco em sua produtividade. Conheça nossa gama completa de ferramentas e serviços sob medida para tornar seu negócio ainda mais competitivo. Com nosso amplo know-how, adquirido em mais de 70 anos de atuação na Indústria Metal Mecânica , temos a solução completa para otimizar seus processos. Estamos preparados para atender suas necessidades com agilidade e precisão. Consulte-nos!

Acesse:

www.hannatools.com vendas@hannatools.net - (19) 2114.4811 Rod. Anhanguera, km 146 - Limeira - SP

Precision Tool Makers Since 1942


Divulgação Abimei

negócios da indústria 1

Bens de capital

Por Ennio Crispino, assessor para Inovação Industrial e porta voz oficial da Associação Brasileira dos Importadores de Máquinas e Equipamentos Industriais (ABIMEI)

tro empresas instaladas no Bra-

insuficiente para garantir que

versões CNC e convencional, se-

cimento sustentável por meio

sil que fabricam tornos em suas riam capazes de fornecer apenas 1500 unidades por ano.

nômica são menos distorcidas do que a que mostra o importador de bens de capital como um vilão. Trata-se de uma herança da abertura do mercado brasileiro, quando a indústria nacional – ao sentir a ameaça da concorrência estrangeira – fez o que pôde para criar esse estigma, que persiste até hoje.

É, no entanto, preciso que se

deixe claro: a indústria brasileira é absolutamente incapaz de

to de importação de 14%, máqui-

acima de tudo mudar essa cul-

nas como centros de usinagem – de ampla utilização em qualquer indústria metalmecânica

– pagam uma alíquota maior de 20% há algum tempo. Tal medida

tem a clara intenção de proteger

os três fabricantes deste tipo de máquina no Brasil, sendo que a

capacidade de produção deles não chega a 1000/1200 máquinas por ano. Enquanto isso, a deman-

da usual é de aproximadamente 2000 a 2500 unidades anuais.

em todo chão de fábrica existe

um (esse tipo de equipamento é considerado uma “máquina mãe”) de tão primordial e fun-

produção e bens de capital im-

o mundo da usinagem

damentos macroeconômicos do Brasil são sólidos, e acreditamos que sendo feitos os ajustes fiscais, aliados aos cortes de despesas, o país estará pronto para retomar a trajetória de crescimento sustentável. Não podemos ignorar a situ-

confiamos plenamente na ecoção de sair dessa situação.

O segundo ponto refere-se ao

quer que o Governo brasileiro

mais uma vez, será capaz de

Um crescimento sustentável repasse a incentivar mais a produção e menos o consumo.

Importar máquinas e equi-

mas há outras medidas que

16

confiança. Primeiramente, os fun-

empresariado brasileiro. Temos

média anual por essa categoria 3000 unidades. Porém, as qua-

ensão mas, ao mesmo tempo, com

portados é um erro gravíssimo.

pamentos industriais só tem

de máquina está entre 2500 e

Para 2016, olhamos com apre-

nomia e que o Brasil tem condi-

damental que é a sua função em qualquer indústria. A demanda

ao consumo.

nacionais das últimas décadas, virar as costas para os meios de

exemplo, é emblemática, já que

tura de incentivos exclusivos

ação política-institucional, mas

de 30 categorias, o que torna a A questão dos tornos, por

mente competitivo, é preciso

Isso nos leva a observar que,

diante de uma das maiores crises

importação essencial.

Se queremos de fato ser um

país moderno e internacional-

suprir a demanda ou o nível de qualidade e tecnologia em mais

das exportações

Enquanto este tipo de equipa-

mento tem que pagar um imposPoucas visões na esfera eco-

o país retome o rumo do cres-

a contribuir com esse esforço, precisam ser tomadas. A mera

desvalorização do câmbio é

convicção de que o empresário,

usar esse momento econômico difícil para criar oportunidades para superar o momento adver-

so. Há décadas convivemos com

ciclos econômicos muito difíceis, e o empresariado brasileiro

sempre demonstrou uma capacidade imensa de superação.

fevereiro.2016/109


Acervo pessoal

Depois da tempestade virá a bonança

Por Alfredo Ferrari, Engenheiro Mecânico e Vice-Presidente da Câmara Setorial de Máquinas-Ferramenta e Sistemas Integrados de Manufatura da ABIMAQ

bens duráveis que agregam valor.

modernas como a utilização de

vivenciou diversas crises, superou

nagem no torneamento e no fresa-

Nas últimas cinco décadas, o país todas e projetou sempre um viés de crescimento. Constata-se, também, que após as diversas crises ocorreram avanços tecnológicos.

O Brasil é maior do que qualquer crise e, obviamente, superaSó resta saber quando. O ano

de 2015 será considerado como o pior da história para a indústria de bens de capital, em particular, a de máquinas-ferramenta, que sempre

foi a primeira a entrar numa crise e a última dela sair. Desta vez, a cri-

se, que atinge a economia do país

rá mais esta, voltando a promover consistentes

investimentos

em

todas as áreas da economia. É fundamental para as empresas de manufatura que se preparem para um novo ciclo de desenvolvimento que deverá ocorrer, uma vez passada a turbulência vivenciada hoje

máquinas multitarefas, microusi-

mento, impressoras 3D, gravação a laser, medição em processo, carga e

descarga de peças feitas com robôs

articulados ou manipuladores de-

dicados, comissionamento virtual do processo produtivo, integrando

estes equipamentos num ambiente ciberfísico, que possibilita progra-

mação, controle do trabalho e interação entre todos os elementos do

conjunto produtivo, são a tônica da

manufatura avançada. Estas modernas tecnologias serão decisivas para tornar o país mais produtivo e

como um todo, é fruto da política

na política e na economia do país.

pelo atual governo federal, tendo

ramenta no Brasil, tanto da média

pouco para se implantarem no Bra-

bio, as elevadas taxas de juros e os

me, já que o seu parque de máqui-

das com vigor, após a introdução

econômica desastrosa praticada como seus principais vilões o câmimpostos exorbitantes.

O Brasil possui uma indústria de

manufaturados e de bens de capital avançada e iniciada há mais de um

século, que atende o seu mercado interno e de exportações. Esta in-

dústria deve ser preservada e conti-

nuar crescendo, acompanhando as evoluções tecnológicas no mundo,

apesar da atual crise. A economia de um país não pode depender somente de produção e exportação

de seus produtos primários. A sua riqueza está, além da exploração e

comercialização de suas abundantes commodities, na produção de fevereiro.2016/109

A demanda por máquinas-fer-

como da alta tecnologia, será enornas está muito defasado em relação

aos países altamente industrializados. Quase vinte anos é sua idade

média contra cinco a oito anos nos países avançados tecnologicamente. Isto significa que os investimen-

tos das indústrias de manufatura

no país serão muito intensos num futuro próximo. De outro lado, no-

vas tecnologias estão surgindo e se consolidando nos países industrializados, para tornar a fabricação de bens duráveis mais ágil, produtiva,

flexível, com maior rentabilidade e gerando produtos precisos e eficientes. A prática de tecnologias

competitivo em suas exportações.

Novas tecnologias tardam um

sil, porém elas passam a ser aplicae a assimilação das mesmas. Será

fundamental a formação de mão de obra especializada, através das escolas técnicas e de engenharia,

que deverão preparar os seus instrutores e equipar os seus laborató-

rios com equipamentos de última geração. O ano de 2016 será, ainda,

um ano de muitas dificuldades na economia. Porém, as empresas deverão se preparar para os próximos investimentos, lembrando a

necessidade de o governo implan-

tar uma política industrial efetiva,

capaz de canalizar as oportunidades para a indústria local.

o mundo da usinagem

17


entrevista

Para onde leva

a estrada

O Driver Global da Sandvik Coromant na área Automotiva aponta tendências e desafios para o setor Por Inês Pereira

E

duardo Debone é um apaixonado pelo universo

automotivo. Está sempre conectado ao que há de novo em termos de pesquisa, tendências e prin-

cipalmente, às possibilidades de desenvolvimento de uma indústria cada vez mais limpa, eficiente, sustentá-

vel e socialmente possível. Com 23 anos de experiência nessa indústria de transformação, ocupando diversas

Sandvik Coromant

posições, Debone é hoje driver global da Sandvik Coromant na área Automotiva. Está na empresa há 13 anos

e conhece bem esse mercado automotivo. “A Sandvik tem a maior força de vendas como fornecedora de fer-

ramentas. E uma grande parte dessa força está voltada

para o setor automotivo”. Para Debone, que atualmente está baseado na matriz da companhia, em Sandviken,

na Suécia, entender e entregar em situações adversas

o que é necessário para a indústria, é um grande be-

nefício que a Sandvik provê para esse segmento. “Ser global, atuar em um número enorme de países e estar

presente em todos os mercados automotivos de uma maneira forte; ter uma cadeia de comunicação eficiente

para que as novidades atinjam todos os envolvidos é

motivo de muita satisfação”. Na entrevista, a seguir,

Debone fala sobre tendências e perspectivas da indústria automotiva no Brasil e no mundo. 18

o mundo da usinagem

Com olhar para o futuro, Debone comenta sobre as necessidades do mercado e como a indústria precisa se preparar para atendê-las fevereiro.2016/109


OMU: Quais as principais tendências ou vetores

Mais e mais vamos ouvir falar de veículos com

impacto no setor automotivo em particular?

e um consumo menor de combustível — já que

de crescimento da indústria da manufatura e seu

motores menores, porém com a mesma potência

DEBONE: A indústria da manufatura segue a

essa é uma exigência do mercado e dos governos.

produção em todos os setores, não apenas o au-

cada vez mais a conectividade via redes sociais.

conectado à redução de custos, que desde sempre

mais itens de conforto e interação. A parte eletrô-

automotiva, ambos os aspectos são muito válidos.

preparado para as necessidades de cada pessoa. A

que ser reduzido, uma vez que menos recursos

cada vez maior — para conforto, diversão e para

si tem cada vez mais demandas ecológicas. Nos

cipalmente, reduzir as emissões. Isso, de modo

há bastante foco na redução de emissão dos mo-

que virá a acontecer.

uma série de iniciativas relacionadas a motores

OMU: Quais são as principais demandas e expec-

lizem combustíveis fósseis ou que, pelo menos,

competitivo?

da são muito incipientes. Embora seja grande a

mais mega cidades ao redor do mundo, que real-

mos uma quantidade expressiva de conjuntos

indústria. Uma cidade como São Paulo, por exem-

que vai acontecer são pequenas iniciativas que,

to, tem muitas pessoas querendo aproveitar esse

Europa, é muito comum o sistema stop and go,

temperatura adequada, conectividade, som, tudo

uma tendência forte de isso se expandir por to-

cada vez mais importante. Sempre considerando

mas é um exemplo de iniciativa que está sendo

Este é o lado do consumidor. Logicamente conec-

ção e do produto em si. Outro ponto importante é

lógica resultará em um carro que gastará menos

e o uso de materiais mais leves. O alumínio, que

Coromant espera atender às demandas que vêm

mais. Com o motor menor, também há a deman-

automotiva, principalmente por meio da redução

tecnológicas, e aplicação de alguns dispositivos

ção técnica que se adeque aos novos materiais e

ga atingir a mesma potência que o motor grande.

ção do tamanho dos veículos, é importante estar

tendência de reduzir o impacto ambiental da

Para o consumidor dentro do veículo, veremos

tomotivo. E isso, de alguma forma, também está

O painel do carro será simples, porém com muito

é uma busca da indústria como um todo. Na área

nica trará ao veículo modificações que o farão ser

Mas não só o impacto ecológico da produção tem

tecnologia eletrônica embarcada nos veículos será

devem ser utilizados, mas o próprio produto em

atender às expectativas do motorista; mas prin-

projetos de produtos automotivos, por exemplo,

geral, é o que vai afetar o setor da manufatura e o

tores, que ainda são de combustão interna. Existe

com propulsão diferenciada, para que não uti-

tativas por parte dos clientes nesse mercado ultra

tenham o seu consumo reduzido. Mas essas ain-

DEBONE: Temos situações diversas e cada vez

pressão, demorará muito tempo até que tenha-

mente são as que geram maior faturamento nessa

propulsores que tragam muito menos impacto. O

plo, com uma frota enorme de veículos e trânsi-

no todo, fazem uma grande diferença. Hoje na

tempo parado de alguma forma. Assim, conforto,

que desliga o motor quando o carro para. E há

o que é interface entre veículo e ser humano será

dos os mercados. Não afeta muito a manufatura,

custo x benefício. O produto deve estar acessível.

feita para reduzir a pegada ecológica da produ-

tar as demandas do consumidor à pegada eco-

o peso que está conectado ao tamanho do motor

combustível e gerará menos poluição. A Sandvik

já é tendência há anos, se consolidará cada vez

primeiramente do consumidor para a indústria

da de potência. Uma série de pequenas mudanças

de custos; e busca constantemente a melhor solu-

como turbo, fazem com que o motor menor consi-

desafios. Com as mudanças de plataforma e redu-

fevereiro.2016/109

o mundo da usinagem

19


entrevista atento às novas soluções, um pouco mais com-

importante que uma pequena parcela de pessoas

mais pesada do que a que dispomos na indústria

que está acontecendo no mercado: participando

plexas, e que exigem uma engenharia de produto atual. Dessa forma, a capacitação de engenharia do fornecedor para essa indústria é muito importante — considerando,

dentro da empresa esteja dedicada a entender o de fóruns, grupos de discussão e que de forma

antecipada traga as tendências para den-

tro da empresa. E estar atento às

uma vez mais, a própria pega-

necessidades dos clientes e res-

da ecológica para fabricar os próprios produtos. É importante que a cadeia de produção dos veículos seja mais leve para o meio ambien-

te e busque soluções que

trarão menor custo para essa

indústria nos dias de hoje e no futuro.

ponder de acordo. Outro fator

A cadeia de produção do veículo tem que ser mais leve para o meio ambiente e esse fator está sempre sendo considerado

OMU: Quais são os desafios para a

cadeia de fornecedores do setor automotivo, em médio e longo prazo, no atual cenário mundial? DEBONE: A possibilidade de ter uma engenha-

é o gerenciamento dos recursos das empresas, que estão

cada vez mais escassos, as pessoas, e a energia nas linhas de trabalho devem es-

tar realmente alinhadas com

o futuro. Do contrário, há

uma possibilidade muito gran-

de de se seguir linhas de trabalho

que não são as mais adequadas.

OMU: Com a indústria 4.0 tornando-se realidade,

o que podemos esperar para os próximos anos?

ria forte para atender demandas específicas e não

Quais tecnologias estão no foco dos centros de

comum, e sim realmente um produto sob deman-

DEBONE: Independentemente do nome, na ver-

sempre demandou soluções específicas, e cada

de uma maneira muito mais inteligente, virtual,

demandas genéricas. Não é apenas fazer produto

pesquisa e desenvolvimento?

da para essa indústria. A indústria automotiva

dade, estamos tratando aqui de usar a produção

vez mais isso vai ser necessário. Há também situações especiais para determinados mercados, e é importante trabalhar rapidamente. Velocidade

é algo muito importante aqui porque as tendên-

cias mudam muito; existe hoje no mundo muita

influência da política nas necessidades do mer-

cado. Um exemplo: o petróleo em um nível bastante baixo por várias razões, que pode voltar a

ter um preço razoavelmente alto em pouco tempo

em função de decisões políticas. Logo, existe uma tendência totalmente diferente na indústria de pe-

tróleo da que observávamos algum tempo atrás.

É preciso ser rápido para reagir a isso. E ter uma parte da força de trabalho relacionada às previsões. Não se pode mais ficar esperando para ver o que vai acontecer no mercado, e então reagir. É 20

o mundo da usinagem

conectada às necessidades reais do cliente final e

da produção como um todo, e da própria empresa que está fabricando algo. Um dos ganhos da in-

dústria 4.0 são as simulações, a possibilidade de fazer tudo virtualmente, testar várias possibili-

dades, desenvolver novos caminhos que hoje nós

não temos. Tudo isso no lugar da maneira real, que demanda tempo e recursos. O ponto é que cada

indústria tem uma necessidade específica. Assim, as tecnologias não vão servir para todos da mes-

ma maneira. Por exemplo, na indústria aeroespa-

cial, as demandas são variadas e complexas, mas a produção não é seriada como na automotiva que, comparativamente, podemos ousar dizer que

“é mais simples”. Quando se tem a produção em massa, o próprio produto passa a ser algo simples,

fevereiro.2016/109


de certa forma. Porém, a produção em massa traz

maior eficiência, menor pegada ecológica, prazos

pecífico que se faz poucas vezes, a maneira de se

to competitivo. Hoje também se fala muito de im-

outros desafios. Como não se tem um produto esproduzir fica mais ou menos consolidada. Se gasta bastante tempo no projeto da linha de produção, existe toda uma indústria para a geração de pro-

cessos para a indústria automotiva com excelência. Com a indústria 4.0 e a virtualização dos métodos,

e, obviamente, crucial e super importante, um cus-

pacto social dessa indústria. Ser uma empresa que

não apenas subtraia da sociedade, mas acrescente

por meio de empregos, condições adequadas de trabalho. Tudo isso é bastante importante.

pode-se atuar no controle de qualidade, nos des-

OMU: Pode comentar porque você sente orgulho

do processo, mudanças de ferramenta em função

DEBONE: A Sandvik Coromant, que faz parte do

Outro aspecto importante como tendência é o uso

automotiva e só aumenta o seu interesse em es-

vios que irão ocorrer em função da deterioração do fim da vida útil dessa ferramenta, e muito mais. de diferentes materiais, o uso dos mais leves e com novas características será forte. Existe uma linha grande de pesquisa com relação ao uso de fibra

de carbono e materiais resistentes para a indústria automotiva, mas isso é bastante incipiente. Outros

aspectos já são realidade, por exemplo, o uso de aço inoxidável em carcaça de turbo para obter uma resistência maior à temperatura e fazer com que

a peça em si seja menor. De uma maneira geral, a nova realidade de exigências de temperatura,

pressão e forças para esses motores menores será o principal foco. E existe uma demanda bastante grande na usinagem desses

no seu trabalho e quais as razões?

centenário Grupo Sandvik, está presente na área

tar nela. Trabalha cada vez mais com a criação de projetos relacionados a esse setor e a necessidades

específicas. Agora, mais e mais eu vejo que essa indústria precisa de soluções específicas e feitas sob

encomenda para suas necessidades. A Coromant tem atuado assim, e é algo que me deixa bastante contente e faz com que eu me sinta realizado

em trabalhar para ela. Além de ter produzido uma série de produtos que realmente, no devido tem-

po, foi revolucionária para essa indústria e trouxe

para todos os usuários de veículos benefícios de uma forma geral.

materiais, que afeta bastante a produção — e de novo, o fornecedor dessa indústria precisa estar em dia com essas tendências para realmente poder entregar soluções que

atinjam a necessidade real do cliente.

OMU: Como os fornecedores

automotivos podem se diferenciar

OMU: Quais são as novidades da

Velocidade é muito importante. As tendências mudam; existe no mundo muita influência da política nas necessidades do mercado

para gerar valor para clientes desse segmento?

Sandvik para os próximos anos? DEBONE: Existe uma série enorme de linhas de pesqui-

sa em andamento. É impor-

tante dizer que a Sandvik Coromant entende plena-

mente as necessidades futu-

ras, e não somente as atuais.

Os produtos e serviços resul-

tantes desses investimentos es-

tarão disponíveis no devido tempo

para que as mudanças sejam recebidas

DEBONE: Realmente investindo no produto que

sem sobressaltos. E para que possamos realmente

de máxima, confiabilidade, menor peso possível,

maneira apropriada.

tenha tudo aquilo que falamos até agora: qualida-

fevereiro.2016/109

continuar a servir esse importante segmento de

o mundo da usinagem

21


educação e tecnologia

Ponte para o saber

As cinco décadas de atuação do CIEE viabilizando a troca entre estudantes e mercado de trabalho Por Inês Pereira

A

s relações de trabalho

vimentam os jovens, resultado

dade. Também oferece cursos e

tagiário ou um jovem

as exigências de um mercado de

jovens de modo a prepará-los de

da empresa com um es-

funcionário vão muito além das leis que regem um e outro caso.

Seria simples se fossem pautadas apenas pelos cálculos quanto à bolsa-auxílio e carga horária em um; salários, encargos e

benefícios em outro. É complexo

o código que envolve escolha, contratação, condução e desenvolvimento de um estagiário. Um investimento em vários sen-

de 51 anos de experiência. “Com

trabalho cada vez mais globalizado, as empresas apresentam um maior rigor nos seus pro-

cessos seletivos, aumentando a participação de candidatos em

relação ao número de aprovados por vagas abertas”, explica Luiz Gustavo Coppola, superinten-

der o mercado, sua fome e sede, ao mesmo tempo acompanhar tendências e questões que mo22

o mundo da usinagem

tência social e uma programação voltada para outros públicos

como educadores e as empresas faz parte do leque de serviços.

“Nossos cursos são direcio-

EAD (de Ensino a Distância),

Tem atualmente mais de 1,7 mi-

cheio de especificidades. Enten-

pág. 25) As atividades de assis-

Instituição filantrópica e sem

do de São Paulo.

de que bem conduzido. O Cen-

la (CIEE) domina este universo

dências do mercado. (veja box na

nados para todos os estudantes

fins lucrativos, o CIEE é manti-

tro de Integração Empresa-Esco-

acordo com as demandas e ten-

dente de Atendimento do Esta-

tidos por parte da empresa, mas

com retorno compensador, des-

treinamento para capacitação de

do pelo empresariado nacional. lhão de jovens cadastrados no seu banco de dados. Seu foco

de atuação é amplo. Recrutar e selecionar estudantes de Ensino Médio, Superior e Técnico para

o mercado é sua principal ativi-

cadastrados, como os Cursos que são de 45 temas, entre eles, atitudinais, conceituais e téc-

nicos. Já os Cursos Presenciais contemplam Oficinas de capaci-

tação em diversos temas e Cur-

sos de Informática. Além disso,

temos os eventos com diversos temas voltados para a sociedade, incluindo as empresas: Cifevereiro.2016/109


Divulgação CIEE

clo de Palestras sobre Recursos Humanos (RH), Circuito Nacio-

nal de Palestras, Encontro com

Educadores, Encontros com Entidades do 3º Setor (filantrópi-

cas), Feira do Estudante – Expo CIEE, Fórum Permanente de

Em 51 anos de atuação, o CIEE tem mais de 1,7 milhão de jovens cadastrados no seu banco de dados. Na foto, sede em São Paulo

Debates sobre a Realidade Bra-

sileira, Musicais, Seminário sobre Drogas nas Escolas Superiores e Workshops”, enumera.

O CIEE presta, ainda, supor-

te aos empregadores quanto à

legislação e condução do pro-

grama de estágio, assistência técnica e jurídica. E são muitas

as dúvidas sobre direitos e deveres — regras de contratação,

rescisão, supervisão, descontos, recessos e por aí vai. Há vários

exemplos de orientação pela

instituição. Um deles é o curso à distância Programa Gestores de Estágio, que destaca principalmente o papel do supervisor

e o caráter pedagógico ligado ao desenvolvimento do estagiário. Está organizado em seis módu-

los: O estágio; Aspectos legais e educacionais do estágio; Quali-

dade do estágio; Portal CIEE; O gestor do estágio; Desenvolvi-

mento do estagiário. No curso, a empresa contratante também tem acesso a textos integrais da

legislação de estágio, entre outros recursos.

“Ao longo desses anos, já fo-

ram mais de 250 mil empresas

atendidas pelo CIEE. Uma média de quase 5.000 empresas por

ano”, conta Coppola. “Os casos fevereiro.2016/109

o mundo da usinagem

23


educação e tecnologia de sucesso são resultado da as-

estágio como uma estratégia de

dos jovens brasileiros: a geração

jovens com as necessidades da

berta de novos talentos — e que

estudam e não trabalham. Mas,

sertividade da expectativa dos empresa, ou seja, quando os per-

fis “vaga x candidatos” se apro-

ximam ao máximo. Quando essa equação não se completa, resul-

ta em frustrações para ambas as partes”, observa.

Ao largo da crise Um dos reflexos da crise vi-

vida pelo país foi a redução de vagas no mercado de trabalho.

Muitas empresas adotaram o lay-off (a suspensão do contra-

to de trabalho por tempo de-

terminado). De acordo com o

profissionalização — e de descoo estágio passa a ser um processo com finalidades especificas dentro da organização”. Por outro lado, Coppola faz questão de

frisar que, apesar desse cenário

mais favorável para a contrata-

ção de estagiários, a situação não ficou mais fácil para os estudan-

tes: “O processo seletivo tornou-se muito mais exigente por par-

te das empresas”, diz. Ou seja, a qualificação dos estudantes é

fator fundamental para sua apro-

vação nos processos seletivos e

dos Nem-nem — jovens que não hoje, para o superintendente, o

maior desafio das organizações é estabelecer políticas de atra-

ção e retenção de jovens da geração Y. “É necessário repensar a gestão de RH, de modo que concilie as expectativas e an-

seios dos jovens com as neces-

sidades e demandas das empresas. A mesma situação deverá ser observada quando a geração Z começar a ingressar no mercado de trabalho”.

contratação como estagiário.

Programa de estágios

Estudos Econômicos (Depecon)

quantitativo tão grande de es-

trabalhar em todas as etapas de

Estado de São Paulo (Fiesp) e

universidades, seja de Institui-

sa proposta é entender o negó-

Departamento de Pesquisas e da Federação das Indústrias do

do Centro das Indústrias do Es-

tado de São Paulo (Ciesp), em 2015, a variável Horas Traba-

lhadas na Produção caiu 12,9% em comparação ao ano anterior.

O supervisor do CIEE, entretan-

to, ressalva: “Apesar da constatação de que o atual cenário

econômico está restringindo a geração de oportunidades de emprego, no caso das vagas de estágio, esse movimento tem sido o oposto”.

Segundo ele, foram abertas

4% mais vagas de estágio no primeiro semestre de 2015, quando

comparado com o mesmo semes-

“O Brasil nunca registrou um

tudantes no ensino médio e nas

ções de Ensino Públicas ou Privadas. Isso prova que os jovens têm absoluta certeza de que so-

ções em atração, administração,

ou superiores, terão oportuni-

dade de ingressar no mercado

Divulgação CIEE

de trabalho. Além disso, percebemos cada vez mais a par-

ticipação dos jovens em cursos extraclasse, palestras, seminá-

rios, atividades voluntárias etc.,

na busca de diferenciais que os destaquem no momento de um

processo seletivo”, observa o superintendente.

Sem dúvida, ele destaca,

estabeleceram os programas de

uma realidade que atinge parte

o mundo da usinagem

cio do parceiro e propor solu-

ção, seja nas formações técnicas

uma grande preocupação da

24

um programa de estágio. “Nos-

mente com a devida qualifica-

tre de 2014. “Percebemos que,

cada vez mais, as organizações

O CIEE está preparado para

sociedade brasileira é reverter

O superintendente cita o próprio exemplo de vida como caso de sucesso dos programas do CIEE fevereiro.2016/109


Régua e compasso Saber identificar as próprias habilidades e os talentos pessoais é uma das metas do CIEE junto aos

estudantes cadastrados. Para tanto, criou o Programa CIEE de Orientação e Informação Profissional,

que inclui palestras e atividades de autoconhecimento, como funciona um processo seletivo e as eta-

pas, a utilização das redes sociais na avaliação do candidato, entre outros tópicos. Já as oficinas e os cursos de capacitação do Programa de Educação Continuada buscam aumentar a empregabilidade e

apoiar o estudante no desenvolvimento das competências mais valorizadas pelo mercado de trabalho. O cardápio é variado: Imagem Profissional, Atitude Empreendedora, Trabalho em Equipe, Criati-

vidade, Relacionamento Interpessoal, Atenção Concentrada, Decisões Inteligentes na Resolução de Problemas e Comunicação Escrita, Literatura para Vestibular e Redação: dicas e segredos.

capacitação e retenção desses

de formar o futuro profissio-

e visual para estágio ou emprego

panhamento também é visto

ganizacional e prepará-lo para

“Por uma feliz coincidência,

talentos”. O processo de acomcomo oportunidade para escla-

recer dúvidas dos estagiários

sobre a legislação vigente e para

avaliar a ótica desses jovens quanto ao seu desenvolvimento e aproveitamento dentro da or-

ganização. Como instrumento

para levantar as informações, o

CIEE lança mão de pesquisa realizada uma vez por semestre,

nos encontros in loco ou nas oficinas de capacitação.

nal nos moldes da cultura or-

atender às necessidades da área

fui usuário dos dois principais

tados bem-sucedidos são vistos

na área industrial, quando ti-

em que está inserido. Os resulno número de estudantes ab-

sorvidos pelas empresas após o término do período de estágio. Segundo a pesquisa realizada

pelo instituto TNS InterScience,

64% dos estagiários são contratados após o primeiro ou segundo estágio.

O programa de estágios tam-

Com as empresas, o contato

bém contempla a inclusão social.

representantes que, a partir das

prir seu papel relativo à Lei de

do CIEE é feito por meio dos

demandas, conduzem o programa de estágio. Argumen-

tos positivos não faltam para que as empresas abram vagas

para estudantes. Um dos mais

fortes é o fato de, ao contratar um estagiário, abre portas para novos talentos. Sem falar que,

neste período, se tem a chance fevereiro.2016/109

efetivo em empresas parceiras.

Para auxiliar as empresas a cum-

Cotas — nº 8.213/91, determina que empresas com 100 ou mais funcionários destinem de 2% a

5% dos cargos a esse segmento —, o Programa CIEE para Pessoas com Deficiência, criado em 1999, já promoveu a contratação

de 9 mil estudantes com deficiência intelectual, física, auditiva

programas do CIEE: aprendiz nha 14 anos, trabalhando por quatro anos como ferramentei-

ro; depois, estagiário durante a faculdade. Portanto, percebi

como o Programa Aprendiz foi importante para a minha ini-

ciação profissional, inclusive na complementação financeira da

renda familiar; e depois, como o estágio permitiu minha mudan-

ça em meus planos de carreira, saindo da área industrial para

a gestão administrativa. Desta

forma, quando informo para as

empresas e estudantes as vantagens desses dois programas,

cito minha experiência como um exemplo dos benefícios que eles

podem proporcionar”, orgulhase o superintendente Atendimento do Estado de São Paulo. o mundo da usinagem

25


produtividade

Ganhos de A era das fábricas inteligentes antecipa uma importante evolução na produtividade e na qualidade do produto Por João C. Visetti*

tio de fábrica sem baru-

V

to que se tornou possível graças a

descentralização do controle de

(Internet of Things – Internet das

dispositivos interligados a uma

consiste em conectar todos os dis-

ocê já imaginou um pálho, com uma completa

processos produtivos e diversos

cadeia produtiva automatizada? Como consequência, redução de

custos, diminuição nos erros, fim dos desperdícios, além do aumento da segurança e da qualidade de vida dos funcionários.

Este é o resumo da “indústria

4.0” (ou indústria inteligente), con-

ceito incentivado pela revolucioná-

ria indústria alemã de como serão as fábricas no futuro e equivalente à quarta revolução industrial. Essa iniciativa foi apresentada na edi-

ção de 2011 da Feira de Hannover,

como parte da estratégia do go-

verno alemão voltada à inovação, e está se desdobrando por todo o

mundo. Hoje, a união de empresas de tecnologia, universidades e

Coisas) e o Big Data. O primeiro positivos utilizados no dia a dia das empresas e das pessoas, como máquinas, equipamentos, tablets

e celulares para que eles interajam

entre si. Big Data é um processo digital que coleta grande quantidade

de dados — que circula nas redes

sociais, entre outras plataformas

digitais — e permite a análise em tempo real de, por exemplo, preferências e costumes do merca-

do. Essas ferramentas, unidas aos avanços ocorridos na própria internet (o advento da internet móvel e

sem fio, além da computação em nuvem), permitiram que o conceito

da indústria 4.0 fosse desenvolvido e pudesse ser implementado.

No fim da terceira revolução

industrial, a automação dos pro-

do conceito. A previsão é que, até

ção dos sensores e dispositivos

2020, isso se espalhe pelo mundo. o mundo da usinagem

dois fenômenos tecnológicos: a IoT

centros de pesquisa favorece estu-

dos em prol do desenvolvimento

26

A indústria 4.0 é um concei-

cessos culminou com a integra-

em rede, aumentando a capacifevereiro.2016/109


ponta a ponta dade de comunicação e atuação

nas fábricas é de, em média, 15

automação de processos estarem

válvulas interagindo diretamen-

ro não passa de cinco. Uma das

mais próximas essas empresas es-

entre elementos, como sensores e te para regular a vazão, usando protocolos como fieldbus ou profibus. O sistema central passa os

valores a ser controlados, como tempo, vazão, pressão velocida-

de etc., e os elementos locais tratam de mantê-los constantes. Da mesma forma o sistema central

monitora os valores em tempo

real e informa o controlador ou operador quando há diferenças.

A principal diferença entre a

indústria atual e a indústria 4.0

anos. Na Alemanha, esse númeexplicações pode ser a economia fechada, o que diminui o incenti-

vo para investimentos em produtividade e tecnologia.

O grande desafio do país não está na indústria 4.0, mas sim nas fases anteriores. O Brasil precisa modernizar o parque industrial, ganhar produtividade da porta para fora (investimentos em infraestrutura, reforma tributária e redução de burocracia) e da porta para dentro (modernização do

é a automação de cadeias pro-

parque fabril, por exemplo).

venda que começa com um pedi-

nização do parque fabril leva à

tem uma central que controla

prejudica muito a indústria na-

dutivas. É como um processo de

do, entra em linha de produção, automaticamente todos os parâmetros e insumos necessários para execução do produto, passa

por um controle de qualidade e, finalmente, chega ao cliente dentro do prazo estabelecido. Indústria 4.0 no Brasil O parque industrial brasileiro

é obsoleto e ainda está se adaptando à terceira geração da indústria. Aqui, a idade de máqui-

nas e equipamentos disponíveis fevereiro.2016/109

A falta de inovação e moder-

perda de competitividade, o que cional. Não automatizar o parque fabril fará com que as empresas e

seus colaboradores sejam prejudicados. Na indústria 4.0, o homem

aparece como tomador de decisão. É ele quem controla e monitora a produção a partir de um ponto re-

moto – podendo, assim, modificar

inseridas nesse conceito. Quanto tiverem dessa geração de produção, mais rapidamente vão conseguir achar soluções.

Soluções inovadoras Como líder mundial de tec-

nologia, o grupo alemão Trumpf está incorporado à indústria 4.0.

Fornece soluções para as áreas de máquinas-ferramenta, lasers e

eletrônica utilizados na fabricação dos mais diversos produtos – de

veículos, tecnologia de construção

e dispositivos móveis ao armazenamento de dados. No País, com sede em Barueri (SP), a empresa

conta com uma operação solidificada e com abrangência para

prover assistência técnica a seus clientes em diferentes regiões, e é responsável também pelo suporte

às operações na América do Sul. Atualmente, a unidade brasileira

soma 1.600 máquinas vendidas em território nacional.

Entre as soluções já desen-

as metas, com base no exame da

volvidas rumo ao futuro está a

siona o trabalho das máquinas.

dependente fundada pela Trumpf

situação e do contexto – e superviAlerto para a necessidade de

todas as empresas do setor de

AXOOM, empresa de software in-

em Karlsruhe, na Alemanha. A AXOOM é uma plataforma de neo mundo da usinagem

27


produtividade

Por dentro da Trumpf A Trumpf é líder mundial em alta tecnologia com atuação em

três áreas de negócios: máquinas-ferramenta, tecnologia laser e eletrônica. Os produtos manufaturados com a tecnologia Trumpf

podem ser encontrados em quase todos os setores da indústria — especialmente no fornecimento de máquinas para o processa-

mento de chapas metálicas e no uso do laser para aplicações industriais. No ano fiscal 2014/2015, encerrado em 30 de junho, o grupo registrou aproximadamente 11.000 colaboradores e vendas

totais de € 2,79 bilhões. Tem 60 subsidiárias e diversas representações espalhadas pelo mundo, e possui fábricas em países como

Alemanha, China, Estados Unidos, França, Itália, Japão, México, Polônia e Reino Unido. No Brasil, atua há mais de 30 anos. gócios da mais alta tecnologia que

Recentemente, a Trumpf ad-

cobre toda a cadeia de valor, inde-

quiriu, também, a participação

volvido. São máquinas e sistemas

presa de software de Stuttgart, es-

pendentemente do fabricante en-

unidos a partir de uma variedade

de fornecedores trabalhando em conjunto de forma inteligente.

Criada para entender os prós e

os contras da produção, a AXOOM

conhece muito bem a complexidade de processos enfrentados por

empresas de pequeno e médio porte. Com base nessa experiência

prática e no know-how, a empresa

desenvolveu uma plataforma para

otimizar os processos de produção. O software da AXOOM está

em sintonia com o conceito de indústria 4.0, já que se relaciona

ao problema da complexidade crescente na indústria. Com ele, os usuários simplificam as etapas

dentro da produção, sincronizan-

do-as e trazendo a produtividade global para um nível superior e inteiramente novo. 28

o mundo da usinagem

majoritária na XeticsGmbH, em-

pecializada no desenvolvimento de sistemas de gerenciamento de

produção para pequenas e médias empresas. O software Xetics per-

mite o monitoramento integrado e o planejamento detalhado dos

processos de produção. Por meio

de um painel, informações sobre processos ativos, estações, produtos, ordens ou status de material

podem ser acessadas a qualquer

Trumpf é a C-Labs, localizada em

Redmond, Washington (EUA). A empresa fornece soluções de software para captura de dados de

máquinas de forma altamente se-

gura e simples em ambientes de produção — com a transferência de todas as informações relacio-

nadas à fabricação de um pedido, desde a ordem até a entrega, à rede de TI da fábrica, bem como para a nuvem.

A C-Labs fornece uma solu-

ção para interconectar equipa-

mentos de diversos fabricantes à rede de empresa, tornando pos-

sível a troca de informação entre

os equipamentos e os sistemas de monitoramento de produção (MES), softwares de administração e controle de empresa (ERP),

inclusive manutenção. Com isso,

o cliente tem uma visão em tempo real do andamento de suas or-

dens de produção e/ou pedidos, acelerando a tomada de decisões,

quando da ocorrência de desvios e/ou entrada de novos pedidos. Divulgação Trumpf

momento e de qualquer lugar, tanto na estação de trabalho como

em dispositivos móveis. Ele pode

ser instalado localmente ou utili-

zado na nuvem. O software Xe-

ticsLean foi desenvolvido como um sistema de execução de manufatura, e é o complemento perfeito para a plataforma AXOOM.

Outra empresa de TI que teve

uma participação adquirida pela

*João C. Visetti é diretor-presidente da Trumpf do Brasil fevereiro.2016/109


17 - 21

A Feira Internacional da Mecânica é referência do setor como principal fonte de conhecimento e atualização, comprovada pela força da marca.

MAIO | 2016

O evento de grande importância para indústria, que reúne novas tecnologias, máquinas, equipamentos e especialistas focados na redução de custos e no aumento da produtividade do seu negócio.

3ª a 6ª das 11h às 20h | Sábado das 9h às 17h

PAVILHÃO DE EXPOSIÇÕES DO ANHEMBI SÃO PAULO - SP

Eventos Simultâneos • • • • • • • • •

Gestão da Manutenção Eficiência Energética para Indústria Robótica e Automação Industrial Manufatura Digital Smart Factory Inovação em Soldagem Tributação para a Indústria e E-Social Indústria 4.0 Impressão 3D

/feiradamecanica Patrocínio Ouro

Key partner

Apoio

Mídia Oficial

Montadora Oficial

CIA Aérea Oficial

Reed Exhibitions Alcantara Machado é afiliada a

Organização e Promoção


negócios da indústria 2

Propriedade

Intelectual A gestão bem feita pode ser usada como uma vantagem competitiva Por Diogo Dias Teixeira*

A

lém do controle de quali-

passa a se aproveitar gratuita-

serviços são submetidos,

volvidas, conseguindo oferecer

dade ao qual produtos e

atualmente as empresas buscam um diferencial competitivo tam-

mente das criações por ela desenum preço melhor no mercado.

Embora certos casos de usur-

bém na proteção da tecnologia

pação possam ser combatidos na

suas atividades. A gestão desor-

prévia muitas vezes impossibi-

e do conhecimento agregado às

ganizada ou deficiente de ati-

vos intangíveis —os chamados bens da propriedade intelectual

— pode ocasionar a perda do dinheiro investido em pesquisa e

desenvolvimento ou mesmo fazer com que a empresa deixe de ocu-

par fatia considerável do mercado com exclusividade.

esfera judicial, a falta de cautela lita qualquer ação por parte da empresa que foi vítima desse tipo

de prática. Na realidade, mesmo

em situações em que a tomada

lagens, campanhas publicitárias,

falta de cuidado anterior dificul-

É a partir dessa recente de-

de medidas judiciais é possível, a ta ou atrasa a obtenção de uma

manda empresarial que surgem as

Consequentemente, para ga-

certamente alguns advogados já

decisão favorável.

Essa nova postura corporativa

rantir que a pesquisa e o know-

nológico, que permite que sejam

vantagem competitiva, as em-

decorre do desenvolvimento tecreproduzidos, quase perfeitamente, quaisquer produtos ou tecno-

logias encontradas no planeta.

Assim, uma empresa que gere inadequadamente seus ativos intangíveis, pode ver um vultoso

investimento feito em pesquisa ir

por água abaixo, quando o con-

corrente, sem o ônus da inovação, 30

o mundo da usinagem

slogans etc.

how sejam transformados em

presas, além de protegerem seus negócios por meio das já consagradas marcas e patentes, come-

çam a tomar medidas que facilitem a proteção dos demais ativos

primeiras dúvidas. Por exemplo, se perguntaram como é possível proteger um novo método de fazer

negócio, se referido método não pode ser registrado como marca,

patente, desenho industrial ou,

nos termos da Lei 9.610/98, receber a proteção do direito autoral.

Ainda que possa ser fácil

intelectuais envolvidos em suas

achar uma solução para a inda-

de fazer negócio, bancos de da-

anterior, nem todas as respostas

atividades, tais quais os métodos dos, estudos de mercado, emba-

gação apresentada no parágrafo serão simples, o que tem aumen-

fevereiro.2016/109


seria como uma empresa buscar proteção não só para os produtos

que comercializa ou para a marca que os distingue no mercado,

mas também para o software que gerencia a entrega dos produtos aos clientes, desenvolvido internamente. Enfim, deve-se consi-

derar tudo que garante alguma vantagem à empresa, ainda que indiretamente.

E nunca é demais ressaltar

que gerir adequadamente a pro-

priedade intelectual de uma em-

presa significa cuidar das criações desde o berço, pois muitas vezes não se trata de proteger o

que já está criado, mas sim garantir que o que está por vir pos-

sa ser protegido e explorado da melhor forma possível.

Enfim, são evidentes as van-

tagens de uma gestão adequada tado bastante a demanda por

(por meio de uma due diligence

sional responsável por desenhar

telectuais da empresa, pois muitas

profissionais da área. O profis-

a estratégia de gestão deve co-

nhecer, além do emaranhado de leis e tratados internacionais, as

alternativas de exploração comercial dos ativos intelectuais da

empresa. Ressalte-se, não fosse pela escolha adequada da estra-

tégia de gestão de conhecimento,

especializada) todos os ativos invezes as empresas registram patentes e marcas dos seus produtos,

mas deixam de proteger os processos de fabricação por elas desen-

volvidos, que, da mesma forma, poderiam gerar royalties ou outras espécies de remuneração.

Em outras palavras, não só

todos nós conheceríamos a fór-

produtos e serviços levados ao

quadamente estaria estampada

compor a lista de ativos intelec-

mula da Coca-Cola, que inadenuma carta-patente ou num contrato qualquer.

Outro ponto de suma impor-

tância é identificar corretamente fevereiro.2016/109

da propriedade intelectual, pois afasta concorrentes da exploração

da tecnologia, conhecimento ou

método desenvolvido, reservando, consequentemente, uma fatia

de mercado ao criador. Essa reser-

va de mercado é a única forma de recuperar o investimento empre-

endido em pesquisa e desenvolvimento. Portanto, atenção à gestão

de PI, pois não adianta chorar o conhecimento divulgado!

mercado de consumo devem tuais da empresa — é importante

considerar os ativos embutidos nas atividades intermediárias ou internas. Para ficar mais claro,

*Diogo Dias Teixeira, sócio da Dias Teixeira Sociedade de Advogados. Pósgraduado em Direito da Propriedade Intelectual pela Escola de Direito de São Paulo da FGV e membro da Associação Brasileira da Propriedade Intelectual. o mundo da usinagem

31


conhecendo um pouco mais

2016,

primeiro ano ap贸s o Acordo de Paris

32

o mundo da usinagem

fevereiro.2016/109


Pacto é pródigo em boa vontade e avaro em meios para garantir que a temperatura média do planeta se eleve entre 1,5 e 2 graus centígrados Por Dal Marcondes e Reinaldo Canto*

A

o contrário da sensação de

Clima, que reúne especialistas e

gelada Copenhague, no in-

secretário executivo da ONG, avisa

fracasso que emanou da

verno de 2009, quando as decisões da COP15 frustraram governos,

cientistas e organizações sociais,

Paris exala otimismo. Os 195 países que assumiram os compromissos no que agora é chamado de “Acordo de Paris” não estão obrigados a

cumprir metas impostas, mas sim a trabalhar para manter os compro-

missos que eles próprios desenha-

ram ao divulgar suas metas nacionais em um documento conhecido como INDC (Intended Nationally Determined Contributions), que

em tradução livre pode ser a Contribuição Nacional Pretendida. O

Acordo de Paris inova também ao apontar como meta 1,5ºC de elevação máxima da temperatura média

do planeta até 2100. Para isso as

metas nacionais e as ações adotadas por cada país serão revisadas a cada 5 anos.

O Brasil, por exemplo, estabe-

que há o risco de chegar a 2030 com

uma tendência global de elevação

de 3ºC se os países não forem ri-

gorosos no cumprimento de suas

INDCs. “É preciso que os países ri-

cos assumam os compromissos de financiamento e todos cumpram

o prometido”, explica. Esses com-

promissos voluntários que foram a marca da COP de Paris, são uma

inovação, mas precisam ser trans-

formados por cada nação em “Políticas de Estado”, explica a minis-

tra brasileira Izabella Teixeira. Para

ela, o documento de 29 artigos que será entregue para a guarda da Secretaria-Geral da ONU, precisa ser

entendido como uma guinada em

direção a uma nova ciência, esforço de inovação e, principalmente, de

compartilhamento de tecnologias e

conhecimentos que apontem para uma economia de baixo carbono.

O dinheiro prometido soma

leceu como objetivo uma redução

US$ 100 bilhões por ano a partir de

-estufa até 2020 tendo como base o

desenvolvimento possam adequar

de 37% de suas emissões de gases-

ano de 2005. Essa meta é considerada avançada por organizações sociais como o Observatório do fevereiro.2016/109

militantes. No entanto, Carlos Rittl,

2020 para que os países pobres e em suas economias ao novo cenário de baixo carbono. Para atingir os

objetivos propostos será necessáo mundo da usinagem

33


conhecendo um pouco mais Pacto é pródigo em boa vontade e avaro em meios para garantir que a temperatura média do planeta se eleve entre 1,5 e 2 graus centígrados

aumentar para US$ 1 trilhão por

uso de energias que possibilitaria

deriam se propagar por todos os

energia gerada, apenas na Améri-

ano até 2050, e os prejuízos pocantos do planeta. Portanto, os

investimentos para controle de

emissões não devem ser vistos

como despesa, mas sim como investimentos em gestão de risco e

mitigação de eventos globais com

impacto financeiro muito maior.

Esse mesmo estudo constata que quase 830 milhões de pessoas vivem em periferias urbanas com

graves deficiências em infraestrutura e serviços. Isso torna as cida-

ria uma profunda transformação

des as áreas mais vulneráveis a

um superávit de 20% de toda a

ca Latina. Esse número, segundo

Marina Grossi, presidente da entidade, permitiria uma economia

de emissões de CO² da ordem de

2 bilhões de toneladas e uma economia de US$ 2,8 trilhões até 2032.

“Esse valor é duas vezes o investimento necessário, de acordo com o

Banco Mundial, para prover acesso a energia a 1,1 bilhão de pessoas

que vivem na escuridão no mundo”, explica Grossi.

Entre os principais pontos ex-

eventos climáticos extremos.

plicitados nos 29 artigos do Acordo

com extrema dependência de deri-

Programa das Nações Unidas

A primeira é que ele não seguiu

10% da energia que move o mundo

nos (ONU-Habitat) revela que as

da matriz energética global, ainda

vados de petróleo e carvão. Apenas é renovável. Nesse quesito, o Brasil

entra com alguma vantagem comparativa, uma vez que, mesmo com

a crise hídrica que atinge os principais parques hidrelétricos, cerca de 50% do consumo brasileiro de

energia vem de fontes renováveis,

principalmente hidroeletricidade e

biomassa, sem esquecer o fortale-

Outro estudo, desta vez do

para os Assentamentos Humaconcentrações urbanas são res-

ponsáveis por até 80% das emis-

sões mundiais de gases-estufa, e calcula-se que até 2050 abrigarão

70% da população mundial, que também deve crescer dos atuais 7,4 bilhões de pessoas, para perto de 9 bilhões de seres humanos.

Dentro dessa linha de racio-

cimento recente das fontes eólicas.

cínio, onde as cidades são verda-

com cautela, uma vez que o mun-

uma das teses que ganha força

No entanto, essa transição é vista

do vive um momento de petróleo farto e barato.

Apenas como comparação de

valores, um estudo de 2013 publicado na revista científica Natu-

re mostrou que, sem a adoção de

maiores reduções nas emissões

de carbono, o custo mundial das inundações nas cidades poderia 34

o mundo da usinagem

deiros sorvedouros de recursos, entre organizações sociais e do

empresariado, é a necessidade de maior eficiência no uso de energia.

Segundo dados do Conselho Empresarial para o Desenvolvimento

Sustentável (CEBDS), uma entidade brasileira que reúne empresas, há um potencial para a implanta-

ção de programas de eficiência no

de Paris estão algumas inovações. a lógica do “Protocolo”, como foi feito em Quioto em 1997. O status

legal desse acordo é híbrido e será

abrigado sob o manto da Convenção da ONU sobre Mudanças do

Clima, de 1992. Isso significa que algumas partes são obrigatórias, e

outras são compromissos voluntários que os próprios países assumiram em suas INDCs. Ficaram de fora do acordo os termos “descar-

bonização” e “combustíveis fós-

seis”, no entanto foram assumidos

compromissos de longo prazo em relação às temperaturas pretendi-

das para o planeta até o fim deste século. Outra inovação é que o

acordo passará por revisões perió-

dicas a cada cinco anos, de forma a dimensionar se as medidas adotadas estão alinhadas com a meta

final de 1,5ºC de elevação até 2100. Essas revisões também poderão fevereiro.2016/109



conhecendo um pouco mais servir para recalibrar a necessida-

para os países que mais levanta-

emissões de carbono, o Acordo

Nas duas semanas de COP21

vencedores foi a Arábia Saudita,

relatórios do Painel Intergover-

de de dinheiro.

estiveram em Paris 150 chefes de

Estado de 195 delegações de negociadores. Nas ruas da cidade estima-se algo entre 30 mil e 40 mil pessoas de organizações sociais

e empresariais de todo o mundo,

que participaram de manifestações e de centenas de eventos paralelos

sobre todos os temas correlatos às mudanças climáticas. As negociações não foram fáceis, como relatou a ministra Izabella Teixeira, ao

destacar que em alguns momentos

ram obstáculos. Um dos grandes o maior exportador de petróleo

do mundo, mas houve surpresas, como a Nova Zelândia, que ainda subsidia petróleo e carvão, a Bél-

gica, que não tem cumprido com

seus compromissos assumidos diante da União Europeia, além das organizações internacionais de aviação civil e de navegação marí-

tima, que apesar de representarem

6% das emissões globais conseguiram ficar fora de qualquer meta.

Para o secretário-geral da ONU,

os principais países responsáveis

Ban Ki Moon, o mais importante é

sar duro para encontrar um deno-

egocêntrica do mundo e colabo-

por emissões tiveram de conver-

minador comum. Há registros de telefonemas do presidente Barack

Obama a seu colega chinês Xi Jin-

ping, em um esforço de convencimento sobre os benefícios de um acordo. Desse diálogo saiu uma inédita parceria para a implemen-

tação do Acordo de Paris. A Chi-

que os países abandonem a visão

rem para uma perspectiva global

de longo prazo. “Estamos em um economia deve emergir do Acordo de Paris”, disse, espelhando o oti-

mismo de diversos líderes que se manifestaram.

A voz destoante ficou por

conta da Nicarágua, que por

a um pico de suas emissões em

-chefe, Paul Oquist, exigiu a re-

2030 e depois reverter sua curva drasticamente para ajudar a cumprir a meta global de 1,5ºC.

Nem tudo, no entanto, foram

flores em Paris. Houve muito trabalho entre os negociadores para

lidar com países que tentaram

bloquear um acordo mais ambicioso. A coalizão Climate Action Network, com mais de 900 organi-

zações ambientais, entregou todos os dias o prêmio “Fóssil do Dia” 36

o mundo da usinagem

namental sobre Mudanças Cli-

máticas (IPCC), criado no âmbito

da ONU, o qual reúne mais de 1.500 cientistas e pesquisadores em torno do tema. Estudos apre-

sentados pelo IPCC indicam que para conseguir manter a temperatura com elevação média de

1,5ºC será necessário um corte de 70% a 80% das emissões de carbono no mundo até 2050. Por-

tanto, o otimismo em relação ao

acordo é justificado pela vitória política e pela abrangência alcan-

çada, mas ainda haverá muito a fazer nas avaliações que serão realizadas a cada cinco anos.

momento definitivo, uma nova

na, um dos maiores poluidores do mundo, se comprometeu a chegar

de Paris tem como referência os

intermédio de seu negociador-

tirada de um artigo no texto final que exime as nações ricas de

responsabilidades sobre perdas e danos das nações mais frágeis

frente às mudanças climáticas, e

É importante que os países abandonem a visão egocêntrica colaborem para uma perspectiva global de longo prazo

afirmou que as soma das metas nacionais apresentadas em Pa-

ris não garante o limite de 1,5ºC,

mas aponta, segundo ele, um horizonte de alta de 3ºC para 2100. Mesmo

não

estabelecendo

limites ou metas de corte de

Texto publicado originalmente no Portal Envolverde *Dal Marcondes é jornalista, diretor da Envolverde e especialista em meio ambiente e desenvolvimento sustentável. Reinaldo Canto é colunista do site de Carta Capital e foi enviado especial do Portal Envolverde a Paris. fevereiro.2016/109


nossa parcela de responsabilidade

A decisão é nossa! Por Cláudio Camacho*

E

stamos atravessando um

Estamos vendo, por exemplo,

zendo-nos mais desafios que os

Dólar que, sem dúvida, irá con-

nós, pessoas físicas ou jurídicas,

dos períodos mais difíceis

uma alta expressiva no valor do

mos 2016 trazendo varias seque-

tribuir negativamente no con-

em nossa história. Inicia-

las do ano passado, e aquela constante esperança de uma mudança

no ano novo está sendo sufocada pela continuidade de más noti-

cias vindas de todos os setores e o clima negativista tomou conta

da maioria das discussões em todos os níveis, alimentando expo-

nencialmente a desmotivação e a

insatisfação das pessoas. Não há sequer um noticiário na TV, no rádio, um veículo de comunicação escrito ou falado, que não se

trole de nossa inflação. Se olhar-

mos somente nesta perspectiva,

certamente será outra notícia

ruim. Porém, podemos também olhar este fato de outro ângulo — desta vez positivo, já que uma

desvalorização do Real fará com que os produtos manufaturados no Brasil sejam mais competiti-

vos lá fora, e que alguns pedidos

que perdemos no passado recente possam ser reativados agora.

Se olharmos o nível de ati-

ocupe, na maior parte do tempo,

vidade das empresas hoje, de

mentos e más praticas no setor

grande ociosidade na produção,

em transmitir maus comporta-

público e privado. Até quando vamos suportar viver em um ambiente tão hostil?

A luta pelo fim da corrupção e

pelos desmandos das autoridades não pode parar ou esperar. Temos

que seguir firmes exigindo das autoridades competentes ações efetivas que extirpem este mal de nossa

sociedade. Mas, ao mesmo tempo, precisamos lutar incansavelmente na busca de oportunidades, e pos-

sibilidades de aproveitá-las, para

assim reverter esta curva de mau agouro e pessimismo. fevereiro.2016/109

uma forma geral veremos uma

anteriores. E cabe a cada um de

decidir como vamos encarar es-

tes desafios. Podemos continuar somente reclamando de tudo e de

todos, lamentando nossa má sorte e culpando nossos políticos; ou

podemos encarar os problemas de frente, lutar para corrigir o que

deve ser corrigido e buscar uma agenda positiva, com oportunida-

des de desenvolvimento técnico, pessoal, profissional e comercial. Nós escolhemos a segunda alternativa! Se você escolheu tam-

bém, conte conosco e vamos à luta juntos!

o que realmente aumenta nossos

custos e diminui nossa competitividade. Por outro lado, tere-

Vivian Camargo

mos mais oportunidades de melhorar nossos processos e treinar

nossos colaboradores, planejan-

do-nos, assim, para os melhores tempos que virão. E virão, pois

como sabemos: a economia é cíclica. As oportunidades podem surgir de setores e segmentos

onde não temos todo o conhecimento, e este é um excelente momento para nos prepararmos.

O ano de 2016 já iniciou tra-

*Cláudio Camacho é presidente da Sandvik Coromant para as Américas do Sul e Central o mundo da usinagem

37


109 Anunciantes nesta edição Blaser pág. 39

Feimec pág. 35

Feira da Mecânica pág. 29

Movimento - Cursos Durante todo o ano, a Sandvik Coromant oferece cursos específicos para os profissionais do mundo da usinagem. Acesse www.sandvik.coromant.com/br, na barra principal, clique em ‘treinamento’ e confira o Programa de Treinamento 2015.

Você poderá participar de palestras e também de cursos in plant, ministrados dentro de sua empresa!

Hanna

pág. 15

soluções de usinagem

Francisco Cavichiolli: (11) 5696-5652 Fernando Oliveira: (11) 5696-5587

negócios da indústria

Milton Rezende: (11) 3251-5411 Paulo Castelo Branco: paulo.castelobranco@abimei.org.br Carlos Pastoriza: pre@abimaq.org.br Ennio Crispino: ennio.crispino@abimei.org.br Alfredo Ferrari: avferrari@uol.com.br

entrevista

Eduardo Debone: eduardo.debone@sandvik.com

educação e tecnologia

Luiz Gustavo Coppola: (11) 3040-9800

produtividade

João C. Visetti: (11) 4133-3560

conhecendo um pouco mais

Dal Marcondes: dalmarcondes@envolverde.com.br

negócios da indústria 2

Diogo Dias Teixeira: (11) 3056-2111

nossa parcela de responsabilidade Cláudio Camacho: (11) 5696-5423

38

o mundo da usinagem

WMTools

pág. 2

Sandvik Coromant Distribuidores AMAZONAS Manaus

NIARTHEC Tel.: 92 3236-2057 BAHIA Lauro de Freitas

SINAFERRMAQ Tel: 71 3379-5653

Fale com eles

Sandvik

pág. 40

CEARÁ Fortaleza

FERRAMETAL Tel: 85 3226-5400 ESPÍRITO SANTO Vila Velha

HAILTOOLS Tel: 27 3320-6047 MINAS GERAIS Belo Horizonte

ESCÂNDIA Tel: 31 3295-7297 SANDI Tel: 31 3295-5438 Ipatinga

TUNGSFER Tel: 31 3825-3637 Uberlândia

UBERTECH Tel: 34 3083-2063 PARANÁ Curitiba

GALE Tel: 41 3339-2831 Maringá

PS FERRAMENTAS Tel: 44 3265-1600

PERNAMBUCO Recife

SÃO PAULO São Paulo

PERALTECH Tel: 81 3105-0294

ATUATIVA Tel: 11 2738 0808

RIO DE JANEIRO

DIRETHA Tel: 11 2063-0004

Rio de Janeiro MACHFER Tel: 21 3882-9600 TRIGONAL Tel: 21 2270-4835 R. GRANDE DO SUL Caxias do Sul ARWI Tel: 54 3026-8888 Novo Hamburgo NEOPAQ Tel: 51 3527-1111 Porto Alegre CONSULTEC Tel: 51 3321-6666 COROFERGS Tel: 51 3337-1515 SANTA CATARINA Joaçaba GC Tel: 49 3522-0955 Criciúma REPATRI Tel: 48 3433-4415 Joinville THIJAN Tel: 47 3433-3939

Santo André COFAST Tel: 11 4997-1255 Araraquara TECPLUS Tel: 16 3333-7700 Guarulhos COMED Tel: 11 2442-7780 Campinas I9 FERRAMENTAS Tel.: 19 3256 9234 Piracicaba PÉRSICO Tel: 19 3421-2182 Sorocaba PRODUS Tel: 15 3225-4144 Bauru PS FERRAMENTAS Tel: 14 3312-3312 S. José dos Campos PIESA Tel: 12 3209-3455 St. Bárbara D’Oeste TOPACADEMY Tel.: 19 3454 0204

Este impresso foi produzido na Pigma Gráfica uma empresa certificada FSC, comprometida com o meio ambiente e com a sociedade, fornecendo produtos com papel proveniente de florestas certificadas FSC e outras fontes conroladas.

fevereiro.2016/109


Quando o fluido refrigerante torna-se ferramenta líquida. When the coolantuma becomes a liquid tool.

Melhores resultados de usinagem

Menores custos de produção Maiores taxas de remoção de material

Fluidos de usinagem para otimizar a produtividade, a eficiência econômica e a qualidade da usinagem. Nossos especialistas auxiliam você a aproveitar ao máximo suas máquinas e ferramentas, com a ferramenta líquida.

Blaser Swisslube do Brasil Ltda. Avenida Portugal, 1.629 – 8º andar 04559-003 – São Paulo – SP brasil@blaser.com www.blaser-brasil.com.br


Versatilidade no Versatilidade no Fresamento Fresamento

Investir em fresas versáteis é sempre uma ótima ideia quando se trabalha com produção mista. O conceito CoroMill 390, com pastilhas tamanho 07, é flexível e projetado para um fresamento produtivo em uma ampla Investir fresas versáteis é sempre uma ideia se pequeno trabalha gama deem operações e materiais. Devido às ótima pastilhas dequando tamanho com mista. O conceito CoroMill 390, com pastilhas tamanho e altaprodução densidade de dentes de corte, obtem-se produtividade superior. 07, é flexívelcom e projetado um fresamento produtivo em umaZertivo™, ampla Combine-a a classepara GC1130, produzida com a tecnologia gama de operações e materiais. Devido às pastilhas de tamanho para acrescentar outra dimensão de segurança e previsibilidade pequeno em suas e alta densidade de dentesde deaços. corte, obtem-se produtividade superior. operações de fresamento Combine-a com a classe GC1130, produzida com a tecnologia Zertivo™, para acrescentar outra dimensão de segurança e previsibilidade em suas Nova CoroMill® 390. Made for Milling. operações de fresamento de aços.

Nova CoroMill® 390. Made for Milling.

sandvik.coromant.com/madeformilling


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.